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Ensino de Citologia

 Importante para compreensão do fenômeno vida


 Abstração teórica – é preciso algo palpável
 Permite o trabalho com alfabetização cientifica – ampliar o repertorio dos alunos e
domínio de conceitos específicos, onde eles consigam transitar entre a palavra e o
significado deles, como por exemplo das organelas
 Amplo domínio conceitual
 Aplicações cotidianos de conceitos apreendidos – entender o funcionamento do corpo
em escala menor, entender doenças como diabetes, hepatite, doenças virais,
bacterianas etc – para poder atrair a atenção dos alunos

Quantos conteúdos conceituais podem ser derivados do conceito célula? Organelas, osmose,
escala microscópica, diferença de animal e vegetal, divisão celular, etc

Fungos, mais próximo da célula animal com parede celular; protozoário mais próximo de
animal também

Obstáculos

 Abstração conceitual
 Livros didáticos com conceitos descontextualizados – textos soltos das organelas e
células, não mostrando que fazem parte de nós; presença de cores e isso é enraizado
nas crianças (é preciso mostrar que as células estão de todas as maneiras até pra não
frustrar os alunos quando eles observarem nos microscópios e procurarem as
organelas coloridas)
 Aulas, comumente expositivas – seja pela infraestrutura da escola, despreparo do
professor, uso de modelos como maquetes apenas – existe a necessidade de jogos,
laboratório, vídeos, etc
 Deficiências formativas da docência (formação inicial e continuada)

Sugestões didático pedagógicas

Ensino de citologia e modelos 3D

A visualização de uma estrutura em três dimensões pode facilitar o processo de ensino e


aprendizagem nos diferentes níveis de ensino. Pois, os modelos didáticos são representações
confeccionadas, a partir de material concreto, de estruturas ou partes dos processos biológicos

Deve ser construído pelo aluno e não apenas apresentado, porque só assim a abstração será
vencida

Problemas: geralmente apresentam formato redondo, então deve ser ensinado que tem
diferentes formados de acordo com sua função -> vencer o estereótipo daquela célula de livro,
trazer suas formas e porquê disso, linkar com os sistemas (cada um poderia fazer uma célula
diferente e depois se apresentarem, etc, sendo que cada célula tem diferentes quantidades de
organelas ou tipo, ex: o musculo tem muita mitocôndria; leucócitos tem vários núcleos;
neurônios tem axônios, etc)
Mesma coisa vale para células bacterianas, mostrando que existem as coloniais, solitárias,
diferentes formatos, etc

O modelo é sempre algo enrijecido que atrapalha a ideia de mostrar que as células são fluidas
– então deve analisar se os alunos vão conseguir entender ou não pra ver se pode sacrificar
essa ideia de fluidez (poderia colocar um gel que já ajudaria)

Quando utiliza comida pra representar pode trazer risco de intoxicação, perda de foco, ainda
mais abstração, sacrifica algumas estruturas da célula, proporções, etc

A modelagem 3D sempre sacrifica algo e pode cristalizar concepções errôneas e ou resultar em


novas concepções distantes do saber científico e aí precisamos ter clareza e mostrar aos
alunos, explicar pra eles, deixar bilhetes de “fora de escala” por ex

Todo processo de construção de maquetes deve ocorrer durante as aulas para que o docente
realize mediações e intervenções necessárias – isso faz com que os pais não façam pelos
alunos por ex – então eu faço um cronograma de quantas aulas posso disponibilizar para
construção do modelo

Construção de modelo (desafio)

 Modelo estético: esboçar o modelo e lista de materiais iniciais; utilizar no mínimo


cinco materiais; uso de isopor é proibido
 Modelo funcional: pensar no modelo e lista de materiais; os materiais utilizados
devem aludir a função de componentes e organelas celulares

Para atender ambos, é interessante que se divida grupos para que um grupo realize um
modelo mais estético, para exposição e um que faça um modelo mais funcional, mais real,
fluido etc

Para isso é preciso pensar em materiais

Recursos audiovisuais

Vídeos, imagens, animações desempenham papel crucial no ensino de citologia

Representam ferramentas inestimáveis para tornar acessíveis e visualmente atrativos os


conceitos complexos dessa ciência aos estudantes

Documentários, simulações computacionais e experiências virtuais enriquecem


significativamente o processo de ensino-aprendizagem, contribuindo para uma compreensão
mais profunda e apurada dos fenômenos celulares

Canais no Youtube -> creativelearning3d; nucleusbiology e nucleusmedicalmedia...

