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Marco Antônio
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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19/01/2024, 12:28 Marco Antônio – Wikipédia, a enciclopédia livre
Segundo o orador romano Cícero, o pai de Antônio era incompetente e corrupto e só recebeu
algum poder justamente por ser incapaz de utilizá-lo ou abusar dele de forma efetiva.[14] Em
74 a.C., ele recebeu um comando militar para derrotar os piratas que assolavam o Mediterrâneo,
mas morreu em Creta em 71 a.C. sem realizar nenhum progresso.[3][14][15] A morte do Antônio pai
deixou Antônio e seus irmãos, Lúcio e Caio, aos cuidados da mãe, Júlia, que se casou com Públio
Cornélio Lêntulo Sura, um eminente membro da antiga nobreza patrícia. Lêntulo, apesar de
explorar seu sucesso político para enriquecer, estava constantemente em débito por causa de seu
estilo de vida extravagante. Foi um dos protagonistas na Segunda Conspiração de Catilina e foi
sumariamente executado por ordens do cônsul Cícero em 63 a.C. por seu envolvimento.[16] Sua
morte provocou um perpétuo ressentimento entre Júlia Antônia e o famoso orador.
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Os primeiros anos da vida de Antônio foram, portanto, marcados pela ausência de uma figura
paterna. Segundo Plutarco, ele passou sua adolescência rondando Roma com seus irmãos e
amigos, jogando, bebendo e se envolvendo em numerosos casos amorosos escandalosos.[15]
Segundo Cícero, Antônio teve um caso homossexual com Caio Escribônio Curião,[17] mas há
pouca informação confiável sobre suas atividades políticas durante a sua juventude, embora
saibamos de sua ligação com Públio Clódio Pulcro e sua gangue de rua.[18] É possível que ele
tenha se envolvido no culto conhecido como Lupercália, pois foi citado como sendo um sacerdote
desta ordem no final de sua vida.[19] Aos vinte anos, Antônio já devia uma fortuna e, nas
esperança de escapar de seus credores, fugiu para a Grécia em 58 a.C. e aproveitou para estudar
filosofia e retórica em Atenas.
Início da carreira
Serviço militar
No ano seguinte, 55 a.C., Gabínio interveio na política interna do Egito ptolemaico. O faraó
Ptolemeu XII Auletes havia sido deposto por uma revolta liderada por sua filha, Berenice IV, em
58 a.C., forçando-o a buscar asilo em Roma. Durante as conquistas de Pompeu, anos antes,
Ptolemeu havia recebido o apoio dele, que o declarou "aliado de Roma".[24] A invasão de Gabínio
tinha o objetivo de restaurar Ptolemeu ao trono, o que foi feito contra as ordens do senado
romano, mas com a aprovação de Pompeu, o mais poderoso político romano na época, e somente
depois que o rei deposto concordou em pagar a vultosa soma de 10 000 talentos de ouro. O
historiador Plutarco relata que foi Antônio que finalmente convenceu Gabínio a agir.[23] Depois
de aniquilar as forças de fronteira do Egito, o exército de Gabínio seguiu adiante para atacar os
guardas palacianos, mas eles se renderam sem lutar.[25] Com Ptolemeu XII de volta no trono
como rei cliente de Roma, Gabínio instalou uma guarnição de 2 000 homens em Alexandria,
posteriormente conhecidos como gabiniani, com a missão de garantirem a autoridade de
Ptolemeu. Em agradecimento por seu apoio, Roma passou a exercer uma considerável influência
sobre os assuntos do Egito, particularmente controlando as receitas e a produção agrícola.[26]
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Foi nesta campanha que Antônio conheceu Cleópatra pela primeira vez, a filha de quatorze anos
de Ptolemeu XII. O historiador romano Apiano de Alexandria relatou posteriormente que o
desejo de Antônio pela jovem princesa egípcia remonta a este encontro.[27]
Enquanto Antônio estava servindo Gabínio no oriente, a situação política doméstica havia
mudado em Roma. Em 60 a.C., um acordo secreto, conhecido como Primeiro Triunvirato, foi
acertado entre três homens para controlar a República: Marco Licínio Crasso, Pompeu e Júlio
César. Crasso, o homem mais rico de Roma, havia derrotado a revolta de escravos de Espártaco
em 70 a.C.; Pompeu conquistou a maior parte do oriente mediterrâneo na década de 60 a.C.;
César era o pontífice máximo de Roma e já havia servido como general na Hispânia. Em 59 a.C.,
César, financiado por Crasso, foi eleito cônsul com o objetivo de aprovar leis favoráveis aos
interesses de Crasso e Pompeu. Em troca, recebeu o comando das províncias de Ilírico, Gália
Cisalpina e Gália Transalpina por cinco anos, começando em 50 a.C.. César utilizou seu mandato
como ponto de partida de sua conquista da Gália livre. Em 55 a.C., Crasso e Pompeu foram
cônsules e o comando de César na Gália foi estendido por mais cinco anos. Roma estava, na
prática, sob controle absoluto destes três homens.[28][29] O triunvirato utilizou o demagogo
Públio Clódio Pulcro, patrono e mentor de Antônio, para exilar seus rivais políticos,
especialmente Cícero[30] e Catão, o Jovem.
Nos primeiros anos de seu serviço militar, Antônio casou-se com sua prima Antônia Híbrida
Menor, a filha de Caio Antônio Híbrida, cônsul em 63 a.C.. Em algum momento entre 54 e
30 a.C., a união produziu uma única filha, Antônia Prima. É incerto se este foi o primeiro
casamento dele.[b]
Guerras Gálicas
Neste período, a aliança entre César, Pompeu e Crasso já havia efetivamente acabado. A filha de
César, Júlia, que havia se casado com Pompeu para assegurar a aliança, morreu em 54 a.C.,
enquanto Crasso foi derrotado na Batalha de Carras, em 53 a.C., em sua desastrosa campanha
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Antônio permaneceu no staff militar de César até 50 a.C., ajudando-o em ações menores de
pacificação por toda a Gália para assegurar a conquista. Com a guerra encerrada, Antônio foi
enviado de volta a Roma para atuar como protetor de César contra Pompeu e os demais
optimates. Com o apoio de César, que era pontífice máximo, o líder religioso romano, Antônio foi
nomeado para o Colégio de Áugures, um importante colégio sacerdotal responsável por
interpretar a vontade dos deuses romanos estudando os voo dos pássaros. Todas as ações públicas
requeriam auspícios favoráveis, o que dava aos seus membros considerável influência. Antônio foi
também eleito como um dos dez tribunos da plebe em 49 a.C.. Nesta posição, Antônio poderia
proteger César de seus inimigos interpondo seu veto a qualquer ação desfavorável a ele.
Guerra Civil
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guerra. O senado declarou ainda que César era um traidor e inimigo público se ele não
debandasse imediatamente seu exército.[38] Sem esperanças de encontrar uma solução pacífica
depois da expulsão de Antônio, César utilizou-a como pretexto para marchar sobre Roma. Como
um tribuno da plebe, a pessoa de Antônio era sacrossanta e, portanto, era ilegal atacá-lo ou
recusar a reconhecer seu veto. Três dias depois, em 10 de janeiro, César cruzou o Rubicão,
iniciando a guerra civil.[39] Durante a usa marcha para o sul, César nomeou Antônio como seu
segundo no comando.
