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CAICÓ, RN
2021
FABIANA DANTAS DE MEDEIROS
CAICÓ, RN
2021
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Profª. Maria Lúcia da Costa Bezerra - -CERES- - Caicó
Medeiros, Fabiana Dantas de.
Geografia e Educação Infantil: diálogos e práticas pedagógicas
em escolas públicas de Caicó/RN / Fabiana Dantas de Medeiros. -
Caicó, 2021.
56f.: il. color.
FOLHA DE APROVAÇÃO
____________________________________
Prof. Me. Djanni Martinho dos Santos Sobrinho
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
___________________________________
Profa. Dra. Tania Cristina Meira Garcia
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
___________________________________
Prof. Me. Luiz Eduardo do Nascimento Neto
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
Acima de tudo, agradeço a Deus por
mais esta realização. Dedico a minha família,
amigos, e ao professor Djaní, por toda paciência
e colaboração durante o desenvolvimento deste
trabalho.
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer esta dissertação às seguintes pessoas:
Minha família, que me incentivaram e apoiaram incondicionalmente.
Aos meus amigos, que me permitiram seguir nessa batalha com mais leveza e
determinação.
A minha companheira, que permaneceu ao meu lado, com seu amparo, ânimo e
cuidado.
À todos que se fizeram presentes durante a minha jornada, e sempre me
incentivaram de alguma forma.
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo principal investigar a abordagem da Geografia na
Educação Infantil, identificando os conhecimentos que estão relacionados a disciplina e
integram a proposta curricular neste âmbito da Educação. Discutindo as práticas pedagógicas
utilizadas pelos docentes, fazendo menção a autores como IMBERNÓN (2010), LOPES (2008)
E SILVA E CABÓ (2014) podendo assim apontar as dificuldades encontradas no ensino da
Geografia enfatizando a relação professor-aluno. Compreender como o aporte teórico exigido
na BNCC é utilizado nas escolas e se consegue ser notado a relevância social da Geografia. Os
dados foram conseguidos através de pesquisas qualitativas, realizadas com o corpo docente das
escolas abordadas, buscando a compreensão da trajetória do problema evidenciado, e focados
no ponto de vista dos entrevistados, obtendo a noção da realidade geográfica apresentada para
as crianças, como é feita esse processo e quais ferramentas são utilizadas na compreensão de
como a vida social pode ser abordada nesta disciplina, evidenciando a importância da disciplina
na construção do ser humano.
Palavras-chave: Educação Infantil; Geografia; BNCC; Educação Básica.
ABSTRATC
The present work has as main objective to investigate the Geography approach in Early
Childhood Education, identifying the knowledge that are related to the discipline and integrate
the curricular proposal in this field of Education. Discussing the pedagogical practices used by
teachers, mentioning authors such as IMBERNÓN (2010), LOPES (2008) E SILVA AND
CABÓ (2014) and can thus point out the difficulties encountered in teaching Geography,
emphasizing the teacher-student relationship. Understand how the theoretical contribution
required in the BNCC is used in schools and the social relevance of Geography can be noticed.
The data were obtained through qualitative research, carried out with the teaching staff of the
schools approached, seeking to understand the trajectory of the problem highlighted, and
focused on the point of view of the interviewees, obtaining a notion of the geographical reality
presented to the children, as it is done this process and which tools are used to understand how
social life can be approached in this discipline, highlighting the importance of the discipline in
the construction of the human being.
Key words: Early Childhood Education; Geography; BNCC; Basic education.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...............................................................................................................09
2 CENÁRIOS EDUCATIVOS: CARACTERIZAÇÃO ................................................11
2.1 COMPREENDENDO OS ASPECTOS DA LOCALIZAÇÃO.....................................11
2.2 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES EDUCATIVAS...............16
2.2.1 OFERTA DE NÍVEIS DE ENSINO NAS INSTITUIÇÕES......................................24
2.3 PERFIL DOCENTE E DISCENTE...............................................................................25
3 GEOGRAFIA NA PROPOSTA CURRICULAR........................................................28
3.1 EDUCAÇÃO INFANTIL..............................................................................................28
3.2 GEOGRAFIA E EDUCAÇÃO INFANTIL...................................................................31
3.3 CONTRIBUIÇÕES DA BNCC NO ENSINO DA GEOGRAFIA NA
INFÂNCIA...........................................................................................................................35
4 ABORDAGEM DA GEOGRAFIA NO ENSINO INFANTIL....................................43
4.1 PRÁTICAS DE ENSINO...............................................................................................43
4.2 ANALISANDO OS OBJETOS DE CONHECIMENTO...............................................48
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................54
REFERÊNCIAS..................................................................................................................55
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1 INTRODUÇÃO
Existem diferentes fases de compreensão dentro do processo aprendizagem de uma
criança, e as matérias são colocadas para ajudar no domínio de diversos assuntos da nossa
sociedade, cabe aos educadores construírem esta aprendizagem utilizando os conteúdos e temas
destes. Na educação infantil é onde se encontra o início do processo de pertencimento, e a partir
daí que começa a relação entre educação e realidade social da criança. A Geografia embora não
tenha tanto reconhecimento, é uma das áreas de conhecimentos contribuintes para essa
associação entre os dois meios, mas é necessário que isso seja reconhecido, para que se saiba
utilizar a mesma, como benéfica na aprendizagem.
A partir desta compreensão, deve-se investigar como a Geografia é trabalhada dentro
das escolas, mas especificamente, nas redes públicas; Em que lugar de importância é colocada
pelo estado e pelos próprios educadores, e para isso é necessário analisar o que já é feito dentro
desses ambientes, o que é exigido, e como, e se chega aos alunos todos os conteúdos
considerados necessários para uma aprendizagem significativa. Então, qual a importância da
Geografia na educação infantil, dentro das redes públicas? Como já falado anteriormente, o
processo de pesquisa e análise é feito diante da realidade que se é encontrada dentro de sala de
aula, no sistema público de ensino. A Geografia tem um lugar de importância na educação? Os
professores à reconhecem e à trabalham de maneira associativa? As crianças absorvem e
conseguem se entender dentro do contexto social-geográfico? Através dessas perguntas,
conseguimos analisar a abordagem utilizada na educação infantil para o ensino da Geografia, e
se nos tempos atuais esta contribui ou não, no conhecimento do discente.
