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em escritórios de contabilidade
Resumo:
Resumo
1 INTRODUÇÃO
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Assim, Bicca e Monser (2020) ressaltam que no recente cenário mundial de
globalização, profissionais contábeis devem estar atentos às inovações tecnológicas e dispostos
a adotar novos sistemas. A utilização dos sistemas de informação pelos contadores é um
procedimento útil capaz de ascender seus objetivos organizacionais e melhorar o
relacionamento com clientes e fornecedores, além de ajudar a buscar melhores serviços e
produtos (LAUDON; LAUDON, 2014).
Para Silva e Alves (2020), os países estão caminhando de maneira avançada no que diz
respeito à tecnologia e a contabilidade. Logo, os contadores precisaram também se adaptar à
evolução, mantendo de maneira equilibrada as exigências do mercado e as necessidades dos
clientes. Franco (2020) ainda aborda sobre o conceito de Contabilidade 4.0, que está vinculado
aos avanços da quarta Revolução Industrial, sendo responsável pela inovação e otimização de
processos digitais, tendo sistemas que integram com ferramentas da área contábil.
Por sua vez, Almeida (2020) salienta a importância de destacar que a revolução
tecnológica da atualidade é um processo sem volta, no entanto é necessário ter cautela, assim
como evitar generalizações. Segundo o autor, podem existir especificidades entre localidades
distintas, uma vez que cada escritório pode oferecer serviços diferenciados devido ao tamanho,
bem como o número de clientes, o que pode influenciar diretamente na escolha dos recursos
tecnológicos a serem utilizados.
Observa-se, portanto, que a tecnologia passa a ser intrínseca a contabilidade. Assim, a
atualização torna-se fundamental ao profissional contábil, tal como o entendimento de toda a
rotina operacional, em contraponto, esse profissional deve possuir senso crítico e analítico para
trabalhar com esta nova ferramenta, além de novas perspectivas de mudanças (RODRIGUES,
2019).
Diante do contexto exposto, a pesquisa busca responder a seguinte questão: Quais são
os efeitos do uso de novas tecnologias de informação em escritórios de contabilidade? Por
consequência, tem por objetivo verificar os efeitos da tecnologia de informação na rotina laboral
de escritórios de contabilidade.
A pesquisa justifica-se pela mudança das formas de trabalho do contador, proporcionado
pelo crescimento da tecnologia. A inovação tecnológica, quando inserida na rotina pode
provocar vários efeitos, além de mudanças no ambiente social e econômico de uma organização
(SILVA; ALVES, 2020).
Neste sentido, torna-se necessário compreender como os escritórios de contabilidade
estão lidando com as mudanças, bem como estas modificações afetam e redirecionam o
exercício e atuação do profissional contábil. Dessa forma, a pesquisa contribui para a formação
de profissionais ainda na graduação, tendo em vista que as diferentes exigências em relação ao
perfil dos profissionais precisam ser discutidas pelas instituições de ensino.
Por fim, cabe salientar que esta pesquisa se torna relevante, por tratar de novas
tecnologias, que têm sido ferramentas primordiais para a melhor prestação do serviço contábil.
Com isso, este estudo possui como contribuição o acesso à informação quanto aos efeitos que
as tecnologias de informação causam nos escritórios de contabilidade.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Entende-se por Contabilidade, a ciência que estuda situações que afetam o patrimônio
das pessoas físicas ou jurídicas, seus resultados e reflexos, assim como sua evolução, gestão e
futuro (MULLER, 2009). Conforme Iudícibus, Marion e Faria (2009), a contabilidade é uma
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ciência social aplicada, pois através da ação humana, o patrimônio é modificado. Apesar disso,
utiliza a matemática e estatística como peça fundamental.