O avanço rápido de César surpreendeu Pompeu, que, juntamente com os outros líderes principais
dos optimates, fugiu da Itália para a Grécia. Depois de entrar em Roma, em vez de perseguir
Pompeu, César marchou para a Hispânia para derrotar os pompeianos legalistas que ainda
ameaçavam sua retaguarda. Enquanto isso, Antônio, com o posto de propretor (mesmo sem
nunca ter sido pretor, foi instalado como governador da Itália e comandante do exército,
estacionado na península, enquanto Lépido, na época um dos principais oficiais de César, passou
a administrar a própria cidade de Roma como prefeito urbano.[40][41] Embora Antônio tenha tido
boa popularidade entre seus soldados, muitos cidadãos o desprezavam por sua falta de interesse
na vida dura que levaram durante a guerra civil.[42]
No final de 49 a.C., César, já comandante supremo da Gália, havia capturado a Itália, a Hispânia,
a Sicília e a Sardenha e Córsega das mãos dos optimates. No início de 48 a.C., ele se preparou
para zarpar com sete legiões para a Grécia para enfrentar Pompeu. César havia encarregado a
defesa de Ilírico a Caio Antônio, o irmão mais novo de Antônio, e Públio Cornélio Dolabela. As
forças de Pompeu, porém, derrotaram os dois e assumiram o controle do Adriático. Além disso, as
duas legiões que eles comandavam desertaram para o lado de Pompeu. Sem sua frota, César não
tinha os navios necessários para transportar suas forças até a Grécia. Em vez disto, ele cruzou
com apenas duas e deixou Antônio em Brundísio no comando das outras cinco com ordens de
segui-lo assim que fosse possível. Ainda no início de 48 a.C., Lúcio Escribônio Libão recebeu o
comando da frota de Pompeu, que contava com cinquenta navios.[43] Seguindo até Brundísio,
Libão bloqueou Antônio que, contudo, conseguiu atraí-lo para uma perseguição a alguns navios-
isca, o que levou a frota de Libão até uma emboscada. A maior parte dos navios conseguiu
escapar, mas muitas tropas foram presas e capturadas.[44][45] Com Libão fora do caminho,
Antônio se juntou a César na Grécia em março de 48 a.C..
Durante a campanha grega, Plutarco relata que Antônio era o principal general de César e com
uma reputação que só perdia para a dele.[46] Antônio se juntou a César no oeste da península dos
Bálcãs e os dois cercaram um grande exército de Pompeu em Dirráquio. Com suprimentos de
comida, César, em julho, ordenou um ataque noturno ao acampamento de Pompeu, mas as forças
deles, numericamente superior, conseguiram repelir o ataque. Embora com um resultado
inconclusivo, a batalha foi uma vitória tática para Pompeu que, porém, não ordenou um contra-
ataque ao acampamento de César, o que permitiu que ele recuasse sem problemas. César
posteriormente lembraria que a guerra civil teria terminado naquele dia se Pompeu o tivesse
atacado.[47] César conseguiu fugir para a Tessália com Pompeu perseguindo.
Assumindo uma posição defensiva na planície de Farsalos, o exército de César preparou-se para
uma batalha campal com Pompeu, cujas forças superavam às de César numa proporção de dois
para um. Na Batalha de Farsalos, em 9 de agosto de 48 a.C., César comandou a ala direita, de
frente para Pompeu, enquanto Antônio comandou a esquerda, mais um indicativo do status de
Antônio como o principal general de César.[46] A batalha foi uma vitória decisiva para César.
Embora ela não tenha encerrado de vez a guerra civil, ela foi o auge do poder de César e, de fato,
matou a República Romana.[48] A vitória deu a César um necessário incremento de legitimidade,
pois, antes da batalha, a maior parte do mundo romano fora da Itália apoiava Pompeu e os
optimates como sendo os legítimos governantes de Roma. Depois da derrota de Pompeu, a maior
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parte dos senadores desertou para o lado de César além de muitos dos soldados que haviam
lutado sob Pompeu. Ele próprio fugiu para o Egito ptolemaico, mas o faraó Ptolemeu XIII,
temendo alguma retaliação de César, ordenou que ele fosse morto assim que chegasse.
Governador da Itália
Enquanto César estava fora, no Egito, Antônio permaneceu em Roma para governar a Itália e
restaurar a ordem.[52] Sem César para guiá-lo, porém, Antônio rapidamente passou a enfrentar
dificuldades políticas e se revelou bastante impopular. O motivo principal era a questão do perdão
das dívidas. Um dos tribunos de 47 a.C., Públio Cornélio Dolabela, um antigo general de Pompeu,
propôs uma lei que propunha cancelar todas as dívidas em aberto. Antônio se opôs por motivos
políticos e pessoais: ele acreditava que César não apoiaria esta gigantesca medida e suspeitava
que Dolabela havia seduzido sua esposa, Antônia Híbrida Menor. Quando Dolabela tentou
aprovar a lei a força e tomou o Fórum Romano, Antônio respondeu lançando seus soldados sobre
a massa reunida no local.[53] A instabilidade subsequente, especialmente entre os veteranos de
César que se beneficiariam da lei, forçou César a retornar para a Itália em outubro de 47 a.C..[52]
Em 46 a.C., Júlio Cesar, vencedor da guerra civil contra Pompeu, celebrou um triunfo do qual
participou Antônio.
"Triunfo de Júlio Cesar", por Jacopo Palma il Vecchio (c. 1510), preservado no Lowe Art Museum.
A forma como Antônio lidou com o caso de Dolabela esfriou sua relação com César. A reação
violenta de Antônio levou Roma a um estado de anarquia. César tentou refazer as relações com o
líder populista: apesar de eleito cônsul por uma terceira vez em 46 a.C., César propôs que o
senado transferisse o consulado a Dolabela. Quando Antônio protestou, César foi obrigado a
retirar a moção por vergonha. Posteriormente, César tentou exercer suas prerrogativas de ditador
e proclamar diretamente Dolabela como cônsul.[54] Antônio protestou novamente e, como
áugure, declarou que os auspícios eram desfavoráveis, obrigado César a ceder novamente.[55]
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Percebendo a premência de retirar Dolabela de Roma, César perdoou-o por seu papel nas revoltas
e assumiu-o como um de seus generais nas campanhas contra os optimates ainda em
resistência.[46] Antônio, porém, perdeu todas as suas posições oficiais e não recebeu nenhuma
nomeação para 46 ou 45 a.C.. Em vez disto, Antônio, nomeou Marco Emílio Lépido para ser seu
primeiro colega consular para 46 a.C.. Enquanto César realizava sua campanha na África, Antônio
permaneceu em Roma como um mero cidadão privado. Depois de retornar vitorioso do norte da
África, César foi nomeado ditador por dez anos e trouxe Cleópatra e seu filho para Roma. Antônio
mais uma vez ficou na cidade enquanto César, em 45 a.C., para a Hispânia para derrotar os
últimos focos de resistência ao seu governo. Quando César conseguiu retornar, a guerra civil já
tinha acabado.
Neste período, Antônio casou-se com sua terceira esposa, Fúlvia. Seguindo o escândalo com
Dolabela, Antônio rapidamente se divorciou de sua esposa e rapidamente se casou com Fúlvia.
Ela já havia sido casada anteriormente tanto com Públio Cláudio Pulcro quanto com Caio
Escribônio Curião, uma viúva desde o assassinato de Cúrio em 52 a.C.. Embora Antônia e Fúlvia,
tendo sido formalmente casado em 47 a.C., Cícero sugeriu que os dois já se relacionavam pelo
menos desde antes de 58 a.C..[56][57] Esta união produziu dois filhos, Marco Antônio Antilo (n.
47 a.C.) e Julo Antônio (n. 45 a.C.).
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Um grupo de senadores resolveu assassinar César para evitar que ele tomasse o trono. Os líderes
dos revoltosos eram Marco Júnio Bruto e Caio Cássio Longino. Apesar de Cássio ser o "espírito
motor" do complô, convencendo os principais assassinos à causa do tiranicídio, Bruto, com sua
história familiar ligada à deposição dos antigos reis romanos, tornou-se seu líder.[63] Cícero,
embora não estivesse diretamente relacionado à conspiração, afirmou depois que as ações de
Antônio selaram o destino de César pois atos tão óbvios destacando a proeminência de César teria
motivado os senadores a agirem.[64] Originalmente, os conspiradores haviam planejado para
eliminar não apesar César, mas também muitos de seus aliados, incluindo Antônio, mas Bruto
rejeitou a proposta, limitando a conspiração ao assassinato de César apenas.[65] Com César se
preparando para seguir para a Pártia no final de março, os conspiradores se prepararam para agir
quando César aparecesse para uma reunião do senado nos idos de março (15 de março).
