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Finanças Empresariais
Capítulo 1 - Introdução
Ao contrário da educação,
que é aparentemente cara
(a ignorância é bem capaz
de o ser ainda mais), o
conhecimento requer
“atenção”, entendida como
vontade e curiosidade para
aprender e saber mais. Por
isso exige tempo, trabalho,
dedicação e compromisso.
Mas é uma realidade com
dois lados: quem transmite
o conhecimento tem de
fazer a sua parte com igual
esforço e dedicação.
Objetivos do capítulo
Estado
Impostos e
€
Subsídios
€ Mercado de
Mercado € Empresa €
Financeiro Bens e Serviços
(Clientes e
(Investidores) Fluxos de Autofinanciamento Bens e Fornecedores)
Capital e Serviços
Rendimentos
Capital Próprio Ativos Fixos
Endividamento € Diversos Matérias e Serviços
Equipamentos
Recursos Humanos
Outros
Stakeholders
Processamento
Sistema de Política financeira
Sistema de de informação
Decisão
Informação
(“Finanças
(“Contabilidade”) Política de negócio
Análise Empresariais”)
financeira
e previsão
financeira
? 5€ ?
? 5€ ?
Situação 1
H1: 3€
H2: 7€ 5€ ?
Situação 2
? 5€ ?
Situação 1
H1: 3€
H2: 7€ 5€ ?
Situação 2
H1: 3€ A1: 6€
H2: 7€ 5€ A2: 4€
Situação 3
-1000 5500
Hipótese 1
Qual é a alternativa de aplicação que:
0 5
(a) Parece ter maior retorno?
-1000 500 500 500 500 500 (b) Parece ter maior risco?
Hipótese 2
0 1 2 3 4 5
Hipótese 1
0 1 2 3 4 5
Qual é a melhor alternativa de aplicação?
-1000 500 500 500 500 500
Hipótese 2
0 1 2 3 4 5
Ativos
Balanço (Política de
Investimento)
15-4-2021
Capital Investido
Balanço (Política de
Financiamento)
Observação: no dia 3 de março de 2021 quase todas as cotadas estavam ”em alta”
• Como o valor de mercado é uma variável não observável tem de ser estimado por modelos financeiros
mum processo designado de avaliação financeira
• Princípios básicos de avaliação financeira:
– O valor de mercado de qualquer ativo é uma função dos cash flows esperados (RETORNO)
– Avaliação (relativa) com referência a ativos equivalentes no mercado (com o mesmo RISCO):
princípio do CUSTO DE OPORTUNIDADE subjacente à medida da taxa juro ou de desconto
• Corolário: avaliação pelo modelo DCF ou “discounted cash flows”
• Sistema de informação indispensável: os preços dos ativos nos mercados financeiros (cotações de
ações, taxas de juro e de câmbio, mercadorias, etc)
• Em síntese:
– Componentes essenciais da definição de Finanças Empresariais
• O que SÃO as finanças empresariais
– Base: separação do setor real da economia face ao setor financeiro da economia
– Fundamentação da tomada de decisões económicas e de gestão com impacto financeiro no
presente e futuro
o No limite, decisões de financiamento e remuneração do acionista
o Mas também informação sobre o valor e criação de valor das decisões de investimento
– Palavras chave: cash flows (retorno) e taxa de juro (risco), valor e criação de valor
– Atividade principal: avaliação financeira (baseada no custo de oportunidade) e gestão do risco
• O que NÃO SÃO as finanças empresariais
– Contabilidade e sistema de registo e comunicação de informação diretamente das transações e da
atividade empresarial
– Outros serviços especializados como p.e., contabilidade de gestão, controlo de gestão e fiscalidade
– Componente da gestão que visa assegurar os interesses dos acionistas face aos restantes agentes
económicos
• A equação geral de avaliação de ativos financeiros e reais (equação dos modelos DCF)
R1
P0 P1
0 1
Onde:
• A equação geral de avaliação de ativos financeiros e reais (equação dos modelos DCF)
– Exemplo: uma ação com uma cotação (preço de mercado) inicial de 5€ pagou um dividendo de
0,25€ e vale agora 5,35€
• Preço pago (ou valor não recebido) no início do período = 5,0€
• Valor do património do acionista no final do período = 0,25€ + 5,35€ = 5,6€
• Incremento no património do acionista no final do período = 5,6€ - 5,0€ = 0,6€
• Taxa de retorno a um período será r tal que:
• Trata-se de uma taxa de retorno esperada porque apenas o preço de mercado inicial é conhecido, os
restantes valores são apenas esperados
• Por isso, o investimento financeiro NÃO TEM RETORNO CERTO é um investimento com RISCO
• Para um número de períodos superior a um a questão complica-se
• A equação geral de avaliação de ativos financeiros e reais (equação dos modelos DCF)
– Para um n períodos:
P0 R1 R2 R3 R4 Rn + Pn
0 1 2 3 4 … n
Onde:
P0 = Preço inicial do investimento (capital inicial)
Pn = Preço final do investimento (capital final)
P1 - P0 = Valorização do investimento (ganho de capital)
Rt = Rendimento de capital do investimento no período t com t = 1, 2, 3, …, n
Medida do retorno do capital a homogeneização prévia do valor do capital no tempo
para permitir a comparação do capital inicial com os rendimentos futuros e capital final
• A equação geral de avaliação de ativos financeiros e reais (equação dos modelos DCF)
n
Rt Pn
Valor de mercado V0 = ∑ t
+
n
t=1 (1+r) (1+r)
• Significado: o valor de mercado de qualquer ativo é uma função do valor dos seus cash flows futuros
descontados para o momento da avaliação a uma taxa de juro adequada (custo de oportunidade)
– O valor de mercado resulta de modelos de avaliação financeira e não deve NUNCA ser confundido com:
• A cotação ou preço de mercado (se existir)
• O valor contabilístico (a contabilidade não visa avaliar mas “informar sobre valor”)
• A equação geral de avaliação de ativos financeiros e reais (equação dos modelos DCF)
– Diferença da “valorímetria” contabilística face à valorímetria da gestão (financeira)
Passado Futuro
-k 0 n
Objetividade? Subjetividade
Estabilidade? Volatilidade
Irrelevância? Relevância
• A equação geral de avaliação de ativos financeiros e reais (equação dos modelos DCF)
– A equação geral da avaliação é operacionalizada através de dois importantes indicadores de
avaliação financeira
• Criação de valor de mercado: indicador VAL (valor atualizado líquido)
n
Rt Pn
Criação de valor = VAL = V0 - P0 = ∑ t
+ n
- P0
t=1 (1+r) (1+r)
• Retorno do capital investido: indicador TIR
n
Rt Pn
Retorno do capital = TIR: P0 = ∑ tn
+
