Você está na página 1de 32

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS


ESCOLA DE COMUNICAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARTES DA CENA
POÉTICAS DA CENA: TEORIA E CRÍTICA
TOPICOS ESPECIAIS

Alessandra Lima de Carvalho

Poema/Processo: uma escolha pela radicalidade.

Rio de Janeiro – RJ

Agosto de 2016
Alessandra Lima de Carvalho

Poema/Processo: uma escolha pela radicalidade.

Pesquisa apresentada à disciplina


Tópicos Especiais - Contracultura:
modos de invenção, modos de uso.

Professora: Alessandra Vannucci

Rio de Janeiro – RJ

Agosto de 2016

2
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – Poema Solida. Wlademir Dias-Pino, 1956 ________________ 06

FIGURA 2 – Livro A Ave. Wlademir Dias-Pino, 1953/56________________07

FIGURA 3 – Poema-comestível. Alvaro de Sá, 1967 __________________ 08

FIGURA 4– Happening poético. Fotografia de 1968___________________ 10

FIGURA 5 – Arte no Aterro. Fotografia de 1968 ______________________ 11

FIGURA 6 – Desfile em Pirapora. Fotografia de 1969 __________________ 12

FIGURA 7 – Lançamento da 1ª edição do Livro Processo: Linguagem e


Comunicação, organizado por Wlademir Dias-Pino. ____________________13

SUMÁRIO

3
I - RESUMO ___________________________________________________ 05

II - INTRODUÇÃO ______________________________________________ 06

III - OBJETIVOS________________________________________________ 13

IV - FUNDAMENTAÇAO TEÓRICA _________________________________ 14

V - METODOLOGIA_____________________________________________ 18

VI – METAS DA PESQUISA _______________________________________18

VII - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS _____________________________19

VIII - ANEXOS _________________________________________________ 21

4
I - RESUMO

Esta pesquisa pretende fazer um estudo sobre o Poema/Processo -


movimento literário de vanguarda, ocorrido entre os anos de 1967 a 1972, que
se expandiu nacional e internacionalmente. Primeiramente, se interessa pelo
contexto histórico do movimento, a fim de entender seus precedentes e apontar
as suas influências, bem como as escolhas estéticas e as estratégias políticas
adotadas. Além disso, fará uso da bibliografia produzida por participantes do
grupo de poetas/processo que apresentam as bases conceituais do movimento -
principalmente do artista Wlademir Dias-Pino. A partir disso, a pesquisa deseja
demonstrar que a radicalidade das proposições e conceitos artísticos (escrita
expandida com intenso imbricamento de linguagens), denotam um movimento
em sintonia com o seu tempo e com os meios de produção da sua época.
Características que dialogam profundamente com muitas das ideias apontadas
por Walter Benjamim em seu famoso ensaio O autor como produtor, de 1937.
Para isso, se propõe a levantar todo o conteúdo possível, publicado em jornais e
revistas da época, a fim de analisar a dimensão do impacto gerado pelas
propostas inovadoras e pelas ações radicais, que colocam o movimento do
Poema/Processo entre as mais originais propostas das vanguardas da arte
brasileira. Por fim, pretende-se levantar hipóteses sobre as razões de certo
cerceamento da relevância artística do movimento do Poema/Processo na
história. Se por um lado a radicalidade do grupo gerou grande polêmica e
desaprovação dos meios de comunicação em massa e da própria categoria
artística. Por outro, os conceitos e ações, bem como as táticas de divulgação do
movimento, podem ter funcionado como um dispositivo de não cooptação pelo
mercado da arte, do trabalho desse grupo de artistas que, somente em
pesquisas recentes, assiste ao reconhecimento da sua importância e o
dimensionamento do seu impacto para a cena artística brasileira.

5
II - INTRODUÇÃO

Os anos 50 e 60 foram para os movimentos literários brasileiros um


momento de grande efervescência artística. Nesses anos surgiram movimentos
de grande expressividade como o Concretismo, que ainda hoje figuram como os
mais significativos grupos artísticos da poesia de vanguarda no Brasil, tendo
importantes nomes como Haroldo e Augusto de Campos, entre outros.
Foi no grupo Noigandres, ligado à vertente paulista do Concretismo, e
liderado pelos poetas já citados, além de Décio Pignatari e Ferreira Gullar , que
Wlademir Dias-Pino, um dos fundadores do Poema/Processo, fez sua estreia
como poeta em uma grande capital.

Figura 1
Em dezembro de 1956, participou da Primeira Exposição Nacional de
Poesia Concreta no Museu de Arte Moderna de São Paulo, onde apresentou a
poesia Solida em forma de cartaz1 – a mesma que mais tarde vai ser
reelaborada pelo poeta, ganhando o formato de caixa com pranchas que formam
objetos dobráveis. Já nessa época, Dias-Pino se destacava entre os colegas do

1
Imagem retirada do site Enciclopédia Visual: espaço dedicado á obra de Wladimir Dias-Pino. Disponível
em: http://www.enciclopediavisual.com/poemas.detalhes.php?secao=1&subsecao=1&conteudo=25.
Acesso em: 03/07/2016.

