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07/04/2024, 07:41 Cleópatra – Wikipédia, a enciclopédia livre

Cleópatra
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Cleópatra VII Filopátor (em grego clássico: Κλεοπᾰ́τρᾱ Φιλοπάτωρ; romaniz.:Kleopátrā
Philopátōr;[5] 69 – 10 ou 12 de agosto de 30 a.C.)[nota 2] foi a última governante ativa do Reino
Cleópatra VII Filopátor
Ptolemaico do Egito.[nota 5] Como membro da dinastia ptolemaica, foi descendente de Ptolemeu I
Sóter, um general greco-macedônio e companheiro de Alexandre, o Grande.[nota 6] Após sua morte, o
Egito tornou-se uma província do Império Romano, marcando o fim do Período Helenístico que
começou com o reinado de Alexandre (r. 336–323 a.C.).[nota 7] Enquanto sua língua nativa era o grego
koiné, foi a primeira governante ptolemaica a aprender a língua egípcia.[nota 8]

Possivelmente acompanhou seu pai Ptolemeu XII em 58 a.C. durante seu exílio em Roma, depois que
uma revolta no Egito permitiu a filha mais velha de Ptolemeu XII, Berenice IV, reivindicasse o trono.
Esta última foi morta em 55 a.C., quando o faraó retornou ao país com assistência militar romana.
Quando morreu em 51 a.C., Ptolemeu XII foi sucedido por Cleópatra e seu irmão mais novo, Ptolemeu
XIII, como governantes conjuntos, mas um desentendimento entre ambos levou ao início da guerra
civil. Depois de perder a Batalha de Farsalos na Grécia contra seu rival Júlio César durante a Segunda
Guerra Civil, o estadista romano Pompeu fugiu para o Egito, um estado cliente. Ptolemeu XIII ordenou
a emboscada e morte de Pompeu enquanto César ocupava Alexandria em busca dele. César, um cônsul
da República Romana, tentou reconciliar Ptolemeu XIII com sua irmã. Potino, o conselheiro-chefe do
faraó, considerou os termos do cônsul favoráveis à rainha, e assim suas forças, que eventualmente
Cleópatra de Berlim, busto romano da rainha
caíram sob o controle de sua irmã mais nova, Arsínoe IV, cercaram César e Cleópatra. O cerco foi usando um diadema, c. século I a.C. (época
levantado por reforços no início de 47 a.C. e Ptolemeu XIII morreu pouco depois na Batalha do Nilo. de suas visitas a Roma em 46–44 a.C.). Foi
Arsínoe IV foi exilada em Éfeso, e César, agora ditador eleito, declarou Cleópatra e seu irmão mais descoberta numa vila italiana ao longo da Via
Ápia e encontra-se exposta no Museu Antigo,
novo Ptolemeu XIV como governantes conjuntos. O ditador manteve um caso com a rainha, que gerou
na Alemanha[1][2][3][nota 1]
um filho, Cesarião. Ela viajou para Roma como rainha cliente em 46 e 44 a.C., ficando numa vila local.
Rainha do Reino Ptolemaico
Após os assassinatos de César e Ptolemeu XIV (este por ordem da própria) em 44 a.C., tentou fazer
Cesarião o herdeiro do ditador. Reinado 51 a.C. a 10 ou 12 de
agosto de
30 a.C.[4][nota 2]

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Na Terceira Guerra Civil entre 43-42 a.C., ficou ao lado do Segundo Triunvirato formado por Otaviano, Predecessor Ptolemeu XII Auleta
Marco Antônio e Lépido. Após um encontro em Tarso, em 41 a.C., a rainha teve um caso com Antônio. Sucessor Ptolemeu XV
Ele realizou a execução de Arsínoe a pedido dela e tornou-se cada vez mais dependente da egípcia para Cesarião[nota 3]
financiamento e ajuda militar durante suas invasões do Império Parta e do Reino da Armênia. As Comonarcas
Doações de Alexandria declararam seus filhos Alexandre Hélio, Cleópatra Selene II e Ptolemeu
Filadelfo, governantes de vários territórios antigos, sob sua autoridade triunviral. Esse evento, seu Ptolemeu XII Auleta
Ptolemeu XIII Téo Filópator
casamento e o divórcio de Marco Antônio da irmã de Otaviano, Otávia, a Jovem, levaram à Última
Ptolemeu XIV
Guerra Civil da República Romana. Otaviano se engajou numa guerra de propaganda, forçou os
Ptolemeu XV Cesarião
aliados de Antônio no Senado a fugir de Roma em 32 a.C. e declarou guerra contra Cleópatra. Depois
de derrotar a frota naval da ambos na Batalha de Áccio, em 31 a.C., as forças de Otaviano invadiram o
Egito em 30 a.C. e derrotaram Antônio, o levando ao suicídio. Quando a rainha soube que o invasor Nascimento 69 a.C.
romano planejava levá-la à sua procissão triunfal, cometeu suicídio por envenenamento, ao contrário Alexandria, Reino
Ptolemaico
da crença popular de que foi mordida por uma víbora.
Morte 10 ou 12 de agosto de
30 a.C. (39 anos)[nota 2]
Seu legado sobrevive em numerosas obras de arte, tanto antigas quanto modernas. A historiografia
Alexandria, Reino
romana e a poesia latina produziram uma visão geralmente polêmica e negativa da rainha que Ptolemaico
permeava a literatura medieval e renascentista. Nas artes visuais, representações antigas de Cleópatra Cônjuge
incluem a cunhagem romana e ptolemaica, estátuas, bustos, relevos, vidros e esculturas de camafeus, e Ptolemeu XIII Téo
Filópator
pinturas. Foi tema de muitas obras na arte renascentista e barroca, incluindo esculturas, pinturas,
Ptolemeu XIV
poesia, dramas teatrais, como Antônio e Cleópatra, de William Shakespeare, e óperas como Giulio
Marco Antônio
Cesare in Egitto, de Georg Friedrich Händel. Nos tempos modernos, tem aparecido nas artes aplicadas
Descendência
e belas artes, na sátira burlesca, em produções cinematográficas e em imagens de marcas para
produtos comerciais, tornando-se um ícone popular da egitomania desde o século XIX. Ptolemeu XV Cesarião
Alexandre Hélio
Etimologia Cleópatra Selene II
Ptolemeu Filadelfo
O nome Cleópatra é originário do grego antigo Kleopatra (em grego: Κλεοπάτρα), que significa "glória Dinastia Ptolemaica
de seu pai" na forma feminina.[6] É derivado de kleos (em grego: κλέος), "glória", combinado com
Pai Ptolemeu XII Auleta
pater (em grego: πατήρ), "antepassados", usando a forma genitiva patros (em grego: πατρός).[7] A
Mãe Quiçá Cleópatra VI
forma masculina teria sido escrita como Kleopatros (em grego: Κλεόπατρος) ou Patroklos (em grego: Trifena (que pode ser
Πάτροκλος).[7] Cleópatra era o nome da irmã de Alexandre, o Grande, bem como Cleópatra Alcíone, Cleópatra V
Trifena)[nota 4]

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esposa de Meleagro na mitologia grega.[8]


Através do casamento de Ptolemeu V Epifânio e Cleópatra I Sira (uma princesa selêucida), o nome entrou
na dinastia ptolemaica. [9][10] Seu título adotivo, Tea Filópator (em grego: Θεά Φιλοπάτωρα), significa "deusa que ama seu pai".[11][12][nota 9]

Contexto histórico
Os faraós ptolemaicos eram coroados pelo sumo sacerdote de Ptá, em Mênfis, no Egito, mas residiam na cidade
multicultural e em grande parte grega de Alexandria, fundada por Alexandre, o Grande da
Macedônia.[14][15][16][nota 10] Eles falavam grego e governavam o Egito como monarcas helenísticos, recusando-se
a aprender a língua nativa egípcia.[17][18][19][nota 8] Em contraste, Cleópatra podia falar vários idiomas até a idade
adulta e foi a primeira governante ptolemaica a aprender a língua egípcia.[20][21][19][nota 11] Ela também falava
etíope, troglodita, hebraico (ou aramaico), árabe, a língua síria (talvez siríaca), meda, parta e latim, embora seus
contemporâneos romanos preferissem falar com ela em grego koiné nativo.[21][19][22][nota 12] Além do grego, do
egípcio e do latim, essas línguas refletiam seu desejo de restaurar os territórios do norte da África e da Ásia
Ocidental que pertenciam ao Reino Ptolemaico.[23]

O intervencionismo romano no Egito antecedeu seu reinado.[24][25][26] Quando Ptolemeu IX Látiro morreu no
final de 81 a.C., foi sucedido por sua filha Berenice III.[27][28] No entanto, com a construção da oposição na corte
real contra a ideia de uma única monarca reinante, Berenice III aceitou o domínio conjunto e o casamento com
seu primo e enteado Ptolemeu XI Alexandre II, um arranjo feito pelo ditador romano Sula.[27][28] Ptolemeu XI
matou sua esposa logo após o casamento em 80 a.C., mas foi linchado logo depois no tumulto resultante do
assassinato.[27][29][30] Ptolemeu XI, e talvez seu tio Ptolemeu IX ou pai Ptolemeu X Alexandre I, legaram o Reino
Ptolemaico a Roma como garantia para empréstimos, de modo que os romanos tivessem bases legais para Busto helenístico de Ptolemeu XII
assumir o Egito, seu estado cliente, após o assassinato de Ptolemeu XI.[27][31][32] Os romanos preferiram dividir o Auleta, o pai de Cleópatra,
reino entre os filhos ilegítimos de Ptolemeu IX, concedendo o Chipre a Ptolemeu do Chipre e o Egito a Ptolemeu localizado no Louvre, Paris[13]
XII Auleta.[27][29]

Biografia

Primeiros anos
Cleópatra Filópator nasceu no início de 69 a.C. como a filha do faraó Ptolemeu XII e uma mãe desconhecida,[33][34][nota 13] presumivelmente
Cleópatra VI Trifena (também conhecida como Cleópatra V Trifena),[35][36][37][nota 14][nota 4] a mãe de sua irmã mais velha, Berenice
IV.[38][39][40][nota 15] Cleópatra Trifena desaparece dos registros oficiais alguns meses após o nascimento de sua filha em 69 a.C..[41][42] Os três filhos

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mais novos de Ptolemeu XII, a irmã de Cleópatra, Arsínoe IV, e os irmãos Ptolemeu XIII Téo Filópator e Ptolemeu XIV,[38][39][40] nasceram na
ausência de sua esposa.[43][44] Seu tutor de infância foi Filóstrato, de quem ela aprendeu as artes gregas do diálogo e filosofia.[45] Durante sua
juventude, presumivelmente estudou no Museu, incluindo a Biblioteca de Alexandria.[46][47]

Reinado e exílio de Ptolemeu XII


Em 65 a.C., o censor romano Marco Crasso argumentou perante o Senado que Roma deveria anexar o Egito ptolemaico, mas seu projeto de lei e o
projeto similar do tribuno Servílio Rulo dois anos mais tarde foram rejeitados.[48][49] Ptolemeu XII respondeu à ameaça de uma possível anexação
oferecendo remuneração e generosos presentes a poderosos estadistas romanos, como Pompeu durante sua campanha contra Mitrídates VI do
Ponto e, por fim, Júlio César depois de se tornar cônsul romano em 59 a.C..[50][51][52][nota 16] No entanto, o comportamento perdulário do faraó faliu
e ele foi forçado a adquirir empréstimos do banqueiro Caio Rabírio Póstumo.[53][54][55]

Em 58 a.C., os romanos anexaram o Chipre e, sob acusações de pirataria, levaram Ptolemeu do Chipre, irmão de
Ptolemeu XII, a cometer suicídio em vez de resistir ao exílio em Pafos.[58][59][55][nota 18] O faraó permaneceu
publicamente calado sobre a morte de seu irmão, uma decisão que, juntamente com a cessão do território
ptolemaico tradicional aos romanos, prejudicou sua credibilidade entre os indivíduos já enfurecidos por suas
políticas econômicas.[58][60][61] Ptolemeu XII foi então exilado do Egito pela força, viajando primeiro para Rodes,
depois para Atenas e, finalmente, à vila do triúnviro Pompeu, nas Colinas Albanas, perto de Palestrina,
Itália.[58][59][62][nota 19] O faraó desposto passou quase um ano nos arredores de Roma, ostensivamente
acompanhado por sua filha Cleópatra, então com cerca de 11 anos.[58][62][nota 20] Berenice IV enviou uma
embaixada a Roma para defender seu governo e se opor à reintegração de seu pai Ptolemeu XII, mas ele matou
os líderes da embaixada, um incidente que foi encoberto por seus poderosos partidários
romanos.[63][54][64][nota 21] Quando o Senado Romano negou a Ptolemeu XII a oferta de uma escolta armada e as
provisões para um retorno ao Egito, ele decidiu deixar Roma no final de 57 a.C. e residir no Templo de Ártemis
em Éfeso.[65][66][67]
Provável retrato de Cleópatra
pintado postumamente com cabelos Os financistas romanos de Ptolemeu XII continuaram determinados a restaurá-lo ao poder.[68] Pompeu
ruivos e suas características faciais persuadiu Aulo Gabínio, o governador romano da Síria, a invadir o Egito e restaurar o faraó, oferecendo-lhe 10
distintas, usando um diadema real e mil talentos à missão proposta.[68][69][70] Apesar de colocá-lo em desacordo com a lei romana, Gabínio invadiu o
grampos de cabelo cravejados de Egito na primavera de 55 a.C., através da Judeia asmoneia, onde Hircano II tinha Antípatro, o Idumeu, pai de
pérolas, Herculano, Itália,
Herodes, o Grande, fornecendo suprimentos ao exército liderado pelos romanos.[68][71] Como um jovem oficial
século I[56][57][nota 17]
de cavalaria, Marco Antônio estava sob o comando de Gabínio. Distinguiu-se impedindo Ptolemeu XII de

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massacrar os habitantes de Pelúsio, e de resgatar o corpo de Arquelau, marido de Berenice IV, depois de ter sido morto em batalha, assegurando-lhe
um enterro real apropriado.[72][73] Cleópatra, agora com 14 anos de idade, teria viajado com a expedição romana ao Egito; anos depois, Antônio
professaria que se apaixonara por ela naquela época.[72][74]

Gabínio foi levado a julgamento em Roma por abusar de sua autoridade, pelo qual foi absolvido, mas seu segundo julgamento por aceitar subornos o
levou ao exílio, do qual foi chamado de volta sete anos depois, em 48 a.C. por César.[75][76] Crasso o substituiu como governador da Síria e estendeu
seu comando provincial para o Egito, mas ele foi morto pelos partos na Batalha de Carras em 53 a.C..[75][77] Berenice IV e seus partidários ricos
foram executados, e o faraó apreendeu suas propriedades.[78][79][80] Ele permitiu que a guarnição romana em grande parte germânica e gaulesa de
Gabínio, os gabinianos, assediassem as pessoas nas ruas de Alexandria e instalasse seu financista romano de longa data, Rabírio, como seu diretor
financeiro.[78][81][82][nota 22] Dentro de um ano, Rabírio foi colocado sob custódia protetora e enviado de volta a Roma depois que sua vida foi
ameaçada por drenar os recursos do Egito.[83][84][80][nota 23] Apesar desses problemas, Ptolemeu XII criou um testamento designando Cleópatra e
Ptolemeu XIII como seus herdeiros conjuntos, supervisionou grandes projetos de construção, como o Templo de Edfu e um templo em Dendera, e
estabilizou a economia.[85][84][86][nota 24] Em 31 de maio de 52 a.C., Cleópatra tornou-se regente de Ptolemeu XII, conforme indicado por uma
inscrição no Templo de Hator, em Dendera.[87][88][89][nota 25] Rabírio foi incapaz de recolher a totalidade da dívida do governante no momento de
sua morte, e assim foi passada para seus sucessores Cleópatra e Ptolemeu XIII.[83][76]

Ascensão ao trono
Ptolemeu XII morreu em 22 de março de 51 a.C., quando Cleópatra, em seu primeiro ato como rainha, começou uma viagem a Hermontis, próximo
de Tebas, para instalar um novo touro sagrado de Buquis, adorado como um intermediário para o deus Montu na religião egípcia
antiga.[5][90][91][nota 26] Cleópatra enfrentou vários problemas prementes e emergências pouco depois de assumir o trono. Estes incluíam a fome
causada pela seca e um baixo nível das inundações anuais do Nilo, e o comportamento ilegal instigado pelos gabinianos, os soldados romanos agora
desempregados e assimilados deixados por Gabínio para guarnecer o Egito.[92][93] Herdando as dívidas de seu pai, também devia à República
Romana 17,5 milhões de dracmas.[94]

Em 50 a.C., Marco Calpúrnio Bíbulo, procônsul da Síria, enviou seus dois filhos mais velhos para o Egito, provavelmente para negociar com os
gabinianos e recrutá-los como soldados na defesa desesperada da Síria contra os partos.[95] No entanto, os gabinianos torturaram e assassinaram
esses dois, talvez com encorajamento secreto de administradores desonestos da corte de Cleópatra.[95][96] Ela enviou os gabinianos acusados a
Bíbulo como prisioneiros que aguardavam seu julgamento, mas ele os mandou de volta à rainha e repreendeu-a por interferir em sua adjudicação,
que era prerrogativa do Senado romano.[97][96] Ao lado de Pompeu na Segunda Guerra Civil da República Romana, Bíbulo não conseguiu impedir
que César desembarcasse uma frota naval na Grécia, o que finalmente permitiu que chegasse ao Egito em busca de Pompeu.[97]