Aplicativos -> células. Evobooks (gratuito); biosfera 3d (pago)

Atlas virtuais -> UFRGS, UFG, ediPUCRS

MICROSCOPIA

 Observação direta de estruturas celulares


 Estimulo a curiosidade e exploração
 Aprendizagem ativa
 Contextualização de conceitos abstratos
 Desenvolvimento de habilidades técnicas
 Preparação para carreiras científicas
 Motivação e interesse pelas ciências

Ex: vídeos de construção de microscópio do Ibere -> microscópio caseiro com celular;
microscópio com 5 reais

Quais componentes curriculares chama pra trabalhar conosco e para quais contribuições?

Professor de química -> bioquímica e conceitos

Educação física -> células musculares e músculos -> células e saúde

Artes -> representação de modelos celulares e maquetes

Linguagens -> contextualização e dimensões poéticas do funcionamento celular e etimologia


dos conceitos abstratos

Física -> construção de microscópio

BIBLIOGRAFIA
O USO DE MODELOS DIDÁTICOS DE CÉLULAS EUCARIÓTICAS COMO INSTRUMENTOS
FACILITADORES NAS AULAS DE CITOLOGIA DO ENSINO FUNDAMENTAL
INTRODUÇÃO
A disciplina de Ciências no ensino fundamental desempenha um papel crucial na alfabetização
científica dos alunos, fornecendo conceitos fundamentais para sua formação. Durante esse
período, são aprendidos conceitos como seres autótrofos, heterótrofos, aeróbicos,
anaeróbicos, além de abordagens sobre células, como unicelulares, pluricelulares, eucariontes,
procariontes, células haploides e diploides, com suas estruturas e funções detalhadas
(LINHARES & TASCHETTO, 2008).

No entanto, os professores de Ciências enfrentam desafios significativos ao ministrar aulas


sobre citologia, pois muitos alunos têm dificuldade em compreender conceitos abstratos
apresentados nos livros didáticos, que muitas vezes oferecem apenas explicações teóricas
acompanhadas de desenhos ilustrativos. A abordagem convencional dos conteúdos de
citologia no ensino de Ciências costuma distanciar os conceitos do contexto cotidiano dos
estudantes, tornando a assimilação mais difícil (SILVA, et. al, 2014).

O ensino tradicional, caracterizado pela falta de relação com o cotidiano e pela predominância
de aulas expositivas, onde o professor é o condutor ativo e o aluno é passivo, resulta em
desinteresse e falta de motivação dos alunos. Nesse modelo, o professor determina os
conteúdos e a organização do processo de ensino-aprendizagem (Santos, 2011). No entanto,
essa abordagem tem se mostrado menos eficaz, levando alguns professores a buscar
metodologias alternativas no ensino fundamental e médio. O uso de instrumentos didático-
pedagógicos surge como uma alternativa para melhorar o processo de aprendizagem.
Os instrumentos didático-pedagógicos desempenham um papel de suporte no processo de
ensino-aprendizagem, servindo como elementos experimentais para facilitar a relação entre
professor, aluno e conhecimento (Pais, 2010, p.2). A visualização tridimensional de estruturas,
por meio de modelos didáticos, é destacada como uma ferramenta eficaz para facilitar o
ensino e aprendizagem, especialmente nas aulas de citologia no ensino fundamental. A
pesquisa em questão visa investigar as contribuições do uso de modelos tridimensionais de
células eucarióticas no processo de ensino-aprendizagem em Ciências, com foco no conteúdo
de Citologia, através de uma revisão bibliográfica. O objetivo é analisar como esses modelos
podem melhorar a qualidade do ensino de ciências, especialmente em séries iniciais, onde os
alunos adquirem conceitos fundamentais para diversas áreas do conhecimento.

