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CENTRO DE EDUCAÇÃO
PEDAGOGIA
NATAL/ RN
2018
LILIAM GONÇALVES DA SILVA
NATAL/RN – 2018
LILIAM GONÇALVES DA SILVA
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________________
Prof. Dr. Pablo Sebastian Moreira Fernandez (Orientador) Universidade Federal do
Rio Grande do Norte (UFRN)
________________________________________________________
Prof. Dr. Raimundo Nonato Junior Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN)
_______________________________________________________
Prof. Me. Felipe de Lima Almeida Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Moacyr de Góes – CE
Obrigada a todos.
RESUMO
1 – INTRODUÇÃO
A partir destas primeiras impressões, fui constatando que crianças numa faixa
etária entre 1 ano e 6 meses a 3 anos, ao chegarem à escola, precisam “se situar”,
para se fazerem percebidas, conhecidas e atendidas. Tais observações e vivências
me remeteram a um entendimento acerca da experiência espacial, também chamada
de “geograficidade” proposta pelo geógrafo sino-americano Yi-Fu Tuan, considerando
que a:
espacial, Lívia de Oliveira (2005) geógrafa da UNESP/Rio Claro pioneira nos estudos
de cognição em Geografia e sua relação com o conhecimento geográfico, além de
autores que estudam o papel da brincadeira na educação e construção de
conhecimentos.
2 – A GEOGRAFICIDADE E A CRIANÇA
Figura 1 - Desenho feito por uma criança da turma “Brincando de corrida com a amiga”
fonte: Arquivo pessoal
Yi-Fu Tuan (2013) no livro Espaço e Lugar traz consigo o entendimento de que
enquanto seres “imaginantes”, estamos ligados ao lugar (segurança), mas desejamos
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A metodologia do Mapa do Corpo é voltada às séries iniciais e consiste em um dos movimentos de uma proposta
de Alfabetização Cartográfica desenvolvida por Rosangela Doin de Almeida no livro Espaço Geográfico Ensino e
Representação, de 2002.
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Figura 3: Desenho feito por uma criança da turma “Brincando de boneca com a amiga”
Fonte: Arquivo pessoal.
É brincando que a criança exerce sua autonomia, que se insere num contexto,
no mundo idealizado pela mesma, bem como no mundo real, a brincadeira permite
aos seres brincantes liberdade para serem o que quiserem e do modo que quiserem,
visto que se trata “ da esfera de atividade do indivíduo que lhe permite, rompendo os
limites do que ele já é, experimentar aquilo que se pode ser, não num sentido restritivo
e direto, mas como sujeito integrado em sua cultura” (ROCHA, 2005, p. 67).
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se posiciona como seus professores, bem como passa a nomear seus brinquedos
com os nomes dos colegas da escola.
A criança busca objetos que a faça sentir-se mais familiarizada com esse
espaço desconhecido, muitas vezes o colo da professora é este objeto, brinquedos,
uma cama, os cantos da sala e até ficar embaixo de móveis são formas encontradas
pelas crianças para aplacar a estranheza do novo espaço ou se sentirem seguras.
Para se movimentar e até mesmo para reclamar, a criança passou por um outro
processo de adaptação que é o reconhecimento geográfico, dado na exploração deste
espaço por meio dos sentidos (a priori visual e tátil), e a partir desta, parte-se para a
transformação do espaço estranho.
Para tanto o indivíduo passa a conviver neste novo espaço e referenciá-lo como
algo próprio/seu para se adaptar. Assim começamos a ouvir frases como: “minha
escola”, “minha sala”, “meus colegas”, “minha cadeira”, “minha atividade”, “eu
primeiro”, “minha tia”, etc. É neste primeiro nível da Educação Infantil que as crianças
para Piaget (1999), estão em uma das fases do desenvolvimento infantil mais
egocêntricas, o que explica a busca do pertencimento com o novo espaço nomeando-
o pela sua posse.
observadas nas crianças são: ativas, gostam de serem vistas e de chamar a atenção
dos outros, não gostam de compartilhar mesmo que o objeto não seja
necessariamente seu, que independem dos colegas para brincar e brincam só.
Figura 5: Desenho feito por uma criança da turma “Brincando de corda” Fonte: Arquivo
pessoal.
ouvimos as divisões de espacialidade que fazem, como no exemplo: “(...) vamos pra
ali, do lado do parque?”, “vamos pro meio do pátio, você não vai, só depois...”.
Percebe-se nestas falas também a questão da territorialidade, o espaço escolhido por
um grupo é defendido avidamente, quando este não quer que os outros participem do
que estão fazendo naquele momento. Essas situações geralmente acontecem quando
as meninas se juntam e permitem que um único menino brinque com elas (os outros
vão querer entrar na brincadeira também). Se os meninos insistirem elas mudam de
localização, não antes de haver muito debate sobre a “posse” do lugar indicando: (...)
“vá pra lá, pra aquele canto ali, a gente não está lá, vá”, e em seguida as crianças
resolvem a situação e depois de satisfeitas voltam a correr em todo o pátio e brincam
juntos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
NOGARO, Arnaldo; FINK, Alessandra Tiburski; PITON, Marta Regina Guerra. Brincar:
reflexões a partir da neurociência para a consolidação da prática lúdica na educação
infantil. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, SP, v. 15, n. 66, p. 278294, fev. 2016.
OLIVEIRA, Lívia de. A construção do espaço, segundo Jean Piaget. Sociedade &
Natureza, Uberlândia, MG, v. 17, n. 33, p. 105-117. dez. 2005. ISSN 1982-4513.
PIAGET, Jean. 1856 – 1950. Seis estudos da psicologia/ Jean Piaget; tradução Maria
Alice Magalhães D’Amorim e Paulo Sérgio Lima Silva - 24 ed. – Rio de Janeiro:
Forense Universitária, 1999.
ROCHA, Maria Sílvia Pinto de Moura Librandi da. Não brinco mais: a (des)construção
do brincar no cotidiano educacional. Ijuí, RS.: Ed. Unijuí, 2005. 200 p.
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