t=1 (1+TIR) (1+TIR)
– Exemplo: avaliação ação a 3 anos, com um preço de mercado inicial de 15€, dividendos
esperados de 1,20€, 1,50€ e 2,0€ e ainda uma cotação final esperada de 17,50€
• Com estes dados não é possível saber se é uma ação a comprar, é apenas possível calcular a TIR:
• Em síntese:
– Determinantes da criação de valor de mercado
• Cash flows e capital financeiro (determinam o retorno esperado)
– Inicial: preço de mercado (pago ou não recebido, não necessariamente certo)
– Futuros (esperados)
o Rendimento do capital
o Acumulação de capital (no eventual preço de mercado)
• Taxa de desconto dos cash flows futuros (incorpora o risco implícito nos cash flows futuros)
– Medida da criação de valor de mercado
• Modelo de base é o modelo DCF que incorpora as determinantes da criação de valor de mercado e
permite quantificar a criação de valor e outros indicadores de avaliação financeira
– VAL mede criação de valor esperado (em termos matemáticos)
– TIR mede retorno esperado do capital investido que pode ser comparado com o risco envolvido no
custo de oportunidade do capital investido
• A partir da lógica (direta) do modelo DCF podem ser desenvolvidos outros modelos de avaliação do valor
de mercado ou da criação de valor (questão técnica)
Finanças Empresariais
Capítulo 2 – Análise Financeira
Objetivos do capítulo
– Introdução
• Compreender a definição, o objeto e o objetivo da análise económico-financeira
• Compreender o método de análise económico-financeira Iinluindo as métricas não abordadas)
– Perspetiva financeira dos mapas da contabilidade
• Compreender que a estrutura dos mapas da contabilidade tem de ser ajustada para o formato financeiro
que permita a análise, previsão, avaliação e tomada de decisão financeira
• Compreender o ajustamento do balanço (endividamento substitui passivo) e da demonstração de
resultados (reafetação da antiga rubrica de resultados financeiros)
• Compreender o mapa de demonstração de fluxos de caixa e a sua limitação principal: não releva o
autofinanciamento
– Instrumentos de análise económico-financeira
• Compreender a lógica, o cálculo e o significado dos indicadores financeiros (incluindo a análise integrada
da rendibilidade)
• Compreender a lógica, o cálculo e o significado do mapa de cash flow
• Compreender o modelo global de análise financeira
1. Introdução
Separação entre setor real da economia/negócio empresarial
e setor financeiro/financiamento empresarial
Informação
económica
e financeira:
compreensão
1. Introdução
Distinção entre avaliação contabilística e avaliação financeira a valor de mercado
Processamento
Sistema de de informação Sistema de Política financeira
Informação Decisão
(“Contabilidade”) (“Finanças
Análise e previsão Empresariais”) Política de negócio
financeira
Financiamento
Endividamento
Alavanca financeira
Análise do desempenho económico
rendibilidade-risco-crescimento Risco financeiro
Capital próprio
Cash flow
operacional
1. Introdução
1. Introdução
1. Introdução
Tipo de
Empresa A Empresa B
rubrica
BALANÇO
Propriedades de investimento 0 5.000 Extra-negócio
Ativo fixo económico 8.000 5.000 Investimento
Capital circulante 2.000 5.000 Operacional
Investimento
Ativo corrigido 10.000 15.000
Económico
Endividamento 0 7.500 Financiamento
Capital próprio 10.000 7.500 Financiamento
Financiamento ou
Capital investido 10.000 15.000 investimento
financeiro
(1) Rubricas de investimento: empresa A tem 80% de ativo fixo económico (superior à empresa B)
(2) Rubricas operacionais: empresa B tem um peso do capital circulante superior à empresa B
(3) Rubricas extra-negócio: empresa A não tem estas rubricas, empresa B tem um valor elevado de propriedades
de investimento (o seu desempenho deve ser medido separadamente)
(4) Rubricas de financiamento: empresa A tem apenas capital próprio, empresa B tem 50% de endividamento
1. Balanço
– Ajustamento do balanço
• A separação das diferentes classes implica a passagem das contas a pagar para o ativo com sinal
negativo e a constituição do agregado capital circulante caixa e depósitos
• No lado esquerdo do balanço ficam todas as rubricas do setor real da economia: investimento,
operacionais e extra-negócio
– Ativo corrigido substitui o valor do ativo (total)
– Capital circulante caixa e depósitos: ativos operacionais líquidos de responsabilidades operacionais
– Caixa e depósitos inclui “operating cash”, enquanto ativos financeiros negociáveis inclui “excess
cash”
• No lado direito do balanço ficam as rubricas do setor financeiro da economia: (apenas) financiamento
– Apenas o capital próprio permanece inalterado
– O endividamento ou dívida (também designado de "passivo remunerado ou de passivo de taxa de
juro") substitui o passivo (que desaparece)
– Capital investido substitui o valor do capital próprio mais passivo, ou seja, capital investido = capital
próprio e endividamento (eventualmente, dívida líquida em vez de endividamento)
2. Demonstração do resultado
– Ajustamento da demonstração do resultado
• Tipos de rubricas constantes na demonstração do resultado
– Rubricas operacionais
– Rubricas extra-negócio
– Rubricas de financiamento
• A separação das diferentes classes de implica a separação dos gastos associados ao financiamento e
rubricas extra-negócio e assegurar a ausência de “resultados financeiros”
• A única rubrica com caráter estritamente financeiro está relacionada com o financiamento: gastos de
financiamento
– Resultado operacional inclui todos os fluxos económicos das atividades operacionais (inclui alguns
rendimentos e gastos tradicionalmente designados de financeiros, como descontos de pronto
pagamento)
– Resultados extra-negócio: inclui todos os fluxos extra negócio (os antigos resultados
extraordinários e alguns antigos rendimentos e gastos financeiros)
– Juros suportados (gastos de financiamento): única rubrica ligada ao setor financeiro da economia
DEMONSTRAÇÃO DO Tipo de
Empresa A Empresa B
RESULTADO rubrica
Volume de negócios 10.000 10.000 Operacional
Custos do negócio 8.000 8.000 Operacional
