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19/01/2024, 12:28 Marco Antônio – Wikipédia, a enciclopédia livre

Marco Antônio
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Marco Antônio (português brasileiro) ou Marco


António (português europeu) (83–30 a.C.; em Marco Antônio
latim: Marcus Antonius), conhecido também
apenas como Antônio, foi um político da gens
Antônia da República Romana nomeado cônsul
por três vezes, em 44, 34 e 31 a.C. com Júlio
César (e Públio Cornélio Dolabela depois de
sua morte), Lúcio Escribônio Libão e Otaviano
respectivamente. Foi ainda mestre da cavalaria
do ditador em 48 e 47 a.C.. Antônio era aliado
de César e serviu com ele durante a conquista
da Gália e na guerra civil contra Pompeu. Foi
nomeado administrador da Itália enquanto
César consolidava seu poder na Grécia, África e
Hispânia. Depois do assassinato de César, em
44 a.C., Antônio se juntou a Marco Emílio
Lépido, outro grande general de César, e a
Otaviano, que era seu sobrinho e filho adotivo,
formando uma ditadura de três homens
conhecida como Segundo Triunvirato. Os
triúnviros travaram uma guerra contra os Busto de Marco Antônio feito durante a Era
liberatores, como eram chamados os Flaviana (69—96 d.C.), preservado nos Museus
Vaticanos.
assassinos de César, e os derrotaram na
Batalha de Filipos (42 a.C.), dividindo o Triunvirato da República Romana
comando da República entre si a partir daí. Período 27 de novembro de 43 a.C. – 31
Antônio recebeu as províncias orientais, de dezembro de 33 a.C.
incluindo o reino cliente do Egito, governado Servindo com Otaviano e Marco Emílio Lépido
na época por Cleópatra VII Filópator, e o
Cônsul de Roma
comando da guerra contra os partas.
Período 1 de janeiro de 34 a.C. – 31 de
As relações entre os triúnviros eram bastante dezembro de 34 a.C.
difíceis, pois eles lutavam entre si para Servindo com Lúcio Escribônio Libão
acumular cada vez mais poder e influência. A Antecessor(a) Lúcio Cornifício e Sexto Pompeu
guerra civil entre Antônio e Otaviano foi
evitada em 40 a.C. através do casamento da Sucessor(a) Otaviano e Lúcio Volcácio Tulo
irmã de Otaviano, Otávia Menor com Antônio. Período 1 de janeiro de 44 a.C. – 31 de
Apesar do casamento, Antônio manteve seu dezembro de 44 a.C.
caso amoroso com Cleópatra, que deu-lhe três Servindo com Júlio César
filhos, o que só piorou sua relação com Antecessor(a) Júlio César
Otaviano. Lépido foi expulso do grupo em
36 a.C. e, em 33 a.C., a discórdia entre os dois Sucessor(a) Aulo Hírcio e Caio Víbio Pansa
Cetroniano
triúnviros remanescentes, provocando um
cisma entre os dois. As hostilidades finalmente Tribuno de Roma
resultaram numa guerra civil em 31 a.C., Período 1 de janeiro de 49 a.C. – 7 de
quando o senado romano, instigado por janeiro de 49 a.C.

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Otaviano, declarou guerra contra Cleópatra e Dados pessoais


proclamou que Antônio era um traidor da Nascimento 14 de janeiro de 83 a.C.
pátria. No mesmo ano, Antônio foi derrotado Roma, República Romana
pelas forças de Otaviano na Batalha de Ácio. Morte 1 de agosto de 30 a.C. (53 anos)
Derrotados, Antônio e Cleópatra fugiram para Alexandria, Egito
o Egito e se mataram em conjunto.
Nacionalidade Romano
Com Antônio morto, Otaviano era o mestre Cônjuge Fádia (data desconhecida)
indiscutível de todo o mundo romano. Em Antônia Híbrida Menor (?–47 a.C.)
27 a.C., ele recebeu o título de "Augusto", o Fúlvia (46 a.C.–40 a.C.)
Octávia (40 a.C.–32 a.C.)
marco derradeiro da transformação da
Cleópatra (32 a.C.–30 a.C.)
República Romana no Império Romano, com o
próprio Otaviano, agora chamado apenas de Filhos(as) Antônia de Esmirna
Augusto, como seu primeiro Imperador. Julo Antônio
Antônia, a Velha
Antônia, a Jovem
Primeiros anos Alexandre Hélio
Cleópatra Selene II
Ptolemeu Filadelfo
Religião Politeísmo romano
Serviço militar
Lealdade República Romana
Serviço/ramo Exército romano
Anos de serviço 54–30 a.C.
Graduação Procônsul
Conflitos Guerras da Gália
Segunda Guerra Civil da
República Romana
Terceira Guerra Civil da
Os primeiros anos da vida de República Romana
Antônio foram marcados por uma Campanha parta de Marco
vida boêmia, na qual ele gastou Antônio
toda a fortuna deixada por seu pai
Última Guerra Civil da República
Romana
até ser obrigado a fugir para a
Grécia, onde estudou filosofia e Membro da gente plebeia dos Antônios, Antônio nasceu em
retórica.
Roma em 14 de janeiro de 83 a.C..[1][2] Seu pai, homônimo,
Afresco encontrado em Herculano, na
era conhecido como Marco Antônio Crético, filho do famoso
Itália
Marco Antônio Orador, assassinado durante as perseguições
que se seguiram à tomada de Roma pelas forças de Caio Mário
no inverno de 87−6 a.C..[3] Sua mãe era Júlia Antônia, uma
prima distante de Júlio César (Lúcio Júlio César era avô dela e bisavô dele). Antônio era uma
criança na época da marcha de Sula sobre Roma em 82 a.C..[4][a]

Segundo o orador romano Cícero, o pai de Antônio era incompetente e corrupto e só recebeu
algum poder justamente por ser incapaz de utilizá-lo ou abusar dele de forma efetiva.[14] Em
74 a.C., ele recebeu um comando militar para derrotar os piratas que assolavam o Mediterrâneo,
mas morreu em Creta em 71 a.C. sem realizar nenhum progresso.[3][14][15] A morte do Antônio pai
deixou Antônio e seus irmãos, Lúcio e Caio, aos cuidados da mãe, Júlia, que se casou com Públio
Cornélio Lêntulo Sura, um eminente membro da antiga nobreza patrícia. Lêntulo, apesar de
explorar seu sucesso político para enriquecer, estava constantemente em débito por causa de seu
estilo de vida extravagante. Foi um dos protagonistas na Segunda Conspiração de Catilina e foi
sumariamente executado por ordens do cônsul Cícero em 63 a.C. por seu envolvimento.[16] Sua
morte provocou um perpétuo ressentimento entre Júlia Antônia e o famoso orador.

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Os primeiros anos da vida de Antônio foram, portanto, marcados pela ausência de uma figura
paterna. Segundo Plutarco, ele passou sua adolescência rondando Roma com seus irmãos e
amigos, jogando, bebendo e se envolvendo em numerosos casos amorosos escandalosos.[15]
Segundo Cícero, Antônio teve um caso homossexual com Caio Escribônio Curião,[17] mas há
pouca informação confiável sobre suas atividades políticas durante a sua juventude, embora
saibamos de sua ligação com Públio Clódio Pulcro e sua gangue de rua.[18] É possível que ele
tenha se envolvido no culto conhecido como Lupercália, pois foi citado como sendo um sacerdote
desta ordem no final de sua vida.[19] Aos vinte anos, Antônio já devia uma fortuna e, nas
esperança de escapar de seus credores, fugiu para a Grécia em 58 a.C. e aproveitou para estudar
filosofia e retórica em Atenas.

Início da carreira

Serviço militar

Em 57 a.C., Antônio se juntou ao comando


militar de Aulo Gabínio, o procônsul da Síria,
como comandante da cavalaria,[20] uma
nomeação que marcou o começo de sua carreira
militar.[21] Como cônsul no ano anterior
juntamente com o mentor de Cláudio, Públio
Clódio Pulcro, Gabínio havia exilado Cícero.

Hircano II, o sumo-sacerdote asmoneu da


Judeia, aliado de Roma, fugiu de Jerusalém e foi "Gaulês moribundo", uma famosa estátua hoje
ter com Gabínio em busca de proteção contra seu preservada nos Museus Capitolinos, que
rival e genro Alexandre. Anos antes, em 63 a.C., o representa um gaulês derrotado à beira da morte
general romano Pompeu havia capturado-o durante as Guerras Gálicas de Júlio César, a
juntamente com seu pai, o rei Aristóbulo II, primeira campanha militar de Antônio
durante a guerra contra o que restava do Império
Selêucida. Pompeu depôs Aristóbulo e instalou
Hircano como um monarca cliente na Judeia.[22] Antônio se destacou militarmente pela primeira
vez depois de assegurar importantes vitórias em Alexândrio e Maquero.[23] Com a revolta
encerrada, em 56 a.C., Gabínio restaurou Hircano novamente como sumo-sacerdote da Judeia.

No ano seguinte, 55 a.C., Gabínio interveio na política interna do Egito ptolemaico. O faraó
Ptolemeu XII Auletes havia sido deposto por uma revolta liderada por sua filha, Berenice IV, em
58 a.C., forçando-o a buscar asilo em Roma. Durante as conquistas de Pompeu, anos antes,
Ptolemeu havia recebido o apoio dele, que o declarou "aliado de Roma".[24] A invasão de Gabínio
tinha o objetivo de restaurar Ptolemeu ao trono, o que foi feito contra as ordens do senado
romano, mas com a aprovação de Pompeu, o mais poderoso político romano na época, e somente
depois que o rei deposto concordou em pagar a vultosa soma de 10 000 talentos de ouro. O
historiador Plutarco relata que foi Antônio que finalmente convenceu Gabínio a agir.[23] Depois
de aniquilar as forças de fronteira do Egito, o exército de Gabínio seguiu adiante para atacar os
guardas palacianos, mas eles se renderam sem lutar.[25] Com Ptolemeu XII de volta no trono
como rei cliente de Roma, Gabínio instalou uma guarnição de 2 000 homens em Alexandria,
posteriormente conhecidos como gabiniani, com a missão de garantirem a autoridade de
Ptolemeu. Em agradecimento por seu apoio, Roma passou a exercer uma considerável influência
sobre os assuntos do Egito, particularmente controlando as receitas e a produção agrícola.[26]

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Foi nesta campanha que Antônio conheceu Cleópatra pela primeira vez, a filha de quatorze anos
de Ptolemeu XII. O historiador romano Apiano de Alexandria relatou posteriormente que o
desejo de Antônio pela jovem princesa egípcia remonta a este encontro.[27]

Enquanto Antônio estava servindo Gabínio no oriente, a situação política doméstica havia
mudado em Roma. Em 60 a.C., um acordo secreto, conhecido como Primeiro Triunvirato, foi
acertado entre três homens para controlar a República: Marco Licínio Crasso, Pompeu e Júlio
César. Crasso, o homem mais rico de Roma, havia derrotado a revolta de escravos de Espártaco
em 70 a.C.; Pompeu conquistou a maior parte do oriente mediterrâneo na década de 60 a.C.;
César era o pontífice máximo de Roma e já havia servido como general na Hispânia. Em 59 a.C.,
César, financiado por Crasso, foi eleito cônsul com o objetivo de aprovar leis favoráveis aos
interesses de Crasso e Pompeu. Em troca, recebeu o comando das províncias de Ilírico, Gália
Cisalpina e Gália Transalpina por cinco anos, começando em 50 a.C.. César utilizou seu mandato
como ponto de partida de sua conquista da Gália livre. Em 55 a.C., Crasso e Pompeu foram
cônsules e o comando de César na Gália foi estendido por mais cinco anos. Roma estava, na
prática, sob controle absoluto destes três homens.[28][29] O triunvirato utilizou o demagogo
Públio Clódio Pulcro, patrono e mentor de Antônio, para exilar seus rivais políticos,
especialmente Cícero[30] e Catão, o Jovem.

Nos primeiros anos de seu serviço militar, Antônio casou-se com sua prima Antônia Híbrida
Menor, a filha de Caio Antônio Híbrida, cônsul em 63 a.C.. Em algum momento entre 54 e
30 a.C., a união produziu uma única filha, Antônia Prima. É incerto se este foi o primeiro
casamento dele.[b]

Serviço sob César

Guerras Gálicas

A ligação de Antônio com Públio Cláudio Pulcro


deu-lhe acesso a posições muito proeminentes.
Clódio, que era patrocinado pelo triúnviro
Crasso, havia desenvolvido uma relação política
positiva com Júlio César e assegurou para
Antônio uma posição no staff militar de César em
54 a.C., quando começou a conquista da Gália.
Servindo com ele, Antônio se revelou um
excelente comandante militar. Apesar do
distanciamento temporário no final da vida,
Antônio e César foram amigos até o assassinato
de César em 44 a.C.. A influência de César Região do Mediterrâneo em 50 a.C., no final das
garantiu-lhe o avanço rápido na carreira política. Guerras Gálicas de Júlio César
Depois de um ano de serviço na Gália, César
enviou Antônio para Roma para dar início formal
à sua carreira política, sendo eleito questor em 52 a.C. pela facção senatorial dos populares.
Nomeado para apoiar César, Antônio voltou para a Gália e comandou a cavalaria durante a vitória
na Batalha de Alésia contra o alto rei gaulês Vercingetórix. No ano seguinte, Antônio foi
promovido por César a legado e entregou-lhe o comando de duas legiões (aproximadamente
7 500 soldados).[32]

Neste período, a aliança entre César, Pompeu e Crasso já havia efetivamente acabado. A filha de
César, Júlia, que havia se casado com Pompeu para assegurar a aliança, morreu em 54 a.C.,
enquanto Crasso foi derrotado na Batalha de Carras, em 53 a.C., em sua desastrosa campanha

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contra os partas. Sem a estabilidade do acordo, o conflito entre César e Pompeu só se


agravava.[33] A glória de César pela conquista da Gália só piorava a situação com Pompeu[34] que,
cada vez mais enciumado com seu antigo aliado, se distanciou dos populares de César para a
facção aristocrática dos optimates liderada por Catão, o Jovem. Os aliados de César, liderados por
Clódio, e os aliados de Pompeu, liderados por Tito Ânio Milão, se enfrentavam nas ruas de Roma
com frequência. Em 52 a.C., Milão conseguiu assassinar Clódio, o que resultou em graves revoltas
populares e no incêndio da Cúria Hostília, onde o senado se reunia, pelos aliados de Clódio. A
anarquia se instalou em Roma, o que obrigou o senado a buscar Pompeu. Temendo as
perseguições de Sula apenas trinta anos antes, os senadores não concederam a Pompeu uma
ditadura, mas nomearam-no como cônsul singular (sem um colega) para aquele ano, com poderes
extraordinários, mas limitados. Pompeu ordenou que soldados armados entrassem na cidade
para restaurar a ordem e para eliminar os remanescentes da gangue de rua de Clódio.[35]

Antônio permaneceu no staff militar de César até 50 a.C., ajudando-o em ações menores de
pacificação por toda a Gália para assegurar a conquista. Com a guerra encerrada, Antônio foi
enviado de volta a Roma para atuar como protetor de César contra Pompeu e os demais
optimates. Com o apoio de César, que era pontífice máximo, o líder religioso romano, Antônio foi
nomeado para o Colégio de Áugures, um importante colégio sacerdotal responsável por
interpretar a vontade dos deuses romanos estudando os voo dos pássaros. Todas as ações públicas
requeriam auspícios favoráveis, o que dava aos seus membros considerável influência. Antônio foi
também eleito como um dos dez tribunos da plebe em 49 a.C.. Nesta posição, Antônio poderia
proteger César de seus inimigos interpondo seu veto a qualquer ação desfavorável a ele.

