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CENTRO DE EDUCAÇÃO
CURSO DE PEDAGOGIA
MACAU-RN
2017
EDILMA REJANE RODRIGUES DE MENEZES SILVA
MACAU - RN
2017
O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________________
Esp. Carmélia Regina Silva Xavier (Orientadora)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
_____________________________________________________
Ms. Klébia Ribeiro da Costa
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
______________________________________________________
Ms. Maria Deuza dos Santos
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
MACAU - RN
2017
O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
ABSTRACT
The present work aims to analyze and describe how the teaching and learning process of Early
Childhood Education, recognizing the development of the child and understanding how to
work with the child in which they are as particularities of this stage of schooling. In order to
know what is best for the child and for attending to a human development, the historical
evolution of Early Childhood Education, the feeling attributed to childhood and the didactic
material used in the educational practice of the band and over time. This is a qualitative
bibliographical research based on authors such as Piaget (2003), Vygotsky (1991) and
Kishimoto (2002). After conducting the research to be able to perceive an indissociability of
caring, educating and playing in Child Education beyond the importance of planning and
commitment of the teacher to the quality work in this stage of teaching ..
1 INTRODUÇÃO
1
Graduanda em Pedagogia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN –
erejanemenezessilva2014@gmail.com
2
Orientadora Especialista em Educação de Jovens e Adultos – UFRN –
carmeliaxavier@yahoo.com.br
A maneira de trabalhar com a criança na Educação Infantil, vem se modificando e
evoluindo no decorrer dos anos e é uma evolução constante que pensa cada vez mais na
criança como um ser pensante e ativo no seu processo educativo. As concepções sobre o ser
criança e o atendimento a elas proposto, vem alcançando cada vez mais progressos e
melhorias. Apesar de ser um tema que já discutido há muitas décadas, nos últimos tempos
alcançou proporções significativamente mensuráveis. A Lei de Diretrizes e Bases da
Educação – Lei nº 9.394/96, ao oficializar a Educação Infantil como a primeira etapa da
educação básica trouxe ganhos significativos para todos, principalmente ao que se refere ao
desenvolvimento da criança.
Para entender como deve acontecer o trabalho na Educação Infantil o presente artigo
se embasou numa pesquisa qualitativa de cunho bibliográfico tendo como principais autores
Piaget (1978), Vygotsky (1998) e Kishimoto apud Wallon (2002), além os Referenciais
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil – RCNEI/98. O trabalho tem como objetivo
conhecer o processo de desenvolvimento da criança na Educação Infantil e entender como
trabalhar com essas crianças atendendo suas especificidades durante essa etapa de
escolarização. Além disso, pretende-se compreender melhor o ser criança e o atendimento que
a elas deve ser oferecido.
Para contemplar os objetivos expostos, o artigo será apresentado em cinco seções. A
primeira descreve a problemática, os objetivos, o aporte teórico e a organização da escrita
como um todo. A segunda seção apresenta um pouco da história da Educação Infantil,
abordando sobre o surgimento dessa etapa de ensino no Brasil e no mundo, além da
concepção de criança ao longo dessa história. A terceira seção aborda sobre a discussão entre
educação e ludicidade, sobre o início do uso do jogo e qual a sua importância para o
desenvolvimento da criança. Na continuidade, a quarta seção traz reflexões sobre o
desenvolvimento da criança em relação aos aspectos afetivos, motores, psicológicos e
cognitivos, abordando a relação entre o cuidar, o educar e o brincar. Para concluir, a quinta
seção trata das considerações finais, seguida das referências que estão presentes na escrita
desse trabalho de conclusão de curso.
Na Idade Média, a infância era ignorada, segundo Arieis (1986, p. 10) “A passagem da
criança pela família e sociedade era muito breve e muito insignificante” e isso se dava porque
eram poucas as que sobreviviam. Havia nesse período da história, a falta de conhecimento das
especificidades da infância, e por isso, pensavam e agiam dessa maneira. Foi no início do
século XVII, que surgiram as primeiras preocupações com a educação das crianças pequenas.
Essas preocupações foram resultado do reconhecimento e valorização pela qual elas passaram
a ter no meio em que viviam, houve, portanto, mudanças significativas do que diz respeito as
atitudes das famílias em relação as crianças.
Durante o século XVI, a família teve o papel de educar a criança pequena. Já no século
XVII, considerado como o século. Segundo Cambi (1999), a escola aparece como espaço
específico de ensino, considerando métodos e sistematizações pedagógicas específicas. Nesse
mesmo século, nasce a escola moderna, um espaço para a educação do povo, tendo como alvo
o combate ao analfabetismo, mas sem muita ênfase à Educação Infantil.