Resultado do negócio 2.000 2.000 Operacional
Rendas (5%) 0 250 Extra-negócio
Gastos de financiamento (6%) 0 450 Financiamento
Imposto sobre rendimento (25%) 500 450
Resultado líquido 1.500 1.350
(1) Rubricas de investimento: não existem na demonstração do resultado (ou melhor existem: amortizações e
depreciações)
(2) Rubricas operacionais: empresa A e B têm o mesmo volume de negócios e resultado do negócio (20%)
(3) Rubricas extra-negócio: empresa A não tem estas rubricas, empresa B tem propriedades de investimento que
geram rendas à taxa de 5%
(4) Rubricas de financiamento: empresa A tem apenas capital próprio, empresa B tem dívida e, logo, gastos de
financiamento (calculados à taxa de 6%)
Demonstração do Resultado
Rubricas
+ Volume de negócios
+ Outros rendimentos e ganhos operacionais
- Custo das matérias e mercadorias vendidas
- Fornecimentos e serviços externos
- Gastos com o pesssoal
- Outros gastos e perdas operacionais (incluindo gastos não monetários ativos correntes)
= Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization (EBITDA)
- Amortizações e depreciações (e outros gastos não monetários de ativos não correntes)
= Resultado operacional (RO)
= Resultado extra-negócio e não recorrentes (REN)
= Earnings Before Interest and Taxes (EBIT)
- Gastos de financiamento (GF)
= Resultado antes de impostos (RAI)
- Imposto sobre o rendimento (IRC)
= Resultado líquido (RL)
Demonstração do Resultado
Rubricas
+ Volume de negócios (VN)
- Custo das vendas (CV)
= Margem Bruta (MB)
- Custos de estrutura (CE)
= Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization (EBITDA)
- Amortizações e depreciações (e outros gastos não monetários)
= Resultado operacional (RO)
= Resultado extra-negócio e não recorrentes (REN)
= Earnings Before Interest and Taxes (EBIT)
- Gastos de financiamento (GF)
= Resultado antes de impostos (RAI)
- Imposto sobre o rendimento (IRC)
= Resultado líquido (RL)
2)
1) Análise da
Margem
Análise da (peso no
Rotação face ao volume de
capital investido negócios)
= 12.500
3)
Peso na dívida 4)
• Em síntese:
– Condição de validade para a compreensão da lógica e da situação económica e financeira:
divisão das rubricas dos principais mapas da contabilidade em quatro categorias
• Rubricas core do setor real da economia
(i) Rubricas de investimento (mais longo prazo, maior discricionariedade, entre outros atributos)
(ii) Rubricas operacionais (mais curto prazo, maior espontaneidade, entre outros atributos)
• Rubricas não core do setor real da economia: (iii) rubricas extra-negócio (e não recorrentes)
• Rubricas do setor financeiro: (iv) rubricas de financiamento ou financeiras
– Esta divisão condiciona não só a análise financeira, mas também, e de forma clara, a previsão
financeira, a avaliação financeira e todo o processo de tomada de decisão financeira
– Algumas características deste processo de ajustamento dos mapas da contabilidade
• Questão sobretudo financeira, logo com alguma carga de subjetividade e discricionariedade
• Pretende-se a formatação da informação para efeitos de avaliação e tomada de decisão de gestão,
relativamente frequente em atividades de consultoria e apoio externo à gestão
• Importante o abandono de “espartilhos” normativos e de “âncoras” da formatação contabilística
• Indicadores económico-financeiros
Exemplos
Resultado = 1 milhão É muito? Cenário A: capital investido = 2 milhões
Cenário B: capital investido = 100 milhões
Rubrica
Peso da rubrica =
Ativo Corrigido
Rubrica t
Taxa de crescimento = −1
Rubrica t-1
- Indicadores de rendibilidade
• Medida da capacidade dos capitais investidos e da atividade da empresa para gerar fluxos económicos
de remuneração (eficiência económica), ou seja: rendibilidade = resultado/capital
• Tipos de rendibilidade:
- Indicadores de rendibilidade
• Modelo associado ao indicador RCI que mede a rendibilidade económica global do investimento ao
relacionar duas variáveis importantes
– Capital investido (ou ativo corrigido, dado que a relação é económica)
– Rendibilidade do investimento dada pelo EBIT que remunera todo o capital investido
EBIT
RCI=
Capital Investido
EBIT
RVN =
Volume de Negócios
– É uma função de rendimentos e custos, refletindo o atributo económico genérico MARGEM
Volume de Negócios
GRA =
Ativo Corrigido
– Relacionado com a capacidade da empresa para gerar volume de negócios a partir do ativo ou do
capital investido: gestão de ativos e da produtividade do capital investido
– É uma função do investimento, refletindo o atributo económico genérico ROTAÇÃO
Margem Bruta
TMB =
Volume de Negócios
– Relacionado com a capacidade da empresa para gerar rendimentos do negócio e um excedente
económico face aos custos associados à geração desses rendimentos
– Reflete sobretudo a produtividade comercial da empresa e a estratégia genérica da diferenciação
• Indicador da estrutura de custos: efeito controlo de custos (ECC)
EBIT
ECC =
Margem Bruta
– Relacionado com a capacidade da empresa para criar uma infraestrutura organizacional que
suporte a atividade com o mínimo de custos de estrutura
– Reflete a produtividade de custos da empresa e a estratégia genérica da liderança pelos custos
1. Indicadores económico-financeiros
Assuma-se que:
TMB = 10.000/20.000 = 50%
ECC = (10.000 – 7.000) /10.000 = 1 – 70% = 30%
RVN = 50% x (1 – 70%) = 50% x 30% = 15%
Vamos ver que:
GRA = 20.000/12.500 = 160% = 1 + 60%
Capital investido = 12.500 RCI = 50% x (1 - 70%) x (1 + 60%) = 15% x 160% = 24%
Volume de Negócios
GRA =
Ativo Corrigido
Significado económico: número de unidades de volume de negócios geradas por cada unidade de capital investido em
ativo (indicador de “produtividade” do capital investido, i.e., de capacidade de transformação de capital investido
financeiro em ativos para atividade económica)
Clientes
PMR= x365
Volume de Negócios
Significado económico: duração média de cobrança das vendas da empresa ou desfazamento temporal médio entre o
momento de venda e o momento do recebimento, em dias
Significado económico: representa a dimensão do capital circulante medida por um período de tempo, isto é, a medida das necessidades de