6
movimento concreto, pois sua obra já mostrava sinais de uma escrita expandida,
ultrapassando as fronteiras da literatura tradicional.
Antes disso, em Cuiabá (onde viveu dos dez anos até a idade adulta),
lançou, junto a outros artistas, um movimento literário nomeado de Intensivismo.

FIGURA 2

Segundo o poeta, o movimento “(...) propunha intensificar o sentido da imagem


na poesia (...) seria a visualidade nascer simultaneamente à inscrição do poema.
2
Não o ESCREVER, mas o INSCREVER do poema” É nessa época que
começa a elaboração do seu famoso poema-livro intitulado A ave3, considerado
o primeiro poema semiótico da literatura universal. O livro também é apontado
pelo artista, como um antecipador de conceitos ligados à visualidade que o
Poema/Processo viria apresentar anos mais tarde.
O Concretismo não correspondeu ao projeto poético/artístico de Dias-
Pino. Segundo ele, “os poetas modernistas, em sua briga com os gramáticos, se
contentaram apenas em trabalhar com o ‘instrumental linguístico’, modificar a
língua.” (DIAS-PINO, 1973, p.121) E, por isso mesmo, “o máximo que atingiram
foi um estilo pessoal como unidade estruturante ou como interpretação das
palavras diante da temática.” (DIAS-PINO, 1973, p.121). Ele queria ir além, e o
projeto construtivo se mostrou distante das suas aspirações.

2
DIAS-PINO, Wlademir. Cronobiografia. Museu de arte do Rio. Disponível em:
http://www.museudeartedorio.org.br/sites/default/files/cronobiografia.pdf. Acesso em 29/06/16. Grifo
do artista.
3
Imagem retirada do site Enciclopédia Visual: espaço dedicado á obra de Wladimir Dias-Pino. Disponível
em: http://www.enciclopediavisual.com/poemas.detalhes.php?secao=1&subsecao=1&conteudo=25.
Acesso em: 03/07/2016.

7
Em 1965, Wlademir Dias-Pino participou da organização de um concurso
organizado pelo Ministério dos transportes, onde trabalhava na época. Lá
encontrou alguns poemas sem nome, assinados apenas por pseudônimos, em
uma lata de lixo. Os recolheu e por meio de um anuncio de jornal, encontrou os
criadores dos trabalhos rejeitados. Percebeu naqueles poemas um estilo poético
diferente, mais experimental, que lhe chamou atenção não só pela originalidade,
mas também por uma identificação pessoal imediata. Por isso mesmo,
estabeleceu com esses artistas, não só uma grande amizade, mas uma intensa
parceria artística a partir de então.
Álvaro de Sá, Neide de Sá e Moacy Cirne partilhavam de pensamentos
sobre a escrita de poesia que iam ao encontro do que acreditava Dias-Pino. A
prova disso é que dois anos mais tarde, em dezembro de 1967, juntamente a
outros poetas, inaugurou a 1ª Exposição Nacional do Poema/Processo na
Escola de Desenho Industrial (ESDI), no Rio de Janeiro. Estavam assim
lançadas, as bases de um movimento artístico que irá alargar suas fronteiras de
atuação se expandido nacional e internacionalmente. Juntos reuniram mais de
100 poetas jovens e rejeitados de todo o país para fundar um movimento
independente.

FIGURA 3

8
A primeira exposição do grupo mostrou essa disposição para a
experimentação, com obras que traziam novas formas de abordagem literária
expandidas para outras linguagens artísticas, bem como a intensa convocação
participativa do público. Uma matéria do Jornal Correio da Manhã trazia o título:
4
“Grupo cria poemas que são comidos como os biscoitos” , seguido pela
seguinte descrição:
Com o público comendo biscoitos que simbolizam letras e botando
palavras no bolso e levando para casa, inaugurou-se, ontem, a
primeira Exposição Nacional de Poema-Processo, no Rio, feita por
um grupo de jovens poetas no Pavilhão da Escola Superior de
Desenho Industrial, na Rua do Passeio. O importante para eles é
o processo e a sua maior finalidade, o consumo. O processo de
criação deve ser captado no seu momento e simultaneamente
consumido – através de todos os sentidos e não somente da
leitura tradicional. 5

