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Bancos
Normativos, contabilidade e gestão
ANIBAL CAMPOS CAIADO é licenciado em Finanças pela Inst.
mente Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) e diem:
Lisboa, atualmente Instituto Superior de Contabilidade e +
tado como consultor da Caixa Geral de Depoósitos. exercem
mento de Títulos, no Departamento de Planeamento e Contrais
+
Contabilidade. Formador no âmbito das materias
funções docentes em vários estabelecimentos de ensine supera
t Contabilidade de Custos e Gestão Orçamental (ISGB = Inst!
Revisão Contabilística e Gestão Financeira (ISCAL). Gestao far +
Normativos
onal). Gestão de Instituições Financeiras (IESF nstiulo
cais). Gestão Bancária (ISEG), Controlo de Gestão e Análise de Investimento
ntabiidade Financeira (ULHT -
Universidade Lusófona de Humanidades &
:s Financeiras (ISG Instituto Superior de Gestão). Atualmente é professor no
- 5
GB) do Instituto de Formação Bancária. E autor das seguintes obras. Gestao
é um Banco?, Negócio Bancário e Sistema Financeiro, Manual de Contabil + E E
dade de Custos e Gestão Orçamental (coautoria) e Gestão de Instituições
C O n ta b | | | d a d e e g esta O
Este livro apresenta de forma sistematizada e pedagogica +
| aos bancos, a sua contabilidade financeira e analitica com
amento na área da gestão.
Após a introdução, onde aborda o sistema financeiro
-
-
1
à
ia, OS normativos prudenciais e de supervisão incluindo -
rantia de depósitos e branqueamento de capitais Anibal Campos Caia
Contas para o sistema bancário e a estrutura do Relatório +. «
Numa segunda fase apresenta a contabilização das opera"
bituais e outras destas instituições: desde os depositos,
éditos documentários, operações cambiais e garantias Saw
s os registos contabilisticos de base dos derivados tran
turos e opções).
Na terceira e última parte aborda as principais bases em
lidade analítica bancária, assim como a sua gestão orcams"
seu contexto financeiro, uma grande importância.
A exposição das matérias abordadas é permanentement:
riadíssimos exemplos e casos práticos. tornando o e f 1
acessivel, interessante e objetiva.
ro mais
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É expressamente proibido reproduzir, no todo ou em parte, sob qualquer forma
ou meio, NOMEADAMENTE FOTOCÓPIA, esta obra. As transgressões
serão passíveis das penalizações previstas na legislação em vigor.
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Índi
Nota prévia 19
Editor: Manuel Robalo
PARTE A
FICHA TÉCNICA: Introdução ao Setor Financeiro
Título: Bancos -
Normativos, Contabilidade e Gestão
Autor: Aníbal Campos Caiado
Capítulo 1 -
Considerações gerais 25
O Edições Sílabo, Lda.
Capa: Pedro Mota 26
81. Situação do setor financeiro
1º Edição -
Lisboa, setembro de 2015.
1.1. Caraterização 26
Impressão e acabamentos: Cafilesa -
Soluções Gráficas, Lda.
Depósito Legal: 395788/15 1.2. Tendências da atividade bancária 28
ISBN: 978-972-618-810-0
1.3. Novos desafios no domínio financeiro 31
82. Autoridades monetárias europeias 32
EDIÇÕES SÍLABO, LDA.
2.1. Banco Central Europeu 32
R. Cidade de Manchester, 2
1170-100 Lisboa 2.2. Sistema Europeu de Bancos Centrais 33
Tel.: 218130345 2.3. Eurosistema 34
Fax: 218166719 2.4. Bancos centrais nacionais 35
e-mail: silabo Esilabo.pt
www .silabo.pt
83. Sistema financeiro português 36 $4. Fundo de Resolução, Fundo de Garantia de Depósitos
3.1. Banco de Portugal 38 e branqueamento de capitais 121
3.3. Instituições de crédito e sociedades financeiras 42 4.1. Fundo de Resolução 121
3.3. Instituto de Seguros de Portugal 46 4.2. Fundo de Garantia de Depósitos 123
3.4. Empresas de seguros e fundos de pensões 47 4.3. Branqueamento de capitais 129
$4. Casos práticos 49 85. Acordo de Basileia I 131
4.1. Síntese monetária 49 5.1. Introdução 131
4.2. Agregados monetários da zona euro 51 5.2. Valor em risco e categorias de capital 132
4.3. Depósitos e reservas legais 52 5.3. Conceito de risco de mercado 135
5.4. Fundos próprios e seus requisitos 136
Capítulo 2 -
Regulamentação da atividade bancária 53
$6. Acordo de Basileia II 138
$1. Supervisão prudencial 54 6.1. Pilar 1 -
requisitos mínimos de capital 139
1.1. Introdução 54 6.2. Pilar 2 141
-
processo de supervisão
1.2. Princípios gerais 56 6.3. Pilar 3 -
disciplina de mercado 142
1.3. Definições e normas prudenciais 60 6.4. Cobertura do risco de crédito 143
1.4, Riscos das instituições de crédito A 6.5. Cobertura do risco de mercado 146
1.5. Supervisão em geral 73 6.6. Cobertura do risco operacional 150
$ 2. Mecanismo único de supervisão na União 100 $7. Acordo de Basileia II 156
2.1. Introdução 100 7.1. Origens do problema de liquidez 156
2.2. Objeto, âmbito de aplicação e cooperação 101 7.2. Enquadramento prudencial 157
2.3. Atribuições do BCE 103 7.3. Rácios do Basileia II 158
24. Atribuições e instrumentos macroprudenciais 105 7.4. Estrutura do rácio core tier 1 160
2.5. Cooperação do BCE 106
$8. Casos práticos 162
2.6. Poderes de investigação do BCE 109
8.1. Normas prudenciais 162
2.7. Poderes específicos do BCE no
8.2. Garantia de depósitos 163
$3. Cooperação na supervisão bancária única 112 8.3. Fundos próprios para cobertura de riscos 164
3.1. Introdução 112 8.4. Risco de mercado e exigências de capital 166
3.2. Objeto e finalidade 113 8.5. VaR -
metodologia da simulação histórica 167
3.3. Supervisão de entidades supervisionadas 115 8.6. Risco operacional e requisito de capital 168
3.4. Disposições gerais relativas às garantias
processuais
na adoção de decisões de supervisão do BCE 116
3.5. Acesso a informações, reporte,
investigações
e inspeções no local 118
Capítulo 3 -
Enquadramento da contabilidade bancária 171 1.4. Anexo às demonstrações financeiras 217
1.5. Relatórios 218
$ 1. Evolução da contabilidade bancária 172
1.1. Primeiros diplomas 172 $2. Normas do relatório e contas 221
1.2. Normalização contabilística 173 2.1. Regras contabilísticas 221
1.3. Planos de contas bancários 174 2.2. Valorimetria de ativos financeiros 223
-.4. Situação analítica 177
83. Informação relacionada com o relatório 225
$2. Contabilidade, estatística e informação 178 3.1. A enviar ao Banco de Portugal 225
2.1. Contabilidade 178 3.2. A divulgar ao público 226
2.2. Estatística 181
$4. Casos práticos 230
2.3. Informação 185 4.1. Balanço e demonstração de resultados 230
$3. Alterações na contabilidade bancária 186 4.2. Indicadores sobre o setor bancário 235
3.1. Integração europeia 186
3.2. Normas IAS e IFRS 188
3.3. Situação analítica e legislação europeia 189
3.4. Regras do Banco de Portugal 191
PARTE B
-
$4. Norma IAS 39 194 Contabilização de Operações Bancárias
4.1. Enquadramento 194
4.2. Instrumentos financeiros 195 Capítulo 5 -
Depósitos 241
4.3. Reconhecimento e mensuração 197 242
81. Introdução
4.4. Outras definições da IAS 39 199 242
1.1. Modalidades de depósitos
$5. Casos práticos 202 1.2. Reservas legais e multiplicador monetário 243
5.1. Equilíbrio financeiro 202 245
$2. Movimentação de depósitos
5.2. Rácios económicos e financeiros 203 245
2.1. Constituição de depósitos
5.3. Mapa de origens e aplicações de fundos 205 247
2.2. Transferências
5.4, Taxa de juro efetiva e custo amortizado 206 248
2.3. Levantamentos
$3. Compensação de cheques 250
Capítulo 4 -
Relatório e contas 209
31. Conceitos 250
$ 1. Estrutura do relatório e contas 210 3.2. Contabilização 252
1.1. Relatório do conselho de administração 2H
$4. Juros de depósitos 253
1.2. Balanço e demonstração de resultados 212
4.1. Introdução 253
1.3. Outras peças contabilísticas 214
42. Contabilização 254
r
$5. Casos práticos 256 Capítulo 7 -
Títulos 299
5.1. Depósitos à ordem e depósitos a prazo 256
8 1. Enquadramento das operações de títulos 300
5.2. Cálculo de juros ao custo amortizado 258 1.1. Mensuração e imparidade 300
5.3. Contabilização de juros ao custo amortizado 259 1.2. Importância das ações e obrigações 302
1.3. Contas de títulos 304
Capítulo 6 -
Crédito 263
$2. Títulos de negociação 305
81. Abertura de crédito 264 2.1. Conceito 305
1.1. Definição e garantias 264 306
2.2. Contabilização
1.2. Contabilização 265
$3. Títulos disponíveis para venda 308
82. Crédito por desconto de letras 266 3.1. Conceito 308
2.1. Conceito 266 309
3.2. Contabilização
2.2. Contabilização 268
84. Títulos detidos até à maturidade 310
$3. Crédito em conta corrente 269 4.1. Conceito 310
3.1. Conceito 269 4.2. Contabilização 311
3.2. Contabilização 270
85. Casos práticos 312
84. Contrato mútuo de capital 271 5.1. Títulos de negociação de rendimento fixo 312
4.1. Classes de risco 271 5.2. Títulos de negociação de rendimento variável 314
4.2. Registo do capital, juros e despesas 272 5.3. Títulos disponíveis para venda 315
4.3. Contabilização 273 5.4. Títulos detidos até à maturidade 317
85. Provisões 276 5.5. Obrigações ao custo amortizado 318
5.1. Imparidade de ativos 276
5.2. Finalidades das provisões 277 Outras operações bancárias
Capítulo 8 -
321
5.3. Provisões aplicáveis ao crédito 278
$ 1. Mercado monetário interbancário 322
$6. Caso práticos 283 1.1. Tipos de mercados financeiros 322
6.1. Abertura de crédito irrevogável 283 323
1.2. Mercado monetário interbancário
6.2. Desconto de letra 285 1.3. Contabilização 325
6.3. Concessão e re-embolso de empréstimo 286
8 2. Mercado de operações de intervenção 326
6.4. Empréstimo em incumprimento 288
2.1. Considerações gerais 326
6.5. Liquidação de empréstimo 289
2.2. Operações do mercado aberto 327
6.6. Custo amortizado 291
6.7. Provisões para crédito vencido 295
2.3. Facilidades permanentes 329 Capítulo 9 -
Derivados financeiros 357
2.4. Instituições participantes 330
8 1. Introdução 358
2.5. Contabilização 331
1.2. Conceito 358
83. Ativos tangíveis 332 1.2. Cobertura de risco 364
3.1. Conceito 332 367
1.3. Agentes intervenientes
3.2. Contabilização 334
82. FRA --
Contrato a prazo de taxa de juro 370
84. Obrigações de caixa 335 2.1. Conceito 370
4.1. Conceito 335 373
2.2. Contabilização
4.2. Contabilização 336
83. SWAPS 376
85. Operações em divisas 337 3.1. Conceito 376
5.1. Conceito de operação cambial 337 377
3.2. SWAPS de taxas de juro
5.2. Sistema multicurrency 338 380
3.3. SWAPS cambiais
5.3. Contabilização 340 383
3.4. Contabilização
86. Créditos documentários 341 386
84. Futuros
6.1. Conceito 341 386
4.1. Conceito
6.2. Contabilização 343 387
4.2. Funcionamento do mercado de futuros
87. Garantias 344 4.3. Cálculo das margens 388
7.1. Conceito 344 4.4. Contabilização 391
7.2. Contabilização 345 394
85. Opções
88. Casos práticos 346 5.1. Conceito 394
8.1. Mercado monetário interbancário 346 5.2. Modalidades de opções 395
8.2. Mercado de operações de intervenção 347 5.3. Contabilização 397
8.3. Ativos tangíveis 349 400
86. Caso práticos
8.4. Obrigações de caixa 350 6.1. FRA de cobertura com taxa do crédito superior 400
8.5. Operações em moeda estrangeira 352 6.2. FRA de cobertura com taxa do crédito inferior 402
8.6. Créditos documentários 353 405
6.3. SWAP de cobertura de taxa de juro
8.7. Garantias 355 407
6.4. Contrato de futuros sobre cotações
6.5. Compra de opção de compra de cobertura 408
PARTE € Capítulo 11 -
Enquadramento dos eixos de análise 459
Contabilidade Analítica e Gestão Orçamental 81. Centros de responsabilidade 460
1.1. Fases para o cálculo de custos 460
Capítulo 10 -
Introdução 413 1.2. Apuramento dos custos departamentais 464
1.3. Taxas de cedência interna de fundos 466
8 1. Considerações gerais 414
1.1. Definição de contabilidade analítica 414 $2. Produtos e serviços 468
1.2. Objetivos 415 2.1. Nomenclatura dos produtos e serviços 468
1.3. Funções dos bancos 416 2.2. Cálculo dos custos, proveitos e margens 469
1.4. Áreas de análise de resultados 419 2.3. Utilização da rendibilidade no pricing 471
$2. Eixos de análise 421 $3. Clientes 473
2.1. Centros de responsabilidade 421 3.1. Margens sobre depósitos 474
2.2. Produtos e serviços 426 3.2. Margens sobre créditos 474
2.3. Clientes 429 3.3. Margens sobre serviços 475
3.4. Informação sobre clientes 476
$3. Custos na atividade bancária 431
3.1. Conceitos essenciais 431 84. Rácios de gestão 479
3.2. Custos operacionais e custos de estrutura 432 4.1. Elementos básicos da conta de resultados 479
3.3. Custos fixos e custos variáveis 435 4.2. Precauções com os rácios 480
3.4. Custos marginais 438 4.3. Listagem de rácios de gestão 481
84. Pools de tesouraria 439 85. Casos práticos 483
4.1. Pool único 440 5.1. Rendibilidade por centro de lucro 483
4.2. Pool múltiplo 442 5.2. Rendibilidade por produto 484
4.3. Escolha do pool 443 5.3. Rendibilidade por cliente 486
85. Margens financeira e complementar 4
5.1. Introdução Capítulo 12 -
Gestão orçamental 489
444
5.2. Margem financeira 447 81. Introdução à gestão orçamental 490
5.3. Margem complementar 451 1.1. Considerações gerais 490
1.2. Previsões 491
$6. Casos práticos 454
6.1. Custos fixos e custos variáveis 1.3. Planos 492
454
6.2. Pools de tesouraria 1.4. Orçamentos 494
455
6.3. Cálculo da margem financeira 457
82. Organização do processo orçamental 496
2.1. Princípios básicos 496
2.2. Pontos críticos da orçamentação 497
2.3. Fases do processo orçamental 499
$3. Execução dos orçamentos 502
3.1. Elaboração 502
3.2. Controlo 504
3.3. Reformulação 506
$4. Casos práticos 507
4.1. Elaboração do orçamento do crédito e juros 507 Nota previ
4.2. Controlo do orçamento do crédito e juros 508
4.3. Reformulação do orçamento do crédito e juros 510
Os bancos assumem uma posição dominante no conjunto do setor financeiro e
Anexo -
Situação analítica 513
desempenham, igualmente, um conjunto de atividades que têm uma importância
essencial e determinante no funcionamento da economia.
Bibliografia 545
Sendo assim, as entidades governamentais e reguladoras têm vindo a tomar
medidas com vista a delimitar a sua atuação, como é o caso da adoção das nor-
mas internacionais de contabilidade e das normas estabelecidas no âmbito dos
Acordos de Basileia, aplicáveis pela maioria dos países, nomeadamente os paí-
ses de economias mais desenvolvidas.
Após a adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia em 1 de
janeiro de 1986, os bancos e demais instituições de crédito e outras instituições
financeiras, incluindo as empresas de seguros, passaram a ficar sujeitas às nor-
mas comunitárias, designadamente as normas prudenciais e de supervisão.
Para o efeito, os respetivos planos de contas foram objeto de sucessivas alte-
rações, algumas de caráter pontual e outras de natureza estrutural, como aconte-
ceu, por exemplo, com a publicação do Regulamento (CE) nº 1606/2002, de 19
de julho de 2002, e legislação complementar, que estabelece a adoção das nor-
mas internacionais de contabilidade no território da União Europeia.
A contabilidade, que regista os factos patrimoniais e extrapatrimoniais ocor-
ridos nas organizações, constitui, indubitavelmente, o espelho da atividade que
desenvolvem, quer pertençam ao setor financeiro, quer pertençam a outros seto-
res económicos.
Capítulo 1 -
Considerações gerai
Após a adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia em 1 de
janeiro de 1986, formando-se a Europa dos Doze, assistiu-se a grandes trans-
formações em todos os setores económicos nacionais, incluindo o setor finan-
ceiro.
Por outro lado, no panorama internacional, sobretudo a partir de meados do
século XX, registaram-se várias tendências que vêm marcando a atividade
financeira, desde a internacionalização e desintermediação até à parabancariza-
ção e automatização. No final do século passado, surge a globalização.
À atividade financeira está também em permanente mutação. As abordagens
quanto a produtos e serviços, válidas num determinado momento, nada garantem
que sejam válidas amanhã ou daqui a algum tempo, pelo que as instituições ban-
cárias e financeiras têm de estar atentas e preparadas para responder a novos
desafios. Assim, compete às instituições encarregadas da sua supervisão e regu-
lação acompanhar de perto estas alterações.
Na evolução recente da atividade financeira nacional, é possível identificar
quatro períodos distintos. Após o período de 1957 a 1974, em que prevaleceu a
especialização bancária, o período de 1974 a 1983 foi marcado pelas nacionali-
zações dos bancos, a que se seguiu o período de 1983 a 1998, em que surgem
diversas instituições parabancárias. No período após 1998, desaparecem as
moedas nacionais dos Estados membros que adotaram o euro e, recentemente,
alguns Estados membros defrontam-se com as dívidas soberanas contraídas no
exterior, com os respetivos reflexos na atividade financeira.
r
As autoridades monetárias na União Europeia são o Banco Central Europeu avanços portentosos e céleres das novas tecnologias, além de que os clientes têm
(BCE), que é o banco emissor para a zona euro, o Sistema Europeu de Bancos conhecimentos cada vez mais avançados e sólidos e, por consequência, são tam-
Centrais (SEBC), o Eurosistema e os Bancos Centrais Nacionais. bém mais exigentes. Tudo isto se passa, não só a nível nacional, mas também a
O sistema financeiro português é constituído pelo Banco de Portugal, bancos, nível internacional e mundial.
caixas agrícolas, caixas económicas e outras instituições de crédito, sociedades O homebanking, a internet, o banco telefónico e outros meios vão certamente
financeiras, Instituto de Seguros de Portugal, empresas de seguros e fundos de continuar a revolucionar, num prazo relativamente próximo, o desenvolvimento
pensões. Na segunda metade do século passado, este sistema sofreu importantes das operações bancárias e financeiras a curto, a médio e a longo prazos.
alterações, sobretudo devido à integração de Portugal na União Europeia. E como atuam, neste contexto, as entidades reguladoras e de supervisão para
prevenir eventuais anomalias no setor financeiro?
Perante as dificuldades surgidas, estas entidades têm tomado várias medidas,
através da emissão de normas reguladoras, como aconteceu com a publicação
dos Acordos de Basileia I e II, aplicáveis aos bancos, instituições de crédito e
$1. Situação do setor financeiro sociedades financeiras.
Recentemente, face à crise financeira e económica, que surgiu no ano de
2007, com repercussão praticamente em todos os países do mundo, sobretudo
1.1. CARATERIZAÇÃO
nos Estados Unidos da América do Norte e nos países europeus, as autoridades
É um facto que o setor financeiro desempenha uma missão essencial e competentes de supervisão adotaram um conjunto de medidas para responder à
situação, designado por Acordo de Basileia III.
imprescindível no funcionamento da economia de qualquer país. Não seria exe-
quível nem possível os agentes económicos efetuarem transações entre si sem a Tais normas referem a necessidade de as instituições de crédito terem os
intervenção do setor financeiro. capitais próprios suficientes para fazer face aos riscos em que incorrem, evi-
tando assim exposições acentuadas por parte dessas instituições, nomeadamente
Em Portugal, este setor é constituído pelo Banco de Portugal, bancos, caixas
aqueles que resultam de alavancagens excessivas, como sucedeu nos últimos
agrícolas, caixas económicas e outras instituições de crédito, sociedades finan-
anos, com os resultados negativos que se conhecem. Isto resultou, basicamente,
ceiras, Instituto de Seguros de Portugal, fundos de pensões e empresas de segu-
da prossecução de objetivos de maximização de rendibilidade através do recurso
ros.
excessivo a capitais alheios com manutenção do nível de fundos próprios.
Com a adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia em 1 de
Por outro lado, a nível estrito de cada instituição, há necessidade de se saber,
janeiro de 1986 e com a sua posterior integração financeira, vários diplomas vie-
em termos rigorosos e abrangentes, os efeitos quantificados de qualquer opera-
ram regulamentar a atividade daquelas instituições.
ção por si realizada. Por exemplo, na concessão de montantes elevados de cré-
Tudo isto sucedeu num contexto marcado pela revolução dos meios tecnoló-
dito, torna-se imperioso conhecer os efeitos resultantes, não só nos domínios da
gicos, proliferação de inúmeros concorrentes na área financeira, criação de rendibilidade, solvabilidade e liquidez, mas também do crescimento e segurança
variadíssimos produtos e serviços financeiros e, ainda, pelo fenómeno da globa- da instituição e, ainda, do seu enquadramento prudencial.
lização financeira surgido no final do século XX.
Numa perspetiva macroeconómica, as autoridades monetárias, ao analisarem
Presentemente, os clientes das instituições financeiras podem eles próprios a evolução da massa monetária, cuja influência é largamente determinada pelas
fazer, a partir de sua casa, ou da empresa onde trabalham, ou de qualquer outro carteiras de depósitos das entidades captadoras de poupança, podem tomar
lugar, as operações que pretendem efetuar, nomeadamente operações de transfe- medidas atempadas, a fim de contrariar, assim, possíveis agravamentos no
rência de fundos, operações de compra ou venda de produtos financeiros e ope- domínio da inflação, do emprego e de outras variáveis macroeconómicas.
rações de bolsa.
Para o efeito, as entidades bancárias e financeiras são obrigadas a adotar sis-
A atividade bancária e financeira está igualmente envolvida num ambiente de temas contabilísticos e estatísticos apropriados, com a finalidade de fornecer ao
desregulamentação e de mudança acelerada como nunca aconteceu, fruto dos seu banco central nacional a competente informação, designadamente as Esta-
tísticas Monetárias e Financeiras, as Estatísticas das Operações com o Exterior, mente a que assume uma posição dominante no mercado, ou aquisições de par-
as Estatísticas Cambiais, a informação exigida pelos Acordos de Basileia e os tes de capital ou da sua totalidade, mantendo no entanto as marcas das institui-
Relatórios e Contas anuais. ções que foram adquiridas, ou até simplesmente podem consistir na celebração
O Banco de Portugal, tal como os bancos centrais de cada Estado membro, de acordos pontuais.
após a preparação adequada dessas estatísticas, procede ao seu envio para o
Banco Central Europeu, a quem cabe, entre outras importantes funções, a defini- MM DESESPECIALIZAÇÃO
ção da política monetária e cambial para a zona euro e a emissão de moeda. Por A desespecialização surge como uma oposição à prática tradicional de os
sua vez, o Banco Central Europeu está vinculado a publicar, periodicamente, bancos exercerem um serviço especializado numa gama limitada de produtos e
relatórios contendo dados estatísticos sobre a atividade global das instituições serviços bancários, que caraterizou o período em Portugal de 1957 a 1974. Esta
bancárias e financeiras. tendência, institucionalizada com a criação da figura do banco universal, veio
abrir de forma bem alargada o leque de produtos e serviços prestados à clientela.
À atividade de retail banking juntou-se a de wholesale banking com projeção
mundial das operações bancárias e financeiras.
1.2. TENDÊNCIAS DA ATIVIDADE BANCÁRIA
Um conjunto de tendências tem marcado o setor financeiro, das quais se des- E TITULARIZAÇÃO
tacam a internacionalização, a desintermediação, a concentração, a desespeciali- A titularização de créditos consiste em os bancos assumirem, perante os seus
zação, a titulação, a inovação, a desregulamentação, a parabancarização, a clientes, a obtenção de fundos no mercado financeiro, normalmente através de
automatização e a globalização. emissão de obrigações, emprestando o seu nome e a sua experiência e, enquanto
isso não for exequível, põem à sua disposição linhas de crédito adequadas, por
E INTERNACIONALIZAÇÃO forma a não comprometer os financiamentos pretendidos. Por vezes, são os ban-
cos que aceitam converter os créditos sobre as empresas mutuárias em ações e
A internacionalização surge após o início da segunda metade do século XX.
Até aos anos 50 os bancos financiavam habitualmente os seus clientes, há muito obrigações emitidas por estas.
instalados no exterior, a partir dos países de origem, numa altura em que a ativi-
dade bancária era caraterizada, essencialmente, por receber depósitos e conceder
E INOVAÇÃO
empréstimos. A internacionalização iniciou-se com os bancos americanos após o A inovação constitui uma tendência ligada à internacionalização, desinterme-
término da 2.º Grande Guerra Mundial, seguindo-se os bancos nipónicos e europeus. diação, concentração e desespecialização. Na a realidade, operar dentro dum mer-
cado, fortemente concorrencial e em permanente mutação, exige que os bancos
HM DESINTERMEDIAÇÃO criem produtos e serviços financeiros novos e adequados às necessidades dos
clientes. Apareceram assim novas modalidades de recursos e de aplicações fora
Em alternativa à função tradicional da intermediação, com a atividade de
da esfera das operações tradicionais, como os swaps, os acordos de taxas de juro
desintermediação as instituições de crédito pôem diretamente em contacto os
detentores de grandes recursos e os seus utilizadores, geralmente empresas com futuras, os futuros, as opções e outras, que se destinam, não só à cobertura de
riscos assumidos no negócio bancário (hedging), mas também que assumem
elevado rating, multinacionais, empresas públicas e outras entidades. Como as
caráter de arbitragem (arbitrage) ou de especulação (speculation).
instituições apenas se limitam à montagem técnica das operações, os seus balan-
ços ficam isentos do peso que tais operações iriam ter pelo sistema tradicional.
E DESREGULAMENTAÇÃO
E CONCENTRAÇÃO A desregulamentação resultou das pressões feitas pelos operadores do mer-
cado e da perceção das entidades competentes de que a divisão rigorosa entre os
A concentração consiste na associação de bancos e instituições financeiras,
compartimentos apertados e delimitados, em que se exercia a atividade bancária
para responderem positivamente à concorrência no domínio financeiro. Essas
e a atividade parabancária, prejudicava seriamente a livre concorrência entre as
associações podem materializar-se em fusões, ficando apenas uma marca, geral-
instituições financeiras nacionais e as suas congéneres estrangeiras, assim como
à
a eficiência e a rendibilidade das suas operações. Não obstante isso, continuam Quanto à liberalização dos movimentos de capitais, o respetivo processo,
em vigor os competentes controlos por parte das autoridades monetárias e de mais tardio do que no âmbito comercial, não se iniciou sem primeiro ter sido
supervisão. revogado o sistema monetário internacional que se regia pelos acordos de Bret-
ton Woods. Com efeito, os fluxos internacionais de capitais estiveram bastante
M PARABANCARIZAÇÃO controlados até aos finais dos anos 60, na altura em que a maior parte dos países,
incluindo os mais desenvolvidos, estabelecia barreiras à entrada e à saída de
A tendência da parabancarização ocorreu no último quartel do século pas-
capitais.
sado, tendo-se desenvolvido rapidamente em todos os países, com o apareci-
mento de sociedades de leasing mobiliário e imobiliário, fundos de investi- No domínio dos avanços tecnológicos, os meios criados permitem o acompa-
mento, factoring, investimento, aquisições a crédito, gestão de patrimónios, con- nhamento instantâneo dos principais mercados mundiais e a sua interligação
sultoria e de outras áreas da atividade financeira. Estas sociedades, que perten- com os mercados nacionais. A crescente institucionalização dos mercados finan-
cem geralmente a grupos financeiros liderados por uma instituição bancária, de ceiros constituiu outro fator importante no que se refere aos investimentos ins-
cariz altamente especializado, permitem realizar operações com maior celeri- titucionais nos mercados financeiros internacionais, como acontece com os fun-
dade e eficiência, o que constitui um ponto forte na preferência dos clientes que dos de pensões, os fundos de investimento e as companhias de seguros.
recorrem aos seus produtos.
E AUTOMATIZAÇÃO 1.3. NOVOS DESAFIOS NO DOMÍNIO FINANCEIR
O fenómeno da automatização tem sido marcado por prodigiosos desenvol-
vimentos das operações bancárias e financeiras, sobretudo a partir dos anos 80, Nas últimas décadas, perante as crescentes necessidades dos clientes, as ins-
em que o cliente tem acesso a meios de pagamento através da simples digitação tituições bancárias e financeiras têm vindo a preparar-se para responder a opera-
do respetivo código, como é o caso dos guichets automáticos, ATM (Automatic ções que por vezes assumem um cariz especializado. Têm então surgido novos
teller machines), transferências eletrónicas de fundos nos locais de venda produtos e serviços, disponibilizados pelos bancos, caixas agrícolas e caixas
(EFTOS Electronic funds transfer on sale), tickets-counters, homebanking e os
-
económicas e diversas instituições financeiras especiais que se vêm confronta-
multivariados cartões de plástico. Dentro das modernas tecnologias, será de refe- das no dia-a-dia com novas exigências dos clientes.
rir os esforços que estão a ser desenvolvidos no âmbito da biometria, a qual Trata-se de sociedades de leasing, factoring, investimento, gestoras de patri-
assenta num conjunto de sinais constantes, como impressões digitais, análise da mónios e fundos de investimento, de sociedades corretoras e financeiras de cor-
voz, identificação de certas partes do corpo (sobrancelhas, olhos, respiração). retagem e de outras sociedades financeiras que têm uma vocação especializada,
incluindo as empresas de seguros, que têm um papel fundamental na cobertura
E GLOBALIZAÇÃO de riscos associados à atividade económica.
Os fatores que mais contribuíram para a globalização terão sido, no contexto No tocante aos bancos, é um facto que têm de enfrentar novos desafios, mercê
da internacionalização, a liberalização dos movimentos de capitais e o desenvol- do aparecimento de vários fenómenos que há pouco mais de meio século eram
vimento acelerado das novas tecnologias, como o computador pessoal, o tele- praticamente inexistentes, como a internacionalização, a globalização de merca-
móvel, o correio eletrónico, a TV por assinatura, a internet, as tecnologias digi- dos, a proliferação de novos concorrentes e dos respetivos produtos e serviços e
tais, as tecnologias de acesso remoto (wireless) e as tecnologias digitais de cap- o surto galopante das novas tecnologias.
tação e tratamento de imagens e sons. É sabido que, em tempos passados, o cliente recorria a um banco para fazer
Outras razões prendem-se com a liberalização das taxas de juro que, durante operações comerciais, a outro banco para realizar operações de investimento e a
muitos anos, foram fixadas por via administrativa, a eliminação do controlo direto um outro para fazer operações com o estrangeiro. Hoje esse cliente já encontra
do crédito, que foi a «receita» do Fundo Monetário Internacional para controlar a no seu banco a resposta a todas essas necessidades, quer esteja junto da agência
expansão da massa monetária e baixar a inflação, e a predominância dos capitais onde tem conta aberta ou noutro balcão do mesmo banco, quer esteja na sua
privados no setor bancário e financeiro. A estes fatores há que acrescentar ainda empresa, em casa ou no estrangeiro.
outros, designadamente a institucionalização dos mercados financeiros.
A par do telefone, fax e videotexto, a atividade financeira proporciona aos
V reservas no Eurosistema, tomando as decisões e adotando as orientações
seus clientes a utilização de novas tecnologias para realizar diversas operações, necessárias à respetiva execução.
como o banco telefónico, a internet e o dinheiro eletrónico. O banco telefónico é -
Decisão sobre a utilização de outros métodos operacionais de controlo
hoje uma realidade no relacionamento do cliente com o banco, permitindo-lhe monetário e o cálculo e determinação das reservas mínimas de caixa.
efetuar a partir do local onde está instalado diversas operações. A internet é uma
base de dados informativos nas mais diversas áreas de atividade, de grande utili-
-
Adoção de Regulamentos para assegurar a eficiência e o bom funciona-
mento dos sistemas de pagamento e de compensação na Comunidade e
dade, sobretudo no mundo dos negócios, utilizável em qualquer momento e em
emissão de orientações sobre operações de bancos centrais nacionais e
qualquer lugar. O dinheiro eletrónico é obtido através dum simples cartão e da
dos Estados membros com os ativos de reserva remanescentes.
digitação do respetivo código. Com este cartão é também possível fazer várias
operações, como depósitos, levantamentos, pagamentos, transferências e aceder
-
Tomada de medidas necessárias para assegurar o cumprimento das orien-
ao saldo da conta. tações e instruções do BCE e definição de informações necessárias a for-
necer pelos bancos centrais nacionais.
No domínio prudencial, é necessário enquadrar as operações a realizar pelas
instituições bancárias e financeiras nas novas exigências legais, incluindo as Autorização da emissão de notas de banco em euros e do limite de emis-
-
normas dos Acordos de Basileia, e compatibilizar os objetivos estruturais dessas são de moedas na área do Euro.
instituições, ou seja, a rendibilidade, a solvabilidade e a liquidez, o crescimento, -
Cumprimento das funções consultivas do BCE.
a segurança de pessoas e bens e a qualidade dos seus produtos e serviços. -
Estabelecimento das regras necessárias para a uniformização dos proces-
sos contabilísticos e das declarações das operações efetuadas pelos ban-
cos centrais nacionais, devendo publicar os competentes relatórios sobre
atividade do Eurosistema.
$2. Autoridades monetárias europeias Entretanto, as responsabilidades do BCE foram alargadas (ver parágrafos 2 e
3 do Capítulo 2 Regulamentação da atividade bancária).
-
2.1. BANCO CENTRAL EUROPEU
O Banco Central Europeu (BCE) é o banco central da União Europeia. Possui 2.2. SISTEMA EUROPEU DE BANCOS CENTR4
personalidade jurídica nos termos do direito público internacional, pode celebrar
acordos nos domínios das suas atribuições e participar em trabalhos com organi- O Sistema Europeu de Bancos Centrais (SEBC), ao contrário do Banco Cen-
zações internacionais, goza, em cada Estado membro, da mais ampla capacidade tral Europeu e dos bancos centrais nacionais, não possui personalidade jurídica
jurídica reconhecida às pessoas coletivas pelas legislações nacionais e pode nem órgãos de decisão próprios, tal como o Eurosistema, e é governado pelos
adquirir e alienar bens móveis e imóveis e tem capacidade judiciária. órgãos do Banco Central Europeu que são os seguintes:
O BCE possui plena independência constitucional no cumprimento das atri- --
Conselho.
buições e deveres que lhe são cometidos, não podendo receber instruções de -
Comissão Executiva.
instituições ou organismos comunitários, de governos dos Estados membros ou -
Conselho Geral.
de qualquer outra entidade. As responsabilidades efetivas do BCE são, designa-
damente, as seguintes:
O SEBC trata genericamente das atribuições que respeitam a toda a União
Europeia e dos seus principais objetivos.
_ _
Adoção das orientações e das decisões necessárias ao desempenho das
Para o efeito, o SEBC socorre-se de estudos feitos pelos vários Comités que
atribuições cometidas ao Eurosistema.
funcionam junto de si, com representantes do BCE e dos Bancos Centrais
-
Definição da política monetária na área do Euro, incluindo os objetivos Nacionais dos Estados membros que adotaram o euro.
monetários intermédios, principais taxas de juro e aprovisionamento de
32 33
Os relatórios elaborados pelos Comités do SEBC, de acordo com os mandatos As atribuições básicas do Eurosistema, que deve atuar de acordo com o prin-
que lhes foram claramente definidos, refletem as diversas opiniões expressas cípio de uma economia de mercado aberta e de livre concorrência, são:
pelos seus membros, servindo para a preparação das decisões que são tomadas -
Definição e execução da política monetária na área do euro.
pelos órgãos de decisão competentes do BCE, no domínio das suas atribuições
estatutárias.
-
Realização de operações cambiais.
Existem os seguintes Comités:
-
Detenção e gestão das reservas cambiais oficiais dos Estados que são
membros da União Europeia.
-
Questões Contabilísticas e Rendimento Monetário.
-
Supervisão Bancária.
-
Promoção do bom funcionamento dos sistemas de pagamentos.
-
Notas de Banco. -
Emissão de notas de banco com curso legal na área do euro.
-
Tecnologias de Informação. -
Aprovação do limite de emissão de moedas metálicas de euros pelos
-
Auditores Internos. Estados membros que adotaram o euro.
-
Relações Internacionais. -
Contribuição para a condução regular das políticas prosseguidas pelas
-
Questões Jurídicas. autoridades competentes em relação à supervisão prudencial das institui-
Operações de Mercado. ções de crédito e à estabilidade do sistema financeiro da União Europeia.
-
-
Política Monetária. -
Consultoria sobre qualquer proposta de ato Comunitário ou sobre qual-
-
Sistemas de Pagamento e de Liquidação.
quer projeto de disposição legal nos domínios das suas atribuições.
-
Estatísticas.
Compilação da informação estatística necessária para o cumprimento das
-
Comunicação do Eurosistema/SEBC.
-
atribuições que lhe foram cometidas.
-
Metodologia de Custos.
-
Diretor de TI do Eurosistema.
-
Participação em instituições monetárias internacionais e representação no
domínio da cooperação internacional.
-
Ética.
2.4. BANCOS CENTRAIS NACION,
2.3. EUROSISTEMA
Os bancos centrais nacionais dos Estados membros, contrariamente ao SEBC
Sem personalidade jurídica e órgãos de decisão próprios e administrado pelos
e ao Eurosistema, possuem personalidade jurídica de acordo com a legislação
órgãos do BCE, o Eurosistema foi adotado para aumentar a transparência e faci-
nacional em vigor nos respetivos Estados membros.
litar a compreensão da estrutura complexa dos bancos centrais da zona euro e se
referir mais especificamente ao órgão que executa as tarefas relacionadas com a Devido ao requisito de convergência legal, as leis de cada Estado membro
política monetária única. foram substancialmente alteradas a fim de serem compatíveis com as diretivas
comunitárias, nomeadamente para observar o requisito de independência do
O Eurosistema possui as seguintes atribuições gerais:
Banco Central Europeu e, por consequência, o funcionamento regular do SEBC.
Manutenção da estabilidade de preços, como objetivo primordial.
-
No enquadramento que lhes está reservado, os bancos centrais nacionais rea-
-
Apoio das políticas económicas gerais na Comunidade Europeia, visando lizam todas as operações que estão cometidas ao Eurosistema de acordo com as
contribuir para a realização dos seus objetivos, como a promoção do
regras estabelecidas pelo BCE. Recorde-se que os Estados membros que adota-
desenvolvimento harmonioso e equilibrado das atividades económicas, ram o euro transferiram para o Eurosistema a soberania em matéria de política
um crescimento sustentável e não inflacionista que respeite o enguadra- monetária.
mento na União, um elevado grau de convergência do desempenho eco-
Os estatutos do SEBC permitem aos bancos centrais nacionais continuar a
nómico e um elevado nível de emprego e de proteção social.
exercer as suas funções não relacionadas com o Eurosistema por sua inteira res-
34
35
ponsabilidade, exceto se o Conselho considerar que tais funções são incompatí- longo prazos), os bancos de poupança (captação de poupança) e os bancos
veis com os objetivos e atribuições do Eurosistema, mormente no tocante à comerciais (operações a curto prazo).
manutenção da estabilidade de preços na zona Euro. Como principais bancos de investimento, apontam-se o extinto Banco de
No nosso país, o Banco de Portugal foi criado por decreto régio em Fomento Nacional, que se financiava através de depósitos a prazo e obrigações,
19/11/1846, com a função de banco comercial e de banco emissor, tendo surgido e a Caixa Geral de Depósitos. Esta, além de ser um grande banco de poupança,
da fusão do Banco de Lisboa e da Companhia de Confiança Nacional. devia colaborar na realização da política de crédito governamental e, designa-
Até 1887, o Banco de Portugal, fundado com o estatuto de sociedade anónima damente, no incentivo e mobilização da poupança para o financiamento do
e maioritariamente privado até à sua nacionalização em 1974, partilhou com desenvolvimento económico e social do país. Os bancos comerciais realizavam
outras instituições o direito de emissão de notas. Com a publicação do Decreto as operações a curto prazo.
de 9/07/1891, o banco passou a deter o exclusivo da emissão para o Continente, O setor não monetário era formado pelas sociedades parabancárias e de
Açores e Madeira. desenvolvimento regional e pelas instituições auxiliares de crédito. O setor
Em junho de 1931, operou-se uma profunda reforma nas funções do Banco de financeiro não bancário era constituído pelas companhias de seguros e outras
Portugal. Foram definidas novas regras que limitavam a expansão do seu pas- instituições financeiras não monetárias.
sivo, relacionando-o com o montante de reservas que possuía em divisas. Tais
regras, que também o impediam de financiar o Estado Português, criaram condi- E PERÍODO DE 1974 A 1983
ções para o controlo monetário efetivo, tendo assumido o compromisso de pros- Trata-se de um período caraterizado pelas ações desencadeadas com o 25 de
seguir uma política de taxas de juro e de câmbios fixas. Com a liberalização dos abril de 1974. Em março do ano seguinte, foram nacionalizados todos os bancos
movimentos de capitais e do comércio, a política monetária teve então uma
nacionais, incluindo os três bancos emissores: o Banco de Portugal, emissor para
atuação mais passiva até meados da década de 70. a Metrópole, incluindo Açores e Madeira, o Banco de Angola, emissor para a
Presentemente, a sua Lei Orgânica estabelece as suas funções e as operações atual República Popular de Angola, e o Banco Nacional Ultramarino, emissor
que pode desenvolver e as que lhe estão vedadas. para as restantes antigas Colónias.
Neste período, assistiu-se também à publicação da Lei Orgânica do Banco de
Portugal, à fusão de alguns bancos nacionais, ao alargamento da rede bancária
nacional, à criação dos mercados interbancários e da Associação Portuguesa de
Bancos (APB) e à aprovação Plano de Contas para o Sistema Bancário.
$3. Sistema financeiro português
E PERÍODO DE 1983 A 1998
O sistema financeiro português é formado pelo Banco de Portugal, bancos,
caixas agrícolas, caixas económicas e outras instituições de crédito, sociedades Trata-se de um período em que a principal medida tomada consistiu na aber-
tura da atividade bancária à iniciativa privada, já na perspetiva da adesão de
financeiras, Instituto de Seguros de Portugal, empresas de seguros e fundos de
pensões. Na 2º metade do século passado, este sistema foi objeto de profundas Portugal à União Europeia, que ocorreu em de janeiro de 1986. Foram igual-
1
mente criadas várias instituições parabancárias (leasing, factoring, gestão de
alterações.
participações sociais, fundos de investimento e fundos de pensões, sociedades de
Quatro períodos marcam, particularmente, a evolução recente do sistema
financeiro português: de 1957 a 1974, de 1974 a 1983, de 1983 a 1998 e após rating, corretoras e desenvolvimento regional).
1998. Neste período, publicou-se o Decreto-Lei nº 298/92, de 31 de dezembro
(Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras), dinami-
E PERÍODO DE 1957 A 1974 zou-se a bolsa de valores e regulamentaram-se os mercados (monetário, finan-
ceiro e cambial), reestruturou-se o plano de contas, implementou-se o rácio de
Neste período, as instituições de crédito foram classificadas segundo a natu-
solvabilidade e remodelaram-se as Estatísticas Monetárias e Financeiras e Cam-
reza das funções exercidas com vista a obterem uma maior especialização na sua
biais.
atividade, surgindo então os bancos de investimento (financiamento a médio e a
Na sequência das medidas tomadas para a entrada na União Europeia, o
nacionalização em 15 de setembro de 1974, partilhou com outras instituições o
Escudo aderiu ao Mecanismo das Taxas de Câmbio do Sistema Monetário direito de emissão de notas.
Europeu, foi aprovado o Tratado da União Europeia e procedeu-se à liberaliza-
Com a publicação do Decreto de 9/07/1891, o Banco de Portugal passou a
ção dos movimentos de capitais a nível da União Europeia. No final de 1990
deter o exclusivo da emissão de notas para o Continente, Açores e Madeira. O
foram abolidos os limites de crédito, instituídos para resolver os problemas
Banco de Angola e o Banco Nacional Ultramarino foram os bancos emissores
estruturais da economia portuguesa, em particular o controlo da inflação e a
para a atual República Popular de Angola e para as restantes antigas colónias
redução do défice crónico da balança de pagamentos.
portuguesas, respetivamente. As notas emitidas pelo Banco de Portugal são o
real até 1911, o escudo até 1998 e o euro desde 1 de janeiro de 1999 com prévia
E PERÍODO APÓS 1998
autorização do BCE.
Este período caracteriza-se pela fixação definitiva, em 1 de janeiro de 1999,
A Lei Orgânica do Banco de Portugal, que estabelece as suas funções e as
das taxas de conversão entre o euro e as moedas nacionais de 11 Estados mem-
operações que pode desenvolver e as que lhe estão vedadas, continua a reservar-
bros (1 euro = 200,482 escudos).
-lJhe um papel fundamental, destacando-se, entre outras importantes funções, a
Foram excluídos o Reino Unido, a Dinamarca e a Suécia, por decisão própria, supervisão das instituições do setor bancário e financeiro, o controlo do mercado
e a Grécia por não ter cumprido os critérios de convergência, estabelecidos no monetário do mercado cambial e a recolha das estatísticas monetárias, financei-
Tratado de Maastricht: taxa de inflação não superior a 1,5% da média das três ras e cambiais. Assegura também a representação internacional do Estado Por-
taxas de inflação mais baixas da União Europeia; taxas de juro de longo prazo tuguês.
não superior em 2% da média das taxas dos 3 países com inflações mais baixas;
Sendo uma pessoa coletiva de direito público, dotada de autonomia adminis-
taxas de câmbio respeitando, durante dois anos, as margens de flutuação do
trativa e financeira e de património próprio, no domínio da emissão monetária, o
mecanismo de taxas de câmbio sem ter procedido a nenhuma desvalorização da
Banco de Portugal emite notas com curso legal e poder liberatório e põe em cir-
moeda doméstica; e défice público não superior a 3% do PIB e dívida pública
culação as moedas metálicas, incluindo as moedas comemorativas, em confor-
não superior a 60% do PIB ou em descida contínua.
midade com as orientações emanadas do BCE.
Foi também decidida a existência, sob forma escritural, da moeda Euro
Este banco não está sujeito à fiscalização prévia do Tribunal de Contas nem à
durante três anos, passando a circular como moeda única a partir de janeiro de
fiscalização sucessiva no que diz respeito às matérias referentes à sua participa-
2002. Neste período, assistiu-se à criação do Banco Central Europeu (ex-Insti-
ção no desempenho das atribuições que estão cometidas ao Sistema Europeu de
tuto Monetário Europeu), do Sistema Europeu de Bancos Centrais e do Eurosis-
Bancos Centrais (SEBC). O Banco de Portugal pode exigir a qualquer entidade,
tema e à delimitação de poderes dos bancos centrais nacionais.
pública ou privada, que lhe sejam fornecidas diretamente as informações neces-
sárias para o cumprimento das atribuições que lhe estão cometidas, quer na ação
de recolha e elaboração das Estatísticas Monetárias e Financeiras e da Balança
3.1. BANCO DE PORTUGAL de Pagamentos, quer por motivos relacionados com as suas atribuições.
E INTRODUÇÃO FUNÇÕES DO BANCO DE PORTUGAL
O Banco de Portugal, os bancos e outras instituições de crédito, as sociedades
Compete, especialmente, ao Banco de Portugal, sem prejuízo dos condicio-
financeiras, o Instituto de Seguros de Portugal, as empresas de seguros e os fun- nalismos decorrentes da sua participação no SEBC:
dos de pensões constituem o sistema financeiro português. -
Gerir as disponibilidades externas do país ou outras que lhe sejam cometi-
Criado por decreto régio em 19/11/1846, com a função de banco comercial e das.
de banco emissor, o Banco de Portugal surgiu da fusão do Banco de Lisboa e da
-
Agir como intermediário nas relações monetárias internacionais do Estado.
Companhia de Confiança Nacional. Até 1887, O Banco de Portugal, fundado
com o estatuto de sociedade anónima e maioritariamente privado até à sua
*
-
Velar pela estabilidade do sistema financeiro nacional assegurando, com
essa finalidade, designadamente, a função de refinanciador de última
instância e de autoridade macroprudencial nacional.
-
Participar no sistema europeu de prevenção e mitigação de riscos para a nos de resolução, aplicar medidas de resolução e determinar a eliminação
estabilidade financeira e em outras instâncias que prossigam a mesma de potenciais obstáculos à aplicação de tais medidas, nos termos e com os
finalidade. limites previstos na legislação aplicável.
-
Aconselhar o Governo nos domínios económico e financeiro. -
Autorizar e fiscalizar os pagamentos externos que, nos termos do Tratado
-
Recolher e elaborar as estatísticas monetárias, financeiras, cambiais e da que instituiu a Comunidade Europeia, disso careçam.
balança de pagamentos, designadamente no âmbito da sua colaboração -
Definir os princípios reguladores das operações sobre ouro e divisas.
com o BCE.
-
Regular, fiscalizar e promover o bom funcionamento dos sistemas de E OPERAÇÕES
pagamento, designadamente no âmbito da sua participação no SEBC.
A fim de alcançar os objetivos e desempenhar as atribuições do SEBC, o
-
Orientar e fiscalizar o mercado monetário e o mercado cambial através
Banco de Portugal pode efetuar as operações que se justifiquem na sua quali-
das seguintes formas:
dade de banco central e, nomeadamente, as seguintes:
*
Adoção de providências para garantir os objetivos de política monetá-
a) Redescontar e descontar letras, livranças, extratos de fatura, warrants e
ria e cambial, em particular quanto à evolução das taxas de juro e de
outros títulos de crédito de natureza análoga.
câmbio.
b) Comprar e vender títulos da dívida pública em mercado secundário, exceto
*
Receção das reservas de caixa das instituições de crédito a elas sujeitas, nos casos de compra direta ou de garantia firme por si assegurada.
bem como a colaboração noutros métodos operacionais de controlo
monetário a que o BCE decida recorrer. c) Conceder empréstimos ou abrir créditos em conta corrente às instituições
de crédito e sociedades financeiras, nas modalidades que considerar acon-
e Estabelecimento das condições a que devem estar sujeitas as disponi-
selháveis, sendo estas operações devidamente caucionadas.
bilidades e as responsabilidades sobre o exterior que podem ser detidas
ou assumidas pelas instituições autorizadas a exercer o comércio de d) Aceitar do Estado depósitos à vista.
câmbios. e) Aceitar depósitos, à vista ou a prazo, das instituições de crédito e financei-
ras.
-
Enquanto autoridade macroprudencial, definir e executar a política
f) Aceitar do Estado depósitos de títulos pertencentes às instituições atrás
macroprudencial, designadamente identificar, acompanhar e avaliar ris-
cos sistémicos, bem como propor e adotar medidas de prevenção, mitiga- indicadas.
ção ou redução desses riscos, com vista a reforçar a resiliência do setor g) Realizar todas as operações sobre ouro e divisas.
financeiro.
h) Emitir títulos ou realizar operações de reporte de títulos, com o objetivo de
-
Supervisionar as instituições de crédito, sociedades financeiras e outras intervir no mercado monetário.
entidades que lhe estejam legalmente sujeitas, nomeadamente estabele-
i) Efetuar outras operações não proibidas expressamente pela sua Lei Orgânica.
cendo diretivas para a sua atuação e para assegurar os serviços de centra-
lização de riscos de crédito, bem como aplicando-lhes medidas de inter- É, nomeadamente, vedado ao Banco de Portugal:
venção preventiva e corretiva, nos termos da legislação que rege a super- -
Redescontar, no país, títulos de crédito da sua carteira comercial, repre-
visão financeira. sentativos de operações de redesconto já por si realizadas, referidos na
-
No quadro do Mecanismo Único de Supervisão, participar na definição alínea a) anterior.
de princípios, normas e procedimentos de supervisão prudencial de ins- -
Conceder crédito a descoberto ou com garantias prestadas em termos que
tituições de crédito, bem como exercer essa supervisão nos termos e com contrariem estabelecido na sua lei orgânica.
o
as especificidades previstas na legislação aplicável.
-
Promover a constituição de instituições de crédito e de sociedades
Desempenhar as funções de autoridade de resolução nacional, incluindo,
-
financeiras ou de outras sociedades, bem como participar no seu capital,
entre outros poderes previstos na legislação aplicável, os de elaborar pla-
salvo quando previsto na sua lei orgânica ou em lei especial ou, ainda,
por motivo de re-embolso de créditos, mas nunca como sócio de respon- d) Emissão e gestão de outros meios de pagamento, não abrangidos pela alí-
sabilidade ilimitada. nea anterior, tais como cheques em suporte de papel, cheques de viagem
-
Ser proprietário de imóveis, além dos necessários ao desempenho das em suporte de papel e cartas de crédito.
suas atribuições ou à prossecução de fins de natureza social, salvo nos mer-
e) Transações, por conta própria ou da clientela, sobre instrumentos do
casos previstos na lei (cessão de bens, dação em cumprimento e outras
cado monetário e cambial, instrumentos financeiros a prazo, opções e ope-
situações semelhantes). rações sobre divisas taxas de juro e valores mobiliários.
f) Participação em emissões e colocações de valores mobiliários e prestação
dos serviços correlativos.
3.3. INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO E SOCIEDADES FINANCEIRAS
8) Atuação nos mercados interbancários.
E ESPÉCIES DE INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO h) Consultoria, guarda, administração e gestão de carteiras de valores
mobiliários.
Uma instituição de crédito é uma empresa cuja atividade consiste em receber
do público depósitos ou outros fundos re-embolsáveis, a fim de os i) Gestão e consultoria em gestão de outros patrimónios.
aplicar por
conta própria mediante a concessão de crédito. j) Consultoria das empresas em matéria de estrutura do capital, de estratégia
nos
O Decreto-Lei nº 298/92, de 31 de dezembro, que aprovou o Regime Geral empresarial e de questões conexas, bem como consultoria e serviços
domínios da fusão e compra de empresas.
das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras, estabelece
que são institui-
ções de crédito as seguintes entidades: 1) Operações sobre pedras e metais preciosos.
Bancos e Caixa Geral de Depósitos. m) Tomada de participações no capital de sociedades.
-
-
Caixas económicas.
n) Mediação de seguros.
-
Caixa Central e caixas de crédito agrícola mútuo.
o) Prestação de informações comerciais.
Instituições financeiras de crédito.
-
p) Aluguer de cofres e guarda de valores.
Instituições de crédito hipotecário.
-
-
Outras que vierem a ser consideradas como tal pela lei. q) Locação de bens imóveis, nos termos permitidos às sociedades de locação
financeira.
Os bancos são as instituições que, de longe, assumem maior
projeção no r) Prestação dos serviços e exercício das atividades de investimento a que se
conjunto das instituições de crédito e sociedades financeiras e mesmo no con- refere o artigo 199º-A do anexo ao Decreto-Lei nº 298/92, de 31 de
Junto do setor financeiro. dezembro, não abrangidas pelas alíneas anteriores (valores imobiliários,
O setor financeiro integra também mais de uma centena de caixas
agrícolas e unidades de participação, instrumentos do mercado monetário, futuros
cerca de meia dúzia de caixas económicas que têm um papel muito reduzido. sobre instrumentos financeiros,FRA, swaps, opções).
s) Emissão de moeda eletrónica.
E OPERAÇÕES DAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO
t) Outras operações análogas e que a lei lhes não proíba.
As operações legalmente permitidas aos bancos são as seguintes:
a) Receção de depósitos ou de outros fundos re-embolsáveis. As restantes instituições de crédito só podem efetuar as operações permitidas
b) Operações de crédito, incluindo concessão de garantias e outros compro- pelas normas legais e regulamentares que regem a sua atividade.
missos, locação financeira e factoring.
c) Operações de pagamento.
à
E ESPÉCIES DE SOCIEDADES FINANCEIRAS O regime de privatização dos bancos e de outras instituições financeiras (e de
Em conformidade com o citado Decreto-Lei nº 298/92, de 31 de dezembro, setores básicos da economia), que haviam sido nacionalizados na sequência das
que anexa o Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras medidas tomadas após o 25 de abril, foi estabelecido através da Lei nº 11/83, de
(RGICDF), com as alterações entretanto introduzidas, são consideradas socieda- 16 de agosto, complementada por outros diplomas legais.
des financeiras as seguintes espécies de entidades: Como atrás se referiu, as empresas de seguros, as sociedades gestoras de fun-
-
Sociedades financeiras de corretagem. dos de pensões e as sociedades de investimento mobiliário e imobiliário, que
-
Sociedades corretoras. assumem indubitavelmente uma projeção determinante na economia, ficaram
fora da legislação que regulamenta as sociedades financeiras, sendo objeto de
-
Sociedades gestoras de patrimónios.
legislação específica entretanto publicada.
-
Sociedades mediadoras dos mercados monetário ou de câmbios.
As casas de penhores, que no passado tiveram um papel de alguma importân-
-
Outras empresas que, correspondendo à definição de empresas de investi- cia, ficaram também fora do Decreto-Lei nº 298/92, de 31 de dezembro, sendo
mento, como tal sejam classificadas pela lei. objeto de legislação especial.
-
Sociedades financeiras de crédito.
-
Sociedades de investimento. E OPERAÇÕES DAS SOCIEDADES FINANCEIRAS
-
Sociedades de locação financeira. As sociedades financeiras são empresas que não são instituições de crédito e
cuja atividade principal consiste em exercer uma ou mais das atividades que as
-
Sociedades de factoring.
instituições de crédito podem realizar, referidas nas alíneas b) a i) do nº 1 do
Sociedades de garantia mútua.
artigo 4º do Decreto-Lei nº 298/92, de 31/12, ou seja:
-
Sociedades gestoras de fundos de investimento.
Operações de crédito, incluindo garantias e outros compromissos.
-
-
-
Sociedades de desenvolvimento regional.
Operações de pagamento.
-
Agências de câmbios. -
Emissão e gestão de meios de pagamento, tais como cartões de crédito,
-
Sociedades gestoras de fundos de titularização de créditos. cheques de viagem e cartas de crédito.
-
Sociedades financeiras de microcrédito. -
Transações, por conta própria ou da clientela, sobre instrumentos do mer-
cado monetário e cambial, instrumentos financeiros a prazo e opções e
-
Outras empresas que, correspondendo à definição de sociedade finan-
ceira, como tal sejam qualificadas pela lei. operações a prazo sobre divisas ou sobre taxas de juro e valores imobiliá-
rios.
As sociedades de consultoria para investimento e as sociedades gestoras de -
Participação em emissões e colocações de valores mobiliários e prestação
sistemas de negociação multilateral, estando consideradas como dos serviços correlativos.
empresas de
investimento, tal como as atrás indicadas, não estão sujeitas ao disposto no -
Atuação nos mercados interbancários.
Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras. -
Consultoria, guarda, administração e gestão de carteira de valores mobi-
Como se assinalou anteriormente, o surto de desenvolvimento das sociedades
liários.
financeiras e de instituições de crédito ocorreu no período de 1983 a 1998,
pre-
cisamente na altura em que se abriu, à iniciativa privada, a atividade bancária e -
Gestão e consultoria em gestão de patrimónios.
parabancária e em que estava em curso a entrada de Portugal na Comunidade -
Outras operações análogas e que a lei lhes não proíba.
Económica Europeia, CEE, atual União Europeia, cuja adesão se realizou, como
anteriormente foi referido, em 1 de janeiro de 1986.
Em relação às operações constantes do citado artigo 4º, ficam-lhe vedadas: mente que o Instituto de Seguros de Portugal é uma pessoa coletiva de direito
a) Receção de depósitos. público, dotada de autonomia administrativa e financeira e de património pró-
prio, ficando sujeito à tutela do Ministro das Finanças.
b) Operações de locação financeira e de factoring.
De facto, no panorama dos Estados membros da União Europeia, tem-se veri-
J) Consulta das empresas em matéria de estrutura do capital, de estratégia
ficado, nos últimos tempos, uma tendência para a crescente autonomia, face aos
empresarial e de questões conexas, bem como consultoria e serviços nos e de
domínios da fusão e compra de empresas. governos, das entidades públicas encarregues de funções de regulação
da
supervisão de mercados e setores, designadamente no âmbito das entidades
1) Operações sobre pedras e metais preciosos. área financeira.
m) Tomada de participações no capital de sociedades. Para responder às referidas preocupações, o Instituto de Seguros de Portugal,
para além de passar a ficar sujeito apenas a poderes de tutela do Ministro
n) Comercialização de contratos de seguro. das
o) Prestação de informações comerciais. Finanças, deixando de estar sob a sua superintendência, é consagrada, naquele
diploma, a atribuição aos órgãos deste Instituto um amplo poder regulamentar e
Pp) Aluguer de cofres e guarda de valores. a ampliação das competências decisórias em matérias de supervisão, que assim
q) Locação de bens imóveis, tal como às sociedades de leasing. deixam de estar dependentes de uma intervenção direta do Ministério das Finanças.
r) Prestação de serviços de investimento a que se refere o artigo 199º-A.
3.4. EMPRESAS DE SEGUROS E FUNDOS DE PENS
3.3. INSTITUTO DE SEGUROS DE PORTUGAL
H EMPRESAS DE SEGUROS
E INTRODUÇÃO A atividade de seguros desempenha também uma função de grande importân-
O Instituto de Seguros de Portugal é a autoridade nacional responsável pela cia a nível económico, quer na proteção da atividade diária de famílias, empre-
regulação e supervisão prudencial e comportamental da atividade seguradora e sas e entidades públicas, quer na captação da poupança a médio e a longo prazos.
resseguradora, dos fundos de pensões e respetivas entidades gestoras e da Esta atividade, que compreende basicamente os seguros de vida, os seguros
mediação de seguros. de responsabilidades e os seguros de coisas, está especialmente regulamentada
À sua missão consiste em assegurar o bom funcionamento do mercado segu- no Decreto-lei nº 94-B/98, de 17 de abril, cuja versão disponível presentemente
rador e dos fundos de pensões em Portugal, de forma a contribuir
para a garantia compreende as sucessivas alterações entretanto introduzidas, designadamente a
da proteção dos tomadores de seguro, segurados,
participantes e beneficiários. Lei nº 28/2009, de 19 de junho, bem como várias normas regulamentares emiti-
Para tal o Instituto de Seguros de Portugal deve promover a estabilidade e a das peo Instituto de Seguros de Portugal.
solidez de todas as instituições sob a sua supervisão e garantir a
manutenção de
As entidades que podem exercer a atividade seguradora e a atividade ressegu-
elevados padrões de conduta por parte dos operadores intervenientes. radora são as seguintes:
Como está previsto no Regulamento das Instituições de Crédito e Sociedades -_
Sociedades anónimas, autorizadas nos termos do Decreto-lei nº 94-B/98,
Financeiras, as empresas de seguros e os fundos de pensões, bem como as casas de 17 de abril, e legislação complementar.
de penhores, seriam objeto de legislação especial. -
Mútuas de seguros ou de resseguros, autorizadas pelo mencionado
Foi assim publicado o Decreto-Lei nº 94-B/98, de 17 de abril, com base na Decreto-Lei.
Diretiva nº 92/49/CEE, de 18 de junho, para o seguro direto Não Vida, e Dire- -
Sucursais de empresas de seguros com sede no território de outros Esta-
tiva nº 92/96/CEE, de 10 de novembro, para o seguro Vida. dos membros, desde que devidamente cumpridos os requisitos exigidos,
Entretanto foi publicado o Estatuto do Instituto de Seguros de anexo ou sucursais de empresas de resseguros com sede no território de outros
Portugal,
ao Decreto-Lei nº 289/2001, de 13 de novembro, no qual se refere Estados membros.
expressa-
à
-
Sucursais de empresas de seguros ou de resseguros com sede fora do Considera-se que um fundo de pensões é aberto quando não se exigir a exis-
território da União Europeia, autorizados nos termos de Decreto-Lei nº tência de qualquer vínculo entre os diferentes aderentes ao fundo, dependendo a
94-B/98, de 17 de abril com as competentes alterações. adesão ao fundo apenas de aceitação pela entidade gestora.
Empresas de seguros ou empresas de resseguros públicas ou de capitais Os fundos de pensões fechados podem formar-se por iniciativa de uma
-
públicos, criadas nos termos da lei portuguesa, desde que tenham por empresa ou empresas, de associações, mormente de âmbito sócio-profissional,
objeto a realização de operações de seguro ou de resseguro em condições ou por acordo entre associações profissionais e sindicais.
equivalentes às das empresas de direito privado. Os fundos de pensões abertos podem ser constituídos por iniciativa de qual-
Empresas de seguros ou de resseguros que adotem a forma de sociedade quer entidade autorizada a gerir fundos de pensões, sendo o seu valor líquido
-
europeia, nos termos da legislação que lhes for aplicável para o efeito. global dividido em unidades de participação, inteiras ou fracionadas, que podem
-
Sociedades de assistência que sejam, nos termos daquele diploma, assi- ser representadas por certificados.
miladas a empresas de seguros, devendo para tal revestir a forma de Compete ao Instituto de Seguros de Portugal a autorização para a constituição
sociedade anónima. de fundos de pensões.
E FUNDOS DE PENSÕES
Na sequência da transposição da Diretiva nº 2003/41/CE, do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 3 de junho, foi publicado o Decreto-Lei nº 12/2006, 8 4. Casos prát
de 20 de janeiro, que regula a constituição e o funcionamento dos fundos de
pensões e das suas entidades gestoras.
Os fundos de pensões são geridos por uma ou várias entidades gestoras e os 4.1. SÍNTESE MONET;
valores a eles adstritos são depositados em um ou mais depositários, de acordo
Num determinado país, têm-se os seguintes dados em unidades monetárias do balanço
com as disposições do referido Decreto-Lei.
do Banco Central (BC) e das outras instituições monetárias (OIM):
A supervisão dos fundos de pensões fica sujeita ao Instituto de Seguros de s Ativos do BC: DX, 200, CSP, 220, COIM, 70, CIFNM, 60, DIVA, 50.
Portugal, o qual emite as normas regulamentares necessárias ao seu regular fun- * Passivos do BC: C, 170, RL, 100, DSP, 190, RX, 110, DIVP, 30.
cionamento e procede à respetiva fiscalização. * Ativos das OIM: RL, 100, CEP, 650, CSP, 110, CIFNM, 80, DIVA, 60.
Os planos de pensões, atendendo ao tipo de garantias estabelecidas, podem * Passivos das OIM: DO, 300, DP, 500, DSP, 90, CBC, 70, e DIVP, 40.
classificar-se em: planos de benefício definido, quando os benefícios se encon-
a) Elaborar a síntese monetária e calcular as contrapartidas do agregado monetário MB.
trem previamente definidos e as contribuições são calculadas de forma a garantir
b) Calcular a base monetária, BM, e os agregados monetários Mi e MB.
o pagamento dos referidos benefícios; planos de contribuição definida, quando
as contribuições são previamente definidas e os benefícios são os determinados DX -
Disponibilidades sobre o exterior (divisas).
em função do montante das contribuições entregues e dos respetivos rendimen- CSP Crédito ao setor público.
-
tos acumulados; planos mistos, quando se conjugam as caraterísticas dos planos COIM Crédito às outras instituições monetárias.
-
de benefício definido e de contribuição definida. CIFNM Crédito às instituições financeiras não monetárias.
-
DIVA Diversos ativos.
-
Os fundos de pensões podem ser fundos fechados ou fundos abertos.
C Circulação monetária.
-
Considera-se que um fundo de pensões é fechado quando disser respeito ape- RL Reservas legais.
-
nas a um associado ou, existindo vários associados, quando existir um vínculo DSP Depósitos do setor público.
-
de natureza empresarial, associativo, profissional ou social entre os mesmos é RX Responsabilidade para com o exterior.
-
seja necessário o assentimento destes para a inclusão de novos associados no
fundo.
D
DIVP Diversos passivos.
-
4.2. AGREGADOS MONETÁRIOS DA ZONA EU!
CEP Crédito às empresas e particulares.
-
DO Depósitos à ordem.
-
Os dados sobre as taxas de variação anuais dos agregados monetários, componentes do
DP Depósitos a prazo.
agregado monetário M3, nos últimos cinco anos, publicados pelo BCE relativos à Zona
-
CBC -
Crédito do banco central.
Euro, estão inseridos no quadro seguinte.
Criticar os valores obtidos numa perspetiva macroeconómica.
Resolução
a) Síntese monetária e contrapartidas do M2 Componentes do M3 na Zona Euro -
Variações anuais
Balanço do BC Balanço das OIM N-4 N-3 N-2 N-1 N
DX 200 C ivo RL 100 DO 300 1,0% 0,8% 0,6% 1,0% 0,5%
csP 220 RL 100 CEP 650 DP 500 DO 4,2% 2,9% 1,3% 0,5% 5,7%
=
COIM 70 DSP 190 CSP 110 DSP 90 M1 (C + DO) 5,1% 3,7% 1,9% 1,4% 5,2%
CIFNM 60 R 110 CIFNM 80 CBC 70 M2-M1 2,1% 4,4% 6,8% 5,6% -
3,7%
DIVA 50 DIVP 30 DIVA 60 DIVP 40 M3 -
M2 0,1% 1,8% 2,9% 0,5% -
1,8%
600 600 1.000 1.000 M3 74% 9,9% 11,6% 7,5% -
0,2%
C -
Circulação monetária.
DO -
Depósitos à ordem.
Síntese Monetária Contrapartidas do M2
DX 200 C 170 DLX 90 170 Resolução
csP 330 DO 300 CEP 650 DO 300 * O agregado monetário M3, soma do M2 e de outras aplicações mais duradouras, apre-
CEP 650 DP 500 CIFNM 140 DP
senta crescimentos elevados nos anos N-4 a N--1, o maior em N-2, mas baixa
500
drasticamente no ano N, tornando-se mesmo negativo, 0,2%. -
CIFNM 140 DSP 280 CLSP 50
« Os agregados M3 M2 e M2 M1, também positivos no mesmo período, embora com
- -
DIVA no RX 110 DIVAL 40
fracos crescimentos, em especial o primeiro deles, também decresceram no último ano,
DIVP 70 970 M2 970 -1,8%e-3,7%,
1.430 1.430 « Contrariamente, o agregado M1, igual à circulação monetária, C, mais os depósitos à
ordem, DO, de maior liquidez, decresce sistematicamente de N-- 4a N- 1. Todavia, no
ano seguinte, N, este agregado monetário aumenta 5,2%, sendo 5,7% de DO.
b) Cálculo da BM, M1 e M3
* Ou seja, no período N- 3 a N- 1, os agentes económicos, detentores de poupança, fizeram
BM = C+RL = 170 + 100 270
aplicações no sistema bancário fundamentalmente a médio e a longo prazos, invertendo o
Mi = C+DO = 170+300 470
seu comportamento no ano N, altura em que apostaram em aplicações a curto prazo. Com
M3 = 970+280 = 1.250
efeito, neste ano, M1 aumentou 5,2% (depósitos à ordem, 5,7%) e os agregados monetários
As contrapartidas do M2 (970), constituem as aplicações de fundos sobretudo em crédito MP -
MI, M3 -
M2 e MB variaram 1,8% e 0,2%, respetivamente.
-
3,7%, - -
às empresas, CEP (650), seguindo-se o crédito às IFNM (140), divisas, DLX (90), Estado, « Tal significa que os detentores de poupança, no último ano, efetuaram aplicações a
CLSP (50), e diversos ativos líquidos, DIVAL (40). muito curto prazo (depósitos à ordem), em detrimento de aplicações a prazos mais
alargados. Tal pode conduzir ao aumento da procura de bens e serviços e, caso se
registe uma escassez destes no mercado da oferta, poderão ocorrer situações inflacio-
nistas, a não ser que haja condições para recorrer a importações em condições vanta-
josas, embora com a agravante do aumento de endividamento externo.
4.3. DEPÓSITOS E RESERVAS LEGAIS
O BANCO possui uma carteira de depósitos, no montante de 100.000 unidades monetá-
rias (u.m.), tendo constituído reservas legais, 1.000 u.m., no Banco de Portugal. Os res-
tantes ativos e passivos atingem 499.000 e 400.000, respetivamente.
Entretanto, recebe um depósito de 200 u.m. de uma empresa e procede ao reforço das
respetivas reservas legais (1% dos depósitos e outros passivos sujeitos).
Contabilizar no Diário as operações do BANCO quanto ao depósito, efetuado junto do
banco central, e respetivas reservas legais, utilizando as contas de Depósitos, Reservas
legais, Caixa, Restantes ativos e Restantes passivos, e elaborar o balanço final.
Resolução
A taxa de reservas legais é de 1% da carteira de depósitos sujeita a reservas legais. Logo Capítulo 2 Regulamentaçi -
a carteira está equilibrada: 1% x 100.000 u.m. = 1.000 u.m. 2
Com o novo depósito, 200 u.m., a reserva legal tem de ser reforçada em 2 um.
da atividade bancár
(1% x 200).
Lançamentos no diário e balanço final
Lançamentos no diário
Captação de depósito Débito Crédito
Caixa 200
O Regulamento Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras
a Depósitos
(RGICSF), anexo ao Decreto-Lei nº 298/92 de 31/12, e com as sucessivas alte-
200
= rações introduzidas, principalmente pelo Decreto-Lei nº 157/2014 de 24/10,
Constituição de reservas legais, 1%
regula a atividade destas instituições e sociedades.
Reservas legais 2
Recentemente, na sequência da crise económica e financeira dos Estados
a Caixa 2 Unidos de 2007, novas medidas foram entretanto tomadas pelas autoridades
Balanço final Ativo Passivo europeias para acautelar os riscos dos bancos e outras empresas financeiras, sur-
Cana 198 gindo, mormente, os seguintes diplomas:
O Regulamento (UE) nº 575/2013 e a Diretiva 2013/36/UE, ambos do
|
-
Reservas legais 1.002
Parlamento Buropeu e do Conselho, de 26 de junho de 2013, transpostos
Depósit To0.200
para a ordem jurídica portuguesa através do Decreto-Lei nº 157/2014, de
Restantes ativos 499.000 24 de outubro de 2014, que alteraram significativamente o RGICSF.
Restantes passivos 400.000 -
O Regulamento (UE) nº 1024/2013 do Conselho, de 15 de outubro,
Total 500.200 500.200 (Regulamento do MUS Mecanismo Único de Supervisão) e o Regula-
-
mento (UE) nº 468/2014 do Banco Central Europeu, de 16 de abril,
Nota -
Até ao início de 2012, o coeficiente de reservas legais era de 2% sobre os
depósitos e outros passivos sujeitos. A partir de janeiro de 2012, o coeficiente foi redu- (Cooperação no âmbito do MUS entre o BCE e as autoridades nacionais
zido para 1% sobre um subconjunto do somatório de rubricas do balanço das institui-
ções de crédito de prazo igual ou inferior a 2 anos, sendo de 10% para as restantes competentes e com as autoridades nacionais designadas).
rubricas do passivo com prazo superior.
Outras matérias relevantes de regulamentação consistem, no Fundo de Reso- No preâmbulo deste Decreto-Lei, após se fazer referência à crise financeira e
lução, na garantia de depósitos, cujo valor máximo garantido por depositante é económica dos últimos anos, sublinha-se a necessidade de concretizar diversas
de 100 mil euros, e no branqueamento de capitais. iniciativas legislativas tendo em vista o reforço da estabilidade do sistema finan-
Sobre o risco de crédito, o Comité de Supervisão Bancária de Basileia publi- ceiro.
cou, em 1988, o Acordo de Basileia I que estabelece o rácio de solvabilidade Tais iniciativas vieram a culminar com a publicação, por parte do Comité de
para as instituições de crédito, 8%. Posteriormente, em 1996, este Comité emitiu Basileia de Supervisão Bancária, de um conjunto de medidas visando a densifi-
uma emenda ao Acordo de 1988 com a finalidade de fazer face ao risco de mer- cação do quadro regulamentar prudencial aplicável às instituições de crédito,
cado. Em 2008, entrou em vigor o Acordo de Basileia II, onde se integra o risco designado por quadro regulamentar do Acordo de Basileia III.
operacional, assim estruturado: O conjunto dessas medidas é vasto e, também, de alguma complexidade.
-
Pilar Requisitos Mínimos de Capital: Importa referir pela sua relevância a introdução de novos requisitos no domí-
-
1
* Risco de crédito -
métodos padrão e das notações internas. nio da determinação dos fundos próprios, com vista à melhoria da respetiva
* Risco de mercado -
métodos standard e dos modelos internos. qualidade e quantidade, e a introdução de uma medida suplementar para avaliar
o risco de alavancagem no sistema bancário. Além disso, há também a assinalar
Risco operacional -
métodos do indicador básico, padrão e medição
a exigência de manutenção de níveis de liquidez adequados, numa perspetiva de
avançada. curto, médio e longo prazo, através da introdução de duas medidas de avaliação
do risco de liquidez, e de um conjunto de instrumentos com o propósito de
-
Pilar 2 -
Processo de Supervisão.
impor reservas adicionais de fundos próprios às instituições de crédito.
-
Pilar 3 -
Disciplina de Mercado.
Na mesma data de adoção da Diretiva nº 2013/36/UE, 26 de junho de 2013,
Os atrás mencionados, no chamado foi publicado o Regulamento (UE) nº 575/2013, também do Parlamento Euro-
diplomas que podem enquadrar-se
Acordo de Basileia III, integram-se num conjunto legislativo alargado
e cada peu e do Conselho. Estes dois diplomas, emanados das autoridades europeias,
vez mais complexo no âmbito do sistema bancário e financeiro. constituem o enquadramento jurídico que rege o acesso à atividade das institui-
ções de crédito e que estabelece o quadro de supervisão e as regras prudenciais
aplicáveis às instituições de crédito e às empresas de investimento.
O RGICSF, após as recentes alterações introduzidas pelo citado Decreto-Lei
nº 157/2014, compreende os seguintes Títulos:
$1. Supervisão prudencial Título
-
1 -
Disposições gerais (Tipos e atividades de instituições de crédito
e sociedades de investimento, tipos de empresas de investimento, entre
outros assuntos).
1.1. INTRODUÇÃO
-
Título II Autorização das instituições de crédito com sede em Portugal
-
Como atrás se referiu, o Decreto-Lei nº 298/92, de 31 de dezembro, com as (Processo de autorização, adequação dos membros dos órgãos de admi-
competentes alterações entretanto introduzidas, aprova o Regulamento Geral das nistração e fiscalização e dos titulares de funções essenciais nas institui-
Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras (RGICSF), que regula o acesso ções de crédito).
à atividade e respetivo exercício por parte das instituições de crédito e das -
Título III Autorização no estrangeiro de instituições de crédito com
-
sociedades financeiras e o exercício da supervisão destas instituições, respetivos sede em Portugal (Estabelecimento de sucursais e filiais, prestação de
poderes e instrumentos. serviços, aquisição de participações qualificadas).
Uma das alterações ao RGICSF foi a publicação do Decreto-Lei nº 157/2014, -
Título IV Autorização em Portugal de instituições de crédito com sede
-
de 24 de outubro, que procedeu à transposição para a ordem jurídica interna no estrangeiro (Princípios gerais, sucursais, prestação de serviços, escri-
portuguesa da Diretiva nº 2013/36/EU e do Regulamento (UE) nº 575/2013, tórios de representação).
ambos os diplomas do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de junho.
-
Título V Registo (Elementos sujeitos a registo, registo dos membros
-
E ATRIBUIÇÕES DO BANCO DE PORTUGAL
dos órgãos de administração e fiscalização, recusa de registo). Nos termos da sua Lei Orgânica, aprovada pela Lei nº 5/98, de 31 de janeiro,
-
Título VI Supervisão comportamental (Regras de conduta, relações com
-
com as competentes alterações entretanto introduzidas, compete ao Banco de
os clientes, segredo profissional, conflitos de interesses, defesa da concor- Portugal enquanto Banco Central:
rência). a) Orientar e fiscalizar os mercados monetário e cambial, bem como regular,
-
Título VIH Supervisão prudencial (Princípios, normas prudenciais, governo,
-
fiscalizar e promover o bom funcionamento dos sistemas de pagamento,
capital interno, supervisão em geral e em base consolidada). principalmente no âmbito da sua participação no Sistema Europeu de Ban-
-
Título VILA Reservas de fundos próprios (Reserva contracíclica espe-
-
cos Centrais.
cífica, reservas para risco sistémico e reservas para instituições de impor- b) Recolher e elaborar as estatísticas monetárias, financeiras, cambiais e da
tância sistémica. balança de pagamentos, mormente no âmbito da sua colaboração com o
Título VIH Banco Central Europeu.
Intervenção corretiva, administração provisória e resolução.
- -
-
Título VIII-A Fundo de Resolução (Instituições participantes, recursos
-
As restantes atribuições do Banco de Portugal conferidas pelo Regulamento
financeiros e contribuições). Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras não podem prejudicar
-
Título IX Fundo de Garantia de Depósitos (Instituições participantes,
-- a sua independência no exercício das funções de banco central e de membro do
depósitos garantidos e excluídos, limites da garantia). Sistema Europeu de Bancos Centrais, designado abreviadamente por SEBC.
-
Título X -
Sociedades financeiras (Autorização, supervisão prudencial). Como já foi assinalado na matéria referente às autoridades monetárias euro-
-
Título X-A Serviços e atividades de investimento, empresas de investi-
-
peias, o SEBC, contrariamente ao Banco Central Europeu e aos Bancos Centrais
mento e sociedades gestoras de investimento mobiliário (Autorização, Nacionais, não possui personalidade jurídica nem órgãos de decisão próprios, tal
como o Eurosistema, sendo governado pelos órgãos do BCE.
cooperação e supervisão).
Sendo constituído por vários Comités especializados, o SEBC trata generica-
-
Título XI Sanções (Disposição penal, ilícito de mera ordenação social,
-
mente das atribuições que respeitam a toda a União Europeia e dos seus princi-
recurso, direito subsidiário).
pais objetivos.
E SUPERVISÃO
1.2. PRINCÍPIOS GERAIS
A supervisão das instituições de crédito, das companhias financeiras, das
companhias financeiras mistas, em especial a sua supervisão prudencial,
E SUPERINTENDÊNCIA incluindo a da atividade que exerçam no estrangeiro, incumbe ao Banco de
De acordo com o artigo 91º do Regulamento Geral das Instituições de Crédito Portugal, de acordo com a sua Lei Orgânica e o presente Regime Geral. Tal não
e Sociedades Financeiras, anexo ao Decreto-Lei nº 298/92, de 31 de dezembro, prejudica os poderes de supervisão atribuídos à Comissão do Mercado de Valo-
a superintendência do mercado monetário, do mercado financeiro e do mercado res Mobiliários.
cambial e, designadamente, a coordenação da atividade dos agentes do mercado O Banco de Portugal deve, no exercício das suas competências, avaliar o
com a política económica e social do Governo, são da competência do Ministro
impacte potencial das suas decisões na estabilidade do sistema financeiro de
das Finanças. toclos os outros Estados membros da União Europeia interessados, especial-
Assim, quando naqueles mercados se verificar alguma perturbação que ponha mente em situações de emergência, com base nas informações de que, em cada
em grave perigo a economia nacional, poderá o Governo, por portaria do Pri- momento, disponha.
meiro-Ministro e do Ministro das Finanças e ouvido o Banco de Portugal, orde- No exercício das suas competências, o Banco de Portugal tem em conta a
nar as medidas apropriadas, nomeadamente a suspensão temporária de mercados
convergência relativamente aos instrumentos e práticas de supervisão na aplica-
determinados ou de certas categorias de operações ou, ainda, o encerramento nº 2013/36/UE
ção da lei e regulamentação adotadas por força da Diretiva e do
temporário de instituições de crédito.
L
Regulamento (UE) nº 575/2013, ambos do Parlamento Europeu e do Conselho, f) Sem prejuízo do dever de segredo, uma descrição sumária do resultado do
de 26 de junho de 2013, nomeadamente no quadro da participação no Sistema exercício de supervisão e a descrição das medidas impostas nos casos de
Europeu de Supervisão Financeira. violação dos requisitos referidos na alínea anterior, identificados anual-
mente.
Para efeitos do disposto no que foi mencionado anteriormente, o Banco de
Portugal: A divulgação da informação prevista nas alíneas a) a d) deve ser suficiente
a) Coopera com as autoridades de supervisão e demais entidades integrantes para permitir uma comparação com os métodos adotados pelas autoridades
do Sistema Europeu de Supervisão Financeira, de acordo com o princípio competentes de outros Estados-Membros da União Europeia. As informações
da cooperação leal previsto no nº 3 do artigo 4º do Tratado da União previstas nas alíneas a) a d) devem ser publicadas num formato idêntico ao util-
Europeia, assegurando, em particular, um fluxo adequado e fiável de zado pelas autoridades competentes dos outros Estados-Membros da União
informação. Europeia e regularmente atualizadas, devendo ser acessíveis a partir de um único
b) Participa nas atividades da Autoridade Bancária Europeia e nos colégios endereço eletrónico.
de autoridades de supervisão.
4. Caso o Banco de Portugal exerça a faculdade prevista no nº 3 do artigo 7º do
c) Desenvolve todos os esforços para dar cumprimento às orientações e reco- Regulamento (UE) nº 575/2013, do Parlamento Europeu e do Conselho, de
mendações emitidas pela Autoridade Bancária Europeia e para responder 26 de junho de 2013 (Derrogação da aplicação de requisitos prudenciais em
aos alertas e recomendações emitidos pelo Comité Europeu do Risco Sis- base individual), divulga as seguintes informações:
témico.
a) Os critérios aplicados para determinar se existem impedimentos significa-
d) Coopera de forma estreita com o Comité Europeu do Risco Sistémico. tivos, de direito ou de facto, atuais ou previstos, a uma transferência rápida
de fundos próprios ou ao re-embolso imediato de passivos.
A prossecução das demais atribuições legais do Banco de Portugal não deve
interferir nem prejudicar o desempenho das suas competências legais de super- b) O número de instituições de crédito-mãe que beneficiam do exercício da
faculdade prevista no nº 3 do artigo 7º do referido Regulamento e, entre
visão, designadamente no âmbito da Autoridade Bancária Europeia ou do
Comité Europeu do Risco Sistémico. estas, o número de instituições de crédito com filiais em países terceiros.