Entender o contexto social-geográfico que o aluno está inserido é essencial, para fazer
a abordagem dos conteúdos, e a partir daí deve-se ser feito uma análise, para que se possa
proporcionar as crianças uma aproximação com sua realidade, ajudando também no seu
desenvolvimento quanto indivíduo dentro da sociedade, dando a Geografia o seu papel social e
facilitando a compreensão da mesma; Tudo isso é feito dentro do ambiente escolar, mas é
necessário contar com o apoio da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº
9.394/1996) para fazer o direcionamento, para que possa ser construído o processo de
aprendizagem.
Diante do enigma encontrado de qual é a importância da Geografia dentro da educação
infantil, é necessário se ter a compreensão de qual realidade é encontrada dentro da rede pública,
podendo-se assim refletir sobre a problemática, e influenciar sobre os melhores meios de
aplicação da Geografia. Dessa forma, conseguimos ter uma noção de que parâmetros não seguir
e quais devemos utilizar dentro de sala de aula.
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seio dessa família, era muito querida e até sendo apelidada carinhosamente pelos filhos do casal,
como “Bá”.
Leonor, foi levada a estudar na Escola Normal, onde saiu de Caicó, para Lages, à cavalo,
na companhia de Júlia Medeiros e Olívia Pereira, prosseguindo de trem até a capital, onde
teriam a oportunidade de frequentar a escola. Ao forma-se volta para Caicó, onde exerceu a
função de professora e diretora do Grupo Escolar Senador Guerra, seu salário era entregue ao
seu pai adotivo, e para se sustentar fundou o Externato São Luís, onde ensinava Letras e Artes.
Um tempo depois, ao voltar para capital fundou o colégio São luís, onde trabalhou até se
aposentar.
A história e vida da mesma não é reconhecida apenas pelos fatos que ocorreram em
Caicó como docente, pois a história de vida e representatividade como mulher estão presentes
na memória de seus conterrâneos. Dona Leonor como era respeitosamente chamada por seus
alunos, deixou marcas na história do município.
A Escola Municipal Maria Leonor Cavalcanti, tem como endereço da sede a Rua: Irmã
Crescência, n° 10, - bairro Nova Descoberta, com anexo na Rua: Major Ajax, n° 18 – bairro
Canutos e Filhos, no município de Caicó, Rio Grande do Norte.
Figura 1 – Fachada escola.
Ambas escolas dispõem do Projeto Político Pedagógico (PPP), que passam por
atualizações anuais, o que é considerado essencial, pois há sempre novos dados e informações
referentes as instituições que precisam serem sempre renovadas, como por exemplo metas que
são estabelecidas por todos que constituem a escola, portanto é uma tarefa coletiva.
Art.13. Os docentes incumbir-se de:
I-Participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de
ensino;
II-Elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do
estabelecimento de ensino;
Art.14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do
ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme
os seguintes princípios:
I-Participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto
pedagógico da escola;
II-Participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou
equivalentes. (BRASIL, 1996, p.15)
MERENDEIRA 1
LAVADEIRA 1
SECRETARIA 1
DIRETORA 1
AUXILIAR DE 1
MERENDEIRA
Fonte: Elaborado pela autora, a partir dos dados do PPP (2021)
Todos aqueles que estão inseridos dentro da instituição escolar desempenham um papel
significativo na aprendizagem dos alunos, os professores são responsáveis diretamente pelo o
ensino, mas é ao restante que cabe a qualidade de vida escolar das crianças. Por isso a
importância de se investir em um quadro de funcionários, para fornecer uma ótima experiência
de ensino-aprendizagem.
A instituição conta também com uma administração onde os gestores são escolhidos por
meio de eleição direta feita por funcionários, alunos, pais e/ou responsáveis, o conselho escolar,
que é o órgão máximo para tomada de decisões dentro da instituição. Onde também é propicio
a abertura para representantes da comunidade, fortalecendo o conceito de gestão democrática,
que é justamente uma forma mais aberta de gerir uma escola, fornecendo transparência,
democracia e participação de sua comunidade. O quadro de professores e funcionários é
separado de acordo com o seu conselho.
O primeiro é o Conselho escolar, que é responsável pelas tomadas de decisões dentro da
escola, se tornando assim o órgão de influência máxima, é composto pelas funcionárias da
escola, mas pode ter em sua composição também toda a comunidade escolar.
Quadro 2 – Conselho Escolar
NOME FUNÇÃO
Maria da Conceição Presidente
Jaqueline Nunes da Silva Vice-Presidente
Oliveira
Francisca da Conceição Secretária
Cirne Dantas
Gilvaneide Lima Dantas 2° Secretário
Fernandes
Maria Zilda de Morais Tesoureira
Joana da Conceição de 2° Tesoureira
Azevêdo Neta
Fonte: PPP da instituição.(2021)
O Conselho Deliberativo é responsável pela preparação de políticas e normas escolares,
cabendo-lhes também a tarefa de verificar a aplicação de normas gerais de organização,
operação e administração.
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necessário acabar com algumas nos livrarmos de determinadas raízes que nos prejudicam e
atrasam, e a gestão democrática, abre a porta para a luta de liberdade de escolha em nossa
sociedade.
No que diz respeito a estrutura física, conta-se com as seguintes dependências, como
mostra o Quadro 5:
Quadro 5 – Dependências Escolares
DEPENDÊNCIAS QUANTIDADE
Almoxarifado 1
Banheiros 4
Cozinha 1
Sala de multimídia 1
Pátio 1
Refeitório 1
Salas de Aula 5
Secretaria/Direção 1
Fonte: PPP da instituição. (2021)
A sala de secretaria e direção, dividem um mesmo espaço, que apesar de pequeno é
capaz de atender a demanda exigida na escola, e conta adequadamente com a preparação
exigida, com o material necessário para o suporte das atividades que ali são feitas, e a
consequência disso, é o bom funcionamento que é tido.
