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Projeto de Estradas
ESTRADAS ESTRADAS
Jorge Alberto Cecin Jorge Alberto Cecin
DADOS DO FORNECEDOR
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência.
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A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do
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ASSISTA
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mentares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado.
CITANDO
Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa
relevante para o estudo do conteúdo abordado.
CONTEXTUALIZANDO
Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato;
demonstra-se a situação histórica do assunto.
CURIOSIDADE
Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto
tratado.
DICA
Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, uma
informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado.
EXEMPLIFICANDO
Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto.
EXPLICANDO
Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da
área de conhecimento trabalhada.
Objetivos da unidade............................................................................................................ 12
Sintetizando............................................................................................................................ 34
Referências bibliográficas.................................................................................................. 35
Sintetizando............................................................................................................................ 63
Referências bibliográficas.................................................................................................. 64
Sintetizando............................................................................................................................ 92
Referências bibliográficas.................................................................................................. 93
Sintetizando.......................................................................................................................... 121
Referências bibliográficas................................................................................................ 122
PROJETO DE ESTRADAS 9
Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/0193301856537986
PROJETO DE ESTRADAS 10
1 CONCEITOS
BÁSICOS DE
MECÂNICA DOS
SOLOS APLICADOS
À GEOTECNIA DE
ESTRADAS
Tópicos de estudo
Conceitos básicos de mecânica Classificação de solos para
dos solos aplicados à geotecnia finalidades rodoviárias
de estradas Classificação HRB
Índices físicos Classificação unificada
Resistência ao cisalhamento Classificação MCT
dos solos
PROJETO DE ESTRADAS 12
PROJETO DE ESTRADAS 13
Va ar Vt = volume total
Vv = volume de vazios
Vv Va = volume de ar
Vw = volume de água
Vt Vw água Pw
Vs = volume de sólidos
Pt Pt = peso total
Pw = peso de água
Vs sólido Ps Ps = peso de sólidos
(1)
(2)
PROJETO DE ESTRADAS 14
(3)
(4)
Ele pode variar entre 0 (solo totalmente seco) e 100% (todos os vazios
são ocupados por água). Quando isso acontece, ou seja, S = 100%, o solo é
dito saturado.
O peso específico natural n
é a relação entre o peso total e o volume total
do solo, na forma em que ele é encontrado na natureza. Sua unidade é expressa
normalmente em kN/m³ ou tf/m³. Seus valores situam-se geralmente entre 14 e
24 kN/m³.
(5)
(6)
(7)
PROJETO DE ESTRADAS 15
DICA
Outro fator de importância na resistência ao cisalhamento é a coesão c,
que está relacionada à atração química entre as partículas e a cimenta-
ção entre elas.
p
σ
Figura 1. Ruptura por cisalhamento, em que o carregamento p gera tensões normais σ e tensões de cisalhamento ζ.
PROJETO DE ESTRADAS 16
Pedregulho >2
PROJETO DE ESTRADAS 17
Peneiramento grosso
2” 50
1 ½” 38
1” 25
¾” 19
3/8” 9,5
#4 4,8
# 10 2,0
Peneiramento fino
# 16 1,2
# 30 0,6
# 40 0,42
# 60 0,25
# 100 0,15
# 200 0,075
PROJETO DE ESTRADAS 18
(9)
Em que:
D = diâmetro equivalente (mm);
μ = viscosidade da água (gf/cm²);
ẟ = peso específico dos grãos (gf/m³);
a
= peso específico da água (gf/m³);
t = tempo (s);
Z = altura de queda (cm).
O material não retido na penei-
ra de 2 mm é dispersado em uma
proveta com solução aquosa. Em se-
guida, é medida a porcentagem do
material sedimentado em intervalos de
tempo. As leituras para verificação da
velocidade de sedimentação devem ser
feitas aos 0,5; 1; 2; 4; 8; 15 e 30 minutos
e a 1; 2; 4; 8 e 24 horas do início do
ensaio. Os procedimentos para o ensaio estão detalhados na NBR n. 7181 de
2018, que fala sobre a análise granulométrica.
Os resultados dos ensaios de peneiramento e sedimentação fornecem a
composição do solo em função do tamanho dos seus grãos. Esses dados são
lançados em um gráfico com escala logarítmica no eixo das abcissas, indicando
o tamanho das partículas; no eixo das ordenadas, calcula-se a porcentagem de
cada parcela, indicada em escala decimal.
O gráfico gerado é a curva granulométrica do solo e possibilita uma visua-
lização da distribuição percentual do tamanho das partículas, fornecendo carac-
terísticas importantes do solo.
PROJETO DE ESTRADAS 19
90
80
B C
70
A
Porcentagem passada (%)
60
D
50
40
30
20
10
0
0,000 0,001 0,010 0,100 1,000 10,000 100,000
Diâmetro dos grãos (mm)
Argila Silte Areia fina Areia Areia grossa Pedregulho
média
PROJETO DE ESTRADAS 20
(10)
Umidade
Fonte: FUTAI; GONÇALVES; MARINHO, 2014, p. 9.
PROJETO DE ESTRADAS 21
LL LP LC
Umidade
decrescendo
Estado Estado Estado Estado
líquido plástico semissólido sólido
(12)
Consistência IC
Mole < 0,5
Média Entre 0,5 e 0,75
Rija Entre 0,75 e 1
Dura >1
Fonte: FUTAI; GONÇALVES; MARINHO, 2014, p. 16. (Adaptado).
PROJETO DE ESTRADAS 22
Mole Entre 25 e 50
Compacidade relativa
A compacidade relativa representa o estado dos solos granulares no campo,
comparada com sua condição mais fofa ou mais compacta. O índice físico de
referência para a compacidade é o índice de vazios. Os limites são definidos
pelo índice de vazios máximo e mínimo.
O índice de vazios máximo emáx é obtido após a colocação cuidadosa do
solo em um recipiente. Para isso, é necessário verter a areia seca com um funil
em um recipiente com volume e peso previamente conhecidos e, em seguida,
pesar esse recipiente com a areia depositada. A partir disso, têm-se a densidade
aparente e, consequentemente, é possível obter o índice de vazios máximo.
