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OS

GRUPOS VITAIS

Witness Lee

Living Stream Ministry


OS GRUPOS VITAIS

ÍNDICE

Mens. 1 O Propósito dos Grupos Vitais 01


Mens. 2 Os Elementos Constituintes dos Grupos Vitais (1) 10
Mens. 3 Os Elementos Constituintes dos Grupos Vitais (2) 17
Mens. 4 A Nova Criação de Deus Tornando-se o
Oráculo de Deus para Seu Dispensar e Expansão 25
Mens. 5 A Grande Comissão de Cristo em Ressurreição 31
Mens. 6 Apascentar e Ensinar — A Obrigação dos Grupos Vitais —
A Maneira Básica Ordenada por Deus na Edificação do Corpo de
Cristo para Consumar Sua Meta Eterna — A Nova Jerusalém (1) 38
Mens. 7 Apascentar e Ensinar — A Obrigação dos Grupos Vitais —
A Maneira Básica Ordenada por Deus na Edificação do Corpo de
Cristo para Consumar Sua Meta Eterna — A Nova Jerusalém (2) 45
Mens. 8 O Amor Prevalece 52
Mens. 9 Cristo como o Filho do Homem nos Cuidando Carinhosamente e
Como o Filho de Deus nos Nutrindo 59
Mens. 10 Cuidar Carinhosamente das Pessoas na Humanidade de Jesus 67
Mens. 11 Nutrir as Pessoas na Divindade de Cristo 76
Mens. 12 Nutrir as Pessoas com as Insondáveis Riquezas de
Cristo em Seu Ministério Completo em Três Estágios (1) 83
Mens. 13 Nutrir as Pessoas com as Insondáveis Riquezas de
Cristo em Seu Ministério Completo em Três Estágios (2) 88
Mens. 14 Nutrir as Pessoas com as Insondáveis Riquezas de
Cristo em Seu Ministério Completo em Três Estágios (3) 94
Mens. 15 Como Contatar as Pessoas (1) 99
Mens. 16 Como Contatar as Pessoas (2) 104

PREFÁCIO

Este livro é composto de mensagens dadas pelo irmão Witness Lee em Anaheim, Califór-
nia entre 21 de Agosto a 11 de Dezembro de 1996.

As citações bíblicas referentes aos evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João são da Versão Restauração (Os Evange-
lhos); as demais são da versão Revista e Atualizada (2° edição) de João Ferreira de Almeida
MENSAGEM UM

O PROPÓSITO DOS GRUPOS VITAIS

Leitura Bíblica:

Mt 18:15-22; 2 Tm 2:22; Rm 14:17; Ef 2:14-17; 2 Pe 1:8

SINOPSE

I. Viver a vida do reino — Mt 18:15-22:

A. A vida do reino é a vida do homem-Deus.

B. O que é tratado em Mateus 18:15-22 nos revela como cuidar de um irmão pe-
cador em um grupo vital:

1. Vá e repreenda-o entre você e ele só. Se ele o ouvir, você ganhou seu
irmão — v. 15.

2. Se ele não o ouvir, tome com você mais um ou dois, para que pela boca
de duas ou três testemunhas toda palavra seja confirmada — v. 16.

3. Se ele recusar ouvi-los, dize-o a igreja — v. 17a.

4. Se ele também recusar ouvir a igreja, o grupo vital deve orar exercitan-
do a autoridade da igreja, que é a autoridade do reino — vv. 17b-18;
16:18-19.

5. Lidar com tal situação, por meio grupo vital, em harmonia com o Se-
nhor em seu meio — vv. 19-20.

6. Com espírito perdoador — vv. 21-22.

7. Deste modo os grupos vitais vivem a vida do homem-Deus como Cristo


fez quando estava vivendo na terra.

II. Viver a vida da igreja — 2 Tm 2:22:

A. Seguir a justiça, a fé, o amor, e a paz com aqueles que de coração puro invocam
o Senhor.

B. A vida do reino é praticada e percebida na vida da igreja — Rm 14:17.

C. Devemos viver a vida do reino segundo Mateus 5 a 7; a partir de então, pode-


mos viver a vida da igreja:

1. Por meio de seguir:

a. A justiça — zelar pela justa maneira de Deus — Rm 14:17a.

b. A fé — zelar pela fidelidade de Deus.

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c. O amor — zelar pelo coração de Deus.

d. A paz — zelar pela paz de Deus em produzir a igreja para nossa


comunhão com outros na igreja — Ef 2:14-17; Rm 14:17b.

2. Por meio de invocar o Senhor com um coração puro — buscando nada


além do Senhor somente, sem ambição ou qualquer outra cobiça.

3. Tal busca, existindo e aumentando no grupo vital, fará com que esse
grupo não seja nem inativo nem infrutuoso (Jo 15:5, 16) no pleno co-
nhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo — 2 Pe 1:8.

4. Deste modo, os grupos vitais podem viver a vida normal da igreja, ven-
cendo a degradação da igreja, a fim de edificar o Corpo de Cristo para a
consumação da Nova Jerusalém, a meta de economia eterna de Deus:

a. Por meio de exercitar nosso espírito regenerado de poder, amor,


e moderação — 2 Tm 1:7.

b. Por meio de conservar em fé e amor as palavras saudáveis rece-


bidas do apóstolo e guardando o bom depósito pelo Espírito que
habita em nós — 1:13-14.

c. Por meio de cortar retamente a palavra da verdade — 2:15.

d. Por meio de desfrutar o Senhor em nosso espírito como a graça


permanente — 4:22.

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Sou grato ao Senhor por Ele ter restaurado esta comunhão sobre os grupos vitais. Es-
se assunto foi frustrado por Satanás por mais de dois anos. Nesta mensagem queremos ver o
propósito dos grupos vitais em seu significado intrínseco. O propósito dos grupos vitais é
viver dois tipos de vidas: a vida do reino e a vida da igreja. Devemos nos arrepender e admitir
que temos defeitos nestes dois tipos de vidas. Embora possamos ter estado na restauração
por anos, não vimos que os grupos vitais são para viver a vida do reino e a vida da igreja.

A revelação do Novo Testamento se refere a essas duas vidas. O centro dos quatros
Evangelhos é o reino. Mateus e João são os dois livros que tomam a iniciativa de tocar a ver-
dade do reino. O ponto principal de Mateus é o reino dos céus, e o ponto principal tocado por
João é o reino de Deus. João, claro, é um evangelho de vida, mas a vida nos traz ao reino de
Deus. Somos regenerados para dentro do reino de Deus. Se não nascermos novamente, nós
não podemos ver ou entrar no reino de Deus (Jo 3:3, 5). Nas Epístolas, inclusive Atos, o cen-
tro é a vida da igreja.

Quando praticávamos a vida da igreja na China continental antes de 1949, tínhamos


apenas reuniões de casas, não reuniões de grupos. Esta prática começou em Xangai e trouxe
muita bênção. Então quando o Senhor nos trouxe para Taiwan, percebemos que apenas ter as
reuniões de casas era insuficiente, então começamos a ter reuniões de grupos. A bênção do
Senhor em nós era rica e abundante. Alguns na Coréia em 1958 nos seguiram nesta prática,
mas em vez de usar a palavra grupo, eles usaram a palavra célula. O corpo é constituído pelas
células. Nossa prática de reuniões de grupo em Taiwan foi um grande fator de crescimento.
Dentro de quatro anos, aumentamos de mais ou menos trezentos a quinhentos para algo pró-
ximo de cinqüenta mil. Nos Estados Unidos nós adotamos a prática dos grupos, mas os gru-
pos entraram em uma situação dormente. Depois de estudar nossa situação, nós percebemos
que nossos grupos não são vitais.

A base bíblica para nosso ensinamento concernente à prática das reuniões de grupo
vital está em Mateus 18:15-22 e 2 Timóteo 2:22. Mateus 18:15-22 nos ensina como ter peque-
nos grupos na vida do reino; e 2 Timóteo 2:22 nos ensina como ter uma vida da igreja em
meio à degradação da igreja.

I. VIVER A VIDA DO REINO

Precisamos ler e considerar em oração o que o Senhor está falando em Mateus 18:15-
22, que revela como podemos viver a vida do reino. Os versículos 15 a 17 dizem: “Além do
mais, se teu irmão pecar, vai e repreende-o entre ti e ele só. Se te ouvir, ganhaste a teu irmão.
Se, porém, não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que pela boca de duas
ou três testemunhas toda palavra se estabeleça. E, se ele recusar ouvi-los, dize-o à igreja; e, se
recusar ouvir também a igreja, seja ele para ti como gentio e cobrador de impostos.” Se esse
pecador não escutar nem a igreja, o que deveríamos fazer? O texto diz que deveríamos consi-
derá-lo como gentio e cobrador de impostos, isto é, como uma pessoa não salva, que está de
fora da comunhão da igreja.

O versículo 18 então diz: “Em verdade vos digo: Tudo o que amarrardes na terra terá
sido amarrado no céu, e tudo o que soltardes na terra terá sido solto no céu.” Precisamos ver
a conexão entre os versículos 17 e 18. O versículo 17 é tão baixo, dizendo que deveríamos con-

Os Grupos Vitais – Witness Lee – Dezembro/1996 (TRADUÇÃO NÃO-OFICIAL, AINDA NÃO REVISADA) -3-
siderar o pecador que não escutar a igreja como gentio e cobrador de impostos. Mas o versí-
culo 18 diz que deveríamos alcançar o céu por nossa oração amarradora e libertadora. Esta é
a oração do grupo vital. O versículo 19 diz: “Em verdade ainda vos digo que, se dois dentre
vós sobre a terra concordarem a respeito de qualquer coisa que pedirem, ser-lhe-á feita por
meu Pai que está nos céus.” Esta é a prática de um grupo vital de dois ou três em harmonia
tocando o verdadeiro Deus no céu. Esses são os dois ou três mencionado no versículo 16: “se,
porém, não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas pessoas...” Esses são os membros de um
grupo vital.

Se um irmão peca contra nós, precisamos lidar com ele primeiro em amor. Se não ob-
tivermos resultado, devemos trazer conosco mais um ou dois para contatá-lo. Se ainda não
obtivermos resultado, devemos dizer isso à igreja, e se a igreja ainda não conseguir, então o
irmão pecador perderá a comunhão da igreja. Mas isso não é tudo. Temos então que orar de
forma a amarrar e soltar, e precisamos orar em harmonia. O que quer que oremos, nosso Pai
no céu irá realizar para ganhar essa pessoa. O versículo 20 diz: “Pois onde se acham dois ou
três reunidos em meu nome, aí estou Eu no meio deles.” Esta é a realidade dos grupos vitais.
Estes dois ou três se reúnem no nome do Senhor para Seu propósito, não em seus nomes pa-
ra seus propósitos.

Muitas vezes sentimos que certo santo é um caso perdido, e paramos com esse senti-
mento em favor dele em nossos grupos pequenos. Sempre pomos fim ao nosso grupo peque-
no encontrado no versículo 17. Não tomamos Cristo como a escada divina do versículo 18
para subir até os céus com oração que amarra Satanás e liberta o irmão pecador. Nós e a igre-
ja podemos não ver caminho com esse irmão, mas deveríamos desistir dele? O Senhor Jesus
disse que deveríamos considerá-lo como um gentio e cobrador de impostos. Mas o Senhor
continuou a dizer que precisamos amarrar Satanás. Precisamos amarrar o amarrador e liber-
tar o amarrado orando juntos em harmonia.

Não deveríamos trazer quaisquer opiniões que exponham a condição caída daquele
para quem estamos orando. Precisamos amarrar o amarrador, Satanás, e precisamos libertar
o pecador, o amarrado por Satanás, mediante nossa oração em harmonia. Estar em harmonia
é como sons musicais em harmonia. Quando um piano é tocado corretamente, as muitas te-
clas no piano são tocadas de tal modo a produzir música harmoniosa. Quando nós orarmos
em harmonia com relação à determinada apostasia, determinados pecadores, nossa oração
para recuperá-los se torna como música para os ouvidos do Pai no céu.