Antônio, tendo tomado ciência da conspiração na noite anterior, tentou impedir que César
comparecesse a esta reunião. Contudo, um grupo de senadores interceptaram César quando ele
passava perto do Teatro de Pompeu, onde o senado estava se reunindo temporariamente, e o
levaram até a reunião antes que Antônio pudessem chegar até ele.[66] Segundo o historiador
grego Plutarco, quando César chegou ao senado, Lúcio Tílio Cimber apresentou-lhe uma petição
para permitir a volta do exílio de seu irmão.[67] Os outros conspiradores se juntaram à volta do
ditador para apoiar a petição. Em instantes, o grupo inteiro, incluindo Bruto, começou a atacar
César, que tentou escapar, mas, cego pelo sangue, tropeçou e caiu; os senadores continuaram
esfaqueando-o mesmo com ele já caído e indefeso nos degraus mais baixos do pórtico. Segundo o
historiador romano Eutrópio, cerca de sessenta ou mais homens participaram do assassinato.
César foi esfaqueado vinte e três vezes e morreu pela hemorragia decorrente.[68][69]
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forçados a aceitar a proposta de Antônio. Este acordo foi uma grande vitória para Antônio, que
conseguiu o triplo sucesso de apaziguar os veteranos de César, reconciliar a maioria do senado e
aparecer para os liberatores como um "parceiro e protetor".[74]
Em 19 de março, o testamento de César foi aberto e lido. Nele, César adotou seu sobrinho-neto
Caio Otávio e nomeou-o seu principal herdeiro. Com apenas dezenove anos de idade e lotado no
exército de César na Macedônia, o jovem tornou-se repentinamente membro da gente Júlia,
alterando imediatamente seu nome para "Caio Júlio César Otaviano" (em latim: "Gaius Julius
Caesar Octavianus") seguindo as convenções vigentes na época. Embora não fosse o grande
beneficiado, Antônio também recebeu bens.[75]
Logo depois que o acordo foi alcançado — como sinal de boa fé — Bruto, contrariando o conselho
de Cássio e de Cícero, concordou que César deveria receber um funeral público e que seu
testamento deveria ser confirmado. O funeral foi realizado em 20 de março e Antônio, como seu
mais fiel general e o cônsul reinante, foi escolhido para presidir a cerimônia e para recitar a elegia.
Durante o discurso, de tom demagógico, Antônio enumerou os feitos de César e, lendo
publicamente seu testamento, detalhou as doações que César deixou para o povo romano. Ele
então pegou a toga ensanguentada do corpo de César e mostrou-a para a multidão, que, atiçada
pelo espetáculo sangrento, se revoltou. Diversos edifícios do Fórum Romano e algumas casas dos
conspiradores foram queimadas. Em pânico, muitos deles fugiram da Itália.[76] Sob o pretexto de
não ser capaz de garantir a segurança deles, Antônio liberou Bruto e Cássio de seus cargos em
Roma e confiou-lhes a missão de comprar trigo para Roma na Sicília e na Ásia. Esta função, além
de ser indigna do status dos dois, os manteria fora de Roma, reforçando a posição de Antônio.
Eles recusaram esta posição humilhante e fugiram para a Grécia. Nesta mesma época, Cleópatra,
que era amante de César na ocasião, voltou para o Egito.
Apesar das provisões do testamento de César, Antônio passou a atuar como líder da facção
cesariana, inclusive apropriando para si uma parte da fortuna de César que legalmente pertencia
a Otaviano. Ele outorgou a Lex Antonia, que formalmente aboliu a ditadura, uma tentativa de
consolidar seu poder através do apoio dos senadores. Outorgou também diversas leis que,
segundo ele, estavam entre os papéis de César, para assegurar sua popularidade entre os
veteranos dele, particularmente ao prover doações de terras para eles. Lépido, com o apoio de
Antônio, foi nomeado pontífice máximo no lugar de César. Para solidificar a aliança entre os dois,
a filha de Antônio, Antônia Prima, foi prometida em casamento ao filho de Lépido, Lépido, o
Jovem. Cercando-se de uma guarda pessoal formada por mais de 6 000 dos veteranos de César,
Antônio se apresentou como o verdadeiro sucessor de César, praticamente ignorando
Otaviano.[77]
Otaviano chegou em Roma em maio para reivindicar sua herança. Embora Antônio já tivesse
consolidado seu apoio político, Otaviano ainda tinha chance de rivalizá-lo como o principal
membro da facção cesariana. Os republicanos no senado enxergavam Antônio cada dia mais como
um tirano. Além disso, ele já havia perdido o apoio dos muitos romanos e aliados de César
quando foi contrário à elevação de César à divindade.[78] Quando Antônio se recusou a entregar a
vasta fortuna de César a ele, Otaviano se endividou profundamente para cumprir as doações do
testamento de César para o povo romano e para seus veteranos e também para formar sua própria
guarda de veteranos.[79] Tudo isto lhe valeu o apoio dos simpatizantes de César, que esperavam
utilizá-lo para eliminar Antônio.[80] O senado — Cícero em particular — percebia em Antônio
uma ameaça maior do que Otaviano. No verão de 44 a.C., Antônio já estava em posição difícil por
causa de seus compromissos assumidos com os liberatores depois do assassinato de César. Ele
poderia ou denunciá-los como assassinos, alienando o Senado, ou manter seu apoio aos acordos e
arriscar ser visto como traidor do legado de César, reforçando a posição de Otaviano. Em ambos
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Segundo Triunvirato
Formando alianças
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Lépido mantinha relações amigáveis tanto com o senado quanto com Sexto Pompeu. Suas legiões,
porém, logo desertaram para Antônio, o que lhe deu o controle sobre dezessete legiões, o maior
exército no ocidente.[94]
O primeiro objetivo do triunvirato era vingar a morte de César e declarar guerra aos liberatores.
Antes de marchar contra Bruto e Cássio no oriente, os triúnviros decidiram eliminar seus
inimigos em Roma. Para isto, empregaram uma forma legal de assassinato em massa, a
proscrição. Utilizada pela primeira vez pelo ditador Sula, em 82 a.C., que montou uma lista de
inimigos políticos para expurgar de Roma qualquer oposição ao seu regime. Qualquer pessoas
cujo nome aparecesse na lista perdia sua cidadania romana e toda a proteção da lei. Além disto,
recompensas em dinheiro eram oferecidas a todos que dessem informações que levassem à morte
de um proscrito e qualquer um que assassinasse um proscrito tinha direito de receber parte de
seus bens (o restante ia para o estado). Ninguém podia herdar dinheiro ou terras de um proscrito
e nenhuma mulher casada com um proscrito poderia se casar novamente depois de sua morte.
Assim como as proscrições de Sula anos antes, as do triunvirato produziram resultados letais: um
terço do senado e dois mil equestres foram assassinados. Entre os mais famosos inimigos públicos
condenados estava Cícero que foi executado em 7 de dezembro. Além das consequências políticas
de eliminar a oposição, a proscrição também restaurou o tesouro estatal, que fora esvaziado
durante a Guerra Civil de César na década anterior. A fortuna de um proscrito era confiscada pelo
estado, fornecendo fundos que os triúnviros precisavam para pagar a iminente guerra contra
Bruto e Cássio. Quando as receitas oriundas da venda das propriedades confiscadas se mostraram
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Por conta das disputas entre os próprios triúnviros em 43 a.C., Bruto e Cássio conseguiram
assumir o controle de quase todos os territórios orientais de Roma, incluindo um grande exército.
Antes que o Triunvirato cruzasse o Adriático para invadir a Grécia, onde os liberatores haviam
estacionado suas forças, foi necessário lidar primeiro com a ameaça de Sexto Pompeu e sua frota.