financiamento do negócio da empresa, em dias
CCCD
PCCCD=
Volume de Negócios
Significado económico: medida do capital investido em capital circulante caixa e depósitos por unidade de volume de negócios
Significado económico: medida do capital investido em ativo fixo por unidade de volume de negócios
Amortizações e Depreciações
TMA&D =
Ativo Fixo Económico
- Indicadores de rendibilidade
• A questão central da relação inversa entre margem e rotação
– Otimizar margem e rotação simultaneamente conduz a melhorias do desempenho que podem ser
impressionantes, mas a realidade tende a não ajudar
– Decisões que melhoram a margem exigem investimentos e custos de estrutura que reduzem a
rotação e a procura de maior rotação por vezes só é alcançada com reduções na margem
– Exemplo atual: a mudança de uma lógica de negócio com presença física para uma atividade
comercial essencialmente online (segundo um estudo recente da Mckinsey)
• Incremento provável da rotação em caso de sucesso em termos de vendas: poupança em
capital investido pela via da menor infraestrutura necessária, em especial de ativos tangíveis,
e poupança eventual de custos como rendas e gastos com pessoal
• Redução provável da margem: a maior concorrência online e a provável quebra no grau de
fidelização do cliente à marca
– A decisão margem-rotação tem de ser analisada de acordo com efeitos a longo prazo, numa
perspetiva de avaliação financeira da decisão
- Indicadores de rendibilidade
• Análise do desempenho do financiamento (indicador EAF: efeito-alavanca financeira)
– Para se entender o desempenho do financiamento é necessário conhecer o indicador de custo
médio da dívida ou “rendibilidade dos capitais alheios (RCA)”
Gastos de Financiamento
RCA =
Endividamento
Significado económico: medida da remuneração média dos credores (retorno médio do credor por unidade de
capital investido)
– Importância deste indicador: a sua comparação com a rendibilidade do capital investido RCI)
permite a medida do contributo da dívida para a rendibilidade global, também designada por efeito
alavanca financeira (EAF)
Endividamento
EAF = (RCI−RCA)×
Capital Próprio
Significado económico: medida da remuneração do capital próprio antes de imposto e que inclui o
impacto do investimento (RCI) e do financiamento (EAF), neste caso aditivo
Note-se que se a empresa não tivesse dívida: RCI = 24%, EAF = (24% - 8%) x 0/12500 = 0%, RIF = 24% +
0% = 24%, ou seja a empresa perdia 16 pp de rendibilidade, o equivalente a cerca de 2/3 da RCI!
- Indicadores de rendibilidade
d) Análise do desempenho global (indicador RCP: rendibilidade do capital próprio)
– Existe ainda uma componente da rendibilidade global associada ao imposto a pagar (efeito fiscal):
Significado económico: medida da remuneração (potencial) do capital (próprio) investidos pelos proprietários
da empresa, incluindo todas as decisões com impato no balanço e demonstração de resultados (negócio,
investimento, financiamento e outras)
Modelo completo:
RCP = [(TMB x ECC x GRA) + EAF ] x (1 – tIRC) = [(50% x 30% x 160%) + 16%] x (1 – 30%) = 28%
Agregando a RVN:
RCP = [(RVN x GRA) + EAF ] x (1 – tIRC) = [(15% x 160%) + 16%] x (1 – 30%) = 28%
Agregando a RCI:
RCP = (RCI + EAF) x (1 – tIRC) = (24% + 16%) x (1 – 30%) = 28%
Agregando a RIF:
RCP = RIF x (1 – tIRC) = 40% x (1 – 30%) = 28%
1. Indicadores económico-financeiros
• Indicadores de endividamento
- Medida da capacidade de endividamento e de acesso ao mercado financeiro em condições adequadas
pela empresa e logo do risco financeiro interno da empresa
(i) Grau de autonomia financeira (GAF)
Capital Próprio
GAF =
Ativo Corrigido
Significado económico: peso do capital próprio no capital investido na empresa, ou seja, medida do risco financeiro e
da capacidade de endividamento da empresa com base no balanço
(ii) Grau de cobertura dos gastos de financiamento (GCGF)
Resultado Operacional
GCGF =
Gastos de Financiamento
Significado económico: cobertura dos gastos de financiamento pela capacidade económica da empresa, ou seja,
medida do risco financeiro e da capacidade de endividamento da empresa com base na demonstração do resultado
RCA = 500/6250 = 8%
Grau de endividamento = CA/CP = 6250/6250 = 100% (não acrescenta nada face ao GAF)
Cotação
PER=
Resultado por ação
Significado económico: representa o número de anos que demoraria a um investidor para recuperar o capital investido
no pressuposto de comprar uma ação aquele preço, com um payout de 100% e do resultado por ação (RPA) se
manter constante. Alternativamente, o PER consiste no valor médio a pagar por uma unidade de resultado por ação
(iv) Price-to-book value (PBV)
Cotação
PBV=
Valor contabilistico por ação
Em que valor contabilístico por ação é dado pelo quociente entre o valor contabilístico total dos capitais próprios e o
número de ações
Significado económico: número de vezes que o valor de mercado do património dos acionistas excede o seu valor
medido em termos contabilísticos
1. Indicadores económico-financeiros
- Indicadores de liquidez
• Análise das rubricas mais líquidas e exigíveis do balanço de forma a (supostamente) permitir uma
medida da capacidade da empresa para cumprir as suas responsabilidades financeiras
• Os indicadores de liquidez variam com o prazo de transformação em dinheiro (sem custos elevados)
das rubricas do ativo
• Principais indicadores de liquidez
– Grau de Liquidez Geral (GLG)
– Grau de Liquidez Reduzida (GLR)
– Grau de Liquidez Imediata (GLI)
• Indicadores muito limitados, justificando a sua dispensa: assumem a perspetiva da liquidação e não
explicitam corretamente o grau de liquidez dos ativos e o grau de exigibilidade dos passivos, numa
lógica de CONTINUIDADE do negócio
• Qualquer indicador de liquidez terá necessariamente de incluir a capacidade da empresa para gerar
rendimentos, controlar custos e gerir o investimento em ativos
Liquidez = ativos líquidos no curto prazo – passivos exigíveis a curto prazo Certo? Errado! (exceto em caso de liquidação!! E mesmo
assim!!)