CITOLOGIA NO ENSINO FUNDAMENTAL


O ensino das Ciências Naturais visa desenvolver competências que capacitam os alunos a
compreenderem e atuarem no mundo utilizando conhecimentos científicos e tecnológicos. O
currículo acadêmico é estruturado em eixos temáticos para promover uma visão de mundo
dinâmica, onde o ser humano é um agente ativo e os conceitos científicos estão
constantemente sendo atualizados (PAIVA, 2018). O estudo da vida, em nível celular, faz parte
do eixo temático "Ser humano e saúde", proporcionando compreensão sobre o funcionamento
do corpo e as relações ecológicas. A Citologia não se limita às áreas clássicas da Biologia, como
Ecologia, Microbiologia, Zoologia e Botânica, mas também abre espaço para discutir questões
contemporâneas, como manipulação genética, resistência a medicamentos e biodiversidade
(SILVA et al., 2016).

O ensino fundamental marca o primeiro contato do aluno com a citologia, sendo essencial
trabalhar esse conteúdo cuidadosamente, pois serve como base para o conhecimento sobre os
seres vivos e diversos outros temas (LINHARES & TASCHETTO, 2008).

O ensino dos conceitos sistematizados e abstratos da citologia demanda uma prática educativa
que vá além do desenvolvimento de conteúdos teóricos. O método tradicional, baseado no
uso de livros didáticos, tende a promover atividades centradas na memorização, com limitadas
oportunidades de contextualização (SOUZA, 2007). Essa abordagem resulta na formação de
indivíduos capazes de repetir conceitos, memorizar termos e aplicar fórmulas, mas com
dificuldade em relacioná-los ao cotidiano ou a outros conteúdos (LEITE et al., 2014). Esse
distanciamento entre o ensino de ciências e a aquisição de conhecimentos científicos prejudica
a formação de cidadãos críticos e participativos (SILVA, FILHA & FREITAS, 2016)

Diante desse cenário, os professores têm como uma das principais preocupações a adoção de
metodologias que promovam uma aprendizagem mais eficaz e significativa do conteúdo
(MOREIRA, 2006). Apesar de serem pouco utilizados, modelos pedagógicos demonstram
eficácia no processo de ensino-aprendizagem, podendo despertar o interesse dos alunos pelo
conteúdo e facilitar a obtenção de uma aprendizagem significativa (ELIAS, SIQUEIRA &
SANTOS, 2016).

O USO DE MODELOS DIDÁTICOS NAS AULAS DE CITOLOGIA


O Ensino de Ciências, especialmente em disciplinas como Biologia, enfrenta desafios
relacionados a abstrações e memorização de nomenclaturas, o que afeta o interesse dos
estudantes. Diante desse cenário, é crucial investir em alternativas didáticas para atrair os
alunos e facilitar a aprendizagem de conteúdos abstratos (MARQUES, 2018). A literatura
destaca que os recursos didático-pedagógicos, como componentes do ambiente educacional,
estimulam os alunos e enriquecem o processo de ensino-aprendizagem. Quando utilizados
adequadamente, elementos presentes no ambiente de aprendizagem podem se transformar
em excelentes recursos, auxiliando em simulações, experimentações e demonstrações
(SANTOS & BELMINO, 2013).

A utilização de sons, vídeos e imagens facilita a compreensão, análise e interpretação dos


alunos, sendo considerados recursos didáticos que auxiliam no ensino-aprendizagem (Souza,
2007, p. 111). Esses recursos compreendem uma diversidade de instrumentos e métodos
pedagógicos que servem como suporte experimental no desenvolvimento das aulas,
motivando o interesse dos estudantes. Entre esses recursos, os modelos didáticos
tridimensionais têm se destacado no ensino de Ciências/Biologia, proporcionando uma
compreensão mais eficaz por meio da visualização e manipulação de estruturas relacionadas
ao conteúdo abordado (Amorim, 2013).
Mendonça & Santos (2001, p. 03) definem modelos didáticos como estruturas tridimensionais
ou semi-planas, coloridas, utilizadas para facilitar o aprendizado, complementando o conteúdo
escrito e as figuras planas dos livros-texto. Esses modelos surgem como alternativas para
preencher lacunas na explanação do conteúdo, oferecendo aos alunos a oportunidade de
manusear e visualizar estruturas que, de outra forma, só estariam presentes em gravuras,
vídeos ou explicações durante a aula.

