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CAICÓ-RN
2022
MILENA CIBELE DANTAS MEDEIROS
CAICÓ-RN
2022
Universidade Federal do Rio Gran Grande do Norte -UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Profª. Maria Lúcia da Costa Bezerra - •CERES• - Caicó
Banca Examinadora
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A minha orientadora Profa. Dr.ª Francisca Edilma Braga Soares Aureliano, pelo
empenho dedicado à elaboração deste trabalho, pelo paciente trabalho de
acompanhamento das atividades, além de ter me apoiado, mesmo com todos meus
atrasos nos prazos de entrega.
A minha família e amigos, por sempre terem me apoiado durante todo o curso,
sempre com seus puxões de orelha, nunca me deixando desistir e por terem
continuado ao meu lado durante todo curso.
RESUMO
Esta pesquisa, norteada pela abordagem qualitativa (LUDKE, 1988; MINAYO, 1993;
ABRAMOWICZ e MELLO, 2000; DE GRANDE, 2011) desenvolveu-se na Escola
Municipal Professor José Gurgel de Araújo, com duas professoras da Educação
Infantil, e tem como objetivo: analisar os conceitos teórico-metodológicos que vem
fundamentando o uso das tecnologias e o potencial de inovação das docentes para
se adequar as novas exigências do ensino remoto no período de pandemia da COVID
19. O estudo, aborda os aspectos teóricos relacionados ao contexto do ensino remoto
no Brasil em tempos de pandemia e os desafios para a docência na educação infantil
(SARAIVA, TRAVERSINI e LOCKMANN, 2020; COSTA, NASCIMENTO, 2020), o uso
das TDIC’s na educação infantil como meio de facilitar o acesso aos conhecimentos
das crianças em tempos de isolamento social (SILVA, ANDRADE E BRINATTI, 2020;
RONDINI, PEDRO E DUARTE, 2020; MOREIRA; HENRIQUES; BARROS, 2020), a
criança, a infância, e o uso das tecnologias no cotidiano e na instituição da educação
infantil (LIMEIRA, 2017; JENS QVORTRU, 2014; RODRIGUES, 2014; NICHELE,
2014; COX, 2003), a criatividade e inovação na prática pedagógica dos professores
da educação infantil (MITJÁNS MARTÍNEZ, 2008; CORES, 2006). Para a coleta de
dados, foram realizadas entrevista semiestruturadas com as duas docentes das
turmas de nível 4 e 5 da educação infantil da referida escola, que foram gravadas, e
as respostas redigidas para análise dos dados, dispostas nas seguintes categorias: O
uso das Tecnologias na Educação Infantil, as Dificuldades enfrentadas na prática
docente no ensino remoto, e A criatividade no período de ensino remoto. Constatou-
se na pesquisa que diante da realidade investigada, a criatividade como competência
a ser desenvolvida, a partir do uso dos recursos tecnológicos usadas no ensino remoto
emergencial, foi repensado numa série de metodologias de ensino que trouxeram
resoluções a algumas dificuldades enfrentadas nesse período, mas também, não foi
possível ser adequada a todos os alunos. O ensino remoto em si foi uma solução
necessária ao problema causado pela pandemia, entretanto, não se reafirmou como
viável a todos os estudantes da rede pública.