A escola conta com um espaço com cobertura (Figura 4) que é utilizado como refeitório
no período da tarde, mas o curioso é que esse mesmo ambiente tem diversas funcionalidades
dentro da instituição, no horário matutino é usada como espaço de desenvolvimento de
brincadeiras pela educação infantil, e no vespertino, além de acolher as crianças na hora da
refeição, ela conta com um acervo de livros que ficam ao alcance dos alunos, e é também onde
as professoras reúnem os alunos para contar histórias pelo menos uma vez na semana.
Figura 4 – espaço educativo integrado na escola com cobertura.
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A estrutura da escola conta com 5 salas de aula, mas apenas uma é climatizada, e apesar
disso todas as salas são bem equipadas, em quesito de conservação da estrutura física, as
cadeiras são adaptadas, possuem armários, iluminação, quadro branco. O ambiente dentro
dessas salas é bem receptivo, paredes decoradas e atrativas, calendário, horário, abecedário e é
onde também são expostos os trabalhos desenvolvidos pelas crianças, valorizando o trabalho
dos alunos, o que é importante para a construção da identidade de cada um e para o sentimento
de integração ao ambiente escolar.
Em relação a Escola Municipal Hermann Gmeiner, dispõe-se um quadro composto por
41 funcionários, distribuídos conforme o Quadro 6 a seguir:
Quadro 6 – Quantitativo de Funcionários.
CARGO QUANTIDADE DE
FUNCIONÁRIOS
PROFESSORES 20
DIRETORA 1
VICE-DIRETORA 1
SECRETÁRIA GERAL 1
APOIO PEDAGÓGICO 2
VIGIA 1
BIBLIOTECA 2
AUXILIARES DE SERVIÇOS 8
GERAIS
AUXILIARES DE 2
SECRETARIA
AUXILIARES DE SALA 1
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MERENDEIRA 2
Elaboração: A partir do PPP da instituição.
De acordo com o PPP da escola, e relatos da direção, todos os funcionários trabalham
em ótima harmonia, priorizando sempre a qualidade física e educacional, além de apresentarem
grande responsabilidade e competência em suas funções designadas individualmente. Vale
salientar que graças ao programa pró-funcionários ofertados, muito de seus funcionários
possuem cursos como de gestão escolar e multimídia.
Além do quadro de funcionários, a escola apresenta uma estrutura física maior, quando
comparada a anterior (Quadro 7):
Quadro 7 – Dependências da escola.
DEPENDÊNCIAS QUANTIDADE
SALAS DE AULA 11
BIBLIOTECA 1
LABORATÓRIO DE 1
INFORMÁTICA
SALA DE VÍDEO 1
SECRETARIA 1
DIREÇÃO 1
SALA DE SUPERVISÃO 1
PEDAGÓGICA
SALA DE PROFESSORES 1
BANHEIROS 9
PÁTIO 1
GINÁSIO 1
COZINHA 1
SALA MULTIFUNCIONAL 1
Fonte: PPP da instituição.
Com relação aos docentes, todos os polivalentes contam com a graduação no curso de
Pedagogia em seu currículos, e boa parte também conta com pós graduação na área da educação.
Existem funcionários que contam com outras graduações também, mas estão espalhados em
outros cargos da instituição.
Os professores mostram-se comprometidos com o trabalho que exercem, e estão sempre
em busca de uma formação continuada, o que proporciona a evolução de suas competências,
ampliando seu campo de trabalho. Além disso a escola busca sempre não somente incentivar
os seus profissionais, como também preocupa-se em procurar parcerias com instituições para
melhorar o ensino que é oferecido.
A formação continuada é um processo de constante aprimoramento no trabalho
profissional, o que o não faz com que a docência se resuma apenas a uma graduação, já que a
educação mantem-se em atualização e exige o melhor no exercício da profissão.
A formação continuada nasce com a intenção de adequar os professores aos tempos
atuais, facilitando um constante aperfeiçoamento de sua prática educativa e social,
para assim adaptá-la as necessidades presentes e futuras. (...) potencializou um modelo
de treinamento mediante cursos padronizados que ainda perdura. Tal modelo de
treinamento é (...) modelo que leva os professores a adquirirem conhecimentos ou
habilidades (...) a partir da formação decidida por outros. (...) Um dos resultados
esperados (...) é que se produzam mudanças nas atitudes e que estas passem para a
sala de aula (IMBERNÓN, 2010, p. 19)
contam com bolsas de padrinhos estrangeiros. Os demais moram em casas próprias e outros em
casas alugadas.
Quando refere-se aos docentes, sabe-se que todos são graduados e boa parte tem pós-
graduação em áreas da educação, assim como a instituição anterior, como expõe o Quadro 8 a
seguir:
Quadro 8 – Formações dos professores da Escola Municipal Hermann Gmeinner.
Professores Formação
Polivalentes Pedagogia com especializações
Língua Portuguesa Letras
Matemática Licenciatura em Matemática
Ciências Licenciatura em Biologia
Geografia Licenciatura em Geografia
História Licenciatura em História
Ensino Religioso Ciências da Religião
Arte Letras com habilitação em Língua
Portuguesa
Inglês Letras com habilitação em Inglês
Educação Física Educação Física
Fonte: PPP da Escola Municipal Hermann Gmeiner 2021 .
Outro ponto em comum com a primeira escola, é que na Hermann encontra-se o mesmo
cuidado e preocupação com a formação continuada, o corpo pedagógico consegue ver a
importância de se manter em constante evolução, e portanto está sempre buscando
aprimoramento de seus docentes.
A formação continuada deveria apoiar, criar e potencializar uma reflexão real dos
sujeitos sobre sua prática docente nas instituições educacionais e em outras
instituições, de modo que lhes permitisse examinar suas teorias implícitas, seu
esquema de funcionamento, suas atitudes, estabelecendo de forma firme, um processo
constante de auto avaliação do que se faz e porque se faz (...) (IMBERNÓN, 2010, p.
47).
Para um melhor ensino dentro de sala de aula, o professor pode sempre buscar a sua
melhoria quanto suas estratégias pedagógicas, e a formação continuada é uma ótima ferramenta
para auxiliar nesse processo, pois auxilia tanto na construção de conhecimento, quanto no
reconhecimento de vertentes já estabelecidas no contexto social das crianças.