Guerra Civil

A disputa entre César e Pompeu se degenerou num confronto


aberto no início de 49 a.C.. Os cônsules daquele ano, Caio
Cláudio Marcelo Maior e Lúcio Cornélio Lêntulo Crus, eram
obstinados optimates e adversários de César.[36] Pompeu,
ainda em Roma, estava na época servindo como governador
da Hispânia e comandava diversas legiões. Ao assumir o posto
em janeiro, Antônio convocou uma reunião do senado para
tentar resolver o conflito: ele propôs que tanto César quanto
ele próprio deveriam desistir de seus comandos e retornassem
ao seu status de cidadãos privados.[37] Sua proposta foi bem
aceita pela maioria dos senadores, mas os cônsules e Catão, o
Jovem, foram veemente contra. Antônio então apresentou
uma nova proposta: César manteria apenas duas de suas oito
legiões e além do governo de Ilírico se lhe fosse garantida a
posição de cônsul in absentia. Este acordo garantia de que sua
imunidade contra processos continuaria, pois ele precisaria
dela para se proteger contra a perseguição de Pompeu.
Pompeu Magno, o líder das forças Embora ele próprio tenha considerado as concessões
republicanas do senado romano satisfatórias, Catão e Lêntulo se recusaram a ceder, com
durante a Guerra Civil de César. Lêntulo chegando ao ponto de expulsar Antônio da reunião do
Busto de mármore (século XVII) senado à força. Ele fugiu de Roma, temendo por sua vida, e
preservado no Chateau de Vaux-le- retornou para o acampamento de César, às margens do rio
Vicomte, na França Rubicão, o limite sul do território legal de César.

No espaço de alguns dias da expulsão de Antônio, em 7 de


janeiro de 49 a.C., o senado se reuniu novamente. Sob a liderança de Catão e com o apoio tácito
de Pompeu, os senadores passaram um senatus consultum ultimum (um "ultimato"), que retirava
César de seu comando e ordenando que ele voltasse para Roma para ser julgado por crimes de

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guerra. O senado declarou ainda que César era um traidor e inimigo público se ele não
debandasse imediatamente seu exército.[38] Sem esperanças de encontrar uma solução pacífica
depois da expulsão de Antônio, César utilizou-a como pretexto para marchar sobre Roma. Como
um tribuno da plebe, a pessoa de Antônio era sacrossanta e, portanto, era ilegal atacá-lo ou
recusar a reconhecer seu veto. Três dias depois, em 10 de janeiro, César cruzou o Rubicão,
iniciando a guerra civil.[39] Durante a usa marcha para o sul, César nomeou Antônio como seu
segundo no comando.

O avanço rápido de César surpreendeu Pompeu, que, juntamente com os outros líderes principais
dos optimates, fugiu da Itália para a Grécia. Depois de entrar em Roma, em vez de perseguir
Pompeu, César marchou para a Hispânia para derrotar os pompeianos legalistas que ainda
ameaçavam sua retaguarda. Enquanto isso, Antônio, com o posto de propretor (mesmo sem
nunca ter sido pretor, foi instalado como governador da Itália e comandante do exército,
estacionado na península, enquanto Lépido, na época um dos principais oficiais de César, passou
a administrar a própria cidade de Roma como prefeito urbano.[40][41] Embora Antônio tenha tido
boa popularidade entre seus soldados, muitos cidadãos o desprezavam por sua falta de interesse
na vida dura que levaram durante a guerra civil.[42]

No final de 49 a.C., César, já comandante supremo da Gália, havia capturado a Itália, a Hispânia,
a Sicília e a Sardenha e Córsega das mãos dos optimates. No início de 48 a.C., ele se preparou
para zarpar com sete legiões para a Grécia para enfrentar Pompeu. César havia encarregado a
defesa de Ilírico a Caio Antônio, o irmão mais novo de Antônio, e Públio Cornélio Dolabela. As
forças de Pompeu, porém, derrotaram os dois e assumiram o controle do Adriático. Além disso, as
duas legiões que eles comandavam desertaram para o lado de Pompeu. Sem sua frota, César não
tinha os navios necessários para transportar suas forças até a Grécia. Em vez disto, ele cruzou
com apenas duas e deixou Antônio em Brundísio no comando das outras cinco com ordens de
segui-lo assim que fosse possível. Ainda no início de 48 a.C., Lúcio Escribônio Libão recebeu o
comando da frota de Pompeu, que contava com cinquenta navios.[43] Seguindo até Brundísio,
Libão bloqueou Antônio que, contudo, conseguiu atraí-lo para uma perseguição a alguns navios-
isca, o que levou a frota de Libão até uma emboscada. A maior parte dos navios conseguiu
escapar, mas muitas tropas foram presas e capturadas.[44][45] Com Libão fora do caminho,
Antônio se juntou a César na Grécia em março de 48 a.C..

Durante a campanha grega, Plutarco relata que Antônio era o principal general de César e com
uma reputação que só perdia para a dele.[46] Antônio se juntou a César no oeste da península dos
Bálcãs e os dois cercaram um grande exército de Pompeu em Dirráquio. Com suprimentos de
comida, César, em julho, ordenou um ataque noturno ao acampamento de Pompeu, mas as forças
deles, numericamente superior, conseguiram repelir o ataque. Embora com um resultado
inconclusivo, a batalha foi uma vitória tática para Pompeu que, porém, não ordenou um contra-
ataque ao acampamento de César, o que permitiu que ele recuasse sem problemas. César
posteriormente lembraria que a guerra civil teria terminado naquele dia se Pompeu o tivesse
atacado.[47] César conseguiu fugir para a Tessália com Pompeu perseguindo.

Assumindo uma posição defensiva na planície de Farsalos, o exército de César preparou-se para
uma batalha campal com Pompeu, cujas forças superavam às de César numa proporção de dois
para um. Na Batalha de Farsalos, em 9 de agosto de 48 a.C., César comandou a ala direita, de
frente para Pompeu, enquanto Antônio comandou a esquerda, mais um indicativo do status de
Antônio como o principal general de César.[46] A batalha foi uma vitória decisiva para César.
Embora ela não tenha encerrado de vez a guerra civil, ela foi o auge do poder de César e, de fato,
matou a República Romana.[48] A vitória deu a César um necessário incremento de legitimidade,
pois, antes da batalha, a maior parte do mundo romano fora da Itália apoiava Pompeu e os
optimates como sendo os legítimos governantes de Roma. Depois da derrota de Pompeu, a maior

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parte dos senadores desertou para o lado de César além de muitos dos soldados que haviam
lutado sob Pompeu. Ele próprio fugiu para o Egito ptolemaico, mas o faraó Ptolemeu XIII,
temendo alguma retaliação de César, ordenou que ele fosse morto assim que chegasse.

Governador da Itália

Em vez de iniciar uma imediata perseguição a Pompeu e os optimates remanescentes, César


retornou para Roma e foi nomeado ditador, escolhendo Antônio como seu mestre da cavalaria, o
segundo no comando.[49] César presidiu sobre sua própria eleição para um segundo consulado,
em 47 a.C., e então, depois de onze dias no cargo, renunciou ao posto de ditador.[50] Só então
César foi ao Egito, onde depôs Ptolemeu XIII em favor de sua irmã, Cleópatra em 47 a.C.. A jovem
rainha tornou-se sua amante e deu-lhe um filho, Cesarião. Estes atos de César consolidaram
ainda mais o controle de César sobre o reino já quase completamente dominado pelos
romanos.[51]

Enquanto César estava fora, no Egito, Antônio permaneceu em Roma para governar a Itália e
restaurar a ordem.[52] Sem César para guiá-lo, porém, Antônio rapidamente passou a enfrentar
dificuldades políticas e se revelou bastante impopular. O motivo principal era a questão do perdão
das dívidas. Um dos tribunos de 47 a.C., Públio Cornélio Dolabela, um antigo general de Pompeu,
propôs uma lei que propunha cancelar todas as dívidas em aberto. Antônio se opôs por motivos
políticos e pessoais: ele acreditava que César não apoiaria esta gigantesca medida e suspeitava
que Dolabela havia seduzido sua esposa, Antônia Híbrida Menor. Quando Dolabela tentou
aprovar a lei a força e tomou o Fórum Romano, Antônio respondeu lançando seus soldados sobre
a massa reunida no local.[53] A instabilidade subsequente, especialmente entre os veteranos de
César que se beneficiariam da lei, forçou César a retornar para a Itália em outubro de 47 a.C..[52]

Em 46 a.C., Júlio Cesar, vencedor da guerra civil contra Pompeu, celebrou um triunfo do qual
participou Antônio.
"Triunfo de Júlio Cesar", por Jacopo Palma il Vecchio (c. 1510), preservado no Lowe Art Museum.

A forma como Antônio lidou com o caso de Dolabela esfriou sua relação com César. A reação
violenta de Antônio levou Roma a um estado de anarquia. César tentou refazer as relações com o
líder populista: apesar de eleito cônsul por uma terceira vez em 46 a.C., César propôs que o
senado transferisse o consulado a Dolabela. Quando Antônio protestou, César foi obrigado a
retirar a moção por vergonha. Posteriormente, César tentou exercer suas prerrogativas de ditador
e proclamar diretamente Dolabela como cônsul.[54] Antônio protestou novamente e, como
áugure, declarou que os auspícios eram desfavoráveis, obrigado César a ceder novamente.[55]

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Percebendo a premência de retirar Dolabela de Roma, César perdoou-o por seu papel nas revoltas
e assumiu-o como um de seus generais nas campanhas contra os optimates ainda em
resistência.[46] Antônio, porém, perdeu todas as suas posições oficiais e não recebeu nenhuma
nomeação para 46 ou 45 a.C.. Em vez disto, Antônio, nomeou Marco Emílio Lépido para ser seu
primeiro colega consular para 46 a.C.. Enquanto César realizava sua campanha na África, Antônio
permaneceu em Roma como um mero cidadão privado. Depois de retornar vitorioso do norte da
África, César foi nomeado ditador por dez anos e trouxe Cleópatra e seu filho para Roma. Antônio
mais uma vez ficou na cidade enquanto César, em 45 a.C., para a Hispânia para derrotar os
últimos focos de resistência ao seu governo. Quando César conseguiu retornar, a guerra civil já
tinha acabado.

Neste período, Antônio casou-se com sua terceira esposa, Fúlvia. Seguindo o escândalo com
Dolabela, Antônio rapidamente se divorciou de sua esposa e rapidamente se casou com Fúlvia.
Ela já havia sido casada anteriormente tanto com Públio Cláudio Pulcro quanto com Caio
Escribônio Curião, uma viúva desde o assassinato de Cúrio em 52 a.C.. Embora Antônia e Fúlvia,
tendo sido formalmente casado em 47 a.C., Cícero sugeriu que os dois já se relacionavam pelo
menos desde antes de 58 a.C..[56][57] Esta união produziu dois filhos, Marco Antônio Antilo (n.
47 a.C.) e Julo Antônio (n. 45 a.C.).

Assassinato de Júlio César

Quaisquer que fossem os conflitos entre ele e


César, Antônio permaneceu fiel a César,
assegurando que o distanciamento entre eles não
fosse duradouro. Antônio se reaproximou dele
em Narbo em 45 a.C. e os dois se reconciliaram
completamente no ano seguinte, quando Antônio
foi eleito cônsul juntamente com César, que
estava planejando uma nova invasão do Império
Parta e queria deixar Antônio na Itália para
governar Roma. A reconciliação veio logo depois
de Antônio ter rejeitado uma oferta de Caio "Assassinato de Júlio César". Antônio e Otaviano
Trebônio, um dos generais de César, para se estavam fora de Roma na época.
juntar a uma conspiração para assassinar 1865. Por Karl von Piloty, no Niedersächsisches
César.[58][59] Landesmuseum, na Baviera, Alemanha.