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 9
1 PERCURSO METODOLÓGICO DA PESQUISA.......................................................... 11
1.1 OBJETO E OBJETIVOS DE ESTUDO .................................................................. 12
1.2 CAMPO EMPÍRICO E SUJEITO COLABORADORES DA PESQUISA .................. 13
1.3 INSTRUMENTOS DE REGISTRO DOS DADOS EMPÍRICOS .............................. 15
1.4 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS ................................................... 17
2 O USO DAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: CRIATIVIDADE E
INOVAÇÃO NAS PRÁTICAS DOS PROFESSORES DURANTE O ENSINO REMOTO
EMERGENCIAL .................................................................................................................. 18
2.1 O CONTEXTO DO ENSINO REMOTO NO BRASIL EM TEMPOS DE PANDEMIA E
OS DESAFIOS PARA A DOCÊNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL .................................... 19
2.2 O USO DAS TICS NA EDUCAÇÃO INFANTIL COMO MEIO DE FACILITAR O
ACESSO AOS CONHECIMENTOS DAS CRIANÇAS EM TEMPOS DE ISOLAMENTO
SOCIAL ............................................................................................................................ 22
2.3 A CRIANÇA, A INFÂNCIA, E O USO DAS TECNOLOGIAS NO COTIDIANO E NA
INSTITUIÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL: QUAIS AS POSSIBILIDADES? .................... 24
2.4 CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO NA PRÁTICA PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES
DA EDUCAÇÃO INFANTIL. ............................................................................................. 27
3 O USO DAS TECNOLOGIAS DURANTE O ENSINO REMOTO NA ESCOLA
MUNICIPAL PROFESSOR JOSÉ GURGEL DE ARAÚJO: ANÁLISE DO POTENCIAL DE
CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO DAS PROFESSORAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL. .......... 30
3.1 A CONDIÇÃO DO USO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS NA PRÁTICA DAS
PROFESSORAS NO PERÍODODE ERE ......................................................................... 30
3.2 AS (IM)POSSIBILIDADES NA PRÁTICA DAS DOCENTES: PARTICIPAÇÃO DOS
ALUNOS, E O CONTATO COM A FAMÍLIA. .................................................................... 33
3.3 A MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA NO ENSINO REMOTO: A CRIATIVIDADE E
INOVAÇÃO COMO FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS NO ERE ..................................... 36
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................... 42
5 REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 44
6 APÊNDICES ................................................................................................................. 48
7 ANEXOS ...................................................................................................................... 49
9
INTRODUÇÃO
Norte, e em 4 de maio de 2020 com a Portaria-SEI Nº 184 – NRPC, vai retratar sobre
as Normas para Reorganização do Planejamento Curricular do ano de 2020, com a
finalidade de orientar os Planos de Atividades e a inclusão de atividades não
presenciais, ou seja, a instauração do ensino remoto emergencial, na Rede Pública
de Ensino do Rio Grande do Norte, em regime excepcional e transitório, durante o
período de isolamento social motivado pela pandemia da COVID-19. (GOVERNO DO
ESTADO DO RN, 2021)
Logo mais, sendo possível observar no portal do Governo do Estado do RN
(2021) na data de 22 de julho de 2020 a Portaria-SEI Nº 368 consolida as Normas
para Reorganização do Planejamento Curricular do ano de 2020, com a finalidade de
orientar os Planos de Atividades e a Inclusão de Atividades não presenciais na Rede
Pública de Ensino do RN, devido a situação da pandemia.
Diante desse contexto surgiu nossa inquietação de pesquisa em torno da
seguinte problemática: Os professores da Educação Infantil desenvolveram por meio
do uso das tecnologias que processos criativos e de inovação em suas práticas
docentes para possibilitar à aprendizagem dos alunos no ensino remoto?
Em vista disso, este trabalho relata uma pesquisa desenvolvida na Escola
Professora José Gurgel de Araújo. O primeiro capítulo apresenta o percurso
metodológico da pesquisa, em que traçamos as escolhas metodológicas para a
realização da pesquisa de campo e os procedimentos de análise dos dados até chegar
a esse relatório acadêmico. O segundo capítulo aborda a revisão da literatura
enfocando os conceitos teóricos que darão base para melhor compreender a realidade
estudada. O terceiro capítulo, enfoca a análise dos dados da pesquisa em que
estruturamos em categorias para melhor atender aos objetivos do estudo, sendo elas:
o uso das Tecnologias na Educação Infantil, as dificuldades enfrentadas na prática
docente no ensino remoto, e a criatividade no período de ensino remoto. Por último,
traçamos considerações finais com a síntese dos resultados e as contribuições da
pesquisa para o cenário acadêmico.
