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FACULDADE DE CIÊNCIAS EDUCACIONAIS DO RIO GRANDE DO NORTE

CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

ALIDUÍNA MARIA DE LIMA SILVA

A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL: ORIGEM, AVANÇOS E


DESAFIOS

NATAL/RN
2020
ALIDUÍNA MARIA DE LIMA SILVA

A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL: ORIGEM, AVANÇOS E


DESAFIOS

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado a Faculdade de Ciências
Educacionais do Rio Grande do Norte –
FACERN, como requisito final para
obtenção do título de licenciado em
Pedagogia.

Orientador: Profº(a) (titulação) nome


completo

NATAL/RN
2020
Título: A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL: ORIGEM, AVANÇOS
E DESAFIOS

Autora: ALIDUÍNA MARIA DE LIMA SILVA

Data da defesa:

Horário:

Banca Examinadora:

____________________________________________
Examinador(a)
Instituição

_______________________________________________
Examinador(a)
Instituição

_______________________________________________
Orientador(a)
Instituição
Dedicatória
AGRADECIMENTOS
Epígrafe
RESUMO

A pesquisa tem como finalidade apresentar algumas reflexões importantes a


respeito da história da Educação Infantil no Brasil, considerando sua origem,
avanços e desafios. Ao longo do trabalho foi possível compreender alguns aspectos
relevantes que aprimorou nossos conhecimentos, tanto a respeito do contexto
histórico da Educação Infantil, quanto sobre a prática pedagógica nesta etapa de
ensino. O objetivo desta pesquisa é propor algumas reflexões a respeito de
importantes mudanças que ocorreram ao longo da história na busca de
compreender avanços e desafios existentes nos dias atuais. A concepção de
crianças é uma noção historicamente construída e consequentemente vem mudando
ao longo dos tempos, não se apresentando de forma homogenia nem mesmo no
interior de uma mesma sociedade e época. Podemos assim, compreender alguns
dos diversos desafios enfrentados pela Educação Infantil desde os primórdios aos
dias atuais. Apesar dos desafios, nas últimas décadas temos vivenciados avanços
significativos nesta primeira etapa da Educação Básica. A pesquisa se deu por meio
da revisão bibliográfica, numa abordagem qualitativa, através de consultas em livros,
artigos científicos, revistas e outros importantes documentos que foram significativos
para ampliar nossos conhecimento e reflexões a respeito da temática em questão.
Para fundamentar nossos estudos buscamos embasamento nas pesquisas de
teóricos e pesquisadores no âmbito da Educação Infantil, dos quais destacamos:
Kramer (1982), Kishimoto (2002), Piaget (1998), entre outros. A pesquisa nos
proporcionou refletir a respeito do contexto histórico da Educação Infantil no Brasil,
oportunizando compreendermos alguns dos importantes momentos na sociedade
brasileira e seus reflexos na formação da criança. Além disso, perceber o quanto as
práticas pedagógicas também vem se modificando ao longo da história.

Palavras-chave: Educação Infantil. Ensino. Aprendizagem. Criança.


ABSTRACT

The research aims to present some important reflections on the history of Early
Childhood Education in Brazil, considering its origin, advances and challenges.
Throughout the work it was possible to understand some relevant aspects that
improved our knowledge, both regarding the historical context of Early Childhood
Education, as well as about the pedagogical practice at this stage of teaching. The
objective of this research is to propose some reflections on important changes that
have occurred throughout history in the quest to understand the advances and
challenges that exist today. The concept of children is a notion historically
constructed and consequently has been changing over time, not presenting itself
homogeneously even within the same society and time. We can thus understand
some of the different challenges faced by Early Childhood Education from the
beginning to the present day. Despite the challenges, in the last decades we have
experienced significant advances in this first stage of Basic Education. The research
took place through bibliographic review, in a qualitative approach, through
consultations in books, scientific articles, magazines and other important documents
that were significant to expand our knowledge and reflections on the subject in
question. To support our studies, we seek to base research on theoreticians and
researchers in the field of Early Childhood Education, of which we highlight: Kramer
(1982), Kishimoto (2002), Piaget (1998), among others. The research allowed us to
reflect on the historical context of Early Childhood Education in Brazil, making it
possible for us to understand some of the important moments in Brazilian society and
their reflexes in the education of children. In addition, realizing how much
pedagogical practices have also been changing throughout history.