O índice de vazios mínimo emín é obtido após a compactação do solo por vi-
bração. Primeiramente, coloca-se a areia seca em um recipiente com volume e
peso conhecidos. A vibração adequada vai rearranjar os grãos, levando à situação
com menor índice de vazios mínimos. Ao pesar esse recipiente com a areia de-
positada, têm-se a densidade aparente e, a partir daí, o índice de vazios mínimo.
A compacidade relativa, portanto, é uma indicação quantitativa do estado da
areia no campo e é definida como:
(13)
PROJETO DE ESTRADAS 23
Quanto à compacidade das areias, elas podem ser classificadas como fofas
ou compactas, conforme indicado na Tabela 6.
Classificação CR
PROJETO DE ESTRADAS 24
Compacidade
Característica da areia
Fofa Compacta
Areias bem graduadas
De grãos angulares 37° 47°
De grãos arredondados 30° 40°
Areias mal graduadas
De grãos angulares 35° 43°
De grãos arredondados 28° 35°
Fonte: PINTO, 1998, [n.p.]. (Adaptado).
PROJETO DE ESTRADAS 25
EXPLICANDO
O maior peso específico aparentemente seco indica que, proporcional-
mente, em um mesmo volume, existe mais matéria sólida e, portanto,
menor volume de vazios. Como o objetivo da compactação é diminuir o
volume de vazios, a umidade que proporciona essa condição é chamada
de umidade ótima.
PROJETO DE ESTRADAS 26
ϒs Curva de saturação
ϒsmáx.
hot h
Fonte: BRASIL, 2006, p. 42.
PROJETO DE ESTRADAS 27
ϒS Curva de saturação
Linha de
ótimos
Maior energia
Menor energia
PROJETO DE ESTRADAS 28
Classificação HRB
A classificação de solos para fins rodoviários
HBR (Highway Research Board) é produto de
uma revisão feita em 1945 e ainda é muito em-
pregada em todo mundo. Ela se baseia no limite
de liquidez, de plasticidade e em um índice chamado índice
de grupo (IG).
O IG é um parâmetro que estima a capacidade
de suporte do solo e é calculado de acordo com a
granulometria do solo e seus índices físicos (Limites de At-
terberg). Ele pode ser calculado pela seguinte expressão:
IG = (F - 35) ∙ (0,2 + 0,005) ∙ (LL - 40) + 0,01 ∙ (F - 15) ∙ (IP - 10) (14)
Em que:
F = porcentagem que passa na peneira # 200;
LL = limite de liquidez;
IP = índice de plasticidade = LL – LP.
Ainda, é necessário considerar que:
• Se IG < 0, considera-se IG = O;
• O IG deve ser arredondado para o número inteiro mais próximo;
• Para os solos A-1-a, A-1-b, A-2-4, A-2-5 e A-3, IG = 0;
• Para os solos A-2-6 e A-2-7, IG = 0,01 · (F – 15) · (IP – 10).
A Tabela 8 mostra a classificação do solo segundo o método HBR.
PROJETO DE ESTRADAS 29
Granulometria 50
- % passando máx. 30 51
na peneira 30 máx. mín. 35 36 36 36 36
35 máx 35 máx 35 máx
n. 10 máx. 25 10 máx mín. mín. mín. mín.
n. 40 15 máx. máx.
n. 200 máx.
Características
da fração
passando na
peneira n. 40: 40 40 41 41
41 40 41 40
máx. máx. mín. mín.
6 máx. 6 máx. NP mín. máx. máx. máx.
Limite de 10 10 10 10
liquidez máx. 10 máx 11 mín 11 mín 11 mín
máx. máx mín.*
Índice de plasti-
cidade
12 20
Índice de grupo 0 0 0 0 0 4 máx 4 máx 8 máx 16 máx
máx máx
Comporta-
mento como Excelente a bom Sofrível a mau
subleito
Fonte: BRASIL, 2006, p. 56.
Classificação unificada
O Sistema de Classificação Unificada de Solos (SUCS) foi criado pelo professor Ar-
thur Casagrande e se baseia na granulometria e nos índices físicos do solo. É conhecido
também como método de classificação para aeroportos (BALBO, 2007). O Quadro 1
mostra a classificação dos solos segundo o SUCS, conforme sua granulometria.
PROJETO DE ESTRADAS 30
PROJETO DE ESTRADAS 31
GRÁFICO 5. PLASTICIDADE
LL = 50
60
50
CH
)
LL = 30 -20
(LL
Índice de plasticidade (%)
40 3
Argilas 0,7
P=
inorgânicas de ”I
plasticidade média “A
HA
30 LIN
Argilas inorgânicas de
baixa plasticidade CL
Siltes orgânicos de
alta compressibilidade
20 e argilas orgânicas
Siltes inorgânicos de
baixa compressibilidade
CH ou MH
10
siltes inorgânicos de compressibilidade
ML ou CL média e siltes orgânicos
SOLOS NÃO COESIVOS
0
10 20 30 40 50 60 70 80 90
Limite de liquidez (%)
Fonte: BRASIL, 2006, p. 60.
Classificação MCT
O sistema classificatório MCT (miniatura, compactado e tropical) foi desenvolvi-
do por Nogami e Villibor para caracterizar os solos tropicais. Devido às suas proprie-
dades, apresentam capacidade de suporte adequado quando compactados, obser-
vado em trechos experimentais. Esse método, apesar de não ter grande impacto
internacional, pode ser aplicado em países de clima tropical úmido, onde ocorrem
de forma abundante os solos finos lateríticos e não lateríticos (BALBO, 2007).
Essa classificação é baseada em diversos ensaios. O ensaio de resistência é
chamado de mini-CBR, sendo muito semelhante ao CBR, a menos pela dimen-
são dos moldes. O ensaio de contração é outro ensaio no qual o corpo de prova
é exposto à atmosfera e a variação do comprimento axial é medida.