Numa base agregada para Portugal:
Compete ao Banco de Portugal divulgar as seguintes informações:
i) O montante total dos fundos próprios em base consolidada das institui-
a) Os textos dos diplomas legais e regulamentares e as recomendações de
caráter geral adotados em Portugal no domínio prudencial. ções de crédito-mãe que beneficiam do exercício da faculdade prevista
no nº 3 do artigo 7º do referido Regulamento e que sejam detidos em
b) As opções e faculdades previstas na legislação comunitária que tenham filiais situadas em países terceiros.
sido exercidas.
ii) A percentagem dos fundos próprios totais em base consolidada das
c) Os critérios e metodologias gerais utilizados para efeitos do artigo 116º-A
instituições de crédito-mãe que beneficiam do exercício da faculdade
(Processo de supervisão).
prevista no nº 3 do artigo 7º do referido Regulamento, representado
d) Dados estatísticos agregados relativos a aspetos fundamentais da aplicação por fundos próprios detidos em filiais situadas em países terceiros.
do quadro prudencial, incluindo o número e a natureza das medidas de
iii) A percentagem do total de fundos próprios nos termos do artigo 92º do
supervisão corretivas tomadas nos termos do nº 1 do artigo 116º-C
presente Regulamento (Requisitos de fundos próprios) em base conso-
(Medidas corretivas) e das medidas impostas nos termos do título XI lidada das instituições de crédito-mãe que beneficiam do exercício da
(Sanções). faculdade prevista no nº 3 do artigo 7º do referido Regulamento, repre-
e) Os critérios gerais e as metodologias adotados para verificar o cumpri- sentado por fundos próprios detidos em filiais situadas em países ter-
mento dos requisitos aplicáveis às instituições investidoras e às institui- ceiros.
ções patrocinadoras previstos nos artigos 405º a 409º do Regulamento
(UE) nº 575/2013, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de junho
de 2013.
5. Caso o Banco de Portugal exerça a faculdade prevista no nº do artigo 9º do
1 mento controladas por companhias financeiras-mãe na União Europeia ou por
Regulamento (UE) nº 575/2013 (Método de consolidação individual), divulga companhias financeiras mistas-mãe na União Europeia.
as seguintes informações:
«Companhia financeira», uma instituição financeira cujas filiais sejam exclu-
a) Os critérios aplicados para determinar se existem impedimentos significa- siva ou principalmente instituições de crédito, empresas de investimento ou
tivos, de direito ou de facto, a uma transferência rápida de fundos próprios instituições financeiras, sendo pelo menos uma destas filiais uma instituição
ou ao re-embolso imediato de passivos. de crédito ou uma empresa de investimento, e que não seja uma companhia
b) O número de instituições de crédito-mãe que beneficiam do exercício da financeira mista.
faculdade prevista no nº do artigo 9º do citado Regulamento e o número
1
«!) «Companhia financeira-mãe em Portugal», uma companhia financeira sediada
das mesmas instituições com filiais em países terceiros. em Portugal que não seja filial de uma instituição de crédito, ou empresa de
c) Numa base agregada para Portugal: investimento, ou de uma companhia financeira ou companhia financeira
inista, respetivamente autorizada ou estabelecida em Portugal.
i) O montante total dos fundos próprios das instituições de crédito-mãe
que beneficiam do exercício da faculdade prevista no nº 1 do artigo 9º e) «Companhia financeira-mãe na União Europeia», uma companhia financeira-
do referido Regulamento, e que sejam detidos em filiais situadas em -mãe sediada em Portugal ou noutro Estado-Membro da União Europeia que
países terceiros. não seja filial de uma instituição de crédito ou empresa de investimento, ou de
uma companhia financeira ou companhia financeira, mista, respetivamente
ii) A percentagem dos fundos próprios totais das instituições de crédito-
autorizada ou estabelecida em qualquer Estado-Membro da União Europeia.
-mãe que beneficiam do exercício da faculdade prevista no nº 1 do
artigo 9º do referido Regulamento representado por fundos próprios «Companhia financeira mista», uma companhia financeira mista na aceção da
detidos em filiais situadas em países terceiros. alínea /) do artigo 2º do Decreto-Lei nº 145/2006, de 31/07, alterado pelos
Decretos-Leis nº 18/2013, de 6/02, e 91/2014, de 20/06.
iii) A percentagem do total de fundos próprios exigidos ao abrigo do artigo
87º do referido Regulamento (Fundos próprios elegíveis incluídos nos 8) «Companhia financeira mista-mãe em Portugal», uma companhia financeira
fundos próprios consolidados) das instituições de crédito-mãe que mista sediada em Portugal que não seja filial de uma instituição de crédito, ou
beneficiam do exercício da faculdade prevista no nº do artigo 9º do
1 empresa de investimento, ou de uma companhia financeira ou companhia
referido Regulamento representado por fundos próprios detidos em financeira mista, respetivamente autorizada ou estabelecida em Portugal.
filiais situadas em países terceiros. h) «Companhia financeira mista-mãe na União Europeia», uma companhia
financeira mista-mãe sediada em Portugal ou noutro Estado-Membro da
União Europeia que não seja filial de uma instituição de crédito ou empresa
de investimento, ou de uma companhia financeira ou companhia financeira
1.3. DEFINIÇÕES E NORMAS PRUDENCIAIS mista, respetivamente autorizada ou estabelecida em qualquer Estado-Mem-
bro da União Europeia.
E DEFINIÇÕES i) «Companhia mista», uma empresa-mãe que não seja uma companhia finan-
Antes das normas prudenciais, apresentam-se as definições constantes do ceira, uma instituição de crédito, uma empresa de investimento ou uma com-
Regulamento Geral de Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras. panhia financeira mista, em cujas filiais se inclua, pelo menos, uma institui-
ção de crédito ou uma empresa de investimento.
a) «Agência», a sucursal, no país, de uma instituição de crédito ou sociedade
financeira com sede em Portugal ou sucursal suplementar de uma instituição j) «Direção de topo», as pessoas singulares que exercem funções executivas
de crédito ou instituição financeira com sede no estrangeiro. numa instituição de crédito ou empresa de investimento e que são diretamente
responsáveis perante o órgão de administração pela gestão corrente da
b) «Autoridade responsável pela supervisão numa base consolidada», a autori-
mesma.
dade responsável pelo exercício da supervisão numa base consolidada de ins-
tituições de crédito-mãe na União Europeia, de empresas de investimento- k) «Empresa-mãe», a empresa que exerça controlo sobre outra empresa.
-mãe na União Europeia e de instituições de crédito ou empresas de investi-
1) «Empresas de investimento», as empresas em cuja atividade habitual se do anexo I à Diretiva n.º 2013/36/UE, do Parlamento Europeu e do Con-
inclua a prestação de um ou mais serviços de investimento a terceiros ou o selho, de 26 de junho de 2013.
exercício de uma ou mais atividades de investimento e que estejam sujeitas
iii) As instituições de pagamento.
aos requisitos previstos na Diretiva nº 2004/39/CE, do Parlamento Europeu e
do Conselho, de 21/04/2004, com exceção das instituições de crédito e das iv) As sociedades gestoras de fundos de investimento mobiliário na aceção
do ponto 6.º do artigo 199.º-A.
pessoas ou entidades previstas no seu artigo 2º, nº 1.
m) «Estado-Membro de acolhimento» ou «país de acolhimento», o Estado-Mem- t) «Participação», os direitos no capital social de outras empresas, representados
bro da União Europeia no qual a instituição de crédito, a sociedade financeira ou não por ações ou títulos, desde que criem ligações duradouras com estas e
ou a instituição financeira tenham uma sucursal ou prestem serviços. se destinem a contribuir para a atividade da empresa, sendo sempre conside-
rada uma participação a detenção, direta ou indireta, de pelo menos 20 % do
n) «Estado-Membro de origem» ou «país de origem», o Estado-Membro da
União Europeia no qual a instituição de crédito, a sociedade financeira ou a capital social ou dos direitos de voto de uma empresa.
instituição financeira tenha sido autorizada. 4) «Participação qualificada», a participação direta ou indireta que represente
o) «Filial», a pessoa coletiva relativamente à qual outra pessoa coletiva, desig- percentagem não inferior a 10 % do capital social ou dos direitos de voto da
nada por empresa-mãe, se encontre numa relação de controlo ou sobre a qual empresa participada ou que, por qualquer motivo, possibilite exercer influên-
o Banco de Portugal considere que a empresa-mãe exerça uma influência cia significativa na gestão da empresa participada, sendo aplicável, para efei-
dominante, considerando-se ainda que a filial de uma filial é igualmente filial
tos da presente definição, o disposto nos artigos 13º-A e 13º-B.
da empresa-mãe de que ambas dependem. v) «Relação de controlo» ou «relação de domínio», a relação entre uma empresa-
-mãe e uma filial, ou entre qualquer pessoa singular ou coletiva e uma empresa:
p) «Instituição de crédito», a empresa cuja atividade consiste em receber do
público depósitos ou outros fundos re-embolsáveis e em conceder crédito por i) Quando se verifique alguma das seguintes situações:
conta própria. 1º Deter a pessoa singular ou coletiva em causa a maioria dos direitos de
q) «Instituição de crédito-mãe em Portugal», uma instituição de crédito que voto.
tenha como filial uma instituição de crédito, uma empresa de investimento ou 2.º Ser sócio da sociedade e ter o direito de designar ou de destituir mais
instituição financeira ou que detenha uma participação numa entidade dessa de metade dos membros do órgão de administração ou do órgão de
natureza e que não seja filial de outra instituição de crédito ou empresa de
fiscalização.
investimento, ou de uma companhia financeira ou companhia financeira
3.º Poder exercer influência dominante sobre a sociedade, por força de
mista, respetivamente autorizada ou estabelecida em Portugal.
contrato ou de cláusula dos estatutos desta.
r) «Instituição de crédito-mãe na União Europeia», uma instituição de crédito-
4.º Ser sócio da sociedade e controlar por si só, em virtude de acordo
-mãe sediada em Portugal ou noutro Estado-Membro da União Europeia que
concluído com outros sócios desta, a maioria dos direitos de voto.
não seja filial de uma instituição de crédito ou empresa de investimento, ou de
uma companhia financeira ou companhia financeira mista, respetivamente 5.º Poder exercer, ou exercer efetivamente, influência dominante ou con-
autorizada ou estabelecida em qualquer Estado-Membro da União Europeia. trolo sobre a sociedade.
«Instituições financeiras», com exceção das instituições de crédito e das empre- 6.º No caso de pessoa coletiva, gerir a sociedade como se ambas consti-
sas de investimento: tuíssem uma única entidade.
i) As sociedades gestoras de participações sociais sujeitas à supervisão do
ii) Na aceção das normas de contabilidade a que a instituição esteja sujeita
Banco de Portugal, incluindo as companhias financeiras e as companhias
por força do Regulamento (CE) nº 1606/2002, do Parlamento Europeu e
financeiras mistas. do Conselho, de 19/07/2002.
ii) As sociedades cuja atividade principal consista no exercício de uma ou
mais das atividades enumeradas nos pontos 2 a 12 e 15 da lista constante
iii) Para efeitos da aplicação dos pontos 1º), 2º) e 4º) da subalínea
i): fundos re-embolsáveis do público, incluindo as empresas de investimento e as
1º Considera-se que aos direitos de voto, de da alínea s).
designação ou de destitui- instituições financeiras referidas na subalínea ii)
ção do participante equiparam-se os direitos de qualquer outra socie- ua) «Sucursal», O estabelecimento de uma empresa desprovido de personalidade
dade dependente do dominante ou que com este se encontre numa inerentes à
jurídica e que efetue diretamente, no todo ou em parte, operações
relação de grupo, bem como os de qualquer pessoa que atue em nome atividade da empresa de que faz parte.
próprio, mas por conta do dominante ou de qualquer outra das referi-
das sociedades.
2º Deduzem-se os direitos relativos às ações detidas por conta de E NORMAS PRUDENCIAIS
pessoa
que não seja o dominante ou outra das referidas sociedades, ou relati- O Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras, que
vos às ações detidas em garantia, desde neste último caso, tais constitui o anexo ao Decreto-Lei nº 298/92, de 31 de dezembro, estabelece, um
que,
a estas instituições, a seguir, resumi-
direitos sejam exercidos em conformidade com as
instruções recebi- conjunto de normas prudenciais aplicáveis
das, ou a posse das ações seja uma operação corrente da damente, indicadas.
empresa
detentora em matéria de empréstimos e os direitos de voto
sejam
exercidos no interesse do prestador da garantia. e PRINCÍPIO GERAL
As instituições de crédito devem aplicar os fundos de que dispõem de modo a
iv) Para efeitos da aplicação dos pontos 1º) e 4º) da subalínea deduzem-se
), e de solvabilidade.
assegurar a todo o tempo níveis adequados de liquidez
à totalidade dos direitos de voto
correspondentes ao capital social da
sociedade dependente os direitos de voto relativos à F FUNDOS PRÓPRIOS E RESERVAS
participação detida o CAPITAL,
por esta sociedade, por uma sua filial ou por uma pessoa que atue em Banco de Portugal, fixar, por
Compete ao Ministro das Finanças, ouvido o
nome próprio mas por conta de qualquer destas sociedades.
de crédito, incluindo os ele-
portaria, o capital social mínimo das instituições
mentos que podem integrar os fundos próprios das instituições de crédito e das
w)«Relação estreita» ou «relação de proximidade», a relação entre duas ou mais
sucursais de instituições de crédito não autorizadas na União Europeia. Os fun-
pessoas, singulares ou coletivas, que se encontrem ligadas entre si através:
dos próprios não podem tornar-se inferiores ao montante de capital social mini-
i) De uma participação, direta ou indireta, de percentagem não inferior a 20 mamente exigido. Uma fração não inferior a 10% dos lucros líquidos deve ser
% no capital social ou dos direitos de voto de uma
empresa; ou afetada ao reforço da reserva legal até ao limite do capital social ou ao somatório
ii) De uma relação de controlo; ou das reservas livres constituídas e resultados transitados, se superior.
iii) De uma ligação de todas de modo duradouro a um mesmo terceiro através
de uma relação de controlo.
e COMPETÊNCIA REGULAMENTAR
a observar entre as rubricas
Compete ao Banco de Portugal definir as relações
x) «Sociedade de serviços auxiliares», a sociedade cujo objeto principal tenha à
patrimoniais e estabelecer limites prudenciais realização
de operações que as
natureza acessória relativamente à atividade em ambos os casos, em
principal de uma ou mais insti- instituições de crédito estejam autorizadas a praticar,
tuições de crédito ou sociedades financeiras, nomeadamente a detenção ou termos individuais e consolidados e, sobretudo:
gestão de imóveis ou a gestão de serviços informáticos.
a) Relação entre os fundos próprios e o total dos ativos e das contas extrapa-
3) «Sociedades em relação de grupo», sociedades coligadas entre si nos termos trimoniais, ponderados ou não por coeficientes de risco.
em que o Código das Sociedades Comerciais caracteriza este
tipo de relação, b) Limites à tomada firme de emissões de valores mobiliários para subscrição
independentemente de as respetivas sedes se situarem em Portugal ou no da colocação dessas emissões.
indireta ou à garantia
estrangeiro.
outras
c) Limites e formas de cobertura dos recursos alheios e de quaisquer
z) «Sociedades financeiras», as empresas, com exceção das instituições de cré-
responsabilidades perante terceiros.
dito, cuja atividade principal consista em exercer pelo menos uma das ativi-
das ins-
dades permitidas aos bancos, com exceção da d) Limites à concentração de riscos que prejudiquem a solvabilidade
receção de depósitos ou outros um
tituições de crédito, resultantes de uma excessiva exposição perante
único cliente, ou um grupo de clientes ligados entre si, ou qualquer outra nu instituição de crédito e a solidez financeira do projeto, em função do conjunto
forma de exposição ou grupo de exposições a riscos. dus seguintes critérios:
e) Limites mínimos para as provisões destinados à cobertura de riscos de cré- -
Idoneidade do proposto adquirente, tendo especialmente em conta o dis-
dito ou de quaisquer outros riscos ou encargos. posto no artigo 30º do RGICSF (idoneidade dos membros dos órgãos de
f) Prazos e métodos da amortização das instalações e do equipamento, das administração e fiscalização).
despesas de instalação, de trespasse e outras de natureza similar. -
Idoneidade dos membros dos órgãos de administração e fiscalização e
experiência profissional,
e RELAÇÕES DAS PARTICIPAÇÕES COM O CAPITAL DAS SOCIEDADES PARTICIPADAS -
Solidez financeira do proposto adquirente, designadamente em função do
As instituições de crédito não podem deter, direta ou indiretamente, numa tipo de atividade exercida ou a exercer na instituição de crédito.
sociedade, por prazo seguido ou interpolado, superior a três anos, participação -
Capacidade da instituição de crédito para cumprir, de forma continuada,
que lhes confira mais de 25% dos direitos de voto, correspondentes ao capital da os requisitos prudenciais aplicáveis, tendo especialmente em considera-
sociedade participada. Tal limite não se aplica às participações noutras institui-
ção, caso integre um grupo, a existência de uma estrutura que permita o
ções de crédito e, em geral, às sociedades financeiras. exercício de uma supervisão efetiva, a troca eficaz de informações entre
as autoridades competentes e a determinação da repartição de responsa-
e COMUNICAÇÃO o DAS PARTICIPAÇÕES QUALIFICADAS
bilidades entre as mesmas.
A pessoa singular ou coletiva que, direta ou indiretamente, pretenda deter
-
Existência de razões suficientes para suspeitar que, relacionada com a
participação qualificada numa instituição de crédito deve comunicar previa-
mente ao Banco de Portugal o seu projeto. O mesmo deve ser feito para os atos aquisição projetada, teve lugar, esteve em curso ou foi tentada uma ope-
ração suscetível de configurar a prática de atos de branqueamento de
que envolvam aumento de uma participação qualificada, sempre que deles possa
resultar, consoante os casos, uma percentagem que atinja ou ultrapasse qualquer capitais ou de financiamento de terrorismo, ou se a aquisição projetada é
suscetível de aumentar o respetivo risco de ocorrência.
dos limiares de 10%, 20%, um terço ou 50% do capital ou dos direitos de voto
na instituição participada, ou quando esta se transforme em filial da entidade
e COOPERAÇÃO
adquirente.
No domínio da cooperação, o Banco de Portugal solicita o parecer da enti-
e DECLARAÇÃO OFICIOSA dade competente do Estado-Membro de origem, caso o proposto adquirente cor-
O Banco de Portugal pode declarar que possui caráter qualificado qualquer responda a um dos seguintes tipos de entidades:
participação no capital ou nos direitos de voto de uma instituição de crédito, a) Instituição de crédito, empresa de seguros, empresa de resseguros, empresa
relativamente à qual venha a ter conhecimento de atos ou factos relevantes cuja de investimento ou entidade gestora de organismos de investimento cole-
comunicação lhe tenha sido omitida ou incorretamente feita pelo seu detentor. tivo em valores mobiliários, na aceção do Decreto-Lei nº 63-A/2013, de
O mesmo sucederá quando o Banco de Portugal tenha conhecimento de atos 10/05, autorizada noutro Estado-Membro da União Europeia.
ou factos suscetíveis de alterar a influência exercida pelo seu detentor na gestão b) Empresa-mãe de uma entidade referida na alínea anterior.
da instituição participada. c) Pessoa singular ou coletiva que controla uma entidade referida na alínea a).
e APRECIAÇÃO O Banco de Portugal, a pedido das autoridades competentes de outros Esta-
O Banco de Portugal pode opor-se ao projeto, se não considerar demonstrado dos-Membros, comunica as informações essenciais à apreciação de projetos de
que o pressuposto adquirente reúne condições que garantam uma gestão sã e aquisição de participações qualificadas e, no caso de serem solicitadas, outras
prudente da instituição de crédito ou se as informações prestadas pelo proposto informações relevantes.
adquirente forem incompletas. Para o efeito, na apreciação das condições que O Banco de Portugal solicita o parecer do Instituto de Seguros de Portugal se
garantam uma gestão sã e prudente da instituição de crédito, o Banco de Portu- o proposto adquirente corresponder a um dos tipos de entidades previstas nas
gal tem em conta a adequação do proposto adquirente, a sua influência provável alíneas a), b) e c), autorizadas pelo referido Instituto, o mesmo acontecendo com
t
í
o parecer que solicita à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários para as No caso de se verificar a redução de uma participação para um nível inferior a
entidades autorizadas por esta Comissão. 5% do capital ou dos direitos de voto da instituição participada, o Banco de
Portugal comunicará ao seu detentor, no prazo de 30 dias, se considera que a
e COMUNICAÇÃO SUBSEQUENTE participação daí resultante tem caráter qualificado.
Os atos ou factos de que tenha resultado a aquisição de uma participação que
atinja, pelo menos, 5% do capital ou dos direitos de voto de uma instituição de
e COMUNICAÇÃO PELAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO
crédito devem ser comunicados ao Banco de Portugal no prazo de 15 dias a As instituições de crédito comunicarão ao Banco de Portugal, logo que dele
contar da respetiva verificação. iiverem conhecimento, o seu projeto de aumento ou de diminuição de participa-
ções em instituições de crédito de acordo com a legislação em vigor. Em abril de
« INIBIÇÃ o DOS DIREITOS DE VOTO cada ano, as instituições de crédito comunicam ao Banco de Portugal a identi-
Sem prejuízo de outras sanções aplicáveis e salvo o disposto a seguir, o uade dos detentores de participações sociais qualificadas, com especificação do
Banco de Portugal pode determinar a inibição do exercício dos direitos de voto capital social e dos direitos de voto correspondentes a cada participação.
integrantes de uma participação qualificada, na medida necessária e adequada
para impedir a influência na gestão que foi obtida através do ato de que tenha
e CRÉDITO A DETENTORES DE PARTICIPAÇÕES QUALIFICADAS
resultado a aquisição ou o aumento da referida participação, desde que se verifi- O montante dos créditos concedidos, sob qualquer forma ou modalidade,
que alguma das seguintes situações: incluindo a prestação de garantias, a pessoa que, direta 'ou indiretamente, dete-
-
Não ter o interessado cumprido a obrigação de comunicação do projeto nha participação qualificada numa instituição de crédito e a sociedade que essa
ao Banco de Portugal. pessoa, direta ou indiretamente, domine, ou que com ela estejam numa relação
de grupo, não poderá exceder, em cada momento e no seu conjunto, 10% dos
-
Ter o interessado adquirido ou aumentado uma participação qualificada
fundos próprios da instituição de crédito.
depois de ter procedido à comunicação ao Banco de Portugal, mas antes
de este se ter pronunciado de modo positivo. O montante global dos créditos concedidos a todos os detentores de participa-
vões qualificadas e a sociedades atrás referidas não poderá exceder, em cada
-
Ter-se o Banco de Portugal oposto ao projeto de aquisição ou de aumento
momento, 30% dos fundos próprios da instituição de crédito. As operações atrás
da participação comunicado.
referidas dependem da aprovação por maioria qualificada de pelo menos dois
terços dos membros do órgão de administração e do parecer favorável do órgão
e INIBIÇÃO POR MOTIVOS SUPERVENIENTES
de fiscalização da instituição de crédito.
O Banco de Portugal, com fundamento em factos relevantes, que venham ao
Tal não se aplica aos créditos de que sejam beneficiárias instituições de cré-
seu conhecimento após a constituição ou aumento de uma participação qualifi-
e, em geral, sociedades financeiras.
cada e que criem o receio justificado de que a influência exercida pelo seu
detentor possa prejudicar a gestão sã e prudente da instituição de crédito partici-
e RELAÇÃO DE ACIONISTAS
pada, pode determinar a inibição do exercício dos direitos de voto integrantes da
mesma participação. Até cinco dias antes da data de realização da assembleias-gerais das institui-
vões de crédito, deve ser publicada a relação dos acionistas que excedam 2% do
e DIMINUIÇÃO DA PARTICIPAÇÃO capital, indicando as respetivas participações no capital.
A pessoa singular ou coletiva que pretenda deixar de deter participação quali- e REGISTO DE ACORDOS PARASSOCIAIS
ficada numa instituição de crédito, ou diminui-la de tal modo que a percentagem
de direitos de voto ou de capital de que seja titular desça a nível inferior a qual- Os acordos parassociais entre acionistas das instituições de crédito relativos
ao exercício do direito de voto estão sujeitos a registo no Banco de Portugal, sob
quer dos limiares de 20%, um terço ou 50%, ou de tal modo que a instituição
deixe de ser sua filial, deve informar previamente o Banco de Portugal e comu- pena de ineficácia. O registo pode ser requerido por qualquer das partes do
nicar-lhe o novo montante da sua participação. acordo.
e AQUISIÇÃ o DE IMÓVEIS 1.4. RISCOS DAS INSTITUIÇÕES DE CRÉD
As instituições de crédito não podem adquirir imóveis que não sejam indis-
pensáveis à sua instalação e funcionamento ou à prossecução do seu objeto E COMITÉ DE RISCOS
social.
O órgão de administração da instituição de crédito é globalmente responsável
O Banco de Portugal determinará as normas a observar, nomeadamente na pelo risco, ao qual compete:
área da contabilidade, que a instituição de crédito deve observar na aquisição de
a) Aprovar e rever periodicamente as estratégias e políticas relativas à assun-
imóveis.
ção, gestão, controlo e redução dos riscos a que a instituição de crédito
está sujeita, incluindo os resultantes da conjuntura macroeconómica em
e RÁCIO DO IMOBILIZADO E AQUISIÇÃO DE TÍTULOS DE CAPITAL
que atua, atendendo à fase do ciclo económico.
O Banco de Portugal poderá definir, por aviso, os limites ao valor do ativo
b) Alocar recursos adequados à gestão dos riscos regulados no RGICSF e no
imobilizado das instituições de crédito, bem como ao valor total das ações ou
outras partes de capital de quaisquer sociedades não abrangidas no referido Regulamento (UE) nº 575/2013, de 26 de junho.
ativo, que as instituições de crédito podem deter. c) Afetar tempo suficiente à análise das questões de risco.
d) Participar ativamente na avaliação de ativos e na utilização de notações de
e AQUISIÇÕES EM RE-EMBOLSO DE CRÉDITO PRÓPRIO risco externas e de modelos internos sobre esses riscos.
Os limites previstos no artigo 101º (relação das participações com o
capital
das sociedades participadas) podem ser excedidos e a restrição constante do
As instituições de crédito significativas devem constituir um comité de riscos
composto por membros do órgão de administração que não desempenhem fun-
artigo 112º ultrapassada, em resultado de aquisições em re-embolso de crédito
ções executivas e que possuam conhecimentos, competências e experiência ade-
próprio, devendo as situações daí resultantes ser regularizadas no prazo de dois
anos, o qual, havendo motivo fundado, poderá ser prorrogado por determinação quados. Nas instituições menos significativas, as funções do comité de riscos
do Banco de Portugal, nas condições que este determinar. podem ser exercidas pelo órgão de fiscalização.
Sem prejuízo do disposto do nº 1 do artigo 115º-K (Tratamento dos riscos),
e REGRAS DE CONTABILIDADE E PUBLICAÇÕES compete ao comité de riscos, designadamente:
Compete ao Banco de Portugal estabelecer normas de contabilidade aplicá- a) Aconselhar o órgão de administração sobre a apetência para o risco e a
veis às instituições sujeitas à sua supervisão, bem como definir os elementos que estratégia de risco gerais, atuais e futuras, da instituição de crédito.
as mesmas instituições lhe devem remeter e os que devem publicar, incluindo a
b) Auxiliar o órgão de administração na supervisão da execução da estratégia
elaboração de contas consolidadas. de risco da instituição de crédito pela direção de topo.
Às instituições de crédito organizarão contas consolidadas nos termos pre-
c) Analisar se as condições dos produtos e serviços oferecidos aos clientes
vistos em legislação própria.
têm em consideração o modelo de negócio e a estratégia de risco da insti-
Às instituições sujeitas à supervisão do Banco de Portugal devem publicar as tuição de crédito e apresentar ao órgão de administração um plano de cor-
suas contas nos termos e com a periodicidade definidas em aviso do Banco de reção, quando daquela análise resulte que as referidas condições não
Portugal, podendo este exigir a respetiva certificação legal, refletem adequadamente os riscos.
d) Examinar se os incentivos estabelecidos na política de remuneração da
instituição de crédito têm em conta o riscc, o capital, a liquidez e as
expectativas quanto aos resultados, incluindo as datas das receitas.
A função de gestão de riscos independente das funções operacionais das ins-
tituições de crédito é responsável por:
a) Garantir que todos os riscos materiais da instituição de crédito são identifi-
cados, avaliados e reportados adequadamente.
b) Participar na definição da estratégia de risco da instituição de crédito. b) Os métodos em que se verifique uma diversidade especialmente elevada
c) Participar nas decisões relativas à gestão de riscos materiais. ou reduzida, e também uma subestimação significativa e sistemática dos
requisitos de fundos próprios.
O responsável pela função de gestão de riscos exerce as suas funções de
forma independente e em exclusividade, devendo pertencer à direção de
topo,
salvo se a natureza, nível e complexidade das atividades da instituição de crédito
não o justificarem, sendo neste caso a função desempenhada por um
1.5. SUPERVISÃO EM GE
quadro
superior da instituição de crédito.
A fim de poder aceder, de forma clara e exaustiva, às matérias relativas à
E TIPOS DE RISCOS supervisão em geral das instituições de crédito (excluindo a supervisão em base
consolidada que é também da competência do Banco de Portugal artigos 130º
-
Os riscos contemplados no RGICSF são os seguintes: a 1389, transcrevem-se do Regulamento Geral das Instituições de Crédito e
-
Risco de crédito e risco de contraparte Sociedades Financeiras, já com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei nº
157/2014 de 24 de outubro de 2014, os normativos deste Regulamento, desig-
-
Risco residual
nado abreviadamente por RGICSF.
-
Risco de concentração
-
Risco de titularização E PROCEDIMENTOS DE SUPERVISÃO (ARTIGO 116º DO RGICSF)
-
Risco de mercado 1. No desempenho das suas funções de supervisão, compete, em especial, ao
-
Risco de taxa de juro resultante de atividades não incluídas na carteira de Banco de Portugal, conforme estabelece o Regime Geral de Instituições de
negociação Crédito e Sociedades Financeiras:
-
Risco operacional a) Acompanhar a atividade das instituições de crédito, das companhias finan-
ceiras e das companhias financeiras mistas.
-
Risco de liquidez
-
Risco de alavancagem excessiva b) Vigiar pela observância das normas que disciplinam a atividade das insti-
tuições de crédito, das companhias financeiras e das companhias financei-
ras mistas, designadamente a avaliação do cumprimento dos requisitos do
M ANÁLISE COMPARATIVA DOS MÉTODOS INTERNOS DE CÁLCULO DOS REQUISITOS
presente Regime Geral e do Regulamento (UE) nº 575/2013, do Parla-
DE FUNDOS PRÓPRIOS
mento Europeu e do Conselho, de 26 de junho de 2013.
Às instituições de crédito autorizadas a utilizar métodos internos para o cál- c) Emitir determinações específicas dirigidas a pessoas coletivas ou singula-
culo dos montantes das posições ponderadas pelo risco ou dos requisitos de fun-
res, designadamente para que adotem um determinado comportamento,
dos próprios, exceto para o risco operacional, comunicam anualmente ao Banco
cessem determinada conduta ou se abstenham de a repetir ou para que
de Portugal e à Autoridade Bancária Europeia os resultados dos cálculos dos
sejam sanadas as irregularidades detetadas.
seus métodos internos para as posições em risco ou posições incluídas em cartei-
ras de referência especificadas ao abrigo do artigo 78º, nº 8, da Diretiva nº d) Emitir recomendações.
2013/36/UE, juntamente com uma explicação sobre as metodologias utilizadas e) Regulamentar a atividade das entidades que supervisiona.
para aqueles efeitos. f) Sancionar as infrações.
O Banco de Portugal avalia anualmente a qualidade dos métodos aplicados
2. O Banco de Portugal pode exigir a realização de auditorias especiais por enti-
pelas instituições de crédito, analisando, em especial:
dade independente, por si designada, a expensas da instituição auditada.
a) Os métodos que evidenciem diferenças significativas de requisitos de fun-
dos próprios para a mesma posição em risco.
EE PROCESSO DE SUPERVISÃO (ARTIGO 116º-A) sistémico na aceção do artigo 23º do Regulamento (UE) nº 1093/2010, do
1. Tomando em consideração os critérios técnicos previstos no artigo 116º-B Parlamento Europeu e do Conselho, de 24 de novembro de 2010 (Identifica-
(Critérios técnicos relativos à análise e avaliação pelo Banco de Portugal), o vão e medição do risco sistémico).
Banco de Portugal analisa as disposições, estratégias, processos e mecanis-
mos aplicados pelas instituições de crédito para dar cumprimento ao presente E CRITÉRIOS TÉCNICOS RELATIVOS À ANÁLISE E AVALIAÇÃO
PELO BANCO DE PORTUGAL (ARTIGO 1162-B)
Regime Geral e ao Regulamento (UE) nº 575/2013, do Parlamento Europeu e
do Conselho, de 26 de junho de 2013, e avalia: 1. Para além dos riscos de crédito, de mercado e operacional, a análise e a ava-
a) Os riscos a que as instituições de crédito estejam ou possam vir a estar liação realizadas pelo Banco de Portugal, de acordo com o disposto no artigo
expostas. anterior, devem incluir pelo menos o seguinte:
b) Os riscos que uma instituição de crédito coloca ao sistema financeiro, «) Os resultados do teste de esforço realizado pelas instituições de crédito
tendo em consideração a identificação e quantificação do risco sistémico com base na aplicação do método IRB.
ao abrigo do artigo 23º do Regulamento (UE) nº 1093/2010, do Parla- b) A exposição aos riscos de concentração e respetiva gestão por parte das
mento Europeu e do Conselho, de 24 de novembro de 2010 ou, se for o instituições de crédito, incluindo o respeito dos requisitos estabelecidos na
caso, as recomendações do Comité Europeu do Risco Sistémico. regulamentação sobre grandes riscos.
c) Os riscos revelados por testes de esforço, tendo em consideração a natu- c) A solidez, a adequação e o modo de aplicação das políticas e procedimen-
reza, nível e complexidade das atividades das instituições de crédito. tos aplicados pelas instituições de crédito relativamente à gestão do risco
residual associado à utilização de técnicas reconhecidas de redução do
2. Com base na análise e avaliação referidas no número 1, o Banco de Portugal
risco de crédito.
decide se as disposições, estratégias, processos e mecanismos aplicados pelas
d) O caráter adequado dos fundos próprios detidos por uma instituição de
instituições de crédito e os fundos próprios e liquidez que detêm garantem
uma gestão sólida e a cobertura dos seus riscos. crédito relativos a ativos por si titularizados, tendo em conta o conteúdo
económico da operação, incluindo o grau de transferência de risco alcan-
3. O Banco de Portugal determina, de harmonia com o princípio da proporcio-
çado.
nalidade, a frequência e a intensidade da análise e avaliação referida no
número 1, tomando em consideração a dimensão, a importância sistémica, a e) A exposição ao risco de liquidez e respetiva avaliação e gestão por parte
das instituições de crédito, nomeadamente c desenvolvimento de análises
natureza, o nível e a complexidade das atividades da instituição de crédito em
de cenários alternativos, a gestão dos fatores de redução de risco,
causa.
incluindo o nível, a composição e a qualidade das reservas de liquidez, e a
4. A análise e a avaliação referidas no número anterior, são atualizadas pelo
definição de planos de contingência eficazes.
menos anualmente para as instituições de crédito abrangidas pelo plano de
atividades a que se refere o artigo 116º-I (Plano de atividades de supervisão). f) O impacte dos efeitos de diversificação e o modo como esses efeitos são
tidos em conta no sistema de avaliação de riscos.
5. À análise e a avaliação efetuadas pelo Banco de Portugal incluem a exposição
das instituições de crédito ao risco de taxa de juro resultante de atividades da £) Os resultados dos testes de esforço realizados pelas instituições que utili-
carteira bancária, sendo necessárias medidas pelo menos no caso de institui- zam um modelo interno para calcular os requisitos de fundos próprios para
cobertura dos riscos de mercado.
ções cujo valor económico sofra uma redução correspondente a mais de 20 %
dos respetivos fundos próprios, na sequência de uma alteração súbita e ines- h) A localização geográfica das exposições das instituições de crédito.
perada das taxas de juro de 200 pontos base ou de amplitude prevista em i) O modelo de negócio das instituições de crédito.
orientações da Autoridade Bancária Europeia sobre a matéria.
j) A avaliação do risco sistémico, de acordo com os critérios previstos no
6. O Banco de Portugal informa de imediato a Autoridade Bancária Europeia
artigo anterior.
dos resultados da análise e avaliação mencionadas sempre que tal análise e
avaliação revelem que uma instituição de crédito pode apresentar um risco
2. Para efeitos do disposto na alínea e) do nº 1, o Banco de
Portugal deve reali- E MEDIDAS CORRETIVAS (ARTIGO 1168-C)
zar uma avaliação da gestão global do risco de liquidez das
instituições de 1. O Banco de Portugal pode exigir que as instituições de crédito que não cum-
crédito e promover o desenvolvimento de
metodologias internas adequadas, pram as normas que disciplinam a sua atividade, ou relativamente às quais
tendo em conta o papel desempenhado pelas instituições de crédito nos mer-
disponha de informação evidenciando que não as cumprirá no prazo de um
cados financeiros e o impacto potencial das suas decisões na estabilidade do
uno, adotem com caráter imediato as medidas ou ações necessárias para
sistema financeiro de todos os outros Estados membros da União
Europeia resolver a situação.
interessados.
2. Para o efeito, o Banco de Portugal pode determinar, entre outras, as seguintes
3. Compete ao Banco de Portugal verificar se uma instituição de crédito conce- medidas:
deu apoio implícito a uma operação de
titularização.
«) Exigir que as instituições de crédito detenham fundos próprios superiores
4. Caso se verifique que uma instituição de crédito concedeu VII-A (Reservas de fundos
apoio implícito às exigências estabelecidas ao abrigo do título
mais do que uma vez, o Banco de Portugal toma as medidas
adequadas que próprios) ou do Regulamento (UE) nº 575/2013, do Parlamento Europeu e
reflitam o facto de crescerem as expetativas de que concede, no futuro,
apoio do Conselho, de 26 de junho.
às suas operações de titularização, não sendo assim
assegurada uma transfe-
rência de risco significativa. b) Exigir o reforço das disposições, processos, mecanismos e estratégias cria-
dos para efeitos do governo da sociedade, controlo interno e autoavaliação
5. Para efeitos da decisão a realizar nos termos do nº 2 do
artigo anterior, o de riscos.
Banco de Portugal pondera se os ajustamentos de valor efetuados relativa-
mente às posições incluídas na carteira de negociação, nos termos da «) Exigir que as instituições de crédito apliquem uma política específica de
regula-
constituição de provisões ou de tratamento de ativos em termos de requi-
mentação aplicável em matéria de adequação de fundos próprios aos riscos de
sitos de fundos próprios.
mercado, permitem à instituição de crédito vender ou assegurar a cobertura
das suas posições num período curto sem incorrer em
perdas significativas em
2) Restringir ou limitar as atividades, operações ou redes de balcões das insti-
condições normais de mercado. tuições de crédito, ou solicitar o desinvestimento em atividades que apre-
sentem riscos excessivos para a respetiva solidez.
6. A análise e avaliação efetuadas pelo Banco de
Portugal abrangem a exposição
das instituições de crédito ao risco de excessiva refletido pelos «) Exigir a redução do risco inerente às atividades, produtos e sistemas das
alavancagem
indicadores de alavancagem excessiva, incluindo o rácio de
alavancagem instituições de crédito.
determinado nos termos da regulamentação aplicável. 1) Exigir que as instituições de crédito limitem a remuneração variável em
7. O Banco de Portugal tem em termos de percentagem dos lucros líquidos, quando essa remuneração não
consideração o modelo de negócio das institui-
ções de crédito ao avaliar a adequação dos seus rácios de alavancagem e das seja consentânea com a manutenção de uma base sólida de fundos pró-
suas disposições, estratégias, processos e mecanismos prios.
aplicados para gerir o
risco de alavancagem excessiva.
s) Exigir que as instituições de crédito utilizem os lucros líquidos para refor-
8. À análise e avaliação efetuadas pelo Banco de çar a base de fundos próprios.
Portugal abrangem as disposi-
ções de sistema de governo das instituições de crédito, a sua cultura e valores ht) Limitar ou proibir os pagamentos de juros ou dividendos por uma institui-
empresariais e a capacidade dos membros do órgão de administração para ção de crédito aos acionistas ou titulares de instrumentos de fundos pró-
desempenhar as suas funções. prios adicionais de nível | caso a proibição não constitua um evento de
9. Para efeitos do disposto no número anterior, o Banco de incumprimento.
Portugal tem acesso,
pelo menos às ordens do dia e a quaisquer documentos de apoio relativos às ) Impor requisitos de reporte de informação adicional ou mais frequente,
reuniões do órgão de administração e das respetivas comissões, bem como nomeadamente sobre a posição de capital e liquidez.
aos resultados da avaliação interna ou externa do
desempenho do órgão de ;) Impor requisitos específicos de liquidez, nomeadamente restrições aos
administração.
desfasamentos dos prazos de vencimento entre ativos e passivos.
k) Exigir divulgações adicionais.
3. O Banco de Portugal deve impor um requisito específico de fundos próprios E PLANOS DE RECUPERAÇÃO E RESOLUÇÃO (ARTIGO 116º-D)
superior ao nível mínimo legalmente estabelecido às instituições de crédito: |. As instituições de crédito autorizadas a receber depósitos devem apresentar ao
a) Que não cumpram os requisitos estabelecidos nos termos do artigo 393º Banco de Portugal:
do Regulamento (UE) nº 575/2013, do Parlamento Europeu e do Conse- e: Um plano de recuperação, com o objetivo de identificação das medidas
lho, de 26 de junho de 2013, das alíneas f) a j) do nº 1 e do nº 2 do artigo suscetíveis de ser adotadas para corrigir oportunamente uma situação em
14º e do artigo 115º-J.
que uma instituição de crédito se encontre em desequilíbrio financeiro, ou
b) Cujos riscos não estejam cobertos pelas exigências de fundos próprios em risco de o ficar, nomeadamente quando se verifique alguma das cir-
estabelecidas ao abrigo do título VILA ou do Regulamento (UE) nº cunstâncias previstas no proémio do nº 1 ou no nº 2 do artigo 141º; e
575/2013, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de junho de 2013. b) Um plano de resolução, com o objetivo de prestação das informações
c) Cuja aplicação de outras medidas não se afigure suficiente, por si só, para necessárias para assegurar ao Banco de Portugal a possibilidade de proce-
melhorar satisfatoriamente, em prazo adequado, as disposições, estraté- der a uma resolução ordenada da instituição, através da aplicação de
gias, processos e mecanismos aplicados pelas instituições de crédito. medidas de resolução.
d) Cuja análise e avaliação a que se referem o nº 5 do artigo 116º-B e os nº 2. O plano de recuperação previsto na alínea a) deve incluir os seguintes ele-
6€ 7 do artigo 116º-K possam revelar que o incumprimento dos requisitos
mentos informativos:
para a aplicação dos métodos referidos naquelas disposições é suscetível
de conduzir a requisitos de fundos próprios inadequados. a) Mecanismos para reforçar os fundos próprios da instituição de crédito.
e) Relativamente às quais seja provável que os riscos estejam subestimados b) Medidas para assegurar que a instituição de crédito tem acesso adequado a
meios de financiamento suficientes para desenvolver a sua atividade e para
apesar do cumprimento dos requisitos aplicáveis estabelecidos pelo pre-
sente Regime Geral e pelo Regulamento (UE) nº 575/2013, do Parlamento cumprir as suas obrigações, nomeadamente através da demonstração da
viabilidade da sua estrutura de financiamento, a curto e a longo prazo.
Europeu e do Conselho, de 26 de junho de 2013.
f) Que comunicarem ao Banco de Portugal, nos termos do nº 5 do artigo c) Mecanismos preparatórios para facilitar a alienação, num prazo adequado,
377º do Regulamento (UE) nº 575/2013, do Parlamento Europeu e do de ativos ou de parte da atividade da instituição de crédito, com o objetivo
de corrigir a sua situação de insuficiência financeira, incluindo a identifi-
Conselho, de 26 de junho de 2013, que os resultados dos testes de esforço
a que se refere aquele artigo excedem significativamente os seus requisitos cação de ativos ou categorias de ativos suscetíveis de alienação num curto
de fundos próprios para a carteira de negociação de correlação. período de tempo.
d) Outros elementos informativos que o Banco de Portugal determine por aviso.
4 Para fins de determinação do nível adequado de fundos próprios com base na
-
análise e avaliação efetuadas nos termos do artigo 116º-A, o Banco de Portu- 3 . O plano de resolução previsto na alínea b) deve incluir os seguintes elemen-
gal deve avaliar a necessidade de imposição de um requisito de fundos pró- tos informativos:
prios específicos superior ao nível mínimo, a fim de cobrir os riscos a que a) Descrição detalhada da organização jurídico-societária da instituição de
estejam ou possam vir a estar expostas as instituições de crédito, tomando em crédito e do grupo em que esta se insere.
consideração:
b) Descrição da estrutura operacional da instituição de crédito e do grupo em
a) Os aspetos quantitativos e qualitativos do processo de autoavaliação das que esta se insere.
instituições de crédito previstos no artigo 115º-J.
c) Identificação de todas as atividades desenvolvidas pela instituição de cré-
b) Os dispositivos,
do nº
procedimentos e mecanismos definidos nas alíneas f) a
enonº 2 do artigo 14º.
) dito e pelo grupo em que esta se insere, bem como das entidades que as
exercem, incluindo a identificação das funções económicas essenciais com
1
c) O resultado da análise e avaliação efetuadas nos termos dos artigos 116.-A potencial impacto sistémico desenvolvidas e das respetivas infraestruturas
e 116º-K. de apoio.
d) A avaliação do risco sistémico.
d) Identificação dos mecanismos implementados para assegurar o cumpri- o Sem prejuízo do disposto no nº 1, a empresa-mãe de um grupo sujeito a
mento do disposto no nº 8 do artigo 167º.
supervisão em base consolidada deve apresentar ao Banco de Portugal um
e) Outros elementos informativos que o Banco de Portugal determine por aviso. plano de recuperação e um plano de resolução, tendo por referência todas as
entidades integradas no respetivo perímetro de supervisão em base consoli-
4. O Banco de Portugal define, por aviso, o conteúdo dos planos previstos no nº dada.
1, bem
como as demais regras complementares necessárias à execução do
11 Aos planos previstos no número anterior é aplicável, com as devidas adapta-
presente artigo.
ções. o disposto nos nº 2 a 9.
5 Os planos previstos no nº 1 devem ser aprovados pelo órgão de
-
administração O disposto no presente artigo não é aplicável às caixas de crédito agrícola
da instituição de crédito, não podendo o seu conteúdo ser revelado a qualquer
mútuo associadas da Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, devendo esta
pessoa singular ou coletiva, incluindo os acionistas da instituição de crédito,
upresentar os planos previstos no nº tendo por referência o Sistema Inte-
1
ainda que tratando-se de uma instituição cotada em mercado regulado, com
grado do Crédito Agrícola Mútuo.
exceção das pessoas envolvidas na respetiva elaboração e aprovação.
Sem prejuízo do disposto no nº 1, o Banco de Portugal pode exigir a qualquer
6 Os planos atrás mencionados devem ser revistos pela instituição de crédito:
«
outra instituição sujeita à sua supervisão, em função da sua relevância para o
a) Com uma periodicidade não inferior a um ano, a definir por aviso do sistema bancário ou financeiro nacional, a apresentação de planos de recupe-
Banco de Portugal. ração e de resolução, aplicando-se o disposto nos n 2 a 9.
b) Após a verificação de qualquer evento relacionado com a organização jurí- |4 O Banco de Portugal pode dispensar uma instituição de crédito abrangida
dico-societária, com a estrutura operacional, com o modelo de negócio ou pelo nº 1 da apresentação dos planos aí previstos, com base em qualquer dos
com a situação financeira da instituição que possa ter um impacto rele- seguintes critérios:
vante na eventual execução dos planos.
«) A quota de mercado da instituição de crédito, quanto aos depósitos, é infe-
c) Quando se verifique qualquer alteração nos pressupostos utilizados para a rior a 2%.
sua elaboração que possa ter um impacto relevante na eventual execução
b) A diminuta relevância da instituição de crédito no âmbito dos sistemas de
dos planos.
pagamento, compensação e liquidação.
d) Sempre que o Banco de Portugal, com fundamento nas alíneas b) ou c), o
c) A reduzida dimensão e importância da instituição de crédito, em termos de
solicite.
número de clientes, no contexto nacional ou regional do sistema bancário
7 O Banco de Portugal pode exigir a introdução, no prazo que fixar, das altera-
-
ou financeiro nacional.
ções aos planos que considere necessárias para assegurar o adequado cum- 5 . Se a instituição obrigada à apresentação de planos de recuperação e de resolu-
primento dos objetivos dos planos de recuperação e de resolução, nos termos
ção exercer uma atividade de intermediação financeira, o Banco de Portugal
previstos nas alíneas a) e b), bem como solicitar a prestação de informações comunica à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários os respetivos pla-
complementares. nos de recuperação e de resolução.
8 Se os planos não forem apresentados pela instituição de crédito ou se esta não
-
introduzir as alterações ou prestar as informações previstas no número ante-
M PODERES ADICIONAIS (ARTIGO 1162-E)
rior nos prazos definidos, o Banco de Portugal pode determinar a aplicação
das medidas corretivas previstas no artigo anterior que se mostrem adequadas . Se, a partir da análise dos planos de recuperação ou de resolução, o Banco de
a prevenir os riscos associados a essa omissão. Portugal detetar a existência de quaisquer constrangimentos de natureza legal
9 O conteúdo dos planos atrás indicados não vincula o Banco de Portugal e não
-
ou operacional, ou resultantes do modelo de negócio adotado pela instituição
confere à instituição de crédito, ou a terceiros, qualquer direito à execução das de crédito, à potencial aplicação de medidas de intervenção corretiva ou de
medidas neles previstas. resolução pode exigir a remoção desses constrangimentos, no prazo que fixar,
com o objetivo de assegurar que as funções económicas essenciais com
-
potencial impacto sistémico sejam preservadas, em caso de necessidade, atra- Risco de incapacidade de a instituição dispor de meios líquidos para cum-
vés da respetiva cisão, no quadro da aplicação de medidas de resolução.
prir as suas obrigações, à medida que as mesmas se vencem.
2. Para efeitos do disposto no número anterior, o Banco de Portugal pode deter- e) Dificuldades de financiamento para satisfação das respetivas necessidades
minar, sem prejuízo da competência dos órgãos sociais da instituição de cré- de disponibilidades líquidas.
dito, que a mesma adote, entre outras, as seguintes providências:
f) Dificuldades na disponibilização de fundos por parte dos acionistas para
a) Alteração da sua organização jurídico-societária ou do grupo em que se efeitos de realização de um aumento de capital social, quando este seja
insere. necessário ou conveniente para dar cumprimento a requisitos legais ou
b) Alteração da sua estrutura operacional ou do grupo em que se insere. regulamentares.
c) Separação jurídica, ao nível do grupo em que se insere, entre as atividades 8) Verificação de alterações legais ou regulamentares, em Portugal ou no
financeiras e não financeiras. estrangeiro, com impacto relevante na atividade da instituição.
d) Segregação entre as atividades previstas nas alíneas a) a c) do nº 1 do h) Ocorrência de eventos com potencial impacto negativo relevante nos
artigo 4º e as restantes atividades das instituições de crédito. resultados ou no capital próprio, nomeadamente os relacionados com:
e) Restrição ou limitação das suas atividades, operações ou redes de balcões. i) A incapacidade de uma contraparte cumprir os seus compromissos
financeiros perante a instituição, incluindo possíveis restrições à
f) Redução do risco inerente às suas atividades, produtos e sistemas.
transferência de pagamentos do exterior,
£) Imposição de reportes adicionais.
ii) Movimentos desfavoráveis no preço de mercado de instrumentos
3. Se a instituição de crédito exercer uma atividade de intermediação financeira, financeiros valorizados ao justo valor, provocados, nomeadamente,
o Banco de Portugal comunica à Comissão do Mercado de Valores Mobiliá- por flutuações em taxas de juro, taxas de câmbio, cotações de ações,
rios as providências adotadas, que possam ter impacto no desenvolvimento da spreads de crédito ou preços de mercadorias.
atividade de intermediação financeira. iii) Movimentos adversos nas taxas de juro de elementos da carteira ban-
cária, por via de desfasamentos de maturidades ou de prazos de
EE DEVER DE COMUNICAÇÃO (ARTIGO 1162-F) refixação das taxas de juro, da ausência de correlação perfeita entre as
taxas recebidas e pagas nos diferentes instrumentos ou da existência
1. Quando uma instituição de crédito se encontre, por qualquer razão, em situa- de opções incorporadas em instrumentos financeiros do balanço ou
ção de desequilíbrio financeiro, ou em risco de o ficar, o órgão de administra- elementos extrapatrimoniais.
ção ou de fiscalização deve comunicar imediatamente o facto ao Banco de
iv) Movimentos adversos nas taxas de câmbio de elementos da carteira
Portugal.
bancária, provocados por alterações nas taxas de câmbio utilizadas na
2. Os órgãos de administração e de fiscalização da instituição de crédito devem
conversão para a moeda funcional ou pela alteração da posição com-
igualmente comunicar ao Banco de Portugal a verificação de alguma das
petitiva da instituição devido a variações significativas das taxas de
seguintes situações, ainda que considerem que tal possa não ter impacto no câmbio.
equilíbrio financeiro da instituição:
v) Falhas na análise, processamento ou liquidação das operações, frau-
a) Risco de violação de normas e limites prudenciais, nomeadamente dos des internas e externas ou inoperacionalidade das infraestruturas.
níveis mínimos de adequação de fundos próprios correspondentes ao rácio
de solvabilidade e ao rácio Core Tier 1. i) Movimentos adversos nas responsabilidades com pensões e outros benefí-
cios pós-emprego, bem como no valor patrimonial dos fundos de pensões
b) Diminuição anormal dos saldos de depósitos.
utilizados no financiamento dessas responsabilidades, quando associados a
c) Desvalorização materialmente relevante dos ativos da instituição ou per-
planos de benefício definido.
das materialmente relevantes em outros compromissos da instituição,
ainda que sem reconhecimento imediato nas demonstrações financeiras.
J) Existê ncia de conting
ências materialmente relevantes de nat
ureza fiscal ou
reputacional, ou resultantes da controlo do cumprim das obr e
aplicação de medidas ou san ent o iga çõe s leg ais reg ula me nta res com
de autoridade s adm inis ções por parte
tra tiva s ou judiciais, em Portugal ou no pliance), tomem conhecimento de qualquer irregularidade grave relaci(co onm
estrangeiro. aa
com à administração, organização contabilística e fiscalizaçã interna da ns
3. Os me mb ros dos o
órgãos de administração e de
fiscalização estão individual- tituição de crédito ou de indícios de infração a deveres previst
mente obriga
dos à comunicação referida nos núm os no presente
fazê-la por si pró eros anteriores, devendo Regime Geral ou no Regulamento (UE) nº 575/2013, do Parlamento Europ eu
prios se o órgão a que perten
cem a omitir ou a diferir. e do Conselho, de 26 de jun ho de 2013, que seja suscet íve l de a co loc em
ar
4. Sem pre
juízo de outros deveres de com situação de desequilíbrio financeiro, têm o dever de as participar ao
na
unicação ou participação estabelecidos m
lei, o órg ão de fiscalização ou qualquer membro dos fiscalização, nos termos e com às salvaguardas estabelecidas no pre
ção ou de órgãos de administra-
fisc aliz açã o, bem com o os titulares de artigo.
devem ainda com participações qualificadas
uni car de ime dia to ao Banco de |
4. As participaç
rida de gra ve de
Portugal qualqu irregul
er a- ões recebidas nos termos dos números anteriores são analisadas
que tomem conhecimento relacionad sendo preparado um relatório fundamentado, que deve conter as medidas
a com a adm
org ani zaç ão con tab ilís tica e
inistração,
fisc alização interna da instituiçã de crédito ado ou a
tadas justificação para à não adoção de quaisquer medidas.
seja suscetível de a colocar em o e que
situação de desequilíbrio financeiro. 5 As participações efetuadas ao abrigo do presen artigo bem como os relató-
5. O dever de te ,
comunicação previsto nos números ant
eriores subsiste rios a que elas deem lugar, devem ser conservados em
o
saç ão das fun em cau após a ces- papel ou noutro
çõe s sa ou da titu laridade da par
rela tiva me ticipação qua lific ada, suporte duradouro que permita a reprodução integral e inalterada da
nte a fac tos ver ific ados durante o exercício
de tais funçõe ou a «ão. pelo prazo de cinco anos, sendo-lhes apl
titularidade da s icável o disposto no artigo 120:
respetiva participação. (Deveres de informação).
6. Na seq uên de
cia comunicações efetuadas, o Banco de 6. As participaç
a todo o tem
Portugal pode solicitar, ões efetuadas ao abrigo dos números anteriores não podem
po, qua isq uer info rm açõ
devem ser pre
es que considere necessárias, as si só, servir de fundamento à instauração pel institu
a ição de crédito de por
stadas no prazo fixado par o efeito. quais
a quer procedimento disciplinar, civil ou criminal relativamente ao autoqua
7. O cum prim ent o dos deveres de comuni participação, exceto se às mesmas forem deliberada e manifestamente in o
cação constitui exc eçã o ao dever de
segredo previsto no artigo 79º caso dadas.
, envolva revelação dos fac
tos ou elemen-
tos previstos no nº 1 do ref
erido artigo. 7. As instituições de crédito devem
aprese nta r ao Banco de Portugal um relató-
O Ban co de Por tugal pode definir, por instru rio anual com a descrição dos meios referidos no nº 1 e com ind
ção, critérios para a aplica icação sumá-
disposto no nº 2 do presen ção do ria das participações recebidas e do respet
te artigo. ivo processamento.
8 O Banco de Portugal aprova à regula
mentação necessária para assegurar à
PARTICIPAÇÃO DE IRREGULARIDADES implementação das normas previstas no presente artigo.
(ARTIGO 116º-G)
1. As ins titu de
içõ es cré dito dev em implementar meios especí E PARTICIPAÇÃO
tes e autóno mo s ficos, independen- DE INFRAÇÕES AO BANCO DE PORTUGAL (ARTIG 1168-H)
O
ade qua dos de receção, tratamento e
de irregularid arquivo das participações
ades graves relacionadas com a sua 1. Qualquer pessoa que tenha conhecimento de indícios sérios de infrações a
contabilística e adm inis tração, organização
fiscalização interna e de indícios sérios deveres previstos no presente RGICSF ou no Regula
de infrações a deveres mento (UE) nº 5 75/2013 ,
previstos no presente RGICSF ou no do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de
Reg ula mento (UE) nº 575/2013, do junho de 2013, pode Àfazer
Parlamento Eur uma participação ao Banco de Portugal.
opeu e do Conselho, de 26 de
junho de 2013.
2. Os meios refe rido s no núm ero anterior garant 2. É garantida a proteção dos dados pes
soais do denunciante é do suspeito da
|
em a confidencialidade das
ticipações recebidas e a pro par- prática da infração, nos termos da Lei nº 67/98, de 26 de outubro.
teção dos dados pessoais do denuncian
peito da prática da infração, nos termos te e do sus-
da Lei nº 67/98, de 26 de 3. É igualmente garantida a confidencialidade sobre a identidade do denunc
outubro. iante
3. As pes soa s que, por virtude das fun a todo o tempo ou até ao momento em que essa inform
ação seja exigi la para
ções que exerçam na institu
dito, nomeadamente nas áreas de ição de cré-
auditoria interna, de salvaguarda dos direitos de defesa dos visados pela denúncia, no ambio d as
gestão de riscos ou de
investigações a que a mesma dê lugar ou de processos judicia subsequen
is tes.
4. As participações efetuadas ao abrigo do disposto nos números anteriores não «) Revisão adicional ou mais frequente dos planos operacionais, estratégicos
podem, por si só, servir de fundamento à instauração pela instituição de cré- ou de negócio da instituição de crédito.
dito de qualquer procedimento disciplinar, civil ou criminal relativamente ao e) Inspeções temáticas para controlo de riscos específicos de ocorrência pro-
autor da participação, exceto se as mesmas forem deliberada e manifesta- vável.
mente infundadas.
4, A adoção de um plano de atividades de supervisão pelo Banco de Portugal
5. O Banco de Portugal pode aprovar a regulamentação necessária para assegu-
não obsta a que as autoridades competentes dos Estados-Membros de acolhi-
rar a implementação das garantias previstas nos números anteriores.
mento procedam, numa base casuística, a verificações e inspeções in loco das
atividades realizadas pelas sucursais das instituições de crédito com sede em
E PLANO DE ATIVIDADES DE SUPERVISÃO (ARTIGO 116º-1) Portugal.
1. O Banco de Portugal adota, pelo menos anualmente, um plano de atividades
de supervisão para as instituições de crédito, o qual tem em consideração o E TESTES DE ESFORÇO (ARTIGO 116º-J)
processo de análise e avaliação previsto no artigo 116º-A e inclui:
L O Banco de Portugal efetua, com uma periodicidade adequada, e pelo menos
a) A indicação da forma como tenciona desempenhar as suas tarefas e afetar anualmente, testes de esforço às instituições de crédito, para facilitar o pro-
Os Seus recursos.
cesso de análise e avaliação nos termos do artigo 116º-A.
b) A identificação das instituições de crédito que devem ser objeto de uma 2. Os resultados dos testes de esforço podem ser objeto de publicação.
supervisão reforçada e as medidas tomadas para essa supervisão nos ter-
mos do nº 3.
E REVISÃO CONTÍNUA DA AUTORIZAÇÃO PARA UTILIZAÇÃO DE MÉTODOS
c) Um plano para as inspeções nas instalações das instituições de crédito, INTERNOS (ARTIGO 116º-K)
incluindo das respetivas sucursais e filiais estabelecidas noutros Estados-
-Membros da União Europeia. . O Banco de Portugal revê regularmente, e pelo menos de três em três anos, o
cumprimento pelas instituições de crédito dos requisitos relativos aos méto-
2 O plano de atividades de supervisão deve abranger as instituições de crédito que: dos que requerem a sua autorização antes da sua utilização para o cálculo dos
a) Apresentem resultados dos respetivos testes de esforço a que se referem as requisitos de fundos próprios de acordo com a regulamentação aplicável.
alíneas a) e g) do nº 1 do artigo 116º-B e o artigo 116º-J, ou resultados do 2 . Para efeitos do disposto no número anterior, o Banco de Portugal tem em
processo de análise e avaliação ao abrigo do artigo 1162-A, que indiquem consideração, nomeadamente, as alterações na atividade das instituições de
riscos significativos para a sua solidez financeira ou infrações às disposi- crédito e a aplicação desses métodos a novos produtos.
ções constantes do presente regime e do Regulamento (UE) nº 575/2013, 3. Sempre que sejam identificadas deficiências significativas na captação dos
do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de junho de 2013. riscos por um método interno de uma instituição de crédito, o Banco de Por-
b) Representem riscos sistémicos para o sistema financeiro. tugal deve assegurar que tais deficiências são corrigidas, ou toma as medidas
c) O Banco de Portugal considere necessário incluir. adequadas para mitigar as suas consequências, nomeadamente impondo fato-
res de multiplicação ou requisitos de fundos próprios mais elevados, ou ado-
3 Caso seja considerado adequado ao abrigo do artigo 116º-A, são tomadas, em
- tando outras medidas adequadas e eficazes.
especial, as seguintes medidas: 4 . O Banco de Portugal analisa e avalia nomeadamente se a instituição de cré-
a) Aumento do número ou da frequência das inspeções in loco da instituição dito utiliza técnicas e práticas bem desenvolvidas e atualizadas para esses
de crédito. métodos.
b) Presença permanente do Banco de Portugal na instituição de crédito. 5. Caso, relativamente a um modelo interno de risco de mercado, um número
elevado de excessos a que se refere a regulamentação aplicável indique que o
c) Reporte de informação adicional ou mais frequente por parte da instituição
de crédito. modelo não é suficientemente exato, o Banco de Portugal revoga a autoriza-
ção de utilização do modelo interno ou impõe medidas adequadas para asse- próprios para riscos de incumprimento e de migração, sem prejuízo do
gurar que o modelo seja rapidamente aperfeiçoado. cumprimento dos critérios estabelecidos nos artigos 362º a 377º do
6 Caso uma instituição de crédito tenha obtido autorização para aplicar
- "um Regulamento (UE) nº 575/2013, do Parlamento Europeu e do Conselho,
método para o cálculo dos requisitos de fundos próprios que exige a autoriza- de 26 de junho de 2013, relativos à utilização de modelos internos para
cálculo de requisitos de fundos próprios para risco de mercado.
ção prévia do Banco de Portugal, de acordo com a regulamentação aplicável,
mas deixe de cumprir os requisitos para a aplicação desse método, o Banco de
0 . O Banco de Portugal, atendendo à natureza, escala e complexidade das ati-
Portugal deve exigir que a instituição demonstre que a não conformidade tem vidades das instituições de crédito, monitoriza se estas não dependem única
um efeito irrelevante, ou em alternativa apresente um plano para restabelecer
e sistematicamente de notações de risco externas para avaliarem a qualidade
atempadamente a conformidade com os requisitos e fixe um prazo para a sua creditícia de uma entidade ou instrumento financeiro.
execução, devendo exigir melhorias desse plano caso seja pouco provável que
o mesmo venha a proporcionar total conformidade ou caso o prazo não seja
adequado. E APLICAÇÃO DE MEDIDAS DE SUPERVISÃO A INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO
COM PERFIS DE RISCO SEMELHANTES (ARTIGO 1162-1.)
7 . Se não for provável que a instituição de crédito possa restabelecer a conformi-
dade dentro de um prazo adequado e, se for o caso, a instituição de crédito - Caso o Banco de Portugal determine, nos termos do artigo 116º-A, que
não tiver demonstrado de forma satisfatória que a não conformidade tem um instituições de crédito com perfis de risco semelhantes, designadamente com
efeito irrelevante, a autorização para utilizar o método é revogada ou limitada modelos de negócio ou localização geográfica semelhantes das suas posições
a áreas conformes ou em que a conformidade possa ser obtida dentro de um em risco, estão ou podem vir a estar expostas a riscos semelhantes ou colo-
cam riscos ao sistema financeiro, pode aplicar o processo de análise e avalia-
prazo adequado.
ção a que se refere o referido artigo a essas instituições de crédito de modo
8. O Banco de Portugal deve ter em consideração orientações da Autoridade
semelhante ou idêntico.
Bancária Europeia relevantes para efeitos da revisão das autorizações nos
termos dos números anteriores. 2 Para efeitos do disposto no nº 1, o Banco de Portugal pode impor a essas
instituições de crédito requisitos que disciplinam a sua atividade de modo
9 O Banco de Portugal incentiva as instituições de crédito, tendo em considera-
-
semelhante ou idêntico, nomeadamente o exercício dos poderes de supervisão
ção a sua dimensão, organização interna e natureza, escala e complexidade
estabelecidos nos artigos 116º-C, 116º-M e 116º-N.
das suas atividades:
3 « As instituições de crédito a que se referem os números anteriores podem ser
a) À desenvolver capacidades de avaliação interna do risco de crédito e a
determinadas, nomeadamente, de acordo com os critérios a que se refere a
incrementar a utilização do método baseado em notações internas para o
alínea 7) do nº 1 do artigo 116º-B,
cálculo dos requisitos de fundos próprios para cobertura do risco de cré-
4 O Banco de Portugal notifica a Autoridade Bancária Europeia sempre que
dito, atendendo à relevância em termos absolutos das suas posições em -
risco e à existência de um elevado número de contrapartes significativas, e aplique o disposto nos números anteriores.
sem prejuízo do cumprimento dos critérios estabelecidos nos artigos 102º
a 106º do Regulamento (UE) nº 575/2013, do Parlamento Europeu e do E REQUISITOS ESPECÍFICOS DE LIQUIDEZ (ARTIGO 116º-M)
Conselho, de 26 de junho de 2013, relativo aos requisitos aplicáveis à
Para efeitos da determinação do nível adequado de requisitos de liquidez com
carteira de negociação.
base na análise e avaliação efetuadas nos termos desta secção, o Banco de
b) Que detenham posições em risco específico que sejam significativas em Portugal avalia a necessidade de impor um requisito específico de liquidez
termos absolutos e quando exista um elevado número de posições signifi-
para captar os riscos de liquidez a que a instituição de crédito está ou pode vir
cativas em instrumentos de dívida de diferentes emitentes, a desenvolver a estar exposta, considerando:
capacidades de avaliação interna do risco e a incrementar a utilização de
a) O respetivo modelo de negócio.
modelos internos para o cálculo dos requisitos de fundos próprios para
risco específico de instrumentos de dívida na carteira de negociação, jun- b) As disposições, os processos e os mecanismos da instituição de crédito a
tamente com modelos internos para o cálculo dos requisitos de fundos que se refere o artigo 115º-U (Risco de liquidez).
c) Os resultados da análise e avaliação efetuadas nos termos do artigo 116.-A EE SOCIEDADES GESTORAS DE PARTICIPAÇÕES SOCIAIS (ARTIGO 117º)
(Processo de supervisão). |. Ficam sujeitas à supervisão do Banco de Portugal as sociedades gestoras de
d) O risco sistémico de liquidez que ameace a integridade do sistema finan- participações sociais quando as participações detidas, direta ou indiretamente,
ceiro nacional e, quando aplicável, do Estado-Membro da União Europeia lhes confiram a maioria dos direitos de voto em uma ou mais instituições de
em causa. crédito ou sociedades financeiras.
2. O Banco de Portugal pode ainda sujeitar à sua supervisão as sociedades gesto-
2. O Banco de Portugal deve ponderar a necessidade de aplicar sanções ou
ras de participações sociais que, não estando incluídas na previsão do número
outras medidas administrativas, nomeadamente requisitos prudenciais, cujo
anterior, detenham participação qualificada em instituição de crédito ou em
nível esteja em geral relacionado com a disparidade entre a posição real de
sociedade financeira.
liquidez da instituição de crédito e os requisitos de liquidez e de financia-
mento estável estabelecidos a nível nacional ou da União Europeia. 3. Excetuam-se da aplicação do número anterior as sociedades gestoras de parti-
cipações sociais sujeitas à supervisão do Instituto de Seguros de Portugal.
4, O disposto nos artigos 30.º a 32.º, com as necessárias adaptações, 42.-A, 43.º-A e
E REQUISITOS ESPECÍFICOS DE PUBLICAÇÃO (ARTIGO 1162-N)
nos nº e 3 do artigo 115º é aplicável às sociedades gestoras de participa-
|
1. O Banco de Portugal pode estabelecer, por regulamentação, que as institui-
ções sociais sujeitas à supervisão do Banco de Portugal.
ções de crédito:
a) Publiquem as informações a que se referem os artigos 431º a 455º do E INSTITUIÇÕES DE PAGAMENTO E INSTITUIÇÕES DE MOEDA ELETRÓNICA
Regulamento (UE) nº 575/2013, do Parlamento Europeu e do Conselho, (ARTIGO 1172-A)
de 26 de junho de 2013 (Divulgação de informações por parte das institui- As instituições de pagamento e as instituições de moeda eletrónica encon-
ções) em intervalos inferiores a um ano, fixando os respetivos prazos de tram-se sujeitas à supervisão do Banco de Portugal, nos termos das normas
publicação. legais e regulamentares que regem a respetiva atividade.
b) Utilizem meios de comunicação e locais específicos para a publicação de
informações, exceto através das demonstrações financeiras. EE SOCIEDADES RELEVANTES PARA SISTEMAS DE PAGAMENTOS (ARTIGO 1172-B)
1. O Banco de Portugal pode sujeitar à sua supervisão as entidades que tenham
O Banco de Portugal pode exigir que as empresas-mãe publiquem anual-
por objeto exercer, ou que de facto exerçam, uma atividade especialmente
mente, de forma integral ou por remissão para informações equivalentes, uma
relevante para o funcionamento dos sistemas de pagamentos, especificando as
descrição da sua estrutura jurídica e de governo de sociedade e da estrutura
regras e as obrigações que lhes são aplicáveis, de entre as previstas no pre-
organizacional do grupo.
sente decreto-lei para as sociedades financeiras.
. As entidades que exerçam qualquer atividade no âmbito dos sistemas de
E COERÊNCIA DAS REVISÕES, AVALIAÇÕES E MEDIDAS DE SUPERVISÃO
pagamentos devem comunicar esse facto ao Banco de Portugal e prestar-lhe
(ARTIGO 1168-0)
todas as informações que ele lhes solicitar.
O Banco de Portugal informa a Autoridade Bancária Europeia sobre:
3 Para os efeitos do nº 1, considera-se especialmente relevante para os sistemas
«
a) O funcionamento do seu processo de análise e avaliação previsto no artigo de pagamentos, nomeadamente, a atividade de gestão de uma rede eletrónica
116º-A. através da qual se efetuem pagamentos.
b) A metodologia utilizada como base das decisões a que se referem os arti- 4 Às sociedades consideradas relevantes para o funcionamento dos sistemas de
gos 116º-B, 116º-C, 116º], 116º-K e 116º-M sobre o processo a que se pagamentos sujeitas à supervisão do Banco de Portugal é aplicável o disposto
refere a alínea anterior. no título VIII (Intervenção corretiva, administração provisória e resolução).
E GESTÃO SÃ E PRUDENTE (ARTIGO 118º) a) Do seu grau de liquidez e solvabilidade.
1. Se as condições em que decorre a atividade de uma instituição de crédito não by Dos riscos em que incorrem, incluindo o nível de
exposição a diferentes
respeitarem as regras de uma gestão sã e prudente, o Banco de Portugal pote iipos de instrumentos financeiros.
notificá-la para, no prazo que lhe fixar, tomar as providências necessárias
J Das práticas de gestão e controlo dos riscos a
para restabelecer ou reforçar o equilíbrio financeiro, ou corrigir os métodos de que estão ou possam vir a
estar sujeitas.
gestão.
«!) Das metodologias adotadas na avaliação dos seus
2. Sempre que tiver conhecimento do projeto de uma operação por uma institui- ativos, em particular
daqueles que não sejam transacionados em mercados de elevada liquide e
ção de crédito que, no seu entender, seja suscetível de implicar a violação ou z
o agravamento da violação de regras prudenciais aplicáveis ou infringir as transparência.
regras de uma gestão sã e prudente, o Banco de Portugal pode notificar essa e) Do cumprimento das normas, legais e regulam
entares, que disciplinam a
instituição para se abster de realizar tal operação. sua atividade.
f) Da sua organização administrativa.
E DEVER DE ABSTENÇÃO E REGISTO DE OPERAÇÕES (ARTIGO 118º-A)
£) Da eficácia dos seus controlos internos.
1. É vedada às instituições de crédito a concessão de crédito a entidades sedia- A) Dos seus processos de segurança e controlo no domínio informático.
das em ordenamentos jurídicos offshore considerados não cooperantes ou
i) Do cumprimento permanente das condições previstas nos
cujo beneficiário último seja desconhecido. artigos 14º, 15º
e alíneas f) e g) do nº
do artigo 20º.
1
2. Compete ao Banco de Portugal definir, por aviso, os ordenamentos jurídicos
offshore considerados não cooperantes para efeitos do disposto no número 2 . O Banco de Portugal pode
regulamentar, por aviso, o disposto no número
anterior. anterior.
3. Sem prejuízo do disposto no nº 1, devem as instituições sujeitas à supervisão . As instituições de crédito facultarão ao Banco de a
Portuga l inspeçã o dos seus
do Banco de Portugal, com base na sua situação financeira consolidada, pro- estabelecimentos e o exame da escrita no local, assim como todos
os outros
ceder ao registo das operações correspondentes a serviços de pagamento elementos que o Banco considere relevantes
para a verificação dos aspetos
prestados por todas as entidades incluídas no perímetro de supervisão pruden- mencionados no número anterior.
cial que tenham como beneficiária pessoa singular ou coletiva sediada em 4 . O Banco de Portugal pode extrair
cópias e traslados de toda a documentação
qualquer ordenamento jurídico offshore, e comunicá-las ao Banco de Portu- pertinente.
gal, nos termos por este definidos em regulamentação.
5. As entidades não abrangidas pelos números
precedentes e que detenham par-
4. O disposto no nº 3 é também aplicável a quaisquer outras entidades habilita-
ticipações qualificadas no capital de instituições de crédito são obrigad
das a prestar serviços de pagamentos em território nacional. as a
fornecer ao Banco de Portugal todos os elementos ou
informações que o
mesmo Banco considere relevantes
para a supervisão das instituições em que
E DEVER DE ACIONISTA (ARTIGO 119º) participam.
Quando a situação de uma instituição de crédito o justifique, o Banco de . Durante o prazo de cinco anos, as
instituições de crédito devem manter à
Portugal pode recomendar aos acionistas que lhe prestem o apoio financeiro que disposição do Banco de Portugal os dados relevantes sobre as transaç
ões
seja adequado. relativas a serviços e atividades de investimento.
7 . O Banco de Portugal pode
exigir que as instituições de crédito lhe apresentem
E DEVERES DE INFORMAÇÃO (ARTIGO 120º) relatórios de trabalhos relacionados com matérias de
supervisão prudencial,
1. As instituições de crédito apresentam ao Banco de Portugal as informações realizados por uma entidade devidamente habilitada e
para o efeito aceite pelo
necessárias à avaliação do cumprimento do disposto no presente Regime mesmo Banco.
Geral e no Regulamento (UE) nº 575/2013, do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 26 de junho de 2013, nomeadamente para a verificação:
8. O Banco de Portugal pode ainda solicitar a qualquer pessoa as informações de Banco de Portugal aplicando-se-lhes, com as necessárias adaptações, o regime
que necessite para o exercício das suas funções e, se necessário, convocar ilas instituições de crédito autorizadas em Portugal.
essa pessoa e ouvi-la a fim de obter essas informações. *
>
- O Banco de Portugal pode emitir regulamentação com vista à aplicação do
9 . As instituições de crédito registam todas as suas operações e processos, desig- disposto no número anterior.
nadamente os sujeitos ao disposto no presente Regime Geral e no Regula-
mento (UE) nº 575/2013, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de E INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO AUTORIZADAS EM OUTROS ESTADOS-MEMBROS
DA UNIÃO EUROPEIA (ARTIGO 122º)
junho de 2013, de forma a que o Banco de Portugal possa, em qualquer
momento, verificar o respetivo cumprimento. . As instituições de crédito autorizadas em outros Estados-Membros da União
Europeia e que exerçam atividade em Portugal, desde que sujeitas à supervi-
REVISORES OFICIAIS DE CONTAS E AUDITORES EXTERNOS (ARTIGO 1212) são das autoridades dos países de origem, não estão sujeitas à supervisão pru-
1 . Os revisores oficiais de contas ao serviço de uma instituição de crédito e os dencial do Banco de Portugal.
auditores externos que, por exigência legal, prestem a uma instituição de cré- .
Compete, porém, ao Banco de Portugal, em colaboração com as autoridades
dito serviços de auditoria são obrigados a comunicar ao Banco de Portugal, competentes dos países de origem, supervisionar a liquidez das sucursais das
com a maior brevidade, os factos ou decisões respeitantes a essa instituição de instituições de crédito previstas no número anterior.
que tenham conhecimento no exercício das suas funções, quando tais factos O Banco de Portugal colaborará com as autoridades competentes dos países
ou decisões sejam suscetíveis de: de origem, no sentido de as instituições referidas no nº 1 tomarem as provi-
a) Constituir uma infração grave às normas, legais ou regulamentares, que dências necessárias para cobrir os riscos resultantes de posições abertas que
estabeleçam as condições de autorização ou que regulem de modo especí- decorram das operações que efetuem no mercado português.
fico o exercício da atividade das instituições de crédito; ou - Às instituições mencionadas estão sujeitas às decisões e outras providências
b) Afetar a continuidade da exploração da instituição de crédito; ou que as autoridades portuguesas tomem no âmbito da política monetária,
financeira e cambial e às normas aplicáveis por razões de interesse geral.
c) Determinar a recusa da certificação das contas ou a emissão de reservas.
2 . À obrigação prevista no número anterior é igualmente aplicável relativamente E COOPERAÇÃO COM AUTORIDADES DE SUPERVISÃO DE OUTROS ESTADOS
aos factos ou às decisões de que as pessoas referidas no mesmo número MEMBROS DA UNIÃO EUROPEIA (ARTIGO 122º-A)
venham a ter conhecimento no contexto de funções idênticas, mas exercidas - No exercício das suas funções de supervisão de instituições de crédito que
em empresa que mantenha com a instituição de crédito onde tais funções são atuem, nomeadamente através de uma sucursal, em mais do que um Estado-
exercidas uma relação estreita. -Membro da União Europeia que não seja o da sua sede, o Banco de Portugal
3. O dever de informação imposto pelo presente artigo prevalece sobre quais- deve colaborar com as autoridades de supervisão competentes, podendo trocar
quer restrições à divulgação de informações legal ou contratualmente previs- informações relativas à estrutura de administração e à estrutura acionista de
tas, não envolvendo nenhuma responsabilidade para os respetivos sujeitos o instituições de crédito, bem como todas as informações suscetíveis de facilitar
seu cumprimento. a supervisão, nomeadamente em matéria de liquidez, solvabilidade, garantia
de depósitos, limites aos grandes riscos, outros fatores que possam influenciar
4 . À comunicação dos factos ou decisões referidos no nº 1 é feita simultanea-
o risco sistémico que a instituição de crédito representa, organização admi-
mente ao órgão de administração da instituição de crédito, salvo razão ponde-
nistrativa e contabilística, e controlo interno, nomeadamente para a identifica-
rosa em contrário.
ção de uma sucursal significativa.
EB SUCURSAIS DE PAÍSES TERCEIROS (ARTIGO 1212-A) 2 O Banco de Portugal pode comunicar à Autoridade Bancária Europeia, nos
termos do artigo 19º do Regulamento (UE) nº 1093/2010, do Parlamento
1. As sucursais de instituições de crédito com sede em países terceiros autoriza-
das a exercer atividade em Portugal estão sujeitas à supervisão prudencial do Europeu e do Conselho, de 24 de novembro de 2010, as situações em que um
pedido de colaboração, designadamente de troca de informações, tenha sido
rejeitado ou não tenha sido atendido num prazo razoável.
3. O Banco de Portugal presta de imediato às autoridades competentes do E INSPEÇÃO DE SUCURSAIS DE INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO AUTORIZADAS
Estado-Membro de acolhimento quaisquer informações e conclusões relacio- (ARTIGO 124º)
nadas com a supervisão da liquidez de sucursais, na medida em que"essas 1 . Tendo em vista exercer as
funções de supervisão prudencial que lhes incum-
informações e conclusões sejam relevantes para a proteção dos depositantes e bem, as autoridades competentes dos outros Estados-Membros da Comuni-
investidores no Estado-Membro de acolhimento. dade Europeia, após terem informado do facto o Banco de
Portugal, podem,
4. O Banco de Portugal informa de imediato as autoridades competentes de todos diretamente ou por intermédio de quem tenham mandatado para o efeito, pro-
os Estados-Membros de acolhimento em caso de ocorrência ou de razoável ceder a inspeções nas sucursais que as
instituições de crédito autorizadas nes-
ses Estados membros possuam em território
probabilidade de ocorrência de problemas de liquidez, fornecendo dados sobre português.
o planeamento e a execução de um plano de recuperação, bem como sobre 2. As inspeções de que trata o número anterior
podem também ser realizadas
quaisquer medidas de supervisão prudencial tomadas nesse contexto. pelo Banco de Portugal, a pedido das autoridades referidas no mesmo
5. O Banco de Portugal pode pedir às autoridades competentes do Estado-Mem- número.
bro de origem que comuniquem e expliquem o modo como foram considera- 3- O Banco de Portugal pode proceder, numa base casuística, a
verificações e
das as informações e conclusões fornecidas. inspeções das atividades realizadas pelas sucursais das instituições de crédito
no território nacional e exigir
6. Sempre que, na sequência da comunicação de informações e conclusões, o informações de uma sucursal sobre as suas ati-
Banco de Portugal entenda que não foram tomadas medidas adequadas pelas vidades, para efeitos de supervisão, sempre que o considere relevante
por
autoridades competentes do Estado-Membro de origem, pode, depois de motivos de estabilidade do sistema financeiro
português.
informar aquelas autoridades e a Autoridade Bancária Europeia, tomar as 4. Antes da realização de tais
verificações e inspeções, o Banco de Portugal con-
medidas adequadas para prevenir novas infrações, a fim de proteger os inte- sulta as autoridades competentes do Estado-Membro de
origem.
resses dos depositantes, investidores e outras pessoas a quem são prestados 5. Após essas verificações e
inspeções, o Banco de Portugal comunica às
serviços ou de proteger a estabilidade do sistema financeiro. autoridades competentes do Estado-Membro de
origem as informações obti-
7. O Banco de Portugal comunica e fundamenta, mediante pedido, às autorida- das e as conclusões que sejam relevantes
para a avaliação dos riscos da insti-
des competentes do Estado-Membro de acolhimento o modo como foram tuição de crédito ou para a estabilidade do sistema financeiro português.
consideradas as informações e conclusões fornecidas por estas últimas. 6. O Banco de Portugal tem devidamente em conta as
informações e conclusões
8. Caso discorde das medidas a tomar pelas autoridades competentes do Estado- comunicadas pelas autoridades competentes do Estado-Membro de acolhi-
-Membro de acolhimento, o Banco de Portugal pode remeter o assunto para a mento na determinação do seu programa de exame em matéria de
supervisão,
Autoridade Bancária Europeia e requerer a sua assistência, nos termos do incluindo a estabilidade do sistema financeiro do Estado-Membro de acolhi-
artigo 19º do Regulamento (UE) nº 1093/2010, do Parlamento Europeu e do mento.
Conselho, de 24 de novembro de 2010. 7. As verificações e inspeções de sucursais são efetuadas de acordo com o
direito português.
E DEVERES DAS INSTITUIÇÕES AUTORIZADAS EM OUTROS ESTADOS-MEMBROS
DA UNIÃO EUROPEIA (ARTIGO 123º) E ESCRITÓRIOS DE REPRESENTAÇÃO (ARTIGO 125º)
À. Para os efeitos do artigo 122º, as instituições nele mencionadas devem apre- A atividade dos escritórios de representação de
instituições de crédito com
sentar ao Banco de Portugal os elementos de informação que este considere sede no estrangeiro está sujeita à supervisão do Banco de
Portugal, a qual poderá
necessários. ser feita no local e implicar o exame de livros de contabilidade e de
quaisquer
2. É aplicável o disposto nos nº 2 e 3 do artigo 120º deste Regulamento Geral. outros elementos de informação julgados necessários.
E ENTIDADES NÃO HABILITADAS (ARTIGO 126º)
1. Quando haja fundadas suspeitas de que uma entidade não habilitada exerce ou
exerceu alguma atividade reservada às
instituições de crédito, pode o Banco
de Portugal exigir que ela apresente os elementos necessários ao esclareci- 5. Quando várias instituições de crédito sejam controladas por uma companhia
mento da situação, bem como realizar inspeções no local onde indiciaria- financeira-mãe ou companhia financeira mista-mãe em Portugal, o disposto
mente tal atividade seja ou tenha sido exercida, ou onde suspeite que estejam no nº 4 aplica-se só às instituições de crédito sujeitas a supervisão em base
elementos relevantes para o conhecimento dessa atividade. consolidada, exercida pelo Banco de Portugal.
2. Sem prejuízo da legitimidade atribuída por lei a outras pessoas, o Banco de 6. O disposto no presente artigo é aplicável em base subconsolidada às institui-
Portugal pode requerer a dissolução e liquidação de sociedade ou outro ente vões de crédito que sejam filiais, caso essas instituições de crédito ou a respe-
coletivo que, sem estar habilitado, pratique operações reservadas a institui- tiva empresa-mãe, quando se tratar de uma companhia financeira-mãe ou uma
ções de crédito. companhia financeira mista-mãe, tenham uma instituição de crédito, uma
empresa de investimento, uma instituição financeira ou uma sociedade ges-
E COLABORAÇÃO DE OUTRAS AUTORIDADES (ARTIGO 127º) tora de fundos de investimento mobiliário, na aceção do n.º 6 do artigo 199.º-A,
As autoridades policiais prestarão ao Banco de Portugal a colaboração que como filial num país terceiro, ou nela detenham uma participação.
este lhes solicitar no âmbito das suas atribuições de supervisão.