Em consonante à evolução contábil, Santos (2014) relata que a história da contabilidade
se iniciou com as primeiras civilizações e está diretamente ligada às primeiras necessidades
humanas de proteção as suas posses, que foram denominadas patrimônio. Logo, o patrimônio
e a riqueza estão conectados. Nos primórdios, o conceito de riqueza era entendido como bens
tangíveis. Com a evolução os que tinham maior riqueza começaram a entregar bens para
receberem futuramente. E, mais adiante com a criação da moeda, a riqueza passou a ser
parâmetro. Diante disso, surgiu a denominação de bens, direitos e obrigações (PADOVEZE,
2016).
Com o crescimento da população, inevitavelmente houve também o desenvolvimento
do comércio, bem como uma necessidade de um controle ainda maior sobre o patrimônio. Costa
(2019) relata que com a expansão do comércio e a acumulação da riqueza, o que era negociado
de maneira individual, começou a ser substituído pelo comércio, através de representações e
associações. O comércio então contribuiu para que o sistema contábil fosse aperfeiçoado.
Entretanto o marco da contabilidade se deu com o método das partidas dobradas.
A contabilidade moderna teve início com a publicação do primeiro livro impresso, feito
por Luca Pacioli em 1494, que apresentava o método das partidas dobradas. O método teve as
primeiras exposições de seu uso comercial em meados de 1340, se desenvolveu em mais de
uma cidade, porém foi em Gênova que Pacioli ficou conhecido mundialmente como o “pai da
contabilidade moderna” (CARVALHO; GOMES, 2018).
Deste modo, vários episódios desde a pré-história à globalização, corroboraram para a
contabilidade chegar ao que é hoje, exigindo assim, melhoramento de seu processo. Iudícibus
et al. (2005) relatam que contabilidade surgiu através de muitos eventos, fatos históricos e com
o envolvimento de muitos povos e civilizações.
O efeito da “sociedade pós-industrial” aumentou a busca por informações, sobretudo
por aqueles que possuem capital, como: acionistas, investidores, etc. Consequentemente, houve
um processo de intensificação tecnológica nas organizações públicas e privadas (DO CARMO;
GOMES, 2016).
Na década de 2000, a Comissão de Valores Imobiliários (CVM), objetivando colocar o
Brasil na globalização econômica, criou um Anteprojeto de Lei e elaborou uma reforma na
antiga Lei das Sociedades por Ações (Lei 6.404/76), visando aperfeiçoar e modernizar a Lei,
se valendo das práticas contábeis. Em 2007, a Lei 11.638/07 foi promulgada e incorporou novos
aparatos à Lei das Sociedades por Ações (SANTOS et al., 2011).
Para Santos e Calixto (2010), a lei decretou harmonia contábil com a International
Financial Reporting Standard (IFRS), enquadrando o Brasil nas normas internacionais de
contabilidade, que foi publicada no ano de 2010. A convergência trouxe facilidade para a
análise dos investidores e usuários da informação no mundo todo, assim como a possibilidade
das empresas se tornarem mais competitivas (OLIVEIRA, 2020).
Franco et al. (2021) afirmam que a contabilidade é uma das áreas mais afetadas com o
advento da tecnologia e que a mesma vem acompanhando os avanços de forma que existe
ferramentas especificas para facilitar o exercício da profissão, trazendo agilidade, fiscalização
e transparência, sobretudo para entes públicos. Os autores ainda complementam que ao passo
que as Revoluções ocorriam, a contabilidade vinha se adequando as novas técnicas de
informatização.
A primeira Revolução Industrial teve início na Inglaterra, por volta do século XVII e
sua principal característica foi a alteração da força muscular humana pela mecanização das
máquinas (SILVEIRA, 1998). Devido a esse fato, o primeiro sistema de custos foi criado, pois
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só a contabilidade, utilizada para atender a comercialização dos bens, se tornou obsoleta. Visto
que, era necessário entender a empregabilidade de recurso nos produtos (MARTIN, 2002).
O advento da energia elétrica e do petróleo marcaram o início da segunda Revolução
Industrial, no século XIX. Segundo Hansen (2001), nessa época a contabilidade tinha foco para
regulamentação de empreendimentos e aplicações em empresas de capital aberto. Em 1855 se
deu a aprovação do princípio da responsabilidade limitada, tornando obrigatório ás empresas a
publicidade de seus demonstrativos, assim como submetê-los a vistoria dos auditores.
