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Trabalho de Produção Escrita

Identificação do tema: Romance

Nome do aluno(a): Bernardo Raposo

TEXTO:

Amor e esperança em tons de laranja

Numa pequena cidade à beira-mar, onde o sol se punha em tons de laranja e o


aroma do mar impregnava o ar, vivia uma jovem chamada Teresa. Ela era uma
artista talentosa, conhecida pelas suas pinturas e pelos seus traços delicados que
capturavam a essência da vida à beira-mar. A sua paixão pela arte era tão profunda
quanto o oceano que beijava a costa todos os dias.
Teresa tinha um segredo guardado no fundo da sua alma, o seu coração pertencia a
um marinheiro chamado Elias. Ele partirá em uma longa viagem pelo oceano em
busca de aventuras, prometendo retornar a cada pôr do sol. A espera de Teresa era
a sua tela em branco, onde ela depositava a esperança e o amor que sentia por
Elias.
Os dias tornaram-se semanas, e semanas converteram-se em meses. Teresa
mantinha-se firme, a pintar cada vez mais intensamente, na esperança de que cada
pincelada trouxesse Elias de volta. No entanto, as cartas que ele enviava
tornaram-se escassas, e o calor do seu abraço estava cada vez mais distante.
A pequena cidade também mudou. A euforia que uma vez envolvia a chegada dos
marinheiros transformou-se num silêncio melancólico e taciturno. A cidade ficou
encafifada, nefasta. Os amigos de Teresa expressavam as suas preocupações,
sugerindo que talvez Elias tivesse encontrado um novo porto para ancorar o seu
coração. Mas Teresa recusava-se a acreditar nisso, concentrando-se nas suas
pinturas como uma forma de manter viva a chama da esperança.
Numa tarde sombria, enquanto Teresa passeava pela praia, encontrou uma concha
partida . Segurando-a nas mãos trémulas, esta deparou-se com um reflexo da sua
própria dor na fragilidade da concha. Naquela noite, pintou a concha na sua tela,
transmitindo toda a tristeza e solidão que sentia. As cores escuras dançavam pela
tela como ondas tempestuosas, abestinadas.
O rumor da ausência de Elias na cidade logo chegou aos filauciosos ouvidos de um
velho pescador, Alberto. Este era um sicrano modorrento, taciturno que havia
navegado pelos mares diversas vezes. Intrigado pela história, decidiu ajudá-la a
descobrir o destino de Elias. Juntos, embarcaram numa jornada através dos mares,
seguindo os rastros das últimas cartas e mensagens enviadas por Elias.

Enquanto viajavam, Teresa refletia sobre a sua paixão pela arte. As suas pinturas
eram um reflexo das suas emoções mais profundas, uma maneira de dar vida ao
que sentia no seu coração. Ao pintar o oceano que se estendia diante dela,
percebeu que as suas criações eram uma extensão de sua própria jornada
emocional.
Finalmente, após dias de navegação, encontraram uma ilha remota ,onde Elias
havia deixado as suas últimas palavras. Teresa sentiu o seu coração a bater mais
rápido, enquanto lia as cartas que revelavam as lutas e desafios que enfrentaria no
mar. Elias escreveu sobre tempestades ferozes que quase o levaram para as
profundezas do oceano e sobre noites estreladas em que ele se deparava a pensar
em Teresa e a questionar-se sobre o rumo de vida que tivera escolhido. Este
interpelava-se se a força indelével do amor dele com Teresa teria sido apagado,
cessado pelo tempo frio, uma vez que remete para o esquecimento.
Ao ler as palavras de Elias, Teresa compreendeu a verdade, ele nunca a ia
abandonar, nunca iria desistir, renunciar e reter-se, iria continuar e superar os
obstáculos do tempo e da distância em nome do amor, iria lutar e sair vitorioso. Ele
havia enfrentado tempestades, lutado contra as ondas agitadas e permanecido fiel
ao amor que sentia por ela. Um amor tão grande que a força da maré num dia de
lua cheia não se comparava à força do amor sentido pelos dois. As lágrimas de
Teresa caíram sobre as cartas, misturando-se com as palavras escritas por Elias.
A jornada de volta para casa foi marcada por um misto de tristeza e alívio. Teresa
estava grata por ter encontrado respostas, mas o seu coração doía pela saudade
que sentia durante tanto tempo. Chegando à sua pequena cidade à beira-mar,
Teresa olhou para o horizonte, onde o sol começava a pôr-se.
Com um sorriso melancólico, Teresa voltou para o seu ateliê e colocou as suas
mãos delicadas nos seus pincéis, mãos estas que possuem uma encantadora tez
branca que aparentava brilho e que era de invejar qualquer sicrono. Diante dela,
estendia-se uma tela em branco, uma oportunidade de expressar a complexidade
das suas emoções. Cada pincelada contava a história da sua jornada, das lágrimas
derramadas nas cartas de Elias e da alegria de finalmente compreender que o
verdadeiro amor resistiu às adversidades do tempo.

E assim, Teresa continuou a pintar, não apenas o oceano à sua frente, mas também
a história de seu próprio coração, uma história de amor que sobreviveu às
tormentas e encontrou a paz nas cores das suas obras de arte.

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