E APLICAÇÃO EM MATÉRIA DE TRATAMENTO DE RISCOS E PROCESSO E MEDIDAS
DE SUPERVISÃO (ARTIGO 1292-B)
E APREENSÃO DE DOCUMENTOS E VALORES (ARTIGO 128º)
. As instituições de crédito cumprem as obrigações previstas no capítulo H-C
No decurso das inspeções a que se refere o nº 1 do artigo 126º, pode o Banco
do título VII e nos nº 9 e 10 do artigo 116º-K, em base individual, salvo dis-
1 -
de Portugal proceder a apreensão de quaisquer documentos ou valores que
pensa pelo Banco de Portugal da aplicação de requisitos prudenciais em base
constituam objeto, instrumento ou produto de infração ou que se mostrem
individual, nos termos do artigo 7º do Regulamento (UE) nº 575/2013.
necessários à instrução do respetivo processo.
2. As instituições de crédito, as companhias financeiras e as companhias finan-
2 Àos valores apreendidos aplica-se o disposto no nº 1 do artigo 215º (Recolha
ceiras mistas sujeitas à supervisão do Banco de Portugal que sejam empresas-
de elementos).
-mãe ou filiais, aplicam o disposto no número anterior em base consolidada
ou subconsolidada, consoante aplicável.
NÍVEL DE APLICAÇÃO DO PROCESSO DE AUTOAVALIAÇÃO DA ADEQUAÇÃO
DO CAPITAL INTERNO (ARTIGO 1292-A) 3. As empresas-mãe e filiais referidas no número anterior devem aplicar as obri-
1 - Às instituições de crédito cumprem as obrigações previstas no artigo 115º-J gações identificadas no nº 1 às suas filiais que não estejam abrangidas pelo
em base individual, exceto as que sejam filiais em Portugal, empresas-mãe ou presente Regime Geral, assegurando que as mesmas prestam a informação
relevante sobre o cumprimento dessas mesmas obrigações, salvo se as filais
instituições de crédito incluídas na supervisão em base consolidada.
são de um país terceiro em que o cumprimento destas obrigações constitui
2 Quando o Banco de Portugal dispense a aplicação dos requisitos de fundos uma violação à legislação desse país.
próprios em base consolidada nos termos do artigo 15º do Regulamento (UE)
4. As obrigações previstas nos artigos 116º, 116º-A a 116-Ce 116º-I a 11690
nº 575/2013, do Parlamento Europeu
e do Conselho, de 26 de junho de 2013,
são cumpridas, em base individual ou consolidada, nos termos dos artigos 6º
as obrigações previstas no artigo 115º-J são aplicáveis em base individual.
24º do Regulamento (UE) nº 575/2013.
a
3- Às instituições de crédito-mãe em Portugal cumprem as obrigações previstas
5. Quando o Banco de Portugal renuncie à aplicação dos requisitos de fundos
no artigo 115º-] em base consolidada.
próprios em base consolidada previstos para grupos de empresas de investi-
4 Às instituições de crédito controladas por uma companhia financeira-mãe ou
-
mento no artigo 15º do Regulamento (UE) nº 575/2013, as obrigações pre-
por uma companhia financeira mista-mãe sediadas em Portugal ou em outro vistas no artigo 116º-A aplicam-se às empresas de investimento em base
Estado-Membro da União Europeia, neste último caso quando a competência individual.
pela supervisão em base consolidada seja atribuída ao Banco de Portugal,
cumprem as obrigações previstas no artigo 115º-J com base na situação con-
solidada dessas companhias financeiras-mãe ou companhias financeiras mis-
tas-mãe.
$2. Mecanismo único de supervisão na União 2.2. OBJETO, ÂMBITO DE APLICAÇÃO E COOPERA!
O objeto das medidas constantes do nº
Regulamento (EU) 1024/2013 do
2.1. INTRODUÇÃO Conselho, de 15 de outubro de 2013, é contribuir a
para segurança e a solidez
das instituições de crédito e para a estabilidade do sistema
financeiro na União
Após a publicação da Diretiva 2013/36/EU e do Regulamento (UE) nº Europeia em cada Estado-Membro, tendo e diligentemente em conta a
plena
575/2013, ambos os diplomas do Parlamento Europeu e do Conselho e de 26 de unidade e a integridade do mercado interno e
por base a igualdade de tratamento
junho de 2013, transpostos para a ordem jurídica nacional através do Decreto- das instituições de crédito com vista a evitar a
arbitragem regulamentar.
"Lei nº 157/2014, de 24 de outubro, foram publicados:
Este Regulamento, também designado por
Regulamento do MUS, estabelece
O Regulamento (UE) nº 1024/2013 do Conselho, de 15 de outubro de 2013, o Mecanismo Único de Supervisão,
que é composto pelo Banco Central Europeu
que confere ao BCE atribuições específicas no que diz respeito às políticas rela- (BCE) e pelas autoridades nacionais
competentes dos Estados-Membros partici-
tivas à supervisão prudencial das instituições de crédito. pantes (ANC).
O Regulamento (UE) nº 468/2014, de 16 de abril de 2014, que estabelece o As instituições a que se refere o artigo 2º, nº 5, da Diretiva 2013/36/UE
do
quadro de cooperação, no âmbito do Mecanismo Único de Supervisão, entre o Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de de
Junho 2013, relativa ao acesso à
Banco Central Europeu e as autoridades nacionais competentes e com as autori- atividade das instituições de crédito e à
supervisão prudencial das instituições de
dades nacionais designadas. crédito e empresas de investimento, ficam excluídas do âmbito das
atribuições
Quanto a estes Regulamentos e tendo em conta o papel relevante que os de supervisão conferidas ao BCE. Tais
instituições são os bancos centrais, os
mesmos assumem no domínio bancário e financeiro da União, bem como no serviços de cheques postais, as empresas de investimento quanto ao acesso à ati-
funcionamento das economias dos seus Estados-Membros, apontam-se, em vidade na medida em que seja regulado
pela Diretiva 2004/39/CE e outras
seguida, alguns dos seus aspetos (Objeto e atribuições, cooperação, atribuições e empresas mencionadas especificamente em cada Estado-Membro, tais como:
poderes do BCE, supervisão, informação, entre outros). -
Em Portugal, as Caixas Económicas existentes em 1 de
janeiro de 1986,
Aliás, no preâmbulo do Regulamento (UE) nº 1024/2013, do Conselho de 15 excetuando, por um lado, as que revestem a forma de sociedades anóni-
de outubro de 2013, refere-se expressamente: mas e, por outro, a Caixa Económica Geral.
Montepio
«A supervisão das instituições de crédito na União continua a ser da compe- -
Em França, a Caisse des Dépôts et Consignations.
tência nacional. A coordenação entre as autoridades de supervisão é essencial,
mas a crise demonstrou que isso não é suficiente, em particular, no contexto O âmbito das atribuições de supervisão conferidas ao BCE tem como
limite a
da moeda única. Por conseguinte, a fim de preservar a estabilidade financeira supervisão prudencial das instituições de crédito nos termos deste
Regulamento.
na União e potenciar os efeitos positivos da integração do mercado no cres- Este não confere ao BCE quaisquer outras de supervisão, como
atribuições
cimento e bem-estar, deverá aprofundar-se a integração da função de supervi- sejam as atribuições relativas à supervisão prudencial das
contrapartes centrais.
são. Tal é particularmente importante para assegurar uma supervisão eficaz e No exercício das suas atribuições, nos termos do
presente Regulamento, e
harmoniosa ao nível dos grupos bancários e da sua solidez global, permitindo sem prejuízo do objetivo de garantir a
segurança e a solidez das de
ao mesmo tempo, reduzir o risco de interpretações diferentes e decisões con- instituições
crédito, BCE deve ter plenamente em conta os diferentes
o
modelos
traditórias a nível das entidades individuais que os compõem.» tipos,
empresariais e dimensões das instituições de crédito. Além disso, nenhuma
ação,
proposta ou política do BCE pode discriminar qualquer Estado-Membro no
O Regulamento (UE) nº 1024/2013 compreende os seguintes capítulos: que
se refere ao local de prestação de
I- Objeto e definições. moeda.
serviços bancários ou financeiros em qualquer
H Cooperação e atribuições.
--
Este Regulamento não
prejudica as responsabilidades e os poderes conexos
NI -
Poderes do BCE.
das autoridades competentes dos Estados-Membros
IV -
Princípios em matéria de organização. participantes no exercício
das atribuições de não conferidas ao BCE
V -
Disposições gerais e finais. supervisão pelo referido regulamento,
nem as responsabilidades e os poderes conexos das
autoridades nacionais com-
à
petentes (ANC) ou das autoridades nacionais designadas dos Estados-Membros 2.3. ATRIBUIÇÕES DO B
participantes (AND), para aplicarem instrumentos macroprudenciais não pre-
vistos nos atos aplicáveis do direito da União. N
Cabe ao BCE exercer em exclusivo, para fins de supervisão prudencial, as
O BCE deve cooperar estreitamente com as seguintes entidades: seguintes atribuições, conforme o disposto no artigo 4º:
-
EBA (European Banking Authority) Autoridade Bancária Europeia.
-
a) Conceder e revogar a autorização a instituições de crédito, sob reserva do
-
ESMA (European Securities and Markets Authority) -
Autoridade Euro- disposto no artigo 14º (Pedido de autorização para o acesso à atividade de
uma instituição de crédito que pretenda estabelecer-se num Estado-Mem-
peia dos Valores Mobiliários e dos Mercados.
bro participante a apresentar à ANC).
-
EIOPA (European Insurance and Occupational Pensions Authority) -
Autoridade Europeia de Seguros e Pensões de Reforma. b) Quanto às instituições de crédito estabelecidas num Estado-Membro parti-
cipante que pretendam estabelecer uma sucursal ou prestar serviços trans-
-
CERS Comité Europeu de Risco Sistémico
-
(ESRC -
European Syste-
fronteiriços num Estado-Membro não participante, exercer as atribuições
mic Risk Committee).
que incumbem à autoridade competente do Estado-Membro de origem nos
-
Outras entidades que integram o SESF Sistema Europeu de Supervisão
-
termos da legislação aplicável da União.
Financeira (EFSS European Financial Supervisory System), que asse-
-
c) Apreciar as notificações de aquisição e alienação de participações quali-
guram um nível adequado de regulamentação e supervisão na União. ficadas em instituição de crédito, exceto no caso de resolução bancária e
O BCE, que participa no Conselho de Supervisores da EBA, deve exercer as sob reserva do disposto no artigo 15º do presente Regulamento (Avaliação
suas atribuições nos termos do presente Regulamento e sem prejuízo das atribui- das aquisições de participações qualificadas).
ções e competência da EBA, da ESMA, da EIOPA e do ESRB (European Sys- d) Assegurar o cumprimento dos atos a que se refere o artigo 4º, nº 3, pri-
temic Risk Board). Caso seja necessário, BCE deve celebrar memorandos de
o meiro parágrafo, que impõem requisitos prudenciais às instituições de cré-
entendimento com as autoridades competentes dos Estados-Membros responsá- dito em matéria de requisitos de fundos próprios, titularização, limites aos
veis pelos mercados de instrumentos financeiros, os quais devem ser disponibi- grandes riscos, liquidez, alavancagem financeira, e divulgação pública de
lizados ao Parlamento Europeu, ao Conselho e às autoridades competentes de informações sobre essas matérias (Artigo 4º, nº 3 Para efeitos do exercí-
-
todos os Estados-Membros. cio das atribuições que lhe são conferidas pelo presente regulamento e
O BCE deve cooperar estreitamente com as autoridades que dispõem de com o objetivo de assegurar elevados padrões de supervisão, o BCE aplica
toda a legislação aplicável na União e, no caso de diretivas, a legislação
poderes de resolução de instituições de crédito, inclusivamente na preparação de
nacional que as transpõe. Caso a legislação aplicável da União seja cons-
planos de resolução, assim como deve cooperar estreitamente com qualquer
tituída por regulamentos, e nos casos em que esses regulamentos conce-
organismo de assistência financeira pública, incluindo o FEEF (Fundo Europeu
de Estabilidade Financeira) e MEE (Mecanismo Europeu de Estabilidade).
o
dam expressamente certas opções aos Estados-Membros, o BCE deve
O BCE e as autoridades competentes dos Estados-Membros não participantes aplicar também a legislação nacional relativa ao exercício dessas opções).
devem celebrar um memorando de entendimento que descreva o modo como e) Assegurar o cumprimento dos atos a que se refere o artigo 4º, nº 3, pri-
irão cooperar estreitamente entre si no exercício das suas atribuições de supervi- meiro parágrafo (atrás transcrito entre parênteses), que impõem requisitos
são ao abrigo do direito da União no que respeita às instituições financeiras a às instituições de crédito para implementarem disposições adequadas em
matéria de governo das sociedades, incluindo requisitos de adequação e de
que se refere o artigo 2º do presente regulamento (Definições) e, igualmente,
celebrar um memorando de entendimento com as autoridades competentes de idoneidade das pessoas responsáveis pela gestão de instituições de crédito,
cada Estado-Membro não participante que seja o Estado-Membro de origem de, processos de gestão dos riscos, mecanismos de controlo internos, políticas
e práticas de remuneração, bem como processos internos eficazes de ava-
pelo menos, uma instituição de importância sistémica global.
liação da adequação do capital, incluindo modelos baseados nas notações
internas (Método IRB).
f) Efetuar exercícios de revisão e avaliação pelo supervisor, incluindo, sem-
pre que adequado em coordenação com a EBA, testes de esforço e a sua
eventual divulgação, a fim de determinar se os dispositivos, as estratégias,
2.4. ATRIBUIÇÕES E INSTRUMENTOS MACROPRUDENCIS
os processos e os mecanismos implementados pelas instituições de crédito
e os fundos próprios por elas detidos asseguram uma boa gestão e cober- As autoridades nacionais competentes (ANC) ou as autoridades nacionais
tura dos seus riscos, e, com base nesse processo de revisão, impor às ins-
designadas (AND) dos Estados-membros participantes aplicam os requisitos
tituições de crédito requisitos específicos de fundos próprios adicionais, relativos às reservas prudenciais de fundos próprios a deter pelas instituições de
requisitos específicos de divulgação de informações, requisitos específicos crédito ao nível adequado, de acordo com a legislação aplicável da União, para
de liquidez e outras medidas que à luz da legislação aplicável da União além dos requisitos de fundos próprios a que se refere o artigo 4º, nº 1, alínea d)
possam ser adotados pelas autoridades competentes. do presente regulamento (já transcrito anteriormente), incluindo as reservas
£) Exercer a supervisão em base consolidada das empresas-mãe das institui- contracíclicas de fundos próprios, bem como quaisquer outras medidas destina-
ções de crédito estabelecidas num dos Estados-Membros participantes, das a fazer face a riscos sistémicos ou macroprudenciais que estejam previstas e
inclusivamente das companhias financeiras e das companhias financeiras sob reserva dos procedimentos constantes do Regulamento (UE) nº 575/2013 e
mistas, e participar na supervisão em base consolidada, incluindo nos da Diretiva 2013/36/UE, nos casos expressamente previstos na legislação apli-
colégios de supervisores, sem prejuízo da participação das ANC nesses cável da União.
colégios como observadores, quanto às empresas-mãe não estabelecidas Se considerar necessário, o BCE pode, em vez das ANC ou das AND do
num Estado-Membro participante. Estado-Membro participante, aplicar requisitos mais elevados quanto às reservas
h) Participar na supervisão complementar de um conglomerado financeiro de fundos próprios a deter pelas instituições de crédito, ao nível adequado de
em relação às instituições de crédito que dele fazem parte e assumir as acordo com a legislação aplicável da União, do que os aplicados pelas ANC cu
atribuições de coordenação quando o BCE for nomeado coordenador rela- pelas AND dos Estados-Membros participantes, para além dos requisitos de
tivamente a um conglomerado financeiro, de acordo com os critérios esta- fundos próprios a que se refere o artigo 4º, nº 1, alínea d), do presente Regula-
belecidos na legislação aplicável da União. mento (já transcrito), incluindo reservas contracíclicas de fundos próprios, e
i) Exercer atribuições de supervisão no que respeita aos planos de recupera- aplicar medidas mais rigorosas destinadas a fazer face a riscos sistémicos ou
ção e a uma intervenção precoce quando uma instituição de crédito ou macroprudenciais a nível das instituições de crédito, sob reserva dos procedi-
grupo, de que o BCE seja a autoridade responsável pela supervisão conso-
mentos constantes do Regulamento (UE) nº 575/2013 e da Diretiva 2013/36/UE,
nos casos expressamente previstos na legislação aplicável da União.
lidada, não satisfaz ou está em risco de infringir os requisitos prudenciais
aplicáveis, bem como apenas nos casos expressamente previstos na legis- Qualquer ANC ou qualquer AND pode propor ao Banco Central Europeu que
lação aplicável da União relativamente às autoridades competentes, no que exerça as suas atribuições anteriormente referidas para fazer face à situação
respeita às mudanças estruturais exigidas às instituições de crédito para específica do sistema financeiro e à economia do seu Estado-Membro.
prevenir situações de tensão financeira ou incumprimento, excluindo Caso o BCE tencione exercer as suas atribuições, atrás mencionadas, deve
quaisquer poderes de resolução. cooperar estreitamente com as AND em causa, devendo o BCE ter em linha de
conta a situação específica do sistema financeiro, a situação económica e o ciclo
O BCE adota orientações e recomendações e toma decisões sob reserva e em
económico em cada um dos Estados-Membros ou partes destes.
cumprimento da legislação aplicável da União, mormente de qualquer ato legis-
lativo e não legislativo, incluindo aqueles a que se referem os artigos 290º e No exercício das suas atribuições, assinaladas no 2º parágrafo deste ponto, o
291º do TFUE (Tribunal de Funcionamento da União Europeia). Banco Central Europeu tem em conta a situação específica do sistema finan-
ceiro, a situação económica e o ciclo económico em cada um dos Estados-Mem-
bros ou partes destes.
DO BCE
2.5. Cooperação do BCE i) O valor total dos seus ativos exceder 30 mil milhões de euros; ou
COOPERAÇÃO NO ÂMBITO DO MU
S ii) O rácio entre a totalidade dos seus ativos e o PIB do Estado-Membro
Q BCE exerce as sua s
NS
atribuições no âmbito de um me participante de estabelecimento exceder 20%, salvo se o valor total dos
cup ervisão (MU canismo único de
S), com posto pelo BCE e pela autorid seus ativos seja inferior a 5 mil milhões de euros.
sendo do s ades com pet
resp ons áve l pelo seu funcionamento eficaz ent es (ANC)
a s ANC estão e coerente. Tanto o iii) Após a notificação, pela autoridade nacional competent de
suje ao BCE como e, que esta
itos dev er de cooperaçãa considera que a instituição em causa assume caráter
trocarem info o leal, bem como à significativo para a
rmações. obrigação de
economia nacional, o BCE tomar uma decisão
que confirma esse caráter
Sem pre prejuí
jutã o dos pod ere s do BC E para receber diretamente as significa tivo , apó ter realizado uma
s ava liaç ão completa da instituição de
co unica as de form a informações
con tínu a pelas inst crédito, incluindo uma avaliação do seu balanço
aire o a essa s informações, as ANC devem em
ituições de crédito, ou
para ter acesso
.
info: árias , especial, fornecer-lhe todas as O BCE pode também, por iniciativa pró
rma çõe s nec ess áriap
s para que ele exerça as pria, considerar que uma instituição
das pelo pre atribuições que lhe são conferi- tem caráter significativo se tiver filiais bancárias estabele
sente regulamento. cidas em mais de um
Estado-membro participant e os seus ativos ou
Incumbe, igua lme nte , às AN C e passivos transfronteiriços repre-
coadjuvar o BCE na pre sentarem uma parte considerável da totalidade dos seus ativos ou
qua isqu er atos rela cion ado paração e apli cação de passivos, sob
o
s com as atribuiçõe referida
s s no citado reserva das condições estabelecidas na metod
(Atribuições conferidas ao
BCE) em relação a todas as artig o 4º ologia.
incluindo a coa instituições de c Aquelas instituições para as quais foi solicitada ou recebida diretamente
djuvação em atividades de
verificação. assistência financeira pública do FEEF (Fundo
No que se refe re às Eur ope u de Estabilidade Finan-
atribuições conferidas no
alín eas artigo 4º, com exc eçã o ceira) ou do MEE (Mecanismo Europeu de Estabilidade) não
a) e do podem ser consi-
nº
c), já refe rido n
atrás, o BCE e as ANC 1
deradas menos significativa
feridos em, ma téri dispõem ainda de pod ere con s.
a se supervisão, das seguintes s
nhias fina nce iras instituições de crédito, com Não obstante o que atrás foi referido e a menos
ou companhias financeiras mis dem que circunstâncias específicas
estabelecidas nos tas, ou suc
insurs
titu ições ue es t
ais
Esta dos -Me mb ros justifiquem outra solução, O BCE exerce as atribuições que lhe são conferidas
estabelecidas em Esta
dos-Membros não
participantes-
de instituiçõe d
s crédito pelo Regulamento do MUS no que respeita às três instituições de crédito mais
participantes:
-
Aquelas significativas em cada Estado-Membro participante.
que seja m men os significativas em base consolidada,
mais elev ado de ao nível
participantes
consolidação nos Estados-Memb E COOPERAÇÃO ESTREITA COM AS AUTORIDADES COMPETENTES
individualmente no caso ros participant
es ou DOS ESTADOS-MEMBROS CUJA MOEDA NÃO É O EURO
específico das sucursais
cidas em que estejam estabele-
-
Esta dos-Me mb ros
o
participantes de instituiçõe de
-
O BCE exerce as suas atribuições de acordo com o constante no
esta belecida s em Esta dos -Membros não
s crédito artigo 4º, nº
cativo é avaliado com bas participantes. O caráter signifi Le 2,e no artigo 5º, relativamente às instituiçõe de crédito estabele
e nos seguin s cida s num
tes critérios: Estado-Membro cuja moeda não é o euro, caso tenha sido instituí um
i) Dimensão. da a coope-
ração estreita entre si e a autoridade nacional competent desse Estado-Membro.
u e
Importância par a a eco nom ia da Uni ão ou de um Estado-Me Tal cooperação deve estar subordinada às seg
1cipante mbro D
par uintes condições:
a) O Estado-Membro em causa notifica os outros Estados-Membros a
iii) Importância das atividades ,
fronteiriças. Comissão, o BCE e a EBA do pedido de instruir uma
cooperação estreita
No com o BCE relativamente ao exercício das atri
que resp eita à dimensão de uma entidad buições referidas nos arti-
e supervisionad
Regulamento do MUS, a consignada no gos 4º e 5º no que respeita a todas as instituições de crédito nele estabele-
arti go 6º, nº 4, um a instituição de crédito, uma
nhia financeira ou um compa- cidas.
a com panhia financeira mista não é
sign ifica tiva , a não considerada menos
ser b) Nessa notificação, Estado-Membro em causa compro
que tal se justifique por circuns
o
O
tâncias específ mete-se a:
cionar na me tod olo gia, no caso de se verificar uma das icas a m
seguintes condições:
-
Assegurar que a respetiva ANC ou AND respeita todas as orientações
ou pedidos emitidos pelo BCE; e
Fornecer todas as informações sobre as
2.6. PODERES DE INVESTIGAÇÃO DO BC
-
instituições de crédito nele
estabelecidas que o BCE possa solicitar com vista a realizar uma ava-
. . 24º
liação completa dessas instituições de crédito.
by
No domínio da investigação, BCE possui poderes relativos ao pedido de
o
c) O Estado-Membro em causa adotou a legislação nacional pertinente para iniormação e à investigação de caráter geral, bem como possui, ainda, poderes
para proceder a inspeções nolocal e para pedir a autorização de uma autoridade
assegurar que a sua ANC seja obrigada a adotar todas as medidas requeri-
das pelo BCE relativamente às instituições de crédito. judicial.
Na área do pedido de informação, o BCE pode exigir que pessoas coletivas e
Caso o BCE considere que a ANC de um Estado-Membro deve adotar uma
singulares lhe forneçam todas as informações necessárias ao exercício das atri-
medida no âmbito das atribuições atrás referidas relativamente a uma
instituição buições que lhe são conferidas, incluindo as informações a prestar a intervalos
de crédito, companhia financeira ou
companhia financeira mista, dirige instru- regulares e em formatos específicos, para fins de supervisão e para os corres-
ções a essa autoridade, fixando um prazo adequado para o respetivo pondentes fins estatísticos.
cumpri-
mento.
Essas pessoas coletivas e singulares são as seguintes:
Esse prazo não pode ser inferior a 48 horas, exceto se for
indispensável que a a) As Instituições de crédito estabelecidas nos Estades-Membros participantes.
medida seja adotada mais cedo para impedir danos
irreparáveis. A ANC do
Estado-Membro em causa toma todas as medidas necessárias de acordo com a b) As companhias financeiras estabelecidas nos Estados-Membros partici-
obrigação prevista na alínea c). pantes.
O BCE pode advertir Estado-Membro em causa c) As companhias financeiras mistas estabelecidas nos Estados-Membros
que a cooperação estreita
será suspensa ou cessará se não forem participantes.
aplicadas medidas de correção decisivas
nos seguintes casos: d) As companhias mistas estabelecidas nos Estados-Membros participantes.
a) Sempre que, no entender do BCE, deixarem de estar satisfeitas €) As pessoas pertencentes às entidades atrás referidas.
pelo
Estado-Membro em causa as condições estabelecidas nas alíneas Terceiros a quem as entidades atrás referidas subcontrataram tarefas ou
a) a c) f)
anteriores; ou atividades.
b) Sempre que, no entender do BCE, a ANC do Estado-Membro em causa
não agir de acordo com a obrigação prevista na alínea c anterior. Na área da investigação de caráter geral, BCE pode proceder a todas as
o
)
investigações necessárias de qualquer pessoa, a que anteriormente se faz refe-
Se tais medidas não forem tomadas no rência, estabelecida ou situada num Estado-Membro, tendo o direito de:
prazo de 15 dias a contar da notifica-
ção dessa advertência, oBCE pode suspender ou cessar a cooperação estreita -
Exigir a apresentação de documentos.
com esse Estado-Membro.
-
Examinar os livros e registos das pessoas atrás referidas.
Essa decisão de suspender ou de cessar a
cooperação estreita é notificada ao Obter explicações orais ou escritas de qualquer das pessoas referidas.
Estado-Membro em causa e publicada no Jornal Oficial da União
Europeia.
Deve indicar a data a partir da qual se aplica, tendo em devida -
Inquirir quaisquer pessoas que concordem em ser inguiridas a fim de
consideração a
eficácia da supervisão e os legítimos interesses das recolher informação relacionadas com o objetivo de uma investigação.
instituições de crédito. Um
Estado-Membro que tenha cessado a cooperação estreita com o BCE não pode
iniciar outra cooperação estreita antes do termo do
A par dos poderes do pedido de informação e da investigação de caráter geral,
período de três anos.
o BCE pode levar a efeito inspeções no local e solicitar a autorização por parte
de uma autoridade judicial se tal inspeção exigir a autorização de uma entidade
Judicial de acordo com as regras nacionais, estando a legalidade da decisão do
BCE apenas sujeita à fiscalização do Tribunal de Justiça da União Europeia
(TJUE).
2.7. PODERES ESPECÍFICOS DO BCE b) Exigir o reforço das disposições, processos, mecanismos e estratégias.
c) Exigir que as instituições apresentem um plano para restabelecer a
Os poderes específicos de supervisão do BCE reportam-se à autorização para conformidade com os requisitos de supervisão por força dos atos a que se
o acesso à atividade de uma instituição de crédito, à avaliação das aquisições de refere o artigo 4º, nº 3, primeiro parágrafo, e fixar um prazo para a sua
participações qualificadas, aos poderes de supervisão e aos poderes das autori- execução, incluindo melhorias a este plano no que se refere ao âmbito e ao
dades de acolhimento e cooperação em matéria de supervisão em base consoli-
prazo.
dada.
d) Exigir que as instituições apliquem uma política específica de constituição
No que concerne ao acesso à atividade de uma instituição de crédito que pre- de provisões ou de tratamento de ativos em termos de requisitos de fundos
tenda estabelecer-se num Estado-Membro participante, o respetivo pedido é
próprios.
apresentado às ANC do Estado-Membro em que a instituição de crédito pre-
e) Restringir ou limitar as atividades, operações ou redes de balcões das insti-
tende estabelecer-se, de acordo com a legislação nacional aplicável. Tal pedido,
tuições ou solicitar o desinvestimento de atividades que apresentem riscos
a ser aceite pela ANC do Estado-Membro, deve, depois, ser comunicado ao
excessivos para a solidez de uma instituição.
Banco Central Europeu e ao requerente da autorização.
f) Exigir a redução do risco inerente às atividades, aos produtos e aos siste-
Quanto à avaliação das aquisições de participações qualificadas, numa insti-
mas das instituições.
tuição de crédito estabelecida num Estado-Membro participante, a notificação é
apresentada à sua ANC, a qual procede à sua avaliação. Depois, a ANC envia 8) Exigir que as instituições limitem a remuneração variável em termos de
essa aquisição proposta ao BCE com um parecer de oposição, ou de não oposi- percentagem dos lucros líquidos, quando essa remuneração não seja con-
sentânea com a manutenção de uma base sólida de fundos próprios.
ção, à referida aquisição. Cabe, a seguir, ao BCE tomar a decisão de oposição,
ou a decisão de não oposição, à mencionada aquisição. h) Exigir que as instituições utilizem os lucros líquidos para reforçar a base
No âmbito dos poderes de supervisão, o BCE pode exigir que as instituições de fundos próprios.
de crédito, companhias financeiras ou companhias financeiras mistas nos Esta- i) Limitar ou proibir as distribuições pela instituição aos acionistas, associa-
dos membros participantes tomem, numa fase precoce, as medidas necessárias dos ou detentores de instrumentos de fundos próprios adicionais de nível 1
para solucionar problemas relevantes em qualquer das seguintes circunstâncias: (Additional Tier 1) quando a proibição não constitua um caso de incum-
-
À instituição de crédito não satisfaz os requisitos previstos nos atos a que primento da instituição.
se refere o artigo 4º, nº 3, primeiro parágrafo (atrás mencionado). j) Impor requisitos de reporte de informação adicional ou mais frequente,
-
O BCE tem provas de que a instituição de crédito está em risco de infrin- incluindo a informação sobre liquidez e capital.
gir nos doze meses seguintes os requisitos previstos nos atos a que se k) Impor requisitos de liquidez específicos, incluindo restrições aos desfasa-
refere o artigo 4º, nº 3, primeiro parágrafo (idem). mentos dos prazos de vencimento entre ativos e passivos.
-
Num quadro de um processo de supervisão realizado nos termos do artigo !) Exigir a divulgação de informações adicionais.
4º, nº 1, alínea f), onde fique determinado que os
dispositivos, as estraté- m) Destituir a qualquer momento os membros dos órgãos de administração
gias, os processos e os mecanismos implementados pela instituição de das instituições de crédito que não cumpram os requisitos previstos nos
crédito e os fundos próprios e liquidez por ela detidos não asseguram
atos a que se refere o artigo 4º, nº 3, primeiro parágrafo (já referido ante-
uma boa gestão e cobertura dos seus riscos.
riormente).
O BCE dispõe, ainda, dos seguintes poderes de supervisão:
a) Exigir que as instituições detenham fundos próprios superiores ao previsto
nos atos a que se refere o artigo 4º, nº 3, primeiro parágrafo, relacionados
com os elementos dos riscos e os riscos não cobertos pelos atos aplicáveis
da União.
$3. Cooperação na supervisão bancária única 3.2. OBJETO E FINALIDA]
Como atrás se mencionou, o Regulamento (UE) nº 468/2014 do Banco Cen-
3.1. INTRODUÇÃO :ral Europeu, de 16 de abril de 2014, estabelece o quadro de cooperação, no
âmbito do Mecanismo Único de Supervisão, entre o Banco Central Europeu
O Regulamento (UE) nº 468/2014 do Banco Central Europeu, de 16 de abril
(BCE) e as autoridades nacionais competentes (ANC) e com as autoridades
de 2014, estabelece o quadro de cooperação, no âmbito do Mecanismo Único de
nacionais designadas (AND) (Regulamento-Quadro do MUS).
Supervisão (MUS), entre o Banco Central Europeu (BCE) e as autoridades
Este Regulamento-Quadro do MUS estabelece regras em relação a todos os
nacionais competentes (ANC) e com as autoridades nacionais designadas
seguintes aspetos:
(AND) dos Estados-Membros participantes (Regulamento-Quadro do MUS).
Trata-se de um diploma do BCE, a quem cabe exercer em exclusivo as atri- a) O enquadramento legal referido no artigo 6º, nº 7, do Regulamento do
MUS (Regulamento nº 1024/2013, de 15 de outubro de 2013), nomeada-
buições que lhe são conferidas pelo artigo 4º do Regulamento nº 1024/2013 do
mente para organizar as modalidades práticas de aplicação do artigo 6º do
Conselho, de 15 de outubro de 2013, relativamente à totalidade das
instituições
de crédito estabelecidas nos Estados-Membros participantes Regulamento do MUS (cooperação leal e troca de informações no âmbito
(Atribuições confe- do MUS entre o BCE e as autoridades nacionais competentes), de modo a
ridas ao BCE). O BCE exerce as suas atribuições no âmbito do mecanismo
incluir:
único de supervisão (MUS), composto pelo BCE e pelas ANC, e é responsável
pelo funcionamento eficaz e coerente do MUS, conforme
disposto no artigo 6º
o
i) A metodologia específica para a apreciação e controlo da classifica-
do Regulamento nº 1024/2013. ção de uma entidade supervisionada como significativa ou menos
Relativamente ao Regulamento nº 468/2014 do Banco Central Europeu de 16 significativa, de acordo com os critérios definidos no artigo 6º, nº 4,
de abril de 2014, a sua estrutura está condensada em 12
do Regulamento do MUS (dimensão, importância para a economia da
partes:
União ou de um Estado-membro participante, importância das atívi-
-
Parte I -
Disposições gerais. dades transfronteiriças), e as disposições resultantes dessa avaliação.
Parte II Organização do MUS. ii) A definição de procedimentos, incluindo prazos, também em relação
- -
-
Parte II -
Disposições gerais aplicáveis ao funcionamento do MUS. à possibilidade de as ANC (autoridades nacionais competentes) ela-
Parte IV borarem projetos de decisões a submeter à apreciação do BCE, apli-
Determinação do estatuto de uma entidade supervisionada
- -
como significativa ou menos significativa. cáveis ao relacionamento entre o BCE e as ANC no que respeita à
supervisão de entidades supervisionadas significativas.
-
Parte V -
Procedimentos comuns.
iii) A definição de procedimentos, incluindo prazos, aplicáveis ao rela-
-
Parte VI --
Procedimentos para a supervisão de entidades supervisionadas
cionamento entre o BCE e as ANC no que respeita à supervisão das
significativas.
entidades supervisionadas menos significativas, devendo, em espe-
-
Parte VII -
Procedimentos para a supervisão de entidades supervisiona- cial, esses procedimentos determinar que as ANC, consoante os casos
das menos significativas.
previstos no presente regulamento:
-
Parte VIII Cooperação entre o BCE, as ANC e as AND em matéria de BCE de eventuais procedimentos de supervisão rele-
Notifiquem o
-
*
atribuições e instrumentos macroprudenciais. vantes.
-
Parte IX --
Procedimentos para a cooperação estreita. * Reavaliem, mediante pedido feito pelo BCE, aspetos específicos
-
Parte X -
Sanções administrativas. dos procedimentos.
-
Parte XI -
Acesso a informações, reporte, investigações e inspeções no e Transmitam ao BCE os projetos de decisões relevantes de supervi-
local. são sobre os quais BCE se possa pronunciar.
o
-
Parte XII Disposições transitórias e finais.
-
b) A cooperação e o intercâmbio de
informações entre o BCE e as ANC no
âmbito do MUS no que diz
respeito aos procedimentos relativos a entida-
3.3. SUPERVISÃO DE ENTIDADES SUPERVISIONAI
des supervisionadas
significativas e menos significativas, incluindo os
procedimentos comuns aplicáveis à autorização EH ENTIDADES SIGNIFICATIVAS
para o acesso à atividade
das instituições de crédito, à
revogação dessas autorizações e à apreciação Para a supervisão de cada entidade supervisionada significativa ou grupo
de aquisições e alienações de
participações qualificadas. supervisionado significativo em Estados-Membros participantes serão estabele-
c) Os procedimentos relativos à cooperação entre o cidas equipas conjuntas de supervisão.
BCE, as ANC e as AND
(autoridades nacionais designadas dos Estados-Membros Cada uma dessas equipas será composta por membros do pessoal do BCE e
participantes) no
que respeita às atribuições e instrumentos das ANC, cujo trabalho será coordenado por um membro do pessoal do BCE
macroprudenciais, na aceção do
artigo 5º do Regulamento do MUS (atribuições e instrumentos
macropru- designado para o efeito (coordenador da ECS) e um ou mais subcoordenadores
denciais). das ANC.
d) Os procedimentos relativos ao funcionamento da Sem prejuízo de outras disposições deste Regulamento, as atribuições das
cooperação estreita, na
aceção do artigo 7º do Regulamento do MUS
(cooperação estreita com as equipas conjuntas de supervisão incluem, nomeadamente, as seguintes:
autoridades competentes dos Estados-Membros
participantes cuja moeda -
Levar a cabo o processo de supervisão e avaliação pelo supervisor refe-
não é o euro), e aplicáveis entre o
BCE, as ANC e as AND. rido no artigo 97º da Diretiva 2013/36/EU relativamente à entidade
e)Os procedimentos relativos à cooperação entre BCE e as ANC no
o
que supervisionada significativa ou do grupo supervisionado significativo sob
respeita ao disposto nos artigos 10º a 13º do a sua supervisão.
Regulamento do MUS
(pedido de informação, investigações de caráter
geral, inspeções no local e -
Tendo em conta o processo de revisão e avaliação pela entidade supervi-
autorização por parte de uma autoridade judicial), incluindo certos aspetos sora, participar na preparação de um plano de atividades de supervisão a
relacionados com o reporte em matéria de
supervisão.
propor ao Conselho de Supervisão, incluindo um plano de inspeções no
?) Os procedimentos relativos à adoção de decisões de local, em conformidade com o artigo 99º da Diretiva 2013/36/EU (plano
supervisão dirigidas a
entidades supervisionadas e terceiros. de atividades de supervisão), para a referida entidade supervisionada sig-
8) O regime linguístico aplicável entre o BCE e as ANC, e entre o BCE nificativa ou grupo supervisionado significativo.
e as
entidades e terceiros supervisionados no âmbito do
MUS. -
Implementar o plano de atividades de supervisão aprovado pelo BCE e
h) Os procedimentos aplicáveis aos poderes sancionatórios quaisquer decisões de supervisão do BCE relativas à entidade supervisio-
do BCE e das
ANC no âmbito do MUS no que respeita às nada significativa ou grupo supervisionado significativo sob a sua super-
atribuições conferidas ao BCE
pelo Regulamento do MUS. visão.
i) As disposições transitórias. -
Assegurar a coordenação com a equipa de inspeções no local a que se
refere a parte XI (acesso a informações, reporte, investigações e inspeção
O Regulamento (EU) nº no local) no que diz respeito à implementação do plano de inspeções no
468/2014, do Banco Central Europeu, de 16 de abril
de 2014 (Regulamento-Quadro do local.
MUS), não afeta as atribuições de supervisão
não conferidas ao Banco Central
Europeu pelo Regulamento do MUS (nº -
Colaborar com as ANC sempre que necessário.
1024/2013), as quais, por conseguinte, permanecem na esfera das
autoridades
nacionais,
M ENTIDADES MENOS SIGNIFICATIVAS
Relativamente à supervisão de entidades supervisionadas menos significati-
vas, sempre que, em relação à supervisão destas entidades, o BCE considere ser
conveniente incluir membros do pessoal de uma ou mais outras ANC na equipa
de supervisão de uma ANC, o Banco Central Europeu pode exigir que essa
equipa inclua membros do pessoal dessas outras ANC.
3.4. DISPOSIÇÕES GERAIS RELATIVAS ÀS GARANTIAS Deve ser dada às partes, em princípio, a oportunidade de apresentarem
PROCESSUAIS NA ADOÇÃO DE DECISÕES DE SUPERVISÃO DO BCE comentários por escrito, no prazo de duas semanas a contar da receção de um
documento, expondo os factos, objeções e fundamentos jurídicos nos quais o
No âmbito dos procedimentos de supervisão do BCE, as partes intervenientes BCE tenciona basear a sua decisão de supervisão.
são as que apresentem um requerimento e aquelas a quem o BCE pretenda diri- A pedido das partes, o BCE pode alargar o prazo conforme entenda adequado
gir ou tenha dirigido uma decisão de supervisão do BCE (as ANC não são con- e, em circunstâncias especiais, o BCE
pode reduzir o prazo para três dias úteis.
sideradas partes). No entanto, o BCE pode adotar uma decisão de supervisão dirigida a uma
Um procedimento de supervisão pode ser iniciado ex officio ou a pedido de parte suscetível de afetar negativamente os direitos dessa parte sem lhe conceder
uma das partes. As partes podem ser representadas por representantes legais ou a oportunidade de comentar os factos, objeções e fundamentos jurídicos rele-
estatutários ou por quaisquer representantes habilitados e mandatados por escrito vantes para a decisão de supervisão do BCE, antes da sua adoção, se uma deci-
para tomar quaisquer medidas relacionadas com o procedimento de supervisão são urgente se afigurar necessária a fim de evitar danos graves ao sistema finan-
do BCE. ceiro.
Após a devida análise e avaliação e de atender as todas as circunstâncias rele- Se for adotada na situação acabada de referir uma decisão de supervisão do
vantes, o BCE recorrerá às provas que entenda apropriadas para apurar a matéria BCE urgente, será concedida às partes, sem demora injustificada após a sua ado-
de facto de um caso. No processo de supervisão, as partes devem prestar o seu ção, a oportunidade de comentarem por escrito os factos, objeções e fundamen-
apoio ao BCE no apuramento dos factos. Em particular, e sem prejuízo dos tos jurídicos relevantes para a sua decisão de supervisão.
limites aplicáveis aos procedimentos sancionatórios estabelecidos pelo direito da A parte deve, em princípio, ter a oportunidade de apresentar os seus comentá-
União, as partes devem expor, de forma verdadeira, os factos de que tenham rios por escrito no prazo de duas semanas a contar da receção da decisão de
conhecimento.
supervisão do BCE.
Antes de adotar uma decisão de supervisão do BCE dirigida a uma parte, sus- O BCE deve analisar a decisão de supervisão à luz dos comentários das partes
cetível de afetar adversamente os direitos dessa parte, o BCE concederá à refe- envolvidas no processo de supervisão, podendo confirrná-la, revogá-la e alterá-
rida parte a oportunidade de lhe apresentar por escrito comentários sobre os
-la, ou revogá-la e substituí-la por uma nova decisão de supervisão.
factos, objeções e fundamentos jurídicos relevantes para a sua decisão de super-
O BCE publicará:
visão. Se o BCE entender apropriado, poderá conceder às partes a oportunidade
de comentar, numa reunião, os factos, objeções e fundamentos jurídicos rele- -
Uma lista contendo a designação de cada entidade e grupo supervisio-
vantes para a sua decisão de supervisão. nado diretamente supervisionado pelo BCE, com indicação do grupo
A notificação pela qual o BCE concede a uma parte a oportunidade de apre- supervisionado a que a entidade supervisionada pertence, se for o caso,
assim como a base jurídica específica para a referida supervisão direta,
sentar os seus comentários mencionará o conteúdo material da proposta decisão
com indicação, caso seja significativa com base no critério dimensão, o
de supervisão, assim como os factos, objeções e fundamentos jurídicos relevan-
valor total dos ativos da entidade supervisionada ou do grupo supervisio-
tes nos quais oBCE tenciona basear a sua decisão.
nado, através de via eletrónica, que estará acessível no sítio do BCE e
Se o BCE conceder às partes a oportunidade de comentar, em reunião, os
regularmente atualizada.
factos, objeções e fundamentos jurídicos relevantes para a decisão de supervisão
-
Uma lista contendo o nome de cada entidade supervisionada que seja
do BCE pretendida, a ausência de uma parte não constitui motivo de adiamento
de reunião, exceto se devidamente justificada. supervisionada por uma autoridade nacional competente e, bem assim, a
designação da autoridade nacional competente relevante, através de via
Se a justificação for aceite, o BCE pode adiar a reunião ou conceder à parte a
eletrónica, que estará acessível no sítio do BCE e será atualizada regu-
oportunidade de comentar por escrito os factos, objeções e fundamentos jurídi- larmente.
cos relevantes para a sua decisão de supervisão. Este elaborará uma ata escrita
da reunião, a ser assinada pelas partes, e fornecerá às partes uma cópia da
mesma.
3.5. ACESSO A INFORMAÇÕES, REPORTE, INVESTIGAÇÕES das na legislação aplicável da União sobre o reporte de informação às autorida-
des competentes.
E INSPEÇÕES NO LOCAL
Sem prejuízo do que atrás foi referido e salvo disposição em contrário, cada
E PRINCÍPIO GERAL DE COOPERAÇÃO entidade supervisionada comunicará à respetiva ANC a informação a ser
repor-
tada periodicamente em conformidade com a legislação aplicável na União.
Como princípio geral, deve existir uma cooperação estreita entre o BCE e as
Salvo se especificamente disposto em contrário, toda a informação reportada
ANC no que respeita ao poderes referidos nos artigos 10º a 13º do Regulamento
pelas entidades supervisionadas deve ser comunicada às ANC,
que procederão a
do MUS (Regulamento nº 1024/2013, de 15/10/2013), aplicáveis às entidades
um controlo inicial dos dados e fornecerão a informação ao BCE.
supervisionadas significativas.
O BCE organizará os processos relacionados com a recolha e análise da qua-
São, igualmente, aplicáveis às entidades supervisionadas menos significati- tidade dos dados reportados pelas entidades supervisionadas com observância da
vas, se o BCE decidir, nos termos da legislação em vigor.
o
legislação aplicável da União e das normas técnicas de execução elaboradas pela
Tal decisão não prejudica, todavia, a competência das ANC para fiscalizar Autoridade Bancária Europeia (EBA European Banking Authority).
-
diretamente as entidades supervisionadas em conformidade com o artigo 6º, nºo
Além disso, o BCE pode para exigir a prestação de informação a intervalos
6, do Regulamento do MUS.
regulares e em formatos específicos, para fins de supervisão e para os corres-
pondentes fins estatísticos, e com observância da legislação aplicável da União,
E COOPERAÇÃO QUANTO A PEDIDOS DE INFORMAÇÃO o BCE pode exigir às entidades supervisionadas que reportem
informação adi-
Relativamente à cooperação quanto a pedidos de informação, o BCE pode cional de supervisão sempre que essa informação seja necessária para o BCE
exigir que as pessoas singulares ou coletivas referidas no Regulamento do MUS desempenhar as atribuições que lhe foram conferidas pelo Regulamento do
(pessoas ao serviço de instituições sujeitas a supervisão e outras a quem tais ins- MUS.
tituições subcontrataram tarefas ou atividades) lhe forneçam todas as informa- Sem prejuízo das condições estabelecidas na legislação aplicável da União, o
ções necessárias ao exercício das suas atribuições que lhe são conferidas pelo BCE pode especificar em particular as categorias de informação que devem ser
citado Regulamento.
reportadas, bem como os processos, formatos, periodicidades e prazos para o
Antes de exigir essas informações, o BCE levará em conta as informações fornecimento da informação em causa.
que já se encontram à disposição das ANC. O BCE especificará as informações
em causa e um prazo razoável no qual estas lhe devem ser fornecidas. E COOPERAÇÃO QUANTO A INVESTIGAÇÕES DE CARÁTER GERAL
Antes de exigir as informações a prestar, o BCE levará em conta as informa- O BCE investigará qualquer pessoa singular ou coletiva referida no artigo
ções que já se encontram à disposição das ANC. O BCE fornecerá à ANC rele- 109, nº 1, do Regulamento MUS (pedido de informação exigido a instituições de
vante uma cópia de qualquer informação recebida da pessoa singular ou coletiva crédito, companhias financeiras, companhias financeiras mistas, companhias
a quem foi dirigido o pedido de informações. mistas, pessoas ao seu serviço e terceiros que subcontratam tarefas ou ativida-
des) com base numa decisão do BCE, a qual deve especificar:
EH REPORTE
O fundamento jurídico da decisão e a respetiva finalidade.
O BCE é responsável por assegurar o cumprimento da legislação aplicável da -
À intenção de exercer os poderes previstos no artigo 11º, nº 1, do Regu-
União que impõe requisitos às instituições de crédito em matéria de reporte de lamento do MUS (investigações de caráter geral recorrendo às entidades
informação às autoridades competentes. atrás referidas).
Para esse efeito, BCE disporá das atribuições e competências relativas às
o -
O facto de qualquer obstrução à investigação, por parte da pessoa sob
entidades supervisionadas significativas estabelecidas na legislação aplicável da
averiguação, constituir uma infração a uma decisão do BCE.
União sobre o reporte de supervisão. As ANC disporão das atribuições e com-
petências relativas às entidades supervisionadas menos significativas estabeleci-
E INSPEÇÕES NO LOCAL $ 4. Fundo de Resolução, Fundo de Garay
De acordo com o Regulamento do MUS, a fim de exercer as atribuições que de Depósitos e branqueamento de capi
lhe são conferidas pelo Regulamento do MUS, O BCE nomeará equipas de ins-
peção no local para que procedam a todas as inspeções no local
necessárias nas
instalações de pessoas coletivas, as quais são realizadas com base numa decisão 4.1. FUNDO DE RESOLU
do BCE,que deve especificar, pelo menos:
E OBJETO E INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES
-
O objeto e a finalidade da inspeção no local; e
O Fundo de Resolução, que é uma pessoa coletiva de direito público, dotada
-
O facto de qualquer obstrução à investigação por parte da pessoa coletiva
de autonomia administrativa e financeira, possui a sua sede em Lisboa e fun-
sob averiguação constituir uma infração a uma decisão do BCE na aceção
ciona junto do Banco de Portugal, regendo-se pelo presente diploma, pelos seus
do artigo 18º, nº 7, do Regulamento do MUS (o BCE pode aplicar san-
ou regulamentos e pela lei-quadro dos institutos públicos.
ções administrativas para quem cometa infrações aos regulamentos
decisões do BCE), sem prejuízo da legislação nacional conforme estabe- Este Fundo tem como objeto prestar apoio financeiro à aplicação de medidas
lecido no artigo 11º, nº 2, do citado regulamento (em relação à pessoas de resolução adotadas pelo Banco de Portugal e desempenhar todas as demais
singulares ou coletivas sujeitas a investigação, caso uma delas obstruir a funções que lhe sejam conferidas pela lei no âmbito da execução de tais medidas.
realização da investigação, a autoridade nacional competente do Estado- Participam obrigatoriamente no Fundo:
-Membro participante onde se situam as instalações relevantes deve pro-
a) As instituições de crédito com sede em Portugal.
porcionar a assistência necessária, facilitando o acesso do BCE às insta-
lações sociais dessas pessoas). b) As empresas de investimento previstas no nº 2 do artigo 199º-I do
RGICSF.
Nos termos do artigo 12º do Regulamento do MUS, o BCE será o responsá-
c) As sucursais de instituições de crédito não incluídas no artigo 48º.
vel pela criação e composição das equipas de inspeção no local, com a colabora-
d) As sucursais das instituições financeiras abrangidas pelo artigo 189º e que
ção das ANC. Para efeito, designará um membro do pessoal do BCE
o ou ANC
exerçam as atividades previstas nas alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 199.-A
para presidir à equipa de inspeção no local. O BCE e as ANC devem consultar-
-se mutuamente e chegar a acordo quanto à utilização dos recursos da ANC no (tais atividades são a execução de ordens de bolsa por conta de clientes, ou
a sua negociação por conta própria, relativas a um ou mais instrumentos
que se refere às equipas de inspeção no local.
financeiros.
O BCE notificará a pessoa coletiva sujeita a uma inspeção no local da sua
decisão de inspeção e da identidade dos membros da equipa de inspeção no local e) As sociedades relevantes para sistemas de pagamentos sujeitas à supervi-
são do Banco de Portugal.
com a antecedência mínima de 5 dias úteis e, igualmente, a ANC do Estado-
"Membro onde a mesma terá lugar, com a antecedência mínima de uma semana. Ficam dispensadas de participar no Fundo as caixas de crédito agrícola mútuo
No entanto, caso a boa execução e eficiência das inspeções assim o exigir, O associadas da Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo.
BCE poderá proceder a uma inspeção no local sem notificar previamente a enti-
O Fundo de Resolução é gerido por uma comissão diretiva composta por três
dade supervisionada em causa. A ANC deve ser notificada logo que possível
antes do início da inspeção no local. membros, tendo também, além dos órgãos comuns a qualquer sociedade, um
conselho consultivo, constituído por representantes das instituições participantes
Se a entidade sujeita à inspeção no local for uma entidade supervisionada sig- neste Fundo:
nificativa, o chefe da equipa de inspeção no local será responsável pela coorde-
a) Um membro do conselho de administração do Banco de Portugal, por este
nação entre a equipa de inspeção no local e a equipa conjunta de supervisão
incumbida da fiscalização dessa entidade supervisionada significativa. designado, que preside.
b) Um membro designado pelo membro do Governo responsável pela área
das finanças.
c) Um membro designado por acordo entre o Banco de Portugal e o membro Aos recursos do Fundo de Resolução, previstos atrás poderão acrescer, exce-
do Governo responsável pela área das finanças. cicnalmente, contribuições adicionais do Estado, nomeadamente sob a forma de
empréstimos ou de prestação de garantias.
E RECURSOS FINANCEIROS DO FUNDO DE RESOLUÇÃO
O Fundo dispõe dos seguintes recursos:
a) As receitas provenientes da contribuição sobre o setor bancário.
4.2. FUNDO DE GARANTIA DE DEPÓSIT:
b) Contribuições iniciais das instituições participantes.
E NATUREZA E OBJETO
c) Contribuições periódicas das instituições participantes.
O Fundo de Garantia de Depósitos é uma pessoa coletiva de direito público,
d) Importâncias provenientes de empréstimos. dotada de autonomia administrativa e financeira, tem a sua sede em Lisboa e
e) Rendimentos da aplicação de recursos. funciona junto do Banco de Portugal.
f) Liberalidades. Este Fundo goza de um regime especial nos termos da lei-quadro dos institu-
ios públicos, regendo-se pelo Decreto-Lei nº 126/2008, pelos seus regulamentos
8) Quaisquer outras receitas, rendimentos ou valores que provenham da sua
e em tudo o que não for por estes fixado em contrário pela mesma lei-quadro
atividade ou que por lei ou contrato lhe sejam atribuídos.
dos institutos públicos.
Os empréstimos previstos na alínea d do número anterior não podem ser O Fundo de Garantia de Depósitos tem por objeto garantir o re-embolso de
concedidos pelo Banco de Portugal.
depósitos junto de instituições de crédito que nele participem, cujo valor
máximo garantido atinge 100 mil por instituição e por depositante.
E CONTRIBUIÇÕES INICIAIS E PERIÓDICAS DAS INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES Este Fundo pode intervir no âmbito da execução de medidas de resolução, nos
No prazo de 30 dias a contar do registo do início da sua atividade, as institui- iermos do nº 8 do artigo 145º-F e do nº 7 do artigo 145º-H e de acordo com o
ções participantes entregam ao Fundo uma contribuição inicial cujo valor é regime previsto no artigo 167º-A do RGICSF (O Banco de Portugal pode con-
fixado em diploma próprio, sob proposta da comissão diretiva do Fundo. vidar este Fundo ou, no caso de medidas aplicáveis no âmbito do Sistema Inte-
São dispensadas de contribuição inicial as instituições que resultem de opera- grado de Crédito Agrícola Mútuo, o Fundo de Garantia de Crédito Agrícola
Mútuo, a cooperar no processo de alienação de depósitos garantidos ou da sua
ções de fusão, cisão ou transformação de participantes no Fundo.
iransferência para um banco de transição).
Periodicamente, as instituições participantes entregam ao Fundo, até ao
último dia útil do mês de abril, uma contribuição anual cujo valor é fixado em O Fundo de Garantia de Depósitos pode, igualmente, prestar assistência
financeira ao Fundo de Garantia do Crédito Agrícola Mútuo quando os recursos
diploma próprio.
financeiros deste se mostrem insuficientes para o cumprimento das suas obriga-
O valor da contribuição anual da Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo
ões relacionadas com o re-embolso de depósitos.
deve ter por referência a situação financeira consolidada do Sistema Integrado
do Crédito Agrícola Mútuo. Para efeitos do disposto no presente título, entende-se por depósito os saldos
credores que, nas condições legais e contratuais aplicáveis, devam ser restituídos
pela instituição de crédito e consistam em disponibilidades monetárias existentes
E OUTROS RECURSOS FINANCEIROS DO FUNDO DE RESOLUÇÃO
numa conta ou que resultem de situações transitórias decorrentes de operações
Se os recursos do Fundo se mostrarem insuficientes para o cumprimento das bancárias normais.
suas obrigações, pode ser determinado que as instituições participantes efetuem
São abrangidos pelo disposto anteriormente os fundos representados por certi-
contribuições especiais, ou complementares, definindo os montantes, prestações, ficados de depósito emitidos pela instituição de crédito, mas não os representa-
prazos e demais termos dessas contribuições. Uma instituição participante pode dos por outros títulos de dívida por ela emitidos nem os débitos emergentes de
não ser obrigada a efetuar contribuições especiais fundamentada na sua situação
aceites próprios ou de promissórias em circulação.
de solvabilidade.
Também não são abrangidos os saldos credores ou créditos que resultem de As instituições de crédito devem, de igual modo, informar os respetivos depo-
quaisquer operações de investimento, incluindo aquelas em que o re-embolso do sitantes sempre que os depósitos se encontrem excluídos da garantia de re-
capital, acrescido de eventuais remunerações, apenas é garantido ao abrigo de -embolso.
um compromisso contratual específico, acordado com a instituição de crédito ou
com uma terceira entidade.
E DEPÓSITOS EXCLUÍDOS
Excluem-se da garantia de re-embolso, assegurada pelo Fundo de Garantia de
E RECURSOS FINANCEIROS, COMISSÃO DIRETIVA E DEVER DE INFORMAÇÃO
Depósitos, os seguintes depósitos:
O Fundo de Garantia de Depósitos dispõe dos seguintes recursos financeiros: a) Os depósitos constituídos por entidades do setor público administrativo e
a) Contribuições iniciais das instituições de crédito participantes. em seu nome e por conta dos investidores qualificados referidos no nº 1
b) Contribuições periódicas das instituições de crédito participantes. do artigo 30º do Código dos Valores Mobiliários (instituições de crédito,
c) Rendimentos da aplicação de recursos. empresas de investimento, empresas de seguros, instituições de investi-
e) Liberalidades. mento coletivo e respetivas sociedades gestoras, fundos de pensões e res-
Produto das coimas aplicadas às instituições de crédito. petivas sociedades gestoras, outras instituições financeiras autorizadas ou
reguladas, instituições financeiras de Estados não membros da União
Às instituições de crédito participantes entregarão ao Fundo, até ao último dia
útil do mês de abril, uma contribuição anual. O valor da contribuição anual de Europeia, Governos de âmbito nacional e regional, bancos centrais, orga-
nismos públicos que administram a dívida pública, instituições suprana-
cada instituição de crédito será em função do valor médio dos saldos mensais
cionais ou internacionais, como o BCE, BEI, FMI e Banco Mundial).
dos depósitos do ano anterior, não considerando os depósitos excluídos nos ter-
mos do artigo 165º, que à frente são mencionados. b) Os depósitos decorrentes de operações em relação às quais tenha sido pro-
ferida uma condenação penal, transitada em julgado, pela prática de atos
Quando os recursos do Fundo se mostrem insuficientes para o cumprimento
de branqueamento de capitais.
das suas obrigações, podem ser utilizados os seguintes meios de financiamento:
a) Contribuições especiais das instituições de crédito. c) Os depósitos efetuados junto de entidades não autorizadas para o efeito.
b) Importâncias provenientes de empréstimos. d) Os depósitos constituídos fora do âmbito territorial referido no artigo ante-
rior, designadamente em jurisdição offshore.
A estes recursos podem, ainda, acrescer empréstimos do Banco de Portugal e
e) Os depósitos de que sejam titulares os membros dos órgãos de administra-
empréstimos ou garantias do Estado, sob proposta da comissão diretiva do refe-
rido Fundo, composta por três membros, sendo o presidente um elemento do ção ou fiscalização da instituição de crédito, acionistas que nela detenham
conselho de administração do Banco de Portugal, por este designado, outro participação, direta ou indireta, não inferior a 2% do respetivo capital
nomeado pelo ministro responsável pela área das finanças, em sua representa- social, revisores oficiais de contas ao serviço da instituição, auditores
externos que lhe prestem serviços de auditoria ou pessoas com estatuto
ção, e um terceiro designado pela associação que em Portugal represente as ins-
semelhante noutras empresas que se encontrem em relação de domínio ou
tituições de crédito participantes que, no seu conjunto, detenham o maior
volume de depósitos garantidos. de grupo com a instituição.
Às instituições de crédito que captem depósitos em Portugal devem prestar ao ?) Os depósitos de que sejam titulares as pessoas ou entidades que tenham
exercido as funções, detido as participações ou prestado os serviços referi-
público, de forma facilmente compreensível e disponível nos balcões em local
bem identificado e diretamente acessível, todas as informações pertinentes rela- dos na alínea anterior nos quatro anos anteriores à data em que se verificar
tivas aos sistemas de garantia de que beneficiem os depósitos que recebem, a indisponibilidade dos depósitos, ou em que o Banco de Portugal adotar
as medidas de intervenção corretiva ou de resolução ou nomear uma
nomeadamente as respetivas identificação e disposições, bem como os respeti-
vos montante, âmbito de cobertura e prazo máximo de re-embolso. administração provisória, nos termos da lei, e cuja ação ou omissão tenha
estado na origem das dificuldades financeiras da instituição de crédito ou
tenha contribuído para o agravamento de tal situação.
8) Os depósitos de que sejam titulares cônjuges, parentes ou afins em 1º grau E INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES
ou terceiros que atuem por conta de depositantes referidos nas alíneas e) e f).
Participam obrigatoriamente no Fundo de Garantia de Depósitos as seguintes
h) Os depósitos de que sejam titulares empresas que se encontrem em relação instituições de crédito:
de domínio ou de grupo com a instituição de crédito.
a) As instituições de crédito com sede em Portugal que estão autorizadas a
i) Os depósitos cujos titulares tenham sido responsáveis por factos relaciona- receber depósitos.
dos com a instituição de crédito, ou que deles tenham tirado benefício,
b) As instituições de crédito com sede em países que não sejam membros da
diretamente ou por interposta pessoa, e que estejam na origem das dificul-
Comunidade Europeia, relativamente aos depósitos captados pelas suas
dades financeiras ou tenham contribuído, por ação ou omissão no âmbito
sucursais em Portugal, salvo se esses depósitos estiverem cobertos por um
das suas responsabilidades, para o agravamento de tal situação.
sistema de garantia do país de origem em termos que o Banco de Portugal
Os depósitos relativamente aos quais o titular tenha abusivamente obtido considere equivalentes aos proporcionados pelo Fundo de Garantia de
da instituição de crédito, a título individual, taxas ou outras vantagens Depósitos e sem prejuízo de acordos bilaterais existentes sobre a matéria.
financeiras que tenham contribuído para agravar a situação financeira da
c) Até 31 de dezembro de 1999, as instituições de crédito constantes do anexo
instituição de crédito. HI da Diretiva nº 94/19/CE, do Parlamento Furopeu e do Conselho, de 30
k) Os depósitos resultantes do resgate antecipado, integral ou parcial, de de maio de 1994, relativamente aos depósitos captados pelas suas sucursais
operações de investimento às quais estejam associadas garantias contra- em Portugal.
tuais de rendibilidade ou de re-embolso de fundos a elas afetos, quando o
resgate antecipado se tenha realizado abusivamente, presumindo-se como
As instituições de crédito referidas anteriormente ficarão sujeitas às normas
tal o que tenha sido realizado a partir do quarto mês anterior à data em que legais e regulamentares relativas ao Fundo de Garantia de Depósitos.
os depósitos se tenham tornado indisponíveis, ou em que o Banco de Por- O Banco de Portugal definirá, por aviso e com observância dos princípios
tugal adotar medidas de intervenção corretiva ou de resolução ou nomear estabelecidos nos artigos 160º a 162º do RGICSF, as condições segundo as
uma administração provisória, nos termos da lei. quais as instituições de crédito com sede noutros Estados-Membros da União
1) Os depósitos de titulares que atuem por conta de quaisquer pessoas ou Europeia, relativamente aos depósitos captados pelas suas sucursais em Portu-
entidades referidas nas alíneas anteriores. gal, poderão participar neste Fundo e dele ser excluídas.
Se uma das instituições de crédito atrás mencionadas for excluída do Fundo
Nos casos em que existam dúvidas fundadas sobre a verificação de alguma
de Garantia de Depósitos, os depósitos efetuados nas suas sucursais anterior-
das situações previstas no número anterior, o Fundo suspende a efetivação do re-
mente à data da exclusão continuarão por ele garantidos até à data dos seus pró-
-embolso ao depositante em causa até ser notificado de decisão judicial que
ximos vencimentos.
reconheça o direito do depositante ao re-embolso.
O Fundo de Garantia de Depósitos coopera com outros organismos ou insti-
Havendo um processo judicial em curso ou contraordenacional pela prática de
tuições que desempenhem funções análogas às suas no âmbito da garantia de
quaisquer atos relacionados com depósitos cobertos pelo Fundo em violação da
depósitos, designadamente no que respeita à garantia de depósitos captados em
norma legal ou regulamentar, o Fundo suspende a efetivação do re-embolso ao
Portugal por sucursais de instituições de crédito com sede noutros Estados
depositante em causa até ser notificado do despacho de não pronúncia ou da
membros ou captados noutros Estados membros por sucursais de instituições de
decisão judicial de absolvição, transitada em julgado.
crédito com sede em Portugal.
Caso haja uma decisão judicial de não reconhecimento do direito à cobertura
Rege-se por lei especial a garantia dos depósitos captados pelas caixas de
pelo Fundo de Garantia de Depósitos, após a efetivação do re-embolso, a opera- crédito agrícola mútuo pertencentes ao Sistema Integrado do Crédito Agrícola
ção de re-embolso é revertida em benefício do referido Fundo. Mútuo.
à
E LIMITES DA GARANTIA DE DEPÓSITOS 4.3. BRANQUEAMENTO DE CAPITA]
Como atrás foi referido, o Fundo de Garantia de Depósitos garante o re-
-embolso, por instituição de crédito, do valor global dos saldos em dinheiro"de Esta matéria envolve a conversão, transferência ou dissimulação de bens ou
cada titular de depósito, até ao limite de 100 mil euros. produtos provenientes da prática de crimes de terrorismo, tráfico de armas, trá-
fico de produtos nucleares, extorsão de fundos, rapto, lenocínio, tráfico de pes-
Para este efeito, considerar-se-ão os saldos existentes à data em que se verifi-
soas, tráfico de órgãos ou tecidos humanos, pornografia envolvendo menores,
car a indisponibilidade dos depósitos.
tráfico de espécies protegidas, corrupção, fraude fiscal e demais crimes, mor-
O valor referido atrás será determinado com observância dos seguintes critérios: mente os previstos na Lei nº 25/2008, de 5 de junho.
a) Considerar-se-á o conjunto das contas de depósito de que o interessado
seja titular na instituição em causa, independentemente da sua modalidade. EH ENTIDADES FINANCEIRAS SUJEITAS
b) Incluir-se-ão nos saldos dos depósitos os respetivos juros, contados até à Estão sujeitas à Lei nº 25/2008 as seguintes entidades financeiras:
data em que se verificar a indisponibilidade dos depósitos.
-
Instituições de crédito.
c) Serão convertidos em euros, ao câmbio da mesma data, os saldos de depó-
sitos expressos em moeda estrangeira.
-
Empresas de investimento e outras sociedades financeiras.
-
Entidades que tenham a seu cargo a gestão ou comercialização de fundos
d) Na ausência de disposição em contrário, presumir-se-á que pertencem em
de capital de risco.
partes iguais aos titulares os saldos das contas coletivas, conjuntas ou soli-
dárias.
-
Organismos de investimento coletivo que comercialize as suas unidades
de participação.
e) Se o titular da conta não for o titular do direito aos montantes depositados
e este tiver sido identificado antes de verificada a indisponibilidade dos
-
Empresas de seguros e mediadores de seguros que exerçam a sua ativi-
dade referida na alínea c) do artigo 5º do Decreto-Lei nº 144/2006, de 31
depósitos, a garantia cobre o titular do direito.
de julho, com exceção dos mediadores de seguros ligados mencionados
2) Se o direito tiver vários titulares, a parte imputável a cada um deles, nos
no artigo 8º do referido decreto-lei, na medida em que exerçam ativida-
termos da regra constante da alínea d), será garantida até ao limite garan-
des no âmbito do ramo «Vida».
tido.
-
Sociedades gestoras de fundos de pensões.
8) Os depósitos numa conta à qual tenham acesso várias pessoas na quali-
dade de membros de uma associação ou de uma comissão especial des-
-
Sociedades de titularização de créditos.
providos de personalidade jurídica são agregados como se tivessem sido -
Sociedades e investidores de capital de risco.
feitos por um único depositante e não contam para efeitos do cálculo do -
Sociedades de consultoria para investimento.
limite atrás previsto, 100 mil euros, aplicável a cada uma dessas pessoas.
-
Sociedades que comercializem bens ou serviços afetos ao investimento
No caso dos depósitos constituídos junto de uma instituição de crédito que em bens corpóreos.
seja objeto das medidas de resolução previstas no nº 1 do artigo 145º-C (Uma -
Às sucursais situadas em Portugal das entidades referidas atrás com sede
instituição não cumpre os requisitos para a manutenção da autorização do exer- no estrangeiro, as sucursais financeiras exteriores e as entidades que
cício da sua atividade), os depósitos que forem alienados a outra instituição ou
prestem serviços postais e o Instituto de Gestão de Tesouraria e do Cré-
transferidos para um banco de transição serão tomados em conta no cálculo do dito Público, I. P., na medida em que prestem serviços ao público.
limite previsto de 100 mil euros, caso se venha a verificar uma situação de
indisponibilidade de depósitos na instituição de crédito que tiver sido sujeita às
referidas medidas.
DEVERES GERAIS
Quanto ao dever de controlo, as entidades sujeitas devem definir e aplicar
Às entidades sujeitas estão obrigadas, no exercício da respetiva atividade, ao políticas e procedimentos internos que se mostrem adequados ao cumprimento
cumprimento dos seguintes deveres gerais: de identificação, de diligência, "de dos deveres previstos na lei, designadamente em matéria de controlo interno,
recusa, de conservação, de exame, de comunicação, de abstenção, de colabora- avaliação e gestão e de auditoria interna, a fim de eficazmente prevenirem o
ção, de segredo, de controlo e de formação. branqueamento e o financiamento ao terrorismo.
No âmbito do dever de identificação, os clientes e seus representantes devem
ser identificados quando estabelecem relações de negócio, efetuem transações
ocasionais de valor igual ou superior a 15000 euros, se suspeite que as operações
possam estar relacionadas com o crime de branqueamento ou financiamento de
8 5. Acordo de Basileia
terrorismo, ou haja dúvidas quanto à veracidade ou à adequação dos dados de
identificação dos clientes, previamente obtidos.
À verificação da identidade deve ser efetuada, no caso de pessoas singulares, 5.1. INTRODUÇÃO
mediante apresentação de documento original válido com fotografia e, no caso
de pessoas coletivas, com o cartão de identificação da pessoa coletiva, da certi- No domínio das normas aplicáveis aos bancos, outras instituições de crédito e
dão do registo comercial ou, no caso de não residentes em território nacional, de empresas de investimento, o Comité de Supervisão Bancária de Basileia (Basel
documento equivalente. Committee on Banking Supervision), em 1988, publicou uma das recomenda-
À verificação da identidade do cliente, dos seus representantes, ou do benefi- sões de grande importância, chamada Acordo de Basileia, mais tarde, Acordo de
ciário efetivo, deve ter lugar no momento em que for estabelecida a relação de
Basileia (International Convergence of Capital Measurement and Capital
1
Standards).
negócio ou antes da realização de qualquer transação ocasional. Caso o risco de
branqueamento ou de financiamento do terrorismo seja limitado, a identificação O Comité de Supervisão Bancária de Basileia foi constituído em 1962 pelos
pode ser completada após o início da relação de negócio, se tal se mostrar indis- representantes dos governos centrais da Bélgica, Canadá, Estados Unidos,
pensável para a execução da operação. França, Holanda, Itália, Japão e Reino Unido e dos bancos centrais da Alemanha
Ocidental e Suécia. A Suíça foi incluída em 1964, mantendo o grupo G-10 a
No caso de abertura de contas de depósito bancário, as instituições de crédito
mesma designação.
não podem permitir a realização de quaisquer movimentos a débito ou a crédito
na conta subsequentes ao depósito inicial, disponibilizar quaisquer instrumentos As reuniões realizam-se na sede do Banco Internacional de Compensações
de pagamento sobre a conta ou efetuar quaisquer alterações na sua titularidade, (Bank for International Settlements, BIS), na Suíça. Este banco é a entidade cer-
enquanto não se mostrar verificada a identidade do cliente, de acordo com as tificadora das transações internacionais e o criador de recomendações que se
normas legais e regulamentares. tornam geralmente normas dos bancos centrais a nível mundial, sendo o seu
No caso dos contratos de seguro de «Vida», a verificação da identidade do principal órgão o Comité de Basileia que tem a responsabilidade de contribuir
beneficiário da apólice pode ocorrer depois de estabelecida a relação de negócio, para a estabilidade do sistema financeiro e estabelecer linhas de conduta para o
mercado.
mas sempre antes ou aquando do pagamento de qualquer benefício ou antes da
data em que o beneficiário tenciona exercer os direitos conferidos pela apólice. Aquele Acordo de Basileia, que tem por objetivo contribuir para o fortaleci-
mento da solidez e estabilidade do sistema bancário internacional e diminuir as
Quanto ao dever de comunicação, as entidades sujeitas devem, por sua pró-
fontes de desequilíbrio competitivo entre os bancos e os sistemas bancários
pria iniciativa, informar de imediato o Procurador-Geral da República e a Uni-
dade de Informação Financeira sempre que saibam, suspeitem ou tenham razões nacionais, estabeleceu o rácio de solvabilidade aplicável aos bancos e às institui-
suficientes para suspeitar que teve lugar, está em curso ou foi tentada uma ope- ções de crédito.
ração suscetível de configurar a prática de crime de branqueamento ou de finan- O rácio de solvabilidade, RS, resultado do quociente entre os fundos próprios
ciamento de terrorismo. corrigidos, FP, e a soma dos ativos ponderados, AP, e dos elementos extrapatri-
moniais reponderados (em função da contraparte e da operação), ER, com coefi-
cientes de risco que vão de 0% até 100%.
Para a determinação dos fundos próprios corrigidos é necessário deduzir ao avaliar a perda potencial de uma carteira para um nível de confiança previa-
capital próprio, os resultados negativos, as imobilizações incorpóreas, o capital mente definido.
não realizado, as ações próprias e as participações financeiras em instituições
As metodologias VaR baseiam-se em movimentos normais do mercado, pres-
financeiras, além de outros elementos.
supondo portanto que não ocorrem grandes crises financeiras. No entanto, nos
O valor mínimo do rácio de solvabilidade de cada instituição de crédito e mercados onde a elevada volatilidade põe em causa a correlação entre preços e o
empresas de investimento deve ser, pelo menos, igual a 8%. risco de liquidez, os resultados por ele alcançados podem não surtir os efeitos
RS = FP/(AP + ER) desejados.
RS > 8% Para estimar o valor do VaR, podem utilizar-se as metodologias não paramé-
ricas, onde se incluem as simulações históricas e as simulações de Monte Carlo,
e as metodologias paramétricas, baseadas essencialmente na variância e cova-
riância, como os modelos estatísticos de Gauss, o modelo estatístico de distri-
5.2. VALOR EM RISCO E CATEGORIAS DE CAPITAL buição de Student, os modelos de tipo Garch e o modelo RiskMetrics. Este
último começou por ser introduzido no JP Morgan nos anos 90 para explicar os
E CRÍTICAS AO BASILEIA |
riscos a que estava exposto este importante banco sediado nos Estados Unidos.
O Acordo de Basileia I, que entrou em vigor em 1988, foi entretanto objeto Baseado em análises científicas credíveis, o VaR proporciona aos utilizadores
de várias críticas por não contemplar o risco de mercado. O Comité de Basileia, uma avaliação quantificada do risco de mercado, considerando diferentes níveis
no início de 1996, sugeriu então dois métodos de cálculo do capital necessário dz confiança. Com base na situação detetada, é possível tomar decisões que
para fazer face ao risco de mercado: contrariem as tendências negativas existentes, através da negociação de adequa-
-
Método standard. dos instrumentos financeiros de cobertura, como é o caso de oscilações desfavo-
-
Método dos modelos internos. táveis na carteira de divisas e de outros elementos patrimoniais e nos níveis de
iaxas de juro de valores mobiliários e de outros ativos.
Em agosto de 1996, o Federal Reserve Bank (banco central dos Estados Uni-
dos da América) autorizou os bancos americanos a utilizar os seus modelos O VaR que, como anteriormente se assinalou, representa a medida da máxima
internos de gestão de risco para implementar as orientações do Comité de Basi- mudança potencial, em relação a uma carteira de instrumentos financeiros, com
uma determinada probabilidade e um certo horizonte temporal, permite respon-
leia, ou seja, os bancos passaram a ter a possibilidade de calcular o seu valor em
risco (VaR, value at risk) e o respetivo montante de fundos próprios exigidos. der à seguinte questão:
-
Quanto é que o banco pode perder na sua carteira (divisas, títulos e outros
Aquelas críticas, relativas à não contemplação do risco de mercado, basea-
ram-se nas várias falências ligadas a este tipo de risco que ocorreram: Orange instrumentos financeiros), com uma determinada probabilidade, num
dado período de tempo?
County, Daiwa, MetallGeselishafi Refining and Marketing, Bankers Trust,
Banco Barings, Morgan Grenfell, Lloyd's e Confederation Life, entre outras.
Por exemplo, é importante que a gestão de uma instituição bancária saiba que
o VaR diário da sua carteira de negociação é de 50 milhões de euros com um
BE CONCEITO DE VAR nível de confiança de 95% ou 99%. Ou seja, dito de outro modo, que existe ape-
O VaR (value at risk) é a perda máxima provável de uma carteira, para um nas 5 hipóteses ou em 100, em condições normais de mercado, que ocorra uma
1
certo nível de confiança, num determinado horizonte temporal. Corresponde ao perda superior a 50 milhões de euros.
valor da perda potencial de uma carteira resultante de variações de preço ou de Para avaliar o valor do VaR, considerando uma instituição bancária ou outra
taxa, considerando uma certa probabilidade num determinado horizonte de qualquer empresa, é necessário dar os seguintes passos:
tempo. -
Identificar claramente os elementos que vão ser objeto de medição de
De aplicação simples e expedita, o VaR (valor em risco) tornou-se a medida risco (taxas de juro, taxas de câmbio, preços de ações, preços de obriga-
padrão do risco, empregada pelas instituições de crédito e outras instituições ções, de mercadorias e de outros ativos).
financeiras e pelas entidades reguladoras. Trata-se de uma medida que permite
-
Tipificar o nível de incerteza a que está sujeito qualquer dos elementos Comité considerou que isso deveria ser deixado ao critério das autorida-
atrás mencionados, isto é, determinar a distribuição de probabilidade des de supervisão nacionais).
conjunta que lhe está associada. *
Para que os passivos subordinados a curto prazo sejam elegíveis como tier 3
-
Com base nas duas démarches anteriores, quantificar o valor do VaR
através de uma das metodologias atrás indicadas, para que os gestores e cupital, é necessário que possuam um prazo de vencimento inicial pelo menos
outros responsáveis possam aperceber-se, fácil e atempadamente, do de dois anos, não serem re-embolsáveis antes da data convencionada, salvo
acordo com a autoridade de supervisão, e estar sujeitos à cláusula Jock in, esti-
risco em que incorre a sua instituição, se tudo evoluir dentro de condições
normais de mercado. pulando que, em caso de insolvência do banco, o re-embolso fica sujeito ao re-
-embolso prévio dos demais credores.
H TIER1, TIER2E TIER3
No documento sobre a introdução do risco de mercado, Amendment to the
5.3. CONCEITO DE RISCO DE MERCA
Capital Accord to Incorporate Market Risks, emitido em 1996, o Comité de
Controlo Bancário de Basileia introduz uma nova categoria de fundos próprios Como atrás se referiu, o Acordo de Basileia I, cuja prioridade foi estabelecer
ou de capital. as instituições de crédito níveis mínimos de solvabilidade para fazer face ao
Assim, tal como foi definido no Acordo de Capital de 1988, a principal forma risco de crédito, foi objeto, em 1996, de regulamentação adicional, através do
de fundos próprios elegíveis, ou fundos próprios de 1? categoria, para cobrir os documento The Accord Amendment for Market Risk, com a finalidade de res-
riscos de mercado consiste no capital social e lucros retidos (tier 1 capital) e nos ponder também ao risco de mercado.
fundos próprios suplementares (tier 2 capital). 0 risco de mercado, que decorre da possibilidade de se obterem
perdas deri-
Entretanto, com a emissão daquele documento, o Comité permite que os ban- vadas a movimentos desfavoráveis no mercado, como é o caso típico dos valores
cos utilizem uma terceira categoria de fundos próprios (tier 3 capital), que con- mobiliários transacionáveis em bolsas de valores, está intimamente ligado à
siste na inclusão de passivos subordinados a curto prazo, segundo uma determi- carteira de negociação, que visa obter mais-valias a curto prazo.
nada proporção, para cobrir o risco de mercado, tendo em conta os seguintes A carteira de negociação de uma instituição é constituída pelas posições em
condicionalismos: instrumentos financeiros detidos com o de ou de cobertura
objetivo negociação
-
Os fundos próprios de terceira categoria, tier 3, cobrem apenas os riscos dos riscos de outros elementos que são seus componentes. As posições incluem
de mercado, mantendo-se as outras duas categorias, tier 1 e tier 2, para as posições próprias e as resultantes de prestação de serviços a clientes.
cobrir os riscos de crédito e de contrapartida contemplados no Acordo de Tais posições referem-se, essencialmente, a instrumentos do mercado mone-
1988.
tário, valores mobiliários, futuros, swaps, forwards e opções, contratos a prazo
-
Os fundos próprios de terceira categoria serão limitados a 250% dos fun- de taxas de juro (FRA, forward rate agreements), riscos de transações por liqui-
dos próprios de primeira categoria para efeitos de cobertura do risco de dar, créditos relativos a taxas, comissões e dividendos e margens de futuros e
mercado. opções.
-
Os fundos próprios de segunda categoria podem ser substituídos pelo tier Os riscos da carteira de negociação envolvem os riscos de posição, os riscos
3 até ao mesmo limite de 250%, o que significa que o tier 2 não de liquidação e contraparte, os grandes riscos e os riscos cambiais, para os quais
pode
exceder o tier 1, e os passivos subordinados a longo prazo não podem é necessário afetar fundos próprios.
exceder 50% do tier 1 capital. Como se sabe, a atividade bancária e financeira tem vindo a evidenciar um
-
Por outro lado, como o tier 3 só deve ser afeto ao risco de mercado, mui- forte dinamismo em todos os países. Em particular, a década de 90 foi marcada
tos dos Estados membros são favoráveis a que se mantenha, naquele pelo reforço da inovação financeira, resultante do forte desenvolvimento e inte-
documento, o princípio segundo o qual o tier deve representar pelo
1 gração dos mercados financeiros, da evolução tecnológica e dos avanços cientí-
menos metade dos fundos próprios elegíveis, ou seja, que o valor total de ficos na área da economia financeira, não esquecendo também o ritmo crescente
fundos próprios de 2? e 3? categorias não deve ultrapassar o tier (o
1
da globalização. Em consequência, têm sido adotadas técnicas complexas e
sofisticadas de avaliação de riscos, mormente nas vertentes do risco de crédito,
«!) Nos casos em que a instituição disponha de uma participação superior a
do risco de mercado e do risco operacional, bem como, ultimamente, do risco de
10% do capital social de uma das referidas instituições, será deduzido o
liquidez. *
montante total dessa participação, bem como o valor representado pelos
É neste contexto de permanente inovação financeira, alicerçado no objetivo demais elementos patrimoniais mencionados de que disponha sobre a
de estabilidade do setor financeiro, que têm existido iniciativas, a nível interna- mesma instituição.
cional, no sentido de adaptação do quadro regulamentar às novas realidades de
b) O montante global das restantes participações e dos demais elementos
produtos e serviços financeiros, designadamente no domínio das regras de ade-
patrimoniais referidos atrás não abrangidos pela alínea precedente será
quação de fundos próprios, face aos riscos a que estão sujeitos os bancos e deduzido apenas na parte que exceda 10% dos fundos próprios da institui-
outras instituições de crédito e financeiras.
ção que deles disponha, calculados antes de efetuadas as deduções em
referência.
5.4. FUNDOS PRÓPRIOS E SEUS REQUISITOS -
Fundos próprios suplementares, FPS (Tier 3)
Aos fundos próprios de base e fundos próprios complementares, há ainda
E DETERMINAÇÃO DOS FUNDOS PRÓPRIOS
que adicionar os fundos próprios suplementares disponíveis para a
O Aviso nº 12/92 do Banco de Portugal, com as alterações introduzidas, con- cobertura de riscos de mercado, FPS, objeto da legislação publicada em
sidera como elementos positivos de fundos próprios: 1996 (risco de mercado), os quais compreendem:
-
Fundos próprios de base, FPB (Tier 1) + Excedente em relação ao limite de elegibilidade dos fundos próprios
+ Capital social realizado e as ações preferenciais não remíveis. complementares transferidos para os fundos próprios suplementares
+ Prémios de emissão de ações e títulos de participação. para cobertura de riscos de mercado.
+ Reservas formadas por lucros não distribuídos. + Lucros líquidos da carteira de negociação.
+ Resultados positivos. + Empréstimos subordinados a curto prazo e elementos assimiláveis.
+ Fundo para riscos bancários gerais.
-
Ações próprias e ativos intangíveis. & APURAMENTO DOS REQUISITOS DE FUNDOS PRÓPRIOS
-
Insuficiência de provisões.
Por sua vez, há que considerar os requisitos de fundos próprios, RFP, para
--
Fundos próprios complementares, FPC (Tier 2) cobrir o risco de crédito, RC, o risco de mercado, RM, e o risco operacional,
+ Reservas de reavaliação do ativo imobilizado. RO. Os fundos próprios disponíveis, FPD, resultam da diferença entre FPT e
+ Títulos de participação. RFP. Sintetizando, vem:
+ Empréstimos subordinados.
FPB + FPC -D+FPS = P
+ Parte liberada das ações preferenciais remíveis.
RFP = RC+RM+RO
Aos fundos próprios de base e fundos próprios complementares (estes não FPD = FPT RFP-
podem exceder 100% do valor dos primeiros), para fins de solvabilidade, são
deduzidos, pelos respetivos valores líquidos de inscrição no ativo, os valores Relativamente aos empréstimos subordinados, atrás assinalados, os contratos
relativos às ações, títulos de participação e empréstimos subordinados emitidos que os formalizem devem respeitar as seguintes condições, a fim de serem inte-
ou contraídos por instituições de crédito e por outras sociedades financeiras, grados nos fundos próprios complementares:
incluindo seguradoras, de que a instituição seja detentora, D, nas condições -
Estabelecer, iniludivelmente que, em caso de falência ou liquidação do
seguintes: mutuário, o re-embolso do mutuante fica subordinado ao prévio re-embolso
de todos os demais credores não subordinados.