Além desta, os jornais da época trazem várias descrições das obras que
foram expostas, onde é possível perceber o forte estímulo à participação do
público. Os poemas podiam ser tocados, manipulados, compostos pelo leitor a
partir de um estímulo inicial do artista, ou mesmo literalmente comidos, numa
provável menção ao consumo valorizado pelo grupo do Poema/Processo. O
poeta Ariel Tacla, por exemplo, propôs que o público criasse seu próprio poema
através de recorte e colagem de revistas em cartolinas. Anselmo de Santos
apresentou seu Poema Rasgado, onde era necessário que o leitor arrancasse as
folhas do livro para que as palavras sobrepostas fossem tomando sentido. Já a
poetisa Neide de Sá, convidou o público a pendurar objetos como papéis,
jornais, livros ou mesmo roupas em um varal estendido no espaço expositivo.
Entre os artistas participantes, os jornais divulgavam ainda os nomes de Álvaro
de Sá, George Smith, Wlademir Dias-Pino e Nei Leandro de Castro, mas haviam
outros. Ainda, nessa primeira exposição, o grupo lançou a Revista Ponto 1, pela
Editora Vozes, onde apresentaram os princípios do movimento do
Poema/Processo, bem como um manifesto, intitulado de Proposição6
A primeira exposição foi lançada simultaneamente no Rio de Janeiro e no
Rio Grande do Norte, ratificando a intenção dos poetas-processo na
4
Jornal Correio da Manhã. 1º caderno. 12 de dezembro de 1967. Disponível em:
http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=089842_07&pesq=%20comidos%20como
%20biscoitos&pasta=ano%20196. Acesso em: 01/07/2016. Imagem em anexo, p.23
5
Ibidem.
6
Imagem em anexo, p.21.

9
descentralização do movimento. Ao mesmo tempo, a opção trouxe também
algumas dificuldades que desafiaram o grupo a desenvolver estratégias para
superar diferentes problemas, como descreve Dias-Pino:
Ao optar pela abertura total o movimento do poema/processo
descentralizou-se e encontrou a dificuldade das diferenças: de
repertório; de possibilidades econômicas; do estágio de
desenvolvimento das regiões geográficas distantes; de idade dos
diversos poetas. Procurou-se, então, de maneira didática
(exposições, publicações, manifestações coletivas, diálogos
públicos), o nivelamento informacional. (DIAS-PINO, 1973, p.160)

Em janeiro de 1968, os poetas-processo fizeram uma segunda exposição,


agora na Escola Nacional de Belas Artes (ENBA). Outras obras aparecem na
divulgação da exposição pelos jornais, que apontam 62 trabalhos de 26 artistas
de vários estados brasileiros como São Paulo, Mato Grosso, Rio Grande do
Norte e Minas Gerais7. A Revista manchete divulgou obras como uma caixa
paramentada com alavanca onde esta, uma vez acionada, projetava uma
contagem regressiva de dez a zero para, em seguida, mostrar a imagem de uma
bomba explodindo. Fala ainda de variadas formas de apresentação dos poemas:
em rolos, dobradiços, táteis, tudo a disposição do visitante. Citava também uma
obra onde livros de Gonçalves Dias e Olavo Bilac eram oferecidos para serem
rasgados.
O Jornal Correio da Manhã de 23 de janeiro de 1968 divulgou a exposição
na ENBA, informando sobre um debate que ocorreria no encerramento da
exposição. De acordo com o periódico, os temas discutiriam questões como
vanguardas: aproximações entre artes plásticas e a poesia; participação do
público, entre outros temas conceituais do Poema/Processo. 8
O debate seria seguido de um hapenning poético9 onde os alunos da
ENBA e poetas-processo fariam uma passeata 10 portando cartazes-poema até
as escadarias do Teatro Municipal. Ao final haveria uma queima de livros de
7
POETAS-PROCESSO tem obras em exposição na ENBA. Jornal Correio da Manhã. Rio de janeiro: 23 de
janeiro de 1968. Disponível em: http://bndigital.bn.br/hemeroteca-digital/. Acesso em: 02/07/2016.
8
Os temas divulgados pelo Jornal Correio da Manhã eram na íntegra, foram: “(...) realismo e vanguarda; a
visualidade na poesia (poesia e artes plásticas: suas afinidades e diferenças); o problema da participação
do público, a lógica do consumo, a problemática da estrutura, e a problemática do processo, o estilo e o
contra-estilo, as falsas vanguardas, etc.”.
9
Grifo do Jornal Correio da Manhã. POETAS-PROCESSO tem obras em exposição na ENBA. Jornal Correio
da Manhã. Rio de janeiro: 23 de janeiro de 1968. Disponível em: http://bndigital.bn.br/hemeroteca-
digital/. Acesso em: 02/07/2016.
10
Imagem da passeata. In: DIAS-PINO, Wlademir. Processo: Linguagem e Comunicação. Rio
de Janeiro: Editora Vozes, 1973, p.211

10
poetas “discurso-social-acadêmico-tradicionais, decretando oficialmente a morte
do verso e seus correspondentes” 11.

