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SEGUNDA GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA

ELAINE VIEIRA DA SILVA

Matrícula: 8081902

PROJETO DE PRÁTICA

PRODUÇÃO DE MAQUETES DIDÁTICAS DE CÉLULAS EUCARIÓTICAS

Atividade referente à disciplina de FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO


DA BIOLOGIA TECIDUAL E GENÉTICA

sob orientação da Professora Maria Isabel da Silva

Brasília/DF

2019
PROJETO DE PRÁTICA

PRODUÇÃO DE MAQUETES DIDÁTICAS DE CÉLULAS EUCARIÓTICAS

a) Descrição do Projeto

O presente projeto de prática propõe-se a habituar os estudantes do curso de


Biologia com a preparação, implemento e aplicação de maquetes didáticas de
células eucarióticas para o ensino da disciplina de Biologia Celular. Trata-se de uma
atividade que deverá fazer parte do cotidiano profissional futuro do docente,
constituindo-se como técnica importante para o desenvolvimento de suas
habilidades.

b) Objetivos

A elaboração da atividade tem por objetivo:

- Desenvolver maquetes didáticas de células eucarióticas para o ensino de conceitos


de Biologia Celular;

- Mostrar a estudantes do Ensino Fundamental e Médio que a Biologia Celular pode


ser facilmente compreendida de uma maneira alternativa, dinâmica e lúdica.

c) Público-Alvo

O projeto de prática em questão destina-se aos Professores do Ensino


Fundamental e do Ensino Médio; alunos do Ensino Fundamental e Ensino Médio,
alunos de Licenciatura em Ciências Biológicas.

d) Metodologia

Na primeira etapa serão produzidas as duas maquetes de células, sendo uma


célula animal e uma célula vegetal. Todo o processo de produção, caracterização
das células, descrição de todas as organelas e suas funções terá como base a
pesquisa bibliográfica. Conforme Gil (2007):

A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências


teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como
livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico
inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador
conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem, porém pesquisas
científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica,
procurando referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher
informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual
se procura a resposta.

Na segunda etapa, as fases de execução e os materiais utilizados para a


confecção das maquetes, tais como produtos recicláveis, gel de cabelo, biscuit,
massinha, palitos, entre outros, serão descritos, fotografados ou filmados e
devidamente datados.

A terceira etapa contemplará o trabalho organizado em arquivo de texto,


contendo todos os itens e as fotos e/ou vídeos anexados.

REFERENCIAL TEÓRICO

CITOLOGIA: AS CÉLULAS ANIMAIS E AS CÉLULAS VEGETAIS

A Citologia ou Biologia Celular é a parte da Biologia que pesquisa as células.


O termo Citologia vem do grego kytos, célula e logos, estudo. A Citologia tem como
objetivo o estudo das células, envolvendo a sua estrutura e o seu metabolismo.

O surgimento da Citologia e a invenção do microscópio são acontecimentos


relacionados. Robert Hooke, no ano de 1663, fez um corte em um pedaço de cortiça
e observou-o pelo microscópio, notou que o material apresentava uma espécie de
compartimentos, os quais o cientista nomeou de células.

A partir desse experimento a Citologia deu início ao seu desenvolvimento


como ciência. A evolução dos microscópios colaborou para que as composições das
células fossem observadas e pesquisadas, dando suporte para a criação da Teoria
Celular.

A Teoria Celular expõe importantes pressupostos para o estudo da Citologia:


os seres vivos são compostos por células; as funções vitais que caracterizam a vida
acontecem no interior das células; novas células são originadas através da
separação de células já existentes por meio da divisão celular; a célula é a menor
unidade da vida.

Podem-se dividir as células em dois tipos: as procariontes e as eucariontes.

A principal particularidade da célula procarionte é a falta de carioteca


(membrana dupla que envolve e protege o núcleo da célula) demarcando o seu
núcleo que não é individualizado. São as mais primitivas e apresentam estruturas
celulares simples como as encontradas nas bactérias.

Já as células eucariontes apresentam estruturas mais complexas, são


providas de carioteca individualizando o núcleo, como também vários tipos de
organelas (componentes celulares que desempenham diferentes funções).

São exemplos de células eucariontes as células animais e as células


vegetais, objeto desse trabalho, e elas apresentam algumas organelas especiais,
dependendo da atividade que desempenham como: mitocôndrias, retículo
endoplasmático liso e rugoso, ribossomos, aparelho de Golgi, lisossomos,
peroxissomos, vacúolos, plastos, glioxissomos e centríolos.

