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Campinas
2022
2
Campinas
2022
Ficha catalográfica
Universidade Estadual de Campinas
Biblioteca da Faculdade de Educação
Rosemary Passos - CRB 8/5751
Informações Complementares
Título em outro idioma: The election of principals and the possibilities and limits of
democratization of public schools in the state school network of Paraná - from 2016 to 2020
Palavras-chave em inglês:
School management
School democratization
Director election
Managerialism
Área de concentração: Educação
Titulação: Doutora em Educação
Banca examinadora:
Pedro Ganzeli [Orientador]
João Augusto Gentilini
Marisa Schneckenberg
Cristiane Machado
Débora Cristina Jeffrey
Data de defesa: 16-09-2022
Programa de Pós-Graduação: Educação
TESE
COMISSÃO JULGADORA:
A Ata da Defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no SIGA/Sistema de Fluxo de Dissertação/Tese e na
Secretaria do Programa da Unidade.
2022
5
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
TABELA
1
Específico do Estado do Paraná. Por haver uma sigla idêntica, as referências a esse programa, ao
longo do texto, foram realizadas com a nomenclatura completa e a sigla.
14
PL Projeto de Lei
PLC Projeto de Lei da Câmara
PMDB Partido do Movimento Democrático Brasileiro
PME Planos Municipais de Educação
PNE Plano Nacional de Educação
PPP Projeto Político-Pedagógico
PQE Programa Qualidade no Ensino Público do Paraná
PR Paraná
PRN Partido da Reconstrução Nacional
Proem Programa Expansão, Melhoria e Inovação no Ensino Médio do
Paraná
PSD Partido Social Democrático
PSDB Partido da Social Democracia Brasileira
PSS Processo Seletivo Simplificado
PT Partido dos Trabalhadores
QPM-E Especialistas do Quadro Próprio do Magistério
QPM-P Professores do Quadro Próprio do Magistério
RBPAE Revista Brasileira de Política e Administração da Educação
RCO Registro de Classe Online
Renageste Rede Nacional de Referência em Gestão Educacional
Repe Professores em Regime Especial
Saeb Sistema de Avaliação da Educação Básica
SBPC Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
SciELO Scientific Electronic Library Online
Seaf Sociedade de Estudos e Atividades Filosóficas
Seap Secretaria de Estado da Administração e Previdência
SEED Secretaria de Estado da Educação
Seti Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
Sinepe Sindicato das Escolas Particulares do Paraná
SNE Sistema Nacional de Educação
15
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 18
1 GESTÃO DEMOCRÁTICA DA EDUCAÇÃO: CONCEITUAÇÃO, PESQUISAS E
CATEGORIAS DE ANÁLISE .................................................................................... 33
1.1 CONCEPÇÕES E INSTRUMENTOS DE GESTÃO DEMOCRÁTICA DA
EDUCAÇÃO ...............................................................................................................33
1.2 AS PESQUISAS SOBRE GESTÃO EDUCACIONAL DEMOCRÁTICA: 2010 a
2020 .......................................................................................................................... 42
1.3 GESTÃO DEMOCRÁTICA VERSUS GESTÃO GERENCIAL DA ESCOLA:
QUADRO COMPARATIVO E CATEGORIAS DE ANÁLISE ..................................... 52
2 AS LEGISLAÇÕES HISTÓRICAS DA GESTÃO EDUCACIONAL A PARTIR DO
MOVIMENTO DE REABERTURA DEMOCRÁTICA DO PAÍS: DOS ANOS DE 1980
A 2015 ....................................................................................................................... 55
2.1 POLÍTICAS DE GESTÃO DEMOCRÁTICA: ORIENTAÇÕES AOS ESTADOS
BRASILEIROS .......................................................................................................... 55
2.2 POLÍTICAS DE GESTÃO DEMOCRÁTICA NO ESTADO DO PARANÁ ............ 68
2.2.1 Governo José Richa – PMDB (1983-1986) ...................................................... 68
2.2.2 Governo Álvaro Dias – PMDB (1987-1990)...................................................... 70
2.2.3 Governo Roberto Requião – PMDB (1991-1994) ............................................. 70
2.2.4 Governo Jaime Lerner – PSDB (1995-1998).................................................... 71
2.2.5 Governo Roberto Requião – PMDB (2003-2006; 2007-2010) .......................... 72
2.2.6 Governo Beto Richa – PSDB (2011-2014; 2015-2018) .................................... 73
2.3 CONTEXTO DE INFLUÊNCIA DA LEI No 18.590/2015: A PARTICIPAÇÃO, A
AUTONOMIA E A DESCENTRALIZAÇÃO NOS GOVERNOS DO ESTADO DO
PARANÁ.................................................................................................................... 78
3 A ELEIÇÃO DE DIRETORES DAS ESCOLAS PÚBLICAS NO ESTADO DO
PARANÁ E A FORMAÇÃO CONTINUADA DOS DIRETORES: 2015 A 2020 ........ 85
3.1 A LEI No 18.590/2015 QUE DEFINIU CRITÉRIOS DE ESCOLHA MEDIANTE
CONSULTA À COMUNIDADE ESCOLAR PARA DESIGNAÇÃO DE DIRETORES E
DE DIRETORES AUXILIARES DA REDE ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA DO
PARANÁ.................................................................................................................... 86
3.1.1 Voto igualitário .................................................................................................. 88
3.1.2 Assembleia, Plano de Ação, PPP e Políticas da SEED ................................... 89
3.1.3 Eleição, avaliação da função e reeleição ......................................................... 92
17
INTRODUÇÃO
2
Governo Fernando Henrique Cardoso, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) (1995/1998
e 1999/2002).
3
Nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006 e 2007-2010), do Partido dos Trabalhadores
(PT).
4
A Comissão Organizadora Nacional foi composta por representantes do MEC, da Câmara e do
Senado, do Conselho Nacional de Educação (CNE), das entidades dos dirigentes estaduais, municipais
e federais da educação e de todas as entidades que atuam direta ou indiretamente na área da
Educação (MENDONÇA, 2000).
23
Ademais, o PNE 2014-2024 estabeleceu, na Meta 19, o prazo de dois anos “[...]
para a efetivação da gestão democrática da educação, associada a critérios técnicos
de mérito e desempenho e à consulta pública à comunidade escolar, no âmbito das
escolas públicas, prevendo recursos e apoio técnico da União para tanto” (BRASIL,
2014, p. 8). Para sua efetivação, o PNE, na Meta 19, destaca oito estratégias: 19.1 –
5
Sancionado no Governo da Presidenta Dilma Rousseff (2011-2014 e 2015-2016), do PT.
24
6
Acre, Alagoas, Amapá, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do
Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia e Sergipe.
7
Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará,
Paraíba, Paraná, Pernambuco, Roraima e Santa Catarina.
8
São Paulo e Tocantins.
25
[...] é uma “porta” que se abre para novas possibilidades, inclusive com o
movimento anterior às próprias candidaturas, quando pais e alunos
interpelam professores, que consideram capacitados para a função, a
candidatar-se, e também com um movimento posterior, de acompanhamento,
participação e fiscalização do trabalho do diretor, condição indispensável para
uma cultura mais democrática no espaço escolar. (MEDEIROS, 2006, p. 61,
grifo do autor).
9
Scalabrin (2018), em sua tese, discute, no seção 2.1, sobre a natureza jurídica da direção escolar
como cargo ou função. A autora concluiu que a função tem caráter temporário, diferenciando-se de
cargo, que garante a efetividade em determinada incumbência.
10
Até o movimento de redemocratização do país, entre o final dos anos de 1970 e início dos anos de
1980, os governadores eram indicados pelo presidente-autocrata, pois, no regime militar (1964-1985),
não havia bases democráticas e participativas de escolha e transferência de poder de decisão para as
maiorias. O processo de redemocratização, gradual e controlado, marcado pelas lutas sindicais,
contribuiu para a elaboração de novos referenciais de incorporação de mecanismos de democratização
da gestão pública, incluindo a escolar.
11
As políticas educacionais na Rede Estadual de Ensino do Paraná serão apresentadas e discutidas
no segundo capítulo desta tese.
12
Resolução Nº 3.373, de 19 de outubro de 2015 – Gabinete do Secretário/Secretaria de Estado da
Educação – GS/SEED (PARANÁ, 2015d); Resolução Nº 743, de 18 de novembro de 2016 – GS/SEED
(PARANÁ, 2016a); Resolução Nº 1.092, de 18 de março de 2016 – GS/SEED (PARANÁ, 2016b);
Resolução Nº 5.547, de 27 de outubro de 2017 – SEED (PARANÁ, 2017).
29
13
Resolução Nº 797, de 6 de março de 2018 – SEED (PARANÁ, 2018).
14
Período referente à gestão estadual de Beto Richa – PSDB (2015-2018) e parte do governo estadual
de Carlos Roberto Massa Junior – Partido Social Democrático – PSD (2019-2022).
30
[...] a leitura e compreensão crítica dos textos, por meio da identificação dos
seus componentes políticos-ideológicos; as relações de poder envolvidas na
formulação de políticas; os sujeitos (autores e influenciadores), as instituições
e as redes de influência que estão envolvidos na formulação de políticas; as
relações dos textos de uma política específica com textos de políticas de
outros contextos e com políticas setoriais etc. (MAINARDES; GANDIN, 2013,
p. 154).
15
Proposto por Stephen Ball (pesquisador inglês na área de políticas educacionais) e apresentado, no
Brasil, por Jefferson Mainardes (Doutor em Educação e professor do Departamento de Educação da
Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG).
31
16
A escolha deste Núcleo e a seleção do município de Irati se deu por ser o município de residência
da pesquisadora, facilitando a coleta de dados e a viabilidade da pesquisa.
17
Quantitativos extraídos de
https://www.nre.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=504. Acesso em: 14 out.
2021.
32
dos liderados” (PARO, 2003, p. 117). Para mais, gera a expectativa de que o diretor
eleito assuma o compromisso de desarticular qualquer prática autoritária, excludente
e segregadora no interior da escola. Ganha sentido pela possibilidade de promover o
debate público de um projeto de escola, voltado à materialização da sociedade
democrática. A eleição precisa ser compreendida em suas múltiplas dimensões,
especialmente pela possibilidade de construção de uma convivência democrática
escolar e social.
De acordo com Medeiros (2006), quando a eleição de diretores não se esgota
na dimensão formal e está ligada apenas ao sistema representativo, o diretor eleito
deve buscar construir coletivamente um PPP capaz de convergir interesses e
equacionar conflitos. Para isso, deve partir do princípio de que a escola é “[...] um
espaço público com estruturas de trabalho e deliberação coletivas capazes de
promover uma educação escolar articulada à emancipação humana”, para que “[...]
as parcelas da população historicamente excluídas do direito à educação possam
progredir no interior do sistema de ensino, mudando esse quadro de exclusão social”
(FEIGES, 2013, p. 15).
Nesse sentido, podemos problematizar a democratização das relações
escolares a partir das eleições diretas para diretores, com destaque para a
importância da gestão participativa para a construção e a implementação de um PPP
com premissas de atuação, de objetivos e de propostas que resgatem a função social
da escola. Dessa forma, contribui-se para a transformação da sociedade e situa-se a
educação como prática social e política imprescindível para que os indivíduos tomem
ciência da realidade social e possam agir na direção de sua mudança.
O PPP como uma ação emancipatória ou edificante, como afirma Veiga (2003),
resulta de um processo de produção coletiva, que reflete o compromisso com as
múltiplas necessidades sociais e culturais da população. Nesse processo de
construção, é importante que professores, alunos e servidores técnico-administrativos
se unam e se separem de acordo com as necessidades de elaboração e de avaliação
do PPP. Sob essa óptica, o PPP
18
Período considerado entre os anos 2010 e 2020, que compreende parte do recorte histórico deste
estudo.
19
Ver Quadros 7 e 8 nos Apêndices A e B.
43
16
14 14
12
10 10
6
5 5
4
3 3
2 2
1 1
0 0 0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
20
Os artigos descartados faziam interface com a gestão escolar, mas tratavam especificamente de
outros temas: um sobre políticas da infância; um sobre políticas do Movimento Sem Terra; um sobre
psicologia escolar.
44
Figura 2 – Gestão educacional democrática – eixos temáticos do objetivo dos estudos realizados de
2010 a 2020
Democratização da educação a
partir de políticas, programas,
23% projetos e reformas
educacionais.
"Estado da Arte" sobre
concepções de gestão na
9% educação.
2% 2% 2%
2%
9%
5%
9% 57%
12%
Análise documental
Análise documental e entrevista ou questionário
Aplicação de entrevistas
Não deixaram explícito
Publicações em periódicos em determinados períodos
Estudos de caso
Pesquisa bibliográfica
Entrevista mais questionário
Pesquisa-ação com entrevista
21
De acordo com Cabral Neto e Castro (2011), o PDE-Escola é o carro-chefe do Fundo de
Desenvolvimento da Escola, objeto do acordo de empréstimo firmado em 1998 entre o Governo
brasileiro e o Banco Mundial.
