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Economia Internacional I - ECO 474

Maria Eduarda Silveira da Costa - 102217

1) Modelo Ricardiano

O economista David Ricardo, no início do século XIX, propôs um modelo


contrário à visão mercantilista, chamado posteriormente de modelo ricardiano, onde
o conceito de vantagem comparativa foi introduzido e explica como dois países
beneficiam-se do comércio internacional. Desse modo, o modelo afirma que o país
deve priorizar a produção de bens que possuem um custo de oportunidade menor
que outro país, ou seja, priorizar a produção mais eficiente e posteriormente
comercializar com outro país. Desse modo, afirma-se que os países envolvidos
podem ser beneficiados se cada um deles produzir e exportar os produtos que
possuem vantagem comparativa, ou seja, são mais eficientes.
A economia de fator único possui a suposição de que a mão de obra é
homogênea e flexível, além de ser o único fator de produção. Sendo assim, a
produção (consideramos dois bens) é limitada pela produtividade de um bem
somada à produtividade do segundo bem, ou seja, a produção do segundo bem
depende da quantidade determinada de produção do primeiro bem. Ademais, a
fronteira de possibilidade de produção é uma linha reta, então, conclui-se que o
custo de oportunidade do primeiro bem em relação ao segundo é constante.
A oferta de preços relativos exemplifica que a economia irá se especializar na
produção do bem que fornece o melhor salário para o trabalhador. Isto é, em uma
economia competitiva, as decisões de fornecimento são determinadas pelas
tentativas dos indivíduos maximizarem seus ganhos. Como a economia é
simplificada, uma vez que a mão de obra é o único fator de produção, o
fornecimento do primeiro e do segundo bem será determinado pelo movimento de
mão de obra para o setor que pagar o salário mais alto. A economia especializa-se
na produção de um bem x, se o preço relativo desse bem exceder o seu custo de
oportunidade em termos do bem y, e irá especializar na produção de y, se o preço
relativo do bem x for menor do que seu custo de oportunidade em termos do bem y.
Ademais, o comércio de um só fator é uma simplificação da realidade
econômica que argumenta que mesmo que um país seja mais eficiente do que o
outro em produzir ambos os bens, ainda haverá benefícios para o comércio
internacional, desde que cada país se aprimore na produção do bem em que é
relativamente mais eficiente. Isso ocorre porque, ao se especializar, cada país pode
produzir mais unidades do bem em que é mais eficiente, o que leva a uma maior
produção total e, portanto, a um maior excedente para os dois países.
A determinação dos preços relativos é dada quando os países se
especializam na produção do bem em que são relativamente mais eficientes e
podem trocar os bens excedentes pelo bem que não produzem com tanta eficiência.
Esse processo de troca é mediado pelo preço relativo dos bens, que é determinado
pela oferta e demanda no mercado internacional. Quando um país é mais eficiente
na produção de um bem, o preço desse bem é menor em relação ao outro bem no
país mais eficiente, enquanto o preço do outro bem é menor no país menos
eficiente. Essa redução nos preços relativos leva a uma maior produção total e a um
aumento do excedente econômico para ambos os países. Sendo assim, a
especialização na produção de bens em que cada país tem uma vantagem
comparativa leva a um comércio mutuamente benéfico.
2) Fatores específicos de distribuição de renda
O Modelo de Fatores Específicos assemelha-se ao Modelo Ricardiano ao
considerar uma economia que produz dois bens e que aloca seu fornecimento de
mão de obra entre dois setores. Entretanto, a existência de fatores de produção
além da mão de obra é permitida, sendo tal fator móvel, ou seja, pode ser usada em
qualquer setor, e os demais fatores específicos (terra e capital), podem ser usados
na produção de somente uma das mercadorias.
As possibilidades de produção são dadas por meio da análise de como a
produção da economia muda de acordo com o deslocamento da mão de obra de um
setor para o outro, tendo em vista o pressuposto que os fatores de produção podem
ser usados em apenas um dos setores. Sabe-se que quanto mais MDO é
empregada na produção de um bem, maior a produção, contudo, será em
rendimentos decrescentes (quanto mais trabalhadores contratados, menor será o
produto marginal que ele proporcionará). Sendo assim, há a fronteira de
possibilidade de produção que mostra o que a economia é capaz de produzir pela
curvatura, indicando os rendimentos decrescentes da MDO para cada setor.
A alocação de mão de obra em cada setor depende do preço de produção e
da taxa salarial, a qual depende da demanda combinada de mão de obra pelos
produtores dos dois bens. A demanda por trabalhadores irá ocorrer até que o valor
produzido pelo último indivíduo contratado for igual ao custo de empregá-lo.
Outrossim, a taxa salarial deve ser a mesma em ambos os setores, posto que existe
a suposição da livre mobilidade dos trabalhadores entre os setores da economia, e,
por fim, as alterações no nível geral de preços não têm efeitos reais, ou seja, não
mudam as quantidades físicas na economia. Logo, apenas mudanças de preços
relativos — preço do bem 1 em relação ao preço do bem 2, (P1 /P2) — afetam o
bem-estar ou a alocação de recursos.
O efeito de uma mudança do preço relativo sobre a distribuição de renda
pode ser resumido em três tópicos: 1)fator específico para o setor cujo preço relativo
aumenta é definitivamente melhor. 2) O fator específico para o setor cujo preço
relativo diminui é definitivamente pior. 3) A mudança no bem-estar para o fator
móvel é ambígua. Em particular, os trabalhadores especializados em um setor que
usa fatores específicos em grande quantidade tendem a ter uma renda mais alta do
que aqueles que trabalham em setores que usam menos desses fatores. Além
disso, a distribuição de renda também pode ser influenciada pela mobilidade dos
fatores de produção. Se os fatores de produção não puderem ser facilmente
realocados entre os setores, a renda será mais desigual do que em uma economia
onde os fatores podem se mover livremente. Em resumo, a distribuição de renda no
modelo de fatores específicos é determinada pelos preços relativos dos bens e pela
mobilidade dos fatores de produção.
Quando os países abrem suas fronteiras para o comércio, a especialização
de cada país em determinados setores leva a uma maior demanda por fatores de
produção específicos, o que pode ocasionar um aumento da remuneração dos
fatores de produção específicos em cada país, já que a oferta desses fatores é
limitada. Por exemplo, suponha que um país possua uma vantagem comparativa na
produção de um bem que utiliza intensivamente capital em relação a outro país que
tem uma vantagem comparativa na produção de um bem que utiliza intensivamente
trabalho. Quando esses países começarem a comercializar entre si, o preço do bem
intensivo em capital e o preço do bem intensivo em trabalho aumentarão. Por
consequência, os proprietários de capital no primeiro país terão uma renda mais
alta, assim como os trabalhadores no segundo país. No entanto, o comércio
internacional também pode ter efeitos negativos para alguns grupos de
trabalhadores, especialmente para aqueles que estão empregados em setores que
agora enfrentam maior competição de importações. Nesses casos, a abertura do
comércio pode levar a uma redução da remuneração dos trabalhadores nesses
setores.
Referência Bibliográfica

KRUGMAN, Paul R.; OBSTFELD, Maurice; MELITZ, Marc J. Globalization: Compiled Form
International Economics: Theory and Policy, Paul R. Krugman, Maurice Obstfeld, Marc J.
Melitz. Pearson, 2015.

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