A partir de sua base na Sicília, Sexto atacava toda a costa italiana, bloqueando qualquer
movimento marítimo dos triúnviros. O almirante e amigo de Otaviano, Quinto Salvidieno Rufo
conseguiu impedir uma invasão terrestre de Sexto à península Itálica (em Régio), mas foi em
seguida derrotado na batalha naval que se seguiu por causa da inexperiência de seus marujos.
Apenas quando Antônio chegou com sua frota é que o bloqueio pode ser rompido. Apesar de ter
perdido o controle do mar no Adriático, Sexto ainda controlava a Sicília, mas ele foi deixado em
paz por que a prioridade dos triúnviros era a derrota dos liberatores.
Bruto e Cássio estavam bem-posicionados num terreno elevado ao longo dos dois lados da Via
Egnácia, a oeste da cidade de Filipos. A elevação sul era protegida por um pântano supostamente
impenetrável enquanto a norte ladeava montanhas impassáveis. Os dois tiveram tempo mais do
que suficiente para fortificarem suas posições com um fosso e uma paliçada. Bruto acampou ao
norte e Cássio, ao sul da Via Egnácia. Antônio chegou rapidamente posicionou seu exército do
lado sul enquanto Otaviano, que vinha atrás, ficou do lado norte. Antônio tentou provocar uma
batalha diversas vezes, mas os liberatores não estavam dispostos a abandonar suas fortes
posições defensivas. Por conta disto, Antônio tentou flanqueá-los secretamente atravessando o
pântano ao sul, o que levou finalmente a uma batalha campal em 3 de outubro de 42 a.C.. Ele
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próprio foi o comandante supremo de todo o exército, pois Otaviano alegou estar doente naquele
dia, assumindo pessoalmente a ala direita, de frente para Cássio. Por conta de sua saúde,
Otaviano ficou no acampamento e quem assumiu o comando da ala esquerda, que enfrentou
Bruto, foi um legado. Na batalha, conhecida como Primeira Batalha de Filipos, Antônio derrotou
Cássio e capturou seu acampamento enquanto Bruto conseguiu o mesmo feito em relação ao
acampamento de Otaviano, mas sem conseguir capturar o triúnviro adoentado. A batalha foi um
empate técnico, mas, por estar mal-informado sobre a situação geral, Cássio, acreditando que a
derrota havia sido total, se suicidou para não ser capturado.
Bruto assumiu o comando de todo o exército republicano e preferia uma guerra de exaustão em
vez do conflito aberto. Seus oficiais, porém, ficaram insatisfeitos com estas táticas claramente
defensivas e os veteranos de César ameaçaram desertar, forçando Bruto a lutar uma Segunda
Batalha de Filipos, em 23 de outubro. Apesar da batalha ter começado de maneira equilibrada, a
habilidade e liderança de Antônio foram determinantes para uma derrota completa das forças de
Bruto, que se matou no dia seguinte, liberando seu exército para se juntar ao dos triúnviros. Mais
de 50 000 romanos morreram nos dois combates. Antônio tratou os derrotados de forma branda,
mas Otaviano, que esteve sob risco de ser capturado, foi muito mais cruel e chegou a decapitar o
cadáver de Bruto.[101][102][103]
Mestre do oriente
Divisão da República
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Em 42 a.C., o oriente romano estava dividido em diversas províncias diretamente controlas por
Roma e muitos reinos clientes. Entre as províncias estavam Macedônia, Ásia, Bitínia, Cilícia,
Chipre, Síria e Creta e Cirenaica. Aproximadamente metade do território oriental estava sob o
controle de reinos clientes, nominalmente independentes, mas sujeitos às interferências romanas.
Entre eles o Reino Odríssio, na Trácia, o Reino do Bósforo ao longo da costa do Mar Negro, os
reinos da Galácia, Capadócia e Reino da Armênia, além de vários outros menores, na Ásia Menor,
os reinos de Judeia, Comagena e Nabateu no Levante, e, finalmente, o Egito ptolemaico na África.
Atividades no oriente
Antônio passou o inverno de 42 a.C. em Atenas, a partir de onde governou, de forma generosa, as
cidades. Um fileleno ("amante das coisas gregas"), Antônio apoiava a cultura grega para conseguir
a lealdade dos habitantes do oriente grego. Participava de festivais e cerimônias religiosas,
incluindo a iniciação nos mistérios de Elêusis,[107] uma religião de mistério dedicada ao culto das
deusas Deméter e Perséfone. A partir de 41 a.C., Antônio atravessou o mar Egeu até a Anatólia,
deixando seu amigo Lúcio Márcio Censorino governando a Macedônia e a Acaia. Ao chegar em
Éfeso, a capital da Ásia, Antônio foi adorado como o deus Dioniso renascido.[108] Ele exigiu
pesados impostos das cidades helênicas em troca de suas políticas pró-gregas, mas isentou as
cidades que permaneceram leais a César durante a guerra civil e compensou aquelas que sofreram
durante a guerra contra os liberatores, incluindo a ilha de Rodes, Lícia e Tarso. Antônio perdoou
todos os nobres romanos que viviam no oriente e que haviam apoiado a causa republicana, com
exceção dos liberatores.
no ano seguinte e os dois viveram em Roma como convidados de César até seu assassinato em
44 a.C.. Os dois retornaram ao Egito logo depois e ela elevou-o a co-regente do Egito. Em 42, o
Triunvirato, em reconhecimento à ajuda de Cleópatra a Públio Cornélio Dolabela contra os
liberatores, reconheceram oficialmente Cesarião como rei do Egito. Chegando em Tauro a bordo
de sua magnífica nau capitânea, Cleópatra convidou Antônio para um grandioso banquete para
solidificar a aliança entre Roma e o Egito.[c] Justamente por seu poder no oriente, o Egito era um
aliado importante na iminente guerra contra os partas. A pedido de Cleópatra, Antônio ordenou a
execução de Arsínoe, que, mesmo tendo marchado com César em seu triunfo de 46 a.C.,[111][112]
recebeu santuário no Templo de Ártemis em Éfeso. Antônio e Cleópatra passaram o inverno de
41 a.C. juntos em Alexandria. Apesar de seu casamento com Fúlvia, Antônio teve um casal de
gêmeos com Cleópatra em 40 a.C.: Alexandre Hélio e Cleópatra Selene II. Antônio também
entregou formalmente o controle de Chipre, que já estava sob controle de facto egípcio desde
47 a.C., durante o caos provocado pela guerra civil, a Cleópatra no mesmo ano como presente por
sua lealdade a Roma.[113]
Antônio, em seus primeiros meses no oriente, levantou dinheiro, reorganizou suas tropas e
assegurou a aliança de todos os reinos clientes de Roma. Ele também promoveu a sua imagem
como um governante helenístico, o que lhe valeu a afeição dos povos gregos do oriente, mas
também o deixou exposto aos ataque de Otaviano em Roma. De acordo com alguns autores
antigos, Antônio levava uma vida luxuosa e despreocupada em Alexandria.[114][115] Ao saber que o
Império Parta havia invadido território romano, no início de 40 a.C., Antônio deixou o Egito e
seguiu para a Síria para enfrentar a invasão. Porém, depois de permanecer por um breve período
em Tiro, acabou sendo forçado a navegar de volta para a Itália com seu exército para a Itália para
enfrentar Otaviano, que lutava a Campanha de Perúsia contra Fúlvia e Lúcio Antônio, esposa e
irmão de Antônio.
Depois da derrota de Bruto e Cássio, enquanto Antônio ainda estava ocupado no oriente,
Otaviano era a autoridade maior no ocidente.[d] A principal responsabilidade de Otaviano era
distribuir terras para dezenas de milhares de veteranos de César que lutaram pelo Triunvirato.