O ensino de Citologia/Biologia Celular enfrenta desafios significativos devido à dificuldade de


visualização e compreensão das estruturas microscópicas das células e organelas. A
impossibilidade de visualizar essas estruturas a olho nu contribui para o receio dos alunos em
relação ao conteúdo (OLIVEIRA et al., 2015). A falta de laboratórios e microscópios nas escolas,
juntamente com a limitação dos livros didáticos, que muitas vezes oferecem apenas
explicações com desenhos ilustrativos pequenos e pobres em detalhes, dificulta o
entendimento do tema (SILVA et al., 2014).

Diante desse cenário, o uso de modelos didáticos surge como uma proposta alternativa para
superar a carência desses recursos e aprimorar o processo de ensino-aprendizagem. Na
literatura, há diversos estudos que exploram essa prática durante as aulas de citologia,
buscando melhorar a compreensão dos alunos.

Guimarães et al. (2016) conduziu uma pesquisa para avaliar os conhecimentos prévios de
biologia celular em duas turmas de 7º ano do ensino fundamental II. Inicialmente, realizaram
um levantamento do conhecimento dos alunos sobre o tema. Em seguida, ministraram uma
aula expositiva abordando o histórico da biologia celular, a importância da microscopia, a
definição de célula e as características dos diferentes tipos celulares. Apresentaram um
modelo didático de uma célula animal confeccionado com materiais de baixo custo,
destacando as organelas de maneira a relacioná-las a situações do cotidiano dos alunos. Após
a intervenção, observaram que os alunos, inicialmente com dificuldades conceituais,
mostraram-se mais interessados e motivados ao aprender o conteúdo.

Outra pesquisa, realizada por Carlan, Sepel & Loreto (2013), teve como objetivo investigar a
adequação do ensino de Biologia Celular no ensino fundamental, analisando se o uso de
diferentes recursos didáticos melhora a compreensão dos alunos sobre o tema. Participaram
65 adolescentes de três turmas do 8º ano. O estudo envolveu três etapas: 1) um pré-teste por
meio de um questionário de múltipla escolha sobre citologia; 2) atividades práticas, como uso
do microscópio, leitura de um gibi e construção de uma célula comestível; 3) um pós-teste
para verificar possíveis mudanças nas opiniões dos alunos em relação ao conteúdo.

Os autores conduziram um estudo experimental para investigar a influência de diferentes


recursos didáticos na compreensão do conteúdo de citologia. Três turmas foram designadas
para diferentes metodologias: "Controle" (TC), que recebeu apenas pré e pós-testes e aulas
regulares; "Gibi" (TG), que teve a leitura de um gibi educativo; e "Recursos Variados" (TRV),
que incluiu um conjunto completo de atividades. A utilização desses recursos, incluindo a
leitura do gibi educativo, melhorou o desempenho dos alunos em questões que aproximam o
ensino de células ao cotidiano. A prática com o microscópio e o modelo didático comestível
também despertou maior interesse e receptividade dos alunos.
Outro trabalho, conduzido por Marques (2018), envolveu a criação de modelos didáticos
tridimensionais comestíveis para o estudo de Biologia Celular, um tema considerado abstrato
pelos alunos. Durante o processo de planejamento e montagem das células comestíveis, os
alunos se envolveram intensamente, participando ativamente de toda a construção. A
confecção desses modelos permitiu materializar conceitos abstratos, promovendo o
desenvolvimento de diversas competências além dos conteúdos conceituais de Biologia.
Embora os modelos comestíveis não substituam completamente a memorização, eles
contribuem para uma compreensão mais atrativa dos tipos de células, permitindo que os
estudantes usem a criatividade e a descontração para aprender sobre as características e
diferenças celulares.