A terceira Revolução Industrial, por sua vez, aconteceu no século XX, e foi marcada
pela utilização da robótica e desenvolvimento da internet. Em decorrência da popularização dos
computadores pessoais e o surgimento da tecnologia da informação voltada para os escritórios,
houve possibilidade de processamento de dados em tempo real (GONÇALVES; RICCIO,
2009).
A quarta Revolução Industrial, compreende em um conjunto de tecnologias que
permitem a conexão do mundo físico e digital. Para descrever a sua implicação sobre a
organização das cadeias globais de valor, que se desenvolveu no início do século XXI através
de quatro agentes: i) o crescimento do volume de dados e o desenvolvimento da computação;
ii) o progresso das capacidades analíticas; iii) a entrada de novas formas de relação entre
pessoas e máquinas; e iv) a introdução de inovações para a transferência de dados digitais para
algo físico. Logo, foi criado em 2011 o termo Indústria 4.0 (SCHWAB, 2019; BORLIDO,
2017).
De acordo com Costa (2017), o impacto da Indústria 4.0, vai para além da digitalização,
passando por um meio mais complexo de inovação, fundamentado na combinação de múltiplas
tecnologias, que obrigará as empresas a repensar como gerir seus negócios e processos.
Coelho (2016) explica que são utilizados três pilares principais para sustentar a indústria
4.0, que são constituídos através das tecnologias: Internet das Coisas (IoT), sistemas ciber-
físicos e big data.
O termo Contabilidade 4.0 é inerente à quarta Revolução Industrial, responsável por
inovar e melhorar os processos digitais, por meio de sistemas capazes de convergir e integrar
diversas ferramentas da área contábil (FRANCO et al., 2021).
Freitas (2019) relata que o papel de muitas profissões é mudado em função da
tecnologia, inclusive o do contador. O Autor ainda afirma que o termo Contabilidade 4.0 está
ligado ao uso estratégico de novas tecnologias, ou seja, o profissional deve adotar uma posição
mais proativa, de consultoria e com foco na gestão e tomada de decisões.
Sendo assim, Xavier e Rodrigues (2020) relatam que por se tratar de um meio de
fornecimento de dados internos e externos, a contabilidade é uma das áreas que mais sofreram
repercussão com o desenvolvimento da tecnologia devido à quarta Revolução Industrial. Essas
alterações realizadas afetam a rotina do contador, como abordam Souza e Gasparetto (2018),
que citam a adoção de planilhas eletrônicas e sistemas em nuvem para armazenamento de
dados.
Dentre os principais benefícios observados com a utilização de tecnologias no setor
contábil, destacam-se os ganhos de produtividade e eficiência na gestão (CARVALHO;
GOMES, 2018). Ademais, existe uma tendência que tais ganhos sejam expandidos
exponencialmente, já que as profissões alinhadas aos pilares da Indústria 4.0 já estão mais
valorizadas, recebendo maiores remunerações que aquelas que não estão (CARVALHO;
GOMES, 2018; MATA et al., 2018).
Ainda com todos os avanços alcançados, a tecnologia e a contabilidade estão
caminhando para níveis maiores de relação. Para tanto, profissionais e empresas devem ter em
mente um papel maior no que diz respeito a análise das informações e como diferencial não
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devem negar a evolução e sim adotá-la, tendo em vista que o avanço não será interrompido
(ALVES, 2020; MARION, 2009).
Fernandes, Filho e Santos (2020), complementam que o contador, no ápice de sua
profissão, passa por desafios que exigem habilidades e conhecimentos além de sua formação.
Um processo de aprendizagem que não tem fim em um mundo 4.0 no qual se vive na atualidade.
Pois, a globalização e os avanços tecnológicos são os principais motivos da busca incessante
dos profissionais dessa área.