Logo depois de assumirem seus mandatos, o


festival da Lupercália foi realizado, em 15 de fevereiro de 44 a.C., uma celebração em homenagem
à Loba (em latim: "Lupa"), a loba que teria amamentado os bebês Rômulo e Remo, os fundadores
de Roma.[60] A atmosfera política em Roma na época do festival já estava profundamente
dividida. César já vinha colocando em prática sua reformas constitucionais que, na prática,
centralizaram todos os poderes políticos em suas próprias mãos. Ele recebeu ainda mais honras,
incluindo uma forma de culto semioficial, do qual Antônio era sumo-pontífice.[61]
Adicionalmente, no dia anterior ao festival, César foi nomeado ditador, o que lhe dava poderes
sem limites. Os rivais políticos de César temiam que essas reformas fossem tentativas de César de
transformar a República Romana numa monarquia de fato. Durante o próprio festival, Antônio
ofereceu publicamente a César um diadema, que ele recusou. O evento, contudo, revelou uma
poderosa mensagem: diadema era um símbolo real. Ao recusá-lo, César demonstrou que não
tinha intenção de se tornar rei de Roma. Os motivos de Antônio não são claros e se desconhece se
ele agiu com a aprovação prévia de César ou por conta própria.[62]

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Um grupo de senadores resolveu assassinar César para evitar que ele tomasse o trono. Os líderes
dos revoltosos eram Marco Júnio Bruto e Caio Cássio Longino. Apesar de Cássio ser o "espírito
motor" do complô, convencendo os principais assassinos à causa do tiranicídio, Bruto, com sua
história familiar ligada à deposição dos antigos reis romanos, tornou-se seu líder.[63] Cícero,
embora não estivesse diretamente relacionado à conspiração, afirmou depois que as ações de
Antônio selaram o destino de César pois atos tão óbvios destacando a proeminência de César teria
motivado os senadores a agirem.[64] Originalmente, os conspiradores haviam planejado para
eliminar não apesar César, mas também muitos de seus aliados, incluindo Antônio, mas Bruto
rejeitou a proposta, limitando a conspiração ao assassinato de César apenas.[65] Com César se
preparando para seguir para a Pártia no final de março, os conspiradores se prepararam para agir
quando César aparecesse para uma reunião do senado nos idos de março (15 de março).

Antônio, tendo tomado ciência da conspiração na noite anterior, tentou impedir que César
comparecesse a esta reunião. Contudo, um grupo de senadores interceptaram César quando ele
passava perto do Teatro de Pompeu, onde o senado estava se reunindo temporariamente, e o
levaram até a reunião antes que Antônio pudessem chegar até ele.[66] Segundo o historiador
grego Plutarco, quando César chegou ao senado, Lúcio Tílio Cimber apresentou-lhe uma petição
para permitir a volta do exílio de seu irmão.[67] Os outros conspiradores se juntaram à volta do
ditador para apoiar a petição. Em instantes, o grupo inteiro, incluindo Bruto, começou a atacar
César, que tentou escapar, mas, cego pelo sangue, tropeçou e caiu; os senadores continuaram
esfaqueando-o mesmo com ele já caído e indefeso nos degraus mais baixos do pórtico. Segundo o
historiador romano Eutrópio, cerca de sessenta ou mais homens participaram do assassinato.
César foi esfaqueado vinte e três vezes e morreu pela hemorragia decorrente.[68][69]

Líder do partido cesariano

No caos que se seguiu ao assassinato, Marco Antônio fugiu de Roma


disfarçado de escravo, temendo que a morte de César fosse o começo
de um banho de sangue entre seus aliados. Quando nada disto
ocorreu, ele voltou rapidamente para Roma. Os conspiradores, que se
identificaram como liberatores ("os libertadores"), se encastelaram
no Capitólio temendo por suas vidas. Apesar de acreditarem que a
morte de César traria de volta a República, César era muitíssimo
popular entre as classes média e baixa de Roma, enfurecidas ao saber
Logo depois do assassinato que um pequeno grupo de aristocratas haviam assassinado seu ídolo.
de César, o mestre da
cavalaria de César, Lépido,Antônio, o cônsul remanescente, logo tomou a iniciativa e se
marchou com 6 000 apoderou do tesouro do estado. Calpúrnia Pisônia, a viúva de César,
legionários até Roma para entregou-lhe os papeis pessoais de César e a custódia de suas
restaurar a ordem e propriedades, claramente indicando-o como herdeiro de César e líder
proteger a facção da facção cesariana.[70] O mestre da cavalaria de César, Lépido,
cesariana. Ele e Antônio marchou com 6 000 legionários até Roma em 16 de março para
assumiram o comando do restaurar a ordem e para proteger a facção cesariana. Lépido queria
grupo cesariano. tomar de assalto o Capitólio, mas Antônio preferia uma solução
pacífica, uma vez que a maioria dos liberatores e os aliados de César
preferiam um acordo a uma guerra civil.[71] Em 17 de março, por
iniciativa de Antônio, o senado se reuniu para discutir uma solução de compromisso, que, por
causa dos veteranos de César na cidade, foi rapidamente alcançada. Os assassinos seriam
perdoados de seus crimes e, em troca, todas as ações de César seriam ratificadas.[72] Em
particular, os cargos atribuídos por César a Bruto e Cássio seriam também ratificados. Antônio
também concordou em aceitar a nomeação de seu rival, Públio Cornélio Dolabela, como cônsul
sufecto para substituir César.[73] Sem tropas, dinheiro e nem apoio popular, os liberatores foram

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forçados a aceitar a proposta de Antônio. Este acordo foi uma grande vitória para Antônio, que
conseguiu o triplo sucesso de apaziguar os veteranos de César, reconciliar a maioria do senado e
aparecer para os liberatores como um "parceiro e protetor".[74]

Em 19 de março, o testamento de César foi aberto e lido. Nele, César adotou seu sobrinho-neto
Caio Otávio e nomeou-o seu principal herdeiro. Com apenas dezenove anos de idade e lotado no
exército de César na Macedônia, o jovem tornou-se repentinamente membro da gente Júlia,
alterando imediatamente seu nome para "Caio Júlio César Otaviano" (em latim: "Gaius Julius
Caesar Octavianus") seguindo as convenções vigentes na época. Embora não fosse o grande
beneficiado, Antônio também recebeu bens.[75]

Logo depois que o acordo foi alcançado — como sinal de boa fé — Bruto, contrariando o conselho
de Cássio e de Cícero, concordou que César deveria receber um funeral público e que seu
testamento deveria ser confirmado. O funeral foi realizado em 20 de março e Antônio, como seu
mais fiel general e o cônsul reinante, foi escolhido para presidir a cerimônia e para recitar a elegia.
Durante o discurso, de tom demagógico, Antônio enumerou os feitos de César e, lendo
publicamente seu testamento, detalhou as doações que César deixou para o povo romano. Ele
então pegou a toga ensanguentada do corpo de César e mostrou-a para a multidão, que, atiçada
pelo espetáculo sangrento, se revoltou. Diversos edifícios do Fórum Romano e algumas casas dos
conspiradores foram queimadas. Em pânico, muitos deles fugiram da Itália.[76] Sob o pretexto de
não ser capaz de garantir a segurança deles, Antônio liberou Bruto e Cássio de seus cargos em
Roma e confiou-lhes a missão de comprar trigo para Roma na Sicília e na Ásia. Esta função, além
de ser indigna do status dos dois, os manteria fora de Roma, reforçando a posição de Antônio.
Eles recusaram esta posição humilhante e fugiram para a Grécia. Nesta mesma época, Cleópatra,
que era amante de César na ocasião, voltou para o Egito.

Apesar das provisões do testamento de César, Antônio passou a atuar como líder da facção
cesariana, inclusive apropriando para si uma parte da fortuna de César que legalmente pertencia
a Otaviano. Ele outorgou a Lex Antonia, que formalmente aboliu a ditadura, uma tentativa de
consolidar seu poder através do apoio dos senadores. Outorgou também diversas leis que,
segundo ele, estavam entre os papéis de César, para assegurar sua popularidade entre os
veteranos dele, particularmente ao prover doações de terras para eles. Lépido, com o apoio de
Antônio, foi nomeado pontífice máximo no lugar de César. Para solidificar a aliança entre os dois,
a filha de Antônio, Antônia Prima, foi prometida em casamento ao filho de Lépido, Lépido, o
Jovem. Cercando-se de uma guarda pessoal formada por mais de 6 000 dos veteranos de César,
Antônio se apresentou como o verdadeiro sucessor de César, praticamente ignorando
Otaviano.[77]

Primeiro conflito com Otaviano

Otaviano chegou em Roma em maio para reivindicar sua herança. Embora Antônio já tivesse
consolidado seu apoio político, Otaviano ainda tinha chance de rivalizá-lo como o principal
membro da facção cesariana. Os republicanos no senado enxergavam Antônio cada dia mais como
um tirano. Além disso, ele já havia perdido o apoio dos muitos romanos e aliados de César
quando foi contrário à elevação de César à divindade.[78] Quando Antônio se recusou a entregar a
vasta fortuna de César a ele, Otaviano se endividou profundamente para cumprir as doações do
testamento de César para o povo romano e para seus veteranos e também para formar sua própria
guarda de veteranos.[79] Tudo isto lhe valeu o apoio dos simpatizantes de César, que esperavam
utilizá-lo para eliminar Antônio.[80] O senado — Cícero em particular — percebia em Antônio
uma ameaça maior do que Otaviano. No verão de 44 a.C., Antônio já estava em posição difícil por
causa de seus compromissos assumidos com os liberatores depois do assassinato de César. Ele
poderia ou denunciá-los como assassinos, alienando o Senado, ou manter seu apoio aos acordos e
arriscar ser visto como traidor do legado de César, reforçando a posição de Otaviano. Em ambos

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os casos, sua situação como governante de Roma


se enfraqueceria. O historiador romano Dião
Cássio relatou posteriormente que, enquanto
Antônio, como cônsul reinante, ainda detinha
uma vantagem relativa, a afeição geral do povo
romano estava se voltando para Otaviano por ele
ser o filho legal de César.[81][82]

Apoiando a facção senatorial contra Antônio,


Otaviano, em setembro de 44 a.C., encorajou o
principal senador, Cícero, a atacar Antônio numa
série de discursos que o retrataram como uma
ameaça à ordem republicana.[83][84] O risco de Primeiros lances da guerra entre César e Otaviano
uma guerra civil entre Antônio e Otaviano pelo controle da facção cesariana, que, depois da
cresceu conforme este continuava a recrutar os Campanha de Mutina (43 a.C.), resultou na criação
veteranos de César para o seu lado, com duas do Segundo Triunvirato, uma ditadura de facto que
legiões inteiras desertando em novembro de repartiu a República entre Antônio, Otaviano e
44 a.C.. Nesta época, Otaviano, um cidadão Lépido
privado, não tinha autoridade alguma para
comandar exércitos republicanos, o que fez de
seu comando de facto ilegal. Com a opinião popular em Roma se voltando contra ele e com seu
mandato consular para a acabar, Antônio tentou assegurar um comando militar favorável que lhe
possibilitasse o comando de um exército para protegê-lo. O senado, como era habitual, nomeou
Antônio e Dolabela para as províncias da Macedônia e Síria respectivamente a partir de 43 a.C..
Antônio, porém, foi contra, preferindo a Gália Cisalpina, que havia sido entregue a Décimo Júnio
Bruto Albino, um dos assassinos de César.[85][86] Quando Décimo se recusou a entregar sua
província, Antônio marchou para o norte em dezembro de 44 a.C. com os soldados que ainda lhe
eram leais numa tentativa de tomar a província à força, cercado Décimo em Mutina.[87] O senado,
liderado por um exasperado Cícero, denunciou as ações de Antônio e o declarou um fora-da-lei.

Ratificando o comando extraordinário de Otaviano em 1 de janeiro de 43 a.C., o senado


despachou-o juntamente com os novos cônsules, Hírcio e Pansa para derrotar Antônio e suas
cinco legiões, uma operação conhecida como Campanha de Mutina.[88][89] Ele foi derrotado na
Batalha de Mutina, em abril de 43 a.C., e forçado a se retirar para a Gália Transalpina. Os dois
cônsules foram mortos, porém, deixando Otaviano como comandante único dos exércitos
republicanos, um total de oito legiões.[90][91]

Segundo Triunvirato

Formando alianças

Com Antônio derrotado, o Senado, na esperança de eliminar Otaviano e a facção cesariana,


entregou o comando das legiões republicanas a Décimo. Sexto Pompeu, filho do antigo rival de
César, Pompeu Magno, recebeu o comando da frota republicana, que estava baseada na Sicília,
enquanto Bruto e Cássio foram nomeados governadores da Macedônia e Síria respectivamente.
Estas nomeações tinham por objetivo reavivar a "causa republicana".[92] Porém, as oito legiões de
Otaviano, compostas majoritariamente de veteranos de César, se recusaram a seguir os comandos
de um dos assassinos de César, o que abriu espaço para que Otaviano mantivesse seu comando.
Enquanto isto, Antônio recuperou sua posição juntando suas forças com as de Marco Emílio
Lépido, que havia recebido o comando da Gália Narbonense e da Hispânia Citerior.[93] Antônio
enviou Lépido a Roma para tentar negociar uma conciliação. Embora fosse um ardente cesariano,

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Lépido mantinha relações amigáveis tanto com o senado quanto com Sexto Pompeu. Suas legiões,
porém, logo desertaram para Antônio, o que lhe deu o controle sobre dezessete legiões, o maior
exército no ocidente.[94]

Já em meados de maio, Otaviano deu início às


negociações secretas para formar uma aliança
com Antônio para criar uma frente cesariana
unida contra os liberatores. Ainda na Gália
Cisalpina, Otaviano enviou emissários até Roma
em julho de 43 a.C. exigindo que ele fosse
nomeado cônsul pera substituir Hírcio e Pansa e
que o decreto que declarou Antônio um inimigo
público fosse repelido.[95] Quando o senado
recusou, Otaviano marchou para Roma com suas
oito legiões e assumiu o controle da cidade em Mapa da República Romana em 43 a.C., logo
agosto de 43 a.C.. Otaviano se auto-proclamou depois da criação do Segundo Triunvirato:
cônsul, recompensou seus soldados e começou a Antônio Sexto Pompeu
processar os assassinos de César. Pela Lex Pedia, Lépido Liberatores
todos os conspiradores e Sexto Pompeu foram Otaviano Reinos clientes de Roma
condenados in absentia e declarados inimigos triúnviros em conjunto Egito ptolemaico
públicos. Então, instigado por Lépido, Otaviano
foi até a Gália Cisalpina para se encontrar com
Antônio.

