1. Explique os efeitos de um aumento da oferta de trabalhadores de um país sobre a sua
fronteira de possibilidade de produção, os salários e a quantidade produzida de ambos os bens no modelo de Ricardo.
A FPP se desloca paralelamente para a direita e a capacidade de produção de ambos os
bens aumenta proporcionalmente. Como o custo de oportunidade não se altera, a inclinação da FPP não muda e os preços relativos domésticos antes do comércio internacional permanecem os mesmos (dados pelos requisitos relativos de mão de obra necessária para a produção de uma unidade de cada bem).
2. Considere o modelo ricardiano onde a produção de trigo no país Local é 6 toneladas/hora e a
de tecido é 4 metros/hora. No país Estrangeiro a produção de trigo é 3 toneladas/hora e a tecido é 2 metros/hora. Explique o impacto da abertura comercial sobre os países.
Estrangeiro tem 50% da produtividade de Local em ambos os bens. Ou seja, a desvantagem
absoluta do Estrangeiro é igual proporcionalmente para os dois bens; não há motivação para o comércio internacional. Local só participaria do comércio internacional se pudesse trocar 6 toneladas de trigo por mais de 4 metros de tecido. Mas Estrangeiro não estaria disposto a trocar mais de 4 metros de tecido por 6 toneladas de trigo, porque com 2 horas de trabalho pode produzir internamente tanto 4 metros de tecido quanto 6 toneladas de trigo. Neste exemplo não há benefício mútuo com o comércio internacional.
3. Considerando os modelos de Ricardo e de fatores específicos justifique detalhadamente se
as seguintes afirmativas são verdadeiras ou falsas. a. Nos dois modelos há mobilidade doméstica dos fatores de produção entre as indústrias. b. Nos dois modelos a quantidade de fatores de produção afeta o padrão de comércio internacional. c. Nos dois modelos o preço relativo dos bens na autarquia é dado pela interação entre oferta e demanda.
Guia para as respostas: F, F, F.
a- falso. No modelo de fatores específicos k e T são imóveis. b- falso nos dois modelos. Em Ricardo o padrão de comércio internacional é explicado pelas diferenças na tecnologia (custos de oportunidade diferentes nos países) e não pela quantidade de trabalho em cada país. No modelo de fatores específicos, o comércio depende da relação entre K e T e não da quantidade em termos absolutos. c- falso em Ricardo. Antes da abertura comercial o preço relativo dos bens é dado apenas pela razão entre as produtividades da mão de obra, ou seja, depende apenas da oferta. Neste modelo, o preço relativo é constante ao longo da FPP porque o custo de oportunidade é constante e a relação de preços só passa a depender da interação entre oferta e demanda com a abertura ao comércio internacional. Já no caso de fatores específicos, a FPP é concava em relação à origem e a razão entre as PML muda ao longo desta fronteira (os custos de oportunidade mudam). Assim, a interação entre oferta e demanda doméstica gera diferentes preços de equilíbrio.