Clientes 0 0
Fornecedores 600 720
Saldo -600 -720 Conclusão: investimento adicional = -120 = libertação de cash!
• Financiamento Total (FT): constitui o cash flow que ficou disponível para aplicações de cash flow com
proveniência interna (autofinanciamento) e externa (financiamento externo no mercado financeiro, ou
seja, decisões discricionárias de entrada e saída de capital próprio e endividamento)
Finanças Empresariais
Capítulo 3 – Previsão Financeira
Objetivos do capítulo
1. Introdução
Informação
económica
e financeira:
“reflexão”
Adaptação minha:
“Hope for the best (“faith”), but to manage you must plan to be prepared either for the worst
(downside danger) and for the best (upside potential)”
1. Introdução
• Caracterização da previsão financeira
– Conceito de previsão financeira
• Processo de prognóstico da situação económico-financeira da empresa esperada para diversos períodos
no futuro, associada a diferentes cenários de evolução provável das atividades da empresa
• Função na disciplina de finanças empresariais: segunda fase do processo de transformação de valores
contabilísticos em valores de mercado (após diagnóstico financeiro)
– Objetivos da previsão financeira
• Construção de mapas financeiros previsionais contingentes a diferentes cenários e planos de negócio e
financeiros
• Análise dos efeitos associados a decisões discricionárias potenciais, em especial o efeito do crescimento
na liquidez da empresa e nas necessidades de financiamento externo
• Análise de risco e da incerteza
– Importante: a distinção entre planeamento financeiro e previsão financeira
• O planeamento financeiro visa fundamentar a afetação estratégica e estrutural de recursos financeiros,
incluindo a previsão financeira e ainda a otimização da tomada de decisão, considerando objetivos e
alternativas estratégicas, numa ótica de criação de valor
• O planeamento deve incluir decisões como F&A, reestruturações e decisões financeiras estratégicas
1. Introdução
Desempenho Financiamento
económico externo
(i) Dimensão
(i) Margem
(ii) Timing/duração
(ii) Custos
(iii) Emissão de dívida
(iii) Volatilidade
(iv) Emissão capital
(iv) Previsibilidade
próprio
Para o nosso exemplo: VN (20x1) = VN (20x0) x (1 + q) x (1+ p) = VN (20x0) x (1 + g) onde p, q e g são taxas de
crescimento em preço, quantidade e valor, respetivamente.
VN (20x1) = VN (20x0) x (1 + p) x (1 + q) = VN (20x0) x (1 + g) = 100.000 x (1+20%) = 120.000
A empresa apresenta um volume de negócios de 5 milhões de euros e espera um acréscimo das vendas de
10% para o ano seguinte. A sua direção financeira espera efetuar os seguintes investimentos:
- Expansão do edifício: 100.000 euros
- Equipamento: 60.000 + 30.000 por cada acréscimo de 250.000 de vendas anuais;
- Viaturas: 60.000 + 20.000 por cada acréscimo de 500.000 de vendas anuais.
Suponha depreciações dos novos investimentos correspondentes a metade da taxa de depreciação anual.
Destes dados resulta a seguinte tabela (em euros):
Exemplo: Edifício = 600.000 + 100.000 – (4% x ½ x 100.000 + 4% x 950.000) = 600.000 + 100.000 – 40.000 = 660.000
No nosso exemplo:
A&D (20x1) = A&D (20x0) + Variação A&D (20x1) = 5.000 + 10.000 x 10% x ½ = 5.500
AFE (20x1) = AFE (20x0) + IAFE (20x1) – A&D (20x1) = 50.000 + 10.000 – 5.500 =
54.500
Com base em dados históricos é possível a medida de funções custo para as diferentes rubricas, neste caso de
FSEs. Depois é recomendável que sejam testados diferentes métodos de previsão, neste caso com modelo de
economias de escala e percentagem das vendas, para compreender o comportamento das rubricas de custos e
melhorar o processo de previsão.
No nosso exemplo:
INV (20x1) = INV (20x0) x (1+20%) = 18.000 x (1+20%) = 21.600
Ou INV (20x1) = INV (20x0)/VN(20x0) x VN(20x1) = 18.000/100.000 x 120.000 = 21.600
CR (20x1) = CR (20x0)/VN(20x0) x (1+ 10%) x VN(20x1) = 20.000/100.000 x (1+10%) x
120.0000 = 22% x 120.000 = 26.400 (ou seja crescimento de 32% face a 20x1)
Repetir para CPg e CD….