FIGURA 4
O poeta Ferreira Gullar, convidado para o debate, condicionou sua
participação à desistência da queima de livros. O que realmente aconteceu, o
grupo de poetas-processo abdicou de queimar os livros, pois poderiam ser mal
interpretados e relacionados aos eventos que estavam acontecendo na China de
Mao Tsé-Tung.
Porém, não desistiram totalmente da ação, só mudaram a estratégia, em
vez de queimar os livros, resolveram rasgá-los, o que não causou menos
indignação tanto por parte de poetas, quanto da grande imprensa. Livros de
João Cabral de Melo Neto, Carlos Drumond de Andrade, Vinícius de Moraes, e
até mesmo de Ferreira Gullar foram rasgados.
A ação do grupo provocou uma antipatia generalizada pelo movimento.
Jornalistas e críticos usaram suas colunas para desaprovar o ato. Em vários
periódicos é possível encontrar notas de repudio, algumas até com direito de
resposta12. Se os poetas-processo queriam espantar pela radicalidade eles
conseguiram. Pois, a partir deste dia, os poetas-processo compraram uma briga
com o meio literário em geral. O evento gerou intenso mal estar no campo
artístico, além de inúmeros ataques ao movimento através da imprensa escrita e
da crítica especializada. Meses depois do ocorrido, os jornais ainda se

11
POETAS-PROCESSO tem obras em exposição na ENBA. Jornal Correio da Manhã. Rio de janeiro: 23 de
janeiro de 1968. Disponível em: http://bndigital.bn.br/hemeroteca-digital/. Acesso em: 02/07/2016.

12
Clippings de jornais em anexo, p. 22.

11
lembravam do ato, como a crítica publicada no Jornal do Brasil de Eduardo
Portella:
Aqui está um dos equívocos teóricos do poema-processo. A
instauração da nova criatividade não exige o rompimento radical
com o passado. E não exige porque a história não é só presente,
ou futuro, ou passado. O tempo é uma estrutura unitária onde
coexistem passado, presente e futuro. De tal modo que a tarefa
criadora consiste em transforma o passado em futuro:
criticamente (...). O fazer literário é um ato de informação da
matéria, de informação do suporte em cima do qual se efetiva a
peripécia criadora. Como então prescindir da palavra? 13
(PORTELLA, 1968)

FIGURA 5

Porém o grupo não esmoreceu e continuou suas atividades intensamente,


principalmente fora dos grandes centros e internacionalmente. Nesse mesmo
ano (1968), o grupo expôs em Olinda (PE), em Salvador (BA), em Ouro Preto
(MG), em João Pessoa (PB), em Brasília (DF), e novamente no Rio de Janeiro
na 1ª Semana de Arte Brasileira, e no famoso evento Arte no Aterro14. A ação foi
um grande evento público gratuito, promovido pelo Jornal Diário de Noticias, em
julho de 1968, que ofereceu aulas e
atividades de arte, além de
demonstrações das pesquisas
estéticas de vários artistas e grupos
de vanguarda como Hélio Oiticica,
Lygia Pape, Antônio Manuel,
Ângelo Aquino e muitos outros. 15

13
PORTELLA, Eduardo. É preciso espantar pela radicalidade? . Jornal do Brasil, 06 de abril de 1968.
Disponível em : http://bndigital.bn.br/hemeroteca-digital/. Acesso em: 02/07/2016.
14
Imagem do evento Arte no Aterro, retirada do livro DIAS-PINO, Wlademir. Processo: Linguagem e
Comunicação. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1973, p.214
15
Clipping do evento em anexo.

12
Aos poucos foram construindo uma rede de poetas em todo o território
brasileiro e também fora dele, fazendo exposições em Buenos Aires e
Montevidéu. Esse era um dos objetivos do movimento, uma estratégia mesmo,
como afirma Dias-Pino: “Evitou-se a penetração em São Paulo pelo exemplo
histórico de apropriação centralizadora que sua força econômica demonstrara no
modernismo e na geração de 45”. (DIAS-PINO, 1973, p.19).
Várias formas alternativas de divulgação do movimento do
Poema/Processo foram utilizadas, além de exposições. Como o 1º Festival de
Música Popular Brasileira de Cataguases (MG), onde poetas-processo comeram
carne crua, enquanto a então jovem cantora Maria Alcina, “foi arrancando
palavras, ruídos, sons, desnivelando os instrumentos e tomando posições
corporais em relação ao desenvolvimento da música”. 16 Há relatos de que os
jornais da época mostraram-se bastante escandalizados com a performance.

FIGURA 6
Em junho de 1969 participam do 2º Festival de Pirapora (MG),
promovendo um Desfile de Autores e Personagens da Literatura Brasileira, onde
alunos das escolas da cidade desfilaram com cartazes e obras apresentando o
Poema/Processo.
Em abril de 1970, cerca de 30 jovens poetas-processo participam da Feira
de Arte do Recife com um pão-poema-processo, medindo dois metros e que,
segundo um jornal da época, foi comido pelos presentes17.
Essa e outras ações mostram a inclinação do movimento para a
radicalização. Pois, segundo Dias-Pino, “(...) não se pretendia apoio oficial,
porque não interessavam exposições de visitantes passageiros ou

16
DIAS-PINO, Wlademir. Processo: Linguagem e Comunicação. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1973, p.218.
17
Clipping de um jornal com a divulgação do evento em anexo, p. 24.