Keywords: Early Childhood Education. Teaching. Learning. Child.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................ 09
2 SURGIMENTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL............................. 11
2.1 CONCEPÇÕES DE INFÂNCIA...................................................................... 14
2.2 A LEGISLAÇÃO E A EDUCAÇÃO INFANTIL................................................ 15
3 A EDUCAÇÃO INFANTIL COMO ESPAÇO DE SOCIALIZAÇÃO E
FORMAÇÃO DA CRIANÇA........................................................................... 19
3.1 A CONSTRUÇÃO DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL........... 22
3.2 O BRINCAR COMO ATIVIDADE PERMANENTE NO CONTEXTO DA
EDUCAÇÃO INFANTIL.................................................................................. 25
4 O OLHAR SOBRE O PAPEL DO PROFESSOR NA EDUCAÇÃO
INFANTIL........................................................................................................ 28
4.1 AVANÇOS E DESAFIOS NAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NA
EDUCAÇÃO INFANTIL AO LONGO DA HISTÓRIA...................................... 30
4.2 A RELAÇÃO ENTRE A FAMÍLIA E A ESCOLA AO LONGO DO TEMPO
NA EDUCAÇÃO INFANTIL............................................................................ 36
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................... 37
REFERÊNCIAS.............................................................................................. 39
9

1 INTRODUÇÃO

A presente pesquisa tem como finalidade apresentar algumas reflexões


importantes a respeito da história da Educação Infantil no Brasil, considerando sua
origem, avanços e desafios. Ao longo do trabalho foi possível compreender alguns
aspectos relevantes que aprimorou nossos conhecimentos, tanto a respeito do
contexto histórico da Educação Infantil, quanto sobre a prática pedagógica nesta
etapa de ensino.
O objetivo desta pesquisa é proporcionar algumas reflexões a respeito de
importantes mudanças que ocorreram ao longo da história na busca de
compreender avanços e desafios existentes nos dias atuais. Como objetivos
específicos, podemos destacar: compreender o surgimento da Educação Infantil no
Brasil; refletir sobre a Educação Infantil como espaço de socialização e
aprendizagem da criança; conhecer importantes estratégias na prática do professor
da Educação Infantil.
O trabalho justifica-se pela busca de fortalecer os nossos conhecimentos a
respeito do assunto, considerando que a Educação Infantil é um dos principais
campos de atuação do pedagogo, com isso, esta pesquisa vem proporcionar a
oportunidade de reflexão a respeitos de algumas experiências, avanços e desafios
no contexto da Educação Infantil.
A pesquisa se deu por meio da revisão bibliográfica, numa abordagem
qualitativa, através de consultas em livros, artigos científicos, revistas e outros
importantes documentos que foram significativos para ampliar nossos conhecimento
e reflexões a respeito da temática em questão.
Com isso, para fundamentar nossos estudos buscamos embasamentos nas
obras de importantes teóricos e pesquisadores no âmbito da Educação Infantil, dos
quais destacamos: Kramer (1982) que considera que não há um modelo padrão de
infância, depende da forma de organização da classe social em que a criança vive;
Kishimoto (2002) defende que o pensamento da criança evolui a partir de suas
ações, razão pela qual as atividades são tão importantes para o desenvolvimento do
pensamento infantil; já Piaget (1998) argumenta que a aprendizagem no contexto
infantil acontece por meio das assimilações e acomodações, assim também ocorre a
aprendizagem.
10