ORO (20x1) = ORO(20x0) x (1+8%) = 2.500 x (1+8%) = 2.700
CV (20x1) = [CV(20x0) + 2%]/VN(20x0) x VN(20x1) = (60.000/100.000 + 2%) x 120.000 =
74.400 (crescimento de 24%)
CE (20x1) = CE(20x0) x (1+5%) = 20.000 x (1+5%) = 21.000
EBITDA (20x1) = (120.000 – 74.400) + 2.700 – 21.000 = 27.300
Margem EBITDA (20x1) = 27.300/120.000 = 22,75% > 22,5%
Modelos de previsão:
Dados exógenos (exemplo: rendas = 10.000€ por mês, taxas de juro AFN = 2%, etc
No nosso caso:
AFF (20x1) = AFF (20x0) = 15.000
AFN (20x1) = AFN (20x0) = 4.000
REN (20x1) = 380 + 3% x 4.000 = 500
No nosso caso:
Endividamento (20x1) = 40.000 – 5.000 = 35.000
Capital e reservas (20x1) = Capital e Reservas (20x0) + RL (20x0) – Dividendos (20x0) =
Capital próprio (20x0) – Dividendos (20x0) = 57.000 – 5.000 = 52.000
RL (20x1) = 12.810
Capital próprio (20x1) = 52.000 + 12.810 = 64.810
Capital investido (20x1) = 35.000 + 64.810 = 99.810
Gastos de financiamento (20x1) = Endividamento (20x0) x taxa de juro de 20x1 = 40.000 x
10% = 4.000
Luís Pedro Krug Pacheco Finanças Empresariais 44
Capítulo 3: Previsão Financeira
Equilíbrio do balanço (sem cálculo iterativo, ou seja, qualquer impacto na DR será apenas para 20x2):
Necessidades de financiamento (20x1) = Ativo corrigido (20x1) – Capital investido (20x1)
NF (20x1) = A (20x1) – CI (20x1)
Se NF (20x1) > 0: primeiro recurso a venda de AFN (perda de REN em 20x2), se existirem, e só depois
recurso a endividamento (novos gastos de financiamento a 10% em 20x2)
Se NF (20x1) < 0: primeiro reembolso de dívida (poupa-se GF a 10% em 20x2), se existir, e só depois
acumulação de AFN (gera novos REN em 20x2)
No nosso caso: NF (20x1) = A (20x1) – CI (20x1) = 109 500 – 99 810 = 9 690 > 0, logo:
Primeiro venda de AFN = 4 000 (fica NF (20x1) = (109 500 – 4 000) – 99 810 = 5 690)
Emissão de endividamento (20x1) = 5 690 (fica NF (20x1) = 9 690 – (4 000 – 5 690) = 0)
Balanço (20x1) equilibrado: A (20x1) = CI (20x1) = 105 500 e NF (20x1) = 0
As alterações que provocarm o equilíbrio no balanço terão efeito apenas no cálculo dos mapas
previsionais de 20x2
– Se a taxa efetiva de crescimento das vendas for superior a esta taxa g será supostamente necessário recorrer a
financiamento externo porque a capacidade para gerar resultados retidos não é suficiente
– A interpretação é a mesma mas o facto de estar a utilizar cash flow efetivo torna a informação mais
realista (mas também mais volátil)
Previsão financeira
• Em síntese:
– Previsão financeira consiste num processo de reflexão sobre o futuro que resulte num relatório
escrito sobre expetativas de mapas previsionais fundamentados por uma narrativa testável
• Resulta da combinação de diferentes perspetivas e tipos de expertise, principalmente
– Perspetiva de marketing e estratégica: base para a dimensão e evolução do volume de negócios
– Perspetiva técnica, tecnológica e económica: base para a dimensão e evolução de custos de
negócio e investimentos em ativos de negócio
– Perspetiva financeira:
o Combinação das competências anteriores para a construção de mapas financeiros
previsionais
o Formulação das necessidades de financiamento e liquidez, em especial a noção das
necessidades financeiras que decorrem do crescimento ou de eventuais problemas de
liquidez
o Desenvolvimento de cenários, contingências, tratamento da incerteza e análise do risco
– Outras perspetivas técnicas: legal, fiscal, ambiental, reporting e comunicação, etc
– Expertise em questões comportamentais e soft skills
Finanças Empresariais
Capítulo 4 – Avaliação de Investimentos
Objetivos do capítulo
– Caracterização da avaliação de investimentos
• Enquadrar a avaliação de investimentos no contexto da decisão de investimento
• Compreender o processo de avaliação de investimentos
– Conceito e medida de cash flows de investimento
• Compreender os conceitos preliminares do cálculo dos cash flows
• Compreender o conceito e o cálculo do investimento inicial, free cash flow e valor residual
• Compreender o conceito de custo médio ponderado do capital (variável associada à decisão de
financiamento)
– Regras de decisão de avaliação e seleção de investimentos
• Compreender o cálculo e o significado dos indicadores de avaliação
• Compreender as razões e soluções para eventuais problemas na seleção e as limitações dos modelos
DCF
– Complementos à avaliação de investimentos
• Compreender a importância das técnicas de análise do risco total do investimento
• Compreender a ligação entre criação de valor e valor da empresa ou valor de um ação
• Compreender o modelo dos múltiplos como modelo de avaliação complementar ao modelo DCF
0 1 2 3 4 … n
VI = Valor do investimento = valor descontado dos cash flows futuros (CFt com
t = 1,2, 3,4, .., n e VRn) através de uma taxa de desconto adequada r
• Conceitos preliminares
– Princípio da avaliação dos ativos: avaliação é efetuada na perspetiva dos ativos, dos negócios ou
da empresa (apesar das medidas de criação de valor serem referidas ao capital próprio)
• Conceito de cash flow periódico a utilizar chama-se free cash flow e tem duas propriedades básicas
– Remunera a totalidade do capital investido
– Independente das decisões de financiamento
• O cash flow final a calcular designa-se de valor residual ou valor de continuidade e consiste no valor de
mercado dos ativos no final da vida económica do investimento
• A taxa de desconto dos cash flows futuros coerente com os conceitos acima de cash flow chama-se taxa
de custo médio ponderado do capital
– Considera o custo da totalidade do capital investido
– Incorpora o efeito de decisões estratégicas de financiamento
• O valor financeiro dos ativos, do negócio ou da empresa será dado pelo valor dos seus free cash flows
descontados a uma taxa de custo médio ponderado do capital adequada
• O valor do capital próprio será dado pelo valor dos ativos deduzido do valor relevante do endividamento
• Princípio da incrementalidade:
Exemplos típicos:
Cash flows do Cash flows COM Cash flows SEM
= - Projetos ambientais
Investimento Investimento Investimento
+300 -500 -800 Despesas de I&D
Estudos de mercado