Adicionalmente, dezenas de milhares de veteranos que lutaram pela causa republicana durante a
guerra também exigiam concessões de terras. A ação era importante para evitar que estes
veteranos passassem a dar apoio a adversários políticos do Triunvirato.[116] Porém, os triúnviros
não tinham terras públicas suficientes para entregar aos veteranos, o que deixou Otaviano com
duas escolhas possíveis: alienar muitos cidadãos romanos confiscando suas terras ou alienar
muitos soldados romanos que poderiam apoiar uma revolta militar contra o Triunvirato.
Otaviano escolheu a primeira alternativa.[117] Até dezoito cidades romanas por toda a Itália foram
afetadas pelos confiscos de 41 a.C., com populações inteiras sendo expulsas de suas terras.[118]
Liderados por Fúlvia, a esposa de Antônio, os senadores foram ficando cada dia mais hostis em
relação a Otaviano por causa dos confiscos. Segundo Dião Cássio, Fúlvia era a mulher mais
poderosa de Roma na época[119] e, durante o mandato de Públio Servílio Vácia e Lúcio Antônio
como cônsules em 41 a.C., o poder real estava nas mãos de Fúlvia. Como sogra de Otaviano e
esposa de Antônio, nada se fazia no senado sem seu apoio.[120] Temendo que as concessões de
terras de Otaviano pudessem atrair a lealdade dos veteranos, fieis a Antônio, Fúlvia viajava
constantemente com seus filhos para os novos assentamentos de veteranos para lembrar-lhes da
dívida que tinham para com Antônio.[121][122] Ela também tentou atrasar a criação dos
assentamentos até a volta de Antônio a Roma para que ele pudesse receber o crédito. Com a ajuda
do irmão de Antônio, Lúcio Antônio, Fúlvia incitou o senado a se contrapor às medidas agrárias
de Otaviano.
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Apesar da invasão parta dos territórios orientais da República, a guerra civil de Fúlvia forçou
Antônio a deixar o oriente e seguir para Roma para assegurar sua posição. Encontrando-a em
Atenas, Antônio repreendeu Fúlvia por seus atos antes de partir para a Itália para enfrentar
Otaviano, cercando Brundísio. Porém, este novo conflito se revelou insustentável tanto por
Otaviano quanto por Antônio. Seus centuriões, que haviam se tornado politicamente importantes,
se recusaram a lutar entre si por que ambos os lados haviam servido sob César.[127][128] Neste
ínterim, Fúlvia faleceu em Sicião de uma desconhecida enfermidade repentina.[129] Com a morte
dela e o motim das tropas tiveram, nos triúnviros, o efeito de forçar uma reconciliação através de
um novo acordo de distribuição de poder em setembro de 40 a.C.. O mundo romano foi re-
dividido, com Antônio recebendo as províncias orientais e Otaviano, as ocidentais. Lépido
continuou no comando na África. Este acordo, conhecido como Tratado de Brundísio, reforçou o
Segundo Triunvirato e permitiu que Antônio começasse a preparar de fato a tão esperada
campanha contra os partas. Como símbolo da renovada amizade, Antônio casou-se com Otávia, a
Jovem, irmã de Otaviano, em outubro de 41 a.C..
Relações romano-partas
A ascensão do Império Parta no século III a.C. e a expansão de Roma na direção do Mediterrâneo
oriental no século II a.C. colocaram as duas potências em contato direito, o início de séculos de
relações tumultuadas e tensas. Apesar de períodos paz terem levado ao desenvolvimento de trocas
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comerciais e culturais, a guerra era uma constante ameaça. A influência sobre o estado-tampão do
Reino da Armênia, localizado no nordeste da Síria, era geralmente o ponto de conflito. Em
95 a.C., o xá arsácida Mitrídates II, instalou Tigranes, o Grande, como rei cliente na Armênia.
Tigranes participaria das três Guerras Mitridáticas contra Roma antes de ser definitivamente
derrotado por Pompeu em 66 a.C..[130] Daí em diante, com seu filho Artavasdes II hospedado em
Roma como refém, Tigranes reinaria a Armênia como aliado de Roma até sua morte em
55 a.C..[131] Artavasdes II foi imediatamente instalado como rei e manteve a influência de Roma
sobre a Armênia.
Em 53 a.C., o governador da Síria, Marco Licínio Crasso, liderou uma expedição atravessando o
Eufrates invadindo o território parta para enfrentar o xá Orodes II. Artavasdes II ofereceu a
Crasso um contingente de quase 40 000 tropas para ajudar na expedição parte com a condição de
Crasso invadiria através da Armênia.[132] Crasso se recusou e escolheu uma rota mais direta (e
mais perigosa), através do Eufrates, uma escolha que se mostrou desastrosa quando seu exército
foi completamente aniquilado na Batalha de Carras por uma força parta numericamente inferior.
A derrota de Crasso forçou a Armênia a mudar de lado, passando a apoiar o Império Parta, um
acordo selado com o casamento da irmã de Artavasdes II com o filho e herdeiro de Orodes,
Pácoro I.[133]
No verão de 41 a.C., Antônio, para reafirmar o poder romano no oriente, conquistando Palmira,
na fronteira romano-parta.[137] Antônio então passou o inverno de 41 a.C. em Alexandria com
Cleópatra, deixando apenas duas legiões para defender a fronteira síria contra as incursões
partas. Estas legiões, porém, eram compostas por antigas tropas republicanas e Quinto Labieno
convenceu Orodes II a invadir.
Invasão parta
Um exército parta, liderado pelo primogênito de Pácoro I, invadiu a Síria romana no início da
década de 40 a.C.. Quinto Labieno, o aliado republicano de Bruto e Cássio estava com ele como
conselheiro e para tentar alistar para a causa parta os soldados republicanos que ainda estavam
na região e conseguiu atrair muitos deles para lutar contra Antônio. A força conjunta de partas e
romanos, depois de um sucesso inicial na Síria, separou-se em duas campanhas distintas: Pácoro
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marchou para o sul, na direção da Reino da Judeia enquanto Labieno cruzou os montes Tauro ao
norte e invadiu a Cilícia romana, conquistando o sul da Anatólia sem muita resistência. O
governador da Ásia, Lúcio Munácio Planco, um aliado de Antônio, foi forçado a abandonar sua
província, o que permitiu que Labieno recrutasse os soldados republicanos da região sem ser
importunado. Pácoro, enquanto isso, invadiu a Fenícia e a Síria Palestina. Na Judeia, o príncipe
exilado Antígono se juntou aos partas. Quando o irmão dele, o rei cliente de Roma Hircano II, se
recusou a aceitar o domínio parta, foi deposto e substituído por Antígono, que se tornou um rei
cliente do Império Parta. A conquista de Pácoro colocou sob seu comando muito da Síria e o
interior da Palestina, com grandes faixas da costa Fenícia também conquistadas. A cidade de Tiro
permaneceu como o último grande entreposto comercial europeu na região.[138]
Antônio, que estava no Egito com Cleópatra, não respondeu imediatamente à invasão parta.
Embora ele tenha partido de Alexandria para Tiro no início da década de 40 a.C., quando soube
da guerra civil entre sua esposa e Otaviano, acabou sendo forçado a retornar para a Itália com seu
exército para assegurar sua posição em Roma, deixando os partas para um segundo
momento.[138] Para o oriente, Antônio enviou seu legado Públio Ventídio Basso para chegar o
avanço parta. Chegando ao Egito na primavera de 39 a.C., Ventídio surpreendeu Labieno perto
dos montes Tauro e conseguiu uma vitória na Batalha das Portas da Cilícia. Ventídio ordenou que
Labieno fosse executado como traidor e os soldados, até então em revolta, foram reincorporados a
serviço de Marco Antônio. Em seguida, Basso encontrou um exército parta na fronteira entre a
Cilícia e a Sírio e derrotou-o e matando uma grande quantidade de inimigos na Batalha do Passo
Amano. As ações de Ventídio interromperam temporariamente o avanço parta e recuperaram o
controle romano no oriente, forçando Pácoro a abandonar suas conquistas e retornar para a
Pártia.[139]
Na primavera de 38 a.C., os partas reiniciaram a ofensiva enquanto Pácoro liderava seu exército
através do Eufrates. Ventídio, tentando ganhar tempo, vazou informações incorretas a Pácoro
fazendo-o crer que a travessia do rio seria feita pelo vau habitual. Pácoro não confiava na
informação e decidiu cruzar e decidiu cruzar o rio muito mais para baixo segundo o curso do rio.