O avanço das tecnologias tem acometido todas as áreas da atividade humana, seja para
aproximar quem está longe, potencializar serviços ou disseminar negócios. A sua aplicação no
dia a dia gera possibilidades imensuráveis. Além do mais, a contabilidade não se isenta dos
benefícios que a era tecnológica pode conceder ao exercício da atividade, ao passo que há
criação de mecanismos específicos para o uso no setor contábil (CARVALHO; GOMES, 2018).
A inserção da tecnologia de informação na contabilidade causou mudanças na forma de
atuação do profissional contábil, por conseguinte, há necessidade do desenvolvimento de novas
habilidades e competências, além de uma nova conduta ocupacional (SILVA; ALVES, 2020).
Neto (2003) relata que dentro das organizações houve mudança, devido ao avanço
tecnológico aliado ao desenvolvimento das telecomunicações, o que levou os gestores a
utilizarem esses recursos para auxiliar nas tomadas de decisões e na elaboração de planos
estratégicos. Carmo e Gomes (2016) ainda acrescentam que o contexto social ao qual o
profissional está inserido é o que define as aptidões que ele terá que desenvolver.
A prática de modernização da contabilidade no Brasil se deu com a chegada dos
computadores na década de 1980, época em que a velocidade dos processos contábeis se
espalhou pelo país (SÁ, 2008). No entanto, foi na década de 1990 que surgiram os sistemas de
gestão mais aprimorados. A sua utilização necessita de parametrização pelo profissional,
posteriormente a informação poderá atender a todos os stakeholders (CORAZZIM, 2017).
O uso dos sistemas integrados de gestão empresarial Enterprise Resource Planning
(ERP) é progressivo, tornando-se primordiais para as organizações. ERP é definido como um
sistema de informação obtido na forma de pacotes comerciais de software, que possibilitam a
integração entre dados dos sistemas de informação transacionais e dos processos de negócios
de uma organização. E por se tratar de um pacote de software, que já se adquire pronto, as
empresas precisam adequar seus processos com a funcionalidade do produto. Além deste, há
outros sistemas que surgiram devido ao advento tecnológico (CAIÇARA JUNIOR, 2015).
Os recursos de tecnologia da informação podem fazer uma grande diferença no trabalho
do contador. Um dos mais conhecidos é a cloud computing (computação em nuvem), que
facilita o acesso às informações em qualquer dispositivo através da internet. O profissional pode
fazer eletronicamente a autenticação e o armazenamento de Balanços, Livros Diários, Notas
Fiscais Eletrônicas (NF-e), Documento Auxiliar de Nota Fiscal (Danfe) e de outras obrigações.
Os contadores também podem se utilizar de aplicativos a fim de uma comunicação mais rápida
e direta com seus contratantes (FACULDADE DE RONDÔNIA, 2018).
Em relação à inteligência artificial, Duarte (2018) explica que as demais décadas serão
marcadas por essa tecnologia, atuando na contabilidade para mudar a forma como informações
são reunidas para tomada de decisão, uma vez que os benefícios da inteligência artificial na
contabilidade podem auxiliar decisões difíceis em áreas como recursos humanos, orçamento,
marketing, inclusive estratégias corporativas.
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No contexto governamental, a maneira na qual as informações são apresentadas também
sofreram mudanças com a criação do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED), que visa
a substituição dos livros contábeis em papel para a presença apenas digital. Estabelecido pelo
Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007, o SPED através do Programa de Aceleração do
Crescimento do Governo Federal, constitui-se em mais um avanço na informatização da relação
entre o fisco e os contribuintes e favorece para a transparência de informações (RECEITA
FEDERAL, 2007).
Via de regra, o SPED propôs a modernização do modo de apresentação das obrigações
acessórias, divulgadas pelos contribuintes às administrações tributárias e aos órgãos
fiscalizadores e simultaneamente, facilitou quebra do sigilo econômico. O SPED iniciou com
os seguintes projetos: Escrituração Contábil Digital (ECD), Escrituração Fiscal Digital (EFD)
e a NF-e - Ambiente Nacional. Configura como uma iniciativa integrada das administrações
tributárias nas três esferas governamentais: federal, estadual e municipal (BICCA; MONSER,
2020).
