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BATALHA ESPIRITUAL

A luta do povo de Deus contra as potestades do mal

LIÇÃO 6 – O PODER QUE HÁ NO NOME DE JESUS: INTRODUÇÃO

A vitória sobre as trevas e potestades. O relato do endemoninhado gadareno encontra-se também em Mateus e
Lucas, com algumas variações. O fato revela informações sobre a possessão
demoníaca e o poder absoluto de Jesus sobre todo o reino das trevas. É o
Texto bíblico – Marcos 5.2-13
prenúncio da vitória final de Cristo sobre Satanás e seus anjos. E não
somente isso, mas também uma prova viva de que podemos confiar em
2 E, saindo ele do barco, lhe saiu logo ao seu encontro, dos sepulcros, um
Jesus.
homem com espírito imundo;
3 O qual tinha a sua morada nos sepulcros, e nem ainda com cadeias o
podia alguém prender;
1. O PODER DO NOME DE JESUS SOBRE OS DEMÔNIOS
4 Porque, tendo sido muitas vezes preso com grilhões e cadeias, as cadeias
foram por ele feitas em pedaços, e os grilhões em migalhas, e ninguém o
Mateus afirma que foram dois endemoninhados (Mt 8.28). Mas Marcos e
podia amansar.
Lucas registram apenas um (Mc 5.2; Lc 8.27). Os pormenores descritos em
5 E andava sempre, de dia e de noite, clamando pelos montes, e pelos
Marcos são de um só, razão pela qual a narrativa está concentrada nele.
sepulcros, e ferindo-se com pedras.
Marcos e Lucas registraram apenas o mais violento e o mais feroz deles. O
6 E, quando viu Jesus ao longe, correu e adorou-o.
outro detalhe é que Mateus apresentou apenas um resumo do episódio,
7 E, clamando com grande voz, disse: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho
pois a sua ênfase é a autoridade de Jesus sobre os espíritos malignos.
do Deus Altíssimo? conjuro-te por Deus que não me atormentes.
Mateus omite o fato de o porta-voz dos demônios se identificar como
8 ( Porque lhe dizia: Sai deste homem, espírito imundo. )
“legião” e também o desejo de o gadareno, após sua libertação, seguir a
9 E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? E lhe respondeu, dizendo: Legião é
Jesus.
o meu nome, porque somos muitos.
10 E rogava-lhe muito que os não enviasse para fora daquela província.
1.1. A Opressão. Os demônios aparecem como agentes de Satanás
11 E andava ali pastando no monte uma grande manada de porcos.
causadores de males, dando às suas vítimas características típicas,
12 E todos aqueles demônios lhe rogaram, dizendo: Manda-nos para
como força sobre-humana (Mt 8.28; 17.15; At 19.16), poder de
aqueles porcos, para que entremos neles.
adivinhar (At 16.16) e conhecimento sobrenatural (v.7). Eles atacam
13 E Jesus logo lho permitiu. E, saindo aqueles espíritos imundos,
suas vítimas e, ao possuí-las, dominam suas faculdades mentais,
entraram nos porcos; e a manada se precipitou por um despenhadeiro no
levando-as à demência (Mt 4.24; 17.15) e às vezes incapacitando-as
mar ( eram quase dois mil ), e afogaram-se no mar.
de falar e de ver (Mt 9.32; 12.22).
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1.2. A Legião. Jesus perguntou como o espírito imundo se chamava, ao 2. O PODER DO NOME DE JESUS SOBRE AS DOENÇAS
que ele respondeu: “Legião é o meu nome, porque somos muitos”
(v.9). Uma legião romana era constituída por 6.000 soldados. Ainda Os milagres de cura têm tornado-se cada vez mais raros em nosso meio. É
que o número de demônios não seja exato, ou que Legião seja uma bem verdade que a ampliação do acesso aos serviços básicos de
identidade, eles eram muitos. Eles são numerosos e poderosos, atendimento à saúde preenche muito do espaço daquilo que antes era um
organizados e batalham sob uma mesma bandeira, a de Satanás. campo exclusivo da ação de Deus. Na época de Jesus, doenças que hoje
consideramos simples ou controláveis, oprimiam multidões inteiras. Para
1.3. Os demônios sabem quem é Jesus. O relato da possessão do estes casos, Jesus revelou a glória do Pai. Nossa lição de hoje refletirá a
gadareno e de sua libertação é uma amostra do poder absoluto de respeito dos efeitos da operação das doenças na humanidade e sobre o
Jesus até sobre todo o reino das trevas. Os próprios demônios ministério de cura exercido por Jesus.
sabem quem é Jesus (At 19-15) e conhecem a sua procedência:
“Que temos contigo, Jesus Nazareno? Vieste destruir-nos? Bem sei Para todos aqueles que possuem necessidade de cura, Jesus continua
quem és: o Santo de Deus” (Mc 1.24). Eles têm medo de Jesus e sendo, hoje, o mesmo do passado, o Messias que veio trazer saúde a todos
estremecem diante dEle (Tg 2.19). Jesus veio para desfazer as obras os que estão enfermos da alma, mas também do corpo e da mente.