11
parte da realidade social, pois o ser humano se distingue não só por agir,
mas por pensar sobre o que faz e por interpretar suas ações dentro e a partir
da realidade vivida e partilhada com seus semelhantes.” (MINAYO, 1993,
p.21).
GERAL:
• Investigar como são desenvolvidas as práticas pedagógicas por professoras
que atuam nas turmas de crianças pequenas (4 e 5 anos) da educação infantil
da Escola Municipal Professor José Gurgel de Araújo, para possibilitar a
aprendizagem durante o ensino remoto.
13
ESPECÍFICOS:
• Analisar os recursos e metodologias que as professoras da Educação Infantil
vêm inserindo em suas práticas para facilitar a aprendizagem dos alunos nas
aulas durante a pandemia da COVID 19 pelo ensino remoto;
• Identificar elementos das práticas pedagógicas das professoras que se
constituem como expressão da criatividade na educação infantil para
aprendizagem e desenvolvimento das crianças.
Esses objetivos guiaram nossa escolha dos procedimentos e instrumentos de
pesquisa que melhor apreendesse as nuances e relações do objeto estudado.
pré-escola, e por isso, tendo seu maior foco de professoras e alunos, funcionando
com mais turmas.
E com relação a Professora do IV nível, que é identificada neste texto por
Suerda, é formada em história, com prática nos anos iniciais, pois quando passou no
concurso do munícipio para assumir a docência, foi para uma sala de aula polivalente.
Como ela passou em um concurso para ensinar crianças da 1ª serie a 5ª série do
ensino fundamental séries iniciais na época em que começou a lecionar, continuou
lecionando por um tempo nessas turmas após formada.
Logo após, ocorreu uma normativa desenvolvida pela prefeitura do município
no qual os professores tinham que lecionar de acordo com sua área de formação
conforme determina a LDB n. 9.394/96. Com isso, a professora foi direcionada para
atuar nos componentes curriculares de: história e ensino religioso e cultura no Ensino
Fundamental II. Depois de um tempo a escola passou a oferecer apenas o
fundamental I, e a referida professora por ter passado em um concurso de professor
polivalente e ter prática com o ensino pedagógico, acabou por continuar na escola
lecionando. Gosta de trabalhar no ensino infantil, e é professora do nível 4º, pré-
escola, a 4 anos, e trabalha na escola desde 1994, tendo trabalhado como professora
de Educação Física, o fundamental II e no ensino infantil. Ou seja, é uma professora
que já tem experiência com a escola em que trabalha, e com o nível escolar da turma,
sendo assim uma das escolhidas a participar desse trabalho.
A outra professora escolhida para ser entrevistada, é identificada no texto como
Joseana. Ela é formada há 10 anos em teologia, um curso destinado ao estudo dos
deuses, religiões, e suas relações com os homens. Leciona no 5º nível, já trabalha há
18 anos, mas na referida escola está com 4 anos de trabalho. Tem uma boa
experiência com a turma, além de ter trabalhado no ensino fundamental, na
supervisão e no infantil dessa mesma escola e de outras instituições. Logo, também
é outra docente que já tem experiência nessa escola, motivando a sua escolha para
integrar essa pesquisa.
Nos últimos anos, há um aumento crescente nas discussões acerca do uso das
Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs) no contexto escolar
(MASETTO, 2000; BUZATO, 2001; ALAVA, 2002; ARAÚJO, 2009; RASIA, 2011;
dentre outros), uma vez que essas ferramentas são amplamente utilizadas no dia a
dia dos alunos, logo, tornaram-se uma ferramenta “valiosa” para o processo de
aprendizagem. E, podemos afirmar que uma das TIC que está mais intimamente
relacionada com a vida dos aprendizes, é o telefone celular. Ou seja, com a
disseminação dos referidos dispositivos móveis, os celulares, e o grande avanço das
tecnologias, houve um aumento considerável na criação e utilização de aplicativos no
cotidiano, sendo estes utilizados para diversos fins (NICHELE, 2014). Dentre estes,
pode-se destacar o uso de aplicativos no âmbito escolar, que acaba proporcionando
um maior aprendizado do aluno, ao tentar repassar de conteúdo de uma maneira mais
dinâmica.