-
Estabelecer um prazo de re-embolso não inferior a cinco anos. -
Deve fomentar-se a difusão das melhores práticas no sistema financeiro,
-
Não conter qualquer cláusula de re-embolso antecipado em desenvolvendo um conjunto de incentivos que premeie a capacidade das
relação ao
prazo de vencimento, por iniciativa do mutuante. instituições na mensuração e gestão do risco, porquanto o respetivo grau
de solvabilidade depende em grande parte da eficiência da sua estrutura
-
Esclarecer que o eventual re-embolso antecipado terá de ser precedido do
de gestão, do controlo interno e da própria cultura das instituições.
acordo prévio do Banco de Portugal.
O Acordo de Basileia II assenta em três pilares:
Para que os empréstimos subordinados de curto prazo
sejam incluídos nos -
Pilar 1 Requisitos Mínimos de Capital.
-
fundos próprios suplementares, devem: -
Pilar 2 Processo de Supervisão.
-
Respeitar as cláusulas aplicáveis aos contratos dos empréstimos subor- Pilar 3
-
- -
Disciplina de Mercado.
dinados com exceção da segunda cláusula (prazo).
Os métodos de avaliação de riscos, para a determinação dos Requisitos
-
Devem estabelecer um prazo de re-embolso não inferior a dois anos.
Mínimos de Capital, são os seguintes:
-
Devem prever que o capital não poderá ser re-embolsado, nem
pagos os -
Risco de crédito -
método padrão e método das notações internas.
juros, se esse re-embolso ou pagamento implicar que os fundos próprios
da instituição passem a situar-se abaixo de 100% dos -
Risco de mercado -
método standard e método dos modelos internos.
requisitos globais
de fundos próprios. -
Risco operacional -
método do indicador básico, método padrão e méto-
dos de medição avançada.
S6. Acordo de Basileia II 6.1. PILAR 1 -
REQUISITOS MÍNIMOS DE CAP)
Após a publicação do Acordo de 1988 e da emenda de 1996 que introduz o
Na sequência da publicação do Basileia II, foram adotadas as Diretivas
risco de mercado, o Acordo de Basileia II, que entrou em vigor em 1 de janeiro
comunitárias nº 2006/48/CE e 2006/49/CE, de 14 de junho, transpostas para o
de 2008, não pode ser interpretado como um processo de rotura mas, antes pelo
ordenamento jurídico nacional pelo Decreto-lei nº 103/2007 e Decreto-lei nº
contrário, um percurso evolutivo do Acordo de Basileia I (International Con-
104/2007, ambos de 3 de abril. Depois, o Banco de Portugal emitiu cinco Avi-
vergence of Capital Measurement and Capital Standards) e legislação adicional
sos, de 18 de abril de 2007 (nº* 5, 6, 7, 8,9 e 10) e as competentes Instruções,
publicada (Amendment to the Capital Accord to Incorporate Market Risks).
onde se desenvolvem os aspetos técnicos.
Aliás, na alteração ocorrida em 1996, criou-se a possibilidade de utilizar
A principal novidade do Basileia II foi a integração do risco operacional,
modelos internos para o cálculo dos requisitos mínimos de fundos próprios para
mantendo-se o risco de crédito e o risco de mercado, constantes do Acordo de
cobrir o risco de mercado.
1988 e da legislação de 1996, com algumas
alterações. Deste modo, aos dois
Como anteriormente se assinalou, o Novo Acordo de Basileia está estruturado
objetivos que nortearam o Basileia I, fundos próprios suficientes e neutralidade
em três pilares, os quais reforçam as sinergias entre os controlos internos e
competitiva, juntaram-se as seguintes orientações:
externos das instituições sujeitas às suas determinações.
-
Os requisitos de capital devem ser mais sensíveis ao risco, de modo à
que
os níveis de fundos próprios, ou de capital, O Pilar 1 Requisitos Mínimos de Fundos Próprios tem em vista responder
- -
acompanhem as alterações do
à dimensão de capital necessário para cobrir o risco de crédito, o risco de mer-
perfil de risco das instituições, incluindo o risco operacional.
cado e o risco operacional, estabelecendo a forma de cálculo dos fundos pró-
-
O regime de adequação de capital não deve limitar-se à
fixação de rácios prios mínimos e as várias opções de cálculo daqueles riscos.
regulamentares mínimos, sendo igualmente relevantes a atuação das auto-
ridades de supervisão e a disciplina de mercado.
RISCO DE CRÉDITO No método do indicador básico (BIA, Basic indicator approach), os requisi-
Quanto ao risco de crédito, encontram-se previstos dois métodos para o cál- tos são determinados como uma percentagem (15%) dz um indicador de explo-
culo do capital necessário para a sua cobertura: ração relevante. Este indicador relevante constitui a média das receitas brutas
-
Método padrão. relativas aos três últimos exercícios desde que sejam positivas. Corresponde
-
Método das notações internas. praticamente ao produto bancário, excluída a parte de seguros.
No método padrão (TSA, Standardized approach), os requisitos são determi-
O método padrão (Standardized approach, na terminologia inglesa) assenta
nados como uma percentagem (entre 12% e 18%) de um indicador de explora-
essencialmente nas notações divulgadas por agências de notação externas reco-
ção relevante para cada um dos segmentos de atividade definidos.
nhecidas pelo Banco de Portugal. De um modo geral, este método consiste na
ponderação dos riscos em função do tipo de mutuário e do tipo de posição de
Nos métodos de medição avançada (AMA, Advanced measurement approach),
TISCO. as instituições têm a faculdade de utilizar os seus próprios modelos para a deter-
minação dos requisitos de fundos próprios exigíveis para a cobertura do risco
O método das notações internas (IRB, Internal rating based approach)
-
operacional. No entanto, a utilização desses modelos está dependente da autori-
permite a utilização de metodologias internas para o cálculo dos requisitos de
zação do Banco de Portugal.
fundos próprios, ou de capital, com base em estimativas próprias de probabili-
dade de incumprimento (PD, Probability of default), no caso da vertente foun-
dation, e de estimativas próprias de perda dado o incumprimento (LGD, Loss
given default) e, ainda, da em risco individual bruta em caso de incum-
6.2. PILAR 2 -
PROCESSO DE SUPERVISÃ
posição
primento (EAD, Exposure at default),
no caso da vertente advanced.
O Pilar 2 -
Processo de Supervisão -
tem como principal objetivo o reforço
do processo de avaliação pela autoridade de supervisão, o qual agrega um con-
E RISCO DE MERCADO
junto de princípios destinados a reforçar a ligação entre perfil de risco da insti-
Às alterações verificadas consistem, principalmente, na definição da carteira tuição, a sua gestão de risco e os sistemas de mitigação de risco e os fundos pró-
de negociação, na introdução de princípios a que deve obedecer a
avaliação das prios.
posições na carteira de negociação e na imposição de requisitos de capital para a Nesse sentido, o Comité das Autoridades Europeias de Supervisão Bancária
cobertura dos riscos de mercado dos chamados novos instrumentos financeiros.
(Committee of European Banking Supervisors, CEBS) publicou o documento
Sendo assim, as instituições financeiras competentes devem determinar os Guidelines on the Application of the Supervisory Review Process under Pillar 2,
requisitos de capital para a cobertura do risco de posição dos instrumentos com o objetivo de promover a implementação dos princípios orientadores pre--
incluídos na carteira de negociação, do risco de liquidação, do risco de contra- conizados pelo Pilar 2.
parte, do risco cambial e do risco de mercadorias. Estes princípios destinam-se a incentivar as instituições a adotar sistemas e
No âmbito do risco de mercado, estão fixados dois métodos de cálculo: procedimentos para poder determinar e manter o capital próprio adequado à
-
Método standard. natureza e magnitude dos riscos em que incorrem.
-
Método dos modelos internos. Tais princípios abrangem, detalhadamente, os seguintes domínios:
-
Gestão interna da instituição (estrutura e organização, órgãos de gestão,
BH RISCO OPERACIONAL controlo interno, informação pública e transparência).
No âmbito do risco operacional, que surge com o Basileia II, são estabeleci- -
Nível de capital próprio adequado aos riscos decorrentes da atividade da
dos três métodos para a determinação dos requisitos mínimos de fundos
pró- instituição (Internal capital adequacy assessment process, ICAAP).
prios: -
Autoridades de supervisão (processo de supervisão e sistema de avaliação
-
Método do indicador básico.
de riscos).
-
Método padrão.
-
Métodos de medição avançada.
Daí que assuma grande importância a atuação dos responsáveis pelas institui- perspetivam fazer também aplicações nas referidas instituições, ou então realizar
ções financeiras, abrangidas pelo Basileia II, nas áreas de gestão de riscos, a outras operações que consideram oportunas.
avaliação do capital próprio de acordo com o perfil de risco e o respetivo con- Aliás, a informação divulgada sobre a situação de empresas financeiras e não-
trolo.
-financeiras assume, obviamente, uma projeção determinante no contexto empre-
No conjunto dos responsáveis pelas instituições, estão incluídos os seus sarial no que se refere a aplicações de fundos, quer no que respeita a montantes
administradores, incluindo o seu presidente, os diretores e a auditoria interna, os elevados, quer relativamente a montantes de média e baixa dimensão, que cons-
quais devem assegurar que as informações e os dados fornecidos para efeitos de tituem uma forma alternativa de aplicação das suas poupanças tradicionais.
controlo são fidedignos, consistentes e rigorosos.
A este propósito, há também que referir as situações de dificuldades financei-
Para as autoridades de supervisão, aqueles princípios atribuem-lhes a ras de instituições bancárias e de outras instituições financeiras que, por vezes,
respon-
sabilidade pela avaliação da qualidade de tais sistemas e respetivos procedi- se registam.
mentos e pela imposição de medidas corretivas, caso o capital próprio não seja
Sabendo as implicações que acarretam, as suas administrações têm o dever de
consistente com o perfil de risco exigido.
informar, atempadamente e de modo claro e transparente, as autoridades de
No nosso país, cabe ao Banco de Portugal a responsabilidade de avaliar a supervisão e os clientes dessas instituições e outras entidades envolvidas, para
dimensão dos riscos de cada instituição a ele sujeita e de verificar se os seus dis- evitar consequências desastrosas repercutíveis igualmente no setor financeiro e,
positivos de administração interna, os resultados apresentados no âmbito do naturalmente, tomar as medidas mais adequadas.
capital adequado e os fundos próprios existentes garantem uma adequada cober-
tura de riscos.
6.4. COBERTURA DO RISCO DE CRÉD
6.3. PILAR 3 -
DISCIPLINA DE MERCADO Como já se referiu, o Pilar 1 do Basileia II tem em vista responder à dimensão
de capital necessário para cobrir o risco de crédito, o risco de mercado e o risco
Finalmente, o Pilar 3 -
Disciplina de Mercado -
estabelecido no Acordo de operacional, estabelecendo a forma de cálculo do capital mínimo e as várias
Basileia II. vpções de determinação daqueles riscos.
O objetivo deste Pilar é estimular uma maior disciplina de mercado através do O risco de crédito aponta para a necessidade de gerir as perdas da carteira de
aumento da transparência das instituições sujeitas às regras do Basileia II, a fim crédito, constituindo as provisões necessárias para cobrir as perdas esperadas e
de que os agentes económicos, desde as empresas financeiras e não financeiras afetar o capital económico às perdas inesperadas.
até aos particulares, incluindo famílias e emigrantes,
possam estar cabalmente Para calcular os requisitos mínimos de capital é necessário submeter os ativos
informados e possam perceber melhor o seu perfil de risco. e outros elementos a ponderadores, ou a coeficientes de risco, com base em dois
Mais concretamente, este pilar visa informar, de forma clara, transparente e métodos:
realista, os mercados monetário, financeiro e cambial, promovendo a confiança -
Método padrão.
e a credibilidade do sistema financeiro, a fim de Métodos das notações internas (IRB foundation e IRB advanced).
que os participantes nesses -
mercados passem a dispor de informação que lhes permita fazer um
diagnóstico
correto e ajuizado das práticas de gestão das instituições de crédito e demais
& MÉTODO PADRÃO -
RISCO DE CRÉDITO
instituições financeiras, bem como dos seus resultados, nomeadamente no
tocante à sua rendibilidade, segurança, liquidez e solvabilidade. Para calcular os requisitos mínimos de fundos próprios, para cobrir o risco de
crédito, segundo o método padrão ou standard (standardized approach), os
Com efeito, os investidores institucionais, perante a informação divulgada
ponderadores de risco variam com a classificação atribuída pelas agências de
pelas instituições de crédito, designadamente os bancos, querem saber se as suas
rating (reconhecidas pelas autoridades de supervisão) à contraparte da operação
aplicações nelas efetuadas estão a surtir, ou não, os efeitos desejados, o mesmo
ou classe de risco.
acontecendo com aqueles investidores que, possuindo recursos
disponíveis,
Por exemplo, a Standard & Poor's Ratings Services, tal como outras agências A dos elementos extrapatrimoniais e os tipos de instrumentos
classificação
de rating, adota as seguintes notações de longo prazo: derivados constam dos Anexos Ie II do Aviso nº 5/2007.
AAA, capacidade do devedor objeto de notação para cumprir as suas obriga- O valor da posição em risco de um elemento extrapatrimonial incluído no
ções financeiras extremamente forte; AA, idem muito forte; A, idem forte; BBB, Anexo I corresponde às seguintes percentagens do seu valor:
capacidade para cumprir as obrigações financeiras mas mais sujeita a condições -
100% para os elementos de risco elevado.
mais adversas do que a situação anterior, BB, idem adversas; B, idem mais -
50% para os de risco médio.
adversas; CCC, alguma incapacidade para cumprir as suas obrigações; CC, -
20% para os de risco médio/baixo.
incapacidade para cumprir as suas obrigações; C, desencadeação de um processo -
0% para os de risco baixo.
de falência mas os compromissos financeiros continuam a ser cumpridos; D, não
cumprimento de uma ou mais das obrigações financeiras por parte do emitente O valor da posição em risco de um instrumento derivado incluído no Anexo II
de dívida. é determinado através de um dos métodos do Anexo V:
Outras empresas de rating que se podem citar, além da Standard & Poor's,
-
Método de avaliação ao preço de mercado (market-to-market).
são a Moody's e a Fitch Ratings, também americanas, a Dominion Bond -
Método do risco inicial.
Ratings
(canadiana), a Dagong (chinesa) e a Companhia Portuguesa de Rating (portu- Método padrão.
guesa). -
Método do modelo interno.
Como se compreende, não é consensual a opinião das agências de rating na
atribuição das classes de risco. E MÉTODO DAS NOTAÇÕES INTERNAS -
RISCO DE CRÉDITO
As posições em risco, sujeitas a ponderadores de risco que poderão atingir e MÉTODO IRB FOUNDATION
0%, 20%, 50%, 100% e 150%, abrangem as seguintes contrapartes, conforme O método IRB foundation (Internal ratings based approach), ou das nota-
-
tabelas estabelecidas no Anexo HI do Aviso nº 5/2007 do Banco de Portugal:
ções internas, versão simplificada, assenta no desenvolvimento de modelos
Administrações centrais ou bancos centrais, administrações regionais ou internos de medição do risco de crédito, aprovados pela autoridade de supervi-
-
locais, organismos administrativos e empresas sem fins lucrativos, ban- são, em que o parâmetro de risco de probabilidade de incumprimento, PD (Pro-
cos multilaterais de desenvolvimento, organizações internacionais, insti- bability of default), tem de ser calculado diretamente pelas instituições com base
tuições, empresas, carteira de retalho, garantidas por bens imóveis, ele- nos dados históricos das suas carteiras de crédito.
mentos vencidos, obrigações hipotecárias e obrigações sobre o setor
Por conseguinte, quando uma instituição de crédito, ao atribuir uma nota de
público, titularização, risco de curto prazo sobre empresas, organismos de rating ao seu mutuário, está a incorrer numa determinada perda potencial, a qual
investimento coletivo e outros elementos. deve ser objeto do competente requisito mínimo de capital. Sendo assim, é óbvio
À margem das tabelas, estão fixados ponderadores de risco específicos, em que a qualidade da carteira de crédito da instituição influencia o parâmetro de
risco de probabilidade de incumprimento (PD), no tocante ao pagamento do
determinadas condições, para as seguintes posições em risco:
capital mutuado e dos respetivos juros.
-
Sobre o Banco Central Europeu, a Comunidade Europeia, o Fundo
Monetário Internacional e o Banco de Pagamentos Internacionais, o pon- * MÉTODO IRB ADVANCED
derador de risco é de 0%.
Este método, versão avançada, caracteriza-se pelo facto das instituições de
Empréstimos garantidos por hipoteca sobre bens imóveis destinados à
-
crédito serem responsáveis pelas estimativas dos parâmetros de risco (PD, LGD,
habitação do mutuário, 35%. EAD e M), a seguir definidos, o que pode ser compensador caso a carteira de
-
Sobre a carteira de retalho, 75%. crédito possua boas performances.
-
Sobre outras posições em risco relativamente às quais o cálculo dos mon-
tantes ponderados não está previsto no Aviso nº 5/2007, 100%.
Cada um destes parâmetros de risco significa: Como já foi assinalado, na sequência do Basileia I de 1988 (risco de crédito)
-
Probabilidade de incumprimento (Probability of default, PD), probabili- e da emenda de 1996 (risco de mercado), as autoridades competentes adotaram o
dade de incumprimento da contraparte no período de um ano. documento International Convergence of Capital Measurement and Capital
-
Perda dado o incumprimento (Loss given default, LGD), rácio entre a Standards: a Revised Framework, junho de 2004, conhecido pelo Acordo de
Basileia IH, que contempla também o risco operacional e introduz alterações nos
perda incorrida numa posição em risco decorrente do incumprimento da
riscos de crédito e de mercado.
contraparte e o montante devido no momento do incumprimento.
-
Maturidade (Maturity, M), medida de maturidade efetiva do crédito. No que se refere ao risco de mercado, o Banco de Portugal veio regulamentar
a sua aplicação através do Aviso nº 8/2007, de 18 de abril.
Exposição na data do incumprimento (Exposure at default, EAD), valor
-
Os riscos de mercado consistem na possibilidade de ocorrerem perdas deriva-
que representa o valor total da exposição, na altura em que for declarado
o incumprimento. das de situações adversas nos preços de mercado, como é o caso de alterações
desfavoráveis em taxas de juro, taxas de câmbio, posições e preços de valores
E permitido às instituições de crédito abrangidas pelo Acordo de Basileia II mobiliários, derivados financeiros e mercadorias.
adotar o método para um dado conjunto de ativos e um outro método
para outro Os bancos podem socorrer-se de várias técnicas para medir e controlar o risco
conjunto diferente de ativos. de mercado a seguir indicadas: valor em risco, designado por VaR (Value at
No entanto, as instituições abrangidas pelo Acordo de Basileia II deverão risk), testes de resistência (stress tests), análise de sensibilidade (sensivity
fazer um esforço no sentido de utilizarem abordagens mais avançadas. analyse) e análise de desvios (deviate analyse).
Para o cálculo do risco de mercado e dos requisitos de fundos próprios,
podem utilizar-se dois métodos:
6.5. COBERTURA DO RISCO DE MERCADO -
Método standard.
-
Método dos modelos internos.
No desenvolvimento da sua atividade, os bancos e outras instituições finan-
ceiras estão sujeitas a diversos riscos, os quais, numa perspetiva mais E MÉTODO STANDARD RISCO DE MERCADO
gobal e -
abrangente, são os seguintes:
Perante a volatilidade dos mercados, a nível nacional e internacional, as ope-
-
Risco de carteira (riscos de crédito, de taxas de juro, de liquidez, cambial,
rações efetuadas pelos bancos no âmbito da sua carteira de negociação têm
de endividamento e de capital adequado). vindo a confrontar-se o risco de o que acarreta a afetação de fundos
mercado,
-
Risco de derivados financeiros (riscos de contrapartida, de liquidez, de próprios adequados, tal como acontece com o risco de crédito.
especulação, de informação e risco humano).
-
Risco de estratégia de mercado. e CARTEIRA DE NEGOCIAÇÃO
-
Risco de eficiência operacional. As posições detidas pela carteira de negociação de uma instituição pressu-
põem a existência de:
-
Risco de filiais.
-
Uma estratégia de negociação devidamente documentada e aprovada,
-
Risco de países. '
com a indicação do horizonte temporal de detenção das suas posições.
-
Risco tecnológico. -
Políticas e procedimentos claramente definidos de gestão ativa das posi-
-
Risco de regulamentação. ções assumidas, envolvendo a direção e a sala de operações.
-
Risco de globalização. Políticas e procedimentos claramente definidos na monitorização das
posições face à estratégia de negociação da instituição, incluindo a moni-
torização do volume as operações e das posições sem movimento na car-
teira de negociação.
Às instituições devem estabelecer e manter sistemas e controlos adequados à * COMPONENTES DO RISCO DE POSIÇÃO
elaboração de estimativas de avaliação prudentes e fiáveis, os quais devem
Para o cálculo de requisitos de fundos próprios, o risco de posição decompõe-
incluir políticas e procedimentos documentados relativamente ao processo dê
-se em duas componentes:
avaliação e aos circuitos de transmissão de informações sobre a unidade respon-
sável pelo processo de avaliação, os quais devem ser claros e independentes em
--
Risco específico, que corresponde ao risco de uma variação do preço do
relação aos operadores da sala de negociação (front office). instrumento em causa, devido a fatores associados ao seu emitente ou, no
caso de um instrumento derivado, ao emitente do instrumento subjacente.
Quanto aos métodos de avaliação, o critério assenta no recurso de posições
disponíveis provenientes de fontes independentes (por exemplo, cotações de
-
Risco geral, que corresponde ao risco de uma variação do preço do
bolsa) e, caso não seja possível, através de modelos adequados. instrumento, devido a uma variação do nível das taxas de juro, no caso de
um instrumento de dívida ou de um seu derivado, ou a um movimento
Às instituições devem também estabelecer procedimentos para efetuar o
global no mercado dos títulos de capital, no caso de um título de capital
ajustamento das avaliações ou para constituir reservas de avaliação, devendo,
ou de um instrumento seu derivado.
designadamente, definir ajustamentos ou reservas para margens de crédito ante-
cipadas, custos de encerramento das posições, riscos operacionais, rescisão ante- e INSTRUMENTOS DE DÍVIDA -
RISCO ESPECÍFICO
cipada, custos de investimento e de financiamento, custos administrativos futu-
ros e risco de modelo. Para a cobertura do risco específico dos instrumentos de dívida, as posições
As coberturas internas não devem ter por objetivo principal reduzir os requi- líquidas na carteira de negociação são imputadas às categorias adequadas cons-
iantes do quadro 1, que se indica a seguir, atendendo aos
sitos de fundos próprios. Por cobertura interna entende-se uma posição que respetivos emi-
tente/devedor, à avaliação de crédito interna ou externa e ao prazo de venci-
compensa considerável ou completamente o risco de uma posição ou de um
mento residual (vide anexo II do Aviso nº 8).
grupo de posições não incluídas na carteira de negociação.
Esses valores são depois multiplicados pelos coeficientes de ponderação indi-
e CÁLCULO DOS REQUISITOS DE FUNDOS PRÓPRIOS cados no mesmo quadro. O requisito de fundos próprios (RFP) para risco
especí-
fico corresponde à soma dos valores das posições ponderadas, quer sejam posi-
O Aviso do Banco de Portugal nº 8/2007, de 18 de abril, estabelece, de modo
«ões longas ou posições curtas.
detalhado, o cálculo dos requisitos de fundos próprios para cobertura dos riscos
de mercado, ou seja, do risco de posição, dos riscos relativos aos riscos de con-
traparte e liquidação, dos riscos cambiais e do risco de mercadorias. MÉTODO DOS MODELOS INTERNOS -
RISCO DE MERCADO
Fazendo aqui apenas a abordagem do risco de posição, esse Aviso estabelece O Banco de Portugal pode autorizar as instituições a calcular, em determina-
disposições sobre o cálculo das posições líquidas, os instrumentos especiais das condições, os requisitos de fundos próprios para cobertura dos riscos de
(futuros, FRA, instrumentos de dívida, opções, swaps, warrants), o tratamento posição, cambiais e de mercadorias de acordo com modelos internos, em alter-
do vendedor da proteção (parte que assume o risco de crédito) e o tratamento do nativa aos métodos especificados nos Anexos II, V e VI do Aviso nº 8/2007, ou
comprador da proteção (a parte que transfere o risco de crédito). em conjugação com estes.
A posição líquida em títulos de capital, de dívida ou convertíveis e em con- Para efeitos da referida autorização, o sistema de gestão de riscos das institui-
tratos idênticos relativos a futuros sobre instrumentos financeiros, opções, war- ções deve assentar em bases conceptuais sólidas, ser aplicado de forma rigorosa
rants e warrants cobertos é constituída pelos excedentes das posições longas e satisfazer os critérios qualitativos exigidos.
(curtas), relativamente às posições curtas (longas), na mesma emissão de cada Por outro lado, as instituições devem adotar procedimentos que
assegurem
instrumento.
que a validação dos modelos internos é efetuada por unidades qualificadas e
independentes do processo de desenvolvimento dos modelos, a fim de assegurar
a suarobustez e abrangência de todos os riscos materialmente relevantes.
Esta validação deve ser realizada na fase de desenvolvimento inicial dos
modelos, sempre que se efetuem alterações significativas e, ainda, numa base
copeciaimente qu an oc orr
"
mercado ou do am alterações estruturais
alteraçõ es na co significativas no
mp osiçã o da carteira que po Em que.
quação dos modelos. ssam implicar a desade-
A medida se for
N
H Indicador relevante anual, se
qu e em de se nvolvendo técnicas e positivo, relativo aos três últimos anos.
tuições devem melhores
inc orporar esses desenvolvimen práticas, as insti- -
Número de anos, dos últimos três, em
tos. que O indicador relevante $
A valid aç ão do s mo de los positivo.
internos, além dos
verificações a posterio deve programas regulame
ri, incluir, no mínimo: ntares de
O indicador relevante é O resultado da soma da
Testes demons tra tiv margem líquida de juros com
os da ad equação e precisã dos nutras receitas líquid
quais os modelos se baseiam o pressupostos nos as, numa base anual, reportadas ao final do exercício finan
. vero. podendo as instituições numa base
- , temporária, utilizar estimativas
Programas pr óp rio de quando não se encontrem disponíveis dados auditados
s va lid ação dos modelos em .
estrutura das carte relação aos riscos e à
iras. Caso, para um dado ano, a soma da
margem líq uid a de jur os com ou tras
Utilização de carteiras
-
receitas líquidas seja nega
hip oté tic as que assegurem a tiva ou igual a zero, esse valor não deve ser qu
comtid o es
los para ca ca rac capacidade dos mode- conta no cálculo da média dos últimos três
pta r ter íst ica s estruturais relevantes anos, quer no numerador qu no
nomeadam en te que possam surgi er
o ris co de ba se e o risco de r, denominador.
concentração.
A precisã e a efi
o cá cia do
O) indicador relevante é
igual à soma dos elementos contidos no qu
s mo de los internos devem ser adão
um program de controladas através seguinte, devendo cada um dos elementos ser incluído na soma co
a ve rifica çã o a de m o respelivo
cada dia útil, uma po ste rio ri, que deve permitir es sin al positivo ou negativ
co mp tabelecer, para o.
culado
ara çã o entre o valor em risco
pe lo mo de lo, co m base nas
(VaR, value at risk), cal- 1. Juros e rendimen tos sim ila res (+)
posições no final do dia e a 2. Juros e encargo similares
hipotética, do valor da carte , variação, real ou s (-)
ira no fim do dia útil seguin
te (vide pontos anterior 3. Rendimentos de instrumento de
es). s capital (+)
4, Comissões recebidas (+
)
5 issdo
Resulta ões pagas O-)
6.6. COBERTURA DO
RISCO OPERA CIONAL 6 Resultados de ativos/fpnssivos ao
justo valor através de resultados (+)
7. Outro s pr ov de
Os métodos eit os ex plo raç ão (+)
para ca lcular o ris co operacio 8. Indicador relevante (1 -2 3+4-5+6+7)
nal são os seguintes +
-
Método do indicado :
r básico.
-
Método pa
drão. E MÉTODO PADRÃO RISCO OPERACIONAL
-
-
Métodos de
medição avançada.
No método padr ou método stand ST
ão , ard , A (St an da rd ap pr oach), os requi-
sitos de fundos próp
MÉTODO DO INDIC rios para cobertura do risco op era cio na l, Kr sa , co nsist em na
ADOR BÁSICO RIS média dos últimos três anos da soma dos ind
-
CO OPERACIONAL icadores relevantes pond
No método do indica risco, calculados em cada ano, relativa
erados pena o
dor bá sic o, BI A mente aos segmentos de atividade indica-
tos de fundos (B asic indicator appr
próprios para cobertura oach), os requisi- dos no quadro seguint
e.
a 15% da média
do risco operacional, Kgra,
dos últimos trê s correspondem O indicador relevante pond
an os do ind ica
seguir definido, ou do r relevante anual erado pelo risco para um dado segmento de atívi-
seja, positivo, a dade poderá, num determinado an ser
o, negativo, situação essa que poderá con-
trabalançar indicadores pond
erados positivos associados aos demais segmento
KBiA = i=l
z IR; Se, ? nesse ano, o somatório dos ind
de todos os segme
icadores relevantes pond
s.
erados pelo risco
ntos da atividade for negativo, o valor a considerar no num e-
«
x 15%
N rador será zero, devendo esse resultad
o ser, igualmente, refletido no denomina-
dor.
Quadro -
Segmentos de atividade e fatores de risco
Max| DR; XB, 0
1
J Segmento eco, de
Krsa de atividade
Lista de atividades
N B
Financiamento * Tomada firme de instrumentos financeiros 2/ou sua 18%
Em que de empresas colocação numa base de tomada firme.
Indicador relevante, num dado ano, para cada um dos oito seg- (Corporate *
Serviços relacionados com a tomada firme.
IR;- finance) * Consultoria em matéria de investimento.
mentos de atividade, j, indicados no quadro seguinte. * Consultoria às empresas em matéria de estrutura
-
Fator de risco (percentagem fixa) para cada um dos oito segmen- de capital, de estratégia industrial e questões anexas
B;
e de consultoria, bem como serviços no domínio da fusão
tos de atividade, j.
e da aquisição de empresas.
N -
Número de anos, dos últimos três, em que o requisito de fundos * Análise de investimentos e análise financeira e outras
formas de recomendações genéricas relacionadas com
próprios anual relativo aos oito segmentos de atividade é positivo.
operações sobre instrumentos financeiros.
As instituições devem desenvolver e documentar as políticas e os critérios Negociação *
Negociação por conta própria 18%
e vendas
específicos de repartição do indicador relevante pelos segmentos de atividade Intermediação nos mercados monetários.
*
mencionados no quadro seguinte, devendo os referidos critérios ser revistos e (Trading *
Receção e transmissão de ordens em relação
and sales) com um ou mais instrumentos financeiros.
ajustados relativamente a novas atividades ou a alterações significativas das ati- *
Execução de ordens por conta de clientes.
vidades correntes. Os princípios de repartição são os seguintes: *
Colocação de instrumentos sem tomada firme.
-
Todas as atividades devem ser repartidas pelos segmentos de atividade *
Exploração de sistemas de negociação multilateral.
identificados no quadro em causa, de modo a que cada atividade corres-
Pagamento *
Operações de pagamento. 18%
ponda a um só segmento e que nenhuma fique excluída. e liquidação * Emissão e gestão de meios de pagamento.
(Payment and
Qualquer atividade não enquadrável no quadro mas que seja auxiliar de
-
setilement
uma outra nele incluída deve também ser incluída no segmento de ativi-
Banca comercial +
Empréstimos e locação financeira e receção de depósitos 15%
dade desta última.
(Commercial e outros fundos re-embolsáveis.
-
Não sendo possível ser enquadrada num segmento específico, a atividade banking) * Concessão de garantias e assunção de outros
deve ser incluída no segmento com maior percentagem. compromissos.
-
As instituições podem recorrer a métodos internos de fixação de preços, Serviços * Guarda e administração de instrumentos financeiros por 15%
de agência conta de clientes, nomeadamente a custódia e serviços
caso pretendam repartir o indicador relevante por dois ou mais segmen- conexos (gestão de tesouraria/de cauções).
(Agency services)
tos, na condição desse indicador não ser subvalorizado.
Banca de retalho +
Empréstimos e locação financeira e receção de depósitos 12%
-
À repartição de atividades por segmentos, para determinar os requisitos (Retail banking) e outros fundos re-embolsáveis.
de fundos próprios para cobertura do risco operacional, deve ser coerente * Concessão de garantias e assunção de outros
com as categorias utilizadas relativamente aos riscos de crédito e de mer- compromissos.
cado. intermediação da «
Receção e transmissão de ordens em relação a um ou 12%
banca de retalho mais instrumentos financeiros.
-
À direção é responsável pela política de repartição, sob controlo da admi-
(Retail banking *
Execução de ordens por conta de clientes.
histração, e o processo de identificação de segmentos de atividade deve intermediate) *
Colocação de instrumentos sem tomada firme.
estar sujeito a revisão independente.
Gestão deativos Gestão de carteiras e gestão de OICVM. 12%
(Asset * Outras formas de gestão de ativos.
management)
E MÉTODOS DE MEDIÇÃO AVANÇADA -
RISCO OPERACIONAL de acordo com os tipos de evento de risco operacional indicados no
qua-
Nos métodos de medição avançada, AMA (Advanced measurement approach), dro seguinte.
a determinação dos requisitos de fundos próprios para cobertura do risco opera-
cional baseia-se nos sistemas de medição interna das instituições. A sua utiliza-
Quadro -
Tipos de eventos de risco operacional
ção carece de autorização do Banco de Portugal.
À concessão da autorização para a utilização deste método depende de com- Fraude interna Perdas decorrentes de atos destinados intencionalmente à
provação perante o Banco de Portugal de que as instituições respeitam os crité- prática de fraudes, à apropriação indevida de ativos ou a
rios de elegibilidade, qualitativos e quantitativos. contornar regulamentações, legislações ou políticas
empresariais, com exceção de atos relacionados com a
diferenciação e discriminação, que envolvam, pelo menos, uma
e CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE QUALITATIVOS parte interna da empresa.
O sistema de medição e gestão do risco operacional deve ser aprovado pela Fraude externa Perdas decorrentes de atos destinados intencionalmente à
administração da instituição, a qual nomeará um órgão com uma estrutura pró- prática de fraudes, à apropriação indevida de ativos ou a
contornar legislações por parte de um terceiro.
pria, responsável pela conceção e implementação do sistema de reporte e da
metodologia de medição subjacente, assim como pelo desenvolvimento de Práticas em matéria Perdas decorrentes de atos que não se encontram em
estratégias, políticas e procedimentos para identificar, avaliar, monitorizar e de emprego conformidade com legislações ou acordos de trabalho, saúde
e segurança no ou segurança, bem como do pagamento de danos sociais ou
mitigar o risco operacional. local de trabalho de atos relacionados com a diferanciação e discriminação.
A este órgão compete também a emissão regular de reportes, destinados aos
Clientes, produtos Perdas decorrentes do incumprimento intencional ou por
órgãos internos relevantes, sobre a exposição a risco operacional e sobre perdas
e práticas negligência de uma obrigação profissional relativamente a
operacionais materiais registadas, propondo superiormente os procedimentos a comerciais clientes específicos (incluindo requisitos fiduciários e de
tomar no âmbito das medidas corretivas e mantendo disponível a competente adequação) ou da natureza ou da concessão de um produto.
documentação.
Danos ocasionados Perdas decorrentes de danos ou prejuízos causados a ativos
ativos físicos físicos por catástrofes naturais ou outros acontecimentos.
e CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE QUANTITATIVOS
Perturbações Perdas decorrentes da perturbação das atividades comerciais
Neste domínio, deevem ser respeitados determinados condicionalismos das atividades ou de falhas do sistema.
quanto ao processo, dados internos, dados externos, análise de cenários e fatores comerciais e falhas
de sistemas
sobre o contexto económico e o sistema de controlo interno, referidos resumi-
damente em seguida: Execução, entrega Perdas decorrentes de falhas no processamento de operações
e gestão de ou na gestão de processos, bem como das relações com
-
Processo as instituições devem determinar os requisitos de capital para
-
processos contrapartes comerciais e vendedores.
cobertura do risco operacional como a soma das perdas esperadas e não
esperadas e a medida do risco operacional deve incluir eventos extrema-
mente graves, assegurando um grau de fiabilidade a um nível de con-
-
Dados externos o sistema de medição do risco operacional deve utilizar
fiança de 99,9%.
-
dados externos relevantes, bem como das metodologias usadas na incor-
-
Dados internos as medidas de risco operacional geradas internamente
-
poração desses dados no sistema de medição e as condições e práticas
baseiam-se num historial mínimo de observações de cinco anos e as ins-
relativas ao recurso a estes dados externos devem ser objeto de análise
tituições devem estar preparadas para classificar, através de um conjunto
periódica, estar devidamente documentadas e ser sujeitas a revisão perió-
de critérios objetivos e devidamente documentados, os dados históricos
dica independente.
internos relativos a perdas registadas nos segmentos de atividade defini-
dos no quadro anterior Segmentos de Atividade e Fatores de Risco e
-
-
-
Análise de cenários análise de cenários baseados em
-
pareceres de peri-
tos para avaliar a exposição da instituição a acontecimentos de
perda ele-
vada, devendo, ao longo do tempo, essas análises ser validadas e reapre-
Por outro lado, o problema que se iniciou com as hipotecas
ciadas com base em comparações com resultados efetivos em matéria
de
subprime espa-
razoabilidade. lhou-se por todas as obrigações com colateral, pôs em perigo as
perdas, de modo a verificarem a sua empresas muni-
cipais de seguros e resseguros e ameaçou arrasar o mercado de swaps, com
Fatores sobre o contexto económico e sistema de controlo interno de
-
-
importâncias astronómicas movimentadas em dólares e outras divisas. O mesmo
modo contínuo, considerar os fatores fundamentais suscetíveis de alterar
se passou com os hedge-funds, criados para serem supostamente neutros em
o respetivo perfil de risco operacional e novas situações de estimativas
de
e relação aos mercados e, também, com os commercial-papers que se viram prati-
risco, face a alterações registadas ao nível desses fatores, respetiva pon-
deração, devendo manter-se disponível
e acessível a documentação
comente paralisados.
=
Obviamente que a falta de liquidez no sistema bancário e financeiro
repercu-
tiu-se imediatamente nas economias, primeiro na economia americana e,
depois,
na economia europeia, a qual tinha apostado em muitos
produtos financeiros
emitidos por instituições americanas.
87. Acordo de Basileia II
7.2. ENQUADRAMENTO PRUDENCIAI
7.1. ORIGENS DO PROBLEMA DE LIQUIDEZ Neste contexto, o Banco de Portugal emitiu, em 7 de abril de 2011, um
comunicado relativo ao aviso sobre o reforço do rácio Core Tier 1 das institui-
Com o desencadear da crise do subprime em 2006, manifestada ao público no
«ões de crédito.
ano seguinte, devido ao facto de os bancos americanos não conseguirem recupe-
de fra- Nesse comunicado, este Banco salienta a elevada resiliência do sistema ban-
rar os empréstimos hipotecários concedidos, nomeadamente a pessoas
financeiras entraram em situação de cário português face à crise financeira internacional iniciada em 2007, devido à
quíssimos recursos, várias instituições
existência de uma exposição limitada aos ativos tóxicos que estiveram na ori-
insolvência.
sem da crise, à ausência de uma sobrevalorização do mercado imobiliário, bem
Como é natural, face à enormidade das importâncias envolvidas, as bolsas de como à atividade em geral desenvolvida pelas instituições financeiras.
valores de todo o mundo reagiram de modo negativo, tanto mais que a crise
centrada na Aliás, o Banco de Portugal considera nesse comunicado que o sistema bancá-
financeira, revelada ao público a partir de fevereiro de 2007, estava
rio português até 2010 tem revelado capacidade para manter os seus níveis de
economia que assume, indubitavelmente, a primazia em todo o Mundo.
rendibilidade e solvabilidade, em sintonia com os padrões internacionais dos
Os subprimes, que são créditos bancários de alto risco, incluindo sobretudo
países com melhores performances económicas e financeiras. No entanto, a
cartões de crédito e alugueres de carros,
empréstimos hipotecários, mas também prazo, tudo vai depender obviamente dos resultados da economia portuguesa.
econó-
eram concedidos, nos Estados Unidos, a clientes desprovidos de perfil
Na da crise financeira
mico minimamente aceitável. Como as taxas de juro dos créditos subprime eram sequência internacional, a que não são alheias as vulne-
rabilidades na regulação do sistema financeiro a nível
fixadas a posteriori, com a subida de taxas de juro nos Estados Unidos muitos global, o Comité de Basi-
leia de Supervisão Bancária veio a apresentar diversas propostas, mormente
mutuários ficaram impossibilitados de pagar as suas dívidas aos bancos. para
reforçar a qualidade dos fundos próprios dos bancos, que constituirão, a partir de
A crise financeira global levou à falência muitas instituições financeiras nos 2013, um desafio adicional para os bancos internacionais, incluindo os bancos
EUA e, posteriormente, também se refletiu nos países europeus, ameaçando 0
portugueses.
sistema financeiro global. A partir de julho de 2007, a crise do crédito hipotecá-
mani- Nesta situação, considerando o papel desempenhado pelo sistema bancário na
rio provocou uma crise de confiança geral no sistema financeiro e uma
mercados economia portuguesa, em especial na captação e intermediação de recursos
festa falta de liquidez bancária, a ponto de, na União Europeia, Os
interbancários terem sido encerrados e o Banco Central Europeu ter de
intervir financeiros, a necessidade de manter e reforçar a sua capacidade para enfrentar
as situações adversas que têm prevalecido a nível internacional e
ativamente no financiamento do sistema financeiro. que, mais
recentemente, têm tido especial impacto em Portugal e, por último, a vantagem
de antecipar a convergência para os novos padrões internacionais de Basileia III,
o Banco de Portugal considerou necessário e oportuno exigir um reforço dos Basileia III, que integra alterações regulamentares extremamente importantes
níveis mínimos de solvabilidade a observar pelas instituições sujeitas à sua nos domínios do capital, da liquidez e do rácio de alavancagem, as
quais serão
supervisão. N
aplicadas, de modo faseado, a partir de 2013.
Assim, nos termos do Aviso aprovado pelo Conselho de Administração do Estas alterações regulamentares irão ser incorporadas no direito comunitário
Banco de Portugal, as instituições deverão, até ao final de 2011, reforçar para através da revisão da Capital Requirements Directive (processo de revisão
um mínimo de 8% o seu rácio Core Tier 1, calculado com base apenas nos ele- designado de CRD IV).
mentos de capital de melhor qualidade.
Em particular, as medidas do BCBS visam aumentar a resiliência do setor
No seu conjunto, as instituições de crédito apresentavam, em 31 de dezembro bancário, através do reforço da qualidade e da consistência do capital regula-
de 2010, na sequência das anteriores recomendações do Banco de Portugal, um mentar, com vista a assegurar que os riscos assumidos pelos bancos se encon-
rácio Core Tier 1 médio de 8,2%, depois de 6,5% em 2008. tram adequadamente suportados por uma base de capital de elevada
qualidade,
que seja facilmente comparável entre instituições. Neste sentido, considerando
que a forma predominante de capital deve corresponder a ações ordinárias,
reservas e resultados retidos, o Comité de Basileia de Supervisão Bancária
7.3. RÁCIOS DO BASILEIA III
reformulou integralmente as componentes de fundos próprios, que passaram a
corresponder ao conjunto de:
Segundo a legislação entretanto aprovada, o novo rácio do Basileia III deverá
ser cumprido por todos os grupos financeiros sujeitos a supervisão em base con-
-
Tier 1 capital (going-concem capital, ou capital regulamentar com
solidada pelo Banco de Portugal, sempre que incluam um banco ou outra insti- capacidade de absorção de prejuízos numa perspetiva de continuidade da
tuição de crédito habilitada a captar depósitos. Adicionalmente, o rácio deverá atividade de uma instituição), constituído pelo Common Equity Tier 1 e
ser cumprido, em base individual, pelos bancos e outras instituições de crédito Additional Going-Concern Capital.
com sede em Portugal que não integrem nenhum grupo financeiro e que estejam -
Tier 2 capital (gone-concem capital, ou capital regulamentar disponível
habilitadas a captar depósitos. para absorver prejuízos numa perspetiva de liquidação de uma institui-
O rácio Core Tier 1 estabelece um nível mínimo de capital que as instituições ção).
devem ter em função dos requisitos de fundos próprios decorrentes dos riscos
Na prática, Common Equity Tier 1 constitui o capital de melhor qualidade
o
associados à sua atividade. Como tal, este rácio é apurado através do quociente
da instituição, em termos de permanência e capacidade de absorção de prejuízos.
entre o conjunto de fundos próprios designado de core e as posições ponderadas
em função do seu risco. Salvo no caso de uma eventual capitalização com recurso a investimento
O conjunto de fundos próprios core compreende o capital de melhor quali- público, concretizada através da aquisição de ações pelo Estado com direitos
dade da instituição, em termos de permanência e capacidade de absorção de especiais em termos de remuneração, o conceito de Common Equity Tier 1 cor-
responde, no início da aplicação das novas regras de Basileia III, ao numerador
prejuízos, deduzido de eventuais prejuízos e de certos elementos sem valor de
«o rácio Core Tier 1 definido pelo Banco de Portugal.
realização autónomo, numa perspetiva de continuidade da atividade de uma ins-
tituição. A legislação nacional não previa, até à presente data, o conceito de Core Tier
. Com o Aviso
Por seu lado, as posições ponderadas em função do seu risco representam agora aprovado, passa a ser fixado um limite mínimo de 8%
para este indicador, sendo o cálculo dos fundos próprios core efetuado tendo
uma medida dos riscos decorrentes da atividade financeira, designadamente dos
desde já por base as regras de Basileia III aplicáveis em 2013 para a
riscos de crédito, de mercado (incluindo requisitos mínimos de fundos próprios definição
do Common Equity Tier 1, isto é, antes da
aplicação do regime transitório para
quanto aos riscos cambial e da carteira de negociação) e operacional, os quais
determinadas deduções.
são calculados nos termos dos Decretos-lei nº 103/2007 e nº 104/2007, de 3 de
abril, e demais regulamentação conexa. No que se refere ao rácio Tier 1, também designado de rácio de adequação de
fundos próprios de base, o Banco de Portugal recomendou em 2008, através da
Em dezembro de 2010, o Comité de Basileia de Supervisão Bancária, BCBS
Caria-Circular nº 83/2008/DSB, o cumprimento de uma percentagem mínima de
(Basel Committee on Banking Supervision), publicou o já designado Acordo de
RI.
Em 2013, os rácios mínimos de Common Equity Tier 1, Tier 1 e Total Capital -
Reservas de reavaliação negativas, nas condições enumeradas nos artigos
serão, respetivamente, de 3,5%, 4,5% e 8,0%, não se aplicando ainda as dedu- 10º e 12º do Aviso nº 6/2010.
ções ao Common Equity Tier 1, que aumentará gradualmente até 1 de janeiro de -
Parcela das reservas e dos resultados correspondentes a passivos por
2015, onde atingirão os seus valores definitivos (4,5%, 6,0% e 8,0%, respetiva- impostos diferidos, na medida em que estejam associados a ganhos que
mente). contem como elemento positivo dos fundos próprios de base.
Em complemento a estes rácios mínimos, encontra-se prevista a constituição -
Diferenças positivas de reavaliação decorrentes da aplicação do método
de uma almofada de capital, exigível de forma gradual a partir de 2016, que de equivalência patrimonial.
ascenderá a 2,5% em 1 de janeiro de 2019. -
Valor correspondente às insuficiências verificadas na constituição de
provisões, em termos a definir pelo Banco de Portugal.
-
O montante de perdas atuariais ainda não reconhecidas, contabilistica-
7.4. ESTRUTURA DO RÁCIO CORE TIER 1 mente, como custo, de acordo com o tratamento para o reconhecimento
de ganhos e perdas atuariais estabelecido na IAS 19, apurado individual.
E BASE INDIVIDUAL mente para cada plano de benefícios definido, e que relativamente a cada
Concorrem para o cômputo do numerador do rácio Core Tier 1, em base indi- um desses planos exceda o maior de: i) 10% do valor atual das responsa-
vidual, os seguintes elementos, tendo em conta os filtros prudenciais previstos bilidades por pensões em pagamento e das responsabilidades por serviços
no artigo 10º do Aviso do Banco de Portugal nº 6/2010: passados de pessoal no ativo abrangido pelo respetivo plano; ou ii) 10%
do valor dos ativos do fundo respetivo, ambos reportados à data que serve
Elementos P positivos:
de referencial para o cálculo dos desvios atuariais.
-
Capital realizado (e prémios de emissão), na medida em que absorva
Despesas com custo diferido, nos termos definidos no Aviso do Banco de
-
completamente perdas em condições normais de atividade e, em caso de
insolvência ou liquidação, constitua o elemento com maior grau de Portugal nº 12/2001.
subordinação.
-
Os lucros líquidos resultantes da capitalização de receitas futuras prove-
nientes de ativos titularizados e que permitam uma melhoria do risco de
-
Reservas legais, estatutárias e outras formadas por resultados não distri-
crédito das posições na titularização.
buídos.
-
Resultados positivos transitados de exercícios anteriores.
-
=
Resultados positivos do último exercício e do exercício em curso, nas
EH BASE CONSOLIDADA
Para o cômputo do numerador do rácio Core Tier 1, em base consolidada,
condições referidas nos nºs 2 e 3 do artigo 3º do Aviso nº 6/2010.
concorrerão, para além dos elementos que contam para o cômputo do numerador
-
Reservas de conversão cambial e de cobertura de investimento líquido o
do rácio Core Tier 1, em base os
em unidade operacional estrangeira.
individual, seguintes:
Elementos positivos:
-
Parcela das reservas e dos resultados correspondentes a ativos por impos-
tos diferidos, na medida em que estejam associados a perdas que contem
-
Os interesses minoritários que correspondam a elementos que contem
como elemento negativo dos fundos próprios de base. para o cômputo do numerador do rácio Core Tier 1, em base individual,
ao nível das filiais onde os mesmos são originados, tendo em conta o dis-
Elementos negativos: posto nos artigos 10º e 12º do Aviso nº 6/2010.
-
Ações próprias, pelo valor de inscrição no balanço. -
As diferenças negativas de primeira consolidação.
-
Ativos intangíveis. -
As diferenças negativas de reavaliação decorrentes da aplicação do
-
Resultados negativos transitados de exercícios anteriores, do último método de equivalência patrimonial, originadas no processo de consoli-
exercício ou do exercício em curso. dação.
Elementos negativos: Resolução
-
Às diferenças positivas de primeira consolidação. a) A intervenção no capital das participadas não excede o limite de 25% dos direitos de
voto ou do capital, exceto quanto às empresas financeiras:
-
Às diferenças positivas de reavaliação decorrentes da aplicação do método
de equivalência patrimonial, originadas no processo de consolidação.
*
Empresa A é uma participação qualificada do BANCO, dado que este passa a deter, em
conjunto com as suas participadas, P1 e P2, 10% do seu capital social.
-
Os ganhos não realizados em propriedades de investimento que tenham
sido relevados contabilisticamente.
*
Empresa B é também uma participação qualificada e, além disso, está no limite, 25%.
*
Empresa €, 4% do capital, é igualmente participação qualificada, em virtude de este ter
-
O somatório das diferenças, quando positivas, entre o valor das provisões
o direito de nomear metade dos órgãos degestão e fiscalização.
regulamentares, com exceção das provisões para riscos gerais de crédito,
*
Empresa D, 51% do capital, é uma participação qualificada e uma relação de domínio,
que resultariam da aplicação das regras do Aviso nº 3/95 e o valor da
mas não conta dado que é financeira.
imparidade, calculados relativamente a cada uma das entidades integran-
tes do perímetro de consolidação que se encontrem sujeitas à
disciplina b) Como a norma sobre as relações das participações com fundos próprios foi revogada
daquele Aviso, em base individual. RGICSF em outubro de 2014 (nenhuma participação qualificada pode individual-
pelo
mente representar mais do que 15% dos fundos próprios do banco participante e, global-
No cálculo do numerador do rácio Core Tier 1 mantémese a aplicabilidade
dos períodos transitórios ainda em vigor estabelecidos no Aviso do Banco de mente, mais do que 60%), sendo todavia necessário, previamente, comunicar o projeto
de aquisição ao Banco de Portugal, nada há a referir quanto ao incumprimento da lei.
Portugal nº 12/2001 (com as alterações introduzidas pelo Aviso do Banco de
Portugal nº 7/2008) e no Aviso do Banco de Portugal nº 11/2008. Conclusões
* As compras programadas estão dentro dos limites estabelecidos pelas normas pruden-
ciais quanto à relação de cada participação do banco participante no capital social da
empresa participada (o limite é de 25% do capital ou dos direitos de voto). No entanto é
obrigatório comunicar ao Banco de Portugal o projeto de aquisição (e venda) das parti-
$8. Casos práticos
cipações qualificadas pelo Banco e este aguardar pela respetiva decisão.
* À Empresa D, como é financeira (leasing), não conta.
8.1. NORMAS PRUDENCIAIS
O BANCO, com 500 milhões de euros de fundos próprios e 110 milhões de participações
qualificadas, no seguimento da sua estratégia, está a negociar a aquisição de vários lotes 8.2. GARANTIA DE DEPÓSITOS
de ações de empresas não financeiras e da Empresa D (/easing), a seguir referidas
(valo-
res em milhões de euros): O Sr. Bernardo, ex-emigrante, tendo recebido uma herança de um familiar, constituiu dois
* depósitos a prazo superiores a um ano em Portugal:
Empresa A, com o capital social de 50, ficando o BANCO, com a compra, 40, a deter
5% do capital (as participadas P1 e P2 do BANCO já detêm 3% e 2%.
* Um no BANCO, no montante de 100 mil euros, à taxa de juro de 2%.
*
Empresa B, com o capital social de 100, passando a deter, com a compra, 60, 20% do
* O outro na SUCURSAL de um banco suíço, no montante de 100 mil francos suíços, à
taxa de 2,8%.
capital (a sua participada P3 tem 5%).
*
Empresa C, com o capital de 500, ficando com o direito, após a compra, 75 (4% do O casal possui também um depósito à ordem no BANCO, no montante de 500 euros.
capital), de nomear metade dos órgãos de gestão e de fiscalização. Caso estas duas instituições, passados seis meses, não pudessem restituir estes depó-
*
Empresa D (leasing), com o capital de 25, pelo preço de 30, ficando a deter 51% do sitos por dificuldades financeiras, qual seria a contribuição do Fundo de Garantia de
capital. Depósitos, sendo o câmbio à vista EUR/CHF de 1,20?
À luz dos normativos prudenciais, são permitidas as aquisições indicadas? Justificar as
respostas.
* Resultado do exercício retido, 6.
Resolução
ao
*
Ações próprias, 4.
De acordo com a legislação vigente, o Fundo de Garantia de Depósitos disponibiliza
Ativos intangíveis, 2.
Sr. Bernardo as seguintes quantias em euros, por cada instituição depositária, com
O
*
Empréstimo por obrigações subordinado re-embolsável em oito anos, 16.
limite de 100 mil euros.
«
Participações financeira no Banco B (11%), 10.
BANCO: *
Participação financeira na Sociedade de Leasing S (12%), 6.
«
Depósito mais os juros em euros, Di
*
Empréstimo subordinado a 3 anos, 16.
Dt = 100.000 + 100.000 x 2% x 6/12 Calcular os fundos próprios do BANCO, no âmbito do Basileia Il, para a cobertura dos ris-
D1 = 101.000 EUR cos de crédito, de mercado e operacional.
«
Depósito à ordem em euros, 2
Resolução
D2 = 500 EUR
* Soma dos dois depósitos no BANCO Fundos próprios para cobertura de riscos
D* + D2 = 101.000 + 500
Fundos próprios de base, FPB Fundos próprios complementares, FPC
D: + D2 = 101.500 EUR
Capital social realizado 80 Reserva reavaliação imóveis 24
SUCURSAL:
Prémios de emissão "o Emprést? subordinado !/prazo 16
*
Depósito mais os juros, D3
Reservas e resultados transitados 30 Soma/FPC 40
D3 = 100.000 + 100.000 x 2,8% x 6/12
D3 = 101.400 CHF
Resultado do exercício retido 6 Deduções (Be ) -4
e Conversão para euros Ações próprias -4 Total FPC 36
D3 = 101.400/1,20
Ativos intangíveis -2 Coberturas*
D3 = 84.500 EUR Soma/FPB 120 Risco de crédito 29
bancária, no Deduções (Be S -12 Risco operacional 4
Logo, face à legislação vigente, re-embolso dos depósitos por instituição
Total FPB 108 FPC disponíveis (36 -
29 4) É)
valor de 100 mil euros (plafond), tem-se:
-
« Quanto aos depósitos no BANCO, o casal é re-embolsado apenas em 100.000 euros. Coberturas*
« Quanto ao
depósito na SUCURSAL, o casal é re-embolsado em
84.500 euros (totali- Risco de crédito 87
dade do depósito mais os juros). Risco operacional 12
FPB disponíveis (108 -
87 -
12) 9
*
Proporcionalmente aos valores dos FPB e FPC antes das deduções (B e 8).
8.3. FUNDOS PRÓPRIOS PARA COBERTURA DE RISCOS
Finalmente, falta cobrir o risco de mercado, no valor de 22.
No encerramento do exercício N, o BANCO, tendo em vista cumprir as condições esta-
Para o efeito, estão disponíveis, respetivamente, de FPB, de FPC e de empréstimos
belecidas no Basileia Il, quanto aos requisitos de fundos próprios para cobrir o risco de
os subordinados a curto prazo, sendo o valor limite destes de 18 (200% dos FPB disponí-
crédito, no valor de 116, o risco operacional, 16, e o risco de mercado, 22, apresenta
veis):
seguintes elementos relevantes em milhões de euros:
*
Capital social realizado, 80. 9+3+16 = 28
« Prémios de emissão, 10.
Reservas e resultados transitados, 30. Daqui resulta uma folga de 6 (28 22).
-
«
« Reservas de reavaliação de imóveis, 24.
8.4. RISCO DE MERCADO E EXIGÊN CIAS DE CAPITAL
Exigência total de fundos próprios
No âmbito do risco de mercado, calcular os fundos Zona
próprios exigidos pelo método 1 (meses) Zona 2 Zona 3
baseado no prazo de vencimento para o risco geral, considerando que o BANCO possui 13 3-6 6-12 3-4 anos 7-10 anos
as seguintes posições de instrumentos de
dívida, em mil euros:
Posições (1) + 15.000 -10.000 + 30.000 + 10.000 -30.000
*
Swap de taxas de juro: valor, 30.000, em que o BANCO recebe taxa variável e + 2.666
paga
taxa fixa, prazo da próxima revisão de taxa, 8
meses, prazo residual do contrato, 9 Ponderações (2) 0,20% 0,40% 0,70% 2,25% 3,75%
anos.
* (1x2) + 30 -40 +210 +225 -1.125
Obrigações do Estado: valor de mercado, 15.000, prazo de vencimento
residual, 2 + 100
meses, e cupão, 4%.
Não-comp. vertical 100 x 10% = 100
*
Obrigações qualificadas: valor de mercado, 2.666, prazo de vencimento
residual, 10 Não-comp. horizontal 40 x 40% = 16
anos, e cupão, 5%.
Não-comp. horizontal 225 x 40% = 90
* Contrato de futuro de taxa de juro com a
posição longa de 10.000, data de entrega, 6
Não-comp. horizontal 200 x 150% = 300
meses, vida do título do Estado subjacente, 3,5 anos.
Exigência total de fundos próprios = 10 + 16 + 90 + 300 + 600 = 1.016 mil euros
Resolução
a) Multiplicação das
posições pelos ponderadores do quadro 2 do Anexo Il do Aviso nº
8/2007 (só se referem os prazos necessários em cada zona do
quadro infra).
b) Não-compensação vertical no escalão 7-10 anos: a posição 8.5. VAR -
METODOLOGIA DA SIMULAÇÃO HISTÓ!]
equilibrada é 100 (valor
da posição mais baixa em valor absoluto no total das
posições longas, + 100, e posições
curtas, O BANCO tem em carteira dois títulos cotados na Bolsa de Valores, T1, 500 unidades, e
1.125), o que exige 10 de fundos próprios, (100 x 10%, conforme tabela do
-
Anexo Il). Posição líquida residual (curta), 1.025 VaR pelo método da simulação histórica, considerando as
T2, 200 unidades. Calcular o
-
(- 1.125 + 100).
cotações nos últimos 11 dias inseridas no quadro seguinte, onde se juntam as variações
c) Não-compensação horizontal em cada zona: como só existe a zona 1
que contém diárias relativas ordenadas por ordem crescente de valor.
mais do que uma posição, ela é a única onde a
compensação horizontal pode ser feita. A
posição compensada é 40 (o valor mais baixo, em valor absoluto, no total de
posições Euros
longas, + 240, e curtas, -40, na mesma zona). A exigência de FP na zona 1 é Variações
16 Dias
(40% x 40). Posição líquida residual (longa), + 200 (+ 240
40). -
a = m nr
d) Não compensação horizontal entre zonas adjacentes: subsistem as 0 2,00 4,00
posições líquidas
da zona 1, + 200, zona 2, + 225, e zona -50%
3, -1.025. A posição compensada entre as 1 1,90 380 -50%
zonas 2 e 3 é 225 (o valor mais baixo em valor absoluto nas posições longas e curtas de 2 1,80 3,60 -
5,3% -
5,3%
zonas adjacentes). A exigência de FP é 90
(225 x 40%). 3 1,50 3,40 -
16,7% -
5,6%
e) Não-compensação horizontal entre as zonas 1 e 3: resta, para a zona 1, a posição 4 1,30 3,20 -
13,3% -
5,9%
de + 200 e, para a zona 3, a de 800 (- 1025 + 225). Com
posição líquida -
compensação,
entre as zonas 1 e 3, a exigência de FP é de 300 5 1,30 3,10 0,0% -3,1%
(200 x 150%).
6 1,40 3,00 7,7% 3,2%
f) FP para a posição global líquida: + 30
-
-
40 + 210 +225- 1.125 + 100 = -600.
7 1,50 2,90 71% -
3,3%
8 1,60 2,70 6,7% -
6,9%
9 1,80 2,50 12,5% -
74%
10 2,10 2,00 16,7% -20,0%
Resolução N-2 N1 N-1
O cálculo do VaRi desta carteira, para os diversos
iversos ep probabilidade, surge
níveis de ge no P pres-
Juros e rendimentos similares 1.500 1.550 1.610
suposto de que os factos observados neste período se projetam no futuro.
500x2+200x1.90=1380 Juros e encargos similares 1.210 1.240 1.280
2.10x(-5,0%)=1,995=2 / 2,10x(-5.3%)=1,9887....
Rendimentos de instrumentos de capital (+) 59 60 60
Aplicação das variações passadas A
Carteira de títulos 500 TI e 200 72
às cotações do dia 10 Grau de Comissões recebidas 78 90 100
Dias
probabilidade
n nr Valor Go IP(+) Ord.cresc. Comissões pagas 17 18 20
1 2,00 1,90 1.378 = 73 -197 10% Resultados de APF avaliados ao JVR (+) 42 49 50
2 1,99 1,89 1.374 -
76 -164 20% Resultados AFDV (+) s3 28 30
3 1,75 1,89 1.253 -
197 -76 30% Resultados de reavaliação cambial (-) 12 22 20
4 1,82 1,88 1.286 -164 -73 40% Resultados de alienação de outros ativos (+) 35 53 60
5 2,10 1,94 1.438 -
13 -13 50% Outros resultados de exploração (+) 12 10 10
6 2,26 1,94 1.518 68 42 60%
7 2,25 1,93 1.512 62 62 70% Calcular o requisito de fundos próprios, ou de capital, para cobrir o risco operacional
8 224 1.86 1.492 42 eg 80% segundo o método do indicador básico.
9 2,36 1 85 1.552 102 95 90%
Resolução
10 2:48 1,60 1.545 95 102 100%
Há que calcular o indicador relevante com base nos elementos da demonstração de
resultados do último triénio, ou seja, o chamado produtos bancário, somatório da margem
financeira e da margem complementar.
Conclusões
As perdas, referenciadas com sinal positivo, estão indicadas por ordem crescente e os N-2 N-4 N-1
valores do VaR estão associados a níveis de confiança ou probabilidades.
1. Juros e rendimentos similares 1.500 1.550 1.810
tiva tendo em conta q que
Os graus de probabilidade são determinados de forma cumulativa
-
2. Juros e encargos similares 1.210 1.240 1.280
cada observação equivale a 10% (100%/10 observações).
3. Margem financeira (1 -
2) 290 310 330
* A probabilidade de que o VaR (perdas da carteira com base em cotações diárias) não
4. Rendimentos de instrumentos de capital 59 60 60
exceda 68/95 euros é igual a 80%/90% e, fazendo a extrapolação, a probabilidade de
que o VaR não exceda 101 euros ascende a 99%. 5. Comissões recebidas 78 90 100
6. Comissões pagas 17 18 20
7. Resultados de APF avaliados ao JVR 42 49 50
.6. RISCO OPERACIONAL E REQUISITO DE CAPITAL 8 Resultados AFDV 33 28 30
9. Resultados de reavaliação cambial 12 22 20
O BANCO, no último triénio, apresenta os seguintes elementos expressos em milhões de
10. Resultados de alienação de outros ativos 35 53 so
euros:
11. Outros resultados de exploração 12 10 10
12. Marg. complementar (4+5-6+7+8-9+10+11) 230 250 270
13. Produto bancário (3 + 12) = IR 520 560 600
O indicador relevante, IR, equivalente ao produto bancário,
atinge 520, 560 e 600 nos
anos N 2 N 1 e
Dividindo a soma destes valores, 1.680, por 3, obtém-se 560.
Multiplicando este valor por 15%, resulta 84 milhões de euros, que é o requisito de fundos
próprios para cobrir o risco operacional do BANCO.
Capítulo 3 -
Enquadramen
da contabilidade bancár
A normalização contabilística no setor bancário, embora iniciada nos finais
XIX, só fica consagrada com a publicação do Decreto-Lei nº 42.641,
do século
de 12/11/1959, o qual classifica os bancos segundo o princípio de especialização
bancária que exercem, surgindo então os bancos de investimento, os bancos de
poupança e os bancos comerciais.
Mas a normalização contabilística, em termos mais abrangentes, apenas
ocorre, em Portugal, com o Plano de Contas para o Sistema Bancário, instituído
em 1976, cujos destinatários são basicamente os bancos e a Caixa Geral de
Depósitos. Posteriormente, surgem os planos de 1990 e de 1996, já imbuídos de
orientações emanadas da Comunidade Económica Europeia.
Entretanto, na sequência da adoção das normas internacionais de contabili-
dade e das normas internacionais de relato financeiro (NIC/NIRF), promovidas
pelo IASC (International Accounting Standards Committee) e IASB (Internatio-
nal Accounting Standards Board), foi publicada a Situação Analítica que subs-
titui a listagem de contas do PCSB de 1996, introduzindo alterações substan-
ciais.
Com base na contabilidade, as instituições financeiras fomecem ao Banco de
Portugal e ao Instituto de Seguros de Portugal uma série de elementos estatísti-
cos, que depois são também enviados às autoridades monetárias da União Euro-
peia, responsáveis pela definição da política monetária e cambial.
170 171
Entretanto, a nova abordagem refere-se às normas internacionais de contabi- perdas, com entrada em vigor em 1931, continuando-se a permitir a introdução
lidade, designadas por IAS e IFRS (na terminologia inglesa, International de contas sempre que tal fosse necessário. Sendo assim, não foi
possível ainda
Accounting Standards e International Financial Reporting Standards), emitidas consagrar a uniformização contabilística no domínio bancário.
pelo IASC e IASB. A informação contabilística enviada à Inspeção de Comércio Bancário teria
O Parlamento Europeu e a Comissão Europeia decidiram adotar as normas de ser posteriormente adaptada para efeitos de informação oficial. No entanto,
internacionais de contabilidade, incluindo a IAS 39, que se refere à mensuração esta informação já assumia um papel relevante.
de elementos patrimoniais pelo justo valor. Por sua vez, o Banco de Portugal, na
qualidade de autoridade de supervisão nacional, estabeleceu orientações especí- M DECRETO DE 2 DE FEVEREIRO DE 1954
ficas tendo em conta as diretrizes emanadas pelas autoridades de supervisão da
Este diploma, depois de criticar a situação anterior, refere-se à normalização
União Europeia, a fim de não subsistirem dúvidas quanto à atuação das institui-
contabilística do balanço, do balancete e da conta de ganhos e perdas, elementos
ções sujeitas à sua supervisão.
estes que, obrigatoriamente, passam a ser enviados à Inspeção-Geral de Crédito
e Seguros, integrada então no Ministério das Finanças.
31. Evolução da contabilidade bancária 1.2. NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA
Com a publicação do Decreto-Lei nº 42.641, de 12 de novembro de 1959,
1.1. PRIMEIROS DIPLOMAS
consagra-se, efetivamente, a normalização contabilística nos bancos. Estes são
classificados segundo o princípio de especialização da atividade bancária que
O processo da normalização contabilística aplicável ao setor bancário surgiu,
exercem, em bancos de investimento, bancos de poupança e bancos comerciais.
no nosso país, nos finais do século XIX, com o Regulamento da Lei de 3 de abril
de 1896, aprovado por Decreto de 27/08/1896. Entretanto, outros diplomas se A normalização da contabilidade dos bancos abrangia os modelos a enviar à
publicaram, como a seguir se indicam. Inspeção-Geral de Crédito e Seguros (balancetes mensais, balanços e contas de
lucros e perdas), os modelos para publicação (balancetes trimestrais, balanços e
contas de exploração) e os critérios valorimétricos a observar pela contabilidade
BH REGULAMENTO DA LEI DE 3 DE ABRIL DE 1896
que tinham de obedecer às normas então definidas:
Este diploma instituiu a obrigatoriedade de todos os bancos ou estabeleci- -
Obrigatoriedade de abertura no razão geral e nos razões auxiliares das
mentos afins enviarem à Repartição do Comércio um balancete referente ao
contas previstas, bem como a proibição de abertura de novas contas no
último dia do mês anterior, elaborado em conformidade com a classificação de
razão principal sem autorização da Inspeção-Geral de Crédito e Seguros.
contas estabelecida no modelo apenso ao referido Regulamento.
-
Liberdade de desdobramento das contas criadas.
O balanço anual era estruturado obedecendo igualmente à mesma classifica-
ção de contas. O Regulamento permitia a inserção de outras contas que fossem
-
Proibição de compensação entre contas com terceiros e de receitas e
necessárias para atender à especificidade de operações que os bancos entretanto encargos.
tivessem realizado. Todavia, por falta de fiscalização adequada e devido ao -
Agrupamento das contas em conjuntos homogéneos para o ativo (dispo-
número reduzido de contas, não foi possível conseguir a uniformidade dos nível e realizável, imobilizado, outras contas do ativo e contas de ordem)
balanços e balancetes. e para o passivo (exigível, outras contas do passivo, provisões, capital e
Teservas, resultados e contas de ordem).
E DECRETO 10.634 DE 20 DE MARÇO DE 1925
Na sequência das orientações do Regulamento atrás indicado, foram criados
172 novos modelos de balancetes, balanço e desenvolvimento da conta de lucros e 173
Após a Revolução do 25 de abril de 1974, surgem novas orientações quanto à -
Apoiar a divulgação da situação patrimonial e extrapatrimonial das ins-
normalização contabilística, a qual começa a assumir uma vocação internacional tituições de crédito.
na perspetiva da adesão de Portugal à então Comunidade Económica
Europeia
(o que veio a suceder em 1 de janeiro de 1986, juntamente com a vizinha Espa- À institucionalização do Plano de Contas para o Sistema Bancário constituiu,
nha, formando-se a chamada Europa dos 12, integrando a Alemanha, Bélgica, indubitavelmente, um marco notável na área da normalização contabilística ban-
cária e um instrumento útil para a gestão das instituições que ficaram vinculadas
Dinamarca, Espanha, França, Grécia, Holanda, Irlanda, Itália, Luxemburgo,
a adotá-lo, nomeadamente as empresas bancárias.
Portugal e Reino Unido).
Será interessante recordar que, pese embora as dificuldades em instituir a No âmbito das tarefas relacionadas com o PCSB, o Banco de Portugal tornou
normalização nos setores bancário, segurador e não financeiro, até à aprovação obrigatória a adoção dos orçamentos de exploração por parte dos bancos,
do Plano Oficial de Contabilidade de 1977, verificava-se uma incluindo o respetivo controlo trimestral.
completa indisci-
Plina, ou seja, não havia normas comuns reguladoras sobre a listagem de contas Tratou-se de uma medida tomada pelo banco central muito importante e
Utilizadas e sua terminologia, a informação financeira e as respetivas caraterísti- pedagógica, que teve, naturalmente, reflexos sobre os resultados obtidos pelas
cas, os princípios contabilísticos e os critérios de valorimetria aplicáveis, difi- instituições bancárias, algumas das quais não geriam a sua atividade numa base
cultando, assim, a adoção de medidas, principalmente nos domínios económico, orçamental.
financeiro e social. Tudo isto aconteceu num ambiente complexo a nível interno, onde existiam
problemas no funcionamento normal das instituições bancárias, já que as insti-
tuições parabancárias, com exceção dos seguros, assumiam ainda pouca rele-
1.3. PLANOS DE CONTAS BANCÁRIOS vância no conjunto do setor financeiro.
EH PLANO DE CONTAS DE 1976 EH PLANO DE CONTAS DE 1990
O Decreto-Lei nº 455/78, de 30 de setembro, veio a instituir o primeiro Plano Na nova versão do Plano de Contas para o Sistema Bancário de 1990, refe-
de Contas para o Sistema Bancário (PCSB), aplicável aos bancos e à Caixa rem-se algumas razões que estiveram na base da sua implementação:
Geral de Depósitos que, até ao momento, tinha uma contabilidade própria muito À inadequação de algumas normas vigentes face às disposições estabe-
-
ligada ao Ministério das Finanças. lecidas no âmbito da Comunidade Económica Europeia (CEE).
A contabilidade da Caixa Geral de Depósitos estava estabelecida numa ótica -
Alguma incompatibilidade da informação contabilística com as necessi-
de tesouraria para apuramento de resultados, o os resultados
que significa que dades de ordem estatística.
eram apurados com base nos juros recebidos e outras receitas e nos
juros pagos e -
À insuficiência ou inadequação das normas contabilísticas atuais, entre-
outras despesas.
tanto em vigor, face ao surgimento de novos produtos financeiros no
O PCSB teve por missão:
quadro de modernização do sistema financeiro e sua cada vez maior
-
Uniformizar a listagem de contas, e o seu conteúdo, aplicável às empre- internacionalização.
sas do sistema bancário, incluindo a Caixa Geral de
Depósitos.
A contabilidade bancária, tal como a contabilidade das outras instituições
-
Uniformizar e explicitar os conceitos utilizados no âmbito bancário.
financeiras, e não financeiras, utilizando uma listagem de contas única e uni-
-
Permitir a verificação do cumprimento da legislação bancária. forme, exige a adoção de critérios idênticos sobre o âmbito das contas, as defini-
-
Fornecer informação para a gestão, análise dos mercados financeiros, ções e conceitos, os princípios contabilísticos, a valorimetria dos elementos
entidades de supervisão, estatísticas e outras e para fins fiscais. patrimoniais e extrapatrimoniais, o apuramento de resultados e a elaboração e
-
Facilitar as tarefas de planeamento e a elaboração dos orçamentos e do apresentação das peças contabilísticas.
respetivo controlo.
Isso contribui positivamente para o melhor funcionamento dos bancos e Por outro lado, a supervisão das instituições em todos os Estados membros da
outras instituições, assim como permite efetuar diversos estudos, quer de natu- União Europeia assenta no reconhecimento mútuo dos sistemas de autorização e
reza setorial ou regional, quer de natureza nacional ou até internacional. O de controlo das instituições de crédito e das sociedades financeiras, permitindo
mesmo acontece para as entidades reguladoras e estatais, a quem cabe uma grande a instauração de uma autorização única e a aplicação do princípio de controlo
responsabilidade pelo bom funcionamento dos bancos e de outras instituições, e pelo país de origem. Além disso, o Banco de Portugal, tal como os bancos cen-
para as escolas que ministram estas matérias e os profissionais de contabilidade. trais da Comunidade Europeia, deve colaborar com as autoridades dos outros
A nova versão do Plano de Contas para o Sistema Bancário, que entrou em países de acolhimento quando for necessário (as operações de bolsa continuam a
ser reguladas no Código do Mercado de Valores Mobiliários).
vigor a partir de dezembro de 1990, veio dar, efetivamente, um contributo notá-
vel neste âmbito. 0 Plano de Contas para o Sistema Bancário de 1996 está assim estruturado
As principais linhas de orientação do PCSB são: -
Introdução
Normas e princípios contabilísticos
a) A adaptação ao sistema contabilístico do setor bancário nacional às regras,
-
princípios e práticas em vigor em sistemas financeiros mais evoluídos, em
-
Definições e conceitos
particular às exigências comunitárias sobre a matéria.
--
Quadro e âmbito das contas
-
Lista de contas parametrizada
b) A uniformização, simplificação e compatibilização dos sistemas de trata-
-
Critérios valorimétricos
mento da informação dos dados contabilísticos e estatísticos fornecidos
-
Elementos contabilísticos
pelas instituições de crédito às autoridades monetárias.
-
Normas específicas de contabilização
c) A criação de condições para que, no futuro, a prestação da informação -
Tabelas.
contabilística se venha a fazer através da transmissão automática de dados
em condições de fiabilidade e segurança. No fundo, este Plano de Contas reflete já os efeitos que resultaram da adesão
de Portugal à então Comunidade Económica Europeia em 1 de janeiro de 1986.
E PLANO DE CONTAS DE 1996
Através da Instrução nº 4/96, o Banco de Portugal, ao abrigo do Regime
Geral de Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras (RGICSF), determi- 1.4. SITUAÇÃO ANALÍTI
nou que à contabilidade das instituições de crédito e das sociedades financeiras
devia obedecer às normas do Plano de Contas para o Sistema Bancário (PCSB) Na sequência da adoção das normas internacionais de contabilidade
que figura em anexo à referida Instrução. (NEC/NIRF), promovidas pelo IASC (International Accounting Standards Com-
Esta versão do PCSB vem na sequência da publicação do RGICSF, aprovado IASB (International Accounting Standards Board), mormente a IAS
mittee) e
39 Instrumentos financeiros: reconhecimento e mensuração, foi publicada a
pelo Decreto-Lei nº 298/92, de 31 de dezembro. Com a entrada em vigor deste
Decreto-Lei, foi revogada a legislação financeira nacional, dispersa por vários Situação Analítica, que mais não é do que uma lista de contas que substitui a que
fazia parte integrante do PCSB de 1996.
diplomas de natureza financeira, exceto a respeitante às companhias de seguros
e fundos de pensões. Como já se referiu, em termos gerais, as contas do ativo de um banco com-
Neste Regulamento, foi institucionalizada a figura de banco universal, o que preendem disponibilidades, aplicações interbancárias, crédito a clientes, aplica-
ções tituladas, imobilizações e outros ativos. As contas do passivo englobam depó-
significa que qualquer banco pode praticar todas as operações legalmente per-
mitidas aos bancos. Recorde-se que, em Portugal, os bancos estavam classifica- sitos, empréstimos interbancários, empréstimos, responsabilidades representadas
dos de acordo com a especialização bancária em bancos comerciais, bancos de por títulos e outros passivos, capital, reservas e resultados.
poupança e bancos de investimento. A atual Situação Analítica introduziu mormente as seguintes contas aglutina-
doras, no domínio das aplicações, designadamente em títulos:
E
-
Ativos financeiros disponíveis para negociação (títulos, instrumentos
No atual mundo empresarial, cada vez mais
derivados com justo valor positivo, créditos e outros valores a complexo e repleto de mudanças
receber). a todos os níveis que ocorrem a ritmo alucinante, seria naturalmente inconcebí-
-
Outros ativos financeiros ao justo valor através de resultados
(títulos & vel que cada empresa, financeira e não financeira,
pública ou privada, utilizasse
créditos e outros valores a receber).
um plano de contas próprio, desligado dos
planos das empresas do mesmo setor,
-
Ativos financeiros disponíveis para venda (títulos e créditos e outros para registar as operações realizadas no âmbito da sua atividade.
valores a receber). Por exemplo, no domínio financeiro, como seria
possível apurar, correta-
-
Investimentos detidos até à maturidade (títulos emitidos mente, o montante global dos depósitos do setor bancário, desdobrado
por residentes e por
não residentes). modalidades, tal como do crédito concedido a clientes, por setores institucionais,
em relação a um determinado momento? Por outro
Na demonstração de resultados, as introduções mais lado, como seria exequível
significativas registaram- upurar-se o montante dos custos com o pessoal e juros de depósitos, bem como
-se nas seguintes contas:
dos proveitos do crédito concedido e de outras
aplicações do sistema bancário,
Correções de valor associadas ao crédito a clientes e valores a receber de referentes a um exercício?
-
outros devedores líquidas de reposições e
anulações. No domínio da normalização contabilística, adotada no nosso
país pelas
Imparidade de outros ativos financeiros líquida de reversões e recuperações. empresas financeiras e não financeiras e
-
pelas entidades públicas e privadas, as
tarefas a realizar pressupõem basicamente as seguintes
Imparidade de outros ativos líquida de reversões e recuperações. orientações:
-
-
À conceção de uma lista de contas aplicáveis a um conjunto de empresas
A IAS 39, adotada pela Comissão para entrar em vigor, o mais tardar, em 1
que exercem a mesma atividade, assim como da explicitação do conteúdo
de janeiro de 2005, contém várias
definições e conceitos como, por exemplo, a dessas contas, e a definição das regras de
mensuração, reconhecimento e
definição de justo valor (fair value):
movimentação das mesmas.
-
Quantia pela qual um ativo poderia ser trocado, ou um passivo liquidado, -
À padronização dos modelos de balanço, demonstração de resultados,
entre partes conhecedoras e dispostas a isso numa
transação ao seu mapa de origem e aplicação de fundos, mapa de fluxos de caixa e de
alcance em que não exista relacionamento entre elas.
outros documentos que são preconizados para q efeito.
-0 estabelecimento dos princípios contabilísticos geralmente aceites
pelas
autoridades contabilísticas nacionais e internacionais, nomeadamente
pelo IASB.
$2. Contabilidade, estatística e informação A fim de que as contas das instituições de crédito
apresentem uma imagem
verdadeira e apropriada da situação financeira e económica, deverão ser
segui-
2.1. CONTABILIDADE dos os seguintes princípios gerais, preconizados no Plano de Contas
para o Sis-
tema Bancário:
À contabilidade constitui uma técnica de registo dos factos Da continuidade
patrimoniais e -
extrapatrimoniais das organizações, quer se reportem a uma empresa de enorme
Presume-se que a instituição de crédito continua a sua atividade, não
dimensão ou a pequenas e médias empresas,
quer se reportem a instituições tendo intenção nem necessidade de entrar em
públicas ou empresas privadas, como um banco, uma universidade, uma câmara liquidação ou de reduzir
significativamente a sua atividade.
municipal ou uma unidade hoteleira.
A contabilidade tem, portanto, um de extrema importância, sendo
-
Da consistência
papel
mesmo determinante, para os bancos e outras Os critérios valorimétricos não podem ser modificados de um exercício
instituições de crédito e socieda-
des financeiras, o mesmo acontecendo com as restantes
empresas do setor finan- para outro. Ocorrendo qualquer derrogação a este princípio com efeitos
ceiro e de outros setores económicos. materialmente relevantes, deve a mesma constar da
respetiva nota do
Anexo referido no PCSB.
-
Da especialização (ou dos acréscimos) b) O custo ou valor equivalente do ativo ou o montante da obrigação
Os proveitos e os custos são reconhecidos quando obtidos ou incorridos e assumida possa ser medido com fiabilidade.
distribuídos por períodos mensais, segundo a regra pro rata temporis, -
Descontinuidade do reconhecimento de um ativo ou de um passivo finan-
quando se trate de operações que produzam fluxos redituais ao longo de ceiro
um período superior a um mês.
Um ativo ou passivo financeiro deixará de ser reconhecido no balanço
-
Da prudência quando:
As contas devem integrar níveis de precaução exigidos por estimativas a) Substancialmente todos os riscos e benefícios associados com o ativo
realizadas em condições de incerteza, não permitindo, contudo, a criação ou passivo tenham sido transferidos para terceiros e o valor de quais-
de reservas ocultas ou provisões excessivas ou a deliberada quantificação quer riscos e benefícios retidos podem ser medidos com fiabilidade.
de ativos e proveitos por defeito ou de passivos e custos por excesso. Em
b) O direito subjacente, ou a obrigação, tenha sido exercido, anulado ou
particular, devem tomar-se em conta os riscos previsíveis e as perdas
cancelado, ou tenha expirado.
eventuais que tenham a sua origem no exercício anterior, mesmo se estes
riscos ou perdas apenas tiverem sido conhecidos entre a data do encerra- Por sua vez, o Sistema de Normalização Contabilística (Decreto-Lei nº
mento do balanço e a data na qual é elaborado.
158/2009, de 13 de julho), que adota as normas internacionais de contabilidade
-
Da substância sobre a forma (NIC) e as normas internacionais de relato financeiro (NIRF), refere-se, especifi-
camente, aos seguintes princípios contabilísticos:
A contabilidade deve atender à substância das operações e à sua realidade -
Continuidade.
financeira e não apenas à sua forma legal. Em particular, não serão reco-
nhecidos como resultados os lucros aparentes obtidos mediante a venda
-
Regime de acréscimo (periodização económica).
de imóveis, títulos, participações ou outros ativos a pessoas ou entidades
-
Consistência de apresentação.
vinculadas à instituição, cujo preço se satisfaça, direta ou indiretamente,
-
Materialidade e agregação.
com fundos desta, nem as reavaliações realizadas através da venda e Compensação.
-
posterior aquisição de ativos, não podendo efetuar-se reavaliações que
-
Informação comparativa.
não sejam as previstas na lei.
-
Da materialidade
2.2. ESTATÍSTIC
As demonstrações financeiras devem evidenciar todos os elementos que
sejam relevantes e que possam afetar avaliações ou decisões de terceiros. E BANCO DE PORTUGAL
-
Da correspondência do balanço de abertura de um exercício com o do Uma das funções do Banco de Portugal é a recolha e a elaboração das estatís-
encerramento do exercício precedente ticas monetárias, financeiras e cambiais e da balança de pagamentos, mormente
no âmbito da sua colaboração institucional com o Banco Central Europeu.
Os saldos de abertura do balanço de um exercício devem ser iguais aos
saldos do encerramento constantes do balanço do exercício precedente. Nestes termos, a Lei do Sistema Estatístico Nacional (Lei nº 22/2008, de 13
de maio) reconhece a qualidade de autoridade estatística ao Banco de Portugal,
-
Reconhecimento inicial de ativos financeiros e passivos financeiros sem prejuízo das garantias de independência decorrentes da sua participação no
Um ativo ou passivo financeiro deverá ser reconhecido no balanço Sistema Europeu de Bancos Centrais (SEBC).
quando: As estatísticas recolhidas, publicadas e produzidas pelo Banco de Portugal
a) Substancialmente todos os riscos e benefícios associados com o ativo são utilizadas, a nível interno, no âmbito das suas atribuições, sendo particular-
ou passivo tenham sido transferidos para a instituição. mente relevantes para a elaboração de estudos, estimativas, e previsões sobre a
economia portuguesa. Tais estatísticas são também comunicadas aos organismos
internacionais, em particular ao BCE, no âmbito dos compromissos assumidos Assim, a partir de 2011, e com efeitos já quanto ao exercício de 2010, a
no domínio estatístico. Associação Portuguesa de Bancos passa a divulgar duas publicações distintas:
-
O Boletim Informativo.