Outros casos importantes: canibalização e criação de vendas (exemplo: produtos Apple) e custos de estrutura
D-k D-1 D0 D1 n
Dt
I0 = +...+ + 0
+ 1
+... ó I0 = ∑
(1+rf ) −k
(1+rf ) −1
(1+rf ) (1+rf ) t=-k (1+rf )t
– Onde:
• rf representa a taxa sem risco, Dt traduz as despesas de capital e t representa os períodos de tempo
onde ocorrem despesas de capital (antes, durante e depois do momento inicial)
• Note-se que este preço de investimento é um valor”ficcional” (atenção: não é fictício!) consistente com o
objetivo da medida de criação de valor (não é um valor relacionado com liquidez ou financiamento mas
com a medida de retorno)
Breve nota sobre a medida da taxa de desconto dos cash flows futuros
n
FCFt VR n
VI = ∑ t
+
t=1 (1+ wacc) (1+ wacc)n
1. Valor atualizado líquido (VAL) ou net present value (função excel NPV - I0)
VAL = VI - I0
€
• Significado económico: medida da criação de valor pelo investimento (em unidades de capital)
• Condição de avaliação (criação de valor): VAL > 0
• Condição de seleção (maximização da criação de valor): máx. VAL
• Indicadores de avaliação
2. Taxa interna de retorno (TIR) ou internal rate of return (função excel IRR)
n FCF
I0 = ∑ t + VRn
n
t=1(1+ TIR)t (1+ TIR)
VI (r = TIR) = I0 ó VAL (r = TIR) = 0
€
• Significado económico: retorno esperado do capital investido (taxa de juro)
• Condição de avaliação (criação de valor): TIR > wacc
• Condição de seleção (maximização da criação de valor): máx. (TIR – wacc)
I0
PRC =n×
VI
• Significado económico: prazo médio de recuperação do capital investido (em unidades de tempo)
• Condição de avaliação (criação de valor): PRC < n
• Condição de seleção (maximização
€ da criação de valor): mín. PRC
n
VFn = ∑ FCFt ×(1+ r*)n−t + VRn
t=1
2. Desconto do valor futuro à taxa adequada (r ou TIR)
3. Cálculo dos indicadores de avaliação ajustados
€
VFn # &1/n
VFn VFn (
VALA = −I0 TIRA = n %
−1= % −1
(1+ wacc)n I0 $ I0 '
(
• Relação entre valor do investimento e criação de valor com valor de mercado (total) da
empresa e por ação
– O objetivo da tomada de decisão de gestão é a maximização da criação de valor que corresponde
à maximização do valor de mercado da empresa e por ação
• Assuma-se a seguinte notação (para além de VI e VAL):
- V = valor de mercado da empresa
- E = valor de mercado do capital próprio
- D = valor de mercado do endividamento
- N = número de ações
- VA = valor de mercado por ação = E/N
- Dados antes do investimento: V0, E0, D0, N0, VA0
- Dados após o investimento: V*, E*, D*, N*, VA*
• Assuma-se os seguintes pressupostos:
- Ação da empresa em equilíbrio: VA0 = P0
- Dívida remunerada ao custo de oportunidade (não há criação de valor apropriada por credores)
- Ausência de aumentos de capital (N0 = N*)
• Relação entre valor do investimento e criação de valor com valor de mercado (total) da
empresa e por ação
– Relação matemática entre VI, VAL, V e VA
V* = V0 + VI
VA* = VA0 + VAL/N0
– Relação financeira entre VI, VAL, V e VA inclui as expetativas (racionais) dos investidores
E(V*) = V0 + I0 + [VAL efetivo – VAL esperado)
VA* = VA0 + [VAL efetivo – VAL esperado)]/N0
- Principais conclusões
• O verdadeiro impacto da criação de valor no valor de mercado da empresa e das ações da empresa está
relacionado com diferenças entre a criação de valor efetiva e as expetativas que vão sendo incorporadas
no preço de mercado, essencialmente sobre o desempenho e potencial de crescimento da empresa
• A política de comunicação da empresa, incluindo a política financeira, influencia a perceção pelos
investidores de valor criado
• Pretende-se a determinação das variáveis a que o investimento é mais sensível e qual a âmplitude dessa
sensibilidade
2. Análise do ponto crítico
• Visa medir as variações das variáveis-chave tal que os indicadores diagnostiquem uma situação de
indiferença, ceteris paribus (p.e., via margens de segurança)
Valor da ação XPTO = PER de ativos comparáveis x Resultado por ação XPTO
• Em síntese:
– Dimensão financeira da decisão de investimento
• As finanças enquanto valorímetria da gestão visam medir valor e criação de valor (de mercado) das
decisões de investimento e de negócio da empresa
– Questão central: medida dos cash flows de investimento e do retorno do capital investido
o Três tipos de cash flows: investimento inicial, rendimento do capital e capital acumulado
o Medida do retorno esperado cujo valor terá de ser confrontado com o retorno exigido (medida
esta determinada pela decisão de financiamento empresarial)
– Em contexto de incerteza, não faz qualquer sentido a medida de um único valor de mercado
o A valorímetria financeira permite a determinação de indicadores de avaliação que constitui
apenas uma quantificação de valores esperados ou medianos
o Necessidade de acrescentar uma análise qualitativa da avaliação (relatório das condições de
validade e pressupostos) e probabilística (p.e., análise de sensibilidade e de simulação)
– A quantificação matemática da criação de valor deve ser acompanhada por uma quantificação
financeira da criação de valor
– Existem diversos modelos de avaliação complementares (e mesmo substitutos) aos modelos DCF
Finanças Empresariais
Capítulo 5 – Decisão de Financiamento
Objetivos do capítulo
Balanço
Investimento Financiamento
(retorno do capital) (custo do capital)
Retorno do capital superior ao custo do capital: criação de valor
Retorno do capital igual ao custo do capital: sem impacto no valor
Retorno do capital inferior ao custo do capital: destruição de valor
• Outros tópicos
– A importância do
ciclo de vida do
financiamento
• Em síntese:
– Decisão de financiamento tem diversas dimensões
• Origem do financiamento
– Autofinanciamento (não contemplado na contabilidade)
– Financiamento externo
• Tipo de decisão
– Estrutural: seleção de estrutura de capital e estrutura de propriedade
– Tática: seleção de instrumentos de financiamento, maturidade da dívida, entre outras
• Tipo de direitos aos cash flows e direitos de controlo
– Capital próprio: direitos residuais aos cash flows (maior risco: direitos com duração indefinida,