47
necessidades das instâncias locais, é importante que, nas escolas, se originem formas
diferenciadas de se conceber um projeto educativo e de definir a sua gestão, na
perspectiva de busca do exercício do direito à educação, por meio de uma escola que
resulte da participação efetiva do conjunto das pessoas que a vivem cotidianamente.
Ainda nas publicações de 2015, Silveira e Araújo (2015) e Silva, Farias e
Rothen (2015) apresentam pesquisas que têm como metodologia o “estado do
conhecimento” ou “estado da arte”, que consistiu em mapear o que foi produzido pela
RBPAE, no período de 2000 a 2012, sobre Gestão democrática na Educação Infantil;
e, no período de 1995 a 2004, sobre o discurso da gestão democrática na RBPAE. Na
exposição dos autores, ficou evidente que a gestão da/na Educação Infantil foi um
tema pouco explorado. Todavia, a Revista participa do processo de afirmação do
discurso da gestão democrática e contribui de forma muito significativa com ele, como
um ideal a ser alcançado, no âmbito da formação do discurso educacional.
Prosseguindo, dos artigos publicados em 2016 (ARELARO; JACOMINI;
CARNEIRO, 2016; FLACH; SAKATA, 2016; CABRAL NETO; CASTRO; GARCIA,
2016; PASCHOALINO et al., 2016; GUEDES; BARBALHO, 2016), extraímos que a
constituição de uma vida democrática nas escolas é dependente de elementos e
interesses políticos, econômicos e culturais, que estão imbricados entre si. As
pesquisas discutem sobre a instituição de Grêmios, de Conselhos Escolares, da APM
e do Conselho Municipal de Educação como fundamentais para instituir
gradativamente uma organização escolar mais horizontalizada, com diálogo e
decisões que contemplem a participação e o posicionamento de todos os envolvidos
com a instituição educativa. Contudo, há orientações políticas que condicionam a
autonomia e a participação dentro da escola, ou no âmbito municipal, estadual ou
federal, pela imposição de ações definidas previamente. Consequentemente, a partir
dessa fragilização, a gestão acaba assumindo contornos de modelo gerencial. A
legitimação de ações e de interesses que não passam por um debate realmente
democrático impulsiona a centralização e a indução à implementação de políticas que
refreiam o trabalho coletivo.
Continuando, encontramos dois artigos publicados em 2017 (MARTINS, 2017;
POLI; LAGARES, 2017) que discutem a gestão democrática como um processo com
estagnações, retrocessos e avanços. Entre concepções em disputa e práticas
contraditórias estão as hierarquias na organização e na gestão educacional que
seguem cada vez mais lógicas burocráticas; e a chamada Nova Gestão Pública, que
48
(conclusão)
Categorias Gestão Democrática da Escola Gestão Gerencial da Escola
melhoria da qualidade da educação (Conselho Escolar –
delibera sobre os rumos da escola).
Conselho de Classe possui caráter deliberativo, consultivo e Conselho de Classe possui caráter fiscalizador curricular, com
avaliativo sobre os processos de ensino e de aprendizagem; atribuição classificadora de aproveitamento dos alunos em relação
b
(Conselho de Classe – órgão de acompanhamento político aos conteúdos estabelecidos (Conselho de Classe – órgão
pedagógico de avalição do currículo escolar). classificador de aproveitamento curricular).
Grêmio Estudantil possui caráter representativo dos interesses
dos estudantes. Os estudantes percebem-se como indivíduos e
Grêmio Estudantil possui caráter representativo dos estudantes para
como coletivo em processo de aprendizado sobre o governo da
atividades auxiliares na unidade escolar (Grêmio Estudantil – Órgão
c escola (Grêmio Estudantil – Órgão de Representação;
Auxiliar na Gestão Escolar).
negociações e consensos acerca de diferentes problemas,
questões e demandas apresentadas pelos estudantes à direção
escolar).
APMF possui caráter deliberativo, cujas atribuições adentram o APMF possui caráter auxiliar de captação de recursos escolares
apoio efetivo às ações pedagógicas e financeiras da instituição, (rifas, bazar e festas) (APMF – órgão auxiliar para arrecadação de
d
com vistas à realização dos objetivos da escola (APMF - Órgão recursos financeiros na unidade escolar).
Governança Escolar).
A unidade escolar não possui estrutura administrativa que possibilita
As unidades escolares possuem estruturas organizacionais que a tomada de decisões; escola deve escolher os meios mais
permitem tomar decisões relacionadas às dimensões apropriados ao cumprimento de metas prefixadas e deve
a
pedagógicas, administrativas e políticas de sua realidade responsabilizar-se por seus resultados (articulação funcional e
(Poder de decisão). operacional entre o nível central e os níveis local e institucional da
educação escolar) (Ausência de poder à escola).
Descentralização
As relações de poder são horizontais entre órgãos centrais e O poder decisório é centralizado nos órgãos centrais da Secretaria
b unidades educacionais (Poder democrático). da Educação (Poder centralizado).
22
O fórum foi criado 1987, pela união das seguintes entidades: Associação Nacional de Pesquisa e
Pós-Graduação em Educação (ANPEd); Associação Nacional dos Profissionais de Administração da
Educação (Anpae); Confederação do Professores do Brasil (CPB); Centro de Estudos Educação e
Sociedade (Cedes); Central Geral dos Trabalhadores (CGT); Associação Nacional de Educação
(ANDE); Associação Nacional de Docentes do Ensino Superior (Andes); Federação das Associações
de Servidores das Universidades Brasileiras (Fasubra); Ordem dos Advogados de Brasil (OAB);
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC); Sociedade de Estudos e Atividades
Filosóficas (Seaf); União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes); União Nacional dos
Estudantes (UNE); Federação Nacional de Orientadores Educacionais (Fenoe).
58
23
A primeira LDBEN foi sancionada em 1961 – Lei Nº 4.024, de 20 de dezembro (BRASIL, 1961). Ela
foi modificada por emendas, sendo reformada pela Lei Nº 5.540, de 28 de novembro de 1968 (BRASIL,
1968), e pela Lei Nº 5.692, de 11 de agosto de 1971 (BRASIL, 1971).
59
leis de mercado para as áreas próprias da esfera pública e da esfera estatal, como a
saúde, a previdência social e a educação.
Essa concepção de Estado refletiu na LDBEN, Lei Nº 9.394, aprovada em 20
de dezembro de 1996. O princípio básico da institucionalização do SNE foi substituído
por um Sistema Nacional de Avaliação, prevalecendo as forças conservadoras
contrárias à educação democrática e emancipadoras. Saviani (2016, p. 381) reitera:
24
Promovida no governo de Luiz Ignácio Lula da Silva do Partido dos Trabalhadores (2003 a 2011),
em Brasília, de 28 de março a 1º de abril de 2010.
62
Especial, entre os meses de março e abril de 2014. Desse movimento, Peroni e Flores
(2014) reiteram:
Por fim, em 25 de junho de 2014, o novo PNE (2014-2024) foi sancionado sem
vetos, pela Lei No 13.005/2014, na gestão da Presidente Dilma Rousseff, do PT. No
documento, a gestão democrática ficou expressa no inciso VI do Art. 2º como princípio
da educação pública, e na Meta 19, acompanhada por oito estratégias, expostas no
Quadro 2, e o financiamento foi explicitado na Meta 20 (BRASIL, 2014).
(conclusão)
19.7 Favorecer processos de autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira
nos estabelecimentos de ensino.
19.8 Desenvolver programas de formação de diretores e gestores escolares, bem como
aplicar prova nacional específica, a fim de subsidiar a definição de critérios objetivos
para o provimento dos cargos, cujos resultados possam ser utilizados por adesão.
Fonte: Elaborado pela autora. Texto extraído de Brasil (2014, p. 7).
Sobre a Meta 19 e suas estratégias, Aquino (2015) destaca que a redação que
fez parte do PL Nº 8.035/2012, votada no Senado Federal, era mais adequada à
perspectiva de democratização da gestão educação, pois contemplava a dimensão
dos sistemas de ensino, o sistema federal e a Educação Superior. Não circunscrevia
a democratização da gestão apenas à escola. Ressaltava, ainda, a importância dos
Grêmios Estudantis, da APM e dos Conselhos Escolares de forma articulada.
Contudo, ao voltar para a Câmara dos Deputados, a redação foi substituída pela
aprovada em 2012, na qual os critérios técnicos e de mérito e desempenho precedem,
como elementos prioritários, a consulta pública à comunidade escolar.
Aquino (2015), considerando o posicionamento de Paulo de Senna Martins,
consultor legislativo concursado, da Câmara dos Deputados, na área de Educação,
Cultura e Desporto, e do Professor Ângelo Ricardo de Souza, servidor público na
Universidade Federal do Paraná (UFPR), atores que atuaram diretamente na
elaboração dessa política, pondera que
25
Expressões de diferentes autores com o mesmo sentido: tratar de mecanismos de incentivo à
participação.
68
26
Estratégia política, de acordo com Cunha (1995).
70
Álvaro Dias, também do PMDB, foi o sucessor ao governo, eleito para o período
de 1987 a 1991. Para a educação, Ruiz (2013) frisa que foi uma gestão lamentável e
trágica, pois a falta de diálogo com os educadores e as discordâncias para ajuste
salarial mobilizaram a realização de quatro greves. A título de exemplo,
27
Trata-se de um local onde eram realizados seminários, cursos e atividades de formação pessoal.
Situada em Faxinal do Céu, distrito de Pinhão (400 km a sudoeste de Curitiba).
73
28
Importante relembrarmos que, em janeiro de 2001, foi aprovado, pelo Congresso Nacional, o primeiro
PNE que exigiu de todos os entes federados a elaboração de Planos de Educação. Consequentemente,
o primeiro PEE-PR foi iniciado em 2003, coordenado por uma Equipe de Sistematização da SEED para
que fosse uma construção coletiva. Após discussões, foi definido como versão preliminar, para
apresentação em audiência pública no Colégio Estadual do Paraná, em 6 de setembro de 2005.
29
Denominado Beto Richa.
74
primeira gestão estadual, foi definido como “um novo jeito de governar”, tendo como
princípio a gestão para resultados. Para a educação, no seu plano Metas de Governo
2011-2014, os objetivos seriam: promoção de ações que elevassem a qualidade do
processo de ensino e de aprendizagem; valorização do quadro de profissionais do
magistério e trabalhadores da educação; expansão da oferta da Educação Básica em
seus diferentes níveis; garantia de elevado nível de qualidade na gestão da educação
para melhoria de suas ações pedagógicas; consolidação do regime de colaboração
com os municípios; e estímulo à integração da escola com a comunidade (RICHA,
2014).
Em relação à gestão educacional democrática, Richa (2014) apontou a
necessidade de desburocratizar e agilizar os processos do cotidiano e elaborar planos
de metas para a Rede Estadual e para as escolas, garantindo que os resultados
fossem alcançados com agilidade e eficiência. Além disso, criar canais de
comunicação entre os docentes e funcionários da educação com a comunidade para
que todos pudessem acompanhar os objetivos e conquistas.
A construção de um Plano de Metas para a Rede Estadual e para as escolas
(RICHA, 2014) também buscava adequar investimentos na rede física das escolas
(infraestrutura), transporte escolar e melhorias nas estradas que ligavam as
instituições educativas aos municípios. Ademais, segundo Richa (2014), deveria
estabelecer diretrizes de gestão que garantissem a participação dos professores, dos
estudantes, dos pais ou dos responsáveis, dos trabalhadores da educação e da
comunidade escolar
30
Na primeira gestão de Beto Richa, as Leis acerca da eleição de diretores mantiveram-se as que
foram decretadas nos Governos de Roberto Requião. As alterações que ocorreram foram por meio de
Resoluções, como a Resolução No 4.122/2011 – GS/SEED (PARANÁ, 2011b).
31
O Comitê foi composto por 11 instituições que representavam a sociedade educacional: SEED,
Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), CEE, Associação Paranaense das
Instituições de Ensino Superior Público (Apiesp), Federação das Associações dos Pais e Amigos dos
Excepcionais (Feapaes) do Estado do Paraná, Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio),
76
(conclusão)
Governo/Período Leis, Decretos, Resoluções e determinações
na Gestão da Escola; mandato de dois anos, sendo permitida a reeleição (dois
mandatos consecutivos) (PARANÁ, 2011b).
- Lei No 18.590, de 13 de outubro de 2015, definiu de critérios de escolha
mediante a consulta à Comunidade Escolar para designação de Diretores e
Diretores Auxiliares da Rede Estadual de Educação Básica do Paraná
(PARANÁ, 2015b).