Além disso, enquanto serviço público, essas estatísticas são amplamente
O Boletim Estatístico.
divulgadas ao público em geral, através do BPstat Estatísticas online e do
-
Boletim Estatístico, publicado mensalmente, constituindo uma fonte importante O Boletim Informativo, com periodicidade anual, centra-se na análise
agre-
de dados para os seus utilizadores.
gada da atividade desenvolvida em cada exercício pelas instituições financeiras
O Banco de Portugal publica as seguintes estatísticas, além de outros ele- que integram o conjunto de associados da APB.
mentos de reconhecido interesse: O Boletim Estatístico, com periodicidade semestral, com datas de referência à
-
Estatísticas das Instituições Financeiras Monetárias 31 de dezembro e a 30 de junho de cada ano, tem como
objetivo a compilação
-
Estatísticas das Instituições Financeiras Não Monetárias periódica de informação financeira e não-financeira de base sobre cada uma
-
Estatísticas da Central de Responsabilidades de Crédito daquelas instituições.
-
Estatísticas de Mercados de Títulos
-
Estatísticas da Balança de Pagamentos e BOLETIM INFORMATIVO
-
Estatísticas da Posição de Investimento Internacional O objetivo de criar um Boletim Informativo em novos moldes foi o de
pro-
-
Estatísticas da Contas Nacionais Financeiras porcionar uma visão mais analítica e detalhada da atividade desenvolvida pelas
-
Estatísticas das Finanças Públicas instituições financeiras associadas, de forma a torná-lo mais esclarecedor e de
-
Estatísticas das Empresas Não Financeiras da Central de Balanços caráter mais relevante para os seus utilizadores.
-
Estatísticas Cambiais Esta alteração permitiu criar um documento que, não só esclarece a atividade
-
Estatísticas de Sistema de Pagamentos das instituições financeiras de forma mais abrangente e
aprofundada, mas tam-
-
Estatísticas de Emissão Monetária. bém que a enquadra devidamente no contexto macroeconómico,
legal e regula-
mentar que a condicionou ao longo do período em questão.
ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE BANCOS Trata-se, com efeito, de um documento de reconhecido interesse, quer para os
associados da APB, quer para os gestores e colaboradores das instituições
A Associação Portuguesa de Bancos (APB), proprietária do Instituto de For-
domínio essencial. bancárias, quer ainda para outras entidades que necessitam de utilizar os ele-
mação Bancária que presta formação básica e superior no
mentos nele contidos.
mente financeiro, vem publicando dados estatísticos sobre os bancos, caixas
económicas e caixas agrícolas que exercem a sua atividade em Portugal através Para efeitos de análise, o Boletim Informativo recorre ao
agregado de infor-
do Boletim Informativo. mação (financeira e não financeira) relativa à atividade desenvolvida em Portu-
Até 2010, o Boletim Informativo Anual compilava informação de cariz finan- gal e via sucursais no estrangeiro por cada uma das instituições financeiras (ban-
ceiro e não financeiro respeitante às instituições associadas, referentes ao exer- cos, caixas económicas e caixas crédito agrícola mútuo) que integram o grupo
cício em questão, conjuntamente com alguns comentários sobre os principais de Associados da APB.
fatores que haviam influenciado o comportamento da atividade bancária nesse Este agregado é obtido por simples somatório das demonstrações financeiras
período. individuais e de outros indicadores de gestão de cada uma das instituições finan-
ceiras. Pontualmente, as análises socorrem-se ainda de um
No ano seguinte, na sequência da decisão tomada pela Direção da Associação agregado de informa-
ção a nível consolidado, em particular no que respeita à atividade internacional
Portuguesa de Bancos, procedeu-se à reformulação do seu Boletim
Informativo
dos associados que têm presença geográfica no estrangeiro.
Anual.
Por último, o Boletim Informativo tem por referência
privilegiada a atividade
desenvolvida pelas instituições financeiras associadas no ano a que se
reporta,
embora não se descure o seu enquadramento temporal.
ARE
Relembra-se que o Boletim Informativo tem uma periodicidade anual e que é A informação estatística da Associação Portuguesa de Bancos abrange, em
termos concretos, os seguintes elementos:
publicado em versão PDF no website da Associação Portuguesa de Bancos. N
Relativamente aos principais assuntos analisados, o Boletim Informativo foca
-
Balanços e contas de exploração do último ano em base consolidada, de
vários assuntos, entre os quais se destacam os seguintes: cada um das instituições bancárias que operam em Portugal.
-
Análise concentrada exclusivamente na atividade das instituições finan-
-
Posição ordinal dos bancos segundo o ativo, crédito a clientes, recursos
ceiras pertencentes ao grupo de associados da APB reportada a 31 de captados, situação líquida e resultado do exercício.
dezembro de cada ano e sua comparação com o ano anterior. Série histórica do balanço e contas de exploração das instituições bancá-
rias da atividade global com offshore e sem offshore.
-
Apresentação do enquadramento macroeconómico determinante da ativi-
dade do setor no ano em referência. -
Série histórica do balanço e conta de exploração de cada banco relativa
aos últimos cinco anos sob a forma consolidada.
Apresentação das principais iniciativas legislativas e regulamentares
-
sobre o setor, tanto em Portugal como na União Europeia (UE), no ano -
Variáveis e indicadores de gestão bancária para a atividade global para o
em análise. total do setor com offshore e sem offshore do último ano.
-
Realização de uma análise das instituições financeiras associadas, em ter- -
Distribuição da população bancária segundo a função, atividade, idade,
mos da sua evolução, representatividade e caracterização. antiguidade e escolaridade no final do ano.
-
Análise das principais performances das instituições financeiras associa- -
Distribuição da rede de balcões por concelhos.
das por via de uma maior decomposição das rubricas do balanço e da -
Repartição regional do crédito concedido por setores de atividade no final
demonstração de resultados. do ano.
-
Análise de rendibilidade dos capitais próprios. -
Dados sobre operações extrapatrimoniais, gastos e investimentos.
-
Análise de solvabilidade contabilística e em termos prudenciais. -
Definição e âmbito das variáveis usadas na conta de exploração e no
-
Outros aspetos de reconhecida importância e atualidade. balanço das instituições e âmbito e significado dos indicadores de gestão
calculados.
e BOLETIM ESTATÍSTICO
O Boletim Estatístico encontra-se, sumariamente, estruturado nos seguintes
capítulos: 2.3. INFORMAÇ
-
Capítulo I -
apresenta a informação sobre cada uma das instituições
E IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO
financeiras, a nível individual (balanço, demonstração de resultados e
demonstração dos fluxos de caixa). Compreende-se a importância relevante da contabilidade normalizada, quer a
nível de cada empresa, quer a nível do setor económico onde está inserida. Por
-
Capítulo II contém informação a nível consolidado (balanço, demons-
-
outro lado, a informação deve respeitar os princípios contabilísticos institucio-
tração de resultados e demonstração dos fluxos de caixa).
nalizados pelas entidades competentes.
-
Capítulos III e IV possui informação detalhada sobre os recursos huma-
-
Com efeito, no caso da atividade bancária, a informação estatística obtida
nos e sobre os balcões das instituições financeiras associadas.
automaticamente da contabilidade permite às autoridades monetárias e de super-
Para além da já usual disponibilização do conteúdo do Boletim Estatístico em visão tomar medidas estruturais, como, por exemplo, alterar a taxa de desconto
formato PDF no site da APB, será também disponibilizada no site, em futuro vu a taxa de reservas legais.
próximo, alguma desta informação em formato Excel, com o objetivo de tornar a Recorde-se o que sucedeu nas décadas de 70 e 80 em que o país atravessou
informação mais facilmente acessível a potenciais utilizadores. uma crise relativamente grave, com níveis de inflação bastante elevados e com
céfices crónicos da balança de pagamentos. Houve então que refrear o consumo
dos agentes económicos, o que passou pela contenção do crédito bancário atra-
vés dos limites de crédito, ou plafonds de BCE
crédito, que eram fixados mensal Estados membros da União Europeia, e o Eurosistema, formado pelo e os
mente a cada instituição de crédito.
bancos centrais que adotaram a moeda euro.
Este sistema, preconizado pelo Fundo Monetário Na altura em que se procedeu à conversão das moedas nacionais para a
Internacional (FMI), foi
instituído e controlado pelo Banco de de janeiro de 1999, os 15 Estados membros da União Europeia
Portugal por meio de referenciais quanto moeda única, 1
ao saldo crédito concedido
por cada instituição no final de cada mês, sendo o eram os seguintes:
controlo efetuado com base no quadro das Estatísticas
Monetárias e Financeiras. -
Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Grécia,
Assistiu-se, então, a situações de incumprimento por parte das Holanda, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Portugal, Reino Unido e Suécia.
instituições de
crédito e às consequentes
penalizações financeiras, as quais consistiam na cons-
tituição de depósitos junto do Banco de Portugal, não vencendo Posteriormente, passaram a integrar a União Europeia mais 13 países:
juro, de mon-
tante equivalente ao excesso verificado. É óbvio
que as referidas ações de con- -
Bulgária, Chipre, Croácia, Eslováquia, Eslovénia, Estónia, Hungria, Letónia,
tenção do crédito só foram exequíveis no contexto da Lituânia, Malta, Polónia, República Checa e Roménia.
uniformização contabilís-
tica e estatística.
Finalmente é de Nove dos 28 países indicados não adotam o euro: Bulgária, Dinamarca, Eslo-
assinalar também que a informação contabilística e estatística
tem um papel crucial, em especial os váquia, Estónia, Hungria, Lituânia, Polónia, Reino Unido e Suécia (estes dois
para gestores dos bancos e demais institui-
últimos e a Dinamarca por decisão própria).
ções de crédito e de outras instituições financeiras, permitindo-lhes efetuar
estudos
em vários domínios, nomeadamente A União Europeia assenta no primado do direito, o que significa que todas as
quanto à rendibilidade, equilíbrio financeiro,
segurança e produtividade. suas ações se baseiam em Tratados aprovados por todos os Estados membros, a
Outras entidades interessadas na seguir referidos.
informação bancária são os acionistas, os
clientes, os depositantes, os colaboradores, as entidades
fiscais, o INE e, sobre- Inicialmente, o principal objetivo da Comunidade Europeia foi a livre circula-
tudo, os investidores, incluindo o público em
geral. Os investidores, mormente ção de pessoas, serviços, capitais e mercadorias. Os meios para atingir esses
com alguma dimensão financeira, efetuam objetivos eram a criação de uma união aduaneira entre os Estados membros e a
também, regular e periodicamente, a
análise económica e financeira de harmonização da legislação entre os Estados membros em todos os domínios de
instituições de crédito e de outras instituições
financeiras. atividade.
Assim, em 1951, o Tratado de Paris institui Comunidade Europeia do Car-
a
vão e do Aço (CECA), assinado pela Alemanha, Bélgica, França, Holanda, Itália
e Luxemburgo.
$3. Alterações na contabilidade bancária Em 1957, os Tratados de Roma instituíram a Comunidade Económica Euro-
peia (CEE) e a Comunidade Económica de Energia Atómica (EURATOM),
assinados por aqueles seis países.
3.1. INTEGRAÇÃO EUROPEIA Em 1967, as três Comunidades existentes (CECA, CEE e EURATOM) fun-
dem-se dando origem a um Parlamento e Conselho de Ministros únicos.
Após a adesão de Portugal à Comunidade Económica
Europeia, em 1 de Em 1987, foi assinado o Ato Unico Europeu no Luxemburgo e em Haia, que
Janeiro de 1986, formando-se a Europa dos Doze,
registaram-se grandes trans- estabeleceu as adaptações necessárias para realizar Mercado Interno.
o
formações em todos os setores da economia portuguesa, em
particular no setor
financeiro. Em 1992, foi assinado o Tratado da União Europeia em Maastricht, que alte-
rou a designação da CEE para Comunidade Europeia, e introduziu novas formas
No início de 1999, foi constituído o Banco Central
Europeu (BCE), substituto de cooperação entre os governos dos Estados membros em domínios como a
do Instituto Monetário
Europeu, o Sistema Europeu de Bancos Centrais (SEBC)
formado pelo Banco Central defesa, a justiça e os assuntos internos.
Europeu e pelos bancos centrais nacionais dos
Em 1997, foi assinado o Tratado de Amesterdão, que alterou o Tratado da
União Furopeia e o Tratado que instituiu a Comunidade Europeia e atribuiu uma
nova numeração às suas disposições, incluindo, em anexo, as respetivas versões Irlanda, Japão, México e Reino Unido criaram o international Accounting
-
consolidadas. Standards Committee IASC, com o objetivo de formular e publicar, com total
-
Em 2001, foi assinado o Tratado de Nice, que incidiu principalmente sobre à independência, um novo padrão de normas contabilísticas internacionais que
reforma das instituições a fim de assegurar o funcionamento eficaz da União pudesse ser aceite a nível mundial.
Europeia na sequência do alargamento em 2004 para 25 Estados membros e, em As normas publicadas pelo IASC designam-se, na terminologia inglesa, por
2007, para 27 Estados membros. O Tratado de Nice, o anterior Tratado da União international Accounting Standards IAS.
-
Europeia e o Tratado que instituiu a Comunidade Europeia foram reunidos numa Em 1997, o IASC criou o Standing Interpretations Committee SIC, respon--
versão única consolidada. sável pela publicação das interpretações das normas internacionais de contabili-
Em 2007, foi assinado o Tratado de Lisboa, tendo como principais objetivos o dade, com o objetivo de responder às dúvidas de interpretação por parte dos seus
aumento da democracia na União Europeia em resposta às grandes expectati-
-
utilizadores.
vas dos cidadãos europeus em matéria de responsabilidade, de abertura, de Em 1 de abril de 2001, o IASC passou a denominar-se International Accoun-
transparência e de participação e o aumento da eficácia da atuação da União
-
ting Standards Committee Foundation IASCF. A estrutura do IASCF passou a
-
Europeia e da sua capacidade para enfrentar os atuais desafios globais, tais integrar os seguintes órgãos:
como, as alterações climáticas, a segurança e o desenvolvimento sustentável. -
International Accounting Standards Board IASB, a quem compete a
-
Este Tratado veio a ser referendado por todos os Estados membros da União
aprovação e a emissão das normas internacionais de contabilidade, agora
Europeia.
designadas por IFRS -
International Financial Reporting Standards
Entretanto, a União Europeia vem-se debatendo com dificuldades de vária (anteriormente IAS), sendo também responsável pelas normas IFRIC -
ordem. A seguir à crise económica e financeira despoletada em meados de 2007 International Financial Reporting Interpretations Committee (anteriores
nos Estados Unidos, alguns dos seus Estados membros enfrentam sérios pro-
SIC).
blemas com a dívida soberana. Com efeito, havendo uma carência de liquidez
-
International Financial Reporting Interpretations Committee IFRIC, -
generalizada, com especial incidência nos Estados membros mais endividados,
estes são obrigados, para financiarem as respetivas economias, a pagar taxas de encarregado de interpretar a aplicação das normas contabilísticas e de
propor ao IASB a divulgação das interpretações feitas, bem como de con-
juro elevadas pelos empréstimos contraídos nos mercados monetários e financei-
tribuir para a harmonização contabilística a nível mundial.
ros.
-
Standards Advisory Council SAC, órgão a quem cabe a missão de iden-
-
Por outro lado, esses Estados membros não conseguem colmatar os défices
tificar necessidades e de definir prioridades no domínio da normalização
orçamentais em relação ao PIB dentro dos níveis estabelecidos pelas autoridades
contabilística em todos os países.
competentes, a que se junta um elevado, crescente e preocupante nível de
desemprego, mormente nos Estados membros com maiores dificuldades. À frente, são referidas as normas IAS e IFRS, entretanto emitidas pelas enti-
dades atrás referidas, aplicáveis na maioria dos países e, em particular, no sis-
tema bancário e financeiro.
3.2. NORMAS IAS E IFRS
Com a internacionalização dos negócios e o fenómeno da globalização de 3.3. SITUAÇÃO ANALÍTICA E LEGISLAÇÃO EUROPEJ
mercados, a par do desenvolvimento acelerado dos meios tecnológicos, levando
os investidores a movimentar enormes somas de capitais, principalmente em E SITUAÇÃO ANALÍTICA
bolsas de valores, houve necessidade de estender a normalização contabilística
Na sequência da adoção das normas internacionais de contabilidade pela
às organizações económicas sediadas em qualquer parte do mundo.
União Europeia, o Plano de Contas para o Sistema Bancário foi objeto de várias
Assim, em junho de 1973, as entidades reguladoras de 10 países Alemanha,
-
alterações, nomeadamente a listagem de rubricas patrimoniais e extrapatrimo-
Austrália, Canadá, Estados Unidos da América do Norte, França, Holanda, niais, que passou a designar-se por Situação Analítica, e os critérios valorimétri-
das institui- verem admitidos à negociação num mercado regulamentado de qualquer Estado
cos aplicáveis aos elementos que fazem parte do ativo e do passivo
membro.
ções de crédito.
A Situação Analítica apresenta uma estrutura de contas a nível de dois dígitos
bastante diferente da anterior listagem de contas, que previa a arrumação
das + REGULAMENTO (CE) Nº 1126/2008, DE 3 DE NOVEMBRO
e das contas O Regulamento (CE) nº 1126/2008, de 3 de novembro da Comissão, adota
contas do ativo, passivo e capitais próprios, de custos e proveitos
em 10 classes. determinadas normas internacionais de contabilidade nos termos do Regula-
extrapatrimonias e da contabilidade analítica (esta implícita)
das contas da situação analítica com
mento (CE) nº 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho.
Apresentam-se, em seguida, algumas
dois dígitos: Tais normas são as seguintes IAS, IFRS, IFRIC e SIC:
10 Caixa e disponibilidades em bancos centrais
-
IAS 1, 2,7,8, 10, 11, 12, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 23, 24, 26, 27, 28, 29,
14 Crédito a clientes 31,32, 33, 34, 36, 37, 38, 39, 40 e 41.
16 Ativos financeiros detidos para negociação -
IFRS 1,2,3,4,5,6,7€8.
21 Derivados com justo valor positivo -
IFRIC 2,4,5,6,7,8,9,10€
1, 11.
27 Outros ativos tangíveis
40 Recursos de clientes
-
SIC 7, 10, 12, 13, 15, 21,25,27,29,31 e 32.
43 Passivos financeiros de negociação
44 Derivados com justo valor negativo e REGULAMENTO (CE) Nº 494/2009, DE 3 DE JUNHO
55 Capital Este Regulamento altera o anexo do Regulamento (CE) nº 1126/2008, de 3 de
58 Reservas de reavaliação
novembro, no que respeita, cujas alterações estão previstas no seu anexo, à
63 Resultado líquido do exercício norma internacional de contabilidade (IAS) 27 Demonstrações Financeiras
66 Juros e encargos similares
Consolidadas e Separadas às normas internacionais de relato financeiro (IFRS),
79 Juros e rendimentos similares
IFRS 4 e IFRS 5, as normas internacionais de contabilidade IAS IAS 7, IAS
1,
94 Operações cambiais e instrumentos financeiros
t4, TAS 21, IAS 28, IAS 31, IAS 32, IAS 33 e TAS 39, bem como a interpreta-
99 Outras contas extrapatrimoniais
ção 7 do Comité de Interpretação das Normas (SIC Standing Interpretations
-
Committee).
M LEGISLAÇÃO EUROPEIA
Na legislação europeia, salientam-se o Regulamento (CE) nº
1606/2002, de
e o Regula- 3.4. REGRAS DO BANCO DE PORTUGA]
19 de julho, o Regulamento (CE) nº 1126/2008, de 3 de novembro,
nº
mento (CE) nº 494/2009, de 3 de junho, que altera o Regulamento (CE)
1126/2008, de 3 de novembro. EH CARTA-CIRCULAR Nº 102/2004/DSB, DE 23/12/2004
Na sequência da regulamentação europeia anteriormente referida, o Banco de
e REGULAMENTO (CE) N.º 1606/2002, DE 19 DE JULHO
Portugal, através da Carta-Circular nº 102/2004/DSB, de 23/12/2004, estabelece
O Regulamento (CE) nº 1606/2002, de 19 de julho, do Parlamento Europeu é as respetivas regras contabilísticas para as instituições de crédito e outras insti-
forma a
do Conselho, com vista a harmonizar as informações financeiras, por iuições sujeitas à sua supervisão.
e de comparabilidade das demons-
assegurar um elevado grau de transparência Recorde-se, como antes foi dito, que o Regulamento 1606/2002, de 19 de
trações financeiras e, deste modo, um
funcionamento eficiente do mercado de
determina que em relação a cada julho, determina expressamente, no seu artigo 4º, que:
capitais da Comunidade e do mercado interno,
socie- «Em relação a cada exercício financeiro com início em ou depois de de
exercício financeiro com início em ou depois de 1 de janeiro de 2005, as
1
elabo- ianeiro de 2005, as sociedades regidas pela legislação de um Estado membro
dades regidas pela legislação comunitária de um Estado-Membro devem
devem elaborar as suas contas consolidadas em conformidade com as normas
rar as suas contas consolidadas em conformidade com as normas internacionais
internacionais de contabilidade, adotadas nos termos do nº 2 do artigo 6º, se, à
de contabilidade se, à data do balanço e contas, Os seus valores mobiliários
esti-
data do balanço e contas, os seus valores mobiliários estiverem admitidos à Tais instituições são as instituições de crédito e as sociedades financeiras e,
negociação num mercado regulamentado de qualquer Estado-Membro...». ainda, as sociedades gestoras de participações sociais (SGPS) cujas filiais sejam
Sendo assim, o Banco de Portugal determinou a adoção do seguinte modelo principalmente instituições de crédito e/ou empresas de investimento e outras
contabilístico para as instituições sujeitas à sua supervisão e que não se encon- SPGS sujeitas à supervisão do Banco de Portugal nos casos em que este consi-
tram abrangidas pelo citado artigo 4º do mencionado Regulamento: dere que tal se justifique.
O Aviso do Banco de Portugal, refere expressamente que, na elaboração das
a) Elaboração das contas consolidadas, salvo as instituições indicadas na alí-
nea c), a seguir referida, de acordo com as NIC. demonstrações financeiras em base individual, deverá ser observado o disposto
nos pontos seguintes:
b) Elaboração das contas individuais, igualmente salvo as das instituições
indicadas na alínea c), de acordo com as NIC, com exceção de algumas 1. Para efeitos deste número, entende-se por créditos a clientes e valores a rece-
ber de outros devedores (créditos e contas a receber) os ativos financeiros cor-
matérias, tais como:
respondentes ao fornecimento de dinheiro, bens ou serviços a um devedor,
-
Valorimetria e provisionamento do crédito concedido, mantendo-se
por parte da instituição. Este conceito abrange a atividade típica da concessão
neste caso o atual regime.
de crédito a clientes, incluindo créditos tomados (factoring) e operações de
-
Benefício aos empregados, através do estabelecimento de um período locação financeira mobiliária e imobiliária, bem como as posições credoras
para diferimento do impacto contabilístico decorrente da transição resultantes de operações com terceiros realizadas no âmbito da atividade da
para os critérios da IAS 39 (v.g., reset/restatment das responsabilida- instituição e exclui as operações com instituições de crédito.
des por pensões de reforma, encargos com saúde pós reforma).
2. Na valorimetria dos créditos a clientes e valores a receber de outros devedores
-
Restrição de aplicação de algumas opções previstas nas IAS/IFRS
(crédito e contas a receber), deve ser observado o seguinte:
(v.g., não permitir a valorização dos ativos tangíveis ao justo valor).
a) Na data do reconhecimento inicial, os ativos financeiros são registados
Estas normas contabilísticas alteradas passarão a ser designadas por NCA
pelo valor nominal, não podendo, quer nessa data, quer em data de reco-
-
normas de contabilidade ajustadas.
nhecimento subsequente, ser incluídos em/reclassificados para as restantes
categorias de ativos financeiros.
c) Manutenção da Instrução nº 4/96 sobre o PCSB e da Instrução nº 71/96
(consolidação de contas) para as caixas de crédito agrícola mútuo perten- b) A componente de juros, incluindo a referente a eventuais prémios/descon-
centes ao SICAM, para as caixas económicas, com exceção da Caixa Eco- tos, é objeto de relevação contabilística autónoma nas respetivas contas de
nómica Montepio Geral e da Caixa Económica da Misericórdia de Angra resultados.
do Heroísmo, para as sociedades administradoras de compras em grupo e c) Os proveitos são reconhecidos quando obtidos e distribuídos por períodos
para as agências de câmbios. mensais, segundo a regra pro rata temporis, quando se trate de operações
que produzam fluxos redituais ao longo de um período superior a um mês.
E AVISO Nº 1/2005, DE 21/02/2005 d) Sempre que aplicável, as comissões e custos externos imputáveis à
O Aviso nº 1/2005, de 21 de fevereiro de 2005, determina que as instituições contratação das operações subjacentes aos ativos incluídos nesta categoria
deverão ser, igualmente, periodizados ao longo do período de vigência dos
sujeitas à supervisão do Banco de Portugal devem elaborar as demonstrações
financeiras em base individual e em base consolidada de acordo com as normas créditos, segundo a regra da alínea anterior.
de contabilidade ajustadas (NCA) e as normas internacionais de contabilidade e) O valor dos ativos incluídos nesta categoria deve ser objeto de correção,
(NIC), respetivamente, tal como adotadas, em cada momento, por regulamento de acordo com critérios de rigor e prudência, de forma que reflitam, a todo
da União Europeia e, bem assim, com a estrutura concetual para a apresentação o tempo, o seu valor realizável.
e preparação de demonstrações financeiras que enquadra aquelas normas.
f) A correção a que se refere a alínea precedente não poderá ser inferior ao
que for estabelecido por aviso do Banco de Portugal como quadro mínimo
de referência para a constituição de provisões específicas e genéricas.
g) Para efeitos de constituição de provisões genéricas, previstas na alínea Tais requisitos estão relacionados com os conceitos básicos que devem ser
anterior, será considerado o total do crédito concedido pela instituição, respeitados na preparação e apresentação das demonstrações financeiras das
incluindo o representado por aceites, garantias e outros instrumentos des organizações. Trata-se, com efeito, da filosofia, do espírito e do sentido que está
natureza análoga. por dentro das normas internacionais de contabilidade, permitindo obter melho-
res performances, entre outras, às seguintes entidades:
3. No âmbito da valorização (e cálculo da imparidade) dos restantes ativos -
Órgãos da estrutura do IASCF (IASB, IFRIC e SAC), na medida em que
financeiros, deve, igualmente, ter-se em consideração o quadro mínimo de
podem analisar e interpretar, com maior facilidade, as normas internacio-
referência aplicável, conforme estabelecido em aviso do Banco de Portugal.
nais de contabilidade de que são responsáveis.
4. Os ativos tangíveis serão mantidos ao custo de aquisição, salvo quando se -
Responsáveis pela elaboração das demonstrações financeiras, pelo facto
verifiquem reavaliações extraordinárias, legalmente autorizadas, caso em que de poderem levar a cabo a sua tarefa apoiada nos conceitos dos normati-
as mais-valias daí resultantes serão incorporadas em sub-rubrica apropriada
vos contabilísticos internacionais, desde que tenham sido sancionados
da conta de Reservas legais de reavaliação.
pelas autoridades nacionais.
5. Para todas as matérias reguladas nos pontos anteriores deste número, não são -
Auditores internos e externos, a quem cabe atestar o desempenho técnico
aplicáveis as normas internacionais de contabilidade. Por conseguinte, ficam dos que exercem, especificamente, a tarefa de relevação contabilística,
excluídos os créditos a clientes e valores a receber de outros devedores da
permitindo-lhes opinar, com maior segurança e determinação, sobre os
aplicabilidade das normas internacionais de contabilidade. assuntos suscetíveis de gerar maior ou menor controvérsia.
A IAS 39, inserida no Anexo ao Regulamento (CE) nº 2086, está distribuída
por 110 parágrafos, a que se juntam os Apêndices A e B. Neste último, estão
contempladas as alterações das IAS 12, 18, 19, 30, 36 e 37 e a SIC 27, bem
$4. Norma IAS 39 como a norma internacional de relato financeiro -
NIRF 1
(International finan-
cial reporting standard IFRS 1).
-
4.1. ENQUADRAMENTO
Como já se mencionou, a norma IAS 39 Instrumentos Financeiros: Reconhe- 4.2. INSTRUMENTOS FINANCEIR$
cimento e Mensuração, com exceção de algumas das suas disposições referentes
à utilização da opção do justo valor e de certas disposições relacionadas com a A norma TAS 39, que tem como objetivo estabelecer os princípios para reco-
contabilização de cobertura, foi inserida no anexo ao Regulamento (CE) nº nhecer e mensurar ativos financeiros, passivos financeiros e alguns contratos de
1725/2003, sendo o texto de inserção apresentado no anexo ao Regulamento compra ou de venda de itens não financeiros, define quatro categorias de ins-
(CE) nº 2086/2004. trumentos financeiros:
A aplicabilidade desta norma e das restantes normas internacionais de conta- -
Ativos financeiros ou passivos financeiros pelo justo valor por via dos
bilidade aos bancos e às outras instituições financeiras, incluindo as empresas de resultados.
seguros, em 1 de janeiro de 2005, surge na sequência da sua adoção pelo Regu- -
Investimentos detidos até à maturidade.
lamento (CE) nº 1606/2002 do Parlamento e do Conselho, de 19 de julho de -
Empréstimos concedidos e contas a receber.
2002.
-
Ativos financeiros disponíveis para venda.
Os requisitos para apresentar e divulgar informações acerca de instrumentos
financeiros constam da IAS 32 Instrumentos Financeiros: Divulgação e Apre-
sentação.
E ATIVO FINANCEIRO OU PASSIVO FINANCEIRO PELO JUSTO VALOR POR VIA DOS
RESULTADOS iii) Sejam atribuíveis a um acontecimento isolado que esteja fora do con-
trolo da entidade, não seja recorrente e não pudesse ter sido razoavelmente
O ativo financeiro ou passivo financeiro satisfaz
qualquer das seguintes com previsto pela entidade.
dições:
a) Está classificado como detido para negociação, ou seja, se:
E EMPRÉSTIMOS CONCEDIDOS E CONTAS A RECEBER
i) foi adquirido ou incorrido principalmente para a finalidade de venda ou
São os ativos financeiros não derivados com pagamentos fixados ou determi-
de recompra num prazo muito próximo.
náveis que não estão cotados num mercado ativo, que não sejam:
ii) fizer parte de uma carteira de instrumentos financeiros identificados
a) Os que a entidade tem a intenção de vender imediatamente ou num prazo
que são geridos e para os quais existe evidência de um modelo real
recente de tomada de lucros a curto prazo; ou próximo, os quais serão classificados como ativos financeiros detidos para
negociação, e os que a entidade após reconhecimento inicial designa peio
iii) for derivado (exceto no caso de um derivado que seja um contrato de justo valor por via dos resultados.
garantia financeira ou um instrumento de cobertura designado e eficaz).
b) Os que a entidade após reconhecimento inicial designa como disponíveis
b) Se, no momento do seu reconhecimento inicial, for designado pela enti- para venda.
dade pelo justo valor por via de resultados. c) Aqueles em relação aos quais o detentor não possa recuperar substancial-
mente a totalidade do seu investimento inicial, que não seja devido à dete-
H INVESTIMENTOS DETIDOS ATÉ Á MATURIDADE rioração do crédito, que serão classificados como disponíveis para venda.
São os ativos financeiros não derivados com pagamentos fixados ou determi- E ATIVOS FINANCEIROS DISPONÍVEIS PARA VENDA
náveis e maturidade fixada que uma entidade tem a
intenção positiva e a capaci-
dade de deter até à maturidade que não sejam: Aos ativos financeiros disponíveis para venda são ativos financeiros não deri-
vados que sejam designados como ativos disponíveis para venda ou que não
a) Os que a entidade designa, no reconhecimento inicial, pelo justo valor por
via dos resultados. sejam classificados como empréstimos concedidos ou contas a receber, investi-
mentos detidos até à maturidade, ou ativos financeiros pelo justo valor por via
b) Os que a entidade designa como disponíveis para venda. dos resultados.
c) Os que satisfazem a definição de empréstimos concedidos e contas a rece-
ber.
4.3. RECONHECIMENTO E MENSURAÇ
Uma entidade não deve classificar qualquer ativo financeiro como detido até
à maturidade se a entidade tiver, durante o ano financeiro corrente ou durante os
E RECONHECIMENTO
dois anos financeiros precedentes, vendido ou reclassificado mais do
que uma O reconhecimento é a integração de um ativo financeiro ou de um passivo
quantia insignificante de investimentos detidos até à maturidade antes da matu-
financeiro no balanço de uma entidade com base em determinados requisitos.
ridade que não seja por vendas ou reclassificações
que:
Assim, uma entidade deve reconhecer um ativo financeiro ou passivo financeiro
i) Estejam tão próximos da maturidade ou da data de compra do ativo finan- no seu balanço quando, e apenas quando, a entidade se tornar uma parte das dis-
ceiro (por exemplo, menos de três meses antes da maturidade)
que as alte- posições contratuais do instrumento.
rações na taxa de juro do mercado não teriam um efeito significativo no
justo valor do ativo financeiro.
ii) Ocorrem depois da entidade ter substancialmente recebido todo o capital
original do ativo financeiro através de pagamentos escalonados ou de pré-
-pagamentos.
E DESRECONHECIMENTO -
Empréstimos concedidos e contas a receber, os quais devem ser
Trata-se da remoção de um ativo financeiro ou de um passivo financeiro ante- mensurados pelo custo amortizado usando o método da taxa de juro
, efetiva.
riormente reconhecido do balanço de uma entidade.
Uma entidade deve desreconhecer um ativo financeiro quando, e apenas Investimentos detidos até à maturidade, os quais devem ser mensura-
dos pelo custo amortizado usando o método da taxa de juro efetiva.
quando, os direitos contratuais aos fluxos de caixa resultantes do ativo finan-
ceiro expiram, ou transfere o ativo financeiro e a transferência se qualifica para --
Investimentos em instrumentos de capital próprio que não tenham um
desreconhecimento. No tocante ao desreconhecimento de um passivo financeiro, preço de mercado cotado num mercado ativo e cujo justo valor não
uma entidade deve remover um passivo financeiro, ou uma parte dele, do seu possa ser fiavelmente mensurado e derivados que estejam ligados a e
balanço quando, e apenas quando, for extinto, isto é, quando a obrigação especi- devam ser liquidados pela entrega de tais instrumentos de capital pró-
ficada no contrato for satisfeita ou cancelada ou expirar. prio não cotados, os quais devem ser mensurados pelo custo.
Os ativos financeiros que sejam designados como itens cobertos estão
E MENSURAÇÃO
sujeitos a mensuração segundo os requisitos da contabilidade de cobertura.
Trata-se de um conjunto de requisitos para avaliar os instrumentos financeiros Todos os ativos financeiros, exceto aqueles mensurados pelo justo valor
que foram reconhecidos no balanço de uma entidade. por via dos resultados, estão sujeitos a revisão quanto à imparidade.
a) Mensuração inicial de ativos financeiros e passivos financeiros
c) Mensuração subsequente de passivos financeiros
Quando um ativo financeiro ou um passivo financeiro é inicialmente reco-
nhecido, uma entidade deve mensurá-lo pelo justo valor mais, no caso de Após o reconhecimento inicial, uma entidade deve mensurar todos os
uma ativo financeiro ou passivo financeiro que não seja pelo justo valor passivos financeiros pelo custo amortizado usando o método do juro efe-
por via dos resultados, os custos de transação que sejam diretamente atri-
tivo, exceto:
buíveis à aquisição ou emissão do ativo financeiro ou passivo financeiro. -
Passivos financeiros pelo justo valor por via dos resultados. Tais
Quando uma entidade usa a contabilização pela data de liquidação para passivos, incluindo derivados que sejam passivos, devem ser mensu-
um ativo que seja subsequentemente mensurado pelo custo ou pelo custo rados pelo justo valor exceto no caso de um passivo derivado que
amortizado, o ativo é reconhecido inicialmente pelo seu justo valor à data esteja ligado a e deva ser liquidado pela entrega de um instrumento de
da negociação. capital próprio não cotado cujo justo valor não possa ser fiavelmente
mensurado, o qual deverá ser mensurado pelo custo.
b) Mensuração subsequente de ativos financeiros -
Passivos financeiros que surjam quando a transferência de um ativo
Para a finalidade de mensurar um ativo financeiro após o reconhecimento financeiro não se qualifica para desreconhecimento ou é contabilizada
inicial, a TAS 39 classifica os ativos financeiros em: usando a abordagem do envolvimento continuado.
-
Ativos financeiros pelo justo valor por via dos resultados.
-
Investimentos detidos até à maturidade. Os passivos financeiros que sejam designados como itens cobertos estão
Empréstimos concedidos e contas a receber. sujeitos a mensuração segundo os requisitos da contabilidade de cobertura.
-
-
Ativos financeiros disponíveis para venda.
Após o reconhecimento inicial, uma entidade deve mensurar os ativos
financeiros, incluindo os derivados que sejam ativos, pelos seus justos 4.4. OUTRAS DEFINIÇÕES DA IAS
valores sem qualquer dedução para os custos de transação em que possa
incorrer na venda ou outra alienação, exceto quanto aos seguintes ativos E JUSTO VALOR
financeiros:
Quantia pela qual um ativo poderia ser trocado, ou um passivo liquidado,
entre partes conhecedoras e dispostas a isso numa transação ao seu alcance em
que não exista relacionamento entre elas, ou seja, é a quantia pela qual um bem
h
ou um serviço poderia ser tocado, entre um comprador conhecedor e interessado bio, índice de preços ou de taxas, notação de crédito ou índice de crédito,
e um vendedor nas mesmas condições, numa transação ao seu alcance. ou outra variável (por vezes denominada o subjacente).
N
b) Não é necessário qualquer investimento líquido inicial ou um investimento
Hi CUSTO AMORTIZADO DE UM ATIVO FINANCEIRO OU PASSIVO FINANCEIRO líquido inicial que seja inferior ao que seria exigido para outros tipos de
contratos que se esperaria que tivessem uma resposta semelhante às altera-
Valor pelo qual esse ativo ou o passivo é medido no reconhecimento inicial
menos os re-embolsos de capital, mais ou menos a amortização cumulativa ções nos fatores de mercado.
usando o método do juro efetivo de qualquer diferença entre essa quantia inicial c) É liquidado numa data futura.
e a quantia na maturidade, e menos qualquer redução (diretamente ou por meio
do uso de uma conta de abatimento) quanto à imparidade ou incobrabilidade.
E DERIVADO EMBUTIDO
Componente de um instrumento híbrido (combinado), que também inclui um
E MÉTODO DO JURO EFETIVO contrato de base não derivado, com o efeito de que alguns dos fluxos de caixa do
É um método de calcular o custo amortizado de um ativo financeiro ou de um instrumento combinado variam de forma semelhante a um derivado autónomo.
passivo financeiro e de imputar o rendimento dos juros ou o gasto dos juros Um derivado embutido dá origem a que alguns ou todos os fluxos de caixa
durante o período relevante. A taxa de juro efetiva é a taxa que desconta exata-
que, de outra forma, seriam
exigidos pelo contrato sejam modificados de acordo
mente os pagamentos ou recebimentos de caixa futuros estimados durante a vida
com uma taxa de juro especificada, preço do instrumento financeiro, preço de
mais
esperada do instrumento financeiro ou, quando apropriado, um período mercadoria, taxa de câmbio, índice de preços ou fndice de taxas, notação do cré-
curto na quantia escriturada líquida do ativo financeiro ou do passivo financeiro.
dito ou índice do crédito, ou outra variável.
Ao calcular a taxa de juro efetiva, uma entidade deve estimar os fluxos de
Um derivado que esteja adstrito a um instrumento financeiro mas que seja
caixa estimando todos os termos contratuais do instrumento (por exemplo, pré-
contratualmente transferível independentemente desse instrumento, ou que tenha
-pagamento, opções, call e semelhantes), mas não deve considerar perdas de cré- uma componente diferente desse instrumento, não é um derivado embutido, mas
dito futuras. O cálculo inclui todas as comissões pagas ou recebidas entre as
um instrumento financeiro separado.
partes do contrato que são parte integrante da taxa de juro efetiva, dos custos de
Um derivado embutido deve ser separado do contrato de base e contabilizado
transação e de outros prémios ou descontos.
como derivado segundo a Norma IAS 39
se, e apenas se:
E COMPRA OU VENDA REGULAR WAY a) As caraterísticas económicas e os riscos do derivado embutido não estive-
rem intimamente relacionados com as caraterísticas económicas e os ris-
Compra ou venda de um ativo financeiro segundo um contrato cujos termos cos do contrato de base.
exigem a entrega do ativo dentro do prazo estabelecido geralmente por regula-
b) Um instrumento separado com os mesmos termos que o derivado embu-
ção ou convenção no mercado em questão.
tido satisfizesse a definição de um derivado.
E CUSTOS DE TRANSAÇÃO c) O instrumento híbrido (combinado) não for mensurado pelo justo valor
com as alterações no justo valor reconhecidas nos resultados.
Custos incrementais que sejam diretamente atribuíveis à aquisição, emissão
ou alienação de um ativo ou passivo financeiro.
E DERIVADO
Um instrumento financeiro ou outro contrato dentro do âmbito da IAS 39
com todas as três seguintes caraterísticas:
a) O seu valor altera-se em resposta à alteração numa especificada taxa de
juro, preço de instrumento financeiro, preço de mercadoria, taxa de câm-
85. Casos práticos Conclusões
* Os ativos realizáveis dentro do prazo de 1 mês superam os passivos a pagar, no
mesmo período, em 50 milhões de euros, donde resulta uma folga de 50 milhões.
5.1. EQUILÍBRIO FINANCEIRO * De 1a 6 meses, 0 excesso é de 100, o que dá um excesso acumulado de 150.
« De 6 meses a 1 ano, o excesso atinge 150 e em termos acumulados, 300.
Analisar a estrutura financeira do BANCO, cujo balanço se apesenta, com base nos
« De 1 a 2 anos, regista-se um equilíbrio entre os fluxos de entradas e de saídas.
seguintes elementos:
º
«
Finalmente, no prazo superior a 2 anos, existe um défice de 300, que será colmatado
O montante do ativo realizável em disponibilidades no prazo de 1 mês atinge 300
com a poupança de fundos acumulada de igual montante.
milhões de euros (o correspondente valor do passivo exigível no prazo de 1 mês é 250),
de 1 a 6 meses, 1.500 milhões (1.400), de 6 meses a 1 ano, 1.600 (1.450), de 1 ano a 2 Em suma, não se vislumbra qualquer situação que possa afetar o equilíbrio financeiro do
anos, 1.800 (1.800) e superior a 2 anos, 4.800 (5.100). BANCO.
Balanço (valores em milhões de euros)
5.2. RÁCIOS ECONÓMICOS E FINANCEIR
Ativo Passivo + Capital Próprio
á =
relativos
Apresentam-se, a seguir, o balanço e a demonstração de resultados do BANCO,
200 Depósitos 7.000
aos exercícios N- 1 e N, expressos em milhões de euros. Com base nestes dois docu-
Disponibilidades
Aplicações em bancos 1.000 Empréstimos 2.000 mentos, calcular os rácios económicos e financeiros.
Crédito 6.200 Outros passivos 200
Títulos 1.800 Capital 500 Balanço
Imobilizações 600 Reservas 220
N-1 N N-1 N
Outros ativos 200 Resultado do exercício 8o
200 200 Depósitos
P 6.450 7.000
Total 10.000 Total 10.000 Disponível
Bancos 1.300 1.000 Empréstimos 2.400 2.000
"Crédito 5.700 6.200 O. passivos 200 200
Resolução Títulos 1.800 1.800 Capital 500 500
Há que elaborar o seguinte quadro:
600 600 Reservas 200 220
mobilizações
O. ativos 200 200 Resultados 50 8o
Valores em milhões de euros
9.800 10.000 9.800 10.000
Prazos de realização Fluxos do Balanço Diferenças
e de exigibilidade
Ativos Passivos Período Acumul.
Até 1 mês 300 250 +50 +50
De 1 mês a 6 meses 1.500 1.400 + 100 + 150
De 6 meses a 1 ano 1.600 1.450 + 150 + 300
De 1 anoa2 anos 1.800 1.800 o + 300
Superior a 2 anos 4.800 5.100 -300 0
10.000 10.000
Demonstração de resultados 5.3. MAPA DE ORIGENS E APLICAÇÕES DE FUND
N-1
-
N N-1
-
N x
N-- e N, apresentados no caso prático anterior, refe-
ç dos anos
Com base nos balanços 1 p
Juros/encargos 570 630 Juros/rendim. 700 800 rentes ao BANCO,
O. custos expl. 81 82 Rend. capital 51 50 a) Elaborar o mapa de origens e aplicações de fundos (MOAF).
Pessoal 105 110 Comissões lia. 118 120 b) Criticar os resultados obtidos através dos rácios económicos e financeiros, atrás
calculados, e do mapa de origens e aplicações de fundos.
G. administ. 62 63 Outros res. explor. 31 30
Provisões 19 20
Amortiz. 5 5 Resolução
8 10
a) Elaboração do MOAF
Impostos
Resultado 50 8o
Mapa de origens e aplicações de fundos
900 1.000 900 1.000
NaN+1
Aplicações Origens
Resolução
Aumentos do ativo: Aumentos passivo + c. próp.:
Rácios Económicos e Financeiros Crédito 450 550
Depósitos
Diminuições do passivo: Reservas 20
Rácios económicos N-1 N Cálculos do ano N
Empréstimos 400 Resultados 30
RCP Lucro/capital próprio 6,7% 10,0% 80/(500 + 220 + 80)
Diminuições do ativo:
Lucro/ativo 0,5% 0,8% 80/10.000
Bancos 250
Cash ilowiativo 0,8% 1,1% (80 + 5 + 20)/10.000
Total 850 Tota I 850
Prod. bancário*/ativo fin. 28% 31% 288/(200 + 1.000 + 6.200 + 1.800)
Resultado/proveitos 5,6% 8,0% 8011 000
Rácios financeiros b) Crítica
Situação económica e financeira
Solvabilidade Capital próprio ativo 7,7% 8,0% (500 + 220 + 80)/10.000
* Com base nos rácios económicos calculados, constata-se que, no ano N, o Banco
C. próprio/imobilizações 1250% 133,3% (500 + 220 + 80)/600
- aumentou substancialmente a sua rendibilidade. Com efeito, o lucro passou de 50
- -
Depósitos/crédito 1132% 12,9% 7.000/6.200 milhões de euros (N- 1) para 80 milhões (N), o que permitiu que a rendibilidade do
Disponível/depósitos 3,1% 2,9% 200/7.000 capital próprio progredisse 3,3 pontos percentuais, cifrando-se em 10% no último exer-
600/10.000
cício.
Imobilizações/ativo 6,1% 6,0%
«
* Na área financeira, o rácio de solvabilidade (capital próprio/ativo), no final do ano N,
Produto bancário/N = 1000 -
630.-82 = 288
situa-se em 8%, acima dos 7,7% em N- 1. Os restantes rácios financeiros não sofre-
ram grandes alterações. Seria conveniente compará-los com os do setor bancário e até
com alguns bancos com uma dimensão semelhante, tal como os rácios económicos.
Mapa de origens e aplicações de fundos
* No ano N, as principais aplicações são o aumento do crédito a clientes, 450 milhões de
euros, seguindo-se a redução dos empréstimos contraídos, 400 milhões.
-
* As principais origens de fundos são o aumento da carteira de depósitos, 550 milhões, e Assim, a taxa de juro anual de 8%, aplicada ao capital de 500 unidades monetárias, dá o
a diminuição dos empréstimos concedidos a bancos, 250. juro de40 unidades monetárias no final do mesmo período.
* Por conseguinte, o BANCO, no ano N, para financiar o aumento do crédito e a diminui J=500x8% = 40
ção de empréstimos, 850 milhões no total, socorreu-se fundamentalmente da captação
de depósitos e do re-embolso de empréstimos concedidos a bancos, 800 milhões no Armitindo que se quer obter o mesmo juro, através da taxa de juro mensal, há que cal-
total, além de aumentos das resevas e resultados, no valor de 50 milhões. Falta, no cutar a taxa mensal equivalente, | (12/12.
entanto, saber se existe equilíbrio entre os prazos dos novos créditos concedidos e dos
novos depósitos captados. O caso prático 6.1. responde a esta questão.
1
( = (Hi) 1
1 = (1 + 8%)!!12 1 = 0,6434%
Aplicando esta taxa mensal, equivalente à taxa anual de 8%, vem, no 1º período,
5.4. TAXA DE JURO EFETIVAA E CUSTO AMORTIZADO J= 500 x (1 + 0,6434%)!2 -500 = 40
Portanto, cobrar juros do capital de 500 mil, no final do ano, à taxa de 8%, é igual a cobrar
O BANCO, em 1/10/N, concede um empréstimo de 500 mil euros à EMPRESA, à taxa de
juros do capital de 500 mil euros, no final de cada mês, à taxa mensal de 0,6434%.
8%, re-embolsável no final de um ano, sendo os juros pagos na altura da liquidação do
De igual modo, se obtém a taxa de juro trimestral, semestral ou outra equivalente à taxa
empréstimo.
anual de 8%, utilizando a respetiva fórmula.
a) Calcular a taxa de juro efetiva do empréstimo, com imputação de juros mensal, con-
forme estabelece a IAS 39.
b) Quadro do custo amortizado
b) Elaborar quadro do custo amortizado referente à operação de crédito anteriormente
referida, considerando a comissão de 0,4% sobre o valor do empréstimo. Empréstimo = 500.000 euros.
Taxa de juro anual = 8%.
Prazo = 1 ano.
Resolução Comissão = 0,4% sobre o empréstimo.
a) Cálculo da taxa de juro efetiva mensal Juros pagos no fim do ano.
Antes de mais, convém começar por definir taxas equivalentes, i e i. São taxas que,
Como atrás se apurou, a taxa aplicável ao empréstimo de 500 mil euros é de
sendo aplicadas ao mesmo capital, produzem o mesmo valor acumulado, durante igual
período de tempo. Isto significa que, capitalizando um determinado capital para obter o = (1 8%)1/12 1
mesmo valor acumulado, é indiferente fazê-lo à taxa í, ou à taxa i" cujo período de capita- ( Ina = 0,64340...%
lização é uma divisão em partes iguais do período da taxa í.
Em relação ao empréstimo e à comissão, tem-se
Admitindo que se aplica 1 unidade de capital, por um período de tempo, à taxa de juro
desse período, o valor acumulado é igual a 1 + i. 500.000 + 0,4% x 500.000 = (500.000 x 8% + 500.000)/(1 +
Por outro lado, aplicando a mesma unidade de capital, à taxa 1 durante m períodos, | = 7,5697%
sendo m uma divisão em partes iguais daquele período e i"igual a !")/m, o valor acumu-
|
Fazendo a conversão para a taxa mensal equivalente, vem
tado é (1 + 1
(Mm.
Como estes dois valores acumulados ao fim de um período são iguais, vem = (1+7,5697%)12 -1 = 0,60993%
t+i= (1 (mymm Esta última taxa, que é a taxa mensal equivalente a 7,5697% (anual), é depois apli-
cada para o cálculo dos juros mensais do capital de 502 mil euros.
Trocando os termos e elevando-os a 1/m, resulta daqui a taxa de capitalização,
A diferença entre os juros de 500 mil e os juros de 502 mil constitui o valor amortizado
Mm = (1+i)/m-1 da comissão.
Quadro de juros mensais e amortização da comissão -
12 meses
(Valores em euros)
Empréstimo = 500.000 Empr. + Com. = 502.000 C=2.000
C. amor. Juros fluxos C.amor. C.amor. Juros fluxos C.amor. Valor
inicial do mês caixa final inicial do mês caixa final amortiz.
500.000 3.217 503.217 502000 3.062 505.062 155
503217 3.238 506455 505062 3081 soBi42 157
506455 3.259 509713 508142 3.099 511.242 159
509.713 3.280 512993 511.242 3118 514.360 161
512993 3.301 516293 514360 3.137 517.497 163
2
516.293 3.322 519.615 517497 3.156 520.653 165
Capítulo 4 Relatório e cont:
519.615 3.343 522958 520.653 3.176 -523829 168
522958 3.365 526.323 523829 3.195 527.024 170
526.323 3.386 529.710 527024 a214 530.238 172
529.710 3.408 533118 530238 3.234 533.473 174
O Relatório e Contas do exercício de uma instituição, financeira ou não
533.118 3.430 596.548 533473 3.254 536.728 176 financeira, é um documento que contém as peças contabilísticas do exercício
536.548 3.452 540.000 O 536.726 3.274 540.000 0 referentes a essa instituição e uma análise detalhada
179 respeitante à sua atividade,
40.000 "88.000 assim como à economia nacional e internacional, em especial dos
2000 países que
assumem uma maior projeção a nível mundial.
Normalmente, este documento é constituído pelos seguintes elementos:
-
Relatório sobre a Economia Nacional e Internacional.
-
Relatório da Atividade da Instituição.
Balanço.
-
Demonstração de Resultados.
-
Demonstração do Rendimento Integral.
-
Demonstração dos Fluxos de Caixa.
-
Demonstração das Alterações no Capital Próprio.
-
-
Anexo às Demonstrações Financeiras.
-
Relatório FSF e EBA.
-
Relatório de Auditoria.
Certificação Legal das Contas.
-
-
Relatório e Parecer do Conselho Fiscal.
-
Relatório de Governo da Instituição.
A elaboração das contas da instituição bancária está obviamente sujeita a
regras contabilísticas e a critérios valorimétricos estabelecidos pelas autoridades
competentes.
AAA
A par do Relatório e Contas, das Estatísticas Monetárias e Financeiras e das Os documentos de prestação de contas devem ser divulgados no prazo de
Estatísticas Cambiais, além dos elementos sobre o Basileia II e o Basileia III, as quatro meses a contar da data de encerramento do exercício. Tal prazo será
instituições de crédito são ainda obrigadas a enviar ao Banco de Portugal a reduzido para três meses para as sociedades que preparam contas individuais.
situação analítica mensal.
Às instituições de crédito são ainda obrigadas a divulgar junto do público em
geral determinados indicadores de referência. 1.1. RELATÓRIO DO CONSELHO DE ADMINISTRAt
O Relatório e Contas é da inteira responsabilidade do conselho de administra-
são, incluindo o balanço, a demonstração de resultados e outras peças contabi-
$1. Estrutura do relatório e contas lísticas. Apresenta-se as principais partes que compõem este relatório.
De acordo com o Regulamento da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários & RELATÓRIO SOBRE A ECONOMIA NACIONAL E INTERNACIONAL
n.º 11/2005, os emitentes de valores mobiliários admitidos à cotação em mercado
Trata-se de um documento de enquadramento macroeconómico, onde se
regulamentado, que não sejam obrigados a elaborar e apresentar contas consolida-
iecem considerações sobre a economia portuguesa, a União Europeia e os seus
das, devem elaborar as suas contas individuais de acordo com as normas interna-
Estados membros e os países mais importantes a nível mundial, como é o caso
cionais de contabilidade (IAS/IFRS), adotadas nos termos do artigo 3.º do regula-
dos EstadosUnidos, Japão, Brasil, Rússia, China e Índia, entre outros.
mento n.º 1606/2002, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de julho.
Os assuntos focados dizem respeito às taxas de variação do PIB, da inflação e
Para as sociedades que elaboram contas consolidadas, as contas individuais
do desemprego, além da evolução dos principais agregados da massa monetária,
poderão ser elaboradas em IAS/IFRS ou de acordo com o Sistema de Norma-
dos mercados monetário, de capitais e cambial e de outros assuntos de reconhe-
lização Contabilística (Decreto-Lei nº 158/2009, de 13 de julho).
cido interesse, cobrindo geralmente o horizonte temporal dos três últimos anos.
Devem ser publicados os seguintes documentos de prestação de contas:
-
Relatório de gestão e proposta de aplicação de resultados. 0 RELATÓRIO SOBRE A ATIVIDADE DA INSTITUIÇÃO E OUTROS ASSUNTOS
Declaração dos responsáveis sobre a conformidade da informação finan-
-
A atividade desenvolvida no exercício económico pela instituição bancária é
ceira apresentada.
iratada de forma abrangente e esclarecedora, assinalando, em primeiro lugar, os
-
Anexos ao relatório de gestão. principais indicadores da instituição (rácios económicos e financeiros, quotas de
-
Listagem de todas as transações realizadas relativas às ações do emitente mercado e produtividade) e o seu rating e do respetivo grupo a nível nacional e
ou instrumentos financeiros com elas relacionados efetuadas pelos diri- irternacional.
gentes do emitente, de sociedade que domine o emitente e pelas pessoas Em seguida, são abordadas as áreas de negócio da instituição (banca de reta-
estreitamente relacionadas com aqueles. lho, banca de investimento), a gestão do risco (risco de crédito, risco de mer-
-
Demonstrações financeiras e respetivos anexos. cado, risco operacional, risco de taxas de juro, risco de liquidez e outros tipos de
-
Certificação legal das contas. risco), os canais de distribuição (rede de balcões e canais eletrónicos), o enqua-
dramento contabilístico regulamentar (presentemente as normas IAS e IFRS), a
-
Relatório de auditoria elaborado por auditor registado na Comissão do
análise financeira da instituição e do grupo, caso exista, os recursos humanos, a
Mercado de Valores Mobiliários.
responsabilidade social da instituição, a proposta de aplicação de resultados e
-
Parecer do órgão de fiscalização. outros assuntos relevantes.
-
Lista dos titulares de participações qualificadas, com indicação do número
Trata-se, com efeito, de um documento de extraordinário interesse para os
de ações detidas e percentagem de direitos de voto correspondentes.
analistas das instituições, não só porque menciona os produtos transacionados,
-
Relatório sobre o Governo das Sociedades, incluindo informação prevista mas também porque apresenta quadros que permitem evidenciar a situação
na Lei nº 28/2009, de 19 de junho. alcançada ao longo dos últimos exercícios. Além disso, no domínio da consoli-
dação, este relatório permite obter dados sobre as empresas que estão integradas Balanço consolidado (NIC/NIRF)
no seu perímetro da consolidação.
Ativo Passivo
Caixa e depósitos em bancos centrais Recursos de bancos centrais
1.2. BALANÇO E DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS Disponibilidades em outras instituições de crédito Passivos detidos para negociação
Ativos financeiros detidos para negociação O. passivos financ. ao justo valor através resultados
E BALANÇO ativos financ. ao justo valor através resultados Recursos de outras instituições de crédito
O balanço é o documento que representa, de forma ordenada e sistematizada, Ativos financeiros disponíveis para venda Recursos de clientes e outros empréstimos
o património de uma organização, quer seja pública ou privada, quer seja uma aplicações em instituições de crédito Responsabilidades representadas por títulos
instituição financeira, ou não financeira, de grande ou de pequena dimensão. Crédito a clientes Passivos financ. associados a ativos transferidos
No balanço dos bancos, as contas que, em geral, apresentam maior projeção, investimentos detidos até à maturidade Derivados de cobertura
em termos de montante, são Crédito a clientes (ativo) e Recursos de clientes Ativos com acordo de recompra Passivos não correntes detidos para venda
(passivo). O capital próprio é constituído por Capital, Ações próprias (saldo Derivados de cobertura Provisões
negativo), Outros instrumentos de capital, Reservas de reavaliação, Reservas Ativos não correntes detidos para venda Provisões técnicas"
por impostos diferidos, Outras reservas, Resultados transitados, Interesses
Proprisdades de investimento Passivos por impostos correntes
minoritários (contas consolidadas), Dividendos antecipados (saldo negativo) e
Outros ativos tangíveis Passivos por impostos diferidos
Resultado do exercício.
Ativos intangíveis Instrumentos representativos de capital
Na sequência da aplicabilidade das normas internacionais de contabilidade
Invest. em filiais e associadas excl. da consolidação Outros passivos subordinados
(NIC) em 2005, a que atrás se fez referência, nomeadamente da IAS 39, o Banco
de Portugal forneceu às instituições e sociedades sujeitas à sua supervisão uma Ativos por impostos correntes Outros passivos
listagem de contas designada por Situação Analítica, que substitui a lista de Ativos por impostos diferidos Credores por seguro direto e resseguro*
contas do Plano de Contas para o Sistema Bancário de 1996. Além disso, este Provisões técnicas de resseguro cedido" Outros passivos
Banco institucionalizou os modelos do Balanço Individual (NCA/IAS) e do Outros ativos Total do Passivo
Balanço Consolidado (NCI/NIRF). A seguir, junta-se este último modelo, assim Davedores por seguro direto e resseguro* Capital
como o da Demonstração de Resultados Consolidada.
Outros Capital
Prémios de emissão
E DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
Outros instrumentos de capital
A demonstração de resultados é o documento que representa, de modo orde- Ações próprias
nado e sistematizado, o apuramento do resultado líquido do exercício, de uma
Reservas de reavaliação
organização.
Outras reservas e resultados transitados
O atual modelo, instituído pelo Banco de Portugal, possui uma característica
Resultado do exercício
vincadamente de análise económica. Assim, começa por determinar a margem
Dividendos antecipados
financeira e o produto bancário ou de atividade, a que se segue a discriminação
Interesses minoritários*
dos restantes proveitos e e dos outros custos do exercício.
Total do Capital
A diferença entre o produto bancário e a margem financeira constitui a mar-
Total do Ativo Total do Passivo + Capital
gem complementar, que é constituída fundamentalmente por rendimentos de
instrumentos de capital, serviços, comissões e resultados diversos (de ativos e
passivos avaliados ao justo valor através de resultados, de ativos financeiros dis-
poníveis para venda, de reavaliação cambial e de alienação de outros ativos).
h
Demonstração de resultados consolidada (NIC/NIRF) Demonstração do rendimento integral
Juros e rendimentos similares Gastos gerais administrativos *
1. Alterações no justo valor de ativos disponíveis para venda N N 1
Juros e encargos similares Amortizações do exercício
Margem financeira Provisões líquidas de reposições e anulações 1.1. Variações no exercício
Rendimentos de instrumentos de capital imparidade crédito líq. de rever. e recuperações 1.2. Ajustes na reserva de justo valor para resultados
Rendimentos de serviços e comissões Impar. o. ativos. financ. líq. de rever. e recuperações
1.3. Fiscalidade
Encargos com serviços e comissões Impar. o. ativos líg. de reversões e recuperações
2. Benefícios pós-emprego
Result. ativos e pass. aval. justo valor através result. Diferenças de consolidação negativas*
Result. ativos financeiros disponíveis para venda Result. assoc. e emprend. conj. (eguiv. patrimonial)* 3. Variações cambiais
Resultados de reavaliação cambial Result.antes impostos e inter.minoritários 4. Outros movimentos
Resultados de alienação de outros ativos Impostos
5. Rendimento integral reconhecido em reservas (1 +... + 4)
Prémios líquidos de resseguro* Correntes
Custos com sinistros líquidos de resseguro" 6. Resultado líquido do exercício
Diferidos
Variação de provisões técnicas líq. de resseguro* Res.após impostos antes inter.minorit. 7. Rendimento integral do exercício (5 + 6)
Outros resultados de exploração Do qual: Result. após imp. oper. descontinuadas
Produto da atividade Interesses minoritários*
E DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA
Custos com pessoal Resultado consolidado do exercício
*
Este documento contabilístico contém os fluxos de fundos com origem nas
Rubricas não existentes no modelo individual (NCANAS) resultantes da consolidação com empresa(s) do setor de
seguros.
atividades operacionais antes das variações dos ativos e passivos, das atividades
de investimento e das atividades de financiamento. A soma algébrica destes flu-
xos mais o saldo de caixa e seus equivalentes no início do exercício conduz ao
saldo de caixa e seus equivalentes no fim do exercício.
1.3. OUTRAS PEÇAS CONTABILÍSTICAS
O cômputo de fluxos de caixa assenta nas entradas de fundos (fluxos positi-
vos), tal como o re-embolso de empréstimos concedidos a clientes, a captação de
EE DEMONSTRAÇÃO DO RENDIMENTO INTEGRAL
recursos de clientes, a obtenção de empréstimos e a venda de ativos não finan-
Trata-se de um documento que apura o rendimento integral do exercício com ceiros, e nas saídas de fundos (fluxos negativos), como a concessão de emprés-
base no resultado líquido do exercício e nas alterações no justo valor de ativos limos a clientes, a aquisição de ativos tangíveis e o pagamento de juros de recur-
financeiros disponíveis para venda, nos benefícios pós-emprego, nas variações sus captados de clientes e de empréstimos contraídos.
cambiais e nos impostos.
No fundo, o rendimento integral compõe-se do resultado líquido do exercício & DEMONSTRAÇÃO DAS ALTERAÇÕES NOS CAPITAIS PRÓPRIOS
e das variações de ativos financeiros disponíveis
para venda resultantes da sua Esta peça contabilística contém as variações que afetam os capitais próprios
valorização ao justo valor que não são levadas a ganhos e perdas mas sim a
da instituição de um ano para o outro, discriminadas por rubricas (Capital, Pré-
reservas de reavaliação, bem como de variações cambiais e outros movimentos
mios de emissão, Reserva de justo valor, Outras reservas e resultados transita-
similares.
dos. Resultado do exercício e Interesses minoritários, no caso de contas conso-
A estrutura do quadro da demonstração do rendimento integral pode apre- lidadas).
sentar-se da seguinte forma:
Tais variações resultam, fundamentalmente, de aumentos de capital, distribui-
ção de lucros, transferências de reservas e de reavaliações de ativos.
Esta peça contabilística permite apurar as alterações que se registam no capi- 1.4. ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRA
tal próprio de um ano para o outro, algumas das quais o afetam (resultado obtido
e retido) e outras não o afetam (aumento de capital por transferência de reser- O anexo às demonstrações financeiras constitui um documento de extraordi-
vas). nário interesse, na medida em que esclarece determinados aspetos que as peças
contabilísticas não o permitem, através de várias notas explicativas, as quais
cobrem praticamente todas as contas que compõem o balanço e a demonstração
EXEMPLO
de resultados.
O BANCO, no final do ano N- 1, apresentava os seguintes saldos (milhões de euros):
Tais notas, apoiadas em mapas com os elementos referentes a dois exercícios,
*
Capital, 3.000.
* Reserva de reavaliação, 300. facilitam extraordinariamente a análise da situação da instituição por parte dos
* Outras reservas e resultados transitados (ORRT), 600. analistas, sobretudo, dos analistas externos, que não têm acesso a elementos tão
e Resultado do exercício, 500. discriminados.
No ano N, ocorreram as seguintes operações: Normalmente, a nota introdutória faz um historial da vida da instituição,
* de dividendos do lucro do ano anterior, 250. desde a sua fundação até ao momento atual, referindo os factos mais notáveis
Pagamento
* Aumento do
capital em dinheiro fresco, 200. que entretanto ocorreram, da atividade que vem desenvolvendo como banco
* Transferência para outras reservas e resultados transitados, 400. universal, da rede de agências que possui e das participações que fazem parte do
* Transferência para reservas da parte restante. seu património.
*
Reavaliação de ativos tangíveis, 100. A nota a seguir explicita as políticas contabilísticas seguidas, mormente no
O lucro do ano N atingiu 550. que se refere à preparação das demonstrações financeiras com base no Regula-
Elaborar a Demonstração das Alterações nos Capitais Próprios em relação ao exercício N. mento (CE) nº 1126/2008, de 3 de novembro da Comissão que adota determina-
das normas internacionais de contabilidade nos termos do Regulamento (CE) nº
Resolução 1606/2002 do Parlamento e do Conselho.
Vêm depois outras notas explicativas. Uma delas há de abordar os princípios
Demonstração das alterações aos capitais próprios -
Ano N
que estiveram na base do processo de consolidação de contas se
for o caso, qual
o método de consolidação utilizado e quais são as empresas que fazem parte do
Movimentos Capital R.reaval. ORRT R.exerc? Total
perímetro da consolidação e a percentagem da posição da instituição no seu
1. Saldos em 31/12/N -1 3.000 300 600 500 4.400 capital social, direta e indiretamente.
2. Dividendos a acionistas -
250 -250 Como se sabe, neste domínio, as normas prudenciais e de supervisão estabe-
lecem limites à participação em empresas não financeiras por parte das institui-
3. Aum. capital/dinheiro 200 200
ções de crédito.
4. Idem/ORRT 400 -400 0 Outra das notas refere-se à valorimetria dos instrumentos financeiros (ativos
5. Reforço de reservas 250 -250 0 financeiros ao justo valor através de resultados, investimentos a deter até à
maturidade, empréstimos e contas a receber, ativos financeiros disponíveis para
5. Reavaliação ativos tang. 100 100
venda, passivos financeiros ao justo valor através de resultados, outros passivos
6. Resultado exercício N 550 550 financeiros e derivados financeiros embutidos, de cobertura e de negociação).
As notas seguintes contemplam explicitações das contas que compõem as
7. Saldos em 31/12/N 3.600 400 450 550 5.000
demonstrações financeiras.
Algumas instituições publicam as contas individuais e consolidadas e elabo-
ram também as respetivas notas individuais e consolidadas, além dos
compe-
tentes relatórios de auditoria e
fiscalização e de certificação.
1.5. RELATÓRIOS E RELATÓRIO E PARECER DO CONSELHO FISCAL
O Conselho Fiscal, composto por vários membros, sendo um deles o presi-
Os órgãos sociais de uma instituição bancária são a Mesa da Assembleiã
dente, possui competências para fiscalizar a administração da instituição, vigiar
Geral, o Conselho de Administração, o Conselho Fiscal e o Revisor Oficial de a observância da lei e do contrato de sociedade, verificar a regularidade dos
Contas. As contas são objeto da certificação legal de contas.
livros, registos contabilísticos e documentos que lhe servem de suporte, verificar
Os relatórios mencionados a seguir, incluindo a certificação legal de contas, a exatidão dos documentos de prestação de contas, fiscalizar o
processo de pre-
têm em vista assegurar que as demonstrações financeiras estão elaboradas com paração financeira e da sua divulgação e assegurar o desempenho de outras atri-
base nas normas e nos princípios contabilísticas em vigor e buições previstas na lei.
que representam a
posição financeira verdadeira da instituição, quer em termos individuais, quer de
forma consolidada. E RELATÓRIO SOBRE O GOVERNO DA SOCIEDADE
Apesar de serem sintéticos, estes relatórios, cujo conteúdo resumido se apre- Os emitentes de ações admitidos à negociação em mercado regulamentado,
senta em seguida, são imprescindíveis e determinantes para a discussão,
aprova- sujeitos a lei pessoal portuguesa, estão obrigados a publicar informação sobre as
ção e publicação do Relatório e Contas.
práticas de governo societário elaborada de acordo com o Anexo ao Regula-
Normalmente, fazem parte de cada relatório uma introdução, as responsabili- mento da CMVM nº 1/2010.
dades dos órgãos intervenientes, o âmbito, a opinião dos autores do relatório, as
Relativamente ao grau de cumprimento das recomendações, estas têm por
ênfases a assinalar e o relato sobre outros requisitos legais.
base o Código do Governo das Sociedades de 2010.
Numa instituição de crédito os aspetos focados no Relatório do Governo da
E RELATÓRIO FSF E CEBS
Instituição são geralmente os seguintes:
Este relatório baseia-se nas recomendações do Financial Stability Forum
a) Orientações de gestão, missão, objetivos e políticas da Instituição
(FSF) e do European Banking Association (EBA, ex-CEBS)) sobre a transparên-
Informação sobre as orientações estratégicas de gestão com aplicabili-
-
cia da informação e sobre a valorização dos ativos, conforme Carta-circular nº
dade na Instituição, no âmbito do setor financeiro e da economia.
97/2008/DSB, de 3 de dezembro, do Banco de Portugal.
-
Missão da instituição.
E RELATÓRIO DE AUDITORIA -
Principais objetivos, incluindo os objetivos estratégicos.
ORelatório de Auditoria, após uma introdução sobre dados muito gerais da Informação sobre o plano de atividades com indicação dos objetivos e
-
instituição, refere as responsabilidades do Conselho de Administração e da políticas nas áreas de formação, competitividade, responsabilidade
empresa que elabora o Relatório de Auditoria. Depois, explicita o âmbito da social, crescimento e sustentabilidade, inovação e desenvolvimento,
auditoria realizada de acordo com as normas técnicas e diretrizes de revisão e novas tecnologias, segurança de meios humanos e meios materiais,
com as normas de auditoria emanadas da Ordem dos Revisores Oficiais de rendibilidade, equilíbrio financeiro e produtividade.
Contas. Finalmente, exprime a opinião sobre as demonstrações financeiras da
b) Princípios básicos de atuação da Instituição
instituição, com destaque para os factos mais relevantes.
-
Nórmas internas e externas aplicáveis à Instituição.
EE CERTIFICAÇÃO LEGAL DE CONTAS
-
Código de conduta.
Tal
como relatório anterior, faz referência aos aspetos mais gerais da insti-
o
-
Cumprimento da legislação em vigor, como as normas prudenciais e
tuição. Baseando-se nas mesmas normas ce diretrizes, atrás referidas, atesta que de supervisão, de garantia de depósitos e de prevenção de branquea-
as demonstrações financeiras, em termos materialmente relevantes, evidenciam mento de capitais, de natureza fiscal, de concorrência e de defesa do
a situação verdadeira e apropriada da instituição. consumidor e de natureza laboral e de natureza ambiental.
-
Adoção de políticas de igualdade, de tratamento e de oportunidades
entre homens e mulheres, e de conciliação da vida pessoal, familiar e
profissional, bem como de valorização e motivação profissional de -
Análise dos produtos e serviços transacionados com os clientes tendo
todos os colaboradores da Instituição.
em vista obter melhores performances na respetiva criação de valor
distribuído ao cliente.
c) Transações com entidades
Principais ações a realizar no decorrer dos próximos exercícios, parti
-
Definição dos procedimentos adotados com os principais estratos de
-
cularmente no âmbito do investimento no capital humano, no desen-
entidades relacionadas com a Instituição.
volvimento de novos métodos tecnológicos, na simplificação dos
Implementação de sistemas de racionalização de compra de materiais.
-
métodos de trabalho, na satisfação das necessidades do cliente e na
Explicitação do prazo médio de pagamento aos fornecedores com modernização das suas instalações, em especial a nível das suas agên-
-
identificação da sua estrutura em termos de importância relativa no cias.
conjunto.
d) Modelo societário
-
Assembleia geral.
-
Conselho de administração. $ 2. Normas do relatório e cont
-
Órgãos de fiscalização.
O Banco de Portugal, neste contexto de alterações ao plano de contas, mor-
e) Remuneração dos membros dos órgãos sociais mente a adoção da situação analítica e das NIC e NCA, além de
outras matérias,
-
Política de remuneração dos membros dos órgãos de tem vindo a estabelecer várias normas aplicáveis às instituições de crédito e às
administração e
de fiscalização. sociedades financeiras e a outras instituições sujeitas à sua supervisão, incluindo
indicadores de referência que devem ser divulgados ao público. Para o efeito,
Remuneração e regalias dos membros dos órgãos de administração
-
e
recebe também um manancial de informação geralmente no fim de cada mês,
de fiscalização.
como é o caso da situação analítica.
Sistemas de controlo
-
Sistema de controlo interno.
-
Sistema de controlo dos investimentos da
2.1. REGRAS CONTABILÍSTIC
empresa e dos seus ativos.
-
Sistema de controlo de salvaguarda dos ativos de clientes confiados à Como já foi referido, o Regulamento nº 1606/2002 (CE) do Parlamento
guarda da Instituição. Europeu e do Conselho, de 19 de julho, determina no seu artigo 4º que as socie-
dades regidas pela legislação dos Estados membros devem, a partir de 1 de
8) Divulgação de informação aos destinatários
janeiro de 2005, elaborar as suas contas consolidadas em conformidade com as
-
Internos.
normas IAS/IFRS -
normas internacionais de contabilidade se, à data do
-
-
Externos.
balanço e contas, os seus valores mobiliários estiverem admitidos à negociação
-
Entidades oficiais.
num mercado regulamentado de qualquer Estado membro.
-
Entidades europeias.
-
Outras entidades. Mais tarde, o Regulamento (CE) nº 1126/2008 da Comissão, de 3 de novem-
bro, adota, em conformidade com o anexo a este Regulamento, as normas inter-
h) Análise do desempenho da Instituição nacionais de contabilidade, exceto a LAS 39 (respeitante ao reconhecimento e
-
Exposição das atuações nos domínios económico, financeiro, de cres- mensuração dos instrumentos financeiros), da qual são omitidas pequenas partes
cimento, de produtividade, ambiental e social e grau de identificadas no referido anexo.
cumprimento
das normas instituídas. Perante esta situação, o Banco de Portugal, através da Carta-circular nº
102/2004/DSB, de 23/12/2004, já anteriormente analisada, determina que as
instituições sujeitas à sua supervisão e que não se encontram abrangidas pelo -
Cenário | -
adoção das NIC para as contas consolidadas e das NCA para
referido artigo 4º daquele Regulamento devem elaborar: as contas individuais.
"
a) As contas consolidadas, de acordo com as NIC.
o
-
Cenário 2 adoção das NIC para as contas consolidadas
-
e Instrução n
b) As contas individuais, de acordo com as NIC, com exceção de algumas
4/96(PCSB) para as contas individuais.
matérias, tais como: -
Cenário 3 -
adoção das NCA para as contas consolidadas e das NCA
-
Valorimetria e provisionamento do crédito concedido mantendo-se, para as contas individuais.
neste caso, o atual regime. -
Cenário 4 adoção das NCA para as contas consolidadas e da Instrução
-
--
Benefício aos empregados, através de um período para deferimento do nº 4/96 para as contas individuais.
impacto contabilístico decorrente da transição para os critérios da IAS -
Cenário 5 adoção da Instrução nº 71/96 (reporte contabilístico das
-
39. agências de câmbios) para as contas consolidadas e da Instrução nº 4/96
-
Restrição de aplicação de algumas opções previstas nas IAS/IFRS para as contas individuais.
(v.g., não permitir a valorização dos ativos tangíveis ao justo valor).
Ficam excluídas das obrigações referidas nas alíneas anteriores as caixas 2.2. VALORIMETRIA DE ATIVOS FINANCEIRC
agrícolas pertencentes ao Sistema de Crédito Agrícola Mútuo (SICAM), as cai-
xas económicas (exceto a Caixa Económica Montepio Geral e a Caixa Econó- O Aviso nº 1/2005 do Banco de Portugal, de 21 de fevereiro, determina
mica da Misericórdia de Angra do Heroísmo), as sociedades administradoras de
expressamente o seguinte, como já anteriormente se referiu:
compras em grupo e as agências de câmbios.
t, A contabilidade das instituições sujeitas à sua supervisão, com exceção das
No entanto o Banco de Portugal, alegando fatores de incerteza que rodearam 4º do regulamento (CE) do Parlamento
instituições abrangidas pelo artigo
o processo de transição para as NIC, além da componente temporal para proce-
Europeu e do Conselho, de 19 de julho (aquelas cujos valores mobiliários
der às alterações propostas através dos sistemas informáticos, determinou a apli- estão admitidos à negociação num mercado regulamentado de qualquer
cação do seguinte regime transitório, durante o exercício iniciado em 1 de Estado membro), rege-se pelas disposições do referido Aviso.
Janeiro de 2005:
2. Sem prejuízo do disposto nos números seguintes, as instituições a que se
a) Permitir a elaboração das contas consolidadas das entidades sujeitas à
aplica o presente Aviso devem elaborar as demonstrações financeiras em base
supervisão do Banco de Portugal não abrangendo as instituições referidas individual e em base consolidada, tal como adotadas, em cada momento, por
no artigo 4? do Regulamento (CE) nº 1606/2002, de 19 de julho, de
regulamento da União Europeia e, bem assim, com a estrutura concetual para
acordo com as NIC ou de acordo com as NCA. a apresentação e preparação das demonstrações financeiras que enquadra
b) Permitir que as instituições que se prevaleçam de uma das opções previs- aquelas normas.
tas na alínea anterior possam elaborar as suas contas individuais de acordo 3. Na elaboração das demonstrações financeiras em base e individual, deve ser
com as NCA ou, alternativamente, de acordo com a Instrução nº 4/96 observado o disposto nos pontos seguintes:
(PCSB). -
Para efeitos deste número, entende-se por créditos a clientes e valores a
c) As instituições que não optem por nenhuma das opções previstas na alínea receber de outros devedores (créditos e contas a receber) os ativos finan-
a) deverão continuar a elaborar as suas contas individuais e consolidadas ceiros correspondentes ao fornecimento de dinheiro, bens ou serviços a
em conformidade com as Instruções nº 4/96 (PCSB) e 71/96, respetiva- um devedor, por parte da instituição, incluindo-se neste conceito os cré-
mente. ditos tomados (factoring) e operações de locação financeira (leasing),
bem como as posições credoras resultantes de operações com terceiros
Em face do respetivo grau de preparação para a implementação das novas
realizadas no âmbito da atividade da instituição e exclui as operações
normas, o Banco de Portugal permite às instituições abrangidas pelo regime
com instituições de crédito.
transitório que optem por um dos cinco cenários a seguir indicados:
-
Na valorimetria dos por créditos a clientes e valores a receber, deve ser 4. O disposto nos nºs 2 e 3 aplica-se às instituições de crédito e sociedades
observado o seguinte: financeiras e às sociedades gestoras de participações sociais
(SGPS), devendo
a) Na data do reconhecimento inicial, os ativos financeiros são registà- considerar-se que, neste último caso, uma SGPS tem como filiais
principal-
dos pelo valor nominal, não podendo, quer nessa data, quer em data mente instituições de crédito e ou empresas de investimento
quando essas
de reconhecimento subsequente, ser incluídos em/reclassificados para filiais representem mais de 50% do ativo imobilizado da SGPS,
podendo,
as restantes categorias de ativos financeiros. contudo, o Banco de Portugal determinar a aplicação de outro critério nas
b) A componente de juros, incluindo a referente a eventuais pré- situações em que tal se justifique.
mios/descontos, é objeto de relevação contabilística autónoma nas
Como atrás se referiu, na sequência da adoção da IAS 39
respetivas contas de resultados. pelas entidades
competentes da União Europeia, os bancos e demais instituições de crédito e
c) Os proveitos são reconhecidos quando obtidos e distribuídos por outras instituições financeiras sujeitas à
supervisão do Banco de Portugal elabo-
períodos mensais segundo a regra pro rata temporis, quando se trate ram as suas contas em base individual e de forma consolidada.
de operações que produzam fluxos redituais ao longo de um período
Para tal, o Banco de Portugal forneceu a estas
superior a um mês. instituições os modelos de
balanço e de demonstração de resultados apropriados.
d) Sempre que aplicável, as comissões e custos externos imputáveis à
contratação das operações subjacentes aos ativos incluídos nesta cate-
goria deverão ser igualmente periodizados ao longo da vigência dos
créditos, segundo a regra atrás indicada.
e) O valor dos ativos incluídos nesta categoria deve ser objeto de corre- $ 3. Informação relacionada com o relaté
ção de acordo com critérios de rigor e prudência, para que reflitam, a
todo o tempo, o seu valor realizável.
?) A correção a que se refere a alínea precedente não poderá ser inferior 3.1. A ENVIAR AO BANCO DE PORTU:
ao que for estabelecido por aviso do Banco de Portugal como quadro
Se bem que o Relatório e Contas constitui a
mínimo de referência para a constituição de provisões gerais e especí- principal informação, no entanto
as instituições sujeitas à aplicação do PCSB estão
ficas. obrigadas a enviar ao Banco
de Portugal, ao longo do ano, vários elementos estatísticos e
contabilísticos,
8) Para efeitos de constituição de provisões genéricas, previstas na alí- incluindo a situação analítica, a seguir indicados:
nea anterior, será considerado o total do crédito concedido pela insti-
tuição, incluindo o representado por aceites, garantias e outros ins-
E INFORMAÇÃO MENSAL, COM REFERÊNCIA AO ÚLTIMO DIA DE CADA MÊS:
trumentos de natureza análoga.
Situação analítica relativa à atividade global.
-
-
No âmbito da valorização (e cálculo da imparidade) dos restantes ativos
financeiros, deve igualmente ter-se em consideração o quadro mínimo de E INFORMAÇÃO TRIMESTRAL, COM REFERÊNCIA AO ÚLTIMO DIA DO TRIMESTRE:
referência aplicável, conforme estabelecido em aviso do Banco de Portu-
Situação analítica, relativa à atividade em território nacional, incluindo a
-
gal.
relativa às Zonas offshore da Madeira e Santa Maria.
-
Os ativos tangíveis serão mantidos ao custo de aquisição salvo quando se
Situação analítica de cada uma das agências ou sucursais no exterior,
-
verifiquem reavaliações extraordinárias, legalmente autorizadas, caso em
que as mais-valias daí resultantes serão incorporadas em sub-rubrica
incluindo as sucursais financeiras exteriores das Zonas
offshore da
Madeira e Santa Maria.
apropriada da conta de Reservas de reavaliação.
-
Para todas as matérias reguladas nos pontos anteriores não são aplicáveis
-
Inventário de títulos e de participações financeiras relativo à atividade
as normas internacionais de contabilidade (NIC). global.
EH ANUALMENTE
-
Rácio de Adequação de Fundos Próprios
Situação analítica, antes e após o apuramento de resultados, com o con-
-
Fundos próprios / Requisitos de fundos próprios x 12,5
teúdo definido nas informações anteriores.
-
Relatório e contas anuais na forma definida no Nos casos em que seja divulgado algum indicador de solvabilidade que
artigo 1º do Aviso nº
6/2003, do Banco de Portugal, após aprovação pelos tenha como referência os fundos próprios de base, deverão ser publica-
órgãos competentes,
acompanhados dos elementos de prestação de contas previstos na Lei. dos, adicionalmente, os indicadores que se apresentam em seguida:
-
Rácio de Adequação de Fundos Próprios de base
H PRAZOS DE ENVIO DE INFORMAÇÃO AO BANCO DE
PORTUGAL
Fundos próprios de base / Requisitos de fundos próprios x 12,5
-
Os elementos de periodicidade mensal e trimestral têm o
prazo de 30 dias
após a data a que se reportam. Em que:
-
O relatório e contas anuais tem o
prazo de 30 dias após a data limite esta-
* Os fundos próprios são os que resultam da aplicação do Aviso do
belecida por lei para a aprovação de contas. Banco de Portugal nº 6/2010.
* Os requisitos de fundos próprios são os que decorrem da aplicação do
E OUTROS ELEMENTOS A ENVIAR AO BANCO DE PORTUGAL ponto do artigo 7º do Decreto-Lei nº 104/2007, de 3 de abril.
1
Além da informação contabilística, os bancos é as restantes
instituições de _-_
Rácio Core Tier 1
crédito e todas as instituições sujeitas à sua
supervisão estão vinculadas a forne-
cer ao Banco de Portugal uma vasta Core Tier 1 / Requisitos de fundos próprios x 12,5
quantidade de informação, que abrange as
áreas estatística, prudencial e de
liquidez, dentro de determinados prazos, de Em que:
acordo com modelos próprios institucionalizados.
* Os elementos dos fundos próprios que correspondem ao Core Tier 1
são os que resultam da aplicação do Aviso do Banco de Portugal nº
3/2011.
3.2. A DIVULGAR AO PÚBLICO * Os requisitos de fundos próprios são os que decorrem da aplicação do
ponto 1 do artigo 7º do Decreto-Lei nº 104/2007,
de 3 de abril.