E então, “[...] no ano de 2020, o mundo é paralisado por uma pandemia. Um
vírus altamente contagioso e razoavelmente letal provoca uma transformação
imaginável na sociedade do 24/7 - vinte quatro horas e sete dias por semana”
(SARAIVA, TRAVERSINI e LOCKMANN, 2020, p. 02), o que resulta no afastamento
social para prevenção e contágio do vírus, e diante desse cenário, a educação em
época de COVID-19, será perceptível que as tecnologias da informação e
comunicação passam a ser um espaço de luta e transformação para as instituições
escolares. (ROCHA; BARRETO, 2020)
Dessa forma, como apresenta a Portaria nº 343, de 17/03/2020 (BRASIL,
2020): as aulas presenciais seriam substituídas por aulas em meios digitais enquanto
durar a situação de pandemia do Novo Coronavírus - COVID-19. E esse momento se
torna desafiador, assim discutido por Rocha e Barreto (2020), pois essa modalidade
de ensino a distância, por meio digitais, era uma exclusividade do ensino superior e
com a propagação da pandemia, as famílias, professores e alunos da educação
básica se encontram obrigados a se adequar e administrar essa nova modalidade de
ensino aprendizagem.
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Logo após, retratando o quadro das aulas remotas no Rio Grande do Norte,
com a Instrução Normativa Nº 01/2020 – CEE/SEEC – RN, de 05/04/2020 postada no
Diário Oficial do RN (2020), vai dispor sobre o retorno das atividades escolares não
presenciais:
Mas, mesmo que ensino remoto tenha uma regulamentação do MEC, ninguém
estava preparado para utilizá-lo. As mudanças no sistema educacional tiveram que
ser realizadas rapidamente, de um dia para o outro, os professores precisaram
transpor conteúdos e adaptar suas aulas presenciais para plataformas on-line,
escolas, professores, famílias e alunos tiveram que se adaptar rapidamente às aulas
remotas. (COSTA; NASCIMENTO, 2020)
A utilização da tecnologia digital se tornou imprescindível para a situação e as
desigualdades presentes em nosso país, (RONDINI; PEDRO; DUARTE, 2020),
revelaram grandes desafios para a continuidade das atividades escolares de forma
remota. E principalmente, se tratando da Educação Infantil no Brasil, visto que os
impactos no aprendizado e a perda de vínculo com a escola poderiam aumentar o
abandono escolar, além de que as oportunidades de aprendizagem na primeira
22
Então, com o avanço do ano letivo, mediado pela plataforma digital, se viu
necessário a criação de medidas e métodos que promovessem educação de
qualidade e efetiva, correlacionada a realidade em que os alunos estavam inseridos,
“[...] é, pois, urgente e necessário transitar deste ensino remoto de emergência,
importante numa primeira fase, para uma educação digital em rede de qualidade.”
(MOREIRA; HENRIQUES; BARROS, 2020, p. 352).
“A escola de Educação Infantil não tem função de substituir a família nas suas
obrigações, ela é um complemento onde deverá estar integrado com a família em prol
do pleno desenvolvimento da criança” (LIMEIRA, 2017, p. 06). Neste sentido, a
Educação Infantil é, além de tudo, um complemento no desenvolvimento de um aluno,
deve estar presente desde primeiros anos de vida, sendo considerado um participante
ativo da sociedade, garantindo seus direitos a qualidade de vida, ensino-
aprendizagem, e o respeito as suas limitações e necessidades. Dessa forma, a
educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como foco o
desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico,
psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade
(BRASIL, 1996 apud LIMEIRA, 2017).