- Resolução No 3.373, de 19 de outubro de 2015, regulamentou o Processo de
Consulta à Comunidade Escolar para designação de Diretores e Diretores
Auxiliares das Instituições de Ensino da Rede Estadual de Educação Básica do
Paraná (PARANÁ, 2015d).
- Resolução No 797, de 6 de março de 2018, regulamentou o Processo de
Consulta à Comunidade Escolar para designação de Diretores e Diretores
Auxiliares das Instituições de Ensino da Rede Estadual de Educação Básica do
Paraná, para completar o mandato 2016 até o início do ano letivo de 2020
(PARANÁ, 2018).
Fonte: A autora com base em Feiges (2013).
Cultura e economia política estão sempre imbricadas e toda luta contra injustiça
implica demandas por redistribuição e reconhecimento. A primeira envolve
reestruturação político-econômica de algum tipo, como a redistribuição de renda e a
reorganização da divisão do trabalho. A segunda requer mudanças culturais e
simbólicas que alterem as percepções individuais em relação ao desrespeito e à
desvalorização ao diverso, em outras palavras, aquele ou aquilo que é diferente dos
padrões comuns (validados culturalmente e socialmente como superiores) de
identidade, produtos, grupos (FRASER, 2001).
Nessa discussão, fica evidente que democracia é processo; é organização
institucional das relações entre sujeitos; é o reconhecimento do outro, que pode trazer
uma resposta particular, diferente da minha, a interrogações comuns; é liberdade
política; são práticas cotidianas ligadas ao debate e às decisões políticas; é oposição
às forças de dominação e de controle social. Define-se “[...] pelas relações que
estabelece entre os indivíduos, a organização social e o poder político” (TOURAINE,
1996, p. 105).
Dessa forma, podemos pensar a democracia como força política e social cujo
regime esteja pautado no reconhecimento dos indivíduos e das coletividades como
sujeitos, com culturas e liberdade capazes de unir, em suas ações, o universalismo
da razão e a particularidade de uma identidade pessoal e coletiva. Refere-se ao
exercício ativo do poder popular e do poder coletivo das diferentes classes –
subordinadas –, por meio da participação em diferentes espaços e contextos, para
usufruir dos resguardos e dos direitos constitucionais e processuais.
Consequentemente, em um sistema democrático, duas formas de democracia
são necessárias: a representativa e a direta. Como continuum, “[...] democracia
representativa e democracia direta não são dois sistemas alternativos (no sentido de
que onde existe uma não pode existir a outra), mas são dois sistemas que se podem
integrar reciprocamente” (BOBBIO, 1986, p. 52). Tal definição é necessária, de acordo
com Wood (2011), para não corrermos o risco de definir e articular a democracia ao
liberalismo, que adiciona princípios democráticos, como o sufrágio universal, aos
valores pré-democráticos do constitucionalismo e do governo limitado.
83
32
Presente na concepção de muitos outros autores defensores do liberalismo e do neoliberalismo pelo
mundo, como Ralf Dahrendorf, Giovani Sartori, Nicola Matteucci, Gianfranco Pasquino, Giorgio Galli,
Milton Friedman, Samuel Brittan, James Buchanan, Willian Niskanen, Nadia Boccara, Alexis de
Tocqueville, John Locke, Charles-Louis de Secondat, barão de La Brède e de Montesquieu, conhecido
como Montesquieu, Adam Smith, Immanuel Kant, entre outros.
84
Essa distorção, de acordo com Sader (1999), chama atenção para cinco
questões: a naturalização da exclusão cultural e econômica de amplas camadas da
população; a privatização do Estado; a publicização do privado; a individualidade e a
competição em oposição à coletividade; e o esvaziamento do poder político pela
desagregação da sociedade política e da sociedade civil.
Com essa discussão, percebemos que estamos presos nos círculos viciosos
de reforço mútuo da subordinação cultural e econômica, mas reparar essas injustiças
por meio da combinação do Estado de Bem-Estar Liberal gera efeitos perversos.
Logo, há boas razões para nos preocuparmos com as interferências mútuas das
injustiças socioeconômicas e culturais para obtermos os requisitos de justiça social
para todos.
85
33
Dados extraídos do site da SEED Consulta Escolas, disponível em:
http://www.consultaescolas.pr.gov.br/consultaescolas-java/pages/templates/initial2.jsf?windowId=f50,
acesso em: 15 nov. 2020; e do Caderno Estatístico do Estado do Paraná, elaborado pelo Instituto
Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social – Ipardes (2020).
34
O Ideb é um indicador do MEC, elaborado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que reúne os dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica
(Saeb) e da Prova Brasil, e as taxas de aprovação, de reprovação e de evasão, obtidas por meio dos
dados sistematizados do Censo da Educação Básica. É operacionalizado desde 2007 como um
indicador de qualidade educacional a ser utilizado tanto para orientar no planejamento de políticas
públicas educacionais nos diferentes entes federativos (município, estado e Federação) e no
financiamento da educação, quanto para servir como informativo à população em geral (BRASIL, 2018).
35
Dados disponibilizados no site da SEED Consulta Escolas, disponível em:
http://www.consultaescolas.pr.gov.br/consultaescolas-java/pages/templates/initial2.jsf?windowId=f50,
acesso em: 15 nov. 2020; e no Caderno Estatístico do Estado do Paraná, elaborado pelo Ipardes
(2020).
36
Representada pelo cargo único de provimento efetivo.
37
Contratação por tempo determinado ocorre na forma de Contrato em Regime Especial (CRES),
também chamado de PSS. Esse contrato temporário deve ser realizado apenas para suprir vagas e
ausências temporárias e emergenciais nas instituições de ensino.
87
38
Essa Lei não é objeto de análise da tese, pois, no recorte histórico da pesquisa, estava vigente a Lei
No 18.590/2015.
88
(conclusão)
Art. 9º. São requisitos para o registro da chapa que seus integrantes: I -
pertençam ao Quadro Próprio do Magistério, ao Quadro Único de Pessoal, ao
Quadro de Funcionários da Educação Básica ou ao Quadro Próprio do Poder
Executivo; II - possuam curso superior com licenciatura; III - componham o quadro
do respectivo estabelecimento de ensino desde o início do ano letivo da consulta;
IV - tenham disponibilidade legal para assumir a função, no caso de
estabelecimento de ensino que tenha demanda de 40 horas de direção; V -
tenham participado de Curso de Gestão Escolar específico em formação
continuada, oferecido pela SEED, ou em parceria com outras instituições
formadoras, ou do Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE, na linha de
estudo de Gestão Escolar, ou de Curso de Pós-Graduação lato ou stricto sensu,
com ênfase em gestão escolar, comprovado mediante diploma reconhecido pelo
Ministério da Educação; VI - apresentem proposta de Plano de Ação compatível
com o Projeto Político Pedagógico do respectivo estabelecimento de ensino e
com as políticas educacionais da SEED.
Art. 18. A designação para o exercício das funções de Diretor e Diretor Auxiliar
será efetuada para um período de quatro anos, sendo que, ao completar dois
anos, esses deverão apresentar ao Conselho Escolar, relatório com informações
sobre o Plano de Ação proposto para o período correspondente, em até 30 dias
antes do final do prazo estabelecido, bem como comprovar que não existem
prestações de contas em atraso ou reprovadas do estabelecimento de ensino.
Art. 19. A função de Diretor ou de Diretor Auxiliar deverá ser exercida em favor
do bom funcionamento administrativo e da função pedagógica da unidade de
ensino, com conhecimento das técnicas de gestão pedagógica, administrativa-
financeira e democrática. Parágrafo único. A gestão democrática deverá garantir
um processo político por meio do qual os diferentes atores na escola discutam,
deliberem e planejem, solucionem problemas e os encaminhem, acompanhem,
controlem e avaliem o conjunto das ações voltadas ao desenvolvimento do
estabelecimento de ensino através de: I - sustentação do diálogo e da alteridade;
II - participação efetiva de todos os segmentos da comunidade escolar; III -
respeito a normas coletivamente construídas para os processos de tomada de
decisões; IV - garantia de amplo acesso às informações aos sujeitos da escola.
Fonte: Elaborado pela autora a partir de Paraná (2015b).
39
As informações sobre o programa foram coletadas no site Dia a Dia Educação, da SEED (PARANÁ,
2016c).
95
para o mandato de 2016 a 2019, e constituiu uma das ações do Programa META,
previsto no Plano Plurianual 2016-201940.
O Programa META abarcava 15 dimensões:
a) Caminhos da Profissionalização.41
b) Desenvolvimento da Educação Básica – Ensino Fundamental.42
c) Desenvolvimento da Educação Básica - Modalidade Especial.43
d) Desenvolvimento da Educação Básica para Jovens e Adultos – EJA.44
e) Formação Continuada.45
f) Formação em Ação – Banco Mundial.46
40
O Plano Plurianual é caracterizado, no site do Governo do Estado do Paraná, como um documento
que estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e as metas da Administração Pública
Estadual, direta e indireta, abrangendo os programas de manutenção e de expansão das ações do
Governo. É um instrumento de planejamento de médio prazo da administração pública brasileira, que
direciona as ações e as obras das leis orçamentárias para o período. Tem como princípios básicos a
identificação clara dos objetivos e das prioridades do Governo Estadual; a organização dos propósitos
da administração estadual em programas; a integração do plano com o orçamento, por meio dos
programas; e transparência das ações de governo. Corresponde à Lei No 18.661, de 22 de dezembro
de 2015 (PARANÁ, 2015c).
41
Assegurar a permanência do jovem na sua própria região, criando alternativas de trabalho e de renda
por meio da expansão da oferta do ensino profissional; ofertar vagas em cursos técnicos de nível médio
na rede pública estadual de ensino; contratar seguro de vida para alunos que fazem estágio; ofertar
simpósios, cursos, reuniões técnicas; realizar o planejamento da aquisição e da gestão do uso de
Laboratórios da Educação Profissional (PARANÁ, 2016d).
42
Aprimorar a prática técnica e pedagógica dos profissionais da educação; efetuar a provisão de
recursos para desenvolvimento de ações pedagógicas, com aquisição, produção e impressão de
materiais gráficos e documentos escolares; disponibilizar material didático e paradidático; realizar
eventos culturais, científicos, artísticos e esportivos; reformular o currículo do ensino fundamental;
desenvolver ações para garantir a oferta de educação integral em tempo integral; repassar recursos
por meio de termo de cooperação técnica e financeira; e executar ações por meio de convênio com o
Governo Federal (PARANÁ, 2016d).
43
Assegurar o atendimento ao público-alvo da Educação Especial; repassar recursos do termo de
cooperação e/ou termo de compromisso com as escolas de Educação Básica na Modalidade Educação
Especial conveniadas; e realizar ações de capacitação e de produção de material, dentre outras, por
meio de convênio com o Governo Federal (PARANÁ, 2016d).
44
Assegurar a oferta da educação de jovens e adultos pela rede pública; e efetuar o pagamento das
despesas com capacitação, produção e aquisição de material, dentre outras, por meio de programas
conveniados com o Governo Federal e o Brasil Alfabetizado, além da elaboração e da aplicação dos
exames de suplência (PARANÁ, 2016d).
45
Melhorar o processo de ensino e de aprendizagem por meio da formação, do aperfeiçoamento e da
qualificação dos profissionais da educação; ofertar formação continuada para todos os profissionais da
educação com previsão de bolsa auxílio, quando necessário, para participação em tais formações;
contratar conteudistas, docentes e tutores para elaboração e execução do Programa de Formação
Continuada e produção de material de apoio; e contratar empresa especializada na prestação de
serviços de fornecimento de alimentação para eventos, na promoção de eventos e serviços de locação
de espaços físicos (PARANÁ, 2016d).
46
Assegurar aos professores da rede pública a ampliação das oportunidades de acesso à formação,
proporcionando espaço/tempo para realização de estudos na sua área específica aperfeiçoando e
qualificando os profissionais da educação por meio de Programa de Formação Continuada da SEED,
considerando o aperfeiçoamento do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE); e garantir
participação em oficinas disciplinares e temáticas – oficinas de Formação em Ação – e participação
96
dos professores do PDE, ampliando seu potencial formador, integrando-o com outras ações de
formação continuada (PARANÁ, 2016d).
47
Consolidar o projeto político pedagógico e monitorar o Plano de Ação da escola, fortalecendo a
gestão escolar com vistas a garantir a função social da escola de promoção da formação integral dos
estudantes; ofertar formação continuada específica aos gestores escolares e acompanhar e orientar os
gestores por meio de tutoria de gestão; fortalecer as instâncias colegiadas promovendo a participação
da comunidade na escola; aprimorar o sistema estadual de rede de proteção e promover a prática de
liderança na gestão escolar por meio de intercâmbios e seminários regionalizados; e prever recursos
para visitas técnicas das equipes de NRE e de SEED nas escolas (PARANÁ, 2016d).