13
contemplativas publicações sem qualquer radicalidade”. (DIAS-PINO, 1973,
p.18)
A opção do grupo por ações mais radicais, a recusa de qualquer apoio
oficial, bem como as táticas de divulgação do Poema/Processo, evitando
qualquer cooptação pelo sistema capitalista de arte, talvez tenha levado o
movimento, por consequência, a ficar à margem da historia da vanguarda
literária no Brasil. Foi uma escolha artística, a escolha pela radicalidade.

FIGURA 7

Liquidação: A LONGO PRAZO / Entrada: UM LIVRO RASGADO DE VERSOS.


(DIAS-PINO, 1973, P. 222)
III – OBJETIVO

14
Pesquisar o movimento do Poema/Processo a fim de conhecer a
produção dos seus artistas; entender seus conceitos, pressupostos e estratégias
artísticas, levando em conta o contexto histórico e a bibliografia produzida pelos
poetas-processo, especialmente Wlademir Dias-Pino, Álvaro de Sá, Moacy Cirne
e Neide de Sá – fundadores do movimento. Com isso buscará, principalmente
através das publicações em jornais, periódicos, revistas e artigos, bem como
material visual e audiovisual, as razões pelas quais o Poema-Processo não
figurou, durante muito tempo, entre as mais importantes vanguardas literárias do
Brasil. Para isso, buscará refletir sobre a ideia de dispositivo de Giorgio
Agambem (2009), e na proposição de Walter Benjamim (1987), pensando o
autor como produtor, como ponto de partida para pensar os modos de produção
do movimento do Poema/Processo e seus desdobramentos na história.
IV - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O Poema/Processo era para Dias-Pino uma resposta ao contexto social


da época. Para ele, a poesia discursiva, feita em versos, centrada no autor e no
estilo, já estava ultrapassada, e não correspondia às demandas de um novo
tempo, de um novo leitor. Segundo ele, “a quantidade do consumo obriga o
poeta produzir o reprodutível, como a máquina obriga a simplificação racional, a
expressão direta, ao acabamento preciso do serial (...), códigos ou signos, em
lugar da imagem literária.” (DIAS-PINO, 1973, p.310).
Por isso, a primeira coisa que o grupo vai estabelecer, é a separação
necessária entre poesia e poema. Essa ruptura se dá, principalmente, pela
diferença que o Poema/Processo faz entre língua e linguagem. De acordo com
os poetas-processo, a poesia estaria mais ligada à língua, à palavra, sendo mais
uma questão de estilo, muito ligada á subjetividade e à individualidade do poeta.
Já o poema estaria no universo da linguagem, entendido mais como um projeto
do que como uma obra acabada, finalizada. E, sendo projeto, o poema
aconteceria na experiência de cada leitor que criaria sua versão, por isso mesmo
um ato coletivo, um contra estilo com aspirações ao universal:

Primeiro procurou-se, da forma mais radical, a separação ou


dissociação entre o que é POESIA de um lado e o POEMA do
outro. (...) O poema de processo sob esta condição não esta
preocupado com o “estado poético” como fator de maiores
estudos, nem mesmo com a experimentação linguística; mas tem

15
o propósito de deixar bem claro que essa separação mostra, de
maneira indiscutível, que o poema é físico – e até mesmo tátil –
em sua visualidade gráfica, enquanto que a poesia é totalmente
abstrata. (DIAS-PINO, 1973, p.25)

Se um mundo era novo, novas eram as realidades, e o poeta não poderia


ficar alheio, pois para falar desse mundo era necessário o uso de novos
processos. Era preciso estar em sintonia com meios de comunicação em massa,
bem como os recursos visuais surgidos em uma era industrial. Para o
Poema/Processo, “a bomba, a pílula, a guerra, o LSD, o Chacrinha, os hippies,
Guevara” isso era o mundo moderno. Diziam eles: “Fazer poesia hoje é falar
dessas coisas. E qualquer um pode fazê-lo. Basta chegar e trabalhar. Um poeta
não é um ente privilegiado. As musas são uma balela, assim como a cegonha ou
o papai noel.” (CASTRO, Ruy. 1968, p.117). A radicalidade das suas propostas,
de certo modo, solicitava a profanação da literatura tradicional, funcionando
como um contradispositivo ao estilo de literatura vigente (AGAMBEM, 2009).
Pode-se perceber em todo o tempo de ação do grupo, uma preocupação
quase pedagógica em formar tanto poetas do movimento, quanto à crítica e o
leitor sobre a linguagem do Poema/Processo, bem como conceitos e caminhos
possíveis de criação de acordo com as demandas. Sempre com o olhar voltado
para os meios de produção da época, de maneira a usá-los, absorvê-los ou
reelabora-los. Como bem afirma Walter Benjamin, “(...) repensar a ideia de
formas ou gêneros literários em função dos fatos técnicos de nossa situação
atual, se quisermos alcançar as formas de expressão adequadas às energias
literárias do nosso tempo.” (BENJAMIN, 1987, p.123)
Em todas as exposições, havia sempre a preocupação em promover
debates ou conversas sobre o poema-processo. O grupo, dessa forma, se
aproxima muito do que propõe Walter Benjamin em seu texto O autor como
produtor (BENJAMIN, 1987), quando ele afirma que “um escritor que não ensina
outros escritores não ensina ninguém”. E vai além, no que diz respeito a
importância do autor como um multiplicador:

O caráter modelar da produção é, portanto, decisivo: em primeiro


lugar, ela deve orientar outros produtores em sua produção e, em
segundo lugar, precisa colocar à disposição deles um aparelho
mais perfeito. Esse aparelho é tanto melhor quanto mais conduz
consumidores à esfera da produção, ou seja, quanto maior for a

16
sua capacidade de transformar em colaboradores os leitores ou
espectadores. (BENJAMIN, 1987, p.132)

No Poema/Processo, o leitor também passou a ocupar uma nova posição,


o de consumidor/participante. E esse novo papel exigia uma nova atitude, onde
consumir o poema implicava em uma interatividade co-criadora. De acordo com
Wlademir, “o processo do poeta é individualista e o que interessa, coletivamente,
é o processo do poema”. (DIAS-PINO, 1973, p. 308)
O movimento propôs a expansão das fronteiras literárias tradicionais partir
da adoção de diferentes possibilidades criativas, ao estimular a criação de obras
a partir de conceitos que apontavam caminhos para o poeta/processo. No livro
Processo: linguagem e comunicação18 - que será a base dessa pesquisa -, são
apresentados poemas que exemplificam algumas ideias-chave do poema-
processo como os de matriz, série, versão, projeto, código, poema de animação,
explosão tipográfica, contra estilo, mistura de linguagens, gráfico, superposição
de leituras, novas grafias, montagem e objeto-poemas, assim como o estimulo à
participação do leitor/consumidor e a prioridade ao processo.
O poeta deveria ser o propositor de uma obra matriz capaz de “criar as
possibilidades de consumo”, que convidasse à participação do leitor. A ideia de
que “a matriz cria a lógica, o consumo. Como a geladeira cria, pelo consumo,
uma lógica (de uso) independente do nível cultural do consumidor.” (DIAS-PINO,
1973, p.311). Assim, uma obra poderia alavancar o desencadeamento de séries,
ou seja, de infinitas possibilidades de variação sobre um mesmo tema, que
seriam versões do poema.
Trabalhavam, também, com elementos gráficos como desenhos, ou a
própria saturação da escrita tipográfica no papel. Outras obras exigiam uma
atitude ativa, físico-criativa e colaborativa do leitor. Existia, também, a
possibilidade da obra ser somente um projeto, uma ideia organizada do artista
sobre um possível poema/processo.19 E a ideia não era só conceitual ou
estética, também era uma estratégia necessária, pois assim, de acordo com o
grupo, “(...) estava criada a possibilidade do poeta do interior (com suas
18
O livro lançado em 1972, e reeditado um ano depois pela Editora Vozes, Wlademir Dias-Pino expõe as
bases do Poema/Processo, e apresenta uma antologia da história do movimento com obras, textos e
clippings de matérias e entrevistas da época. O livro que teve duas edições (1972/1973), não é numerado
o que parece sugerir que o leitor passeie livremente pelo livro, escolhendo como percorre a obra. Para a
pesquisa a autora precisou numerar um exemplar manualmente.
19
Imagem de projeto feito por Álvaro de Sá mesclando poema com performance teatral, em anexo, p.31.