Depois que o Senhor falou esta palavra, Pedro veio a Ele para fazer-Lhe uma pergun-
ta. Os versículos 21 e 22 dizem: “Então Pedro, aproximando-se, Lhe perguntou: Senhor, até
quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe hei de perdoar? Até sete vezes? Res-
pondeu-lhe Jesus: Não te digo até sete vezes; mas até setenta vezes sete.” Pode ter parecido
que Pedro era contra o irmão pecador. Ele não queria perdoar esse irmão novamente, então
ele perguntou ao Senhor: “Quantas vezes eu devo o perdoar? Sete vezes?” O Senhor disse que
Pedro deveria perdoá-lo setenta vezes sete, ou quatrocentas e noventa vezes. Se tivermos um
espírito para perdoar um pecador até quatrocentas e noventa vezes, seguramente ele se recu-
perará. Nós que estamos participando nos grupos vitais temos tal espírito?

Nosso grupo vital pode estar reduzindo em vez de aumentando. Onde estão os outros?
Talvez alguns se degradaram ou apostataram e outros estão ofendidos. Podemos ter uma ra-
zão para cada um não mais encontrado conosco, mas o Senhor concordaria com nosso arra-
zoamento? O Senhor perguntaria: “Onde está seu irmão?” Em outras palavras, o Senhor

Os Grupos Vitais – Witness Lee – Dezembro/1996 (TRADUÇÃO NÃO-OFICIAL, AINDA NÃO REVISADA) -4-
permitiria desistirmos das pessoas. Nós não deveríamos desistir de ninguém. Precisamos ir
ao Senhor novamente com orações que alcançam o céu amarrando e libertando em harmoni-
a. O céu significa Deus. Nós tocamos Deus, e Deus vem para fazer algo. Isso é o que quer di-
zer viver a vida do reino.

Se somos injustiçados por alguém, não devemos ficar ofendidos, mas ainda amá-lo.
Não devemos ir a outros para conversar sobre o caso. Ao invés disso, devemos ir àquele que
nos injustiçou, somente. Devemos cobrir a situação indo a ele diretamente. Mas se ele não
escutar-nos, precisamos tomar conosco mais um ou dois para ir a ele. Eventualmente, pode-
mos ter que dizer a igreja. Esse é o modo da vida do reino em Mateus 18, mas nós não prati-
camos isto. Quando as pessoas pecam contra nós, conversamos com nosso cônjuge ou outros
santos sobre o assunto. Isto está errado.

A primeira lição que devemos aprender como membros dos grupos vitais é não expor
as debilidades das pessoas. A história de Cam em Gênesis 9 é uma ilustração disso. Seu pai
Noé ficou bêbado, e estava nu em sua tenda. Cam viu a nudez de seu pai Noé e contou aos
seus dois irmãos sobre isso. Mas seus irmãos, Sem e Jafé, tomaram uma peça de roupa, se
aproximaram de costas, e cobriram a nudez de seu pai. Como resultado disso, Cam foi amal-
diçoado, mas seus irmãos receberam a bênção (vv. 20-27). Nos grupos vitais, precisamos evi-
tar esse tipo de falar expositor. Nosso falar expositor é um defeito que matará nossos grupos
vitais. Devemos aprender a cobrir os outros. Quando ficarmos ciente de alguém em pecado
ou de alguém pecando contra nós, não devemos conversar com outros, mas sim com a pessoa
diretamente. Nosso homem natural sempre gosta de contar aos outros sobre pecados ou er-
ros de uma pessoa. Isto está errado.

O Senhor nos deu um caminho passo-a-passo em Mateus 18. Estes passos são para ir
à pessoa sozinha, então com outros um ou dois, e finalmente com a igreja. Se ele não escutar
a igreja, nós desistiríamos? Nós podemos parar no versículo 17 de Mateus 18 simplesmente
considerando-o como gentio e cobrador de impostos. Se, porém, pararmos aqui, nosso grupo
estará reduzindo em vez de aumentar. Na seqüência do versículo 17 está o 18, onde o Senhor
disse que nós precisamos aprender a amarrar e libertar. Precisamos aprender a orar em har-
monia para um pecador. Então o Pai no céu realizará o que pedimos e estará em nosso meio.
Também precisamos aprender a perdoar os outros incontáveis vezes. Essa é a realidade dos
grupos vitais.

Paulo, em 1 Coríntios 5 repreendeu os crentes coríntios e os encarregou de afastar um


pecador de seu meio (v. 13). O encargo de Paulo era um pouco comparável com a lei Mosaica
no Antigo Testamento (veja Dt 13:5; 17:7, 12; 21:21; 22:21-22, 24; 24:7). Mas em 2 Coríntios
Paulo estava tenro, cauteloso, e considerando acerca desse pecador. Depois que Paulo disse
aos santos para afastá-lo, ele não teve paz, então enviou Tito para ver a situação. Tito retor-
nou com as boas notícias de que aquele homem se arrependera (7:6-13). Então Paulo disse
que os santos deveriam perdoar e confortar esse irmão. Caso contrário, Satanás poderia tirar
proveito da situação (2:6-11).

Um grupo vital é uma representação real da igreja. A igreja deve aprender com o e-
xemplo de Paulo a como lidar com um pecador. Paulo não teve paz quando esse pecador foi
afastado, então ele ainda fez algo para cuidar da situação. O mais importante é nutrir e per-
doar. Visitar é nutrir. Paulo enviou Tito para visitar Corinto a fim de nutrir os coríntios. En-
tão Paulo disse-lhes que perdoassem. O perdão deve seguir o nutrir. Então podemos recupe-
rar e ganhar as pessoas.

Os Grupos Vitais – Witness Lee – Dezembro/1996 (TRADUÇÃO NÃO-OFICIAL, AINDA NÃO REVISADA) -5-
A. A Vida do Homem-Deus

A vida do reino é a vida do homem-Deus.

B. Como Cuidar de um Irmão Pecador


em um Grupo Vital

Em resumo, o que é citado em Mateus 18:15-22 nos revela como cuidar de um irmão
pecador em um grupo vital. Você deve ir e o repreender entre você e ele só. Se ele te ouvir,
você ganhou seu irmão (v. 15). Se ele não te ouvir, tome com você mais um ou dois, para que
pela boca de duas ou três testemunhas toda palavra possa ser confirmada (v. 16). Se ele recu-
sar ouvir-lhes, diga isso à igreja (v. 17a). Se ele recusar ouvir a igreja também, o grupo vital
deve orar exercitando a autoridade da igreja, que é a autoridade do reino (vv. 17b-18; 16:18-
19). Tal situação é tratada pelo grupo vital em harmonia com o Senhor em seu meio (vv. 19-
20) com um espírito perdoador (vv. 21-22). Desse modo os grupos vitais vivem a vida do ho-
mem-Deus como Cristo fez quando estava vivendo na terra.

II. VIVER A VIDA DA IGREJA

A. Seguir a Justiça, Fé, Amor, Paz com os que de


Coração Puro Invocam o Senhor

O propósito dos grupos vitais também é viver a vida da igreja. Segunda Timóteo 2:22
diz: “Foge, outrossim, das paixões da mocidade. Segue a justiça, a fé, o amor, e a paz com os
que, de coração puro, invocam o Senhor.” Esse é o caminho para viver a vida da igreja por
meio dos grupos vitais.

B. A Vida do Reino Sendo Percebida na Vida da Igreja

Paulo disse em Romanos 14:17 que o reino de Deus não é questão de comer e beber,
mas de justiça, paz, e alegria no Espírito Santo. Esta vida do reino é praticada e percebida na
vida da igreja.

C. Viver a Vida da Igreja por meio de Viver a Vida do Reino

Devemos viver a vida do reino segundo Mateus 5 a 7. A partir de então, podemos viver
a vida da igreja.

Os Grupos Vitais – Witness Lee – Dezembro/1996 (TRADUÇÃO NÃO-OFICIAL, AINDA NÃO REVISADA) -6-
1. Por meio de Seguir

a. A Justiça

Vivemos a vida da igreja seguindo a justiça. Seguir a justiça é zelar pelo modo justo de
Deus. Mateus 5:20 diz que a menos que nossa justiça exceda a dos escribas e fariseus, de mo-
do algum entraremos no reino dos céus. O reino é uma questão de justiça (Rm 14:17a), e de
acordo com as Epístolas, essa justiça insuperável é Cristo vivendo em nós (Fp 3:9). Precisa-
mos viver Cristo como nossa justiça.

b. A Fé

Seguir a fé é zelar pela fidelidade de Deus. Hebreus 11:6 diz que sem fé é impossível
agradar a Deus. Também, quando vamos a Deus, devemos crer que Deus é e nós não somos e
que Ele é um galardoador daqueles que O buscam diligentemente. Devemos seguir a fé que
nos une a Deus. Devemos ser uma pessoa unida a Deus.

c. O Amor

Seguir o amor é zelar pelo coração de Deus. O amor preserva nosso relacionamento
com outros. Paulo nos ensinou em 1 Coríntios 13 que entre fé, esperança, e amor, o amor é o
maior (v. 13). Em 8:1 Paulo disse que conhecimento incha, mas o amor edifica. Perdoar pes-
soas é uma questão de amor. Visitar pessoas repetidamente sem desapontar-se ou desani-
mar-se também é uma questão de amor.

d. A Paz

Seguir a paz é zelar pela paz de Deus em produzir a igreja para nosso relacionamento
com outros na igreja (Ef 2:14-17; Rm 14:17b). Efésios 2:14 a 17 diz que Cristo crucificou todas
as ordenanças a fim de fazer a paz. Nossa opinião é uma espécie de ordenança. Todas as or-
denanças foram crucificadas, então nós podemos ter paz. A vida da igreja nos grupos vitais
precisa de paz. Os cristãos são divididos porque não existe nenhuma paz entre eles devido às
suas muitas opiniões e conceitos. Sem paz nos tornamos infrutíferos. Somos os galhos de
Cristo como a videira. Devemos produzir frutos, mas a nossa fertilidade depende de nossa
paz. Se os galhos lutam um com o outro, como eles podem produzir frutos? Nosso frutificar é
morto por opiniões diferentes.

2. Por meio de Invocar o Senhor com um Coração Puro

Seguimos o Senhor como justiça, fé, amor, e paz por invocar o Senhor com um cora-
ção puro, buscando nada além do Senhor somente, sem ambição ou qualquer outra cobiça.

Os Grupos Vitais – Witness Lee – Dezembro/1996 (TRADUÇÃO NÃO-OFICIAL, AINDA NÃO REVISADA) -7-
Expressamos nossa opinião porque somos ambiciosos. Queremos ser algo na igreja ou ser o
líder em nosso pequeno grupo. Precisamos de um coração puro para viver a vida da igreja.

3. Não Ser Inativo nem Infrutuoso

Tal busca, existindo e aumentando no grupo vital, fará com que esse grupo não seja
nem inativo nem infrutuoso (Jo 15:5, 16) no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cris-
to (2 Pe 1:8).

4. Viver a Vida Normal da Igreja

Deste modo, os grupos vitais podem viver a vida normal da igreja, vencendo a degra-
dação da igreja, a fim de edificar o Corpo de Cristo para a consumação da Nova Jerusalém, a
meta de economia eterna de Deus. Se vivermos a vida do reino e a vida da igreja, venceremos
a degradação da igreja. Hoje nosso problema não é apenas Satanás, o pecado, o mundo, a
carne e o ego. Estamos enfrentando outro forte fator, isto é, a degradação da igreja. Na ver-
dade, nascemos na degradação da igreja e temos estado sob da influência dessa degradação.
Segunda Timóteo é um livro que lida com a degradação da igreja. Diz que os santos na Ásia
abandonaram o apóstolo Paulo (1:15). Realmente, eles abandonaram o ensino apostólico,
então começaram a se degradar. Esse é o motivo pelo qual Paulo escreveu sua segunda epís-
tola para Timóteo.

a. Por meio de Exercitar


Nosso Espírito Regenerado

Podemos viver a vida normal da igreja e vencer a degradação da igreja exercitando


nosso espírito regenerado de poder, amor, e moderação (2 Tm 1:7). Precisamos manter nosso
espírito em chamas (v. 6). Nosso espírito de poder e moderação também precisa ser de amor.
Não deixaremos ninguém ir e não desistiremos de ninguém quando exercitarmos tal espírito
de perdão e de amor.

b. Por meio de Manter as Sãs Palavras e


Guardar o Bom Depósito

Também, precisamos manter o padrão das sãs palavras que recebemos do apóstolo,
em fé e amor, e guardar o bom depósito pelo Espírito que habita em nós (2 Tm 1:13-14). Esse
é o depósito das riquezas da palavra, que guardamos com o Espírito de Deus que habita em
nós.