48
Executar a logística de distribuição de equipamentos/mobiliários escolares e alimentação escolar e
promover o atendimento à demanda por transporte escolar mediante repasse de recursos aos
municípios, buscando atender aos estudantes com condições de ensino adequadas; adquirir e distribuir
equipamentos/mobiliários escolares e gêneros alimentícios para atendimento da alimentação escolar;
monitorar o estado nutricional dos escolares e das necessidades alimentares especiais; implementar
ações de educação alimentar e nutricional; e adquirir Laboratórios da Educação Profissional, por meio
de convênio com o Governo Federal e gerenciar o Programa Estadual de Transporte Escolar (PARANÁ,
2016d).
49
Atender à expansão da Educação Infantil viabilizando recursos para a manutenção dessa etapa em
unidades de atendimento, assentamentos, áreas indígenas e quilombolas; apoiar os municípios na
criação de sistemas de cadastro de demanda da Educação Infantil e ampliar a oferta de magistério em
nível médio; e efetuar o pagamento de salários e de auxílio transporte dos profissionais que atuam na
Educação Infantil da Rede Pública de Ensino e desenvolver ações de suporte à rede de Educação
Infantil, em regime de colaboração entre União, Estado e municípios (PARANÁ, 2016d).
50
Executar as ações previstas em planos, programas e atividades do Sistema Estadual de Educação,
por meio da prestação de serviços de apoio administrativo e pedagógico pelo PARANAEDUCAÇÃO; e
prestar serviços gerais à SEED pela alocação de empregados da categoria de agentes de apoio, do
quadro em extinção da Entidade, para a realização das atividades de limpeza, conservação, elaboração
de merendas e outras funções similares na Rede Estadual de Ensino (PARANÁ, 2016d).
51
Manter a oferta de vagas para o Ensino Fundamental, Ensino Médio e Ensino Profissional, bem como
para curso preparatório para Vestibular (Cursinho do Colégio Estadual do Paraná), para o Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem), para atividades complementares e para a promoção de oficinas de
extensão voltadas ao ensino e pesquisa na área de Astronomia e Ciências; manter a estrutura de
pessoal do magistério e de apoio técnico-operacional do Colégio Estadual do Paraná (CEPR); promover
a formação continuada dos profissionais da educação que atuam no CEPR e atividades
complementares e oficinas de extensão; adquirir equipamentos, materiais permanentes, pedagógicos
e material de consumo; e manter, recuperar e melhorar as edificações; realizar o pagamento de
contratos administrativos e das despesas com água e esgoto, telefonia, energia elétrica e serviços de
link de dados, de transmissão e de armazenamento de dados (PARANÁ, 2016d).
52
Garantir a função social da escola de promoção da formação integral dos estudantes, fomentando
ações que envolvam a participação dos diferentes segmentos da comunidade escolar nas decisões da
escola, contando com o fortalecimento e a contribuição das associações de pais, professores e
funcionários, bem como de Grêmios Estudantis e de Conselhos Escolares; e produzir material para
divulgação e orientação das ações das instâncias colegiadas e promoção de ações de mobilização
(PARANÁ, 2016d).
97
53
Promover a modernização do parque tecnológico, a integração e a disponibilização de sistemas
informatizados de gestão educacional por meio de planejamento estratégico para melhorar as práticas
pedagógicas; realizar o planejamento, a aquisição e a distribuição de equipamentos para modernização
do parque tecnológico com ampliação do armazenamento de dados e conectividade das escolas; criar
novos ambientes virtuais de aprendizagem por meio de tecnologias educacionais, com o uso integrado
de equipamentos em todas as escolas da rede; e produzir recursos digitais específicos e disponibilizar
recursos de tecnologia assistiva e aperfeiçoar os sistemas informatizados de gestão educacional
(PARANÁ, 2016d).
54
Identificar potencialidades e fragilidades por meio da produção e da disseminação de indicadores
educacionais e de avaliação institucional que subsidiem a gestão educacional; produzir e disseminar
indicadores educacionais e de avaliação institucional de desempenho dos profissionais, de rendimento
escolar por meio de gerenciamento dos sistemas de informações; implementar e monitorar programas
e políticas educacionais; e analisar indicadores qualitativos e quantitativos de avaliação institucional e
de rendimento dos estudantes (PARANÁ, 2016d).
55
Atender a demanda escolar garantindo o funcionamento das unidades por meio do gerenciamento
dos gastos com a estrutura de pessoal do magistério nos estabelecimentos de ensino que ofertam a
Educação Básica; e realizar a manutenção da folha de pagamento e o aprovisionamento de recursos
para contratação por meio de Processo Seletivo Simplificado (PSS) de professores (PARANÁ, 2016d).
98
(conclusão)
Módulo 8: Gestão escolar da Educação de Jovens e Adultos: aspectos legais e pedagógicos
Unidade 1: Fundamentos Conceituais e Bases Legais da Educação de Jovens e Adultos
(EJA).
Unidade 2: Diversidade na EJA: valorizando os diferentes saberes.
Unidade 3: Organização e Funcionamento da Modalidade de Educação de Jovens e Adultos
no cotidiano escolar.
Unidade 4: Exames de EJA e de certificação.
Módulo 9: O papel do diretor escolar e a organização do trabalho pedagógico: documentos
norteadores da escola
Unidade 1: Conhecendo o Projeto Político Pedagógico.
Unidade 2: A proposta pedagógica curricular: reflexões sobre o Plano de Trabalho Docente.
Unidade 3: O papel da equipe gestora no processo de (re)elaboração coletiva do Projeto
Político Pedagógico.
Unidade 4: A equipe gestora efetivando a implementação do PPP por meio do Plano de Ação
da Escola.
Módulo 10: Gestão escolar para a Educação das Relações Étnico-Raciais, de Gênero e
Diversidade Sexual
Unidade 1: Educação das Relações Étnico-Raciais: histórico, fundamentos conceituais e
exclusão da população negra.
Unidade 2: Equipe Multidisciplinar: uma política pública educacional de promoção da
igualdade racial.
Unidade 3: Sexualidade e Direitos Humanos.
Unidade 4: Educação das Relações de Gênero, Identidade de Gênero e Diversidade Sexual.
Módulo 11: Gestão escolar na Educação Integral em jornada ampliada
Unidade 1: Fundamentos da Educação Integral em Jornada Ampliada.
Unidade 2: A gestão democrática na perspectiva da Educação Integral: tempos e espaços nas
escolas com jornada ampliada.
Unidade 3: Organização do Trabalho Pedagógico nas escolas que ofertam jornada ampliada.
Unidade 4: Avaliação do processo de ensino e de aprendizagem nas instituições de ensino
que ofertam jornada ampliada.
Fonte: A autora, 2022.
60
Em 2020, atendia a 1.595 alunos, matriculados em 56 turmas, que correspondem aos anos finais do
Ensino Fundamental, ao Ensino Médio regular, ao Normal Magistério e subsequente.
61
Atendia, no ano de 2020, a 795 matrículas, com um total de 38 turmas, que representam aos anos
finais do Ensino Fundamental, ao Ensino Médio regular e subsequente.
62
Possuía, em 2020, 16 turmas, sendo 242 matrículas de alunos nos anos finais do Ensino
Fundamental.
63
Ver roteiro no Apêndice C desta tese.
64
É importante pontuarmos que, para a realização das entrevistas e coleta de dados nas unidades
escolares, elaboramos o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), apresentado no
Apêndice D desta tese, e obtemos Parecer Consubstanciado do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP)
da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), disponibilizado no Anexo A.
103
Quadro 6 – Resumo comparativo sobre gestão democrática da escola e gestão gerencial da escola
Gestão democrática da
Categorias Gestão gerencial da escola
escola
Cisão entre os que decidem e os
a Processos decisórios coletivos.
que executam.
Projeto Político-Pedagógico – Projeto Político-Pedagógico –
b construção coletiva. construção reservada.
Participação Escolha do diretor escolar –
Escolha do diretor escolar –
c eleição indireta; concurso;
eleição direta.
indicação.
Informações não
d Transparência nas informações.
disponibilizadas.
Conselho Escolar – delibera Conselho Escolar – sem
a sobre os rumos da escola. autonomia.
Conselho de Classe – órgão de
Conselho de Classe – órgão
acompanhamento político
b classificador de aproveitamento
pedagógico de avalição do
curricular.
currículo escolar.
Grêmio Estudantil – órgão de
representação; negociações e
Autonomia
consensos acerca de diferentes
Grêmio Estudantil – órgão
c problemas, questões e
auxiliar na gestão escolar.
demandas apresentadas pelos
estudantes juntos à direção
escolar.
APMF – órgão auxiliar para
APMF - órgão de governança
d arrecadação de recursos
escolar.
financeiros na unidade escolar.
a Poder de decisão. Ausência de poder à escola.
Descentralização b Poder democrático. Poder centralizado.
c Poder mútuo. Poder hierárquico.
Fonte: A autora, 2022.
interação aluno, conhecimento e contexto social, tendo como mediador dessa relação
o professor, favorecendo a ampliação da compreensão de mundo, do sujeito como
sujeito da história imbricado nas relações sociais. Aqui, a escola tem como tarefa
política e educativa a formação do cidadão como ser social histórico e sujeito de
relações.
Em 2020, a escola atendia a 1.595 alunos, matriculados em 56 turmas, que
correspondem aos anos finais do Ensino Fundamental, ao Ensino Médio regular, ao
Normal Magistério e subsequente65. Nos dados do corpo funcional66, havia 82
servidores em regência e 45 servidores em funções de apoio pedagógico ou técnico-
pedagógicas.
A diretora exercia a docência por 21 anos quando se candidatou à função na
direção. Foi eleita para o mandato de 2016 a 2020, e reeleita para o mandato 2021 a
2024. Sua formação inicial foi na Licenciatura em Letras Português/Inglês, tendo se
especializado em Psicopedagogia, Linguística Aplicada. Realizou o Programa de
Desenvolvimento Educacional (PDE) na área de Língua Portuguesa, cursou o
Mestrado em Educação na área de Políticas e Gestão da Educação e, no momento
da entrevista, estava cursando o Doutorado em Educação na linha de Políticas,
Gestão e Inclusão. Em relação à formação continuada após a eleição, ela realizou o
Programa Gestão em Foco e outros cursos propostos pela SEED, com várias
temáticas, tais como: campos do estudante, aprendizagem, tecnologias e metas
educacionais. Sobre o Programa Gestão em Foco, a diretora relatou:
O que acontece, a grande maioria dos cursos feitos para a formação de gestores, eles
vêm muito no jogar responsabilidade de tudo em cima do gestor. As discussões das
formações no Gestão em Foco, elas giravam em torno de várias coisas, desde a política
de governo, incutindo no gestor a responsabilidade de repasse de políticas e dados
estatísticos e, principalmente, de metas a serem alcançadas, mas também eram discutidos
alguns temas bem relevantes como gestão de pessoas, gestão financeira, administrativa,
essa parte é que dá o suporte pra gente. (Diretora).
65
Cursos de formação técnica.
66
Informações coletados no site da Secretaria da Educação do Paraná. Disponível em:
http://www4.pr.gov.br/escolas/frmPesquisaEscolas.jsp. Acesso em: 5 abr. 2022.
105
O gestor deve ser capaz de arrebanhar a comunidade escolar para tomarem juntos
decisões, só assim terá o comprometimento dos mesmos. (Plano de Ação 2016-2020).
democracia sem uma organização não funciona. Então, é dessa forma que a gente tem
agido para decidir o que precisa ser decidido. (Diretora).
Com o caminhar a gente vai aprendendo, vai melhorando, vai errando também, mas vai
acertando depois. E o legal é a gente ter humildade pra dizer a todo mundo “aqui não deu
certo”. Por exemplo, eu cheguei aqui em 2016 achando que o aluno “gente, pelo amor de
Deus, o aluno tem que ter uma rede de Wi-Fi pra ele usar na escola”. Chamei a APMF e
levantamos um dinheiro, fizemos um trato e liberamos o celular com uma rede livre pra
eles. Pense num tiro no pé que eu dei, o aluno não tinha maturidade pra usar naquele
momento a internet somente como uso pedagógico. E aí, junto com, isso veio, eles
tratavam brigas na esquina pelo celular, eles tratavam que eles iam beijar atrás do bosque,
e coisas do tipo. Então, só pra você ter uma ideia, assim, de como a gente tenta acertar,
e aí eu tive que reunir a comunidade e dizer “aconteceu isso e acho que a gente vai ter
que mudar de ideia neste momento e esperar eles amadurecerem”. E aí juntos a gente
tomou essa decisão, os pais entenderam, eles disseram “você tentou, quem não soube
usar foram eles”. Então, a gente retira, retiramos a rede livre e agora a gente só usa
quando é trabalho pedagógico. (Diretora).