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Como a educação promovida na Escola deve ser uma extensão dos desafios e
da realidade que se encontra no momento, não é possível deixar de notar que o
mundo em que vivemos está cada vez mais informatizado e “[...] quando falamos de
um mundo informatizado no qual o futuro está presente nos referimos a crianças que
26
passam horas em frente ao computador, televisão, vídeo game, etc.” (LIMEIRA, 2017,
p. 8), logo, na sociedade a qual vivemos, acompanhando os avanços das tecnologias
da informação e comunicação e, as instituições acadêmicas não pode mais ignorar
que essas novas plataformas digitais influenciam diretamente na educação, e como
as TDIC’s na educação estão ligadas diretamente aos Objetos de Aprendizagem (AO),
que significam:
criatividade dos professores ao propor e readaptar suas metodologias para essa nova
forma de ensinar.
Nos últimos anos, a criatividade tem sido alvo de inúmeros estudos, sendo
um campo de investigação não só da Psicologia, mas também da
Sociologia, da Epistemologia, da Filosofia, da História, entre outras áreas do
conhecimento. Isto nos possibilita diversos olhares sobre o tema, pois cada
área a estuda de acordo com as suas especificidades. (MITJÁNS
MARTINEZ, 1997 apud CORES, 2006, p. 16).
Então, assim como discute Mitjáns Martínez (2008), existe, desde sempre, a
necessidade de introduzir mudanças no trabalho pedagógico, justificando-se pelo seu
próprio fim: ensinar, educar. Ou seja, na necessidade de cumprir adequadamente
seus próprios objetivos, o trabalho pedagógico tem que ser, de alguma forma, criativo.
Um reflexo para as próprias discussões das habilidades e competências dos
professores que foram discutidas durante o ensino remoto, como a criatividade e
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inovação deles foram essenciais para esse momento. Porém, vale abrir a seguinte
discussão:
Quando nos debruçarmos sobre as análises dos achados, vale ressaltar que
em primeiro momento foram feitas duas visitas a instituição de ensino. A primeira, com
objetivo de apresentação, demonstrando o interesse em realizar a investigação na
referente instituição, a qual foi entregue a carta de apresentação e responsabilidade
com os dados obtidos durante o procedimento de recolhimento de dados.
Após esses momentos, finalmente foi marcado um dia para a realização das
entrevistas com os sujeitos do estudo: Suerda, professora do nível IV e Joseana
docente do nível V. Os dados coletados foram analisados sob a técnica da Análise de
Conteúdo (ROCHA; DEUSDARÁ, 2005), onde construímos as categorias que serão
analisadas a seguir.
Então, como aborda Costa e Nascimento (2020), mesmo que o ensino remoto
tenha sido uma regulamentação do MEC, para enfrentar o problema causado pela
pandemia com relação à educação, ninguém estava preparado para essa forma de
ensino, as instituições de ensino, professores, famílias e alunos tiveram que se
adaptar rapidamente às aulas remotas, logo, se deparando com essa situação, é
possível perceber que a continuidade das atividades de educação remota se mostrava
dependente do acesso e utilização, por parte dos professores e alunos, as tecnologias
atuais de comunicação, ficando óbvio como as desigualdades socioeconômicas
existentes no país afetaram também a progressão das atividades escolares, criando
grandes desafios para os docentes e discentes, principalmente pública.
Logo, uso das tecnologias se tornou uma dificuldade tanto para os docentes,
como para os alunos, os professores tendo que se adequar a essa nova modalidade
e metodologias, no qual talvez muitos nem tenham conseguido se encaixar, o que
criou barreiras de aprendizagem em suas aulas, além de muitos alunos não
conseguirem acompanhar as aulas, principalmente aqueles em condições
socioeconômicas baixas.
Suerda: o incentivo e as
motivações das crianças, estava
relacionada com a motivação,
interesse e participação dos pais
delas.
Fonte: Autoria própria, 2022
Mitjáns Martínez (2008, p. 69) vai nos trazer a discussão de que a criatividade
vem se fazendo cada vez mais presente no contexto escolar. A criatividade pode estar
ligada à inovação, e esse ponto em específico foi extremamente levantado durante o
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ERE, visto que era necessário encontrar novas formas de inserir os alunos nessa
realidade, onde o ensino remoto era a solução para distanciamento social, e que a
educação precisa ser reestruturada as desventuras que podem ocorrer com o passar
dos anos.