Através da Instrução nº 16/2004, o Banco de
Portugal vincula as instituições
de crédito a incluir um conjunto mínimo de
indicadores sempre que publiquem
informação quantitativa sobre algumas das matérias a que esses indicadores se E QUALIDADE DO CRÉDITO
referem, com a finalidade de se obter uma maior
homogeneidade na informação Sempre que se refira um indicador da qualidade do crédito, deverão ser publi-
que é divulgada ao público. cudos, adicionalmente, os seguintes quatro indicadores:
Posteriormente, aInstrução nº 23/2011, para reforçar a comparabilidade e -
Crédito com incumprimento / Crédito total
transparência da informação, em especial no que se refere à qualidade do cré- -
Crédito com incumprimento, líquido / Crédito total, líquido
dito, atendendo às melhores práticas estabelecidas no
plano internacional nesta
matéria, veio alterar os assuntos tipificados naquela Em que:
Instrução, a seguir apresen-
tados, relativamente à solvabilidade, qualidade do
crédito, rendibilidade, efi- e Crédito com incumprimento = Crédito vencido há mais de 90 dias +
ciência e transformação. + Crédito de cobrança duvidosa reclassificado como vencido para efeitos
de provisionamento [aplicação da alínea a) do nº 1 do nº 4º do Aviso
E SOLVABILIDADE nº 3/95], conforme Carta-Circular nº 99/03/DSBDR.
Sempre que seja divulgado algum indicador de solvabilidade, deverá ser tam-
e Crédito com incumprimento, líquido = crédito com incumprimento -
bém publicado o seguinte indicador: -
[(provisões para crédito vencido + provisões para crédito de cobrança
duvidosa) e/ou imparidades acumuladas para crédito, de acordo com a
definição constante da Instrução nº 22/2011 referente ao reporte da Crédito em risco, líquido = crédito em risco (provisões para crédito vencido +
-
Informação sobre crédito em risco]. + provisões para crédito de cobrança duvidosa) e/ou imparidades acumuladas
* Crédito total corresponde à definição constante da Instrução nº 22/2011" para crédito, de acordo com a definição constante da Instrução nº 22/2011 refe-
referente ao reporte da Informação sobre crédito em risco. rente ao reporte da Informação sobre crédito em risco.
« Crédito total, líquido =
Crédito total crédito vencido + Crédito total corresponde à definição constante da Instrução nº 22/2011 refe-
[(provisões-
para
+ provisões para crédito de cobrança duvidosa) e/ou acu- rente ao reporte da Informação sobre crédito em risco.
imparidades
muladas para crédito, de acordo com a definição constante da Crédito total, líquido = Crédito total [(provisões para crédito vencido +
Instrução
-
nº 22/2011 referente ao reporte da Informação sobre crédito em risco]. + provisões para crédito de cobrança duvidosa) e/ou imparidades acumuladas
nº 22/2011 refe-
para crédito, de acordo com a definição constante da Instrução
-
Crédito em risco / Crédito total
rente ao reporte da Informação sobre crédito em risco].
-
Crédito em risco, líquido / Crédito total, líquido
Em que: I RENDIBILIDADE
Crédito em risco corresponde à soma dos seguintes elementos:
Sempre que seja divulgado algum indicador de rendibilidade, deverão ser publi-
a) Valor total em dívida do crédito que tenha prestações de capital ou cados, adicionalmente, os três indicadores seguintes:
juros vencidos por um período igual ou superior a 90 dias. Os créditos -
Resultado antes de impostos* / Ativo líquido médio
em conta corrente não contratualizados deverão ser considerados -
Produto bancário / Ativo líquido médio
como crédito em risco decorridos 90 dias após a verificação dos des- -
Resultado antes de impostos* / Capitais próprios médios*
cobertos.
*
e de interesses minoritários, se for em base consolidada.
b) Valor total em dívida dos créditos reestruturados*, não abrangidos na
alínea anterior, cujos pagamentos de capital ou juros, tendo estado Produto Bancário = Margem financeira + Rendimento de títulos + Comissões
vencidos por um período igual ou superior a 90 dias, tenham sido líquidas + Resultados de operações financeiras + Resultados em empresas asso-
capitalizados, refinanciados ou postecipada a sua data de pagamento, ciadas e filiais (se for em base consolidada) + Outros resultados de exploração.
sem que tenham sido adequadamente reforçadas as garantias consti- O cálculo do ativo líquido médio e dos capitais próprios médios, para além
tuídas (devendo estas ser suficientes para cobrir o valor total do dos valores daquelas rubricas nos extremos do intervalo, deve incluir, no
capi-
tal e juros em dívida) ou integralmente pagos pelo devedor os mínimo, os valores registados em cada um dos trimestres intermédios.
juros e
outros encargos vencidos.
c) Valor total do crédito com prestações de capital ou juros vencidos há E EFICIÊNCIA
menos de 90 dias, mas sobre o qual existam evidências
que justifi-
Sempre que seja divulgado algum indicador de eficiência, deverão ser publi-
quem a sua classificação com crédito em risco, designadamente a
cados, adicionalmente, os dois seguintes indicadores:
falência ou liquidação do devedor. Em caso de insolvência do deve-
-
(Custos de funcionamento + Amortizações) / Produto Bancário
dor, os saldos recuperáveis poderão deixar de ser considerados em
risco após a homologação em tribunal do
-
Custos com pessoal / Produto Bancário
respetivo acordo ao abrigo
do Código de Insolvência e Recuperação de Empresas, caso não
per- Custos de funcionamento = Custos com pessoal + Fornecimentos e serviços
sistam dúvidas sobre a efetiva cobrabilidade dos valores em dívida.
de terceiros
*
Considera-se como crédito re-estruturado o crédito relativamente ao qual tenha havido
alterações
das respetivas condições contratuais, que se tenham traduzido, nomeadamente, no
alargamento do
prazo de re-embolso, na introdução de períodos de carência ou na capitalização de juros, devido a
dificuldades financeiras do mutuário, independentemente de ter ou não existido atrasos no
paga-
mento das prestações de capital ou juros.
A
E TRANSFORMAÇÃO
Balanço
Sempre que seja divulgado algum indicador de transformação, deverá ser Recursos de bancos centrais, 84.
publicado, adicionalmente, o seguinte indicador: Caixa e disponibilidades em bancos centrais, 1.754.
-
(Crédito total -
Provisões/Imparidade acumulada para o crédito) / Disponibilidades em outras instituições de crédito, 402.
Ativos detidos para negociação, 4.598.
Depósitos de clientes
Outros ativos financeiros avaliados ao justo valor através de resultados, 2.624.
Crédito total corresponde à definição constante da Instrução nº 22/2011
Ativos financeiros disponíveis para venda, 2.152.
referente ao reporte da Informação sobre crédito em risco.
Aplicações em instituições de crédito, 12.564.
Provisões/Imparidade acumulada para o crédito corresponde à definição Passivos financeiros detidos para negociação, 366.
constante da Instrução nº 22/2011 referente ao reporte da Informação Recursos de outras instituições de crédito, 9.518.
sobre crédito em risco. Recursos de clientes e outros empréstimos, 44.500.
Responsabilidades representados por títulos, 8.870.
Depósitos de clientes correspondem aos montantes inscritos nas seguintes
Passivos financeiros associados a ativos transferidos, 362.
rubricas contabilísticas previstas no modelo de reporte de Situação Ana-
Crédito a clientes, 48.000.
lítica anexo à Instrução nº 23/2004:
Derivados de cobertura (saldo credor), 408.
(+) Conta 400: Recursos de clientes: depósitos Derivados de cobertura (saldo devedor), 196.
(-) Conta 34120: Despesas com encargo diferido de operações passivas Provisões, 920.
(associadas ao custo amortizado): recursos de clientes: depósitos Propriedades de investimento, 4.
Passivos por impostos correntes, 66.
(+) Conta 52020: Encargos a pagar: juros e encargos similares: juros de
Outros ativos tangíveis, 824.
recursos de clientes: depósitos
Passivos por impostos diferidos, 2.062.
(+) Conta 53100: Receitas com rendimento diferido: receitas com rendi- Ativos intangíveis, 158.
mento diferido de operações ativas (associadas ao custo amortizado); Outros passivos subordinados, 3.344.
recursos de clientes: depósitos. Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos, 2.418.
Outros passivos, 266.
Ativos por impostos diferidos, 232.
Capital, 3.000.
Ativos por impostos correntes, 6.
Reservas de reavaliação, 304.
$4. Casos práticos Outras reservas e resultados transitados, 330.
Outros ativos, 2.218.
Imparidades acumuladas, 930.
4.1. BALANÇO E DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
Amortizações acumuladas, 150.
Provisões acumuladas, 2.060.
Em 31 de dezembro do ano N, o BANCO apresenta as seguintes contas, sendo os valo-
res expressos em milhões de euros.
Nalgumas contas do balanço e da demonstração de resultados indica-se a natureza do
seu saldo (devedor ou credor).
Demonstração de Resultados
Resolução
Juros e rendimentos similares, 4.694.
, a) Balanço (milhões de euros)
Juros e encargos similares, 2.482.
Impostos, 200. Balanço em 31/12/N
Outros resultados de exploração (saldo credor), 226.
Rendimentos de instrumentos de capital, 160. Ativo Passivo e capital próprio
Rendimentos de serviços e comissões, 418.
Caixa e dispon. em bancos centrais 1.754 Recursos de bancos centrais 84
Depreciações e amortizações, 144.
402 Passivos financ. det. para negociação 366
Provisões líquidas de reposições e anulações, 126. Disp. em outras instituições de crédito
4.598 Recursos de outras instituições crédito 9.518
Encargos com serviços e comissões, 114. Ativos detidos para negociação
Resultados de ativos e passivos avaliados ao justo valor através de resultados O.at.tin. aval ao justo valor atr. result. 2.624 Recursos clientes e outros empréstimos 44.500
(saldo
credor), 4. Ativos finan. disponíveis para venda 2.152 Responsab. representadas por títulos 8.870
Resultados de ativos financeiros disponíveis para venda (saldo
credor), 42. "Aplicações em instituições de crédito 12.564 Pass. finance, ass. a ativos transferidos 362
Outros gastos administrativos, 808.
Grádito a clientes 48.000 Derivados de cobertura 408
Custos com pessoal, 1.034.
Derivados de cobertura 196 Provisões 920
Resultados de reavaliação cambial (saldo credor), 94.
Resultados de alienação de outros ativos (saldo credor), 362. 4 Passivos por impostos correntes 66
Propriedades de investimento
Correções de valor associadas ao crédito a clientes e valores a receber de outros Outros ativos tangíveis 824 Passivos por impostos diferidos 2.062
devedores (saldo devedor), 450. 158 Outros passivos subordinados 3.344
Ativos intangíveis
Imparidade de outros ativos financeiros liquida de reversões e
recuperações (saldo investir, em filiais, assoc. e empr. conj. 2.418 Outros passivos 266
devedor), 10.
"tos por impostos diferidos 232 Capital 3.000
Imparidade de outros ativos líquida de reversões e recuperações (saldo
devedor), 32. 304
"tivos por impostos correntes 6 Reservas de reavaliação
Com base nos elementos do balanço e da 2.218 Outras reservas e resultados transitados 330
demonstração de resultados atrás indicados, Outros ativos
sobre o BANCO, relativos ao ano N, -930 Resultado líquido do exercício 600
-
Imparidades acumuladas
a) Elaborar o Balanço. Provisões acumuladas -2.070
b) Elaborar a Demonstração de Resultados. -
Amortizações acumuladas -150
c) Determinar a sua solvabilidade e rendibilidade, calculando os seguintes rácios: Total 75.000 Total 75.000
*
Rendibilidade do capital próprio com base no resultado líquido do exercício.
Rendibilidade do capital próprio com base no cash flow*.
*
*
Cobertura do ativo total pelos capitais próprios.
*
Cobertura do crédito a clientes pelos recursos de clientes e outros
empréstimos.
*
Cash flow é gual à soma algébrica de:
*
Resultado líquido do exercício.
*
Imparidades.
*
Correções de valor associadas a crédito a clientes e valores a receber.
*
Provisões líquidas de reposições e anulações.
*
Depreciações e amortizações.
*
Resultados de reavaliação cambial.
b) Demonstração de Resultados (mihões de euros)
4.2. INDICADORES SOBRE O SETOR BANCÁRIt
Demonstração de resultados em 31/12/N de resultados da atividade global de 2008 e
Apresentam-se o balanço e à demonstração
estrutural de
2009 do sistema bancário com à variação anual em percentagem e peso
o
Custos cada rubrica em 2009 (dados do Boletim Informativo nº 45/julho de 2010,
da APB).
Proveitos
J é encargos
- Juros e rendimentos similares a) Calcular os indicadores financeiros, económicos
e de produtividade.
Impostos = o resultados de exploração
4694
e b) Criticar, sinteticamente, 05 indicadores
obtidos.
Depreciações é amortizações 1 44 Rendimentos de instrumentos
capital 160
Provisões líquidas de rep. o anulaçõ
es 126 Rendimentos de serviços e comissões E
418 Bal
alanço Milhões de
Encargos com serviços e comissões 114 Result. ativos e pass. justo valor atr. resuit.
=
4
Ativo 31/1208 31/1209 Variação Estr./2009
ativos fin. disponíveis para venda 42
c 1496
tosa amas depor 6.989 6977 0.2%
E
p
a
o SEE GO" 450 Fado enaç de outros ativos ss
embancoscentais
2. Disp. em outras instituições de crédito 3582 3.735 4,3% 0,8%
mandado 0 alvos Ta row Greca o 16.622 14,6% 3,4%
Ativos detidos para negociação 14.508
Imparidade o. ativos líg. rev. e recuper. a2
3. -
4.0. at. tin. aval. ao justo valor através resultados 4.067 3.343 -
17,8% 0,7%
Resultado líquido do exercício
"oo 11,6%
5. Ativos finananceiros disponíveis para venda 40.861 56.438 38,1 Yo
Total 6.000 Total ppm 58.180 66.623 14,5% 13,7%
=
6. Aplicações em instituições de crédito
61,2%
7 Crédito a clientes 289.492 "206572 2,4%
e) Rendibilidade e solvabilidade 8. Investim. detidos até maturidade ASS 7.343 61,8% 1,5%
Capital próprio, : GP:, Cash flow,; CF;; R Rendibilidade do CP, 9. Derivados de cobertura
2140 1.716 -
19,8% 0,4%
Rcp; Resultado do exercício,
RE.
10! Ativos não correntes detidos para venda no 2.206 164,5% 0,5%.
Acp (RE) = RECP = 600/(3.000 + 304 + 330 + 600) = 14,2% 11. Propriedades de investimento
8 51º 537,5% 0,0%
Rep (CF) = (800 + 32 + 10 + 126 + 450 + 144 94) / (3.000 + 304 + 330 + 600) =
12. Outros ativos tangíveis 6390 6412 03%
= 13%
= 29,9% 13. Ativos intangíveis 1466 "as 18,1% 0,4%
nem ent assoe, empr, junto 13.799 16,49
Rácio de solvab ilidade , RS; Ativo total, AT; Crédito a clientes, ' CC;, Rec ursos de cliente
se 15. Ativos por impostos diferidos
123 201 63,4% 0,0%
outros empréstimos, RCOE.
16. Ativos por impostos te 2.148 2.306 74% 0,5%
RS = CP/AT (3.000 + 304 + 330 + 600) / 75.000 Tan
5.6% '
'
Cc obertura do CC por RCOE = RCOE/CC = 44.500/48.000 =
-
-15.253 -3,1%
92,7% 18. Provisões, imparidades e amortizações acum. 12120 258%
450.497 484.703 7,8% 100,0%.
19. Total do Ativo (1+2 +... +17 +18) _ _ -
Passivo Demonstrações de resultados -
milhões de euros
20. Recursos de bancos centrais
13.838 18.133 31,0% 3,7% «
Discriminação 31/12/08 31/12/09 Variação Estr/2009
21. Passivos financ. det. para
negociação "9951 8.614 13,49 1,8%
22. O. pass. fin. aval. ao justo valor através 50. Juros e rendimentos similares 29.315 20.702 -29,4% 192,3%
result. 6.855 5.958 13,19 1,2%
23. Recursos de outras 51 Juros e encargos similares 23.018 15.125 -34,3% 140,5%
instituições crédito 97.018 94558 2.5% 19,5%
24. Recursos clientes e o. 52. Margem financeira (50 -
51) 6.297 5.577 -11,4% 51,8%
empréstimos 183.777 187.570 2,1% 38,7%
25. Responsab. representadas 5, Rendimentos de instrumentos de capital 1.414 1.465 3,6% 13,6%
por títulos 64.212 86.638 34,9% 17,9%
26. Pass. financ. ass. a ativos transferidos
22.808
*
26.828 17,6% 5,5%
Rendimentos de serviços e comisões 2.390
= 2.501 4,6% 23,2%
55 Outros resultados de exploração 1.124 1.221 8,6% 11,3%
27. Derivados de cobertura
2 133 1 451 -
32,0% 0,3%
56. Margem complementar (53 + 54 + 55) 4.928 5.187 5,3% 48,2%
28, Provisões
3.730 3.671 -
1,6% 0,8%
29. Passivos por impostos correntes - 57. Produto bancário (52 + 56) 11.225 10.764 -41% 100,0%
236 201 -
14,8% 0,0%
sa Custos com pessoal 3.082 3.161 2,6% 29,4%
30. Passivos por impostos diferidos
254 355 39,8% 0,1%
59. Gastos administrativos 2.180 2.106 -
3,4% 19,6%
31. Outros passivos
22.539 -
2,0%
32 so Depreciações é amortizações 424 451 6,4% 4,2%
Total do Passivo (20 +21 +...+30+ 89) 427.351 "456076 6,7%
Capital
= 94,1%
61. Provisões líquidas de reposições e anulações 274 -85 -131,0% -
0,8%
62. Correç. val. ass. créd. cl. e val. a rec. o. deved. líq. 1.422 2.759 94,0% 25,6%
33, Capital
16.519 19.061 1 5,4% 3,9%
E Prémios de emissão
1.561 2.175 39,3%
es Imparidades 1.333 645 -51,6% 6,0%
35. Outros instrumentos de
0,4%
e Resultado antes de impostos (57 -
... -
63) 2.510 1.727 --31,2% 16,0%
capital 149 147
1 669,8% 0,2%
36. Reserva de reavaliação 65. Impostos 318 73 -77,0% 0,7%
-
1.163 41 -
96,5% 0,0%
37. Outras reservas e resultados 66. Resultado líquido do exercício (64 -
65) 2.192 1.654 -24,5% 15,4%
transitados 3.971 4716 18,8% 1,0%
38. (Ações próprias) 67.Cash flow (66 + 63 + 62 +61 +60) 5.645 5.424 -
3,9% 50,4%
-64 -65 16% 0,0%
68. VAB (67 + 65 + 58) 9.045 8.658 -
4,3% 80,4%
39. Resultado do exercício
2.192 "654 -
24,5% 0,3%
40. (Dividendos
antecipados) 19 -20 5,3% 0,0%
41. Total do Capital (33 +... + 40) 23.146 28627 287% 5,9%
42. Total do Passivo + Capital
(32 +41) 450.497 484.703 7,6% 100,0%
236 237
ww
Resolução (fiquei aqui)
a) Indicadores
Indicadores 31/12/08 31/12/09 Cálculos de 2009
a) Rendibilidade
Rendibilidade do capital próprio 9,5% 5,8% 66/41 Parte B
Rendibilidade do ativo 0,5% 0,3% 66/19
Idem com base no cash flow 1,3% 1,1% 6719
Margem financeira/ativo financeiro 1,5% 1,2% 52(1+...+9)
CONTABILIZAÇÃO
DE OPERAÇÕES
») Financeiros
Solvabilidade 5,1% 5,9% 4119
Cobertura das imobilizações por cap. próprios 17,4% 130,2% sua +...
1 + 14)
Cobertura do crédito pelos depósitos e emprês
c) Produtividade (em mil euros)
não
de crédito). : ção de posições, curtas ou longas, em cada divisa.
As operações em moeda
estrangeira no tocante à saída de divisas, como é o
Por outro lado, as operações cambiais têm, obviamente, que ser enquadiraçaas caso do financiamento de
é
importações de bens e serviços na moeda do país do
na perspetiva da Balança de Pagamentos, onde é crucial o conceito de ag ente
constituem diminui- Após 2 dias úteis,
exportador, arrastam vendas de divisas e, por consequência,
ções de ativos em moeda estrangeira. 5410 OCR/Op. cambiais a liquidar/Op. cambiais à vista
O respetivo registo contabilístico traduz-se a débito da posição cambial, con- a 1010 CDBC/Dep. à ordem no B. Portugal/Moeda nacional
Analítica do Plano -94001 OCID/Op. cambiais à vista/Com residentes/Venda
cretamente, através da seguinte conta, constante da Situação
de Contas para o Sistema Bancário, -
Câmbio médio do dia superior ao câmbio de compra
5400 Outras contas de regularização/Posição cambial/À vista:
5400 OCR/Posição cambial/Posição cambial à vista
a 8308 GOF/Ganhos em dif. cambiais/O. itens em moeda
No caso de ocorrer uma entrada de divisas (compra), há que creditar a conta estrangeira
anteriormente referida. -
Câmbio médio do dia inferior ao câmbio de compra
Em resumo, as saídas de divisas implicam o débito da posição cambial e as 6908 POF/Perdas em dif. cambiais/O. itens em moeda
estrangeira
entradas de divisas o seu crédito. a 5400 OCR/Posição cambial/Posição cambial à vista
As variações de câmbio nas operações em moeda estrangeira (ME), excluídos
são
os investimentos em entidades estrangeiras, favoráveis e desfavoráveis,
registadas nas contas
ME
8308 Ganhos em op. financeiras/Em diferenças cambiais/O. itens em
6908 Perdas em op.financeiras/Em diferenças cambiais/O.itens em
ME $ 6. Créditos documentári:
6.1. CONCEN
5.3. CONTABILIZAÇÃO
O crédito documentário consiste num acordo pelo qual um banco,
agindo a
Negociação entre instituições de crédito nacionais pedido do seu cliente, o comprador de mercadorias, garante ao beneficiário, o
Contas abertas no banco central das instituições intervenientes vendedor, o pagamento da importância relativa à transação em causa, contra a
Outras contas de regularização, OCR entrega dos respetivos documentos.
Operações cambiais e instrumentos derivados,
OCID Essa transação pode ser a compra e venda de mercadorias, levada a efeito
por
duas pessoas situadas em duas praças, geralmente distantes, domésticas ou não
-
Pela entrada de moeda estrangeira como é o caso de uma operação realizada no espaço nacional ou de uma
opera-
5410 OCR/Op. cambiais a liquidar/Op. cambiais à vista ção de importação ou de exportação.
a 5400 OCR/Posição cambial/Posição cambial à vista
Admitindo as figuras intervenientes de comprador, vendedor, banco emitente
+ 94000 OCID/Op. cambiais à vista/Com residentes/Compra =
eba
banco intermediário, na importação de mercadorias do
estrangeiro, a operação
Após 2 dias úteis, e crédito documentário à vista envolve normalmente as
seguintes fases:
1011 CDBC/Dep. à ordem no B. Portugal/Moeda estrangeira 1º Fase -
Negociação da compra e venda de mercadorias
a 5410 OCR/Op. cambiais a liquidar/Op. cambiais a vista O comprador e o vendedor, respetivamente residentes em
-94000 OCID/Op. cambiais à vista/Com residentes/Compra Portugal e num
país do exterior, após as démarches de negociação entre ambos, acordam
a compra e a venda de mercadorias, ficando o
-
Pela saída de moeda nacional comprador vinculado à
abertura de um crédito documentário através de um banco da sua
5400 OCR/Posição cambial/Posição cambial à vista praça a
favor do vendedor.
a 5410 OCR/Op. cambiais a liquidar/Op. cambiais à vista
+ 94001 OCID/Op. cambiais à vista/Com residentes/Venda
-23 Fase -
Pedido de abertura do crédito
-
Doc umento de seguro (cob
ertura de riscos de transporte desde o domicí
io do vendedor até ao do
Dirigindo-se ao seu banco (banco emitente), O comprador (ordenador) comprador).
preenche um impresso (carta-contrato), no qual
solicita a abertura do cré- -
Certificado de i
origem (prova da origem da mercadoria transacio
nada
dito, indicando as respetivas condições € quais os documentos à exigir ao emitida pelas autoridades
competentes).
vendedor (beneficiário). - úni
Documeno nto único ári
(substitui os formulár ios nacionais ou de outros
uuiz
utili ados para o cum países
-33 Fase -
Emissão da carta de crédito primento das formalidades de expedição de trânsito
ed as que devem ter lugar no ,
país de destino das mercadorias).
O banco emitente analisa a proposta de operação e, caso a aprove, envia -
Fatura consular ou decl
carta informando O ordenador (comprador). Entretanto, após ter recebido aração de carga.
a sua concordância, ou ter acordado com o mesmo outras condições,
-
Certificados de qualidad e de vistoria e
e nota de pesos ou emb
alagens
envia a carta de crédito ao banco intermediário, situado na praça do bene- vári ;
Existem vário s tipos de créditos documentários. Por
ficiário (vendedor). Por vezes, O banco emitente exige do ordenador exem plo os créditos
documentários revo
ou outras. gáveis podem ser alterados ou cancelados pelo
garantias, tais como depósito a prazo, fiança, tente em qualquer altu ra sem aviso p' À banco emi -
vi pré viio ao bene efic
ficiá
iciárriio, cont r ari mente ao que
contr
-43 Fase -
Envio das mercadorias sucede nos créditos
irrevogáveis.
O banco intermediário envia a carta de crédito ao beneficiário (exporta- Os créditos à vista são sê
aqueles em que O pagamento ao beneficiário é
dor ou vendedor). Este sabe quais são Os documentos que deve apresentar loB oap ós a entr exigí Vel
ega dos docum en tos I fazer o re-em bolso > ao
e as condições que tem de cumprir para poder receber o valor da transa-
crédi
asso q que nos créd itos a prazo, o beneficiário só recebe o
valor do crédito depois
das mercadorias para O
ção. Caso esteja de acordo, procede ao envio Ee expirado um determinado
prazo.
comprador (importador) e dirige-se ao banco intermediário entregar
Os
documentos que comprovam à exportação da mercadoria, incluindo o
documento de transporte.
6.2. CONTABILIZAÇÃ
-53 Fase -
Envio dos documentos € pagamentos
Disponibilidades em outras instituiçõ de créd
O banco intermediário, após verificar minuciosamente se os documentos es ito, DOIC
Garantias prestadas e outros
ao envio dos passivos eventuais, GPOPE
que lhe foram entregues estão todos em ordem, procede Outras contas de regu
mesmos para o banco emitente para liquidação na data de receção das larização, OCR
Operações cambiais e instrumentos derivados OCID
mercadorias. Depois de receber os documentos e de 08 analisar, estando ,
tudo em conformidade, O banco emitente informa O importador que Os
emitente entrega-lhe a rela- Pelo registo extrapatr
pode levantar. Na altura da entrega, o banco
-
imonial no início do contrato
emitente liquida a dívida
ção dos débitos a liquidar. Finalmente, O banco + 90040 GPOPE/Gar.pe
ss.inst./Créd.doc.abertos/Res.
ao banco intermediário.
-
Pela cobrança da comissão ao ordenador
Na operação de crédito documentário, a ênfase vai para a análise dos respeti- 400020 Depósitos/De residentes/0. resid
entes/Á ordem
vos documentos. Em geral, os documentos exigidos nesta operação são Os a 8102 OCR/Por garantias
prestadas/Créd. documentários abertos
seguintes:
-
Pela venda de divisas
-
Documento de transporte (conhecimento de embarque, carta de porte para pagamento da importação
aéreo, guia de camionagem, guia de caminho de ferro, documento de 5400 OCR/Posição camb
ial/Posição cambial à vista
a 5410 OCR/Op. cambiais a
transporte combinado, recibo do correio). liquidar/Op cambiais à vista
.
+ 94001 OCID/Operaçõ cambiais à
-
Fatura (na fase da negociação do contrato, usa-se a fatura pró-forma, que es vista/Res./Venda
é uma proposta de venda com as respetivas condições).
-
Pelo recebimento de moeda nacional correspondente
-
O garantido (cliente), a pessoa em nome de quem o banco assume a obri-
gação de pagar.
5410 OCR/Op. cambiais a liquidar/Op. cambiais à vista
a 5400 OCR/Posição cambial/Posição cambial à vista
-
O contragarante (por norma é o garantido), a pessoa que no mesmo con-
+ 94000 OCID/Operações cambiais à vista/Res./Compra trato assume a obrigação de re-embolsar o banco
(garante) dos valores
que este vier a desembolsar se a garantia for executada (no caso de o
-
Pelo débito da conta à ordem do ordenador
contragarante ser um terceiro e se afetar todo o seu património, então
400020 Depósitos/De residentes/O. residentes/À ordem chama-se fiador).
a 5410 OCR/Op. cambiais a liquidar/Op. cambiais à vista -
O beneficiário, que é a entidade perante a qual o banco assume a
-94000 OCID/Operações cambiais à vista/Res./Compra obriga-
ção de pagar certa quantia em dinheiro pela inexecução ou má execução
-
Pela liquidação do crédito documentário da obrigação garantida.
5410 OCR/Op. cambiais a liquidar/Op. cambiais à vista Ao prestarem garantias perante terceiros, os bancos cobram as
respetivas
a 11180 DOIC/Disp. sobre ICE//OIC/Depósitos à ordem comissões.
-94001 OCID/Operações cambiais à vista/Res./Venda
A Situação Analítica contempla as comissões recebidas pela ban-
instituição
cária fora das comissões associadas ao custo amortizado
(garantias prestadas
finan-
compromissos assumidos perante terceiros, operações sobre instrumentos finan
ceiros, serviços prestados e operações realizadas por conta de terceiros e outras).
O mesmo se passa com as comissões pagas pela
$7. Garantias instituição.
7.1. CONCEITO 7.2. CONTABILIZAÇÃ
M GARANTIAS PRESTADAS
As garantias prestadas e recebidas pelas instituições bancárias podem ser
reais e pessoais. Garantias prestadas e outros passivos eventuais, GPOPE
Nas garantias reais, ficam afetas certos bens físicos que garantem O cumpri- Ativos dados em garantia, ADG
mento do contrato (penhor, hipoteca e outros), ao passo que nas garantias pes- -
Garantias pessoais (prestadas) -
garantias e avales
soais, responde, pelo cumprimento do contrato, o património do devedor
e de
+ 90000 GPOPE/G.pess./inst./Garantias e avales/Residentes
outras pessoas garantes da operação garantida.
Observe-se o caso da garantia bancária. Trata-se de um documento emitido -
Garantias pessoais (prestadas) -
créditos documentários
por um banco no qual este se responsabiliza para
com terceiros pela satisfação
+ 90040 GPOPE/G.pess./inst./Cr.doc.abertos/Residentes
de determinadas obrigações, dentro das condições nele estabelecidas (montante,
finalidade, prazo, comissão, contragarantia), caso haja incumprimento por parte -
Garantias reais (prestadas) -
títulos
do devedor. + 90110 GPOPE/Garantias reais (ADG)Titufos/Residentes
O termo de garantia é o documento pelo qual o banco assume a obrigação de
no caso de o garantido o não fazer. Liquidação de garantias reais (prestadas) títulos
-
pagar a um terceiro a importância garantida,
-
Os intervenientes do contrato são os seguintes:
-90110 GPOPE/Garantias reais (ADG)Títulos/Residentes
-
O banco, na qualidade de garante, que assume a obrigação perante o
beneficiário caso este não receba aquilo a que tem direito.
E GARANTIAS RECEBIDAS Diário
Garantias recebidas, GR Empréstimo Interbancário Obtido Crédito Interbancário Concedido
Ativos recebidos em garantia, ARG Obtenção do empr? Concessão do crédito
101 CDBC/DOBP
Garantias pessoais (recebidas) aceites e endossos
- 50.000 000 13142 AIC/AICE/Empr? 10.000 000
3900 ROIC/ROICP/MMiI
+ 91010 GR/Garantias pessoais/instituc./Aceites e endossos/Residentes 50.000 000 101 CDBC/DOBP
10.000 000
Mensualização 1º mês
Mensualização 1º mês
-
Garantias reais (recebidas) -
valores mobiliários 660100 JESAJROIC/PNM 125.000 33031 RR/JAICE/AICE 30.000
+ 91120 GR/Garantias reais (ARG)/Valores mobiliários/Residentes 52010 EPAROIC/país 125.000 790314 JRS/AICE/OIC
30.000
Idem 5 meses
-
Garantias reais (recebidas) -
outros ativos Idem 5 meses
660100 JES/JROIC/P/M 625.000 33031 RR/JAICE/AICE
+ 91180 GR/Garantias reais (ARG)/Outros ativos/Residentes 150.000
52010 EPNROIC/país 625.000 790314 JRS/AICE/OIC
150.000
Liquidação de garantias reais (recebidas) outros ativos
-
Pagamento dos juros
=
-
Recebimento dos juros
-91180 GR/Garantias reais (ARG)/Outros ativos/Residentes 52010 EP/JROIC/país 750.000 101 CDBC/DOBP 180.000
101 CDBC/DOBP 750.000 33031 RRAAICE/AICE
180.000
Re-embolso do empr?
Re-embolso do empr?
3900 ROIC/ROICP/MMI 50.000 000 101 CDBC/DOBP 10.000 000
101 CDBC/DOBP
$8. Casos práticos
50.000 000 13142 AIC/AICE/Empr? 10.000 000
b) Elaboração do balanço
8.1. MERCADO MONETÁRIO INTERBANCÁRIO
Balanço
O BANCO obtém um empréstimo de 50 milhões de euros, junto de um Banco Nacional, à
Inicial Final
taxa de 3%, re-em bolsável no prazo de 6 meses, sendo os juros pagos na data de re- Inicial Final
-embolso. Na mesma data, por razões de estratég ja, concede um crédito interbancário à
101 CDBC/DOBP 40.000 000 3900 ROIC/ROICP/MMI 50.000 000
Sociedade de Investimento, com sede em Paris, no montante d e 10 milhões de euros, 13142 AIC/AICE/Empre 10.000 000 790314 JRS/AICE/OIC
180.000
pelo prazo de 6 meses, à taxa de 3,6%. 660100 JESNJROIC/P/IM 750.000 101 CDBC/DOBP
, -
570.000
a) Contabilizar no diário: 50.000 000 750.000 50.000 000 750.000
« O empréstimo interbancário obtido, a mensualização dos juros, O seu pagamento e
o re-embolso do empréstimo.
+ O crédito interbancário concedido, a mensualização dos juros, O 5 eu pagamento e o
re-embolso do crédito. 8.2. MERCADO DE OPERAÇÕES DE
INTE RVENÇÃ
realizadas
b) Elaborar o balanço inicial e o balanço final do BANCO após as operações No âmbito das operações do mercado de
interve nção (MOI), O BANCO, tendo necessi-
com o Banco Nacional e a Sociedade de Investimento. dade de aplicar fundos excedentários, cede ao Banco de
Portugal, durante os meses de
agosto e setembro, a quantia de 20 milhões de euros, à taxa de 2,5%.
Resolução No dia seguinte, o BANCO teve de recorrer ao Banco de
Portugal para obter 40 milhões
de euros 15 dias, tendo sido acorda da a taxa
a) Contabilização no diário por de 3%, mediante a prestação de garan-
tias reais de igual montante (bilhetes do Tesour
o).
de fundos do BANCO co m o
a) Contabilizar as operações de cedência e obtenção 8.3. ATIVOS TANGÊ
Banco de Portugal.
de fundos. O BANCO compra, no início do ano N-
e
b) Elaborar o balanço final para a cedência obtenção 4, um edifício para uso próprio, no montante de
500 mil euros, liquidável por crédito em
conta, com vida útil de 50 anos, e amortizável
pelo critério de quotas constantes. Por revalorização livre do edifício, reportada a 31 de
Resolução dezembro do ano N, foi-lhe atribuído o valor'de 600 mil
euros.
a) Contabilização a) Considerando que o imposto sobre lucros
atinge 20%, contabilizar as operações refe-
Diário ridas no diário até ao final do ano Ne do ano N
+ 1 e elaborar os respetivos
balanços.
b) Elaborar os balanços previsionais no final dos anos N +
2e N+ 50 (fim da vida útil).
Mol -ce dência de fundos MOI -
obtenção de fundos
concessão fundos Penhor de títulos
Resolução
+ 901100 GPOPE/T/Res. 40.000 000
13008 AIC/AICP/BP/OA 20.000 000
= a) Contabilização no diário e balanços
101 CDBC/DOBP 20.000 000
Obtenção de fundos Ano N-4 31.12.N- Imp.diferidos
101 CDBC/DOBP 40.000 000
ensua lização 1º mês Compra -590021 RID/ANFA. pass. 30.000
42.466 3808 RBC/RBP/O0. rec. 40.000 000
330300 RR/JRSAAIC/AICP/BP 27001 OAT/Imóveis/Edit. "500.000 49100 PIR/PI dif./Ativos
30.000
790300 JRS/JRSNAIC/AICP/BP 42.466
400020 RC/D/OR/Ordem
500.000
Pagamento dos juros
Ano N+1
66000/JES/JRBC/RBP 49.315
Idem 22 mês
2º
= Amortização 5 anos
Amortização
41.096 101 CDBC/DOBP 49.315
330300 RR/JRS/JAIC/AICP/BP 7700 Am. ex/ATimóveis
, 50.000 7700 Am. ex./AT/Imóveis 12.000
790300 JRSAJRSAAIC/AICP/BP 41.096
3600 Am. ac./AT/Imóveis
50.000 3600 Am. ac./AT/Imóveis
12.000
Re-embolso do empr?
31.12.N -
Reavaliação Res.reav. utilizada*
3808 RBC/RBP/0. rec. 40.000 000
Pagamento dos juros
to
Anulação amortiz, 580200 RR/ATUP/JVP 3.000
83.562 101 CDBC/DOBP 40 .000 000
101 CDBC/DOBP 3600 Am. ac./AT/Imóveis 50.000 613 Res. diferidos 3.000
330300 RR/JRS/JAIC/AICP/BP 83.562
580200 RR/ATUP/JVP
50.000
Resgate das garantias
Redução pass./Imp.dif.
-901100 GPOPE/T/Res. 40.000 000
Re-embolso
bolso do empr?
Anulação edifício 49100 PIR/PI dif./Ativos 600
10+ CDBC/DOBP 20000000 580200 RR/ATUP/JVP 500.000 8600 R. por imp. dif/DT/At
600
13008 AIC/AICP/BP/OA 20.000 000 27001 OAT/Imóveis/Edif.
500.000
Transf.para r.transitados
Justo valor edifício 613 Res. transit./l. diferidos
b) Balanço 600
27001 OAT/Imóveis/Edit. 600.000 590021 RID/ATNFA. pass.
Balanço Final 600
580200 RR/ATUPAIVP 600.000
Cedência Obtenção Cedência Obtenção
101 CDBC/DOBP 83.562 790300 83.562
66000/JES/JRBC/RBP 49.315 1 01 CDBC/DOBP 49.315
Balanços em Ne N+1 Resolução
31.12.N+1 31,12.N 31.12.N+1 Diário do Banco
31.12.N
600.000 400020 RC/D/OR/Ordem 500.000 500.000
27001 OAT/Imóveis/Edif 600.000
1I01IN Final 5 meses seg.
62.000 580200 RR/ATUPAIVP 150.000. 147.000
7700 Am. ex./AT/Imóveis 50.000
Ciextrapa trimoni als
patrimoni
30000 29.400 Mensualização/juros
590021 RID/ATNFA. pass. 30.000 29.400 49100 PIR/PI dif./Ativos -
+ 9991 OCE/O. cx. emitidas 50.000 000
12.000
660410 JRRTSCSOb cx 625.000
3600 Am. ac./AT/lmóveis
520400 JRRTSCS/OD. cx. 625 000
613 Res. transit./1. diferidos 2.400
Subs/real.p/déb.conta
8600 R. por imp. dif/DT/At 600 -
400020 RC/D/Ordem "30.000 000
680.000 691.400 s006/N
680.000 691.400
42010
19 RRTSCS/Obgs. 000 000
30.000 Liquidação de juros
520400 JRRTSCS/Ob. cx. "750000
b) Balanços no final de N N+ 2e N+ 50 Subsir cal .«através cx.
Subsyreal 5150 OR cx. 750. 000
100 CDBC/Caixa 20.000 000
N+2 N+ 50 N+2 N+50
4 2010 x
RRTSCS/Obgs. cx. 20.000 000 Pag picrédito em conta
600.000 400020 RC/D/OR/Ordem 500,000 500.000
27001 OAT/Imóveis/Edif 600.000
5150 CORNDORC/Ob. cx. 450.000
144.000 0
7700 Am. ex./AT/Imóveis 74.000 650.000 580200 RR/ATUPAJVP 31/0UN 400020 RC/D/Ords
D/Ordem m 450 000
49100 PIR/PI dif./Ativos 28.800 0
"590021 RID/ATNFA. pass. 28.800 O
Mensualização/juros
3600 Am. at/AT/Imóveis 24.000 600.000
660410 JRRTSCSOb. cx. 125000 Pag? juros ao halção
613 Res. transit./1. diferidos 4.800 120.000
520400 JRRT SEsOb. x 125.000 5150 CORADORCOD.
C/Ob. cx.
ex. 300.000
8600 R. por imp. dif/DT/At 1.200 30.000
-
100 CDBC/Caixa 300.000
-250 000 702.800 1.250 000
702.800 1
considerada para o imóvel, 50 anos.
Utilização de acordo com a vida útil
*
Balanço em 01/01/N e no final do 1º Semestre
01/01N 30/06/N 01/01/N 30/06/N
8.4. OBRIGAÇÕES DE CAIXA 400020 RC/D/Ordem 30.000 000 29.600000 42010 RRTSCS/Obgs. cx. 50.000 000 50.000 000
100 CDBC/Caixa 20.000 000
sendo subscritas e reali- 19.650 000
O BANCO emitiu 50 milhões de euros de obrigações de caixa, -
único em 31/12/N + 4 660410 JRRTSCS/Ob. ex
zadas nos seus balcões em 1/01/N, à taxa de 3%, com re-embolso 750.000
se processam
e pagamento de juros semestral, com início em 1/07/N. As operações que 50.000 000 50.000 000 50.000 000 50.000 000
a restante através de caixa.
por débito em conta atingem 60%, sendo parte
-
Clextrapatrimoniais
+ 9991 OCE/O. cx. emitidas
Elaborar: 50.000 000 50.000 000
e em 1/01/N.
*
Lançamentos no diário da emissão subscrição
e dos 5 meses seguintes pela totalidade.
s
Mensualização dos encargos de janeiro/N
*
Pagamento dos juros do 1º semestre/N.
e.
*
Balanço inicial e no final do 1º Semestr
8.5. OPERAÇÕES EM MOEDA ESTRANGEIRA b) Contabilização passados dois dias úteis (após 2 dias úteis)
O BANCO, em 11/12/N, compra a um cambista, à vista, 100 mil francos suíços (CHF) e, Em CHF Em JPY
no mesmo dia, vende a outro cambista, também à vista, 510 mil ienes (JPY), de acordo Débito/Conta em ME Crédito/Conta em ME
com a tabela de câmbios a seguir apresentada. Considerando que as operações passam 1011 CDBC/DOBP/ME 100.000 5410 OCR/O. C. liquidar/Vista 510.000
pelas contas abertas no banco central em nome dos intervenientes (BANCO e cambis- 5410 OCR/O. €. liquidar/Vista 100.000 1011 CDBC/DOBP/ME 510.000
tas),
-94000 OCID/Res./Compra 100.000 -94000 OCID/Res/Venda
a) Contabilizar no diário do BANCO a compra de CHF e a venda de JPY. 510.000
Em EUR
b) Idem passados 2 dias úteis e elaborar o balanço final. ,
Em EUR
Crédito da conta /Cambista Débito da conta/Cambista
EUR/X (divisa) Compra Vende
5410 OCR/O. C. liquidar/Vista 80.000 o O CDBC/DOBP/MN 5.000
1010 CDBC/DOBP/MN 80.000 5410 OCRIO. C. liquidar/Vista
Franco suíço, CHF 1 25 1,26 5.000
-94001 OCID/R/Venda 80.000. -94000 OCID/Res.iCompra 5.000
Yuan renmimbi da China, CNY 8,52 8,54
Dólar dos USA, USD 1,33 1,34
Balanço final Ativo Passivo Balanço final
*
Ativo Passivo
Em CHF
lene do Japão, JPY 101,50 102,00 = Em JPY
5400 OCR/P. cambial/Vista 100.000 5400 OCR/P. cambial/Vista 510.000
1011 CDBC/DOBP/ME 100.000 1011 CDBC/DOBP/ME 510.000
Resolução Em EUR Em EUR
100.000 CHF/1,25 = 80.000 EUR 5400 OCR/P. cambial/Vista 80.000 5400 OCR/P. cambial/Vista 5.000
510.000 JPY/102,00 = 5.000 EUR 1010 CDBC/DOBP/MN 80.000 1010 CDBC/DOBP/MN 5.000
Diário do Banco
a) Contabilização em 11/12/N 8.6. CRÉDITOS DOCUMENTÁRIC
Em CHF Em JPY Na importação de mercadorias dos USA, em
que o exportador americano exige ao
Compra de CHF à vista Venda de JPY à vista importador nacional a abertura de um crédito documentário a seu favor, intervêm:
5410 OCR/O. C. liquidar/Vista 100.000 5400 OCR/P. cambial/Vista 510.000 * O importador nacional (IMP) e o exportador americano
(EXP), que negociaram a com-
5400 OCR/P. cambial/Vista 100.000 5410 OCR/O. €. liquidar/Vista 510.000 pra e a venda de mercadorias, no montante de 1 milhão de dólares.
100.000 + 94001 OCID/Res./Venda 510.000
*
Banco Nacional, BN (banco do IMP), e Banco Americano, BA
+ 94000 OCID/Res./Compra (banco do EXP).
Em EUR Em EUR
Em 11/12/N, o BN aprova a abertura do crédito documentário a favor
do EXP, através da
Saída EUR à vista . Entrada EUR à vista carta-contrato, no valor de 1 milhão USD, e envia-a ao BA, que a entrega ao EXP. Pas-
5400 OCR/P. cambial/Vista 80.000 5410 OCR/O. €. liquidar/Vista 5.000 sados 4 dias, o EXP entrega os documentos ao BA, referentes às mercadorias, incluindo
5.000 o documento de transporte, o qual, após conferência e
5410 OCRIO. C. liquidar Vista 80.000 5400 OCR/P. cambialNV'ista análise, procede ao seu envio
+ 94000 OCID/Res./Compra 5.000
para o BN. Em 19/12/N, o BN contacta o IMP comunicando-lhe que os documentos estão
+ 94001 OCID/Res./Venda "80.000
em ordem e, em seguida, debita-lhe a sua conta.
Depois, credita a conta do BA infor-
mando-o que pode liquidar o valor da exportação à EXP, sua cliente.
Contabilizar as operações do crédito documentário e elaborar o balanço inicial e final,
8.7. GARAN
sendo a comissão do BN de 0,5% e a taxa de câmbio EUR/USD de 1,25.
O BANCO, em 1/01/N, presta um aval a favor do seu
cliente, relativa a um crédito que lhe
foi concedido por outro banco, no valor de 90 mil
euros, por um ano, cobrando 1% de
Resolução comissão, paga no início do contrato, por débito em conta.
Diário do Banco Na mesma data, beneficia de uma
garantia prestada pelo Banco Nacional (fiança), 1
milhão de euros, por um ano, tendo
pago, de imediato, 0,6% de comissão, através de
VINZIN Débito Crédito Débito Crédito crédito em conta.
Abertura crédito (USD) Débito do IMP a) Contabilizar no diário estas operações.
800.000
b) Elaborar o balanço no final do ano M.
+90040 GPOPE/CDA/Res 1.000 000 400020 RC/D/OR/Res.
5410 OCR/OCL/OC vista 800.000
Resolução
Comissão em EUR (0,5%)
4.000
a) Contabilização
400020 RC/D/OR/Ordem Anulação c/extrap. (EUR)
8102 OCR/GP/CD abertos 4.000 -94000 OCID/Compra 800.000
Aval prestado Débito Crédito
15MZN 19/12/N Garantia prestada
Venda de USD Liquidação/crédito (USD) + 90000 GPOPE/GA/Res
90.000
"5400 OCR/P. cambial vista 1.000 000 5410 OCR/OCL/OC vista 1.000 000 Comissão recebida (1%)
11180 DOIC/OIC/D. ordem 1.000 000
400020 RC/D/NR/Ordem
"540 OCR/OCL/OC vista 1.000 000 900
53880 RRD/ORRD/AOC
Clextrapatrim. (USD) Anulação c/extrap. (USD) 900
Mensualização 1º mês
+ 94001 OCID/Venda 1.000 000 -94001 OCID/Venda 1.000 000
53880 RRD/ORRD/AOC
75
Compra de EUR Anulação abertcrédito
8100 OCR/GP/G. avales
75
5410 OCR/OCL/OC vista 800.000 -90040 GPOPE/CDA/Res 1.000 000
Idem de 11 meses
5400 OCR/P. cambial vista 800.000. 53880 RRD/ORRD/AOC
. 825
Ciextrapatrim. (EUR) Débito Crédito 8100 OCR/GP/G. avales
825
+ 94000 OCID/Compra 800.000 Anulação no final do ano
-90000 GPOPE/GA/Res
90.000
Fiança recebida
Balanço + 91050 GRIFI/Res
1.000.000
Comissão paga (0,6%)
Inicial Final Inicial Final
34888 DED/ODED/Outras
6.000
Em EUR Em EUR 39020 ROIC/D/Ordem
6.000
400020 RC/D/OR/Ordem 4.000 804.000 8102 OCR/GP/CD abertos 4.000 4.000
Mensualização 1º mês
5400 OCR/P. cambial vista 800.000 6801 OCP/Por GR/Fianças e indemn.
= 34888 DED/ODED/Outras
500
Em USD Em USD 500
1.000.000
Idem 11 meses
5400 OCR/P. cambial vista 1.000.000 11180 DOIC/OIC/D. ordem
6801 OCP/Por GR/Fianças e indemn.
5.500
34888 DED/ODED/Outras
5.500
Anulação no final do mês
-91050 GR/FI/Res 1.000.000
b) Balanço no final do ano N
Ativo Passivo
400020 RC/D/NR/Ordem 900
8100 OCR/GP/G. avales 900
688 OCP/O. com. pagas 6.000
39020 ROIC/D/Ordem 6.000
Total 6.900 6.900
Capítulo 9 -
Derivados financeirc
Os derivados financeiros são instrumentos financeiros
que têm por finalidade
a cobertura de riscos assumidos em
operações bancárias e financeiras e outras.
No entanto, também são utilizados em
operações de arbitragem e de especulação.
Existem derivados de primeira geração, como é o caso dos
futuros, swaps e
opções, e derivados de segunda geração, que tem origem nos primeiros, como os
caps, floors e collars.
No domínio das coberturas de risco, a IAS 39 refere três
tipos de relaciona-
mentos, os quais exigem formas de contabilização próprias: coberturas de justo
valor, coberturas de fluxos de caixa e coberturas de um investimento
líquido
numa unidade operacional em moeda estrangeira.
Uma cobertura é considerada altamente eficaz se
alcançar alterações de com-
pensação no justo valor ou nos fluxos de caixa atribuíveis ao risco coberto
durante o período relativamente ao qual a cobertura foi
designada.
Um dos produtos que é utilizado para cobrir o risco de taxa de
juro de um
empréstimo denomina-se FRA (Forward rate agreement), em que uma das con-
trapartes, o comprador, assume pagar juros a taxa fixa à outra, o vendedor, o
qual assume pagar-lhe juros a uma taxa variável, sendo à diferença desses juros
liquidável na data do contrato de empréstimo.
O swap consiste na troca de pagamentos de juros, ou de
capital, ou de juros e
capital, durante um determinado período, repartindo o diferencial de taxas apli-
cáveis às operações subjacentes pelas
contrapartes participantes. Na área das
taxas de juro, existem swaps de taxa variável versus taxa fixa e de taxa variável
versus taxa variável. A repartição do diferencial de taxas depende do poder
Apar dos derivados atrás identificados, denominados derivados de
negocial das partes e contrapartes envolvidas nos swaps. primeira
geração, coexistem os derivados financeiros de segunda
geração, que constituem
Os futuros são outro instrumento financeiro de enorme movimentação nas múltiplas formas requintadas dos primeiros como, por
exemplo, cap, floor e
Bolsas. O futuro é um contrato que dá o direito de comprar ou vender um deter- collar e, no campo das estratégias de
opções, straddle, strangel, strap, butterfly
minado produto, numa certa data futura, a um certo preço. econdor ou box, a seguir definidos:
As opções, que podem ser opções de compra (call options) e opções de venda -
Cap instrumento financeiro de cobertura de risco de taxas de
-
juro variá-
(put options), dão o direito de comprar, ou vender, mas não a obrigação, deter- veis referentes a empréstimos obtidos. O seu
comprador, ao pagar um
minados produtos, em certas condições, na data de vencimento (opções euro- prémio ao vendedor do cap, assegura o pagamento de
juros a uma taxa
peias) ou antes da data de vencimento (opções americanas). fixa máxima, chamada taxa-plafond.
-
Floor instrumento financeiro de cobertura de risco de taxas de
-
juro
variáveis referentes a empréstimos concedidos. O seu
comprador, ao
pagar um prémio ao vendedor do floor, garante o recebimento de
juros a
uma taxa fixa mínima.
$1. Introdução -
Collar constituindo uma alternativa ao
-
cap e ao floor, este instrumento
garante uma taxa máxima e uma taxa mínima, sendo a sua
compra equi-
1.2. CONCEITO valente à compra de um cap e à venda de um
floor e a sua venda igual à
venda de um cap e à compra de um
floor, ou seja, o comprador de um
E TIPOS DE DERIVADOS collar beneficia da cobertura de taxa
apenas dentro dos limites por ele e a
Para minimizar os riscos emergentes das operações que realizam no domínio contraparte acordados.
empresarial, os agentes económicos recorrem a novos instrumentos financeiros, -
Straddle -
estratégia de opções de compra simultânea de um call
(opção
designados vulgarmente por contratos de derivados de cobertura, os quais cons- de compra) e um put
(opção de venda), ou a venda simultânea de um call
tituem um leque de alternativas capazes de dar resposta a este tipo de situações. e um put, com o mesmo ativo
subjacente (underlying), pelo mesmo preço
Paralelamente aos contratos de derivados de cobertura, destinados a cobrir os de exercício (striking
exercise), e igual maturidade (maturity), podendo
riscos de operações praticadas na realidade, outros agentes económicos, os arbi- assumir as formas de straddle
longo (compra) e straddle curto (venda).
tradores e especuladores, realizam também operações com derivados, somente -
Strangel igual ao straddle mas com preço de exercício diferente.
-
na expetativa de obterem bons resultados, sendo designados, neste caso, por
Strap compra de duas opções de compra (calls) e uma opção de venda
- -
derivados de negociação.
(put).
Os instrumentos financeiros classificam-se em:
Butterfly compra de duas opções de compra (calls) de
- -
-
Instrumentos primitivos; e preço de exercí-
cio baixo, venda de duas opções de
compra (calls) de preço de exercício
-
Instrumentos secundários. médio e compra de uma opção de venda
(put) de preço de exercício
Os instrumentos financeiros primitivos são aqueles que resultam da transação baixo.
original, como a compra, venda, emissão e contratação de operações realizadas
-
Condor ou box usado como futuro de
-
índice, transforma uma aplicação
pelas instituições no âmbito das contas a receber (ativos), contas a pagar (passi- de rendimento variável numa
aplicação de rendimento fixo. Consiste
vos) e contas de capital (fundos próprios). basicamente em quatro opções separadas: duas
opções de venda (puis) e
de duas opções de compra
Os instrumentos financeiros secundários são os que têm origem nos instru- (calls).
mentos primitivos, ou básicos, como é o caso dos FRA, swaps, futuros e opções,
sendo designados por derivados, precisamente porque derivam dos instrumentos No contexto da diversidade de derivados
financeiros, atrás assinalados, a
financeiros primitivos. Comissão do Mercado de Valores Mobiliários
(CMVM), em outubro de 2012,
emitiu um documento denominado Produtos
Financeiros Complexos, no qual
começa por referir que «o setor financeiro tem vindo, nos últimos anos, a dispo- -
Depósitos duais
nibilizar aos seus clientes produtos de investimento cada vez mais sofisticados e
Produtos financeiros comercializados ou subscritos em e com
são raros os investidores que os conseguem compreender e avaliar correta- conjunto
nexo de dependência entre eles. Tipicamente, é oferecida a
mente». possibilidade
de realizar um depósito a prazo em
conjunto com a subscrição de um
Apresentam-se a seguir esses produtos financeiros complexos: instrumento financeiro autónomo, por exemplo uma note ou um fundo de
--
Obrigações estruturadas investimento (a taxa de juro a receber na componente
depósito a prazo
está normalmente dependente do capital investido na
Instrumento financeiro que combina uma obrigação com um instrumento componente note).
derivado (ativo subjacente ou indexante), embutido naquela obrigação, -
Caps
pelo que o rendimento atribuído pela obrigação fica, assim, dependente
Produto financeiro através do qual se oferece uma
do desempenho do outro ativo, instrumento ou contrato financeiro e que solução contratual para
limitar as taxas de juro de um crédito contratual obtido, mediante o
pode potenciar ou alavancar esse rendimento. Os indexantes mais
pagamento de um prémio, tendencialmente calculado sobre o montante
comuns são ações, índices (PSI-20, Nikkei 225, Dow Jones ou Nasdaq),
do crédito, com plena autonomia em relação ao crédito em causa.
um cabaz de índices, matérias-primas (ouro, petróleo, cacau), taxas de
câmbio (EUR/USD, CNY/JPY, GBP/CHF e outras). -
Forex Forward
--
Notes ou valores mobiliários representativos de dívida com possibilidade Derivados sobre divisas ou relações monetárias (cross) sob a forma de
de perda de capital operações cambiais, sendo o investidor remunerado de acordo com as
Valores mobiliários em tudo idênticos às obrigações estruturadas, mas diferenças de valorização das moedas em que investe.
com possibilidade de perda de capital na maturidade do produto, podendo -
Exchange Traded Funds (ETF)
revestir várias variantes.
Fundos de investimento abertos admitidos à numa bolsa de
negociação
Certificados valores e que têm como principal objetivo obter uma
performance rela-
-
cionada com o comportamento de um determinado indicador de referên-
Valores mobiliários transacionados em mercado que replicam a evolução
cia (índice, segmento de mercado, ativo, instrumento
do valor do respetivo ativo de referência, refletindo o comportamento financeiro).
desse subjacente. -
United Linked ou contratos de seguro ligados a fundos de investimento
Warrants autónomos Contratos de seguro de vida cujo saldo da apólice se
expressa através de
-
unidades de conta, representativas de fundos autónomos constituídos por
Produtos financeiros habitualmente negociados em mercados de bolsa
ativos do segurador ou por unidades de participação de um ou vários fun-
indexados a ativos negociados em mercados organizados, cuja evolução €
dos de investimento e cuja rendibilidade,
comportamento dependem da evolução desses mesmos ativos. Conferem por conseguinte, está depen-
dente da evolução do valor desses ativos.
ao seu titular o direito, mas não a obrigação, de comprar (call warrant)
ou de vender (put warrant) o ativo subjacente ao qual estão indexados ao -
Obrigações com warrants
preço inicialmente contratado (preço de exercício) e numa data futura Instrumento financeiro que representa um empréstimo por um determi-
igualmente pré-fixada (data de maturidade). nado período, contraído junto dos investidores
pela empresa ou entidade
-
CFD (Contracts for difference) que o emite. Distinguem-se das demais obrigações por darem ao seu
detentor o direito de subscrever uma ou mais
Contrato entre duas partes, tipicamente qualificados o comprador e o ações do seu emitente, nos
prazos e em condições de preço definidos no momento da emissão. No
vendedor, em que se estabelece que o vendedor pagará ao comprador a
fundo, trata-se de uma obrigação que dá ao seu detentor a possibilidade
diferença entre o valor de mercado de um determinado ativo (ações e outros
de vir a ser acionista da empresa emitente no futuro.
títulos) na data de fecho da posição assumida nesse contrato e o seu valor
de mercado na data de abertura da posição assumida nesse contrato.
-
Obrigações convertíveis -
Riscos não financeiros:
Instrumento financeiro que representa um empréstimo por um determi- * Risco de conflitos de interesses, designadamente por força de coincidên-
nado período, contraído junto dos investidores pela empresa ou entidade cia ou ligações entre o emitente, o comercializador e o agente de cálculo.
que o emite. A sua principal característica reside na possibilidade do seu * Riscos jurídicos, como por exemplo, alterações no regime legal de tri-
re-embolso ser convertido em ações da sociedade emitente, nos prazos e
butação ou de transmissão ou no exercício de direitos.
em condições definidas no momento da emissão. Tal como nas obriga-
ções com warrant, este instrumento financeiro possibilita ao subscritor a
possibilidade de vir a ser detentor de uma parcela do capital da sociedade E MENSURAÇÃO DE DERIVADOS
emitente. Um derivado é um instrumento financeiro ou outro contrato que tenha, con-
Ações preferenciais juntamente, as três seguintes características:
Instrumento financeiro que representa uma parcela do capital social da
-
O seu valor altera-se em resposta à alteração numa especificada taxa de
empresa emitente, a qual garante uma taxa pré-definida de dividendos juro, preço do instrumento financeiro, preço de mercadoria, taxa de câm-
acima do dividendo atribuído às ações ordinárias. As ações preferenciais bio, índice de preços ou de taxas, notação de crédito ou índice de crédito,
não conferem, habitualmente, o direito a voto em Assembleia Geral. ou outra variável (por vezes, denominada o subjacente).
-
Não é necessário qualquer investimento líquido inicial ou um investi-
No documento em referência, «Produtos Financeiros Complexos», apontam- mento líquido inicial que seja inferior ao que seria exigido
por outros
-se também alguns riscos em que incorrem estes produtos. tipos de contratos que se esperaria que tivessem uma resposta semelhante
Por exemplo, no instrumento financeiro «Obrigações Estruturadas», os riscos às alterações nos fatores de mercado.
a que estão sujeitas podem ser financeiros e não financeiros. -
É liquidado numa data futura.
--
Riscos financeiros:
O FASB (Financial Accounting Standards Board) considera que todos os
* Risco de perda total ou parcial do capital investido, em caso de re- derivados devem ser reconhecidos como ativos e passivos.
-embolso antecipado ou de insolvência do emitente, ou de perda do
Assim, quando a entidade detém um derivado que lhe confere benefícios futu-
ativo em que se dá a conversão no caso dos reverse convertible securi-
ros, exclusividade e a transação originária desses benefícios já ocorreu, tem-se
ties (note de curto prazo ligada a um ativo subjacente, a qual oferece
um ativo. Do mesmo modo, quando um derivado possuir características de res-
um fluxo sólido de rendimento, devido ao pagamento de uma alta taxa
ponsabilidade presente ou futura que venha a ser liquidada por caixa, existir
de juro. Além disso, na data de vencimento, o seu titular vai receber
particularidade c a transação originária dessas responsabilidades já ocorreu, tem-
100% do valor do título ou, se baixar o seu valor, um número pré-
-se um passivo.
-determinado de ações do ativo subjacente).
Ainda, segundo o FASB, a mensuração dos derivados pelo justo valor (fair
*
Remuneração não garantida.
value) constitui a medida mais importante e adequada para os instrumentos
* Risco de re-embolso antecipado pelo emitente.
financeiros, incluindo os derivados financeiros, uma vez que, perante a elevada
* Risco de liquidez, se não houver admissão à negociação em mercado, volatilidade a que estão sujeitos estes instrumentos financeiros, torna irrelevante
se existir uma reduzida liquidez do mercado, ou se não houver
possibi- qualquer afirmação que considere o custo como base do seu valor.
lidade de re-embolso antecipado por opção do investidor.
Aquele organismo considera, também, que o valor de mercado é a melhor
medida do justo valor dos instrumentos financeiros sempre que a sua adoção
seja exeguível, preconizando que os principais
modelos utilizáveis na sua men-
suração, na ausência de um mercado suficientemente Líquido,
são os seguintes,
devendo à sua avaliação sorte
sa por crheros de cocrentes € cons
sentes do PINHO de Vista fiRancerro
-
Valor atual (present value) dos fluxos de caixa dos instrumentos financei- pagamentos de juros sobre uma dívida de taxa variável) ou a uma transa-
ros que tiveram origem na própria instituição que os detém e não adquiri- ção prevista altamente provável e que ii) possa afetar os lucros ou
prejuízos.
dos no mercado, adotando uma taxa adequada para o efeito e um período Cobertura
-
de um investimento líquido numa unidade
de vida útil apropriado, embora esta abordagem envolva uma certa dose operacional estran-
geira tal como definido na IAS 21 o investimento líquido numa uni-
-
de subjetividade. dade operacional estrangeira corresp
onde à quantia do interesse da enti-
-
Valor obtido através de modelos aplicáveis em opções, como os modelos dade que relata nos ativos líquidos dessa unidade
operacional.
de Black & Scholes, o modelo binomial e outros modelos utilizáveis ade-
quadamente para efeito.
o
E QUALIFICAÇÃO DE DERIVADO DE COBERTURA
-
Valor de reposição, que corresponde ao preço que teria de pagar-se na
De acordo com a citada IAS 39, parágra 88, um relacionamento
aquisição de um bem em condições de utilização e funcionamento seme- fo de cober-
tura qualifica-se para contabilidade de cobertura
lhantes ao bem existente. se, e apenas se, satisfazer todas
as seguintes condições:
A Situação Analítica mensal contempla os derivados de cobertura e os deri- -
No início do processo de cobertura, existe
designação e documentação
vados de negociação, englobando-se, nestes últimos, as chamadas operações de formais do relacionamento de cobertu ra e do objetivo e estratég ia da
arbitragem e de especulação. A relevação contabilística
dos derivados financei- gestão de risco da entidade para levar a efeito.a cobertu devendo tal
ra,
ros tem lugar nas contas: documentação incluir a do instrumento
identifi cação de cobertu ra, o item
16 Ativos financeiros detidos para negociação. ou transação coberto, a natureza do risco a ser coberto e a
forma como a
21 Derivados de cobertura com justo valor positivo. entidade vai avaliar a eficácia do instrumento de cobertura na
compensa-
43 Passivos financeiros de negociação. ção da exposição a alterações no justo valor ou fluxos de caixa do item
44 Derivados de cobertura com justo valor negativo. coberto atribuíveis ao risco coberto.
941 e 942 Instrumentos de negociação e Instrumentos de cobertura.
Espera-se que a cobertura adotada seja altamente eficaz ao conseguir alte-
-
rações de compensação no justo valor ou fluxos de caixa atribuíveis ao
risco coberto, consistentemente com a
estratégia de gestão de risco origi-
1.2. COBERTURA DE RISCO nalmente documentada para esse relacionamento de cobertu
ra em parti--
cular.
A norma IAS 39 refere que a contabilidade de cobertura reconhece os efeitos -
Quanto a coberturas de fluxos de caixa, uma transação
de compensação nos lucros ou prejuízos das alterações nos justos valores do prevista que seja
objeto de cobertura tem de ser altamente provável e tem de apresen
instrumento de cobertura e do item coberto. tar
uma exposição a variações nos fluxos de caixa
que poderia em última
análise afetar os lucros ou prejuízo
s.
E TIPOS DE RELACIONAMENTOS DE COBERTURA DE RISCO A
-
eficácia da cobertura poder ser fiavelmente mensur
ada, isto é, o justo
O parágrafo 86 desta norma especifica três tipos de relacionamentos de valor ou os fluxos de caixa do item coberto
que sejam atribuíveis ao risco
cobertura: coberto e ao justo valor do instrumento de cobertura
podem ser fiavel-
-
Cobertura de justo valor -
uma cobertura da exposição às alterações no mente mensurados.
justo valor de um ativo ou passivo reconhecido ou de um compromisso -
A cobertura é avaliada numa base contínua e efetivamente determinada
firme não reconhecido, ou de uma porção identificada de tal ativo, pas- como tendo sido altamente eficaz durante todo o
período de relato finan-
sivo ou compromisso firme, que seja atribuível a um risco particular e ceiro para o qual a cobertura foi designa
da.
possa afetar os lucros ou prejuízos.
No Apêndice da IAS 39, AGI05 estão as
-
Cobertura de fluxo de caixa uma cobertura da exposição à variabilidade
- contem pladas condiçõ es exigida s
para que uma cobertura seja altamente eficaz, a qual deve ser avaliad no
nos fluxos de caixa que i) seja atribuível a um risco particular associado a a,
um ativo ou passivo reconhecido (tal como todos ou alguns dos futuros
mínimo, no momento em que a entidade prepara as suas demonstrações finan- mensurado pelo custo; o reconhecimento do
ganho ou perda atribuível ao
ceiras anuais ou intercalares. risco coberto nos lucros ou prejuízos aplica-se se o item coberto for um
Essas condições são as seguintes: ativo financeiro disponível para venda.
--
No início da cobertura e em períodos posteriores, espera-se que a cober- e COBERTURA DE FLUXOS DE CAIXA
tura seja altamente eficaz em alcançar alterações de compensação no
Se uma cobertura de fluxo de caixa também satisfizer
justo valor ou nos fluxos de caixa atribuíveis ao risco coberto durante o aquelas condições assi-
naladas, ela deve ser contabilizada como se segue:
período relativamente ao qual a cobertura foi designada. Uma tal expeta-
tiva pode ser demonstrada de várias formas, incluindo uma comparação -
À porção do ganho ou perda resultante do instrumento de cobertura
que
das alterações passadas no justo valor ou nos fluxos de caixa do item seja determinada como uma cobertura eficaz deve ser reconhecida dire-
coberto que sejam atribuíveis ao risco coberto com as alterações passadas tamente no capital próprio por meio da
demonstração de alterações no
no justo valor ou nos fluxos de caixa do instrumento de cobertura, ou capital próprio.
pela demonstração de uma elevada correlação estatística entre o justo -
À porção ineficaz do ganho ou perda resultante do instrumento de cober-
valor ou fluxos de caixa do item coberto e os do instrumento de cober- tura deve ser reconhecida nos lucros ou
prejuízos.
tura. A entidade pode escolher um rácio de cobertura diferente de um
para um de forma a melhorar a eficácia da cobertura, e COBERTURAS DE UM INVESTIMENTO LÍQUIDO
-
Os resultados reais da cobertura estão dentro do intervalo 80-125%. Por As coberturas de um investimento líquido numa unidade
operacional estran-
exemplo, se os resultados reais forem tais que a perda no instrumento de geira, incluindo uma cobertura de um item monetário que seja contabilizada
cobertura corresponder a 120 unidades monetárias e o ganho no instru- como parte do investimento líquido, devem ser contabilizadas de forma
seme-
mento de caixa corresponder a 100, a compensação pode ser mensurada lhante às coberturas de fluxo de caixa:
por 120/100, que é 120%, ou por 100/120, que é 0,83%. Neste exemplo, -
À porção do ganho ou perda resultante do instrumento de cobertura
que
presumindo que a cobertura satisfaz a condição anterior, a entidade con- seja determinada como uma cobertura eficaz deve ser reconhecida dire-
cluiria que a cobertura tem sido altamente eficaz. tamente no capital próprio por meio da
demonstração de alterações no
capital próprio.
EE FORMAS DE CONTABILIZAÇÃO -
À porção ineficaz deve ser reconhecida nos lucros ou prejuízos.
Neste domínio há que considerar as formas de contabilização das coberturas
de justo valor, de fluxos de caixa e de investimento líquido.
1.3. AGENTES INTERVENIEN]
e COBERTURAS DE JUSTO VALOR
À mesma norma internacional de contabilidade preconiza que, no caso da As operações realizadas no âmbito dos mercados de derivados
financeiros,
cobertura do justo valor satisfazer todas as condições atrás mencionadas, ela mormente futuros e opções, têm tido um desenvolvimento extraordinário em
deve ser contabilizada da seguinte forma: todo o mundo, embora por vezes tenham despoletado situações de crise,
algu-
mas das quais de extrema gravidade. Os
-
O ganho ou perda resultante da remensuração do instrumento de cober- agentes intervenientes na materializa-
tura pelo justo valor (para um instrumento de cobertura derivado) ou do ção dessas operações são os seguintes:
Hedgers, especuladores e arbitradores.
-
componente de moeda estrangeira da sua quantia escriturada mensurado
de acordo com a [AS 21 (para um instrumento de cobertura não derivado)
-
Market makers.
deve ser reconhecido nos lucros ou prejuízos. -
Corretores.
-
O ganho ou perda resultante do item coberto atribuível ao risco coberto
-
Câmaras de compensação.
deve ajustar a quantia escriturada do item coberto e ser reconhecido nos
lucros ou prejuízos; isso aplica-se se o item coberto for de outra forma
I HEDGERS M MARKET MAKERS
O mercado de bens futuros terá tido origem na necessidade dos produtores de Trata-se de bancos e outras instituições financeiras
que atuam em determina-.
bens agrícolas procurarem proteger os preços de venda dos seus produtos em dos mercados, especializados em determinados
produtos e serviços financeiros,
épocas de colheita contra as baixas de preços de mercado. Da mesma forma,
os que assumem posições por conta própria, ou por conta de terceiros.
consumidores pretendiam também garantir os preços de compra, firmados com Dotados de elevados níveis de experiência e
competência e tendo acesso a
os produtores, nas épocas de consumo.
informação privilegiada, face à posição que ocupam nos mercados monetários,
Os hedgers são os indivíduos que buscam eliminar os riscos provenientes de financeiros e cambiais, os market makers são autênticos
especialistas nas opera-
perdas com as oscilações de preços. Dividem-se em hedgers de venda, aqueles ções que realizam, sabendo discernir, em qualquer momento, os negócios
que
que procuram proteger-se de eventuais variações negativas dos preços, receando oferecem melhores perspetivas aos investidores, além de
conseguirem operar
que os preços baixem, e hedgers de compra, aqueles que procuram proteger-se com baixos custos operacionais.
contra possíveis variações positivas de preços, receando que os preços subam.
Tal conceção aplica-se, igualmente, a detentores de ações e outros títulos E CORRETORES
sujeitos a volatilidade, a taxas de juro de empréstimos concedidos e obtidos, a Os hedgers, os arbitradores e os especuladores, ao materializarem as suas
taxas de câmbio de divisas e a valores de outros instrumentos financeiros, nas
operações bolsas, recorrem aos corretores que estão posicionados Junto das
incluindo os derivados. câmaras de compensação e que desfrutam de
condições privilegiadas, incluindo
o acesso a informaçãoprivilegiada, dentro das normas que lhes são aplicáveis.
E ESPECULADORES Os corretores, muitos dos são sociedades
quais corretoras, engrossam o uni-
O especulador é uma pessoa que visa realizar negócios com exposição ao verso de intermediários no mercado de derivados,
designadamente no mercado
risco, ou seja, a sua atividade principal não se relaciona com o bem objeto do de futuros, cujas operações têm assumido um desenvolvimento
extraordinário,
contrato de derivados e assume posições no mercado expondo-se ao risco de movimentando somas astronómicas distribuídas por um número infindável de
oscilações de preços e de taxas. operações.
Portanto, a preocupação essencial do especulador é o aumento do seu capital Para diminuir o risco de liquidação dos derivados, foram criadas as bolsas de
e não o recebimento de dividendos, enquanto o investidor está motivado para valores, as quais assumem uma projeção dominante nas principais mun-
praças
receber, com alguma regularidade, os dividendos do capital aplicado, garantir a diais, funcionando junto de si as chamadas câmaras de compensação
(clearing
segurança do investimento original e, se possível, concretizar a acumulação do houses).
seu capital, não assumindo riscos significativos. O papel dos corretores é precisamente garantir o normal funcionamento das
bolsas, ou seja, assegurar a realização das operações desde o início até ao fim,
ARBITRADORES em especial na liquidação de posições assumidas,
EH
porquanto, caso alguns dos
clientes não honrassem os seus compromissos,
A arbitragem, no mercado financeiro, é uma operação que tem em vista tirar poderiam ficar numa situação
delicada e difícil, perdendo mesmo a confiança no sistema.
proveito das diferenças de preço de produtos em dois mercados diferentes ou,
ainda, das expectativas futuras de mudanças nessas diferenças.
E CÂMARAS DE COMPENSAÇÃO
A pessoa ou empresa que opera em diversos mercados simultaneamente com
o intuito de obter lucros em distorções momentâneas de preços é chamada arbi- As câmaras de compensação (clearing houses) facilitam a transferência de
trador ou arbitragista. Este agente é, pois, um participante do mercado que pro- recursos entre as partes contratantes e os seus
agentes nos mercados futuros,
cura um lucro sem risco, através da realização de operações simultâneas em dois organizando o registo, a liquidação e a compensação de operações financeiras de
ou mais mercados, aproveitando-se da deficiente formação de preços. uma Bolsa, socorrendo-se de dois instrumentos fundamentais
que garantem a
sua liquidez:
Na realidade, sempre que um determinado ativo tem, ao mesmo tempo, pre-
ços diferentes em dois mercados, o que acontece com alguma frequência, surge O ajustamento financeiro diário, face à evolução das
-
cotações dos deriva-
uma oportunidade de arbitragem. dos transacionados em Bolsa.
-
A margem de garantia, constituída por dinheiro e outros valores a As importâncias referentes a diferenciais de juros recebidos, ou pagos, na data
estabelecer pela Bolsa, como ouro, títulos públicos ou privados e ações. de liquidação e resultantes de contratos de cobertura, são
periodizadas durante o
prazo da operação e imputadas às contas de custos ou de proveitos associadas
Com o ajustamento diário, as posições mantidas pelos clientes nos contratos
aos elementos do passivo ou do ativo que foram
futuros são regularizadas diariamente, o que permite que os débitos e os créditos objeto de cobertura, no caso de
FRA de cobertura de fluxos de caixa. No período entre as datas de contratação e
sejam liquidados antes da data de vencimento do contrato.
liquidação de FRA, as variações de justo valor são reconhecidas em reservas
As câmaras de compensação são geralmente associações constituídas por
(capital próprio).
membros de compensação (clearing members) que capitalizam a empresa. Elas
Os contratos de negociação são reavaliados, no mínimo, no fim de cada
mês,
podem existir como uma divisão de Bolsas capitalizadas e fortes, ou como sendo as diferenças negativas ou positivas daí resultantes
registadas respetiva-
empresas independentes. mente a débito e a crédito em contas apropriadas para o efeito. Posteriormente,
Em Portugal, a Bolsa de Valores de Lisboa e Porto, resultante da fusão, em na data de liquidação, as importâncias recebidas ou
pagas são relevadas nas
1999, da Bolsa de Valores de Lisboa com a Bolsa de Derivados do Porto, pas- contas de proveitos ou custos.
sou, em 2002, a designar-se Euronext Lisbon.
Uma das características do FRA é a fixação da taxa baseada numa
importân-
A Euronext é uma empresa que controla os mercados de capitais de Paris, cia teórica, já que não envolve qualquer movimentação de fundos entre os seus
Amesterdão, Bruxelas e Lisboa, além da LIFEE (London International Finan- intervenientes, em relação à qual se fazem os cálculos dos não existindo
"juros,
cial Futures and Options Exchange). A fusão da Euronext, em abril de 2007, em princípio nenhuma limitação sobre o montante do contrato.
Todavia, estes
com a NYSE (New York Stock Exchange), originou a NYSE Euronext, com sede contratos, bem como outros sobre derivados financeiros, contam para o cálculo
nos Estados Unidos da América do Norte. Em 2008, esta bolsa comprou a AMEX do rácio de solvabilidade das instituições de crédito,
cujo valor mínimo exigido
ficando a denominar-se NYSE Altemext U.S. pelas instituições competentes é de 8%.
Outra característica é o prazo de diferimento, ou seja, o
período que decorre
desde a data do contrato do FRA até à data do contrato da
operação de crédito
subjacente. Tal operação vence juros a uma taxa variável e, naturalmente, ape-
2. FRA -
Contrato a prazo de taxa de juro nas é conhecida na data do respetivo contrato.
Uma operação FRA com a seguinte simbologia, FRA» x 8 significa
que:
-
À data que medeia entre a data de assinatura do contrato FRA e a data em
CONCEITO que se assina o contrato de crédito é igual a 2 meses.
-
O prazo que decorre desde a data de assinatura do contrato FRA até à
O contrato a prazo de taxa de juro, na terminologia inglesa, forward rate
data de liquidação do empréstimo subjacente ascende a 8 meses.
agreement, designado abreviadamente por FRA, é um contrato em que uma das
partes interveniente, o comprador, se obriga a pagar juros a uma taxa fixa sobre -0 prazo contratual do crédito atinge 6 meses (8 -
2).
um determinado capital à contraparte, o vendedor, que assume, em contrapar-
Assim, na contratação de FRA, assinado entre os dois o com-
tida, o compromisso de pagamento de juros a uma taxa variável. intervenientes,
prador aposta no pagamento de juros sobre um determinado capital a uma taxa
O risco intrínseco para o vendedor do FRA reside na subida de taxa de juro e
fixa ao vendedor e, inversamente, este aposta no pagamento de
juros a uma taxa
para o comprador na sua descida. Portanto, após a assinatura do contrato FRA, o variável sobre o mesmo capital ao comprador.
comprador já sabe qual é o encargo que vai ter com a operação, ao passo que o
A fórmula utilizada para determinar o valor da diferença a regularizar
vendedor fica sujeito às vicissitudes que podem ocorrer na taxa indexante. pelo
mutuário, D, que é o comprador do FRA, na data de assinatura do contrato do
Para as operações FRA, o Plano de Contas para o Sistema Bancário determina
crédito, coincidente com a data de liquidação do FRA, é a seguinte:
que o seu registo deve ser feito em contas extrapatrimoniais pelo montante teó-
rico dos contratos, sendo o registo anulado na data de liquidação. Tais contratos D = Cx((ic.ip)xn/365)/(I +icxn/365)
podem ser de cobertura (hedging) ou de negociação (trading).
Sendo: Há então que calcular a diferença, D, que o BANCO recebe do Banco B na data de con-
tratação do empréstmo, pois a taxa deste, ic (8%), é superior à do FRA ir(7%)
D, a diferença a regularizar entre as partes envolvidas.
FRA (fixa). D = 500.000 x ((0,08 0,07) x 6/12) / + 0,08 x 6/12) = 2.404 euros
as taxas de juro do crédito (variável) e do
-
(1
ic € ir,
C, o valor do crédito. Posteriormente, no final do semestre, o BANCO os à IC, à taxa de 8%, no
paga juros início
o prazo do crédito em dias com o ano igual a 365 dias ou, por
sim- valor de 20.000 euros. Com já tinha recebido 2.404 euros do Banco B, no
n, NIcIO do
semestre, o encargo efetivo atinge 17.596 euros, o que equivale a uma taxa de cerca de
plificação, 12 meses.
7%, valor garantido pelo contrato FRA, como seguidamente se apresenta:
A diferença D pode ter um valor negativo, positivo ou nulo, o que resulta da
taxa do crédito ser inferior, superior ou igual à taxa do contrato
FRA. Logo, na
Juros Euros
na 2º
1º situação, o comprador do FRA paga ao vendedor o valor da diferença e, 1. Pagos pelo BANCO à IC 20.000
situação, recebe do vendedor essa diferença. 2. Recebidos do Banco B 2.404
de refe-
Corno se depreende, o comprador apenas suporta juros sobre o capital 3. Custo efetivo do BANCO (1
a taxa do cré-
-
2) 17.596
rência a uma taxa fixa, a taxa do FRA, sendo-lhe indiferente que
dito subjacente ou de base suba ou desça, uma vez que ele já
cobriu o risco de
confrontado com a
subida de taxa de juro. Pelo contrário, o vendedor vê-se No caso de se aplicar a taxa do FRA, 7%, resultam
juros de 17.500 euros. A diferença de
subida da taxa variável. 96 euros, em relação ao valor efetivo, 17.596 euros, deve-se à
regularização (anteci-
Os FRA também se utilizam para fins de arbitragem e de especulação, trata- pada), feita no mês 3, como consta no acordo FRA, e não no mês 9, altura em
que o
FRA de negociação para efeitos do competente registo BANCO paga os 20.000 euros de juros à IC.
dos nestes casos como
contabilístico.
b) Euribor igual a 3%
Aplicando a fórmula para calcular a diferença a regularizar, vem:
EXEMPLO
D = 500.000 x ((0,06 -
0,07) x 6/12) / + 0,06 x 6/1 2) = -2.427 euros
mil euros a con- (1
O BANCO obtém da Instituição de Crédito, IC, um empréstimo de 500
tratar a 3 meses, altura em que os fundos lhe são entregues.
Tal empréstimo é liquidado
º
caso, BANCO, no final do mês 3, tem de entregar 2.427 mil euros ao Banco B.
integralmente no fim de 6 meses, à
taxa Euribor + 3%. Receando a subida da Euribor, o N o fim do mês 9, paga 15.000 euros de juros à IC (500.000 x 6%/2), o que implica 17.427
BANCO contrata com o Banco B um FRAs x 9, à taxa de juro de 7%. euros de juros efetivos, valor próximo do apurado na alínea
anterior, 17.596.
Calcular:
e o Banco B, com a Euribor de 5% na data
a) A diferença a regularizar entre O BANCO
do contrato de empréstimo com a IC (na data do contrato FRA atinge 4%).
2.2. CONTABILIZAÇÃO
b) Idem com a taxa Euribor igual a 3%.
E FRA DE COBERTURA
Resolução OCID Operações cambiais e instrumentos derivados
-
a) Euribor igual a 5% CPTJ -
Contratos a prazo de taxa de juro
do FRA) e IC
Intervenientes: BANCO (mutuário e comprador do FRA), Banco B (vendedor ICAC -
Instrumentos de cobertura no âmbito de coberturas
(mutuante do empréstimo). ICVJV -
Instrumentos cobertos valorizados ao justo valor
O BANCO assina, no início do mês 1, o contrato FRA com o
Banco B em que aquele JRS Juros e rendimentos similares
-
O BANCO e a IC contratam o empréstimo JES Juros e encargos similares
garante a taxa fixa de 7%. Decorridos meses,
3 -
a taxa de
de 500 mil euros à taxa Euribor + 3%. Como a Euribor, nessa data, atinge 5%, JRSOAF JRS de outros ativos financeiros
-
+
juro aplicável ao empréstimo é de 8% (5% 3%).
-
Na data da contratação -
compra
-
residentes
*
Liquidação desfavorável -
FRA com JVN
+ 94210 OCID/Instrumentos de cobertura/CPTJ (FRA)-cob./Residentes Pagamento da diferença
4410 Derivados de cobertura com JVN/Cobertura de fluxos
não residentes de caixa/FRA
-
Na data da contratação -
compra
-
a 101 Caixa e disp. em bancos centrais/DO no
Banco de Portugal
+ 94211 OCID/Instrumentos de cobertura/CPTJ (FRA)-cob./Não residentes
Transferência da diferença para custos
-
Reavaliação entre as datas de contrato e de liquidação 660610 JES/JES/JDC/Cobertura de fluxos de caixa/FRA
a 580311 Reservas
* FRA com justo valor positivo (JVP): reavaliação/ICACde fluxos de caixa/ICVJV/JVN
Variações positivas A contabilização destas operações na escrita do vendedor de FRA
é seme-
2110 Derivados de cobertura com JVP/Cobertura de fluxos de caixa/FRA lhante à indicada anteriormente, considerando
que, neste caso, o ganho do ven-
a 580310 Reservas reavaliação/ICAC de fluxos de caixa/ICVJVIJVP dedor constitui uma perda para o
comprador € vice-versa.
Variações negativas Com efeito, se a diferença entre as taxas de
Juro do empréstimo subjacente e
do FRA é negativa, o vendedor recebe do
580310 Reservas reavaliação/ICAC de fluxos de caixa/ICVJVIJVP comprador o respetivo montante, veri-
a 2110 Derivados de cobertura com JVP/Cobertura de fluxos de caixa/FRA
ficando-se o contrário quando aquela
diferença é positiva.
O mesmo sucede nos FRA de negociação, cuja
* FRA com justo valor negativo (JVN): contabilização se apresenta a
seguir.