17
dificuldades de materiais de reprodução) poder concorrer com os dos grandes
centros”. (DIAS-PINO, 1973, p. 202).
Apesar de se aproximarem de outras linguagens artísticas, os poetas-
processo deixavam claro que, ainda que mantivessem uma conversa com as
artes plásticas, por exemplo, consideravam que os domínios dentro da
linguagem do Poema/Processo, eram diferentes, como afirma Moacy Cirne:
Além da voltagem semântica que caracteriza quase todos os
nossos poemas um problema mais importante se apresenta: as
direções de leitura. Nas artes plásticas lemos a estrutura (leitura
abstrata), que, por mais dinâmica que possa ser, encerra sempre
uma rigidez operatória. Qualquer elemento / de composição –
mesmo um espaço vazio ou morto – é agente estrutural: cores e
formas específicas permanecem cores e formas específicas, não
permitindo transformações (opções) operatórias. No
poema/processo lemos o processo (leitura criativa). (CIRNE,
1968)
O poema-processo não estava condicionado à língua ou a um modo
tradicional de escrita, com direções pré-determinadas de leitura. Muito menos à
ideia tradicional de livro, por isso havia o incentivo à criação de livros-objeto,
livros-objeto-poema, poema-objeto, folhas avulsas que sofriam intervenções
coletivas por meio de correspondência entre os artistas, entre outras propostas.
Sempre com proposições que superavam dificuldades de produção com
intensa inventividade e originalidade, os poetas-processo criaram um movimento
com bases sólidas e pressupostos coerentes com suas ações e propostas
artísticas. Sempre preocupados com os conceitos que balizavam o
Poema/Processo, promoviam ações pedagógicas, fomentando assim, a
participação de diversos poetas no movimento. Essa consciência da
responsabilidade artística, de fornecer os meios de produção e estimulá-los, vai
ser uma constante no grupo (principalmente de seus fundadores), independente
da geração de produtos que correspondessem à lógica de mercado. Afirmando,
como Benjamin (1987), que
O autor consciente das condições da produção intelectual
contemporânea esta muito longe de esperar o advento de tais
obras, ou deseja-lo. Seu trabalho não visa nunca a fabricação
exclusiva de produtos, mas sempre, ao mesmo tempo, a dos
meios de produção. Em outras palavras; seus produtos, lado a

18
lado com seu caráter de obras, devem ter antes de mais nada
uma função organizadora. (BENJAMIN, p. 131)

E foi justamente essa consciência que levou o grupo do Poema/Processo


a parar suas atividades em 1972. Uma parada tática20, como descreve Dias-
Pino, em entrevistas atuais, pois as tensões políticas no Brasil tornam-se cada
vez maiores, a partir do AI-5 em 1968. O grupo, que usava intensamente da
correspondência internacional em suas atividades, chega à conclusão que pode
estar dando a falsa impressão no exterior, de que no Brasil vivia-se um clima de
liberdade criativa. Optam assim, pela interrupção temporária da ação do grupo e
sua rede nacional e internacional de poetas.
V – METODOLOGIA

Dois tipos de pesquisa serão utilizados: bibliográfica e documental. A


primeira será primordial para o trabalho, uma vez que a pesquisa bibliográfica
“não é mera repetição do que já foi dito ou escrito sobre certo assunto, mas
propicia o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando a
conclusões inovadoras.” (LAKATOS, 2003, p. 183).
Primeiramente se fará um levantamento de toda a bibliografia existente
sobre o tema, desde livros até publicações avulsas, jornais, revistas, periódicos,
folhetins, folders, pesquisas, teses, artigos, etc.; até arquivos audiovisuais e
gravações sonoras. O material obtido será estudado e analisado levando em
conta o contexto histórico em que foi produzido, as pessoas ou instituições
responsáveis por essa produção, e a relevância para a pesquisa
Também será utilizada a pesquisa documental com o objetivo de analisar,
principalmente, fotografias feitas à época do movimento, na tentativa de
relacionar eventos descritos às imagens fotográficas.
A junção das pesquisas bibliográfica e documental, com sua respectiva
análise e correlações serão o material básico para a produção de uma
dissertação acerca do tema proposto.

VI – METAS DA PESQUISA

20
KAC, Eduardo. Entrevista com Wlademir Dias-Pino, poeta revolucionário. ARS, ano 13 n. 26, 2015. Fonte:
http://www.scielo.br/pdf/ars/v13n26/1678-5320-ars-13-26-00006.pdf. Acesso em 01/07/2016.

19
A pesquisa tem como meta buscar os motivos que levaram o movimento
do Poema/Processo a sofrer uma espécie de cerceamento de seu valor artístico
na história da arte brasileira. As hipóteses, inicialmente levantadas, apontam
para dois caminhos: (1) a radicalidade das propostas do grupo causou um
repúdio dos meios de comunicação, e da própria classe literária, promovendo
um apagamento midiático e cultural do movimento; (2) foi uma opção tática do
grupo, uma vez que buscava outras formas de divulgação, e não se
interessavam em produzir obras que correspondessem aos desejos
mercadológicos.
Por fim, a pesquisa visa, principalmente, contribuir para a revalorização e
ressignificação deste movimento no campo da arte hoje, como forma de
entender, também, as relações existentes entre as criações artísticas anteriores
e posteriores ao Poema/Processo.
VII – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGAMBEM, Giorgio. O que é o contemporâneo? e outros ensaios. Santa


Catariana: Argos, 2009.

BENJAMIN, Walter. O autor como produtor. Obras escolhidas: magia e técnica,


arte e política. In:_____. Obras escolhidas: magia e técnica, arte e política.
Tradução de Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1987.

BRITO, Ronaldo. Neoconcretismo: Vértice e ruptura do projeto construtivo


brasileiro. São Paulo: Cosac& Naify, 1999.