PROJETO DE ESTRADAS 32
L – SOLOS DE COMPORTAMENTO
CLASSES N – SOLOS DE COMPORTAMENTO “NÃO LATERÍTICO”
“LATERÍTICO”
LG’
NA’ NS’ NG’ LA’
GRUPOS NA AREIAS LA AREIAS ARGILO-
ARENOSOS ARGILOSOS ARGILOSOS ARENOSOS
SOS
ARGILAS,
AREIAS, AREIAS SILTES (k, AREIAS AREIAS
ARGILAS ARGILAS E
GRANULOMETRIAS TÍPICAS AREIAS SILTOSAS E m), SILTES COM ARGILOSAS
ARENOSAS ARGILAS
(MINERAIS) (1) SILTOSAS E AREIAS ARENOSOS E POUCAS E ARGILAS
E ARGILAS ARENOSAS
SILTES (q) ARGILOSAS ARGILOSOS ARGILAS ARENOSAS
SILTOSAS
MUITO
ALTO > 30
CAPACIDADE DE SUPORTES (2)
BAIXO < 4
ALTA > 70
PERDA DE
SUPORTE MÉDIA MÉDIA
BAIXA ALTA ALTA BAIXA BAIXA BAIXA
POR EMBE- 40-70 A BAIXA
BIÇÃO (%)
BAIXA < 40
PERMEABILIDADE
MÉDIA MÉDIA A MÉDIA A BAIXA A MÉDIA A
BAIXA BAIXA BAIXA
(-3)^(-6) ALTA BAIXA MÉDIA BAIXA
log k (cm/s)
IP (%) LL (%)
PLASTICIDADE
PROJETO DE ESTRADAS 33
PROJETO DE ESTRADAS 34
PROJETO DE ESTRADAS 35
2 PERFIL
LONGITUDINAL,
CAMADAS DO
PAVIMENTO E
ESTABILIZAÇÃO
DE BASES
Tópicos de estudo
Determinação do perfil Bases estabilizadas
longitudinal e CBR de projeto granulometricamente
Traçado geométrico Bica corrida (BC)
Perfil longitudinal e perfil Brita graduada simples (BGS)
transversal Macadame hidráulico (MH)
Elementos do traçado Macadame seco (MS)
geométrico Solo arenoso fino laterítico (SAFL)
Curvas verticais Solo brita (SB)
CBR para dimensionamento do Solo saprolítico (SS)
pavimento Solo laterítico concrecionado
(SLC)
Camadas de reforço, sub-base
e base
Classificação dos pavimentos
Materiais para execução dos
pavimentos das estradas
PROJETO DE ESTRADAS 37
Traçado geométrico
A elaboração de um projeto para implantação e definição do traçado de
uma estrada passa por pelo menos três fases.
Reconhecimento ou fase preliminar
A diretriz geral parte do traçado de uma reta que liga os pontos inicial e final
da rodovia e o estudo do terreno numa faixa de 2 ou 3 km de largura. Nessa
faixa considera-se os fatores topográficos, como uma cadeia de montanhas
e pontos obrigatórios de passagem (por exemplo, o encontro com outras ro-
dovias ou cidades e vilarejos). O traçado resultante desse estudo vai gerar o
anteprojeto. São feitos reconhecimentos aéreos utilizando técnicas de aero-
fotogrametria, e mais recentemente contando com o auxílio de drones e reco-
nhecimentos terrestres usando a Topografia para determinação de alinhamen-
tos e nivelamentos. Nessa fase, os desenhos são feitos nas escalas 1:10.000 ou
1:5000 na horizontal (plantas ou em gráfico, as abscissas) e 1:1000 ou 1:500 na
vertical (cortes ou em gráfico, as ordenadas).
A Figura 1 mostra um traçado evitando o cruzamento com acidentes geo-
gráficos que demandariam maiores volumes de cortes e aterros, dificultando a
execução e aumentando os custos.
PROJETO DE ESTRADAS 38
Rio
Benfeitoria
Grota
Figura 1. Traçado geométrico entre acidentes geográficos. Fonte: MANZATO, [s.d.], p. 14. Acesso em: 15/04/2021.
835
83
820
805 805
810
810
815
820 815
825
830
Figura 2. Traçado geométrico acompanhando as curvas de nível. Fonte: MANZATO, [s.d.], p. 14. Acesso em: 15/04/2021.
PROJETO DE ESTRADAS 39
Aterro
Cotas (m) Greide
Terreno
Corte
Estacas
PROJETO DE ESTRADAS 40
Perfil natural
Plataforma
Corte
Aterro
PROJETO DE ESTRADAS 41
…
Fonte: PONTES FILHO, 1998, p. 262 (Adaptado).
PROJETO DE ESTRADAS 42
V
dm
Diagrama de massas
Momento de
transporte
M=V.d
Volumes acumulados
A m
B
0
C
V’
D
Ponto de mínimo
Terreno
Corte Corte
CG
Cotas
Greide
PP1 PP2
dm
Figura 5. Diagrama de Brückner ou diagrama de massas. Fonte: PONTES FILHO, 1998, p. 264.
PROJETO DE ESTRADAS 43
PROJETO DE ESTRADAS 44
D t
ØAB
PC = A
c
B = PT
R AC/2 AC/2
R
FF Pista
Fp
α Horiz.
PROJETO DE ESTRADAS 45
Borda externa
Tangente ST Espiral
CS
1%
Curva
circular
8%
Seção normal
Borda de referência
Borda interna
8%
Δ = Superlargura
SC
1%
l
L
ira
Esp
1% 0%
TS
nte
Tan T
ge
1%
1%
Seção normal
Figura 8. Curva de transição e curva horizontal circular. Fonte: BRASIL, 2019, p. 92.
PROJETO DE ESTRADAS 46
Transição da superlargura
feita com arcos de círculo
AB = Transição da superlargura
A 3,60
00
23,
R= 3,60
B ,40
26
R=
Dd = 23,00
De = 26,40
0
31,1
00
25,
R=
90
R=
18,
R=
2,50
E
0
2,50
8,1
R=
C
D
0
7,5
R=
Curvas verticais
As curvas verticais fazem a concordância do perfil longitudinal dando
uma configuração segura e confortável. Segundo o Manual de projeto geo-
métrico de rodovias rurais, do DNER (1999, p. 122):
O que se pretende é, pois, a continuidade das características geo-
métricas ao longo da rodovia, considerada como estrutura espa-
cial, de modo que a atenção do motorista seja mantida durante
todo o percurso pelos elementos de projeto, e não seja surpreen-
dido por mudanças bruscas de qualquer espécie.
PROJETO DE ESTRADAS 47
PIV1
PTV1
PCV1
PCV2 PTV2
i1(+) Δh
α PIV2
Δh
i1(%)= -100%
Δl Δl
PROJETO DE ESTRADAS 48
PROJETO DE ESTRADAS 49
0 5 10 15 20 25
Espessura de camada de base granular sobre o subleito (polegadas)
Figura 12. Curva B para dimensionamento de pavimentos flexíveis. Fonte: BALBO, 2007, p. 378 (Adaptado).
CITANDO
“O estopim para consolidação do critério CBR como método de projeto de pavi-
mentos flexíveis foi a necessidade da construção de aeroportos militares durante
a Segunda Guerra Mundial, em especial nas ilhas do Pacífico. Era necessário um
critério simples, rápido e eficiente da avaliação da capacidade portante de solos,
com equipamentos transportáveis pelos mariners, para que se determinassem as
necessidades de pavimentação de pistas de pouso e decolagem para as pesadas
aeronaves de transporte de equipamentos como os B-29” (Balbo, 2007, p. 378-9).
PROJETO DE ESTRADAS 50
PROJETO DE ESTRADAS 51
Revestimento
Base e
Sub-base p
p’
Sub-leito
PROJETO DE ESTRADAS 52
Subleito
Subleito
Figura 15. Distribuição de tensões em pavimentos flexíveis e rígidos. Fonte: BALBO, 2007, p. 47.
PROJETO DE ESTRADAS 53
Pavimento rígido
7,5 Revestimento
20 Base
Subleito Subleito
Outros
EXPLICANDO
A escolha adequada dos equipamentos de terraplenagem é requisito
para boa execução dos serviços. Os principais equipamentos são:
• Para corte: tratores de esteiras, moto scrapers, pá-carregadeiras,
escavadeiras hidráulicas;
• Para aterro: rolo pé de carneiro, rolo metálico liso, rolo metálico
vibratório, rolo liso sobre pneus;
• Para espalhamento: tratores de esteiras, motoniveladora;
• Para imprimação e umedecimento: caminhão com espargidor;
• Para transporte: caminhão basculante; caminhão fora de estrada;
moto scrapers.
PROJETO DE ESTRADAS 54
PROJETO DE ESTRADAS 55
Propriedades
Pedras Aspecto Resistência à
Peso específico Absorção de Resistência ao
compressão
(kg/m³) água intemperismo
MPa
Granular,
Granito 2660 < 0,5% 150 Boa
áspero e claro
Granular,
Diorito 2800 < 0,5% 150 Regular
áspero e médio
Gabro Granular 2900 < 0,5% 180 Regular
Granular,
Sienito 2800 < 0,5% 150 Boa
áspero e médio
Granular,
Diabásio 2900 < 0,5% 200 Boa
áspero e médio
Granulação fina
Basalto 3000 < 1,0% 200 Boa
e vesículas
Minerais
Gnaisse 2650 Variável 120 Boa
orientados e claros
Granulação fina
Calcário Variável Variável Variável Boa
ou média
Brilhante, áspero/
Quartzito 2500 < 1,0% 200 Ótima
liso, branco
Arenoso,
Cimentado,
Arenito áspero/liso, 2500 Variável 100
boa
variável
Fonte: SENÇO, 1979, p. 46 (Adaptado).
PROJETO DE ESTRADAS 56
EXPLICANDO
O ensaio de penetração é normatizado pela NBR 06576:2007. Para para-
metrizar a dureza ou consistência do material, é medida a penetração, em
milímetros, de uma agulha sob uma carga de 100 g na amostra do material
asfáltico mantido na temperatura de 25 °C durante 5 s.
PROJETO DE ESTRADAS 57
LIMITES MÉTODOS
CARACTE-
UNIDADES CAP
RÍSTICAS CAP 30 CAP 50 CAP 85
150 / ABNT ASTM DNER
/ 45 / 70 / 100
200
Penetração
85 - 150 - ME
(100 g, 5s, 0,1 mm 30 - 45 50 - 70 NBR 6576 D5
100 200 003/99
25 °C)
°C 52 46 43 37 NBR 6560 D 36
Viscosidade NBR ME
s E 102
Saybolt Furol 14950 004/94
a 135 °C, mín 192 141 110 80
a 150 °C, mín 90 50 43 36
40 - 30 -
a 177 °C 15 - 60 15 - 60
150 150
OU
Viscosidade NBR
cP D 4402
Brookfield 15184
a 135 °C, SP
21, 20 rpm, 374 274 214 155
mín
a 150 °C, SP
203 112 97 81
21, mín.
a 177 °C, 76 - 57 -
28 - 114 28 - 114
SP 21 285 285
Índice de
suscepti- (1,5) a (1,5) a (1,5) a (1,5)a
bilidade (+0,7) (+0,7) (+0,7) (+0,7)
térmica (1)
Ponto de NBR ME
°C 235 235 235 235 D 92
fulgor mín 11341 149/94
Solubilidade
NBR ME
em tricloroe- % massa 99,5 99,5 99,5 99,5 D 2042
14855 153/94
tileno, mín
Ductilidade ME
cm 60 60 100 100 NBR 6293 D 113
a 25° C, mín 163/98
Efeito do
calor e do ar
D 2872
(RTFOT) a 163
°C, 85 min
Variação em
% massa 0,5 0,5 0,5 0,5
massa, máx (2)
Ductilidade ME
cm 10 20 50 50 NBR 6293 D 113
a 25° C, mín 163/98
Aumento
do ponto
°C 8 8 8 8 NBR 6560 D 36
de amoleci-
mento, máx
Penetração ME
% 60 55 55 50 NBR 6576 D5
retida, mín (3) 003/99
Fonte: BRASIL, 2006b, p. 4.
PROJETO DE ESTRADAS 58
PROJETO DE ESTRADAS 59
PROJETO DE ESTRADAS 60
PROJETO DE ESTRADAS 61
PROJETO DE ESTRADAS 62
PROJETO DE ESTRADAS 63
PROJETO DE ESTRADAS 64
3 MACADAMES E
CARREGAMENTO
VEICULAR
Tópicos de estudo
Macadames hidráulico e Equivalência de carga por
betuminoso e bases de veículo
solo-cimento Equivalência de carga da frota
Macadame hidráulico Número de solicitações
Macadame betuminoso equivalentes
Solo-cimento
Estudo do carregamento
veicular
PROJETO DE ESTRADAS 66
Macadame hidráulico
O macadame hidráulico (MH) pode ser definido como uma ou mais camadas
de agregados graúdos compactados e entrosados entre si, tendo seus vazios
preenchidos com pó de pedra. A penetração do pó de pedra é feita com auxílio
de varrição e água, a fim de facilitar a penetração do material.