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Por volta de 29 de agosto de 51 a.C., documentos oficiais começaram a listar Cleópatra como única
governante, prova de que ela havia rejeitado seu irmão Ptolemeu XIII como
cogovernante.[94][96][98] Ela provavelmente se casou com ele,[77] mas não há registro disso.[5] A
prática do casamento entre irmãos foi iniciada por Ptolemeu II e sua irmã Arsínoe II.[99][100][101]
Uma prática egípcia de longa data, era detestada pelos gregos
contemporâneos. [99][100][101][nota 27] No reinado de Cleópatra, contudo, foi considerado um
arranjo normal para os governantes nativos.[99][100][101]

Apesar da rejeição de Cleópatra a ele, Ptolemeu XIII ainda mantinha aliados poderosos,
notadamente o eunuco Potino, seu tutor de infância, regente e administrador de suas
propriedades.[102][93][103] Outros envolvidos na intriga contra a rainha incluíam Áquila, um
proeminente comandante militar, e Teódoto de Quio, outro tutor de Ptolemeu XIII.[102][104] A
rainha parece ter tentado uma aliança de curta duração com seu irmão Ptolemeu XIV, mas no Na esquerda, Cleópatra vestida de faraó e
outono de 50 a.C., Ptolemeu XIII tinha a vantagem em seu conflito e começou a assinar apresentando oferendas à deusa Ísis, numa estela de
documentos com seu nome antes de sua irmã, seguido pelo estabelecimento de sua primeira data pedra calcária dedicada por um grego chamado
Onófris, datada de 51 a.C., e localizada no Louvre,
de reinado em 49 a.C..[5][105][106][nota 28]
Paris. Na direita, os cartuchos de Cleópatra e
Cesarião em uma estela de calcário do sumo
Assassinato de Pompeu sacerdote de Ptá, no Egito, datados do período
ptolemaico, e localizados no Museu Petrie de
No verão de 49 a.C., Cleópatra e suas forças ainda estavam lutando contra Ptolemeu XIII em Arqueologia Egípcia, Londres
Alexandria, quando o filho de Pompeu, Cneu Pompeu, chegou, em busca de ajuda militar em
nome de seu pai.[105] Após retornar à Itália das Guerras da Gália e cruzar o Rubicão em janeiro
daquele ano, César forçou Pompeu e seus partidários a fugir à Grécia.[107][108] Em talvez seu último decreto conjunto, Cleópatra e Ptolemeu XIII
concordaram com o pedido de Cneu Pompeu e enviaram a seu pai 60 navios e 500 tropas, incluindo os gabinianos, um movimento que ajudou a
eliminar parte da dívida com Roma.[107][109] Perdendo a luta contra seu irmão, Cleópatra foi forçada a fugir de Alexandria e se retirar à região de
Tebas.[110][111][112] Na primavera de 48 a.C., a rainha viajara à Síria romana com sua irmã mais nova, Arsínoe IV, para reunir uma força de invasão
que se dirigia ao Egito.[113][106][114] Voltou com um exército, mas seu avanço para Alexandria foi bloqueado pelas forças de seu irmão, incluindo
alguns gabinianos mobilizados para lutar contra ela, então ela acampou do lado de fora de Pelúsio, no leste do delta do Nilo.[115][106][116]

Na Grécia, as forças de César e Pompeu se enfrentaram na decisiva Batalha de Farsalos em 9 de agosto de 48 a.C., levando à destruição da maior
parte do exército de Pompeu e à sua fuga forçada para Tiro, no Líbano.[115][117][118][nota 29] Dada sua estreita relação com os ptolemeus, Pompeu
finalmente decidiu que o Egito seria seu lugar de refúgio, onde poderia reabastecer suas forças.[119][118][116][nota 30] Os conselheiros do faraó, no
entanto, temiam a ideia de Pompeu usar o Egito como sua base em uma prolongada guerra civil romana.[119][120][121] Num esquema planejado por
Teódoto, o comandante romano chegou de navio perto de Pelúsio após ser convidado por uma mensagem escrita, apenas para ser emboscado e

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esfaqueado até a morte em 28 de setembro de 48 a.C..[119][117][122][nota 31]


Ptolemeu XIII acreditava que havia
demonstrado seu poder e, ao mesmo tempo, desarmou a situação, mandando a cabeça de Pompeu, cortada e
embalsamada, para César, que chegou a Alexandria no início de outubro e passou a residir no palácio
real.[123][124][125][nota 31] César expressou pesar e indignação pela morte de Pompeu e convocou o faraó e Cleópatra para
que desfizessem suas forças e se reconciliassem.[123][126][125][nota 32]

Relacionamento com Júlio César


Ptolemeu XIII chegou em Alexandria à frente de seu exército, claramente desafiando a exigência de César para que se
desfizesse e deixasse o exército antes de sua chegada.[127][128] Cleópatra inicialmente enviou emissários ao cônsul
romano, mas ao saber que ele estava inclinado a ter casos com mulheres reais, ela foi a Alexandria para vê-lo
pessoalmente.[127][129][128] O historiador Dião Cássio registra que ela o fez sem informar seu irmão, vestindo-se de
maneira atraente e encantando-o com sua inteligência.[127][130][131] Plutarco fornece um relato inteiramente diferente e
talvez mítico, que alega que ela foi amarrada dentro de um saco de cama para ser contrabandeada para o palácio para se Busto romano de Pompeu
feito durante o reinado de
encontrar com César.[127][132][133][nota 33]
Augusto (r. 27–14 a.C.),
uma cópia de um original
Quando o faraó percebeu que sua irmã estava no palácio consorciando diretamente com César, tentou incitar a
de 70-60 a.C., e localizado
população de Alexandria a um motim, mas foi preso pelo romano, que usou suas habilidades oratórias para acalmar a no Museu Arqueológico
multidão frenética.[134][135][136] César então trouxe Cleópatra e Ptolemeu XIII perante a assembléia de Alexandria, onde Nacional de Veneza, Itália
revelou a vontade escrita de Ptolemeu XII — anteriormente na posse de Pompeu — nomeando a rainha e seu irmão
como seus herdeiros conjuntos.[137][135][129][nota 34] O comandante romano então tentou fazer com que os outros dois
irmãos, Arsínoe IV e Ptolemeu XIV, governassem juntos o Chipre, removendo assim pretendentes rivais potenciais ao trono egípcio ao apaziguar os
ptolemaicos ainda amargos pela perda da ilha para os romanos em 58 a.C..[138][135][139][nota 34]

Julgando que esse acordo favorecia Cleópatra sobre Ptolemeu XIII e que seus exércitos de 20 mil guerreiros, incluindo os gabinianos, provavelmente
derrotaria o exército de 4 mil sem apoio de César, Potino decidiu que Áquila levasse suas forças a Alexandria para atacar o cônsul romano e a
rainha.[138][135][140][nota 35] Depois que César conseguiu executar Potino, Arsínoe IV juntou forças com Áquila e foi declarada rainha, mas logo depois
seu tutor Ganimedes matou Áquila e assumiu a posição dele como comandante do exército.[141][142][143][nota 36] Ganimedes então enganou César ao
pedir a presença do prisioneiro Ptolemeu XIII como negociador, apenas para que ele se juntasse ao exército de Arsínoe IV.[141][144][145] César e
Cleópatra foram presos no resultante cerco de Alexandria, que durou até o ano seguinte de 47 a.C..[146][126][147][nota 37]

Em algum momento entre janeiro e março daquele ano, chegaram os reforços de César, incluindo os liderados por Mitrídates de Pérgamo e
Antípatro, o Idumeu.[141][126][148][nota 38] Ptolemeu XIII e Arsínoe IV retiraram suas forças para o Nilo, onde César os atacou. O faraó morreu
afogado ao tentar fugir quando seu barco virou.[149][126][150][nota 39] Ganimedes talvez foi morto na batalha, Teódoto foi encontrado anos depois na

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Ásia por Marco Júnio Bruto e executado, enquanto Arsínoe IV foi forçada a desfilar no triunfo de César em Roma
antes de ser exilada no Templo de Ártemis em Éfeso.[151][152][153] Cleópatra estava visivelmente ausente desses
eventos e residia no palácio, provavelmente porque estava grávida do filho de César desde setembro de
47 a.C..[154][155][156]

O mandato de César como cônsul havia expirado no final de 48 a.C..[151] No entanto, Antônio, um de seus
oficiais, ajudou a garantir a eleição como ditador por um ano, até outubro de 47 a.C., dando a César a autoridade
legal para resolver a disputa dinástica no Egito.[151] Temeroso de repetir o erro da irmã de Cleópatra, Berenice IV,
em ter um único governante, ele nomeou Ptolemeu XIV, o irmão de 12 anos, como governante conjunto com a
rainha de 22 anos num casamento nominal entre irmãos, mas ela continuou vivendo em particular com
César.[157][126][148][nota 40] A data exata em que o Chipre foi devolvido a seu controle não é conhecida, embora ela
tivesse um governador lá por volta de 42 a.C..[158][148]

É alegado que César e Cleópatra tenham se juntado para um passeio pelo Nilo e visitaram monumentos
egípcios,[126][159][160] embora isso possa ser um conto romântico que reflita mais tardiamente as propensões
romanas e não um acontecimento histórico real.[161] O historiador Suetônio forneceu detalhes consideráveis
sobre a viagem, incluindo o uso de Talêmego, o barco de prazer construída por Ptolemeu IV, que durante seu
reinado mediu 91 m de comprimento e 24 m de altura e era completo com salas de jantar, salas de estado,
santuários sagrados e passeios em seus dois conveses, parecendo uma casa flutuante.[161][162] César poderia ter se
Busto de Túsculo, uma escultura interessado pelo cruzeiro no Nilo devido ao seu fascínio pela geografia; era bem lido nas obras de Eratóstenes e
romana contemporânea de Júlio Píteas e talvez quisesse descobrir a nascente do rio, mas voltou antes de chegar à Abissínia.[163][164]
César localizada no Museu
Arqueológico de Turim, Itália César partiu do Egito por volta de abril de 47 a.C., supostamente para confrontar Fárnaces II do Ponto, filho de
Mitrídates VI do Ponto, que estava causando problemas para Roma na Anatólia.[165] É possível que, casado com
a proeminente romana Calpúrnia, também quisesse evitar ser visto junto com Cleópatra quando ela lhe deu o
filho. [165][159] Deixou três legiões no Egito, mais tarde aumentou para quatro, sob o comando do liberto Rúfio para garantir a posição tênue da
rainha, mas talvez também para manter suas atividades sob controle.[165][166][167]

Cesarião, o suposto filho de Cleópatra com César, nasceu em 23 de junho de 47 a.C. e foi originalmente chamado de "Faraó César", preservado em
uma estela no serapeu, em Mênfis.[169][126][170][nota 41] Talvez devido ao seu casamento ainda sem filhos com Calpúrnia, César permaneceu
publicamente em silêncio sobre Cesarião (mas talvez tenha aceitado sua filiação em particular).[171][nota 42] Cleópatra, por outro lado, fez repetidas
declarações oficiais sobre o parentesco de Cesarião, com César como pai.[171][172][173]

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Cleópatra e Ptolemeu XIV, este nomeado seu parceiro de governo, visitaram Roma em algum momento no final
de 46 a.C., presumivelmente sem Cesarião, e receberam alojamento numa vila nos Jardins de
César.[174][170][175][nota 43] Tal como aconteceu com seu pai Ptolemeu XII, César concedeu a Cleópatra e a
Ptolemeu XIV o estatuto legal de "amigo e aliado do povo romano" (em latim: socius et amicus populi Romani),
na verdade governantes clientes leais a Roma.[176][177][178] Os visitantes da rainha na vila de César, do outro lado
do rio Tibre, incluíam o senador Cícero, que a considerava arrogante.[179][180] Sosígenes de Alexandria, um dos
membros da corte de Cleópatra, ajudou o ditador nos cálculos do novo calendário juliano, posto em vigor em 1º
de janeiro de 45 a.C..[181][182][183] O Templo da Vênus Genetrix, estabelecido no Fórum de César em 25 de
setembro de 46 a.C., continha uma estátua de ouro de Cleópatra (que ficou lá pelo menos até século III),
associando a mãe do filho de César diretamente com a deusa Vênus, mãe dos romanos.[184][182][185] A estátua
também ligava sutilmente a deusa egípcia Ísis à religião romana.[179]

A presença da egípcia em Roma provavelmente teve um efeito sobre os eventos no festival de Lupercália, um mês
antes do assassinato de César.[186][187] Antônio tentou colocar um diadema real na cabeça do ditador, com este
recusando-se no que era provavelmente um ato encenado, talvez para avaliar o humor do público romano sobre
Busto egípcio de uma rainha
aceitar a realeza de estilo helenístico.[186][187] Cícero, que estava presente no festival, ironicamente perguntou de ptolemaica, possivelmente
onde vinha o diadema, uma referência óbvia à rainha ptolemaica que ele abominava.[186][187] César foi Cleópatra, c. 51–30 a.C., localizado
assassinado nos idos de março (15 de março de 44 a.C.), mas Cleópatra permaneceu em Roma até meados de no Brooklyn Museum[168]
abril, na vã esperança de que Cesarião fosse reconhecido como herdeiro. [188][189][190] No entanto, o testamento
de César nomeou seu sobrinho-neto Otaviano como o principal herdeiro, e este chegou à Itália na mesma época
em que a rainha decidiu voltar ao Egito.[188][189][191] Alguns meses depois, Cleópatra mandou matar Ptolemeu XIV por envenenamento, elevando
seu filho Cesarião como seu coregente.[192][193][173][nota 44]

Guerra Civil dos Libertadores


Otaviano, Marco Antônio e Marco Emílio Lépido formaram o Segundo Triunvirato em 43 a.C., no qual foram eleitos para mandatos de cinco anos
para restaurar a ordem na República e levar os assassinos de César à justiça.[195][196] Cleópatra recebeu mensagens de Caio Cássio Longino, um dos
assassinos de César, e Públio Cornélio Dolabela, procônsul da Síria e apoiador de Cesarião, solicitando ajuda militar.[195] Ela decidiu escrever a
Cássio uma desculpa de que seu reino enfrentava muitos problemas internos, enquanto enviava as quatro legiões deixadas por César no Egito para
Dolabela.[195][197] No entanto, essas tropas foram capturadas por Cássio na Palestina.[195][197] Enquanto Serapião, seu governador no Chipre,
desertou para Cássio e lhe forneceu navios, a rainha levou sua frota à Grécia para ajudar pessoalmente Otaviano e Antônio, mas seus navios foram
fortemente danificados em uma tempestade no Mediterrâneo e ela chegou tarde demais para ajudar na luta.[195][198] No outono de 42 a.C., Antônio
havia derrotado as forças dos assassinos de César na Batalha de Filipos, na Grécia, levando ao suicídio de Cássio e Bruto.[195][199]

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No final do ano, Otaviano havia conquistado o controle de grande parte da metade ocidental da República
Romana e Antônio da metade oriental, com Lépido em grande parte marginalizado.[200] No verão do ano
seguinte, Antônio estabeleceu seu quartel-general em Tarso, na Anatólia, e convocou Cleópatra em várias cartas,
o que ela rejeitou até o enviado Quinto Délio a convenceu a ir.[201][202] O encontro permitiu que ela esclarecesse
o equívoco de que havia apoiado Cássio durante a guerra civil e endereçar as trocas territoriais no Levante, mas
Antônio também desejava, indubitavelmente, formar um relacionamento pessoal e romântico com a
rainha.[203][202][nota 45] Ela navegou de Talêmego o rio Kydnos até Tarso recebendo o comandante romano e
seus oficiais para duas noites de banquetes luxuosos a bordo do navio.[204][205] Cleópatra conseguiu limpar seu Portão de Cleópatra em Tarso (atual
nome como uma suposta partidária de Cássio, argumentando que realmente tentara ajudar Dolabela na Síria e Mersin, Turquia), o local onde
encontrou Marco Antônio em
convenceu Antônio a mandar executar sua irmã exilada, Arsínoe IV, em Éfeso.[206][207] Seu ex-governador
41 a.C.[194]
rebelde no Chipre também foi entregue a ela para execução.[206][208]

Relacionamento com Marco Antônio


Cleópatra convidou Marco Antônio para ir ao Egito antes de partir de Tarso, o que levou o militar a visitar Alexandria em novembro de
41 a.C..[206][209] Foi bem recebido pela população da cidade, tanto por suas ações heroicas em restaurar Ptolemeu XII ao poder e por chegar ao Egito
sem uma força de ocupação como César tinha feito.[210][211] No Egito, continuou a desfrutar do luxuoso estilo de vida real que havia presenciado a
bordo do navio de Cleópatra ancorado em Tarso.[212][208] Também mandou seus subordinados, como Públio Ventídio Basso, expulsarem os partos
da Anatólia e da Síria.[211][213][214][nota 46]