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que estão inseridos e o público alvo. Elas fornecem a estrutura da educação infantil
oportunizando tanto qualidade, como equidade, de aprendizagem e conteúdos.
A revisão e atualização das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil
é essencial para incorporar os avanços presentes na política, na produção científica e
nos movimentos sociais na área. (BRASIL, 2013, p.83)
Ao fornecer o suporte necessário, as DCN acabam proporcionando ao professor a
oportunidade de prover a realidade dos alunos e da comunidade em que a escola está inserida,
e a partir daí dá-se a chance à população de socializar pesquisas, informações e discussões.
A Educação Infantil funciona como a base para as demais fases da educação formal, e
é considerada uma das etapas mais importantes, pois é nela que inicia-se o processo de formação
das crianças, onde permite que vivam fora do convívio familiar, desenvolvendo assim sua
autonomia e personalidade, facilitando assim o sucesso em sua vida escolar e individual.
Sendo voltada para crianças de 0 à 5 anos, a Educação Infantil no Brasil, só é obrigatória
para aqueles que possuem de quatro à cinco anos. Para atender a demanda, as crianças são
atendidas em creches e pré-escolas, como consta no Art. 30 da LEI Nº 9.394 de 20 de dezembro
de 1996: A educação infantil será oferecida em: I – creches, ou entidades equivalentes; II – pré-
escolas; As crianças que possuem idade até 3 anos, são acolhidas nas creches, e as que tem de
4 à 5, nas pré-escolas. Normalmente essas instituições são públicas, e são encontradas em todas
as regiões do país, mas há também a oferta em escolas particulares.
O atendimento nessas instituições, sejam elas creches ou pré-escolas não contam com
um único padrão; É possível encontrar creches que atendam integralmente ou meio período,
que possam ou não fechar para férias, e pré-escolas que atendam de 3 à 4 horas ou
integralmente, sabendo disso, é necessário pensar sobre as propostas curriculares, pois além da
idade, o tempo em que a criança está inserida na instituição é importante para as mesmas.
Estas questões acabam influindo na seleção dos conteúdos a serem trabalhados com
as crianças, na articulação curricular de maneira a garantir um maior número de
experiências diversificadas a todas as crianças que a frequentam. (BRASIL, p. 66)
As propostas curriculares, na Educação Infantil, devem estar atreladas ao contexto social
no qual a escola e crianças estão inseridas, dando prioridade as características socioculturais e
necessidades da população atendida. Para a instituição faz-se necessário conhecer a comunidade
a qual está introduzida, pois há um conjunto de conhecimentos que tornam as propostas
curriculares ainda mais significativas, seja em um contexto cultural, social ou econômico; Por
muitas vezes, alguns assuntos mais complicados necessitam ser inseridos dentro dessas
propostas, pois a realidade do corpo social tem essa carência, e nesses casos conta-se com
assistências, sejam elas governamentais ou não.
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mais contribuinte, já que de diversas formas, está área da ciência auxilia no crescimento e
formação das crianças.
Neste sentido faz-se indispensável nas primeiras fases da vida, como incentivar o
desenvolvimento cognitivo, corporal, social e cultural dos indivíduos, e também contribuindo
para as relações entre ações humanas e os ambientes; Com todas esse apoio, a Geografia
oportuniza aos alunos a compreensão do seu presente, e uma remodelagem do seu futuro. A
relevância deste ensino está expressa na Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2017)
quando afirma que:
O raciocínio geográfico, uma maneira de exercitar o pensamento espacial, aplica
determinados princípios para compreender aspectos fundamentais da realidade: a
localização e a distribuição dos fatos e fenômenos na superfície terrestre, o ordenamento
territorial, as conexões existentes entre componentes físico-naturais e as ações
antrópicas. (BRASIL, 2017, p. 359)
Ao estimular o raciocínio geográfico do aluno, ensina-se a interpretar e representar o
mundo, este que mantém-se em constante modificação, e assim tornando-se capaz de fazer
apropriação de alguns conceitos, e por fim tendo domínio do alguns acontecimentos, podendo
assim exercer a cidadania.
Na realidade de algumas escolas, embora seja evidente a importância do ensino da
Geografia, alguns professores acabam se descuidando na hora da aplicação dos conhecimentos
sobre a disciplina. É crucial que o educador saiba a importância desta ciência, para que assim
ele consiga solidificar conhecimentos que estão atrelados e ampliam o desenvolvimento dos
alunos de forma direta.
Desta forma, nota-se a importância de ressaltar a relevância desta disciplina na
Educação Infantil, pois para que a criança entenda e compreenda as noções de espaço e se
desenvolva cognitivamente, culturalmente e socialmente, ela precisa das instruções acerca do
mundo que a Geografia oferece. Quando se analisa todos esses pontos, enxerga-se no professor
a possibilidade de desenvolver atividades que promovam para as crianças o contato com a
Geografia desde cedo, e que estas consigam manter a atratividade para os educandos, e
incentivem os estudos acerca da disciplina e do seu ambiente. Nessa fase de infância, as
atividades lúdicas são essenciais para manter o prazer em querer aprender a respeito dos
conteúdos, e através destas, as crianças motivam-se a estudar.
Na Educação Infantil há a necessidade de se desenvolver dentro do ambiente escolar,
atividades que desenvolvam a socialização, e nessa fase um ótimo recurso a ser utilizado, é a
brincadeira; Quando se utiliza a Geografia atrelada a essa forma de atividade, desenvolve-se a
socialização e a interação da criança para com o espaço que ela está inserida.
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uma identidade pessoal, social e cultural, que foi constituída a partir de seus grupos de
pertencimento, e conhecimentos adquiridos.
Parte do trabalho do educador é refletir, selecionar, organizar, planejar, mediar e
monitorar o conjunto das práticas e interações, garantindo a pluralidade de situações
que promovam o desenvolvimento pleno das crianças. (BRASIL, 2018, p.39)
A Geografia se faz importante em sala de aula, na Educação Infantil, pois é através dela
que consegue-se trabalhar aspectos como noção de espaço e tempo, e estes se fazem relevantes
já que as crianças precisam desse conhecimento pra estreitar os seus laços com o ambiente em
que estão sendo inseridos, e consequentemente entender o lugar onde estão construindo sua
aprendizagem e sua evolução como ser social. Quando estudam essa ciência, o aluno consegue
fazer relações entre os ambiente em que transita, e assim conseguindo constituir um
conhecimento significativo, a partir de questões sociais, culturais e familiares.