Logo, os avanços tecnológicos crescem de maneira exponencial na área contábil, o que
contribui para uma melhor prestação de serviço ao cliente, além de informações mais relevantes
e precisas, com menor probabilidade de erros (SOUZA; SILVA; FERREIRA, 2017).
Todavia, os profissionais que ficarem limitados a realizar trabalhos padronizados
estarão ameaçados, pois diante das mudanças tecnológicas e ascensão dos sistemas, houve
possibilidade de entendimento de pessoas inexperientes no assunto, para lidar com situações
operacionais (SANTOS et al., 2020).
Silva e França (2019) enfatizam que os profissionais da atualidade possuem facilidade
para se adaptarem as novas tecnologias. Portanto, cabe ao contador experiente se moldar e
introduzi-las, para não perderem papel no mercado de trabalho. Com o advento da indústria 4.0,
torna-se necessário novas competências até para profissionais que ainda não concluíram a
graduação, em que a indústria 4.0 influencia em ajustes também nas grades curriculares das
Ciências Contábeis (SOUZA; GASPARETTO, 2018).
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O estudo de Santos, Santos e Filho (2020) buscou verificar a relação entre o uso da
tecnologia para o exercício da profissão contábil e as perspectivas de mudanças a serem
implementadas nos escritórios localizados no município de João Pessoa-PB. O estudo apontou
que o principal motivo para utilização das novas tecnologias está associado à busca pelo
aumento da eficiência no trabalho, de forma a otimizar o tempo, minimizar custos e,
principalmente por acreditarem na tendência que o uso efetivo dessas ferramentas promoverão
o surgimento de novas funções para a profissão contábil, assim como o desaparecimento de
outras. O estudo relatou que existe a expectativa de que os escritórios utilizarão em curto prazo
a inteligência artificial, comprovando que há entendimento de que a profissão mudará na
próxima década. Constatou-se ainda que os profissionais apresentam disposição natural para
fazer uso das ferramentas tecnológicas.
A partir destes estudos, nota-se que o uso das tecnologias de informação possibilita a
automatização de processos e traz benefícios, tais como otimização do tempo e maior eficiência
e produtividade. Muito embora incorra em custos para as empresas, para implementação e
treinamento de profissionais, a adequação se faz necessária. Os profissionais que desejam
continuar no mercado devem buscar qualificação e adaptação à nova realidade, o mesmo serve
para as empresas. Novos negócios aparecem, enquanto os antigos negócios desaparecem,
empresas bem-sucedidas aprendem como usar novas tecnologias (LAUDON; LAUDON,
2014).
Abordar tecnologia é importante, uma vez que a mesma se torna fundamental para suprir
as necessidades das empresas, o que não difere da contabilidade, pois as tecnologias minimizam
o trabalho do contador, permitindo a ele uma dedicação de análise e controle aos processos
contábeis (PAIVA et al., 2019).
Diferente das pesquisas correlatas, que são majoritariamente focadas na região norte e
nordeste do Brasil, a presente pesquisa tratará dados de contabilidades localizadas no estado de
Minas Gerais e de uma contabilidade localizada no sul do país, buscando a partir daí a
constatação ou não de particularidades de localidades do país
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
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parte constituída de 4 questões relacionadas ao sexo, idade, nível de escolaridade e cargo
ocupado. A segunda parte com 5 questões, tais como: tempo de atuação do escritório, número
de funcionários, número de clientes, forma jurídica dos escritórios e serviços oferecidos. Por
sua vez, a terceira parte, abordou quais são os efeitos do uso de novas tecnologias no escritório,
abrangendo a rotina laboral, os profissionais, investimentos, riscos e lucratividade; e clientes
com 16 questões, totalizando assim 25 questões. Neste sentido, o público respondente do
questionário foi composto por 17 escritórios contábeis de cidades localizadas no Alto
Paranaíba, Triângulo Mineiro e região central de Minas Gerais e 1 escritório situado no sul do
Brasil.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
50 a 59 anos 1- 5,88%
40 a 49 anos 7- 41,18%
30 a 39 anos 5- 29,41%
20 a 29 anos 4- 23,53%
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Figura 2- Cargo Ocupado
Sócio Administrador
Contador, Perito e Auditor
Contador
6% 6%
6% 6% Encarregada do Setor Fiscal
6%
6% Gerente Contábil
11 a 15 anos 3- 17,65%
6 a 10 anos
4- 23,53%
1 a 5 anos 6- 35,29%
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Outro ponto relevante diz respeito ao número de clientes, que não está diretamente
relacionado ao tempo de atuação dos escritórios. Uma vez que escritórios atuantes há mais de
15 anos, chegam a possuir uma quantidade menor de clientes dos que atuam por exemplo, há
até 10 anos.