Após a eleição, o PPP era um calo no nosso sapato. O PPP do colégio era de 2011, eu
assumi em 2016, e o PPP teve algumas alterações, com adendos. Um adendo que
mudava o adendo que mudava o adendo. A gente queria mexer nesse PPP, mas não era
autorizado porque estava em discussão o novo no Ensino Médio e eles queriam que
esperasse para que a gente pudesse fazer uma reformulação só. Então agora, em 2022,
neste ano, a gente fez a reformulação, iniciando ano passado e nós terminamos agora. A
gente já fez as discussões, o governo manda um checklist e a gente tem que seguir aquilo,
aí ele fica gigantesco. Como que os professores gostariam que fosse feito o trabalho na
escola, por exemplo, a avaliação, os objetivos, e a equipe pedagógica juntou tudo, mas a
discussão foi feita com o grupo todo. A ideia agora, depois que o PPP for aprovado pelo
Núcleo, é fazer um resumo dos principais pontos do PPP para que o pai e o professor
tenham acesso mais rápido e percebam que o PPP não é só um documento, uma
burocracia desnecessária e que é feito só por um grupo. Todos da escola tentaram
participar. O que nós temos de dificuldade é um grande fluxo que são contratados pelo
PSS, então eles estavam na discussão do ano passado, mas não estão esse ano, ou o
contrário, ele não estava lá, mas entrou aqui no colégio esse ano. O PPP já está pronto.
Então isso também é uma dificuldade para as escolas quando tem um grande número de
professores, na discussão coletiva do PPP. (Diretora).
No PPP, ficou registrado que sua construção, sua avaliação e sua reelaboração
coletiva foi um desafio, pois a equipe de coordenação pedagógica, que foi a
responsável por organizar os momentos de discussão conjunta, precisava atender a
outras demandas emergentes do cotidiano, que acabaram dificultando a elaboração
do documento coletivamente. Em outras palavras, o PPP foi uma construção
centralizada nas pedagogas, em horários remanescentes, o que provoca a discussão
sobre as condições de trabalho para a elaboração, o acompanhamento e a avaliação
108
A gestão da escola se traduz cotidianamente como ato político, pois implica sempre uma
tomada de posição dos atores sociais (pais, professores, funcionários, estudantes) e para
que a tomada de decisão seja compartilhada, é necessária a implementação de vários
mecanismos de participação dos mesmos como o aprimoramento dos processos de
provimento ao cargo de diretor e a consolidação dos órgãos colegiados com o
fortalecimento das APMFs, Conselhos Escolares e dos Grêmios Estudantis. (PPP, 2011).
A cada semestre será feita a avaliação da gestão pelos diretores e também pela
comunidade escolar, para que possam ser retomadas algumas ações e pensadas novas
estratégias de ações para atingir a melhoria e qualidade do ensino-aprendizagem de
nossa escola; diagnóstico através de questionários para que se possa ter dados concretos
de como a gestão está sendo avaliada pela comunidade escolar e quais atitudes precisam
ser tomadas para efetivar as ações propostas nesta proposta de gestão. (Plano de Ação
2016-2020).
Em 2015, a gente conseguiu vencer pela comunidade escolar e não pelo grupo de
profissionais aqui dentro da escola. Eu tive uma votação bem destoante a nível de pais,
de urna de pais, a gente conseguiu muito, porque os pais queriam mudança, mas os
funcionários e professores tinham medo da mudança. No Plano de Ação, a gente tentou
elaborar olhando tudo o que a gente gostaria que fosse mudado, do que nós
vivenciávamos como professor. Aí a gente começou a trabalhar em cima da divulgação do
Plano de Ação, que foi a nossa campanha, em vez de falar das pessoas como a outra
chapa fazia, nós falávamos que a gente pretendia mudar, e acho que aí que a gente
ganhou a comunidade, e aí a gente foi eleito com muito voto; deu, assim, o dobro de votos
da outra chapa. A comunidade realmente acreditou na gente, foi muito bom. Foi chamada
uma Assembleia, as duas chapas, só esse momento que a gente teve com os pais, as
duas chapas no mesmo dia, falando sobre suas propostas. A outra chapa fez uma
campanha meio que burlada, pois chamavam os pais para “entregar boletim” e faziam a
campanha. Infelizmente, o profissional da educação, ele é elite pensante, mas, às vezes,
não age com respeito nessa situação. Nós não, nós tivemos só essa Assembleia Geral,
onde a gente falou do plano de gestão e mostrou para as pessoas que podia ser diferente,
e aí a gente, só com uma Assembleia, fez a fala, e foi super positivo. Agora, a campanha
com os alunos, a gente tinha um tempinho que a gente ia nas salas e falava tipo cinco
minutinhos supervisionados por uma equipe de fiscais, e aí a gente falava com os alunos,
dizia sobre as propostas da chapa, e deixava perguntar. (Diretora).
109
A escola que temos: falta de comunicação entre os diversos setores da escola; falta de
transparência na prestação de contas à comunidade.
A escola que pretendemos: escola e família em busca da educação de qualidade; escola
com gestão transparente na aplicação de recursos financeiros.
O que vamos fazer: reuniões com os membros da escola e família; discussão com a
comunidade sobre a aplicação de verbas; prestação de contas através de informativos e
painéis; solicitação de melhorias e ampliação da escola à SEED. (Plano de Ação 2016-
2020).
O Conselho Escolar, na gestão anterior à nossa, era chamado pra decidir se tirava aluno
da escola ou não. Isso era terrível, porque a função do Conselho Escolar não é botar aluno
pra fora, mas, sim, resolver problemas. Como nós vamos poder acompanhar a equipe
pedagógica ou a escola para que a gente faça uma recuperação desse aluno? É essa
função do Conselho. Então, nós chamamos o Conselho sempre juntos em todas as
decisões, por exemplo, nas decisões de verba, sempre juntos nas decisões de
cancelamento de aulas, como agora na pandemia. O Conselho Escolar teve uma
participação bem importante, porque a gente teve que convencer os pais de que era
importante que os alunos participassem, porque, num primeiro momento da pandemia,
todo mundo achou que estava de férias. Ninguém queria fazer mais nada. Os pais não
faziam os alunos assistir às aulas, não tinha rotina de escola; então, ficou bem complicado.
Então, o Conselho Escolar teve uma participação efetiva que foi ajudar na divulgação, do
111
A escola que temos: Conselho de Classe desvinculado das ações pedagógicas; avaliação
somente para aferir notas;
A escola que pretendemos: Melhorar o índice do IDEB;
O que vamos fazer: Otimizar o Conselho de Classe para repensar ações; avaliação como
forma de melhorar a educação. (Plano de Ação 2016-2020).
No nosso Conselho de Classe, nós tratamos da vida estudantil de todos os alunos, mas
em especial, debatemos mais sobre os que apresentaram alguma dificuldade de
aprendizagem. Pensamos juntos o que pode estar levando a nota baixa; se é comum em
mais disciplinas, e definimos o que pode ser feito no sentido de ajudar o aluno na
aprendizagem. (Diretora).
metodologias do professor; além disso, como proposta, foi destacada sua natureza
para repensar ações pedagógicas e conceber a avaliação como impulso para
melhorias na educação. No relato da diretora, o Conselho de Classe trata mais
especificamente das dificuldades de aprendizagem, possíveis causas de notas baixas
e encaminhamentos que podem ser pensados para auxiliar o aluno a atingir uma boa
nota, ou, ao menos, atingir a média.
A ênfase dada ao Conselho de Classe indica a compreensão de uma instância
com práticas burocratizadas, fragmentadas, com pauta essencialmente para atender
aos padrões de avaliações externas de aprendizagem que não favorecem a
democratização da escola, a avaliação coletiva e a formação docente.
Já em relação à participação e à autonomia estudantil, por meio do Grêmio
Estudantil como uma organização necessária para a democratização, trazemos os
excertos que seguem:
Do Grêmio Estudantil, esta é uma situação que eu quero contar pra você. Em 2016, eu
tinha um Grêmio, esse Grêmio era contrário à direção escolar porque ele foi eleito pela
direção anterior, então eu sofri muito, eles não queriam participar, eles não vestiam a
camisa das ações que a gente queria fazer, tudo eles reclamavam, tudo eles brigavam,
“não gostamos disso, não queremos aquilo”, mas teve uma nova eleição e aí a gente
conseguiu um grupo que era participativo, e aí a gente conseguiu ter um pouco mais de
tranquilidade para poder trabalhar junto. Só que, em 2020, quando era a eleição do Grêmio
novamente, iniciou a pandemia e o Grêmio ficou em standby. Então, só agora, acho que
não faz 15 dias, que a gente tem até dia 25 deste mês para eleger o Grêmio. Será chapa
única, porque a gente pegou os representantes de turma, que já foram eleitos pela turma,
e esses representantes montaram a chapa. Decidiram por chapa única, eles não quiseram
montar duas chapas, porque eles acham que não têm necessidade, eles podem unir forças
e trabalhar juntos, então foi bonito a atitude e a eleição vai ser semana que vem. Parece
uma equipe maravilhosa de alunos, super comprometidos. Hoje, às dez horas, eles vão
fazer uma fala ali na frente com os alunos na Assembleia deles, e eu acho que vai dar
tudo certo, e, aí sim, eu vou ter um Grêmio novamente. Como te disse, não pude vivenciar
113
muito da participação do Grêmio, visto que, num primeiro momento, eles eram contrários
e não queriam participar; em um segundo momento, quando começamos, entrou a
pandemia e era pra ter eleição do Grêmio, não deu; e só agora a gente vai ter eleição e
um Grêmio efetivo. (Diretora).
Uma coisa que eu aprendi, não adianta você quase obrigar as pessoas a participar, seja
do Conselho, seja da APMF. Os pais dos alunos do Ensino Fundamental vêm com uma
ideia de que eles têm que trabalhar nas festas, feitas nas escolinhas municipais. Daí,
quando você chama pra participar da APMF ou Conselho Escolar, eles têm medo, “ah uma
escola desse tamanho, eu vou ter que trabalhar”, e aí a gente explica que, na verdade, a
gente dificilmente faz eventos para arrecadar fundo, porque o fundo vem, a gente tem
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verba que é o suficiente se a gente souber gerir esse recurso. “Ah, mas tem escola que
reclama”. Não sei, eu consigo fazer, atendendo todos os setores, dentro do que é dado
para nós. “Ah, tem defasagem”. Tem, daí a APMF faz esse tipo de coisa, reciclagem, uma
contribuição voluntária para o pai, que doa o que quiser, e é isso que a gente tá
conseguindo fazer sem fazer evento com fim lucrativo. A não ser quando a gente tem um
evento pra fazer aqui dentro da escola, uma ação. Por exemplo, a calçada lá em cima que
a gente queria construir porque os alunos pisavam no barro quando desciam do ônibus,
entravam e sujavam a escola. Foi feito pela APMF, a gente, em dois meses, construiu a
calçada e deu conta. A entrada aqui, eles entravam na chuva e a gente queria fazer a
cobertura, vendemos pizza com a APMF, arrecadamos e construímos em dois, três meses
estava pronta a cobertura ali com a APMF. Então, nesse sentido, aí tem serviços.
(Diretora).
Da APMF, a gente estava com problema sério. Na minha primeira eleição, eu peguei uma
APMF que já era da equipe anterior. Então, também foi difícil porque o presidente da APMF
era resistente, difícil de lidar, a gente teve bastante problema. Ele tinha que ir ao banco
pra pegar ou assinar o cheque, ele dizia que nós tínhamos que pagar o dia de trabalho
dele. Então, na minha visão, aquela pessoa não tinha condições de estar, porque era um
trabalho voluntário, mas talvez não tivesse sido explicado as funções para ele direito. Aí,
quando foi para montar a APMF novamente, eu fiz a reunião primeiro, expliquei as funções;
então, ficou muito claro e, quando é claro e coerente, as pessoas não questionam. Então,
foi muito tranquilo o trabalho. E eles gostam de participar nas reuniões que nós fazemos
nos fechamentos de trimestre ou quando são convocados para decisões pedagógicas ou
ações que precisam acontecer na escola. (Diretora).
Sabe, o diretor influencia no clima escolar, no jeito em que os professores encaram o seu
dia a dia na escola, em como o funcionário vai fazer o seu trabalho. O diretor também
influencia em como a comunidade vai respeitar ou não a decisão do professor, de forma
115
de avaliação, como ele vai incluir os alunos, o diretor, o gestor. Ele tem um papel que é
imprescindível, ele é um líder, mas é um líder que tem que estar em todos os setores, ele
não é um líder burocrático, ele é pedagógico e político. (Diretora).