A rainha o escolheu cuidadosamente como seu parceiro para gerar novos herdeiros, pois era considerado a figura romana mais poderosa após a
morte de César.[215] Com seus poderes como triúnviro, Antônio também tinha ampla autoridade para restaurar antigas terras ptolemaicas, que
estavam atualmente em mãos romanas, para Cleópatra.[216][217] Embora esteja claro que tanto a Cilícia quanto o Chipre estavam sob o controle da
rainha em 19 de novembro de 38 a.C., a transferência provavelmente ocorreu mais cedo no inverno de 41–40 a.C., durante seu tempo passado com o
comandante romano.[216]

Na primavera de 40 a.C., Antônio deixou o Egito devido a problemas na Síria, onde seu governador Lúcio Decídio Saxa foi morto e seu exército
tomado por Quinto Labieno, um ex-oficial sob Cássio que agora servia ao Império Parta.[218] Cleópatra forneceu-lhe 200 navios à sua campanha e
como pagamento pelos seus territórios recém-adquiridos.[218] Ela não o veria de novo até 37 a.C., mas manteve correspondência, e as evidências
sugerem que ela manteve um espião em seu acampamento.[218] No final de 40 a.C., ela deu à luz gêmeos, um garoto chamado Alexandre Hélio e uma
garota chamada Cleópatra Selene II, os quais o comandante romano reconheceu como seus filhos.[219][220] Hélio (o Sol) e Selene (a Lua)
simbolizavam uma nova era de rejuvenescimento social,[221] bem como uma indicação de que Cleópatra esperava que seu parceiro repetisse as
façanhas de Alexandre, o Grande, conquistando os partas.[211]

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A campanha parta de Marco Antônio no Oriente foi interrompida pelos acontecimentos da Guerra Perusina,
iniciada por sua ambiciosa esposa Fúlvia contra Otaviano, na esperança de fazer de seu marido o líder
indiscutível de Roma.[221][222] Foi sugerido que Fúlvia queria afastá-lo de Cleópatra, mas o conflito emergiu na
Itália antes mesmo do encontro de ambos em Tarso.[223] Fúlvia e Lúcio Antônio, irmão de seu marido, foram
cercados por Otaviano na Perúsia (atual Perúgia, Itália) e depois exilados da Itália, após o que Fúlvia morreu em
Sicião, na Grécia, enquanto tentava chegar até seu marido.[224] Sua morte repentina levou a uma reconciliação de
Otaviano e Antônio em Brundísio, na Itália, em setembro de 40 a.C..[224][211] Embora o acordo em Brundísio
solidificasse o controle de Antônio dos territórios da República Romana a leste do Mar Jônico, também
estipulava que ele concedesse a Itália, Hispânia e Gália, e que casasse com Otávia, a Jovem, a irmã de Otaviano e
rival em potencial de Cleópatra.[225][226]

Em dezembro de 40 a.C., Cleópatra recebeu Herodes em Alexandria como hóspede inesperado e refugiado de
uma situação turbulenta na Judeia.[227] Ele foi investido como um tetrarca por Antônio, mas logo estava em
desacordo com Antígono II, da dinastia asmoneia há muito estabelecida.[227] Este último havia aprisionado o
Um busto romano de mármore do
irmão de Herodes e seu colega tetrarca Fasael, que foi executado enquanto o tetrarca fugia em direção à corte
cônsul e triúnviro Marco Antônio, do
século I, Museus Vaticanos egípcia.[227] Ela tentou lhe fornecer uma missão militar, mas Herodes recusou e viajou para Roma, onde os
triúnviros Otaviano e Antônio o nomearam rei da Judeia.[228][229] Este ato o colocou em rota de colisão com
Cleópatra, que desejaria recuperar os antigos territórios ptolemaicos que compunham o novo reino
herodiano.[228]

As relações entre o militar e a rainha talvez azedaram quando ele não só se casou com Otávia, mas também teve duas filhas, Antônia, a Velha, em
39 a.C., e Antônia Menor, em 36 a.C., e mudou seu quartel-general para Atenas.[233] No entanto, sua posição no Egito era segura.[211] Seu rival
Herodes estava ocupado com a guerra civil na Judeia, que exigia assistência militar romana pesada, mas não recebeu nenhuma de Cleópatra.[233]
Visto que a autoridade de Marco Antônio e Otaviano como triúnviros expirou em 1 de janeiro de 37 a.C., Otávia organizou uma reunião em Tarento,
onde o triunvirato foi oficialmente estendido para 33 a.C..[234] Com duas legiões concedidas por Otaviano e mil soldados emprestados por sua irmã,
Antônio viajou para Antioquia, onde fez os preparativos para a guerra contra os partos.[235]

Convocou Cleópatra em Antioquia para discutir questões urgentes, como o reino de Herodes e o apoio financeiro para sua campanha parta.[235][236]
Ela trouxe seus gêmeos de três anos para Antioquia, onde o pai os viu pela primeira vez e onde provavelmente receberam pela primeira vez seus
sobrenomes Hélio e Selene como parte dos ambiciosos planos de ambos para o futuro.[237][238] Para estabilizar o oriente, ele não apenas ampliou o
domínio de Cleópatra,[236] mas também estabeleceu novas dinastias reinantes e governantes clientes que seriam leais a ele, mas que no final
sobreviveriam a ele.[239][217][nota 48]

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Nesse arranjo, Cleópatra ganhou importantes territórios ptolemaicos no Levante, incluindo quase toda a Fenícia
(Líbano), exceto Tiro e Sídon, que permaneceram em mãos romanas.[240][217][236] Ela também recebeu Ace
Ptolemaida (moderna Acre, Israel), uma cidade que foi fundada por Ptolemeu II.[240] Devido suas relações
ancestrais com os selêucidas, recebeu a região da Celessíria ao longo do alto rio Orontes.[241][236] Recebeu até
mesmo a região em torno de Jericó na Palestina, mas alugou este território de volta para Herodes.[242][229] À
custa do rei nabateu Malico I (primo de Herodes), Cleópatra também recebeu uma parte do Reino Nabateu ao
redor do Golfo de Ácaba, no Mar Vermelho, incluindo Ailana (moderna Aqaba, Jordânia).[243][229] No oeste
recebeu Cirene ao longo da costa da Líbia, bem como Itanos e Olunte na Creta romana.[244][236] Embora ainda
administrados por oficiais romanos, esses territórios, no entanto, enriqueceram seu reino e a levaram a declarar
a inauguração de uma nova era, datando duas vezes sua moeda em 36 a.C..[245][246]

A ampliação do reino ptolemaico por Antônio, ao renunciar o território romano que controlava diretamente, foi
explorada por seu rival Otaviano, que recorreu ao sentimento público em Roma contra o fortalecimento de uma
rainha estrangeira às custas da República.[247] Otaviano, estimulando a narrativa de que seu adversário estava
negligenciando sua virtuosa esposa romana Otávia, concedeu a esta e à Lívia Drusa, sua própria esposa,
Escultura romana possivelmente
privilégios extraordinários de sacrossantas.[247] Cerca de 50 anos antes, Cornélia Africana, filha de Cipião representando
Africano, foi a primeira mulher romana viva a ter uma estátua dedicada a ela.[245] Ela foi agora seguida por Cleópatra[230][231][nota 47] ou sua
Otávia e Lívia, cujas estátuas foram provavelmente erguidas no Fórum de César para rivalizar com as de filha, Cleópatra Selene II, rainha da
Cleópatra, erguidas pelo antigo ditador.[245] Mauritânia,[232] localizada no Museu
Arqueológico de Cherchell, na
Cleópatra acompanhou Antônio em 36 a.C. no Eufrates em sua jornada rumo à invasão do Império Parta.[248] Argélia
Então retornou ao Egito, talvez devido ao seu estado avançado de gravidez.[249] No verão de 36 a.C., ela deu à luz
Ptolemeu Filadelfo, seu segundo filho com o comandante.[249][236] A campanha parta de Marco Antônio em
36 a.C. transformou-se num completo desastre por várias razões, em particular a traição do rei da Armênia Artavasdes II (r. 55–34 a.C.), que
desertou para o lado inimigo.[250][217][251] Depois de perder cerca de 30 mil homens, mais do que Crasso em Carras (uma vergonha que esperava
vingar), finalmente chegou a Leucócome perto de Berito (moderna Beirute, Líbano) em dezembro, envolvido em bebedeira antes de Cleópatra chegar
para fornecer fundos e roupas para suas tropas maltratadas.[250][252] Desejava evitar os riscos envolvidos no retorno a Roma, e assim viajou com a
rainha de volta a Alexandria para ver seu filho recém-nascido.[250]

Doações de Alexandria
Enquanto Antônio preparava-se para outra expedição parta em 35 a.C., dessa vez contra a Armênia, Otávia viajou para Atenas com 2 mil soldados
em suposto apoio ao marido, mas muito provavelmente num esquema planejado pelo irmão para constrangê-lo por suas perdas
militares.[255][256][nota 49] Ele recebeu essas tropas, mas disse a sua esposa que não fosse para o leste de Atenas enquanto ele e Cleópatra viajavam

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juntos para Antioquia, apenas para abandonar repentina e inexplicavelmente a campanha militar e voltar para
Alexandria.[255][256] Quando sua esposa voltou para Roma, Otaviano retratou sua irmã como uma vítima
injustiçada pelo marido, embora ela se recusasse a deixar a casa dele.[257][217] A confiança de Otaviano cresceu
quando eliminou seus rivais no oeste, incluindo Sexto Pompeu e até mesmo Lépido, o terceiro membro do
triunvirato, que foi colocado em prisão domiciliar após revoltar-se contra ele na Sicília.[257][217][252]

Quinto Délio foi enviado como emissário a Artavasdes II em 34 a.C. para negociar uma potencial aliança Áureos romanos com as efígies de
matrimonial que iria unir a filha do rei armênio com Alexandre Hélio, seu filho com a rainha egípcia.[258][259] Marco Antônio (esquerda) e Otávio
Quando isso foi recusado, marchou com seu exército à Armênia, derrotou forças locais e capturou o rei e a família (direita), cunhados em 41 a.C. para
celebrar o estabelecimento do
real armênia.[258][260] Antônio então realizou um desfile militar em Alexandria como uma imitação de um
Segundo Triunvirato junto de Marco
triunfo romano, vestido como Dioniso e cavalgando pela cidade numa carruagem para apresentar os prisioneiros Emílio Lépido em 43 a.C.
reais a Cleópatra, que estava sentada em um trono de ouro acima de um tablado de prata.[258][261] A notícia deste
evento foi fortemente criticada em Roma como uma perversão de cerimônias e rituais consagrados pelo tempo
sendo desfrutados por uma rainha egípcia.[258]

Em um evento realizado no ginásio logo após o triunfo, Cleópatra se vestiu de


Ísis e declarou que era a Rainha dos Reis com seu filho Cesarião, Rei dos Reis,
enquanto Alexandre Hélio foi declarado rei da Armênia, Média e Pártia, e
Ptolemeu Filadelfo, de dois anos de idade, foi declarado rei da Síria e da Um denário cunhado por Marco
Cilícia.[265][266][267] Cleópatra Selene II foi contemplada com Creta e Antônio em 34 a.C., com seu retrato
Cirene.[268][269] Antônio e Cleópatra podem ter se casado durante essa no anverso, com a inscrição
cerimônia.[268][267][nota 50] Ele enviou um relatório a Roma solicitando a "ANTONIVS ARMENIA DEVICTA",
aludindo à sua campanha armênia.
ratificação dessas reivindicações territoriais, conhecidas como as doações de
O verso apresenta Cleópatra, com a
Um documento de papiro datado de Alexandria. Otaviano queria divulgá-la para fins de propaganda, mas os dois
fevereiro de 33 a.C. concedendo inscrição "CLEOPATR[AE]
cônsules, ambos partidários de seu rival, o censuraram da opinião REGINAE REGVM FILIORVM
isenções de impostos a uma pessoa
pública.[270][269] REGVM". A menção de seus filhos
no Egito e contendo a assinatura de
Cleópatra escrita por um no verso refere-se às doações de
Os dois entraram numa guerra acalorada de propaganda no final de 34 a.C. Alexandria[253][254]
funcionário, mas com "γινέσθωι"
(ginésthōi; lit. "faça
que duraria anos.[271][269][173][nota 51] Marco Antônio alegou que seu rival
acontecer"[262][263] ou "assim havia deposto ilegalmente Lépido de seu triunvirato e o impediu de levantar
seja"[264]) acrescentado em grego, tropas na Itália, enquanto Otaviano o acusou de detenção ilegal do rei da Armênia, casar-se com Cleópatra apesar
provavelmente pela própria mão da de ainda ser casado com sua irmã Otávia, e erroneamente alegar Cesarião como o herdeiro de César em vez de
rainha[262][263][264] si.[271][269] A ladainha de acusações e fofocas associadas a essa guerra de propaganda moldaram as percepções
populares sobre Cleópatra, desde a literatura do período até as várias mídias nos tempos modernos.[272][273]

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Dizia-se que ela fizera uma lavagem cerebral em seu amante com bruxaria e feitiçaria e era tão perigosa quanto a Helena de Homero, que destruiu a
civilização.[274] Plínio, o Velho, afirma em sua História Natural que Cleópatra uma vez dissolveu uma pérola no valor de dezenas de milhões de
sestércios em vinagre apenas para ganhar uma aposta num jantar.[275] A acusação de que Antônio havia roubado livros da Biblioteca de Pérgamo
para reabastecer a Biblioteca de Alexandria acabou sendo uma confissão admitida por Caio Calvísio Sabino.[276]

Um documento de papiro datado de fevereiro de 33 a.C., mais tarde usado para embrulhar uma múmia, contém a assinatura da rainha,
provavelmente escrita por um funcionário autorizado a assinar por ela.[262][263] Ela versa sobre certas isenções fiscais no Egito concedidas a Quinto
Cecílio ou Públio Canídio Crasso,[nota 52] um ex-cônsul romano e confidente de Antônio que comandaria suas forças terrestres em Áccio.[277][263] Um
subscrito em caligrafia diferente na parte inferior do papiro diz "faça acontecer"[277][263] ou "assim seja"[264] (em grego clássico: γινέσθωι;
romaniz.:ginésthōi);[nota 53] trata-se provavelmente da assinatura da rainha, pois era prática ptolemaica rubricar documentos para evitar
falsificação.[277][263]

Batalha de Áccio
Num discurso ao Senado no primeiro dia de seu consulado em 1 de janeiro de 33 a.C., Otaviano acusou Antônio
de tentar subverter as liberdades e a integridade territorial como escravo de uma rainha oriental.[278] Antes do
imperium conjunto de ambos os líderes expirar em 31 de dezembro, Antônio declarou Cesarião como o
verdadeiro herdeiro de César, na tentativa de minar Otaviano.[278] Em 1 de janeiro de 32 a.C., seus partidários
Caio Sósio e Cneu Domício Enobarbo foram eleitos cônsules.[277] Em 1 de fevereiro, Sósio proferiu um discurso
ardente condenando Otaviano, agora um cidadão privado sem cargo público, e apresentou leis contra
ele.[277][279] Durante a próxima sessão senatorial, Otaviano entrou na casa do Senado com guardas armados e
apresentou suas próprias acusações contra os cônsules.[277][280] Intimidados por esse ato, os cônsules e mais de
200 senadores ainda apoiando Antônio fugiram de Roma no dia seguinte para se juntar a ele.[277][280][281]

Antônio e Cleópatra viajaram juntos para Éfeso em 32 a.C., onde ela lhe forneceu 200 dos 800 navios da marinha
que conseguiu adquirir.[277] Enobarbo, cauteloso de confirmar a propaganda de Otaviano ao público, tentou
convencer Antônio a excluir Cleópatra da campanha contra seu adversário.[282][283] Públio Canídio Crasso fez o
contra-argumento de que a rainha estava financiando o esforço de guerra e era uma monarca
competente.[282][283] Cleópatra recusou os pedidos de seu parceiro de que voltasse ao Egito, julgando que, ao
Um busto de Augusto reconstruído
bloquear Otaviano na Grécia, poderia mais facilmente defender o Egito.[282][283] A insistência da rainha em se como um Otaviano mais jovem,
envolver na batalha pela Grécia levou a deserções de romanos importantes, como Enobarbo e Lúcio Munácio datado de c. 30 a.C.
Planco.[282][280]