Variações positivas
4410 Derivados de cobertura com JVN/Cobertura de fluxos de caixa/FRA E FRA DE NEGOCIAÇÃO
a 580311 Reservas reavaliação/ICAC fluxos de caixa/ICVJVAJVN
-
Na a data do contrato -
compra -
residente
Variações negativas + 94110 OCID/Instr. de
negociação/CPTJ (FRA)-neg./Residentes
580311 Reservas reavaliação/ICAC fluxos de caixa/ICVJV/IJVN
a 4410 Derivados de cobertura com JVN/Cobertura de fluxos de caixa/FRA Reavaliação entre as datas de contrato
-
e de liquidação
-
Na data do encerramento do contrato
*
Variações positivas de FRA com justo valor positivo (JVP)
1610 AFDN/Instrumentos derivados c/JVP/FRA
Anulação em contas extrapatrimoniais a 83210 Ganhos em oper. financ./Instrumentos
derivados/FRA
Contraparte residente
-94210 OCID/Instrumentos de cobertura/CPTJ (FRA)-cob./Residentes
*
Variações negativas de FRA com justo valor positivo (JVP)
69210 Perdas em oper. financ./Instrumentos derivados/FRA
Contraparte não residente a 1610 AFDN/Instrumentos derivados c/JVP/FRA
-94211 OCID/Instrumentos de cobertura/CPTJ (FRA)-cob./Não residentes *
Variações positivas de FRA com justo valor negativo (JVN)
FRA com JVP 4320 Pass. fin de negociação/Instr. derivados c/JVN/FRA
«
Liquidação favorável
-
a 83210 Ganhos em oper. financ./Instrumentos
derivados/FRA
Recebimento da diferença
101 Caixa e disp. em bancos centrais/DO no Banco de Portugal
*
Variações negativas de FRA com justo valor negativo (VN)
a 2110 Derivados de cobertura com JVP/Cobertura de fluxos de caixa/FRA 69210 Perdas em oper. financ./Instrumentos derivados/FRA
4320 Pass. fin. de negociação/Instr. derivados c/JVN/FRA
Transferência da diferença para proveitos
580310 Reservas reavaliação/ICAC de fluxos de
caixa/ICVJVINVP
a 7906510 JRS/JRS/JRSOAF/JDC/Cobertura de fluxos de caixa/FRA
-
Na data de liquidação do contrato Swaps ocorrem também entre dois bancos ou outras i
nstituições financeiras par:
cobrir posições abertas assumidas.
*
Anulação do registo em contas extrapatrimoniais.
-94110 OCID/Instr.de negociação/CPTJ (FRA)-neg./Residentes Os swaps, além de poderem
aplicar-se a operações de cobertura de taxas de
juro (interest rate swaps), também se aplicam a
operações de cobertura de cota-
*
Pagamento da diferença
-
FRA com JVN ções de divisas (currency swaps).
4320 Pass. fin de negociação/Instr. derivados c/JVN/FRA Os swaps de taxas de juro
abrangem os swaps de taxa fixa versus taxa variá-
a 101 Caixa e disp. bancos centrais/DO no Banco de Portugal vel (coupon swaps) e os
swaps de taxa variável versus taxa variável (basis
FRA com JVP swaps), podendo, em qualquer deles, haver
* Recebimento da diferença -
lugar a intermediação bancária ou
financeira.
101 Caixa e disp. bancos centrais/DO no Banco de Portugal
Os swaps cambiais englobam os
a 1610 AFDN/Instrumentos derivados c/JVP/FRA swaps simples (foreign exchange SWaps) e Os
swaps de taxa de câmbio versus taxa de juro
(cross-currency interest rate
swaps). Os swaps de taxas de juro e de divisas são utilizados
para estruturar ati-
vos e passivos, sobretudo em
empresas com razoável dimensão e envolvidas em
avultados negócios, geralmente de âmbito
internacional.
$3. SWAPS
3.2. SWAPS DE TAXAS DE
3.1. CONCEITO
Os swaps de taxas de juro, sendo
instrumentos financeiros de cobertura de
Um swap consiste na troca de pagamentos de juros, ou de capital, ou de juros risco de taxas, podem consistir na troca de um
taxa fixa por uma taxa variável,
e capital, entre duas entidades, durante um determinado período, de acordo com designados, na terminologia inglesa, por coupon
swaps, ou na troca de uma taxa
as condições estabelecidas no respetivo contrato. variável por uma taxa também
variável, basis swaps, como atrás se mencionou.
A concretização de uma operação swap, para além de exigir capitais e prazos
iguais, só é possível desde que ambos os intervenientes estejam de comum H TAXA FIXA VERSUS TAXA VARIÁVEL
acordo, ou seja, que possuam sólidas expectativas de poderem vir a beneficiar de
Trata-se de um acordo entre duas
vantagens comparativas, quer em situações de cobertura de risco de taxas de e Partes em que uma delas
de pagar uma taxa fixa e a outra assume
adquire o direito
a obrigação de
juro, quer em situações de cobertura de risco cambial o que, neste último caso,
taxas a uma taxa
pagar juros
variável, em relação a um determinado
também envolve risco de taxas de câmbio. capital, que não chega a ser mutuado
entre elas. Portanto, uma delas
aposta assim numa taxa de juro fixa e a outra
A entrada no mercado de swaps exige, obviamente, uma análise cuidada e parte, ao contrário, aposta numa taxa variável, indexada a uma
taxa flutuante.
abrangente por parte dos agentes interessados sobre as condições existentes e Pode suceder que, no mercado, surjam duas empresas, financeiras ou não
futuras que poderão vir a afetar, negativamente, a sua intervenção, designada-
financeiras, com ratings diferentes e, por
mente o risco de incumprimento do crédito da contraparte, o risco de taxa de conseguinte, com acesso ao crédito a
taxas variáveis diferentes,
que estejam dispostas a efetuar uma
juro ou o risco de taxa de câmbio. Estes tipos de risco são marcadamente incisi- dessas taxas. Para isso é necessário
operação swap
vos numa época em que as operações sobre derivados, tal como outras, assumem que o capital e o prazo sejam comuns a
ambas as empresas e que elas
um caráter cada vez mais internacional e global. estejam dispostas a assinar o respetivo contrato.
Nestes dois casos, pode haver, ou não, a
Os swaps têm vindo a ser frequentemente intermediados por bancos e outras intervenção de uma empresa espe-
cializada, bancária ou não bancária, na operação de
instituições de crédito que, mercê do conhecimento e da destreza alcançada swap.
neste domínio, estão em ótimas condições de fazer a ligação entre a procura e à
oferta, recebendo das partes intervenientes a respetiva comissão. Além disso, os
E TAXA VARIÁVEL VERSUS TAXA VARIÁVEL
EXEMPLO
milhão de euros por 6 Pode também suceder que, no mercado,
As Sociedades Financeiras S1 e S2, que necessitam ambas de 1
surjam duas empresas com ratings
diferentes e, por conseguinte, com acesso ao crédito a taxas
meses, têm acesso ao mercado de capitais às taxas fixas de 6% e 8%, respetivamente, e variáveis diferentes
às taxas variáveis de E + 3% e E + 4%, sendo E a taxa de juro Euribor. Estas sociedades que estejam dispostas a efetuar uma operação swap dessas taxas variáveis, por
resolvem efetuar um swap de taxas de juro entre si, repartindo igualmente o diferencial de exemplo as taxas Euribor (European interbank offered rate) e Libor
(London
taxas. Determinar: interbank offered rate).
a) Os fluxos de taxas entre S1 e S2.
b) Os encargos efetivos de S1 e S2, com E igual a 4,5%.
c) O valor da Euribor para que S1 tenha 1000 euros de lucro com o swap.
q a que a operação swap
Ta oe o prazo convencionado
seja exequível, é necessário que o capital conside-
sejam comuns a ambas as empresas intervenientes
e, além disso, que tais empresas estejam
dispostas a trocar de taxa variável entre si
A metodologia a adotar é a mesma que se indicou no
Resolução exemplo antes apresen-
tado.
a) Perante este cenário, S1, cujo rating é mais elevado do que o de S2, pode obter fun-
A par da repartição do diferencial de taxas,
dos a 6%, menos dois pontos percentuais do que S2, ao passo que esta tem mais que pode ser igual ou diferente
para os intervenientes no swap, mas que em geral é maior
vantagem no acesso a fundos à taxa de E + 4%, em virtude de estar mais próxima
de
para o interveniente
S1, que está evidentemente em melhor situação. Com efeito, o diferencial de taxas que possui o rating mais elevado, no swap de taxas há fixar os objetivos
que
entre estas empresas é de 2% na taxa fixa e apenas 1% na taxa variável, donde para cada uma das empresas intervenientes na operação de
swap.
resulta o diferencial de 1% a distribuir, por hipótese, igualmente por cada uma das A partir daqui é fácil calcular os encargos efetivos
para ambos os interve-
sociedades. ntentes no swap de taxas variáveis, tomando como
referência o valor do capital.
Portanto, o objetivo de S1 com o swap, ao trocar a taxa contratual de 6% pela taxa
variável E + 3%, é obter um ganho de meio ponto percentual, isto é, suportar a taxa
efetiva de E + 2,5% (E + 3% 0,5%). -
EXEMPLO
Por sua vez, O objetivo de 2 é suportar a taxa efetiva de 7,5% (8% -
0,5%). Os Bancos B1 e B2, necessitando ambos de 800 mil euros
por 6 meses, têm acesso ao
No caso de S1 pagar a 2
juros à taxa de E + 2% (taxa arbitrária mas da mesma
mercado de capitais às taxas varáveis Y+2% e Y+
E + 4%.
4%, respetivamente, e E E+3% e
Sendo o diferencial de taxas de B2 dois
natureza da taxa de endividamento de S2), esta sociedade financeira terá de pagar a terços do de Bi, determinar:
S1, em contrapartida, juros à taxa í (as taxas com sinal positivo são custos e as taxas a) Os fluxos de taxas variáveis entre B1 e B2.
com sinal negativo são proveitos). Daqui vêm as seguintes igualdades que permitem b) Os encargos de B1 e B2 como Swap, com a taxa
Yigual a 5% e E igual a 4%,
calcular o valor de obviamente igual em ambas as situações:
St: 6% + (E+2%)-i = E + 2,5% (objetivo de S1) Resolução
i = 5,5%
a) O diferencial de 1% reverte para B1 e B2, sendo este 2/3 do de B1, ou seja
S2: (E + 4%) + i-(E+2%) = 7,5% (objetivo de S2)
B1+B2 = 1%;B2 = 2/8xB1 = 0,4%;B1 = 0,6%
i = 5,5%
Portanto, B1, que tem melhor endivida-se à taxa Y+ 2% e B2 à
b) Cálculo dos juros efetivos de S1 e S2 com o swap sendo a Euribor igual a 4,5%:
rating, taxa E+ 4%
Com o swap, B1 passa a suportar a taxa
= 1.000.000 x (4,5% + 2,5%)/2 = 35.000 euros
E+2,4% (E+ 3% 0,6%) -
e B2 a taxa
JS1) Y+ 3,6% (Y + 4% 0,4%), que constituem as suas
-
= 1.000.000 x 7,5%/2 = 37.500 euros taxas-objetivo.
JS2) Admitindo que
c) Valor da taxa Euribor para que S1 tenha o lucro com o swap de mil euros: Bt: Y+2%+E+3%-i= E+24% (objetivo de B1).
1.000.000 x 6%/2 -
1.000.000 x (E + 2,5%)/2 = 1.000 i=Y+2,6%
E = 3,9%
B2: E+49 (E + 3%) + 1 = Y+ 3,6% (objetivo de B2).
i=Y+2,6%
b) Encargos de B1 e B2, para Y = 5%We E = 4%: refletindo o diferencial das taxas de juro
aplicáveis às duas divisas transaciona-
das. O exemplo seguinte é um
XB1) = 800 x (4% + 2,6%)/2 26,4 mil euros spotlforward.
XB2) = 800 x (5% + 3,6%)/2 34,4 mil euros
EXEMPLO
O BANCO, que possui carências de
tesouraria, no valor de 400 mil euros, obtém um
ll SWAP DE TAXAS COM INTERVENÇÃO DUMA INSTITUIÇÃO ESPECIALIZADA empréstimo em dólares do Banco NY, à taxa de 5%, re-embolsável no
prazo de 1 ano.
Como o BANCO quer cobrir o risco cambial das
Em certos casos, os swaps têm a intervenção de uma instituição especializada, importâncias a entregar ao Banco NY,
acorda com a instituição financeira, IF, um
bancária ou não-bancária, a qual, dominando o métier e conhecendo melhor a swap cambial em que esta se compromete a
entregar-lhe os dólares necessários ao serviço do empréstimo contra a
situação das empresas em causa, pode fazer a sua montagem técnica, recebendo entrega de euros
ao câmbio de 1,48 (spot EUR/USD atual,
em contrapartida a respetiva comissão. Esta é obtida do diferencial de taxas 1,50, taxas do euro e do dólar, 3,55% e 2,1%).
repartível entre as empresas intervenientes. a) Caracterizar as operações em causa.
b) Calcular a taxa de juro de um empréstimo doméstico que
preterisse o recurso ao mer-
cado americano e à operação de swap, admitindo
EXEMPLO que, na data de liquidação, o câm-
bio EUR/USD era de 1,48.
As Sociedades Financeiras S1 e S2, tendo acesso ao mercado de capitais às taxas de
6% ou E + 3% e 8% ou E + 4%, contactam o BANCO para organizar o swap de taxas a Resolução
troco da comissão de 0,2%, envolvendo 1 milhão de euros de capital pelo prazo de 6
a) Como o câmbio do EUR/USD é hoje 1,50, para comprar 400 mil euros é
meses. Determinar os encargos de S1 e S2, com E igual a 4,5%. necessário
obter no Banco NY 600 mil dólares
(400000 x 1,5). Na mesma data, o BANCO, para
cobrir o risco cambial deste empréstimo e dos
respetivos juros, faz um swap com a IF,
Resolução no qual esta se compromete a
entregar-lhe 630 mil dólares ao câmbio de 1,48 ao fim
O diferencial de taxas, 1%, é repartido pelo BANCO, 0,2%, S1, 0,4%, e S2, 0,4%. Como o de 1 ano. Com os 630 mil dólares
paga o empréstimo, 600 mil, e os respetivos juros,
endividamento de Si é a 6% e o de 2 é à taxa E + 4%, com o swap as taxas-objetivo 30 mil (600 x 5%) ao Banco Ny,
entregando, em contrapartida, 425,7 mil euros
passam a ser E + 2,6% (S1) e 7,6% (S2). Logo, com E = 4,5%, os encargos são: (630/1,48).
XS1) = 1.000.000 x (4,5% + 2,6%)/2 = 35.500 euros b) A taxa de juro de um empréstimo doméstico, que preterisse o recurso ao mercado
XS2) = 1.000.000 x 7,6%/2 = 38.000 euros americano e à operação de swap, admitindo
que, na data de liquidação, o câmbio era
de 1,48, o que implicaria o dispêndio de
425,7 mil euros (630/1,48). Isto significa que o
Pagamento do capital mutuado no mercado nacional e dos
respetivos juros, à taxa a
determinar, implica menor dispêndio para o BANCO, ou
seja, com a taxa de juro do
3.3. SWAPS CAMBIAIS empréstimo, inferior a 6,425%, como a seguir se demonstra:
400 + 400 x | < 425,7
Os swaps de divisas ou cambiais (currency swaps) consistem em acordos de i< 6,425%
troca de uma divisa por outra, a efetuar durante um determinado período,
podendo envolver também os respetivos juros. No conjunto das modalidades de
swaps cambiais referem-se os swaps simples (foreign exchange swaps) e os
E SWAPS DE TAXAS DE CÂMBIO E DE TAXAS DE JURO
swaps de taxa de câmbio e taxa de juro (cross-currency interest rate swaps). Os swaps de taxas de câmbio e de taxas de
juro são operações em que duas
entidades trocam entre si, no início, valores de duas divisas, a uma
equivalentes
E SWAPS CAMBIAIS SIMPLES determinada taxa de câmbio, geralmente a do
spot, assim como os respetivos
juros. Na prática, acabam por se realizar dois swaps, um sobre taxas de
Os swaps cambiais simples (rollover, spotiforward e forwardlforward) con- juro e
outro sobre taxas de câmbio.
sistem na compra de uma divisa contra a venda de outra divisa, numa determi-
nada data-valor, seguida de uma operação simétrica numa outra data-valor,
EXEMPLO 3.4. CONTABILIZAÇÃO
necessitam ambas de um crédito de 500
As instituições financeiras nacionais, Alfa e Beta,
um ano, vencendo-se Os juros na data
EH SWAPS DE COBERTURA
mil euros, ou o equivalente em francos suíços, por
de liquidação do empréstimo, com O spot
EUR/CHF atual de 1,20. O acesso dO mercado Os swaps de cobertura são contabilizados nos
sã
Alta seguintes agrupam e
Erpamentos de
do euro de 7% e 9%, respetivamente para
de capitais obedece às taxas do mercado contas da Situação Analítica com dois
dígitos:
e Beta, e do mercado do franco suíço de Z
+ 4% e Z+ 5%. -
No ativo, conta 21 Derivados de cobertura com valor positivo, no
realizar o swap cambial. justo
a) Indicar as operações a realizar para
efetivos e os capitais despendidos por Alfa e Beta,
com a taxa Z
p assivo, conta 44 Derivados de cobertura com justo valor
capital próprio, conta 58 Reservas de reavaliação.
o
negativo, e, no
b) Calcular os encargos
igual a 2,5% e O câmbio
EUR/CHF ao fim de 1 ano de 1,19. -
Nos custos, contas 66 Juros e
encargo similares e 69 Perdas em opera-
s
no fim do ano tornaria indiferente o swap?
c) Que câmbio EUR/CHF Ç ões fiinanceiras e, nos proveitos, contas 79 Juros e rendimentos
similares
o
e 83 Ganhos em operaçõ financeiras.
es
Resolução Nas rubricas extrapatrimoniais conta 94
500 mil Operações cambiais e instru
Alfa opta pela taxa de 7% (empréstimo de
a) A instituição financeira nacional mentos derivados
mil francos suíços, 500 x 1,20). Entretanto,
euros) e Beta pela taxa Z + 5% (600
fazem um swap entre si em que Alfa suporta
a taxa de Z+ 3,5% e Beta a taxa de Os tipos de swaps de c obertura, conta 9422 previstos na situaçã
previstos situação analítica,
em pagar OS 500 mil euros e os
8,5%. Ala, que antes do swap estava preocupada são os seguintes:
se preocupa em pagar 600 mil francos suíços e 05
juros, a partir de agora apenas -
Sw aps de divisas, swaps de taxa de juro na mesma divisa,
a Beta, terá de pagar os 500 mil euros e 05 juros à taxa swaps de taxa
juros à taxa Z + 3,5%. Quanto de Jiu ro em diferentes divisas, swaps de
de 8,5%, ou seja: cotações (equity swaps), ' swaps
24º
associados a eventos de crédito e outros swaps.
em euros (Alfa) e em fran-
4º As 2 empresas, após terem contratado os empréstimos
isto é, Alfa entrega a Beta
cos (Beta), trocam entre si as importâncias recebidas, e CONTRATO DE SWAP DE COBERTURA -
TAXA DE JURO -
MESMA DIVISA
os 500 mil euros e esta entrega à Alfa os 600 mil francos suíços.
Beta paga a Alfa os 500 mil
-
Assinatura com residentes/compra -
fluxos de caixa
2s Depois, na data do vencimento dos empréstimos,
e 05 juros. + 9422100 OCID/IC/Op.swap-cob./S.tx.juro/
euros e os juros e Alfa paga à Beta os 600 mil francos Res./Compra
euros e juros, à taxa de 7%,
3º Alfa procede à liquidação do empréstimo de 500 mil
mil francos e os juros à taxa de
-
Registo de despesas
ao passo que Beta liquida o empréstimo de 600
696111 POF/PDC/Cob. fluxos caixa/Swaps/Tax de
Z+ 5%. a juro
a 5178 Credores e outros recursos/Cred.div./Outros credores
são
de Alta e Beta com a assinatura do contrato de swap
b) Os objetivos quanto a taxas
e as responsabilidades de liquidação de capitais,
respetivamente Z + 3,5% e 8,5%, Pagamento de despesas
-
dos juros (Beta). Com a taxa do
600 mil francos e dos juros (Alfa) e 500 mil euros € 5178 Credores e outros recursos/Cred. div./Outros credores
franco, Z, igual a 2,5%, vem: a 101 CDBC/DO no Banco de Portugal
Alta: 600 + 600 x (2,5% + 3,5%) = 636 mil francos suíços -
Reavaliação positiva
Beta: 500 + 500 x 8,5% = 542,5 mil euros
21111 DCJVP/Cob. fluxos de caixa/Sw
aps/Taxa de juro
c) Câmbio do EUR/CHF, €: a 580310 Reserva reavaliação/RRVJV/IC âmbito CFC/ICVJVAJV
positivo
= 0.
542,5 -
(600 + 600 x (2,5% + 3,5%)/C -
Reavaliação negativa
C = 1,17235
580311 Reserva reavalia ção/RRV JV/IC âmbito CFC/CV JV/JV negativo
a 44111 DCJVN /Cob. fluxos de caixa/Swaps/Tax de
a juro
materializadas sob a forma de numerário e de outros meios de
e LIQUIDAÇÃO COM RESULTADO POSITIVO garantia exigidos
nesses contratos.
-
Apuramento de resultado positivo
O depósito destes valores tem por objetivo garantir a
21111 DCJVP/Cob. fluxos de caixa/Swaps/Taxa de juro liquidação das opera-
ções contratadas pelos agentes intervenientes e dotar a Bolsa com um grau de
a 580310 Reserva reavaliação/RRVJV/IC âmbito CFC/ICVJVAJV positivo
liquidez apropriado.
-
Recebimento no vencimento do contrato Como preconizam as normas internacionais de contabilidade, as
diferenças de
101 CDBC/DOBP cotações dos swaps de negociação vão diretamente à conta de resultados.
a 21111 DC com JVP/Cob. fluxos de caixa/Swaps/Taxa de juro Os swaps de negociação constam das seguintes contas com dois
dígitos:
-
Anulação do contrato de swap 16 Ativos financeiros para negociação.
43 Passivos financeiros de negociação.
-9422100 OCID/IC/Op.swap-cob./Swaps tx.juro/Res./Compra
66 Juros e encargos similares.
69 Perdas em operações financeiras.
-
Imputação durante a vida do crédito
79 Juros e rendimentos similares.
580310 Reserva reavaliação/RRVJV/IC âmbito CFC/ICVJV/JV positivo
83 Ganhos em operações financeiras.
a 790651 JRSNRSARS o. at. fin./Juros der. cob./Cob. fluxos caixa
94 Operações cambiais e instrumentos derivados.
e LIQUIDAÇÃO COM RESULTADO NEGATIVO
e CONTRATO DE SWAP DE NEGOCIAÇÃO DIVISAS COMPRA
Apuramento de resultado negativo
- -
-
Àssinatura do contrato com residentes/compra
580311 Reserva reavaliação/RRVJV/IC âmbito CFC/ICVJV/JV negativo
-
a 44111 DCJVN/Cob fluxos de caixa/Swaps/Taxa de juro + 9412000 OCID/IN/Op. swap-neg./Swaps de
divisas/Res./Compra
Despesas
-
-.
Pagamento no vencimento do contrato
692110 POF/PAFDN/ID/Swaps/Divisas
44111 DC com JVN/Cob. fluxos de caixa/Swaps/Taxa de juro
a 5178 Credores e outros recursos/Cred. div./Outros credores
a 101 CDBC/DOBP
Pagamento de despesas
-
-
Anulação do contrato de swap
5178 Credores e outros recursos/Cred. div./Outros credores
-9422100 OCID/IC/Op. swap-cob./Swaps tx.juro/Res./Compra
a 101 CDBC/DO no Banco de Portugal
-
Imputação durante a vida do crédito -
Apuramento de resultado positivo
66061 JES/JES/Juros deriv. de cobertura/Cob. de fluxos de caixa
16110 AFDN/IDJVP/Swaps/Divisas
a 580311 Reserva reavaliação/RRVJV/IC âmbito CFC/ICVJV/JV negativo a 832110 GOF/GAFDN/ID/Swaps/Divisas
Apuramento de resultado negativo
-
E SWAPS DE NEGOCIAÇÃO
692110 POF/PAFDN/ID/Swaps/Divisas
No domínio dos swaps de negociação, assim como dos swaps de cobertura, a 43210 PFN/IDJVN/Swaps/Divisas
existe a obrigatoriedade de prestar garantias junto da Bolsa, variáveis de caso
rendimento fixo, títulos de rendimento
para caso, como numerário, títulos de
men-
*
LIQUIDAÇÃO DO SWAP DE NEGOCIAÇÃO DIVISAS
variável, cartas de fiança, ouro e outros metais preciosos, o que exige a sua
-
suração na altura da entrega à Bolsa e do respetivo resgate. Apuramento de resultado positivo
-
O mesmo acontece, aliás, com os contratos de futuros negociados em Bolsa, 16110 AFDN/IDJVP/Swaps/Divisas
a 832110 GOF/GAFDN/ID/Swaps/Divisas
que obrigam à constituição da margem inicial
e da margem de manutenção,
-
Os futuros exigem o cumprimento de contratos
-
Apuramento de resultado negativo standard, em montante e
datas de entrega, para cada bem transacionado,
692110 POF/PAFDN/ID/Swaps/Divisas obrigando à constituição
de margens de garantia em dinheiro ou em títulos estatais.
a 43210 PFN/IDJVN/Swaps/Divisas
Recebimento no vencimento do contrato
Existem numerosas bolsas de futuros com projeção mundial, onde as divisas
mais utilizadas são o dólar, o euro, o iene, a libra, o franco
101 CDBC/DOBP suíço e, recente-
mente, o yuan chinês:
a 16110 AFDN/DJVP/Swaps/Divisas
Chicago Board of Trade (CBOT).
-
Pagamento no vencimento do contrato
Chicago Merchantile Exchange (CBOE).
43210 PFN/IDJVN/Swaps/Divisas San Paulo Mercantile & Futures
Exchange (BM&F).
a 101 CDBC/DOBP New York Mercantile Exchange (NYMEX).
London International Financial Futures Exchange (LIFFE).
-
Encerramento do contrato swap
Marchés à Terme International de France (MATIF).
-9412000 OCID/IN/Op. swap-neg./Swaps de divisas/Res./Compra
Tokyo International Financial Futures Exchange (TIFFE).
Sydney Futures Exchange (SFE).
Swiss Options and Financial Futures Exchange (SOFFEX).
Deutsche Termin Borse (DTB).
84. Futuros
4.2. FUNCIONAMENTO DO MERCADO DE FUTU)
4.1. CONCEITO Como já se referiu, os futuros são contratos estandardizados em termos de
montante e prazo de entrega de ativos, exigindo
transparência das operações
O futuro é um contrato onde se estabelece a obrigação de comprar ou vender
realizadas, bem com uma razoável dimensão dos valores envolvidos, pelo que o
um certo bem, numa data futura, a um preço previamente acordado. acesso a este mercado está, de certa forma, dependente da estrutura financeira €
No universo dos bens abrangidos pelo mercado de futuros, figuram os pro- do grau de idoneidade dos clientes.
dutos agrícolas (milho, trigo, algodão), os metais (ouro, prata), o petróleo, as De facto, em significativas transações de mercadorias e de produtos financei-
ações, as obrigações, as divisas, os Bilhetes do Tesouro, as taxas de juro e outros ros a realizar no futuro, onde o risco assume uma forte
projeção perante aconte-
produtos financeiros. cimentos incertos, os agentes económicos necessitam de acautelar os efeitos daí
Apesar de algumas analogias com os contratos a prazo (forwards), os futuros resultantes e, portanto, recorrem à negociação de contratos de futuros.
distinguem-se destes por várias razões: Na atividade quotidiana dos negócios, os agentes económicos
interrogam-se
-
A transação de futuros processa-se em bolsas próprias, onde os preços sobre certos referenciais que os preocupam, tais como:
dependem das expectativas das entidades intervenientes. -
Quanto vai custar um barril de petróleo daqui a dois meses?
-
Os futuros possuem uma natureza marcadamente negocial, podendo ser -
Qual será o câmbio do EUR/CHF, a 30 dias, e do EUR/USD a 60 dias?
transacionados, tal como outros produtos, em mercados próprios. -
Qual será a Euribor a 90 dias aplicável a um crédito ou a um depósito?
-
Os futuros desfrutam de um grau de liquidez razoável, porquanto podem Os agentes interessados em negociar futuros devem identificar o número de
ser anulados em qualquer altura antes de expirarem, através de ordens contratos que mais se aproxime do valor cujo risco pretendem cobrir, pois só por
dadas aos corretores da respetiva bolsa de futuros. mero acaso é que o valor, objeto de cobertura de
risco, coincide exatamente com
o do número de contratos transacionados.
EXEMPLO
EXEMPLO
No caso
O BANCO, em 11 de abril, contrai um empréstimo num banco suíço, que totaliza, com 0s anterior, após a realização da compra dos 50 coniratos de 20 mil francos cada
juros, 1.000.000 de francos suíços, a pagar
a 6 meses, quando o forward a 6 meses no dia 11 de abril, ao câmbio EUR/CHF de
1,1900, a margem inicial e a margem de
e do franco suíço, 2%). O manutenção são, respetivamente, 10.000 e 7.500 euros.
atinge 1,1906 (spot, 1,2000, taxas do mercado do euro, 3,6%,
BANCO quer fazer a cobertura cambial através da compra de contratos de futuros, 20 mil Considerando que o câmbio CHF/EUR nos dias
seguintes atinge 0,8313, 0,8303 0,8297
francos suíços de valor unitário, e na bolsa de futuros consegue obtê-los ao câmbio 0,8287, 0,8277 e 0,8287, elaborar quadro com a evolução da
margem inicial e da margem
EUR/CHF de 1,1900. de manutenção ou de segurança.
Futuros.
a) Referir as démarches a efetuar, recorrendo à Bolsa de
meses de 1,1700 e 1,2100. Resolução
b) Calcular o resultado com o EUR/CHF daqui a 6
Em 11 de abril, , o câmbio EUR/CHF de 1,20!
2000, equivalente ao CHF/EUR de 0.8333 que
constitui o câmbio inverso.
Resolução
com a Bolsa, 1,1900,
a) O BANCO compra 50 contratos. O câmbio EUR/CHE acordado
Valor em
coincide praticamente, neste caso, com o do forward a 6 meses, 1,1906, com base Dias de abril
Spot Ganhos(+)Perdas(-) Margens
nos dados de mercado (taxas do EUR e CHF, 3,6% e 2%, spot, 1,2000, prazo, 6 CHF/EUR Euros Diários Acumul. Diárias Acumul,
meses). O BANCO, após ter assegurada a compra dos 50 contratos, já
sabe que vai
0,8333 * 10.000
desembolsar, no fim de 6 meses, 840.336 EUR (1.000.000/1,1900) para liquidar o
11 0,8333 833.300 o 10.000
empréstimo e os juros, no valor de 1.000.000 CHF.
(o)
12 0,8313 831.300 2.000 -2000
de CHF exigia o dispêndio 8.000
-
b) Com o câmbio EUR/CHF de 1,1700, em 11/10, a compra
de 854.701 EUR, + 14.365 euros do que utilizando os 50 contratos de futuros. Com o
13 0,8303 830.300 1.000 -3000 7.000
-
3.000
câmbio de 1,2100, o gasto seria de 826.446 EUR, 13.890 euros.
-
= = 0,8297
-
14 829.700 600 3600
- -
9.400
15 0,8287 828.700 1.000 -4.600 8.400
16 0.8277 827.700 -1.000 -5.600 7.400 2.600
4.3. CÁLCULO DAS MARGENS 17 0,8287 828.700 + 1.000 -4.600 11.000
Para evitar que o contrato de futuros possa ser denunciado por uma das par-
financeiras Cmo se verifica, no dia 13, a margem de
tes, perante movimentos contrários aos esperados ou por dificuldades
*
manutenção atinge 7.000 euros, valor abaixo
inicial e da margem de dos 7.500 euros exigidos. A sua reconsti
surgidas, a bolsa de futuros define o valor da margem tuição é feita pelo valor da margem inicial, no |
montante de 10.000 euros.
manutenção ou de segurança.
O mesmo acontece no dia 16, em que é necessário reconstituir
A margem inicial consiste num depósito em dinheiro, em títulos estatais ou a
margem inicial.
em títulos que ofereçam sólidas garantias, revertendo os juros para O seu pro-
prietário, ou em outros valores aceites pela
Bolsa.
A cotação no mercado de futuros sobre taxas de
juro é traduzida sob a forma
Se o montante da margem inicial for absorvido pelos prejuízos obtidos no àe bbasis points, que correspondem à
diferença entre o preço nominal dos futuros
dia-a-dia até à concorrência do valor da margem de manutenção, ou de segu- € o seu preço à vista.
até à reposição do valor
rança, é necessário proceder a novas injeções de capital
Desta forma, no caso de um futuro de taxas de
inicial. Inversamente, no caso de a valorização dos futuros exceder o montante juro, se o seu preço num
determinado dia for 97.50 basis points, isso
da margem inicial, os ganhos podem ser levantados pelo investidor. significa que a taxa de juro por ele
garantida é de 2,5% (100.00 97.50).
-
a variação é igual a 1%, que corresp
No dia seguinte, se o preço atingir 98.50
onde a 100 basis points.
o
iação mínima de
Em cada contrato de futuros, somente quando ocorre uma
preço, designada por tick, é possível proceder a ajustamentos
3
vao vaiada marg; ns 4.4. CONTABILIZAÇÃ
tituída. E FUTUROS DE COBERTURA
ilhã
Na situação de um contrato de 1 milhão de euros, pelo prazo de 3 me ses, em As contas da situação analítica com
índi
dois dígitos, com o s
que o tick equivale a um por cento de 1% do índice, o valor do tick ig
é ua 1 À competentes desdo-
bramentos, que podem vir a ser utilizadas
para a contabili zação de
operações de
0,01 x 1% x 1.000.000 x 3/12 = 25 euros futuros de cobertura, são
basicamente as seguintes:
21 Derivados de
cobertura com justo valor
O valor dos basis points é determinado pelas perspetivas dos mercados 31 Devedores e outras
positivo
aplicações
praticado s, pela evolução das tax de juro e d das co Cactos do
E
taxas
44 Derivados de cobertura
com justo valor
ivas dde va lorizações ou desvalorizações cambiais, pelo
divisas, pelas expetativa negativo
prazo que falta para o vencimento do contrato e, ainda, pela
Deo e 51 Credores e outros
58 Reservas de
recursos
reavaliação
tentes em relação aos futuros. 66 Juros e encargos similares
69 Perdas em
operações financeiras
79 Juros e rendimentos
EXEMPLO similares
O Sr. Silva compra, em 01/02, um contrato para março sobre um depósito de
o som 83 Ganhos em
operações financeiras
94 Operações cambiais e
i
EUR 90 dias ao preço de 97.50 (100, igual à Euribor a 3 meses). Este preço é g arantido instrumentos derivados.
a partir de 15/3 até 14/5 inclusive. Com o valor de cada tick, 25 euros, e as marg
rgens a As contas 21 e 44 utilizam-se
-
normalmente para as
cial e de manutenção, 4.000 e 3.000 euros. no mercado de operações que são feitas
balcão por conta de clientes, sendo a sua
Elaborar
abo quadro com a evolução das margens, considerando as cotações to final dos data de vencimento do liquidação operada na
derivado.
cinco primeiros dias de fevereiro: 97,75, 97,85, 97,35, 97,05 e 97,4 À No mercado de
futuros, a aposta no valor acordado entre as
constitui o vetor de referência. A partes envolvidas
Resolução partir daí, o comprador do futuro tem
a diferença entre o valor de que repor
cotação e o valor garantido
Quadro é, caso o diferencial (situação desfavorável)
seja Positivo (situação favorável), ele
valor. Como já se recebe o respetivo
referiu, existem duas margens: a
Dias Cotação Variação de preço V.diário V.acum. M.in
. inicial M. man.
de mautenção. Caso a margem inicial e à margem
diferença desfavorável ultrapasse a
1/02 97,50 4.000 3.000 ção, o comprador é obrigado a margem de manuten-
repor a margem inicial.
1/02 97,75 (97,75 97,50) x 100 x 25 625 625 4.625
Assinatura do contrato de futuros de
-
|
. -
cobertura taxa de juro
-
2/02 97,85 (97,85 -
97,75) x 100 x 25 250 87 5 4.875
= + 942310 OCID/Instr.
cob./Futuros e o. Op. prazo/Taxa
-1.250 375 3.625 juro-cob./Res,
3/02 97,35 (97,35 97,85) x 100 x 25
- -
|
-
Pagamento da margem inicial
4/02 97,05 (97,05 -
97,35) x 100 x 25 -750 -
1.125 2.875 1.125
3110 Dev. e 0. apl./Dev.
-250 4.875 op. sobre futuros e opções/Futuros
5/02 97,40 (97,40 -
97,05) x 100 x 25 875 2
a 101 CDBC/DOBC
-
Processamento e pagamento de
As Bol Isa s perm tem qu s valor orrida: s nos fut u ro: ossam sser vantadas, tal despesas
ções
696121 POF/PAFDN/Instr.
como as desvalorizações têm de ser reforçadas deriv./Futuros e o. Op. prazo/Taxa
a 5110 Cred. e o. rec./Cred. juro
op. sobre futuros e opções/Futuros
5110 Cred. e o. rec./Cred.
op. sobre futuros e opções/Futuros
a 101 CDBC/DOBP
As de base da situação analítica mensal com dois
-
Ajustamento diário desfavorável contas dígitos, utilizadas na
contabilização de operações de contratos de futuros de negociação, com os com-
s Contrato
petentes desdobramentos, são as seguintes:
-942310 OCID/Instr. cob./Futuros e o. op. prazo/Taxa juro-cob./Res. 16 Ativos financei ros detidos para negociação
«
Margem insuficiente 31 Devedores e outras
aplicações
43 Passivos financeiros de negociação
580311 Res. reaval./ARVJV/ICCFC/ICVJV/Justo valor negativo
51 Credores e outros recursos
a 3110 Dev. e o. apl./Dev. op. sobre futuros e opções/Futuros
66 Juros e encargos similares
« 69 Perdas em operações financeiras
Pagamento
3110 Dev. e o. apl./Dev. op. sobre futuros e opções/Futuros 79 Juros e rendimentos similares
a 101 CDBC/DOBP 83 Ganhos em operações financeiras
94 Operações cambiais e instrumentos derivados.
-
Ajustamento diário favorável
-
Ássinatura do contrato de futuros de negociação --
de cotações
e Contrato
+ 941320 OCID/Instr. neg./Futuros e o. op.
+ 942310 OCID/Instr. cob./Futuros e o. op. prazo/Taxa juro-cob./Res. Prazo-neg./Cotações-neg./Res.
Pagamento da margem inicial
-
*
Margem excedentária
3110 Dev. e 0. apl./Dev. op. sobre futuros e
3110 Dev. é o. apl./Dev. op. sobre futuros e opções/Futuros opções/Futuros
a 101 CDBC/DOBC
a 580310 Res. reaval./RRVJV/ICCFC/ICVJV/Justo valor positivo
e Recebimento
-
Processamento e pagamento de despesas
101 CDBC/DOBP 692122 POF/Perdas em AFDNA. deriv./Futuros e o. op.
prazo/Cotações
a 3110 Dev. e o. apl./Dev. op. sobre futuros e opções/Futuros a 5110 Cred. e o. rec./Cred, op. sobre futuros e
opções/Futuros
5110 Cred. e o. rec./Cred. op. sobre futuros e opções/Futuros
-
Fecho da posição a 101 CDBC/DOBP
e Levantamento da margem inicial
Ajustamento diário desfavorável
-
101 CDBC/DOBC e Contrato
a 3110 Dev. e o. apl./Dev. op. sobre futuros e opções/Futuros
-941320 OCID/Instr. neg./Futuros e o. op.
Prazo-neg./Cotações-neg./Res.
* Encerramento *
Margem insuficiente
-942310 OCID/Instr.cob./Futuros e o.op.prazo/Taxa juro-cob./Res.
692122 POF/Perdas em AFDNA. deriv./Futuros e o. Op.
prazo/Cotações
a 3110 Dev. e o. apl./Dev. op. sobre futuros e
opções/Futuros
E FUTUROS DE NEGOCIAÇÃO *
Pagamento
As operações com futuros de negociação compreendem as transações realiza- 3110 Dev. e 0. apl./Dev. op. sobre futuros e
opções/Futuros
das no âmbito dos futuros de arbitragem e dos futuros de especulação. a 101 CDBC/DOBP
A arbitragem financeira consiste em comprar e vender simultaneamente ins-
Ajustamento diário favorável
-
o
trumentos financeiros em mercados diferentes com vantagem para arbitrador,
ou seja, comprar esses instrumentos a preços mais baixos e
vendê-los a preços e
Contrato
entos
mais altos. A especulação financeira significa assumir posições em instrum + 941320 OCID/Instr. neg./Futuros e o. op.
de lucros Prazo-neg./Cotações-neg./Res.
financeiros que se apresentem com maiores possibilidades de obtenção
mas que não estão totalmente garantidos.
*
Margem excedentária EXEMPLO
3110 Dev. e o. apl./Dev. op. sobre futuros e opções/Futuros O BANCO, em 11 de abril, para poder liquidar a dívida e os
respetivos juros, no montante
a 832122 GOF/Ganhos em AFDNA. deriv./Futuros e o. op. prazo/Cotações de 1 milhão de francos suíços, recorre à compra de 50 contratos de
futuros, a 20 mil fran-
cos suíços cada, garantindo o câmbio de EUR/CHF de 1,1900
(vide exemplo anterior
* Recebimento sobre futuros).
101 CDBC/DOBP Como poderia garantir, em alternativa, um câmbio fixo na altura do
pagamento da dívida
a 3110 Dev. e o. apl./Dev. op. sobre futuros e opções/Futuros e dos juros recorrendo ao mercado de opções, admitindo
que o câmbio CHF/EUR, garan-
tido a 6 meses, é de 1,1900, com o prémio de 0,2%?
-
Fecho da posição
« Levantamento da margem inicial Resolução
101 CDBC/DOBP Esta empresa contacta um corretor, dando-lhe ordem de compra de uma
opção de com-
a 3110 Dev. e 0. apl./Dev. op. sobre futuros e opções/Futuros pra de 1 milhão de francos suíços ao câmbio CHF/EUR de 0,840336 (equivalente ao
câmbio do EUR/CHF = 1,1900), com o pagamento do prémio de 0,2%, ou seja, 2.000
e Encerramento CHF (1.000.000 x 0,2%).
-941320 OCID/Instr. neg./Futuros e o. op. prazo-neg./Cotações-neg./Res. Isto implicará, no caso de exercer a opção de compra de francos
suíços, o desembolso
de 840.336 euros e, incluindo o prémio, no valor de 1.681 euros, 842.017
euros, isto é:
1.000.000 x 0,840336 = 840.336
1.000.000 x 0,840336 x 0,2% = 1.681
840.336 + 1.681 = 842.017
35. Opções
5.2. MODALIDADES DE OPÇÕ)
3.1. CONCEITO
Existem duas modalidades de opções: as opções de compra (call
options) e as
O contrato de opção consiste num acordo entre duas partes em que uma delas opções de venda (put options).
tem o direito de comprar ou vender um certo ativo, mas que não constitui uma
Às opções de compra dão ao seu detentor o direito de comprar a um
obrigação, numa determinada data, a um preço previamente estipulado. preço
estipulado na data de vencimento do respetivo contrato, opção europeia, ou
No conjunto de ativos abrangidos pelas opções, salientam-se divisas, as Os
antes do seu vencimento, opção americana.
bilhetes do Tesouro, as ações, as obrigações, as mercadorias, os metais, bem
As opções de venda dão ao seu detentor o direito de vender a um
como os futuros sobre taxas de juro e outros ativos. preço esti-
pulado na data do vencimento do respetivo contrato, opção europeia, ou antes do
O interesse deste instrumento financeiro advém do facto da sua utilização seu vencimento, opção americana.
de outros ativos não per-
poder proporcionar algumas vantagens que a rigidez Nas opções, o preço em relação ao qual os bens podem ser transacionados
mite, embora isso implique custos relativamente mais elevados.
chama-se preço de exercício (exercise price ou striking
price).
Na vida dos negócios, os ativos de base estão sujeitos a alterações futuras que
O tomador duma opção, comprador (buyer), paga ao cedente, vendedor
não é possível prever com exatidão. Chegado o momento em que os factos (sel-
ler),uma importância, designada por prémio da opção que, em princípio, traduz
acontecem, o investidor, socorrendo-se do contrato de opção, pode tomar a deci-
o risco assumido com a garantia do preço
são de avançar no caso de isso lhe ser favorável e de não avançar no caso contrá- previamente acordado para a data
futura.
rio.
Quem compra o contrato de opção está convencido de que o prémio que
suporta compensa o risco coberto, ao passo que o vendedor da opção (cedente)
pensa que o prémio recebido é suficiente para cobrir o risco em que incorre.
E OPÇÕES DE COMPR A
vas
b) Câmbio EUR/CHF = 1,2000
ser supe- Ao câmbio
Nas opções de compra, call options, o preço de exercício, Pe, pode
de 1,2000 para comprar o milhão de euros
€ Necessário
0 constitua um custo mercado spot 833.333 EUR
»
despender no
rior, igual ou inferior ao preço atual, Pa, embora prémio Seria gasto utilizando o
(1.000.000/ 1
-2000), -7.003 euros do que o valor
em qualquer das situações indicadas a seguir: câmbio garantd que
para o comprador da opção pelo que o
ido p pela OPSÉO,
840.336
BANCO não exerce a opção e com (1.000.000/1,1900)
Pe > Pa Pra 98 francos no mercado
-
Preço de exercício é superior ao preço atual, pando 5.322 euros (7.003 - spot pou-
1.681)
ao preço atual, ou preço de mer-
Quando o preço de exercício é superior Da qui pode concluir-se que os agentes econó Micos
e o detentor da
cado, diz-se que a opção está out of the money (OTM)
«
moeda estrangeira assim nacionais que obtêm créditos
como os mportadores em
que pagam a Prazo em moeda
opção não a exerce. estrangeira beneficiam com a valorizaçã
»
ção da moeda nacional e
Pe = Pa sua desvalorização. prejudicam-se com a
-
Preço de exercício igual ao preço atual,
ao preço atual, diz-se que a opção de
Quando o preço de exercício é igual
P está aí the money ATM) ) e indiferente exercer
compra
ou não exercer à E OPÇÕES DE VENDA
opção. N as opçõe
Pções de venda, verificam-se as situações inversas às
Pe < Pa indi
s indicadas:
- ..
Preço de exercício inferior ao preço atual, -
Out ofthem on ey (OTM), em que o preço de exercítio é inferior
ao preço atual, diz-se que a opção
é
inferi à
Quando o preço de exercício é inferior atual ou preço de mercado
(Pe< Pa).
ao preço
está in the money (TTM) e o seu detentor exerce a opção. -
At the money
(ATM), em que o Preço de EXETCÍCIO E
ou preço de mercado igual ao Preço atual
(Pe = Pa).
EXEMPLO -
In the money (TTM), em que o pre ço de exercício é
No exemplo anterior, BANCO compra uma opção de compra de 1 milhão de CHF ao atual ou preço de mercado superior ao preço
(Pe > Pa)
o
= 840.336
câmbio CHF/EUR = 0,840336, ou ao câmbio EUR/CHF 1,1900, despendendo
o câmbio à vista (spof)
euros. Como deve proceder o BANCO se, na data de vencimento,
atingir:
a) EUR/CHF = 1,1800. 5.3,
CONTABILIZAÇÃO
b) EUR/CHF = 1,2000. Os contratos rel ativos a
transações d € opções
cambiais outros ASirumentos finan-
1
ceiros, incluindo os contratos de
ser regi
operações cambiai S àà vista (spot),
É
Resolução em
À
começam por
rubricas extrapatrimoniais no agrupa mento 94
a) Câmbio EUR/CHF = 1,1800 cambIaIS € Instrumentos
derivados Operações
1 milhão de euros, é inferior ao
O spot de 1,1800, na data de liquidação da dívida de 940 Operações cambiais à
o vista
câmbio garantido na opção, 1,1900, o que significa que o euro enfraqueceu perante 941 Instrumentos de
a mesma quantidade negociação
franco suíço. Logo, são necessários mais euros para comprar 942 Instrumentos de
cobertura
de francos suíços.
de francos suíços ao câm- Esta últir1a
Neste exemplo, para comprar no mercado à vista o milhão rubrica, a par de outros d
euros (1000.000/1,1900). Alter- erivados financeiros de cobertura
bio garantido pela opção, 1,1900, gastam-se 840.336 Tações cambiais a Prazo,
prazo, FFRA, swaps, Àfuturos e c ontratos i
(ope
no mercado spot ao câmbio de de garantia de taxas de
nativamente, a mesma compra poderia ser feita juro) compreende a conta 9424
ou seja, + 7.122 euros. Opçoes cobertura, onde se re istam
1,1800, gastando 847.458 (1.000.000/1 ,1800), ções com opções de cobertura as opera
transacionadas ao balcão (over the c
do prémio, já pago na bolsas mercados ounter) e nas
Então o BANCO exerce a opção e gasta 840.336 EUR, além organizados).
de compra, o que lhe propor-
altura da assinatura do contrato de aquisição da opção
ciona uma economia líquida de 5.441 euros (7.122 1.681).
-
Tais operações, que respeitam a opções compradas e vendidas, em mercados -
Ajustamento desfavorável
de balcão e organizados, movimentam as seguintes contas: e Contrato
94240 Oções compradas mercado de balcão cobertura
- -
-94242100 OCID/IC/Opções-cob./O. compr. MO/Tx. juro/Res./Compra
94241 Opções vendidas mercado de balcão cobertura
- -
«
Operação
94242 Opções compradas mercados organizados cobertura
- -
94243 Opções vendidas mercados organizados cobertura 580311 RR/RRVJV/IC no âmbito da CFC/Instr. cob. val.
justo valor/JVN
- -
a3111 Dev. e o. apl./Dev. op. sobre futuros e
opções/Opções
Quanto às opções de cobertura que são compradas em mercados organizados,
Ajustamento favorável
-
conta 94242 Opções compradas mercados organizados
-
cobertura, o desdo-
-
bramento, igual ao das outras contas, é o seguinte:
* Contrato
942420 De divisas cobertura + 94242100 OCID/IC/Opções-cob./Opç. compr. MO/Tx.
-
juro/Res./Compra
942421 De taxas de juro -
cobertura *
Operação
942422 De cotações
3111 Dev. e o. apl./Dev. op. sobre futuros e
942428 Outras opções/Opções
a 580310 RR/RRVJV/IC no âmbito da CFC/Instr. cob. val.
justo valor/JVP
Finalmente, a conta 942421 De taxas de juro cobertura, por exemplo, iden-
-
-
Fecho na data de maturidade
tifica a contraparte, residente ou não residente, e se é uma opção de compra (call
* Encerramento do contrato
option) ou uma opção de venda (put option).
-94242100 OCID/IC/Opções-cob./Opç. compr. MO/Tx.
9424210 Residentes juro/Res./Compra
94242100 De compra *
Liquidação da operação favorável
94242101 De venda 01 CDBC/DOBP
9424211 Não residentes a 3111 Dev. e o. apl./Dev. op. sobre futuros e
opções/Opções
94242110 De compra
Transferência para resultados
94242111 De venda
580311 RR/RRVJV/IC no âmbito da CFC/Instr. cob. val.
justo valor/JVN
Tal como os outros derivados, as contas 16, 21, 31, 43, 44 e 51 (balanço) e a 790651 JRS/JRSARS de outros at. fin./Juros der. cob./Cob. fl. caixa
66, 69, 79 e 83 (resultados), além da conta 94, registam as operações com
opções. E ) VENDA DE OPÇÃO DE VENDA -
NEGOCIAÇÃO
-
Contrato -
venda de opção de venda -
negociação
E A) COMPRA DE OPÇÃO DE COMPRA COBERTURA -
* Assinatura -
mercados organizados (MO) -
divisas
-
Contrato -
compra de opção de compra -
cobertura
+94143001 OCID/IN/Opções-neg./Opç. vend. MO/Divisas/Res./Venda
* Assinatura -
mercados organizados (MO) -
taxa de juro
* Recebimento do prémio
+ 94242100 OCID/IC/Opções-cob./Opç. compr. MO/Tx. juro/Res./Compra
101 CDBC/DOBP
*
Pagamento do prémio a 832130 GOF/Ganhos em AFDN/Instr.
derivados/Opções/Divisas
696131 POF/Perdas em deriv. cobertura/Cob. fluxos caixa/Opções/T. juro
Ajustamento desfavorável
-
a 101 CDBC/DOBP
e Contrato
-84 143001 OCID/IN/Opções-neg./Opç. vend. MO/Divisas/Res./Venda
*
Operação Resolução
692130 POF/Perdas em AFDN/Instr. derivados/Opções/Divisas Reavaliação em 31/01, com E = 24% e i(C) = 4,4%:
a 5111 Cred. e o. recursos/Credores op. sobre futuros e opções/Opções D = 900.000 x (4,4% -
5%) x 9/12) / (1 + 4,4% x 9/12) = -3.921
-
Ajustamento favorável Reavaliação em 28/02, com E = 2,8% e i(C) = 4,8%:
e Contrato D = 900.000 x (4,8% -
5%) x 9/12) / (1 + 4,8% x 9/12) = -1.303 (+ 2.618)
494143001 OCID/IN/Opções-neg./Opç. vend. MO/Divisas/Res./Venda
Regularização em 15/03, com E = 4,0% e i(C) = 6,0%:
«
Operação
D = 900.000 x ((6,0% -
5%) x 9/12) / (1 + 6,0% x 9/12) = 6.459
5111 Cred. eo. recursos/Credores op. sobre futuros e opções/Opções
a 832130 GOF/Ganhos em AFDN/Instr. derivados/Opções/Divisas
-
Fecho na data de maturidade Diário
e Encerramento do contrato a) Contrato e reavaliações
Atualização
"94143001 OCID/IN/Opções-neg./Opç. vend. MO/Divisas/Res./Venda Contrato em 15/01
2110 DCJVP/CEC/FRA 6.459
+ 94210 FRA-cob/Res
«
Liquidação da operação favorável 900.000 580310 RRACFC/NVP 6.549
101 CDBC/DOBP Recebimento de B1
a 5111 Cred. e o. recursos/Credores op. sobre futuros e opções/Opções Reavallações: 101 CDBC/DOBP 6.459
Em 31/01, E = 2,4% 2110 DCJYN/CFC/FRA 6.459
580311 RR/ACFC/AVN 3.921 Transf."para result.
441 O DCJVN/CFC/FRA 3.921 580310 RR/CFC/AVP 6.459
Em 28/02, E = 2,8%
86. Caso práticos = 7906510 JDC/CFC/FRA 6.459
4410 DCJVN/CFC/FRA 2.618
580311 RR/ICFCAVN
2.618 e) Empréstimo da IF
6.1. FRA DE COBERTURA COM TAXA DO CRÉDITO SUPERIOR Receb.em 15/03
b) Regul.15/03, E = 4% 101 CDBC/DOBP 900.000
Emt5/01, o BANCO obtém um crédito de 900.000 euros de uma instituição de crédito, IF,
Encerramento
a contratar no prazo de 2 meses, à taxa Euribor + 2%, re-embolsável no prazo de 9 3903 ROIC/país/Empr. 900.000
meses Receando uma subida da taxa de juro, o BANCO compra, na mesma data, um -94210 FRA-cob/Res *900.000
. Pag.juros 9 meses
FRAo x 11 ão Banco atingindo a Euribor, nesta data, 2%. Contabilizar.
Bi, à taxa de 5%, Anulação diferença 66010 JESANROIC/país 40.500
a) A operação de contratação do FRA entre o BANCO e B1 em 15/01 e as reavaliações 4410 DCJVN/CFC/FRA 1.303 101 CDBC/DOBP 40.500
do FRA em 31/01 (E = 2,4%) e 28/02 (E = 2,8%). 580311 RRACFCAVN 1.308 Liquidação em 15/12
b) A regularização da operação FRA em 15/03 com E = 4%.
3903 ROIC/país/Empr. 900.000
c) O recebimento do crédito, objeto de cobertura pelo FRA, e o seu re-embolso e os *
A crédito significa negativo. 101 CDBC/DOBP 900.000
juros pagos (por simplificação, não considerar a mensualização).
Balanço -
sem FRA e com FRA
Diário
S/FRA CIFRA SIFRA CIFRA
a) Assinatura do contrato
Transfº.para result.
6601U JESAROIC/país 40.500 40.500 101 CDBC/DOBP 40.500 34.041 Em 28/02
_ - -
660610 JES/JDC/CFG/FRA
3.623
7906510 JDC/CFC/FRA 6.459 + 94210 FRA-cob/Res
750.000 580311 RR/CFC/JVN
3.623
40.500 40.500 40.500 40.500
Encerramento
b) Reavaliações em: -94210 FRA-cob/Res
750.000
31/03, E = 4,5%
2110 DCJVP/CFCIFRA
1.799
d Empréstimo
6.2. FRA DE COBERTURA COM TAXA DO CRÉDITO INFERIOR 580310 RR/CFCANVP
1,799
Obtenção
-
31/05
30/04, E = 3,8% 101 CDBC/DOBP
750.000
O BANCO, em 28/02, obtém um crédito de uma empresa financeira, no valor de 750.000 580310 RR/ICFC/AVP
1.799 3903 ROIC/país/Empr
. 750.000
euros, à taxa Euribor + 4%, por 6 meses, a contratar em 31/05. Para cobrir o risco de 2110 DCJVP/CFC/FRA
1.799 Em 30/04 Mens, juros.
subida de taxa de juro, o BANCO negoceia um FRAs x 9 com uma seguradora, S, garan- 30/04 E = 3,8% 66010 JES/RIC país
tindo a taxa de 8%. Entretanto, a taxa Euribor, E, atinge 4%. 4.375
580311 RR/ICFCANVN
52010 EPAES/RIC país,
õ É 4.375
Contabilizar as seguintes operações sem é com a adoção do método do custo a! morti- 4410 DCJVN/CFC/FRA
722 Nos 5 meses segu
intes
zado:
66010 JES/RIC país
21.875
a) A assinatura do contrato entre o BANCO e a Seguradora no dia 28/02. c) Regul,31/05 -52010 EPAJES/RIC país
21.875
b) As reavaliações do FRA com a Euribor de 4,5% (31/03), 3,8% (30/04) e 3% (31/05). Euribor, E = 3%
Em 30/11, pag? juros
580311 RRACFCAVN
2901
c) A regularização de contas entre o BANCO e a Seguradora, S, em 31/05. 52010 EP/JES/RIC país
26.250
4410 DCJVN/CFC/FRA
d) As operações do empréstimo de 750 mil euros, el aborando o balanço final nas duas
Entregaa S
2.901 101 CDBC/DOBP
-26.250
situações (pelo método proporcional, MP, e pelo mé todo do custo amortizado, CA). Em 30/11, pag? capital
4410 DCJVN/CFC/FRA
3.623 3903 ROIC/país/Empr
. 750.000
"01 CDBC/DOBC
3.623 101 CDBC/DOBP
Resolução 750.000
Método proporcional
Em 31/03, com E = 45% e i(C) = 8,5%: * Método do custo amortizado
D = 750.000 x ((8,5% -
8%) x 0,5) / (1 + 8,5% x 0,5) = + 1.799
Quadro do custo amortiza
do, CA
Em 30/04, com E = 3,8% e i(C) = 7,8%: = 7,0%
750 -
=
3,623 (750 + 750 x 7% x 0,5)
D = 750.000 x ((7,8% -
8%) x 0,5) 1 + 7,8% x 0,5) = -722 i(C) sem. = 3,5% /(1+ ix 0,5)
i= 8,0048%; (sem) = 4,0024%
|
=(1+3,5%8-1=0,5750% = + 4,0024%)
Em 31/05, com E = 30% e i(C) = 7,0%:
CAI Juros
1
(1 1 = 0,6562%
E.caixa CAF CAI Prov. F.caixa CAF
D = 750.000 x ((7,0% = -3.623 (- 2.901) Difº
-
8%) x 0,5) H1+7,0%x 0,5) 750.000 4.313 754.313 746.377 4.898 756.733 585
754.313 4.337 758.650
758.660
. 751.275 4.930 761696 593
4.362 763.012 756.205 4.962 766.692 600
763.012 4.387 767.399 761.167 4.995 771.720 607
767.399 4413 771.812 766.162 5.028 776.781 615
77.82 4.438 776.250 0 771.189 5.061 776.250 o 623
26.250
29.873
3.623
Diário
Apesar do encargo global ser mesmo, 29.873 euros, no entant a
o
o, utilização do método
do custo amortizado conduz efetivamente a
a) Assinatura do contrato d Empréstimo -
31/03 encargos mensais mais corretos. Aliás, as
normas internacionais de contabilidade incluindo o
, então PCSB de 1990, preconizam a
Em 1/03 Obtenção
periodização do diferencial de juros, recebidos ou pagos na data de
liquidação de FRA de
+ 94210 FRA-cob/Res 750.000 101 CDBC/DOBP 750.000 cobertura, durante o prazo da operação que lhe está associada.
3903 ROIC/país/Empr. 750.000
b) Reavaliações em: Em 30/04 Mens.juros.
E = 4,5% Juros FRA 6.3.
31/03,
2110 DCJVP/CFCIFRA 1.799 660610 JDC/FC/FRA 585
SWAP DE COBERTURA DE TAXA DE J
Em 30/05, o BANCO, contrai um de 900
580310 RR/CFC/NVP 1.799 580311 RRACFC/JVN 585 empré stimo mil euros, numa instituição finan-
ceira, à taxa E + 2% (E, Euribor), re-embolsável em 30/11. Para cobrir
30/04, E = 3,8% Juros Empr? o risco de subida
de taxa, faz um swap de taxa com outra entida
de, em que o BANCO lhe paga a taxa de
580310 RR/CFCIJVP 1.799 66010 JES/RIC país 4313
5% e recebe a taxa E + 2%. As cotaçõ de E
es atingem 2,8% (31/05), 3% (30/06), 3,4%
2110 DCJVP/CFC/FRA 1.799 52010 EPNES/RIC pais 4.313
(31/07 e 31/08) e 4,0% (30/09 até 30/11).
30/04 E = 3,8% Nos 5 meses, mens. a) Elaborar quadro com as diferenças a entregar (-) e a receber
(+) pelo BANCO.
580311 RRACFCAVN 722 Juros FRA b) Contabilizar as operações indicadas e elaborar o
balanço final com e sem o swap.
4410 DCJVN/CFC/FRA 722 660610 JDC/FC/FRA 3.038
-
580311 RRACFCAVN 3.038 Resolução
c) Regul.31/05 Juros Empr? a) Elaboração do quadro
Euribor, E = 3% 66010 JES/RIC país 21.937
EP/ES/RIC país Variação em euros
580311 RRVCFCAVN 2.901 52010 21.937
-
4410 DCJVN/CFC/FRA 2.901 Em 30/09
. Euribor E + 2% Tx.fixa Dif.tx. (i) J Variação
Entregaa S Pag? juros empr? 31/05 2,8% 4,8% 5,0%
4410 DCJVN/CFC/FRA 3.623 52010 EPAES/RIC país 26.250
-
D,2% -
900 -900
30/06 3,0% 5,0% 5,0% 0,0% 0 + 900
101 CDBC/DOBC 3.623 101 CDBC/DOBP 26.250
"8407 3,4% 5,4% + 0,4%
Em 30/09, pag.empr? 5,0% + 1.800 + 1.800
Anulação c/extrapatr.
31/08
-94210 FRA-cob/Res 750.000 3903 ROIC/país/Empr. 750.000 . 3,4% 5,4% 5,0% + 0,4% + 1.800
30/09 4,0% 6,0%
101 CDBC/DOBP 750.000 -
5,0% + 1,0% + 4.500 + 2,700
som 4,0% 8,0% 5,0% + 1,0% + 4.500 0
Balanço Final -
30/09
MP CA MP CA
660610 JDC/FC/FRA 3.623 3.623 101 CDBC/DOBC 29.873 DER
66010 JES/RIC país 26.250 26.250
29.873 29.873 29.873 29.873
b) Contabilização e balanço final 6.4. CONTRATO DE FUTUROS SOBRE
COTAÇ
Diário Em 15/04, o BANCO compra 5 contratos de
futuros, de 10.000 euros por cada contrato,
sobre 5.000 ações da Empresa SA, vencíveis em
15/07, altura em que adquire esses
m 30/05
Em 30/09 títulos na Bolsa, integrando-os em ativos financeiros
Em
disponíveis para venda (AFDV), As
Ganho despesas de Bolsa e de corretagem atingem 100 euros e as
Contrato swap de taxa margen s inicial e de segu-
+ 9422100 OCID/Cob/Res/C 900.000 21111 DCJVP/Swaps/TJ 2.700
=
2.700
cto
ma oa 8 4. Pools de tesouraris
se considerar o cálculo do custo marginal.
Nas instituições bancárias, a par dos centros de
Na linguagem económica, o custo marginal é aquele que resulta produção respo nsabilidad e operacionais,
o de estrutura e de staff, existem centr
os que captam recursos e
de mais uma unidade em relação à capacidade instalada, o que imp a. normal
mente, um agravamento do custo global e, por conseguinte, uma Te ução m aa
aplicam, como é o caso das agências, e centros
de recursos, como é o caso das
que também os
que apenas procedem à aplicação
direções centrais e regionais de crédito.
ou menor do lucro, embora esta situação possa melhorar no futuro caso à p
A Direção de Tesouraria Central, a
cura registe um comportamento positivo. quem compete normalmente gerir os fun-
dos captados pelas agên
cias e outros, incluindo os movimentados no âmbito dos
mercados interbancários, constitui o
pool da tesouraria central.
A articulação da tesouraria central com as agências pode assumir duas for- EXEMPLO
mas, ambas com as modalidades de fluxos brutos e fluxos líquidos: Considerem-se os balcões, B1 e B2, que movimentam os
seguintes capitais:
-
Pool único.
-.
Pool múltiplo. Bt B2
Créditos c/prazo 500 1.000
Créditos a m/prazo 2.000 2,500
4.1. POOL ÚNICO
Recursos a c/prazo 1.000 2.500
No pool único não existe ligação entre a proveniência de fundos e o seu des- Recursos a m/prazo 1.00.0 "2000
tino.
A captação de fundos pode ocorrer no domínio dos depósitos, dos emprésti- Elaborar mapa de gestão de fundos
pelo pool! de tesouraria central, PTC, pelo método do
mos interbancários, dos empréstimos obrigacionistas e de outras fontes de fun- pool único com fluxos brutos e fluxos líquidos.
dos. As aplicações de fundos consistem principalmente no crédito concedido a
empresas, particulares, entidades estatais e organizações financeiras. Resolução
Uma vertente relevante para os poois de tesouraria é a segmentação das apli- Pool único com fluxos brutos e fluxos
líquidos
cações e captações de fundos por prazos. O curto prazo vai até um ano, o médio
prazo vai de um a cinco anos e o longo prazo tem uma duração superior a cinco Balcões PTC/F.brutos PTC/F.líquidos
anos.
B1 B2 B2 Bt B2
ACP 500
E POOL ÚNICO COM FLUXOS BRUTOS 1.000
AMP "2000 2.500
Os centros captadores de fundos encaminham os fundos obtidos para o pool
de tesouraria central, o qual os distribui pelos centros utilizadores, sendo a ges- Total 2.500 3.500 2.500
. 3.500 -500 + 1.000
tão feita pelo pool de tesouraria central.
RCP "1.000 2.500
E POOL ÚNICO COM FLUXOS LÍQUIDOS RMP 1.000 2.000
Os centros captadores de fundos apenas entregam ao pool de tesouraria cen- Total 2.000
=
4.500 "2000 4.500
tral a parte dos fundos que não aplicam para suprir as suas necessidades e, no
caso dos fundos captados serem insuficientes, recorrem aos fundos do poo! de
tesouraria central. É indubitável que a gestão de fundos está centrada em cada Pool! único com fluxos brutos
um dos centros captadores de fundos, assumindo a intervenção do pool de tesou- "O pool de tesouraria central (PTC), recebe os
recursos de Bt, 2.000, e envia-lhe 2.500
raria central um papel residual. É um facto que o pool central limita-se apenas a que é o valor das suas aplicações. De B2 recebe 4.500 e
envia-lhe apenas 3.500, valor
aplicar os excedentes de fundos de cada agência e, se for o caso, a fornecer-lhes das aplicações programadas. Os restantes 1.000
são geridos pelo PTC.
os fundos de que carecem.
Pool único com fluxos líquidos
*O PTC envia 500 a B1 (valor do deficit de
B1) e recebe 1000 de B2 (superavit de B2)
verbas correspondentes à diferença entre os seus
recursos e as suas aplicações.
Portanto: Resolução
* No método dos fluxos brutos o pool de tesouraria central recebe os recursos totais dos
Balcões PTC/F.brutos PTCfF líquidos
balcões B1 e B2 e, depois, procede ao envio a estes balcões dos recursos necessários
Bi B2 Bt B2 B1 B2
para fazerem face às suas aplicações.
s No método dos fluxos líquidos, os referidos balcões apenas enviam ao poo/ de tesoura- ACP 500 1.000 500 1.000 +500 + 1.500
ria central os recursos que não precisam e, caso os recursos captados sejam insufi- AMP 2.000 2.500 2.000 2.500 -
1.000 -500
cientes, recorrem ao pool de tesouraria central.
RCP 1.000 2.500 1.000 2.500
Em termos de gestão:
RMP 1.000 2.000 1.000 2000
* No método dos fluxos brutos, a gestão de fundos captados pelos balcões é feita exclusi-
vamente pelo pooí de tesouraria central.
s No método dos fluxos líquidos, a gestão de fundos é exercida maioritariamente pelos Pool de tesouraria com fluxos brutos
balcões e, supletivamente, pelo pool de tesouraria central. "O pooi de tesouraria central de curto prazo, PTC/CP. responsável pela gestão dos
recursos e aplicações a c/prazo de Bi e B2, recebe 1.000 de Bt e 2.500 de B2 e envia
500 a B1 e 1.000 a B2. O mesmo acontece com o poo! de tesouraria a médio prazo,
PTC/MP, o qual recebe 1.000 e 2.000 de recursos de B1 e B2 e envia-lhes 2.000 e
4.2. POOL MÚLTIPLO 2.500 para as aplicações a médio prazo.
No pool múltiplo, afetam-se os fundos captados a determinadas aplicações em Pool de tesouraria com fluxos líquidos
função de certos vetores, como, por exemplo, os seus prazos (maturidades). * O pooí de tesouraria central de curto prazo, PTC/CP, só é responsável pela aplicação
de recursos excedentários recebidos do balcão B1, 500, e do balcão B2, 1500. O pool
EH POOL MÚLTIPLO COM FLUXOS BRUTOS de tesouraria central a médio prazo, PTC/MP, é responsável pela cedência de 1.000 a
B1 e de 500 a B2.
Os centros captadores de fundos a curto prazo encaminham os fundos para o
pool de tesouraria central a curto prazo, o qual os canaliza para os centros utili-
zadores a curto prazo. A gestão de fundos é feita pelo pool de tesouraria central
a curto prazo. O mesmo se passa com os fundos a médio prazo e a longo prazo 4.3. ESCOLHA DO Pt
em que a gestão se faz pelos gestores dos respetivos pools centrais (de médio
A escolha da modalidade de pools mais adequada está dependente de deter-
prazo e de longo prazo).
minadas fatores, como a dimensão da institução bancária, a sua rede de agên-
cias, a estrutura das operações ativas, passivas e extrapatrimoniais, a natureza de
E POOL MÚLTIPLO COM FLUXOS LÍQUIDOS
captação e aplicação de poupança e os seus objetivos anuais e plurianuais, bem
Os centros captadores de fundos a curto prazo somente entregam ao pool de como a sua situação económica e financeira.
tesouraria central a curto prazo a parte que não aplicam para fazer face às suas
Sabe-se que o pool único é de fácil aplicação e controlo, contrariamente ao
necessidades e, no caso de insuficiência de fundos, recorrem aos fundos do pool
pool múltiplo, onde a diversidade dos recursos e a respetiva afetação às corres-
de tesouraria central de curto prazo. O mesmo acontece com os fundos a médio
pondentes aplicações apresentam algumas dificuldades práticas.
prazo e a longo prazo.
Com efeito, a classificação mais ou menos rigorosa dos recursos captados por
prazos de re-embolso, assim como das aplicações, é uma tarefa de difícil exe-
EXEMPLO
quibilidade. Todavia, o método do pool múltiplo não deixa de ser mais rigoroso
Recorrendo ao exemplo anterior, em que os Balcões B1 e B2 possuem recursos a curto
do que o do pool único.
prazo e a médio prazo, bem como as correspondentes aplicações, determinar os saldos
de tesouraria pelos métodos do poo! múttiplo com fluxos brutos e do poo/ múltiplo com
No que se refere aos fluxos brutos, o gestor do pool de tesouraria central,
fluxos líquidos. normalmente designado por Diretor do Departamento de Tesouraria e Mercados,
tem uma ação absolutamente determinante e abrangente, na medida em que Adicionando à margem financeira, MF, a
margem complementar, MC,
administra todos os recursos captados que vão ser aplicados pelos vários poois obtém-se o produto bancário, PB, ou o
produto da atividade financeira quando
de tesouraria da instituição, desde a receção dos recursos que lhes são enviados englobar também rendimentos de outras operações financeiras.
até à sua redistribuição pelos pools carenciados.
PB = MF+MC
No sistema de pools de tesouraria com fluxos líquidos, único e múltiplo, a
gestão é exercida pelos pools que captam os fundos até ao montante das aplica- No caso de um banco emprestar 100 mil euros à taxa de
5%, cujo custo atinge
ções por si programadas, cabendo ao pool de tesouraria central o papel de equi- 3%, a margem financeira, ou spread, é igual a 2% e, em valor, 2 mil euros.
líbrio entre os recursos captados e aplicados. Por conseguinte, a intervenção no
Como se compreende, o valor da margem financeira deve ser tanto
domínio de gestão do pool de tesouria central fica limitada a suprir os défices maior quanto
maior for o grau de risco da operação de crédito.
existentes em cada pool e a aplicar os excedentes.
A margem financeira e a margem complementar deverão ser suficientes
O sistema de pools de tesouraria em termos líquidos será mais exequível nos para
cobrir os seguintes encargos e responsabilidades:
bancos de pequena dimensão com uma rede de agências com captação e aplica- -
Pessoal e outros encargos administrativos.
ção de poupança relativamente equilibradas em termos de montante e prazo de -
Provisões e imparidades, amortizações e impostos.
permanência.
Pagamento de dividendos aos acionistas.
-
Já o sistema de pools de tesouraria em termos brutos, sem dúvida mais com-
Constituição da reserva legal e de outras reservas.
-
plexo e exigente, terá mais viabilidade nas instituições de elevada dimensão com
uma maior rede de balções e grande diversidade de operações, porquanto a O valor da margem financeira pode ser influenciado
pelas variações cambiais
tesouraria central pode garantir um equilíbrio global entre as fontes e as aplica- se houver envolvimento de moeda
estrangeira e não se proceder à respetiva
ções de fundos dos pools de tesouraria e, em simultâneo, efetuar operações van- cobertura cambial.
tajosas e oportunas no âmbito dos mercados interbancários, sobretudo do banco Assim, naconcessão de crédito em moeda nacional
(moeda), com a afetação
central, que envolvem em geral verbas significativas. A gestão de fundos pela de fundos em moeda estrangeira
(divisa), assim como os respetivos juros, a
tesouraria central ganha obviamente maior acuidade em épocas de carência de
Variação cambial repercute-se na margem financeira na altura do pagamento de
liquidez. Juros (custos) e do recebimento de juros (proveitos), bem como no
capital
envolvido na operação.
No caso da moeda doméstica ou divisa (moeda
que cota o certo) se valorizar
em relação à moeda estrangeira (cota o
incerto), o banco nacional ganha no
pagamento de juros e do capital mutuado. Ao invés, na
situação da moeda
$5. Margens financeira e complementar doméstica se desvalorizar em relação à moeda
estrangeira, perde ao pagar os
juros e o capital em dívida.
5.1. INTRODUÇÃO
EXEMPLO
A margem financeira assume uma grande importância na gestão das opera- O Banco Nacional para emprestar 1.000.000 de euros à
Empresa Nacional, pelo prazo de
6 meses, à taxa de juro de 6%, obtém um crédito
ções de crédito contratadas pelas instituições bancárias. De facto, constitui um equivalente em francos suíços, CHF,
referencial relevante na determinação da taxa de juro da contratação das opera- junto do Consórcio Suíço, à taxa de 4%, com pagamento de juros
postecipados, sendo o
câmbio atual do euro em relação ao franco
ções de crédito. suíço de 1,25 (EUR/CHF).
Admitindo que o Banco Nacional não faz a respetiva cobertura de risco
A margem financeira corresponde à diferença entre os juros e rendimentos cambial, calcular
a margem financeira:
similares dos fundos aplicados e os juros e encargos similares dos fundos obti-
dos, ou seja, a diferença entre os juros cobrados numa aplicação de fundos e os a) Com o câmbio EUR/CHF igual a 1,25, igual ao existente na altura do contrato.
juros pagos por esses mesmos fundos. b) Com os câmbios EUR/CHF de 1,30 e 1,20.
+
sabendo que os encargos com pessoal, os
c) O resultado líquido, no caso da alínea a),
encargos administrativos, o risco da operação,
as amortizações e os impostos sobre 5.2 MARGEM
FINANCEIR;
euros.
jucros atingem, respetivamente, 500, 200, 4.000, 100 e 2.200 A gem financeira sofre a influência de
Varios fatores al guns
pela regulamentaçao vigente imposto s
o
O à
constituição da reserva leg al ou obrigat
b óora
Resolução junto doo B Banco de P a
contribuição para o Fundo de Garantia de Dos
e epósitos
a) Margern financeira com o câmbio EUR/CHF
de 1,25 outros liga dos à 1 liquide
quidez bancária, como o nível do fundo
de maneio de Caixa
(1.000.000 0 CHF x 1,25),
O crédito suíço correspondente a 1.000.000 EUR é de 1.250.00
de 25.000 CHF (1.250.000 x 4%/2), ou seja, 20.000 EMARGEM FINANCEIRA POR P RAZOS
que acarreta encargos financeiros
co a 6%, por 6 meses,
plicação em euros no mercado domésti
euros (25.000/1,25). A aplicaçã D Ois métodos de cálculo
ra
rende 30 mil euros (1.000.000 x 6%/2). A margem financei obtida,
em euros, é, assim, em apurar a financeira segmentada
Por prazos:
igual a: -
Taxa média dos custos de
recursos.
30.000 -
20.000 = 10.000 euros -
Taxas de financiamento
diferenciadas.
e
b) Margem financeira com os câmbios de 1,30 1,20 * AXA MÉDIA DOS CUSTOS DE
de 1,25 para 1,30 (+ 0,05), pro- RECURSOS
Como se verifica no quadro junto, a valorização do euro
Neste método h que
no valor de 769 euros, e a sua desvalorização começar por calcular a taxa média do custo dos
porciona o aumento da margem financeira, Sos a curto Prazo a recur
no valor de 833 médio prazo e a longo
de 1,25 para 1,20 (- 0,05) acarreta a redução da margem financeira, prazo e à seguir ap urar a
Inanceira tendo em conta as taxas das margem
euros. apiicações de fundos
Considerand. oosr"ENISOS
Te-embolsáveis nos Prazos de 2 n
Juros pagos em euros e francos Juros Margem Ganho (+) Ro É AS taxas
correspondentes, i
1,
anos, Ri,
cobrados financeira Perda (-) >
by; À t taxa média dos
EUR igual à TECUISOS, É ip,
CHF EUR/CHF
10.000 = (R XI +R
30.000
Xi
-
25.000 1,25 20.000 »
Em 1 1 + + + +R
-
19231 30.000 10.769 + 769
1 2 )
25.000 1,30
-833 Na prática bancária,
cária,
é
é ,
25.000 1,20 20.833 30.000 9.167 normal classificarem-se às
seguinte fora
Curto prazo, até um
*
operações realizad as da
ano; médio prazo, de um a ci nco
longo prazo » Superior a 5 anos. Tal não anos , E
obsta a que sejam adotados
mentos de praz op ara efeitos de outro S seg-
c) Resultado líquido gestão
1. Margem financeira 10.000 100,0% e TAXAS DE FINANCIAME; MENTO DIFERENCIADAS
2. Encargos com pessoal 500 5,0% NestSte método de cá
áleulo da
-
margem financeira por poois de t
3. Encargos administrativos 200 2,0% mentados Por prazos, como é o caso esouraria, seg-
das agências b anc árias e de
outros centros
-
111
4.000 %
40,0%
ae lucro, utiliza-s e como custo a taxa de
4 Provisões Juro dos Tecursos captados no mesmo
.
Prazo a que se refere a
5. Amortizações 100 1,0% aplicação. Caso o Valor aplicado
seja Superior ao do
va
recur;So captado, há
-
que recorrer ao valor em falt no
6. Impostos sobre lucros 2200 220% tecurso com o prazo sub
Sequente e custeá-lo à respetiva taxa
7. Total custos (2 + ... +6) 7.000 70,0%
a variante deste método
consi ste na utilização como
8. Resultado líquido (1 3.000 30,0% taxa de referência
7) Para O custo dos recursos a curto
-
Prazo da taxa de Juro do mercado
Tal implica que a se monetário
Sur se aça depoi sa
ti dos recurso a curto compensação com base na taxa efe
Ss
prazo fu ncionando a t ado merc. ado
axa de aplicação de fundos monetário com
con siderados a curto
prazo
EXEMPLO b) Comentário
A Agência possui os seguintes recursos e aplicações de fundos, distribuídos pelo centro Conquanto a margem financeira da Agência, em
termos globais, assuma um vak
de lucro de curto prazo (CCP), centro de lucro a médio prazo (CMP) e centro de lucro a em qualquer dos critérios atrás
indicados, 27 unidades monetárias, no
longo prazo (CLP): tros de lucro, verifica-se entanto, pr
que o CCP beneficia com o método das taxas
diferencia
passo que o CMP e o CLP têm
vantagem com a adoção do método da taxa média.
Aplicações Valor Taxa
Adotando a variante do método das taxas
diferenciadas, no caso de se utilizar a t
C/Prazo 500 7,0% mercado monetário, i (M), por
hipótese, 4,5%, para valorizar os recursos a curto
margens financeiras apuradas são as pr
M/Prazo 300 8,0% seguintes:
L/Prazo 200 9,0% MF = 500 x 7% (300 x
-
4,5% + 200 x 5%) = 11,5
Recursos MF = 300 x 4,5% 300 x 4% =
-
1,5 (compensação)
300 Total = 11,5+1,5+8,0+ 60 = 27,0
C/prazo 4,0%
M/Prazo 400 5,0%
VPrazo 300 6,0%
E MARGEM FINANCEIRA GLOBAL
Para o cálculo da
margem financeira global (não segmentada
por pr:
podem utilizar-se três métodos que conduzem
É todos ao mesmo resultado:
a) Determinar a margem financeira por centros de lucro pelos métodos da taxa m édia -
Método da contabilidade tradicional.
dos custos de recursos e das taxas diferenciadas. -
Método das margens sobre e recursos.
b) Comentar os resultados obtidos.
aplicações
-
Método das taxas marginais de
transferência.
Resolução e MÉTODO DA ABORDAGEM DA CONTABILIDADE
TRADICIONAL
a) Margem financeira por centros de lucro, MF
Segundo este método de determinação da
margem financeira, há que ar
Os proveitos das
aplicações programadas e os custos dos recursos
captados.
Centros Cálculos
MF Valor
A seguir faz-se a diferença entre estes dois
valores e obtém-se a
de lucro
Taxa média, *
ceira. margem fi
CCP 500 x (7% -
5%) 10,0
e MÉTODO DAS MARGENS SOBRE
CMP 300x(8%-5%) 90 APLICAÇÕES E RECURSOS
Neste
método, toma-se como referencial uma taxa
CLP 200x(9%-5%) 80 única qualquer, como,
exemplo, a taxa média do mercado
MF Total 27,0
monetário, a taxa média dos recursos
dos, ou outra taxa. Depois, ca)
apura-se a margem de lucro por prazos das
Taxas diferenciadas ções e dos recursos como se o apb
capital afetado a cada prazo constituísse um c
CCP 500 x 7% 180 tro de lucro.
-
(300 x 4% + 200 x 5%
CMP 300 x 8% (200 x 5% + 100 x 6%) 8,0 Na prática, o cálculo da
margem apura-se multiplicando o
-
rencial entre a taxa da capital pelo dj
cLp 200 x 9% 200 x 6% 6,0 aplicação e essa taxa média (para as
aplicações) e entr
-
mesma taxa média e a taxa do recurso
MF Total 27.0 captado (para os recursos). Finalmer
para obter a margem financeira global,
procede-se à adição algébrica das vár
margens de lucro obtidas nos vários centros de
1 = (300 x 4% + 400 x 5% + 300 x 6%)/1000 = 5% lucro, de aplicação e de capta
de fundos.
e MÉTODO DAS TAXAS MARGINAIS DE TRANSFERÊNCIA Resolução
Este método tem um desenvolvimento inicial semelhante ao método anterior
Método da contabilidade tradicional
com exceção da adoção da taxa referencial. Esta taxa, em vez de ter um único
valor, assume os valores de cada prazo que deram origem à taxa média. Daqui C/Prazo 300 x 4% 120 C/Prazo 500 x 7% 35,0
resultam os resultados de cada centro de lucro, positivos e negativos, que contri-
M/Prazo 400 x 5% "200 M/Praz 300 x 8% 24,0
buem para a margem financeira global.
L/Prazo 300 x 6% 180 L/Prazo 200 x 9% 18,0
Entretanto, há ainda que fazer a correção respeitante aos mismatches de pra-
MF global
zos, na medida em que, só por mero caso, é que, em cada prazo estabelecido, o 50,0
montante de fundos envolvidos nas aplicações coincide com o dos fundos capta- Total 770 Total 77.0
dos.
Assim, caso tenham sido feitas aplicações a curto prazo, no montante de 100
Métodos de cálculo das margens e das taxas marginais
unidades monetárias, à taxa de 8%, e os recursos captados a curto prazo, 80,
estejam taxados a 5% e os recursos a médio prazo a 6% (taxas de referência por Margens sobre créditos e recursos Taxas marginais de transferência
prazos), a margem financeira é 3, 100 x (8% 5%).
-
AC/P 500 x(7%---4%) 15,0 AC/P 500 x (7% 3%)-
20,0
No entanto, o gap de 20 (100 80) foi custeado a 5% quando deveria ser a
-
AM/P 300 x (8% AMP 300 x (8% -4%)
6% (+ 1%). O mismatch contribui com -0,2 para a margem financeira: 4%) 12,0
-
12,0
20 x (5% -
6%). AUP 200 x (9% -
4%) 10,0 AUP 200 x (9% -
5%) 8,0
O resultado global da margem financeira obtido pelo método das taxas mar- RC/P 300 x (4% 0,0 RC/P
-
4%) 300 x (3% -
4,0%) -3,0
ginais de transferência é igual ao dos métodos anteriores. RM/P 400 x (4% -5%) --0 RMP 400 x (4% -4,0
-
5,0%)
RL/P 300 x (4% 6%) -60 300 x (5% -
6,0%) -3,0
EXEMPLO MF global 27,0 Mismatches:
Recorrendo ao exemplo anterior, determinar a margem financeira da Agência pelos méto-
(500 -
300) x (4% -
5%) -2,0
dos da contabilidade tradicional, das margens sobre aplicações e recursos e das taxas
marginais de transferência. As taxas de referência são 3%, 4% e 5%, respetivamente (300 -
200) x (6% -
5%) -1,0
para o curto prazo, médio prazo e longo prazo. MF global 27,0
Agência
Aplicações Valor Taxa
5.3. MARGEM COMPLEMEN
C/Prazo 500 7,0%
EH APURAMENTO DA MARGEM COMPLEMENTAR
M/Prazo 300 8,0%
Como atrás se referiu, a soma da margem financeira e da
L/Prazo 200 9,0% margem comple-
mentar constitui o produto bancário ou produto da atividade financeira
Recursos quando
se trata de contas consolidadas.