Tem muitos embates positivos. Eu coloco a palavra “embate” não no lado negativo, com o
núcleo regional e com as políticas da SEED. Temos várias, todas elas a gente até
argumenta. Por exemplo, uma das políticas implantadas pelo governo, nestes novos
cursos profissionalizantes, foi a contratação da UniCesumar para dar as aulas nesses
cursos, e essa aula é assíncrona. Então, uma aula só para o Paraná inteiro num mesmo
momento. Todas as escolas, em todos os municípios, com realidades diferentes, tendo
que realizar uma aula na qual os alunos não estão gostando e nem nós enquanto gestores
estamos assinando embaixo. Foi péssima a decisão. “Ah, mas você já falou isso pro
governo?”. Sim, através de protocolo. Cobrando uma postura diferenciada ou uma
mudança desse formato para que meus alunos não sofram consequências pedagógicas.
A gente protocolou um documento solicitando à SEED mais explicações e a mudança
desse formato, porque nós vamos ter desistência de alunos se isso continuar
acontecendo. Quer queira ou não, nós temos uma mantenedora, nós temos que seguir
tudo que é colocado, nos encaixar, mas eu posso segui-los e também questioná-los, o que
a gente tem feito. Algumas vitórias a gente consegue. (Diretora).
Nós seguimos regras, sim. Seguimos. Seguimos regras, mas eu vou te dar um exemplo.
Nós temos as semanas pedagógicas em que vem material totalmente pronto. Eu não
deixei de trabalhar o material, mas eu selecionei esse material, e eu trabalho sim no dia a
dia da escola. Porque dentro desse material que vem pronto, é para uma realidade do
Paraná, e eu tenho uma realidade colégio, específico, que eu preciso trabalhar, e o
momento que eu tenho é esse. Então, a gente nunca deixou de trabalhar os assuntos,
mas esses assuntos são voltados para o dia a dia da nossa escola e para a realidade da
nossa escola, e aí eu acho que é a diferença, a minha autonomia é velada, sim. Mas eu
também não deixo de fazer o que eu acho importante para democracia escolar também.
(Diretora).
A gente não pode reclamar do curso não, de formação, nós temos vários cursos, nunca
tivemos tantos cursos em relação à gestão escolar como no governo Richa. E, nesse atual,
como também nunca tivemos tanta cobrança a índices, números, que o governo exige de
todas as instituições de ensino. (Diretor).
Percebi que o trabalho mais árduo da escola é o trabalho com as pessoas, dialogar
cuidando com as más interpretações. É muito difícil o trabalho coletivo, não pela estrutura
da escola, mas pela disponibilidade e resistência de alguns professores. Parece que, para
alguns professores, é muito difícil pensar “vamos fazer juntos que vai dar mais certo”. O
curso ajudou um pouco nisso, pensar sobre isso. (Diretor).
Para uma Gestão Democrática efetiva, é necessário envolver toda a comunidade escolar,
promovendo encontros periódicos com todos os segmentos da escola. Não só para
67
Cursos de formação técnica.
117
As decisões mais significativas da escola precisam ser decididas de forma coletiva, mas,
pra isso, todo mundo precisa perceber que a escola é importante pra todos. Por exemplo,
nós fomos o primeiro colégio a colocar câmeras de segurança em todas as salas de aula,
monitorar todo o pátio. Isso também ajudou na questão da conservação do patrimônio,
diminuiu a depredação, diminuiu também a questão da violência na escola que é
basicamente zero, não tem mais violência na escola, e isso foi colocado numa reunião
para os alunos e professores e comunidade. Eles decidiram que seria bom isso acontecer
e foi feito. (Diretor).
As ações realizadas pelos docentes são articuladas por meio CREP [Currículo da Rede
Estadual Paranaense], BNCC e Projeto Político Pedagógico, serão acompanhadas pela
equipe pedagógica, e quando necessário serão replanejadas buscando uma educação de
qualidade. (Plano de Ação 2016-2020).
O gestor escolar desempenha vários papéis no ambiente escolar, como articulação entre
todos os setores da escola, sob todos os aspectos influenciar positivamente o clima. Assim
como garantir o bom desempenho dos profissionais que nela atuam e principalmente a
qualidade do processo de ensino e aprendizagem, enfim, o diretor assume funções de
natureza administrativas e pedagógicas. (Plano de Ação 2016-2020).
A eleição, eu vejo que é extremamente importante, até porque o órgão mais poderoso
numa instituição de ensino é o Conselho Escolar, eles podem tirar, destituir um diretor, se,
porventura, não estiver fazendo o trabalho como manda a lei. Ele é retirado do cargo
através do Conselho Escolar. É extremamente importante você ter uma eleição, você
participar desse processo democrático, você dar possibilidade para o pai e aluno opções
de escolha. Eu nunca gostei de não ter chapa concorrente, ou da ideia de diretor indicado.
Veja, quando eu concorri pela primeira vez, lá no final de 2013, à direção da escola, nós
tínhamos três chapas que concorreram de forma efetiva. Nós nos sentamos para elaborar
o nosso plano, que tem que passar pelo crivo do Núcleo Regional da Educação, atendendo
uma série de exigências, e nós tínhamos que pontuar alguns focos que nós achávamos
que eram essenciais, por exemplo, a evasão, a repetência, a violência na escola, que nós
tínhamos uma escola marginalizada. Tínhamos bastante a questão da violência, no
entorno e dentro da escola; nós tínhamos muito problema de alunos que usavam drogas
lícitas e ilícitas que propiciavam a violência, dentro e fora da escola. Então, a gente
elaborou nosso plano em relação às nossas maiores dificuldades, e, nesse plano,
tentamos contemplar a parte boa da escola, a abertura da escola para a comunidade, a
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valorização dos melhores alunos, a premiação entre aspas, o incentivo para os melhores
alunos, o “aluno destaque”, que nós lançaríamos se fossemos eleitos, bimestralmente,
agora é por trimestre. Os alunos destaque da escola para recompensá-los, para
passarmos aí para um prêmio, para colocarmos nas redes sociais, dar um certificado de
quais alunos foram os melhores na sala de aula durante o bimestre. A gente procurou
valorizar efetivamente a nossa comunidade, os nossos alunos e incentivá-los, pensando
em dar uma contribuição para eles. Eu sou professor aqui desde o ano 2000 e, até 2012,
a escola era extremamente depredada, quebrada, pedras atiradas no forro da escola,
foguetes, bombas, alunos se batendo, entrando e saindo machucados, porque eles não
tinham a escola aberta, eles vinham obrigados e ainda depredavam. Hoje não. O plano,
na época, foi apresentado para os alunos, para os pais, para a comunidade escolar e
conseguimos uma votação extraordinária, mais de 90% dos alunos acreditaram nas
nossas propostas. Tivemos uma dificuldade maior em relação aos professores e
funcionários, mesmo porque, na época, na minha primeira eleição, valia dez para um, tipo
se eu voto vale dez e o do aluno vale um. Então, pra cada professor, nós tínhamos que
ter onze votos de alunos, para cobrir o professor. A gente conseguiu. Na verdade, os
professores da época estavam acostumados a um tipo de diretor, uma metodologia, que
já estavam habituados naquela forma de trabalho, da antiga direção, e nós chegamos para
revolucionar, para mudar, para mostrar que não era só aquilo, nós tínhamos condições de
fazer mais. No final de 2015, e no final de 2020, eu fui reeleito, e o foco é sempre esse, a
questão do aluno na escola com segurança, e a escola aberta para a comunidade.
(Diretor).
Na verdade, o diretor precisa ter clareza nas informações e disponibilizar para todos de
forma clara. Eu faço assim, faço reuniões por setores, por exemplo, o pessoal do
administrativo, chamando um representante, “o que vocês estão precisando”; chegou uma
cota de expediente, “o que vocês precisam”, para que possamos adquirir com essa verba.
Chamamos o pessoal de técnico de enfermagem, de estética, “o que vocês estão
precisando para laboratório”; da mesma forma o pessoal da limpeza, se há alguma coisa
que está faltando, o pessoal da cozinha, reuniõezinhas rápidas por setores onde se
relaciona, por exemplo, “estamos precisando de uma máquina de xerox que estragou lá,
precisa de uma máquina de xerox nova”. “Ok, na medida do possível vamos adquirir”. E
tudo isso é colocado para que os professores, responsáveis, a comunidade escolar saiba
onde está sendo oferecido o dinheiro. Isso nós sempre fizemos, e vamos continuar
fazendo. Se a gente não informa ou consulta as pessoas sobre o que vamos fazer, é
problema. (Diretor).
Nós temos que ter primeiro, para que nós possamos ter uma escola democrática e
organizada de forma que nós atendamos às necessidades da comunidade, todos os
órgãos colegiados efetivados e trabalhando. O Conselho Escolar, a APMF, o Grêmio
Estudantil... a gente está tendo eleição do Grêmio Estudantil agora, são órgãos que têm
que necessariamente estar atualizados e funcionando na escola. A escola funciona de
forma democrática, quando nós temos a participação da comunidade de forma efetiva, os
pais na escola presentes, acompanhando cada aluno matriculado. Muitos dos nossos
problemas aqui na escola, evasão e violência, só conseguimos mudar a situação com o
apoio do Conselho Escolar e da APMF, por exemplo. (Diretor).
121
No PPP, o Conselho Escolar foi disposto como órgão que deveria atuar nos
rumos da escola, de acordo com a política educacional. No Plano de Ação, não ficou
definido sobre o seu caráter deliberativo, consultivo, avaliativo e fiscalizador nas
questões pedagógicas, administrativas e financeiras da instituição. Para o diretor, o
Conselho Escolar, a APMF e o Grêmio Estudantil eram órgãos colegiados importantes
para resolver situações/problemas pontuais da instituição, como a evasão e a
violência. Assim sendo, nessa unidade escolar, não fica evidente a compreensão de
que o Conselho Escolar seja o órgão máximo de deliberação.
Em relação à autonomia escolar para avaliar o desempenho dos alunos, as
atividades docentes e os encaminhamentos coletivos, expomos os dados referentes
ao Conselho de Classe:
Cabe à APMF dar todo o apoio necessário à Direção do Colégio, sendo corresponsáveis
no sistema organizacional da escola; reunir-se sempre que necessário para discutir
assuntos referentes ao andamento da Escola; dar opiniões quanto à compra de
equipamentos e/ou materiais necessários à escola; manter a comunidade informada sobre
a proposta pedagógica, estimulando a participação efetiva da mesma no processo;
diagnosticar as reais necessidades da Escola na aplicação dos recursos disponíveis;
administrar juntamente com a direção as verbas recebidas das esferas estadual e/ou
federal; promover eventos culturais e educativos visando lucros beneficentes à instituição;
participar de eventos promovidos pela SEED e Escola. (PPP, 2014).
Na verdade, tanto o Conselho quanto a APMF, não é uma crítica à gestão anterior à nossa,
longe disso, mas não tinham o hábito de fazer essa participação de forma efetiva. Aí, até
você mostrar a importância, até você reunir os pais, a comunidade escolar, explicar o que
é um Conselho Escolar, explicar a importância da APMF, nós tínhamos que usar o poder
de convencimento, mostrar qual que era a verdadeira necessidade, qual que era real
função de cada um, incentivava a fazer parte. Mesmo assim, sempre foi difícil compor uma
APMF, por exemplo. Até os dias de hoje, os pais, os responsáveis, eles não querem muito
compromisso em relação à escola pública. Muitos acham que a escola é pública, gratuita,
de qualidade, tem profissionais que recebem pra dar conta da escola, alguns, muitos têm
essa visão. Então, para nós compormos uma APMF, até os dias de hoje, é bem difícil,
porque a comunidade escolar não participa como deveria. Se eu falar pra você assim “é
maravilhoso, o pessoal briga pra fazer parte da APMF”, mentira. Eles se isentam com
muita facilidade. Sempre foi assim e eu imagino que era uma consciência que vai demorar
muito a mudar, você pedir para os pais comporem uma APMF e eles virem fazer o trabalho
de uma APMF é muito difícil. A cultura da participação é baixa, em tudo, na verdade.
(Diretor).
A APMF, no PPP, era um órgão de apoio efetivo, à gestão escolar, para ações
pedagógicas e financeiras. No Plano de Ação, destaca-se a APMF relacionada a
promoções para obter recursos extras à instituição para investimentos emergenciais.