Quanto à forma jurídica dos escritórios, a maioria possui enquadramento como
Escritório de Contabilidade Individual, seguido de Sociedade Empresária de Responsabilidade
Limitada, e em menor quantidade, se enquadram como Empresa Individual de
Responsabilidade Limitada (EIRELE), representando respectivamente 52,94%, 29,41% e
17,65%.
No que concerne aos serviços oferecidos, expresso na Figura 4, 100%, ou seja, todos os
escritórios disponibilizam serviços costumeiramente oferecidos por um escritório de
contabilidade, como: abertura de empresa, escrituração contábil e escrituração tributária. Entre
os respondentes, 94,12% oferecem a entrega de obrigações acessórias, emissão de certidões,
encerramento de empresas e abertura de filiais.
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tecnologias mais utilizadas, a maior parte dos escritórios faz uso dos softwares e dos sistemas
integrados de gestão. Foi mencionado o nome de sistemas específicos, e ferramentas, tais como:
google meet, armazenamento em nuvem, inteligência artificial, E-social, boots de automação,
revistas on-line, impressão a laser, WhatsApp e dropbox. Além disso, outros respondentes
relataram que as tecnologias mais utilizadas estão ligadas ao computador e a internet.
Questionados sobre as mudanças após o surgimento do SPED Contábil, 88,24% dos
respondentes afirmaram notar benefícios no que tange a agilidade, transparência, diminuição
de documentos físicos, controle de informações, praticidade e redução de custos, proteção de
dados e otimização de processos. No entanto, 11,76% da amostra relataram que não houve
nenhuma mudança e que foi apenas uma obrigação acessória, além dessa implementação ter
trazido bastante dificuldade e mais trabalho.
Oliveira e Souza (2016) também investigaram as mudanças e contribuições trazidas pelo
SPED. Por meio de uma amostra de 38 escritórios, 44,7% apontaram a diminuição de fraudes,
28,95%, citaram a simplificação no cumprimento das obrigações acessórias e 2,63%, a redução
dos erros na emissão de notas. Nota-se, portanto, semelhanças com a presente pesquisa, uma
vez que a diminuição de fraudes está ligada a transparência, assim como a proteção de dados.
Já a menor parcela em ambas as pesquisas, denotam parcialmente maior facilidade na execução
das obrigações acessórias.
Quanto à implementação do SPED, 47,58% afirmaram já ter adotado tecnologias antes
do seu surgimento, que foi por meio de sistemas de informação contábil, assim como programas
para importação da versão digital de notas fiscais. Logo, 35,28% não adotaram nenhuma
tecnologia especifica antes. E, 11,26% dos que adotaram, afirmaram que as mudanças antes do
SPED não refletiram impacto nos escritórios. Por sua vez, 5,88% relataram que quando o
escritório foi aberto, o SPED já existia.
Pereira e Betaressi (2019) analisaram em sua pesquisa, opiniões sobre o SPED ser um
reflexo de influência da tecnologia de informação a favor da contabilidade, onde 59% dos
respondentes concordam de forma total e outros 32% de forma parcial. Verifica-se uma
concordância entre as pesquisas, uma vez que os escritórios que já utilizavam recursos
tecnológicos precisaram se adaptar ao SPED e os que iniciaram precisaram se adaptar à
tecnologia, já que o mesmo pode ser tratado como uma solução tecnológica.