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c. Por meio de Cortar a Palavra Retamente

Segunda Timóteo 2:15 diz que precisamos cortar retamente a palavra da verdade. Esse
cortar é como um carpinteiro corta um pedaço de madeira. Devemos cortar a palavra de um
modo reto. Isso é para revelar a palavra de Deus em suas várias partes, corretamente e reta-
mente, sem distorção.

d. Por meio de Desfrutar o Senhor em Nosso Espírito


Como a Graça Permanente

A fim de superar a degradação da igreja, devemos desfrutar o Senhor em nosso espíri-


to como a graça permanente. Cristo hoje é o Espírito que dá vida habitando em nosso espíri-
to. Segunda Timóteo 4:22, o último versículo dessa epístola, diz: “O Senhor seja com o teu
espírito. A graça seja convosco.” Desse modo, o fim dessa epístola sobre como lidar com a
degradação da igreja é que nós devemos desfrutar Cristo em nosso espírito como nossa graça
permanente. Esse é o caminho para viver a vida da igreja nos grupos vitais sob a degradação
da igreja.

Devemos viver uma vida do reino adequada, e a vida do reino realmente é a vida da
igreja. Sem a vida do reino, não existe nenhuma possibilidade de ter a vida da igreja. O Se-
nhor disse que quem quisesse segui-Lo deveria negar a si mesmo e tomar a sua cruz (Mt
16:24). Essa é a realidade da vida do reino. É uma vida de sempre negar a nós mesmos a fim
de matar nosso homem natural com todas as suas preferências. Tudo do velho homem deve ir
para a cruz. Então podemos ter a vida do reino e a justiça que excede a dos escribas e fariseus.
Essa justiça é Cristo que vive em nós como a vida do reino que se torna a vida da igreja.

Os Grupos Vitais – Witness Lee – Dezembro/1996 (TRADUÇÃO NÃO-OFICIAL, AINDA NÃO REVISADA) -9-
MENSAGEM DOIS
OS ELEMENTOS CONSTITUINTES DOS GRUPOS VITAIS
(1)
Leitura Bíblica: Jo 3:15-16; Mt 5:1; 28:19; At 1:8

SINOPSE

I. Os que crêem em Cristo — Jo 3:15-16:

A. Transferidos de Adão para Cristo — 1 Co 15:22.

B. Regenerados para ser uma nova criação em Cristo, e todas as coisas velhas já
passaram — 2 Co 5:17; Tt 3:5.

C. Unidos a Cristo em Sua vida eterna — uma união na vida divina.

D. Ligados a Cristo para ser um espírito com Ele — 1 Co 6:17.

II. Os discípulos de Cristo (Mt 5:1; 28:19), discipulados:

A. Mediante o viver humano de Cristo na terra, como o modelo de um homem-


Deus — vivendo Deus por negar a Si mesmo em humanidade (Jo 5:19, 30), re-
volucionando o conceito deles com relação ao homem (Fp 3:10; 1:21a).

B. Mediante a crucificação de Cristo, para anular sua vida humana a fim de viver
a vida divina (Gl 2:20).

C. Mediante a ressurreição de Cristo:

1. Para conhecê-Lo como o Primogênito de Deus (Rm 1:4; At 13:33; Rm


8:29).

2. Para conhecê-Lo como o Espírito que dá vida (1 Co 15:45).

3. Para a produção dos muitos filhos de Deus como Sua multiplicação e


Seu aumento (Hb 2:10; Jo 12:24).

III. As testemunhas de Cristo — At 1:8:

A. Testemunhando:

1. Que Cristo havia ressuscitado (At 1:22; 3:15; 10:39-41; 13:31).

2. Que o Cristo ressurreto foi ungido por Deus para levar a cabo Seu co-
missionamento (At 10:38-39).

3. Que o Cristo ressurreto foi feito por Deus:

a. O Senhor e Cristo (Messias) — At 2:32-36.

b. O Líder e Salvador — At 5:30-32.

Os Grupos Vitais – Witness Lee – Dezembro/1996 (TRADUÇÃO NÃO-OFICIAL, AINDA NÃO REVISADA) - 10 -
c. O Juiz dos vivos e mortos — At 10:42.

B. Vivendo Cristo — At 22:15; Fp 1:21a; 2 Co 13:3:

1. Em Sua ressurreição — Fp 3:10a.

2. Mediante Sua morte — Fp 3:10b.

Os Grupos Vitais – Witness Lee – Dezembro/1996 (TRADUÇÃO NÃO-OFICIAL, AINDA NÃO REVISADA) - 11 -
Os elementos constituintes dos grupos vitais são seis categorias de pessoas. Nesta
mensagem nós cobriremos as primeiras três categorias: os que crêem em Cristo, os discípulos
de Cristo, e as testemunhas de Cristo. Na próxima mensagem teremos comunhão acerca dos
membros de Cristo, os irmãos de Cristo, e os profetas de Deus.

I. OS QUE CRÊEM EM CRISTO

Podemos achar que crentes em Cristo é um termo comum, mas realmente nós não
percebemos completamente o que um crente é.

A. Transferidos de Adão para Cristo

Os que crêem em Cristo (Jo 3:15-16) foram transferidos de Adão para Cristo (1 Co
15:22). Antes de sermos regenerados, estávamos no reino adâmico. O mundo inteiro com
bilhões de pessoas está em Adão. Adão é um grande reino, mas nossa regeneração nos trans-
feriu de Adão para Cristo. Cristo hoje é nosso reino. Fisicamente, estamos nos Estados Uni-
dos, mas na verdade estamos em Cristo.

B. Regenerados para Ser uma Nova Criação

Também fomos regenerados para ser uma nova criação em Cristo, e todas as coisas
velhas já passaram (2 Co 5:17; Tt 3:5). Não apenas nosso reino externo mudou, mas também
nossa natureza interior foi mudada pela regeneração. Eu fui gerado para ser chinês há noven-
ta e um anos atrás, mas um dia eu fui regenerado. Precisamos enfatizar a sílaba “re-”. Fomos
regenerados para ser uma nova criação em Cristo. Se virmos estas verdades, perceberemos
que somos anormais em nossa experiência. Fomos transferidos de Adão, mas ainda fazemos
muitas coisas em Adão e não em Cristo. Fomos regenerados para ser uma nova criação, mas
ainda permanecemos em nosso viver como a velha criação. Quando nos tornamos uma nova
criação, todas as coisas velhas foram jogadas fora. Mas esse lavar também é um processo i-
ninterrupto ao longo de nossa vida cristã. Estou preocupado com o fato de que muitos de
nossos velhos conceitos não foram jogados fora. Tito 3:5 revela que regeneração é um grande
lavar. Fomos salvos pelo lavar de regeneração, que é uma espécie de recondicionamento, re-
constituição, ou remodelamento em vida para fazer-nos completamente novos.

Nossas reuniões de grupo não são vitais porque muitas vezes nos reunimos na manei-
ra da velha criação. As coisas da velha criação podem permanecer conosco predominante-
mente. Muitos de nós nos reunimos como um “grupo livre” em vez de um grupo vital. Esta-
mos livres para conversar sobre muitas coisas. Um irmão pode perguntar a outro irmão quem
cortou seu cabelo. Não deveríamos conversar sobre o corte de nosso cabelo, mas sobre o cor-
te, o crucificar, da carne. Não deveríamos estar tão livres em nossas reuniões de grupo. De-

Os Grupos Vitais – Witness Lee – Dezembro/1996 (TRADUÇÃO NÃO-OFICIAL, AINDA NÃO REVISADA) - 12 -
vemos ser restringidos pelo Espírito. Os grupos vitais são compostos das pessoas na nova
criação que falam sobre a nova criação, não sobre a velha criação.

C. Unidos a Cristo

Os que crêem em Cristo têm sido unidos a Cristo em Sua vida eterna, a qual é uma
união na vida divina. Essa é uma união orgânica.

D. Ligados a Cristo

Também fomos ligados a Cristo para ser um espírito com Ele (1 Co 6:17). Muitos cris-
tãos hoje não percebem que Cristo é o Espírito que dá vida e que fomos ligados a Cristo para
ser um espírito. Isso significa que nos tornamos espírito. “O que é nascido do Espírito é espí-
rito” (Jo 3:6b). Fomos nascidos do Espírito para ser espírito. Quando viermos para os grupos
vitais, devemos vir nesta condição.

II. OS DISCÍPULOS DE CRISTO, DISCIPULADOS


MEDIANTE O VIVER HUMANO,
A CRUCIFICAÇÃO E A RESSURREIÇÃO DE CRISTO

Os elementos constituintes dos grupos vitais são os discípulos de Cristo (Mt 5:1). Em
Mateus 28:19 o Senhor Jesus disse aos Seus discípulos: “Ide, portanto, fazei discípulos de
todas as nações.” As nações aqui são os gentios. Discipular os gentios é constituir os gentios
como discípulos de Cristo. O Senhor Jesus, em particular, discipulou quatro pessoas de duas
famílias: Pedro e André, e Tiago e João. Ele os discipulou por cerca de três anos e meio. Eles
seguiram o Senhor e ficaram com Ele dia e noite, viajando com Ele, comendo com Ele, e fa-
zendo tudo com Ele. Eles estavam vivendo com Ele e estavam ao Seu redor o tempo todo.
Eles viram como esse homem de Deus se comportava. Eles o observaram. Ele era um judeu,
que sem dúvida nenhuma ostentava um semblante judeu. Ele tinha sangue judeu e carne
judia com a vida e natureza humana. Mas Ele viveu por outra vida em Seu viver humano.
Essa outra vida é a vida divina. Pelo fato de Ele ter vivido a vida divina em Seu viver humano,
Sua vida humana se tornou mística, um mistério. Além de sua vida humana havia algo divino.

Tudo o que o Senhor fez na terra naqueles três anos e meio foi um sinal, significando
algo (Jo 2:11 — nota 2). Todos os milagres eram sinais. A alimentação do Senhor aos cinco
mil com cinco pães e dois peixes foi um milagre. Os discípulos devem ter ficado perturbados
quando viram tão notável acontecimento, mas posteriormente o Senhor os levou a recolher
todos os pedaços que sobraram. Isso também foi um sinal (Mt 14:20 — nota 1). O Senhor era
divino e místico. Ele fez e disse tudo como um sinal.

Em João 8 uma mulher pecadora foi levada ao Senhor. Finalmente, Ele disse a ela:
“Ninguém te condenou?” (v. 10). E ela disse: “Ninguém, Senhor.” E Jesus disse: “Nem Eu te

Os Grupos Vitais – Witness Lee – Dezembro/1996 (TRADUÇÃO NÃO-OFICIAL, AINDA NÃO REVISADA) - 13 -
condeno; vai, e de agora em diante não peques mais” (v. 11). Isso também foi um sinal. O Se-
nhor Jesus era Deus expresso, ainda assim Ele não condenaria um pecador. Isso não é algo
místico? Ele era uma pessoa divina e mística vivendo no reino divino e místico, fazendo tudo
em um modo divino e místico. Nós deveríamos ser tais pessoas. Se estivermos trabalhando
em um escritório, aqueles ao nosso redor deveriam ter o sentimento que existe algo extraor-
dinário sobre nós. Esse fato extraordinário é divino e místico. Todos nós precisamos ser dis-
cipulados pelo Senhor para ser pessoas divinas e místicas.

Pela misericórdia do Senhor, pude escrever o Hino 129 (Hinos) por causa do discipu-
lar do Senhor. A estrofe 4 desse hino diz:

Somos o Teu Corpo e Noiva, e total reprodução,


Expressão e plenitude, eternal habitação.
Somos Teu prosseguimento, Teu aumento e expansão,
Teu sobejo e crescimento, nós, Contigo, que união!

Escrevi esse hino quando eu estava por volta dos meus sessenta anos, depois que eu
tinha sido discipulado pelo Senhor por mais ou menos quarenta anos.

Os discípulos haviam seguido o Senhor por três anos e meio viram o que Ele fez, como
Ele se comportava, e como Ele falava. Isso os discipulou. Eles viram o viver humano de Cris-
to, Sua morte na cruz por seis horas, e O viram em ressurreição. Cristo usou estes três pro-
cessos — Seu viver humano, Sua morte toda-inclusiva, toda-conclusiva, que libera vida, que
cria o novo homem, e Sua ressurreição que dispensa vida — para discipular Seus seguidores.

