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DECLARAÇÃO

Declaro que o presente trabalho é resultante da minha investigação pessoal


e é a primeira vez que o submeto para obter um grau académico numa
instituição educacional.

Assinatura
____________________________
(Tomas Fumo)

____________________________
Aprovação do Júri

___________________________
(Presidente do Júri:)

___________________________
(Oponente:)

___________________________
(Supervisor: Eng. Gabriel Chico Viegas)
DEDICATORIA
Dedico este trabalho aos meus pais, que durante os quatro anos e meio,
com muito sacrifício e privação, deixaram de fazer inúmeras coisas para
poder custear os meus estudos, que, com muitas dificuldades financeiras,
não aceitaram que perdesse focos de um dia engrenar no ensino superior,
determinados conseguiram custear os meus estudos até ao fim.
Dedico também a minha família, a família Binda, aos meus irmãos Sarifa
Fumo, Imelda Fumo e Wilson Fumo, pelo apoio e confiança em mim
depositados, que pelas inúmeras vezes que tive que me privar do convívio
familiar para dar atenção aos estudos, eles estiveram do meu lado.

I
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço a Deus, por ser meu fiel companheiro por ser
responsável pela pessoa quem sou no que tenho e pela saúde e a vida em
particular.
Agradeço aos meus pais, irmãos, família Binda, aos meus amigos e aos
demais familiares, pela força e pelas vezes sem conta, que mesmo distantes,
deram me forca e todo apoio que eu precisei.
Aos Professores da primária ate ao ensino gera, e os Docentes do ensino
geral da Universidade São Tomas de Moçambique em particular, que
dotaram-me de conhecimentos, deram-me, não só a formação profissional,
mas também pessoal, que de certa forma amadureceram a minha
personalidade.
Meus agradecimentos especiais ao meu supervisor, Eng. Gabriel Viegas
pelo acompanhamento e encorajamento ao longo do trabalho, que no
último momento deu-me a mão e maior suportem., a Dra. Mirza Lobo pelo
apoio dado inúmeras vezes durante o curso, aos agricultores da Associação
25b de Setembro e Asseduca no Distrito de Boane pelo conhecimento no
campo prático e no fornecimento de material necessário para a realização
deste trabalho.
Os agradecimentos vão também aos meus colegas de turma, desde o CPU
ate o quarto ano e a todos que directa ou indirectamente contribuíram para
o desenvolvimento deste trabalho.

II
Resumo
Esta pesquisa analisou a contribuição das TIC’s no desenvolvimento das
actividades agrícolas no distrito de Boane. Nesta perspectiva foi conduzido
um inquérito aos produtores agrícolas do distrito de Boane, tendo se usado
uma amostra total de 102 produtores pertencentes as associações 25 de
Setembro e Asseduca Goba. O referencial teórico baseou-se numa pesquisa
bibliográfica e documental. O referencial analítico baseou-se nos testes t e
correlação. O teste t foi empregado para verificar se existe diferença do
rendimento entre os agricultores que tem acesso as TIC’s e os que não tem.
Por outo lado foi usado o coeficiente de Person para verificar se existe
relação entre os dados pessoais dos agricultores e a posse das TIC’s.
Os resultados apontam que as mulheres têm maior participação nas
actividades agrícolas no distrito de Boane e maior parte dos produtores não
tem instrução e os poucos que tiveram instrução não tem o nível superior
dai que concluiu-se que o nível de escolaridade dos produtores é muito
baixo. Em relação ao acesso as TIC’s, notou-se que poucos produtores tem
acesso e existe uma diferença significativa do rendimento dos que tem
acesso as TIC’s e os que não tem. O sexo, a idade, o nível de escolaridade,
a língua falada tem uma relação com o uso de Telemóvel a um nível de
significância de 5%. Entretanto, o estado civil e o número do agregado
familiar não têm relação com o uso de telemóvel.

Palavras-chaves: TIC’s, rendimento, agricultores

III
Abstract
This research examined the ICT's contribution to the development of
agricultural activities in Boane district. In this perspective it conducted a
survey to farmers of the district of Boane, having used a total sample of
102 producers belonging to associations September 25 and Asseduca Goba.
The theoretical framework was based on a bibliographic and documentary
research. The analytical framework was based on t and correlation tests.
The t test was used to check whether there is difference of income among
farmers who have access to ICTs and those who have not. For other side
was used the coefficient of Person to see if there is a relationship between
the personal data of farmers and ownership of ICTs.
The results show that women have greater participation in agricultural
activities in the district of Boane and most producers have no education and
the few who had education has no top level dai that was concluded that the
level of education of farmers is very low. With regard to access ICTs it was
noted that few producers have access and there is a significant difference in
the performance of which has access to ICTs and those who have not. Sex,
age, education level, the spoken language has a relationship with the use of
mobile phone to a 5% significance level. However, marital status and
household numbers have no relation to the mobile phone use.

Key words: ICT, income, farmers.

IV
Lista de abreviaturas

ICT4D-ICTs for Developement/TIC para desenvolvimento


PI- Política de Informática
SFT-Serviços Financeiros Telefónicos
SI- Sistemas de Informação
TI- Tecnologias de Informação
TIC’s- Tecnologias de Informação e Comunicação
ECTIM- Estrategia de Ciencias Tecnologia e Inovacao de Mocambiquwe
MCT- Ministerio da Ciencia e Tecnologias

V
Índice
CAPITULO I – INTRODUÇÃO.......................................................................................1

1.1 JUSTIFICATIVA...................................................................................................3

1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO......................................................................................5

1.3 PROBLEMA DE ESTUDO....................................................................................6

1.4 Hipóteses.................................................................................................................9

1.5. Objectivos............................................................................................................10

1.5.1.Objectivo Geral:............................................................................................10

1.5.2.Objectivos Específicos:.................................................................................10

CAPITULO II – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...........................................................11

2.1.Sistema de Informação..........................................................................................11

2.2.Tecnologias de Informação...................................................................................12

2.3.Sistemas de informação nas propriedades agrícolas.............................................15

2.3.1. Importância das TIC’s..................................................................................18

2.4. A inclusão das tecnologias de informação e comunicação da agricultura ao


agronegócio.................................................................................................................20

2.4.1. O acesso a TIC’s em Moçambique..............................................................22

2.5. Políticas e Programas Nacionais de TIC para o Desenvolvimento em


Moçambique...............................................................................................................25

2.5.1. A Política de informática.............................................................................25

2.6. O papel das TIC’s em Moçambique....................................................................26

2.7. TIC’s na agricultura Moçambicana.....................................................................28

2.8. Condicoes necessarias para implementacao das TICs na agricultura..................30

CAPITULO III - METODOLOGIA...............................................................................32

3.1. Descrição do Local de Estudo.............................................................................32

3.2. Amostragem e Colecta de dados..........................................................................33

3.2.1. Amostragem.................................................................................................34

VI
3.2.2. Colecta de dados..........................................................................................34

3.3. Análise de dados..................................................................................................34

CAPITULO IV- RESULTADOS E DISCUSSÃO.........................................................36

4.1. Perfil social dos agricultores do distrito de Boane..............................................36

4.2. Características económicas dos produtores do distrito de Boane........................40

4.3. Posicionamento dos produtores do distrito de Boane em relação as TIC’s.........43

CAPITULO V CONCLUSÃO E RECOMENDACOES................................................48

5.1. Conclusão.............................................................................................................48

5.2. Recomendações...................................................................................................50

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA..............................................................................52

ANEXO...........................................................................................................................55

VII
CAPITULO I – INTRODUÇÃO

O presente trabalho traz como tema "TICs como ferramentas para o


desenvolvimento das actividades agrícolas no distrito de Boane". Com este
tema pretendemos Analisar a contribuição das Tics no desenvolvimento das
actividades agrícolas no distrito de Boane.

Para Passini (1999), a utilização de tecnologias modernas possibilita


aumentar a produtividade física da agricultura como também de todo o
trabalho empregado no âmbito agrícola. Nos últimos anos, o sector agrícola
do Mundo só tem conseguido se tornar mais dinâmico e competitivo devido
à aquisição de SI de uma maneira geral.

De acordo com Bordenave (1983), as tecnologias têm um papel relevante


para o desenvolvimento, uma vez que facilitam a comunicação e a tomada
de decisão relativa à produção e à própria convivência.

Vários estudos apontam as Tecnologias de Informação e Comunicação


(TIC) como ferramentas potenciais para o desenvolvimento agrícola,
especialmente na América Latina e Caribe (goyal; gonzáles-velosa, 2012).

O desenvolvimento e a adopção de aplicações de Tecnologias da


Informação e Comunicação (TIC) foram motivados pela necessidade de
aumentar a eficiência das actividades e processos desenvolvidos por
organizações do sector agrário.

1
Como a redução de custos de comunicação entre os agentes da agro-
pecuária (especialmente relacionados ao uso de telefones celulares e
ferramentas de internet); a redução de despesas relacionadas ao acesso aos
serviços (como seguro e crédito) e informação (de mercado ou
tecnológica), bem como sua contribuição para o atendimento às demandas
por distribuição e controle de qualidade; incrementos de renda; diminuição
de riscos relacionados a eventos climáticos, pragas e desastres naturais
(Zambalde et al., 2011).