A Educação Infantil, conta com algumas temáticas abordadas na BNCC (2018), estas
possuem como destaques alguns de aspectos que são considerados relevantes para a criança,
alguns dos destaques são: Identidade; Interação; Linguagem Oral; Convivência; Comunidade;
Família-Escola; entre outros; Estas servem como pontos norteadores para a aplicação dos
conteúdos em sala de aula, produzindo assim atividades que estimulem sempre o crescimento
do aluno, não só físico, e como cognitivo, e podendo assim prepara-lo para o convívio em
sociedade.
Quando essas temáticas são trabalhadas dentro do planejamento, e são espalhadas em
diversas atividades lúdicas, que abordam literatura, brincadeiras, jogos, teatro, danças, e etc;
Cada uma dessas atividades tem o intuito de trabalhar dentro dos campos de experiências que
são citados no documento. Os campos de experiências constituem um arranjo curricular que
acolhe as situações e as experiências concretas da vida cotidiana das crianças e seus saberes,
entrelaçando-os aos conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural. (BRASIL, 2018,
p.40)
Considerando a aprendizagem e desenvolvimento das crianças, foram definidos 5
campos de experiências, são eles: O eu, o outro e o nós – quando a criança vai aprendendo a se
constituir a partir de experiências que ela consegue adquirir através da convivência com outras
pessoas, sejam elas adultas ou não; Corpo, gestos e movimentos – A partir do seu corpo
(sentidos, gestos) iniciam o processo de exploração do mundo em que ele vive; Traços, sons,
cores e formas.
A vivência de diversas manifestações culturais, através de diferentes expressões e
linguagem, podendo assim iniciar sua própria produção cultural/artística; Escuta, fala,
pensamento e imaginação – Participação e progressão em situações comunicativas, através de
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desse campo, consegue-se observar a criança como objeto transformador do seu ambiente, se
apropriando e remodelando a cultura e vivências.
Partindo para o quarto campo: a Escuta, fala, pensamento e imaginação; A Geografia
traz em sua bagagem a importância da criança estabelecer uma ligação com seu meio social, e
desde o nascimento, o meio mais comum de fazer isso, é através da comunicação. As crianças
vão evoluindo progressivamente, e constituindo diversas linguagens ao longo desse processo e
a partir daí, desenvolvem a curiosidade a respeito de leituras, e estas, fazem parte do processo
de integração sociocultural, já que a literatura faz parte da nossa trajetória histórica e aborda
diversos assuntos importantes para o crescimento dos alunos, como seres pensantes e ativos.
E por fim, o Espaço, tempos, quantidades, relações e transformações, que mostram que
a trajetória da criança, é feita a partir de tentativas de se inseri-las em espaços e em tempos que
estão sempre em frequente modificação, com pessoas que também se modificam a partir das
inovações no meio social. Na Geografia encontra-se o agente incentivador, desenvolvendo
atividades que estimulem essa curiosidade sobre o mundo e promovam experiências que as
crianças possam ampliar os seus conhecimentos físicos e socioculturais, fazendo assim o uso
em seu cotidiano.
Para ajudar com todos esses processos, uma ferramenta positiva que pode ser utilizada
é a tecnologia; O avanço tecnológico se faz presente também no aprendizado do aluno, pois
para que a escola mantenha-se atraente para os seus alunos, ela precisa manter essa correlação
com essa realidade digital.
Atividades que possam ser desenvolvidas a partir da tecnologia, sendo direcionadas para
os campos de experiências, utilizando ferramentas interativas, como jogos, que são estimulam
e facilitam o aprendizado das crianças, e tornam o ambiente escolar mais interessante e
interativo, e como o cérebro infantil está em constante desenvolvimento e tarefas interativas
são excelentes para estimulantes para o seu desenvolvimento cerebral.
Enquanto consome os conteúdos através das ferramentas tecnológicas, é natural que a
criança desperte sua curiosidade natural, o que fará com que ela se interesse cada vez mais e
busque o conhecimento com mais assiduidade, e com o estimulo correto, pode-se aproveitar
dessa interesse infantil e construir grandes conhecimentos e habilidades.
Foi falado anteriormente sobre os campos de experiências, e como eles se fazem
presentes na educação da criança, quando associados a brincadeiras e interações, e estes estão
associados a objetivos de aprendizagem específicos e relacionados com às faixas etárias dos
alunos; Estes foram estabelecidos após o reconhecimento das especificidades de cada faixa
etária, que constituem a Educação Infantil.
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Os objetivos de aprendizagem se organizam em três grupos por faixa etária, que levam
em consideração a aprendizagem e o desenvolvimento por idades, e embora haja essa divisão
não é uma regra, visto que há possibilidade de existir crianças com ritmos de aprendizagem
diferentes mesmo se portarem a mesma idade. A divisão começa pela creche, onde encontram-
se dois grupos: os bebês que correspondem de 0 à 1 ano e 6 meses, e as crianças bem pequenas
que correspondem de 1 ano e 7 meses à 3 anos e 11 meses; e o segundo grupo localiza-se na
pré-escola, que são crianças pequenas: de 4 anos até 5 anos e 11 meses.
Nesses grupos são listados objetivos de aprendizagem e desenvolvimento, para cada um,
há uma nova possibilidade e isso ajuda na busca e aplicação de uma aprendizagem mais
significativa e completa, onde a criança possa ter a oportunidade de ser colocada à frente de sua
educação, e que assim se consiga atingir um desenvolvimento adequado, de acordo com as
necessidades apresentadas por cada uma delas.
Os campos de experiência, servem para o professor como direcionamento para a
elaboração de suas práticas, mas é ao identificar objetivos de aprendizagem que ele permite-se
elaborar atividades e alcançar o resultado esperado, facilitando a avaliação do aluno, já que é
feita através da constatação de que o aluno aproximou-se do seu objetivo pré-definido, ou não,
e assim tendo a resposta de como prosseguir nas próximas avaliações.