O século XVIII, considerado como o século da criança, da mulher e do povo, com
novos sujeitos educativos, pode se dizer que foi reconhecido como um divisor de águas, entre
a idade média e o contemporâneo. A escola, enquanto representação do seu tempo viveu
transformações significativas e importantes, a partir de influências advindas Europa. Foi
durante esse período que Rousseau se destacou, pois foi o grande protagonista que deu um
novo olhar a educação e colocou a criança no cerne da pedagogia. A partir dele a criança
deixa de ser um ser secundário e passa a ser o personagem principal no processo escolar.
Cambi(1999), salienta que Pestalozzi, amplia e organiza a proposta da escola infantil
no século XIX. É neste mesmo século que as crianças das classes menos favorecidas passam a
ter acesso a educação. O que antes só ocorria com as crianças da burguesia.
Para Pestalozzi (2010), a criança deveria ser, muito cedo, educada para a vida e a
escola deveria se cercar de afeto para atende-la, Ele acreditava que com amor e dedicação, os
educadores, supririam ou amenizariam a ausência da família ou até mesmo da mãe. Vale
ressaltar que Pestalozzi assim pensava, pois, o contexto era o da revolução industrial, período
em que as mulheres saiam para trabalhar. Surge então a necessidade dos jardins de infância
que tinha como principal objetivo suprir essa carência.
Segundo Cambi (1999), no século XX surgiram teóricos como Froebel e Montessori.
O modelo elaborado por Montessori, não só atende a criança pequena, como também,
crianças que apresentavam deficiência. Já a educação criada por Montessori (1965) apoia-se
na pedagogia cientifica concreta, baseada nos sentidos da criança. Para essa autora, a
liberdade, a autonomia e o desenvolvimento, são questões que crescem constantemente.
Froebel, entende o processo de desenvolvimento como uma força interna natural, é a evolução
do ser humano que acontece de forma progressiva e contínua, proporcionando interação nas
diversas etapas da vida. Para ele, tudo o que acontece na idade adulta tem vínculo com o que
aconteceu desde a infância.
Neste mesmo século, ainda é possível citar Piaget, Vygotsky, Wallon e diversos outros
estudiosos com suas inovações e teorias sobre o desenvolvimento da criança e suas diversas
fases de evolução, no que diz respeito as questões cognitivas, afetivas, psíquicas e motoras.
Para Piaget cada ação de inteligência da criança se dá através do equilíbrio de duas
tendências: assimilação e acomodação. Na assimilação a pessoa observa os acontecimentos e
objetos ou situações dentro de seu pensamento. Na acomodação, as estruturas mentais se
reorganizam para acrescentar novas compreensões do ambiente externo. Para Vygotsky
(1984) o desenvolvimento da criança se dá através da socialização com o meio, em que a
sociabilidade da criança com o meio é o momento de início de seu desenvolvimento. Wallon
considera que a criança se desenvolve muito bem através da afetividade, e concorda com
Piaget quando o mesmo diz que a assimilação se dá através da imitação do que a criança
observou, embora que não use os mesmos termos (KISHIMOTO, 2002).
A história da Educação Infantil, no Brasil, não está desassociada do seu
desenvolvimento no mundo, as expressões como jardim da infância e creches surgiram no
país no século XIX, porém no setor privado para crianças de classe alta. No início, o
atendimento às crianças pequenas era marcado pelo assistencialismo, para dar suporte as
famílias que tinham uma maior carência financeira e também dar atendimento as crianças
cujas mães tinham que trabalhar fora de seu âmbito familiar.
A Educação Infantil no Brasil tem seu auge com a elaboração da Constituição Federal
de 1988, em que atendimento da Educação Infantil passou a ser um direito da criança e um
dever do estado (Artigo 208, inciso IV). Em 1999, no Estatuto da Criança e do Adolescente,
também foi evidenciado esse direito ao atendimento a criança de 0 aos 6 anos de idade. A Lei
de Diretrizes de Base Nacional, publicada em 1996, Lei nº 9394, determinou que a Educação
Infantil é a primeira etapa da educação básica (título V, capítulo II, seção II, art. 29), cujo
objetivo é o desenvolvimento pleno da criança.