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Durante a primavera de 32 a.C., Antônio e Cleópatra viajaram para Atenas, onde ela o convenceu a enviar a Otávia uma declaração oficial de
divórcio.[282][280][267] Isso encorajou Planco a aconselhar Otaviano de que deveria confiscar o testamento do rival, entregue às virgens
vestais.[282][280][269] Embora fosse uma violação dos direitos sagrados e legais, Otaviano adquiriu à força o documento do Templo de Vesta, e
tornou-se uma ferramenta útil na guerra de propaganda contra seus adversários no Egito.[282][269] Destacou partes do testamento, como Cesarião
sendo nomeado herdeiro de César, de que as Doações de Alexandria eram legais, que Antônio deveria ser enterrado ao lado de Cleópatra no Egito,
em vez de Roma, e que Alexandria seria feita a nova capital da República Romana.[284][280][269] Numa demonstração de lealdade a Roma, Otaviano
decidiu começar a construção de seu próprio mausoléu no Campo de Marte.[280] Sua posição legal também foi melhorada ao ser eleito cônsul no ano
seguinte.[280] Com a vontade de Antônio tornada pública, Otaviano teve seu casus belli, e Roma declarou guerra a Cleópatra,[284][285][286] não ao
comandante.[nota 54] O argumento legal para a guerra se baseava menos nas aquisições territoriais de Cleópatra, com antigos territórios romanos
governados por seus filhos com Antônio, e mais no fato de que ela estava fornecendo apoio militar a um cidadão privado agora que a autoridade
triunviral dele havia expirado.[287]

O casal possuía uma frota maior do que Otaviano, mas suas tripulações da marinha não eram todas
bem treinadas, algumas talvez de navios mercantes, enquanto o inimigo possuía uma força
totalmente profissional.[288][283] Antônio queria atravessar o Mar Adriático e bloquear Otaviano
em Tarento ou Brundísio,[289] mas a rainha, preocupada principalmente com a defesa do Egito,
anulou a decisão de atacar a Itália diretamente.[290][283] Antônio e Cleópatra estabeleceram sua
sede de inverno em Patras, na Grécia, e na primavera de 31 a.C. moveram-se para Áccio, no lado
sul do Golfo Ambraciano.[290][289]

O casal tinha o apoio de vários reis, mas a rainha já havia entrado em conflito com Herodes, e um
Na esquerda, um tetradracma de prata de Cleópatra
terremoto na Judeia deu a ele uma desculpa para ausentar-se da campanha.[291] Também
cunhado em Selêucia Piéria, Síria. Na direita, um
tetradracma de prata da rainha cunhado em perderam o apoio de Malico I, o que provaria ter consequências estratégicas.[292] Perderam várias
Ascalão, Israel
escaramuças contra Otaviano em torno de Áccio durante o verão de 31 a.C., enquanto as deserções
no campo de seu adversário continuaram, incluindo Délio,[292] companheiro de longa data, e os
reis aliados Amintas da Galácia e Deiótaro da Paflagônia.[292] Enquanto alguns no campo de Antônio sugeriram abandonar o conflito naval para
recuar para o interior, Cleópatra pediu um confronto naval, para manter a frota de Otaviano longe do Egito.[293]

Em 2 de setembro de 31 a.C., as forças navais de Otaviano, lideradas por Marco Vipsânio Agripa, encontraram as de Antônio e Cleópatra na Batalha
de Áccio.[293][289][285] Cleópatra, a bordo de sua capitânia, a Antonias, comandava 60 navios na foz do Golfo Ambraciano, na parte traseira da frota,
no que provavelmente foi um movimento dos oficiais de Antônio para marginalizá-la durante a batalha.[293] Antônio ordenou que seus navios
tivessem velas a bordo para uma melhor chance de perseguir ou fugir do inimigo, que Cleópatra, sempre preocupada em defender o Egito, usava
para se mover rapidamente pela área de combate em uma retirada estratégica para o Peloponeso.[294][295][296] Burstein relatou que os escritores
romanos partidários acusariam Cleópatra de covardemente abandonar Antônio, mas sua intenção original de manter as velas a bordo pode ter sido

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quebrar o bloqueio e salvar o máximo possível de sua frota.[296] Antônio a seguiu e embarcou em seu navio, identificado por suas velas roxas
distintas, quando os dois escaparam da batalha e dirigiram-se para Tênaro.[294] Antônio teria evitado Cleópatra durante essa viagem de três dias, até
que as damas dela em Tênaro o instaram ao diálogo.[297] A Batalha de Áccio prosseguiu sem os dois até a manhã de 3 de setembro e foi seguida por
deserções maciças de oficiais, tropas e reis aliados para o lado de Otaviano.[297][295][298]

Queda e morte
Enquanto Otaviano ocupava Atenas, Antônio e Cleópatra desembarcaram em Paretônio, no Egito.[297][301] O
casal seguiu caminhos separados, o romano foi a Cirene para levantar mais tropas e a rainha egípcia navegou até
o porto de Alexandria, numa tentativa enganosa de retratar as ações na Grécia como uma vitória.[297] Também é
incerto se, naquele momento, ela realmente executou Artavasdes II e enviou sua cabeça ao rival, Artavasdes I de
Atropatene, na tentativa de estabelecer uma aliança com ele.[302][303]

Lúcio Pinário, governador de Cirene nomeado por Marco Antônio, recebeu a notícia de que Otaviano venceu a
Batalha de Áccio antes que os mensageiros de seu comandante chegassem à sua corte.[302] Pinário mandou
executar esses mensageiros e depois desertou para o lado de Otaviano, entregando-lhe as quatro legiões sob seu Uma pintura romana da Casa de
comando que Antônio desejava comandar.[302] Quase cometeu suicídio depois de ouvir essas notícias, mas foi José II em Pompeia, no início do
interrompido por seus funcionários.[302] Em Alexandria, construiu um chalé recluso na ilha de Faros, que século I d.C., provavelmente
apelidou de Timoneu, em homenagem ao filósofo Timão de Atenas, famoso por seu cinismo e misantropia.[302] representando Cleópatra, usando
Herodes, que havia aconselhado pessoalmente Antônio após a batalha a trair Cleópatra, viajou para Rodes para seu diadema real, consumindo
veneno num ato de suicídio,
encontrar Otaviano e renunciar à sua realeza por lealdade ao outro.[304] Otaviano ficou impressionado com seu
enquanto seu filho Cesarião,
discurso e senso de lealdade, então permitiu que ele mantivesse sua posição na Judeia, isolando ainda mais o também usando um diadema real,
casal adversário.[304] está atrás dela[299][300]

Cleópatra talvez tenha começado a ver seu companheiro como um passivo no final do verão de 31 a.C., quando
preparava-se para deixar o Egito para seu filho Cesarião.[305] Planejava abrir mão de seu trono, levando sua frota do Mediterrâneo para o Mar
Vermelho e partindo para um porto estrangeiro, talvez na Índia, onde poderia passar um tempo se recuperando.[305][303] No entanto, esses planos
foram finalmente abandonados quando Malico I, como aconselhado pelo governador de Otaviano na Síria, Quinto Délio, conseguiu queimar a frota
de Cleópatra em vingança por suas perdas numa guerra com Herodes que a rainha egípcia havia em grande parte iniciado.[305][303] Cleópatra não
tinha outra opção senão ficar no Egito e negociar com seu inimigo.[305] Embora muito provavelmente tenha propaganda pró-otaviana, foi relatado
que, naquele momento, Cleópatra começou a testar a força de vários venenos em prisioneiros e até mesmo em seus próprios servos.[306]

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Fez com que Cesarião entrasse na categoria do efebo, que, juntamente com os relevos de uma estela de Copto,
datada de 21 de setembro de 31 a.C., demonstravam que a rainha estava agora preparando seu filho para tornar-
se o único governante do Egito.[307] Numa demonstração de solidariedade, Antônio também fez com que Marco
Antônio Antilo, seu filho com Fúlvia, entrasse no efebo ao mesmo tempo.[305] Mensagens separadas de ambos
foram então enviadas para Otaviano, ainda estacionado em Rodes, embora este pareça ter respondido apenas a
egípcia.[306] Cleópatra solicitou que seus filhos herdassem o Egito e que o amante pudesse viver exilado no país,
oferecendo dinheiro no futuro e enviando imediatamente presentes luxuosos.[306][303] Otaviano enviou seu
diplomata Tirso ao Egito depois que ela ameaçou se queimar junto com vastas quantidades de seu tesouro dentro
de uma tumba já em construção.[308] Tirso aconselhou-a a matar seu parceiro para que sua vida fosse poupada,
mas quando Antônio suspeitou da má intenção, mandou açoitar esse diplomata e mandá-lo de volta ao seu
A Morte de Cleópatra (1658), de inimigo sem acordo.[309]
Guido Cagnacci
Após longas negociações que finalmente não deram resultado, Otaviano decidiu invadir o Egito na primavera de
30 a.C.,[310] parando em Ptolemais da Fenícia, onde seu novo aliado Herodes forneceu suprimentos ao
exército.[311] O romano mudou-se para o sul e rapidamente tomou Pelúsio, enquanto Caio Cornélio Galo, marchando para o leste a partir de Cirene,
derrotou as forças de Antônio perto de Paretônio.[312][313] Otaviano avançou rapidamente para Alexandria, mas seu rival retornou e conquistou uma
pequena vitória sobre as tropas cansadas do invasor fora do hipódromo da cidade.[312][313] No entanto, em 1 de agosto daquele ano, sua frota naval
rendeu-se a Otaviano, seguida por sua cavalaria.[312][295][314] Cleópatra se escondeu numa tumba com seus subordinados próximos, enviando uma
mensagem a Antônio de que havia cometido suicídio.[312][315][316] Em desespero, ele respondeu a isso esfaqueando-se no estômago e tirando a
própria vida aos 53 anos.[312][295][303] Segundo Plutarco, ainda estava morrendo quando levado para a rainha em sua tumba, dizendo que morreu
honrosamente e que ela podia confiar no companheiro de Otaviano, Caio Proculeio, mais do que qualquer outra pessoa em sua comitiva.[312][317][318]
Foi Proculeio, no entanto, que se infiltrou na tumba usando uma escada e deteve a rainha, negando-lhe a capacidade de se queimar com o
tesouro.[319][320] Cleópatra foi então autorizada a embalsamar e enterrar seu parceiro dentro de sua tumba antes de ser escoltada ao palácio.[319][303]

Otaviano entrou em Alexandria, ocupou o palácio e apreendeu os três filhos mais novos da rainha.[319][321] Quando encontrou-se com o magistrado,
ela disse abruptamente que "eu não serei conduzida num triunfo" (em grego clássico: οὑ θριαμβεύσομαι; romaniz.:ou thriambéusomai), de acordo
com Tito Lívio, um raro registro de suas palavras exatas.[322][323] Ele prometeu que a manteria viva, mas não deu explicações sobre seus planos
futuros para o reino dela.[324] Quando uma espiã a informou que Otaviano planejava mudar ela e seus filhos para Roma em três dias, ela se preparou
para o suicídio, pois não tinha a intenção de desfilar num triunfo romano como sua irmã Arsinoe IV.[324][295][303] Não está claro se o suicídio de
Cleópatra em 30 de agosto, aos 39 anos, ocorreu dentro do palácio ou de seu túmulo.[325][326] Dizem que ela estava acompanhada por seus servos
Eiras e Carmião, que também tiraram suas próprias vidas.[324][327] Dizia-se que Otaviano ficou irritado com esse resultado, mas a enterrou de
maneira real ao lado de Antônio em seu túmulo.[324][328][329] O médico Olimpo não explicou a causa da morte, embora a crença popular é que ela
permitiu que uma víbora, ou cobra egípcia, a mordesse e envenenasse.[330][331][303] Plutarco relata esse conto, mas sugere que um implemento

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(κνῆστις, knêstis, lit. 'espinho, ralador') foi usado para introduzir a toxina por arranhões, enquanto
Dião diz que ela injetou o veneno com uma agulha (βελόνη, belónē) e Estrabão argumentou por uma
pomada de algum tipo.[332][331][333][nota 55] Nenhuma cobra venenosa foi encontrada em seu corpo,
mas ela tinha pequenas feridas no braço que poderiam ter sido causadas por uma
agulha.[330][333][329]

Cleópatra decidiu, em seus últimos momentos, enviar Cesarião para o Alto Egito, talvez com planos
de fugir para a Núbia cuxita, Etiópia ou Índia.[334][335][313] Cesarião, agora Ptolemeu XV, reinaria por
meros de 18 dias até ser executado por ordem de Otaviano em 29 de agosto de 30 a.C., depois de
retornar a Alexandria sob o falso pretexto de que o romano permitiria que ele fosse
rei.[336][337][338][nota 3] Estava convencido pelo conselho do filósofo Ário Dídimo de que havia espaço
para apenas um César no mundo.[339][nota 56] Com a queda do Reino Ptolemaico, foi estabelecida a
província romana do Egito,[340][295][341][nota 57] marcando o fim do período A Morte de Cleópatra (1796–1797), por Jean-
helenístico. [342][343][nota 7] Em janeiro de 27 a.C., Otaviano foi renomeado Augusto ("majestoso") e Baptiste Regnault
acumulou poderes constitucionais que o estabeleceram como o primeiro imperador romano,
inaugurando a era do Principado do Império Romano.[344]

Reino e papel como monarca


Seguindo a tradição dos governantes da Macedônia, Cleópatra governou o Egito e outros territórios como Chipre
como um monarca absoluto, servindo como o único legislador de seu reino.[345] Era a principal autoridade
religiosa, presidindo cerimônias religiosas dedicadas às divindades das religiões politeístas egípcia e grega.[346]
Ela supervisionou a construção de vários templos para os deuses egípcios e gregos,[347] uma sinagoga para os
judeus no Egito, e até construiu o Cesareu de Alexandria, dedicado ao culto de seu patrono e amante Júlio
César.[348][349] Cleópatra estava diretamente envolvida nos assuntos administrativos de seu domínio,[350]
Cleópatra em uma moeda de 40
enfrentando crises como a fome, ordenando que os celeiros reais distribuíssem comida à população faminta
dracmas de 51 a 30 aC, cunhada
durante uma seca no início de seu reinado.[351] Embora a economia de comando que ela administrava fosse mais
em Alexandria; no anverso, há um
ideal do que real,[352] o governo tentou impor controles de preços, tarifas e monopólios estatais para certos bens, relevo dela usando um diadema; no
taxas de câmbio fixas para moedas estrangeiras e leis rígidas que obrigavam os camponeses a permanecer em verso, frase com a inscrição
"ΒΑΣΙΛΙΣΣΗΣ ΚΛΕΟΠΑΤΡΑΣ",
com uma águia em pé sobre um
raio

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suas aldeias durante as épocas de plantio e colheita.[353][354][355]


Aparentes problemas financeiros a levaram a rebaixar suas cunhagens, que
incluíam moedas de prata e bronze, mas nenhuma de ouro como as de alguns de seus distantes predecessores ptolemaicos.[356]

Legado

Filhos e sucessores
Após o suicídio, os três filhos sobreviventes da rainha, Cleópatra Selene II, Alexandre Hélio e
Ptolemeu Filadelfo, foram enviados para Roma com a irmã do imperador romano, Otávia Júlia,
ex-esposa de Antônio, como guardiã.[361][362] Cleópatra Selene II e Alexandre Hélio estavam
presentes no triunfo romano de Otaviano em 29 a.C..[361][238] Os destinos de ambos são
desconhecidos após esse ponto.[361][238] Otávia organizou o noivado de Cleópatra Selene II para
Juba II, filho de Juba I, cujo reino norte-africano da Numídia havia sido transformado em uma
província romana em 46 a.C. por Júlio César, devido ao apoio de Juba I a Pompeu.[363][362][321]
O imperador Augusto instalou Juba II e Cleópatra Selene II, após o casamento em 25 a.C., como
Esquerda: Uma cabeça romana de Cleópatra ou sua os novos governantes da Mauritânia, onde transformaram a antiga cidade cartaginesa de Iol em
filha Cleópatra Selene II, rainha da Mauritânia, do final sua nova capital, renomeada Cesareia na Mauritânia (atual Cherchell, Argélia).[363][238] A filha
do século I a.C., localizada no Museu Arqueológico de
da rainha importou muitos estudiosos, artistas e conselheiros importantes da corte real de sua
Cherchell, Argélia.[232][357][358][nota 47] Direita: Uma
mãe em Alexandria para servi-la em Cesareia, agora permeada pela cultura grega
provável representação de Selene II, usando um
escalpo de elefante, elevada numa imagem em relevo
helenística.[364] Também nomeou seu filho Ptolemeu da Mauritânia, em homenagem à sua
em um prato de prata pintado de dourado no Tesouro de herança dinástica ptolemaica.[365][366]
Boscoreale, datada do início do
século I d.C.[359][360][nota 58] Cleópatra Selene II morreu por volta de 5 a.C., e quando Juba II morreu em 23/24 d.C., foi
sucedido por seu filho Ptolemeu.[365][367] No entanto, este foi finalmente executado pelo
imperador Calígula em 40 d.C., talvez sob o pretexto de que Ptolemeu cunhou ilegalmente sua
própria moeda real e utilizou regalias reservadas ao imperador romano.[368][369] Ptolemeu da Mauritânia foi o último monarca conhecido da
dinastia ptolemaica, embora a rainha Zenóbia do Império de Palmira, em sua curta vida durante a crise do terceiro século, reivindicasse
descendência de Cleópatra.[370][371] Um culto dedicado à rainha ainda existia em 373 d.C. quando Petesenufe, um escriba egípcio do livro de Ísis,
explicou que ele "revestia a figura de Cleópatra com ouro."[372]

