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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR –CERES


DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO
CURSO DE PEDAGOGIA

FABIANA DANTAS DE MEDEIROS

Geografia e Educação Infantil: diálogos e práticas pedagógicas em


Escolas públicas de Caicó/RN

CAICÓ, RN
2021
FABIANA DANTAS DE MEDEIROS

GEOGRAFIA E EDUCAÇÃO INFANTIL: Diálogos e práticas


pedagógicas em Escolas públicas de Caicó/RN

Trabalho apresentado a Universidade Federal


do Rio Grande do Norte – UFRN, como
requisito para obtenção do título de graduação
no curso de Pedagogia.
Orientador: Me. Djanni Martinho dos Santos
Sobrinho

CAICÓ, RN
2021
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Profª. Maria Lúcia da Costa Bezerra - -CERES- - Caicó
Medeiros, Fabiana Dantas de.
Geografia e Educação Infantil: diálogos e práticas pedagógicas
em escolas públicas de Caicó/RN / Fabiana Dantas de Medeiros. -
Caicó, 2021.
56f.: il. color.

Monografia (Licenciatura em Pedagogia) - Universidade Federal


do Rio Grande do Norte. Centro de Ensino Superior do Seridó.
Departamento de Educação.
Orientador: Prof. Me. Djanni Martinho dos Santos Sobrinho.

1. Educação Infantil. 2. Geografia. 3. Base Nacional Comum


Curricular (BNCC). I. Sobrinho, Djanni Martinho dos Santos. II.
Título. Elaborado por MARTINA LUCIANA SOUZA BRIZOLARA - CRB-15/844

RN/UF/BS-Caicó CDU 910:37-053.2(813.2)


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN
CURSO DE GRADUAÇÃO DE PEDAGOGIA

FOLHA DE APROVAÇÃO

FABIANA DANTAS DE MEDEIROS

Geografia e Educação Infantil: diálogos e práticas pedagógicas em Escolas públicas de


Caicó/RN

Trabalho de conclusão de curso apresentado


como requisito parcial para obtenção do título
de Graduação em Pedagogia, pela Universidade
Federal do Rio Grande do Norte.

Aprovado em: 24 de setembro de 2021.


Banca Examinadora

____________________________________
Prof. Me. Djanni Martinho dos Santos Sobrinho
Universidade Federal do Rio Grande do Norte

___________________________________
Profa. Dra. Tania Cristina Meira Garcia
Universidade Federal do Rio Grande do Norte

___________________________________
Prof. Me. Luiz Eduardo do Nascimento Neto
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
Acima de tudo, agradeço a Deus por
mais esta realização. Dedico a minha família,
amigos, e ao professor Djaní, por toda paciência
e colaboração durante o desenvolvimento deste
trabalho.
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer esta dissertação às seguintes pessoas:
Minha família, que me incentivaram e apoiaram incondicionalmente.
Aos meus amigos, que me permitiram seguir nessa batalha com mais leveza e
determinação.
A minha companheira, que permaneceu ao meu lado, com seu amparo, ânimo e
cuidado.
À todos que se fizeram presentes durante a minha jornada, e sempre me
incentivaram de alguma forma.
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo principal investigar a abordagem da Geografia na
Educação Infantil, identificando os conhecimentos que estão relacionados a disciplina e
integram a proposta curricular neste âmbito da Educação. Discutindo as práticas pedagógicas
utilizadas pelos docentes, fazendo menção a autores como IMBERNÓN (2010), LOPES (2008)
E SILVA E CABÓ (2014) podendo assim apontar as dificuldades encontradas no ensino da
Geografia enfatizando a relação professor-aluno. Compreender como o aporte teórico exigido
na BNCC é utilizado nas escolas e se consegue ser notado a relevância social da Geografia. Os
dados foram conseguidos através de pesquisas qualitativas, realizadas com o corpo docente das
escolas abordadas, buscando a compreensão da trajetória do problema evidenciado, e focados
no ponto de vista dos entrevistados, obtendo a noção da realidade geográfica apresentada para
as crianças, como é feita esse processo e quais ferramentas são utilizadas na compreensão de
como a vida social pode ser abordada nesta disciplina, evidenciando a importância da disciplina
na construção do ser humano.
Palavras-chave: Educação Infantil; Geografia; BNCC; Educação Básica.
ABSTRATC
The present work has as main objective to investigate the Geography approach in Early
Childhood Education, identifying the knowledge that are related to the discipline and integrate
the curricular proposal in this field of Education. Discussing the pedagogical practices used by
teachers, mentioning authors such as IMBERNÓN (2010), LOPES (2008) E SILVA AND
CABÓ (2014) and can thus point out the difficulties encountered in teaching Geography,
emphasizing the teacher-student relationship. Understand how the theoretical contribution
required in the BNCC is used in schools and the social relevance of Geography can be noticed.
The data were obtained through qualitative research, carried out with the teaching staff of the
schools approached, seeking to understand the trajectory of the problem highlighted, and
focused on the point of view of the interviewees, obtaining a notion of the geographical reality
presented to the children, as it is done this process and which tools are used to understand how
social life can be approached in this discipline, highlighting the importance of the discipline in
the construction of the human being.
Key words: Early Childhood Education; Geography; BNCC; Basic education.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...............................................................................................................09
2 CENÁRIOS EDUCATIVOS: CARACTERIZAÇÃO ................................................11
2.1 COMPREENDENDO OS ASPECTOS DA LOCALIZAÇÃO.....................................11
2.2 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES EDUCATIVAS...............16
2.2.1 OFERTA DE NÍVEIS DE ENSINO NAS INSTITUIÇÕES......................................24
2.3 PERFIL DOCENTE E DISCENTE...............................................................................25
3 GEOGRAFIA NA PROPOSTA CURRICULAR........................................................28
3.1 EDUCAÇÃO INFANTIL..............................................................................................28
3.2 GEOGRAFIA E EDUCAÇÃO INFANTIL...................................................................31
3.3 CONTRIBUIÇÕES DA BNCC NO ENSINO DA GEOGRAFIA NA
INFÂNCIA...........................................................................................................................35
4 ABORDAGEM DA GEOGRAFIA NO ENSINO INFANTIL....................................43
4.1 PRÁTICAS DE ENSINO...............................................................................................43
4.2 ANALISANDO OS OBJETOS DE CONHECIMENTO...............................................48
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................54
REFERÊNCIAS..................................................................................................................55
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1 INTRODUÇÃO
Existem diferentes fases de compreensão dentro do processo aprendizagem de uma
criança, e as matérias são colocadas para ajudar no domínio de diversos assuntos da nossa
sociedade, cabe aos educadores construírem esta aprendizagem utilizando os conteúdos e temas
destes. Na educação infantil é onde se encontra o início do processo de pertencimento, e a partir
daí que começa a relação entre educação e realidade social da criança. A Geografia embora não
tenha tanto reconhecimento, é uma das áreas de conhecimentos contribuintes para essa
associação entre os dois meios, mas é necessário que isso seja reconhecido, para que se saiba
utilizar a mesma, como benéfica na aprendizagem.
A partir desta compreensão, deve-se investigar como a Geografia é trabalhada dentro
das escolas, mas especificamente, nas redes públicas; Em que lugar de importância é colocada
pelo estado e pelos próprios educadores, e para isso é necessário analisar o que já é feito dentro
desses ambientes, o que é exigido, e como, e se chega aos alunos todos os conteúdos
considerados necessários para uma aprendizagem significativa. Então, qual a importância da
Geografia na educação infantil, dentro das redes públicas? Como já falado anteriormente, o
processo de pesquisa e análise é feito diante da realidade que se é encontrada dentro de sala de
aula, no sistema público de ensino. A Geografia tem um lugar de importância na educação? Os
professores à reconhecem e à trabalham de maneira associativa? As crianças absorvem e
conseguem se entender dentro do contexto social-geográfico? Através dessas perguntas,
conseguimos analisar a abordagem utilizada na educação infantil para o ensino da Geografia, e
se nos tempos atuais esta contribui ou não, no conhecimento do discente.
Entender o contexto social-geográfico que o aluno está inserido é essencial, para fazer
a abordagem dos conteúdos, e a partir daí deve-se ser feito uma análise, para que se possa
proporcionar as crianças uma aproximação com sua realidade, ajudando também no seu
desenvolvimento quanto indivíduo dentro da sociedade, dando a Geografia o seu papel social e
facilitando a compreensão da mesma; Tudo isso é feito dentro do ambiente escolar, mas é
necessário contar com o apoio da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº
9.394/1996) para fazer o direcionamento, para que possa ser construído o processo de
aprendizagem.
Diante do enigma encontrado de qual é a importância da Geografia dentro da educação
infantil, é necessário se ter a compreensão de qual realidade é encontrada dentro da rede pública,
podendo-se assim refletir sobre a problemática, e influenciar sobre os melhores meios de
aplicação da Geografia. Dessa forma, conseguimos ter uma noção de que parâmetros não seguir
e quais devemos utilizar dentro de sala de aula.
10

Este trabalho será dividido em três capítulos, o primeiro apontará as dificuldades


encontradas no ensino da Geografia, fazendo referência ao processo de aprendizagem e a
relação professor-aluno; O segundo compreenderá como o aporte teórico exigido pela BNCC é
utilizado nas escolas, e por fim reconhecer a importância social da Geografia, para e com a
criança.
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2 CENÁRIOS EDUCATIVOS: CARACTERIZAÇÃO


No presente capítulo apresentamos a caracterização das escolas utilizadas como base
empírica para pesquisa, os dados aqui explicitados são importantes, pois possibilita ao leitor
conhecer as instituições desde o seu contexto histórico a sua estrutura organizacional e humana.
Organizado em três tópicos, no primeiro é exposto os aspectos de localização; no segundo, a
estrutura organizacional; e no terceiro, apresenta-se o perfil docente e discente que constituem
a instituição educativa.
2.1 COMPREENDENDO OS ASPECTOS DA LOCALIZAÇÃO
Sabe-se que as escolas são ambientes difíceis, e que sofrem uma grande influência da
comunidade que está inserida, é necessário então que se permita participar do meio. Nas
palavras de CANDAU (1999, p. 45), a escola é uma instituição que faz parte da história de vida
de muitas pessoas, assim:
A concepção de escola que se foi consolidando apresenta como uma instituição
orientada fundamentalmente a promover a apropriação do conhecimento considerado
socialmente relevante e a formação para a cidadania [...] É no cruzamento, na
interação, no reconhecimento da dimensão histórica e social do conhecimento que a
escola está chamada a se situar.
A importância da educação deve trabalhada em conjunto, abrindo suas portas para o
mundo externo, que é de onde o seu público vem e virá a ser inserido pelo resto de suas vidas.
O ensino vai além de conteúdos acadêmicos e escolares, e está também associado ao contexto
histórico, social e cultural, em que as crianças estão inseridas, e a instituição escolar não pode
anular-se dessa perspectiva.
Nesse contexto, fica clara a necessidade de saber a respeito das escolas em questão,
inicia-se então as especificações, que para serem compreendidas tem-se a necessidade de
voltarmos ao passado, para conseguirmos construir uma linha de tempo das respectivas
instituições que integram nossa base de pesquisa.
A escola Municipal Maria Leonor Cavalcanti, foi inaugurada na gestão do prefeito
Inácio Bezerra de Araújo, no dia 17 de Junho de 1966, recebendo esse nome em homenagem a
uma das primeiras educadoras caicoenses, a professora Maria Leonor Cavalcanti, que nasceu
na cidade de Goianinha/RN, no dia 23 de Março de 1897.
Ainda menina, Leonor, veio acompanhando a senhora Anica, que veio para o Seridó
Potiguar, tratar-se de uma anemia, e essa viagem só aconteceu devido a uma amizade com a
família do Bacharel Augusto Monteiro.
Encaminhadas para a fazenda da região, Anica fez o seu matrimônio com o mesmo rapaz
que as conduziu para a citada fazenda – o Sr. Eulampio Vidical Monteiro - tendo assumido a
partir daí a responsabilidade materna com Maria Leonor, onde exerceu um papel relevante no
12

seio dessa família, era muito querida e até sendo apelidada carinhosamente pelos filhos do casal,
como “Bá”.
Leonor, foi levada a estudar na Escola Normal, onde saiu de Caicó, para Lages, à cavalo,
na companhia de Júlia Medeiros e Olívia Pereira, prosseguindo de trem até a capital, onde
teriam a oportunidade de frequentar a escola. Ao forma-se volta para Caicó, onde exerceu a
função de professora e diretora do Grupo Escolar Senador Guerra, seu salário era entregue ao
seu pai adotivo, e para se sustentar fundou o Externato São Luís, onde ensinava Letras e Artes.
Um tempo depois, ao voltar para capital fundou o colégio São luís, onde trabalhou até se
aposentar.
A história e vida da mesma não é reconhecida apenas pelos fatos que ocorreram em
Caicó como docente, pois a história de vida e representatividade como mulher estão presentes
na memória de seus conterrâneos. Dona Leonor como era respeitosamente chamada por seus
alunos, deixou marcas na história do município.
A Escola Municipal Maria Leonor Cavalcanti, tem como endereço da sede a Rua: Irmã
Crescência, n° 10, - bairro Nova Descoberta, com anexo na Rua: Major Ajax, n° 18 – bairro
Canutos e Filhos, no município de Caicó, Rio Grande do Norte.
Figura 1 – Fachada escola.