Em ressurreição Ele se tornou O Espírito que dá vida e entrou neles. Ele soprou a Si
mesmo neles, dizendo: “Recebei o Espírito Santo” (Jo 20:22). Em Gênesis 2 Deus formou o
homem do pó da terra e soprou nele o fôlego da vida (v. 7). Isso tornou o homem vivente, isto
é, uma pessoa viva. No dia da Sua ressurreição Cristo soprou a Si mesmo dentro dos Seus
discípulos e eles também se tornaram vivos. Eles foram feitos vivos com a vida divina. O Es-
pírito de vida e de realidade que foi soprado neles os guiaria em toda realidade do Senhor que
eles observaram quando estiveram com Ele por três anos e meio. Eu estava na restauração
observando como o irmão Watchman Nee agiu por dezoito anos. Tudo que observei nele se
tornou fatos que me discipularam.

A. O Viver Humano de Cristo

Os seguidores de Cristo foram discipulados pelo viver humano de Cristo na terra, co-
mo o modelo de um homem-Deus — vivendo Deus por negar a Si mesmo em humanidade (Jo
5:19, 30), revolucionando o conceito deles com relação ao homem (Fp 3:10; 1:21a). O conceito
dos discípulos foi revolucionado, pois viram o Senhor Jesus vivendo o Deus vivo e negando a
Si mesmo em Sua humanidade.

Os Grupos Vitais – Witness Lee – Dezembro/1996 (TRADUÇÃO NÃO-OFICIAL, AINDA NÃO REVISADA) - 14 -
B. A Crucificação de Cristo

Mediante a crucificação de Cristo eles foram discipulados a anular sua vida humana a
fim de viver a vida divina (Gl 2:20).

C. A Ressurreição de Cristo

1. Para Conhecê-Lo Como o Primogênito de Deus

Eles também foram discipulados pela ressurreição de Cristo para conhecê-Lo como o
Primogênito de Deus (Rm 1:4; At 13:33; Rm 8:29). Como o Unigênito de Deus, Cristo tinha
apenas a vida e natureza divina. Ele não tinha nada humano. Mas como o Primogênito de
Deus, Ele é divino e humano. Cristo tinha a vida e natureza humana, mas Ele viveu a vida e
natureza divina pelo negar da vida e natureza humana. Esse era Seu viver divino e místico
para discipular todos os Seus seguidores durante aqueles três anos e meio.

2. Para Conhecê-Lo Como o Espírito que dá Vida

Eles também foram discipulados para conhecer Cristo como o Espírito que dá vida (1
Co 15:45).

3. Para a Produção dos Muitos Filhos de Deus

A ressurreição do Cristo foi necessária para a produção dos muitos filhos de Deus co-
mo Sua multiplicação e Seu aumento (Hb 2:10; Jo 12:24).

Se nos abrirmos ao Espírito dentro de nós assim como considerarmos essa comunhão
em oração, seremos discipulados. Apenas os discipulados são os elementos constituintes dos
grupos vitais. Eles têm sido discipulados para serem vitais. Um discípulo é aquele que vive a
vida divina em lugar de sua vida humana. A vitalidade do ministério é devida a pessoas que
vivem a vida divina em lugar de sua vida humana. Então o que elas expressam é divino, resul-
tado de uma vida humana crucificada. Precisamos negar nossa vida humana para liberar algo
divino. Esse é o fator principal da nossa vitalidade.

III. AS TESTEMUNHAS DE CRISTO

Finalmente, somos as testemunhas de Cristo. Em Atos 1:8b o Senhor disse aos discí-
pulos: “E sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e

Os Grupos Vitais – Witness Lee – Dezembro/1996 (TRADUÇÃO NÃO-OFICIAL, AINDA NÃO REVISADA) - 15 -
até os confins da terra.” Uma testemunha é alguém que viu algo. Depois de Paulo ter sido
salvo no caminho para Damasco, o Senhor designou-o para ser Sua testemunha (At 26:16).

A. Testemunhando

1. Que Cristo Havia Ressuscitado

Os discípulos testemunharam que Cristo havia ressuscitado (At 1:22; 3:15; 10:39-41;
13:31). Se somos testemunhas de que Cristo ressuscitou, devemos viver uma vida ressuscita-
da.

2. Que Cristo Foi Ungido por Deus

O Cristo ressurreto foi ungido por Deus para levar a cabo Seu comissionamento (At
10:38-39).

3. Que o Cristo Ressurreto Foi Feito por Deus o Senhor e Cristo


o Líder e Salvador, e o Juiz dos Vivos e os Mortos

O Cristo ressurreto foi feito, por Deus, o Senhor de toda a terra e o Cristo, o Messias,
para levar a cabo a economia do Deus (At 2:32-36). Também foi feito o Líder e Salvador (At
5:30-32). Ele é o Soberano dos reis da terra (Ap 1:5) e Aquele que controla toda a terra a fim
de conciliar as situações de forma que Seus escolhidos possam crer Nele como seu Redentor e
sejam salvos. Também em Sua ressurreição Ele foi feito, por Deus, o Juiz dos vivos e mortos
(At 10:42). Ele julgará os vivos, do seu trono de glória (Mt 25:31-46), e julgará os mortos no
grande trono branco (Ap 20:11-15).

B. Vivendo Cristo

O ponto crucial das testemunhas de Cristo é que eles vivem Cristo (At 22:15; Fp 1:21a;
2 Co 13:3) em Sua ressurreição e pela Sua morte (Fp 3:10). Eles não meramente oram ou fa-
lam sobre Cristo, mas eles vivem uma vida que testemunha Cristo.

Os elementos constituintes dos grupos vitais são os que crêem em Cristo, os discípulos
de Cristo, e as testemunhas de Cristo. Todos os full-time trainees (treinandos em tempo inte-
gral) precisam perceber que estão sendo discipulados pelo viver humano de Cristo, pela Sua
morte toda-inclusiva, e pela Sua ressurreição que dispensa vida. Depois de seu treinamento
eles devem sair não só para ensinar, pregar e propagar, mas para testemunhar. Pela miseri-
córdia do Senhor, eu tenho sido discipulado por mais ou menos setenta anos, e ainda estou
sob o discipular do Senhor hoje.

Os Grupos Vitais – Witness Lee – Dezembro/1996 (TRADUÇÃO NÃO-OFICIAL, AINDA NÃO REVISADA) - 16 -
MENSAGEM TRÊS
OS ELEMENTOS CONSTITUINTES DOS GRUPOS VITAIS
(2)
Leitura Bíblica: Rm 12:5; 8:29; Jo 20:17; 1 Co 14:1,31

SINOPSE

IV. Os membros de Cristo — Rm 12:5:

A. A salvação orgânica de Deus é realizada com Cristo como o seu centro e com
seu Corpo como a propagação.

B. Os membros de Cristo constituem Seu Corpo para Sua propagação e Sua mul-
tiplicação.

C. A multiplicação de Cristo, é mediante Ele como:

1. Um grão de trigo que produz muitos grãos — Jo 12:24.

2. A videira que produz muitos frutos por Sua multiplicação por meio de
Seus ramos, Seus membros — Jo 15:5.

D. Tais multiplicações de Cristo propagam Deus pelo falar para o aumento de


Cristo, a Sua noiva — Jo 3:29-30:

1. Ele fala as palavras de Deus para o dispensar do Espírito sem medida —


Jo 3:34.

2. Suas palavras, faladas por Ele e recebidas por Seus crentes, ministram
espírito e vida.

V. Os irmãos de Cristo — Rm 8:29; Jo 20:17:

A. Em Sua economia neotestamentária, Deus fala pelo Filho — Hb 1:2.

B. A filiação divina em glória (Rm 8:15, 23; Jo 17:22) é corporativa, consistindo


em:

1. Cristo como o Primogênito de Deus — Rm 8:29

2. Seus crentes como os muitos filhos de Deus — Hb 2:10.

C. Como o Primogênito de Deus sendo a Palavra de Deus (Jo 1:1) é o oráculo de


Deus falando e dispensando de Deus para levar a cabo Sua economia eterna,
então os muitos filhos de Deus sendo membros da Palavra de Deus são o orá-
culo de Deus falando e dispensando Deus para a propagação de Deus e o au-
mento de Cristo.

VI. Os profetas de Deus — 1 Co 14:1, 31:

Os Grupos Vitais – Witness Lee – Dezembro/1996 (TRADUÇÃO NÃO-OFICIAL, AINDA NÃO REVISADA) - 17 -
A. Uma vez que todos os filhos de Deus são os oráculos de Deus, eles se tornam
profetas de Deus, as pessoas que falam Deus, falam por Deus e falam expres-
sando Deus.

B. De acordo com 1 Coríntios 14 as reuniões dos que crêem deveriam ser reuniões
para o falar de Deus.

C. O primeiro versículo de 1 Coríntios 14 diz que devemos buscar com zelo os


dons espirituais, mas especialmente que nós possamos profetizar, falando
Deus, falando por Deus, e expressando Deus.

D. O versículo 31 diz que todos os que crêem podem profetizar, falando Deus, fa-
lando por Deus, e expressando Deus, um após o outro.

E. O trecho dos versículos 3 a 4 nos revela que profetizar, falar Deus, falar por
Deus, e falar expressando Deus, edifica, encoraja e consola as pessoas.

F. O versículo 5 diz que o apóstolo Paulo desejou especialmente que profetize-


mos, falando Deus, falando por Deus, e expressando Deus, e que o maior é a-
quele que profetiza, falando Deus, falando por Deus, e expressando Deus.

G. Por essa razão Deus deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao
pleno conhecimento da verdade, para que eles podem profetizar, falando Deus,
falando por Deus, e expressando Deus — 1 Tm 2:4.

H. Conseqüentemente, nós, os crentes como os filhos de Deus para ser os profetas


de Deus, devemos falar a palavra de Deus em tempo e fora de tempo, para le-
var a cabo a economia eterna de Deus — 2 Tm 4:2.

Os Grupos Vitais – Witness Lee – Dezembro/1996 (TRADUÇÃO NÃO-OFICIAL, AINDA NÃO REVISADA) - 18 -
Na mensagem anterior vimos os primeiros três itens dos elementos constituintes dos
grupos vitais: os que crêem em Cristo, os discípulos de Cristo, e as testemunhas de Cristo. Na
primeira mensagem nós assinalamos que para viver a vida de igreja precisamos seguir com
aqueles que invocam o nome do Senhor com um coração puro (2 Tm 2:22). Também, Preci-
samos aprender como apreciar Cristo como o Espírito em nosso espírito para ser a graça
permanente para nosso desfrute (4:22). Devemos perguntar a nós mesmos se praticarmos
isso em nosso dia-a-dia. Em nosso viver diário, apreciamos Cristo como Espírito que dá vida,
em nosso espírito para ser a graça permanente para nosso desfrute? Nós podemos orar por
isso, mas nós praticamos nossa oração? Devemos admitir que não permitimos ao Senhor dis-
cipular-nos plenamente neste aspecto.

O apóstolo Pedro nasceu um judeu típico. Seu conceito era completamente judeu, e
ele era um pescador. Mas um dia, o divino e místico Jesus, veio para ele. O Senhor Jesus era
tão cativante de um modo misterioso. Quando Ele disse que Pedro viesse após Ele, ele imedi-
atamente deixou seu trabalho e O seguiu (Mt 4:18-20). Jesus gastou tempo com Pedro, dia e
noite por três anos e meio, para discipulá-lo a fim de que pudesse ser como Ele era, um ho-
mem-Deus. Jesus era um homem, até um judeu, mas Ele viveu algo divino. O conceito do
Pedro foi mudado de peixe para homens, ganhar homens para economia de Deus.

Podemos ser capazes de dizer que precisamos viver a vida divina negando nossa vida
natural. Podemos ser oradores eloqüentes, mas vivemos tal vida? Sou grato ao Senhor porque
Ele não nos deixará ir. Ele discipulou pecadores e cobradores de impostos para tornar-lhes
homens-Deus que pudessem viver Cristo. Ele está nos discipulando de forma que possamos
ser os genuínos constituintes dos grupos vitais. Nesta mensagem queremos ver os últimos
três itens destes elementos constituintes: os membros de Cristo, os irmãos de Cristo, e os
profetas de Deus.