Literatura romana e historiografia

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Embora quase 50 obras antigas da historiografia romana mencionem Cleópatra, estas incluem, em geral,
apenas relatos breves da Batalha de Áccio, seu suicídio e a propaganda augustana sobre suas deficiências
pessoais.[374] Apesar de não se tratar de uma biografia sua, Vida de Antônio, escrita por Plutarco no
século I d.C., fornece o relato mais completo da vida da rainha.[375][376][377] Plutarco viveu um século depois
de Cleópatra, mas baseou-se em fontes primárias, como Filotas de Anfissa, que teve acesso ao palácio real
ptolemaico; Olimpo, seu médico pessoal; e Quinto Délio, confidente pessoal dela e de Marco Antônio.[378] A
obra de Plutarco incluía tanto a visão augustana — que se tornou canônica para seu período — como também
fontes fora desta tradição, como relatos de testemunhas oculares.[375][377] O historiador judeu romano Flávio Cleópatra testando venenos em
Josefo, escrevendo no século I d.C., fornece informações valiosas sobre a vida dela através da relação criminosos (1887) de Alexandre
diplomática com Herodes, o Grande. [379][380] Contudo, esta obra baseia-se em grande parte nas memórias Cabanel[373]
de Herodes e no relato enviesado de Nicolau de Damasco, tutor dos filhos de Cleópatra em Alexandria antes
de ter se mudado à Judeia para servir como conselheiro e cronista na corte do rei de Israel.[379][380] A
História Romana publicada pelo oficial e historiador Dião Cássio no início do século III, apesar de não compreender totalmente as complexidades
do mundo helenístico tardio, ainda fornece uma história contínua da época do reinado de Cleópatra.[379]

Cleópatra quase não é mencionada na obra De Bello Alexandrino, as memórias de um funcionário desconhecido que serviu sob
César.[383][384][385][nota 59] Os escritos de Cícero, que a conheceu pessoalmente, fornecem um retrato desabonador da rainha.[383] Os autores do
período augustano Virgílio, Horácio, Propércio e Ovídio perpetuaram as visões negativas dela sancionadas pelo regime romano no poder,[383][386]
embora Virgílio a tenha estabelecido como uma figura de romance e melodrama épico.[387][nota 60] Horácio também viu o suicídio como um escolha
positiva,[388][386] uma ideia que encontrou aceitação na Baixa Idade Média com Geoffrey Chaucer.[389][390] Os historiadores Estrabão, Veleio,
Valério Máximo, Plínio, o Velho e Apiano, embora não apresentem relatos tão completos como os de Plutarco, Josefo ou Dião, fornecem detalhes de
sua vida que não sobreviveram em outros registros históricos.[383][nota 61] Inscrições em moedas ptolemaicas contemporâneas e em alguns papiros
egípcios demonstram o ponto de vista de Cleópatra, mas este material é muito limitado em comparação às obras literárias romanas.[383][391][nota 62]
A obra fragmentária Libyka, encomendada por Juba II, genro de Cleópatra, fornece uma amostra de um possível conjunto de materiais
historiográficos que poderia amparar a perspectiva dela.[383]

O sexo de Cleópatra talvez tenha levado à sua representação como uma figura menor, quando não insignificante, nas historiografias antiga, medieval
e até mesmo moderna sobre o Egito antigo e o mundo greco-romano.[392] Por exemplo, o historiador Ronald Syme afirmou que ela era de pouca
importância para César e que a propaganda de Otaviano aumentou excessivamente sua importância.[392] Embora a visão comum que se tinha dela

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fosse a de uma sedutora prolífica, ela teve apenas dois parceiros sexuais conhecidos, César e Antônio, os dois romanos
mais ilustres da época e aqueles que mais provavelmente garantiriam a sobrevivência de sua dinastia.[393][394] Plutarco
a descreveu como possuidora de forte personalidade e sagacidade encantadora ao invés de beleza
física.[395][16][396][nota 63]

Representações culturais

Representações na arte antiga

Estátuas
Cleópatra foi retratada em diversas obras de arte antigas, tanto no estilo egípcio, como nos estilos greco-helenístico e Uma estátua romana em
romano.[2] Trabalhos que sobreviveram aos dias atuais incluem estátuas, bustos, relevos e moedas cunhadas,[2][373] mármore de Cleópatra
assim como camafeus antigos,[399] como um que retrata a rainha e Marco Antônio no estilo helenístico, atualmente usando um diadema e um
localizado no Museu Antigo de Berlim.[1] Imagens contemporâneas foram produzidas tanto dentro como fora do Egito "penteado de melão" similar
ao utilizado em retratos de
Ptolemaico. Por exemplo, já existiu uma grande estátua folheada a bronze dentro do Templo da Vênus Genetrix em
moedas, encontrada na Via
Roma, a primeira vez que alguém vivo teve sua estátua colocada ao lado da de uma divindade num templo
Cássia perto da Tomba di
romano.[3][184][400] Foi erigida por César e permaneceu no edifício até, pelo menos, o século III, sua preservação Nerone, em Roma, e
devendo-se, talvez, ao mecenato de César, embora Augusto não tivesse removido ou destruído obras de arte em situada agora no Museu
Alexandria que a retratassem.[401][402] Pio-Clementino[1][381][382]

No que diz respeito ao estatuário romano, uma estátua em tamanho real no estilo romano foi encontrada perto da
Tomba di Nerone, em Roma, perto da Via Cássia, e atualmente está no Museu Pio-Clementino.[1][381][382] Plutarco, em sua Vida de Antônio,
afirmou que as estátuas públicas de Marco Antônio foram demolidas por Augusto, mas as de Cleópatra foram preservadas após sua morte graças a
seu amigo Arquíbio, que pagou 2 mil talentos ao imperador para dissuadi-lo de destruí-las.[403][372][328]

Desde os anos 1950, estudiosos têm debatido se a Vênus Esquilina — encontrada em 1874 no Monte Esquilino em Roma e situada no Palazzo dei
Conservatori dos Museus Capitolinos — é uma representação de Cleópatra, baseando-se nas características do penteado e da face, no diadema real
visível sobre a cabeça e no ureu da naja-egípcia enrolado na base.[398][404][405] Críticos desta teoria argumentam que a face desta estátua é mais
magra do que a face no busto de Berlim e afirmam que é improvável que ela fosse retratada como a deusa nua Vênus (ou a grega

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Afrodite).[398][404][405]Contudo, ela foi retratada numa estátua egípcia como a deusa Ísis,[406] enquanto algumas
de suas moedas retrataram-na como Vênus-Afrodite.[407][408] Ela também se vestiu como Afrodite ao encontrar-se
com Marco Antônio em Tarso.[205] Via de regra, crê-se que a Vênus Esquilina seja uma cópia romana de metade do
século I d.C. de um original grego do século I a.C. da escola de Pasíteles.[404]

Cunhagem
Moedas de seu reino que sobreviveram aos dias atuais incluem amostras de cada
ano do reinado, de 51 a 30 a.C.[409] Cleópatra, a única rainha ptolemaica a
emitir moedas em seu próprio nome, quase que certamente inspirou seu
parceiro César a se tornar o primeiro romano vivo a expor o rosto em suas
próprias moedas.[407][nota 64] Foi também a primeira rainha estrangeira a ter
Cleópatra e Marco Antônio, no
sua imagem nas moedas da Roma antiga.[410] Moedas que datam do período de
anverso e no reverso, seu casamento com Marco Antônio, que também trazem a imagem deste,
Esquerda: uma estátua egípcia
respectivamente, de um retratam a rainha como tendo um nariz aquilino e queixo proeminente assim
de Arsínoe II ou de Cleópatra
tetradracma de prata cunhada na como o de seu marido.[3][411] Estas características faciais similares seguiam uma como uma deusa egípcia em
casa da moeda de Antioquia em 36 convenção artística que representava a harmonia mútua de um casal real.[3][2] basalto preto da primeira
a.C., com lendas gregas:
Suas feições fortes, quase masculinas, nestas moedas específicas são metade do século I a.C.,[397]
BACIΛΙCCA KΛΕΟΠΑΤΡΑ ΘΕΑ
notavelmente diferentes de suas imagens mais suaves e, talvez, idealizadas localizada no Museu Hermitage,
ΝΕΩΤΕΡΑ, ANTΩNIOC
AYTOKPATΩP TPITON TPIΩN esculpidas nos estilos egípcio ou helenístico.[2][412][413] Suas feições masculinas em São Petersburgo. Direita: a
em moedas cunhadas são similares às de seu pai, Ptolemeu XII Auleta,[414][114] e Vênus Esquilina, uma estátua
ANΔPΩN
romana ou egípcio-helenística
talvez também às de sua ancestral ptolemaica Arsínoe II (316–260 a.C.)[2][415] e
de Vênus (Afrodite) que talvez
até mesmo representações de rainhas anteriores, como Hatexepsute e seja uma representação de
Nefertiti. [413] É provável que, em razão de conveniência política, o semblante de Antônio tenha sido conformado Cleópatra,[398] situada nos
não apenas ao dela, mas também aos dos ancestrais greco-macedônios da rainha que fundaram a dinastia Museus Capitolinos, em Roma
ptolemaica, com o objetivo de familiarizá-lo aos súditos de Cleópatra como um membro legítimo da casa real.[2]

As inscrições nas moedas estão em grego, mas também no caso nominativo das moedas romanas, e não no caso genitivo das moedas gregas, além de
ter as letras colocadas de maneira circular ao longo das bordas, em vez de horizontalmente ou verticalmente, como era habitual para as gregas.[2]
Essas facetas de sua cunhagem representam a síntese da cultura romana e helenística, e talvez também uma afirmação de seus súditos, ainda que
ambíguos aos estudiosos modernos, sobre a superioridade de Antônio ou Cleópatra sobre o outro.[2] Diana Kleiner argumenta que Cleópatra, em
uma de suas moedas cunhada com a dupla imagem de seu marido Antônio, se mostrava mais masculina do que outros retratos e mais como uma

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rainha cliente romana aceitável do que como uma governante helenística.[412] A rainha realmente alcançou esse olhar masculino em cunhagem
anterior a seu caso com Antônio, como as moedas cunhadas na forja de Ascalão durante seu breve período de exílio na Síria e no Levante, que Joann
Fletcher explicou como sua tentativa de parecer com o pai e como sucessora legítima de um governante ptolemaico masculino.[114][416]

Várias moedas, como um tetradracma de prata cunhado algum tempo após o casamento com Antônio em 37 a.C., retratam ela usando um diadema
real e um penteado de "melão".[3][416] A combinação deste penteado com um diadema também é destaque em duas esculturas de cabeça de mármore
sobreviventes.[417][373][418][nota 65] Esse penteado, com o cabelo trançado em um coque, é o mesmo usado pelos ancestrais ptolemaicos Arsínoe II e
Berenice II em suas próprias moedas.[3][419] Depois de sua visita a Roma em 46-44 a.C., tornou-se moda para as mulheres adotá-lo como um de seus
penteados, mas foi abandonado por uma aparência mais modesta e austera durante o governo conservador de Augusto.[3][417][418]

Bustos e cabeças greco-romanas


Dos bustos e cabeças de Cleópatra em estilo greco-romano,[nota 66] a escultura conhecida como
"Cleópatra de Berlim", localizada na coleção Antikensammlung Berlin no Museu Altes, possui o
nariz completo, enquanto a cabeça conhecida como "Cleópatra do Vaticano" , localizada nos museus
do Vaticano, está danificada com a falta do órgão.[420][421][422][nota 67] Tanto a Cleópatra de Berlim
quanto a do Vaticano têm diademas reais, características faciais semelhantes, e outrora talvez
parecessem com o rosto de sua estátua de bronze alojada no Templo da Vênus
Genetrix.[421][423][422][nota 68] Ambas as cabeças datam de meados do século I a.C. e foram
encontradas em vilas romanas ao longo da Via Ápia, na Itália, tendo sido desenterrada a do
Vaticano na Villa dos Quintílios.[3][420][422][nota 69] Francisco Pina Polo escreveu que a cunhagem
certamente apresenta a imagem dela e afirma que o retrato esculpido da cabeça de Berlim é Uma antiga escultura romana de cabeça,
(ca. 50–30 a.C.), atualmente no Museu Britânico de
confirmada com um perfil semelhante com o cabelo puxado para trás em um coque, um diadema e
Londres, retratando uma mulher do Egito
um nariz adunco.[424] Um terceiro busto esculpido da rainha, aceito pelos estudiosos como ptolemaico; a rainha ou um membro de sua
autêntico, sobrevive no Museu Arqueológico de Cherchell, na Argélia.[402][357][358] Tal cabeça comitiva durante sua visita de 46 a 44 a.C. a Roma
apresenta o diadema real e características faciais semelhantes às de Berlim e do Vaticano, mas tem com seu amante Júlio César[417]
um penteado mais exclusivo e pode representar na realidade Cleópatra Selene II, sua
filha.[358][425][232][nota 47] Uma possível escultura em mármore pariano de Cleópatra, com um cocar
de abutre no estilo egípcio, está localizada nos Museus Capitolinos.[426] Descoberto perto de um santuário de Ísis em Roma e datado do século I a.C.,
é de origem romana ou helenística-egípcia.[427]

Outras possíveis representações esculpidas de Cleópatra incluem uma no Museu Britânico, em Londres, feita de calcário, que talvez represente
apenas uma mulher em sua comitiva durante viagem a Roma.[1][417] A mulher desse busto tem traços faciais semelhantes a outros (incluindo o nítido
nariz aquilino), mas não possui um diadema real e ostenta um penteado diferente.[1][417] No entanto, a cabeça do Museu Britânico, uma vez
pertencente a uma estátua completa, poderia representá-la em um estágio diferente de sua vida e também pode adulterar um esforço da rainha para
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descartar o uso de insígnias reais (ou seja, o diadema) para tornar-se mais atraente aos cidadãos da Roma republicana.[417] Duane W. Roller
especula que a cabeça do Museu Britânico, juntamente com as do Museu Egípcio no Cairo, a dos Museus Capitolinos e a coleção particular de
Maurice Nahmen, embora tenha características faciais e penteados semelhantes aos do busto de Berlim, mas sem um diadema real, provavelmente
representa membros da corte real ou mesmo mulheres romanas imitando o penteado popular da egípcia.[428]

Vista de perfil da Cleópatra do Busto de meados do século I a.C. Busto de meados do Vista de perfil da Cleópatra de
Vaticano com um penteado de "melão" e século I a.C., com o mesmo Berlim
um diadema helenístico usado na penteado e um diadema
cabeça, atualmente nos Museus helenístico usado na cabeça,
Vaticanos[1][3][420] atualmente no Museu
Antigo[1][3][420]

Pinturas
Na Casa de Marco Fábio Rufo em Pompeia, uma pintura de parede da deusa Vênus, de meados do século I a.C., segurando um cupido perto das
enormes portas do templo, provavelmente é uma representação de Cleópatra como Vênus Genetrix com seu filho Cesarião.[404][429] A encomenda da
pintura provavelmente coincide com a montagem do Templo da Vênus Genetrix no Fórum de César, em setembro de 46 a.C., onde o templo tinha
uma estátua dourada representando Cleópatra.[404][429] Essa estátua provavelmente formou a base de suas representações tanto na arte esculpida
quanto na pintura de Pompeia.[404][430] A mulher da pintura usa um diadema real sobre a cabeça e é surpreendentemente semelhante à Cleópatra
do Vaticano, que exibe possíveis marcas no mármore na bochecha esquerda, onde o braço de um cupido pode ter sido
arrancado.[404][431][422][nota 70] A sala com a pintura foi murada pelo seu dono, talvez em reação à execução de Cesarião em 30 a.C. por ordem de
Otaviano, quando representações públicas do filho da rainha seriam desfavoráveis com o novo regime romano.[404][432] Em seu diadema de ouro,
coroado com uma joia vermelha, há um véu translúcido com rugas que sugere o penteado de "melão" preferido da rainha.[431][nota 71] Sua pele branca
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de marfim, rosto redondo, nariz aquilino longo e grandes olhos redondos eram
características comuns nas representações romanas e ptolemaicas de divindades.[431]
Roller afirma que "parece haver pouca dúvida de que essa é uma representação de
Cleópatra e Cesarião diante das portas do Templo de Vênus no Fórum de César e, como tal,
torna-se a única pintura contemporânea existente da rainha."[404]