Em novembro de 43 a.C., Otaviano, Lépido e Antônio se encontraram perto de Bonônia.[96]


Depois de dois dias de discussões, os três concordaram em criar uma "ditadura de três pessoas"
para governar a República pelos próximos cinco anos, conhecida em latim como "Triumviri Rei
publicae Constituendae" e modernamente chamada de Segundo Triunvirato. Além disto, eles
dividiram entre si o comando militar dos exércitos e províncias da República: Antônio recebeu a
Gália, Lépido, a Hispânia, e Otaviano (como parceiro júnior), a África. O governo da Itália foi
dividido entre eles. O triunvirato tinha como missão principal reconquistar o resto dos domínios
da República: o Mediterrâneo oriental estava nas mãos de Bruto e Cássio e as ilhas do
Mediterrâneo eram controladas por Sexto Pompeu.[97] Em 27 de novembro de 43 a.C., o
triunvirato foi formalmente estabelecido pela Lei Tícia e, para consolidá-lo, Otaviano casou-se
com a enteada de Antônio, Clódia Pulcra.

O primeiro objetivo do triunvirato era vingar a morte de César e declarar guerra aos liberatores.
Antes de marchar contra Bruto e Cássio no oriente, os triúnviros decidiram eliminar seus
inimigos em Roma. Para isto, empregaram uma forma legal de assassinato em massa, a
proscrição. Utilizada pela primeira vez pelo ditador Sula, em 82 a.C., que montou uma lista de
inimigos políticos para expurgar de Roma qualquer oposição ao seu regime. Qualquer pessoas
cujo nome aparecesse na lista perdia sua cidadania romana e toda a proteção da lei. Além disto,
recompensas em dinheiro eram oferecidas a todos que dessem informações que levassem à morte
de um proscrito e qualquer um que assassinasse um proscrito tinha direito de receber parte de
seus bens (o restante ia para o estado). Ninguém podia herdar dinheiro ou terras de um proscrito
e nenhuma mulher casada com um proscrito poderia se casar novamente depois de sua morte.

Assim como as proscrições de Sula anos antes, as do triunvirato produziram resultados letais: um
terço do senado e dois mil equestres foram assassinados. Entre os mais famosos inimigos públicos
condenados estava Cícero que foi executado em 7 de dezembro. Além das consequências políticas
de eliminar a oposição, a proscrição também restaurou o tesouro estatal, que fora esvaziado
durante a Guerra Civil de César na década anterior. A fortuna de um proscrito era confiscada pelo
estado, fornecendo fundos que os triúnviros precisavam para pagar a iminente guerra contra
Bruto e Cássio. Quando as receitas oriundas da venda das propriedades confiscadas se mostraram
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insuficientes para financiar a guerra, os triúnviros impuseram novos impostos, especialmente


sobre os mais ricos. Em janeiro de 42 a.C., o período de proscrições terminou oficialmente.
Apesar de ter durado apenas dois meses e ter sido muito menos sangrenta que as proscrições de
Sula, o episódio traumatizou a sociedade romana. Para evitar serem mortos, diversos inimigos
públicos fugiram, alguns para Sexto Pompeu, na Sicília, ou diretamente para os liberatores no
oriente.[98] Para conseguir legitimar seu próprio governo, todos os senadores que sobreviveram
às proscrições receberam permissão para manterem suas posições se jurassem lealdade ao
triunvirato. Além disto, para justificar sua guerra de vingança contra os assassinos de César, em 1
de janeiro de 42 a.C.", o triunvirato oficialmente deificou César como "Divino Júlio".

Guerra contra os liberatores

Por conta das disputas entre os próprios triúnviros em 43 a.C., Bruto e Cássio conseguiram
assumir o controle de quase todos os territórios orientais de Roma, incluindo um grande exército.
Antes que o Triunvirato cruzasse o Adriático para invadir a Grécia, onde os liberatores haviam
estacionado suas forças, foi necessário lidar primeiro com a ameaça de Sexto Pompeu e sua frota.
A partir de sua base na Sicília, Sexto atacava toda a costa italiana, bloqueando qualquer
movimento marítimo dos triúnviros. O almirante e amigo de Otaviano, Quinto Salvidieno Rufo
conseguiu impedir uma invasão terrestre de Sexto à península Itálica (em Régio), mas foi em
seguida derrotado na batalha naval que se seguiu por causa da inexperiência de seus marujos.
Apenas quando Antônio chegou com sua frota é que o bloqueio pode ser rompido. Apesar de ter
perdido o controle do mar no Adriático, Sexto ainda controlava a Sicília, mas ele foi deixado em
paz por que a prioridade dos triúnviros era a derrota dos liberatores.

No verão de 42 a.C., Otaviano e Antônio


cruzaram para a Macedônia para enfrentá-los
com dezenove legiões, a quase totalidade de suas
forças (aproximadamente 100 000 legionários na
infantaria mais a cavalaria e algumas unidades
auxiliares não regulares), deixando Roma sob a
administração de Lépido. O exército dos
Campanha que resultou na Batalha de Filipos liberatores também era formado por dezenove
(42 a.C.), contra Bruto e Cássio, que encerrou a legiões, mas estas, porém, não lutavam com
Guerra Civil dos Liberatores. capacidade total enquanto que as de Antônio e
Otaviano estavam em força total.[99] Enquanto os
triúnviros contavam com um número maior de
legionários na infantaria, a cavalaria dos liberatores era maior.[100] Estes, que tinham o controle
da Macedônia, não queriam enfrentar os triúnviros numa batalha decisiva e preferiram se
posicionar numa boa localização defensiva e passaram a utilizar a sua superioridade naval para
bloquear as linhas de comunicação dos triúnviros com sua base de suprimentos na Itália. Eles
tiveram a oportunidade ainda de passar os meses anteriores saqueando as cidades gregas para
encherem seu tesouro e se reuniram na Trácia com as legiões das províncias orientais e tropas
fornecidas pelos reinos clientes de Roma.

Bruto e Cássio estavam bem-posicionados num terreno elevado ao longo dos dois lados da Via
Egnácia, a oeste da cidade de Filipos. A elevação sul era protegida por um pântano supostamente
impenetrável enquanto a norte ladeava montanhas impassáveis. Os dois tiveram tempo mais do
que suficiente para fortificarem suas posições com um fosso e uma paliçada. Bruto acampou ao
norte e Cássio, ao sul da Via Egnácia. Antônio chegou rapidamente posicionou seu exército do
lado sul enquanto Otaviano, que vinha atrás, ficou do lado norte. Antônio tentou provocar uma
batalha diversas vezes, mas os liberatores não estavam dispostos a abandonar suas fortes
posições defensivas. Por conta disto, Antônio tentou flanqueá-los secretamente atravessando o
pântano ao sul, o que levou finalmente a uma batalha campal em 3 de outubro de 42 a.C.. Ele

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próprio foi o comandante supremo de todo o exército, pois Otaviano alegou estar doente naquele
dia, assumindo pessoalmente a ala direita, de frente para Cássio. Por conta de sua saúde,
Otaviano ficou no acampamento e quem assumiu o comando da ala esquerda, que enfrentou
Bruto, foi um legado. Na batalha, conhecida como Primeira Batalha de Filipos, Antônio derrotou
Cássio e capturou seu acampamento enquanto Bruto conseguiu o mesmo feito em relação ao
acampamento de Otaviano, mas sem conseguir capturar o triúnviro adoentado. A batalha foi um
empate técnico, mas, por estar mal-informado sobre a situação geral, Cássio, acreditando que a
derrota havia sido total, se suicidou para não ser capturado.

Bruto assumiu o comando de todo o exército republicano e preferia uma guerra de exaustão em
vez do conflito aberto. Seus oficiais, porém, ficaram insatisfeitos com estas táticas claramente
defensivas e os veteranos de César ameaçaram desertar, forçando Bruto a lutar uma Segunda
Batalha de Filipos, em 23 de outubro. Apesar da batalha ter começado de maneira equilibrada, a
habilidade e liderança de Antônio foram determinantes para uma derrota completa das forças de
Bruto, que se matou no dia seguinte, liberando seu exército para se juntar ao dos triúnviros. Mais
de 50 000 romanos morreram nos dois combates. Antônio tratou os derrotados de forma branda,
mas Otaviano, que esteve sob risco de ser capturado, foi muito mais cruel e chegou a decapitar o
cadáver de Bruto.[101][102][103]

As batalhas de Filipos encerraram definitivamente a guerra civil em favor da facção cesariana.


Com a derrota dos liberatores, apenas Sexto Pompeu e sua frota ainda desafiavam o poder
absoluto dos triúnviros sobre a já quase morta República Romana.

Mestre do oriente

Divisão da República

A vitória em Filipos deixou os membros do


Triunvirato como mestres da República, com
exceção da Sicília, ainda dominada por Sexto
Pompeu. Ao retornar a Roma, os triúnviros
redistribuíram as províncias entre si, com
Antônio claramente em posição dominante. Ele
recebeu a porção maior, governando todas as
províncias orientais e mantendo ainda o controle
da Gália no ocidente. A posição de Otaviano
melhorou, pois ele recebeu a Hispânia, que foi Mapa da República Romana em 42 a.C., logo
tomada de Lépido, que ficou apenas com África e depois da Batalha de Filipos:
assumiu, claramente, um papel menos Antônio Sexto Pompeu
importante entre os triúnviros. O comando da
Lépido Império Parta
Itália permaneceu dividido entre os três, mas
Otaviano Reinos clientes de Roma
Otaviano recebeu a difícil e impopular tarefa de
Triúnviros coletivamente Egito ptolemaico
desmobilizar os veteranos e prover a cada um
deles com terras públicas.[104][105] Antônio
assumiu pessoalmente o comando no oriente e
colocou um legado no comando da Gália. Durante sua ausência, diversos de seus principais
aliados ocuparam postos chave em Roma para proteger seus interesses.

O oriente necessitava urgentemente de uma reorganização depois do período de governo dos


liberatores nos anos anteriores. Além disso, Roma lutava contra o Império Parta pelo controle do
Oriente Próximo. A ameaça parta ao governo do Triunvirato era iminente pois eles eram aliados
dos liberatores na recém-encerrada guerra civil, fornecendo inclusive tropas em Filipos.[106]

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Como mestre do oriente, Antônio também assumiu a responsabilidade de supervisionar a invasão


da Pártia planejada por Júlio César para vingar a humilhante derrota do triúnviro Crasso na
Batalha de Carras em 53 a.C..

Em 42 a.C., o oriente romano estava dividido em diversas províncias diretamente controlas por
Roma e muitos reinos clientes. Entre as províncias estavam Macedônia, Ásia, Bitínia, Cilícia,
Chipre, Síria e Creta e Cirenaica. Aproximadamente metade do território oriental estava sob o
controle de reinos clientes, nominalmente independentes, mas sujeitos às interferências romanas.
Entre eles o Reino Odríssio, na Trácia, o Reino do Bósforo ao longo da costa do Mar Negro, os
reinos da Galácia, Capadócia e Reino da Armênia, além de vários outros menores, na Ásia Menor,
os reinos de Judeia, Comagena e Nabateu no Levante, e, finalmente, o Egito ptolemaico na África.

Atividades no oriente

Antônio passou o inverno de 42 a.C. em Atenas, a partir de onde governou, de forma generosa, as
cidades. Um fileleno ("amante das coisas gregas"), Antônio apoiava a cultura grega para conseguir
a lealdade dos habitantes do oriente grego. Participava de festivais e cerimônias religiosas,
incluindo a iniciação nos mistérios de Elêusis,[107] uma religião de mistério dedicada ao culto das
deusas Deméter e Perséfone. A partir de 41 a.C., Antônio atravessou o mar Egeu até a Anatólia,
deixando seu amigo Lúcio Márcio Censorino governando a Macedônia e a Acaia. Ao chegar em
Éfeso, a capital da Ásia, Antônio foi adorado como o deus Dioniso renascido.[108] Ele exigiu
pesados impostos das cidades helênicas em troca de suas políticas pró-gregas, mas isentou as
cidades que permaneceram leais a César durante a guerra civil e compensou aquelas que sofreram
durante a guerra contra os liberatores, incluindo a ilha de Rodes, Lícia e Tarso. Antônio perdoou
todos os nobres romanos que viviam no oriente e que haviam apoiado a causa republicana, com
exceção dos liberatores.

Governando a partir de Éfeso, Antônio consolidou a


hegemonia romana no oriente, recebendo enviados de todos
os reinos clientes e intervindo sempre que possível em seus
assuntos dinásticos, extorquindo exorbitantes "presentes"
pecuniários no processo. Embora o rei Deiotaro da Galácia
tenha sido aliado de Bruto e Cássio depois do assassinato de
César, Antônio permitiu que ele mantivesse sua coroa. Ele
também confirmou Ariarate X como rei da Capadócia depois
da execução de seu irmão, Ariobarzanes III, por Cássio antes
da Batalha de Filipos. No Reino da Judeia, diversas
delegações judaicas reclamaram a Antônio sobre o duro
reinado de Fasael e Herodes, os filhos de Antípatro, o Idumeu,
Júlio César oferece o trono do Egito o sumo sacerdote judaico assassinado por Roma. Depois que
ptolemaico a Cleópatra, sua Herodes tê-lo presenteado com uma grandiosa quantia em
amante. Mais tarde, ela seria a dinheiro, Antônio confirmou os dois em suas posições.
quinta esposa de Antônio e mãe de Antônio também inciou um caso amoroso com Glafira, a viúva
três de seus filhos. de Arquelau, o Velho,[109] que havia servido como sumo
1637. Por Pietro de Cortona, no Musée
sacerdote e monarca do estado religioso de Comana, na
des beaux-arts de Lyon, França
Capadócia.[110] Por influência dela, Antônio instalou o filho
dele com ela, Arquelau, o Jovem, como rei da Capadócia
depois de executar Ariarate X por deslealdade.

