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2 - Regimes de capitalização
2.1 – Noções Gerais
2.2 – Regime Simples
2.3 – Regime Composto
1.1. Introdução – O Valor Temporal do Dinheiro 1.1. Introdução – O Valor Temporal do Dinheiro
1.1. Introdução – O Valor Temporal do Dinheiro 1.1. Introdução – O Valor Temporal do Dinheiro
Provavelmente… prevalece a “Preferência pela Liquidez”, O factor “Tempo” assume particular importância em
i.e., preferimos receber o mais rápido possível e pagar o mais qualquer análise que envolva “Capital”, pelo que se torna
tarde possível… o que é uma atitude racional, uma vez que necessário atribuir-lhe um valor… o “Juro”.
ficamos com a liberdade para decidir que destino lhes dar no
imediato: Estão assim encontrados os 3 elementos básicos da
matemática financeira.
• Consumo;
• Poupança; Tal como para os restantes factores de produção (terra e trabalho), o valor da
remuneração do capital – o juro - vai depender de um padrão, que é o
• Consumo e poupança. rendimento (ou custo) de uma unidade de capital durante uma unidade de
tempo.
Ou seja… do ponto de vista estritamente financeiro atribuimos mais
valor a dispor de uma determinada quantia tão cedo quanto possível. Por questões de simplicidade de tratamento, convencionou-se exprimir
aquele valor em termos percentuais.
1.1. Introdução – Tempo, Capital e Juro 1.1. Introdução – Tempo, Capital e Juro
• É abordado sob uma análise periódica, ou seja, o factor tempo será • Variável que representa um valor e que está sempre associada a um
considerado não no seu aspecto global, mas sim do ponto de vista momento no tempo, frequentemente o início ou o fim do período de
parcelar (espaços de tempos mais curtos ou mais longos aos quais é capitalização;
referida a remuneração do capital);
Ou… período de formação dos juros, é um período de
• Cada um destes espaços, considerado como uma unidade de tempo, tempo, habitualmente de duração constante ao longo de
denomina-se período (anual, semestral, trimestral, etc.). um processo de capitalização, durante o qual um capital
está sob os efeitos de uma taxa de juro.
1.1. Introdução – Tempo, Capital e Juro 1.1. Introdução – Tempo, Capital e Juro
1.1. Introdução – Tempo, Capital e Juro 1.1. Introdução – Tempo, Capital e Juro
• Quem empresta determinado capital fica impedido de o destinar a • Devido à inflação, aquilo que em média custa hoje 1.000 € custará,
outros fins (consumo, poupança ou ambos), dando essa possibilidade daqui a um ano, mais de 1.000 €.
à outra parte.
• Normalmente, quanto maior for o prazo do empréstimo, maior será o
• É compreensível que este sacrifício por parte de quem empresta deva efeito da inflação (importância do fator tempo).
ser pago.
1.1. Introdução – Tempo, Capital e Juro 1.1. Introdução – Tempo, Capital e Juro
“Juro” => Risco Três regras que gerem esta relação (Tempo, Capital e Juro):
• Quem empresta corre sempre o risco de não vir a receber de volta 1ª Regra:
aquilo que emprestou. • A presença de capital e de tempo e ausência de juro é
uma impossibilidade em matemática financeira.
• Isto pode acontecer por diversas razões, intrínsecas ou extrínsecas (a
outra parte pode ser má pagadora; mesmo não o sendo, pode ficar • Se há capital e tempo, tem que haver um juro.
impossibilitada de honrar o seu compromisso, por diversas razões -
desemprego, doença, morte, guerra, etc.). • O juro zero pode ocorrer se e só se o capital for zero
e/ou o prazo for zero.
• Quanto maior for o prazo do empréstimo, maior é a probabilidade
de ocorrer algumas destas situações, isto é, maior é o risco envolvido
(importância do fator tempo).
ESTG LCE/1º ano 17 ESTG LCE/1º ano 18
1.1. Introdução – Tempo, Capital e Juro 1.1. Introdução – Tempo, Capital e Juro
Três regras que gerem esta relação (Tempo, Capital e Juro): Três regras que gerem esta relação (Tempo, Capital e Juro):
Três regras que gerem esta relação (Tempo, Capital e Juro): Em qualquer problema de Cálculo Financeiro existem três
variáveis fundamentais: o capital, o tempo e a taxa de juro.