IV. OS MEMBROS DE CRISTO

Depois de termos sido discipulados para ser testemunhas de Cristo, somos qualifica-
dos para ser Seus membros. Romanos 12:5 diz: “Assim também nós, conquanto muitos, so-
mos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros.” Como membros de Cristo, somos
uma parte dele.

A. A Salvação Orgânica de Deus É Realizada com Cristo


como o Seu Centro e com Seu Corpo como a Propagação

A salvação orgânica de Deus ocorre com Cristo, a Cabeça, como o centro, e Seu Corpo
como a propagação.

B. Constituindo Seu Corpo

Os membros de Cristo constituem Seu Corpo para Sua propagação e Sua multiplica-
ção. Nós na restauração do Senhor estamos propagando Cristo para Sua multiplicação, mas

Os Grupos Vitais – Witness Lee – Dezembro/1996 (TRADUÇÃO NÃO-OFICIAL, AINDA NÃO REVISADA) - 19 -
nosso fator de multiplicação não tem sido tão alto. Cristo é imenso, então Ele precisa de um
Corpo imenso, com muitos membros por meio de Sua multiplicação. Precisamos nos lembrar
destas duas palavras: propagação e multiplicação.

C. A Multiplicação de Cristo

1. Um Grão de Trigo

A multiplicação de Cristo é por Ele sendo um grão de trigo que produz muitos grãos
(Jo 12:24). Ele é o grão original sem igual, e nós somos os muitos grãos. Em nossa função nós
deveríamos ser o mesmo que Cristo para Sua multiplicação.

2. A Videira

Em João 15:5 o Senhor disse: “Eu sou a videira; vós os ramos.” Os ramos não são para
florescer mas para produzir frutos. Cristo, como a videira, produz muitos frutos por Sua mul-
tiplicação por meio de Seus ramos, Seus membros.

D. Propagando Deus Pelo Falar

A multiplicação de Cristo propaga Deus pelo falar para o aumento de Cristo, a Sua
noiva. João Batista disse: “O que tem a noiva é o noivo (...) . É necessário que ele cresça e eu
diminua” (Jo 3:29-30). Esse aumento é a noiva.

1. Falando as Palavras de Deus

Cristo fala as palavras de Deus para o dispensar do Espírito sem medida (Jo 3:34).
Nosso falar deve ser seguido pelo Espírito para dispensar.

2. Ministrando Espírito e Vida

Suas palavras, faladas por Ele e recebidas por Seus crentes, ministram espírito e vida
(Jo 6:63). Quando as palavras de Deus faladas por nós são recebidas no espírito de outros,
elas se tornam espírito e vida para eles. A multiplicação de Cristo propaga Deus por Seu falar
e pelo nosso falar. O falar Dele e o nosso falar devem ser o mesmo. Eles deviam ser seguidos
pelo Espírito. Cristo é a Palavra de Deus, e nós somos os membros de Cristo. Então, somos

Os Grupos Vitais – Witness Lee – Dezembro/1996 (TRADUÇÃO NÃO-OFICIAL, AINDA NÃO REVISADA) - 20 -
membros da Palavra de Deus. Como tal, devemos ser o oráculo de Deus, aqueles que falam,
para propagar Deus para a multiplicação e aumento de Cristo.

V. OS IRMÃOS DE CRISTO

Os constituintes dos grupos vitais também são os irmãos de Cristo. Romanos 8:29 diz
que Cristo é o Primogênito entre muitos irmãos. Em João 20:17 o Cristo ressurreto disse a
Maria: “Vai ter com Meus irmãos.” Antes de Sua ressurreição Cristo nunca chamou Seus dis-
cípulos de irmãos. Mas em ressurreição Ele reconheceu que todos Seus discípulos eram Seus
irmãos. Ele é o Primogênito de Deus e nós somos os muitos filhos de Deus, Seus muitos ir-
mãos.

A. Falando Pelo Filho

Em Sua economia neotestamentária, Deus fala pelo Filho (Hb 1:2).

B. A Filiação Divina em Glória É Corporativa

A filiação divina em glória é uma questão corporativa. Romanos 8:15 e 23 falam da fi-
liação. Da mesma forma, João 17:22 nos dá a definição de filiação. A filiação é o direito divino
de expressar Deus em Sua vida e natureza para Sua glória. A filiação divina em glória é corpo-
rativa, consistindo em Cristo como o Primogênito de Deus (Rm 8:29) e Seus crentes como os
muitos filhos de Deus (Hb 2:10).

C. Os Muitos Filhos de Deus São os Membros da


Palavra de Deus para Ser o Oráculo de Deus

Como o Primogênito de Deus sendo a Palavra de Deus (Jo 1:1) é o oráculo de Deus fa-
lando e dispensando de Deus para levar a cabo Sua economia eterna, então os muitos filhos
de Deus sendo membros da Palavra de Deus são o oráculo de Deus falando e dispensando
Deus para a propagação de Deus e o aumento de Cristo. O Primogênito de Deus é o oráculo
de Deus, e nós somos os muitos filhos. Isso significa que todos os filhos são os oráculos de
Deus de forma que Deus pode ter uma expansão e Cristo pode ter um aumento.

VI. OS PROFETAS DE DEUS

A. Aqueles que Falam Deus, Falam Por Deus e Expressam Deus

Os constituintes dos grupos vitais também são os profetas de Deus (1 Co 14:1, 31).
Uma vez que todos os filhos de Deus são os oráculos de Deus, eles se tornam profetas de

Os Grupos Vitais – Witness Lee – Dezembro/1996 (TRADUÇÃO NÃO-OFICIAL, AINDA NÃO REVISADA) - 21 -
Deus, as pessoas que falam Deus, falam por Deus e expressam Deus. Um profeta é aquele que
fala. A palavra grega para profetizar significa falar por ou expressar.

B. Reuniões para o Falar de Deus

De acordo com 1 Coríntios 14 as reuniões dos que crêem deveriam ser reuniões para o
falar de Deus. As reuniões no Cristianismo são para um orador falar, mas de acordo com 1
Coríntios 14, todos os santos devem falar (v. 26, 31).

C. Desejar Intensamente Profetizar

O primeiro versículo de 1 Coríntios 14 diz que devemos buscar com zelo os dons espi-
rituais, mas especialmente que nós possamos profetizar, falando Deus, falando por Deus, e
expressando Deus.

D. Todos Podem Profetizar

Primeira Coríntios 14:31 diz que todos os que crêem podem profetizar, falando Deus,
falando por Deus, e expressando Deus, um após o outro. Eu estou preocupado com o fato de
que muitos de nós nunca falaram em uma reunião da igreja. Podemos usar só nossos olhos e
orelhas na reunião, e deixar nossa boca em casa. Devemos exercitar nosso espírito e usar nos-
sa boca nas reuniões para falar pelo Senhor.

E. Edificar, Encorajar e Consolar

O trecho dos versículos 3 a 4 nos revela que profetizar, falar Deus, falar por Deus, e fa-
lar expressando Deus, edifica, encoraja e consola as pessoas.

F. Paulo Desejou Especialmente


que Profetizemos

O versículo 5 diz que o apóstolo Paulo desejou especialmente que profetizemos, falan-
do Deus, falando por Deus, e expressando Deus, e que o maior é aquele que profetiza, falando
Deus, falando por Deus, e expressando Deus.

Os Grupos Vitais – Witness Lee – Dezembro/1996 (TRADUÇÃO NÃO-OFICIAL, AINDA NÃO REVISADA) - 22 -
G. Deus Deseja que Todos os Homens Sejam Salvos
e Cheguem ao Pleno Conhecimento da Verdade
para que Possam Profetizar

Por essa razão Deus deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno co-
nhecimento da verdade, para que eles possam profetizar, falando Deus, falando por Deus, e
expressando Deus (1 Tm 2:4). Não podemos falar e não falamos porque não temos o conhe-
cimento da verdade. Precisamos chegar ao pleno conhecimento da Palavra de Deus, Sua Ver-
dade, para que possamos profetizar.

H. Falar a Palavra de Deus em Tempo e Fora de Tempo

Conseqüentemente, nós, os crentes, como os filhos de Deus para ser os profetas de


Deus, devemos falar a palavra de Deus em tempo e fora de tempo, para levar a cabo a econo-
mia eterna de Deus (2 Tm 4:2).

Nesta mensagem e na mensagem anterior vimos seis aspectos dos elementos constitu-
intes dos grupos vitais. Primeiro, somos os que crêem em Cristo, que são transferidos de A-
dão para Cristo, regenerado para ser a nova criação, unido com Cristo na vida divina, e ligado
a Cristo como um espírito. Também, somos os discípulos de Cristo. Todos nós precisamos ser
discipulados para ser homens-Deus.

Pedro era um pescador judeu, não um homem-Deus. Mas Cristo chamou Pedro com a
intenção de discipulá-lo para passar de judeu para homem-Deus. Aquele que chamou Pedro,
Jesus Cristo, era um homem-Deus. Ele era um judeu, mas não viveu uma vida judia. Ele vi-
veu a vida divina negando Sua vida judia. Viver a vida divina O fez divino. Negar Sua vida
judia O fez místico. Desse modo, Ele era um homem no reino divino, místico. Pedro estava no
reino judeu, natural, mas Cristo o chamou com a intenção de discipulá-lo por três anos e
meio para mostrar-lhe que tipo de homem ele deveria ser.

Não devemos ser homens judeus, homens chineses, ou homens americanos, mas ho-
mens-Deus. Discipular um judeu em um homem-Deus é um feito maravilhoso. O Senhor
Jesus soube que isso não seria um trabalho rápido. Ele sabia que iria precisar de três anos e
meio. Ele encarregou Pedro de segui-Lo de forma que Pedro pudesse observar o que Ele fazia,
como Ele vivia, e como Ele falava. Aparentemente Jesus era um judeu, mas na verdade Ele
viveu a vida divina negando a vida judia. Esse foi o modo como Ele discipulou Seus seguido-
res.

Eles também viram como Ele foi crucificado e ressuscitado. Eles viram um homem-
Deus vivendo a vida divina negando a vida natural para ser crucificada e ressuscitada. Na
noite do dia da ressurreição de Cristo, os discípulos estavam reunidos em tristeza e medo. De
repente, Jesus veio e permaneceu em seu meio e disse: “Paz seja convosco” (Jo 20:19). Então
Ele soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo” (v. 22). Naquele momento Ele en-
trou nos discípulos. Antes daquele momento Pedro freqüentemente falava de um modo tolo.
Mas depois que o Senhor soprou a Si mesmo para dentro de Pedro e encheu-o com Seu Espí-
rito para capacitá-lo, Pedro deu uma mensagem maravilhosa no dia de Pentecostes.

Os Grupos Vitais – Witness Lee – Dezembro/1996 (TRADUÇÃO NÃO-OFICIAL, AINDA NÃO REVISADA) - 23 -
Nos quatro Evangelhos vemos Jesus vivendo a vida de um homem-Deus, e em Atos
nós vemos os discípulos também vivendo tal vida. Pelo fato deles terem sido discipulados
pelo Senhor, Ele disse-lhes que eles seriam Suas testemunhas. Eles também eram os mem-
bros de Cristo, as partes de Cristo, para propagar Deus, multiplicar Cristo, e aumentar Cristo.
Três palavras críticas nesta mensagem são: propagação, multiplicação, e aumento. A propa-
gação de Deus, a multiplicação de Cristo, e o aumento de Cristo ocorrem por falarmos a pala-
vra de Deus para dispensar Cristo como vida para a produção e edificação do Corpo de Cristo.

Os discípulos se tornaram o oráculo de Deus, os falantes filhos de Deus. O Senhor Je-


sus falou continuamente em Seu ministério na terra. Parte do Seu maravilhoso falar é regis-
trada em Mateus nos capítulos de 5 a 7, 13, e de 24 a 25 e em João nos capítulos de 14 a 16,
mais Sua oração no capítulo dezessete. Ele é o falante Filho do falante Deus. Ele era oráculo
de Deus, e todos Seus irmãos, os muitos santos, são o mesmo. Desse modo, somos os falantes
filhos do falante Deus. Finalmente, todos nós nos tornamos profetas de Deus, que falam
Deus, falam por Deus, e falam expressando Deus para a edificação dos santos e para a edifi-
cação da igreja, o Corpo de Cristo, para consumar a Nova Jerusalém para a realização de eco-
nomia eterna de Deus. Precisamos ser discipulados pelo Senhor com todos os pontos destas
mensagens.