Ciprazo 300 4,0%
A margem complementar resulta do somatório algébrico dos valores das
M/Prazo 400 5,0%
seguintes contas:
L/Prazo 300 6,0% -
Rendimentos de instrumentos de capital.
-
Rendimentos de serviços e comissões.
-
Encargos com serviços e comissões. A ventilação das comissões bancárias
por centro de lucro, por agência «
-
Resultados de ativos e passivos financeiros avaliados ao justo valor atra- sucursal, é feita em geral de forma direta, o
que significa que o centro de luc
vés de resultados. que presta o serviço ao cliente é também o
que usufrui do respetivo proveit
Resultados de ativos financeiros disponíveis para venda. Mas, no caso de produtos que não são vendidos
pela rede de balcões, as comi1
-
sões vão ser afetadas, em
-
Resultados de reavaliação cambial. princípio, ao centro de lucro que inicia as
operações.
Todavia, para a maioria das comissões
-
Resultados de alienação de outros ativos. financeiras, a sua repartição necessit
de uma análise
complementar.
-
Outros resultados de exploração.
Ássim, caso haja envolvimento do centro de
lucro e da rede de
que criar um sistema de repartição balcões, h
A margem complementar vem assumindo uma posição cada vez mais rele- apropriado e racional, como é o caso da colo
vante no produto bancário. cação de valores mobiliários, e outros
produtos, a que o banco se
perante o cliente, em que há obrigo:
Por exemplo, na Caixa Geral de Depósitos, o maior banco português, no intervenção do departamento central e da rede
agências.
BCP, o maior banco privado, e o total do sistema bancário português, segundo
dados referentes a 2010 sobre a atividade consolidada, os pesos da margem
complementar elevavam-se a 54,3%, 46,5% e 48,79%, respetivamente: EXEMPLO
|
A DTM (Direção de Tesouraria e
Mercados) acorda com a Empresa Industrial a
de um empréstimo colocação
por obrigações de 1 milhão de
Em valor Em percentagem euros, repartido por 200 mil títulos,
mediante a cobrança de 0,5% de
comissão sobre o valor de emissão.
CGD BCP SBP cen "BCP SBP Para o efeito, a DTM contacta 10
Agências (Al, A2...., A10), que funcionam como
de lucro, a fim de colaborarem centros
1. Margem financeira 1.415
nesta operação, tendo sido
1.517 5.083 45,7% 53,5% 51,8% acordado, em relação a cada
uma, o crédito de 2 cêntimos por cada obrigação vendida €, no caso
de se ultrapassar as
2. Margem complementar 1.684 1.318 4.819 20 mi, a parte excedentária tem o
54,3% 46,5% 48,7% crédito de 2,2 cêntimos.
Após decorrido o prazo de
3. Produto bancário (1 + 2) 3.099 2.835 9.902 100,0% 100,0% 100,0% subscrição, constata-se que a subscrição, 100% da
está assim repartida: Ai, 50 mil emissão,
obrigações vendidas, AS, 40 mil, 410, 30
Fonte: Boletim Informativo da APB nº 46. tantes Agências não excedem mil, e as res-
individualmente 20 mil obrigações.
Determinar as comissões a favor das
Agências e da DTM.
Os resultados de serviços e comissões (rendimentos de serviços e comissões
menos encargos com serviços e comissões) têm uma relevante na Resolução
importância
margem complementar, 57,2% no ano de 2010, 18,4% no ano anterior
Contra Comissões por centros de lucro
(dados consolidados para o total do sistema bancário). As comissões que as ins-
tituições bancárias usufruem respeitam a operações ativas e passivas eque a opera-
C. lucro Até 20 mil
ções extrapatrimoniais. Sup. 20 mil Comissão
Al 20.000 x 0,020
AZ
= 30.000 x 0,022
= 1.060
E IMPUTAÇÃO DAS COMISSÕES 20.000 x 0,020
20000x0,022 840
AS 20.000 x 0,020
O problema que se põe no domínio da contabilidade analítica é saber como se 10000x0022 620
Outras 80.000 x 0,020
faz a afetação das comissões a nível dos centros de lucro, quando se sabe e
e
1.600
muitas operações que envolvem comissões são realizadas com a intervenção de
DTM
880
vários centros de lucro. Total 1000 000 x 0,5% 5.000
86. Casos práticos c) Demonstração de resultados no ponto crítico e com o programa realizado
Demonstração de resultados
6.1. CUSTOS FIXOS E CUSTOS VARIÁVEIS
P.crítico Programa P.crítico Programa
O BANCO está a programar o crédito a clientes por três produtos para o próximo ano
C.var. P 1.316 1.500 Venda Pt 2.198 2.500
(valores em mil euros): P1, 50.000, à taxa de 5%; P2, 30.000, à taxa de 6%; P3, 20.000, à
G.var. P P
taxa de 7%. Os encargos fixos atingem 1.755. O custo dos fundos necessários é de 2%.
As taxas de risco e de outros custos variáveis atingem 1% (P1), 2% (P2) e 3% (P3). C.var. P
1.052
877
1.200
1.000
Venda
Venda P3
= 1.579 1.800
1.228 1.400
a) Calcular as taxas de juro médias das aplicações em crédito a clientes e dos custos C.tixos 1.755 1.755
variáveis. Resultado 0 245
b) Determinar o ponto crítico, em termos de proveitos obtidos pelos produtos P1, P
e
5.000 5.700 5.000 5.700
P3, e os montantes das respetivas aplicações, admitindo uma evolução negocial pro-
porcional destes três produtos.
c) Elaborar a demonstração de resultados no ponto crítico e no caso de realizar integral-
mente o programa de crédito referido.
6.2. POOLS DE TESOURA
Resolução A rede de agências do BANCO engloba três centenas de
agências. Para efeitos de aná-
a) Taxas de juro médias de aplicações, TMA, e de custos variáveis, TMV lise de movimentação intema de fundos, selecionaram-se três
delas, Ai e A3 que A
captam fundos e aplicam fundos a curto, a médio e a longo prazo, conforme dados do
TMA = (50.000 x 5% + 30.000 x 6% + 20.000 x 7%) / 100.000 57%
quadro seguinte.
TMV = (50.000 x 3% + 30.000 x 4% + 20.000 x 5%) / 100.000 = 3,7%
Aplicações Ai A2 A3 Recursos A1 AZ E
b) Ponto crítico C/P razo 000 3.000 2.500 C/Pra -
e
1
2.500 4.000 3.500
O peso do custo variável no preço de venda, em termos de taxas, é de 64,9%
M/P 2500 2000 1500 MíPrazo ooo 2000 2500
(3,79%15,7%) e a margem sobre o custo variável atinge 35,1% (100,0% 64,9%). Mas, no
-
L'Prazo 1.500 4.000
ponto crítico, como o lucro é nulo, os encargos fixos correspondem à margem sobre o 1.500 L/Prazo 500 3.000 500
custo variável, 35,1%.
Então se 35,1% (peso dos encargos fixos nos proveitos ou vendas) correspondem a Com base nestes dados, apurar o saldo de tesouraria a
cargo da gestão do pool de
1.755 euros (encargos fixos), a 100% (proveitos ou vendas) equivalem a 5.000 euros tesouraria central, PTC, pelos seguintes métodos:
(proveitos). Dividindo o valor dos proveitos (juros) pela taxa de juro média, obtém-se o
a) Pool único com fluxos brutos e fluxos líquidos.
valor do total das aplicações (crédito), ou seja, 87.719 (5.000/5,7%).
P e P3: 43.859 (50%),
) Pool múltiplo com fluxos brutos e fluxos líquidos.
b)
A seguir já se pode fazer a distribuição pelos produtos, P1,
26.316 (30%) e 17.544 (20%). Os correspondentes proveitos atingem 2.193 euros, P1
(43.860 x 5%), 1.579 euros, P2 (26.316 x 6%) e 1.228 euros, P3 (17.544 x 7%).
Resolução
6.3. CÁLCULO DA MARGEM
a) Pool único com fluxos brutos e fluxos líquidos FINANCEIR
O BANCO possui, dentro da sua
estrutura organizacional, a
PTC/Fluxos brutos
Agência VIP com três centros
Agências PTC/Fluxos líquidos de lucro, CL1, CL2 é CLS,
respetivamente para as operações de curto
prazo, médio prazo
Aplicações A! A A A A A3 Ai A A3 e longo prazo, tendo à sua frente o
respetivo gestor responsável, cujos dados estão inse-
ridos no quadro seguinte.
C/Prazo 1.000 3.000 2.500 Considerando que a gestão quer avaliar as
tes gestores, no domínio da performances des-
margem financeira, proceder ao cálculo desta com
M/Prazo 2.500 2.000 1.500 base nos
seguintes métodos:
L/Prazo 1.500 4.000 1.500 a) Taxa média do custo dos recursos.
Total 5.000 9.000 5.500 -1.000 O + 1.000 b) Taxas diferenciadas dos recursos.
Recursos
C/Prazo 2.500 4.000 3.500 Crédito Depósitos
M/Prazo 1.000 2.000 2.500 Valor Taxa "Valor Taxa
L/Prazo 500 3.000 500 Curto Prazo 10.000 6,5% 9.000 3,0%
Total 4.000 Médio Prazo 7.000
9.000 6.500 75% 6.000 3,5%
Longo Prazo 3.000 8,5% 5.000 4,0%
Total 20000
b) Pool múltiplo com fluxos brutos e fluxos líquidos 20.000
Agências PTC/Fluxos brutos PTC/Fluxos líquidos Resolução
Aplicações Ai A2 A3 Ai A2 A3 Ai AZ A3 a) Taxa média do custo dos recursos
C/Prazo 1.000 3.000 2.500 1.000 3.000 2.500 +1.500 +1.000 + 1.000
= (9.000 x 3% + 6.000 x
3,5% + 5.000 x 4%) / 20.000 = 3,4%
Mrazo 2.500 2.000 1.500 2.500 2.000 1.500 -1.500 O + 1.000
MF(CL1) = 10.000 x (6,5% -
3,4%) = 310
L/Prazo 1.500 4.000 1.500 1.500 4.000 1.500 -1.000 -1.000 -1.000
MF(CL2) = 7.000 x (7,5% -
3,4%) = 287
Recursos
MF(CL3) = 3.000 x (8,5% -
3,4%) = 153
CiPrazo 2.500 4.000 3.500 2.500 4.000 3.500
Total = 750
M/Prazo 1.000 2.000 2.500 1.000 2.000 2.500
L/Prazo 500 3,00.0 500 500 "3.000 500 b) Taxas diferenciadas dos recursos
* No pool único não há diferenciação de prazos, ao contrário do poo! múltiplo.
= Crédito
alor Taxa
Depósitos
Valor Taxa Tx.pond.
* No pool com fluxos brutos, o poo! de tesouraria central, PTC, recebe os fundos capta- CL1 10.000 6,5% 9.000 3,0%
dos por cada agência e envia-lhe os fundos que ela necessita. Portanto, os fundos em
falta são assegurados pelo poo! central, o qual terá de aplicar também os fundos exce- 1.000 3,5% 3,05%
dentários. Logo, no método do pool com fluxos brutos, a gestão é assegurada pelo CL2 7.000 7,5% 5.000 3,5%
PTC. No poo! com fluxos líquidos a gestão é partilhada entre o pool central e cada
2.000 4,0% 3,64%
agência, embora esta desfrute de uma maior influência.
CL3 3.000 8,5% 3.000 4,0% 4,0%
MF(CL1) = 10000 x (6,5% -
3,05%) = 345
MF(CL2) = 7000 x (7,5% -
3,64%) = 270
MF(CL3) = 3000 x (8,5% -
4,0%) = 135
Total = 750
Ambos os métodos de cálculo conduzem ao mesmo valor da margem financeira da
Agência VIP, 750. Todavia em termos de performances da margem financeira:
* O método da taxa média do custo dos recursos beneficia os gestores dos centros CL2 e
CLS e prejudica o gestor do CL1.
* Ao invés, o método das taxas diferenciadas dos recursos beneficia apenas o gestor do
CL1 e prejudica os gestores do CL2 e do CLS.
Capítulo 11 -
Enquadrament
dos eixos de anális
Os eixos de análise da contabilidade analítica bancária são os centros de res-
ponsabilidade, os produtos e os clientes.
Os centros de responsabilidade abrangem os centros de estrutura, os centros
funcionais, os centros operacionais e os centros de lucro.
Para apurar os resultados por centro de lucro, é necessário percorrer várias
fases, sendo as duas primeiras a retenção dos custos da contabilidade analítica e
a sua afetação aos centros de responsabilidade da
instituição. Depois vêm a ven-
tilação dos custos de estrutura e funcionais pelos centros operacionais e o cál-
culo dos custos de cada operação. A seguir, surge a faturação dos custos de
ope-
ração aos centros de lucro e, finalmente, o apuramento dos resultados por centro
de lucro.
Neste processo de imputação de custos dos centros de responsabilidade, há
que ter em consideração o nível de atividade, o qual, em determinados períodos,
pode sofrer alterações. Adotando, por simplificação, um determinado nível de
atividade, o custeio processa-se utilizando os métodos do custo real, do custo
padrão e do custo de mercado.
Outro eixo de análise da contabilidade analítica refere-se aos
produtos. Os
produtos bancários têm vindo a acompanhar as necessidades dos clientes, quer
no domínio do ativo (crédito a clientes e outras aplicações) e do
passivo (depó-
sitos e outros recursos), quer no domínio extrapatrimonial que
originam comis-
1º FASE -
RETENÇÃO DOS CUSTOS DA CONTABILIDADE ANALÍTICA
de bolsa, consultoria €
sões (gestão de patrimónios, guarda de valores, operações
A primeira etapa consiste em identificar o perímetro da contabilidade analí-
outros serviços bancários).
em três grandes tica, o que exige a adoção de uma listagem de contas compatível com os objeti-
Finalmente, o eixo clientes. Os clientes estão classificados vos a atingir.
setor não financeiro e
setores económicos: setor de administrações públicas,
e outras instituições de cré- Os custos apurados pela contabilidade geral, na sua maioria, transitam dire-
setor financeiro. Neste último, incluem-se os bancos
de seguros € Os fundos de pensões. tamente para a contabilidade analítica, enquanto alguns têm de ser isolados ou
dito, as sociedades financeiras, as empresas
reformulados segundo determinados critérios e outros sem existência legal têm
a uma sis-
O relacionamento financeiro de cada cliente com o banco obedece de ser nela introduzidos.
existente. Nesse sentido, é desejável que,
tematização da respetiva informação
vista novas operações ou Assim os custos de caráter excecional ou extraordinário, como as penalidades
nos contactos do banco com cliente que tenham em
o
com as respetivas expo- fiscais e outras e determinados custos ligados à atividade da sede da instituição,
re-estruturação das existentes, estejam disponíveis mapas
com outros elementos de reconhecida importân- poderão não ser incorporados nos custos da contabilidade analítica.
sições e resultados, assim como
cia para o efeito. Pelo contrário, os custos supletivos, que visam remunerar de forma conven-
cional os capitais próprios da instituição, por vezes são incorporados nos custos
da contabilidade analítica.
E 2º FASE AFETAÇÃO DOS CUSTOS AOS CENTROS DE RESPONSABILIDADE
-
$1. Centros de responsabilidade Para o efeito, é necessário definir previamente os centros de responsabilidade
que fazem parte do banco, a cargo de um gestor responsável, os quais podem ser
classificados em:
1.1. FASES PARA O CÁLCULO DE CUSTOS -
Centros de estrutura atuam para o conjunto do banco.
-
-
Centros funcionais servem seletivamente certos centros.
-
A contabilidade geral, contabilidade financeira ou contabilidade extema, Centros operacionais fornecem operações repetitivas.
os custos por natureza das instituições ban-
- -
regista, a par dos proveitos obtidos, Centros de lucro geram proveitos e resultados.
utili- - -
cárias derivados dos factos patrimoniais e dos factos extrapatrimoniais,
anteriormente refe-
zando para tal as contas constantes da situação analítica já A organização contabilística deve ser feita de molde que qualquer registo na
rida. contabilidade geral gere, automaticamente, os registos na contabilidade analítica
de
A partir destes registos, os quais constituem grosso modo a demonsiração relativamente a cada centro de responsabilidade. Por exemplo, os gastos com
ou etapas até proce-
resultados do exercício, é necessário percorrer várias fases pessoal do banco são imputados aos centros de lucro, aos centros operacionais,
a fim de se apurarem
der à imputação dos custos aos chamados centros de lucro, aos centros de serviços gerais e aos centros de estrutura.
os respetivos resultados.
Tais fases são as seguintes: E 3º FASE -
VENTILAÇÃO DOS CUSTOS DE ESTRUTURA E FUNCIONAIS
1. Retenção dos custos da contabilidade analítica.
Nesta fase assiste-se à transferência dos custos dos centros funcionais, ou
2. Afetação dos custos aos centros de responsabilidade.
centros de serviços gerais, e dos centros de estrutura para os centros operacio-
3. Ventilação dos custos de estrutura e funcionais. nais e para os centros de lucro através de chaves de repartição, previamente
4. Cálculo dos custos de operação.
definidas e aprovadas pela gestão, como o tempo gasto, o espaço ocupado, o
5. Faturação dos custos de operação aos centros de lucro.
número de empregados, as quotas fixadas ou outras chaves institucionalizadas.
6. Apuramento de resultados por centro de lucro.
A partir de agora os custos já estão incorporados nos centos operacionais e nos
centros de lucro, segundo critérios estabelecidos superiormente.
Con vém re ferir este rocesso de n
é
ÁÍICO e ante riores e, quando
que imp utaç possível, as alcançadas por entidades bancárias
á
tes na mesma gam de concorren-
tem de assumir um 1e é correto aman hã ) a a
q produtos.
de ser introduzidas as competentes alterações Presentemente, com a ado
ção de modelos informatizados, bem estruturado
>
se
para aju star os critérios de imputação à realidade dinamizados, é possível obter resultad
os de forma instantânea
lucro, incluindo os respeita por centros de
ntes às agências que o banco pos
doméstico, mas também a nível internac sui, não só a nível
m 4º FASE -
CÁLCULO DOS CUSTOS DE OPERAÇÃO ional. Esses resultados, distribuídos
produtos e clientes, constituem, naturalm por
O obje tivo desta fase consiste em calcular os custos das operações realizadas ente, uma excelente base de aná
lise, de
reflexão e de atuação dos
responsáveis pela gestão das inst
pelos centros operacionais, a fim de servirem de base de faturação ituições bancárias.
S
utilizadores destas operações OS centros de lucro. O ponto mais crítico é, sem
dúvida, a implementação das chaves de
e
-
de custos. Daí repartição
Para levar a cabo este trabalho é necessário e Denois |
que a gestão deve estar sensibilizada
a fim de que se para a instituir devidamente,
mente atinja a eficiência e a eficácia necessárias no
ções que o banco realiza no âmbito da sua atividade. Depois , cumprimento dos
objetivos estabelecidos. Por consegu
os tempos despendidos em cada operação e, com base no custo suportado, cal inte, este processo deve estar imbuído de
critérios clar os, tran
cular o seu custo unitário Também pode utilizar-se o custo padrão de cada ope- spar entes e justos para que os gest
envolvidos os possam acatar normalm ores dos departamentos
ente e estar prep
ração ou outro custo previamente acordado. arados e motivados para
propor as competentes alteraçõ
es quando tal se justifique.
E 5º FASE FATURAÇÃO DO CUSTO DE OPERAÇÃO AOS CENTROS DE LUCRO
-
ão sã
EXEMPLO
Nesta fase, OS vários custos de operação são faturados aos centros
5
lucro
a o Os dois cent
a
cimei
ros operacionais, que tratam das
segundo critérios previamente estabelecidos pela gestão cimeira. Esta fatura
ão
operações X e Y, designad por COX e
os
édi des o COY, faturam operações ao Centro de Lucro do
pode ser feita ao custo médio das operações realizadas, O que não impede O Xe 14,8 por operação Y. Outros dois centros
Produto P, CLP, a 13 euros
por operação
da
controlo de gestão possa instituir outros métodos de custeto mais adeg;uados à contribuem para a real ização destas opera-
ções: o centro de estrutura 4, CEA, e o centro
situação. funcional B, CFB. A
do CEA por COX, COY e CFB é repartição dos custos
feita proporcionalm
Tal como noutras situações de imputação de custos dO nível dos centros de ente ao número de colabora dore s, o
mesmo acontecendo com a
a
imputação dos custos de CFB ao COX e COY
responsabilidade, nesta fase da arquitetura geral de custos privilegiar-se à seguinte). O centro de lucro, CLP, no ano (ver quadro
ênci ê ionali N, vendeu 200 prod utos a 125 euro s cada,
transparência, a coerência e a racionalidade das opçõedes tomadas, b bem como à suportando 2.600 de custos fixos e a
faturação de 1.000 operações do COX e 500 do
ih
operacionalidade e a susten tabilidade do siste
Sis
ma de cÀ aves de repartição de COY.
custos ficando bem claro, no desenvolvimento do processo, que se trata
Centros Pessoal Custo
processo dinâmico e não estacionário. 1. Custo operacion
al/COX 25 9.000
2. Custo operacion
nm 6º FASE -
APURAMENTO DE RESULTADOS POR CENTRO DE LUCRO al/COY 15 "5.000
3. Custo de estrutura/CEA
5
A última fase da arquitetura geral de custos propõe-se apurar resultados, com 3.000
base nas faturações efetuadas aos clientes e os respetivos custos que é neces cm
4. Custo funcional /CFB
10 3.400
5. Total Centros
suportar. (1+2+3+4) 55 "20.400
Nes fase é
ta , possíve verificar qua is são as perf orm anc es de cada centro de
l
lucro nos vários produtos transacionados, O mesmo acontecendo em rela cen
ç aos a) Elaborar mapa de repartição de custos de
estrutura e funcionais
clientes que os adquiriram, durante um determinado período. operacionais e do cálculo do custo pelos centros
operacional unitário.
Para melhor enquadramento da atuação dos centros de lucro, convém insenr b) Calcular o resultado de CLP no ano N com
a venda de 200 produtos e, na
no quadro de resultados as performances alcançadas em períodos homólogos dos produtos vendidos decrescerem hipótese
5%, calcular o resultado obtido
tindo que 10% dos custos pelo CLP, admi-
operacionais totais são variáveis.
Resolução A situação mais crítica ocorre quando se apura, na 5º fase da arquitetura geral
a) Repartição dos custos de estrutura e funcionais e cálculo do custo operacional unitário. de custeio, o custo operacional e se fatura ao centro de
lucro, em que é necessá-
rio utilizar um critério correto e justo e,
igualmente, expedito, eficiente e funcio-
Centros nal.
Custos Rep/CEA Custos Rep/CFB C.op.total C.p/oper.
G. Operacionais Com efeito, o sistema de faturação interna de
operações com base no custo
Cox 9.000 + 1.500 10.500 + 2.500
médio real de operações apresenta algumas dificuldades ao controlo de
13.000 13,0 gestão,
coy designadamente pelo facto de não ter em conta o impato das variações de ativi-
5.000 + 900 5.900 + 1.500 7.400 14,8
dade sobre o custo médio de cada
operação. Ora, os custos operacionais, assim
C. Estrutura -
CEA 3.000 -3.000 0 0 0 como os custos de estrutura e funcionais, assumem-se,
essencialmente, como
C. Funcional -
CFB 3.400 + 600 4.000 -4,000 0 sendo custos fixos.
Total 20.400 O 20.400 0 20.400 Na realidade, o cálculo do custo médio real, formado nas
instituições bancá-
rias maioritariamente por uma componente fixa, é feito tendo em
consideração
um determinado nível de atividade, o
qual só por mero acaso é que se verifica na
b) Resultado do CLP com a venda de 200 produtos e com a redução de 5% de produtos realidade.
vendidos em que 10% dos custos operacionais totais são variáveis
Perante esta situação, podem aplicar-se, em alternativa, 'os
Os custos operacionais totais atingem, no COX, 13.000 euros, dos quais 10% são seguintes métodos:
-
Método dos custos padrões.
variáves, ou seja, 1.300 e 11.700 são fixos (no COY, 7.400, sendo 740 variáveis e 6660 -
Método dos custos de mercado.
fixos). A redução de 5% nos produtos vendidos implica a faturação de 190 produtos e o
consumo de 950 e 475 operações X e Y (se os 200 produtos vendidos implicam 1.000
operações X, a 190 correspondem 950; idem para Y). E MÉTODO DOS CUSTOS PADRÕES
Os custos padrões apresentam-se, à partida, com maiores
potencialidades de
Resultados do CLP aplicação prática. Os custos padrões são custos previsionais que se baseiam no
funcionamento normal do centro de responsabilidade, em particular, quanto ao
Venda de 200 Produtos Venda de 180 Produtos nível da sua atividade e produtividade e aos preços de aquisição dos recursos,
1. Vendas: 200 x 125 25.000 1. Vendas: 190 x 125 23.750 podendo assumir as seguintes modalidades: custos orçamentados, custos históri-
cos e custos com base na medição física do tempo gasto.
2. COX: 1.000 x 13 1 3.000 2. COX: 950 x 1,30 + 11.700 1 2935
3. COY: 500 x 14,8 7.400 3. COY:475x 1,48 + 6.660 7.363 e CUSTOS ORÇAMENTADOS
4. Gastos fixos 2.600 4. Gastos fixos 2.600 Trata-se da modalidade mais corrente para determinar os custos padrões com
5. Resultado (1-2 -3--4) 2.000 5. Resultado (1--2- 3-4) 852 base no orçamento anual de cada departamento. Os vários centros de responsa-
bilidade contêm nos seus orçamentos os recursos utilizados. No caso dos centros
operacionais, a soma dos recursos constantes do orçamento dividido pelo
número de operações previstas conduz ao custo de cada operação.
1.2. APURAMENTO DOS CUSTOS DEPARTAMENTAIS
e CUSTOS HISTÓRICOS
No âmbito do sistema de contabilidade analítica, os centros de lucro que são Nesta modalidade, toma-se a média dos custos verficados em anos anteriores
responsáveis pelo apuramento de resultados têm de arcar com os custos próprios e procede-se à sua comparação com o custo padrão unitário obtido através da
e os custos dos centros de estrutura, dos centros funcionais ou de divisão do custo total pelo número de operações previstas. No caso do número
serviços gerais
e dos centros operacionais, cujo processamento foi
já explicado atrás. de operações consideradas se afastar da média dos anos anteriores, há que fazer
o respetivo ajustamento.
e CUSTOS COM BASE NA MEDIÇÃO FÍSICA DO TEMPO GASTO prazo, quer a médio e a longo prazo. Na atividade prática, cada célula bancária
Esta modalidade, que se apresenta como sendo a mais segura, consiste em capta fundos e simultaneamente procede à sua aplicação segundo as orientações
medir fisicamente o tempo real de cada operação necessário para a poder reali- estabelecidas pela gestão.
zar em condições normais de funcionamento de atividade, adotando-o depois na O problema é então saber qual a taxa de juro que a tesouraria central do banco
transferência de operações como custo padrão do centro de responsabilidade. vai utilizar para remunerar os recursos captados pelas suas agências ou, noutra
Todavia, esta modalidade não se reveste de utilização prática. perspetiva, qual a taxa a que a tesouraria central vai faturar os fundos que vai
O estabelecimento de padrões no domínio dos custos de operações deve ter ceder às agências carenciadas de financiamento.
em vista alcançar performances ambiciosas, mas exequíveis, quanto à produtivi- Para o efeito, existem dois métodos:
dade e eficiência operacional. Por conseguinte, a gestão deve estar atenta à fixa- -
Método da taxa única.
e
ção dos padrões a cada centro operacional e promover ações de dinamização -
Método de taxas múltiplas.
controlo para que possa enquadrá-los cabalmente nas circunstâncias existentes.
Em certas situações, a análise efetuada pode até implicar o recurso a trabalhos EE MÉTODO DA TAXA ÚNICA
mais vantajosas
produzidos no exterior da instituição bancária em condições O método da taxa única é de aplicação simples. Pode utilizar-se a taxa média
(outsourcing). Vários bancos têm recorrido a esta alternativa para a realização dos recursos ou a taxa do mercado monetário. No entanto, em determinadas
de operações a cargo dos centros operacionais.
situações, a taxa do mercado monetário pode apresentar variações significativas,
além de que esta taxa está associada a operações de curto prazo,
quando nos
E MÉTODO DOS CUSTOS DE MERCADO bancos existem também recursos e aplicações a prazos superiores.
Os custos de mercado baseiam-se em custos da concorrência. Trata-se, de
facto, de uma abordagem dinamizante, e também estimulante, para os centros de E MÉTODO DE TAXAS MÚLTIPLAS
seus custos de
responsabilidade da instituição bancária, na medida em que os O método de taxas múltiplas tem uma maior aderência à na medida
realidade,
transferência de operações estão em sintonia com os custos praticados pelas em que existem captações de recursos com maturidades diferentes, mesmo
o
outras instituições bancárias ou algumas delas. sucedendo com as aplicações (curto, médio e longo prazo).
Nesta abordagem de custeio sequencial de operações, é conveniente procurar Por outro lado, numa instituição bancária não faz sentido financiar aplicações
as instituições que melhor representem o mercado concorrencial numa gama a longo prazo, por exemplo, com recursos a curto prazo. Daí que a gestão finan-
a fim
alargada de produtos e serviços ou, pelo menos, numa faixa significativa, ceira deve, como norma, garantir o equilíbrio de tesouraria no quotidiano, o
que
de que esta opção atinja os efeitos pretendidos no custeio de transferência
significa que deve existir uma correspondência efetiva entre o grau de liquidez
interna de operações. Por vezes, este desiderato apresenta algumas dificuldades dos seus ativos e o grau de egibilidade dos correspondentes passivos. O método
quanto à obtenção de dados atualizados. de taxas de financiamento diferenciadas, anteriormente referido, é um
exemplo
do método de taxas múltiplas.
1.3. TAXAS DE CEDÊNCIA INTERNA DE FUNDOS
Os bancos captam fundos através dos seus balcões, mormente depósitos, e
aplicam-nos em várias áreas, como crédito concedido aos agentes económicos.
o
Este processo, que se desenrola no quotidiano, por forma a garantir níveis
adequados de liquidez, resulta da ação de células dos bancos que
têm uma maior
vocação para a captação de fundos, normalmente geridos pela tesouraria central,
e células típicas de aplicação de fundos nas mais variadas áreas, quer a curto
$2. Produtos e serviços Conquanto, no passado, os bancos alimentavam as suas contas de
com os rendimentos provenientes de
exploração
operações ativas, sobretudo do crédito tra-
da dicional, presentemente assiste-se ao contributo crescente das comissões
Os produtos e serviços bancários constituem outro eixo de análise que
cone
lidade analítica. A gestão tem de analisar convenientemente os dados re ativos
fazem parte da margem complementar.
cada um deles, pontual e sistematicamente, para poder tomar as medidas mais
consentâneas com a situação existente, por forma a garantir à sua instituição
boas performances nos domínios da rendibilidade, liquidez, solvabilida e, cres
cimento e segurança. Geralmente estas performances constituem os principaIs
2.2. CÁLCULO DOS CUSTOS, PROVEITOS E MARG)
objetivos das instituições financeiras. Para poder conhecer o resultado
que se obtém em cada produto, ou serviço
transacionado, é necessário saber o seu preço de venda e o
respetivo custo.
Aestrutura do custo do produto compõe-se de várias
2.1. NOMENCLATURA DOS PRODUTOS E SERVIÇOS componentes, as quais
compreendem os gastos que são considerados na base de sistemas de
imputação,
ou chaves de repartição, fixados
Tal como as empresas em geral, os bancos necessitam de individualizar con pela gestão. Relativamente aos proveitos, tam-
bém é necessário introduzir
procedimentos adequados pelas empresas financei-
venientemente todos os produtos e serviços que comercializam. Os produto e ati- ras e não financeiras.
vos e passivos € Os serviços e os seus preços constam da listagem afixada à po a
a
Como se sabe, as empresas adotam a ótica económica
de cada dependência bancária, por lei. no apuramento de
resultados, o que significa que em cada exercício apenas são contabilizados
os
custos e os proveitos relativos ao exercício.
E PRODUTOS ATIVOS
Aliás, na atividade bancária, o apuramento de proveitos e de custos é feito
Os produtos ativos compreendem basicamente o crédito pessoal, o crédito ao
obrigatoriamente, no mínimo, numa base de mensualização, embora a na
investimento, o crédito à habitação própria, o crédito a agricultura e pescas, o se proceda à diarização de
prática
proveitos e custos, designadamente no que se refere
crédito a instituições de crédito e demais instituições financeiras, o crédito ao aos capitais captados e mutuados,
que assumem maior projeção no contexto da
setor público e a outros setores económicos, as aplicações em ações, obrigações
demonstração de resultados.
e outras aplicações tituladas.
Mi IMPUTAÇÃO DE CUSTOS
E PRODUTOS PASSIVOS
Nalguns produtos e serviços é relativamente fácil fazer-se a
São os depósitos à vista, a prazo, de poupança, de emigrantes e em moeda custos aos respetivos produtos e
imputação dos
moeda
as Obrigações serviços, como é o caso do tratamento de che-
estrangeira, os depósitos constituídos em regime especial, ques ou a execução de operações de bolsa, em que o custo se obtém
caixa, as obrigações hipotecárias e outras, os recursos de instituições financeiras, multipli-
3
cando o número de operações
requeridas pelo custo unitário de cada uma das
os empréstimos € os recursos próprios.
operações.
Noutros casos, a imputação é bastante e
E complexa reveste-se de evidentes
SERVIÇOS BANCÁRIOS
dificuldades, como é o caso das operações de engenharia
e uiros financeira, onde as
Os serviços bancários incluem a colocação de ações, obrigações prestações são muito heterogéneas, na introdução de valores mobiliários na
de
títulos, as operações de bolsa, as operações cambiais, as operações de swap bolsa e nos trabalhos de consultoria.
swap
taxas e de divisas, a prestação de garantias e fianças, a guarda e administração Tal não obsta a que se adotem os critérios de
de valores, as de re-estruturação, aquisição e fusão de empresas, a imputação ajustados às situação
operações em causa, os quais devem refletir os estudos técnicos
os serviços de consultoria e a e as opiniões dos gestores
gestão de valores mobiliários e imobiliários, dos centros de responsabilidade envolvidos e
merecerem, obviamente, a aprova-
mediação de seguros, entre outros. ção da gestão cimeira (administração).
do serviço tuiçã
ção no futuro, quer em termos estritos de rendibilidade (motivação dos acio-
a
Para melhor apoio dos critérios referidos, preconiza-se faturação nistas), quer em termos de crescimento (aumento da quota de mercado)
intervenien-
prestado através do acompanhamento preci
so do tempo gasto pelos
uma estimativa dos serviços efetuados Como se sabe, Os produtos e os serviços da instituição bancária são a essên í s
tes ou, caso tal não seja exequível, de
durante o período, atribuindo-lhe coeficient
es de dificuldade relativa quanto a da sua existência e, como tal, devem constituir uma
preocupação constante da
seus gestores (cimeiros, intermédios e
ilizadas. operacionais), tendo em conta as expecta
gastos e competências mob tivas e as necessidades dos seus clientes
E IMPUTAÇÃO DE PROVEITOS
uma vez que a fatura-
Esta tarefa não oferece à partida grandes dificuldades, 2.3. UTILIZAÇÃO DA RENDIBILIDADE NO PRICIA
identificá-los específica e claramente.
ção dos vários produtos serviços permite
e
e envolvem operações
No entanto, em termos de rigor, alguns produtos serviços O conhecimento dos preços de custo e das margens permite estabelecer
não acabam no centro que iniciou a operação,
cálculo pol
polí-
complexas (operações que ticas coerentes e eficazes relativamente ao pri cing de produtos e
serviços.
és de vários centros de responsabi-
dos capitais médios, venda de produtos atrav
Para o
efeito, adotam-se dois métodos:
lidade).
Pricing com base no preço de custo.
-
Neste contexto, é bom recordar que, após
identificado o centro de responsa-
Pricing com base no preço de mercado,
-
em
de avaliação que mais se ajuste à situação
bilidade, há que adotar o método
da margem financeira por centro de
referência, como é o caso da determinação
ou os métodos da conta- PRICING COM BASE NO PREÇO DE CUSTO
lucro (métodos da taxa média e das taxas diferenciadas,
RM
e recursos e das taxas margi-
bilidade tradicional, das margens sobre aplicações Este método consiste em adicionar ao preço de custo do poduto
te
nais de transferência). bancário uma margem de lucro.
os valo-
É evidente que, para a análise se apresentar mais consistente e válida, Preço de custo + margem = preço de venda
res obtidos pela instituição bancária deve
m ser comparados com os valores de
e do setor
iores e com os de instituições concorrentes O Preço de custo pode incluir todos os custos (custeio total), como o custo
períodos homólogos anter pr
bancário. d reto, os custos de funcionamento e os custos de tura, ou, pelo contrário,
estru
se a uto, assim apenas incluir os custos diretamente Ii gados ao
Esse trabalho deve ser completado com a análi produto prod prod uto/serviço (custeio direto).
a fim de ser possível adotar uma Neste último caso, a margem terá de ser mais alargada para poder
como no domínio dos serviços bancários, enquadrar os
em situações de
se coadune com os interesses do banco custos indiretos.
estratégia que melhor
ou serviço ou de modificação dos existentes.
lançamento de um novo produto
s de rendibilidade
É conveniente ponderar com particular atenção os nívei PRICING COM BASE NO PREÇO DE MERCADO
MH
os produtos e serviços bancários
obtidos em cada produto ou serviço. É que Neste método, utiliza-se o preço da concorrênci à ou preço de
mercado, a fim
de um deles, por motivo de queda
estão muitas vezes interligados e o abandono de que a instituição possa tirar proveito da
posição relativa que tem na negocia-
da margem de lucro, pode ter repercussões
comerciais importantes nos outros
ção do produto.
num mon-
os custos de estrutura passam a ser imputados
produtos, além de que
o que deteriora a rendibilidade Preço de venda = preço de mercado
tante superior aos restantes produtos e serviços,
global. Aqui a dificuldade reside no risco em se praticarem preços decargos a INnferio inferi
numa prim eira fase, a venda
Em suma, a análise da rendibilidade, que pode ser, Tes ao preço de custo. Resta então à insti
tuição racionalizar os encargos gerais e
tem que
ou a em complementar por serviço,
margem financeira por produto marg de estrutura, assim como os custos diret os, para poder auferir níveis
adequados
bem estruturada e enquadrada, per-
revestir-se de algumas cautelas. No entanto, de rendibilidade, o que só é possível faze T com dados obtidos a
a melhores resultados da insti- posteriori.
mite estabelecer ações estratégicas conducentes
Nos últimos tempos, perante a forte concorrência no setor bancário, a nível Resolução
nacional e internacional, com a redução da margem financeira, verifica-se uma
tendência para a redução dos encargos indiretos do produto, tendo os bancos
a) Cálculo do resultado de P e P2
nalguns casos recorrido a serviços externos em condições mais económicas e de
p p2 P P
qualidade (outsourcing).
1. Proveitos
Por exemplo, na concessão de crédito, a margem financeira obtida tem de ser 90,00 85,00 100,0% 100,0%
2. Custo de fundos
suficiente para suportar vários encargos (pessoal e outros encargos administrati- 30.00 30,00 j 33,3% 35,3%
vos, amortizações, provisões e outros encargos), constituir reservas, pagar 3. Custos com pessoal
12,00 1 000 13,4% 11,8%
impostos e remunerar o capital próprio. 4. Gastos administrativos
6,00 2,00 6,7% 2,4%
5. Impostos
0,11 0.11 0,1% 0,1%
EXEMPLO 6. Amortizações
4,50 300 5,0% 3,5%
A fim de programar a atividade do ano N + 1, por unidade padrão, no valor de 1.000 euros 7. Provisões
de crédito concedido, o BANCO apresenta os seguintes dados da sua Direção Regional
= 20,00 2000 22,2% 23,5%
8. Custos indiretos
do Interior (DRI) sobre os produtos P1 e P2 do ano N: 7,00 500 7,8% 5,9%
9. Total custos (2 +... + 8) *
Crédito concedido, 40 milhões de euros (4.000 processos de P1) e 60 milhões (2.000 79,61 70,11 88,5% 82,5%
10. Resultado s/IRC (1
processos de P2). 9)
-
, 10,39 1489 11,5% 17,5%
Custos diretos critérios de imputação a P1 e P2: Mm IRC (20% x 10)
2,08
-
2,98 2,3% 3,5%
* Juros e 12. Resultado (10
encargos do BANCO e fundos afetos, no ano N, 27 e 900 milhões de euros. 11)
-
8,31 11,91 9,2% 14,0%
* Gastos com pessoal horas gastas p/processo, P1, 8 horas, e P2, 20 horas, com o
-
1) 1.000 x 9%; 2) 27/900 x 1.000; 3) 8x 15 x
4.000/40.000.000 x 1.000.
custo/hora de 15 euros. 4) 10% x 3.600.000/40.000.000 x 1.000; 5) 11% x
100.000/100.000.000 x 1.000.
8) 12% x 3.000.000/2/40.000.000 x 1.000; 2% x 1.000.
* Gastos administrativos (total do BANCO), 3,6 milhões de euros, sendo 10% da DRI,
sendo a imputação em função do nº de processos.
b) Crítica
*
Impostos do BANCO, 0,1 milhão de euros, sendo 11% da DRI, com imputação feita em
O lucro do produto P2 é maior do
função do valor do crédito concedido. que o de + 3,6 euros. A par de outras
diferenças na
*
Amortizações do BANCO, 3 milhões de euros, sendo 12% da DRI, com repartição igual
estrutura de custos, os gastos administrativos de P
pesam 6,7% em relação aos provei-
tos, contra apenas 2,4% de P1.
entre Pt e P2.
*
Provisões, 2% sobre o valor do crédito concedido.
*
Imposto sobre lucros, 20% do resultado ilíquido de IRC.
Custos indiretos da DRI, por unidade padrão, dos departamentos de estrutura, serviços
gerais e operacionais do BANCO, 7 e 5 euros, respetivamente de P
e P2. $3. Clientes
Proveitos diretos obtidos das aplicações da DRI, às taxas de 9% (P1) e 8,5% (P2). A rendibilidade obtida por cada cliente do banco constitui
um referencial de
a) Calcular o resultado de Pe P2 por unidade padrão, em valor e em percentagem. grande importância, não só para o exercício em
curso, mas sobretudo para os
b) Criticar os resultados obtidos nestes dois produtos. exercícios futuros. Existem clientes que apenas recorrem ao banco
pontualmente
e clientes que são
contrapartes em várias operações ativas, passivas e extrapa-
trimoniais. Sendo assim, é necessário determinar a rendibilidade de cada
opera-
ção e a rendibilidade global.
Por setores, existem clientes do setor não financeiro (empresas, particulares e
emigrantes), do setor de administrações públicas (administração central, admi-
Por exemplo, em situações normais, nos empréstimos ao setor
nistração local e segurança social) e do setor financeiro (bancos, caixas econó- público e
micas, caixas de crédito agrícola mútuo, auxiliares financeiros, companhias de empresas com excelente rating, os bancos cobram uma taxa de
intermediação
relativamente baixa. Nos empréstimos a
seguros e fundos de pensões). particulares e a empresas de rating
médio/baixo, em geral a taxa de intermediação é significativa,
porquanto a pro-
babilidade de incumprimento de pagamento do
capital e respetivos juros é indu-
bitavelmente maior.
3.1. MARGENS SOBRE DEPÓSITOS
Quanto ao rating das empresas financeiras e não
financeiras, existem várias
Para avaliar a rendibilidade da atividade dos depósitos de um cliente, à ordem classificações adotadas pelas agências de rating. Uma delas consiste na
adoção
das seguintes siglas:
e a prazo, é necessário considerar todos os movimentos de fundos na sua conta,
para se poderem calcular: AAA Capacidade extremamente forte para pagar a dívida.
-
-
Os capitais médios na data da operação de contagem. AA Capacidade muito forte para cumprir o serviço de dívida.
-
-
Os capitais no fim do período. A Capacidade forte para pagar os juros e amortizações do crédito.
-
-
Os capitais médios em data-valor. BBB Capacidade mediana para cumprir o serviço de dívida.
-
--
Os capitais médios em data de tesouraria. BB-CC Caráter especulativo com graduação de risco elevado.
-
C Cessação da entrega de juros.
-
Face às dificuldades de apreender os capitais em data de tesouraria, em geral D Suspensão do pagamento do serviço de dívida.
-
são os capitais médios na data da operação, ou em data-valor, que são os mais
utilizados. Normalmente, os bancos classificam as empresas e outras entidades,
que lhes
Por exemplo, na apreciação da relação financeira do cliente depositante, é pedem empréstimos, em termos de rating e propõem a taxa de juro
aplicável e
outras condições. Assim, para os pedidos de crédito
importante saber qual o saldo médio da sua conta à ordem e da sua conta a prazo que têm a classificação de
ou outras contas existentes. Como se sabe, estes saldos médios são importantes AAA, a taxa de juro corresponde geralmente à sua prime rate, para os pedidos
com o rating AA, a taxa é igual à prime mais uma determinada
para medir o grau de intensidade do relacionamento do cliente com o banco. percentagem, e
assim sucessivamente.
A valorização dos capitais ou recursos captados junto de clientes depende do
sistema de taxas de cedência interna em vigor. É frequente utilizar-se a taxa do Existem pedidos de empréstimos que, apesar de terem um nível de risco
médio,
mercado monetário ou uma taxa convencional. Noutras vezes, aplica-se a taxa o banco tem forçosamente de os recusar
por razões de política geral aprovada pela
média dos recursos e noutras recorre-se a taxas diferenciadas tendo em conta a gestão, como é o caso do não envolvimento da instituição em financiamentos
estrutura dos recursos e das aplicações. Como já se verificou anteriormente, não que estejam integrados em setores económicos não recomendáveis.
é indiferente a utilização desta ou daquela taxa de juro para os recursos de
clientes, mormente quando se quer avaliar, rigorosamente, a rendibilidade de
centros de lucro por prazos.
3.3. MARGENS SOBRE SERVIÇO!
Como já se assinalou, as comissões cobradas pelos bancos resultam de diver-
3.2. MARGENS SOBRE CRÉDITOS sos serviços prestados aos clientes, estando o
respetivo pricing fixado em locais
junto dos balcões bancários. As comissões bancárias e financeiras englobam:
A aplicação de taxas ao crédito concedido pelas instituições depende, em -
As comissões de caixa (transferências de fundos, pagamentos).
primeiro lugar, do custo dos recursos a curto, a médio e a longo prazos. Depois -
Comissões de gestão da conta de depósito.
há que considerar a taxa de intermediação financeira para cada operação específica.
-
Comissões sobre incidentes de conta (cheques sem provisão, avisos).
Assim, nalguns casos, quando as aplicações apresentam risco praticamente
nulo, essa taxa tem um valor muito reduzido, enquanto noutros, ao invés, em
que o risco em que se incorre é elevado, essa taxa é manifestamente alta.
-
Comissões sobre créditos (angariação de créditos, encargos do dossier de -
Mapa de Exposição ao Crédito
crédito, comissões de incobráveis, comissões de re-embolsos antecipa- Contém os novos créditos outorgados ao cliente no decurso de um deter-
dos, comissões de cauções). minado período, a exposição média de crédito e os resultados
líquidos.
-
Comissões de serviços particulares.
Mapa de Comissões
--
-
Comissões de operações sobre títulos (compra ou venda de ações, obriga-
Comissões recebidas de clientes relativamente à garantias e
ções e outros títulos, guarda de títulos, subscrição de títulos por aumento avales, acei-
tes e endossos, cartas de crédito, créditos
de capital e criação de empresas com capital titulado). documentários, fianças e
indemnizações, subscrição de títulos, de operações cambiais, sobre taxas
-
Comissões de gestão de valores mobiliários.
de juro e cotações, serviços (depósitos, guarda,
cobrança, administração e
-
Comissões de gestão de patrimónios. transferência de valores) e outras.
-
Comissões de engenharia
2 financeira. -
Mapa de Custo das Operações
-
Comissões de g guarda de valores. = , ,
Para cada operação no período, relata o número de operações, o seu custo
-
Comissões de diversos serviços bancários e financeiros. unitário e total e os capitais médios por operação, com dados
homólogos
de períodos anteriores.
Conquanto, até ao segundo quartel do século passado, os bancos possuíam
uma atividade económica assente na gestão do crédito tradicional e investimen- -
Mapa de Conta de Exploração do Cliente
tos em títulos e dos depósitos, nas últimas décadas viram-se envolvidos cada vez Elaborado com base nos dados dos mapas anteriores, este mapa regista os
mais em serviços prestados aos seus clientes, cobrando as respetivas comissões. custos e proveitos imputados ao cliente no último período, N, a nível
Trata-se da desintermediação bancária, que constitui uma das tendências mar- mensal, trimestral, semestral ou anual, bem como os referentes ao
cantes da atividade bancária, a par de outras, como é o caso da inovação, da período homólogo anterior, N -1, ou anteriores.
automatização e da parabancarização e, mais recentemente, da globalização, A estrutura da demonstração de resultados por cliente pode ser a
à
com todos os efeitos positivos e negativos daí resultantes.
seguinte:
Ora, os bancos e outras instituições estão sujeiros às normas impostas pelas
autoridades de supervisão, como é o caso dos Acordos de Basileia. Com o des-
Ciente X
poletar da crise económica e financeira de 2007, nomeadamente no domínio da
liquidez, foram tomadas várias medidas para garantir o seu funcionamento
1. N-1 N Variação
regular e, assim, salvaguardar os interesses dos agentes económicos, suas con-
trapartes, em particular os que lhe confiaram as suas poupanças amealhadas ao 1. Juros do crédito 1.000 1.100 + 10,0%
longo dos tempos.
2. Custo dos fundos 400 436 + 9,0%
3. Margem financeira (1 -
2) 600 664 +10,7%
3.4. INFORMAÇÃO SOBRE CLIENTES 4. Comissões 50 60 +20,0%
, 5. Outros rendimentos 30 27 9
10,0%
Em relação a cada cliente, é possível elaborar diversos mapas onde consta a
respetiva informação financeira, a seguir indicados: 6. Margem complememtar (4 + 5) 80 87 +88%
Mapa de Saldos Médios, Movimentos e Resultados
-
7. Produto bancário (3 + 6) 680 751 + 10,4%
Este mapa contém os saldos médios, os movimentos a débito ea crédito e MM 8. Outros encargos 400 440 + 10,0%
os resultados obtidos por período, geralmente o trimestre.
9. Resultado (7 -
8) 280 311 +11,1%
EXEMPLO Demonstração de resultados
O BANCO autorizou à EMPRESA o crédito de 900 mil euros, com a maturidade de um
Custos 1 s Proveitos 1ºs 28s
ano, afetando-lhe 400 mil euros do mercado monetário e um depósito a prazo.
HM) 8.000 0 SR)
a) Calcular o valor do depósito a prazo, sabendo que a taxa de reservas legais em vigor 90 90
corresponde a 1% da carteira de depósitos e o fundo maneio de caixa deve repre- JD) 7.686 7.686 JC) 25.650 14.250
sentar 0,8% dos recursos totais e, a seguir, elaborar o balanço inicial. mf 10.054 6.654
b) Determinar a taxa de juro a aplicar ao crédito, que deve incluir a margem financeira de
=
25.740 14.340 25.740 14.340
2,2%, sabendo que as taxas de remuneração são 3,5% (reservas legais), 4% (mer-
cado monetário) e 3% (depósito).
c) Admitindo que o crédito é re-embolsado em duas prestações, sendo a 12 de 400 mil Orçamento de tesouraria
euros, no fim de 6 meses, e o mercado monetário, também liquidável nessa data, ela-
borar o balanço, a demonstração de resultados e o orçamento de tesouraria relativos Entradas 1ºs 2ºs Saídas 1 s ass
ao final do 1º e 2º semestres (juros recebidos e pagos no fim do semestre). Mfi/2 10.054 6.654 M
= 400.000 o
P1/P2 400.000 500.000 D (o) 512.424
Resolução R 0 5.125
a) Valor do depósito, D Total
Dif
= "10.054 -645
410.054 511.779 Total 410.054 511.779
F, fundo de maneio, R, reservas legais, C, o crédito, e M, o mercado monetário.
F+R+C=M+D
F=0,8%(M+D); R=1%xD, € = 900.000; M = 400.000
0,008 x (400.000 + D) + 0,01 x D+ 900.000 = 400.000 + D
$ 4. Rácios de gestãc
D = 512.424
b) Taxa de juro do crédito, ; () 4.1. ELEMENTOS BÁSICOS DA CONTA DE RESULTADOS
5.125 x 3,5% + 900.000 x | = 400.000 x 4% + 512.424 x 3%
Como já anteriormente se fez referência, no domínio económico, a
margem
i= 35% (C) = 3,5% +2,2% = 5,7% financeira, MF, obtem-se fazendo a diferença entre os juros e rendimentos simi-
lares, JR, e os juros e encargos similares, JE.
c) Balanço, Demonstração de Resultados e Orçamento de Tesouraria MF = JR-JE
Balanço A outra margem, denominada margem complementar, MC, é igual aos ren-
dimentos de instrumentos de capital, RI, rendimentos
Ativos Início 195 2º8 Passivos Início 228 líquidos de comissões,
RC, resultadosde ativos e passivos avaliados ao justo valor através de resulta-
F 7.299 17.358 16.708 M 400.000 0
dos, RV, resultados de ativos financeiros disponíveis para venda, RD, resultados
R 5.125 5.125 0 D 512.424 512.424 0 de reavaliação cambial e outros, RO.
900.000 500.000 0 mhi 10.054 10.054 MC = RI+RC+RV+RD+RO
mia 6.654
912.424 522.478 16.708 912.424 522.478 16.708
A soma da margem financeira e da margem complementar constitui o produto A utilização dos rácios, que devem ser estabelecidos em número estritamente
necessário para o trabalho em vista, e não serem repetitivos, obedece a
bancário, PB. algumas
precauções, a seguir mencionadas.
PB = MF + MC
Simplicidade e adaptabilidade do sistema de controlo
-
Deduzindo ao produto bancário os encargos com o pessoal, EP, os ouiros Evitar que o sistema seja pesado e complexo, pois o que importa é que os
do exercí-
encargos e administrativos, EA, as amortizações e provisões líquidas objetivos da instituição sejam obtidos dentro do timing estabelecido.
cio, AP, assim como as correções de valor e imparidades, CI, resulta o resultado
antes de impostos, RA.
-
Pertinência do sistema de rendibilidade por centro de lucro
Acautelar situações que, em face do prazo das operações, não se reflitam
RA = PB-(EP+EA + A+
nos resultados imediatos ou que sejam influenciadas por decisões toma-
O resultado do exercício, RE, resulta da diferença entre o resultado antes de das em anos anteriores.
impostos e os impostos, IM.
Institucionalização de convenções através de manual
-
RE = RA-IM A fim de evitar diferentes interpretações, que poderão ser nefastas no
funcionamento do sistema de avaliação, há que elaborar um manual de
O resultado líquido do exercício, RL, somado com as amortizações e provi-
o cash convenções onde estão definidos os vários elementos que entram no sis-
sões líquidas, AP, e as correções de valor e imparidades, CI, constitui
tema, como o produto bancário, o resultado líquido, o cash flow eo VAB.
flow do exercício, CF.
Relativização dos resultados obtidos
-
CF = RL+AP+CI
Os valores dos rácios obtidos terão de ser enquadrados nos valores dos
O valor acrescentado bruto, VAB, corresponde à soma do cash flow, dos rácios orçamentados e do setor de atividade, comparando-os com os de
custos com pessoal, EP, e dos impostos, IM. anos anteriores, e na conjuntura económica nacional e internacional.
VAB = CF+EP+IM Assim, no caso da instituição ter obtido um determinada rendibilidade do
capital próprio, há que analisar a rendibilidade orçamentada, do setor
O valor acrescentado bruto, designado abreviadamente por VAB, constitui financeiro, da economia nacional e até de determinadas economias inter-
um indicador de produtividade. O VAB corresponde à riqueza criada pela insti- nacionais.
tuição bancária internamente durante um determinado período. -
Leitura atenta e análise dos valores obtidos
A leitura dos valores dos rácios tem de ser feita cuidadosa e atentamente,
não podendo induzir a interpretações incorretas ou menos
precisas.
4.2. PRECAUÇÕES COM OS RÁCIOS
Os gestores das instituições bancárias, financeiras e não financeiras, no
desenvolvimento da sua atividade, necessitam de avaliar o desempenho nas 4.3. LISTAGEM DE RÁCIOS DE GES1
várias áreas de atuação, designadamente quanto à solvabilidade e liquidez dessas
em que Os rácios traduzem situações que devem abranger as seguintes áreas: finan-
instituições, à sua rendibilidade e produtividade e aos riscos em geral
ceira, económica, produtividade, risco e quotas de mercado.
incorrem.
Para tal, socorrem-se de vários rácios, que são quocientes de grandezas rela- Apresentam-se os rácios mais significativos nas áreas mencionadas.
cionadas entre si, destinados a caracterizar uma determinada situação da institui-
ção. Em princípio, a subida do valor do rácio representa uma
melhoria de situa-
ção, sucedendo o contrário quando se regista uma descida.
E RÁCIOS FINANCEIROS
$ 5. Casos prátic
Liquidez = Disponibilidades / Depósitos e outros passivos
Reservas legais = Reservas legais / Passivos sujeitos a reservas
Solvabilidade = Capital próprio / Ativo
5.1. RENDIBILIDADE POR CENTRO DE LUC:
Cobertura do imobilizado = Capital próprio / Imobilizações Os orçamentos das Agências Xe Y para N + 1 constam do quadro seguinte. Determinar:
Cobertura do crédito a clientes por depósitos = Depósitos / Crédito a) A margem financeira dos centros de lucro Xcfp, Xm/p e XIp e Yclp, Ymlp e YIp pelos
métodos da taxa média do custo de recursos e das taxas diferenciadas.
E RÁCIOS DE RENDIBILIDADE
b) A margem financeira global de X e Y, pelo método das taxas marginais de transferên-
Do produto bancário = Resultado do exercício / Produto bancário cia (taxas de referência de curto, médio e longo prazo, 4,5%, 5,5% e
6,5%).
Do ativo financeiro = Produto bancário / Ativo financeiro
Idem com margem financeira = Margem financeira / Ativo financeiro Agência X Agência Y
Aplicações
Do capital próprio = Resultado do exercício
Rs xercício / Capital próp
próprio
Aplicações Recursos Recursos
Capial
Aplicações
Idem com base no cash flow = Cash flow 1 capital próprio Valor Taxa Valor Taxa vaio Taxa Vaio Tom
Xcp 5000 6% 4000 4% Yep 5000 7% 6000
E RÁCIOS DE PRODUTIVIDADE 5%
,. É Xm/,p 3.000 %
7% 2000 Y
5% Ymp 3000 8% 1000 6% O,
Produto bancário / Número de colaboradores
/ XI, 2000 %
8% 4000 6% Ylp 2000 9% 3000 7%
Margem financeira Número de colaboradores
Valor acrescentado bruto / Número de colaboradores
Resultado do exercício / Número de colaboradores
Resolução
Crédito concedido / Número de colaboradores
a) Margem financeira por centros de lucro, Agência X e Agência Y
Ativo total / Número de colaboradores
Margem financeira por centros de lucro -
taxa média
RÁCIOS DE CONTROLO DO RISCO DE CÉDITO
Crédito em contencioso / crédito total Agência X Agência Y
Provisões para crédito concedido / crédito total Xcip 50
5.000(6% -
5%) Yop 5.000(7% -
5,7%) 65
Provisões para crédito / crédito em contencioso Xmip 3.000(7% -
5%) 60 Ymp 3.000(8% -
5,7%) 69
Crédito com garantia / Crédito total
Xip 2.000(8% -
5%) 60 Yip 2.000(9% -
5,7%) 66
Total da MF de X 170 Total da MF de Y
E QUOTAS DE MERCADO 200
Ativo do banco / Ativo do sistema bancário
Capital próprio do banco / Capital próprio do sistema bancário Taxas médias -
cálculos
Crédito do banco / Crédito do sistema bancário
X (4.000 x 4% + 2.000 x 5% + 4.000 x 6%)/10.000 5,0%
Depósitos do banco / Depósitos do sistema bancário
Y (6.000 x 5% + 1.000 x 6% + 3.000 x 7%)/10.000
Resultado do banco / Resultado do sistema bancário 5,7%
Produto bancário do banco / Produto bancário do sistema bancário
Balcões do banco / Total de balcões do sistema bancário
Margem financeira por centros de lucro
-
taxas diferenciadas *
Gastos com pessoal horas gastas
-
por processo, X, 10 horas, e Y, 15 horas, sendo o
custo horário de 16 euros.
Agência X Agência Y *
Gastos administrativos do BANCO, 5 milhões de
euros, sendo 10% de XeaY.
5.000 x 6% -
4.000 x 4% -
1.000 x 5%
,
90
40
" Ycp 5.000 x (7%
%
3.000 x (8%
%
-
-
5%)
6%*
100
60 *
Custos diretos -
critérios de imputação a
Juros e custos equiparados do BANCO e fundos afetos, 30 e 1.200 milhões de euros,
= 13. IRC (20% x 12)
13,23 "0,96 1,7% 1,5%
14. Resultado (12 -
13)
respetivamente. 52,90 43,82 6,6% 6,3%
b) O resultado de X, 52,90 euros é superior ao de Y, 43,82. Há que analisar, detalhada-
c) Balanço, Demonstração de Resultados e
mente, a estrutura dos proveitos e custos através do mapa atrás elaborado. Orçamento de Tesouraria
Balanço
5.3. RENDIBILIDADE POR CLIENTE Ativos Início sºT Ano Passivos Início sºT Ano
F
O BANCO autoriza um crédito à EMPRESA, no ontante de 442.800 euros, re-embolsável = 2.700 1.174 7.980 Di 300.000 0
R
no prazo de um ano, ao qual afeta dois depósitos a prazo, sendo um deles igual a metade = 4500 1.500 0 D2
. 150.000 150.000 0
do valor do outro. c 442.800 200.000 0 M 45.658 0
a) Calcular o valor dos depósitos, considerando que, permanentemente, o fundo de 11
mft/2 7.016 7.980
maneio de caixa deve representar 0,6% dos recursos totais e a reserva mínima obri-
450.000 202.674 7.980 450.00.0 202.674 7.980
gatória 1% dos depósitos em carteira.
Cálculo de M (Mercado
Monetário)
b) Determinar a taxa a aplicar ao crédito, que deve incluir 2,1% de margem financeira, Défice do 3.º T: D = 300.000
(7.016 + 242.800 + 3.000 + 2.700) = 44.484
--
tendo em conta que as taxas de juro são 2,2% do depósito maior, 2,4% do depósito M = 44.484 + 0,6% x (150.000 +
M) = 45.658
menor, 1,6% das reservas mínimas obrigatórias e 3% do mercado monetário.
c) Admitindo que, no final do 3º trimestre, a EMPRESA amortiza 242.800 euros e o
BANCO re-embolsa o depósito maior, elaborar o balanço, a demonstração de resulta- Demonstração de resultados
dos e o orçamento de tesouraria no final do 3º trimestre e no final do ano (os juros
são pagos e recebidos no final do 3º e 4º trimestres). Custos sºT Ano Proveitos 3ºT Ano
.
ADI) 4.950 o JA) 54 6
Resolução AD) 2.700 900 14.612
a) Valor dos depósitos, D1 e 2 HM) Rss
2.200
F, fundo de maneio, R, reservas mínimas obrigatórias, C, crédito, e D1 e D2, depósitos mfi!2 T0N6 964
F+R+C=D1+D2 14.666 2206 14.666 2206
F=0,6%x(D1+D2); R=1%x(Di+D2); C=a442800; Di/2
D1 = 300.000; D2 = 150.000
Orçamento de tesouraria
b) Taxa de juro do crédito, / (C)
Entradas 39 T Ano Saídas 3ºT Ano
4.500 x 1,6% + 442.800 x | = 300.000 x 2,2% + 50.000 x 2,4% mfi/2 7.016 964 D1 300.000
i=2,3%, = 2,3% +21% = 4,4% -
Purê 242.800 200.000 D2 150.000
R 3.000 1.500 M 45.658
M 45.65.8 Dif2 1.526 6.806
298.474 202.464 298.474 202.464
Capítulo 12 -
Gestão orçamental
+
A gestão orçamental é uma das tarefas de
importância vital nas organizações,
não só do setor bancário e financeiro, mas també
m de qualquer outro setor eco-
nómico.
Para o efeito, é necessário elaborar
previs ões, plano s e orçam entos. As previ-
sões são estudos sobre determinados assuntos
que estão ligado s à atividade da
organização. Os planos refletem a realização de atividades a médio e a
longo
prazo. Os orçamentos são planos quantificados para o
próximo ano.
A feitura do orçamento pode assumir uma caraterística estática
(a sua elabo-
ração assenta apenas nas variáveis que podem afetar a sua
estrutura), uma cara-
terística dinâmica (contempla também as influências
sugeridas pelos responsá-
veis departamentais) ou uma caraterística contratual
(resulta do ambiente aberto
ao diálogo e negociação entre a
gestão e os responsáveis departamentais,
incluindo também os colaboradores mais
competentes).
A elaboração do orçamento da instituição ou, melho o
r, conjunto dos seus
orçamentos, tem lugar nos finais de cada ano. Esta tarefa,
que é desempenhada
com a intervenção ativa do Depar
tamento do Controlo de Gestão, compreende
as seguintes fases: i) envio da carta de
intenções; ii) elaboração do pré-orça-
mento (primeira versão); iii)
consolidação dos documentos financeiros; iv) ela-
boração do orçamento definitivo; e v) aprovação do
orçamento pela gestão
cimeira e comunicação aos respet
ivos gestores responsáveis.
Na fase de execução, é necessário proceder periodicamente (mas também O controlo é o processo através do qual se criam os meios necessários para
podendo ser de forma pontual se assim for entendido) ao controlo do orçamento, assegurar que as ações planeadas pela empresa são efetivamente realizadas den-
introduzindo as competentes reformulações, geralmente baseadas em tendências tro dos prazos estabelecidos. Na organização, pretende-se o controlo moderno,
manifestadas até à altura do controlo ou tomando em consideração outras orien- ou controlo a priori, e não o controlo clássico, ou a posteriori.
tações, com a aprovação superior da gestão. O controlo clássico pouco pode fazer quanto ao cumprimento das metas esta-
A reformulação do orçamento obedece aos mesmos princípios que tiveram de belecidas a cada centro de responsabilidade, porquanto só surge geralmente após
ser considerados aquando da sua elaboração inicial, ou seja, deve ser feita com o os factos consumados.
envolvimento do gestor do centro de responsabilidade objeto de alteração, o res-
Pelo contrário, o controlo moderno, ou a priori, atua antes de os aconteci-
ponsável do controlo de gestão, o administrador do pelouro e, obviamente, a mentos indesejáveis ocorrerem na instituição e, por conseguinte, procura garan-
gestão cimeira. tir o cumprimento dos objetivos aprovados pela gestão ou, pelo menos, com os
menores desvios possíveis. Trata-se de um controlo em cima do acontecimento.
$1. Introdução à gestão orçamental , 1.2. PREVIS:
Às previsões, que são essenciais para pôr em funcionamento o controlo de
1.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS gestão em qualquer organização, ao debruçarem-se sobre a evolução do meio ou
ambiente em que desenvolve a sua atividade, constituem o suporte e a orienta-
A atividade de qualquer organização é assegurada pelos respetivos órgãos de
ção da análise estratégica e dos processos de planeamento e de orçamentação.
gestão. Entende-se por gestão de uma organização o conjunto de ações desen-
Por exemplo, numa instituição bancária, quando se analisam as condições
volvidas para estabelecer, interpretar e realizar os objetivos da organização,
existentes no mercado relativamente aos produtos e serviços financeiros, e res-
através da conjugação dos esforços despendidos pelos seus departamentos.
petivas taxas de juro e comissões, as previsões permitem fazer projeções de
As funções de gestão são geralmente complexas e difíceis, sobretudo no resultados da margem financeira e da margem complementar, e do próprio
mundo atual, onde se fazem sentir vários fatores, como a concorrência nacional resultado líquido de exploração, obtido após a dedução dos custos de funciona-
e internacional, o progresso tecnológico e a globalização de mercados e a insta-
mento, dos custos contabilísticos, das provisões e amortizações e dos impostos.
bilidade económica, política e social.
Por outro lado, as previsões proporcionam também uma visão futura sobre o
Estruturalmente, as funções de gestão compreendem o planeamento, a organi- património da organização, do seu grau de equilíbrio financeiro, bem como do
zação, a direção e o controlo. ritmo de crescimento e do nível de segurança.
O planeamento consiste em escolher e estabelecer os objetivos da organiza-
Daqui se infere que a noção de previsão está associada, no âmbito do controlo
ção e adotar as estratégias apropriadas para os atingir, assim como em elaborar e de gestão, a estudos e análises específicas sobre a evolução do meio envolvente
implementar planos, políticas, regras, procedimentos e ações, para que os resul- e dos fatores que possam afetar a atividade da empresa,
quer no imediato, quer a
tados a atingir sejam eficientes e eficazes.
prazo mais alargado, antes de se tomarem em conta as ações voluntaristas, mor-
À organização preocupa-se em determinar os recursos e as atividades neces- mente a nível operacional.
sárias para alcançar os objetivos estabelecidos e, caso haja falta de alguns recur- As previsões resultam portanto da análise da conjuntura e respeitam ao con-
sos, compete-lhe também providenciar para que eles sejam disponibilizados em junto do setor de atividade. Os objetivos, os planos e os orçamentos surgem de
devido tempo. tomadas de decisão dos órgãos responsáveis com base nas previsões realizadas.
A direção visa persuadir os colaboradores da organização a atingir os objeti- Assim, por exemplo, a análise da evolução das taxas de juro e do mercado
vos estabelecidos. Compreende a liderança, a comunicação, a motivação e a
obrigacionista para o futuro constitui uma previsão, ao passo que a decisão da
formação do pessoal ao serviço da organização.
gestão de fazer operações nesta ou naquela atividade é um objetivo a inserir no *
EVOLUÇÃO GERAL DO MEIO ENVOLVENTE
plano e no orçamento. A evolução geral do meio envolvente, incluindo o setor
Dada a sua importância, os bancos por vezes possuem departamentos financeiro, com-
próprios preende a análise das mudanças estruturais que
podem ocorrer nos próximos
encarregados da função de planeamento e, em determinadas situações, recorrem anos.
a empresas do exterior especializadas na elaboração destes estudos.
Tais mudanças podem ser de natureza técnica
A (paragem, continuação ou ace-
par do Departamento de Planeamento, nos bancos está normalmente insti- leração do automatismo de operações), de ordem política
tuído o Comité de Planeamento, que é formado pelos principais (melhoria, estabiliza-
responsáveis ção, ou não, da situação dos Estados membros da União e dos países e
Europeia
pela gestão. Por exemplo, no planeamento do crédito, intervêm os diretores do blocos económicos mais de natureza concorrencial
relevantes), (formação de
crédito, de agências e de pessoal, o diretor do controlo de gestão e o administra- outros grupos financeiros e
económicos), ou incidir sobre novas necessidades
dor do pelouro do crédito com a superintendência do presidente do conselho de dos clientes (operações virtuais,
por via da Internet ou através de novos cartões,
administração. novas formas de identificação de
clientes) ou, ainda, de exigências institucionais
mais rigorosas (reforço de capitais
próprios, aumento do grau de liquidez, novas
ponderações de situações de risco).
1.3. PLANOS *
EVOLUÇÃO FUTURA DO SETOR FINANCEIRO
A função de planeamento não é fácil, sobretudo no mundo atual, mas é neces- A
evolução futura do setor financeiro, em relação à situação atual, consiste na
sária para que a organização possa obter melhores performances, não só nos reflexão sobre os principais objetivos
que a empresa pretende atingir, em termos
domínios da rendibilidade, da liquidez e solvabilidade, mas também nos de produtos e de serviços, e na análise dos
campos preceitos legislativos condicionantes
da segurança, crescimento e cumprimento da legislação da atividade, bem como nas
aplicável, designada- alterações tecnológicas previsíveis, sobretudo no
mente as normas prudenciais. domínio informático, da inovação de
produtos e serviços e de novos modelos de
Os planos refletem a atividade da organização bancária a desenvolver no gestão operacional.
futuro. Fala-se, então, em planos estratégicos e planos operacionais. Enfim, interessa refletir sobre os pontos-chave que
poderão vir a contribuir
para o êxito da estratégia arquitetada pela gestão, tendo em conta a
situação que
se vive no presente. Em
PLANO ESTRATÉGICO particular, o setor financeiro tem revelado um forte
dinamismo nas últimas décadas, como aliás acontece com
outros setores econó-
O plano estratégico é um instrumento de pilotagem a curto, a médio e a micos, pelo que é de prever que essa tendência evolutiva venha a
longo
prazos da empresa, que permite passar duma reflexão geral sobre os produtos e prosseguir com
uma dinâmica cada vez mais acelerada €
surpreendente.
serviços, bem como da estratégia aprovada, à formalização dos objetivos, dos
planos de ação e dos orçamentos.
EH PLANO OPERACIONAL
No mundo turbulento, competitivo e repleto de dificuldades e
surpresas nas
áreas da inovação operacional, da tecnologia dos meios utilizados e dos modelos Após a abordagem do plano estratégico e das suas fases,
segue-se o plano
de gestão, os planos com um horizonte temporal operacional. Este não é mais do que a parte formalizada e
superior a três ou a quatro anos quantificada do plano
deixam normalmente de ter aderência à realidade, pelo que é mais realista estratégico que possui uma natureza essencialmente qualitativa.
enquadrar, em termos dinâmicos, os dados mais próximos que possam vir a Quem vai pôr em prática o plano operacional é o
conjunto dos centros de res-
influenciar a atividade económica e o equilíbrio patrimonial da ponsabilidade. Então justifica-se plenamente que
instituição no seja feito um esforço de des-
horizonte mais próximo. centralização da informação sobre os a realizar pelos vários centros,
planos para
O processo de planeamento estratégico no contexto da que estes possam medir e avaliar as consequências
instituição bancária operacionais da sua realiza-
abrange: ção.
-
À evolução geral do meio envolvente. A fim de não subsistirem quaisquer dúvidas nem
perplexidades, o Departa-
-
À evolução futura do setor financeiro. mento de Controlo de Gestão deve estandardizar os
mapas e os relatórios por
centros de responsabilidade, com a indicação das datas das previsões, do con- Com efeito, desde a
implementação e funcionamento do orçamento, ou
trolo e do envio da respetiva informação aos seus destinatários. melhor, dos vários orçamentos da instituição, incluindo o
respetivo controlo,
Para a elaboração do plano operacional é necessário estabelecer os cenários e aquele departamento tem uma atuação coordenadora da
informação orçamental,
a qual deve ser confrontada com a
as prioridades estratégicas, enquadrando também os planos fora da atividade informação contabilística entretanto produ-
zida pelo Departamento Financeiro.
corrente, os objetivos de atividade e respetivas proveitos e custos, designada-
mente os custos com pessoal, e apresentar os principais indicadores. É óbvio que todos os orçamentos da
instituição bancária têm de ser aprovados
Tais indicadores, que respeitam às áreas económica, financeira e de produti- pela gestão cimeira (conselho de administração) sendo, a
seguir, comunicados a
cada centro de responsabilidade situados na
vidade, incluindo também as quotas de mercado são, calculados com base no primeira linha da estrutura organi-
zacional (departamentos centrais e
balanço e na conta de resultados previsionais e de outros elementos disponíveis. regionais e departamentos diretamente
dependentes da gestão cimeira, como o Departamento Jurídico e o
Departa-
mento de Auditoria e Inspeção).
1.4. ORÇAMENTOS HH ORÇAMENTO DE BASE ZERO
CONCEITO DE ORÇAMENTO
O orçamento de base zero, na
EH terminologia inglesa zero-base budgeting,
exige que cada setor da empresa justifique todas as
O orçamento é um plano quantificado, geralmente abrangendo o horizonte despesas a fazer durante o
exercício, face aos benefícios que daí vão resultar, e
que a organização no seu
temporal de um ano, com a quantificação das receitas e das despesas, contendo todo funcione eficiente e eficazmente com um dado
também os investimentos e os desinvestimentos, discriminado por centros de
nível de recursos.
Trata-se, portanto, de um processo orçamental
responsabilidade, por produtos e serviços e por tipos de clientes, a cargo de um que consiste em imaginar a
reconstrução do aparelho de funcionamento da empresa a
gestor responsável. partir do zero, logo
sem os departamentos atuais, o
São exemplos o Orçamento de Crédito e o Orçamento de Juros de Crédito, o pessoal afeto, as funções, as atividades, as
estruturas e sem os encargos de gestão, de
apoio e de funcionamento.
Orçamento de Depósitos e o Orçamento de Juros de Depósitos, Orçamento de
o
Neste
processo, começa-se por analisar os setores de maior utilidade no fun-
Investimentos, o Orçamento de Encargos com o Pessoal, o Orçamento de
cionamento da empresa e desprezar todos os restantes
Amortizações, o Orçamento de Tesouraria e Financeiro, o Balanço Previsional e setores. Isto significa que
a Demonstração de Resultados Previsional. apenas se selecionam as áreas da empresa que são
imprescindíveis e as restantes
são pura e simplesmente eliminadas.
Neste domínio, fala-se em vários tipos de orçamentos consoante o grau de
Esta forma de orçamentação, em alternativa à
intervenção dos gestores intermédios e operacionais: que é feita habitualmente com
base em sucessivos arranjos dos
orçamentos tradicionais, vem defender que é
-
Orçamento estático, o que é elaborado apenas com base nas variáveis que necessário, em primeiro lugar, analisar todas as atividades da
podem influenciar a sua estrutura. empresa e estabe-
lecer prioridades. Em segundo
lugar, há que construir o novo conjunto de recur-
-
Orçamento dinâmico, o que contempla as influências sugeridas pelos res- sos e suas aplicações, válido
para o próximo exercício económico.
ponsáveis dos centros de responsabilidade (departamentos centrais e O orçamento de base zero,
que foi objeto de um artigo publicado pela pri-
regionais). meira vez por Peter Pyhrr em 1970
(A Zero Base Budgeting), teve resultados
Orçamento contratual, o que resulta do ambiente aberto ao diálogo eà notáveis em várias organizações privadas americanas
-
(Texas Instruments) e em
negociação entre a gestão cimeira e cada centro de responsabilidade organizações públicas (Orçamento do Estado da Geórgia em 1971 onde era
incluindo alguns dos seus colaboradores mais qualificados. governador o ex-presidente dos Estados Unidos,
Jimmy Carter).
Para o pôr em funcionamento, há
No processo orçamental, a atividade do Departamento de Controlo de Gestão, que percorrer quatro percursos fundamentais:
ou de um outro departamento com idênticas funções, assume uma intervenção -
Fazer corresponder um conjunto de formas alternativas
de orçamentação
relevante e determinante. a cada uma das atividades de base da
empresa.
-
Avaliar e hierarquizar essas formas alternativas de orçamentação em fun- -
Os orçamentos são objeto de revisão em datas pré-estabelecidas e, sem-
ção de critérios previamente definidos, como, por exemplo, o grau de pre que tal se justifique, através dos órgãos competentes, incluindo natu-
rendibilidade. ralmente a gestão cimeira.
-
Afetar apenas os recursos humanos e financeiros estritamente necessá-
rios.
O orçamento é um instrumento de ação, de atuação, de reflexão e de coorde-
nação dos departamentos da organização. Esta é constituída, como se sabe, por
-
Como em qualquer método de orçamentação, efetuar, de preferência, o
vários departamentos de primeiro nível, de segundo nível e de outros níveis
controlo a priori.
situados na hierarquia departamental. O facto dos departamentos de
primeiro
nível poderem negociar diretamente com a gestão cimeira, em geral com a inter-
venção do controlo de gestão, a obtenção dos recursos financeiros e a sua apli-
cação, tal contribui naturalmente para motivar e encorajar os seus responsáveis.
2. Organização do processo orçamental
2.2. PONTOS CRÍTICOS DA ORÇAMENTAÇÃ0
t. PRINCÍPIOS BÁSICOS
Na abordagem do processo de orçamentação, o Departamento de Controlo de
O sistema de gestão orçamental é imprescindível em qualquer organização, Gestão deve considerar os pontos críticos que assumem uma projeção determi-
bancária ou não bancária, de pequena ou grande dimensão, quer seja de natureza nante e que fazem parte integrante deste processo, como os seguintes:
pública ou privada. Não seria concebível que as organizações funcionassem sem -
O envolvimento dos responsáveis departamentais.
a sua institucionalização. -
À ligação entre o plano operacional e o orçamento.
A gestão orçamental, para além de permitir concretizar as ações mais adequa- -
Os planos operacionais deslizantes.
das e positivas e assegurar O seu controlo e a reação a situações
imprevistas,
dinamiza o planeamento, contribui para a estruturação da organização, facilita as Hi ENVOLVIMENTO DOS RESPONSÁVEIS DEPARTAMENTAIS
ações de coordenação das suas atividades, permite o acesso profissional dos
No processo de planeamento e, mais concretamente, na elaboração do orça-
gestores e colaboradores da organização e estimula a sua motivação e desempe-
nho. mento, sucede que, por vezes, não há o suficiente envolvimento e participação
dos responsáveis dos centros de responsabilidade na formalização das suas
prio-
O sistema de gestão orçamental para ter um grau de sucesso nas organizações,
ridades, objetivos e planos de ação, limitando-se a sua intervenção à elaboração
financeiras e não financeiras, deve obedecer aos seguintes princípios: de um memorial desprovido de números, etapas de realização e indicadores.
-
O sistema deve abranger a globalidade da organização, cobrindo todas as Portanto, quando não existem objetivos específicos expressos por cada um
atividades que nela são exercidas, as quais ficam distribuídas pelos cen- dos responsáveis departamentais (níveis de atividade, de resultados ou de cres-
tros de responsabilidade que compõem a organização com um
responsá- cimento), ou objetivos mais globais da instituição (margem financeira, rendibili-
vel que responde pela execução do respetivo orçamento. dade do capital próprio ou rendibilidade do ativo), não é possível
acompanhar de
-
À elaboração dos orçamentos tem de enquadrar-se no sistema de autori- perto a sua ação nem analisar os resultados e as performances, como seria dese-
dade existente na organização, isto é, os orçamentos das subunidades Jável.
devem subordinar-se ao orçamento da unidade que as superintende. Como consequência, o plano operacional e o orçamento perdem em grande
-
O sistema de gestão orçamental deve estar em sintonia com a política parte a sua natureza dinamizante, reduzindo-se a um suporte meramente meca-
geral da empresa e, em particular, com a política desenvolvida a nível do nicista, que em nada contribui para o sucesso do alcance dos objetivos estabele-
pessoal, a fim de que haja graus de competência e de motivação necessá- cidos. Há então que criar condições para que os responsáveis dos centros de res-
rios para cumprir as metas estabelecidas nos orçamentos. ponsabilidade participem contínua e ativamente na elaboração do seu orçamento
motivados para O realizar dentro do timing mente interessa neste processo éé
para que se sintam suficientemente que os objetivos sejam alcanFados dentro dos
E
estabelecido. timings previstos.
É bomm não esquecer que a atividade da ivi
instituição bancária move-se num
E LIGAÇÃO ENTRE O PLANO OPERACIONAL E O ORÇAMENTO m
ambi nte em que se enquadram várias vertentes
que têm de garantir um grau
de gestão, após O adequado de compatibilização entre si,
si
Tendo o plano operacional sido elaborado pelo controlo sem o qual poderão surgir
problemas de
ção entre
a ligação difícil solução.
acerto com os departamentos de 1º nível e a aprovação pela gestão,
como uma operação Essas v ertentes têm a ver, em
entre os objetivos do primeiro ano é O orçamento assume-se
êm
e
grande parte, com a liquidez da instituição ban-
este Os obje- crente
caria , à sua s lidade, rendibilidade, produtividade,
delicada, na medida em que é a primeira vez que se transporta para solvabi segurança, crescimento
diversos critérios con- p atrimon
onial ai
tivos do plano operacional, além de terem de respeitar-se i e, ainda, cumpri mento das normas prudenciais e de supervi
são em o
tabilísticos, incluindo a sua ventilação por centros de responsabilidade. nadas das autoridades compet
entes.
entre o plano ope-
O papel do controlo de gestão é fazer a ligação harmoniosa
dos departamentos envol-
racional e o orçamento, esclarecendo os responsáveis
se faça sem O mínimo
vidos e abrindo o caminho certo para que essa passagem 2.3. FASES DO PROCESSO ORÇAMEN'
não só Os do exercí-
de problemas, a fim de se atingirem os objetivos aprovados,
cio corrente, mas também os relativos a exercícios posteriores. Compete ao controlo de gestão proceder à difusão dos documentos
principais
que servem de suporte à elabora ção do orçamento, assim como dos
prazos que é
necessário esp eitar no Pr OCESSO OT
E PLANOS OPERACIONAIS DESLIZANTES 1
çamental,
anos. O As fase s que envolvemm o
O plano operacional estabelece objetivos globais realizáveis por am
processo de elaboração do orçame nto são o envio da
realizável no próximo ano, distribuída pelos
E
e m e nções, 4
a elaboração do pré-orç
orçamento constitui a parte que é amento, a consoli dação dos docu-
financei
mentos finance
vários centros de responsabilidade da empresa. iros, a elaboração do orçamento definitivo e a
aprovação do
a durante orçamento pelo Conselho de Administração.
Por conseguinte, não seria desejável que alguns objetivos, atingir
razão estranha à gestão
um determinado ano, fossem adiados por qualquer
fixado no plano ope- E 1º FASE --
ENVIO DA CARTA DE INTENÇÕES
cimeira, embora alcançados em princípio dentro do timing
racional. O Conselho de Administração (órgão de
gestão cimeira) começa por estabe
lecer aos departamentos de nível ou seja os centros de respons
Cabe então ao controlo operacional sensibilizar os responsáveis departamen- 1
abilidade
suas previsões, neste caso centrais e regionais, as orientações
tais para a necessidade de imprimirem rigor nas estratégicas e os objetivos gerais através de
É)
ao alcance dos objetivos, até porque nalgumas
um doc umento sucinto, que constituem as bases de
quanto ao timing que respeita atuação essenciais para a
ou outro departamento pode vir a afetar à orçamentação da instituição bancária.
situações a ação realizada por um
assim em causa à eficácia
atuação dos outros departamentos da empresa, pondo S V es 0
da instituição. que constitui, por assim dizer, uma carta de intenções da estão cimeira acom
,
g
e se o con-
No entanto, como o alcance do orçamento se situa no curto prazo
ou noutros prazos mentos produzir o pré-orçamento
trolo for feito, como deve ser, à nível mensal ou trimestral, , que é a primeira versão do orçamento par ao
é possível proceder a alterações nos dados exercício seguinte
apropriados à situação em causa,
orçamentados e, simultaneamente,
médio prazo.
às respetivas a modificações no plano a
Essas correções introduzidas, que devem ser claras e
bem fundamentadas, j
a
As hipóteses econoómicas que acompanham
com Dase no relatóri
room
ativas e passiva da taxa de desconto do banco
s,
responsabi-
funcionamento que vão marcar o
logo, submetidos a aprovação pelos departamentos
venção ativa da gestão cimeira, tendo em conta as orientações
plano estratégico.
1s. com
s o: a
sede
O Departamento de Controlo de Gestão serve
com vista a atingir-se um acordo entre as
a custos de operações ativas,