Quanto à utilização de documentos físicos e manuscritos, apenas 11,26% da amostra
afirmaram não fazer a utilização, ao passo que mais da metade dos respondentes ainda fazem
uso desses recursos, correspondendo a uma parcela de 52,92%. Entre os respondentes, 35,82%
usam esses documentos em volume reduzido.
Em estudo realizado por Andrade e Mehlecke (2020), o escritório pesquisado por eles
recebe documentos de formas variadas, por meio on-line, via e-mail, com redirecionamento
automático a plataforma de atendimento. Porém, a maior parte é entregue fisicamente pelos
próprios clientes, o que diverge do escritório da atual pesquisa, ao mesmo tempo que demonstra
existir certa adaptação às tecnologias, assim como uma preocupação dos escritórios em se
adaptar à realidade dos clientes.
Em relação às áreas mais beneficiadas com a adoção das novas tecnologias, o setor
contábil e fiscal foram os mais citados, conforme Figura 5. Da amostra de 17 escritórios, 13
respondentes citaram os setores de Departamento Pessoal, apontado por 8 respondentes e
Recursos Humanos, por 6 respondentes.
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Figura 5- Área beneficiada
35,29%
76,47%
4.2.2 Profissionais
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Fernandes, Filho e Santos (2020), realizaram uma pesquisa sobre o futuro da profissão
contábil e sobre a substituição dos contadores pelas inovações tecnológicas, 61% dos
respondentes concordam que a presença humana é necessária para o bom desempenho da
profissão e cerca de 51% concordam totalmente ou parcialmente que mesmo com a ligação da
profissão contábil a tecnologia, ela não pode substituir por completo o profissional e suas
funções.
Do mesmo modo, Santos, Santos e Filho (2020), em dados de sua pesquisa, relatam que
os pesquisados não acreditam na substituição do contador pela máquina, por mais inovadora
que seja. Nota-se, portanto que as respostas se assemelham. Então cabe ao profissional contábil
interesse e a busca por conhecimentos tanto no que tange as tecnologias, quanto a própria
contabilidade, pois para não haver substituição, será necessária uma adequação.
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Em concordância com o citado, o estudo elaborado por Rodrigues (2019), denota que
há uma preocupação com o mercado competitivo, além de uma busca por novidades e
capacitação profissional. Nota-se, portanto, que ao adquirir novas tecnologias, se adquire
também uma estratégia de competição.
4.2.4 Clientes
No que se refere aos efeitos das tecnologias, quanto ao aumento de clientes nos
escritórios pela sua inserção, nos questionários respondidos, 75, 56% apontaram que houve
aumento, uma vez que 29,44% apontaram não ter havido aumento. No trabalho de Santos et al.
(2020), esse aumento também foi constatado, ao passo que o entrevistado relata que o número
de contadores aumentou na mesma proporção.
O estudo de Silva, Eyeckaufer e Rengel (2019), também aponta para um certo
crescimento dos clientes. Quando perguntados, se a inovação tecnológica propiciou o
crescimento do escritório em questão de número de clientes, 42% ponderaram que não. Já para
35% dos respondentes, a tecnologia induziu a um aumento no número de clientes, ao passo que
24% dos respondentes opinaram que isso ocorreu em partes. Constata-se no estudo em questão,
que a maioria das ferramentas tecnológicas trazem um melhor relacionamento entre os
escritórios e os clientes, otimizando a comunicação e serviços.
No que tange aos honorários, foi indagado se o mesmo cresceu na mesma proporção
que os custos com tecnologia, 94,12% dos respondentes disseram que não, apenas 5,88%
apontou que sim.
Assim como ocorreu na pesquisa de Silva, Eyeckaufer e Rengel (2019), que também
não apresentou aumento de honorários quanto a maioria dos respondentes. Em dados da
pesquisa observou-se que isto não ocorreu em 67% dos escritórios, em 24% dos escritórios a
resposta foi em partes e somente em 9% houve aumento dos honorários em proporção aos
custos relacionados com a tecnologia de informação.