Outra pintura de Pompeia, datada do início


do século I d.C. e localizada na Casa de
Uma pintura romana do Segundo Estilo na casa de Marco
Giuseppe II (José II), contém uma possível
Fábio Rufo em Pompeia, Itália, representando a rainha como
representação da rainha com seu filho
Vênus Genetrix e seu filho Cesarião como cupido, meados do
Cesarião, ambos usando diademas reais século I a.C.[404][429]
enquanto ela reclina e consome veneno em
um ato de suicídio.[299][300][nota 72]
Originalmente, pensava-se que a pintura representasse a nobre cartaginense Sofonisba, que no final
da Segunda Guerra Púnica (218–201 a.C.) bebeu veneno e cometeu suicídio a pedido de seu amante
Uma gravura em aço de John Sartain (1885),
Massinissa, rei da Numídia.[299] Os argumentos a favor da representação de Cleópatra incluem a forte
representando o agora perdido retrato da morte
da rainha, uma pintura encáustica descoberta
conexão de sua casa com a da família real dos Númidas, sendo Massinissa e Ptolemeu VIII Fiscão
em 1818 nas antigas ruínas romanas do templo associados, e a filha da egípcia casando-se com o príncipe númida Juba II.[299] Sofonisba também era
egípcio de Serápis na Vila Adriana, em Tivoli, uma figura obscura quando a pintura foi feita, enquanto o suicídio da rainha era muito mais
Lácio;[433] aqui ela é vista trajando a roupa atada famoso.[299] Uma víbora está ausente da pintura, mas muitos romanos acreditam que ela recebeu
de Ísis (correspondendo à descrição de Plutarco veneno de outra maneira que não uma picada de cobra.[436] Um conjunto de portas duplas na parede
em que usa as vestes da deusa),[434] bem como traseira da pintura, posicionada muito acima das pessoas, sugere o leiaute descrito de sua tumba em
a coroa radiante dos governantes ptolemaicos,
Alexandria.[299] Um servo segura a boca de um crocodilo egípcio artificial (possivelmente uma
como Ptolemeu V (retratado à direita num
elaborada alça de bandeja), enquanto outro homem parado está vestido como romano.[299]
dracma dourado cunhado em 204–203 a.C.)[435]

Em 1818, uma pintura encáustica, agora perdida, foi descoberta no Templo de Serápis, na Vila
Adriana, perto de Tivoli, Lácio, mostrando Cleópatra cometendo suicídio com uma mordida no peito nu.[433] Uma análise química realizada em 1822
confirmou que parte da pintura era composta de um terço de cera e dois terços de resina.[433] A espessura da pintura sobre a carne nua de Cleópatra
e sua roupagem eram semelhantes às pinturas dos retratos das múmias de Faium.[437] Uma gravura em aço feita por John Sartain em 1885,
representando a pintura descrita no relatório arqueológico mostra a rainha usando roupas e jóias autênticas do Egito no final do período
helenístico,[438] bem como a coroa radiante dos governantes ptolemaicos, como visto em seus retratos em várias moedas cunhadas durante seus
respectivos reinados.[435] Após o suicídio, Otaviano encomendou uma pintura a retratando sendo mordida por uma cobra, desfilando essa imagem
no lugar dela durante sua procissão triunfal em Roma.[437][334][310] A pintura em retrato da morte de Cleópatra talvez estava entre o grande número
de obras de arte e tesouros retirados de Roma pelo imperador Adriano para decorar sua casa, onde foi encontrada em um templo egípcio.[433][nota 73]

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Um painel romano em Herculano, Itália, datado do século I d.C., possivelmente a representa.[56][57]


Nele ela usa um diadema real, cabelos ruivos ou castanho-avermelhados puxados para trás em um
coque,[nota 74] grampos de cabelo cravejados de pérolas[439] e brincos com pingentes em forma de
bola, a pele branca de seu rosto e pescoço contra um fundo preto austero.[56] Seus cabelos e traços
faciais são semelhantes aos das esculturas de Berlim e do Vaticano, bem como suas moedas.[56] Um
busto pintado muito semelhante de uma mulher com uma faixa azul na Casa do Pomar de Pompeia
apresenta imagens no estilo egípcio, como uma esfinge no estilo grego, e pode ter sido criada pelo
mesmo artista.[56]
Afresco no Terceiro Estilo de Pompeia,
possivelmente representando Cleópatra, da Casa
Vaso de Portland
do Pomar em Pompéia, Itália, meados do
O Vaso de Portland, um vaso de vidro camafeu datado do período augustano e atualmente no Museu século I d.C.[56]
Britânico, inclui uma possível representação de Cleópatra com Antônio.[440][441] Nessa
interpretação, ela pode ser vista agarrando seu marido e puxando-o em sua direção enquanto uma
serpente (a víbora) se ergue entre suas pernas, Eros flutua acima, e Anton, o suposto ancestral da
família Antônia, olha em desespero quando seu descendente é levado à destruição.[440][442] O outro
lado talvez contenha uma cena de Otávia, abandonada por seu marido, mas vigiada por seu irmão, o
imperador Augusto.[440][442] O vaso teria sido criado não antes de 35 a.C., quando Antônio enviou
sua esposa romana de volta à Itália e ficou com a egípcia em Alexandria.[440]

Arte egípcia nativa


O Busto de Cleópatra no Museu Real de Ontário é uma representação esculpida em estilo
egípcio.[443] Datado de meados do século I a.C., é talvez a mais antiga representação como deusa e
faraó dominante.[443] A escultura também possui olhos pronunciados que compartilham
semelhanças com cópias romanas de obras de arte ptolemaicas.[444] O complexo do templo de
Dendera, perto da cidade homônima no Egito, contém imagens em relevo esculpidas em estilo nativo
nas paredes externas do Templo de Hator, representando Cleópatra e seu filho Cesarião como adulto Uma possível representação de Marco Antônio
e faraó dominante fazendo oferendas aos deuses.[445][446] Augusto teve seu nome inscrito após a sendo atraído por Cleópatra, montado em uma
serpente, enquanto Anton, seu suposto ancestral,
morte da rainha.[445][447]
olha e Eros voa acima
Pensa-se que uma grande estátua ptolemaica de basalto preto com 1,04 metro de altura, atualmente
no Hermitage de São Petersburgo, represente Arsínoe II, esposa de Ptolemeu II, mas análises
recentes indicaram que poderia representar sua descendente Cleópatra devido aos três ureus que adornavam seu cocar, um aumento em relação aos
dois usados por Arsínoe II para simbolizar seu domínio sobre o Baixo e Alto Egito.[403][399][397] A mulher na estátua de basalto também possui uma
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cornucópia dupla (dikeras) e dividida, que pode ser vista nas moedas de Arsínoe II e Cleópatra.[403][397] Em Kleopatra
und die Caesaren (2006), Bernard Andreae afirma que esta estátua de basalto, como outros retratos egípcios idealizados
da rainha, não contém traços faciais realistas e, portanto, pouco acrescenta ao conhecimento de sua
aparência.[448][nota 75] Adrian Goldsworthy escreveu que, apesar dessas representações no estilo tradicional egípcio, ela
teria se vestido como nativo "apenas para certos ritos" e, em vez disso, vestia-se como um monarca grego, o que incluiria
a tiara vista em seus bustos greco-romanos.[449]

Recepção medieval e moderna


Nos tempos modernos, tornou-se um ícone da cultura popular,[373] uma
reputação criada por representações teatrais que datam do Renascimento,
Cleópatra e seu filho além de pinturas e filmes.[451] Esse material ultrapassa largamente o
Cesarião no templo de
escopo e abrangência da historiografia existente sobre ela desde a
Dendera
antiguidade clássica, causando um impacto maior na visão do público até
então nunca visto.[452] O poeta inglês Geoffrey Chaucer do século XIV, em
A Lenda das Boas Mulheres, contextualizou a egípcia para o mundo cristão da Idade Média.[453] Sua
representação dela e de Marco Antônio, o brilhante cavaleiro envolto em amor cortês, tem sido
interpretado nos tempos modernos como uma sátira lúdica ou misógina.[453] No entanto, o poeta
destacou as relações dela com apenas dois homens como dificilmente a vida de uma sedutora e
escreveu suas obras parcialmente em reação à representação negativa de Cleópatra em De mulieribus O Banquete de Cleópatra (1744), de Giovanni
Battista Tiepolo, agora na National Gallery of
claris e De Casibus Virorum Illustrium, obras em latim do poeta italiano Giovanni Boccaccio.[454][390]
Victoria, Melbourne[450]
O humanista renascentista Bernardino Cacciante, em seu Libretto apologetico delle donne de 1504, foi
o primeiro italiano a defender a reputação dela e criticar a moral e misoginia percebidas nas obras de
Boccaccio.[455] Trabalhos da historiografia islâmica escritos em árabe cobriram seu reinado, como Os Prados de Ouro de Almaçudi,[456] embora sua
obra tenha afirmado erroneamente que Otaviano morreu logo após o suicídio de Cleópatra.[457]

Apareceu em miniaturas de manuscritos iluminados, como uma representação dela e Antônio deitado numa tumba em estilo gótico pelo Mestre de
Boucicaut em 1409.[389] Nas artes visuais, esculturas de Cleópatra como uma figura nua que cometeu suicídio começaram com os escultores Baccio
Bandinelli e Alessandro Vittoria, do século XVI.[458] As primeiras gravuras a representando incluem desenhos dos artistas renascentistas Rafael e
Michelangelo, bem como xilogravuras do século XV em edições ilustradas das obras de Boccaccio.[459]

Nas artes cênicas, a morte de Isabel I de Inglaterra em 1603 e a publicação alemã em 1606 de supostas cartas de Cleópatra inspiraram Samuel Daniel
a alterar e republicar sua peça Cleopatra de 1594 para 1607.[460] Posteriormente o Antônio e Cleópatra de William Shakespeare, amplamente
baseado em Plutarco, foi apresentado pela primeira vez em 1608 e forneceu uma visão um tanto obscena da egípcia, em contraste com a Rainha

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Virgem inglesa.[461]
Também foi destaque em óperas, como Giulio Cesare in Egitto (1724), de Georg Friedrich Händel, que retratava o caso amoroso
dela com César. [462]

Representações na contemporaneidade
Na Grã-Bretanha vitoriana, era altamente associada a muitos aspectos da cultura egípcia antiga e sua imagem era
usada para comercializar vários produtos domésticos, incluindo lâmpadas a óleo, litografias, cartões postais e
cigarros.[463] Romances ficcionais, como Cleopatra, de H. Rider Haggard, e Une nuit de Cléopâtre, de Théophile
Gautier, retratavam a rainha como uma oriental sensual e mística, enquanto Kleopatra, do egiptólogo Georg
Ebers, era mais fundamentada em precisão histórica.[463][464] Os dramaturgos francês Victorien Sardou e
irlandês George Bernard Shaw produziram peças sobre a rainha, enquanto espetáculos burlescos como Antony
and Cleopatra, de Francis Burnand, ofereceram representações satíricas que a conectava junto ao ambiente em
que vivia com a era moderna.[465] A obra de Shakespeare tornou-se canônica nesse período;[466] sua
popularidade levou à percepção de que uma pintura de Lawrence Alma-Tadema de 1885 representava o encontro
de Marco Antônio e sua amante numa embarcação em Tarso, embora o pintor tenha revelado numa carta privada
que retrata um encontro deles em Alexandria.[467] No conto inacabado Noites Egípcias (1825), Alexandre
Pushkin popularizou as alegações do historiador romano do século IV Sexto Aurélio Vítor, anteriormente
ignoradas, de que a rainha se prostituía por homens que pagavam sexo com suas vidas.[468][469] Também foi
apreciada fora do mundo ocidental e do Oriente Médio; o estudioso chinês Yan Fu da Dinastia Qing escreveu
uma extensa biografia dela.[470]
Elizabeth Taylor no épico de 1963
Cléopâtre, de Georges Méliès, um filme de terror mudo francês de 1899, foi o primeiro a representá-la como
personagem.[471] Os filmes de Hollywood do século XX foram influenciados pela mídia vitoriana, que ajudou a
moldar a personagem interpretada por Theda Bara em 1917, Claudette Colbert em 1934 e Elizabeth Taylor em 1963.[472] Além de seu retrato como
uma rainha "vampira", a Cleópatra de Bara também incorporou tropos familiares da pintura orientalista do século XIX, como comportamento
despótico, misturado com sexualidade feminina perigosa e aberta.[473] A personagem de Colbert serviu como uma modelo glamourosa para a venda
de produtos de temática egípcia em lojas de departamento na década de 1930, voltado para os espectadores do sexo feminino.[474] Em preparação
para o filme estrelado por Taylor, as revistas femininas do início dos anos 60 anunciavam como usar maquiagem, roupas, jóias e penteados para
obter a aparência "egípcia" semelhante às rainhas Cleópatra e Nefertiti.[475] No final do século XX, havia quarenta e três filmes separados, duzentas
peças e romances, quarenta e cinco óperas e cinco balés sobre ela.[476]

Obras escritas

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Enquanto os mitos sobre Cleópatra persistem na mídia popular, aspectos importantes de sua carreira passam despercebidos, como sua liderança nas
forças navais, atos administrativos e publicações sobre a medicina grega antiga.[374] Existem apenas fragmentos dos escritos médicos e cosméticos
atribuídos a ela, como os preservados por Cláudio Galeno, incluindo remédios para doenças capilares, calvície e caspa, juntamente com uma lista de
pesos e medidas para fins farmacológicos.[477][19][478] Aécio de Amida atribuiu uma receita de sabonete perfumado a Cleópatra, enquanto Paulo de
Égina preservou alegadas instruções para tingir e enrolar cabelos.[477] A atribuição de certos textos, no entanto, é questionada por Ingrid D.
Rowland, que destaca que a "Berenice chamada Cleópatra" citada pela médica romana do século III ou IV Metrodora provavelmente foi confundida
pelos estudiosos medievais como referência a Cleópatra.[479]

Ancestralidade
Cleópatra pertencia à dinastia grega macedônia dos ptolemeus,[8][480][481][nota 76] suas origens europeias
remontam ao norte da Grécia.[482] Por meio de seu pai, Ptolemeu XII Auleta, era descendente de dois
destacados companheiros de Alexandre, o Grande: o general Ptolemeu I Sóter, fundador da dinastia, e Seleuco I
Nicátor, fundador do Império Selêucida da Ásia Ocidental.[8][483][484][nota 77] Embora a linhagem paterna possa
ser rastreada através de seu pai, a identidade de sua mãe é desconhecida.[485][486][487][nota 78] Ela era
presumivelmente filha de Cleópatra Trifena (também conhecida como Cleópatra V ou VI),[nota 4] prima-
esposa[488] ou irmã de Ptolemeu XII.[13][486][489][nota 79]

Cleópatra I Sira foi o único membro da dinastia ptolemaica que se sabe ter introduzido alguma ascendência não
Esquerda: Um busto helenístico de
grega, sendo descendente de Apama, a esposa iraniana sogdiana de Seleuco.[490][491][nota 80] Acredita-se que os Ptolemeu I Sóter, agora no Louvre,
ptolemeus não se casaram com egípcios nativos.[40][492][nota 81] Michael Grant afirmou que há apenas uma Paris. À direita: busto de Seleuco I
amante egípcia conhecida de um Ptolemeu e nenhuma esposa egípcia conhecida, argumentando ainda que ela Nicátor, uma cópia romana de um
provavelmente não tinha ascendência egípcia e "se descreveria como grega". [490][nota 82] Stacy Schiff escreveu original grego, da Vila dos Papiros,
que Cleópatra era uma grega macedônia com alguma ascendência persa, argumentando que era raro os Herculano, e agora no Museu
Arqueológico Nacional de Nápoles
ptolemeus terem uma amante egípcia.[493][nota 83] Duane W. Roller especulou que ela poderia ter sido filha de
uma teórica, meio grega macedônia e meio-egípcia de Mênfis, no norte do Egito, pertencente a uma família de
sacerdotes dedicados a Ptá (uma hipótese comumente rejeitada na academia),[nota 84] mas afirma que, qualquer que seja sua ancestralidade, ela
valorizou mais sua herança grega.[494][nota 85] Ernle Bradford escreveu que a rainha desafiou Roma não como uma mulher egípcia, "mas como uma
grega civilizada".[495]

Alegações de que era uma filha ilegítima nunca apareceram na propaganda romana contra ela.[35][496][nota 86] Estrabão foi o único historiador antigo
que afirmou que os filhos de Ptolemeu XII nascidos depois de Berenice IV, incluindo Cleópatra, eram ilegítimos.[35][496][497] Cleópatra V (ou VI) foi
expulsa da corte do faraó no final de 69 a.C., alguns meses após o nascimento de Cleópatra, enquanto os três filhos mais novos de Ptolemeu XII
nasceram durante a ausência de sua esposa.[41] O alto grau de consanguinidade entre os ptolemeus também é ilustrado por sua ascendência

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imediata, da qual uma reconstrução é mostrada abaixo.[nota 87]


A árvore genealógica também lista Cleópatra V, esposa de Ptolemeu XII, como filha
de Ptolemeu X Alexandre I e Berenice III, o que a tornaria prima de seu marido, Ptolemeu XII, mas ela poderia ter sido filha de Ptolemeu IX Látiro,
o que a tornaria uma irmã-esposa de Ptolemeu XII.[488][35] Os relatos confusos nas fontes primárias antigas também levaram os estudiosos a
enumerar a esposa de Ptolemeu XII como Cleópatra V ou VI; a última pode realmente ter sido filha de Ptolemeu XII, e alguns a usam como uma
indicação de que Cleópatra V havia morrido em 69 a.C., em vez de reaparecer como cogovernante de Berenice IV em 58 a.C. (durante o exílio do
faraó em Roma).[55][498]