As células eucariontes apresentam componentes morfológicas diferenciados.


Suas partes principais são:

-membrana plasmática (estrutura fina e porosa que envolve e protege as células);

-citoplasma (fragmento mais volumoso da célula, no qual se encontram as


organelas);

-núcleo celular (região de comando das atividades celulares).

Conforme mencionado, a célula animal e a célula vegetal são eucariontes,


isto é, fazem parte do tipo celular mais complexo e que compõem a maior parte dos
seres vivos. Embora essa similaridade, as células animais e vegetais mostram
distinções relativas à estrutura, ao formato e aos componentes celulares.

No que diz respeito à estrutura e a forma, a célula animal tem formato


irregular, enquanto a célula vegetal mostra uma forma fixa. As células animais
podem trazer cílios e flagelos, o que não acontece na célula vegetal. Em virtude da
sua função de acumular seiva e controlar a entrada e saída de água, a célula vegetal
apresenta um vacúolo que toma grande parte do seu citoplasma.

Outra característica exclusiva da célula vegetal é a presença da parede


celular que se constitui em uma película exterior à membrana plasmática, formada
pelo polissacarídeo celulose. Ela tem como função dar proteção contra patógenos
externos, fazer a permuta de substâncias entre células adjacentes e controlar a
entrada de água na célula.

PRODUÇÃO DAS MAQUETES DAS CÉLULAS ANIMAIS E VEGETAIS

Estudar as células integra o currículo de ensino da Biologia e, quando se


trabalha este conteúdo, percebe-se a dificuldade que os alunos enfrentam no
entendimento do conceito e características das células (KRASILCHIK, 2016).

Em outras palavras, o estudo das células como unidade fundamental dos


seres vivos deve fazer parte dos conceitos básicos para que os estudantes dos
ensinos fundamental e médio adquiram a compreensão do ciclo da vida.

No entendimento de Moreira (2015):

As modificações constantes surgidas na sociedade e no campo educacional


tornam necessárias transformações nos métodos convencionais do ensino
da Biologia para uma instrução mais abrangente, apoiada no contexto e
direcionada a uma geração sob influência profunda dos meios de
comunicação e que se instrui de maneira diferente. A promoção de técnicas
que estejam empenhadas com um aprendizado que harmonize o
entendimento do conteúdo com eficácia e significado coloca-se como um
enorme desafio entre os educadores.

No estudo de temas da Citologia, a utilização de maquetes como recurso


didático de apoio, por exemplo, mostra-se importante na medida em que permite a
exibição de um modelo tridimensional minimizando as dificuldades que os alunos
enfrentam ao estudar as células. Os recursos didáticos de apoio podem contribuir na
aprendizagem do aluno como complemento do conteúdo dos livros e dos textos, que
em muitos casos não trazem ou mostram as ilustrações e imagens de forma plana,
dificultando a interpretação do aluno de um elemento tridimensional.

Conforme Zierrer (2010), quando os alunos elaboram modelos em sala de


aula percebe-se uma técnica ativa de aprendizagem, que possibilita a idealização e
interação com assuntos antes teóricos.

Assim sendo, o presente projeto de prática pretende transpassar a teoria


presente nos livros didáticos dos assuntos da Citologia, enfocando as diferenças
entre as células animal e vegetal, para um exercício mais dinâmico onde os
estudantes consigam apreender estruturas microscópicas de maneira
macroscópicas.
Os modelos didáticos permitem sua construção a partir da utilização de
materiais de baixo custo podendo também sofrer adaptações pelos próprios alunos,
possibilitando maior compreensão do assunto estudado.

As maquetes foram confeccionadas durante o mês de abril de 2019 e entre os


materiais utilizados para produção das mesmas estão: Isopor (Bola e quadrado) Eva
(liso e camurça), Botões, Massa para modelar, Cola, Tesoura, Alfinetes com cabeça,
Tinta Guache, Pincel, Missangas, Fitas decorativas, Placas de identificação.