3ª Regra:
• Sendo Jk o juro do período k, Ck-1 o capital no início do Estamos perante uma Operação Financeira se aquelas três
mesmo período, isto é, no momento k-1 e ik a taxa de variáveis existirem em simultâneo.
juro em vigor no mesmo período, será:
Jk= ik x Ck-1 (k=1,2,3,…)
Por exemplo, um empréstimo sem juros, não é, do ponto de
• Temos pois que, qualquer capital aplicado durante um
vista teórico, uma operação financeira.
determinado período de tempo (período de
capitalização), a uma dada taxa de juro, gera uma
remuneração (juro), que é o produto desse capital pela
taxa de juro em vigor nesse período.
ESTG LCE/1º ano 21 ESTG LCE/1º ano 22
As operações financeiras podem ser de: Os bancos realizam dois grandes tipos de operações:
• curto prazo - até um ano; • Aceitam e remuneram depósitos de valores; e
• Concedem crédito, emprestando dinheiro e cobram por isso.
• médio prazo - de 1 a 5 anos;
• longo prazo - mais de 5 anos.
As Operações Bancárias dividem-se em:
• Operações ativas: aquelas que têm subjacente o recebimento de
Intervenientes numa Operação Financeira: juros por parte das instituições bancárias (tipicamente,
Numa operação financeira intervêm, pelo menos, duas empréstimos concedidos) => Taxa de juro ativa
partes: • Operações passivas: Aquelas que têm implícito o pagamento de
• Mutuário: Aquele que pede emprestado (devedor); e juros por parte das instituições bancárias (por exemplo,
• Mutuante: Aquele que empresta (credor) depósitos) => Taxa de juro passiva
1.1. Introdução – Juro e Taxa de Juro 1.1. Introdução – Juro e Taxa de Juro
O juro depende de três fatores, capital, tempo e taxa de juro, variando O juro é a diferença entre o capital acumulado no final do prazo da
diretamente em relação a qualquer deles. operação e o capital aplicado, designado capital principal.
1.1. Introdução – Juro e Taxa de Juro 1.1. Introdução – Juro e Taxa de Juro
Significado da taxa de juro “i” Exemplo:
Calcule o juro ganho numa aplicação de 5.000,00 Euros por um ano à
• Não é mais do que a remuneração associada a uma unidade de taxa de juro anual de 3,2%.
capital durante uma unidade de tempo;
ao efetuar o cálculo do juro, as variáveis “n” e “i” devem estar Se a taxa for anual e o tempo em dias, torna-se necessário saber qual é
expressas na mesma unidade de tempo, isto é, se a taxa de juro “i” é a base de cálculo adotada.
anual, o tempo “n” deve estar expresso em anos; se a taxa de juro é Das quatro referidas, duas muito frequentes são ACT/365 ("ano civil") e
semestral, o tempo deve estar expresso em semestres; e assim 30/360 ("ano comercial").
sucessivamente… Neste momento existe
n se considerarmos que legislação que obriga a que
Assim… se a taxa for anual e o tempo em meses, teremos de fazer: j= c i vigora o “ano civil” nos depósitos bancários seja
365
utilizada a base de cálculo
n “ACT/360".
j= c i ou seja, estamos a assumir que o ano tem 360 dias
12 n se considerarmos que
j= c i
360 vigora o “ano comercial”
“Momento” “Período”
• É um ponto no tempo (p.ex., um determinado dia) em que ocorre o • É o intervalo de tempo que medeia entre quaisquer dois momentos
vencimento de um capital; consecutivos;
• O primeiro período é o intervalo de tempo que medeia entre os
• O capital c0 ocorre no (está reportado ao / tem vencimento no) momentos 0 e 1;
momento 0; o capital c1 idem… e assim sucessivamente. • O início do primeiro período é o momento 0 e o seu final é o
momento 1, que coincide com o início do segundo período, e assim
sucessivamente.
“Capitais +/-”
• Aos sinais associados aos capitais (+/-) são atribuídos fluxos
financeiros, consoante representem entradas de capital (inflows) ou
saídas de capital (outflows) na perspetiva de uma das partes
(mutuário ou mutuante);
• Ajudam a "visualizar" melhor o problema, sendo em muitos casos um
auxiliar precioso na elaboração da equação de equivalência; por
outro, é fundamental na resolução de problemas através de
calculadoras financeiras.
ESTG LCE/1º ano 43