Notas
1. Para mais informações sobre a Cleópatra de Berlim, veja Pina Polo 4. Grant 1972, pp. 3–4, 17, Fletcher 2008, p. 69, 74, 76, Jones 2006,
2013, pp. 184–186, Roller 2010, pp. 54, 174–175, Jones 2006, p. 33 p. xiii, Preston 2009, p. 2009, Schiff 2011, p. 28 e Burstein 2004, p. 11
e Hölbl 2001, p. 234. rotulam a esposa de Ptolemeu XII Auleta como Cleópatra V Trifena,
2. Theodore Cressy Skeat, em Skeat 1953, p. 98–100, usa informação enquanto Dodson & Hilton 2004, pp. 268–269, 273 e Roller 2010,
histórica para calcular a morte de Cleópatra como tendo ocorrido em p. 18 a chamam de Cleópatra VI Trifena, devido à confusão em
12 de agosto de 30 a.C.. Burstein 2004, p. 31 fornece a mesma data, fontes primárias que confundem essas duas figuras, que podem ter
enquanto Dodson & Hilton 2004, p. 277 tepidamente apoiam isso, sido a mesma. Como explicado por Whitehorne 1994, p. 182,
dizendo que ocorreu por volta dessa data. Aqueles a favor da morte Cleópatra VI pode ter sido uma filha de Ptolemeu XII que apareceu
em 10 de agosto incluem Roller 2010, p. 147–148, Fletcher 2008, em 58 a.C. para governar conjuntamente com sua suposta irmã
p. 3 e Anderson 2003, p. 56. Berenice IV (enquanto Ptolemeu XII estava exilado e vivendo em
Roma), enquanto a esposa do faraó, Cleópatra V, talvez tenha
3. Roller 2010, p. 149 e Skeat 1953, p. 99–100 afirmam que o curto
morrido no inverno de 69-68 a.C., quando ela desaparece dos
reinado nominal de Cesarião durou 18 dias em agosto de 30 a.C..
registros históricos. Roller 2010, pp. 18–19 assume que a esposa de
Porém, Duane W. Roller, tendo Theodore Cressy Skeat como base,
Ptolemeu XII, que ele classifica como Cleópatra VI, estava apenas
afirma que o reinado de Cesarião "foi essencialmente uma ficção
criada pelos cronógrafos egípcios para fechar o vácuo entre a morte ausente da corte por uma década depois de ter sido expulsa por
razão desconhecida, acabando por governar em conjunto com sua
de Cleópatra e o controle oficial do Egito (sob o novo faraó,
filha Berenice IV. Fletcher 2008, p. 76 explica que os alexandrinos
Otaviano)", citando, por exemplo, o Stromata de Clemente de
Alexandria (Roller 2010, p. 149, 214, nota 103). Traduzido por Jones depuseram Ptolemeu XII e instalaram "sua filha mais velha, Berenice
IV, e como cogovernante revogaram o exílio de 10 anos de Cleópatra
2006, p. 187, Plutarco escreveu em termos vagos que "Otaviano fez
V Trifena da corte. Embora os historiadores posteriores acreditassem
com que Cesarião morresse depois, após a morte de Cleópatra."
que ela deveria ter sido outra das filhas de Auleta e numerada como
'Cleópatra VI', parece que era simplesmente a quinta a voltar para
substituir seu irmão e ex-marido Auleta."
5. Também foi diplomata, comandante naval, linguista e autora médica;
veja Roller 2010, p. 1 e Bradford 2000, p. 13.

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6. Southern 2009, p. 43 escreveu sobre Ptolemeu Sóter: "A dinastia 8. A recusa dos Ptolemaicos em falar a língua nativa é porque o grego
ptolemaica, da qual Cleópatra foi a última representante, foi fundada antigo (ou seja, o coiné) era usado junto com o egípcio tardio em
no fim do século IV a.C.. Os Ptolemeus não eram do estrato egípcio, documentos oficiais como a Pedra de Roseta («Radio 4 Programmes
mas provinham de Ptolemeu Sóter, um grego macedônio no séquito – A History of the World in 100 Objects, Empire Builders (300 BC – 1
de Alexandre, o Grande." Para fontes adicionais que descrevem a AD), Rosetta Stone» (https://www.bbc.co.uk/programmes/b00sbrz3).
dinastia ptolemaica como "greco-macedônica", veja Roller 2010, BBC. Cópia arquivada em 23 de maio de 2010 (https://web.archive.or
p. 15–16, Jones 2006, p. xiii, 3, 279, Kleiner 2005, p. 9, 19, 106, 183, g/web/20100523105204/http://www.bbc.co.uk/programmes/b00sbrz
Jeffreys 1999, p. 488 e Johnson 1999, p. 69. Alternativamente, Grant 3)). Como explicado por Burstein 2004, p. 43–54, a Alexandria
1972, p. 3 descreve-a como uma dinastia "macedônica, falante de ptolemaica foi considerada uma pólis (cidade-Estado) separada do
grego". Outras fontes como Burstein 2004, p. 64 e Pfrommer & Egito, com cidadania reservada aos gregos e macedônios, mas
Towne-Markus 2001, p. 9 descreve os Ptolemeus como "greco- vários outros grupos étnicos residiram lá, especialmente judeus, bem
macedônicos" ou como macedônicos que possuíam uma cultura como egípcios nativos sírios e núbios. Para mais validação, veja
grega, como em Pfrommer & Towne-Markus 2001, p. 9–11, 20. Grant 1973, p. 3. Às várias línguas faladas por Cleópatra, veja Roller
7. Grant 1972, p. 5–6 nota que o Período Helenístico, começando com 2010, p. 46–48 e Burstein 2004, p. 11–12. Para mais validação sobre
o reinado de Alexandre, terminou com a morte de Cleópatra em o grego antigo como língua oficial da dinastia ptolemaica, veja Jones
30 a.C. Sublinha que os gregos helenísticos eram vistos pelos 2006, p. 3
romanos contemporâneos declinando e diminuindo em grandeza 9. Tyldesley 2017 oferece uma interpretação alternativa do título de
desde o Período Clássico, uma atitude que continuou mesmo em Cleópatra VII Tea Filópator como "Cleópatra, a Deusa que ama o
obras da historiografia moderna. Em respeito ao Egito helenístico, Pai".
Grant afirma: "Cleópatra VII, olhando para trás, tudo o que seus 10. Para uma explicação completa sobre a fundação de Alexandria por
ancestrais tinham feito durante aquele tempo, provavelmente não Alexandre, o Grande e sua natureza helenística grega durante o
cometeria o mesmo erro. Mas ela e seus contemporâneos do período ptolemaico, juntamente com uma pesquisa dos vários grupos
século I a.C. tinham outro problema próprio e peculiar: poderia ainda étnicos que lá residiram, veja Jones 2006, p. 6. Para mais validação
se dizer que a 'Era Helenística' (que nós mesmos muitas vezes sobre a fundação de Alexandria por Alexandre Magno, veja Jones
consideramos ter chegado ao fim na época dela) existia, poderia 2006, p. 6.
alguma era grega, agora que os romanos eram o poder dominante?
11. Para mais informações, veja Grant 1972, pp. 20, 256, nota 42.
Esta foi uma questão nunca distante na mente de Cleópatra. Mas é
certo que considerou que a época grega não estava de forma alguma 12. Para uma lista de línguas faladas por Cleópatra como mencionado
terminada, e pretendia fazer tudo o que estivesse em seu poder para pelo historiador antigo Plutarco, veja Jones 2006, pp. 33–34, que
assegurar sua perpetuação." também menciona que os governantes do Egito ptolemaico
gradualmente abandonaram a língua macedônia antiga.
13. Grant 1972, p. 3 afirma que Cleópatra poderia ter nascido no final
dos anos 70 ou no início de 69 a.C.
14. Para mais informações e validação, consulte Schiff 2011, p. 28 e
Kleiner 2005, p. 22. Para especulações alternativas, veja Burstein
2004, p. 11 e Roller 2010, pp. 15, 18, 166
15. Devido às discrepâncias nos trabalhos acadêmicos, nos quais alguns
consideram Cleópatra VI uma filha de Ptolemeu XII ou sua esposa,
idêntica à de Cleópatra V, Jones 2006, p. 28 afirma que Ptolemeu XII
teve seis filhos, enquanto Roller 2010, p. 16 menciona apenas cinco.
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16. Para mais informações e validação, consulte Grant 1972, pp. 12–13. 24. Para mais informações, veja Grant 1972, pp. 19–20, 27–29.
Em 1972, Michael Grant calculou que 6 mil talentos, o preço da taxa 25. Para mais informações, veja Grant 1972, pp. 28–30.
de Ptolemeu XII por receber o título de amigo e aliado do povo
26. Para mais informações, consulte Fletcher 2008, pp. 88–92 e Jones
romano dos triúnviros Pompeu e Júlio César, valeria cerca de 7
2006, pp. 31, 34–35: Fletcher 2008, pp. 85–86 afirma que o eclipse
milhões de libras esterlinas, aproximadamente a receita anual total solar parcial de 7 de março de 51 a.C. marcou a morte de Ptolemeu
do imposto para o Egito ptolemaico. XII e a ascensão de Cleópatra ao trono, embora ela aparentemente
17. Fletcher 2008, p. 87 descreveu a pintura de Herculano mais adiante: tenha suprimido a notícia de morte, alertando o Senado romano para
"O cabelo de Cleópatra era mantido por seu cabeleireiro Eiras. esse fato meses depois numa mensagem que receberam em 30 de
Embora perucas artificiais estabelecidas no tradicional estilo tripartido junho de 51 a.C.. No entanto, Grant 1972, p. 30 afirma que o Senado
de cabelo longo e reto fossem necessárias para aparições diante dos foi informado da morte em 1 de agosto. Michael Grant indica que
súditos egípcios, uma opção mais prática para o uso diário era o Ptolemeu XII poderia estar vivo até maio, enquanto uma antiga fonte
'penteado de melão', no qual seus cabelos naturais eram puxados egípcia afirma que ele ainda governava com Cleópatra em 15 de
para trás em seções parecidas com as linhas de um melão e depois julho de 51 a.C., embora a essa altura Cleópatra provavelmente
presas num coque na parte de trás da cabeça. Um estilo de marca tenha "silenciado a morte de seu pai" para que pudesse consolidar
registrada de Arsínoe II e Berenice II, o estilo havia caído de moda seu controle sobre o Egito.
por quase dois séculos até ser revivido por Cleópatra; no entanto,
27. Pfrommer & Towne-Markus 2001, p. 34 escreveu o seguinte sobre o
como tradicionalista e inovadora, ela usava sua versão sem o véu da casamento entre irmãos de Ptolemeu II e Arsínoe II: "Ptolemeu
cabeça do antecessor. E considerando que ambos eram loiros como Cerauno, que queria se tornar rei da Macedônia [...] matou os filhos
Alexandre, Cleópatra pode muito bem ter sido ruiva, a julgar pelo pequenos de Arsínoe na frente dela. Agora rainha sem um reino,
retrato de uma mulher de cabelos flamejantes usando o diadema real
Arsínoe fugiu para o Egito, onde foi recebida por seu irmão Ptolemeu
cercado por motivos egípcios que foram identificados como
II. Não contente, no entanto, em passar o resto de sua vida como
Cleópatra." hóspede na corte ptolemaica, ela mandou exilar a esposa de
18. Para informações sobre os antecedentes políticos da anexação Ptolemeu II no Alto Egito e se casou com ele por volta de 275 a.C.
romana do Chipre, um movimento promovido no Senado romano por Embora tal casamento incestuoso fosse considerado escandaloso
Públio Clódio Pulcro, veja Grant 1972, pp. 13–14. pelos gregos, era permitido pelo costume egípcio. Por essa razão, o
19. Para mais informações, veja Grant 1972, pp. 15–16. casamento dividiu a opinião pública em duas facções. O lado leal
20. Fletcher 2008, pp. 76–77 expressa pouca dúvida sobre isso: celebrava o casal como um retorno da união divina de Zeus e Hera,
"deposto no final do verão 58 a.C. e temendo por sua vida, Auleta enquanto o outro lado não se abstinha de críticas profusas e
havia fugido de seu palácio e de seu reino, embora não estivesse obscenas. Um dos comentaristas mais sarcásticos, um poeta com
completamente sozinho. Por uma fonte grega é revelado que ele foi uma caneta muito afiada, teve que fugir de Alexandria. O
acompanhado 'com uma de suas filhas', e como a mais velha desafortunado poeta foi pego na costa de Creta pela marinha
Berenice IV era monarca, e a mais jovem, Arisone, pouco mais que ptolemaica, colocado em uma cesta de ferro e afogado. Isso e ações
uma criança, presume-se que esta deve ter sido sua filha favorita e semelhantes aparentemente retardaram críticas cruéis."
do meio, Cleópatra, de onze anos." 28. Para mais informações, consulte Fletcher 2008, pp. 92–93
21. Para mais informações, veja Grant 1972, p. 16. 29. Para mais informações, veja Fletcher 2008, pp. 96–97 e Jones 2006,
22. Para mais informações sobre o financista romano Rabírio, bem como p. 39.
os gabinianos deixados no Egito por Gabínio, veja Grant 1972, 30. Para mais informações, veja Jones 2006, pp. 39–41.
pp. 18–19. 31. Para mais informações, veja Fletcher 2008, p. 98 e Jones 2006,
23. Para mais informações, veja Grant 1972, p. 18. pp. 39–43, 53–55.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cleópatra 32/49
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32. Para mais informações, veja Fletcher 2008, pp. 98–100 e Jones 44. Para mais informações, consulte Fletcher 2008, pp. 214–215.
2006, pp. 53–55. 45. Como explicado por Burstein 2004, p. 23, Cleópatra apresentou-se
33. Para mais informações, veja Burstein 2004, p. 18 e Fletcher 2008, como Ísis na aparência da deusa grega Afrodite, encontrando seu
pp. 101–103. divino marido, Osíris, na forma do deus grego Dioniso, que os
34. Para mais informações, consulte Fletcher 2008, p. 113. sacerdotes do Templo de Ártemis em Éfeso haviam associado a
Antônio antes deste encontro com a rainha. De acordo com Brown
35. Para mais informações, consulte Fletcher 2008, p. 118.
2011, um culto ao redor de Ísis se espalhou pela região por centenas
36. Para mais informações, consulte Burstein 2004, p. 76. de anos, e Cleópatra, como muitas de suas antecessoras, procurou
37. Para mais informações, veja Burstein 2004, pp. xxi, 19 e Fletcher se identificar com a deusa egípcia e ser venerada. Além disso,
2008, pp. 118–120. algumas moedas sobreviventes também a descrevem como Vênus–
38. Para mais informações, consulte Fletcher 2008, pp. 119–120. Como Afrodite, como explicado por Fletcher 2008, p. 205.
parte do cerco de Alexandria, Burstein 2004, p. 19 afirma que os 46. Para mais informações sobre Públio Ventídio Basso e sua vitória
reforços de César vieram em janeiro, mas Roller 2010, p. 63 diz que sobre as forças partas na Batalha do Monte Gíndaro, veja Kennedy
eles vieram em março. 1996, pp. 80–81
39. Para mais informações e validação, veja Anderson 2003, p. 39 e 47. Ferroukhi 2001a, p. 219 fornece uma discussão detalhada sobre
Fletcher 2008, p. 120. esse busto e suas ambiguidades, observando que ele poderia
40. Para mais informações e validação, consulte Fletcher 2008, p. 121 e representar Cleópatra, mas que é mais provável que seja sua filha
Jones 2006, p. xiv. Roller afirma que neste ponto (47 a.C.) Ptolemeu Cleópatra Selene II. Kleiner 2005, pp. 155–156 argumenta a favor da
XIV tinha 12 anos, enquanto Burstein 2004, p. 19 afirma que ele tinha descrição da rainha em vez de sua filha, enquanto Varner 2004, p. 20
apenas 10 anos de idade. menciona apenas Cleópatra como uma possível semelhança. Roller
41. Para mais informações e validação, veja Anderson 2003, p. 39 e 2003, p. 139 observa que poderia ser Cleópatra ou Selene II,
Fletcher 2008, pp. 154, 161–162. enquanto argumenta que a mesma ambiguidade se aplica à outra
cabeça esculpida de Cherchel com um véu. Em relação a esta última
42. Roller 2010, p. 70 escreveu o seguinte sobre César e seu parentesco cabeça, Ferroukhi 2001b, p. 242 o indica como um possível
com Cesarião: "A questão do parentesco tornou-se tão emaranhada descrição de Cleópatra do início do século I d.C., não sua filha, ao
na guerra de propaganda entre Antônio e Otaviano no final dos anos mesmo tempo em que argumenta que suas características
30 a.C. – era essencial um lado provar e que o outro rejeitasse o
masculinas, brincos e toga aparente (o véu é um componente dele)
papel de César – que hoje é impossível determinar a resposta real do
provavelmente poderia significar que pretendia representar um nobre
ditador. A informação existente é quase contraditória: foi dito que númida. Fletcher 2008, placas de imagem entre pp. 246–247,
César negou a paternidade em seu testamento, mas a reconheceu discorda da cabeça com véu, argumentando que foi encomendada
em particular e permitiu o uso do nome Cesarião. Seu partidário Caio por Cleópatra Selene II em Iol (Mauritânia Cesariense) e foi feita para
Ópio escreveu um panfleto provando que Cesarião não era filho dele,
representar sua mãe, Cleópatra.
e Caio Hélvio Cina – o poeta que foi morto por desordeiros após a
oração fúnebre de Antônio – foi preparado em 44 a.C. para criar 48. Segundo Roller 2010, pp. 91–92, esses governantes dos estados-
legislação que permitisse a César casar com quantas mulheres cliente instalados por Marco Antônio incluíam Herodes, Amintas da
desejasse para ter filhos. Embora grande parte da discussão tenha Galácia, Pólemon I do Ponto e Arquelau da Capadócia.
sido gerada após sua morte, parece que o mesmo desejava ser o 49. Bringmann 2007, p. 301 alegou que Otávia, a Jovem forneceu a
mais discreto possível sobre a criança, mas teve de lidar com as Marco Antônio 1 200 soldados, e não 2 mil, conforme declarado em
repetidas afirmações de Cleópatra." Roller 2010, pp. 97–98 e Burstein 2004, pp. 27–28.
43. Para mais informações e validação, veja Jones 2006, pp. xiv, 78.
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50. Roller 2010, p. 100 diz que não está claro se Antônio e Cleópatra já 55. Para os relatos traduzidos de Plutarco e Dião, Jones 2006, pp. 194–
foram realmente casados. Burstein 2004, pp. xxii, 29 diz que o 195 escreveu que o implemento usado para perfurar a pele de
casamento selou publicamente a aliança de ambos e, desafiando Cleópatra era um grampo.
Otaviano, ele se divorciaria de Otávia em 32 a.C.. As moedas de 56. Jones 2006, p. 187, traduzindo Plutarco, cita Ário Dídimo dizendo a
Antônio e Cleópatra os relatam da maneira típica de um casal real Otaviano que "não é bom ter muitos Césares", o que aparentemente
helenístico, conforme explicado por Roller 2010, p. 100. foi suficiente para convencer o romano a matar o herdeiro egípcio.
51. Jones 2006, p. xiv escreveu que "Otaviano travou uma guerra de 57. Ao contrário das províncias romanas regulares, o Egito foi
propaganda contra Antônio e Cleópatra, enfatizando o status desta estabelecido por Otaviano como território sob seu controle pessoal,
como mulher e estrangeira que desejava compartilhar o poder impedindo o Senado de intervir em qualquer um de seus assuntos e
romano." nomeando seus próprios governadores equestres, o primeiro dos
52. Stanley M. Burstein, em Burstein 2004, p. 33, fornece o nome Quinto quais foi Galo. Para mais informações, consulte Southern 2014,
Cascélio como o beneficiário da isenção tributária, não o Canídio p. 185 e Roller 2010, p. 151.
Crasso fornecido por Roller 2010, p. 134. 58. Walker 2001, p. 312 escreveu o seguinte sobre o relevo na prataria
53. Reece 2017, p. 203 observa que "os textos fragmentários dos dourada: "Visivelmente montada na cornucópia, há uma lua dourada
papiros gregos antigos muitas vezes não chegam ao público crescente colocada em uma pinha. Em torno dela estão romãs
moderno, mas este sim, e com resultados fascinantes, embora empilhadas e cachos de uvas. Gravadas no chifre estão imagens de
permaneça quase totalmente não reconhecido o fato notável de que Hélio (o sol), na forma de uma jovem vestida com uma capa curta,
a assinatura de uma palavra de Cleópatra contém um flagrante erro com o penteado de Alexandre, o Grande, a cabeça cercada por raios
de ortografia: γινέσθωι, com um supérfluo iota adscrito. Esse erro de ... Os símbolos na cornucópia podem de fato ser lidos como
ortografia "não foi observado pela mídia popular", porém foi referências à casa real ptolemaica e especificamente a Cleópatra
"simplesmente transliterado, [...] incluindo, sem comentários, o Selene, representada na lua crescente, e a seu irmão gêmeo,
supérfluo iota adscrito". Mesmo em fontes acadêmicas, o erro de Alexandre Hélio, cujo destino final após a conquista do Egito é
ortografia foi amplamente ignorado ou silenciosamente corrigido desconhecido. A víbora parece estar mais ligada à pantera e aos
(pp. 206–208, 210). Embora descrito como "ortografia 'normal'" (em símbolos intermediários da fecundidade do que ao suicídio de
contraste com a "ortografia 'correta'") por Peter van Minnen (p. 208), Cleópatra VII. O escalpo de elefante pode ser referência ao status de
o erro ortográfico é "muito mais raro e mais intrigante" do que se Cleópatra Selene como governante, com Juba II, da Mauritânia. A
esperaria dos papiros gregos do Egito (p. 210)– tão raro, na verdade, correspondência visual com a cabeça velada de Cherchel incentiva
que ele ocorre apenas duas vezes nos 70 mil papiros gregos entre o essa identificação, e muitos dos símbolos usados no prato também
século III a.C. e VIII d.C. no banco de dados do Papyrological aparecem nas moedas de Juba II."
Navigator. Isso é especialmente verdade quando se considera que 59. Jones 2006, p. 60 especula que o autor de De Bello Alexandrino,
foi adicionada a uma palavra "sem motivo etimológico ou morfológico escrito em prosa latina entre 46–43 a.C., foi um certo Aulo Hírcio, um
para ter um iota adscrito" (p. 210) e foi escrito pela "bem educada, oficial militar que serviu sob César.
nativa da língua grega, rainha do Egito" Cleópatra VII (p. 208). 60. Burstein 2004, p. 30 escreveu que Virgílio, em sua Eneida, descreve
54. Como explicado por Jones 2006, p. 147, "Otaviano teve que seguir a Batalha de Áccio contra Cleópatra "como um conflito de civilizações
uma linha tênue enquanto preparava-se para se envolver em no qual Otaviano e os deuses romanos preservaram a Itália de ser
hostilidades abertas com Antônio. Ele teve o cuidado de minimizar conquistada por Cleópatra e pelos bárbaros deuses com cabeça de
associações com a guerra civil, pois o povo romano já havia sofrido animal do Egito."
muitos anos de conflito e Otaviano poderia correr o risco de perder o 61. Para mais informação e excertos do relato de Estrabão sobre
apoio caso declarasse guerra a um concidadão." Cleópatra em sua Geografia, veja Jones 2006, pp. 28–30.
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62. Como explicado por Chauveau 2000, pp. 2–3, esta fonte do Egito, 71. Curtius 1933, p. 187 escreveu que o caroço danificado na linha do
datada do reinado de Cleópatra, inclui cerca de 50 papiros em grego cabelo e no diadema da Cleópatra do Vaticano provavelmente
antigo, a maior parte oriunda da cidade de Heracleópolis, e apenas continha uma representação esculpida de uma joia, que Walker
alguns papiros de Faium, escritos em egípcio demótico. No geral, 2008, p. 40 compara diretamente à joia vermelha pintada no diadema
este é um conjunto de textos nativos sobreviventes muito menor do usado por Vênus, provavelmente Cleópatra, no afresco de Pompeia.
que qualquer outro período do Egito Ptolemaico. 72. Para mais informações sobre a pintura na Casa de Giuseppe II em
63. Para a descrição de Cleópatra feita por Plutarco, que afirmou que Pompeia e a possível identificação de Cleópatra como uma das
sua beleza não era "completamente incomparável", mas disse que figuras, consulte Pucci 2011, pp. 206–207, nota de rodapé 27.
ela tinha uma personalidade "cativante" e "estimulante", veja Jones 73. Pratt & Fizel 1949, pp. 14–15 rejeitaram a ideia proposta por alguns
2006, pp. 32–33. estudiosos nos séculos XIX e XX de que a pintura talvez fosse feita
64. Fletcher 2008, p. 205 escreveu o seguinte: "Cleópatra foi a única por um artista do Renascimento italiano. Ambos destacaram o estilo
mulher ptolemaica a emitir moedas em seu próprio nome, algumas clássico da pintura, preservado nas descrições textuais e na gravura
retratando-a como Vênus-Afrodite. César seguiu seu exemplo e, em aço. Argumentaram que era improvável que um pintor do período
dando o mesmo passo ousado, tornou-se o primeiro romano vivo a renascentista tivesse criado obras com materiais encáusticos,
aparecer em moedas, seu perfil ligeiramente magro acompanhado conduzido uma pesquisa minuciosa sobre roupas e jóias egípcias do
pelo título Parens Patriae, 'Pai da Pátria'." período helenístico, como representado na pintura, e então colocado
65. Para mais informações, consulte Raia & Sebesta 2017. precariamente nas ruínas do templo egípcio na Vila Adriana.
66. Há discordância acadêmica sobre se os seguintes retratos são 74. Walker & Higgs 2001, pp. 314–315 descreveram seu cabelo como
considerados "cabeças" ou "bustos". Por exemplo, Raia & Sebesta castanho avermelhado, enquanto Fletcher 2008, p. 87 a descreveu
2017 usa exclusivamente o primeiro, enquanto Grout 2017b prefere o como ruiva; Fletcher 2008, pp. 246–247 (placas de imagem e
último. legendas), também a descreve como uma mulher ruiva.
67. Para mais informações e validação, consulte Curtius 1933, pp. 182– 75. Preston 2009, p. 305 chega a uma conclusão semelhante sobre
192, Walker 2008, p. 348, Raia & Sebesta 2017 e Grout 2017b representações egípcias nativas da rainha: "Além de certas
68. Para mais informações e validação, consulte Grout 2017b e Roller esculturas no templo, que de qualquer maneira estão num estilo
2010, pp. 174–175. faraônico altamente estilizado e dão pouca pista da aparência real de
Cleópatra, as únicas representações certas dela são aquelas em
69. Para mais informações, consulte Curtius 1933, pp. 182–192, Walker moedas. A cabeça de mármore no Vaticano é uma das três
2008, p. 348 e Raia & Sebesta 2017. esculturas geralmente, embora não universalmente, aceitas pelos
70. A observação de que a bochecha esquerda da Cleópatra do Vaticano estudiosos como representações de Cleópatra."
já teve uma mão de cupido quebrada foi sugerida pela primeira vez 76. Para mais informações sobre a linhagem grega macedônia de
por Ludwig Curtius em 1933. Kleiner concorda com esta avaliação. Cleópatra, consulte Pucci 2011, p. 201, Grant 1972, pp. 3–5, Burstein
Veja Kleiner 2005, p. 153, assim como Walker 2008, p. 40 e Curtius 2004, pp. 3, 34, 36, 43, 63–64 e Royster 2003, pp. 47–49
1933, pp. 182–192. Enquanto Kleiner sugeriu que o caroço em cima
dessa cabeça de mármore continha talvez um ureu quebrado, 77. Para obter mais informações e validação da fundação do Egito
helenístico pelos ancestrais de Alexandre, o Grande e Cleópatra,
Curtius 1933, p. 187 ofereceu a explicação de que outrora ela exibia
remontando a Ptolemeu Sóter, consulte Grant 1972, pp. 7–8 e Jones
a representação esculpida de uma joia.
2006, p. 3.
78. Para mais informações, veja Grant 1972, pp. 3–4 e Burstein 2004,
p. 11.