A agricultura é uma actividade do sector primário que desempenha papéis


importantes na vida das populações. Dentre os papéis que agricultura
desempenha, podem-se destacar: a produção de alimentos para alimentação
humana e animal, produção de matéria-prima para as industrias, bem como
garante o emprego e o sustento da maioria das famílias.

O distrito de Boane ocupa um dos lugares importantes no que concerne a


produção e comercialização de alimentos na província de Maputo.

O uso das TIC’s no sector agrícola pode trazer mais-valia e permitir que os
produtores minimizem alguns custos e obtenham mais ganhos, o uso do
rádio já é frequente talvez pela facilidade que este meio de comunicação
oferece, no entanto embora haja uma tendência de massificar o uso do
telefone celular pois algumas operadoras de telefonia móvel introduziram
os serviços financeiros geridos a partir do telemóvel, com este serviços
transacções comerciais são realizadas com flexibilidade, fiabilidade e
acessibilidade, porem algum produtores ou mesmo maior parte dos
produtores tem resistência ao uso destes serviços.

2
1.1 JUSTIFICATIVA

Em que pesem os avanços identificados nas últimas décadas relacionados


com o meio rural, especialmente através da incorporação de novas
tecnologias de produção contribuíram para a redução da dicotomia
rural/urbano, todavia, ainda se observa um grande distanciamento entre as
populações.

Nessa perspectiva, Viero e Souza (2008), ressaltam que os produtores


rurais encontram dificuldades de diversas ordens para administrar suas
propriedades agrícolas em decorrência das mudanças que afectaram o meio
rural nas últimas décadas tornando as actividades agrícolas em negócios
agrícolas de carácter empresarial, realidade que tem exigido dos mesmos
um investimento e uma profissionalização no processo de adesão às novas
tecnologias.

O estudo afigura-se como sendo de grande importância na medida em que


vai disponibilizar informações sobre a contribuição da adopção de TIC’s
sobre o desenvolvimento da actividade agrícola no seio dos produtores do
distrito de Boane, bem como a criação de bases que possam influenciar o
governo a perceber melhor a grande importância destas ferramentas na
actividade agrícola e no combate a pobreza no geral.

Para a comunidade académica, servira de consulta no que diz respeito a


melhoria das condições da agricultura com ajuda de bases das TIC’s.

3
O aumento da competitividade no sector do agronegócio tem se tornado
grande preocupação dos produtores agrícolas, portanto este trabalho servirá
de incentivo aos gestores da área agrícola na busca de alternativas para se
destacarem no mercado, como novos processos de produção e gestão,
utilizando as Tecnologias da Informação e Comunicação.

No que tange o meio rural, as novas TIC’s poderão trazer benefícios,


permitindo maior acesso à informação pelos agricultores. A transferência
de informações para o sector agrário.

Segundo Freire (1984),apresenta-se não somente como meio de introduzir


novas formas de produção, mas também como veículo para uma mudança
social dirigida no sentido de adaptar o sistema produtivo e a dinâmica
cultural locais, ao modelo de produção económico e cultural dos países
hegemónicos da sociedade moderna.

É pertinente o estudo sobre o desenvolvimento agrário através da utilização


das TIC’s, principalmente no que tange a Internet, pois como ressalta
Albagli (2006), ao mesmo tempo em que novos meios técnicos, a partir das
modernasTecnologias de Informação e Comunicação, permitem um maior
e mais ágil intercâmbio de informações, também se impõe novas barreiras
políticas, económicas e institucionais à integração de seguimentos sociais e
regiões marginalizadas ao novo padrão.

4
1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO

A sociedade vivência um acelerado desenvolvimento, em que às


tecnologias de informação e comunicação estão presente directa ou
indirectamente em actividades comuns.

De acordo com Área (2006), entre 1997 e 2001 produziu-se a explosão e


difusão em larga escala das novas tecnologias da informação e
comunicação. A disseminação da telefonia móvel em toda a sociedade, o
surgimento da televisão digital, o acesso à internet, a criação de empresas
de serviços de comunicação online, entre outras, é provas do crescimento e
grande expansão das tecnologias digitais na vida quotidiana.

Desde então, vivencia-se o uso das tecnologias em todos os sectores da


sociedade. Especificamente sobre a área de Agro-pecuária, Rossa et al.
(2008), afirma que “frente à crescente velocidade na produção, a utilização
das ferramentas tecnológicas pelos profissionais do ramo agrícola é um
elemento considerado factor diferencial para a sua empregabilidade”. A
colecta e a manipulação de dados aparecem como grandes necessidades de
qualificação profissional.

5
1.3 PROBLEMA DE ESTUDO

A inclusão das TIC’s facilita o acesso à informação e ao conhecimento, no


entanto, há diversas barreiras à apropriação destas tecnologias,
principalmente no meio rural. A inexistência de computadores pessoais, a
dificuldade de acesso à internet, o desconhecimento dos programas, o baixo
grau de instrução dos agricultores e a falta de prática sobre o
funcionamento das tecnologias dificultam a expansão das mesmas no meio
rural (Barcelos et al., 2014).

A dificuldade de utilização e de apropriação das TICs também está


relacionada à exclusão digital. Para Balboni (2007), o excluído digital é
aquele que não dispõe de recursos materiais e também de conhecimentos
para que possa interagir, apropriar-se e produzir conteúdos por meio da
rede.

As tecnologias de informação e comunicação são ferramentas transversais e


facilitadoras que oferecem oportunidades de soluções a todas as áreas de
desenvolvimento.

As TICs contribuem para o acesso aos benefícios de recursos


desconhecidos mundialmente, elevar a eficiência e eficácia das instituições
do Estado e o seu valor para o público, e, através da prestação de serviços,
melhorar a qualidade de governação e da administração pública, e
possibilitar que o país se transforme num parceiro valioso e competitivo na
Sociedade global de Informação.

6
O desenvolvimento e a adopção de aplicações de Tecnologias da
Informação e Comunicação (TIC) foram motivados pela necessidade de
aumentar a eficiência das actividades e processos desenvolvidos por
organizações do sector agro-pecuário.

Identificando tal necessidade e o potencial de aplicação destas tecnologias a


diversas áreas da agro-pecuária, empresas actuando no sector de TIC
passaram a se interessar por este mercado, considerando seu potencial de
expansão (Zambalde et al., 2011).

Em Moçambique denota-se deficiências na utilização das TIC’s


principalmente no sector agrícola, este sector é dominado pelas explorações
do tipo familiares onde a maior parte dos proprietários das Machambas é
analfabeta e provavelmente não esteja capacitada para fazer o uso deste que
é o fruto da globalização.

Sendo as TIC’s um mecanismo capaz de massificar a produção e minimizar


os custos de transacções, uma vez que através delas os produtores podem
obter informações importantes, transaccionar valores, negociar vendas sem
com isso precisar de se deslocar, entre outros benefícios. Falta aqui uma
intervenção ou capacitação no sentido de persuadir aos produtores a
fazerem mais uso destas tecnologias.

Esse é um papel conjunto das instituições governamentais em parcerias


com as entidades provedores desses serviços, refere se as empresas de
telecomunicações, rádio, internet, televisão e todas as outras que operam
neste ramo das TIC’s.

7
Assim, o problema do estudo relaciona-se com a seguinte questão:

De que forma as TIC’s contribuem nas actividades agrícolas e quais são


as principais causas da falta de adopção destas ferramentas pelos
produtores?

8
1.4 Hipóteses

No presente trabalho, testar-se-ão as seguintes hipóteses:

H0: O uso das TICs profecia vantagens aos produtores agrícolas, uma
vez que com elas tem maior acesso a informação importante (sobre preço,
temperatura, mercado) e através destas maximizam a produção
consequentemente obtêm melhores ganhos.

H1: O uso das TICs em Moçambique ainda é fraca o que faz com que
os produtores percam a oportunidade de fazer grandes negócios por falta de
informação, algo que lhes beneficiaria e lhes providenciaria melhores
ganhos.

9
1.5. Objectivos

1.5.1.Objectivo Geral:
 Analisar a contribuição das TIC’s no desenvolvimento das
actividades agrícolas no distrito de Boane.

1.5.2.Objectivos Específicos:
 Avaliar o nível de abrangência das TIC’s nos produtores agrícolas
do distrito de Boane;

 Identificar as motivações e os constrangimentos no uso das TIC’s


nas actividades agrícolas;

 Descrever a contribuição do uso das TIC’s na produção agrícola dos


produtores no distrito de Boane.

10
CAPITULO II – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1.Sistema de Informação

Um Sistema de Informação (SI) é um conjunto de componentes inter-


relacionados que recolhem, processam, armazenam e distribuem
informação para suportar a tomada de decisão e o controle de uma
organização. Possui entradas (inputs - dados, instruções, etc.) e saídas
(outputs - cálculos, relatórios, etc.), processando as entradas e produzindo
as saídas para o usuário ou outros Sistemas de Informação (Neto et al.,
2005).

A expressão Sistema de Informação já é conhecida desde a época dos


mainframes, que eram enormes computadores instalados em áreas especiais
das grandes corporações. Esses mainframes eram utilizados para o
processamento dos dados na década de 60, portanto muito antes do advento
do termo Tecnologia da Informação (TI). Desde essa época os
investimentos empresariais em informática vêm sendo feitos para o
processamento de dados, como a folha de pagamento e a contabilidade.
Mas, foi na década de 70, que os mainframes deram lugar aos
microcomputadores (Nunes & Castilho, 2004).