Era exatamente o que Ventídio desejava, o que lhe deu tempo suficiente para rearranjar suas
forças.[140] Os partas não encontraram resistência e seguiram para a cidade de Gíndaro, na
Cirréstica, onde o exército de Ventídio o esperava com seu exército. Na Batalha do Monte Gindaro
(ou "Batalha de Cirréstica"), Ventídio infligiu uma devastadora derrota sobre os partas e
conseguiu matar Pácoro. No plano geral, os romanos conquistaram uma vitória completa depois
de três sucessivas vitórias de Ventídio, forçando os partas de volta para a outra margem do
Eufrates.[141] A morte de Pácoro legou o Império Parta ao caos. O xá Orodes II, sobrepujado pela
dor da perda de seu filho, nomeou seu filho mais novo, Fraates IV, como sucessor e herdeiro.
Porém, ele assassinou Orodes II no final de 38 a.C. e sucedeu-o imediatamente.[142][143]
Ventídio temia pela fúria e ciúme de Antônio se ele invadisse o território parta e lhe roubasse a
glória, por isso ele preferiu atacar e subjugar os reinos orientais menores que haviam se revoltado
contra Roma depois da derrota em Carras.[144] Um deles foi o rei Antíoco I de Comagena, que foi
cercado em Samósata. Ele tentou firmar uma paz com Ventídio, que pediu que ele tratasse
diretamente com Antônio. Depois que a paz foi acertada, Antônio enviou Ventídio de volta para
Roma para celebrar um triunfo, o primeiro celebrado sobre os partas.[f]
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A paz com Sexto foi, porém, de curta duração. Quando ele exigiu o controle sobre a Acaia como
estava acordado, Antônio exigiu que as receitas tributárias da província fossem utilizadas para
custear sua campanha parta. Sexto obviamente se recusou.[148] Enquanto isso, o almirante de
Sexto, Menas o traiu, passando para o lado de Otaviano e, desta forma, entregando ao triúnviro o
controle sobre a Córsega e a Sardenha, três das seis legiões de Sexto e uma grande marinha. Estes
episódios levaram Sexto a reiniciar o bloqueio da Itália, impedindo Otaviano de enviar as
prometidas tropas para a campanha de Antônio. Este novo atraso fez com que Antônio discutisse
com Otaviano, forçando Otávia a mediar uma trégua entre os dois. Sob os termos do Tratado de
Tarento, Antônio proveria uma grande força naval para que Otaviano pudesse utilizar contra
Sexto e receberia em troca novas legiões que seriam arregimentadas por Otaviano.[149] Como o
mandato dos triúnviros estava determinado para terminar no final de 38 a.C., os dois
unilateralmente estenderam-no por mais cinco anos, até 33 a.C., sem buscar autorização nem do
senado e nem das assembleias populares. Para selar o tratado, o filho mais velho de Antônio,
Marco Antônio Antilo, com apenas seis anos, foi prometido em casamento à única filha de
Otaviano, Júlia, que também era apenas uma criança. Com o tratado assinado, Antônio retornou
para o oriente, deixando Otávia na Itália.
Reconquista da Judeia
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Com Públio Ventídio Basso de volta a Roma em triunfo por sua campanha defensiva contra os
partas, Antônio nomeou Caio Sósio como novo governador da Síria e da Cilícia no início de
38 a.C.. Antônio, ainda no ocidente negociando com Otaviano, ordenou que Sósio depusesse
Antígono II, que havia sido instalado na recente invasão parta como monarca do Reino da Judeia
e que colocasse Herodes, o Grande como novo rei cliente de Roma no seu lugar. Anos antes, em
40 a.C., o senado romano já havia proclamado Herodes "rei dos judeus" pelo seu leal apoio a
Hircano II, o rei cliente romano anterior à invasão parta, e era de uma família com relações de
longa data com Roma.[150] Os romanos esperavam utilizar Herodes como um bastião contra os
partas na iminente campanha.[151]
Campanha parta
Com o mandato dos triúnviros renovado, em 38 a.C., Antônio retornou para Atenas no inverno
com sua nova esposa, Otávia, a irmã de Otaviano. Com o assassinato do xá parta Orodes II pelo
seu filho e herdeiro, Fraates IV, que tomou-lhe o trono, no final do mesmo ano, Antônio se
preparou para invadir o Império Parta.
Porém, ele percebeu que Otaviano não tinha intenção alguma de enviar-lhe as legiões adicionais
que lhe foram prometidas sob os termos do Tratado de Tarento. Para reforçar seus próprios
exércitos, Antônio então se voltou para o principal monarca vassalo de Roma no oriente, sua
amante Cleópatra. Além de importantes recursos financeiros, o apoio de Cleópatra à sua
campanha parta permitiu que Antônio dispusesse do maior exército já reunido no oriente.
Invernando em Antioquia em 37 a.C., o exército combinado de Antônio e Cleópatra contava com
mais de 200 000 soldados, incluindo dezesseis legiões (aproximadamente 160 000 legionários) e
mais de 40 000 auxiliares. Esta força era duas vezes maior que o exército de Marco Licínio Crasso
utilizado em sua fracassada campanha em 53 a.C. e três vezes que o de Lúculo e Sula durante as
Guerras Mitridáticas. O tamanho do exército demonstrava a firme intenção de Antônio de
conquistar o Império Parta ou, pelo menos, de conseguir subjugá-lo conquistando sua capital,
Ecbátana. A retaguarda de Antônio estava protegida pelas forças dos reinos clientes romanos na
Anatólia, Síria e Judeia, ao passo que os reinos clientes da Capadócia, Ponto e Comagena
formariam uma linha de suprimentos ao longo da marcha.
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Marco Antônio então deu início a seu plano de invadir o território parta, não diretamente através
da Mesopotâmia, mas sim através da Reino da Armênia, seguindo o Eufrates e passando por
Arzena, submetendo-a e obrigando o rei armênio Artavasdes II a ajudá-lo. A Armênia havia sido
aliada de Roma desde a derrota de Tigranes, o Grande, por Pompeu Magno, em 66 a.C., durante a
Terceira Guerra Mitridática. Porém, depois da derrota de Crasso na Batalha de Carras, em 53 a.C.,
a Armênia foi forçada a se aliar à Pártia, um reflexo da posição enfraquecida de Roma no oriente.
Antônio enviou Públio Canídio Crasso até a Armênia, que recebeu a rendição de Artavasdes II
sem luta. Canídio então liderou a invasão da Transcaucásia, subjugando o Reino da Ibéria.
Canídio forçou o rei ibero, Farnavaz II a se juntar aos romanos contra Zober, rei da vizinha
Albânia, subjugando-o também e reduzindo a região a um protetorado romano.
Artavasdes II foi forçado a fornecer 7 000 soldados, 6 000 cavaleiros, entre catafractários
(cavalaria pesada) e arqueiros montados.[155] O exército de Antônio incluía uma cavalaria robusta
para que não sofresse o mesmo destino de Crasso em Carras.[158] Mas ainda assim Antônio
cometeu o erro de não deixar guarnições em território armênio, o que permitiu que Artavasdes
mudasse de lado tão logo Antônio partiu para a capital da Média Atropatena, Fraaspa (moderna
Takht-i Suleiman). Embora Antônio preferisse uma batalha campal, os partas não lhe davam
combate, o que permitiu que Antônio já estivesse profundamente inserido no território parta em
meados de agosto de 36 a.C.. Fraates IV mobilizou 50 000 homens para resistir à invasão, 40 000
deles a cavalo[154] (os poderosos arcos partos eram capazes de penetrar escudos e
armaduras).[160] Os cavaleiros partos fustigaram as linhas de abastecimento de Antônio.