Os Grupos Vitais – Witness Lee – Dezembro/1996 (TRADUÇÃO NÃO-OFICIAL, AINDA NÃO REVISADA) - 24 -
MENSAGEM QUATRO
A NOVA CRIAÇÃO DE DEUS TORNANDO-SE O ORÁCULO DE DEUS
PARA SEU DISPENSAR E EXPANSÃO

SINOPSE

I. Como os elementos constituintes dos grupos vitais, precisamos lembrar e perceber


que somos a nova criação regenerada de Deus, unidos a Cristo em Sua vida divina, li-
gados a Cristo como um espírito.

II. Discipulados para passarmos de homem natural para homem-Deus, vivendo a vida
divina por meio de negar a nossa vida natural de acordo com o modelo de Cristo como
o primeiro homem-Deus.

III. Tornando-se as testemunhas de Cristo para magnificá-Lo por meio de vivê-Lo.

IV. Sendo os membros de Cristo, constituindo um organismo para o Seu aumento medi-
ante Sua multiplicação.

V. Sendo Seus irmãos que participam com Ele na filiação divina com o direito divino de
expressar Deus principalmente pelo falar para o dispensar de Deus por meio de Seu
oráculo.

VI. Como oráculo de Deus nos tornando os profetas de Deus falando Deus, falando por
Deus, e expressando Deus.

VII. Para a produção de frutos para a multiplicação e expansão de Deus.

VIII. Por contatar as pessoas apascentando-as:

A. De acordo com o amor de Deus para com a raça humana caída.

B. Seguindo os passos do Deus Triúno processado em buscar e ganhar as pessoas


caídas:

1. O Filho como o pastor buscando a ovelha perdida.

2. O Espírito como a mulher buscando a moeda perdida.

3. O Pai como o pai do filho pródigo esperando e vigiando para receber o


filho pródigo retornando para a casa do pai.

Os Grupos Vitais – Witness Lee – Dezembro/1996 (TRADUÇÃO NÃO-OFICIAL, AINDA NÃO REVISADA) - 25 -
Nesta mensagem queremos ver que nova criação de Deus se torna o Seu oráculo para
o Seu dispensar e expansão. A palavra oráculo se refere ao falar de Deus, às pessoas que le-
vam a cabo o falar de Deus, ou ao lugar do falar de Deus. Aqueles que foram usados pelo Se-
nhor para escrever a Bíblia eram o oráculo de Deus. Entre eles, Moisés foi notável e Paulo
ainda mais notável. Eram pessoas que falavam por Deus. Da mesma forma, o que eles escre-
veram e falaram era o oráculo de Deus, o falar de Deus. No passado, a cobertura da arca era o
oráculo, o lugar onde Deus falava com Seu povo. Essa cobertura era chamada de trono de
misericórdia, ou propiciatório, cobrindo todos os defeitos do povo de Deus (Êx 25:16-22).
Deus tomou aquele lugar, aquele centro, como Sua base oratória, para falar com Seu povo.
No Novo Testamento o apóstolo Paulo era aquele que estava sempre na realidade do Santo
dos Santos, no interior da arca, significando Cristo. Cristo, com Sua redenção judicial, se tor-
nou o melhor lugar onde Deus fala com Seu povo, e esse lugar é o oráculo (Rm 3:24-25). Hoje
na restauração do Senhor não existem apenas o falar de Deus e os que falam por Deus, mas
também Cristo com Sua redenção judicial sendo o oráculo de Deus. Desde 1922 tem existido
o falar de Deus ininterruptamente, Seu oráculo em Sua restauração.

I. A NOVA CRIAÇÃO REGENERADA DE DEUS

Como os elementos constituintes dos grupos vitais, precisamos lembrar e perceber


que somos a nova criação regenerada de Deus, unidos a Cristo em Sua vida divina, ligados a
Cristo como um espírito (2 Co 5:17; 1 Co 6:17). Não somos pessoas meramente geradas na
velha criação. Fomos gerados duas vezes. A primeira vez foi por nossos pais para ser a velha
criação. Fomos gerados para ser o homem natural, mas um dia fomos regenerados. Nossa
certidão de nascimento é um documento importante e oficial que registra a data de nosso
nascimento físico. Nossa segunda certidão de nascimento, do nosso nascimento espiritual é
vista em Romanos 8:16, que diz que o Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos
de Deus. Nossa certidão de nascimento é um duplo espírito, o Espírito com o nosso espírito.

II. DISCIPULADOS A FIM DE PASSAR


DE HOMEM NATURAL PARA HOMEM-DEUS

Estamos sendo discipulados para passarmos de homem natural para homem-Deus,


vivendo a vida divina por meio de negar a nossa vida natural de acordo com o modelo de
Cristo como o primeiro homem-Deus (Mt 28:19). Os jovens vieram para o treinamento de
tempo integral não para serem treinados na compreensão humana, mas para serem discipu-
lados na compreensão divina. Enquanto estou os ajudando a serem discipulados, também
estou sendo discipulado dia-a-dia em muitos aspectos para viver a vida divina negando mi-
nha vida natural.

Devemos viver tal vida de acordo com o modelo de Cristo como o primeiro homem-
Deus. Quando Cristo estava na terra, Ele negou Sua vida natural, negou a Si mesmo. Ele disse
que o que quer que Ele dissesse não era Sua própria palavra, mas a palavra do Pai que O en-
viou (Jo 14:24). Ele nunca fez qualquer coisa por Si mesmo (5:19,30). Ele fez tudo a partir e
por meio do Pai que envia. Ele não era Aquele que envia, mas o Enviado. Ele não viveu a Si

Os Grupos Vitais – Witness Lee – Dezembro/1996 (TRADUÇÃO NÃO-OFICIAL, AINDA NÃO REVISADA) - 26 -
mesmo; ao invés disso, Ele viveu Aquele que envia, o Pai (6:57a). Esse é o modelo do primei-
ro homem-Deus.

Nunca existiu tal homem em toda história humana. Abraão e Moisés eram bons, mas
eles não eram homens-Deus. Após a encarnação de Deus existiu um homem particular na
terra que era um homem-Deus. Esse homem-Deus não viveu Sua vida humana. Ao invés dis-
so, Ele viveu a vida divina, o próprio Deus, negando Sua vida humana. O Senhor chamou al-
guns para segui-Lo apenas para ver como Ele vivia, de forma que Ele pudesse mostrar-lhes o
modelo de um homem-Deus. Por três anos e meio eles viram e foram discipulados por esse
modelo. Na vida da igreja nós também estamos sendo discipulados pelo Senhor. A vida da
igreja é uma vida discipuladora para discipular-nos a deixar de ser um homem natural para
ser um homem-Deus. Deus não se importa se você é um homem bom ou um homem mau,
porque todo nosso homem natural, bom ou mau, deve ir para a cruz. Todas as pessoas natu-
rais devem ser discipuladas pela cruz pelo fato de termos outra Pessoa em nós. Temos outra
vida e natureza, ambas divinas, de acordo com as quais devemos viver.

III. TORNANDO-SE AS TESTEMUNHAS DE CRISTO

Pelo discipular do Senhor nos tornamos as testemunhas de Cristo para magnificá-Lo


por meio de vivê-Lo (At 1:8; Fp 1:19-21a). Somos as genuínas testemunhas de Cristo em nos-
so viver diário? Muitas irmãs estão muito preocupadas com o seu penteado e sobre como seu
cabelo se parece. Elas gastam muito tempo na frente do espelho para cuidar de seu cabelo.
Essa é a conduta de uma testemunha de Cristo? Devemos ser Suas testemunhas em todo o
nosso ser.

Paulo era tal testemunha. Depois que ele foi salvo no caminho de Damasco, o Senhor
lhe enviou Ananias. Ananias disse a Paulo: “Porque terás de ser sua testemunha diante de
todos os homens, das coisas que tens visto e ouvido” (At 22:15). Quando as pessoas viram
Paulo, eles viram Cristo. Ele era realmente digno de dizer: “Estou crucificado com Cristo;
logo, já não sou em quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gl 2:19b-20a). Pela provisão abun-
dante do Espírito de Jesus Cristo, Paulo vivia Cristo a fim de magnificá-Lo. Ele desejou mag-
nificar a Cristo pela vida e pela morte (Fp 1:19-21). Diariamente Paulo era uma demonstra-
ção, uma exibição, de Cristo, para mostrar e apresentar o Cristo exaltado a outros. Em seu
viver Paulo era Cristo porque para ele o viver era Cristo. Devemos ser discipulados de tal
forma que nos tornemos tais testemunhas vivas.

IV. PARA SER OS MEMBROS DE CRISTO

Somos os membros de Cristo, constituindo um organismo para o Seu aumento medi-


ante a Sua multiplicação (Rm 12:5; Jo 15:5). Pelo fato de sermos os membros de Cristo, so-
mos uma parte dele. Somos membros de Cristo, não individualmente, mas corporativamente.
Estou nos Estados Unidos por mais de trinta e três anos, e sempre tentei praticar ministran-
do Cristo, não individualmente, mas com meus cooperadores. Isso é para o aumento de Cris-

Os Grupos Vitais – Witness Lee – Dezembro/1996 (TRADUÇÃO NÃO-OFICIAL, AINDA NÃO REVISADA) - 27 -
to. Cristo deve ser multiplicado de forma que Ele possa ter um aumento. Em João 3 a noiva é
o aumento do Noivo (vv. 29-30), do mesmo modo que Eva era o aumento de Adão.

V. PARA SER SEUS IRMÃOS

Somos Seus irmãos que participam com Ele na filiação divina com o direito divino de
expressar Deus principalmente pelo falar para o dispensar de Deus mediante o Seu oráculo
(Rm 8:29; Hb 1:2). O Senhor Jesus esteve com os discípulos por três anos e meio, mas Ele
nunca os chamou de Seus irmãos antes de Sua ressurreição. Quando Ele ressuscitou, disse à
Maria: “Vai ter com os Meus irmãos, e dize-lhes: Subo para Meu Pai e vosso Pai, para Meu
Deus e vosso Deus.” (Jo 20:17) Por meio da regeneração em ressurreição, todos nós nos tor-
namos Seus irmãos (1 Pe 1:3). Sua ressurreição foi uma notável liberação de Si mesmo como
o Primogênito de Deus e de nós como Seus muitos irmãos, os muitos filhos de Deus. Nós so-
mos Seus irmãos, participando em Sua divina filiação.

VI. TORNANDO-SE OS PROFETAS DE DEUS

Como oráculo de Deus nós nos tornamos os profetas de Deus falando Deus, falando
por Deus, e expressando Deus (1 Co 14:1, 31).

VII. PARA A PRODUÇÃO DE FRUTOS

Nosso falar por Deus é para a produção de frutos para a multiplicação e expansão de
Deus (Jo 15:5). Uma árvore se multiplica e se expande mediante a produção de frutos.

VIII. POR CONTATAR AS PESSOAS APASCENTANDO-AS

Produzimos frutos por contatar as pessoas apascentando-as. Devemos ser aqueles que
estão sempre apascentando e ensinando por falar expressando Cristo para outros. Todos os
apóstolos são os principais faladores da palavra de Deus. Enquanto eles estão falando a pala-
vra de Deus, eles também apascentam os santos, as igrejas, e seus cooperadores. Paulo, em
especial, era um modelo de alguém que ensinou e apascentou pessoas. Em 1 Timóteo 3:2
Paulo disse que os presbíteros deveriam ser “aptos para ensinar”. Então em 1 Timóteo 5:17
ele disse que os presbíteros que trabalham na palavra e no ensino são merecedores de dobra-
dos honorários. Todos nós devemos seguir esse padrão de falar por Deus apascentando ou-
tros.

Os Grupos Vitais – Witness Lee – Dezembro/1996 (TRADUÇÃO NÃO-OFICIAL, AINDA NÃO REVISADA) - 28 -
A. De acordo com o Amor de Deus

Nosso apascentar deve ser de acordo com o amor de Deus para com a raça humana
caída. A raça humana caída é unida a Satanás para ser seu mundo em seu sistema, mas Deus
tem um coração de amor para com essas pessoas.