subordinados e contingentes) e de controlo
– Endividamento: direitos contratuais aos cash flows (menor risco: direitos com duração finita,
prioritários e previamente definidos) e apenas controlo por via de cláusulas contratuais
– Capitais híbridos: combinam atributos do capital próprio e da dívida (p.e., obrigações perpétuas,
prestações suplementares, ações preferenciais)
Boas notícias, sobretudo se tivermos em conta que há po
Luís Pedro Krug Pacheco Finanças Empresariais 15 Será que o mercado está finalmente a fazer justiça
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Capítulo 5 – Decisão de Financiamento
• A euribor e as swap rates são taxas de juro de mercado que variam diariamente e que podem ser
consultadas em certos sites financeiros
• Os spreads são medidas de prémio de risco, sendo que dependem de avaliações de risco (rating para
emissões públicas e scoring para emissões privadas) ou de produtos financeiros como os credit default
swaps (CDS)
https://www.euribor-rates.eu/pt/taxas-euribor-actuais/
https://sebgroup.com/our-offering/prospectuses-and-downloads/rates/swap-rates
A problemática das
taxas sem risco
https://markets.ft.com/data/bonds
o A questão agora passa por aplicar esta lógica a qualquer ativo individual i com atributos do capital
próprio, ou seja, numa primeira fase às ações e depois aos investimentos em ativos reais, como
projetos de investimento, financiados por capital próprio
o Apesar de ser complicado obter uma estimativa para o prémio de risco, os estudos do slide
seguinte parecem demonstrar que o intervalo entre 4% e 8% é muito robusto
o A partir deste intervalo é possível fundamentar um valor semelhante ou diferente face aos 6% que
constitui o valor central do intervalo
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βi = σiM/σ2M
o Em síntese, a medida do prémio de risco para um ativo individual é dada por:
• Trata-se da taxa de retorno exigida pelo acionista de acordo com o grau de risco sistemático do ativo
(taxa sem risco + prémio de risco)
• A taxa de retorno exigida é uma função das seguintes variáveis:
o Retorno dos ativos eficientes M e F (benchmarks da avaliação financeira, sem risco diversificável)
o A medida de risco (coeficiente beta ou coeficiente de risco sistemático) que resulta da
sensibilidade do retorno esperado do ativo a avaliar i face aoo retorno do mercado como um todo
• Coeficiente beta maior do que 1: risco superior à média do mercado
• Coeficiente beta menor do que 1: risco inferior à média do mercado
• Coeficiente beta igual a 1: risco similar à média do mercado
• Em síntese:
– A taxa de custo de oportunidade dos credores
• Modelo principal de determinação da taxa de retorno exigida pelos credores
wacc = wD x rD + wE x rE
– Componentes da fórmula:
• Taxas de custo (marginais) do capital investido: rE e rD
• Ponderadores ou estrutura de capital a valor de mercado: wE e wD
• Note-se que os ponderadores devem ser válidos para o longo prazo e calculados a valor de mercado
(nunca a valor contabilístico) de forma a refletir decisões estratégicas no presente-futuro e incorporar o
risco suportado pelos investidores
rD = (taxa de juro contratual + taxa de custos periódicos) x (1 – tIRC) + taxa de custos de emissão/nº de períodos
= (6% + 4% x 6%) x (1 – 30%) + (10350€/1M€)/5 = 4,58%
• Em síntese:
– Custo do capital é uma variável intrinsecamente financeira e de grande importância
• Baseada no conceito económico de custo de oportunidade que se traduz em finanças pelo retorno exigido
dos investidores de acordo com o risco incorrido
– Nível geral de taxas de juro: taxas de juro de referência que incluem expetativas de inflação e o
grau de liquidez dos mercados financeiros (p.e., Euribor, taxa sem risco, swap rates)
– Prémio de risco: inclui um diferencial de retorno exigido que compensa o risco incorrido
• O custo do capital inclui ainda considerações técnicas como sejam os custos de financiamento externo e
economias fiscais
• Tipos principais de custo do capital
– Custo da dívida medido pelo método “all-in-cost” ou por métodos de aproximação
– Custo do capital próprio: medido pelo MAAF (CAPM) ou por métodos empíricos
– Custo global do capital investido ou custo médio ponderado do capital
• Uma componente fundamental e complexa do custo médio ponderado do capital relaciona-se com os
ponderadores a utilizer que devem refletir decisões estratégicas de financiamento (”estrutura de capital
alvo”)
Assuma um investimento com Io = 600, financiado por CP = CA = 300 (valores contabilísticos). A estrutura
de capital não pode ser dada por wD = 300/600 = 50% porque se tratam de valores contabilísticos e são
necessários valores de mercado.
Considere agora um VAL = 400 do investimento. Então fica:
V = 600 + 400 = 1000
D = CA = 300
Logo, E = 1000-300 = 700 e wD = 300/1000 = 30%. Certo?
A evidência mostra que qualquer modelo de ECO aponta sempre para pesos da dívida moderados (neste caso 40%).
A evidência mostra que qualquer modelo de ECO aponta sempre para pesos da dívida moderados (neste caso 40%).
• Em síntese:
– Estrutura de capital é uma decisão estratégica com forte capacidade para criar ou destruir valor
• A criação de valor associada à estrutura de capital resulta não só do custo do capital associado mas
principalmente da sua capacidade para sustentar a estratégia de investimento
• Conceito e medida mais adequada de estrutura de capital: estrutura de capital alvo (ECA)
• Fundamentação da estrutura de capital-alvo
– Análise quantitativa da relação entre estrutura de capital e valor
o Modelização das vantagens e desvantagens do recurso à dívida (estrutura de capital ótima)
o Benchmarking
o Análise de planeamento financeiro
– Análise qualitativa da relação entre estrutura de capital e valor: análise das determinantes do
financiamento mais qualitativas e complexas de modelizar ou quantificar
• Atributos importantes da estrutura de capital-alvo
– É formulada e não calculada com exatidão
– Não precisa de ser estritamente observada todos os períodos, é apenas uma referência de longo
prazo para a tomada de decisões estratégicas