Na Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2017), os objetivos são organizados em
quadros e listados de acordo com o seu campo de experiência; Quando fala-se sobre o “Eu, o
outro, e o nós” lista-se os seguintes objetivos: Para os bebês, faz-se necessário Perceber que
suas ações têm efeitos nas outras crianças e nos adultos; Perceber as possibilidades e os limites
de seu corpo nas brincadeiras e interações das quais participa; Comunicar necessidades, desejos
e emoções, utilizando gestos, balbucios, palavras; entre outros. Para as crianças muito
pequenas, lista-se, Demonstrar imagem positiva de si e confiança em sua capacidade para
enfrentar dificuldades e desafios; Comunicar-se com os colegas e os adultos, buscando
compreendê-los e fazendo-se compreender. Perceber que as pessoas têm características físicas
diferentes, respeitando essas diferenças; etc.
E para as crianças pequenas, Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as
pessoas têm diferentes sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e agir; Agir de maneira
independente, com confiança em suas capacidades, reconhecendo suas conquistas e limitações;
Demonstrar valorização das características de seu corpo e respeitar as características dos outros
(crianças e adultos) com os quais convive;
No segundo campo de experiência, o “Corpo, gestos e movimentos”, são encontrados
os seguintes objetivos – para bebês: Movimentar as partes do corpo para exprimir
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Para crianças muito pequenas - Dialogar com crianças e adultos, expressando seus
desejos, necessidades, sentimentos e opiniões; Identificar e criar diferentes sons e reconhecer
rimas e aliterações em cantigas de roda e textos poéticos; Formular e responder perguntas sobre
fatos da história narrada, identificando cenários, personagens e principais acontecimentos.
Para crianças pequenas - Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências,
por meio da linguagem oral e escrita (escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas
de expressão; Inventar brincadeiras cantadas, poemas e canções, criando rimas, aliterações e
ritmos; Recontar histórias ouvidas e planejar coletivamente roteiros de vídeos e de encenações,
definindo os contextos, os personagens, a estrutura da história.
E por último, o “Espaço, tempos, quantidades, relações e transformações” para bebês -
Explorar e descobrir as propriedades de objetos e materiais (odor, cor, sabor, temperatura);
Manipular, experimentar, arrumar e explorar o espaço por meio de experiências de
deslocamentos de si e dos objetos; Vivenciar diferentes ritmos, velocidades e fluxos nas
interações e brincadeiras (em danças, balanços, escorregadores etc.).
Para crianças muito pequenas - Explorar e descrever semelhanças e diferenças entre as
características e propriedades dos objetos (textura, massa, tamanho); Identificar relações
espaciais (dentro e fora, em cima, embaixo, acima, abaixo, entre e do lado) e temporais (antes,
durante e depois); Utilizar conceitos básicos de tempo (agora, antes, durante, depois, ontem,
hoje, amanhã, lento, rápido, depressa, devagar).
Para crianças pequenas - Estabelecer relações de comparação entre objetos, observando
suas propriedades; Registrar observações, manipulações e medidas, usando múltiplas
linguagens (desenho, registro por números ou escrita espontânea), em diferentes suportes;
Relatar fatos importantes sobre seu nascimento e desenvolvimento, a história dos seus
familiares e da sua comunidade.
A Geografia tem o seu estudo voltado para o mundo, então apresenta-se comunidade e
natureza de forma com que os alunos sintam-se inseridos nesse espaço que apresenta-se sempre
em constante transformação, e na Educação Infantil não seria diferente, com todos esses campos
de experiência e objetivos de aprendizagem, a criança recebe uma aprendizagem bem mais
significativa para sua vida em convívio social, e o seu desenvolvimento mantem-se sempre em
evolução, dando-os a oportunidade de serem seres transformadores, pensantes e autônomos.
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sobre isso, deve-se levar em consideração que para a utilização deste sistema, é fundamental
que haja o cuidado por parte do docente no planejamento, e atenção a inclusão de todos os
alunos. Para uma aprendizagem significativa, precisa-se possibilitar a construção do sujeito, o
professor deve organizar suas estratégias para a formação de seres pensantes, indagadores e
conscientes da importância de manter-se sempre renovar o seu aprendizado.
É justamente na infância que ocorrem as descobertas, e para as crianças isso resulta em
experiências transformadoras, e neste sentido, é fundamental recorrer a uma metodologia que
atenda os desejos da turma podendo assim relacionar os conteúdos e conhecimentos aprendido
em escola, com a realidade encontrada na vida dos mesmos. Quando se faz essa associação as
crianças desenvolvem o sentimento de acolhimento, e a partir daí, passam a compreender o
mundo em que vivem, podendo assim serem capazes de questioná-lo.
para todos, e mesmo com essa condição, buscam novas opções para se reinventarem como
profissionais.
Essa concordância de pensamentos foi encontrado também na Escola Municipal
Hermann Gmeiner, as professoras dos níveis IV e V, que funcionam no horário quando
contatadas, relataram a mesma opinião a respeito do assunto aqui discutido, ambas concordam
que as práticas pedagógicas, ações (pensadas, planejadas) utilizadas, que visam favorecer o
processo de ensino-aprendizagem e concomitantemente o desenvolvimento do educando.
A busca pelo ensino ideal é facilitada quando se é compreendido o público que se tem
em sala de aula, mas nem sempre é alcançada, e isso se deve à falta de planejamento ou até
mesmo no processo até chegar no repasse de conhecimento, que por muitas vezes se encontra
na realidade das escolas do nosso país. Ao tomar consciência disso, as professoras desta escola,
buscam sempre manter as práticas com foco nos alunos que ali existem, que é como deve ser
feito.