Quanto a estrutura do trabalho, encontra-se organizado da seguintes forma:


no capítulo 02 tratamos sobre o surgimento da Educação Infantil no brasil, a
concepções de infância, a legislação e a Educação Infantil. No capítulo 03
discutimos a Educação Infantil como espaço de socialização e formação da criança,
a construção da aprendizagem na Educação Infantil e sobre o brincar como
atividade permanente no contexto da Educação Infantil. Em seguida no capítulo 04
discutimos a respeito do olhar sobre o papel do professor na Educação Infantil,
alguns avanços e desafios nas práticas pedagógicas na Educação Infantil ao longo
da história, a relação entre a família e a escola ao longo do tempo na Educação
Infantil. Em seguida apresentamos as considerações finais e as referências do
nosso trabalho.
Dessa forma, acreditamos que esta pesquisa é de grande relevância para
aprimorarmos nossos conhecimentos e fortalecermos nossas leituras a respeito
desta importante etapa de ensino que é a Educação Infantil. E assim aprimorar
ainda mais nossas reflexões seja em âmbito pessoal, acadêmico ou profissional.
11

2 SURGIMENTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL

As crianças durante muito tempo não eram vistas como seres inseridos
socialmente, eram considerados frágeis e muitas vezes confundidos com um adulto
em miniatura. E sua Educação era de responsabilidade da família e do grupo social
que pertencia e dessa forma aprendia coisas relevantes ao grupo naquele momento
histórico. Porém com o passar do tempo e as transformações sociais o ensino
também sofreu transformações dando mais importância para a formação infantil e a
partir de então surge as primeiras Instituições de Ensino Infantil.
Durante os séculos se formaram vários conceitos de criança e infância, de
acordo com o tempo histórico e cada tipo de sociedade. “Não há um modelo padrão
de infância, depende da forma de organização da classe social em que a criança
vive” (KRAMER, 1982).
As crianças sempre existiram, porém foi a maneira como era vista que se
modificou durante os séculos, não podemos definir criança só por sua natureza
infantil, temos que levar em conta as transformações sociais e o momento histórico.
A infância nem sempre foi valorizada e tratada como ela é hoje, ela sempre foi
modificada de acordo com classe social a que pertence a criança, as mudanças
sociais e fatos históricos.
O atendimento em creches e pré-escolas como direito social das crianças se
afirmar na Constituição Federal de 1988, reconhecer a Educação Infantil como o
dever do estado e da família para com ela, para obter esta conquista foi necessário
acontecer diversos manifestos e movimentos sociais, como movimento de
redemocratização do pais, dos trabalhadores ressaltarei a participação das mulheres
que foi de suma importância na luta por creches a luta dos profissionais de
educação estes acontecimentos contribuíram para o reconhecimento deste direito.
Eles lutavam por uma educação mais igualitária que todas as crianças
pudessem estudar independentemente da classe social delas, as instituições de
educações infantis ofertassem o cuidado e educação ao mesmo tempo. A educação
infantil foi reconhecida como o direito de toda a criança de 0 a 05 anos de idades a
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, lei nº 9.493/96, em seu
artigo 29 reconhece a Educação Infantil como a primeira etapa de Educação Básica.
Nesse sentido, tem como finalidade o desenvolvimento integral de 0, a 05
anos de idades, em seus aspectos físicos, afetivos intelectual, linguístico, social,
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complementando a ação da família e da comunidade, oferecida em creches e pré-


escolas, as quais se caracterizam como espaços institucionais não domésticos que
constitui estabelecimento educacionais públicos ou privados que educam e cuidam
de crianças de 0, a 5 anos é dever do estado garantir a oferta da Educação Infantil.
Com isso, busca garantir a matricula em escolas públicas gratuita e de
qualidade sem requisito de seleção de condições em relações de mais crianças para
o acesso, permanência em pleno aproveitamento das oportunidades de
aprendizagem propiciadas (BRASIL, 1988).
Nesse entendimento, considera a Educação Infantil, Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional – LDB, lei nº 9.493/96, em jornada integral no mínimo 7 horas
diárias ou parcial de 04 horas, dando seguimento a lei nº 11.494/2007 (FUNDEB)
sempre no período diurno, devendo poder público ofertar vagas próximo a residência
das crianças.
Estes ambientes tem que ser limpos, seguros, acolhedores, desafiantes,
inclusivos, voltados para garantir a saúde infantil, com a imobiliária adequada e
espaço físico com acessibilidade, acústica, o cuidado indispensável o cuidar e
educar estão atrelado um ao outro, falar da creche ou da educação infantil, é muito
mais do que falar da instituição, e de suas qualidades e defeitos da sua necessidade
social ou da sua importância educacional. É falar da criança de um ser humano,
pequeno exuberante de vida (DIDONETE,2001, p.11).
A infância o período onde a criança se desenvolve, é a fase de descobertas
do mundo, ver, ouvir, sentir, tocar, mais nem sempre foi assim antigamente não
existiam valorização da criança, não existia um conceito de infância. A história nos
mostra as várias concepções de infância.
Na idade média as crianças não tinham infâncias era considerados adultos e
miniaturas vestia-se como um tal, as famílias não tinham privacidades as crianças
ficavam expostas a vida dos adultos, elas eram preparadas para serem inserida na
sociedade.
Já as pobres não tinham este direito era logo inserida na sociedade pois
começavam a trabalhar logo cedo o ensino das crianças ricas era realizados por
preceptores, depois elas eram vistas como escalas reduzidas eram misturadas aos
adultos e partilhava de trabalhos e jogos e brincadeiras, se diferenciavam dos
adultos somente no tamanho e na força, foram considerada como objetos de
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distração das mães eram semelhantes a bichinhos de estimação, que só gostavam