Fonte: Arquivo da autora. (2021)


A fachada da instituição está degradada, com salitres e pintura descascando, é
arborizada ao redor, e contém um mural de avisos para facilitar a comunicação com os
responsáveis, composta por uma calçada, possuí uma rampa e porta ampla para facilitar a
passagem de alunos ou pais que possuam alguma necessidade especial.
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Já a Escola Municipal Hermann Gmeiner, CNPJ de n° 07.494.350/0001-09 e NIS de n°


24080276, sua sede em prédio cedido pelas Aldeias SOS, assim, a instituição de ensino tem a
sua origem ligada a história deste projeto.
A primeira Aldeias SOS, foi fundada no Brasil em 2 de abril de 1967, na cidade de Porto
Alegre/RS, seu objetivo inicial era acolher crianças que se tornaram órfãs, sendo vítimas da
Segunda Guerra Mundial, mas com o passar do temo eles passaram atender muito além dessas
crianças. Segundo informações encontradas no PPP da escola, as Aldeias Infantis surgiram com
a pretensão de acolher crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, e no
mesmo espaço, foi construída a Escola Municipal Hermann Gmeiner, e a princípio o seu
atendimento era destinado somente a quem ali estava sendo acolhido.
Ainda no PPP, diz que por razões financeiras e administrativas, em 2002 a instituição
teve sua estrutura modificada, permitindo que fosse desvinculada com as Aldeias SOS, que para
isso teve como principal incentivo a diminuição de internos, e do acordo entre os
administradores, em que se ressalta que a tarefa de educar dever ser destinada ao poder público,
e partindo do mesmo pensamento podemos encontrar a medida ancorada na Lei de Diretrizes e
Bases Nacional da Educação.
A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos
ideias de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do
educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
(BRASIL, 1996, p. 9)
Inspirado nesse pensamento, fica-se ciente que a educação básica de qualidade é um
direito, e é um trabalho em conjunto, onde família e comunidade são responsáveis por monitorar
se assim está sendo feito, e cabe ao estado agir de acordo com os seus deveres assegurando essa
qualidade educacional.
A Escola Municipal Hermann Gmeiner (Figura 2) está localizada na rua Manoel
Avelino da Costa, n°186 - bairro Castelo Branco, no Município de Caicó, em prédio cedido
pelas Aldeias SOS, através de termo de comodato renovado anualmente.
Figura 2 – Fachada da segunda escola.
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Fonte: Arquivo da autora. (2021)


A instituição tem sua entrada constituída por dois portões de ferro, sendo um grande e
um pequeno, e também um posto de guarnição, o que ajuda bastante no controle de entradas e
saídas de pessoas na escola, a calçada é de paralelepípedos, sendo assim irregular.
O processo de passagem para o poder municipal ocorreu no dia 30 de dezembro de 2002,
indo de acordo com a Lei n° 3.695, aprovada pela câmara de vareadores e sancionada pelo então
prefeito municipal de Caicó, Roberto Medeiros Germano, autorizada pela portaria de n°
922/2006 na data de 23 de junho de 2006, publicado no Diário Oficial do Estado n° 11.258, em
27 de junho de 2006.
A instituição educativa tinha a necessidade de desvinculação total com as Aldeias SOS,
já que não pertencia mais aos cuidados da mesma, e sim do município de Caicó, e isso foi
cumprido após uma divisão feita com um muro, no ano de 2004, separando assim as instalações.
Figura 3 – Muro divisor.
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Fonte: Biblioteca Digital de Monografias (UFRN)


A primeira gestão foi feita através de indicação do prefeito, que escolheu o professor
Gilmar Donizéti Ferreira da Fonsêca e Francisca Sônia de Medeiros Germano, nessa gestão a
escola implantou o Ensino Fundamental II, sendo do 6° ao 9° ano em turno matutino, visando
um maior desenvolvimento para a escola. Com a alteração significativa de alunos, optou-se por
permanecer assim até os dias atuais, atendendo assim uma maior demanda de crianças da
comunidade, contribuindo para o desenvolvimento das mesmas.
A mesma conta com diversos conselhos que contribuem para a harmonia e
funcionamento da instituição, onde haja uma maior integração dos seus participantes. Conta
também com programas do Governo Federal, são eles: O Mais Educação, Programa Dinheiro
Direto na Escola (PDDE), Programa de Saúde na Escola (PSE), Plano de Desenvolvimento da
Escola (PDE), Programa de Alimentação Escolar (PNAE), Programa de Informática na Escola
(PROINFO) e Projeto de TV Escola.
Esses programas contribuem significativamente para a melhoria da qualidade da
educação que existe na escola, oportunizando aos alunos uma experiência mais completa dentro
da escola, assegurando justamente o que a LDB (1996) promove, que é desenvolver o educando,
dando-lhe uma formação comum indispensável, os permitindo progredir arduamente dentro de
sua comunidade.
Art.22. A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe
a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios
para progredir no trabalho e em estudos posteriores. (BRASIL, 1996. P.17)
Reforçando a ideia de que a educação não é somente a solidificação de
conhecimentos, e sim a formação de um indivíduo, que precisa evoluir individualmente e
coletivamente, fazendo assim parte de uma comunidade maior. A educação fornece a
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possibilidade de crescimento pessoal, o tornando capaz de lidar com as diversas possibilidades


que a vida possa lhe oferecer.

Ambas escolas dispõem do Projeto Político Pedagógico (PPP), que passam por
atualizações anuais, o que é considerado essencial, pois há sempre novos dados e informações
referentes as instituições que precisam serem sempre renovadas, como por exemplo metas que
são estabelecidas por todos que constituem a escola, portanto é uma tarefa coletiva.
Art.13. Os docentes incumbir-se de:
I-Participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de
ensino;
II-Elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do
estabelecimento de ensino;
Art.14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do
ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme
os seguintes princípios:
I-Participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto
pedagógico da escola;
II-Participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou
equivalentes. (BRASIL, 1996, p.15)

A importância de organizar-se dentro da instituição, facilita todo o processo de ensino-


aprendizagem que ali será desenvolvida, estabelecer metas, direitos e deveres é essencial para
sempre buscar o aperfeiçoamento da educação ofertada dentro da escola, e claro, que será
sequenciada fora dos muros escolares.
2.2 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES EDUCATIVAS

A Escola Municipal Maria Leonor Cavalcanti, tem um quadro de funcionários que é


modificado constantemente, devido a realocações de professores, e até o presente momento em
que foi redigido este trabalho, o quadro é composto por 30 funcionários, dividindo-se em:
Professores, Auxiliares e Funcionários Gerais, conforme a distribuição no Quadro 1:

Quadro 1: Distribuição de funcionários:


CARGO QUANTIDADE DE
FUNCIONÁRIOS
PROFESSORES 12
PROF. AUXILIARES 3
PROF. CUIDADORES 4
ASG’S 4
AUXILIAR DE 1
SECRETARIA
SUPERVISORA 1
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MERENDEIRA 1
LAVADEIRA 1
SECRETARIA 1
DIRETORA 1
AUXILIAR DE 1
MERENDEIRA
Fonte: Elaborado pela autora, a partir dos dados do PPP (2021)

Todos aqueles que estão inseridos dentro da instituição escolar desempenham um papel
significativo na aprendizagem dos alunos, os professores são responsáveis diretamente pelo o
ensino, mas é ao restante que cabe a qualidade de vida escolar das crianças. Por isso a
importância de se investir em um quadro de funcionários, para fornecer uma ótima experiência
de ensino-aprendizagem.
A instituição conta também com uma administração onde os gestores são escolhidos por
meio de eleição direta feita por funcionários, alunos, pais e/ou responsáveis, o conselho escolar,
que é o órgão máximo para tomada de decisões dentro da instituição. Onde também é propicio
a abertura para representantes da comunidade, fortalecendo o conceito de gestão democrática,
que é justamente uma forma mais aberta de gerir uma escola, fornecendo transparência,
democracia e participação de sua comunidade. O quadro de professores e funcionários é
separado de acordo com o seu conselho.
O primeiro é o Conselho escolar, que é responsável pelas tomadas de decisões dentro da
escola, se tornando assim o órgão de influência máxima, é composto pelas funcionárias da
escola, mas pode ter em sua composição também toda a comunidade escolar.
Quadro 2 – Conselho Escolar
NOME FUNÇÃO
Maria da Conceição Presidente
Jaqueline Nunes da Silva Vice-Presidente
Oliveira
Francisca da Conceição Secretária
Cirne Dantas
Gilvaneide Lima Dantas 2° Secretário
Fernandes
Maria Zilda de Morais Tesoureira
Joana da Conceição de 2° Tesoureira
Azevêdo Neta
Fonte: PPP da instituição.(2021)
O Conselho Deliberativo é responsável pela preparação de políticas e normas escolares,
cabendo-lhes também a tarefa de verificar a aplicação de normas gerais de organização,
operação e administração.
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Quadro 3 – Conselho Deliberativo


NOME FUNÇÃO
Maria da Conceição Araújo Presidente
Francisca da Conceição Secretária
Cirne Dantas
Etelvina Porcina Duarte Conselheira
Lourenço
Joseneide Araújo de Conselheira
Medeiros
Leila Kaline de Assis Conselheira
Marli Elias de Medeiros Conselheira
Aureni Candida da Silva Conselheira
Fonte: PPP da instituição.(2021)
Já o Conselho Fiscal desenvolve dentro da escola a função de acompanhamento e a
avaliação das ações no cotidiano da escola, e assim são responsáveis por monitorar a execução
das ações pedagógicas, administrativas e financeiras, garantindo o cumprimento das normas
da escola e a qualidade social da educação.
Quadro 4 - Conselho Fiscal
NOME FUNÇÃO
Sebastião Almeida da Silva Titular
Ana Santana da Conceição Titular
Gernegram Udegária de Titular
Freitas
Linyedson Yvison de Titular
Medeiros
Araci Araujo de Morais Suplente
Assis
Jackline Silva Santos Suplente
Cadidja Isayane Dantas Suplente
Fonte: PPP da instituição. (2021)

Os conselhos desempenham papéis significativos para saúde do funcionamento da


escola, fortalecendo a participação democrática da comunidade, contribuindo assim para a
qualidade do ensino e do âmbito escolar.
De acordo com o PPP da instituição, todos os conselhos trabalham bem entre si, e ornam
a qualidade do ambiente educacional, em diversos aspectos obtém ótimos resultados, e juntos
elaboram novas metas anualmente, para que a melhoria seja sempre gradativamente, buscando
sempre se manter no tipo de gestão democrática.
É impossível atravessar a estrada do aprendizado da democracia, de como fazer
democracia sem confrontar basismo e elitismo, expressões vivas em nossas tradições
autoritárias. E nós estamos ainda no processo de aprender como fazer democracia. E
a luta por ela passa pela luta contra todo tipo de autoritarismo. (FREIRE, 2001, p. 136)
As tradições ainda permanecem presentes em nosso cotidiano, e dentro do contexto
escolar não seria diferente, mas com a evolução dos seres humanos e de sua comunidade, é
19

necessário acabar com algumas nos livrarmos de determinadas raízes que nos prejudicam e
atrasam, e a gestão democrática, abre a porta para a luta de liberdade de escolha em nossa
sociedade.
No que diz respeito a estrutura física, conta-se com as seguintes dependências, como
mostra o Quadro 5:
Quadro 5 – Dependências Escolares
DEPENDÊNCIAS QUANTIDADE
Almoxarifado 1
Banheiros 4
Cozinha 1
Sala de multimídia 1
Pátio 1
Refeitório 1
Salas de Aula 5
Secretaria/Direção 1
Fonte: PPP da instituição. (2021)
A sala de secretaria e direção, dividem um mesmo espaço, que apesar de pequeno é
capaz de atender a demanda exigida na escola, e conta adequadamente com a preparação
exigida, com o material necessário para o suporte das atividades que ali são feitas, e a
consequência disso, é o bom funcionamento que é tido.
A escola conta com um espaço com cobertura (Figura 4) que é utilizado como refeitório
no período da tarde, mas o curioso é que esse mesmo ambiente tem diversas funcionalidades
dentro da instituição, no horário matutino é usada como espaço de desenvolvimento de
brincadeiras pela educação infantil, e no vespertino, além de acolher as crianças na hora da
refeição, ela conta com um acervo de livros que ficam ao alcance dos alunos, e é também onde
as professoras reúnem os alunos para contar histórias pelo menos uma vez na semana.
Figura 4 – espaço educativo integrado na escola com cobertura.
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Fonte: Arquivo da autora. (2021)

Este espaço apesar de pequeno, é considerado o lugar multifuncional da escola, pois as


crianças utilizam como cantina e também para desenvolver outras atividades, como leitura,
escrita, pintura e etc; Com toda a sua decoração, apoio, e acervo de livros que ficam disponíveis
durante os intervalos da aula, acabam se tornando além de um ambiente aconchegante e
importante para o dia a dia dos estudante.
O pátio (Figura 5) é a maior parte da escola, a área é descoberta e cimentada, possuí
uma parque de madeira de pequeno porte, para que as crianças possam aproveitar melhor o
ambiente, mas por ser descoberto os alunos acabam se evadindo pra outros lugares da escola,
visto que o clima não é favorável. Mas a instituição se esforça para aproveitar o pequeno espaço
e dar para as crianças um espaço educativo, divertido e acolhedor, já que a recreação também
extremamente importante para o desenvolvimento cognitivo desses discentes. “Através destas
atividades, a criança, desenvolve a linguagem, o pensamento, a autonomia, o relacionamento
interpessoal e eleva sua autoestima.” (MAURICIO,2008)

Figura 5 – Pátio da escola.


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Fonte: Arquivo da autora. (2021)

A estrutura da escola conta com 5 salas de aula, mas apenas uma é climatizada, e apesar
disso todas as salas são bem equipadas, em quesito de conservação da estrutura física, as
cadeiras são adaptadas, possuem armários, iluminação, quadro branco. O ambiente dentro
dessas salas é bem receptivo, paredes decoradas e atrativas, calendário, horário, abecedário e é
onde também são expostos os trabalhos desenvolvidos pelas crianças, valorizando o trabalho
dos alunos, o que é importante para a construção da identidade de cada um e para o sentimento
de integração ao ambiente escolar.
Em relação a Escola Municipal Hermann Gmeiner, dispõe-se um quadro composto por
41 funcionários, distribuídos conforme o Quadro 6 a seguir:
Quadro 6 – Quantitativo de Funcionários.
CARGO QUANTIDADE DE
FUNCIONÁRIOS
PROFESSORES 20
DIRETORA 1
VICE-DIRETORA 1
SECRETÁRIA GERAL 1
APOIO PEDAGÓGICO 2
VIGIA 1
BIBLIOTECA 2
AUXILIARES DE SERVIÇOS 8
GERAIS
AUXILIARES DE 2
SECRETARIA
AUXILIARES DE SALA 1
22

MERENDEIRA 2
Elaboração: A partir do PPP da instituição.
De acordo com o PPP da escola, e relatos da direção, todos os funcionários trabalham
em ótima harmonia, priorizando sempre a qualidade física e educacional, além de apresentarem
grande responsabilidade e competência em suas funções designadas individualmente. Vale
salientar que graças ao programa pró-funcionários ofertados, muito de seus funcionários
possuem cursos como de gestão escolar e multimídia.
Além do quadro de funcionários, a escola apresenta uma estrutura física maior, quando
comparada a anterior (Quadro 7):
Quadro 7 – Dependências da escola.
DEPENDÊNCIAS QUANTIDADE
SALAS DE AULA 11
BIBLIOTECA 1
LABORATÓRIO DE 1
INFORMÁTICA
SALA DE VÍDEO 1
SECRETARIA 1
DIREÇÃO 1
SALA DE SUPERVISÃO 1
PEDAGÓGICA
SALA DE PROFESSORES 1
BANHEIROS 9
PÁTIO 1
GINÁSIO 1
COZINHA 1
SALA MULTIFUNCIONAL 1
Fonte: PPP da instituição.

Um destaque da escola, é a sala multifuncional, que é utilizada para Atendimento


Educacional Especializado (AEE), onde se promove um trabalho que busca abrir espaço para a
acessibilidade, respeitando sempre a individualidade dos alunos que à utilizam, o objetivo é
atender os objetivos determinados no Decreto N° 6.571, de 17 Setembro de 2008:
Art.2° São objetivos do atendimento educacional especializado: I-prover condições
de acesso, participação e aprendizagem no ensino regular aos alunos referidos no
art.1°; II-garantir a transversalidade das ações da educação especial no ensino regular;
III-fomentar o desenvolvimento de recursos didáticos e pedagógicos que eliminem as
barreiras no processo de ensino e aprendizagem; e IV-assegurar condições para a
continuidade de estudos nos demais níveis de ensino.
Faz-se necessário assegurar tal atendimento dentro da comunidade escolar, para que a
educação seja colocada para todos, independentemente das dificuldades que sejam colocadas
dentro da comunidade, podendo ofertar assim uma educação igualitária.
Outro espaço de orgulho na instituição é a biblioteca, que contém um acervo literário e
de pesquisa diverso, que estão sempre disponíveis não somente para aqueles que integram a
23

escola, mas também a comunidade. É um lugar de produção de conhecimento e para


desenvolvimento, mas a sua dificuldade maior é o fato de estar localizada no primeiro andar, e
isso acaba dificultando o acesso para os estudantes que obtém alguma necessidade educacional,
e pensando nisso foi-se pensado em um material que pudesse estar disponível para a realização
de uma biblioteca itinerante, para que que o acesso não seja negado para esse público.
Na instituição o primeiro espaço visto é o pátio (Figura 6), amplo e aberto, permite que
as crianças possam se locomover livremente, e também, que todas elas tenham a oportunidade
de dividir o espaço. Outro ponto referencial deste local é o parque infantil que garante a diversão
em momentos recreativos e intervalos, o parque passou por reformas recentemente, o que é
mais um aspecto positivo.
Essa área do parque é extremamente aproveitada, onde as crianças tem acesso ao
desenvolvimento social e cognitivo através de brincadeiras, jogos e até mesmo nos próprios
brinquedos disponíveis.
As salas de aula tem capacidade de atender no máximo 25 alunos, são equipadas e
decoradas, mas é nítido que é a parte mais problemática em relação a estrutura, visto que as
salas são separadas e distantes da parte administrativa, e possuem também deterioramento em
sua estrutura física, esse é um dos problemas inclusive relatados como maiores dificuldades na
escola.
Sabe-se que a qualidade do ambiente escolar remete a qualidade de ensino repassada, e
é necessário que toda a instituição tenha um ótimo espaço educacional para acolher as crianças
de sua comunidade, assim obtendo êxito em seu processo educativo. Assim que a
responsabilidade desse apoio estrutural deve partir do poder público, assim como deixa claro a
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (Lei n° 9.394):
Art.70. Considerar-se-ão como de manutenção e desenvolvimento do ensino as
despesas realizadas com vistas à consecução dos objetivos básicos das instituições
educacionais de todos os níveis, compreendendo as que destinam a:
I-remuneração e aperfeiçoamento do pessoal docente e demais profissionais da
educação;
II-aquisição, manutenção, construção e conservação de instalações e equipamentos
necessários ao ensino;
É direito do aluno o acesso a um ambiente adequado de ensino, para que se possa ofertar
uma educação de qualidade, e também ensinar sobre zelo dos espaços coletivos, é obrigação do
poder público assegurar essa manutenção, para que assim os estudantes possam ter um processo
educativo completo.
Compreendendo as implicações de um ambiente sobre o desenvolvimento educativo de
uma criança, faz-se necessário também compreender como a relação entre discentes e docentes
interferem ou auxiliam neste processo.
24

2.2.1 OFERTA DE NÍVEIS DE ENSINO NAS INSTITUIÇÕES


Segundo o art. 21 do Capítulo I da LDB N° 9394/96 a educação escolar compõe-se da
educação básica, que é formada pela educação infantil, ensino fundamental e médio, e também
pela educação superior.
A Escola Municipal Maria Leonor Cavalcanti, oferta inicialmente somente a educação
infantil, destas apenas os níveis II e III, mas atualmente a instituição expandiu o seu
atendimento, fornecendo a sua comunidade até o ensino fundamental I, são eles: Níveis II, III,
IV e V, do ensino infantil e o do 1° ao 3° ano do fundamental I.
Na educação infantil da escola, tem como necessidade dar uma atenção especial às
curiosidades naturais de cada criança, e a partir daí estimular o aprendizado. Procura-se
proporcionar formas educativas que levem a promover o desenvolvimento intelectual,
emocional, físico e espiritual de cada criança, de acordo com suas capacidades e habilidades.
Segundo o PPP da instituição, os alunos tem oportunidade de praticar cooperação e
habilidades interpessoais, enquanto brincam, exploram e participam das atividades propostas.
Ainda sobre o documento, sabe-se que as crianças tem acesso a aulas de música que constituem
parte da dinâmica do programa e são utilizadas como forma de aprimorar o ensino de linguagem
e valores. Eles incrementam o processo de aprendizagem ao ampliar o desenvolvimento da
motricidade fina e a concentração de maneira agradável e natural.
Já no ensino fundamental todo um currículo é estruturado a partir das habilidades
cognitivas e sociais já desenvolvidas anteriormente, atreladas a construção de conhecimentos e
habilidades essenciais. Os alunos nestes anos correspondem a uma faixa etária onde encontram-
se em um intenso crescimento físico e intelectual. Mais uma vez dirigindo-se até o PPP, os
seguintes aspectos ganham destaque: Aquisição de leitura e escrita, compreensão textual,
expressão oral e escrita, resolução de problemas e de operações numéricas básicas e
interpretação de sistemas de referência de espaço e tempo.
Na Escola Municipal Hermann Gmeiner também houve o processo de evolução nos
níveis de ensino que são ofertados, incialmente a escola contava apenas com Educação Infantil
e Ensino Fundamental I, mas gradativamente foi implantado também o Ensino Fundamental II.
Atualmente a escola funciona com as seguintes turmas: Níveis IV e V, na Educação Infantil;
Do 1° ao 5° ano, correspondendo ao Ensino Fundamental I; e por fim, do 6° ao 9° do Ensino
Fundamental II.
Recorrendo ao PPP, encontra-se que a metodologia base da escola para o seu ensino é o
trabalho de conteúdos qualitativos horizontalmente, que refere-se ao conhecimento já
25

acumulado e verticalmente, que são os objetivos de estudo, buscando a transversalidade e


interdisciplinaridade através de práticas e projetos que forem desenvolvidos na instituição.
Art. 22. A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-
lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe
meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores. (BRASIL,1996 ,p.18)

Quando leva-se em consideração o artigo acima citado, tem-se a noção que as


instituições conseguem propor um ambiente de progressão, tendo o necessidade de desenvolver
projetos e atividades que possibilitem o constante crescimento de seus alunos. Assim fica nítido
que ambas escolas estão montadas em princípios essenciais, para o desenvolvimento de seu
público alvo, as crianças.
2.3 PERFIL DOCENTE E DISCENTE
A Escola Municipal Maria Leonor Cavalcanti afirma em seu PPP, o compromisso de
desenvolver competências que permitam ao educando ser sujeito da sua própria aprendizagem,
e para tanto a ação pedagógica deve favorecer a produção e utilização de diversos campos de
conhecimento.
A instituição conta uma diversificação de alunos, que se espalham entre a Educação
Infantil e o Ensino Fundamental. Esses provém de famílias que são pertencentes às classes
econômicas, baixa e média, boa parte deles residem com seus familiares na zona leste, onde a
escola está inserida, mais precisamente nos bairros Castelo Branco, Nova Descoberta, Canutos
e Filhos, entre outros, e contando também com uma pequena parcela que pertencem a
comunidade rural.
Aqueles alunos que representam uma porcentagem carente dentro da escola, são
contemplados com o auxílio do programa Bolsa Família, e vale salientar que em muitos casos
é só por essa contribuição que a família leva a criança até a escola; Nesses casos, é comum que
os alunos contem com a desestruturação familiar, e assim acabam apresentando distúrbios de
comportamentos, e este, é um fator que interfere no desenvolvimento da aprendizagem e
consequentemente na harmonia em ambiente escolar.
Em locais como a escola, é comum que se encontre diferenças individuais, e essa
atenção ao diferente deve ser cumprida, para que a evolução aconteça de forma crescente para
todos, independentemente de qual individualidade seja apresentada, pensando nisso a BNCC
pontua: “Parte do trabalho do educador é refletir, selecionar, organizar, planejar, mediar e
monitorar o conjunto das práticas e interações, garantindo a pluralidade de situações que
promovam o desenvolvimento pleno das crianças.” (BRASIL, 2018, p. 39)
26

Com relação aos docentes, todos os polivalentes contam com a graduação no curso de
Pedagogia em seu currículos, e boa parte também conta com pós graduação na área da educação.
Existem funcionários que contam com outras graduações também, mas estão espalhados em
outros cargos da instituição.
Os professores mostram-se comprometidos com o trabalho que exercem, e estão sempre
em busca de uma formação continuada, o que proporciona a evolução de suas competências,
ampliando seu campo de trabalho. Além disso a escola busca sempre não somente incentivar
os seus profissionais, como também preocupa-se em procurar parcerias com instituições para
melhorar o ensino que é oferecido.
A formação continuada é um processo de constante aprimoramento no trabalho
profissional, o que o não faz com que a docência se resuma apenas a uma graduação, já que a
educação mantem-se em atualização e exige o melhor no exercício da profissão.
A formação continuada nasce com a intenção de adequar os professores aos tempos
atuais, facilitando um constante aperfeiçoamento de sua prática educativa e social,
para assim adaptá-la as necessidades presentes e futuras. (...) potencializou um modelo
de treinamento mediante cursos padronizados que ainda perdura. Tal modelo de
treinamento é (...) modelo que leva os professores a adquirirem conhecimentos ou
habilidades (...) a partir da formação decidida por outros. (...) Um dos resultados
esperados (...) é que se produzam mudanças nas atitudes e que estas passem para a
sala de aula (IMBERNÓN, 2010, p. 19)

Pensando nisso, a escola oportuniza durante cada planejamento bimestral e início de


projetos, a criação de oficinas pedagógicas que são realizadas pela equipe gestora, visando
sempre aperfeiçoar o trabalho pedagógico em sala de aula, alguns exemplos dessas oficinas são:
Oficina com gênero textual literário: poerma; Projeto “Nossa cultura, Nossa vida”; Oficina – o
mundo encantado de Monteiro Lobato; entre outros.
A Escola Municipal Hermann Gmeinner, segundo o seu PPP, estabelecem o professor
e aluno como sujeitos ativos dentro do processo de ensino aprendizagem, fortalecendo a ideia
de que ambos devem criar um vínculo afetivo, estabelecendo confiança e harmonia, para que
assim possam construir maneiras de atuação no processo da jornada educacional.
Dentro da instituição, pode-se encontrar alunos matriculados nos níveis infantil e
fundamental, estes são provenientes de uma comunidade que assim como na Leonor, localiza-
se na Zona Leste da cidade, em bairros como: Castelo Branco, Nova Descoberta, Itans, entre
outros. As crianças geralmente fazem parte de famílias de classes baixas e média, e segundo o
PPP da escola.
Muitas dessas crianças são contemplados com o programa Bolsa Família, e outros vivem
acolhidos em casas cedidas pelas Aldeias Infantis SOS, com uma mãe social e dez filhos, que
27

contam com bolsas de padrinhos estrangeiros. Os demais moram em casas próprias e outros em
casas alugadas.
Quando refere-se aos docentes, sabe-se que todos são graduados e boa parte tem pós-
graduação em áreas da educação, assim como a instituição anterior, como expõe o Quadro 8 a
seguir:
Quadro 8 – Formações dos professores da Escola Municipal Hermann Gmeinner.
Professores Formação
Polivalentes Pedagogia com especializações
Língua Portuguesa Letras
Matemática Licenciatura em Matemática
Ciências Licenciatura em Biologia
Geografia Licenciatura em Geografia
História Licenciatura em História
Ensino Religioso Ciências da Religião
Arte Letras com habilitação em Língua
Portuguesa
Inglês Letras com habilitação em Inglês
Educação Física Educação Física
Fonte: PPP da Escola Municipal Hermann Gmeiner 2021 .

Outro ponto em comum com a primeira escola, é que na Hermann encontra-se o mesmo
cuidado e preocupação com a formação continuada, o corpo pedagógico consegue ver a
importância de se manter em constante evolução, e portanto está sempre buscando
aprimoramento de seus docentes.
A formação continuada deveria apoiar, criar e potencializar uma reflexão real dos
sujeitos sobre sua prática docente nas instituições educacionais e em outras
instituições, de modo que lhes permitisse examinar suas teorias implícitas, seu
esquema de funcionamento, suas atitudes, estabelecendo de forma firme, um processo
constante de auto avaliação do que se faz e porque se faz (...) (IMBERNÓN, 2010, p.
47).
Para um melhor ensino dentro de sala de aula, o professor pode sempre buscar a sua
melhoria quanto suas estratégias pedagógicas, e a formação continuada é uma ótima ferramenta
para auxiliar nesse processo, pois auxilia tanto na construção de conhecimento, quanto no
reconhecimento de vertentes já estabelecidas no contexto social das crianças.
28

3 GEOGRAFIA NA PROPOSTA CURRICULAR


Neste capítulo identifica-se conhecimentos relacionados a Geografia, que por sua vez,
são integrados a proposta curricular da Educação Infantil, a partir daí o entendimento sobre a
Geografia no ambiente escolar torna-se mais claro, possibilitando ao leitor a compreensão de
como está estabelecida na estrutura curricular, e assim, comparar com a aplicação da mesma
dentro da educação. Foi-se organizado em três tópicos: Educação Infantil, Geografia e
Educação Infantil e Geografia na educação infantil.
3.1 EDUCAÇÃO INFANTIL
Dentre muitos processos da constituição de um ser, a educação está no topo do processo,
é indiscutível que para formação do indivíduo faz-se necessário que o mesmo participe de um
exercício educacional dentro do seu contexto social, e é por isso, que a educação é um direito
assegurado pela Constituição Federal, e no presente documento, no art. 206, estão estabelecidos
os pré-requisitos para uma educação de qualidade:
I–igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II–liberdade de
aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; III–pluralismo
de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e
privadas de ensino; IV–gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V–valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei,
planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e
títulos, aos das redes públicas; VI–gestão democrática do ensino público, na forma da
lei; VII–garantia de padrão de qualidade; VIII–piso salarial profissional nacional para
os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei federal. (BRASIL,
p.109)
Na Educação Infantil, nota-se que nas últimas décadas tem-se dado uma atenção
especial para a infância, sendo criado diversos documentos que facilite e melhore esse lugar
dentro da educação. Ao ser colocada uma política educacional que garantisse acesso a todos, o
Ensino Infantil ganha o seu espaço como primeiro nível da educação básica, e a proposta tem
por finalidade, o desenvolvimento integral das crianças, preparando-os o mais cedo possível
para o convívio social.
Ao assegurar uma educação para todos, passa a existir a necessidade de um ensino de
qualidade, onde as crianças não tenham somente o acesso a um espaço seguro e adequado, como
também, possuam profissionais capacitados a frente do seu processo de aprendizagem, e para
isso conta-se com as Diretrizes Nacionais Curriculares, que para a Educação Infantil orientam
a formulação de políticas, planejamento, desenvolvimento e avaliação.
O objetivo das DCN, é garantir a autonomia das escolas e das propostas pedagógicas,
estimulando as instituições a montarem seus currículos a partir das áreas de conhecimentos,
com a ideia de manter parâmetros específicos e relevantes, como por exemplo o ambiente em
29

que estão inseridos e o público alvo. Elas fornecem a estrutura da educação infantil
oportunizando tanto qualidade, como equidade, de aprendizagem e conteúdos.
A revisão e atualização das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil
é essencial para incorporar os avanços presentes na política, na produção científica e
nos movimentos sociais na área. (BRASIL, 2013, p.83)
Ao fornecer o suporte necessário, as DCN acabam proporcionando ao professor a
oportunidade de prover a realidade dos alunos e da comunidade em que a escola está inserida,
e a partir daí dá-se a chance à população de socializar pesquisas, informações e discussões.
A Educação Infantil funciona como a base para as demais fases da educação formal, e
é considerada uma das etapas mais importantes, pois é nela que inicia-se o processo de formação
das crianças, onde permite que vivam fora do convívio familiar, desenvolvendo assim sua
autonomia e personalidade, facilitando assim o sucesso em sua vida escolar e individual.
Sendo voltada para crianças de 0 à 5 anos, a Educação Infantil no Brasil, só é obrigatória
para aqueles que possuem de quatro à cinco anos. Para atender a demanda, as crianças são
atendidas em creches e pré-escolas, como consta no Art. 30 da LEI Nº 9.394 de 20 de dezembro
de 1996: A educação infantil será oferecida em: I – creches, ou entidades equivalentes; II – pré-
escolas; As crianças que possuem idade até 3 anos, são acolhidas nas creches, e as que tem de
4 à 5, nas pré-escolas. Normalmente essas instituições são públicas, e são encontradas em todas
as regiões do país, mas há também a oferta em escolas particulares.
O atendimento nessas instituições, sejam elas creches ou pré-escolas não contam com
um único padrão; É possível encontrar creches que atendam integralmente ou meio período,
que possam ou não fechar para férias, e pré-escolas que atendam de 3 à 4 horas ou
integralmente, sabendo disso, é necessário pensar sobre as propostas curriculares, pois além da
idade, o tempo em que a criança está inserida na instituição é importante para as mesmas.
Estas questões acabam influindo na seleção dos conteúdos a serem trabalhados com
as crianças, na articulação curricular de maneira a garantir um maior número de
experiências diversificadas a todas as crianças que a frequentam. (BRASIL, p. 66)
As propostas curriculares, na Educação Infantil, devem estar atreladas ao contexto social
no qual a escola e crianças estão inseridas, dando prioridade as características socioculturais e
necessidades da população atendida. Para a instituição faz-se necessário conhecer a comunidade
a qual está introduzida, pois há um conjunto de conhecimentos que tornam as propostas
curriculares ainda mais significativas, seja em um contexto cultural, social ou econômico; Por
muitas vezes, alguns assuntos mais complicados necessitam ser inseridos dentro dessas
propostas, pois a realidade do corpo social tem essa carência, e nesses casos conta-se com
assistências, sejam elas governamentais ou não.
30

Outro ponto significativo dentro das instituições, é o espaço físico e os recursos


materiais, estes não são os únicos responsáveis pela ação educativa, mas são grandes auxiliares
do processo. O espaço na educação infantil deve oportunizar para criança condições para que
ela consiga utiliza-lo para o seu próprio crescimento pessoal e desenvolvimento na
aprendizagem, para isso é necessário que o mesmo seja volátil, para que seja desfrutado pelas
crianças da melhor forma possível.
É preciso que o espaço seja versátil e permeável à sua ação, sujeito às modificações
propostas pelas crianças e pelos professores em função das ações desenvolvidas. Deve
ser pensado e rearranjado, considerando as diferentes necessidades de cada faixa
etária, assim como os diferentes projetos e atividades que estão sendo desenvolvidos.
(BRASIL, p. 69)
É preciso pensar na criança como centro do ensino, e na Geografia não é diferente, então
quando prepara-se os espaços de ensino é preciso detectar se estão adequados e preparados para
atender todas as necessidades exigidas. É necessário atentar-se a todos os requisitos, como
particularidades, idade, comunidade, e conseguir dar a liberdade de ser dentro do espaço de
aprendizagem.
Na questão dos recursos materiais, vale ressaltar a importância da disposição e
organização destes, os brinquedos e os demais materiais precisam estar disponíveis de forma
acessível para as crianças, para que elas possam se desenvolver autonomicamente,
possibilitando identificar os critérios de ordenação, e para um caso de desgaste destes materiais,
a manutenção deles devem fazer parte da escola, e acontecer de tempos em tempos. É preciso
que, em todas as salas, exista mobiliário adequado ao tamanho das crianças para que estas
disponham permanentemente de materiais para seu uso espontâneo ou em atividades dirigidas.
(BRASIL, p. 71)
As instituições que atendem a Educação Infantil, precisam criar um ambiente que seja
funcional e que atenda às necessidades que os alunos apresentam, de acordo com faixa etária,
famílias, seu ritmo de desenvolvimento. O planejamento e atendimento devem ser pensados a
partir dos conhecimentos e peculiaridades de cada criança, criando a ideia de equidade que já
vimos anteriormente, e é por isso que se faz necessário o estreitamento na relação entre família
e escola.
Essa parceria ocupa um posto de importância, quando pensamos na formação de uma
sociedade mais democrática e pluralista, quando a relação entre instituição e família é
conflituosa, dificulta o processo de aprendizagem da criança, já que a mesma absorve
conhecimentos de ambas vertentes, quando há essa parceria facilita-se todo o processo de
evolução em conjunto e a criança não precisa viver em realidades distintas, e sim em existências
que se complementam.
31

3.2 GEOGRAFIA E EDUCAÇÃO INFANTIL


Sabe-se que a Geografia se faz presente em muitos aspectos do nosso cotidiano, quando
atrelada à conhecimentos políticos, econômicos e culturais, torna-se essencial que saibamos
sobre essa ciência. O ser humano cresce e se desenvolve em um espaço que passa por milhares
de modificações ao longo do tempo, e partindo para o ponto inicial de todo esse processo,
chegamos até a infância; Nesta fase da vida é onde acontece todo o processo de absorção de
conhecimento, e formação do ser para o convívio em sociedade, então é notória a relevância de
permitir que construa-se o processo de pertencimento, e a Geografia é um dos fatores que
incentivam isso na educação.
A Geografia na Educação Infantil é utilizada de forma lúdica, estimulando na criança o
seu desenvolvimento cognitivo, permitindo que elas possam compreender e entender o espaço
na qual estão inseridas; Os conteúdos dentro desta disciplina ajudam no desempenho da criança
nas ações de relacionar-se ao mundo que vivem e se desenvolvem.
A infância, portanto, se dá num amplo espaço de negociação que implica a produção de
culturas de criança, do lugar, dos lugares destinados às crianças pelo mundo adulto e
suas instituições e das territorialidades de criança, resultando desse embate uma
configuração à qual chamamos de territorialidades infantis, cujo campo de reflexão é a
Geografia da Infância. (LOPES, 2008, p.68).
As crianças conseguem se apropriar do ambiente em que estão inseridas, e produzem
diferentes versões culturais e simbolistas do mesmo. Ao aumentar as noções de lugar, paisagem,
lateralidade, espaço e tempo, elas conseguem assumir o papel de agentes transformadores do
espaço.
Em um primeiro momento, as crianças conseguem perceber o espaço com o auxílio do
seu próprio corpo, e isso acontece através do atrito, ou seja, quando a este tem contato com
objetos, e podendo assim fazer a utilização dos sentidos. Elas vivenciam o lugar onde
frequentam, onde brincam, e onde normalmente ficam os objetos que são utilizados por elas;
Quando o espaço aumenta, então a tendência é que ela absorva mais conhecimento, e
desenvolva-se ainda mais como indivíduo na sua comunidade, gerando a noção espacial da
criança.
Para que a Geografia seja aplicada no Ensino Infantil, precisa-se reconhecer a infância
como uma construção social, onde as crianças tem um papel ativo na sociedade, como
construtores e reprodutores das dimensões culturais, não são seres deslocados no espaço e
tempo, eles estão constantemente aprendendo e se movimentando, transformando cultura e
ajudando no processo de continuidade da sociedade.
James e Prout (1990) traçaram alguns princípios que seriam marcas de um novo
paradigma para se olhar a infância, que podem ser assim sintetizados:
32

a) a infância deve ser compreendida e interpretada como uma construção social,


distanciando-se de suas concepções naturalistas e biológicas e aproximando-se da dimensão
cultural de cada sociedade;
b) como dimensão social e cultural, marcada por variedades, é possível falar em
infâncias e não apenas numa infância;
c) as crianças devem ser percebidas como ativas na construção da sociedade e enquanto
sujeitos prenhes de relações sociais, são merecedoras de estudos a partir de si mesmas.

Ao reconhecer a importância do papel da infância na constituição da sociedade, a


Geografia entra como ponte entre criança e espaço, para que ela além de entender o seu
ambiente, ela consiga se reinventar dentro dele, tendo como foco sempre à autonomia, e para
isso é necessário trazer propostas de ensino que às façam ter acesso a uma aprendizagem
significativa.
Quando pensa-se em Geografia na Educação Infantil, deve-se ter a consciência que as
crianças precisam ser atraídas para o aprendizado, então os professores e escolas começam a
enxergar a necessidade de se inserir uma educação que incentive o estudo da mesma. É
necessário identificar as necessidades das crianças, promovendo a interação entre as mesmas e
o mundo, para que assim possam adquirir os primeiros conhecimentos.
O conhecimento sistematizado trás para a criança a oportunidade de conhecer e entender
o espaço em que ela está colocada, e de que forma ela pode utiliza-lo para ajudar na sua
aprendizagem, e cabe ao professor juntamente com a instituição, planejar atividades lúdicas que
desenvolvam as noções espaciais da Geografia na Educação Infantil. Deve-se lembrar também,
que na infância não é somente o momento de se reconhecer dentro de sua sociedade, além disso,
os alunos nessa época desenvolvem suas próprias culturas, e estas interagem com aquelas já
existentes.
A Geografia ensinada nas instituições escolares, são agentes importantes para todo esse
desenvolvimento, mas apesar disso ainda não consegue ter o seu destaque dentro de todas as
matérias ensinadas, nem todos os casos são assim, mas é bastante comum que o docente não
consiga fazer a correlação entre a Geografia e Infância, e assim acabe negligenciando a
progressão das crianças.
Como já foi dito anteriormente, a Geografia desenvolve um papel muito significativo
na educação da sociedade, pois ela está ligada diretamente com o desenvolvimento do ser
humano dentro do espaço em que está inserido, e quando trata-se de infância, torna-se ainda
33

mais contribuinte, já que de diversas formas, está área da ciência auxilia no crescimento e
formação das crianças.
Neste sentido faz-se indispensável nas primeiras fases da vida, como incentivar o
desenvolvimento cognitivo, corporal, social e cultural dos indivíduos, e também contribuindo
para as relações entre ações humanas e os ambientes; Com todas esse apoio, a Geografia
oportuniza aos alunos a compreensão do seu presente, e uma remodelagem do seu futuro. A
relevância deste ensino está expressa na Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2017)
quando afirma que:
O raciocínio geográfico, uma maneira de exercitar o pensamento espacial, aplica
determinados princípios para compreender aspectos fundamentais da realidade: a
localização e a distribuição dos fatos e fenômenos na superfície terrestre, o ordenamento
territorial, as conexões existentes entre componentes físico-naturais e as ações
antrópicas. (BRASIL, 2017, p. 359)
Ao estimular o raciocínio geográfico do aluno, ensina-se a interpretar e representar o
mundo, este que mantém-se em constante modificação, e assim tornando-se capaz de fazer
apropriação de alguns conceitos, e por fim tendo domínio do alguns acontecimentos, podendo
assim exercer a cidadania.
Na realidade de algumas escolas, embora seja evidente a importância do ensino da
Geografia, alguns professores acabam se descuidando na hora da aplicação dos conhecimentos
sobre a disciplina. É crucial que o educador saiba a importância desta ciência, para que assim
ele consiga solidificar conhecimentos que estão atrelados e ampliam o desenvolvimento dos
alunos de forma direta.
Desta forma, nota-se a importância de ressaltar a relevância desta disciplina na
Educação Infantil, pois para que a criança entenda e compreenda as noções de espaço e se
desenvolva cognitivamente, culturalmente e socialmente, ela precisa das instruções acerca do
mundo que a Geografia oferece. Quando se analisa todos esses pontos, enxerga-se no professor
a possibilidade de desenvolver atividades que promovam para as crianças o contato com a
Geografia desde cedo, e que estas consigam manter a atratividade para os educandos, e
incentivem os estudos acerca da disciplina e do seu ambiente. Nessa fase de infância, as
atividades lúdicas são essenciais para manter o prazer em querer aprender a respeito dos
conteúdos, e através destas, as crianças motivam-se a estudar.
Na Educação Infantil há a necessidade de se desenvolver dentro do ambiente escolar,
atividades que desenvolvam a socialização, e nessa fase um ótimo recurso a ser utilizado, é a
brincadeira; Quando se utiliza a Geografia atrelada a essa forma de atividade, desenvolve-se a
socialização e a interação da criança para com o espaço que ela está inserida.
34

As brincadeiras estabelecem a relação entre o mundo interno do indivíduo –


imaginação, fantasia, símbolos – e o mundo externo - realidade compartilhada com os
outros. Ao mesmo tempo, as crianças, ao brincarem, vão criando condições de
separarem esses dois mundos e de adquirirem o domínio sobre eles. (Brasil Escola,
2009. JOGOS E BRINCADEIRAS NO PROCESSO DE ENSINO
APRENDIZAGEM Disponível em
<https://educador.brasilescola.uol.com.br/orientacao-escolar/jogos-brincadeiras-no-
processo-aprendizagem.htm> Acesso em: 19 de set. de 2021. )
Então, nota-se que nas brincadeiras encontra-se o incentivo necessário para o
desdobramento de habilidades; Brincar solidifica o sentimento de liberdade, tornando-se
bastante estimulante para as crianças, e quando combinados em um planejamento adequado, é
capaz de estimular mentalmente e suas capacidades de cooperação e independência, e neste
sentido o lúdico possui as características que possam ser utilizadas em convívio humano e assim
desenvolver papéis sociais.
O professor precisa manter-se em constante evolução, e buscando sempre aperfeiçoar
ou inovar em suas metodologias, mas não somente isso, é preciso que ele consiga interligar a
ludicidade com os conteúdos que a disciplina apresenta, as estratégias de ensino precisam se
estabelecer em cima dos conhecimentos geográficos que os alunos apresentam, de acordo com
sua vivência. E mais uma vez a importância de se contextualizar o ensino da Geografia com o
meio sociocultural se faz presente, sempre ampliando os conhecimentos a partir da infância.
A Educação Infantil traz consigo a grande responsabilidade de introdução do ser na
comunidade que ele está inserido, fazendo-o ter acesso a direitos e deveres dentro de sociedade,
e oportunizando o seu desenvolvimento cognitivo e social, e é por isso que as escolas devem
construir propostas pedagógicas que fortifiquem esse processo, e sobre isso as Diretrizes
Curriculares Nacionais – DCN afirmam:
A proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil deve ter como objetivo
principal promover o desenvolvimento integral das crianças de zero a cinco anos de
idade garantindo a cada uma delas o acesso a processos de construção de
conhecimentos e a aprendizagem de diferentes linguagens, assim como o direito à
proteção, à saúde, à liberdade, ao respeito, à dignidade, à brincadeira, à convivência e
interação com outras crianças. (BRASIL, 2013, p.88)
As propostas pedagógicas das instituições, desenvolvem um papel importante no
cumprimento da formação sociopolítica da criança. Oferecer o apoio necessário que essa fase
exige, é investir em recursos e condições, que possam ser utilizadas para o crescimento do
educando, e que estes sejam colocados em igualdade para atender o máximo de particularidades
que as crianças exigem, independentemente do seu contexto sociocultural.
Ao compararmos o que se exigido por lei, e todo o estudo que foi feito sobre o tema,
com as realidades escolares, pode-se encontrar algumas divergências. O educador por muitas
vezes acaba desenvolvendo propostas que tem um foco em seu conteúdo somente, esquecendo
assim de associar com o objeto de transformação: a criança.
35

Muitos ainda acreditam que a Geografia é uma disciplina desinteressante, e que se


resume somente a um trabalho de memorização, e por essa desvalorização no meio educacional,
que a disciplina possuí poucos investimentos, e por consequência poucos instrumentos que
facilitem o processo de ensino-aprendizagem, assim trazendo um estudo significativo.
Para o aluno é imprescindível que em sala de aula, quando há a interação professor
aluno, que haja a valorização da vivência do aluno para que assim se torne perceptível para a
criança como a Geografia está presente em sua realidade, facilitando assim todo o processo de
reconhecimento, que já foi visto anteriormente; E assim o estudo da sociedade e natureza torna-
se mais natural e presente em sua rotina escolar.
Portanto faz-se necessário que o educador crie e planeje um ambiente escolar onde o
aluno possa ter liberdade de conhecer e utilizar os conhecimentos geográficos. Em parceria com
a comunidade, a escola é responsável pelo processo de formação de identidade do ser, e isso
fica claro quando associado à Geografia na Educação Infantil, tanto escola, como docentes,
devem utilizar a ludicidade e a criatividade ao seu favor.
A contextualização das atividades de Geografia, com o meio sociocultural contando
também com a ludicidade, permite que a criança reproduza situações que já foram vividas
anteriormente, pois sabemos que todos esse processo de pertencimento se faz através de
experiências passadas, somadas a novas em um novo coletivo na escola;
Através do brincar, que já foi citado anteriormente, pode-se estimular toda essa
curiosidade de participar de novas experiências em seu cotidiano, e assim desenvolvendo
algumas áreas que estão presentes na Geografia, como a alfabetização cartográfica, onde a
criança aprende a se localizar e reconhecer as relações ao seu redor, podendo assim contribuir
de forma independente para aquele meio, para Santos e Santos (2017, p. 35): Na leitura
geográfica, o ambiente é resultado da interação dos constituintes físicos e sociais, envolvendo
ações da vida cotidiana.
3.3 CONTRIBUIÇÕES DA BNCC NO ENSINO DA GEOGRAFIA NA INFÂNCIA
A criança é um ser que está sempre em constante evolução e adaptação, é nessa fase que
começam as primeiras impressões do mundo, as noções de como se comportar dentro do
contexto a qual está inserida, e as instituições escolares exercem um papel poderoso neste
momento. A Educação Infantil, vem para as pessoas como forma de potencializar a capacidade
de adaptar dentro da sociedade, dentro de dois contextos (social e familiar) são trabalhados
diversas aprendizagens, como por exemplo a socialização, autonomia e comunicação, com o
objetivo de desenvolver o estudante diante do contexto sociocultural.
36

Para potencializar as aprendizagens e o desenvolvimento das crianças, a prática do


diálogo e o compartilhamento de responsabilidades entre a instituição de Educação
Infantil e a família são essenciais. Além disso, a instituição precisa conhecer e
trabalhar com as culturas plurais, dialogando com a riqueza/diversidade cultural das
famílias e da comunidade. (BRASIL, 2018, p. 37)
Principalmente na fase da infância faz-se necessário um desenvolvimento em conjunto,
para o aluno é importante que ele não desvincule os ambientes a qual ele virá a ser inserido, e
sim que aprenda com ambos de forma que consiga transformar em novas experiências de vida.
Trabalhando a diversidade que existe em toda a comunidade, consegue-se trabalhar diversos
âmbitos e proporcionar autonomia para decidir que caminho trilhar.
Dentro da Educação Infantil, encontra-se direitos de aprendizagem e desenvolvimento,
e estes foram criados para assegurar as condições de liberdade para a criança, onde possa
desenvolver um papel contribuinte dentro dos ambientes, e que com isso consigam praticar
formas solucionar os desafios que viram a surgir ao longo de sua vida, esses direitos estão
garantidos pela Base Nacional Comum Curricular – BNCC (2018) e são eles: Conviver, brincar,
participar, explorar, expressar e conhecer-se;
Como esses direitos contribuem? A convivência, amplia o conhecimento de si e do
outro, respeitando as particulares do outro e de sua cultura; As brincadeiras, amplia seu campo
de aprendizagem, imaginação, criatividade, experiências corporais e sensoriais; Já a
participação, permite que a criança esteja inserida no planejamento das propostas em sala de
aula, decidindo e se posicionando.
Quanto a exploração, é onde faz-se o uso de diversas áreas de interação, como
movimentos, sons, palavras, emoções, e etc. para a construção de saberes culturais, artísticos,
tecnológicos, entre outros; A expressividade ajuda a criança a conseguir se comunicar a respeito
de seus sentimentos, questionamentos, necessidades e descobertas, facilitando a sua relação
com o mundo ao seu redor; E por fim, se conhecer, que é quando a criança consegue construir
uma identidade pessoal, através de experiências vividas em grupo.
Ao desenvolver atividades lúdicas para o ensino da Geografia, consegue-se abordar os
direitos exigidos pela BNCC (2018), trabalhando o sujeito e o seu lugar no mundo, começa-se
a introdução a convivência com aqueles que o cercam, tanto na escola, como em casa e quando
atreladas a brincadeiras, permitem que a criança use de sua imaginação e experiências pessoais,
ampliem seu conhecimento acerca dos espaços;
Desenvolvendo tarefas como essas é necessário contar com participação de outras
crianças e adultos, exploração de ambientes, objetos e formas, permite também que a criança
se expresse de acordo com suas emoções, descobertas, questionamentos, e por fim, construir
37

uma identidade pessoal, social e cultural, que foi constituída a partir de seus grupos de
pertencimento, e conhecimentos adquiridos.
Parte do trabalho do educador é refletir, selecionar, organizar, planejar, mediar e
monitorar o conjunto das práticas e interações, garantindo a pluralidade de situações
que promovam o desenvolvimento pleno das crianças. (BRASIL, 2018, p.39)
A Geografia se faz importante em sala de aula, na Educação Infantil, pois é através dela
que consegue-se trabalhar aspectos como noção de espaço e tempo, e estes se fazem relevantes
já que as crianças precisam desse conhecimento pra estreitar os seus laços com o ambiente em
que estão sendo inseridos, e consequentemente entender o lugar onde estão construindo sua
aprendizagem e sua evolução como ser social. Quando estudam essa ciência, o aluno consegue
fazer relações entre os ambiente em que transita, e assim conseguindo constituir um
conhecimento significativo, a partir de questões sociais, culturais e familiares.
A Educação Infantil, conta com algumas temáticas abordadas na BNCC (2018), estas
possuem como destaques alguns de aspectos que são considerados relevantes para a criança,
alguns dos destaques são: Identidade; Interação; Linguagem Oral; Convivência; Comunidade;
Família-Escola; entre outros; Estas servem como pontos norteadores para a aplicação dos
conteúdos em sala de aula, produzindo assim atividades que estimulem sempre o crescimento
do aluno, não só físico, e como cognitivo, e podendo assim prepara-lo para o convívio em
sociedade.
Quando essas temáticas são trabalhadas dentro do planejamento, e são espalhadas em
diversas atividades lúdicas, que abordam literatura, brincadeiras, jogos, teatro, danças, e etc;
Cada uma dessas atividades tem o intuito de trabalhar dentro dos campos de experiências que
são citados no documento. Os campos de experiências constituem um arranjo curricular que
acolhe as situações e as experiências concretas da vida cotidiana das crianças e seus saberes,
entrelaçando-os aos conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural. (BRASIL, 2018,
p.40)
Considerando a aprendizagem e desenvolvimento das crianças, foram definidos 5
campos de experiências, são eles: O eu, o outro e o nós – quando a criança vai aprendendo a se
constituir a partir de experiências que ela consegue adquirir através da convivência com outras
pessoas, sejam elas adultas ou não; Corpo, gestos e movimentos – A partir do seu corpo
(sentidos, gestos) iniciam o processo de exploração do mundo em que ele vive; Traços, sons,
cores e formas.
A vivência de diversas manifestações culturais, através de diferentes expressões e
linguagem, podendo assim iniciar sua própria produção cultural/artística; Escuta, fala,
pensamento e imaginação – Participação e progressão em situações comunicativas, através de
38

conversações e curiosidade; E por fim, Espaço, tempos, quantidades, relações e transformações


– Experiências socioculturais que abranjam o espaço onde vivem e as relações que ali serão
constituídas.
Portanto, a Educação Infantil precisa promover experiências nas quais as crianças
possam fazer observações, manipular objetos, investigar e explorar seu entorno,
levantar hipóteses e consultar fontes de informação para buscar respostas às suas
curiosidades e indagações. Assim, a instituição escolar está criando oportunidades
para que as crianças ampliem seus conhecimentos do mundo físico e sociocultural e
possam utilizá-los em seu cotidiano. (BRASIL, 2018, p.43)
Esse estimulo gerado a partir da escola, transforma a aprendizagem significativa, e um
desenvolvimento individual e coletivo para a criança de extrema relevância. O aluno se
reconhece como figura individual autônoma e como também um agente transformador do
ambiente em que está inserido, e assim inicia-se o processo de desenvolvimento sociocultural.
A importância de trabalhar esses campos de experiências são nítidos, mas como fazemos
isso dentro do ensino da Geografia na Educação Infantil? E para começar, falaremos sobre o
primeiro campo: O eu, o outro e o nós; Que dentro da Geografia pode ser trabalhado como um
processo de reconhecimento próprio, dentro da comunidade que está inserida, observando
culturas, costumes, contextos sociais, e assim podendo ampliar seu campo de aprendizagem
acerca do meio, valorizando sua identidade e respeitando as particularidades do próximo.
Já no segundo campo de experiência, o Corpo, gestos e movimentos, a Geografia entra
abordando os espaços; A criança precisa explorar o ambiente onde foi colocada, e a maneira
mais fácil de fazer isso é através de seus sentidos, e de diferentes linguagens, o discente
consegue estabelecer uma relação triangular entre ele, os outros e o ambiente. Através de tudo
isso, a criança dá mais um passo em seu desenvolvimento, sendo capaz criar laços, expressar-
se, brincar e estabelecer seus próprios limites físicos.
Evidencia-se que segundo Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDB, nº
939496 (2001) a Educação Infantil é a primeira etapa da educação básica, e esta necessita ser
bem estruturada para que os alunos possam vir a progredir de maneira significativa em todo o
processo de aprendizagem, valorizando, assim, os componentes como, o brinquedo, o espaço,
as brincadeiras, entre outros, para a assimilação da criança no seu desenvolvimento corporal e
intelectual.
Traços, sons, cores e formas, nesta parte são trabalhadas as manifestações artísticas que
são grandes contribuintes para a cultura, e para a expressividade da criança, fazendo com que
ela consiga se posicionar sobre determinadas situações através de arte, desenvolvendo sua
sensibilidade. A Geografia preza pela interferência direta do ser humano na sociedade, e através
39

desse campo, consegue-se observar a criança como objeto transformador do seu ambiente, se
apropriando e remodelando a cultura e vivências.
Partindo para o quarto campo: a Escuta, fala, pensamento e imaginação; A Geografia
traz em sua bagagem a importância da criança estabelecer uma ligação com seu meio social, e
desde o nascimento, o meio mais comum de fazer isso, é através da comunicação. As crianças
vão evoluindo progressivamente, e constituindo diversas linguagens ao longo desse processo e
a partir daí, desenvolvem a curiosidade a respeito de leituras, e estas, fazem parte do processo
de integração sociocultural, já que a literatura faz parte da nossa trajetória histórica e aborda
diversos assuntos importantes para o crescimento dos alunos, como seres pensantes e ativos.
E por fim, o Espaço, tempos, quantidades, relações e transformações, que mostram que
a trajetória da criança, é feita a partir de tentativas de se inseri-las em espaços e em tempos que
estão sempre em frequente modificação, com pessoas que também se modificam a partir das
inovações no meio social. Na Geografia encontra-se o agente incentivador, desenvolvendo
atividades que estimulem essa curiosidade sobre o mundo e promovam experiências que as
crianças possam ampliar os seus conhecimentos físicos e socioculturais, fazendo assim o uso
em seu cotidiano.
Para ajudar com todos esses processos, uma ferramenta positiva que pode ser utilizada
é a tecnologia; O avanço tecnológico se faz presente também no aprendizado do aluno, pois
para que a escola mantenha-se atraente para os seus alunos, ela precisa manter essa correlação
com essa realidade digital.
Atividades que possam ser desenvolvidas a partir da tecnologia, sendo direcionadas para
os campos de experiências, utilizando ferramentas interativas, como jogos, que são estimulam
e facilitam o aprendizado das crianças, e tornam o ambiente escolar mais interessante e
interativo, e como o cérebro infantil está em constante desenvolvimento e tarefas interativas
são excelentes para estimulantes para o seu desenvolvimento cerebral.
Enquanto consome os conteúdos através das ferramentas tecnológicas, é natural que a
criança desperte sua curiosidade natural, o que fará com que ela se interesse cada vez mais e
busque o conhecimento com mais assiduidade, e com o estimulo correto, pode-se aproveitar
dessa interesse infantil e construir grandes conhecimentos e habilidades.
Foi falado anteriormente sobre os campos de experiências, e como eles se fazem
presentes na educação da criança, quando associados a brincadeiras e interações, e estes estão
associados a objetivos de aprendizagem específicos e relacionados com às faixas etárias dos
alunos; Estes foram estabelecidos após o reconhecimento das especificidades de cada faixa
etária, que constituem a Educação Infantil.
40

Os objetivos de aprendizagem se organizam em três grupos por faixa etária, que levam
em consideração a aprendizagem e o desenvolvimento por idades, e embora haja essa divisão
não é uma regra, visto que há possibilidade de existir crianças com ritmos de aprendizagem
diferentes mesmo se portarem a mesma idade. A divisão começa pela creche, onde encontram-
se dois grupos: os bebês que correspondem de 0 à 1 ano e 6 meses, e as crianças bem pequenas
que correspondem de 1 ano e 7 meses à 3 anos e 11 meses; e o segundo grupo localiza-se na
pré-escola, que são crianças pequenas: de 4 anos até 5 anos e 11 meses.
Nesses grupos são listados objetivos de aprendizagem e desenvolvimento, para cada um,
há uma nova possibilidade e isso ajuda na busca e aplicação de uma aprendizagem mais
significativa e completa, onde a criança possa ter a oportunidade de ser colocada à frente de sua
educação, e que assim se consiga atingir um desenvolvimento adequado, de acordo com as
necessidades apresentadas por cada uma delas.
Os campos de experiência, servem para o professor como direcionamento para a
elaboração de suas práticas, mas é ao identificar objetivos de aprendizagem que ele permite-se
elaborar atividades e alcançar o resultado esperado, facilitando a avaliação do aluno, já que é
feita através da constatação de que o aluno aproximou-se do seu objetivo pré-definido, ou não,
e assim tendo a resposta de como prosseguir nas próximas avaliações.
Na Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2017), os objetivos são organizados em
quadros e listados de acordo com o seu campo de experiência; Quando fala-se sobre o “Eu, o
outro, e o nós” lista-se os seguintes objetivos: Para os bebês, faz-se necessário Perceber que
suas ações têm efeitos nas outras crianças e nos adultos; Perceber as possibilidades e os limites
de seu corpo nas brincadeiras e interações das quais participa; Comunicar necessidades, desejos
e emoções, utilizando gestos, balbucios, palavras; entre outros. Para as crianças muito
pequenas, lista-se, Demonstrar imagem positiva de si e confiança em sua capacidade para
enfrentar dificuldades e desafios; Comunicar-se com os colegas e os adultos, buscando
compreendê-los e fazendo-se compreender. Perceber que as pessoas têm características físicas
diferentes, respeitando essas diferenças; etc.
E para as crianças pequenas, Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as
pessoas têm diferentes sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e agir; Agir de maneira
independente, com confiança em suas capacidades, reconhecendo suas conquistas e limitações;
Demonstrar valorização das características de seu corpo e respeitar as características dos outros
(crianças e adultos) com os quais convive;
No segundo campo de experiência, o “Corpo, gestos e movimentos”, são encontrados
os seguintes objetivos – para bebês: Movimentar as partes do corpo para exprimir
41

corporalmente emoções, necessidades e desejos; Experimentar as possibilidades corporais nas


brincadeiras e interações em ambientes acolhedores e desafiantes; Utilizar os movimentos de
preensão, encaixe e lançamento, ampliando suas possibilidades de manuseio de diferentes
materiais e objetos.
Para crianças muito pequenas: Apropriar-se de gestos e movimentos de sua cultura no
cuidado de si e nos jogos e brincadeiras; Explorar formas de deslocamento no espaço (pular,
saltar, dançar), combinando movimentos e seguindo orientações; Desenvolver
progressivamente as habilidades manuais, adquirindo controle para desenhar, pintar, rasgar,
folhear, entre outros.
E para crianças pequenas: Criar com o corpo formas diversificadas de expressão de
sentimentos, sensações e emoções, tanto nas situações do cotidiano quanto em brincadeiras,
dança, teatro, música; Adotar hábitos de autocuidado relacionados a higiene, alimentação,
conforto e aparência; Coordenar suas habilidades manuais no atendimento adequado a seus
interesses e necessidades em situações diversas.
“Traços, sons, cores e formas” tem os seguintes objetivos definidos: Para bebês -
Explorar sons produzidos com o próprio corpo e com objetos do ambiente; Traçar marcas
gráficas, em diferentes suportes, usando instrumentos riscantes e tintas; Explorar diferentes
fontes sonoras e materiais para acompanhar brincadeiras cantadas, canções, músicas e
melodias.
Para crianças muito pequenas - Criar sons com materiais, objetos e instrumentos
musicais, para acompanhar diversos ritmos de música; Utilizar materiais variados com
possibilidades de manipulação (argila, massa de modelar), explorando cores, texturas,
superfícies, planos, formas e volumes ao criar objetos tridimensionais; Utilizar diferentes fontes
sonoras disponíveis no ambiente em brincadeiras cantadas, canções, músicas e melodias.
Para crianças pequenas - Utilizar sons produzidos por materiais, objetos e instrumentos
musicais durante brincadeiras de faz de conta, encenações, criações musicais, festas; Expressar-
se livremente por meio de desenho, pintura, colagem, dobradura e escultura, criando produções
bidimensionais e tridimensionais; Reconhecer as qualidades do som (intensidade, duração,
altura e timbre), utilizando-as em suas produções sonoras e ao ouvir músicas e sons.
No quarto campo de experiência, “Escuta, fala, pensamento e imaginação” Para bebês -
Reconhecer quando é chamado por seu nome e reconhecer os nomes de pessoas com quem
convive; Demonstrar interesse ao ouvir histórias lidas ou contadas, observando ilustrações e os
movimentos de leitura do adulto-leitor (modo de segurar o portador e de virar as páginas);
Reconhecer elementos das ilustrações de histórias, apontando-os, a pedido do adulto-leitor.
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Para crianças muito pequenas - Dialogar com crianças e adultos, expressando seus
desejos, necessidades, sentimentos e opiniões; Identificar e criar diferentes sons e reconhecer
rimas e aliterações em cantigas de roda e textos poéticos; Formular e responder perguntas sobre
fatos da história narrada, identificando cenários, personagens e principais acontecimentos.
Para crianças pequenas - Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências,
por meio da linguagem oral e escrita (escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas
de expressão; Inventar brincadeiras cantadas, poemas e canções, criando rimas, aliterações e
ritmos; Recontar histórias ouvidas e planejar coletivamente roteiros de vídeos e de encenações,
definindo os contextos, os personagens, a estrutura da história.
E por último, o “Espaço, tempos, quantidades, relações e transformações” para bebês -
Explorar e descobrir as propriedades de objetos e materiais (odor, cor, sabor, temperatura);
Manipular, experimentar, arrumar e explorar o espaço por meio de experiências de
deslocamentos de si e dos objetos; Vivenciar diferentes ritmos, velocidades e fluxos nas
interações e brincadeiras (em danças, balanços, escorregadores etc.).
Para crianças muito pequenas - Explorar e descrever semelhanças e diferenças entre as
características e propriedades dos objetos (textura, massa, tamanho); Identificar relações
espaciais (dentro e fora, em cima, embaixo, acima, abaixo, entre e do lado) e temporais (antes,
durante e depois); Utilizar conceitos básicos de tempo (agora, antes, durante, depois, ontem,
hoje, amanhã, lento, rápido, depressa, devagar).
Para crianças pequenas - Estabelecer relações de comparação entre objetos, observando
suas propriedades; Registrar observações, manipulações e medidas, usando múltiplas
linguagens (desenho, registro por números ou escrita espontânea), em diferentes suportes;
Relatar fatos importantes sobre seu nascimento e desenvolvimento, a história dos seus
familiares e da sua comunidade.
A Geografia tem o seu estudo voltado para o mundo, então apresenta-se comunidade e
natureza de forma com que os alunos sintam-se inseridos nesse espaço que apresenta-se sempre
em constante transformação, e na Educação Infantil não seria diferente, com todos esses campos
de experiência e objetivos de aprendizagem, a criança recebe uma aprendizagem bem mais
significativa para sua vida em convívio social, e o seu desenvolvimento mantem-se sempre em
evolução, dando-os a oportunidade de serem seres transformadores, pensantes e autônomos.
43

4 ABORDAGEM DA GEOGRAFIA NO ENSINO INFANTIL


Ao entendermos a relevância do ensino da Geografia, na Educação Infantil, faz-se
necessário entender como se dá o processo de aplicação da mesma na rotina dos alunos,
portanto, neste capítulo discutiremos as práticas pedagógicas que os docentes utilizam ao
trabalhar os objetos de conhecimentos geográficos nesta fase do ensino; Conhecendo o conceito
e características destas práticas, e contextualizando com a disciplina abordada.
4.1 PRÁTICAS DE ENSINO
Antes de entendermos todo o processo de ensino-aprendizagem envolto na educação
infantil quando trata-se da Geografia, necessita-se compreender o que são as práticas de ensino
e como elas auxiliam nesse processo.
Existem muitas formas de ensinar, e muitas delas já começam a desejar na eficácia e em
sua abordagem, tornando-as ultrapassadas, com as mudanças que acontecem no mundo
diariamente, exige-se uma alta demanda de competências cognitivas, educando e preparando
seres humanos para essa sociedade em constante evolução, e para isso nota-se a necessidade de
também readaptar a educação tornando-a mais adequada para o ambiente em que vivemos nos
dias atuais, promovendo também a possibilidade de uma sociedade liberta e justa.
O objetivo dessa modernização da educação, é justamente tornar o ensino mais atrativo,
o aprendizado mais fácil, e pensando nisso, exige-se ferramentas e abordagens que funcionem
de forma mais prática, e a partir daí começa a diagnosticar a necessidade de uma associação
entre ambiente escola e social, e com isso, o professor precisa passar também por esses avanços,
e as práticas pedagógicas surgem no intuito de amparar essa carência, estas possuem um caráter
teórico-prático, que abrange desde o planejamento ao meio dos processos que ocorrem além da
aprendizagem, garantindo o ensino de atividades e conteúdos considerados essenciais para a
formação dos alunos.
A prática pedagógica, faz parte da formação do professor, a partir dela que se determina
a qualidade de ensino que será repassada para os alunos, esta é baseada na cultura já estabelecida
na instituição de ensino, e precisa sempre ser remodelada, para que assim orne com as
estratégias e recursos ofertados. O docente necessita desfragmentar os conhecimentos, e que a
partir disso, estimule o olhar investigativo, o pensar e a participação dos discentes, sempre
mediando de forma didática todo esse processo.
A docência carrega consigo uma grande responsabilidade para com a educação, é uma
profissão que trabalha com a subjetividade, um trabalho de crescimento mútuo, então cabe ao
professor ajudar na evolução e desenvolvimento das potencialidades do aluno. A prática
pedagógica se organiza em torno das intencionalidades, categorizando-se uma ação consciente
44

e participativa, e portanto estão programada para atender as expectativas educacionais exigidas


pelas comunidade social que a instituição que está inserida.
Essa intencionalidade consiste na organização e proposição, pelo educador, de
experiências que permitam às crianças conhecer a si e ao outro e de conhecer e
compreender as relações com a natureza, com a cultura e com a produção científica,
que se traduzem nas práticas de cuidados pessoais (alimentar-se, vestir-se, higienizar-
se), nas brincadeiras, nas experimentações com materiais variados, na aproximação
com a literatura e no encontro com as pessoas. (BRASIL, 2018, p. 39)
É na Educação Infantil que se inicia o processo de inserção dos seres na sociedade, e
com isso, a prática pedagógica deve ser pensada exclusivamente para atender as necessidades
do ambiente em que estão inseridos, e como preparar as crianças para viver neste lugar. O
professor deve pensar na sua prática como o ponta pé inicial para a formação de uma
comunidade mais justa, e consegue-se isso, associando a teoria e prática ao pensamento crítico,
dando liberdade de ser e pensar para as crianças, instigando sempre a autonomia de impor-se
diante das questões sociais, tendo assim capacidade de formar o seu próprio conhecimento
acerca de sua sociedade.
Acredita-se que na Educação Infantil, a abordagem da Geografia precisa contar com
práticas pedagógicas que aliem-se ao cotidiano dos discentes, pois esta disciplina vai além dos
conteúdos construídos dentro de sala de aula, e acaba havendo a necessidade de atividades que
envolvam o estudo do meio, oportunizando aos alunos a valorização das experiências nos
espaços vividos.
O desafio do ensino da Geografia na Educação Infantil é associar os conteúdos
concretos, com a vida de seus alunos, já que a intenção é que a realidade vivenciada pela criança
com sua família e comunidade, seja uma chave para reflexão, podendo assim ampliar a sua
capacidade de aprendizagem dentro do ambiente escolar. As práticas adotadas pelos docentes,
precisam abraçar todas as individualidades encontradas em seus alunos, assim podem constituir
um ensino-aprendizagem significativo, e contribuir para uma adaptação mais tranquila na
sociedade.
A educação como prática da liberdade tem um papel fundamental na consciência
crítica e nas mudanças da sociedade. Assim o homem só será livre quando deixar de
ser dominado, isolado, solto e desligado do mundo (FREIRE, 2005, p.70)
A formação de seres pensantes é iniciada desde a infância, e é nesta fase onde se tem
uma maior facilidade para estimular o seu lado cognitivo, buscando sempre arquitetar uma
consciência social, onde a criança cresça, e seja capaz de se impor e questionar situações que
são discutidas diariamente em nossa comunidade, tendo em mente a formulação de uma
sociedade mais justa e democrática.
Para auxiliar em sala de aula, é necessário pensar em estratégias metodológicas para
alcançar os objetivos propostos pela instituição e pela comunidade que está inserida; Ao pensar
45

sobre isso, deve-se levar em consideração que para a utilização deste sistema, é fundamental
que haja o cuidado por parte do docente no planejamento, e atenção a inclusão de todos os
alunos. Para uma aprendizagem significativa, precisa-se possibilitar a construção do sujeito, o
professor deve organizar suas estratégias para a formação de seres pensantes, indagadores e
conscientes da importância de manter-se sempre renovar o seu aprendizado.
É justamente na infância que ocorrem as descobertas, e para as crianças isso resulta em
experiências transformadoras, e neste sentido, é fundamental recorrer a uma metodologia que
atenda os desejos da turma podendo assim relacionar os conteúdos e conhecimentos aprendido
em escola, com a realidade encontrada na vida dos mesmos. Quando se faz essa associação as
crianças desenvolvem o sentimento de acolhimento, e a partir daí, passam a compreender o
mundo em que vivem, podendo assim serem capazes de questioná-lo.

Selecionar e aplicar metodologias e estratégias didático-pedagógicas diversificadas,


recorrendo a ritmos diferenciados e a conteúdos complementares, se necessário, para
trabalhar com as necessidades de diferentes grupos de alunos, suas famílias e cultura
de origem, suas comunidades, seus grupos de socialização etc.; (BRASIL, 2018, p.17)
Quando se trata da Geografia, é mais prático estudar a partir do espaço que a criança
está inserida, sendo assim capaz de estudar o espaço Geográfico dentro do contexto social e
familiar que o discente está colocado, facilitando a percepção dos espaços físicos e questões a
sua volta, o que dá sentido ao que está sendo estudado. Essa perspectiva de ensino da disciplina
torna-se significativo, visto que facilita a compreensão do aluno.
Outro ponto imprescindível na Educação Infantil, é a socialização, quando a criança
consegue desenvolver o contato com outras pessoas, possibilita a ampliação da noção de espaço
da mesma, fazendo com que busque experiências e criem expectativas com o lugar onde vivem;
Por isso que faz-se necessário, construir recursos que facilitem o acesso ao conhecimento
geográfico, e assim oportuniza-se aos estudantes a capacidade de ler o seu contexto
socioespacial.
Uma estratégia importante nesse processo, é a ludicidade, com ela consegue-se criar
uma motivação para as crianças estudarem, e na educação infantil torna-se ainda mais
necessário, visto que é quando necessita-se desenvolver diversos aspectos que estão ligados
diretamente com a socialização.
Quanto mais veja, ouça e experimente, quanto mais aprenda e assimile, quanto mais
elementos da realidade disponham em sua experiência, tanto mais considerável e
produtiva será, como as outras circunstâncias, a atividade de sua imaginação.
(VYGOTSKY, 1990, p. 18)
A realidade da criança quando levada em consideração, oportuniza uma aprendizagem
ainda mais significativa, quando consegue identificar dentro dos conteúdos alguma situação já
vivida em seu meio social ou familiar, isso permite que a criança desperte sua curiosidade,
46

prestando atenção ao seu redor e em suas relações, e consequentemente obtendo uma


experiência mais completa a respeito da Geografia e de sua comunidade.
Neste sentido, enxerga-se a importância da brincadeira para a Educação Infantil, através
do brincar as crianças conseguem aprender diversos conceitos, usando seu corpo e mente de
forma mútua; Quando a criança participa de uma atividade lúdica, ela associa o que está vendo,
com os seus conhecimentos, e com o meio que vive, construindo assim os seus próprio
aprendizado.
Para a abordagem da Geografia na Educação Infantil é importante que seja utilizado a
ludicidade como ferramenta, jogos e brincadeiras são maneiras atrativas de ensino, e quando
usadas em conjunto com a disciplina, a criança tem a oportunidade aprender com uma maior
facilidade as noções básicas de questões como: lateralidade, tempo, espaço e etc. Nesse estágio,
as brincadeiras ajudam no desenvolvimento motor e das noções espaciais.
Portanto o professor da Educação Infantil necessita articular-se em sala de aula,
utilizando as brincadeiras, e assim estimulando as noções de Geografia e também o interesse
pela disciplina, a partir de sua desenvoltura dentro do ambiente escolar ao incitar o
desenvolvimento da criança, suas habilidades e capacidades. O docente com sua presença e
seus métodos, desenvolve um papel fundamental no processo de desencadear as noções de
Geografia no processo de ensino e aprendizagem.
É compreendido que mediante as estratégias didáticas bem desenvolvidas pelo
educador em relação ao ensino da Geografia, podem influenciar de forma significante
o incremento de capacidades e habilidades necessárias para que a criança se torne um
adulto com condições físicas, psicológicas, motoras, afetivas e sociais para viver em
sociedade. (SILVA & CABÓ, 2014, p. 9)
Diante disto, nota-se a importância dada as práticas pedagógicas, pois a mesma faz com
que todos tenham ciência da responsabilidade de trabalhar em conjunto, o conhecimento que
ali será ofertado, fazendo isso através de conteúdos, atividades, observando a dimensão do
cuidar e do educar, para que assim, a equipe docente seja capaz de fornecer aos alunos uma
aprendizagem significativa.
Para que haja a efetivação dessas ações pedagógicas, o ambiente escolar tem que ofertar
as condições necessárias, e também, contar com uma equipe que acredite na construção dos
conhecimentos através do cuidar e educar, sempre levando em consideração as leis que
amparam a infância. Quando há a interação entre instituição e professor, o desenvolvimento
dessas práticas tornam-se mais fáceis de serem realizadas, observando também se as práticas
são capazes de ornar com o ambiente social.
A educação infantil precisa ser muito mais qualificada. Ela deve incluir o acolhimento,
a segurança, o lugar para a emoção, para o gosto, para o desenvolvimento da
sensibilidade; não podendo deixar de lado o desenvolvimento das habilidades sociais,
47

nem o domínio do espaço e do corpo e das modalidades expressivas; deve privilegiar


o lugar para a curiosidade e o desafio. (HERMIDA, 2007, p. 227)
É essencial que a criança sempre esteja sendo estimulada no meio social, para que assim
ela consiga ter a oportunidade de se desenvolver socialmente e cognitivamente, e isso se dá
através das práticas pedagógicas que deverão ser preparadas para as mesmas, incentivando
sempre os campos necessários para o seu crescimento dentro do meio em que está inserida,
tornando-a um ser humano pensante e independente.
Ao analisarmos as escolas públicas do município de Caicó que foram investigadas, é
importante determinar qual a compreensão que o corpo docente tem a respeito das práticas
pedagógicas, visto que é um fator determinante no aprendizado da criança, pois como já visto
anteriormente, auxilia na compreensão dos aspectos que as cercam, e estas, devem ser
analisadas desde o seu processo de planejamento até os resultados obtidos depois de colocadas
em prática na sala de aula.
Na Escola Municipal Maria Leonor Cavalcanti, realizou-se a investigação em três níveis
da Educação Infantil, encontrados no turno matutino, sendo eles: III, IV e V. As professoras
foram harmoniosas em suas respostas, e consideram que as práticas pedagógicas são
auxiliadoras potentes da educação infantil, abordando a partir do planejamento, conseguem
obter uma sistematização da dinâmica que será utilizada nos processos de aprendizagem,
garantindo assim o ensino dos conteúdos e atividades que são consideradas essenciais.
Percebe-se que o lúdico é considerado algo indispensável nas ações pedagógicas das
mesmas, buscam sempre introduzir os conteúdos em brincadeiras, jogos, projetos culturais, e
afirmam que o processo é mais fácil e as crianças conseguem absorver muito mais o conteúdo
que está sendo repassado, assim transformando a aprendizagem mais significativa e mostrando
resultados mais positivos.
Segundo Vygotsky (1998), “para entendermos o desenvolvimento da criança, é
necessário levar em conta as suas necessidades e os estímulos pedagógicos que são eficazes
para colocá-las em ação”. Refletindo sobre, chega-se à conclusão que o lúdico proporciona
esse entendimento acerca de suas urgências, estimulando naturalmente o seu desenvolvimento
cognitivo.
Embora reconheçam a importância das práticas, e acreditem fortemente nelas,
consideram que a sua eficácia torna-se maior presencialmente, e no momento atual, onde as
aulas optam por uma alternativa remota, já não conseguem serem feitas com a mesma
desenvoltura, apesar deste ensino ser uma solução inovadora, nos dias de hoje elas enfrentam o
problema da limitação, onde não se há capacitação dos profissionais e nem recursos necessários
48

para todos, e mesmo com essa condição, buscam novas opções para se reinventarem como
profissionais.
Essa concordância de pensamentos foi encontrado também na Escola Municipal
Hermann Gmeiner, as professoras dos níveis IV e V, que funcionam no horário quando
contatadas, relataram a mesma opinião a respeito do assunto aqui discutido, ambas concordam
que as práticas pedagógicas, ações (pensadas, planejadas) utilizadas, que visam favorecer o
processo de ensino-aprendizagem e concomitantemente o desenvolvimento do educando.
A busca pelo ensino ideal é facilitada quando se é compreendido o público que se tem
em sala de aula, mas nem sempre é alcançada, e isso se deve à falta de planejamento ou até
mesmo no processo até chegar no repasse de conhecimento, que por muitas vezes se encontra
na realidade das escolas do nosso país. Ao tomar consciência disso, as professoras desta escola,
buscam sempre manter as práticas com foco nos alunos que ali existem, que é como deve ser
feito.
Nas últimas décadas, vem se consolidando, na Educação Infantil, a concepção que
vincula educar e cuidar, entendendo o cuidado como algo indissociável do processo
educativo. Nesse contexto, as creches e pré-escolas, ao acolher as vivências e os
conhecimentos construídos pelas crianças no ambiente da família e no contexto de sua
comunidade, e articulá-los em suas propostas pedagógicas, têm o objetivo de ampliar
o universo de experiências, conhecimentos e habilidades dessas crianças,
diversificando e consolidando novas aprendizagens, atuando de maneira
complementar à educação familiar – especialmente quando se trata da educação dos
bebês e das crianças bem pequenas, que envolve aprendizagens muito próximas aos
dois contextos (familiar e escolar), como a socialização, a autonomia e a comunicação.
(BRASIL, 2018, p.36).
Seguindo nesse objetivo de ampliar os conhecimentos, e auxiliar no crescimento social
da criança, os docentes devem buscar sempre alternativas que consigam ser atrativas, e a
ludicidade é uma contribuinte com unanimidade de opiniões positivas. As professoras da escola
que foram entrevistadas, não esconderam o quanto a consideram indispensável em suas práticas,
afirmando que favorece no ensino em geral, em todos os campos de aprendizagem, o estudo se
torna mais dinâmico e divertido, a criança aprende brincando, observando, experimentando e
levantando hipóteses.
Em questão de recursos na escola (materiais de apoio) as professoras não acham que
seja um problema para o desenvolvimento das atividades, apesar de acreditarem que poderiam
ter um apoio maior com a diversidade de ferramentas, mas acabam conseguindo efetuar um
trabalho rico, trazendo pra dentro da realidade da comunidade, utilizando os recursos físicos
que o próprio bairro pode vir a oferecer, o que para o ensino da Geografia é uma grande
contribuição, visto que dá para trabalhar diversos aspectos dentro da disciplina, e também
auxiliando a criança no processo de se reconhecer dentro da sua sociedade.
4.2 ANALISANDO OS OBJETOS DE CONHECIMENTO
49

Tem-se a consciência de que há a possibilidade de trabalhar a Geografia de maneira


significativa na Educação Infantil, pois a mesma está atrelada a diversos aspectos da sociedade,
proporcionando a leitura de mundo que tanto se faz presente na rotina das crianças, e acaba se
fazendo presente em toda a sua vida. Vale salientar que todo esse processo será considerado
produtivo a partir da prática utilizada em sala de aula, então o docente assume o compromisso
de criar ações que atinjam todos os alunos e que também contribua pro enriquecimento
intelectual e social.
Uma nova perspectiva deve ser criada a respeito do ensino da Geografia na Educação
Infantil, uma vez que parte dos conhecimentos já conhecidos pelos alunos, saberes esses que
são formulados a partir de sua vivência no seu contexto social e familiar, o ambiente
educacional só acrescenta nesse processo de aprendizado, pois proporciona o suporte científico
necessário. Neste sentido, a Geografia deve ser apresentada num contexto crítico, onde também
se proporcione a leitura do espaço geográfico, observando as alterações feitas com o tempo,
levando o aluno a ter um contato mais específico com sua realidade.
Neste cenário, o professor deve se reinventar e aprender dentro do ambiente escolar,
trazendo novas versões sobre o conteúdo, sem se prender a cultura descritiva, buscando a partir
do cotidiano dos alunos formas de atraí-los, para aquilo que está sendo ensinado e a partir disso
demonstrar ao aluno que o objeto de estudo é uma realidade presente, incentivando o raciocínio
e a compreensão dos conteúdos, num olhar social.
Observando a partir da dimensão social, a Geografia deve proporcionar ao aluno uma
realidade que condiz com a do mesmo, e assim, o ensino atual exige do docente uma postura
pedagógica que o diálogo seja o ponto principal do repasse de conhecimento, mantendo o
equilíbrio entre o saber popular e o científico. Essa proposta de educação acaba trazendo para
criança o sentimento de respeito sobre suas raízes, sua cultura e singularidades, possibilitando
o crescimento de um cidadão consciente e atuante em sua sociedade.
Para todo esse processo de transformação e crescimento, faz-se necessário a utilização
de instrumentos pedagógicos, onde destaca-se as práticas que podem ser pensadas a partir de
uma perspectiva que abranja toda a comunidade, levando a educação para além da sala de aula,
sendo possível que o aluno se torne mais ativo, participativo e passe a se interessar mais para
questões sociais e culturais, incrementando esse modelo de educação.
Trazendo pra realidade das escolas municipais de Caicó que foram estudadas, analisa-
se todos os pontos de associação entre os contextos, e todo o processo desenvolvido dentro e
fora de sala de aula para finalmente chegar numa aprendizagem significativa, sabe-se que na
50

Educação Infantil a Geografia é trabalhada dentro dos campos experiências, como é


determinado na BNCC, então analisaremos a partir disto.
Na Escola Municipal Maria Leonor Cavalcanti, foram investigadas 3 turmas de ensino
infantil, nível III, IV e V. O nível III, contempla crianças de 3 anos de idade, nesta etapa a
escola deve proporcionar para o aluno um ambiente alfabetizador que use a ludicidade como
ferramenta principal, e que também forneça atividades que estimulem a fala e a leitura. Ao
trabalhar a Geografia dentro, a professora afirma que desenvolve a disciplina dentro dos campos
de experiências, como por exemplo, fazendo-os entender sobre a importância de respeitar o
espaço do colega, entendendo assim sobre as regras de convívio social, quando aborda a relação
entre ser humano e o seu ambiente.
Permitindo-os explorar as formas de deslocamento no ambiente, ajudando-os a
identificar cenários, podendo descrever incidentes de seu cotidiano ou até mesmo fenômenos
naturais, e incentivando na percepção das relações espaciais e temporais, tudo isso é colocado
em prática através de sequencias didáticas que utilizam a ludicidade para serem desenvolvidas,
fazendo o uso de imagens, brincadeira, historias, buscando sempre a inovação da prática e uma
melhor relação entre professor-aluno.
No nível IV, a professora busca desenvolver a Geografia também dentro dos campos de
experiência, utilizando-se de sua prática pedagógica para criar um ambiente acolhedor, e que
proporcione a criança um fácil entendimento a respeito dos assuntos. Ela afirma que através da
sua prática, ela busca a inovação e não abre mão de uma aula sem o lúdico, a partir disto
conseguem desenvolver os seguintes aspectos dentro de sala de aula: Manifestar interesse e
respeito por diferentes culturas e modos de vida; Observar e descrever mudanças em diferentes
materiais, resultantes de ações sobre eles, em experimentos envolvendo fenômenos naturais e
artificiais; Identificar e selecionar fontes de informações, para responder a questões sobre a
natureza, seus fenômenos, sua conservação; Faz-se a utilização de histórias, músicas, produções
artísticas, e etc.
Passando para a turma do nível V, a professora segue a mesma linha de ensino das
outras, conseguindo desenvolver a Geografia mais nitidamente, sem fugir dos campos de
experiência. O trabalho é desenvolvido através de sequencias didáticas, que são feitas a partir
do contexto social do alunos, buscando saber se haverá correlação entre assunto e realidade. O
lúdico mais uma vez é colocado como primordial dentro de sala de aula, visto que a facilidade
de ensino-aprendizagem fica ainda maior quando há brincadeiras, jogos, e outros recursos. Os
conteúdos são apresentados para as crianças através da oralidade, de gravuras, de construções
51

artísticas, como maquetes do meio ambiente, pinturas de animais, leitura de histórias que
envolvam temáticas geográficas, entre outros.
Ambas trabalham com sequências didáticas ao longo do ano, e a partir disso vão
trabalhando diversas temáticas da Geografia dentro de sala de aula, trabalhando com a
ludicidade associada às temáticas sociais e culturais, a exploração de objetos, contato com
animais, datas comemorativas, meio ambiente e etc. Esses conteúdos devem obter sua
centralização na criança, estabelecendo objetivos e conteúdos, assim como explica o
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI, 1998):
Explorar o ambiente para que possa se relacionar com pessoas, estabelecer contato
com pequenos animais, com plantas e com objetos diversos, manifestando curiosidade
e interesse; Interessar-se e demonstrar curiosidade pelo mundo social e natural,
formulando perguntas, imaginando soluções para compreendê-lo, manifestando
opiniões próprias sobre os acontecimentos, buscando informações e confrontando
ideias; Estabelecer relações entre o modo de vida característico de seu grupo social de
outros grupos; Estabelecer relações entre o meio ambiente e as formas de vida que ali
se estabelecem, valorizando sua importância para a preservação das espécies e para a
qualidade da vida humana (RCNEI, v. 3, 1998, p. 175).
Esse referencial deve ser organizado e definido, de acordo com as singularidades das
crianças, e sua realidade também deve ser levado em questão, tendo a intenção de promover
uma aprendizagem significativa, que o aluno possa absorver e levar por todo o seu processo de
crescimento, até se tornar um cidadão pensante e autônomo.
Na Escola Municipal Hermann Gmeiner, foi utilizado as turmas dos níveis IV e V, as
professoras também compartilham do mesmo processo de planejamento e aplicação de
conteúdos, estes se dão a partir de sequencias didáticas que são trabalhadas a partir dos campos
de experiência. A professora do nível IV, afirma que planeja essas sequencias ao longo, e
consegue trabalhar diversos campos da Geografia, abordando datas comemorativas, portanto
encarrega-se desde o meio ambiente, dia da árvore, o bairro, a rua que mora, o caminho de
casa a escola, a escola.
As temáticas são trabalhadas de forma interdisciplinar, relacionando à histórias
infantis, matemática, etc., tentando contextualizar a nossa realidade. Sobre a ludicidade ela
afirma que, portanto trabalhamos desde o meio ambiente, dia da árvore, o bairro, a rua que
mora, o caminho de casa a escola, a escola. As temáticas são trabalhadas de forma
interdisciplinar, relacionando à histórias infantis, matemática, etc., tentando contextualizar
a realidade da criança.
Quando questionada sobre a pratica da Geografia em sua sala de aula, a professora
do nível V, afirma que se organiza também em sequencias didáticas, que abranjam os campos
de experiências, buscando sempre fazer a correlação com a vida das crianças. A ludicidade
é um ponto chave para a mesma, mas ela não abre mão também da oralidade, então acaba
52

desenvolver um trabalho dividido entre o oral e o lúdico. Ela aborda em suas aulas a
organização dos grupos e seu modo de viver e trabalhar, lugares e paisagens, objetos e
processos de transformação, seres vivos e fenômenos da natureza, tudo isso é desenvolvido
a partir de imagens, vídeos, maquetes, produções artísticas, e embora tudo seja considerado
muito bem colocado, ainda há a busca por um maior suporte no quesito recursos financeiros.
Nas escolas é perceptível que o enfoque central é a alfabetização cartográfica, pois a
busca é que as crianças entendam e reconheçam seu espaço como representante da sociedade,
para que assim eles comecem a se interessar pelas questões que abrangem o mesmo. E como
se sabe, a Cartografia e a Geografia caminham juntas, e quando bem aplicadas em sela de
aula facilitam o processo de ensino-aprendizagem sobre questões como localidade,
reconhecer elementos físicos e sociais do espaço, e por fim compreender as modificações
que aconteceram tendo o homem como principal causador.
O estudo da Cartografia deve ser precedido pelo estudo de uma Cartografia
Infantil, na qual a criança tenha oportunidade de desenvolver atividades
preparatórias, para em seguida realizar concretamente as operações mentais de
redução, rotação e generalização, que são propriedades fundamentais do processo
de mapeamento. Para que o desenvolvimento de uma Cartografia Infantil seja
eficaz, é preciso considerar o mapa como um entre os vários tipos de linguagem de
que os homens dispõem para se comunicarem e se expressarem (OLIVEIRA, 1978,
p.36)
Quando trabalhado questões de cartografia ainda na infância, consegue-se formular a
ideia de pertencimento ainda mais fortalecida, onde a criança passa a reconhecer e entender
o seu espaço, e perceber a importância do mesmo para o seu crescimento quanto ser pensante,
desenvolvendo diversas questões pessoais e coletivas.
O processo de ensino-aprendizagem na Educação Infantil é composto por diversos
desafios até a concretização, nessa fase é importante se atentar a diversas questões que se
associam com a realidade vivida pelo aluno no seu ciclo fora da escola, pois quando se fala
na educação na infância, há por finalidade o desenvolvimento integral da criança,
abrangendo todos os aspectos que a formam, como assegura a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação, 9394/96 em seu artigo 29 que:
A Educação Infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o
desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico,
psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.
(BRASIL, 1996, p.23).
O papel da LDB, é garantir as finalidades para a Educação Infantil, mas deve-se refletir
sobre o tipo de infância que temos e a partir disso imaginar qual infância queremos, e neste
princípio começa-se a finalmente encontrar a educação ideal, que consiga assegurar a criança
quanto foco central disso, educando-a para o convívio social, abordando sempre questões
familiares, culturais e locais.
53

Quando passa-se a pensar sobre essa qualidade de ensino na infância, tende-se a ter uma
maior facilidade para encontrar defasagens no processo de educação; Diante dos princípios
básicos fornecidos pelos documentos que asseguram a Educação Infantil, consegue-se ter uma
melhor noção do que se trabalhar em sala de aula, e consequentemente trabalhar diversos
campos importantes, tendo ciência de que contribuem e de que forma isso é feito.
As escolas que são o norte principal para esse trabalho, mostraram-se seguir um
planejamento que tem a criança como objeto de estudo principal, e assim conseguem também
desenvolver um trabalho pedagógico que segue o modelo determinado pela BNCC, que é o
documento norteador de todo o processo de planejamento. As instituições municipais
apresentaram-se capaz de desenvolver uma Geografia integradora e atualizada, atendendo todos
os requisitos para uma construção cidadã.
Seguindo as sequencias didáticas e correlacionando com os campos de experiências, os
docentes realizam atividades que buscam proporcionar para a criança o conhecimento sobre si
e o lugar onde vivem, utilizando a ludicidade dentro da Geografia, consegue-se desenvolver
uma diversidade de ações que acrescentam no processo de ensino-aprendizagem. Dentro de sala
de aula são desenvolvidos exercícios que incentivam a criança a assimilar divertida questões
como: lateralidade, espaço, tempo e etc.
É importante observa-se que a criança interage permanentemente em uma
espacialidade e, ao ingressar na Educação Infantil, possui conhecimentos prévios que
podem ser qualificados, melhorando com isso a maneira de entender o mundo,
fazendo com que a Geografia seja uma ciência incontestável no acréscimo das
crianças na Educação Infantil. (DM SILVA & LJF CABÓ, 2014, p.09)
O corpo docente das escolas estudadas, conseguiram detectar as especificidades das
crianças e associarem com o contexto que cada uma delas está inserida, e a partir disso,
constituíram a sua aula; O ambiente escolar é preparado e serve de estímulo para que as crianças
consigam desenvolver o seu cognitivo através dos conteúdos, mas que também consigam
absorver que estes fazem parte do seu cotidiano, e a partir daí tornando-se capaz de se posicionar
diante das situações.
É compreendido que mediante as estratégias didáticas bem desenvolvidas pelo
educador em relação ao ensino da Geografia, podem influenciar de forma significante
o incremento de capacidades e habilidades necessárias para que a criança se torne um
adulto com condições físicas, psicológicas, motoras, afetivas e sociais para viver em
sociedade. (DM SILVA & LJF CABÓ, 2014, p.09)
Nessas questões, as instituições conseguem desenvolver um ótimo papel, atentam-se aos
detalhes sobre a sua demanda de alunos, e conseguem se reinventar a partir do lúdico; Apesar
das dificuldades relatadas como falta de auxilio familiar e ferramentas auxiliadoras, as
professoras desenvolvem um trabalho bem elaborado, buscando atender todas as questões que
a comunidade e a escola exige.
54

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho proporcionou um maior conhecimento a respeito da aplicação da
Geografia na Educação Infantil, através da uma perspectiva encontrada nas instituições públicas
localizadas no município de Caicó. Conhecendo a oferta dos níveis de ensino encontradas e
público alvo.
Foi-se observada toda a infraestrutura das escolas que serviram de base para esse estudo,
conhecendo espaços internos e externos, e entendendo a funcionalidade dos mesmos, assim
como também a organização do corpo de funcionários existente nas mesmas, analisando
questões como capacitação dos professores, para assim sabermos se as escolas estão aptas para
o recebimento daqueles que integram sua comunidade.
O foco principal é abordagem da Geografia nesse âmbito da educação, então fez-se
necessário compreender como a disciplina acrescenta na formação cognitiva e social da criança.
Também colocando em enfoque a importância de se trabalhar os conteúdos correlacionando
com a realidade presenciadas pelas crianças. Proporcionando ao leitor o entendimento de como
a Geografia está integrada nas propostas curriculares da Educação Infantil, e como são aplicadas
na realidade, proporcionando aos alunos noções de localização, lateralidade, interação social e
construção de um ser autônomo e presente na sociedade.
E para que todo esse processo seja compreendido, buscou-se trazer à tona a realidade
encontrada nas escolas, e assim foi visto as propostas pedagógicas utilizadas pelas professoras
das instituições abordadas, e quais estratégias utilizam para chegar ao objetivo principal, que é
a formação de um indivíduo participativo e autocrata. Com isso, foi apresentado no texto a
importância da ludicidade para criança e na aplicação da Geografia, e como pode ser utilizada
em sala de aula.
Através de todos o estudo de campo e aporte teórico, foi possível compreender a
Geografia como indispensável desde a Educação Infantil, trazendo a apresentação de todos os
pontos positivos para a construção cognitiva e social da criança, detalhando como cada processo
consegue atender os requisitos presentes na Base Nacional Comum Curricular - BNCC.
55

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