E, no discurso do diretor, havia dificuldade em compor a APMF pela ausência de
compromisso dos pais com a escola e a herança de gestões interiores que não
incentivam a atuação de seus membros. Essa percepção do diretor sobre a
124
Nós, enquanto escola, não somos chamados pelo governo para decidir sobre uma ou outra
política. Por exemplo, desde 2016, começou o movimento de tentar colocar o Paraná no
primeiro lugar no Ideb do Brasil. Quando o Beto Richa começou a instituir a questão do
presente na escola, que era um dos programas que continuam até hoje, das plataformas
que agora estão mais desenvolvidas do que na época, mas é óbvio, já se passaram seis
anos, eles falavam em incentivar a equipe diretiva a ter um ganho maior fazendo uma
competitividade entre escolas, um ranqueamento, eles gostam de usar a palavra
“ranqueamento”, a escola que tiver mais aluno presente, o que melhor desempenha nas
plataformas, mais fazer redação, é uma visão mais industrializada, não sei se a palavra é
essa. Naquela época, começou e causou bastante estranheza, até nos dias de hoje, que
exista um ranqueamento entre as escolas, que existam um ranqueamento entre os
núcleos, entre os diretores, de que você só é bom se você atingir um índice de 95% de
alunos na escola, independentemente de ser grande, pequena ou média, de se ser cidade
grande ou cidade pequena, de bairro ou de centro. Você tem um extra, naquela época já
se falava em dar um bônus aos diretores que conseguissem atingir um nível de excelência,
sem reconhecer as realidades da escola. É complexo. É uma visão empresarial, o nosso
governo tinha e tem uma visão empresarial. (Diretor).
Saber lidar com ser humano é complicado, é difícil. Lidar com gente não é fácil, porque
tem pessoas e tem pessoas. Nós temos pessoas aqui, temos sessenta professores, vinte
funcionários, quase setecentos alunos; então, é aquela história, o que nós deixamos muito
para os professores é a questão do livre-arbítrio, nós não impúnhamos absolutamente
nada aos professores, eles têm a liberdade de dizer sim ou não. Claro que tem regras que
devem ser seguidas, coisa óbvia, não somos nós que criamos as regras, as regras vêm
125
pra serem seguidas, coloca muito a questão da responsabilidade de cada um. Deixamos
claro como eles são importantes, nós enquanto diretores somos cobrados todos os dias
pelo núcleo da SEED, quer dizer, é uma bola-de-neve, mas nós temos professores que
são extremamente resistentes, que não aceitam o novo, que se incomodam com o diretor
em sala de aula, que hoje é uma atribuição da direção assistir à aula, de forma esporádica,
uma aula por período, mas como a escola é viva, como eu disse, a gente observa na
medida do possível essas aulas. Tem professores que são resistentes, tem professores
que são extremamente abertos, que convidam a direção pra assistir, tem outros que fazem
cara feia, tem professor que não registra RCO [Registro de Classe Online] que é obrigação
do professor, tem conversas que têm que ser registradas em ata, têm que ser
documentadas, têm que dar continuidade via ouvidoria do núcleo regional; e tem aqueles
professores que são extremamente parceiros, o que você pede eles fazem, que sempre
tem contrapartida. Nós sempre fizemos algo de mão dupla, vamos fazer, pode fazer, quer
fazer, o que você precisa pra fazer, a gente está sempre à disposição pra ajudá-los, a
gente nunca diz não ao professor, vamos atrás de ônibus, atrás de locação, conversar
com Prefeitura pra ver se eles liberam ônibus. Eu nunca digo não, mas tem professores
que continuam com a resistência de que “eu trabalho há 30 anos e sou professor há 30
anos, ninguém vai me ensinar a dar aula, eu sei”. (Diretor).
Foi bem importante, porque a gente entra com experiência “zero” na direção e aprende
muito nos cursos, nessas discussões em pares, porque, aí, os cursos são sempre voltados
a poder dialogar com colegas. Então, era uma oportunidade de ter contato com colegas
com mais experiência que vão poder dizer como resolver determinada situação,
exemplificar. Acho que a parte do exemplo é melhor, apesar das cobranças. Existe uma
cobrança muito grande no diretor, em relação a tudo. (Diretora).
O curso ajudou muito porque a parte administrativa, financeira, que a gente não tem noção
nenhuma. Então, era o que mais me chamava atenção. A parte pedagógica, quer queira
ou não, você já tem mais noção, porque você estava lidando em sala de aula. Outra coisa
importante, que ajudou saber dialogar com a parte humana da escola, digamos assim.
Conversar, orientar, ouvir e ver por que a pessoa foi lá e fez o que não era para fazer, por
exemplo, uma fala distorcida de outro professor com os alunos, um recado mal
interpretado e passado entre os professores. Percebi e lembro bem que a gente é muito
testada, tanto por alunos quanto por funcionários, por professores, quando está
começando, ao ponto de as pessoas fazerem coisas meio absurdas pra ver até que ponto
você vai corrigi-los. Então, a gestão de pessoas, com as pessoas na escola, é a parte mais
difícil. É a parte que dispende mais energia, mais trabalho, pra não gerar confusão. Isso
foi bem bom aprender também. (Diretora).
Debater sempre com todos onde aplicar os recursos destinados para infraestrutura. (Plano
de Ação 2016-2020).
É importante que todos participem nas decisões que a escola toma. Por exemplo,
estávamos com dificuldades de cobrança de uniforme. Então, fizemos uma reunião
ampliada, com os pais, os professores e os alunos, e perguntamos “o que vocês acham
que nós podíamos fazer?". Eles, os pais, os próprios alunos, os professores, sugeriram:
“Acho que vocês deveriam ter uniforme na escola, o aluno justificar porque não veio de
127
uniforme e emprestar o da escola”. Daí a gente fez isso. E se o aluno reclama a gente diz
“foram os pais mesmos de vocês que falaram”. Então, essas coisas, assim, a gente fez,
coisas mais simples, de cotidiano, e outras mais complexas, por exemplo, em termos de
verbas, sempre que tem verbas maiores é levado para todos e perguntado em que eles
acham que pode ser investido e, às vezes, a gente tem que dar uma analisada para ver
se vai ser possível. Por exemplo, veio uma verba, a ideia de que eles queriam era reformar
o ginásio, mas era cem mil, e o ginásio precisava de trezentos mil. Daí não foi possível e
foi aplicado no bosque, pintura das árvores, plantação de flores, e outras pequenas
reformas que precisavam. Então, são coisas que têm que ter estudo, mas eles sempre
participam. (Diretora).
Eu sempre digo que a eleição é um meio que a gente tem de, de repente, ser necessário
resistir a uma situação, porque, dependendo da situação, se quiserem obrigar a alguma
coisa na escola, se o diretor disser “não”, se for um diretor indicado, esse diretor pode
sofrer alguma consequência. Pode ser tirado, digamos. No caso da eleição, não. O diretor
é escolhido e representa a comunidade e tem um único órgão que pode deliberar para tirar
o diretor, que é o Conselho Escolar. Então, a cada dois anos, tem avaliação do Conselho
Escolar. A eleição é democracia, é a chave, digamos assim. Aqui, é uma escola pequena.
Então, fui chapa única. Havia uma concordância de que o diretor que fosse se candidatar
fosse uma pessoa que tivesse há mais tempo na escola e, aí, na verdade, inicialmente, eu
não me colocava como candidata, mas o grupo da escola decidiu me convidar. A diretora
que estava anteriormente era uma mulher muito conhecida, a gente trabalhava bem juntas,
e ela me propôs de eu ser a candidata porque ela não pretendia permanecer. Ela já tinha
ficado acho que dez anos na direção e não pretendia continuar, aí achava que tinha que
renovar, tinha que ter uma mudança. A princípio, eu fiquei meio relutante, porque não me
via na direção, mas aí acabei aceitando. Mas foi assim meio que uma indicação do grupo
da escola, dos professores, do coletivo e colocado numa reunião com os pais, eles
acataram. Foram feitas reuniões por turma e uma reunião coletiva com os pais. Eu
apresentei o Plano de Ação e me apresentei como candidata. (Diretora).
Tornar público as regras e normas internas da escola, bem como todo o regimento escolar.
(Plano de Ação 2016-2020).
Nós temos como hábito compartilhar todas as informações aqui. Acho que isso é muito
importante para que não venham “foi feito tal coisa e eu não sabia que ia ser feito”. Então,
a gente sempre teve assim materiais informativos que, no início do ano, a gente entrega
para cada professor; um informativo de como a escola funciona, os horários, enfim, até
por ser uma dualidade administrativa, quais os espaços que são específicos da rede
estadual, quais são do município, quais são coletivos e para os alunos o regulamento
deles, que é repassado muito no início do ano letivo para os pais. Temos também as
reuniões informativas. (Diretora).
O Conselho Escolar tem por finalidade efetivar a Gestão Escolar, na forma de colegiado,
promovendo a articulação entre os segmentos da comunidade escolar e os setores da
escola, constituindo-se no órgão máximo de direção, sendo ele de natureza deliberativa,
consultiva e fiscal. (PPP, 2011).
Sempre nas reuniões com pais, a gente já aproveita para fazer as renovações do Conselho
Escolar e da APMF. Explico o que é o órgão e quem pode participar e pedimos que eles
se voluntariem a participar. Normalmente, eles se voluntariam e se colocam à disposição.
130
A gente nunca teve grandes problemas para formar esses órgãos. A gente aproveita as
reuniões, próximas de vencimento de mandato e já levanta quem pode participar, quem
vai participar. O Conselho, digamos, é o órgão mais importante, como já te disse já no
início da conversa sobre a eleição. A gente convoca o Conselho para tudo que é mais
importante, por exemplo, aprovação do calendário escolar, validação de ano letivo,
mudança de trimestre; PPP também foi aprovado pelo Conselho. Outro exemplo, quando
a gente optou pelo RCO, inclusive, que é o Registro de Classe Online, foi o Conselho
Escolar que aprovou; a própria validação da gestão, em dois anos teve avaliação da minha
gestão, foi o Conselho Escolar que aprovou que eu continuasse. (Diretora).
Utilizar os Conselhos de Classe para analisar, em conjunto, o êxito dos estudantes e quais
práticas e/ou avaliações melhor se adequaram para cada turma e/ou aluno, procurando
identificar os casos de baixo rendimento e decidir coletivamente que estratégias e formas
de avaliá-los podem contribuir para melhorias no ensino-aprendizagem. (Plano de Ação
2016-2020).
A escola não possui Grêmio Estudantil. Entretanto, os alunos já estão se mobilizando para
que no início do ano letivo seja realizada eleição para a formação de grêmio na escola.
(PPP, 2011).
Realizar com alunos avaliação dos docentes, equipe pedagógica e direção, agentes
educacionais, buscando analisar como eles veem os profissionais e seus respectivos
trabalhos, e em quais aspectos tais avaliações podem contribuir para mudanças e
melhorias. (Plano de Ação 2016-2020).
O Grêmio... confesso que a gente relutou um pouco por ser uma escola só de anos finais
do Ensino Fundamental. A parte de protagonismo e mesmo de responsabilidade deles
ainda é um pouco falha. Então, a gente teve um pouco de dificuldade com o Grêmio sim
para formar e para eles entenderem. A maioria deles não compreendia o que eles estavam
fazendo, por que eles tinham determinado cargo, porque daí tem que ter os cargos de
presidente, vice-presidente. Confusos mesmo no sentido de “o que eu faço enquanto
Grêmio?”. Mas, no geral, a gente foi trabalhando e eles conseguiram ajudar,
principalmente eventos culturais de promoções e festinhas comemorativas, por exemplo
uma festa junina, ajudavam a organizar a parte de dança, o que fazer no dia, a gente
chamava eles para ajudar ou jogos interséries que eles adoravam, quem iria jogar, quem
iria montar os times e o Grêmio sempre ficava incumbido mais dessa parte, sendo assim
menores, mas trabalhavam bem. (Diretora).
É uma entidade civil, pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos. Entre as
atribuições da associação, destacam-se: a integração entre escola e comunidade;
administrar de acordo com normas legais os recursos provindos de subvenções sociais,
doações e arrecadações. (PPP, 2011).
A APMF é mais a parte financeira mesmo, gerir recursos. Faz a parte ali de gerir os
recursos federais e também campanhas, promoções, para ter recursos próprios. Mais
nesse sentido que a APMF atua. (Diretora).
Veja bem, a gente sempre fala que não tem como você decidir e fazer tudo sozinho, é
impossível. Então, é bom você ouvir os outros, você ter essa participação. Eu estou aqui
e eu tenho uma noção do que é necessário para comprar, mas os alunos e os pais podem
estar sentindo necessidade de outra coisa. Só que aí remete muito à questão “eu vou
chamar a comunidade ou não”, porque a lei diz que é obrigatório a cada verba que chega
chamar a APMF para decidir no que gastar. Aí, por exemplo, a gente recebe mil e
quatrocentos de verba, e eu sei que tem que comprar gás de quatrocentos o botijão e
preciso comprar material de limpeza, porque menos de mil você não gasta em material de
limpeza numa escola desse tamanho. Adianta chamar a comunidade e dizer "eu preciso
decidir o que gastar, mas eu preciso de gás e material de limpeza”? Acho que nesses
momentos assim, não que não seja importante, mas chega a ser em excesso, porque daí
mensalmente vem essa verba, então tenho que convocar uma vez por mês a APMF, a
diretoria principalmente. Fica uma coisa meio que em excesso, e é por isso que, muitas
vezes, as pessoas não querem participar, por exemplo da APMF, porque acham que vai
ter muita reunião. Às vezes, eu chamo e eles sugerem comprar bola, material esportivo,
mas não posso comprar bola este mês, este mês eu tenho que comprar material de
limpeza. A participação e decisão da APMF, nesses momentos, é complicada. Eu acho
que deveria ser mais facultativa a situação de chamar APMF. Em outras decisões, maiores
digamos assim, eu acho completamente válido. As questões de verbas com a APMF são
sempre delicadas, porque vem verbas destinadas para determinadas coisas, que precisam
de três orçamentos, e tem as verbas que a própria APMF levanta para situações
emergenciais. Por exemplo, esses dias um aluno veio e me disse: “Dire, nós queremos
uma bola para jogar no recreio”. Fui lá e comprei com recursos da APMF, porque eu prefiro
o aluno jogando na hora do recreio, do que brigando. E é também uma situação que não
cabe chamar a APMF para uma reunião ou Assembleia para votar se compro a bola ou
não. (Diretora).