Nas últimas décadas, vem se consolidando, na Educação Infantil, a concepção que
vincula educar e cuidar, entendendo o cuidado como algo indissociável do processo
educativo. Nesse contexto, as creches e pré-escolas, ao acolher as vivências e os
conhecimentos construídos pelas crianças no ambiente da família e no contexto de sua
comunidade, e articulá-los em suas propostas pedagógicas, têm o objetivo de ampliar
o universo de experiências, conhecimentos e habilidades dessas crianças,
diversificando e consolidando novas aprendizagens, atuando de maneira
complementar à educação familiar – especialmente quando se trata da educação dos
bebês e das crianças bem pequenas, que envolve aprendizagens muito próximas aos
dois contextos (familiar e escolar), como a socialização, a autonomia e a comunicação.
(BRASIL, 2018, p.36).
Seguindo nesse objetivo de ampliar os conhecimentos, e auxiliar no crescimento social
da criança, os docentes devem buscar sempre alternativas que consigam ser atrativas, e a
ludicidade é uma contribuinte com unanimidade de opiniões positivas. As professoras da escola
que foram entrevistadas, não esconderam o quanto a consideram indispensável em suas práticas,
afirmando que favorece no ensino em geral, em todos os campos de aprendizagem, o estudo se
torna mais dinâmico e divertido, a criança aprende brincando, observando, experimentando e
levantando hipóteses.
Em questão de recursos na escola (materiais de apoio) as professoras não acham que
seja um problema para o desenvolvimento das atividades, apesar de acreditarem que poderiam
ter um apoio maior com a diversidade de ferramentas, mas acabam conseguindo efetuar um
trabalho rico, trazendo pra dentro da realidade da comunidade, utilizando os recursos físicos
que o próprio bairro pode vir a oferecer, o que para o ensino da Geografia é uma grande
contribuição, visto que dá para trabalhar diversos aspectos dentro da disciplina, e também
auxiliando a criança no processo de se reconhecer dentro da sua sociedade.
4.2 ANALISANDO OS OBJETOS DE CONHECIMENTO
49
artísticas, como maquetes do meio ambiente, pinturas de animais, leitura de histórias que
envolvam temáticas geográficas, entre outros.
Ambas trabalham com sequências didáticas ao longo do ano, e a partir disso vão
trabalhando diversas temáticas da Geografia dentro de sala de aula, trabalhando com a
ludicidade associada às temáticas sociais e culturais, a exploração de objetos, contato com
animais, datas comemorativas, meio ambiente e etc. Esses conteúdos devem obter sua
centralização na criança, estabelecendo objetivos e conteúdos, assim como explica o
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI, 1998):
Explorar o ambiente para que possa se relacionar com pessoas, estabelecer contato
com pequenos animais, com plantas e com objetos diversos, manifestando curiosidade
e interesse; Interessar-se e demonstrar curiosidade pelo mundo social e natural,
formulando perguntas, imaginando soluções para compreendê-lo, manifestando
opiniões próprias sobre os acontecimentos, buscando informações e confrontando
ideias; Estabelecer relações entre o modo de vida característico de seu grupo social de
outros grupos; Estabelecer relações entre o meio ambiente e as formas de vida que ali
se estabelecem, valorizando sua importância para a preservação das espécies e para a
qualidade da vida humana (RCNEI, v. 3, 1998, p. 175).
Esse referencial deve ser organizado e definido, de acordo com as singularidades das
crianças, e sua realidade também deve ser levado em questão, tendo a intenção de promover
uma aprendizagem significativa, que o aluno possa absorver e levar por todo o seu processo de
crescimento, até se tornar um cidadão pensante e autônomo.
Na Escola Municipal Hermann Gmeiner, foi utilizado as turmas dos níveis IV e V, as
professoras também compartilham do mesmo processo de planejamento e aplicação de
conteúdos, estes se dão a partir de sequencias didáticas que são trabalhadas a partir dos campos
de experiência. A professora do nível IV, afirma que planeja essas sequencias ao longo, e
consegue trabalhar diversos campos da Geografia, abordando datas comemorativas, portanto
encarrega-se desde o meio ambiente, dia da árvore, o bairro, a rua que mora, o caminho de
casa a escola, a escola.
As temáticas são trabalhadas de forma interdisciplinar, relacionando à histórias
infantis, matemática, etc., tentando contextualizar a nossa realidade. Sobre a ludicidade ela
afirma que, portanto trabalhamos desde o meio ambiente, dia da árvore, o bairro, a rua que
mora, o caminho de casa a escola, a escola. As temáticas são trabalhadas de forma
interdisciplinar, relacionando à histórias infantis, matemática, etc., tentando contextualizar
a realidade da criança.
Quando questionada sobre a pratica da Geografia em sua sala de aula, a professora
do nível V, afirma que se organiza também em sequencias didáticas, que abranjam os campos
de experiências, buscando sempre fazer a correlação com a vida das crianças. A ludicidade
é um ponto chave para a mesma, mas ela não abre mão também da oralidade, então acaba
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desenvolver um trabalho dividido entre o oral e o lúdico. Ela aborda em suas aulas a
organização dos grupos e seu modo de viver e trabalhar, lugares e paisagens, objetos e
processos de transformação, seres vivos e fenômenos da natureza, tudo isso é desenvolvido
a partir de imagens, vídeos, maquetes, produções artísticas, e embora tudo seja considerado
muito bem colocado, ainda há a busca por um maior suporte no quesito recursos financeiros.
Nas escolas é perceptível que o enfoque central é a alfabetização cartográfica, pois a
busca é que as crianças entendam e reconheçam seu espaço como representante da sociedade,
para que assim eles comecem a se interessar pelas questões que abrangem o mesmo. E como
se sabe, a Cartografia e a Geografia caminham juntas, e quando bem aplicadas em sela de
aula facilitam o processo de ensino-aprendizagem sobre questões como localidade,
reconhecer elementos físicos e sociais do espaço, e por fim compreender as modificações
que aconteceram tendo o homem como principal causador.
O estudo da Cartografia deve ser precedido pelo estudo de uma Cartografia
Infantil, na qual a criança tenha oportunidade de desenvolver atividades
preparatórias, para em seguida realizar concretamente as operações mentais de
redução, rotação e generalização, que são propriedades fundamentais do processo
de mapeamento. Para que o desenvolvimento de uma Cartografia Infantil seja
eficaz, é preciso considerar o mapa como um entre os vários tipos de linguagem de
que os homens dispõem para se comunicarem e se expressarem (OLIVEIRA, 1978,
p.36)
Quando trabalhado questões de cartografia ainda na infância, consegue-se formular a
ideia de pertencimento ainda mais fortalecida, onde a criança passa a reconhecer e entender
o seu espaço, e perceber a importância do mesmo para o seu crescimento quanto ser pensante,
desenvolvendo diversas questões pessoais e coletivas.