O macadame hidráulico pode ser executado como base ou sub-base, em
espessura de 10 ou 15 centímetros e seu o material deve atender aos critérios
de granulometria, abrasão e formatos especificados. A execução obedece à
seguinte sequência:
• Espalhamento do agregado graúdo com a utilização de motoniveladoras
e pás carregadeiras;
• Compactação do agregado graúdo com rolos metálicos de 10 ou 12 to-
neladas até se obter uma superfície lisa, sem ondulações e estabilizada, não
havendo movimentação relativa entre os agregados;
• Espalhamento de camada de pó de pedra com espessura aproximada de
dois centímetros e varrição com vassouras mecânicas e manuais para penetra-
ção do material nos vazios da camada de material britado;
PROJETO DE ESTRADAS 67
Macadame betuminoso
O macadame betuminoso (MB) guarda alguma semelhança com o maca-
dame hidráulico. O espalhamento e compactação do agregado graúdo é feito
por camadas, com material de maior granulometria colocado nas camadas in-
feriores. Sobre cada camada de agregado, já devidamente compactada, é apli-
cado material betuminoso com espargidores, promovendo a interligação do
material britado. São executadas sucessivas camadas em função da espessura
projetada. Recomenda-se a aplicação de um litro de material asfáltico por m².
No macadame betuminoso, existe a opção da penetração invertida, que
consiste em aplicar o material asfáltico sob a camada de agregado correspon-
dente a ela. Na compactação o asfalto sobe por entre os vazios dos agregados.
Solo-cimento
A base ou sub-base de solo-cimento (SC) é feita com a mistura compacta-
da de solo, cimento e água em proporções pré-estabelecidas. Segundo Baldo
(2007, p.199), o atraso na compactação do material traz grandes prejuízos às
propriedades do material.
A dosagem do material deve ser feita para obtenção de um material resis-
tente ao cisalhamento e expansão (baseados nos critérios
de CBR), e atender aos aspectos relativos à umidade de
compactação, resiliência e fadiga.
A mistura do material pode ser feita no local ou em usi-
na. O material é espalhado e compactado com rolo pé
de carneiro, dando acabamento com rolos de pneus ou
rolos lisos. Especial cuidado deve ser tomado no con-
trole de umidade e na cura após a compactação.
PROJETO DE ESTRADAS 68
PROJETO DE ESTRADAS 69
CONTEXTUALIZANDO
O DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) é uma
autarquia federal responsável pela manutenção, ampliação, construção,
fiscalização, e elaboração de estudos técnicos dos modais de transporte
rodoviário, ferroviário e hidroviário do Brasil. Ele foi criado em 2001 e
substituiu o antigo DNER (Departamento Nacional de Estradas de Roda-
gem), extinto no mesmo ano. Tanto o DNIT quanto o DNER produziram
importantes materiais normativos e de referência técnica para a área de
transportes. No Brasil, os estados federativos também possuem órgãos
autárquicos, os DERs (Departamentos de Estradas de Rodagem), com
atuação nas estradas estaduais e nas vias municipais, urbanas e rurais.
Eles são administrados pelas prefeituras de cada município.
Segundo o DNIT, por meio do Manual de Estudos de Tráfego - IPR 723 (do-
cumento técnico nº 723, publicado pelo Instituto de Pesquisas Rodoviárias, ór-
gão do DNIT), o projeto de uma rodovia deve ser precedido de um estudo de
tráfego para “conhecer o número de veículos que circula por uma via em um
determinado período, suas velocidades, suas ações mútuas, os locais onde seus
condutores desejam estacioná-los, os locais onde se concentram os acidentes
de trânsito etc.” (BRASIL, 2006, p. 19), e os estudos “permitem a determinação
quantitativa da capacidade das vias e, em consequência, o estabelecimento dos
meios construtivos necessários à melhoria da circulação ou das características
de seu projeto” (BRASIL, 2006, p. 19).
O tamanho e a carga máxima dos veículos permitidas para livre tráfego é re-
gulado por legislação e normativas específicas, que devem ser periodicamente
revistas em razão da evolução dos veículos em circulação e do volume do tráfego
historicamente crescente. As Figuras 2, 3 e 4 mostram um caminhão moderno,
outro de meados do século XX e o volume do tráfego urbano nos dias de hoje:
PROJETO DE ESTRADAS 70
Figura 3. Representação de um caminhão de meados do século XX. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 29/04/2021.
PROJETO DE ESTRADAS 71
PROJETO DE ESTRADAS 72
Eixo /
Tolerância
Conjunto Rodagem Suspensão Entre eixos (m) Carga (kg)
(7,5%)
de Eixos
Não em
Duplo Dupla > 1,20 ou 2,40 15.000 16.130
tandem
Triplo (3)
Dupla Tandem > 1,20 ou 2,40 25.500 27.420
Triplo (3)
Extralarga (4)
Pneumática > 1,20 ou 2,40 25.500 27.420
(1)
Para rodas com diâmetro inferior ou igual a 830 mm. (2) Observada a capacidade e os limites de peso indicados
pelo fabricante dos pneumáticos e diâmetro superior a 830 mm. (3) Aplicável somente a semirreboques. (4) Pneu single
(385/65 R 22,5), aplicável somente a semirreboques e reboques, conforme a Resolução nº 62 de 22/05/98 do CONTRAN.
A utilização de outros tipos de pneumáticos single estará sujeita à Autorização Provisória Experimental - APEX (art. 2º da
Resolução nº 62)
Fonte: BRASIL, s. d., p. 1.
DICA
Como dica de leitura complementar, o estudo do carre-
gamento veicular nas vias federais é regulamentado pelo
Manual de Estudo Tráfego do DNIT. Dê uma olhada no
documento on-line.