Buscar melhorias constantes, buscando sempre discutir com comunidade escolar o que
se considera relevante realizar no ambiente físico visando maior conforto, acessibilidade
e funcionalidade para todos. (Plano de Ação 2016-2020).
Normalmente, eles mandam assim “vocês podem escolher”, mas é uma escolha meio
relativa. Por exemplo, a adesão do RCO foi o Conselho Escolar que aprovou, mas foi um
caminho em que todo mundo foi obrigado a aderir. É uma coisa boa, não é um coisa ruim.
Das políticas é tudo meio nesse sentido. O Conselho Escolar aprova, mas não tem muito
como escapar, você não tem como dizer não. Mesmo no ano passado, a gente teve o
aluno monitor, que também estávamos meio relutantes de ter aluno monitor, que vai
acompanhar o programa à tarde, mais aprendizagem, que vai ter folha ponto para ele,
inclusive. Era novembro do ano passado e tinha que implementar. O Conselho Escolar
disse que não, mas não teve jeito, a gente teve que ter pelo menos um aluno monitor.
(Diretora).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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dispositivos que especifica, da Lei nº 14.231/2003, que dispõe sobre consulta para
designação de Diretores e Diretores Auxiliares dos estabelecimentos de ensino.
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PARANÁ. Lei No 15.800, de 16 de abril de 2008. Dá nova redação ao art. 6º, da Lei
nº 15.329, de 15 de dezembro de 2006, conforme especifica. Curitiba: Casa Civil,
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2022.
PARANÁ. Caderno de Apoio à Elaboração do Estatuto da APMF. 2. ed. rev.
atual. ampl. Curitiba: Governo do Estado do Paraná, Secretaria de Estado da
149
APÊNDICES
155
LISTA DE APÊNDICES
Quadro 7 – Artigos publicados na RBPAE, encontrados com o descritor “gestão educacional democrática” em 2021
Ano Autor(es) Título Objetivo Metodologia Resultados/Conclusões
2010 Maria de Fátima Cóssio; Gestão educacional O texto objetiva refletir sobre as Não está explícito. O estudo desenvolvido nas três
Álvaro Moreira Hypolito; e reinvenção da relações de poder que instituições escolares sinaliza que não há
Maria Cecilia Lorea Leite; democracia: permeiam as decisões no uma forma de gestão mais adequada ou
Maria Antonieta Dall’igna questões sobre campo educacional no sentido melhor, mas experimentações sociais
regulação e de ampliar a compreensão do baseadas na democracia, que não se
emancipação conceito e das práticas de constituem em modelos a serem
gestão democrática. seguidos, mas em incentivo para a
produção e a expansão de novas
experimentações.
2014 Marília Fonseca Planos de governo e O texto analisa a política Análise documental. O processo de construção da política
educação brasileira: educacional brasileira a partir educacional de um país é dependente de
do regime militar aos das últimas décadas do Século vários fatores internos e externos. Os
tempos atuais XX, examinando como a objetivos educacionais interligam-se aos
gestão e o planejamento projetos nacionais de desenvolvimento e
educacional foram estes, por sua vez, atendem de forma
configurados nos diferentes mais ou menos autônoma aos requisitos
governos que sucederam o gerados pelas mutações do quadro
contexto político do regime político econômico mundial.
militar. Internamente, são geradas demandas da
sociedade, mais especificamente aquelas
que partem dos educadores, muitas
vezes sustentando posições contrárias à
política oficial. Os valores que se originam
desses fatores podem induzir formas
diferenciadas de se conceber um projeto
educativo e de definir a sua gestão.
Observou-se, nas fases históricas
analisadas, que os diferentes estilos de
governo adotados no Brasil, no período
republicano, deram o tom das relações
entre o Estado e a sociedade.
2015 Daianny Madalena Costa; Possibilidades de O artigo tem por finalidade Análise documental. A principal conclusão do trabalho propõe
Luciane Szatkoski avanço democrático a refletir sobre a política que a educação escolar seja capaz de se
partir das políticas educacional constituir aprendente e se faça por meio
educacionais: olhares promovida pela Secretaria de uma gestão municipal calcada na
sobre a gestão Municipal de Educação do participação de todos os envolvidos.
municipal de Jacareí município de Jacareí/SP, no
(continua)
157
(conclusão)
Ano Autor(es) Título Objetivo Metodologia Resultados/Conclusões
estado de São Paulo. detrimento de aspectos e demandas de
Os depoimentos dos natureza administrativa, bem como para
diretores foram atender às determinações advindas da
analisados e Secretaria da Educação de São Paulo.
interpretados na
perspectiva da análise
de conteúdo de
Laurence Bardin e à luz
da literatura que
discorre sobre o
assunto.
Fonte: A autora com base nos artigos encontrados com o descritor “gestão educacional democrática”, 2022.
165
Quadro 8 – Artigos publicados na SciELO, encontrados com o descritor “gestão educacional democrática” em 2021
Ano Autor (es) Título Objetivo Metodologia Resultados/Conclusões
2010 Neusa Maria Dal Gestão democrática na O objetivo deste trabalho é Entrevistas e A investigação revelou que a Escola sobre a qual
Ri; Candido escola pública: uma discutir a pedagogia do observações. o Movimento detém a posse tem funcionamento e
Giraldez Vieitez experiência Movimento dos organização diversos dos usualmente
educacional do MST Trabalhadores Rurais Sem encontrados nas escolas oficiais, colocando em
Terra por meio da análise dos epígrafe categorias educacionais como a união do
principais elementos ensino com o trabalho e a gestão democrática
pedagógicos presentes na compartilhada entre alunos, professores,
Escola Municipal de Ensino funcionários e comunidade.
Fundamental Construindo o
Caminho.
Descartado
2010 Edson Francisco Instâncias de O artigo analisa a questão da Os dados foram Ficou evidente que os desafios à implementação
Andrade participação na gestão construção da cultura coletados por meio de desse paradigma de relacionamento no interior do
do sistema municipal democrática no âmbito do entrevistas sistema são muitos e reclamam a iniciativa de
de ensino: sistema de ensino do Recife semiestruturadas e da todas as instâncias, não apenas a contrapartida
possibilidades a partir da inter-relação entre administração de das instâncias periféricas, conforme observou-se
e perplexidades no as instâncias de participação questionários em quatro o papel dos conselhos escolares no contexto
processo de envolvidas com a gestão escolas municipais do atual. Assim, a existência de instâncias
democratização educacional. O estudo Recife, além da superiores, tal qual se precisou retratar a
contempla, especialmente, o realização de entrevistas Secretaria de Educação e o Conselho Municipal
papel dos Conselhos de com pessoal de Educação ao longo do texto, em função de ser
Educação, assim como as estrategicamente o perfil atual dessas instâncias, destitui-se. Por
atribuições da Conferência posicionado na conseguinte, o modelo de relacionamento no
Municipal de Educação Secretaria Municipal de sistema que se propôs, ampara-se na concepção
(Comude) no processo de Educação, no Conselho de horizontalidade entre os participantes da ação
proposição de políticas Municipal de Educação e comunicativa.
educacionais para os membros dos Conselhos
diferentes grupos sociais da Escolares.
sociedade recifense.
2010 Vitor Henrique A educação, a política O artigo apresenta subsídios Pesquisa bibliográfica. Tendo por base a literatura científica sobre
Paro e a administração: teóricos para se discutir administração escolar, o trabalho traz à discussão
reflexões sobre a como se configura a ação uma concepção conservadora, mais identificada
prática do diretor de administrativa do diretor de com o senso comum educacional, que advoga
escola escola básica (com enfoque métodos e princípios idênticos aos aplicados na
especial no Ensino administração empresarial capitalista, e a
Fundamental) diante dos fins confronta com uma concepção de cunho
da educação e da progressista, que leva em conta a condição
cultural e histórica do trabalho pedagógico. Ao
(continua)
166
(continua)
170
(conclusão)
Ano Autor (es) Título Objetivo Metodologia Resultados/Conclusões
um estudo da rede Goiás, estado que vem se podendo ser considerada também como um ponto
estadual de Goiás destacando pelos bons nodal.
resultados alcançados em
avaliações de larga escala.
2020 Marília Fonseca; Planejamento e gestão O texto analisa o processo Análise documental e O estudo evidencia a intensa influência das
Eliza Bartolozzi educacional no Brasil: histórico de planejar a coleta empírica. agências internacionais no planejamento
Ferreira; hegemonia educação no Brasil nas educacional brasileiro, pela qual a educação no
Elisangela Alves governamental e últimas décadas do Século País é orientada historicamente para a formação
da Silva Scaff construção da XX e início do Século XXI. de mão de obra para o mercado de trabalho.
autonomia local
2020 Marilda de Austeridade fiscal, O texto analisa parte do O método adotado para Concluiu-se que se está caminhando para uma
Oliveira Costa; autoritarismo e política mapeamento iniciado em análise entrecruza pós-democracia gestionária, sob influência da
Cassia Domiciano educacional: as Mato Grosso que modificou a informações do período Nova Gestão Pública (NGP) e das suas
mudanças legislativas legislação estadual de 2016 a 2018, orientações gerencialistas em substituição à
na gestão democrática relacionada à gestão coletadas em sites gestão democrática e suas potencialidades na
do sistema estadual de democrática da escola oficiais do governo do construção da escola democrática. A perspectiva
ensino e da escola pública. estado do Mato Grosso e pós-democrática vem se impondo sob o discurso
pública de Mato Grosso dados documentais, que desqualifica a escola pública, ao focalizar,
confrontados com especialmente, os resultados nos testes e no
discursos e motivações Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
dos principais atores (Ideb), vistos hegemonicamente como sinônimos
envolvidos na alteração de qualidade. Tal discurso escamoteia a realidade
da política do estado, social e educacional, marcada por intensas
analisado à luz de desigualdades, cujas consequências no
referenciais teórico- desempenho de estudantes precisam ser
críticos que abordam o consideradas. Porém, é sobre os resultados que
tema Estado, sociedade e os reformadores empresariais atuam na área
educação no contexto de educacional por meio de organizações sociais e
(re)atualização fundações: agem como capitalistas, visam à
neoliberal. obtenção de lucro com isenções fiscais,
apropriam-se de fundos públicos e gerem a
definição de conteúdo da educação, levando
irremediavelmente à sua privatização.
Fonte: A autora com base nos artigos encontrados com o descritor “gestão educacional democrática”, 2022.
172
2. Formação continuada:
a) Realizou curso(s) específico(s) sobre a gestão escolar antes e depois da
eleição, para o mandato 2016-2020?
b) Qual a natureza/ênfase das discussões realizadas nas formações? (princípios
democráticos de organização; dimensão política, pedagógica ou técnica-
administrativa da função).
c) Considera a(s) formação(ões) importante(s) para pensar em princípios e
formas de tornar a organização escolar democrática? Se sim ou não,
argumente ou exemplifique sua resposta.
d) Qual a sua avaliação sobre o Programa Gestão em Foco? Foi importante para
alguma mudança em sua prática? Qual módulo do curso considerou mais
interessante?
PARTICIPAÇÃO
6. Quais eram suas principais preocupações e quais foram suas primeiras iniciativas
após assumir a função de diretor?
10. Após a eleição, o PPP foi reformulado ou avaliado? Se sim, quem participou e de
que forma? Se não, por que não?
AUTONOMIA
15. Quais foram as atividades realizadas pelo Grêmio Estudantil? Percebia que os
alunos compreendiam o que é o Grêmio? Se sim ou não, exemplifique.
16. Como eram as reuniões de Conselho de Classe? O que era discutido? Somente
professores participaram? Foi realizado Pré-Conselho? Quais são foram os
encaminhamentos realizados pós Conselho de Classe?
DESCENTRALIZAÇÃO
19. Houve (lembra) de algumas decisões que foram tomadas coletivamente? Se sim,
quais? E, como foi o envolvimento das pessoas (responsabilidades)?
ANEXO
178