B. Seguindo os Passos do Deus Triúno Processado


em Buscar e Ganhar as Pessoas Caídas

Meu encargo nesta mensagem é que devemos aprender dos apóstolos, dos presbíte-
ros, e até do Deus Triúno. Devemos seguir os passos do Deus Triúno processado em Seu bus-
car e ganhar as pessoas caídas. Lucas 15 registra que os escribas e fariseus criticaram o Se-
nhor dizendo: “Este acolhe pecadores e come com eles” (v. 2). Então o Senhor disse três pa-
rábolas maravilhosas, que revelam o amor redentor do Deus Triúno para com os pecadores.

1. O Filho como o Pastor Buscando a Ovelha Perdida

O Filho como o pastor deixaria as noventa e nove para buscar a ovelha perdida (Lc
15:3-7).

2. O Espírito como a Mulher Buscando a Moeda Perdida

A segunda parábola é aquela de uma mulher buscando uma moeda perdida (vv. 8-10).
Isso tipifica o Espírito buscando um pecador perdido. O achar do Filho aconteceu fora do
pecador e foi completado na cruz pela Sua morte redentora. O buscar do Espírito é interior e
é levado a cabo pela obra interior no pecador arrependido.

3. O Pai como o Pai do Filho Pródigo

Por causa do passo do Filho em buscar o pecador por meio de morrer na cruz e do
passo do Espírito de santificar por procurar e limpar o interior do pecador, o pecador volta à
sobriedade. Isso é mostrado pelo fato do filho pródigo ter voltado a si e desejado retornar ao
seu pai (vv. 17-18). Primeira Pedro 1:2 revela que antes de recebermos a aspersão do sangue
de Cristo, o Espírito Santo nos santificou. Essa é a Sua santificação buscadora. O pecador é
despertado pela busca do Espírito para levá-lo a retornar ao Pai. Quando o filho pródigo re-
tornou, seu pai viu-o enquanto ele ainda estava longe no caminho. Isso indica que o pai esta-
va esperando e vigiando esperançosamente, dia após dia, pelo retorno de seu filho. Quando

Os Grupos Vitais – Witness Lee – Dezembro/1996 (TRADUÇÃO NÃO-OFICIAL, AINDA NÃO REVISADA) - 29 -
seu pai viu-o, ele correu para receber seu filho que havia retornado (Lc 15:20). Isso mostra
que Deus, o Pai, corre para receber o retorno dos pecadores.

Espero que haja um genuíno reavivamento por recebermos este encargo de apascen-
tar. Se todas as igrejas receberem este ensinamento para participar do maravilhoso apascen-
tar de Cristo, existirá um grande reavivamento na restauração. No passado tivemos muito
falar e ensino com pouco apascentamento. Apascentar e ensinar devem ser como os dois pés
para nosso mover com o Senhor. Nosso apascentamento deve sempre ser com ensino, e nosso
ensino deve sempre ser com apascentamento.

Vimos em nosso estudo-cristalização do Evangelho de João que seu último capítulo,


João 21, revela o ministério apostólico em cooperação com ministério celestial de Cristo. Em
Seu ministério divino Cristo está apascentando as pessoas, e nós precisamos cooperar com
Ele apascentando pessoas. Sem apascentar, nosso trabalho para o Senhor não será eficaz.
Devemos aprender todas as verdades de forma que possamos ter algo para falar e então ir
contatar pessoas para apascentá-las.

Apascentar é algo divino. A fim de ser um pastor, devemos ser uma testemunha de
Cristo, um membro de Cristo, e um irmão de Cristo, compartilhando Sua filiação. Então par-
ticiparemos do oráculo da filiação para nos tornar profetas. Como um profeta para oráculo de
Deus, falaremos pelo Senhor. Enquanto isso, precisamos apascentar as pessoas. Esse é o ca-
minho para ser frutífero, ter a multiplicação e o aumento. Se este tipo de comunhão for rece-
bido por nós, eu acredito que existirá um grande reavivamento na terra, não por alguns gi-
gantes espirituais, mas pelos muitos membros do Corpo de Cristo sendo pastores que seguem
os passos do Deus Triúno processado em buscar e ganhar pessoas caídas.

Os Grupos Vitais – Witness Lee – Dezembro/1996 (TRADUÇÃO NÃO-OFICIAL, AINDA NÃO REVISADA) - 30 -
MENSAGEM CINCO

A GRANDE COMISSÃO DE CRISTO EM RESSURREIÇÃO


Leitura Bíblica: At 1:2-3; Mt 28:16-20; Mc 16:15; Lc 24:47;
At 2:32-36; 5:30-32; 22:15; 1:8

SINOPSE

I. O Cristo em ressurreição:

A. O Cristo em Sua encarnação:

1. Para levar Deus para dentro do homem, fazendo Deus e o homem um.

2. Para viver na vida humana a fim de expressar Deus, sobretudo para ex-
pressar os atributos de Deus em Suas virtudes humanas.

3. Para cumprir a morte toda-terminadora e toda-redentora para encerrar


Seu ministério em Sua encarnação.

B. O Cristo em Sua ressurreição:

1. Mediante Sua morte Cristo entrou na Sua ressurreição para levar a ca-
bo Seu ministério no estágio de Sua inclusão.

2. Por meio de todos os que crêem Nele como Seu Corpo para cumprir a
economia eterna de Deus.

II. A comissão de Cristo:

A. Depois que Cristo entrou em Sua ressurreição, do estágio de Sua encarnação


para o estágio de Sua inclusão, Ele permaneceu entre Seus apóstolos por qua-
renta dias para prepará-los para levar a cabo Seu ministério celestial em Sua
ressurreição — At 1:2-3.

B. No final de Sua preparação dos apóstolos, de quarenta dias, Ele lhes deu Sua
grande comissão.

C. Com toda autoridade dada a Ele no céu e na terra — Mt 28:18.

D. Os onze apóstolos receberam a grande comissão de Cristo não apenas como


apóstolos, mas também como discípulos — Mt 28:16:

1. Para discipular as nações e ensiná-las os ensinamentos de Cristo — Mt


28:19-20.

2. Para pregar o evangelho a toda criação — Mc 16:15.

3. Para pregar arrependimento para perdão de pecados — Lc 24:47.

Os Grupos Vitais – Witness Lee – Dezembro/1996 (TRADUÇÃO NÃO-OFICIAL, AINDA NÃO REVISADA) - 31 -
4. Para testemunhar um Cristo ressurreto designado por Deus para ser o
Senhor e Cristo (Messias), o Ungido de Deus, e para ser o Soberano e
Salvador — At 2:32-36; 5:30-32.

5. Para testemunhar Cristo, engrandecê-Lo, mostrá-Lo — At 22:15.

6. Para salvar e ajuntar todo povo escolhido de Deus de Jerusalém, como


em Judéia e Samaria e até às partes mais remotas da terra — todo o
mundo, todas as nações — At 1:8; Mc 16:15; Lc 24:47.

Os Grupos Vitais – Witness Lee – Dezembro/1996 (TRADUÇÃO NÃO-OFICIAL, AINDA NÃO REVISADA) - 32 -
O conteúdo desta mensagem é muito mais difícil do que o das anteriores. Muitos no
passado usaram o termo a grande comissão para descrever o encargo do Senhor para os seus
discípulos antes de Sua ascensão. Mas nesta mensagem queremos desenvolver uma compre-
ensão e aplicação mais profundas desse termo. A grande comissão de Cristo é em ressurrei-
ção. Em ressurreição é uma expressão crucial. A comissão de Cristo não é encontrada em
nenhum outro lugar, exceto em ressurreição. Fora de Sua ressurreição Ele não tem nenhuma
comissão. O Cristo que deu a grande comissão é Alguém em ressurreição. Ele não está apenas
em ressurreição; Ele próprio é ressurreição. Em João 11:25 o Senhor Jesus disse: “Eu sou a
ressurreição e a vida.”

I. O CRISTO EM RESSURREIÇÃO

Para ver o que é a ressurreição, precisamos enxergar que o ministério do Senhor em


sua história tem três estágios. Esta é uma nova luz do Senhor para nós. Nós chamamos estes
três estágios dos três “i’s”: encarnação (incarnation em inglês), inclusão, e intensificação. O
primeiro estágio é o da encarnação, desde o Seu nascimento humano até a Sua morte. Neste
estágio o Senhor estava em carne, mas Ele trabalhava e se movia pelo guiar do Espírito. Pri-
meiramente, Ele foi concebido no ventre de Maria pelo e com o Espírito (Mt 1:18, 20). Então,
Mateus 4:1 diz que Cristo foi guiado pelo Espírito ao deserto para ser tentado por Satanás.
Mateus 12:28 revela que Ele expulsou demônios pelo Espírito de Deus. Hebreus 9:14 diz que
Ele Se ofereceu a Deus na cruz pelo Espírito eterno. Isso mostra que quando Cristo estava em
carne, Ele estava também em ressurreição.

Cristo fez tudo em ressurreição. Em João 5:19 e 30 Ele disse que Ele não fazia nada de
Si mesmo. Pelo contrário, Ele vivia por meio Daquele que O enviou (Jo 6:57a). Isso é ressur-
reição. Em João 14:10 o Senhor disse: “As palavras que Eu vos digo não as falo de Mim mes-
mo; mas o Pai, que permanece em Mim, faz as suas obras.” Aquele que trabalha quando o
Filho fala é ressurreição. Em nosso estudo-cristalização de João ressaltamos que não apenas
Seu ressuscitar de Lázaro, mas também tudo o que Cristo fez foi o exercício de Si mesmo co-
mo ressurreição. Quando Ele estava em carne, Ele tinha uma parte humana de Seu ser que
não era ressurreição. Tudo que é humano não é ressurreição, mas tudo que é divino é ressur-
reição. Ele estava em carne, e, ao mesmo tempo, Ele estava também em ressurreição. Ele vi-
via na carne, mas Ele não vivia pela carne. Ele vivia por um outro fator, outra fonte, ou seja,
por Aquele que O enviou. O que O enviou era o Pai, que é divino. Esse Ser Divino é ressurrei-
ção.

Então quando Cristo passou pela morte e entrou na ressurreição, Ele elevou Sua parte
humana para dentro da divindade. Romanos 1:3 e 4 diz que Cristo, como a semente de Davi
na carne, foi designado o Filho de Deus em ressurreição. Designar é elevar Sua parte humana
para dentro da divindade. Em ressurreição Ele nasceu para ser o primogênito Filho de Deus;
como a semente de Davi Ele foi designado para ser o Filho de Deus. Também, por meio de
Sua ressurreição fomos regenerados, gerados de Deus, para ser os muitos filhos de Deus (1 Pe
1:3; Rm 8:29). Na regeneração Deus gera deuses, que são Seus filhos em Sua vida e natureza,
mas não em Sua deidade (Jo 1:12-13). Isso é porque nossa humanidade tem sido elevada,
ressuscitada. Efésios 2:5-6 revela que fomos vivificados e ressuscitados juntos com Cristo.

Os Grupos Vitais – Witness Lee – Dezembro/1996 (TRADUÇÃO NÃO-OFICIAL, AINDA NÃO REVISADA) - 33 -
Ressurreição significa elevar nossa humanidade para dentro da divindade, do nível da huma-
nidade para o nível da divindade.

A. O Cristo em Sua Encarnação

1. Para Levar Deus para Dentro do Homem

Ressurreição significa divindade. Encarnação significa humanidade. O acontecimento


de Cristo tornar-se um homem foi a Sua entrada no estágio da encarnação por trazer divin-
dade para dentro da humanidade. Isso é trazer Deus para dentro do homem, fazendo Deus e
o homem um, como uma única entidade, única pessoa, único homem-Deus. Isso era sem pre-
cedente na história humana. Não houve ninguém antes de Cristo que foi uma entidade da
divindade com a humanidade.

2. Para Viver em Humanidade a fim de Expressar Deus

Cristo viveu em humanidade para expressar Deus, sobretudo para expressar os atri-
butos de Deus em Suas virtudes humanas. Embora Ele estivesse em humanidade, Ele não
expressava a humanidade. Ele expressava divindade. Ele expressava, principalmente, os atri-
butos de Deus. Os atributos de Deus são o que Deus é. Deus é amor, luz, santidade, e justiça.
Quando estes atributos foram expressos na humanidade de Cristo, eles se tornaram Suas vir-
tudes humanas.