Obrigado a deixar sua caravana de suprimentos aos cuidados de duas legiões (aprox. 10 000
homens), ela foi atacada e completamente destruída antes que Antônio pudesse reagir e, embora
o rei armênio e sua cavalaria estivessem presentes durante o massacre, eles não intervieram.
Apesar desta emboscada, Antônio continuou a campanha, mas foi forçado a recuar em meados de
outubro depois de um fracassado cerco de dois meses à capital provincial, especialmente pela
falta de suprimentos e meios para realizar um ataque final.
Perante esta situação, Antônio decidiu recuar de volta para a Síria, seguindo o rio Aras,
atravessando a Armênia em pleno inverno, uma retirada que foi honrosamente coberta pelos
fundeiros e pelos veteranos, os que sofreram as maiores baixas. No total, Antônio perdeu cerca de
30 000 homens, um quarto de seu exército, a maior parte deles veteranos, difíceis de
substituir.[161] Além disso, foram perdidos 4 000 cavaleiros.[159]
Antônio e Cleópatra
Enquanto isso, em Roma, o triunvirato deixou de existir na prática. Otaviano forçou Lépido a
renunciar depois que o velho triúnviro tentou se apossar da Sicília após a derrota de Sexto
Pompeu. Sozinho no poder, Otaviano se ocupou de bajular a tradicional aristocracia republicana
para atraí-la para o seu lado. Ele se casou com Lívia Drusila e começou a atacar Antônio para
elevar sua própria posição. Ele argumentava que Antônio era um homem de moral duvidosa, pois
havia deixado sua fiel esposa abandonada em Roma com os filhos para estar com a promíscua
rainha do Egito. De fato, Antônio foi acusado de tudo, mas principalmente de "tornar-se um
nativo", um crime imperdoável para os orgulhosos romanos. Por diversas vezes, Antônio foi
convocado a Roma, mas ele ficou todas as vezes em Alexandria com Cleópatra.[162]
Novamente com dinheiro egípcio, Antônio invadiu a Armênia, desta vez com sucesso. Ao
retornar, um falso "triunfo romano" foi celebrado nas ruas de Alexandria. A parada através da
cidade foi pouco mais do que um pastiche da mais importante celebração militar romana e, como
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Entre 33 e 32 a.C., uma guerra de propaganda foi travada na arena política de Roma, com
acusações de ambos os lados. Antônio, no Egito, se divorciou de Otávia e acusou Otaviano de ser
um novo rico, de usurpar o poder e de forjar papéis de adoção por César. Otaviano respondia com
acusações de traição: de manter o controle ilegalmente de províncias que deveriam ser entregues
a outras pessoas por sorteio, como era a tradição romana. O triunvirato expirou no último dia de
33 a.C. sem ser renovado e outra guerra civil estava começando.
Antônio também foi acusado de ser o responsável pela execução de Sexto Pompeu, um cidadão
romano, sem um julgamento. Em 32 a.C., o senado retirou-lhe oficialmente seus poderes e
declarou guerra a Cleópatra — mas não a Antônio, pois Otaviano não tinha atenção nenhuma de
divulgar seu papel em prolongar as intermináveis guerras civis que assolavam Roma. Os dois
cônsules, Cneu Domício Enobarbo e Caio Sósio, e um terço do senado abandonaram Roma para
se juntarem a Antônio e Cleópatra na Grécia.
Em 31 a.C., começou a última guerra civil da República Romana. O leal e habilidoso general de
Otaviano, Marco Vipsânio Agripa, capturou a cidade e porto naval grego de Metone, leal a
Antônio. A enorme popularidade de Otaviano entre as legiões resultaram na deserção das
províncias de Cirenaica e da Grécia ao seu lado. Em 2 de setembro, a batalha naval de Ácio foi
travada. A marinha de Antônio e Cleópatra foi completamente destruída e os dois foram forçados
a fugir para o Egito com apenas sessenta navios.
Morte
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Quando Antônio morreu, Otaviano tornou-se o líder incontestável de Roma. Nos anos seguintes,
Otaviano, que passou a ser conhecido como "Augusto" depois de 27 a.C., conseguiu acumular
todos os cargos administrativos, políticos e militares de Roma numa única pessoa. Quando ele
morreu, em 14, seus poderes políticos passaram para seu filho adotivo, Tibério. A República
Romana havia acabado e a primeira fase do Império Romano se iniciava, o Principado. A
ascensão de César e a subsequente guerra civil entre os dois mais poderosos romanos já havia
efetivamente acabado com a credibilidade da oligarquia romana como poder governante e
assegurou que todas as futuras lutas políticas se centrariam na decisão de qual indivíduo seria
capaz de conquistar o supremo poder político no governo, eliminando o senado e toda a antiga
estrutura magisterial com focos de poder nestes conflitos. Assim, na história, Antônio se destaca
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primeiro como um dos principais aliados de César, depois, juntamente com Augusto, como um
dos dois homens à volta dos quais o poder se consolidou após o assassinato dele e, finalmente,
como membro do Segundo Triunvirato, responsáveis máximos pelo fim da República.[167]
Família e filhos
Antônio casou-se sucessivamente com cinco mulheres diferentes e deixou muitos filhos. Através
de suas filhas com Otávia, Antônio foi ancestral dos imperadores romanos Calígula, Cláudio e
Nero. De seu casamento com Fádia (datas desconhecidas), filha de um liberto, teve vários filhos
segundo Cícero. Nada mais se sabe dela ou destas crianças e Cícero é o único que a menciona pelo
nome. Em seguida, Antônio casou-se com sua prima pelo lado paterno, Antônia Híbrida Menor
(?–47 a.C.), filha de Caio Antônio Híbrida, que, segundo Plutarco, foi expulsa de casa depois de
traí-lo com um amigo de Antônio, o tribuno Públio Cornélio Dolabela, por volta de 47 a.C. Com
ela, Antônio teve uma filha, Antônia, que se casou com o rico grego Pitódoro de Trales. Depois do
divórcio, Antônio casou-se com Fúlvia (46–40 a.C.), neta por parte de pai de Marco Fúlvio Flaco,
cônsul em 125 a.C., e, por parte de mãe, de Caio Graco. Com ela, teve dois filhos, Marco Antônio
Antilo, executado por Otaviano em 30 a.C., e Julo Antônio, casado com Cláudia Marcela Maior,
filha de Otávia, irmã de Otaviano e próxima esposa de Antônio.
A esposa seguinte, já no turbulento ambiente político de Roma na época, foi Otávia (40–32 a.C.),
com quem teve duas filhas, Antônia Maior ("Júlia Antônia Maior"),[168] casada com Lúcio
Domício Enobarbo, cônsul em 16 a.C. Antônia era avó materna da imperatriz Valéria Messalina e
paterna do imperador Nero. A outra filha foi Antônia Menor ("Júlia Antônia Menor"),[168] casada
com Nero Cláudio Druso, o filho mais novo da imperatriz Lívia Drusila e irmão biológico do
imperador Tibério, filho adotivo de Augusto. Foi mãe do imperador Cláudio, avó de Calígula e da
imperatriz Agripina, a Jovem, e bisavó materna de Nero.
Finalmente, Antônio casou-se com a rainha Cleópatra VII (32–30 a.C.), do Egito ptolemaico, a
antiga amante de César, e teve mais três filhos com ela. Os gêmeos Alexandre Hélio e Cleópatra
Selene II, esta casada primeiro com rei Juba II da Numídia e, depois, da Mauritânia; ela teria sido
ascendente de Zenóbia de Palmira, rainha da Síria. O filho mais novo foi Ptolemeu Filadelfo.