Segundo Swinton e Lowenberg-Deboer (1998), é necessário que um elenco


de tecnologias e procedimentos sejam utilizados em lavouras e sistemas de
produção agrícola para sua optimização, no sentido de gerenciar a
produção, bem como os factores nela envolvida.

11
12
2.2.Tecnologias de Informação

A Tecnologia da Informação é um conceito recente e originou-se graças ao


surgimento e a disseminação da Informática e dos avanços dos sistemas de
Telecomunicação, como a Internet, a telefonia celular e as comunicações
via satélite.

O conceito de TI, muitas vezes parece bastante similar a outros conceitos


como o processamento de dados e sistemas de informação, à medida que as
telecomunicações se consolidaram na base da informática, os sistemas
gerenciadores de banco de dados ficaram mais acessíveis através do uso da
micro informática e os programas computacionais (software) tornaram-se
mais baratos e utilizados em larga escala.

As Tecnologias da Informação e comunicação reforçam as actividades


desenvolvidas no sector agrícola, quando utilizadas correctamente, pois
“podem manter ou mesmo criar vantagens competitivas para determinadas
actividades desenvolvidas no mundo rural que, caso contrário, seriam
inviáveis economicamente” (Neto, et al., 2005).

Toda a evolução do sector agrícola começa no início do século, onde os


primeiros sistemas de controlo e monitoramento aplicados à agricultura
foram adoptados em máquinas agrícolas da Europa e EUA. Esses sistemas
indicavam no painel da máquina dados simples como o nível e pressão do
óleo do motor, o estado do sistema eléctrico, rotação do motor, etc. Com a
chegada da electrificação rural naqueles países, foi possível implementar
para certas aplicações a instrumentação e controle eléctricos. Faziam parte

13
das aplicações desses sistemas o aquecimento, ventilação e iluminação de
instalações animais, armazéns e estufas.
A medição do teor de humidade em cereais, durante e após a colheita, foi
um exemplo de aplicação que causou um grande impacto na produção
agrícola, pois permitiu um melhor controlo do ponto de colheita, bem como
das condições de armazenagem, reduzindo perdas (Saraiva, 2003).
Tabela 1. Há problemas com a adopção de TIC na agricultura? (% de
“SIM” nas respostas)

França Hungria Portuga Escócia PaísesBaixos República Itália


(2001) (2003) l (2005) (2007) (2009) Checa (2013)
(2011)
72.0 72.5 96.7 94.4 90.3 90.0 78.9
Fonte: Gelb (2012, 2013)

Tabela 2. Factores que limitam o uso de TIC pelos agricultores (% de


“SIM” nas respostas)
Ano Países Inabilidade Aspectos de Custo Falta de
em usar TI infra-estrutura treinamento
1999 Alemanha 22,4 18,9 17,6 8,6
2001 França 29,3 0,00 32,3 19,9
2003 Hungria 5,9 19,6 39,2 35,3
2005 Portugal 45 35,0 23,0 16,7
2007 Escócia 12,5 28,6 42,2 17,9
2009 Países a 45,2 23,8 29 58,0
Baixo
2011 República Maior 45 0,00 Maior Menor 65
checa 25
2013 Itália 56,1 21,0 19,3 54,3
14
Fonte: Gelb (2012, 2013)
Vários estudos apontam os TIC como ferramentas potenciais para o
desenvolvimento agrícola, especialmente na América Latina e Caribe
(Goyal; Gonzáles-Velosa, 2012).

Entre os benefícios esperados estão: a redução dos custos de comunicação


entre os agentes da agro-pecuária (especialmente relacionados ao uso de
telefones celulares e ferramentas de internet); a redução dos custos de
acesso a serviços (como seguro e crédito) e informação (de mercado ou
tecnológica), bem como sua contribuição para o atendimento às demandas
por distribuição e controle de qualidade; incrementos de renda; redução de
riscos relacionados a eventos climáticos, pragas e desastres naturais.

Inovações em tecnologias de informação aplicadas ao meio rurais podem


contribuir para os sistemas agrícolas a fim de aumentar a quantidade, a
qualidade e a inserção dos produtos agro-pecuários no mercado, pelo
acesso a informações sobre preços, quantidade e qualidade demandadas por
parte de potenciais compradores. Sua aplicação pode contribuir para a
melhoraria da gestão, eficiência e sustentabilidade para o uso de recursos e
insumos como terra, nutrientes do solo, água, energia, trabalho e acima de
tudo informação e conhecimento (Ballantyne et al., 2010).

Eckhardt e Lemos (2007), apresentam algumas vantagens e desvantagens


com relação ao uso das TIC’s. Como vantagens apontam elementos como o
fácil intercâmbio das mensagens, o acesso on-line a determinados serviços
como os bancários, a possibilidade de educação a distância, a facilidade de
aproximação e de interacção das pessoas através das “comunidades
virtuais”, entre outros.
15
Quanto às desvantagens, os autores destacam alguns aspectos como a
superficialidade da comunicação, o custo económico, a falta de
qualificação das pessoas para o uso adequado das fontes de informação e a
exclusão digital, especialmente por parte das pessoas que vivem nas zonas
rurais.

2.3.Sistemas de informação nas propriedades agrícolas

Observando-se o modo como o agricultor moderno gerência sua


propriedade e comercializa sua produção, em um mundo regido por
exigências cada vez maiores de mercados sem fronteiras, percebe-se que o
emprego de ferramentas tecnológicas de apoio à decisão como os Sistemas
de Informação (SI), crescem à medida que esse agricultor almeja conquistar
mercados cada vez mais exigentes.

Até pouco tempo atrás, grande parte dos SIs voltados para a agricultura, se
concentravam em actividades de natureza contábil-financeira e geográfica,
normalmente restringindo-se apenas à informatização do sector
administrativo da propriedade.

Segundo Swinton e Lowenberg-Deboer (1998), é necessário que um elenco


de tecnologias e procedimentos sejam utilizados em lavouras e sistemas de
produção agrícola para sua optimização, no sentido de gerenciar a
produção, bem como os factores neles envolvidos.

16
Entende-se por sistema de produção, segundo Passini (1999), “um conjunto
de culturas (milho, mandioca, pastagens) e criações (aves, suínos, bovinos)
interdependentes e inter actuantes entre si, realizadas em determinadas
condições ambientais e manipulados pelo agricultor e sua família de acordo
com suas aplicações preferenciais e recursos disponíveis”.

Da mesma forma que a utilização dos SIs tem se disseminado nas


propriedades agrícolas, sua aplicabilidade também tem se diversificado,
abrangendo inúmeras actividades agrícolas que podem ser geridas pelo
agricultor.

Embora hoje a oferta de Sis agrícolas seja diversificada, a grande maioria


das aplicações disponíveis se enquadram no grupo dos sistemas de
informação de produção e pode-se encontrar desde soluções de gestão de
actividades específicas, como a gestão de bovinos, suínos, etc., passando
pela gestão do parque de máquinas, até se chegar à gestão global da
propriedade (Neto et al., 2005).

Contudo, essa realidade ainda não é a regra e sim a excepção para a maioria
dos agricultores brasileiros, e quando podem optar, por exemplo, pelo uso
de Sis voltados para actividades produtivas, a competitividade de seus
produtos se fundamenta em grande parte na agregação de valor qualitativo,
obtida pelo emprego desses SIs agrícolas.

Os constantes surtos da gripe aviária na Europa, impuseram exigências com


a higiene e segurança alimentar, assim os Sis direccionados à produção de
frangos, ganharam importância com o que se denominou de rastreabilidade.

17
A gestão da rastreabilidade implica na colecta, armazenamento,
processamento e disponibilização de grandes quantidades de informação ao
longo da cadeia produtiva, que devem estar permanentemente acessíveis, a
todos os agentes envolvidos no processo, desde os agricultores até os
consumidores finais (Neto et al., 2005).

Conforme Passini (1999), a utilização de tecnologias modernas, possibilita


aumentar a produtividade física da agricultura, como também todo o
trabalho empregado no âmbito agrícola.

Segundo Darlot e Chaimsohn (1993), é de extrema importância inserir o


contexto do agricultor para o processo de geração de qualquer tipo de
tecnologia. Isto se deve ao fato de conhecer os recursos de produção, os
objectivos, a racionalidade e demais aspectos relevantes da qual o
agricultor faz parte.

Ainda de acordo com Neto et al. (2005), o investimento em tecnologia da


informação e comunicação, de forma semelhante ao que acontece com
qualquer outro investimento realizado no âmbito da actividade agrícola,
deve estar embasado por uma análise quantitativa rigorosa da viabilidade
económica da sua concretização.

Conforme o conceito sobre o que caracteriza um Sistema de Informação, de


uma maneira geral, manipulam dados e informações, mas quando se aborda
essa questão não se pode generalizar o conceito de “informação”, isto é, é
necessária uma distinção entre “dados” e “informação”, bem como suas
relações com o “conhecimento” e a tomada de “decisão".

18
2.3.1. Importância das TIC’s

Inovações em tecnologias de informação aplicadas ao meio rurais podem


contribuir para ossistemas agrícolas a fim de aumentar a quantidade, a
qualidade e a inserção dos produtos agro-pecuários no mercado, pelo
acesso a informações sobre preços, quantidade e qualidade das demandas
por parte de potenciais compradores. Sua aplicação pode contribuir para a
melhoria do gerenciamento, eficiência e sustentabilidade para o uso de
recursos e insumos como terra, nutrientes do solo, água, energia, trabalho e
acima de tudo informação e conhecimento (Ballantyne et al., 2010).

De acordo com Tafuna e Maru (2014), as TI podem contribuir para que


produtores rurais possam obter um melhor acesso à informação, tais como,
acesso a dados climáticos e informações sobre pragas e doenças. Assim, é
possível um melhor planejamento e monitoramento da produção, inclusive
optimizando o processo de venda e comercialização de produtos. Os
autores afirmam que esses benefícios são resultados da minimização do
custo das TI e o imenso poder de acessibilidade da computação.

Embora, haja um grande número de TI, direccionadas à agricultura, muitas


vezes a sua disponibilidade e acessibilidade ainda está muito dispersa e não
se apresentam integradas de maneira a ajudar o agricultor familiar a
aprimorar as suas práticas agrícolas.

Para Deponti (2014), existe um descompasso entre os vários softwares de


gestão e a pouca aderência por parte dos produtores, visto que existe uma
desconexão das aplicações com as necessidades e habilidades deste
público.

19
O uso das TI por agricultores familiares ainda é limitado, pois é preciso
considerar um cenário em que o acesso a estas tecnologias, inclusive a
internet, é escasso ou inexistente. No entanto, alguns produtores já utilizam
internet e softwares aplicativos, mesmo que estes não sejam específicos e
complexos, como, o uso de “planilhas electrónicas” para apoiar as tarefas
quotidianas (Assad; Pancetti, 2009).

Todavia, a deficiência no acesso e recuperação da informação adequada,


faz surgir acções e projectos que buscam alternativas para melhorar a
disponibilização da informação para o produtor rural. A disponibilização
destas informações se tornam relevantes ao permitir que os produtores
organizem suas actividades, melhorem sua renda e minimizem os seus
custos de produção.

Este artigo tem o objectivo de demonstrar como acções desenvolvidas com


base em uma visão proposta pela Informática Comunitária podem ampliar
as possibilidades de uso de planilhas electrónicas na gestão das
propriedades rurais. Como resultado dessas acções, é realizada a descrição
da planilha de “Controlo de Estoques de Insumos”. Este trabalho também
evidência o posicionamento das TI na agricultura familiar e relata práticas
de projecto de extensão voltada a este público.

20
2.4. A inclusão das tecnologias de informação e comunicação da
agricultura ao agronegócio

A visão de Lévy (1993), aponta a criação de novas maneiras de pensar e


conviver no mundo da informática e relações entre homens, trabalho e
inteligência estão dependendo da evolução desses recursos informacionais.

As TICs, segundo Batalha, Buainain e Souza Filho (2004), podem


optimizar as actividades do agronegócio, inclusive no sector da agricultura
familiar, pois além de facilitar a busca, o acesso, o armazenamento e a
disseminação de informações, também servirão como instrumento de
comunicação e coordenação entre os participantes deste sector.

Essas tecnologias são vistas como um factor de competitividade no sector


agrícola e, os aplicativos voltados para a agricultura, tem ganhado a
atenção não só de grandes produtores, mas também no segmento da
agricultura familiar (Assad; Pancetti, 2009).

O conjunto dessas ferramentas tem propiciado um elevado nível de


qualidade em quase todas as etapas da cadeia produtiva agrícola, desde o
preparo das sementes para o plantio, até a logística para escoamento da
Produção.

Segundo Neto et al. (2005), a grande importância da informação na


actividade agrícola deve-se essencialmente, à complexidade de uma
actividade onde a incerteza associada às variabilidades tanto climática
como espacial e a diversidade de plantas e animais, é proporcionalmente
maior que em outros ramos de actividade.

21
Entretanto, apesar de toda essa importância alcançada pelas TIC’s quando
empregadas no ramo agrícola, bem como no agronegócio, se restringe ao
panorama das grandes empresas do sector agro-pecuário e dos grandes
produtores rurais.

Essa restrição não é benéfica para o sector agrícola, visto que a informação
também deve ser a grande aliada do pequeno agricultor moderno, pois o
capacita a aperfeiçoar suas actividades, aumentando sua competitividade
em um mercado agrícola globalizado, gerando condições para a
sustentabilidade da sua actividade.

Contudo, essa caixa-preta das recentes ferramentas tecnológicas aplicada


ao ramo agrícola, na forma de equipamentos como: implementos e
colheitas inteligentes, programas computacionais, estações meteorológicas
portáteis, redes de computadores e Internet sem fio, dentre outras, ainda
podem gerar dúvidas e causar certo receio à uma parcela de pequenos
agricultores, por inúmeros motivos, que podem ser o simples
desconhecimento pela falta de informações actualizadas, baixa capacidade
de investimento ou ainda por barreiras culturais (Fleischfresser, 1988).

Ainda de acordo com Fleischfresser (1998), o pequeno agricultor acaba não


desfrutando de condições financeiras para a utilização de tecnologias
modernas. Em contrapartida, grandes produtores atrelam seu trabalho a
tecnologias modernas, já que desfrutam de um capital relevante que os
permite um retorno mais rápido do capital investido.

22
Segundo Deponti (2014), além das dificuldades encontradas pelos próprios
agricultores familiares, identifica-se que entre os próprios técnicos
extensionistas existe um baixo nível de qualificação em tecnologias de
gestão, além da falta de políticas públicas de estímulo ao sector que
privilegiem aspectos de gestão.

Por outro lado, a autora ressalta que além das condições objectivas de
acesso dos agricultores às novas tecnologias, relacionadas com a infra-
estrutura e a capacitação necessárias, é imperativo que os próprios
agricultores se comprometam e adoptem tanto os processos de
aprendizagem, como os hábitos de registo e de acompanhamento das
despesas e das receitas, visando à garantia da gestão de suas propriedades
pela agricultura familiar.

A dificuldade de utilização e de apropriação das TIC’s também está


relacionada à exclusão digital. Para Balboni (2007), o excluído digital é
aquele que não dispõe de recursos materiais e também de conhecimentos
para que possa interagir, apropriar-se e produzir conteúdos por meio da
rede.

2.4.1. O acesso a TIC’s em Moçambique


Segundo MCT (2006), Moçambique ainda não tem uma estrada norte-sul
completamente asfaltada. Esforços estão a ser desenvolvidos e prevê-se a
conclusão dos trabalhos de asfaltagem em 2010. Esta estrada, tal como
muitas outras dos 29.341 km de estradas classificadas (cerca de 80% das
quais não asfaltadas), continuam a ser sujeita a cortes esporádicas,
sobretudo na época chuvosa.

23
As poucas linhas férreas servem para ligar os portos moçambicanos com os
países do interior.Sair do campo até a sede distrital, ou da sede até a capital
provincial, para tratar assuntos pessoais ou profissionais, pode levar um dia
inteiro.

As vezes gasta-se tempo e dinheiro numa viagem unicamente para levantar


um extracto do banco, ou para ser informado numa repartição pública que o
assunto ainda não teve despacho.

Como vem delineado nas políticas e planos do Governo que a seguir são
descritos, a introdução de TIC em grande escala deveria constituir uma
acção estratégica tanto para a melhoria da vida individual dos cidadãos em
todos os aspectos, como para o desenvolvimento nacional e local no seu
todo. Neste sentido, toda e qualquer iniciativa de TIC pode ser considerada
como servindo os fins das ICT4D.

Entretanto, o ponto de partida, ou seja a base em termos da presença de


infra-estruturas adequadas (energia, telecomunicações), equipamento e a
capacidade de usá-lo é ainda extremamente reduzido, como se pode ver na
Tabela 3.

24
Tabela 3:Percentagem de agregados familiares usando as mais antigas e
novas tecnologias, por região e a nível do País, 2002/3

TIC (%)
Por Electr. TV Rádio Caixa Tel. Computador Impressor
região de tef Celular a
Norte 4.3 2.8 46.1 0.7 0.7 0.1 0.2
Centro 4.1 3.1 46.2 0.9 1.1 0.1 0.3
Sul 15 17.0 43.3 4.6 12.1 1.1 1.1
Incluindo 45.9 56.0 61.8 17.8 37.9 5.7 4.5
cidade de
Maputo
Moçambi 6.9 6.3 45.5 1.7 3.6 0.3 0.4
que
Urbano 0.6 0.7 41.5 0.1 0.5 0.0 0.1
Rural 21.7 19.5 54.8 5.5 10.9 11 1.3

Fonte: ECTIM

Predominância de uso de rádio e o avanço do telefone celular são


evidentes, como é também o fosso entre o meio urbano e o rural, com a
excepção de rádio. A inclusão da estatística de Maputo Cidade na região
sul certamente distorce os resultados desta região em comparação com as
outras. O inquérito exclui locais de trabalho, onde um número maior de
pessoas teria acesso a equipamento informático. Mas seja como for, mostra
que em 2002/3, o número de agregados que tinham acesso a energia foi
extremamente reduzida, e que o uso de computadores foi insignificante.

25
2.5. Políticas e Programas Nacionais de TIC para o Desenvolvimento
em Moçambique

Moçambique foi um dos primeiros países africanos a reconhecer a


importância do uso dasTIC para promover o desenvolvimento e a
necessidade estratégica de dar a devida prioridade à integração delas nos
seus planos e programas de desenvolvimento. A Política de Informática
fornece o enquadramento global, mas desde a sua aprovação o uso e
aproveitamento das TIC têm sido explícito em diversos planos e
estratégicas nacionais e sectoriais.

2.5.1. A Política de informática


A elaboração da Política de Informática (PI), 15 iniciou em 1997, e no fim
de um processoinclusivo de discussão e consulta a nível nacional ela foi
aprovada pelo Conselho de Ministros em 2000. Tem a seguinte missão:

 Contribuir para o combate à pobreza e melhoramento das condições


de vida dos moçambicanos;
 Assegurar o acesso dos cidadãos aos benefícios do saber mundial;
 Elevar a eficácia e eficiência das instituições do Estado e de
utilidade pública na prestação dos seus serviços;
 Melhorar a governação e a administração pública;
 Fazer de Moçambique um produtor e não mero consumidor das
tecnologias de informação e comunicação; e
 Elevar Moçambique ao nível de parceiro relevante e competitivo na
Sociedade Global deInformação.

26
Papeis e tarefas específicas são atribuídas ao Governo, ao sector privado,
ensino superior e instituições de pesquisa, sociedade civil e às agências de
desenvolvimento, promovendo, desta forma, a colaboração e criação de
sinergias imprescindíveis para a implementação eficaz.

Ao mesmo tempo a PI identifica seis áreas prioritárias de acção à luz das


grandes prioridades do Governo, nomeadamente a redução de pobreza
absoluta, a promoção e estímulo do desenvolvimento económico e o
aprofundamento da democracia: Educação; Desenvolvimento de recursos
humanos; Saúde; Acesso universal; Infra-estrutura; e Governação. Outras
áreas a merecer um tratamento específico incluem: Agricultura e os
recursos naturais; Meio ambiente e o turismo; Comércio electrónico e a
protecção do negócio; Protecção do público; Rede de instituições
académicas e de pesquisa; Mulher e a juventude; Cultura e arte; e
Comunicação social.

Define-se para cada área os desafios principais, o potencial de TIC no


contexto específico eas medidas prioritárias a tomar, e propõe-se a
necessidade de incluir uma componente TIC em cada programa sectorial.

2.6. O papel das TIC’s em Moçambique


As tecnologias de informação e comunicação são ferramentas transversais e
facilitadoras que oferecem oportunidades de soluções a todas as áreas de
desenvolvimento.

27
As TIC’s contribuem para o acesso aos benefícios de recursos de
conhecimento mundial, elevar a eficiência e eficácia das instituições do
Estado e o seu valor para o público, e, através da prestação de serviços,
melhorar a qualidade de governação e da administração pública, e
possibilitar que o país se transforme num parceiro valioso e competitivo na
Sociedade Global de Informação.

As TICs são mais do que ferramentas de trabalho. Elas têm um papel de


transformação na maneira como elas permitem mudanças, ao nível de
mentalidades, ao nível institucional, incluindo instituições do sector
produtivo (privadas e públicas), alterando a forma como as organizações e
os indivíduos comunicam, funcionam e trocam conhecimento.

As soluções das TIC são construções sociais, que precisam de adaptação e


contextualização, tendo em conta as culturas locais, os idiomas e costumes.
Para compreender integralmente oseu papel no desenvolvimento é preciso
entender o modo como elas revolucionaram o formado funcionamento das
instituições, indivíduos e a sociedade global. As TICs, por natureza:
 Encurtam as distâncias físicas e melhoram a troca de conhecimento
em tempo real;
 Promovem o funcionamento em rede de instituições, indivíduos e
regiões geográficas;
 Promovem a colaboração e partilha de conhecimento entre
intervenientes;
 Introduzem novos canais para prestação de serviços;
 Promovem economias de escala e réplicas de soluções
desenvolvidas;
 Promovem a transparência e a abertura;
 Promovem a comunicação aberta e multi-direccional.
28
2.7. TIC’s na agricultura Moçambicana

No alívio à pobreza, as TIC’s são cruciais para a adopção rápida e


disseminação de conteúdos, boas práticas e conhecimento; provisão de
redes eficientes de comunicação para os actores do desenvolvimento e
fornecedores de serviços; e do acesso a mercados globais, regionais
eserviços on-line.

A predominância da produção em pequena escala baseada na agricultura


familiar justifica maior intervenção da ciência, da tecnologia e da inovação
por parte do governo neste pilar. Por ser dominante, um aumento de 1% na
produção deste sector que equivaleria a um aumento de 6% no segmento
agro-industrial.

As metas imediatas para a erradicação da pobreza serão atingidas através


de intervenções que garantam a produção básica de necessidades de
subsistência, assim como meios e tecnologias para o aperfeiçoamento da
produção, com vista a transitar da subsistência para a criação de riqueza.

Um dos dilemas do papel da agricultura no desenvolvimento é que


raramente a agricultura familiar pode, por si só, proporcionar uma saída
viável da pobreza, contudo, é necessária a disseminação da agricultura
familiar para que muitos aspectos dessa pobreza sejam minimizados (em
particular segurança alimentar entanto que subcomponente essencial na
erradicação da pobreza) numa base sustentável.

29
Assim como é certo que a agricultura de subsistência vai continuar a existir
num futuro previsível, também é certo que através da CTI podem ocorrer
melhorias significativas para a eficiência, a produtividade, a
comercialização, e a sustentabilidade ambiental de muitas práticas agrícolas
vigentes neste momento na agricultura familiar em Moçambique.

Segundo (ECTIM 2006), também constatou algumas áreas importantes na


agricultura para o uso das TICs.
 Inventario, gestão sustentável da agricultura e recursos naturais
(flora, fauna, micro organismos, solos agua recursos etnobotanicos);
 Sistemas partilhados de colheitas de dados para recursos naturais e
de biodiversidades;
 Sistemas de caracterização da produção e seu impacto na agro-
ecologia, e nos assuntos sócio-económicos;
 Inventário e preservação do material genético local e recursos
adaptáveis;
 Preservação das colheitas e melhoramento das tecnologias de
processamento ligados à agro-indústria;
 Estabelecimento de um sistema nacional de melhoramento genético
com métodos clássicos e com aplicação de tecnologias facilitadoras
como a biotecnologia, (plantas, animais, floresta e espécies exóticas);
 Desenvolvimento e adaptação de tecnologias de irrigação para os
diferentes sistemas de irrigação (pequeno agricultor e agro-
industrial)
 Controlo de qualidade e segurança alimentar;
 Controlo das doenças, dos vectores de doenças, assim como de
pestes de plantas e de animais e também de doenças zoonóticas;
 Estudos etnobotânicos visando determinar as espécies e os
procedimentos para seu uso na saúde e nutrição;

30
 Domesticação e gestão de animas selvagens em cativeiro;
 Transferência tecnológica nas diversas áreas da agricultura

2.8. Condicoes necessarias para implementacao das TICs na


agricultura
Para que haja implentacao das TICs, e necessários que haja infrastruturas
de pesquisa, de modo a gatantir a participacao dos parceiros incluindo: a
criação de Conselho Científico de Agricultura apoiado por um fórum de
consulta (parceiros) aos níveis nacional e local; a realização de reuniões de
pesquisa na agricultura e a adopção de políticas nacionais que:
 Enfatizem que não haja necessidade de conflito entre a
modernização da agricultura, os pequenos agricultores e a agro-
industrialização;
 Encorajem o investimento internacional na pesquisa da agricultura
moçambicana;
 Tornem atractivas as carreiras na pesquisa da agricultura; e
 Estimulem parcerias privadas e públicas na pesquisa da agricultura (
ferramentas tecnologicas, incubadoras, e produção de sementes
melhoradas).

Sendo assim o sector da agricultura em Moçambique (incluindo


comunidades agrícolas, analistas políticos e governantes) precisa de
compreender melhor o potencial e os benefícios da TIC e particularmente
como ela se relaciona com a redução da pobreza.

Este conhecimento pode vir da formação formal ou ser facilmente acessível


por via de uma grande variedade de fontes informais, de mecanismos e dos
média, mas deve ser sensível em aspectos culturais e linguísticos.

31
Todavia, devem ser fortalecidos os mecanismos de comunicação, de
colaboração institucional entre os diferentes intervenientes do sistema de
pesquisa e desenvolvimento, como entre as instituições de extensão,
farmeiros, agroindustriais e comerciantes.

32
CAPITULO III - METODOLOGIA

3.1. Descrição do Local de Estudo


O distrito de Boane esta localizado a sudeste da província de Maputo. A
norte faz fronteira com distrito de Moamba. A sul e a este de Namaacha, e
a Oeste pela Cidade da Matola e pelo distrito de Matutuine, localizada a
30km da Cidade de Maputo. Com uma superfície de 815 km2 e uma
população de 81.406 habitantes com uma densidade populacional de 101
hab/km2.

Figura 1: Mapa ilustrativa do distrito de Boane.


Fonte: MAE, 2005.

33
A sua língua local materna dominante o changana, com cerca de 53% da
população alfabetizado, predominantemente homens, o distrito de Boane
tem uma taxa de escolarização normal.
O distrito de Boane esta dividido em dois posto administrativos
nomeadamente Boane sede, onde reside a maior população e que inclui,
para além da vila, as localidades de Gueguegue e Eduardo Modlane e
Matola Rio com uma localidade com mesmo nome. Portal do Governo
(2007)

Clima

Com um clima da região é sub- húmido com deficiência da chuva na


estacão fria caracterizado por alternância entre as condições secas,
induzidas pela alta pressão sub-continental e as incursões do vento húmido
do oceano. O distrito é propenso a ciclones, depressões, secas e cheias.

O vale Umbeluzi possui solos como bom potencial agrícola e pecuária, são
explorados por um vasto tecido agricultura privada e familiar.

Existe uma diferença significativa notável entre as zonas do distrito em


relação a segurança alimentar. A zona sul, e mais estável e cobertura pela
rede de rios, beneficia de regadio e baixas humidade e é apta para
hortícolas, bananas e citrinos.

3.2. Amostragem e Colecta de dados

Os dados primários foram colhidos no período do mês de Maio de 2016


concretamente no distrito de Boane, no posto administrativo de Boane nas
associações de 25 de Setembro e associação de Asseduca Goba. As
associações acima citadas foram escolhidas por possuírem maior

34
organização dos seus membros, pela sua localização, e por elas serem
credenciadas e reconhecidas pelos Serviços de Agricultura no Distrito.
Os dados secundários foram colhidos com ajuda de manuais, livros, artigos
publicados e consulta na Internet.

3.2.1. Amostragem

Para a obtenção do tamanho de amostra através da colaboração dos


representantes das associações foi possível obter os números dos membros
integrados nas associações, dentre eles no universo de 102 Correspondentes
as associações de 25 de Setembro (38 agricultores) e Asseduca Goba (64
agricultores). Pelo reduzido número da população, optou-se por usar o
mesmo como tamanho da amostra (102 agricultores), portanto usou-se o
tamanho da população para a condução da pesquisa.

3.2.2. Colecta de dados

Para a colecta dos dados, recorreu-se aos chefes das duas associações para
efeitos de acompanhamento e esclarecimentos sobre as actividades a serem
desenvolvidas pelos autores nas duas associações.
Os dados foram colhidos com auxílio de um questionário pré-elaborado, e
aplicação de entrevista semi-estruturada, onde os produtores para além de
responderem as perguntas do questionário que lhes foi submetido, tiveram
o espaço para mais explanações sobre o assunto em questão.

3.3. Análise de dados

Os dados recolhidos foram submetidos a dois tratamentos nomeadamente, a


estatística descritiva e estatística inferencial. A estatística descritiva
35
consistiu na descrição das características sócio demográficos dos
produtores entrevistados.
A estatística inferencial baseou-se no test t para verificar se existe uma
diferença do rendimento dos agricultores que tem acesso as TIC’s e os que
não tem. Por outro usou-se o Coeficiente de Correlação de Person para
analisar o grau de relação que existe entre as variáveis tecnológicas e os
dados pessoais dos agricultores. O processamento de dados foi feito com
recurso Excel e ao pacote estatístico SPSS na sua versão 20.

36
CAPITULO IV- RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Perfil social dos agricultores do distrito de Boane

Segundos os resultados da tabela 32,9% dos entrevistadossão sexo


masculino e 67,3% são do sexo feminino. Esta desproporção ressalta os
dados estatísticos do País sobre a desigualdade entre o sexo envolvido na
atividade agrícola, pois a realidade revela que cerca de 91,3% das mulheres
economicamente activas em Moçambique dedicam-se à actividades
agrícola, silvicultura e pesca, comparativamente com 69,6% dos homens
(Mader, 2002).

No estudo de Mubai (2013), levantou-se que 74,5% de agricultores são do


sexo feminino, e 25,5% do sexo masculino. Essas características resultam
do fato de que mais da metade das mulheres, a partir dos 14 anos de idade,
já se encontram praticando actividades agrícolas.

Em relação a idade notou-se que maior parte dos agricultores tem idade
acima de 45 anos e perfazem cerca de 37, 3 %, e a menor tem as idades
entre 18 a 25 anos com 10,8%, aos agricultores com as idades 26 a 35 anos
tem 16,7% respectivamente.

Segundo Mubai (2013), a faixa etária predominante dos produtores de


Boane está entre os 51 a 60 anos, correspondente a 43%; seguida da faixa
etária de mais de 61 anos, correspondente a 22% do total do universo
pesquisado; sendo que a de igual ou menor que 30 anos foi a mais baixa
registada, com 5% do universo da amostragem.

37
Come (2014), notou que em relação à idade, cerca de 77% dos produtores
têm idade superior a 50 anos e os restantes 23% têm menos de 50 anos de
idade, o que mostra um envelhecimento da mão-de-obra agrícola, impondo-
se a necessidade do seu rejuvenescimento.

Portanto há pouca participação dos jovens na produção agrícola. Esta fraca


participação dos jovens na agricultura pode se dever ao facto de, na maioria
dos países em vias de desenvolvimento, esta actividade não ser atractiva
para esta faixa etária conforme aponta a ACT (2005).

Estes dados indicam evidentemente que a agricultura no distrito de Boane é


praticada por pessoas idosas; ainda herdeiras de uma outra forma de
produção, com base na organização comunitária/tribal, sem objectivar o
mercado económico, o que evidentemente aumenta a resistência à
introdução de novas práticas agrícolas, agudizando a ineficiência sobre a
própria actividade agrícola no distrito.

O que preocupa mais neste estudo é a constatação de que existe uma


prevalência de indivíduos com idades mais avançadas no meio rural que
apresentam um nível de escolaridade mais baixo, ao passo que se verifica
uma ausência de populações mais jovens, que teriam, a priori, maior
facilidade para acessar as novas tecnologias, factor que compromete ainda
mais a difusão das TIC’s no meio rural.

Em termos do estado civil 20,6% dos agricultores são solteiros, 9,8% são
casados e somente 69,9% não são solteiro nem casados o que indica que
que maior parte dos agricultores podem ser viúvos, divorciados ou vivem
maritalmente.

38
Em relação a nível de escolaridade 44,2% dos entrevistados não tem
nenhum grau académico, 41,1% tem o nível primário, os restantes 14,7%
tem o nível médio. Portanto nota-se que maior parte dos agricultores não
tem instrução.

Relacionando a escolaridade com a variável género, observamos que a


população feminina, a mais envolvida na actividade agrícola, tem também a
baixa escolaridade, resultado do fato de que a educação da maioria destas
mulheres está limitada a aprendizagem de habilidades domésticas, com
acesso muito limitado ao poder, conforme exposto por Casimiro(1998).

Por outro lado, segundo INE (2007),a taxa total de escolaridade para as
mulheres é de 45,5% e de 55% para homens. Portanto, estes resultados,
podem ser fundamentados por questões históricas- culturais, dado que, na
relação homem e mulher, apesar de as mulheres na sociedade
Moçambicana terem sido desde o tempo colonial, culturalmente relegadas à
função reprodutiva e social (cuidar da casa, dos filhos, do quintal e do
marido), e por isso muitas vezes menos escolarizadas.

Num estudo de Mubai (2013), verificou-se que quanto à escolaridade dos


agricultores do distrito de Boane, cerca de 64% do total de entrevistados
não tem instrução alguma; 27% tem instruções em nível primário e
secundários; enquanto 9% tem outros níveis de instrução não indicados.
Por tanto verifica-se aqui que o nível de escolaridade dos agricultores ainda
é muito baixo.

39
Em relação ao número do agregado familiar dos produtores do distrito de
Boane constatou-se que a maior parte das famílias contem acima de 10
membros por família (40,2%). Cerca de 24,5% das famílias coabitam com
um número de agregado que varia de 1 a 5 indivíduos; e 35,3% dos
produtores vivem em famílias com 6 a 10 membros.

Estes dados ilustram a maneira como se concebe a família em


Moçambique, que vai desde a família restrita (marido, mulher/s e filhos)
até a família ampliada, que leva em conta toda a linhagem consangüínea:
sobrinho, neto, nora, genro, primos, avó (ô), entre outros.

Importa realçar que este fenômeno pode ser fundamentado pela posição da
mulher na sociedade tradicional, ligada ao tipo de organização e
determinados poderes, o que favorece ao homem salvaguardar que quanto
mais esposas e filhos tiverem, contarão com mais mão-de-obra para ajudar
na lavoura.

Por essa razão é ainda comum em Moçambique encontrar várias mulheres


partilhando o mesmo marido, ou seja, a prática da poligamia tem uma
função econômica. Esta ideia esta presente no relatório do Observatório
Das Metrópoles (2009), segundo a qual, o funcionamento de uma família
extensa pressupõe um conjunto de compromissos, hábitos e regras que
podem interferir na forma habitual de fazer as coisas sobretudo nas
sociedades atuais, cuja regra é família pouco num

40
Tabela 4: Características do Dados pessoais dos agricultores do distrito
de Boane

Frequênci
Variáveis a Percentagem (%)
Sexo Masculino 51 50
Feminino 51 50
Idade 18-25 anos 11 10,8
26-35 anos 17 16,7
36-45 anos 36 35,3
Acima de 45
anos 38 37,3
Estado Civil Solteiro 21 20,6
Casado 10 9,8
Outros 71 69,9
Nível de
escolaridade Nenhum 45 44,1
Ensino
Primário 42 41,2
Ensino Médio 15 14,7
Ensino
Superior 0 0
Agregado
familiar 1a5 25 24,5
6 a 10 36 35,3
Acima de 10 41 40,2
Ler e escrever Sim 39 38,2
Não 61 59,8
Fonte: Resultados da Pesquisa

4.2. Características económicas dos produtores do distrito de Boane


Cerca de 2,9% dos entrevistados tem como principal fonte de rendimento a
pesca, 73,5% dedicam-se na agro-pecuária, 11,8% fazem combinação da
pesca e agro-pecuária.

41
Em relação ao rendimento dos agricultores cerda de 57,8% tem o
rendimento mensal que varia no intervalo de 1000 a 3000 meticais, 26,5%
tem o rendimento na escala de 4000 a 7000 meticais somente 15,7%
consegue ter um rendimento acima dos 7000 meticais. Portanto nota-se que
maioria dos agricultores tem rendas inferiores e este facto pode estar
associado a baixos rendimentos e a área que os mesmos cultivam.

Quanto a alimentação, 9,8% tem somente uma refeiçãodiária, 48% tem


duas refeiçõesdiárias e os restantes 42,2% conseguem ter três refeições
diárias.

42
Tabela 5:Características sócio económicas dos produtores do distrito de
Boane.
Variáveis Frequência Percentagem
Fonte de Renda Pesca 3 2,9
Agro-pecuária 75 73,5
Comercio 12 11,8
Pesca e Agro-pecuária 12 11,8
Agro-pecuária e Comércio 0 0
Rendimento Mensal 1000 a 3000 Mts 59 57,8
4000 a 7000 Mts 27 26,5
7000 em diante 16 15,7

Sector empregado Publico 7 6,9


Privado 57 55,9
Nenhum 35 34,3
Tipo de cultura Massaroca 48 47,1
Tomate 34 33,3
Repolho 15 14,7
Feijao verde 5 4,9
Modalidade de
Habitacao casa propria 53 57,8
casa alugada 23 22,5
De familiares ou outros 19 18,6
Tipo de habitacao Precaria 21 20,6
Melhorada 25 24,5
Aivenaria 56 54,9
Meio de transporte Biscicleta ou Mota 16 15,7
Carro pessoal 10 9,8
ransporte publico 76 74,5
Assistencia Medica Bom 34 33,3
Mau 19 18,6
Normal 49 48
Avaliacao do Distrito Bom 39 38,2
Mau 13 12,7
Normal 50 49
Participacao do Gov. Bom 21 20,6
Mau 23 22,5
Normal 56 54,9

Fonte: Resultados da Pesquisa


43
4.3. Posicionamento dos produtores do distrito de Boane em relação as
TIC’s
Em relação aposse de meio de transporte notou-se que 15,7% dos
produtores tem bicicletas, 9,8% possuem carros pessoais e 74,5% que
possuem maior percentagem não possuem nenhum meio de transporte.
No que concerne o uso de telemóveis verificou-se maior parte dos
agricultores usam telefone e correspondem cerca de 74,5%. No entanto
notou-se que cerca de 22,5% dos produtores não usam telefone.

Em termos de posse de TV, notou-se que 60,8% dos agricultores possuem


Televisão e cerca de 39,2% dos mesmos não possuem esta ferramenta de
comunicação.

Em relação ao acesso aos serviços bancários notou-se que há um fraco


acesso. Os resultados apontam que cerca de 36,3% dos produtores tem
acesso, entretanto uma maioria de cerca de 63,7% dos agricultores não tem
acesso aos serviços bancários. O fraco acesso aos serviços bancários pode
retrair o investimento e o desenvolvimento na medida em que os produtores
não terão acesso ao financiamento.

No que diz respeito ao uso de serviços telefónicos notou-se maior parte dos
agricultores usam o serviço M-Pesa da Vodacom e perfazem 48% dos
entrevistados. Cerca de 30,4% dos agricultores usam o M-Cash, 12,7%
usam a internet e 8,8% usam M-pesa e internet. Portanto notou-se todos
agricultores pelo menos usam um serviço.

44
Os produtores de Boane questionados sobre as vantagens do uso de TIC’s a
maioria apontaram como acesso a informação (38, 2%). Cerca de 21,6%
apontou para a facilidade de comercialização, 12,7% apontou no factor de
guardar dinheiro em segurançae 4,9% apontou a flexibilidade como
vantagem.

Em relaçãoas mudanças notadas após o início do uso de TIC’s, 41,2%


afirmou que ganhou novos clientes, 16,7% aumentou a sua renda, 5,9%
alcançou novos mercados e 11% ganhou novos clientes, aumentaram a sua
renda e alcançou novos mercados.

Em relação ao não uso de TIC’s maior parte dos agricultores apontaram


como barreira o custo de aquisição (38,2%); 8,2% desconhecem as técnicas
de manuseamento, 22,5% afirmou que envolve custos adicionais; 5,4%
apontou como causa a associação de altos custos de aquisição e custos
adicionais e 18,6% desconhecem as vantagens do uso.

45
Tabela 6: Posicionamento dos agricultores em relação as TIC’s

Variaveis Frequência Percentagem


Possue Eletricidade Sim 60 58,8
Não 42 41,2

Uso de Telemóvel Sim 79 77.5


Não 23 22.5
Possue de TV Sim 62 60.8
Não 40 39.2
Radio Sim 82 80,4
Não 20 19,6

ServiçosTelefónicos Acedidos M-Pesa 49 48.0


M-Cash 31 30.4
Internet 13 12.7
M-pesa e Internet 9 8.8
servicos Bancarios acedidos Bancos comercias 5 4,9
Micro creditos 29 28,4
Outros 12 11,8
Servicos de Extensao Sim 58 56,9
Não 10 9,8
As vezes 38 31,4

Mudanças com uso de TIC’s A renda subiu 17 16.7


Ganhou clientes 42 41.2
Alcançou outros mercados 6 5.9
Indiferente 25 24.5
Todas 12 11.8
Motivo de não uso de TIC’s Custo de aquisição 39 38.2
Manuseamento 9 8.8
Desconhecimento das
vantagens 19 18.6
Envolve custos adicionais 23 22.5

Custos de aquisição e
adicionais 6 5.9
Todas 6 5.9

Vantagens das TICs Comercializacao 22 21,6


Seguranca no rendimento 13 12,7
Flexibilidade 5 4,9
Informacao 37 36,3
Todas 18 17,6
46
Nenhuma 5 4,9
Acesso ao Mercado Sim 87 85,3
Não 14 13,7

Fonte: Resultados da Pesquisa

Os resultados da Tabela mostram que existe uma diferença significativa do


rendimento entre os produtores que tem acesso ao a corrente eléctrica e os
que não tem acesso ou seja não rejeita-se a hipótese nula a um nível de
significância de 5%.

Todavia a posse de Telemóvel, o acesso aos serviços telefónicos e a posse


de rádio não mostrou causalidade na diferença do rendimento dos
agricultores do distrito de Boane. Portanto, há evidências suficientes para
rejeitar a hipótese nula.

Tabela 6: Comparação do Rendimento mensal com diferentes variáveis


tecnológicas.
Test t
Variáveis Eletricidade Telefone S.F.Telefónicos Posse de rádio
Sig 0,003 0,394 0,154 0,175
Nível de significância 5%
Fonte: Resultados da Pesquisa

A tabela mostra que o sexo, a idade, o nível de escolaridade, a língua falada


tem uma relação com o uso de Telemóvel a um nível de significância de
5%. Entretanto, o estado civil e o número do agregado familiar não têm
relação com o uso de telemóvel.
Por outro lado inferiu-se que o Sexo, Idade, Nível de Escolaridade, Estado
Civil, Línguas Faladas e número do Agregado familiar não tem relação

47
com o acesso a corrente eléctrica, com o uso de TV, posse de rádio e
serviços financeiros telefónicos.

Tabela 8: Relação entre as Variáveis Pessoais e as variáveis tecnológicas.


Coeficiente de Correlação
Variáveis Uso de Electricidade Posse Posse Serviços
Telemóvel de de telefónicos
TV Rádio
Sexo 0,033 0,426 0,422 0,137 0,839
Idade 0,001 0,087 0,490 0,423 0,075
N. 0,006 0,060 0,359 0,150 0,500
Escolaridade
Estado Civil 0,176 0,527 0,520 0,506 0,127
Línguas 0,016 0,416 0,693 0,024 0,224
Faladas
Agregado 0,974 0,800 0,659 0,633 0,925
familiar
Nível de significância 5%
Fonte: Resultados da Pesquisa

48
CAPITULO V CONCLUSÃO E RECOMENDACOES

5.1. Conclusão
O estudo analisou as TIC’s como ferramentas de desenvolvimento agrário
no distrito de Boane. Os resultados mostraram que a agricultura é dominada
por mulheres. A proporção de mulheres engajadas na produção agraria é
67,3%. Notou-se que cerca de 37,3% dos produtores tem idade acima de 45
anos o que indica que a produção agrícola no distrito de Boane é dominado
por pessoas idosas e há pouca participação dos jovens no processo produto.

Em termos de nível de instrução notou-se que maior dos agricultores não


possui nenhum grau de instrução e os poucos que tem só passaram pelo
ensino primário o que sugere que o nível de escolaridade é baixo. Cerca de
57,8% dos produtores que correspondem a maioria tem um rendimento que
varia de 1000 a 3000 meticais o que significa que o rendimento mensal dos
agricultores é muito baixo.

Em relação aos meios de transporte constatou-se que 74,5% não possuem


algum tipo de transporte, o que dificulta o transporte do produto do campo
de produção para o mercado.

No concerne ao uso de TIC’s notou-se que mais que a metade dos


produtores tem acesso as TIC’s. Notou-se que cerca de 74,5% dos
produtores usam telemóveis, 60,8% dos produtores usam TV. Quanto ao
uso de serviços financeiros telefónicos notou-se que todos produtores usam
pelo menos usam um dos serviços. Em relação as barreiras de uso de TIC’s,
38,2% dos produtores apontam como dificuldades o custo de aquisição face
ao seu rendimento mensal.

49
Existe uma diferença significativa do rendimento entre os produtores que
tem acesso a corrente eléctrica e os que não tem acesso. Porem, a posse de
Telemóvel, o acesso aos serviços telefónicos e a posse de rádio não
mostrou causalidade na diferença do rendimento dos agricultores do distrito
de Boane.

O sexo, a idade, o nível de escolaridade, a língua falada tem uma relação


com o uso de Telemóvel a um nível de significância de 5%. Entretanto, o
estado civil e o número do agregado familiar não têm relação com o uso de
telemóvel.Por outro lado inferiu-se que o Sexo, Idade, Nível de
Escolaridade, Estado Civil, Línguas Faladas e número do Agregado
familiar não tem relação com o acesso a corrente eléctrica, com o uso de
TV, posse de rádio e serviços financeiros telefónicos.

50
5.2. Recomendações

Apos a realizacao do presente trabalho, tendo em conta a abordagem


focalizada, é importante frizar que as TICs contribuem significativamente
para o aumento da producao, escoamento e comercializacao dos produtos
agricolas , mas que mediante as seguintes recomendacoes estas podem ser
melhoradas bastante, passando a citar:

Ao Governo
E necessario a elaboracao de estrategias que levem a cabo as operadoras de
telefonia movel, televisao e radiofonicos, que expandem os seus servicos
nas zonas Rurais, e que capacitem e orientem os agricultores no uso de
novas tecnologias.

Olhar mais aos agricultores, de modo a financiar projectos e credito para a


realizacao das suas actividades, assim eles ao inves de so olhar para
agricultura como subsistencia, passariam a olhar como uma forma de
rendimento, quer interno assim como externo.

Aos servicos de extensão


Eles tem o papel de orientar o agricultor na adesão de tecnologias de
informacão, para melhorar as suas actividades, essa ferramentas farão com
que o produtor produza e venda seus produtos sem se deslocar do seu local
de producão. E tambem sensibilizar de forma que eles tenham
conhecimento dos precos e aceitabilidade do produto, e a epoca de cada
produto.

51
Aos privados
Eles tem que apostar nas TICs nas zonas rurais, de forma a fazer chegar
condicoes favoraveis para que não se sintam fora do sistema dessas
ferramentas, eles tem o papel de financiar, e facilitar o credito aos
camponeses, e não sub mete los a juros muito altos e sem muita
burrocracia.

Aos Agricultores

Recomenda se que eles passem a usar as TICs, pois atraves dessas


ferramentas poderam dotar de conhecimentos de como produzir com
eficiencia, acesso ao mercado, como guardar os seus rendimentos
(dinheiro), com maior seguranca, informacao de servicos de credito,
informacao do mercado interio e exterior, quqlidade de insumos.
Orientar aos agricultores para que potencializem sua producao, para uma
agricultura de alto rendimento.

52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA

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Estratégia de Implementação da Política de Informática, Comissão para a
Política deInformática,(2002). Maputo, www.infopol.gov.mz. Acedido
10/5/09.

55
ANEXO

UNIVERSIDADE SÃO TOMAS DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE AGRICULTURA (FAG)

Caro Entrevistado

Chamo-me Tomas Fumo, estudante finalista do Curso de Desenvolvimento Rural na


Universidade São Tomas de Moçambique (USTM), Faculdade de Agricultura (FAG).

Venho por meio desta solicitar a sua atenção para responder ao questionário, que será
muito breve. Garanto-lhe que toda a informação dada será de carácter confidencial,
respeitando todos os aspectos éticos e o resultado dos dados por si facultados serão
usados para análise no trabalho de licenciatura.
Desde já agradeço a colaboração, o tempo disponibilizado para responder o questionário
e facultar-me a esta entrevista.

56
INQUÉRITO

O presente questionário está inserido no âmbito da elaboração de trabalho de fim do


curso para obtenção do grau de licenciatura em Desenvolvimento Rural, e tem como
finalidade obter informações sobre Contribuição das Tecnologias de Informação no
Desenvolvimento comunitário no Di9strito de Boane. Pelo facto pede-se a vossa inteira
colaboração e, garante-se que a informação será usada apenas para os fins acima
declarados.

Nome_______________________/Contacto_______________

Secção I. Dados Pessoais


1.Sexo 2. Idade 3. Agregado familiar

(i) Masculino (i) 18-25 anos (i) …… pessoas


(ii) Feminino (ii) 26-35 anos (ii) numero de homens
(iii) 36-45 anos (ii) numero de mulheres
(iv) maior que 45 anos

4.Estado Civil 5.Nivel académico 6. línguas faladas

(i) Solteiro (i) Nenhum (i) Local


(ii) Casado (ii) Ensino Primário (ii) Português
(ii) Outros (ii) Ensino superior (iii) Todas
7. Sabe ler e escrever

(i) Sim

(ii) Não

57
Secção II. Dados Socio-económicos

4.Fonte de Renda 5. Sector Empregado 6.Rendimento mensal


(i) pesca (i) publico (i) 1000 a 3000
(ii) Agropecuária (ii) Privado (ii) 4000 a 7000
(iii) Comercio (iii) Nenhum (iii) 7000 em diante
Se a resposta em 4 for (ii) responda a 7
7. Que culturas pratica

7.Refeicoes diárias 8.Modalidade de habitação 9. Tipo de habitação


(i) uma (i) Casa própria (i) Precário
(ii) duas (ii) Casa alugada (ii) Melhorada
(iii) Três em diante (iii) De família ou outros (iii) Alvenaria

10. Meio de transporte 11. Tipo de transporte


(i) sim (i) Bicicleta ou Motorizada
(iii) Não (ii) Carro próprio
(iii) Transporte publico
12. Assistência medica 14.Avaliacao do Distrito 15. O governo tem participado
(i) Bom (i) Bom (i) Bom
(ii) Mau (ii) Mau (ii) Mau
(iii) Normal (iii) Normal (iii) Normal

Secção III. Sobre as Tecnologias de Informação e Comunicação

1.Acesso a Electricidade 2. Usa telemóvel 3. Acesso a telefone fixo


(i) sim (i) sim (i) sim
(ii) Não (ii) Não (ii) Não

58
4. Possui televisão 5. Possui rádio 6. Existe rádio comunitário
(i) Sim (i) Sim (i) Sim
(ii) Não (ii) Não (ii) Não

7. Tem acesso a serviços financeiros 8. Quais esses serviços


(i) Sim (i) Bancos comerciais
(ii) Não (ii) Micro crédito
(iii) Outros
10. Usa serviços financeiros telefónicos 11. Quais 12. Tem acesso a extensão
(i) Sim (i) Mpesa (i) Sim
(ii) Não (ii) Mcash (ii) Não
(iii) Internet (iii) As vezes

13. que vantagem tem com os serviços


(i) Facilita na comercialização do excedente
(ii) Guarda os rendimentos (dinheiro) com maior segurança
(i) Maior flexibilidade nas transacções (compra de insumos e outros)

(ii) Acesso a informação de forma rápida (temperatura, preços do mercado dos


produtos,)

(iii) Outros

59
14. Desde que usa as TICs Ouve melhorias nos seguintes aspectos

(i) A renda mensal subio

(ii) Aumentou a area de cultivo

(iii) Ganhou mais clientes

(iv) Alcansou outros mercados

15. Influencia no Desenvolvimento 6. Tem benefícios

(i) Sim (i) Sim

(ii) Não (ii) Não

(iii) Indiferente (iii) indiferente

16.Tem acesso ao mercado 17. Produtos mais comercializados


(i) Sim
(ii) Não

18. Porque motivo não utiliza algum tipo de TICs


(i) O valor de aquisição é elevado

(ii) Porque nao sabe utilizar

(iii) Desconhecimento das vantagens

(iv) Porque envolve custos adicionais (energia,pilha,credito, etc)

60
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