3. Para Cumprir a Morte Toda-Terminadora e Toda-Redentora

Cristo cumpriu uma morte toda-terminadora e toda-redentora para encerrar Seu mi-
nistério em Sua encarnação. Sua única morte terminou todas as coisas negativas. Tudo que
Deus criou se tornou caído e foi terminado pela morte de Cristo. Também, tudo que foi ter-
minado pela morte de Cristo foi redimido; desse modo, Sua morte é toda-terminadora e toda-
redentora. Seu ministério em Sua encarnação foi concluído pela Sua morte.

B. O Cristo em Sua Ressurreição

1. Entrando em Sua Ressurreição

Mediante Sua morte Cristo entrou em Sua ressurreição para levar a cabo Seu ministé-
rio no estágio de Sua inclusão. Antes de Cristo tornar-se um homem, Ele era Deus e o Filho
de Deus. Naquele tempo não havia nada de humanidade Nele. Mas quando Ele foi introduzi-
do na ressurreição mediante Sua morte, Ele se tornou todo-inclusivo. Agora Nele não há ape-

Os Grupos Vitais – Witness Lee – Dezembro/1996 (TRADUÇÃO NÃO-OFICIAL, AINDA NÃO REVISADA) - 34 -
nas divindade, mas também humanidade. Nele há também Sua morte com sua eficácia e Sua
ressurreição com seu poder. Cristo agora não é simples; Ele é todo-inclusivo. Por meio de Sua
morte, Ele entrou em Sua ressurreição a fim de levar a cabo Seu ministério em outro estágio,
o estágio da inclusão. Esse é o estágio de Cristo como o Espírito que dá vida (1 Co 15:45b).

2. Por Meio de Todos os que


Crêem Nele, como Seu Corpo

Cristo levou a cabo Seu ministério no estágio de Sua inclusão por meio de todos os
que crêem Nele, como Seu Corpo, para cumprir a economia eterna de Deus. Muitos usam o
termo a grande comissão, mas eles não vêem que a grande comissão de Cristo é cumprir a
economia eterna de Deus. A maioria pensa que a grande comissão é somente salvar pecado-
res, levar a cabo o exercício de ganhar almas. Ganhar almas é o significado de sua grande
comissão. Mas, de acordo com a Bíblia, nossa grande comissão não é ganhar almas, salvar
pecadores, mas cumprir a economia eterna de Deus. A meta dessa economia eterna é a Nova
Jerusalém, que é uma constituição divina-humana do Deus Triúno, processado e consumado,
com os Seus escolhidos redimidos, regenerados, transformados e glorificados.

III. A COMISSÃO DE CRISTO

A. Preparar os Apóstolos para Levar a Cabo


Seu Ministério Celestial

Depois que Cristo entrou em Sua ressurreição, do estágio da encarnação para o está-
gio da inclusão, Ele permaneceu entre os apóstolos por quarenta dias para prepará-los a levar
a cabo Seu ministério celestial em Sua ressurreição (At 1:2-3).

B. Dando-lhes Sua
Grande Comissão

Ao final desse período de preparação dos apóstolos, Ele lhes deu Sua grande comis-
são.

C. Com Toda Autoridade


Dada a Ele no Céu e na Terra

Esta comissão foi dada por Cristo, a Quem foi dada toda autoridade no céu e na terra
(Mt 28:18).

Os Grupos Vitais – Witness Lee – Dezembro/1996 (TRADUÇÃO NÃO-OFICIAL, AINDA NÃO REVISADA) - 35 -
D. Receber a Grande Comissão como Discípulos

Podemos pensar que a grande comissão de Cristo foi dada apenas aos onze apóstolos
e não a nós. Mas os onze apóstolos receberam a grande comissão de Cristo não apenas como
apóstolos, mas também como discípulos (Mt 28:16). Quando os apóstolos receberam esta
grande comissão, eles não estavam em sua posição de apóstolos. Eles estavam em sua posição
de discípulos, que é a nossa posição. Não temos a posição apostólica, mas temos a de discípu-
los. Como discípulos, somos qualificados a receber a grande comissão de Cristo.

1. Para Discipular as Nações

A grande comissão que o Senhor nos deu é discipular as nações e ensiná-las os ensi-
namentos de Cristo (Mt 28:19-20). Tenho estado sob este discipular por cerca de setenta a-
nos, e ainda estou sendo discipulado pelo Senhor.

2. Para Pregar o Evangelho a Toda Criação

Em Marcos 16:15 o Senhor disse: “Ide por todo o mundo e proclamai o evangelho a
toda a criação.” Colossenses 1:20 diz que Cristo reconciliou todas as coisas Consigo mesmo
por meio de Sua morte. Todas as coisas, quer na terra ou nos céus, foram reconciliadas a
Deus, e o evangelho deve ser pregado a toda criação debaixo do céu (Cl 1:23).

3. Para Pregar o Arrependimento


para o Perdão dos Pecados

Cristo nos comissionou para proclamar arrependimento para perdão de pecados (Lc
24:47). Devemos ter a experiência adequada disso se vamos pregá-Lo. Cada qual que esteja
seguindo o Senhor precisa ter um arrependimento pleno em fazer uma confissão completa,
detalhada, de seus pecados ao Senhor. Em 1935 o irmão Nee esteve em minha cidade natal
liberando uma conferência sobre viver Cristo como nossa vida vitoriosa. Um dia, durante
essa conferência, fui ao local de reunião quando ninguém estava lá para gastar tempo com o
Senhor. Eu tive um arrependimento completo e fiz uma confissão detalhada de meus pecados
ao Senhor por mais de duas horas. Depois daquela confissão, senti que estava plenamente
liberado e leve. Se não confessarmos nossos pecados passados para receber a purificação do
sangue do Senhor com o Seu perdão, estaremos com um fardo muito pesado. A maneira de
sermos liberados desse fardo é fazer uma confissão detalhada de nossos pecados ao Senhor.
Quando experimentarmos tal arrependimento com vistas ao perdão de nossos pecados, esta-
remos aptos a pregar isso eficazmente aos outros.

Os Grupos Vitais – Witness Lee – Dezembro/1996 (TRADUÇÃO NÃO-OFICIAL, AINDA NÃO REVISADA) - 36 -
4. Para Testemunhar um Cristo Ressurreto

O Senhor também nos encarregou de testemunhar um Cristo ressurreto designado


por Deus para ser o Senhor e Cristo (Messias), o Ungido de Deus, e para ser o Soberano e
Salvador (At 2:32-36; 5:30-32).

5. Para Engrandecer Cristo

Testemunhar Cristo é engrandecê-Lo, mostrá-Lo (At 22:15). Quando as pessoas viam


Paulo, elas viam Cristo. Paulo disse que não era mais ele que vivia, mas era Cristo que vivia
nele (Gl 2:20a). Para ele, viver era Cristo (Fp 1:21a). Quando Paulo vivia, ele era Cristo. Nossa
pregação é testemunhar que somos o próprio Cristo que ministramos aos outros. Quando
estamos vivendo Cristo, todas as coisas negativas saem e tudo o que as pessoas vêem é Cristo.
Esta é uma vida vivida em humanidade, mas expressando um Cristo divino. Isso é viver Cris-
to, engrandecê-Lo, mostrá-Lo às pessoas.

6. Para Salvar e Ajuntar Todo o Povo Eleito de Deus

O Senhor comissionou os discípulos para salvar e ajuntar todo o povo escolhido de


Deus tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria e até às partes mais remotas da
terra — todo o mundo, todas as nações (At 1:8; Mc 16:15; Lc 24:47). A Jerusalém de hoje,
para nós, são os nossos conhecidos mais próximos. Devemos salvá-los, ajuntá-los e acolhê-
los. Os que estão laborando pelos interesses do Senhor na Rússia são testemunhas de Cristo
nas partes mais remotas da terra. O objetivo de nossa comissão é, por fim, ganhar todas as
nações, toda a terra.

Para levar a cabo a grande comissão de Cristo em ressurreição, devemos viver a vida
divina em nossa vida humana. Vivemos na vida humana, mas não vivemos a vida humana.
Pelo contrário, vivemos a vida divina na vida humana. Ressurreição quer dizer que nossa vida
natural tem sido crucificada, tem sido conformada à morte de Cristo. Agora vivemos na vida
humana, mas não vivemos a vida humana. Vivemos a vida divina, e esta vida divina é ressur-
reição. Ressurreição significa que nossa vida natural está crucificada. Devemos negar a nós
mesmos, ter nosso homem natural, nossa vida humana, crucificada com Cristo. Então permi-
timos Cristo viver em nós para ser a vida divina. Ressurreição significa não viver nossa vida
natural, mas viver a vida divina. Nossa humanidade é então elevada à vida divina pela e em
ressurreição.

Os Grupos Vitais – Witness Lee – Dezembro/1996 (TRADUÇÃO NÃO-OFICIAL, AINDA NÃO REVISADA) - 37 -
MENSAGEM SEIS
APASCENTAR E ENSINAR — A OBRIGAÇÃO DOS GRUPOS VITAIS
A MANEIRA BÁSICA ORDENADA POR DEUS
NA EDIFICAÇÃO DO CORPO DE CRISTO
PARA CONSUMAR SUA META ETERNA — A NOVA JERUSALÉM
(1)

SINOPSE

I. No ministério de Cristo para levar a cabo a economia eterna de Deus:

A. Apascentar exteriormente:

1. Buscando a ovelha perdida para o Seu regozijo e alegria no céu — Lc


15:4-7.

2. Para a ceifa da colheita de Deus — Mt 9:36-38.

3. Para cuidar do rebanho de Deus:

a. Para ser a porta de entrada e a porta de saída para os eleitos


de Deus — Jo 10:2-5.

b. Para salvação e nutrimento (a pastagem) deles, para que te-


nham a Sua vida e a tenham abundantemente por meio de dar
a Sua vida humana como o bom Pastor — Jo 10:9-15, 17-18.

c. Ajuntando-os como um rebanho — uma igreja — Jo 10:16.

4. Como o Sumo Pastor apascentando por meio dos presbíteros das igre-
jas — 1 Pe 5:4.

5. Como o grande Pastor por meio de quem Deus, baseado no Seu sangue
redentor da aliança eterna, aperfeiçoa as ovelhas de Deus, as igrejas,
em toda boa obra para a execução de Sua vontade, fazendo em nós o
que é agradável aos Seus olhos — Hb 13:20-21.

6. Apascentando as ovelhas que se desviaram e voltaram a Ele, supervisi-


onando a condição interior delas, como o Supervisor de suas almas (1
Pe 2:25). Essa deve ser uma parte de Seu confortar interior nos que
crêem, como segue.

B. Confortar interiormente:

1. Tornando-se o Espírito da realidade, como o segundo Consolador — Jo


14:16-17a; 15:26.

2. Para constituir o organismo divino, a incorporação do Deus Triúno


processado e consumado com os Seus eleitos regenerados e transfor-
mados — Jo 17:17b-20.

Os Grupos Vitais – Witness Lee – Dezembro/1996 (TRADUÇÃO NÃO-OFICIAL, AINDA NÃO REVISADA) - 38 -
C. Ensinar para fortalecer o apascentar e alcançar sua meta:

1. Em Mateus:

a. A respeito da constituição do reino dos céus — caps. 5-7.

b. A respeito dos mistérios do reino — cap. 13.

c. A respeito da manifestação do reino — caps. 24-25.

2. Em João:

a. A respeito do fluir do Deus Triúno a ser a água viva com vistas


ao desfrute dos que crêem em Cristo — caps. 1-7.

b. A respeito da mescla e da incorporação do Deus Triúno pro-


cessado e consumado com os Seus eleitos regenerados e
transformados e as conseqüências — caps. 14-17.

3. Todos estes ensinamentos divinos e místicos de nosso grande Pastor e


Consolador não são apenas o Seu desvendar e iluminar, mas também o
Seu nutrir para o nosso crescimento e maturidade em Sua vida divina a
fim de que a economia eterna de Deus possa ser consumada por meio
de nós.

Os Grupos Vitais – Witness Lee – Dezembro/1996 (TRADUÇÃO NÃO-OFICIAL, AINDA NÃO REVISADA) - 39 -

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