Figura 1: Materiais Fonte: O autor

Imagens do processo de confecção da maquete da célula vegetal


Figura 2: Maquete Célula Vegetal Fonte: O autor

Conforme Lorenzi (2013), a célula vegetal apresenta em seu interior diversas


organelas fundamentais para o funcionamento celular e cada uma delas
desempenha uma ou mais funções:

- Retículo Endoplasmático Liso e Rugoso – aumenta a superfície interna da célula;


proporciona a troca de substâncias entre a parte interna e externa da célula; propicia
a circulação dentro da célula; armazena substâncias retiradas do hialoplasma e
síntese de lipídios;

- Núcleo celular - controla e regula as reações químicas que acontecem no interior


da célula; guarda as informações genéticas da célula;

- Complexo de Golgi - participa do processo de secreção celular;

- Ribossomos - age na constituição das cadeias proteicas;

- Plastos - acumula substâncias utilizadas na nutrição dos vegetais (leucoplastos);


realiza a fotossíntese (cloroplastos);
- Mitocôndrias - provê energia para o metabolismo celular;

-Vacúolos - age na regulação osmótica e armazenamento de diversas substâncias;

- Peroxissomos - opera no metabolismo dos lipídios e no processo de


fotorespiração.

Imagens do processo de confecção da maquete da célula animal

Figura 3: Maquete Célula Animal Fonte: O autor


Junqueira (2012) explica que as células animais são eucarióticas, isto é,
apresentam um núcleo verdadeiro e um grupo de membranas que aumentam a sua
divisão em compartimentos. Possuem diversos elementos semelhantes à célula
vegetal, porém diferencia-se desta por apresentar lisossomos, não encontrados na
vegetal, e por não apresentar parede celular, plastos, glioxissomas e vacúolos de
suco celular, identificados na vegetal. A maior parte das células vegetais não possui
centríolos, presentes apenas em células flageladas (gametas masculinos/
anterozoides). São componentes das células animais:

- Membrana celular: encontrada na parte externa, é uma estrutura que demarca e


protege a célula controlando a entrada e saída de substâncias. Contém proteínas
que sustentam, transportam as substâncias e permitem a reconhecimento de outras
células e a vinculação entre elas.

- Citoplasma: na parte interior, é composto de material gelatinoso (citosol ou


hialoplasma) e de fibras de proteínas, o citoesqueleto, responsável por dar
sustentação e manter a forma da célula. No citoplasma encontram-se diversas
estruturas responsáveis pelo funcionamento da célula, como os Ribossomos (realiza
a síntese de proteínas), Retículo endoplasmático liso (transporta substâncias,
sintetiza lipídios, carboidratos e hormônios, e elimina de substâncias tóxicas),
Retículo endoplasmático rugoso (responsável pela síntese e armazenamento de
proteínas), Sistema ou complexo golgiense (ligado à secreção celular, síntese de
polissacarídeos, secreção da lamela média e formação do acrossomo e dos
lisossomos), Lisossomos (realizam a digestão intracelular e a autofagia),
Peroxissomos (desagregam substâncias tóxicas para a célula), Mitocôndrias
(respondem pela respiração celular, processo responsável pela obtenção de energia
para as células realizarem seu trabalho); Centríolos (formam o citoesqueleto, atuam
na divisão celular e formam cílios e flagelos), Vacúolos (existem vários tipos de
vacúolos. Nos animais, eles estão ligados aos lisossomos e relacionados com a
digestão intracelular).

- Núcleo: nele estão registradas todas as informações sobre a função e a estrutura


das células, transformando-o em uma central de comando das atividades celulares.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMABIS, José Mariano. Biologia das células - origem da vida e Citologia. São
Paulo: Editora Moderna, 2015.
BASTOS, K. M; FARIA, J. C. N. M. Aplicação de modelos didáticos para
abordagem da célula animal e vegetal, um estudo de caso. ENCICLOPÉDIA
BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, 2011.
BRITO, E. A., et. al. BIOLOGIA: volume único. 1. ed. São Paulo: Moderna, 2009.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa científica. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
KRASILCHIK, M. Prática de ensino de Biologia. 4. ed. São Paulo: Universidade de
São Paulo, 2016.
JUNQUEIRA, L. C. & Carneiro, J. Biologia Celular e Molecular. 9ª Edição. Rio de
Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2012.
LORENZI, Harry. Morfologia Vegetal. Rio de Janeiro: Editora Plantarum, 2013.
MOREIRA, M. A. A teoria da aprendizagem significativa e sua implementação
em sala de aula. Brasília: UNB, 2015.
ZIERRER, M.; ASSIS, R. C. A Construção de modelos como estratégias para um
ensino mais criativo nas disciplinas de bioquímica e biologia molecular.
Diálogos & Ciência – Revista da Faculdade de Tecnologia e Ciências – Rede de
Ensino FTC. ISSN 1678-0493, Ano 8, n. 24, dez. 2010. www.ftc.br/diálogos.

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