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79. Para mais informações, veja Fletcher 2008, pp. 69, 74, 76. 84. Para mais informações sobre a identidade da mãe de Cleópatra,
80. Para a ascendência sogdiana de Apama, esposa de Seleuco Nicátor, consulte Burstein 2004, p. 11, Fletcher 2008, p. 73, Goldsworthy
consulte Holt 1989, pp. 64–65, nota de rodapé 63. 2010, pp. 127, 128, Grant 1972, p. 4, e Roller 2010, pp. 165–166.
81. Conforme explicado por Burstein 2004, pp. 47–50, os principais Joann Fletcher considera essa hipótese duvidosa e carente de
grupos étnicos do Egito ptolemaico eram egípcios, gregos e judeus, evidências. Stanley M. Burstein afirma que fortes evidências
cada um deles legalmente segregado, vivendo em diferentes bairros circunstanciais sugerem que a mãe de Cleópatra poderia ter sido
membro da família sacerdotal de Ptá, mas que os historiadores
residenciais e proibidos de se casarem nas cidades multiculturais de
geralmente assumem que sua mãe era Cleópatra V Trifena, esposa
Alexandria, Náucratis e Ptolemaida Hérmia. No entanto, como
explicado por Fletcher 2008, pp. 82, 88–93, o sacerdócio egípcio de Ptolemeu XII. Adrian Goldsworthy descarta a ideia de que a mãe
nativo estava fortemente ligado aos seus patronos reais ptolemaicos, dela fosse membro de uma família sacerdotal egípcia como "pura
a ponto de especular que Cleópatra teve um meio-primo egípcio, conjectura", acrescentando que Cleópatra V ou uma concubina
Psenptais III, o sumo sacerdote de Ptá em Mênfis. "provavelmente de origem grega" seria a mãe de Cleópatra VII.
Michael Grant sustenta que Cleópatra V era provavelmente a mãe de
82. Grant 1972, p. 5 argumenta que a avó de Cleópatra, ou seja, a mãe Cleópatra VII. Duane W. Roller observa que, embora Cleópatra
do faraó, pode ter sido síria (embora admitindo que "é possível que pudesse ter sido filha da família sacerdotal de Ptá, a outra candidata
ela também fosse parcialmente grega"), mas quase certamente não principal seria Cleópatra VI, mantendo a incerteza decorrente da
egípcia, porque há apenas uma amante egípcia conhecida de um "perda de favor" de Cleópatra V/VI, o que "obscureceu a questão."
governante ptolemaico ao longo de toda a sua dinastia.
85. Schiff 2011, pp. 2 concorda com isso, concluindo que ela "manteve a
83. Schiff 2011, p. 42 argumenta ainda que, considerando a ascendência tradição da família." Como observado por Dudley 1960, pp. 57,
de Cleópatra, ela não era de pele escura, embora note que Cleópatra e sua família foram "os sucessores dos faraós nativos,
provavelmente não estava entre os Ptolemeus com características explorando através de uma burocracia altamente organizada os
loiras, e teria uma pele cor de mel, citando como evidência que seus grandes recursos naturais do vale do Nilo."
parentes foram descritos dessa forma e, presumivelmente, "isso
também se aplicaria a ela." Goldsworthy 2010, pp. 127, 128 concorda 86. Grant 1972, p. 4 argumenta que, se Cleópatra fosse ilegítima, seus
com isso, argumentando que Cleópatra, tendo sangue macedônio "numerosos inimigos romanos teriam revelado isso ao mundo".
com um pouco de sírio, provavelmente não tinha pele escura (como 87. A árvore genealógica e breves discussões dos indivíduos podem ser
a propaganda romana nunca mencionou isso), escrever uma "pele encontradas em Dodson & Hilton 2004, pp. 268–281. Eles se referem
mais clara é um pouco mais provável considerando sua a Cleópatra V como Cleópatra VI e Cleópatra Selene da Síria é
ancestralidade", embora também observa que ela poderia ter uma chamada Cleópatra V Selene. As linhas pontilhadas no gráfico abaixo
"tez mediterrânea mais escura" por causa de sua ancestralidade indicam uma paternidade possível, mas disputada.
mista. Grant 1972, p. 5 concorda com a especulação de Goldsworthy
sobre a cor de pele dela, que embora quase certamente não fosse
egípcia, Cleópatra tinha uma aparência mais escura devido ao fato
de ser grega misturada com persas e possível ascendência síria.
Preston 2009, p. 77 concorda com Grant que, considerando essa
ancestralidade, Cleópatra era "quase certamente de cabelos escuros
e pele morena." Bradford 2000, p. 14 sustenta que é "razoável inferir"
que Cleópatra tinha cabelos escuros e "pele morena clara".

https://pt.wikipedia.org/wiki/Cleópatra 36/49
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Referências
1. Raia & Sebesta 2017. 32. Fletcher 2008, p. 74.
2. Sabino & Gross-Diaz 2016. 33. Grant 1972, p. 3.
3. Grout 2017b. 34. Roller 2010, p. 15.
4. Burstein 2004, pp. xx–xxiii, 155. 35. Grant 1972, p. 4.
5. Hölbl 2001, p. 231. 36. Preston 2009, p. 22.
6. Royster 2003, p. 48. 37. Jones 2006, pp. xiii, 28.
7. Muellner. 38. Roller 2010, p. 16.
8. Roller 2010, pp. 15–16. 39. Anderson 2003, p. 38.
9. Roller 2010, pp. 15–16, 39. 40. Fletcher 2008, p. 73.
10. Fletcher 2008, pp. 55–57. 41. Roller 2010, pp. 18–19.
11. Burstein 2004, p. 15. 42. Fletcher 2008, pp. 68–69.
12. Fletcher 2008, pp. 84, 215. 43. Roller 2010, p. 19.
13. Roller 2010, p. 18. 44. Fletcher 2008, p. 69.
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Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Cleopatra».

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Leitura adicional
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Ligações externas
«Cleópatra, a rainha dos Rei» (https://super.abril.com.br/historia/cleopatra-a-rainha-dos-reis/). no Superinteressante
«Cleópatra, a lenda da última rainha do Egipto» (https://nationalgeographic.sapo.pt/historia/grandes-reportagens/1720-cleopatra-a-ultima-rainha
-do-egipto). no National Geographic Portugal

Rainha do Egito ptolemaico


Sucedida por
Precedida por com:
Interventor romano, pois o Egito tornou-se uma
Ptolemeu XII Ptolemeu XII, Ptolemeu XIII,
província romana
Ptolemeu XIV e Ptolemeu XV

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