PROJETO DE ESTRADAS 73
Tipos de veículos
Baseando-se nos modelos de veículos com fabricação permitida no Brasil,
o DNIT faz uma classificação dos veículos, publicada na IPI – 723, a partir de
sua configuração básica; do número e do tipo de eixos (ou grupo de eixos);
da carga em cada eixo; do seu peso bruto total (PBT), que é o peso máximo
que o veículo pode transmitir ao pavimento, constituído da soma da tara mais
sua carga ou lotação; e da sua capacidade máxima de tração (CMT), que é o
máximo de peso que a unidade de tração é capaz de tracionar, baseando-se
nas condições sobre suas limitações físicas de geração e a multiplicação de
momento de força e resistência dos elementos que compõem a transmissão.
Os Quadros 3, 4, 5, 6 e 7 trazem a classificação dos veículos comerciais fabri-
cados no Brasil. As classes são indicadas em códigos alfanuméricos. O primeiro
número indica o número de eixos de um veículo simples ou de uma unidade
tratora. Havendo um segundo número, isso quer dizer que o veículo tem uni-
dades rebocadas, e ele indica a quantidade de eixos dos reboques. As letras
indicam o tipo de veículo. O Quadro 2 indica o significado das letras:
PROJETO DE ESTRADAS 74
I Veículo trator + semirreboque com distância entre eixos > 2,40 m (eixos isolados).
X Veículos especiais.
B Ônibus.
QUADRO 3. VEÍCULOS CLASSE 2C, 3C, 3S1, 4C, 4CD, 2S2 E 2I2
Nº de PBT/CMT
Silhueta Caracterização Classe
eixos máx.(t)
Caminhão
E1 = eixo simples (ES), rodagem
simples (RS), carga máxima
(CM) = 6 t ou capacidade
2 16(16,8) declarada pelo fabricante do 2C
pneumático E2 = ES, rodagem
d12 dupla (RD), CM = 10 t
E1 E2 d12 ≤ 3,50 m
Caminhão trucado
E1 = ES, RS, CM = 6 t
E2E3 = ES, conjunto de eixos em
3 23(24,2) tandem duplo TD, CM = 17 t 3C
PROJETO DE ESTRADAS 75
Caminhão simples
E1 = ES, RS, CM 6 t
E2E3E4 = conjunto de eixos em
4 31,5(33,1) tandem triplo TT; CM = 25,5 t 4C
Caminhão trator +
semirreboque
E1 = ES, RS, CM 6 t
4 33(34,7) E2 = ED, RD, CM 10 t 2S2
E3E4 = TD, CM = 17 t
d12 d23 d34 d12, d23 > 2,40 m
E1 E2 E3 E4 1,20 m < d34 ≤ 2,40 m
Caminhão trator +
semirreboque
E1 = ES, RS, CM 6 t
E2 = ED, RD, CM 10 t
4 36(37,8) 2I2
E3 = ED, RD, CM 10 t
d12 d23 d34 E4 = ED, RD, CM 10 t
PROJETO DE ESTRADAS 76
Nº de PBT/CMT
Silhueta Caracterização Classe
eixos máx.(t)
Caminhão + reboque
E1 = ES, RS, CM 6 t
E2 = ED, RD, CM 10 t
4 36(37,8) E3 = ED, RD, CM 10 t 2C2
d12 d23 d34 E4 = ED, RD, CM 10 m
E1 E2 E3 E4
d12, d23, d34 > 2,40 m
Caminhão trator +
semirreboque
E1 = ES, RS, CM 6 t
E2 = ED, RD CM 10 t
5 41,5(43,6) 2S3
E3E4E5 = TT, CM 25,5 t
d12 d23 d34 d45
Caminhão trator +
semirreboque
E1 = ES, RS, CM 6 t
E2 = ED, RD, CM 10 t
5 45(47,3) E3 = ED, RD, CM 10 t 2I3
d12 d23 d34 d45 E4 = ED, RD, CM 10 t
E5 = ED, RD, CM 10 t
E1 E2 E3 E4 E5
PROJETO DE ESTRADAS 77
Nº de PBT/CMT
Silhueta Caracterização Classe
eixos máx.(t)
Caminhão + reboque
E1 = ES, RS, CM 6 t
E2 = ED, RD, CM 10 t
E3 = ED, RD, CM 10 t
5 43(45,2) 2C3
E4E5 = TD, CM 17 t
d12 d23 d34 2,40 m
E1 E2 E3 E4 E5
d12, d23, d34 > 2,40 m
1,20 m < d45 ≤ 2,40 m
E1 E2 E3 E4 E5
d12, d34, d45 > 2,40 m
1,20 m < d23 ≤ 2,40 m
PROJETO DE ESTRADAS 78
Caminhão trator
E1 = ES, RS, CM 6 t
E2E3 = TD(6 pneus), CM 13,5 t
1,20 m < d23 ≤ 2,40 m
6 19,5(20,5) X
A CMT do conjunto vai variar
conforme a capacidade do
d12 d23 semirreboque, no mínimo 10
ton até, no máximo, o limite
E1 E2 E3 legal de 4r ton.
Nº de PBT/CMT
Silhueta Caracterização Classe
eixos máx.(t)
PROJETO DE ESTRADAS 79
Treminhão (caminhão
trucado + dois reboques)
E1 = ES, RS, CM 6 t
E2E3 = TD, CM 17 t
E4 = ED, RD, CM 10 t
7 63(66,2) E5 = ED, RD, CM 10 t 3Q4
d12 d23 d34 d45 d56 d67 E6 = ED, RD, CM 10 t
E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E7 = ED, RD, CM 10 t
PROJETO DE ESTRADAS 80
Nº de PBT/CMT
Silhueta Caracterização Classe
eixos máx.(t)
Ônibus
E1 = ES, RS, CM 6t ou a capacidade
declarada pelo fabricante do
2 16(16,8) pneumático 2CB
d12 E2 = ED, RD, CM 10 t
E1 E2
d12 ≤ 3,50 m
Ônibus trucado
E1 = ES, RS, CM 6 t
PROJETO DE ESTRADAS 81
Características do tráfego
A contagem do tráfego ocorrendo em vias existentes tem aplicação direta
para estudos de expansão, abertura de novas faixas etc. Para abertura de novas
vias, o estudo deve ser feito com dados das vias da região, da área de influência,
com estudos de origem e destino, tráfego de passagem e dados de interesse es-
pecífico para caracterização da estimativa do tráfego. Esses levantamentos são,
normalmente, feitos por entidades públicas e têm domínio público.