Em outubro de 41 a.C., Antônio convocou o principal vassalo romano no oriente, a rainha do


Egito, Cleópatra, até Tarso, na Cilícia. Ele já havia se encontrado com a jovem Cleópatra em sua
campanha no Egito em 55 a.C. e, novamente, em 48 a.C., quando César apoiou sua reivindicação
ao trono do Egito contra sua meia-irmã, Arsínoe IV. Cleópatra teve um filho de César, Cesarião,
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no ano seguinte e os dois viveram em Roma como convidados de César até seu assassinato em
44 a.C.. Os dois retornaram ao Egito logo depois e ela elevou-o a co-regente do Egito. Em 42, o
Triunvirato, em reconhecimento à ajuda de Cleópatra a Públio Cornélio Dolabela contra os
liberatores, reconheceram oficialmente Cesarião como rei do Egito. Chegando em Tauro a bordo
de sua magnífica nau capitânea, Cleópatra convidou Antônio para um grandioso banquete para
solidificar a aliança entre Roma e o Egito.[c] Justamente por seu poder no oriente, o Egito era um
aliado importante na iminente guerra contra os partas. A pedido de Cleópatra, Antônio ordenou a
execução de Arsínoe, que, mesmo tendo marchado com César em seu triunfo de 46 a.C.,[111][112]
recebeu santuário no Templo de Ártemis em Éfeso. Antônio e Cleópatra passaram o inverno de
41 a.C. juntos em Alexandria. Apesar de seu casamento com Fúlvia, Antônio teve um casal de
gêmeos com Cleópatra em 40 a.C.: Alexandre Hélio e Cleópatra Selene II. Antônio também
entregou formalmente o controle de Chipre, que já estava sob controle de facto egípcio desde
47 a.C., durante o caos provocado pela guerra civil, a Cleópatra no mesmo ano como presente por
sua lealdade a Roma.[113]

Antônio, em seus primeiros meses no oriente, levantou dinheiro, reorganizou suas tropas e
assegurou a aliança de todos os reinos clientes de Roma. Ele também promoveu a sua imagem
como um governante helenístico, o que lhe valeu a afeição dos povos gregos do oriente, mas
também o deixou exposto aos ataque de Otaviano em Roma. De acordo com alguns autores
antigos, Antônio levava uma vida luxuosa e despreocupada em Alexandria.[114][115] Ao saber que o
Império Parta havia invadido território romano, no início de 40 a.C., Antônio deixou o Egito e
seguiu para a Síria para enfrentar a invasão. Porém, depois de permanecer por um breve período
em Tiro, acabou sendo forçado a navegar de volta para a Itália com seu exército para a Itália para
enfrentar Otaviano, que lutava a Campanha de Perúsia contra Fúlvia e Lúcio Antônio, esposa e
irmão de Antônio.

Guerra civil de Fúlvia

Depois da derrota de Bruto e Cássio, enquanto Antônio ainda estava ocupado no oriente,
Otaviano era a autoridade maior no ocidente.[d] A principal responsabilidade de Otaviano era
distribuir terras para dezenas de milhares de veteranos de César que lutaram pelo Triunvirato.
Adicionalmente, dezenas de milhares de veteranos que lutaram pela causa republicana durante a
guerra também exigiam concessões de terras. A ação era importante para evitar que estes
veteranos passassem a dar apoio a adversários políticos do Triunvirato.[116] Porém, os triúnviros
não tinham terras públicas suficientes para entregar aos veteranos, o que deixou Otaviano com
duas escolhas possíveis: alienar muitos cidadãos romanos confiscando suas terras ou alienar
muitos soldados romanos que poderiam apoiar uma revolta militar contra o Triunvirato.
Otaviano escolheu a primeira alternativa.[117] Até dezoito cidades romanas por toda a Itália foram
afetadas pelos confiscos de 41 a.C., com populações inteiras sendo expulsas de suas terras.[118]

Liderados por Fúlvia, a esposa de Antônio, os senadores foram ficando cada dia mais hostis em
relação a Otaviano por causa dos confiscos. Segundo Dião Cássio, Fúlvia era a mulher mais
poderosa de Roma na época[119] e, durante o mandato de Públio Servílio Vácia e Lúcio Antônio
como cônsules em 41 a.C., o poder real estava nas mãos de Fúlvia. Como sogra de Otaviano e
esposa de Antônio, nada se fazia no senado sem seu apoio.[120] Temendo que as concessões de
terras de Otaviano pudessem atrair a lealdade dos veteranos, fieis a Antônio, Fúlvia viajava
constantemente com seus filhos para os novos assentamentos de veteranos para lembrar-lhes da
dívida que tinham para com Antônio.[121][122] Ela também tentou atrasar a criação dos
assentamentos até a volta de Antônio a Roma para que ele pudesse receber o crédito. Com a ajuda
do irmão de Antônio, Lúcio Antônio, Fúlvia incitou o senado a se contrapor às medidas agrárias
de Otaviano.

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O conflito entre Otaviano e Fúlvia resultou num


grande distúrbio político e social por toda a Itália.
As tensões aumentaram até resultar em uma
guerra conflagrada quando Otaviano se divorciou
de Clódia Pulcra, a filha de Fúlvia com seu
primeiro marido, Públio Clódio Pulcro. Furiosa,
Fúlvia, com o apoio de Lúcio, reuniu um exército
para lutar pelos direitos de Antônio contra
Otaviano. Segundo o historiador Apiano, a razão
principal para a guerra foi o ciúme de Fúlvia por
causa do caso de Antônio com Cleópatra no Egito Mapa da República Romana em 39 a.C., depois
e o desejo de atraí-lo, por causa da guerra, de dos tratados de Brundísio e Miseno:
volta para Roma.[122] Lúcio e Fúlvia arriscaram- Antônio Sexto Pompeu
se política e marcialmente ao se declararem Lépido Império Parta
contra Otaviano e Lépido, pois o exército romano Otaviano Reinos clientes de Roma
ainda dependia exclusivamente dos triúnviros Triúnviros coletivamente Egito Ptolemaico
para receber seus salários.[118] Os dois, com seu
novo exército, marcharam até Roma e
prometeram ao povo que o triunvirato seria extinto e que Antônio governaria sozinho. Porém,
quando Otaviano chegou na capital com seu próprio exército, o par foi forçado a recuar até
Perúsia (moderna Perúgia), na Etrúria. Otaviano imediatamente cercou a cidade enquanto Lúcio
esperava pela chegada das legiões de Antônio na Gália para ir ajudar.[123][124] Ainda no oriente e
envergonhado pelos atos de Fúlvia, Antônio não deu ordem alguma às suas legiões.[125][e] Sem
reforços, Lúcio e Fúlvia foram forçados a se render em fevereiro de 40 a.C.. Apesar de Otaviano
ter perdoado Lúcio pelo papel na guerra, chegando até mesmo a oferecer-lhe um comando na
Hispânia como seu principal legado na região, Fúlvia foi forçada a fugir para a Grécia com seus
filhos. Com a guerra encerrada, Otaviano ficou com o controle completo sobre toda a Itália.
Quando o governador da Gália de Antônio morreu, Otaviano se apossou de suas três legiões na
região, consolidando seu controle completo no ocidente.[126]

Apesar da invasão parta dos territórios orientais da República, a guerra civil de Fúlvia forçou
Antônio a deixar o oriente e seguir para Roma para assegurar sua posição. Encontrando-a em
Atenas, Antônio repreendeu Fúlvia por seus atos antes de partir para a Itália para enfrentar
Otaviano, cercando Brundísio. Porém, este novo conflito se revelou insustentável tanto por
Otaviano quanto por Antônio. Seus centuriões, que haviam se tornado politicamente importantes,
se recusaram a lutar entre si por que ambos os lados haviam servido sob César.[127][128] Neste
ínterim, Fúlvia faleceu em Sicião de uma desconhecida enfermidade repentina.[129] Com a morte
dela e o motim das tropas tiveram, nos triúnviros, o efeito de forçar uma reconciliação através de
um novo acordo de distribuição de poder em setembro de 40 a.C.. O mundo romano foi re-
dividido, com Antônio recebendo as províncias orientais e Otaviano, as ocidentais. Lépido
continuou no comando na África. Este acordo, conhecido como Tratado de Brundísio, reforçou o
Segundo Triunvirato e permitiu que Antônio começasse a preparar de fato a tão esperada
campanha contra os partas. Como símbolo da renovada amizade, Antônio casou-se com Otávia, a
Jovem, irmã de Otaviano, em outubro de 41 a.C..

Campanha parta de Marco Antônio

Relações romano-partas

A ascensão do Império Parta no século III a.C. e a expansão de Roma na direção do Mediterrâneo
oriental no século II a.C. colocaram as duas potências em contato direito, o início de séculos de
relações tumultuadas e tensas. Apesar de períodos paz terem levado ao desenvolvimento de trocas
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comerciais e culturais, a guerra era uma constante ameaça. A influência sobre o estado-tampão do
Reino da Armênia, localizado no nordeste da Síria, era geralmente o ponto de conflito. Em
95 a.C., o xá arsácida Mitrídates II, instalou Tigranes, o Grande, como rei cliente na Armênia.
Tigranes participaria das três Guerras Mitridáticas contra Roma antes de ser definitivamente
derrotado por Pompeu em 66 a.C..[130] Daí em diante, com seu filho Artavasdes II hospedado em
Roma como refém, Tigranes reinaria a Armênia como aliado de Roma até sua morte em
55 a.C..[131] Artavasdes II foi imediatamente instalado como rei e manteve a influência de Roma
sobre a Armênia.

Em 53 a.C., o governador da Síria, Marco Licínio Crasso, liderou uma expedição atravessando o
Eufrates invadindo o território parta para enfrentar o xá Orodes II. Artavasdes II ofereceu a
Crasso um contingente de quase 40 000 tropas para ajudar na expedição parte com a condição de
Crasso invadiria através da Armênia.[132] Crasso se recusou e escolheu uma rota mais direta (e
mais perigosa), através do Eufrates, uma escolha que se mostrou desastrosa quando seu exército
foi completamente aniquilado na Batalha de Carras por uma força parta numericamente inferior.
A derrota de Crasso forçou a Armênia a mudar de lado, passando a apoiar o Império Parta, um
acordo selado com o casamento da irmã de Artavasdes II com o filho e herdeiro de Orodes,
Pácoro I.[133]

No início de 44 a.C., Júlio César anunciou sua


intenção de invadir o Império Parta e restaurar o
domínio romano no oriente. Ele queria
especialmente punir os partas por terem apoiado
Pompeu na recente guerra civil, vingar a derrota
de Crasso em Carras e, especialmente, igualar a
glória de Alexandre, o Grande, que conquistou o
Império Persa, antecessor do Império Parta.[134]
Antes que pudesse iniciar sua campanha, porém,
César foi assassinado. Como parte do acordo
entre Antônio e os republicanos para restaurar a
ordem depois do assassinato de César, Públio
Cornélio Dolabela recebeu o governo da Síria e o Império Parta por volta de 50 a.C.
comando sobre a planejada campanha parta. O
acordo não durou muito, porém, e os
republicanos foram forçados a fugir para o oriente. Eles ordenaram que Quinto Labieno atraíssem
os partas para o seu lado na guerra civil. Depois que os republicados foram derrotados na Batalha
de Filipos, Labieno se juntou aos partas.[135][136] Apesar do caos instalado em Roma, os partas
não se aproveitaram imediatamente os benefícios de um vácuo de poder no oriente por conta da
relutância de Orodes II.[137]

No verão de 41 a.C., Antônio, para reafirmar o poder romano no oriente, conquistando Palmira,
na fronteira romano-parta.[137] Antônio então passou o inverno de 41 a.C. em Alexandria com
Cleópatra, deixando apenas duas legiões para defender a fronteira síria contra as incursões
partas. Estas legiões, porém, eram compostas por antigas tropas republicanas e Quinto Labieno
convenceu Orodes II a invadir.

Invasão parta

Um exército parta, liderado pelo primogênito de Pácoro I, invadiu a Síria romana no início da
década de 40 a.C.. Quinto Labieno, o aliado republicano de Bruto e Cássio estava com ele como
conselheiro e para tentar alistar para a causa parta os soldados republicanos que ainda estavam
na região e conseguiu atrair muitos deles para lutar contra Antônio. A força conjunta de partas e
romanos, depois de um sucesso inicial na Síria, separou-se em duas campanhas distintas: Pácoro
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marchou para o sul, na direção da Reino da Judeia enquanto Labieno cruzou os montes Tauro ao
norte e invadiu a Cilícia romana, conquistando o sul da Anatólia sem muita resistência. O
governador da Ásia, Lúcio Munácio Planco, um aliado de Antônio, foi forçado a abandonar sua
província, o que permitiu que Labieno recrutasse os soldados republicanos da região sem ser
importunado. Pácoro, enquanto isso, invadiu a Fenícia e a Síria Palestina. Na Judeia, o príncipe
exilado Antígono se juntou aos partas. Quando o irmão dele, o rei cliente de Roma Hircano II, se
recusou a aceitar o domínio parta, foi deposto e substituído por Antígono, que se tornou um rei
cliente do Império Parta. A conquista de Pácoro colocou sob seu comando muito da Síria e o
interior da Palestina, com grandes faixas da costa Fenícia também conquistadas. A cidade de Tiro
permaneceu como o último grande entreposto comercial europeu na região.[138]

Antônio, que estava no Egito com Cleópatra, não respondeu imediatamente à invasão parta.
Embora ele tenha partido de Alexandria para Tiro no início da década de 40 a.C., quando soube
da guerra civil entre sua esposa e Otaviano, acabou sendo forçado a retornar para a Itália com seu
exército para assegurar sua posição em Roma, deixando os partas para um segundo
momento.[138] Para o oriente, Antônio enviou seu legado Públio Ventídio Basso para chegar o
avanço parta. Chegando ao Egito na primavera de 39 a.C., Ventídio surpreendeu Labieno perto
dos montes Tauro e conseguiu uma vitória na Batalha das Portas da Cilícia. Ventídio ordenou que
Labieno fosse executado como traidor e os soldados, até então em revolta, foram reincorporados a
serviço de Marco Antônio. Em seguida, Basso encontrou um exército parta na fronteira entre a
Cilícia e a Sírio e derrotou-o e matando uma grande quantidade de inimigos na Batalha do Passo
Amano. As ações de Ventídio interromperam temporariamente o avanço parta e recuperaram o
controle romano no oriente, forçando Pácoro a abandonar suas conquistas e retornar para a
Pártia.[139]

Na primavera de 38 a.C., os partas reiniciaram a ofensiva enquanto Pácoro liderava seu exército
através do Eufrates. Ventídio, tentando ganhar tempo, vazou informações incorretas a Pácoro
fazendo-o crer que a travessia do rio seria feita pelo vau habitual. Pácoro não confiava na
informação e decidiu cruzar e decidiu cruzar o rio muito mais para baixo segundo o curso do rio.
Era exatamente o que Ventídio desejava, o que lhe deu tempo suficiente para rearranjar suas
forças.[140] Os partas não encontraram resistência e seguiram para a cidade de Gíndaro, na
Cirréstica, onde o exército de Ventídio o esperava com seu exército. Na Batalha do Monte Gindaro
(ou "Batalha de Cirréstica"), Ventídio infligiu uma devastadora derrota sobre os partas e
conseguiu matar Pácoro. No plano geral, os romanos conquistaram uma vitória completa depois
de três sucessivas vitórias de Ventídio, forçando os partas de volta para a outra margem do
Eufrates.[141] A morte de Pácoro legou o Império Parta ao caos. O xá Orodes II, sobrepujado pela
dor da perda de seu filho, nomeou seu filho mais novo, Fraates IV, como sucessor e herdeiro.
Porém, ele assassinou Orodes II no final de 38 a.C. e sucedeu-o imediatamente.[142][143]

Ventídio temia pela fúria e ciúme de Antônio se ele invadisse o território parta e lhe roubasse a
glória, por isso ele preferiu atacar e subjugar os reinos orientais menores que haviam se revoltado
contra Roma depois da derrota em Carras.[144] Um deles foi o rei Antíoco I de Comagena, que foi
cercado em Samósata. Ele tentou firmar uma paz com Ventídio, que pediu que ele tratasse
diretamente com Antônio. Depois que a paz foi acertada, Antônio enviou Ventídio de volta para
Roma para celebrar um triunfo, o primeiro celebrado sobre os partas.[f]

Conflito com Sexto

Enquanto Antônio e os demais triúnviros ratificavam o Tratado de Brundísio para redividir o


mundo romano entre eles, a revolta do general Sexto Pompeu, o filho do rival de César, Pompeu
Magno, continuava sem ser importunada. A partir de sua base na Sicília, Sexto continuou suas

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atividades de pirataria ao longo da costa da Itália, interrompendo o


suprimento de cereais para Roma. A falta de comida fez com que o
povo culpasse os triúnviros e alterasse sua simpatia em favor dele.
Esta pressão forçou os triúnviros a lidarem com Sexto no início de
39 a.C..[145]

Enquanto Otaviano defendia interromper o bloqueio da Itália,


Antônio queria pacificar o ocidente para liberar as legiões do
triunvirato para sua planejada campanha contra os partas. Embora
os triúnviros tenham rejeitado a exigência inicial de Sexto de
colocá-lo como terceiro homem no grupo no lugar de Lépido, eles
concordaram com uma série de concessões. Sob os termos do
Tratado de Miseno, Sexto manteve seu controle sobre a Sicília e a
Sardenha, e recebeu as províncias da Córsega e da Acaia. Foi-lhe
também prometida uma posição no Colégio dos Áugures e o
consulado de 35 a.C.. Em troca, Sexto encerrou o bloqueio naval da
Otávia, irmã de Otaviano e Itália, passou a suprir os cereais para Roma normalmente e
sua terceira esposa, com encerrou as atividades piratas em navios mercantes romanos.[146]
quem se casou por volta de Porém, a mais importante provisão do tratado foi o fim da
40 a.C. e com quem teve proscrição, que os triúnviros iniciaram no final de 43 a.C.. Muitos
duas filhas, Antônia Maior e dos senadores proscritos, em vez de enfrentarem a morte, fugiram
Antônia Menor para a Sicília buscando a proteção de Sexto. Com a exceção dos que
eram diretamente responsáveis pelo assassinato de César, todos os
proscritos receberam permissão para voltar para Roma e uma
promessa de que seriam compensados. Este ato fez com que Sexto perdesse muitos aliados
valiosos, pois senadores antes exilados gradualmente foram se alinhando às causas de Otaviano
ou Antônio. Para assegurar a paz, Otaviano prometeu em casamento seu sobrinho de apenas três
anos de idade e enteado de Antônio, Marco Cláudio Marcelo, à filha de Sexto, Pompeia.[147] Com
a paz no ocidente assegurada, Antônio voltou sua atenção para sua campanha punitiva contra os
partas, que incluía uma invasão. Em acordo com Otaviano, Antônio iria precisar de legiões extras
para esta campanha. Com este objetivo militar em mente, Antônio partiu para a Grécia com sua
esposa, Otávia, a irmã de Otaviano, onde passou a se comportar de maneira extravagante,
assumindo muitos atributos do deus grego Dioniso em 39 a.C..

A paz com Sexto foi, porém, de curta duração. Quando ele exigiu o controle sobre a Acaia como
estava acordado, Antônio exigiu que as receitas tributárias da província fossem utilizadas para
custear sua campanha parta. Sexto obviamente se recusou.[148] Enquanto isso, o almirante de
Sexto, Menas o traiu, passando para o lado de Otaviano e, desta forma, entregando ao triúnviro o
controle sobre a Córsega e a Sardenha, três das seis legiões de Sexto e uma grande marinha. Estes
episódios levaram Sexto a reiniciar o bloqueio da Itália, impedindo Otaviano de enviar as
prometidas tropas para a campanha de Antônio. Este novo atraso fez com que Antônio discutisse
com Otaviano, forçando Otávia a mediar uma trégua entre os dois. Sob os termos do Tratado de
Tarento, Antônio proveria uma grande força naval para que Otaviano pudesse utilizar contra
Sexto e receberia em troca novas legiões que seriam arregimentadas por Otaviano.[149] Como o
mandato dos triúnviros estava determinado para terminar no final de 38 a.C., os dois
unilateralmente estenderam-no por mais cinco anos, até 33 a.C., sem buscar autorização nem do
senado e nem das assembleias populares. Para selar o tratado, o filho mais velho de Antônio,
Marco Antônio Antilo, com apenas seis anos, foi prometido em casamento à única filha de
Otaviano, Júlia, que também era apenas uma criança. Com o tratado assinado, Antônio retornou
para o oriente, deixando Otávia na Itália.

Reconquista da Judeia

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Com Públio Ventídio Basso de volta a Roma em triunfo por sua campanha defensiva contra os
partas, Antônio nomeou Caio Sósio como novo governador da Síria e da Cilícia no início de
38 a.C.. Antônio, ainda no ocidente negociando com Otaviano, ordenou que Sósio depusesse
Antígono II, que havia sido instalado na recente invasão parta como monarca do Reino da Judeia
e que colocasse Herodes, o Grande como novo rei cliente de Roma no seu lugar. Anos antes, em
40 a.C., o senado romano já havia proclamado Herodes "rei dos judeus" pelo seu leal apoio a
Hircano II, o rei cliente romano anterior à invasão parta, e era de uma família com relações de
longa data com Roma.[150] Os romanos esperavam utilizar Herodes como um bastião contra os
partas na iminente campanha.[151]

Avançando para o sul, Sósio capturou a cidade-ilha de Aradus


(moderna Arwad), na costa da Fenícia, no final de 38 a.C.. No
ano seguinte, os romanos cercaram Jerusalém. Depois de um
cerco de 40 dias, os romanos atacaram a cidade e, apesar dos
insistentes pedidos de Herodes por continência, os romanos
não tiveram piedade, saqueando e matando todos em seu
caminho, o que fez com que Herodes reclamasse a
Antônio.[152] Herodes finalmente recorreu ao suborno para
conter Sósio e suas tropas para que não se transformasse num
"rei de um deserto", nas palavras de Flávio Josefo.[153]
Antígono foi forçado a se render para Sósio e foi enviado a
Antônio para participar de sua procissão triunfal em Roma.
Herodes, porém, temendo que Antígono pudesse convencer
novamente os romanos, subornou Antônio para que ele fosse
executado. Este, por sua vez, reconhecendo que Antígono
permaneceria para sempre como uma ameaça para Herodes, Mapa do Reino da Judeia,
ordenou que ele fosse decapitado em Antioquia. Seguro em conquistada pelo legado de Antônio,
seu trono, Herodes reinaria sobre seu Reino Herodiano até Casio Sósio, e devolvida a Herodes,
sua morte em 4 a.C., um fiel rei cliente de Roma. o Grande, aliado de Roma até sua
morte em 4 a.C.

Campanha parta

Com o mandato dos triúnviros renovado, em 38 a.C., Antônio retornou para Atenas no inverno
com sua nova esposa, Otávia, a irmã de Otaviano. Com o assassinato do xá parta Orodes II pelo
seu filho e herdeiro, Fraates IV, que tomou-lhe o trono, no final do mesmo ano, Antônio se
preparou para invadir o Império Parta.

Porém, ele percebeu que Otaviano não tinha intenção alguma de enviar-lhe as legiões adicionais
que lhe foram prometidas sob os termos do Tratado de Tarento. Para reforçar seus próprios
exércitos, Antônio então se voltou para o principal monarca vassalo de Roma no oriente, sua
amante Cleópatra. Além de importantes recursos financeiros, o apoio de Cleópatra à sua
campanha parta permitiu que Antônio dispusesse do maior exército já reunido no oriente.
Invernando em Antioquia em 37 a.C., o exército combinado de Antônio e Cleópatra contava com
mais de 200 000 soldados, incluindo dezesseis legiões (aproximadamente 160 000 legionários) e
mais de 40 000 auxiliares. Esta força era duas vezes maior que o exército de Marco Licínio Crasso
utilizado em sua fracassada campanha em 53 a.C. e três vezes que o de Lúculo e Sula durante as
Guerras Mitridáticas. O tamanho do exército demonstrava a firme intenção de Antônio de
conquistar o Império Parta ou, pelo menos, de conseguir subjugá-lo conquistando sua capital,
Ecbátana. A retaguarda de Antônio estava protegida pelas forças dos reinos clientes romanos na
Anatólia, Síria e Judeia, ao passo que os reinos clientes da Capadócia, Ponto e Comagena
formariam uma linha de suprimentos ao longo da marcha.

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Depois de reunir um grande exército, estimado em cerca de 100 000 homens,[154][155][156]


incluindo 60 000 legionários, 10 000 cavaleiros[155][157],[158][159] principalmente formado por
hispanos e gauleses[155][159] e 30 000 auxiliares fornecidos pelos reis clientes orientais.[155][156]

Marco Antônio então deu início a seu plano de invadir o território parta, não diretamente através
da Mesopotâmia, mas sim através da Reino da Armênia, seguindo o Eufrates e passando por
Arzena, submetendo-a e obrigando o rei armênio Artavasdes II a ajudá-lo. A Armênia havia sido
aliada de Roma desde a derrota de Tigranes, o Grande, por Pompeu Magno, em 66 a.C., durante a
Terceira Guerra Mitridática. Porém, depois da derrota de Crasso na Batalha de Carras, em 53 a.C.,
a Armênia foi forçada a se aliar à Pártia, um reflexo da posição enfraquecida de Roma no oriente.
Antônio enviou Públio Canídio Crasso até a Armênia, que recebeu a rendição de Artavasdes II
sem luta. Canídio então liderou a invasão da Transcaucásia, subjugando o Reino da Ibéria.
Canídio forçou o rei ibero, Farnavaz II a se juntar aos romanos contra Zober, rei da vizinha
Albânia, subjugando-o também e reduzindo a região a um protetorado romano.

Artavasdes II foi forçado a fornecer 7 000 soldados, 6 000 cavaleiros, entre catafractários
(cavalaria pesada) e arqueiros montados.[155] O exército de Antônio incluía uma cavalaria robusta
para que não sofresse o mesmo destino de Crasso em Carras.[158] Mas ainda assim Antônio
cometeu o erro de não deixar guarnições em território armênio, o que permitiu que Artavasdes
mudasse de lado tão logo Antônio partiu para a capital da Média Atropatena, Fraaspa (moderna
Takht-i Suleiman). Embora Antônio preferisse uma batalha campal, os partas não lhe davam
combate, o que permitiu que Antônio já estivesse profundamente inserido no território parta em
meados de agosto de 36 a.C.. Fraates IV mobilizou 50 000 homens para resistir à invasão, 40 000
deles a cavalo[154] (os poderosos arcos partos eram capazes de penetrar escudos e
armaduras).[160] Os cavaleiros partos fustigaram as linhas de abastecimento de Antônio.
Obrigado a deixar sua caravana de suprimentos aos cuidados de duas legiões (aprox. 10 000
homens), ela foi atacada e completamente destruída antes que Antônio pudesse reagir e, embora
o rei armênio e sua cavalaria estivessem presentes durante o massacre, eles não intervieram.
Apesar desta emboscada, Antônio continuou a campanha, mas foi forçado a recuar em meados de
outubro depois de um fracassado cerco de dois meses à capital provincial, especialmente pela
falta de suprimentos e meios para realizar um ataque final.

Perante esta situação, Antônio decidiu recuar de volta para a Síria, seguindo o rio Aras,
atravessando a Armênia em pleno inverno, uma retirada que foi honrosamente coberta pelos
fundeiros e pelos veteranos, os que sofreram as maiores baixas. No total, Antônio perdeu cerca de
30 000 homens, um quarto de seu exército, a maior parte deles veteranos, difíceis de
substituir.[161] Além disso, foram perdidos 4 000 cavaleiros.[159]

Antônio e Cleópatra

Enquanto isso, em Roma, o triunvirato deixou de existir na prática. Otaviano forçou Lépido a
renunciar depois que o velho triúnviro tentou se apossar da Sicília após a derrota de Sexto
Pompeu. Sozinho no poder, Otaviano se ocupou de bajular a tradicional aristocracia republicana
para atraí-la para o seu lado. Ele se casou com Lívia Drusila e começou a atacar Antônio para
elevar sua própria posição. Ele argumentava que Antônio era um homem de moral duvidosa, pois
havia deixado sua fiel esposa abandonada em Roma com os filhos para estar com a promíscua
rainha do Egito. De fato, Antônio foi acusado de tudo, mas principalmente de "tornar-se um
nativo", um crime imperdoável para os orgulhosos romanos. Por diversas vezes, Antônio foi
convocado a Roma, mas ele ficou todas as vezes em Alexandria com Cleópatra.[162]

Novamente com dinheiro egípcio, Antônio invadiu a Armênia, desta vez com sucesso. Ao
retornar, um falso "triunfo romano" foi celebrado nas ruas de Alexandria. A parada através da
cidade foi pouco mais do que um pastiche da mais importante celebração militar romana e, como
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gran finale, a cidade toda foi convocada para ouvir


um importantíssimo discurso político. Rodeado por
Cleópatra e dos filhos dela, Antônio publicamente
encerrou sua aliança com Otaviano.

Ele então distribuiu os reinos orientais entre seus


filhos: Alexandre Hélio foi nomeado rei da Armênia,
da Média e da Pártia (territórios que não estavam,
em sua grande maioria, sob o controle romano), sua
irmã gêmea, Selene, recebeu a Cirenaica e a Líbia, e
o jovem Ptolemeu Filadelfo, a Síria e a Cilícia.
Um mapa das "Doações de Alexandria", de
Cleópatra foi proclamada "rainha de reis e rainha do
Antônio para Cleópatra e os filhos do casal, em
Egito", governando com Cesarião ("Ptolemeu XV
34 a.C..
César", o filho de Cleópatra com Júlio César, pai
Território não alocado
adotivo de Otaviano), "rei de reis e rei do Egito".
Território doado aos filhos de Cleópatra Mas mais importante de tudo, Cesarião foi
Reino original de Cleópatra declarado como filho legítimo de César. Estas
proclamações ficaram conhecidas como "Doações de
Alexandria" e provocara a ruptura final entre
Antônio e Roma.

Enquanto a distribuição de reinos entre os filhos de Cleópatra dificilmente poderiam ser


entendidos como um gesto de reconciliação, elas não colocavam em risco a posição política de
Otaviano. Muito mais perigoso foi o reconhecimento de Cesarião como legítimo herdeiro do nome
de César. A base do poder de Otaviano era sua ligação com César, que o adotou, transferindo-lhe
muito de sua popularidade e a lealdade de seus veteranos. Ao ver esta situação ser ameaçado por
uma criança nascida de uma relação com a mulher mais rica do mundo era algo que Otaviano não
poderia aceitar.

Entre 33 e 32 a.C., uma guerra de propaganda foi travada na arena política de Roma, com
acusações de ambos os lados. Antônio, no Egito, se divorciou de Otávia e acusou Otaviano de ser
um novo rico, de usurpar o poder e de forjar papéis de adoção por César. Otaviano respondia com
acusações de traição: de manter o controle ilegalmente de províncias que deveriam ser entregues
a outras pessoas por sorteio, como era a tradição romana. O triunvirato expirou no último dia de
33 a.C. sem ser renovado e outra guerra civil estava começando.

Antônio também foi acusado de ser o responsável pela execução de Sexto Pompeu, um cidadão
romano, sem um julgamento. Em 32 a.C., o senado retirou-lhe oficialmente seus poderes e
declarou guerra a Cleópatra — mas não a Antônio, pois Otaviano não tinha atenção nenhuma de
divulgar seu papel em prolongar as intermináveis guerras civis que assolavam Roma. Os dois
cônsules, Cneu Domício Enobarbo e Caio Sósio, e um terço do senado abandonaram Roma para
se juntarem a Antônio e Cleópatra na Grécia.

Em 31 a.C., começou a última guerra civil da República Romana. O leal e habilidoso general de
Otaviano, Marco Vipsânio Agripa, capturou a cidade e porto naval grego de Metone, leal a
Antônio. A enorme popularidade de Otaviano entre as legiões resultaram na deserção das
províncias de Cirenaica e da Grécia ao seu lado. Em 2 de setembro, a batalha naval de Ácio foi
travada. A marinha de Antônio e Cleópatra foi completamente destruída e os dois foram forçados
a fugir para o Egito com apenas sessenta navios.

Morte

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19/01/2024, 12:28 Marco Antônio – Wikipédia, a enciclopédia livre

Otaviano, agora muito próximo do poder absoluto, não tinha


intenção alguma de dar a Antônio e Cleópatra nenhum tempo
para se recuperar. Em agosto de 30 a.C., ajudado por Agripa,
invadiu o Egito. Sem nenhum lugar para se refugiar, Antônio
se suicidou atirando-se sobre sua espada acreditando,
incorretamente, que Cleópatra já havia se matado também.
Quando souberam que ela ainda estava viva, servos de
Cleópatra o levaram até o mausoléu de Cleópatra, onde ela
estava escondida; ele morreu em seus braços.

A rainha recebeu permissão para conduzir os rituais


funerários de Antônio depois de ter sido capturada por
Otaviano. Percebendo que seu destino era ser a estrela da
parada triunfal dele em Roma, ela tentou por várias vezes tirar
a própria vida e finalmente conseguiu em meados de agosto.
Otaviano mandou executar Cesarião, mas poupou os filhos de
Antônio com Cleópatra, que tiveram que participar da parada
Busto de Otaviano, o grande
através de Roma. As filhas de Antônio com Otávia também
vencedor das guerras civis romanas
foram poupadas, assim como o filho deles, Julo Antônio. Mas
no século I a.C.. Em 27 a.C., depois
o filho mais velho de Antônio, Marco Antônio Antilo foi
de concentrar todos os poderes
assassinado pelos homens de Otaviano implorando por sua
políticos, militares e jurídicos de
vida no Cesareu.
Roma, assumiu o título de
"Augusto" e reinou absoluto até sua
Consequências e o legado morte, quando passou o comando
para seu filho adotivo, Tibério. Foi
O filho de Cícero, Cícero, o Jovem, anunciou a morte de fim da República e o início do
Antônio, que havia provocado a morte de seu pai, ao Império Romano.
Senado.[163] As homenagens a Antônio foram revogadas e Busto de Augusto preservado na Cortile
del Belvedere nos Museus Vaticanos
suas estátuas foram destruídas ("damnatio memoriae").[164]
Cícero, o Jovem, também aprovou um projeto de lei
garantindo que nenhum outro membro da gente Antônia teria o prenome Marco novamente.[165]

“ Desta forma, os céus garantiram à família de Cícero os atos finais da punição de


Antônio. ”
— Plutarco, Vidas Paralelas, Antônio 49.4[166].

Quando Antônio morreu, Otaviano tornou-se o líder incontestável de Roma. Nos anos seguintes,
Otaviano, que passou a ser conhecido como "Augusto" depois de 27 a.C., conseguiu acumular
todos os cargos administrativos, políticos e militares de Roma numa única pessoa. Quando ele
morreu, em 14, seus poderes políticos passaram para seu filho adotivo, Tibério. A República
Romana havia acabado e a primeira fase do Império Romano se iniciava, o Principado. A
ascensão de César e a subsequente guerra civil entre os dois mais poderosos romanos já havia
efetivamente acabado com a credibilidade da oligarquia romana como poder governante e
assegurou que todas as futuras lutas políticas se centrariam na decisão de qual indivíduo seria
capaz de conquistar o supremo poder político no governo, eliminando o senado e toda a antiga
estrutura magisterial com focos de poder nestes conflitos. Assim, na história, Antônio se destaca

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primeiro como um dos principais aliados de César, depois, juntamente com Augusto, como um
dos dois homens à volta dos quais o poder se consolidou após o assassinato dele e, finalmente,
como membro do Segundo Triunvirato, responsáveis máximos pelo fim da República.[167]

Família e filhos
Antônio casou-se sucessivamente com cinco mulheres diferentes e deixou muitos filhos. Através
de suas filhas com Otávia, Antônio foi ancestral dos imperadores romanos Calígula, Cláudio e
Nero. De seu casamento com Fádia (datas desconhecidas), filha de um liberto, teve vários filhos
segundo Cícero. Nada mais se sabe dela ou destas crianças e Cícero é o único que a menciona pelo
nome. Em seguida, Antônio casou-se com sua prima pelo lado paterno, Antônia Híbrida Menor
(?–47 a.C.), filha de Caio Antônio Híbrida, que, segundo Plutarco, foi expulsa de casa depois de
traí-lo com um amigo de Antônio, o tribuno Públio Cornélio Dolabela, por volta de 47 a.C. Com
ela, Antônio teve uma filha, Antônia, que se casou com o rico grego Pitódoro de Trales. Depois do
divórcio, Antônio casou-se com Fúlvia (46–40 a.C.), neta por parte de pai de Marco Fúlvio Flaco,
cônsul em 125 a.C., e, por parte de mãe, de Caio Graco. Com ela, teve dois filhos, Marco Antônio
Antilo, executado por Otaviano em 30 a.C., e Julo Antônio, casado com Cláudia Marcela Maior,
filha de Otávia, irmã de Otaviano e próxima esposa de Antônio.

A esposa seguinte, já no turbulento ambiente político de Roma na época, foi Otávia (40–32 a.C.),
com quem teve duas filhas, Antônia Maior ("Júlia Antônia Maior"),[168] casada com Lúcio
Domício Enobarbo, cônsul em 16 a.C. Antônia era avó materna da imperatriz Valéria Messalina e
paterna do imperador Nero. A outra filha foi Antônia Menor ("Júlia Antônia Menor"),[168] casada
com Nero Cláudio Druso, o filho mais novo da imperatriz Lívia Drusila e irmão biológico do
imperador Tibério, filho adotivo de Augusto. Foi mãe do imperador Cláudio, avó de Calígula e da
imperatriz Agripina, a Jovem, e bisavó materna de Nero.

Finalmente, Antônio casou-se com a rainha Cleópatra VII (32–30 a.C.), do Egito ptolemaico, a
antiga amante de César, e teve mais três filhos com ela. Os gêmeos Alexandre Hélio e Cleópatra
Selene II, esta casada primeiro com rei Juba II da Numídia e, depois, da Mauritânia; ela teria sido
ascendente de Zenóbia de Palmira, rainha da Síria. O filho mais novo foi Ptolemeu Filadelfo.

Na cultura popular

Marco Antônio no cinema

Lista incompleta de filmes nos quais é protagonista.

Cleopatra (1912), dirigido por Charles Leslie Gaskill, no qual Marco Antônio é vivido por
Charles Sindelar.
Cleopatra (1917), dirigido por J. Gordon Edwards, no qual Marco Antônio é vivido por
Thurston Hall.
Cleopatra (1934), dirigido por Cecil B. DeMille, no qual Marco Antônio é vivido por Henry
Wilcoxon.
Júlio César (1953), dirigido por Joseph L. Mankiewicz, no qual Marco Antônio é interpretado
por Marlon Brando.
Cleopatra (1963), dirigido por Joseph L. Mankiewicz, no qual Marco Antonio é vivido por
Richard Burton.
Julius Caesar (1970), dirigido por Stuart Burge, no qual Marco Antônio é vivido por Charlton
Heston.

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À Sombra das Pirâmides (1972), dirigido por Charlton


Heston, no qual Marco Antônio é vivido por ele.

Marco Antônio na televisão


Na série Roma (2005), é interpretado por James Purefoy.
Na minissérie Empire (2005), é interpretado por Vincent
Regan.
No docudrama Ancient Rome: The Rise and Fall of an
Empire, é interpretado por Alex Ferns.

Cronologia da vida de Marco


Antônio
41 a.C. — Encontro com Richard Burton e Elizabeth Taylor
83 a.C. — Marco Antônio
Cleópatra, em Tarso. como Antônio e Cleópatra no
nasce em Roma. famoso filme "Cleópatra" (1963)
40 a.C. — Regressa a
58 a.C. — Viaja para a dirigido por Joseph L. Mankiewicz
Roma. Casa-se com
Grécia, onde estuda
Otávia. Tratado de
retórica.
Brundísio.
57 a.C. — Luta na Judeia
38 a.C. — Tratado de
56 a.C. — Luta no Egito. Tarento. Renovação do
Provável primeiro triunvirato por mais cinco
encontro com Cleópatra. anos.
54 a.C. a 50 a.C. — 36 a.C. — Sofre derrota
Guerras Gálicas, sob a humilhante na campanha
ordens de Júlio César. contra o Império Parta.
50 a.C. — Eleito tribuno 34 a.C. — Otaviano
da plebe. divulga em Roma a
48 a.C. — Luta na cessão de territórios
Batalha de Farsalos, romanos para Cleópatra e
contra Pompeu Magno. seus filhos (Doações de
47 a.C. — Governa a Alexandria).
Itália de forma 33 a.C. — Fim do
desastrosa. Segundo Triunvirato.
44 a.C. — Eleito cônsul, Antônio divorcia-se de
com Júlio César, que é Otávia.
César é assassinado no 32 a.C. — O senado
senado. declara guerra ao Egito.
43 a.C. — Guerra de 31 a.C. — Batalha de
Mutina. Integra o Ácio: as frotas de Antônio
Segundo Triunvirato com e Cleópatra são
Otaviano e Lépido. derrotadas.
42 a.C. — Derrota os 30 a.C. — Marco Antônio
assassinos de César na e Cleópatra cometem
Batalha de Filipos. suicídio em Alexandria.

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Marco Antônio representado majestaticamente numa carruagem puxada por animais selvagens,
uma representação luxuosa e oriental utilizada por Otaviano para minar sua credibilidade.
"Marc Anton Gruppe", grupo escultório na Friedrichstraße, em Viena, Áustria.

Árvore genealógica

Ver também
Cônsul da República Romana

Júlio César V
Precedido por: Sucedido por:
44 a.C.
Caio Canínio Rébilo (suf.) Aulo Írcio
com Marco Antônio
com Caio Trebônio (suf.) com Caio Víbio Pansa
com Públio Cornélio Dolabela (suf.)

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Marco Antônio II
34 a.C.
Precedido por:
com Lúcio Escribônio Libão Sucedido por:
Públio Cornélio Dolabela
com Lúcio Semprônio Atratino (suf.) Otaviano II
(suf.)
com Caio Mêmio (suf.)
com Lúcio Volcácio Tulo
com Tito Peduceu (suf.) com Lúcio Emílio Lépido Paulo
(suf.)
com Marco Herênio Piceno (suf.)

Marco Antônio III (oriente)


31 a.C.
Precedido por: Sucedido por:
Lúcio Cornélio Cina (suf.) com Otaviano III Otaviano IV
com Marco Valério Messala Corvino
com Marco Valério com Marco Licínio
(suf.)
Messala (suf.) Crasso
com Marco Tício (suf.)
com Cneu Pompeu (suf.)

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Notas
a. Como relatado por uma inscrição calendária conhecida como Fastos Verulanos (c. 17–37)
para 14 de janeiro, que é a mesma citada por Degrassi.[5] A proibição religiosa estabelecida
por Augusto para este dia, marcado como dies vitiosus ("dia defeituoso"), é explicada por
Linderski.[6] 14 de janeiro é aceita como a data de aniversário de Antônio também por C.B.R.
Pelling[7] comentando sobre Plutarco.[8][9] Segundo Suetônio,[10] o imperador Cláudio, neto de
Antônio pela linha materna, contornou a proibição de comemorar o aniversário de Antônio
apresentando cálculos mostrando que ele teria nascido no calendário juliano e compartilhava
o mesmo dies natalis com Druso, o seu próprio pai. Ele nasceu no final de março ou no início
de abril com base numa referência de que ele teria nascido "dentro do terceiro mês"
subsequente ao casamento de sua mãe, Lívia, ter se casado com Augusto em 17 de janeiro.
G. Radke,[11] propôs que uma data de nascimento em 28 de março para Druso resolveria as
dificuldades cronológicas, uma proposta sumarizada (em inglês) pelo comentário da frase de
Suetônio feito por Donna W. Hurley[12] e Marleen B. Flory[13]
b. Cícero é o único autor antigo a mencionar um casamento anterior com uma mulher
completamente desconhecida chamada Fádia.[31]
c. Escritores antigos apontam que este evento teria sido o início do famoso romance entre os
dois, narrando que Antônio teria sido arrebatado pela beleza de Cleópatra. Contudo, autores
modernos rejeitam esta noção afirmando que ela seria parte de uma campanha de
propaganda histórica retrospectiva por parte de Augusto.
d. Lépido, apesar de ser nominalmente um membro do Triunvirato, foi relegado a uma posição
júnior dentro da ditadura de três homens conforme Antônio e Otaviano foram se consolidando
em suas posições.
e. Especula-se que as legiões de Antônia, compostas principalmente por veteranos cesarianos,
não desejavam lutar contra o filho adotivo e herdeiro de seu antigo general.
f. Ventídio desaparece do registro histórico depois deste evento.

Referências
1. Plutarco, Vidas Paralelas, Antônio 86.5. (http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Roman/Text
s/Plutarch/Lives/Antony*.html#86.5)
2. Suerbaum 1980, 327–334.
3. Huzar 1978, p. 14
4. Goldsworthy, 2010, pg 39
5. Degrassi, Inscriptiones Italiae 13.2.397–398, citado por Jerzy Linderski e Anna Kaminska-
Linderski, "The Quaestorship of Marcus Antonius," Phoenix 28.2 (1974), p. 217, nota 24
6. Linderski, "The Augural Law", Aufstieg und Niedergang der römischen Welt II.16 (1986), pp.
2187–2188.
7. C.B.R. Pelling, Plutarch: Life of Antony (Cambridge University Press, 1988), p. 299.
8. Plutarco, Vidas Paralelas, Antônio 73.5 (http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Roman/Texts/
Plutarch/Lives/Antony*.html#73).
9. Nikos Kokkino, Antonia Augusta (Routledge, 1992), p. 11; Pat Southern, Mark Antony
(Tempus, 1998), p. ii; Adrian Goldsworthy, Antony and Cleopatra (Yale University Press,
2010), n.p. (https://books.google.com/books?id=YguHDNElxpMC&pg=PT421&dq=%22a+gran
d+celebration+for+his+birthday+on+14+january%22&hl=en&sa=X&ei=MovzUM2PK4aFrAH5r
YHYAQ&ved=0CDAQ6AEwAA).
10. Suetônio, Vidas dos Doze Césares, Cláudio 11.3 (http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Ro
man/Texts/Suetonius/12Caesars/Claudius*.html#11.3)

https://pt.wikipedia.org/wiki/Marco_Antônio 29/35
19/01/2024, 12:28 Marco Antônio – Wikipédia, a enciclopédia livre

11. G. Radke, "Der Geburtstag des älteren Drusus," Wurzburger Jahrbucher fur die
Altertumswissenschaft 4 (1978), pp. 211–213
12. Donna W. Hurley, Suetonius: Divus Claudius (Cambridge University Press, 2001), p. 106 (http
s://books.google.com/books?id=9yVR5Fac278C&pg=PA106&dq=drusus+antony+birthday+jan
uary&hl=en&sa=X&ei=oRj8UMbAGsOorAHf3IDQBA&ved=0CD4Q6wEwAg#v=onepage&q=dr
usus%20antony%20birthday%20january&f=false)
13. Marleen B. Flory, "The Symbolism of Laurel in Cameo Portraits of Livia," in Memoirs of the
American Academy in Rome (University of Michigan Press, 1995), vol. 40, p. 56, note 48
14. Huzar 1978, p. 15
15. Scullard 1980, p. 154
16. Huzar 1978, p. 17
17. Eyben 1993, p. 236
18. Eyben 1993, p. 58
19. Huzar 1978, p. 25
20. Weigall, 1931, p. 102
21. Jallet-Huant, 2009, pg 25
22. Rocca
23. Plutarco, Vidas Paralelas, Antônio 3
24. Siani-Davis, 1997, pg 316
25. Bradford, 2000, pg 43
26. Siani-Davis, 1997, 388
27. Apiano, Guerras Civis 1
28. Jallet-Huant, 2009, pg 27-31
29. Martin, 2003, pg 174-177
30. Haskell, 1964, pg 201
31. Cícero, Filípicas XIII, 10)
32. Jallet-Huant, 2009, pg 33
33. Holland, Rubicon, pg 287
34. Holland, Rubicon, pg. 287
35. Gruen, 1974, pg 233-234
36. Júlio César, Guerras Gálicas 8.50 (http://classics.mit.edu/Caesar/gallic.8.8.html#847)
37. Plutarco, Vidas Paralelas, Antônio 6
38. Júlio César, Guerras Civis i.5 (http://classics.mit.edu/Caesar/civil.1.1.html#149)
39. Plutarco, Vidas Paralelas, Pompeu 56.4
40. Hinard, 2000, pg 786
41. Jallet-Huant, 2009, pg 39-40
42. Plutarco, Vidas Paralelas, Antônio 8
43. Holmes, pg. 127
44. Broughton, pg. 281
45. Holmes, pg. 128
46. Plutarco, Vidas Paralelas, Antônio 10
47. Plutarco, Vidas Paralelas, Pompeu 65
48. Davis, 1999, pg 59
49. Plutarco, Vidas Paralelas, César 37.2 (http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Roman/Texts/Pl
utarch/Lives/Caesar*.html#37)
50. Jehne, 1987, pg 15-38
51. Jallet-Huant, 2009, pg 52-53
52. Hinard, 2000, pg 796 and 798
https://pt.wikipedia.org/wiki/Marco_Antônio 30/35
19/01/2024, 12:28 Marco Antônio – Wikipédia, a enciclopédia livre

53. Plutarco, Vidas Paralelas, Antônio, c. 9, em Plutarch, Roman Lives ISBN 978-0-19-282502-5
54. Dião Cássio, História Romana 43.51.8.
55. Plutarco, Vidas Paralelas, Antônio 11.3, um trecho mais obscuro em Dião Cássio.
56. Cícero, Filípicas 2.48. (http://www.perseus.tufts.edu/hopper/text?doc=Perseus%3Atext%3A19
99.02.0021%3Aspeech%3D2%3Asection%3D48)
57. Cícero, Filípicas 2.99. (http://www.perseus.tufts.edu/hopper/text?doc=Perseus%3Atext%3A19
99.02.0021%3Aspeech%3D2%3Asection%3D99)
58. Broughton, pg. 299
59. Bringmann, pg. 272
60. Ovídio. «Fasti:Lupercalia» (http://www.tonykline.co.uk/PITBR/Latin/OvidFastiBkTwo.htm#_Toc
69367692) (em inglês)
61. Fuller, Chapter 13
62. Plutarco, Vidas Paralelas, Antônio 12
63. Broughton, pg 320
64. Cícero, Filípicas 34
65. Veleio Patérculo, História Romana 2.58.5 (http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Roman/Text
s/Velleius_Paterculus/2B*.html#58); Plutarco, Vidas Paralelas, Bruto 18.2-6 (http://penelope.u
chicago.edu/Thayer/E/Roman/Texts/Plutarch/Lives/Brutus*.html#18).
66. «Theatrum Pompei» (http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Gazetteer/Places/Europe/Italy/L
azio/Roma/Rome/_Texts/PLATOP*/Theatrum_Pompei.html) (em inglês). Oxford University
Press
67. Plutarco, Vidas Paralelas, Bruto online (http://classics.mit.edu/Plutarch/m_brutus.html)
68. Woolf
69. Suetônio, As Vidas dos Césares, Júlio 82.
70. David, 2000, pg 246
71. Jallet-Huant, 2009, pg 64
72. Plutarco, Vidas Paralelas, Antônio 14
73. Bramstedt, 2004, pg 143
74. Hinard, 2000, 827
75. Hinard, 2000, pg 832
76. Eck (2003), pg 10
77. Hinard, 2000, pg 248
78. Eck, 2003, pg 11.
79. Boatwright, Mary (2012). The Romans From Village to Empire (em inglês). New York: Oxford
University Press. pp. 272–273. ISBN 9780199730575
80. Syme, 1939, pg 114–120.
81. Dião Cássio, História Romana XLV, 11
82. Bleicken, 1998, pg 58
83. Chisholm, 1981, pg 26.
84. Rowell, 1962, pg 30
85. Eck 2003, pg 11–12.
86. Rowell, 1962, pg 21
87. Rowell, 1962, pg 24
88. Eck, 2003, pg 12
89. Syme, 1939, pg 167
90. Syme, 1939, pg 173–174
91. Scullard, 1982, pg 157.
92. Hinard, 2000, pg 838

https://pt.wikipedia.org/wiki/Marco_Antônio 31/35
19/01/2024, 12:28 Marco Antônio – Wikipédia, a enciclopédia livre

93. Syme, 1939, pg 176–186.


94. Hinard, 2000, pg 839-840
95. Rowell, 1962, pg 26-27
96. Eck, 2003, pg 15
97. Hinard, 2000, pg 841-842
98. Hinard, 2000, pg 846-847
99. Apiano, Guerras Civis 14, CVIII
100. Hinard, 2000, pg 850
101. Jallet-Huant, 2009, pg 144-153
102. Hindard, 2000, pg 850-851
103. Cosme, 2009, pg 56-57
104. Hinard, 2000, pg 854
105. Hinard, 2000, pg 253
106. Bivar, 1968, pg 56–57
107. Hinard 2000, p. 854
108. Lepelley, 1998, p. 435
109. Ptolemaic Genealogy, Cleopatra VII (https://www.tyndalehouse.com/Egypt/ptolemies/Cleopatr
a_vii.htm)
110. Ancient Library, Archelaus no. 3 (http://www.ancientlibrary.com/smith-bio/0272.html)
111. Dião Cássio, História Romana 43.19.2-3
112. Apiano, Guerras Civis 2.101.420
113. Mitford, p. 1289–1297
114. Plutarco, Vidas Paralelas, Antônio 28-30
115. Dião Cássio, História Romana L, 48
116. Eck, pg 18
117. Eck, pg 18–19.
118. Eck, pg 19
119. Dião Cássio, História Romana 48.4.1-6 (http://www.perseus.tufts.edu/hopper/text?doc=Cic.+P
hil.+2.48&fromdoc=Perseus%3Atext%3A1999.02.0021)
120. Dião Cássio, História Romana 48.4.1 (http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Roman/Texts/C
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121. Apiano, Guerras Civis 5.2.14 (http://www.perseus.tufts.edu/hopper/text?doc=Perseus%3Atex
t%3A1999.01.0232%3Abook%3D5%3Achapter%3D2%3Asection%3D14)
122. Apiano, Guerras Civis 5.3.19. (http://www.perseus.tufts.edu/hopper/text?doc=Perseus%3Atex
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123. Apiano, Guerras Civis 5.4.32. (http://www.perseus.tufts.edu/hopper/text?doc=Perseus%3Atex
t%3A1999.01.0232%3Abook%3D5%3Achapter%3D4%3Asection%3D32)
124. Dião Cássio, História Romana 48.15.1. (http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Roman/Texts/
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Ligações externas
Este artigo incorpora texto (em inglês) da «The Life of Marc Antony» (https://web.archi
Encyclopædia Britannica (11.ª edição), ve.org/web/20130314185023/http://www.cris
publicação em domínio público. toraul.com/ENGLISH/readinghall/GalleryofH
«Marco Antônio» (http://www.markantony.or istory/Marc-Anthony/LIFE-MA-DOOR.html)
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de junho de 2016. Arquivado do original (htt
«Shakespeare´s Funeral Oration of Mark
p://www.cristoraul.com/ENGLISH/readinghal
Antony» (http://homepages.wmich.edu/~joh
l/GalleryofHistory/Marc-Anthony/LIFE-MA-D
nsorh/ProseComp/caesar.html) (em inglês)
OOR.html) em 14 de março de 2013

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