CASTRO, Ruy. Os inimigos da poesia. Revista manchete nº 825, 1968.

CIRNE, Moacy. Revista Ponto 2, Rio de Janeiro, Ponto, 1968. Fonte:


http://www.poemaprocesso.com.br/textos.php?texto=89. Acesso em 05/07/2016.
CONVERSA DE GALERIA. O poema infinito de Wlademir Dias-Pino. Museu de
Arte do Rio. Publicado em 01 março de 2016.

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=h8OQGQYdJCc. Acesso em: 01 de


julho de 2016.

DELEUZE, Gilles. O ato de criação. Tradução: José Marcos Macedo. In. Folha
de São Paulo, 27/06/1999. Transcrição de conferência realizada em 1987.

DIAS-PINO, Wlademir. Processo: Linguagem e Comunicação. Rio de Janeiro:


Editora Vozes, 1973.

20
ENCICLOPÉDIA VISUAL: espaço dedicado á obra de Wladimir Dias-Pino.
Fonte:http://www.enciclopediavisual.com/poemas.detalhes.php?
secao=1&subsecao=1&conteudo=25. Acesso em: 03/07/2016.

GARCIA , Angelo Mazzuchelli. A literatura como design gráfico: da poesia


concreta ao poema-processo de Wlademir Dias Pino. Minas Gerais, 2008. Tese
de doutorado/UFMG.
Fonte: http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/handle/1843/ECAP-
7CVNUB/tese_parcialmazzuchelli.pdf?sequence=1. Acesso em 02/08/2016.

GRUPO CRIA POEMAS que são comidos como os biscoitos. Jornal Correio da
Manhã. 1º caderno. 12 de dezembro de 1967. Fonte:
http://bndigital.bn.br/hemeroteca-digital/ . Acesso em: 01/07/2016.

KAC, Eduardo. Entrevista com Wlademir Dias-Pino, poeta revolucionário. ARS,


ano 13 n. 26, 2015. Fonte: http://www.scielo.br/pdf/ars/v13n26/1678-5320-ars-
13-26-00006.pdf. Acesso em 01/07/2016.

LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. / Marina de


Andrade Marconi, Eva Maria Lakatos. - 5. ed. - São Paulo: Atlas 2003.
PEREIRA. Romulo do Nascimento. PASCOA, Luciene Barros Viana. O livro voa:
da poesia concreta à “Ave” de Wlademir Dias-Pino. Revista Ciclos, Florianópolis,
V. 2, N. 3, Ano 2, Dezembro de 2014.
Fonte:www.revistas.udesc.br/index.php/ciclos/article/download/4867/3941.
Acesso em: 01 de julho de 2016.

POETAS-PROCESSO tem obras em exposição na ENBA. Jornal Correio da


Manhã. Rio de janeiro: 23 de janeiro de 1968.
Fonte: http://bndigital.bn.br/hemeroteca-digital/. Acesso em: 02/07/2016.

PROPOSIÇAO 67: Manifesto fundador do poema processo.


Fonte: http://docente.ifrn.edu.br/marcelmatias/Disciplinas/semiotica/semiotica-da-
cultura-2012.2/proposicao-67/view. Acesso em 03/07/2016.

SALGADO. Marcus Rogério. Poesia e artes plásticas na obra de Neide Sá. Rio
de janeiro: Revista Convergência Lusíada n. 34, julho – dezembro de 2015:
Fonte:http://www.realgabinete.com.br/revistaconvergencia/pdf/rev349.pdf .
Acesso em 01 de julho de 2016.

WLADEMIR DIAS-PINO: poesia/poema. Organização Rogério Câmara e Priscilla


Martins. Tradução: Ana Teresa de Castro Lima. Brasília, DF: Estereográfica,
2015. 204 p. ilus. col. 23x21 cm. Apoio Funarte. ISBN 978-85-68809-01-3.
Fonte: http://www.priscillamartins.com/pdf/PG_priscillamartins.pdf. Acesso em:
03/07/2016.

21
VIII – ANEXOS

Manifesto do Poema-Processo, 1967

22
Jornal Correio da Manha / 20.01.68

23
Diário ilustrado 29.01.68

Correio da Manhã 08.02.68 Diário de Notícias 17.02.68

24
Jornal Correio da Manhâ 12.12.67

Jornal do Brasil 14.02.68

25
Jornal do Brasil 07.04.70

Diário de Notícias 13.06;.68

26
27
Diário de notícias – 20.06.68

Diário de notícias – 04.07.68

28
Diário de notícias – 10.07.68

Diário de notícias – 20.07.68

29
Diário de notícias – 31.07.68

30
Diário de notícias – 01.08.68

31
Poema/processo como projeto – Ávaro de Sá, 1970.

Poema/processo como projeto. Nei Leandro.

32

Você também pode gostar