Alves (2020), em sua pesquisa, relatou que há uma relação entre a implementação de
novas tecnologias e o valor que os clientes se disponibilizam a pagar de honorários. Na atual
pesquisa, os respondentes mencionaram que os clientes são resistentes ao aumento nos
honorários. Nota-se, portanto, que ao não pagarem por um valor justo, alguns escritórios ficam
impossibilitados de melhorarem os seus serviços, ainda que invistam em melhores tecnologias.
Em síntese, todos os resultados apontam para adequação tanto dos profissionais
contábeis, quanto dos escritórios, além disso denota o investimento em novas tecnologias,
melhor relacionamento com os clientes e a busca pelo acompanhamento de tendências do
mercado atual.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Por meio da utilização de sistemas, a empresa consegue automatizar os processos e levar
maior transparência e agilidade para os clientes, além da informação chegar ao governo de
maneira puramente eletrônica. Quanto aos profissionais, os conhecimentos acerca de tecnologia
passam a fazer parte do currículo e ainda se destaca a eficiência e a mitigação de multas.
A pesquisa trouxe contribuições para a formação dos acadêmicos de Ciências
Contábeis, no que tange ao novo perfil do profissional, assim como as próprias instituições de
ensino, a fim de incluir matérias optativas, cursos e minicursos voltadas para esse assunto.
Quanto aos escritórios, a pesquisa contribui para aprimoramento e adequação às novas
ferramentas. Além disso, pessoas fora da academia também podem se beneficiar para entender
como a contabilidade abrange várias áreas do conhecimento e ainda ponderar sobre a escolha
da profissão ou não.
Para pesquisas futuras, recomenda-se, a continuação dessa temática, que é pouco
discutida. Sugere-se ainda o estudo em outras regiões e em outros modelos de escritórios e
também o aprofundamento no que concerne o tema Contabilidade 4.0.
Por fim, evidencia-se que a contabilidade vinculada a tecnologia pode tornar o exercício
da profissão menos maçante, ao mesmo tempo que traz benefícios para quem procura se
adequar a essa mudança global. A tecnologia visa ser uma grande aliada se usada de maneira
correta.
REFERÊNCIAS
15
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17
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19
APÊNDICE A- Estrutura do questionário
1 Características do pesquisado
1- Sexo
2- Idade
3- Nível de escolaridade
4- Cargo ocupado
2 Características do escritório
1- Tempo de atuação do escritório
2- Número de funcionários
3- Número de clientes
4- Forma jurídica do escritório
5- Serviços oferecidos
3 Efeitos do uso de novas tecnologias no escritório
3.1 Na rotina laboral
1- A maior inovação tecnológica para o escritório foi advinda da internet?
2- Quais foram as mudanças após o surgimento do Sped Contábil?
3- Quais são as tecnologias mais utilizadas pelo escritório?
4- O escritório ainda utiliza documentos físicos e manuscritos?
5- Qual foi a área mais beneficiada com a adoção de novas tecnologias?
6- Antes do Sped contábil, o escritório já havia adotado alguma mudança voltada para a tecnologia? Se sim,
qual?
3.2 Nos profissionais
1- Ocorreu redução no número de funcionários? Se ocorreram, em qual quantidade?
2- Houve mudança no perfil profissional?
3- Houve a necessidade de contratar profissionais mais qualificados para atender as necessidades advindas das
novas tecnologias?
4- As novas tecnologias promoverão o desaparecimento de algumas atividades? Se sim, quais são essas
atividades?
5- Na sua opinião, as atividades desenvolvidas pelo profissional serão substituídas pela máquina?
3.3 Investimento, riscos e lucratividade
1- O escritório está investindo em tecnologia?
2- Houve maior risco financeiro com o pagamento de multas por atraso nas informações?
3- Houve aumento na lucratividade do escritório com inserção da tecnologia?
3.4 Clientes
1- A inovação tecnológica proporcionou aumento do número de clientes?
2- O valor dos honorários aumentou de acordo com a proporção dos custos com a tecnologia?
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