Na cultura popular
Cleopatra (1912), dirigido por Charles Leslie Gaskill, no qual Marco Antônio é vivido por
Charles Sindelar.
Cleopatra (1917), dirigido por J. Gordon Edwards, no qual Marco Antônio é vivido por
Thurston Hall.
Cleopatra (1934), dirigido por Cecil B. DeMille, no qual Marco Antônio é vivido por Henry
Wilcoxon.
Júlio César (1953), dirigido por Joseph L. Mankiewicz, no qual Marco Antônio é interpretado
por Marlon Brando.
Cleopatra (1963), dirigido por Joseph L. Mankiewicz, no qual Marco Antonio é vivido por
Richard Burton.
Julius Caesar (1970), dirigido por Stuart Burge, no qual Marco Antônio é vivido por Charlton
Heston.
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Marco Antônio representado majestaticamente numa carruagem puxada por animais selvagens,
uma representação luxuosa e oriental utilizada por Otaviano para minar sua credibilidade.
"Marc Anton Gruppe", grupo escultório na Friedrichstraße, em Viena, Áustria.
Árvore genealógica
Ver também
Cônsul da República Romana
Júlio César V
Precedido por: Sucedido por:
44 a.C.
Caio Canínio Rébilo (suf.) Aulo Írcio
com Marco Antônio
com Caio Trebônio (suf.) com Caio Víbio Pansa
com Públio Cornélio Dolabela (suf.)
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Marco Antônio II
34 a.C.
Precedido por:
com Lúcio Escribônio Libão Sucedido por:
Públio Cornélio Dolabela
com Lúcio Semprônio Atratino (suf.) Otaviano II
(suf.)
com Caio Mêmio (suf.)
com Lúcio Volcácio Tulo
com Tito Peduceu (suf.) com Lúcio Emílio Lépido Paulo
(suf.)
com Marco Herênio Piceno (suf.)
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Notas
a. Como relatado por uma inscrição calendária conhecida como Fastos Verulanos (c. 17–37)
para 14 de janeiro, que é a mesma citada por Degrassi.[5] A proibição religiosa estabelecida
por Augusto para este dia, marcado como dies vitiosus ("dia defeituoso"), é explicada por
Linderski.[6] 14 de janeiro é aceita como a data de aniversário de Antônio também por C.B.R.
Pelling[7] comentando sobre Plutarco.[8][9] Segundo Suetônio,[10] o imperador Cláudio, neto de
Antônio pela linha materna, contornou a proibição de comemorar o aniversário de Antônio
apresentando cálculos mostrando que ele teria nascido no calendário juliano e compartilhava
o mesmo dies natalis com Druso, o seu próprio pai. Ele nasceu no final de março ou no início
de abril com base numa referência de que ele teria nascido "dentro do terceiro mês"
subsequente ao casamento de sua mãe, Lívia, ter se casado com Augusto em 17 de janeiro.
G. Radke,[11] propôs que uma data de nascimento em 28 de março para Druso resolveria as
dificuldades cronológicas, uma proposta sumarizada (em inglês) pelo comentário da frase de
Suetônio feito por Donna W. Hurley[12] e Marleen B. Flory[13]
b. Cícero é o único autor antigo a mencionar um casamento anterior com uma mulher
completamente desconhecida chamada Fádia.[31]
c. Escritores antigos apontam que este evento teria sido o início do famoso romance entre os
dois, narrando que Antônio teria sido arrebatado pela beleza de Cleópatra. Contudo, autores
modernos rejeitam esta noção afirmando que ela seria parte de uma campanha de
propaganda histórica retrospectiva por parte de Augusto.
d. Lépido, apesar de ser nominalmente um membro do Triunvirato, foi relegado a uma posição
júnior dentro da ditadura de três homens conforme Antônio e Otaviano foram se consolidando
em suas posições.
e. Especula-se que as legiões de Antônia, compostas principalmente por veteranos cesarianos,
não desejavam lutar contra o filho adotivo e herdeiro de seu antigo general.
f. Ventídio desaparece do registro histórico depois deste evento.
Referências
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7. C.B.R. Pelling, Plutarch: Life of Antony (Cambridge University Press, 1988), p. 299.
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10. Suetônio, Vidas dos Doze Césares, Cláudio 11.3 (http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Ro
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11. G. Radke, "Der Geburtstag des älteren Drusus," Wurzburger Jahrbucher fur die
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12. Donna W. Hurley, Suetonius: Divus Claudius (Cambridge University Press, 2001), p. 106 (http
s://books.google.com/books?id=9yVR5Fac278C&pg=PA106&dq=drusus+antony+birthday+jan
uary&hl=en&sa=X&ei=oRj8UMbAGsOorAHf3IDQBA&ved=0CD4Q6wEwAg#v=onepage&q=dr
usus%20antony%20birthday%20january&f=false)
13. Marleen B. Flory, "The Symbolism of Laurel in Cameo Portraits of Livia," in Memoirs of the
American Academy in Rome (University of Michigan Press, 1995), vol. 40, p. 56, note 48
14. Huzar 1978, p. 15
15. Scullard 1980, p. 154
16. Huzar 1978, p. 17
17. Eyben 1993, p. 236
18. Eyben 1993, p. 58
19. Huzar 1978, p. 25
20. Weigall, 1931, p. 102
21. Jallet-Huant, 2009, pg 25
22. Rocca
23. Plutarco, Vidas Paralelas, Antônio 3
24. Siani-Davis, 1997, pg 316
25. Bradford, 2000, pg 43
26. Siani-Davis, 1997, 388
27. Apiano, Guerras Civis 1
28. Jallet-Huant, 2009, pg 27-31
29. Martin, 2003, pg 174-177
30. Haskell, 1964, pg 201
31. Cícero, Filípicas XIII, 10)
32. Jallet-Huant, 2009, pg 33
33. Holland, Rubicon, pg 287
34. Holland, Rubicon, pg. 287
35. Gruen, 1974, pg 233-234
36. Júlio César, Guerras Gálicas 8.50 (http://classics.mit.edu/Caesar/gallic.8.8.html#847)
37. Plutarco, Vidas Paralelas, Antônio 6
38. Júlio César, Guerras Civis i.5 (http://classics.mit.edu/Caesar/civil.1.1.html#149)
39. Plutarco, Vidas Paralelas, Pompeu 56.4
40. Hinard, 2000, pg 786
41. Jallet-Huant, 2009, pg 39-40
42. Plutarco, Vidas Paralelas, Antônio 8
43. Holmes, pg. 127
44. Broughton, pg. 281
45. Holmes, pg. 128
46. Plutarco, Vidas Paralelas, Antônio 10
47. Plutarco, Vidas Paralelas, Pompeu 65
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49. Plutarco, Vidas Paralelas, César 37.2 (http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Roman/Texts/Pl
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50. Jehne, 1987, pg 15-38
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60. Ovídio. «Fasti:Lupercalia» (http://www.tonykline.co.uk/PITBR/Latin/OvidFastiBkTwo.htm#_Toc
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Ligações externas
Este artigo incorpora texto (em inglês) da «The Life of Marc Antony» (https://web.archi
Encyclopædia Britannica (11.ª edição), ve.org/web/20130314185023/http://www.cris
publicação em domínio público. toraul.com/ENGLISH/readinghall/GalleryofH
«Marco Antônio» (http://www.markantony.or istory/Marc-Anthony/LIFE-MA-DOOR.html)
g) (em inglês). MarkAntony.org (em inglês). Cristoraul. Consultado em 13
de junho de 2016. Arquivado do original (htt
«Shakespeare´s Funeral Oration of Mark
p://www.cristoraul.com/ENGLISH/readinghal
Antony» (http://homepages.wmich.edu/~joh
l/GalleryofHistory/Marc-Anthony/LIFE-MA-D
nsorh/ProseComp/caesar.html) (em inglês)
OOR.html) em 14 de março de 2013
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