A terceira categoria que construímos a partir das falas dos sujeitos é: A
criatividade no período de ensino remoto, uma das principais características discutidas
durante ensino remoto emergencial, principalmente pelo fato de que se tornou uma
necessidade, se tratando ainda de garantir uma forma de visualizar a aprendizagem
dos alunos, para todos os docentes que estavam à frente de suas salas nesse
momento que a educação mundial assumiu uma nova fase.
e dos aplicativos como WhatsApp e o Youtube, na qual a utilização desta última, foi a
mais aceita pelos alunos, e pelos pais.
Isso acontecia justamente por não ser preciso o download dos vídeos, pois
como os alunos usavam o celular dos pais, não era interessante muito material
ocupando o armazenamento do celular, mas o Youtube também resultava na
exposição da professora e suas aulas ao público diverso. Mas, com relação a essas
ferramentas na prática docente, esses métodos de certa forma foram aceitos,
justamente por permitir uma melhor prática com as tecnologias, como também a
comunicação com os pais.
E se tratando da professora Joseana, ela demonstrou seu potencial inovador
na contação de histórias, pedindo para seus alunos gravarem falando qual parte
gostou mais, fazia ditados online, e pedia respostas dos alunos quando mostrava
objetos durante os vídeos. As atividades da apostila não eram tão feitas, pois alguns
familiares tinham dificuldade de explicar algumas atividades para as crianças.
Dessa forma, entendendo que “atualmente na área da educação, o conceito de
mediação leva à expectativa de uma relação de reciprocidade entre o indivíduo e as
possibilidades do conhecer, aprender” (ZANOLLA, 2012, p.6), vamos destacar que as
professoras Suerda e Joseana fizeram um esforço ao usarem das ferramentas
tecnológicas, fazendo o que podiam de forma criativa e inovadora, para garantir um
ambiente de aprendizagem remoto, pois com o passar do tempo e com a
integralização desses aparelhos é possível declarar que uma comunicação com os
alunos foi estabelecida, havendo a criação de um ambiente propício ao
desenvolvimento, fundamentado pelo esforço das professoras ao procurar novas
forma de apresentar suas aulas.
Então é necessário considerar que “[...] a introdução de "novidade" no trabalho
pedagógico é importante sempre que essa novidade permita novos níveis de
aprendizagem e desenvolvimento.” (MITJÁNS MARTÍNEZ, 2008, p. 71). Diante dessa
narrativa, é preciso pensar que as novidades das metodologias precisavam estar
ligadas a formas de como a tecnologias e a criatividade poderiam estar
correlacionadas para criar um ambiente virtual de ensino significativo, o que, de
acordo com Joseana, se tornava complicado principalmente pelo seu desconforto com
os recursos que ficaram à sua disposição nesse momento.
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
5 REFERÊNCIAS
LIMA, Maria Alice Dias da Silva; ALMEIDA, Maria Cecília Puntel de; LIMA, Cristiane
Cauduro. A utilização da observação participante e da entrevista semi-
estruturada na pesquisa de enfermagem. Revista gaúcha de enfermagem, Porto
Alegre, 1999. ed. n. especial, 130-142 p. v. 20. DOI UFRGS LUME Repositório
Digital. Disponível em: <https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/23461>. Acesso
em: 3 abr. 2021.
RONDINI, C. A., PEDRO, K. M., & DUARTE, C. dos S. (2020). Pandemia do covid-
19 e o ensino remoto emergencial: mudanças na práxis
docente. Educação, 10(1), 41–57 p. Disponível em: <https://doi.org/10.17564/2316-
3828.2020v10n1p41-57>. Acesso em: 09 de jan. de 2022,
6 APÊNDICES
6.1 TERMO DE RESPONSABILIDADE
Prezados(as)
Gestores(as) da rede regular de ensino.
7 ANEXOS
7.1 ROTEIRO PARA ENTREVISTA COM AS PROFESSORAS