O estudo de Silva et al. (2014) teve como objetivo avaliar o desempenho do uso de modelos
didáticos no ensino de citologia para alunos do 7º e 8º ano na disciplina de Ciências. Com
quatro turmas (duas do 7º ano e duas do 8º ano), os autores adotaram a seguinte abordagem:
uma turma de cada ano teve aula expositiva, enquanto a outra teve aula prática.
Nas turmas com aula prática, os alunos receberam explicações teóricas sobre células vegetais
e animais. Em seguida, eles foram fornecidos com materiais para criar uma representação das
células estudadas. Posteriormente, um questionário foi aplicado para comparar o nível de
assimilação dos alunos expostos a aulas com modelos e aqueles expostos a aulas expositivas.
Os alunos que participaram das aulas com modelos demonstraram uma melhor compreensão
dos conceitos, além de maior envolvimento, motivação e criatividade em comparação com os
alunos expostos apenas às aulas expositivas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Biologia, especialmente a parte de Biologia Celular/Citologia, apresenta conteúdos abstratos,
dificultando a aprendizagem dos alunos devido à natureza microscópica das estruturas
abordadas. A falta de laboratórios e equipamentos adequados em muitas escolas contribui
para a abordagem tradicional das aulas, limitando a compreensão do funcionamento celular
pelos alunos.

Uma solução para superar essa lacuna é a adoção de práticas pedagógicas diversificadas que
despertem o interesse dos alunos. O uso de modelos didáticos tridimensionais das células
(animal, vegetal), confeccionados com materiais acessíveis, como papel, tinta, miçangas ou
mesmo materiais comestíveis (balas, chocolate), tem demonstrado resultados significativos.
Esses modelos, por serem de baixo custo, tornam-se acessíveis, e os alunos, ao utilizá-los em
aula, mostram-se motivados e interessados nas atividades propostas. Além disso, os estudos
relatam uma melhora no desempenho não apenas no aprendizado do conteúdo, mas também
na interação entre os alunos.

UMA PROPOSTA PARA O ENSINO DE CÉLULA


O ensino fundamental marca o primeiro contato da maioria dos estudantes com a Ciência. A
abordagem tradicional, centrada na memorização, resulta em uma aprendizagem
descontextualizada, afastando o ensino de Ciências da aplicação prática no cotidiano. A
necessidade de mudanças nos currículos e métodos de ensino é destacada para motivar os
alunos, exigindo dos professores atualização e flexibilidade.

Autores como Krasilchik enfatizam a importância da reformulação do ensino fundamental e


médio para fortalecer seu papel na formação cidadã, especialmente na disciplina de Biologia.
No entanto, a forma como o ensino é conduzido pode tornar a Biologia irrelevante e pouco
atrativa.
O conhecimento científico transmitido na escola muitas vezes é esquecido, dando lugar a
ideias de senso comum. No estudo da célula, os alunos tendem a memorizar conceitos
alternativos, divergindo das concepções científicas aceitas. A célula, fundamental no
conhecimento científico, é considerada complexa e abstrata, resultando em dificuldades para
os estudantes assimilarem o tema de forma significativa. Essa dificuldade decorre da
necessidade de abstração e da resistência em alcançar um aprendizado cientificamente válido
sobre o assunto.

Os estudos indicam que os alunos possuem uma compreensão superficial da composição


celular, falta uma representação mental clara da célula, e eles não relacionam as funções
celulares com as dos organismos pluricelulares. Destaca-se que, embora os alunos aprendam
sobre a composição celular e reconheçam suas funções vitais, têm dificuldade em relacionar o
crescimento dos organismos com a reprodução celular.

Autores argumentam que os professores devem compreender como os alunos aprendem,


enfatizando que um conceito científico não é apenas sobre a definição, mas também sobre o
contexto e as relações com outros conceitos.
Para melhorar essa situação, autores sugerem a adoção de estratégias diversificadas em sala
de aula para tornar o ensino da célula mais atrativo e concreto. O estudo em questão
objetivou investigar a adequação do conteúdo de Biologia Celular para o ensino fundamental e
analisar se a utilização de diferentes recursos didáticos pode melhorar a compreensão dos
alunos sobre o tema.