O processo de ensino-aprendizagem na Educação Infantil é composto por diversos
desafios até a concretização, nessa fase é importante se atentar a diversas questões que se
associam com a realidade vivida pelo aluno no seu ciclo fora da escola, pois quando se fala
na educação na infância, há por finalidade o desenvolvimento integral da criança,
abrangendo todos os aspectos que a formam, como assegura a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação, 9394/96 em seu artigo 29 que:
A Educação Infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o
desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico,
psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.
(BRASIL, 1996, p.23).
O papel da LDB, é garantir as finalidades para a Educação Infantil, mas deve-se refletir
sobre o tipo de infância que temos e a partir disso imaginar qual infância queremos, e neste
princípio começa-se a finalmente encontrar a educação ideal, que consiga assegurar a criança
quanto foco central disso, educando-a para o convívio social, abordando sempre questões
familiares, culturais e locais.
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Quando passa-se a pensar sobre essa qualidade de ensino na infância, tende-se a ter uma
maior facilidade para encontrar defasagens no processo de educação; Diante dos princípios
básicos fornecidos pelos documentos que asseguram a Educação Infantil, consegue-se ter uma
melhor noção do que se trabalhar em sala de aula, e consequentemente trabalhar diversos
campos importantes, tendo ciência de que contribuem e de que forma isso é feito.
As escolas que são o norte principal para esse trabalho, mostraram-se seguir um
planejamento que tem a criança como objeto de estudo principal, e assim conseguem também
desenvolver um trabalho pedagógico que segue o modelo determinado pela BNCC, que é o
documento norteador de todo o processo de planejamento. As instituições municipais
apresentaram-se capaz de desenvolver uma Geografia integradora e atualizada, atendendo todos
os requisitos para uma construção cidadã.
Seguindo as sequencias didáticas e correlacionando com os campos de experiências, os
docentes realizam atividades que buscam proporcionar para a criança o conhecimento sobre si
e o lugar onde vivem, utilizando a ludicidade dentro da Geografia, consegue-se desenvolver
uma diversidade de ações que acrescentam no processo de ensino-aprendizagem. Dentro de sala
de aula são desenvolvidos exercícios que incentivam a criança a assimilar divertida questões
como: lateralidade, espaço, tempo e etc.
É importante observa-se que a criança interage permanentemente em uma
espacialidade e, ao ingressar na Educação Infantil, possui conhecimentos prévios que
podem ser qualificados, melhorando com isso a maneira de entender o mundo,
fazendo com que a Geografia seja uma ciência incontestável no acréscimo das
crianças na Educação Infantil. (DM SILVA & LJF CABÓ, 2014, p.09)
O corpo docente das escolas estudadas, conseguiram detectar as especificidades das
crianças e associarem com o contexto que cada uma delas está inserida, e a partir disso,
constituíram a sua aula; O ambiente escolar é preparado e serve de estímulo para que as crianças
consigam desenvolver o seu cognitivo através dos conteúdos, mas que também consigam
absorver que estes fazem parte do seu cotidiano, e a partir daí tornando-se capaz de se posicionar
diante das situações.
É compreendido que mediante as estratégias didáticas bem desenvolvidas pelo
educador em relação ao ensino da Geografia, podem influenciar de forma significante
o incremento de capacidades e habilidades necessárias para que a criança se torne um
adulto com condições físicas, psicológicas, motoras, afetivas e sociais para viver em
sociedade. (DM SILVA & LJF CABÓ, 2014, p.09)
Nessas questões, as instituições conseguem desenvolver um ótimo papel, atentam-se aos
detalhes sobre a sua demanda de alunos, e conseguem se reinventar a partir do lúdico; Apesar
das dificuldades relatadas como falta de auxilio familiar e ferramentas auxiliadoras, as
professoras desenvolvem um trabalho bem elaborado, buscando atender todas as questões que
a comunidade e a escola exige.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho proporcionou um maior conhecimento a respeito da aplicação da
Geografia na Educação Infantil, através da uma perspectiva encontrada nas instituições públicas
localizadas no município de Caicó. Conhecendo a oferta dos níveis de ensino encontradas e
público alvo.
Foi-se observada toda a infraestrutura das escolas que serviram de base para esse estudo,
conhecendo espaços internos e externos, e entendendo a funcionalidade dos mesmos, assim
como também a organização do corpo de funcionários existente nas mesmas, analisando
questões como capacitação dos professores, para assim sabermos se as escolas estão aptas para
o recebimento daqueles que integram sua comunidade.
O foco principal é abordagem da Geografia nesse âmbito da educação, então fez-se
necessário compreender como a disciplina acrescenta na formação cognitiva e social da criança.
Também colocando em enfoque a importância de se trabalhar os conteúdos correlacionando
com a realidade presenciadas pelas crianças. Proporcionando ao leitor o entendimento de como
a Geografia está integrada nas propostas curriculares da Educação Infantil, e como são aplicadas
na realidade, proporcionando aos alunos noções de localização, lateralidade, interação social e
construção de um ser autônomo e presente na sociedade.
E para que todo esse processo seja compreendido, buscou-se trazer à tona a realidade
encontrada nas escolas, e assim foi visto as propostas pedagógicas utilizadas pelas professoras
das instituições abordadas, e quais estratégias utilizam para chegar ao objetivo principal, que é
a formação de um indivíduo participativo e autocrata. Com isso, foi apresentado no texto a
importância da ludicidade para criança e na aplicação da Geografia, e como pode ser utilizada
em sala de aula.
Através de todos o estudo de campo e aporte teórico, foi possível compreender a
Geografia como indispensável desde a Educação Infantil, trazendo a apresentação de todos os
pontos positivos para a construção cognitiva e social da criança, detalhando como cada processo
consegue atender os requisitos presentes na Base Nacional Comum Curricular - BNCC.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS