FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

Colegiado de Engenharia Elétrica – CENEL

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EXERCÍCIO DE SISTEMAS ELÉTRICOS – CHOQUE DE BASE

A figura abaixo mostra a representação de um sistema elétrico trifásico, no qual a carga é alimentada
por duas unidades geradoras. Cujos dados dos equipamentos que constituem o sistema são:
• Geradores 1 e 2: 13,8 kV , 100 MVA e x'' = j 0,12 pu ;

• Linhas B-C: x =j 0,6 pu , nas bases 138 kV e 100 MVA ;

• Transformador 1: 13,8 kV /138 kV , 50 MVA , x = j 0,1 pu ;

• Transformador 2: 130 kV /13,8 kV , 50 MVA , x = j 0,15 pu ;

• Carga: tipo impedância constante que consome 40 MW quando alimentada por uma tensão
138 kV com cos  = 0,8 indutivo.
Pede-se:
a) Represente o circuito unifilar equivalente através do diagrama de impedâncias, em pu;
b) Determine as correntes subtransitórias em todos os ramos e as tensões em todas as barras, em
pu. Sabendo-se que os geradores 1 e 2 estão operando com uma tensão interna de 1,1 pu e com
os ângulos de fase iguais a zero ( e1 =e2 =1,10°) .

Obs.: Utilize, obrigatoriamente, os dados nominais dos geradores como sendo os valores bases,
ou seja, Vbase = 13,8 kV e Sbase = 100 MVA para os dois geradores.

B C
Linhas
Trafo 1 Trafo 2
A D Gerador 2
Gerador 1

Carga
Solução:
Temos a seguinte distribuição de áreas:

B C
Linhas
Trafo 1 Trafo 2
A D Gerador 2
Gerador 1

Choque
Área 1 de Área 3
Vbase 1 =13,8 kV base Vbase 3 =13,8 kV
Sbase 1 =100 MVA Área 2 Sbase 3 =100 MVA
Carga Vbase 2 =138 kV
Sbase 2 =100 MVA

a) Diante do sistema apresentado na figura anterior, temos o seguinte diagrama de impedâncias:

Paralelo

xT1 n xLT xT2 n

 :1
xLT
"
"
xG1 xG2
zcarga
eG1 eG2

Adequando corretamente as impedâncias às bases corretas, temos:

• Os geradores já estão nas devidas bases:
xG1 = xG" 2 = j 0,12 pu
"

• As linhas já estão nas devidas bases:

xLT = j 0,60 pu
• O Trafo 1 nas devidas bases:
2
 Vbase a  Sbase n 2
 138k  100 M
xT1 n = xT1     = j 0,10     = j 0, 20 pu
 Vbase n  Sbase a  138k  50 M
 
• O Trafo 2 nas devidas bases:
2
 Vbase a  Sbase n 2
 13,8k  100 M
xT2 n = xT2    = j 0,15     = j 0,30 pu
 Vbase n  Sbase a  13,8k  50 M
 
• Cálculo de α:
v
 = N2
VN1
V 130k
vN2 = N2 = = 0,94 pu
Vbase 2 138k
 VN1 13,8k
vN1 = = = 1 pu
Vbase 3 13,8k
vN2 0,94
= = = 0,94
VN1 1
• Cálculo da impedância da carga, usando as condições nominais:
P 40M
Scarga = carga = = 50 MVA
cos  0,8
Scarga 50 M
scarga = = = 0,50 pu
Sbase 2 100 M
Vcarga 13,8k
vcarga = = = 1 pu , considerando a tensão na carga estando na referência, tem-se:
Vbase 2 13,8k
vcarga = 10 pu
scarga 0,5
icarga = = = 0,5 pu
vcarga 1
carga = arc cos ( 0,8) = +36,87 ( indutiva )
icarga == 0,5 − 36,87 pu
vcarga 10
zcarga = = = 236,87 pu
icarga 0,5 − 36,87

Consequentemente, o diagrama de impedâncias pode ser representado pela figura abaixo:

xLT
A x = j 0, 20 pu = j 0,30 pu xT2 n = j 0,30 pu
• • • • •
T1 n B 2 ' 0,94 :1
C D
'
C
i1 i2 i2
xG1 = j 0,12 pu
"
icarga
"
xG2 = j 0,12 pu
vcarga zcarga = 236,87 pu vC' vC
eG1 = 1,10 pu eG2 = 1,10 pu

b) Do Circuito anterior, temos:

icarga = i1 + i2' (1)
e1 − vcarga = i1 ( xG1
"
+ xT1 n ) (2)
e2 − vC = i2 ( xG2
"
+ xT2 n ) (3)
x 
vC ' − vcarga = i2 '  LT  (4)
 2 
Sabemos que:
V1 N 2 = V2 N1 I1 N1 = I 2 N 2
vC   = vC ' 1 i2 1 = i2 '  
vC ' =   vC i2 =   i2 '
Substituindo as varáveis nas equações de (1) a (4), tem-se:
Da equação (1):
vcarga i2
= i1 +
zcarga 
i2
vcarga = zcarga i1 + zcarga

 236,87 
( 236,87 ) i1 +   i2 − vcarga = 0
 0,94 
( 236,87 ) i1 + ( 2,1336,87 ) i2 − vcarga = 0 (a)

Da equação (2):
( xG1" + xT1 n ) i1 + vcarga = e1
( j 0,32 ) i1 + ( 0 ) i2 + (1) vcarga = 1,10 (b )

Das equações (3) e (4):

i2 ( xG2
"
+ xT2 n ) + vC = e2
vC ' i2  xLT 
i2 ( xG2
"
+ xT2 n ) + = e2 mas da equação (4), tem-se: vC ' =  + vcarga
   2 
i2  xLT 
+
 2
i2 ( xG2
"
+ xT2 n ) +   =e
 2

i2  xLT  vcarga
i2 ( xG2
"
+ xT2 n ) + + = e2
 2  2  
 " x  1
(0)i1 +  xG2 + xT2 n + LT2  i2 +   vcarga = e2
 2   
(0)i1 + ( j 0,59 ) i2 + (1, 06 ) vcarga = 1,10 (c)

Agora basta resolver o sistema:

( 236,87 ) i1 + ( 2,1336,87 ) i2 − vcarga = 0
( j 0,32 ) i1 + ( 0 ) i2 + (1) vcarga = 1,10
(0)i1 + ( j 0,59 ) i2 + (1, 06 ) vcarga = 1,10

Resolvendo o sistema, temos:

i1 = 0,37 − 49,87 pu
i2 = 0,14 − 19,99 pu
vcarga = 1, 03 − 4, 29 pu

Agora podemos calcular a corrente i2 ' :

i2 0,14 − 19,99
i2 ' = = = 0,15 − 19,99 pu
 0,94
icarga = i1 + i2' = ( 0,37 − 49,87) + ( 0,15 −19,99) = 0,51 − 41,37 pu

Podemos calcular as tensões em todos os pontos:

vA = e1 − i1  xG1
"
= 1,10 − ( 0,37− 49,87 j0,12) = 1,07−1,53 pu
vB = vcarga = 1, 03 − 4, 29 pu
x 
vC ' = vB + i2 '  LT  = 1, 03 − 4, 29 + ( 0,15 − 19,99 j 0,30 ) = 1, 02 − 6, 73 pu
 2 

vC ' 1, 02 − 6, 73

vC = = = 1, 08 − 6, 73 pu
 0,94

vD = e2 − xG2
"
 i2 = 1,10 − ( j 0,12  0,14 −19,99) = 1,090,83 pu