A contagem pode ser resumida em planilhas eletrônicas, como a exemplifi-
cado no Quadro 8:
Intervalo em horas
Total
Código Tipo
8-9 9 - 10 ... 18-19 19-20 21-22 ...
Passeio Leve 12 15 10 14 8 59
2C 8 9 6 8 5 36
Médio
2CB 6 4 2 4 2 18
3C 10 8 4 6 2 30
4C Pesado 9 6 2 4 2 23
3CB 4 2 2 3 1 12
2S2 2 1 0 0 1 4
2S3 Semirreboque 2 0 0 1 0 3
3J3 1 1 0 1 1 4
3D3 1 1 0 1 0 3
Reboque
3Q4 1 1 0 0 1 3
PROJETO DE ESTRADAS 82
Por exemplo, o levantamento pode ser feito em algumas horas do dia (ao invés
das 24 horas), durante um mês, em uma rodovia com característica de alteração sa-
zonal de volume (uma via que transporta produtos agrícolas tem um volume maior
nos períodos da colheita da safra, por exemplo) ou em uma via que tem um volume
maior em finais de semana. Os dados deverão ser multiplicados por fatores de cor-
reção chamados fatores de expansão diário, sazonal ou semanal.
As planilhas de contagem de tráfego vão dar os elementos para obtenção do
volume médio diário (VMD) atual, que é a média de veículos que passa no ponto
estudado. O período ideal para o cálculo da média é de um ano (365 dias), despre-
zando os veículos leves. O VMD pode ser obtido por:
∑total dos veículos em um ano
VMD = (1)
365
Inversamente, conhecido o VMD, o volume anual de veículos na rodovia será:
V0 = 365 ∙ VMD (2)
Tem especial interesse, também, o conhecimento do volume total de veículos
que trafegam na rodovia (ou a sua projeção no caso de rodovia nova), por classe
de veículos. Sendo V0,i o número de veículos da classe i que trafegam na rodovia
durante o ano zero, e sendo n as classes de veículos que trafegam nessa rodovia,
vamos ter que:
n
V0 = ∑ i = 1V0,i (3)
A vida útil a ser considerada é de 20 anos para pavimentos rígidos e dez anos
para os flexíveis e semirrígidos. Deve ser considerado, no projeto, o volume de trá-
fego até o final da vida útil da rodovia. Essa consideração pode ser feita a partir da
curva da série histórica ou por projeções estatísticas em função de dados socioeco-
nômicos, como a evolução da população, o aumento do PIB, o aumento da balança
comercial, o aumento da renda per capita da produção agropecuária e/ou industrial,
a venda de óleo diesel ou outros parâmetros que se mostrarem relevantes.
PROJETO DE ESTRADAS 83
PROJETO DE ESTRADAS 84
A carga máxima suportada por cada tipo de eixo está descrita no Quadro 9:
( )
4,32
Simples de rodagem simples - ESRS Q
FC =
76,20
( )
4,32
Simples de rodagem dupla - ESRD Q
FC =
80,12
( )
4,14
Tandem duplo (rodagem dupla) - ETD Q
FC =
147,88
( )
4,22
Tandem triplo (rodagem dupla) - ETT Q
FC =
225,06
Fonte: BALBO, 2007, p. 350. (Adaptado).
PROJETO DE ESTRADAS 85
( ) ( )
4,32 4,32
Q 60
FC = = = 0,3561 (8)
76,20 76,20
Para o eixo traseiro - ETD com carga de 17 t = 170 kN:
( ) ( )
4,14 4,14
Q 170
FC = = = 1,7809 (9)
147,88 147,88
O fator de equivalência pode ser ponderado se for feita a consideração das
porcentagens de viagens em que o veículo não está com sua carga máxima ou
está trafegando sem carga. Se o veículo estiver trafegando vazio (carga zero) o
valor considerado para carga (Q) é somente a tara do veículo.
Nas normas americanas, que deram referência para norma brasileira, são
considerados dois critérios para o cálculo do fator de equivalência: o da AASHTO
(American Association of State Highway and Transportation Officials), que ba-
seia-se no critério da perda de serventia do pavimento, cujas equações estão
mostradas no Quadro 11; e o da USACE (United States Army Corps of Engineers),
que baseia-se nos efeitos do carregamento no pavimento, causando afunda-
mento nas trilhas das rodas, e cujas equações estão mostradas no Quadro 12:
( )
4,32
ESRS P
FC =
7,77
( )
4,32
ESRD P
FC =
8,17
( )
4,14
ETD P
FC =
15,08
( )
4,22
ETT P
FC =
22,95
PROJETO DE ESTRADAS 86
PROJETO DE ESTRADAS 87
Frequência (f) 55,89% 15,24% 3,05% 20,33% 5,08% 0,10% 0,30% 100,00%
O Quadro 14 mostra o fator de veículo por classe (FV) calculado para cada
classe de veículo na rodovia, a sua frequência na frota e a proporção do fator
de veículo dessa classe na frota (multiplicando o FV pela frequência). A soma da
última coluna nos dá o fator de veículo da frota (FV frota):
PROJETO DE ESTRADAS 88
PROJETO DE ESTRADAS 89
Distribuição
Ano VDM x 365 FV frota Na
nas faixas
PROJETO DE ESTRADAS 90
N = 1,67E + 05
PROJETO DE ESTRADAS 91
PROJETO DE ESTRADAS 92
PROJETO DE ESTRADAS 93
PROJETO DE ESTRADAS 94
4 DIMENSIONAMENTO
DE PAVIMENTOS
E OBRAS
COMPLEMENTARES
Tópicos de estudo
Concepção e dimensionamento Obras complementares para
de pavimentos flexíveis e rígidos projetos rodoviários
Pavimentos flexíveis e
pavimentos rígidos
Dimensionamento com critério
do CBR
PROJETO DE ESTRADAS 96
PROJETO DE ESTRADAS 97
PROJETO DE ESTRADAS 98
GRÁFICO 1. CURVA B
0 5 10 15 20 25
Fonte: BALBO, 2007, p. 378. (Adaptado).
σz cos θ
PROJETO DE ESTRADAS 99
-
N
σz
0 5 10 15 20 25
IG IS ig
0 20
1 18
2 15
3 13
4 12
5 10
6 9
7 8
8 7
9 a 10 6
11 a 12 5
13 a 14 4
15 a 17 3
18 a 20 2
Fonte: SOUZA, 1981, n. p. (Adaptado).
• Is = (5).
EXPLICANDO
Na escala logarítmica, usa-se o logaritmo de uma determinada grandeza,
ao invés da grandeza propriamente dita. Ela é útil quando existe um gran-
de espectro a ser coberto como, por exemplo, o número N. Outro exemplo
em que a escala logarítmica é usada, é na curva granulométrica.
10
20
I.S. ou CBR =
20
30
I.S. ou CBR
= 15
40 I.S. ou CB
Espessura do pavimento em centímetro – H
R = 12
I.S. ou
CBR = 10
50
I.S. ou
CBR =
60 I.S. ou 8
CBR =
I.S. o 7
u CBR
=6
70
I.S. o
u CB
R=5
80 I.S.
ou C
BR =
4
90
I.S.
ou C
BR =
100 3
110
120
I.S.
ou
CBR
=2
130
140
103 104 105 106 107 108 109
Operações de eixo de 18.000 lb (8,2 ton)
R R
H20 B &%5Ȳ
Hn
h20 LS = 20
Hm
hn IS = n
IS = m
1ȱ 6
7UDWDPHQWRVVXSHUȴFLDLVEHWXPLQRVRV
1ȱy
6 6
5HYHVWLPHQWRVEHWXPLQRVRVFRPFPGHHVSHVVXUD
71ȱy7 &RQFUHWREHWXPLQRVRFRPFPGHHVSHVVXUD
1!y 7
&RQFUHWREHWXPLQRVRFRPFPGHHVSHVVXUD
Fonte%5$6,/ES
2£EDFRGR*U£ILFRIRLFRQVWUX¯GRFRPEDVHHPPD-
WHULDOJUDQXODU1DPHGLGDHPTXHXWLOL]DPRVRXWURWLSR
GH PDWHULDO DV HVSHVVXUDV GHVVDV FDPDGDV GHYHP VHU
FRUULJLGDV SRU XP FRHILFLHQWH GH HTXLYDO¬QFLD HVWUX-
WXUDO (K ) FRUUHVSRQGHQWH DR PDWHULDO DSOLFDGR 2
4XDGURPRVWUDRVFRHILFLHQWHVGRVPDWHULDLVPDLV
HPSUHJDGRV
EXPLICANDO
RR-1C é uma emulsão asfáltica de ruptura rápida e baixa viscosidade. A rup-
tura da emulsão asfáltica ocorre na interface da emulsão com o agregado.
As emulsões de ruptura rápida são classificadas como RR, de ruptura média
com RM e de ruptura lenta como RL. O número 1 indica menor viscosidade.
EXPLICANDO
CM-30 é um asfalto diluído em solventes, de cura média e com viscosidade
entre 30 e 60 cSt (centiStokes). Stoke é a unidade de medida da viscosida-
de, e é indicado para imprimação de superfícies com textura fechada.
(9)
Sendo:
• p0 a serventia inicial, logo após a construção do pavimento. Valor médio
adotado de 4,2;
• pt a serventia no tempo final do projeto. O ponto limite considerado tra-
fegável é 1,5, para o tráfego esperado até o final da vida útil com N operações;
• Zr o nível de confiança em que o dimensionamento atende às expectativas
durante a vida útil da estrada e é adotado conforme o Quadro 3.
Arteriais principais 80 a 99 75 a 95
Coletoras 80 a 95 75 a 95
Locais 50 a 80 50 a 80
Fonte: BALBO, 2007, p. 388. (Adaptado).
A partir de 2002, uma nova versão passou a considerar outros fatores, como
as condições climáticas sazonais e os processos de degradação mais críticos,
como o grande aumento do tráfego, aumento da largura dos pneumáticos etc.
Os ensaios de campo não destrutivos são elementos importantes para uma
análise mecanicista. As medições das deformações são feitas com a utilização de
equipamentos, como a viga de Benkelman, para medição de deformações chama-
das quase estáticas, geofones, para medição de deflexões dinâmicas, e deflectô-
metros tipo FWD’s (falling weight deflectometer), para deformações por impacto.
Requisitos de projeto
Não
satisfeitos?
Sim
Projeto exequível
Junta de dilatação
Placa de concreto
Sistema semelhante
a um conjunto de
molas elásticas
CBR (%)
20
19
18
17
16
10
15
14
13
12
11
10
1
1 2 3 4 5 6 7 kgf/cm2/cm
10 20 30 40 50 60 70 MPa/m
Coeficiente de recalque, k
Fonte: BRASIL, 2005a, p. 70.
100
cm
0 ,0
90 e =3
80
cm
2 0,0
e=
70 cm
1 5,0
e= cm
k no topo da sub-base (MPa/m)
1 0,0
60 e=
se
ba
50
ub-
d as
ra
e ssu
Esp
40
30
20
2 3 4 5 6 7 8 9 10 15 20 CBR (%)
20 30 40 50 60 70 k (MPa/m)
Suporte do subleito
Fonte: BRASIL, 2005a, p. 78.
220
210
200 e = 20,0 cm
190
180
170 e = 15,0 cm
160
150 e = 12,5 cm
k no topo da sub-base (MPa/m)
140
130
e = 10,0 cm
120
110
100
90 Espessura da sub-base
80
70
60
50
40
30
2 3 4 5 6 78 910 15 20 CBR (%)
20
20 30 40 50 60 70 80 90 k (MPa/m)
Suporte do subleito
Fonte: BRASIL, 2005a, p. 79.
240
230 e = 20,0 cm
220 e = 17,5 cm
210
200 e = 15,0 cm
190
180
170
k no topo da sub-base (MPa/m)
160 e = 12,5 cm
150
140
e = 10,0 cm
130
120
110
100
90
80
70
60
50
2 3 4 5 6 7 8 9 10 15 20 CBR (%)
40
20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 k (MPa/m)
Suporte do subleito
Fonte: BRASIL, 2005a, p. 80.
240
230
220
e = 15,0 cm
210
200
190
180 e = 12,5 cm
170
k no topo da sub-base (MPa/m)
160
e = 10,0 cm
150
140
130
120
110
100
90
80
70
60
50
2 3 4 5 6 7 8 9 10 15 20 CBR (%)
40
20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 k (MPa/m)
Suporte do subleito
Fonte: BRASIL, 2005a, p. 81.