Os recursos escolhidos incluíram aulas práticas, textos e a construção de modelos,


considerados típicos no ensino de Ciências. As atividades desenvolvidas abrangeram uma
prática de observação de células de cebola em microscópio óptico moderno e réplica do
microscópio de Leeuwenhoek, uma história em quadrinhos educativa chamada "Turma
Celular" e a montagem de um modelo de célula com materiais comestíveis.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO NO ENSINO DE CÉLULA


O estudo investigou a correspondência do conteúdo de Biologia Celular entre diferentes
escolas, entrevistando cinco professoras de instituições distintas. Constatou-se uma grande
semelhança nos programas de Biologia Celular adotados por todas as escolas, com pequenas
variações no grau de aprofundamento dos temas. A uniformidade foi atribuída à preferência
por livros didáticos, que são valorizados por todos os professores, indicando que os programas
são influenciados por esses materiais.

A análise de quatro livros didáticos confirmou a hipótese de uniformidade nos programas,


destacando a semelhança nos textos. Todos os livros abordam a célula de maneira breve, sem
uma contextualização histórica consistente. A Teoria Celular, fundamental em Biologia Celular,
não é enfatizada nos textos, levando à possibilidade de esquecimento dos conceitos básicos
pelos professores.

A falta de destaque para a relação entre os fenômenos de divisão celular e a reposição de


células na cicatrização foi apontada como uma lacuna no ensino, evidenciando a necessidade
de aproximar os conteúdos de Biologia Celular do cotidiano dos alunos. Os resultados indicam
uma abordagem mais voltada para a progressão para o ensino médio do que para a
compreensão do funcionamento dos seres vivos no ensino fundamental. Conclui-se que seria
mais adequado desenvolver de forma mais significativa os conceitos associados aos
Fundamentos da Teoria Celular nesse nível de ensino.
É recomendável que os estudantes saiam do ensino fundamental com compreensão de
conceitos fundamentais sobre o funcionamento celular e sua relação com o organismo. Isso
inclui a compreensão de que a respiração, regeneração de tecidos e crescimento estão
intrinsecamente ligados às atividades celulares. Propõe-se uma remodelação no ensino,
destacando o caráter histórico do conhecimento celular e incorporando tópicos de História da
Ciência, conforme sugerido pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, 1998).

Para uma aprendizagem significativa, autores argumentam que os alunos do ensino


fundamental, em conformidade com a teoria de Piaget, estão em uma "fase operacional
concreta" e, portanto, devem ser introduzidos à natureza microscópica da célula para
compreender a importância de ferramentas como o microscópio na Ciência. Destacam a
necessidade de uma abordagem funcional e abrangente, afastando-se da tradicional
memorização de nomes de organelas.

Embora o estudo das organelas celulares seja importante, sugere-se que seja abordado com
destaque no ensino médio, após os alunos terem adquirido conceitos básicos sobre a célula.
Os resultados da pesquisa indicam melhor desempenho dos alunos quando o conteúdo está
relacionado ao cotidiano, contrastando com um baixo aproveitamento quando enfatizado
apenas na memorização de informações sobre organelas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa explorou a compreensão dos estudantes sobre Biologia Celular no ensino
fundamental, avaliando a aplicação dessas informações no cotidiano e comparando o impacto
do uso de recursos didáticos variados com a abordagem tradicional de ensino. Os resultados
indicaram que muitas escolas brasileiras adotam uma abordagem baseada na memorização e
livros didáticos. A utilização de recursos didáticos variados, como gibis educativos, melhorou o
desempenho dos alunos em questões relacionadas ao cotidiano, mas teve impacto modesto
no reconhecimento de organelas celulares. A aproximação dos conteúdos ao cotidiano e
atividades práticas despertaram maior interesse, mas não foram suficientes para a
compreensão completa. A pesquisa sugere a importância de respeitar a fase de
desenvolvimento dos alunos e enfatiza atividades práticas relacionadas ao cotidiano para
promover uma aprendizagem mais eficaz.

A pesquisa destaca que, no 8º ano do ensino fundamental, professores abordam Biologia


Celular de maneira similar, independentemente da natureza da escola (pública ou particular).
Todos os professores expressam satisfação com o livro didático, muitas vezes sendo o único
recurso utilizado no planejamento das aulas. No entanto, a metodologia empregada não
favorece o desenvolvimento de habilidades cognitivas além da memorização.

A pesquisa sugere soluções, como investir na formação continuada dos professores, promover
uma maior parceria entre universidades e escolas, e incentivar o uso de recursos didáticos
diversificados no planejamento das aulas. Recomenda-se uma revisão do conteúdo
programático no ensino fundamental, propondo uma abordagem menos centrada em
estruturas subcelulares e no livro didático, e mais focada em conteúdos gerais que relacionem
o funcionamento do organismo com os fenômenos cotidianos. O objetivo é proporcionar aos
alunos uma compreensão mais ampla e facilitar a aquisição de conhecimentos científicos para
formação de cidadãos críticos e autônomos.

O ESTUDO DA CÉLULA: CONTRIBUIÇÕES DE UM MUSEU INTERATIVO PARA A APRENDIZAGEM E


ENSINO DE CIÊNCIAS
INTRODUÇÃO
O artigo relata uma pesquisa realizada durante a disciplina de Museu Interativo, parte do
Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática (PPGEDUCEM) da
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). A disciplina tinha como objetivo
promover abordagens diferenciadas para o Ensino de Ciências, utilizando o Museu de Ciências
e Tecnologia da PUCRS para desenvolver projetos interdisciplinares.

A temática escolhida para o trabalho foi a célula, visando despertar o interesse dos alunos do
Ensino Fundamental pelo conhecimento científico. O artigo destaca a dificuldade dos alunos
em compreender conceitos relacionados ao estudo da célula devido à sua natureza
microscópica. Diante disso, foi elaborado um projeto que envolvia a explanação e
experimentação, incluindo a observação de células fixadas e de organismos microscópicos
vivos.

O trabalho se propôs a verificar se um museu interativo poderia contribuir para o aumento da


aprendizagem dos alunos sobre o conteúdo de célula, proporcionando uma experiência fora
da sala de aula em um ambiente lúdico e não formal de ensino. O estudo destaca a
importância de explorar diferentes abordagens para facilitar a compreensão de conceitos
complexos, como os relacionados à célula, na Educação Básica.

O MUSEU NO ENSINO DE CIÊNCIAS


O texto aborda a evolução do conceito de museu, inicialmente associado a grandes coleções
privadas, destacando sua transformação em um instrumento essencial de educação não
formal para a sociedade em geral. O Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS é apresentado
como um ambiente interativo que contribui significativamente para a aprendizagem em
diferentes níveis de ensino, tanto formal quanto informal.

A importância dos museus como fontes de aprendizado e contribuintes para a cultura da


sociedade é enfatizada. A abordagem interdisciplinar dos museus é destacada,
proporcionando aos alunos a oportunidade de explorar vários temas de interesse. O texto
ressalta que a preparação prévia na escola antes da visita ao museu, juntamente com
atividades pós-visita, é crucial para uma melhor assimilação e organização do conhecimento
adquirido.

O museu interativo é visto como uma ferramenta valiosa para despertar o interesse dos alunos
pelo conhecimento científico, especialmente em áreas complexas como a citologia. Os
experimentos interativos no museu oferecem aos estudantes a chance de observar modelos
propostos, incentivando o exercício da observação e o despertar do interesse pela ciência. O
texto enfatiza a importância de permitir que os alunos façam perguntas, estimulando o
desenvolvimento da inteligência, autonomia e criticidade.

Conclui-se que o museu interativo, ao proporcionar uma experiência lúdica e não formal,
desempenha um papel crucial no processo educacional, conectando o conhecimento gerado
na escola com a vivência prática e estimulante fora da sala de aula.

Conclusão
O projeto enfocou o estímulo à formulação de perguntas pelos alunos, visando despertar o
interesse deles na disciplina de Ciências. Os resultados dos questionários indicaram um melhor
desempenho na turma B em comparação com a turma A. A complexidade dos conceitos
científicos abordados foi evidenciada pelas dificuldades da turma A em responder,
especialmente de forma escrita, enquanto a turma B demonstrou maior facilidade na
expressão oral.
Uma reflexão envolveu a natureza das perguntas nos questionários pré e pós-visita ao museu.
As questões contextualizadas do segundo teste, apesar de mais informativas, exigiram mais
atenção, revelando desafios de concentração e compreensão nessa faixa etária. O papel
educativo das exposições científicas, mediando entre o exposto e os conhecimentos
individuais, foi destacado como crucial para experiências únicas de aprendizado.

A visita orientada ao museu mostrou contribuições significativas, destacando a importância do


planejamento prévio da visita. Apesar de não evidenciar avanço imediato na apropriação dos
conceitos científicos, a experiência e as descobertas proporcionadas por espaços museais
foram consideradas valiosas para o crescimento dos alunos. A parceria entre museu e escola
foi reconhecida como fundamental para o processo de socialização do conhecimento,
enriquecendo as experiências de aprendizagem dos alunos para além das abordagens
tradicionais em sala de aula.

DESENVOLVIMENTO DE JOGO DIDÁTICO PARA O ENSINO DE CÉLULAS EUCARIÓTICAS:


RECURSO LÚDICO NA APRENDIZAGEM DOS ALUNOS
INTRODUÇÃO
A citologia, área da Biologia dedicada ao estudo das células, é crucial para a compreensão de
diversos tópicos nas Ciências Biológicas, abordando a organização da matéria viva,
crescimento, reprodução e a definição da vida. No entanto, as dificuldades históricas na
compreensão desses conteúdos em todos os níveis de ensino são atribuídas ao seu elevado
grau de abstração e à linguagem técnica associada.

A compreensão dos conceitos relacionados às células é fundamental não apenas para a


Biologia, mas também para outras áreas, pois as células são as unidades morfofisiológicas
essenciais de todos os seres vivos. Além disso, esses conceitos estão presentes em diversas
aplicações práticas, como na área da saúde, produção de medicamentos e melhoramento
genético. A compreensão da estrutura e função das células é crucial, pois elas constituem as
unidades básicas dos tecidos, órgãos e sistemas corporais.

No entanto, o ensino de citologia muitas vezes se limita a descrições isoladas, não explorando
integralmente o papel social e tecnológico dessa disciplina na sociedade. Diante desse cenário,
a adoção de metodologias alternativas, incluindo a produção de materiais didáticos de baixo
custo, torna-se essencial para superar abordagens tradicionais e fragmentadas,
proporcionando aos alunos uma compreensão mais significativa e aplicada do estudo das
células.

CONSIDERAÇÕES
O estudo revelou que a aplicação do jogo Eucaricartas possibilitou aos alunos desenvolver
habilidades para reconhecer e compreender os tipos de células eucarióticas, assim como suas
estruturas organizacionais e funcionais. A compreensão desses conceitos é considerada
essencial para o avanço nos estudos de Biologia, permitindo a construção de novos
significados ao longo do aprendizado.

O jogo Eucaricartas demonstrou ser uma metodologia alternativa eficaz para facilitar a
aprendizagem de conceitos de citologia. As vantagens da abordagem lúdica foram evidentes
nas análises dos testes pré e pós-jogo, destacando que a intervenção metodológica promoveu
uma aquisição mais ampla e facilitada de conhecimentos sobre as estruturas e funções das
organelas celulares.
A utilização de atividades lúdicas no processo de ensino e aprendizagem, como o jogo
Eucaricartas, é considerada crucial para desenvolver habilidades cognitivas dos alunos em
relação a conteúdos conceituais. O professor, ao criar e aplicar jogos didáticos, oferece aos
alunos uma oportunidade agradável e divertida de compreender e raciocinar sobre temas
desafiadores. Nesse contexto, o papel do docente é atuar como um guia facilitador,
permitindo que os alunos construam seus próprios conhecimentos científicos de maneira
autônoma.

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