Dando continuidade as leis que orientam e dão o tom de obrigatoriedade a essa etapa
do ensino, vem as orientações e atendimento às crianças definidas no Referencial Curricular
Nacional para a Educação Infantil – RCNEI/1998. Esse documento determina que “a
concepção de criança é uma noção historicamente construída e consequentemente vem
mudando ao longo dos tempos, não se apresentando de forma homogênea nem mesmo no
interior de uma mesma sociedade e época" (p.21).
Além do RCNEI, outros documentos oficiais respaldam e orientam de acordo com as
faixas etárias adequadas o atendimento na Educação Infantil. Dentre elas estão os Parâmetros
de Curriculares para a Educação Infantil, Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Infantil, Parâmetros Básicos de Infraestrutura para Instituições de Educação Infantil dentre
outros documentos produzidos pelo MEC, Ministério de Educação. Diante do exposto, fica
claro que se a Educação Infantil não anda como deveria em termos de atendimento e
qualidade, não acontece por falta de leis e documentos norteadores, o que falta de fato, é
colocar em prática tudo que está proposto nos documentos.
3 EDUCAÇÃO E LUDICIDADE
A palavra lúdica origina-se do latim lodus que significa brincar e, portanto, a relação
entre ludicidade e a educação, entre o aprender brincando e brincar aprendendo. A presença
da ludicidade na educação deu-se a partir do século XVI, em que os primeiros estudos
mostraram que em Roma e Grécia, foram utilizados os jogos com propósito de ensinar letras,
ou seja, com propósito pedagógico.
Para Brougère (2008), antigamente a brincadeira era considerada, quase sempre como
fútil, ou melhor, tinha como única utilidade a distração, o recreio, e na pior das hipóteses,
julgavam-na nefasta. Só após as ideias de Rousseau foi que houve uma mudança na
concepção de criança e de sua natureza, para que se pudesse associar uma visão positiva às
suas atividades espontâneas. Para Rousseau (1992), a criança ainda não está apta a raciocinar,
é preciso deixá-la gozar sua infância.
Ainda no que se refere ao pensamento do pesquisador, é possível registrar que a
natureza quer que a criança seja o ser nesta fase antes de ser homem-adulto. “Se quisermos
perturbar essa ordem, produziremos frutos precoces, que não terão nem maturação nem sabor
e não tardarão em corromper-se; teremos jovens doutores e crianças velhas.” (ROUSSEAU,
1992, p.75).
Além disso, Rousseau (1992) afirma que é fundamental que a criança viva plenamente
o período da infância, pois se assim não acontecer, veremos más consequências em sua
formação. Portanto, vamos deixar as crianças viverem como tal, para termos, assim, crianças
felizes e adultos capazes. Comungando com as ideias de Rousseau (1992), é possível citar
Froebel (1896), considerado um dos teóricos que mais enfatizou o uso dos jogos infantis,
fazendo uso dos mesmos na Educação Infantil. Na teoria de Froebel (1896), o brincar é
fundamental para o desenvolvimento da criança:
Brincar é a atividade mais pura, mais espiritual do homem neste estágio da vida
humana como em toda a vida natural interna escondida no homem e em todas as
coisas. Ele dá assim, alegria, liberdade, contentamento interno e descanso externo,
paz com o mundo. Ele assegura as fontes de tudo o que é bom. Uma criança que
brinca por toda a parte, com determinação auto-ativa, perseverando até esquecer a
fadiga física, poderá seguramente ser um homem determinado capaz de auto
sacrifício para a promoção deste bem-estar de si e dos outros. (FROEBEL, 1896, p.
54, 55).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERENCIAS
ARIEIS, Filhippe. História social da criança e da Família. 2ª ed. Rio de Janeiro, 1986
Editora Guanabara.
FROEBEL, F. The education of man. In: HARRIS, W.T.(Ed.). The international series. New
York- London: D. Appleton and Company, 1896, 1897. Vol 5.
IVIC, Ivan. Lev Semionovich Vygotsky / Ivan Ivic; Edgar Pereira Coelho (org)- Recife
Fundação Nabuco, Editora Mansagana, 2010.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida, O jogo e a Educação Infantil. -1ª ed- Editora Sengage
Learning, 2002.
MACEDO, Lino de. Ensaios Pedagogicos, como construir uma escola para todos. 2005.
MONTESSORI, M. Pedagogia Científica: a descoberta da criança. São Paulo. Flanboyant.
1965.
MUNARI, Alberto. Jean Piaget / Alberto Murani; tradução e organização: Daniela Saheb –
Recife Fundação Joaquim Nabuco, Editora Mansagana, 2010.