do Diabo (1 Jo 3.8). Os demônios sabem que há um tempo
determinado para o juízo divino sobre as hostes infernais e temem 2.1. A origem das enfermidades. O mundo criado por Deus foi o melhor
por isso. para a humanidade. Infelizmente, depois dos eventos trágicos do
Éden, Adão e aqueles que seriam seus descendentes tiveram de
1.4. A Soberania de Jesus. Nessa passagem, vemos que aqueles aprender a conviver num ambiente diferente, numa realidade em
demônios, ou pelo menos o porta-voz deles, suplicando, pediram que o pecado e todas as suas consequências malévolas passaram a
três coisas: que Jesus não os mandasse para outra região (v.10), que existir. As doenças são resultado direto desta desestruturação da
não os mandasse para o abismo antes do tempo (Mt 8.29), e que ordem primitiva da Terra. O mundo criado por Deus foi um lugar
lhes permitisse entrar na manada de porcos que passava pelo local sem enfermidades, dores ou sofrimento para a humanidade, pois
na ocasião (vv.11,12). Os demônios não são nada diante do Senhor tudo o que Deus faz é perfeito (Tg 1.17). Se pensarmos na
Jesus. Marcos parece mostrar Satanás e seus demônios como perspectiva bíblica, é o pecado que traz consigo toda uma série de
inconvenientes, e não como seres todo-poderosos diante de Jesus consequências malévolas para a semente adâmica – sofrimento da
(Mc 1.23-26,34; 3.11). O inimigo de nossa alma não pode fazer o mulher (Gn 3.16); desequilíbrio na natureza (v.18); e a própria
que quer (Jó 1.12; 2.4-5). Os demônios fizeram esses pedidos morte (v.19). É evidente que as doenças são um meio de operação
porque não podiam resistir ao poder de Jesus. da morte entre nós; desta forma, em termos gerais, a origem das
doenças está diretamente vinculada à Queda adâmica (Rm 7.5).
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2.2. Jesus, a única resposta para alguns enfermos. Na época de Jesus os integridade. Entretanto, há boas razões para aceitar os relatos dos
recursos medicinais eram muito limitados e caros; boa parte dos Evangelhos como verdadeiros, e afirmar que Jesus curava as
tratamentos eram muito mais místicos-esotéricos do que algo pessoas.
próximo aquilo que chamamos hoje de científico. Por isso, em
muitos casos, somente a intervenção divina poderia mudar a vida CONCLUSÃO
daqueles que sofriam. Doenças que hoje são completamente
tratáveis, como a hanseníase – lepra -, ou condições físicas que são O povo dependia mais de Deus, e a sua garantia da saúde estava na
plenamente adaptáveis – como problemas de mobilidade, visão e obediência. O número de enfermos era alto, e as curas efetuadas por Jesus
audição -, naquela época eram circunstâncias terríveis para a vida logo chamaram a atenção do povo (Mt 4.23-25). Jesus veio ao mundo para
de qualquer pessoa, e vistas como uma maldição (Nm 5.2). Diante salvar os pecadores (1 Tm 1.15), no entanto, por causa da miséria humana,
dessas situações-limites, Jesus era a única resposta para o operou muitos milagres, prodígios e maravilhas. O Senhor se compadecia
desespero de muitas pessoas (Mt 20.30; Lc 17.13). dos enfermos, dos oprimidos e de todos os de espírito abatido, porque essas
pessoas andavam como ovelhas que não têm pastor (Mt 9.36; Mc 6.34).
2.3. O Reino de Deus entre nós. As curas de Jesus confirmaram e A compaixão era a principal motivação de Jesus para ministrar ao povo, e
ilustraram a verdade de seu anúncio de que o Reino de Deus estava isso não mudou com o tempo, pois a promessa de cura divina continua
chegando para o povo por intermédio de seu ministério. […] Jesus valendo (Mc 16.17-20).
atravessou a região da Galileia ‘pregando o evangelho do Reino, e
curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo’ (Mt 4.23).
As notícias dessas curas maravilhosas e libertadoras logo se
espalharam por toda a terra, e multidões de pessoas doentes
reuniam-se em torno de Jesus, aonde quer que Ele fosse (M t 4.24;
Mc 1.32-34; Lc 5.15). Cerca de um terço do Evangelho de Marcos é
dedicado ao relato das curas, mas podemos ter certeza de que há
muitas outras curas não registradas nos Evangelhos, mas que, ainda
assim, trouxeram alívio e alegria para as pessoas que tiveram essa
experiência (veja Jo 21.25). As curas milagrosas de Jesus parecem
tão maravilhosas que muitas pessoas ao longo das eras presumiram
que não passavam de histórias inventadas pelos cristãos primitivos.
Algumas pessoas hoje são céticas de que o poder de Deus possa
intervir na vida de uma pessoa a fim de trazer cura física e

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