pelo prazer lhe proporcionavam (ARIÉS, 1986, p.11).
Na Idade Média a criança não estava totalmente ausente nas pinturas mais
nunca era modelo de retrato como a infância era uma fase de desenvolvimento sem
importância. Os pintores não tinham muito interesses de retrata-las um ser que logo
ia crescer ou poderia morrer antes mesmo de tornarem adultos (ARIES, 1986).
A infância é um período de transição para a vida adulta, quando a criança era
retratada, geralmente seus corpos eram representados em escala menor em
comparação aos retratos dos adultos, no final da idade média com a expulsão dos
camponeses que começaram da ênfase a infância (ARIES, 1986).
Segundo Aries (1986) é neste momento que começaram a surgir algumas
representações artísticas, cujo a imagem das crianças aproximavam-se e um pouco
de sentimento de infância entre elas destaca-se 3 figuras: a do anjo representando,
por um rapaz muito jovem: do menino Jesus, sempre retratado nos braços de nossa
senhora, relacionando a ideia de infância e maternidade no século XVII que os
pintores começaram a gostar de retratar as crianças sozinhas e acompanhadas por
seus pais.
Com o Marco dos movimentos nacionais e internacionais, estes influenciaram
o surgimento de muitos manifestos em nosso pais. Compreende-se que, muitas
foram as lutas para que a educação foram reconhecidas por lei reconhecendo esta
pela Constituição Federal de 1988, com o dever do estado em relação a educação, e
pela a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB.
A Educação Infantil é reconhecida como primeira etapa da Educação Básica a
segurando as crianças o direito a esta, muitas são as leis que regulamenta a
Educação Infantil ao nosso pais, a constituição federal de 1988, o estatuto da
criança e do adolescente (ECA) o Referencial Curricular para a Educação Infantil é
(RCNEI) as Diretrizes Curriculares Nacional de Educação Infantil (DCNEI), o
(FUNDEB) e (PNE).
Dessa forma, podemos compreender alguns dos diversos desafios
enfrentados pela Educação Infantil desde os primórdios aos dias atuais. Apesar dos
desafios, nas últimas décadas temos vivenciados avanços significativos nesta
primeira etapa da Educação Básica.
14

2.1 CONCEITUAÇÃO DE INFÂNCIA

A concepção de crianças é uma noção historicamente construída e


consequentemente vem mudando ao longo dos tempos, não se apresentando de
forma homogenia nem mesmo no interior de uma mesma sociedade e época. Boa
parte das crianças Brasileiras enfrentam uma realidade muito difícil. Possuem
condições precárias de vidas existem um trabalho infantil, muitas vezes são
exploradas e abusadas pelos adultos. Em quanto outras recebem apoio das famílias
e da sociedade para o seu desenvolvimento.
A criança é um sujeito histórico e de direito que, nas interações relações e
práticas cotidianas, vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca narra,
imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, questiona e constrói
sentidos sobre a natureza e a sociedade e sua cultura.
Hoje, a criança é vista como um sujeito de direitos, situado historicamente e
que precisa ter as suas necessidades físicas, cognitivas, psicológicas, emocionais e
sociais supridas, caracterizando um atendimento integral e integrado da criança. Ela
deve ter todas as suas dimensões respeitadas.
Assim, a concepção da criança como um ser particular, com características
bem diferentes das dos adultos, e contemporaneamente como portador de direitos
enquanto cidadão, é que vai gerar as maiores mudanças na Educação Infantil,
tornando o atendimento às crianças de 0 a 6 anos ainda mais específico, exigindo
do educador uma postura consciente de como deve ser realizado o trabalho com as
crianças pequenas, quais as suas necessidades enquanto criança e enquanto
cidadão.
O que hoje pode parecer uma aberração, como a indiferença destinada à
criança pequena, há séculos atrás era algo absolutamente normal. Por maior
estranheza que se cause, a humanidade nem sempre viu a criança como um ser em
particular, e por muito tempo a tratou como um adulto em miniatura (AIRES, 1986).
De um ser sem importância, quase imperceptível, a criança num processo
secular ocupa um maior destaque na sociedade, e a humanidade lhe lança um novo
olhar. Para entender melhor essa questão é preciso fazer um levantamento histórico
sobre o sentimento de infância, procurar defini-lo, registrar o seu surgimento e a sua
evolução.
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O sentimento de infância não significa o mesmo que afeição pelas crianças,


corresponde à consciência da particularidade infantil, essa particularidade que
distingue essencialmente a criança do adulto, mesmo jovem (ÁRIES, 1986, p. 99).
No século XX, após a primeira Guerra Mundial, cresce a ideia de respeito à
criança, que culmina no Movimento das Escolas Novas, fortalecendo preceitos
importantes, como a necessidade de proporcionar uma escola que respeitasse a
criança como um ser específico, portanto, esta deveria direcionar o seu trabalho de
forma a corresponder as características do pensamento infantil.
No contexto de pós-segunda Guerra mundial, surge a preocupação com a
situação social da infância e a ideia da criança como portadora de direitos. A ONU
promulga em 1959, a Declaração dos Direitos da Criança, em decorrência da
Declaração dos Direitos Humanos, esse é um fator importante para a concepção de
infância que permeia a contemporaneidade, a criança como sujeito de direitos.
Nesse sentido, as diferentes infâncias em seus diferentes contextos
produzem diferentes espaços sociais e geográficos destinados às crianças. Dessa
forma, a concepção de infância é atravessada pela dimensão do espaço social e do
tempo histórico em que o sujeito criança está inserido. Essas dimensões produzem
diferentes formas de ser criança e constroem uma subjetividade infantil relativa ao
espaço, cultural/socialmente, construído por cada grupo social. Ou seja, existe uma
estreita relação entre a vivência da infância e o local onde ela será vivida.
O trabalho com crianças pequenas exige dos profissionais que atuam na
Educação Infantil além de uma didática dinâmica envolvente, sedutora, um espaço
bastante atrativo e aconchegante pois crianças nessa faixa etária, 0 a 06 anos
(agora de 0 a 5 anos), tem ainda um curto tempo de concentração o que exige do
professor todo um trabalho de envolvimento para atrair as crianças para as suas
propostas de atividades.

2.2 A LEGISLAÇÃO E A EDUCAÇÃO INFANTIL

A Educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica, ela é considerada


segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, lei nº 9.394/96,
em seu art. 22, a Educação Infantil é parte integrante da educação básica na mesma
lei afirma no seu (artigo 29) reconhece que a criança necessita de um
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desenvolvimento integral em seus aspectos físicos, afetivo, linguístico e social,


complementando a ação da família.
De acordo a LDB, lei nº 9.394/96, em seu art. 29, a Educação Infantil, primeira
etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da
criança até seis anos de idade em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e
social, complementando a ação da família e comunidade
A Educação Infantil e as instituições de âmbito infantil necessitam ofertar a
infraestrutura adequada para que a educação infantil seja coletiva, estas instituições
são espaço de socializações, o estado é apontado como tendo responsabilidade na
educação coletiva das crianças complementando a ação das famílias pois estas são
o primeiro lugar fora do contexto familiar.
Segundo o Referencial Curricular Nacional De Educação Infantil – RCNEI, a
criança como todo ser humano é ser social e histórico e define a criança como um
sujeito histórico e de direitos, que nas interações, relações e práticas cotidiano que
vivencia constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia,
conversa, experimenta, narra, constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade,
produzindo cultura (BRASIL, 1998).
Entretanto, buscamos compreender o papel da escola junto com a família o
processo de socialização da criança. Estudos mostram que a escola mantem uma
função fundamental para processo social. Desenvolvendo as capacidades cognitivas
ajudando as crianças compreender que tem um mundo social. Estes processo se
iniciam no nascimento, propício a mudança, permanecendo ao ciclo vital.
Socialização é um processo internalizado no sistema ensino aprendizagem ao
longo de todo ciclo vital. O indivíduo é incluído nas relações de coletividade que o
envolve num todo desde o seu nascimento, até o final de sua vida.
É o processo através do qual o indivíduo internaliza os padrões sociais de agir,
pensar e sentir. Através da socialização, desde o nascimento do indivíduo é treinado
para querer agir segundo as expectativas sociais e só ter desejos e sentimentos
permitido socialmente.
Entretanto, buscamos compreender o papel da escola junto com a família o
processo de de socialização da criança. Estudos mostram que a escola mantem
uma função fundamental para o processo social. Desenvolvendo as capacidades
cognitivas ajudando a criança compreender que tem um mundo social. Este
processo se inicia no nascimento, propicio a mudança, permanecendo ao ciclo vital.
17

Socialização e um processo internalizado no sistema de ensino aprendizagem


ao longo de todo o ciclo vital. Socialização e um processo internalizado no sistema
ensino aprendizagem. O indivíduo e incluído nas relações e de coletividade que o
envolve num todo desde o nascimento até o final de sua vida.
Segundo Piletti (1986, p. 68) define socialização como é o processo através
do qual o indivíduo internalizar os padrões sociais de agir, pensar, e sentir. Através
da socialização, desde o nascer o indivíduo e treinado para querer agir segundo as
expectativas sócias e só ter desejos e sentimentos permitidos socialmente.
A função da família na socialização Pilleti (1986, p. 40) sendo a família o
primeiro grupo social que a criança convive, na família que a mesma vai assimilar os
padrões e os valores que a transforma em uma pessoa adulta. A criança e tratada
como um ser social, participante de todos os ambientes que convive com a escola e
considerada uma instituição formada de professores, alunos, funcionários e, pais,
justamente com a com a comunidade que a mesma e inserida, com a principal
função e ajudar na formação e educação de crianças e adolescentes.
A criança começa o processo de socialização de sua origem e a condição de
ser social e não forma sua pessoalidade. Neste contexto as escola como mediador
do estágio desenvolvimento de interação.
Diante disso, Miranda (1984, p.132) conclui o processo de socialização da
criança não podem ser tratado se não dentro da perspectiva da análise dialética das
relações de reciprocidade estabelecidas entre crianças e a sociedade ou classe, o
processo de socialização só pode ser tratado como processo evolutivo da condição
social da criança e considerando sua origem.
A escola será determinante para o desenvolvimento cognitivo e social infantil,
portanto para o curso posterior de sua vida. E na escola que se constrói parte da
identidade de se pertencer ao mundo, nela adquirimos os modelos de aprendizagem,
aquisição dos princípios éticos e morais que perneiam a sociedade.
A criança ao nascer se torna membro de um grupo social, pois precisamos de
outras pessoas para realizar suas necessidades, o grupo onde a criança nasce
necessita também da incorporação desta para manter-se e sobreviver além das
pessoas satisfazer suas necessidades também transmitir a cultura acumulada ao
longo de todo seu desenvolvimento. Estas transições culturais envolve valores,
normas e costumes.
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Entre os agentes sociais estão. Os pais, meios de comunicações, a escola e o


docente, assim o processo de socialização é uma interação da criança e seu meio.
Para Palácios (1995), a escola junto com sua família, a instituição social que
maiores repercuções tem para criança a mesma não só intervém na transmissão do
saber cientifico organizando culturalmente influi nos aspectos de socialização e na
individualidade da criança.
O alemão Fröebel foi o primeiro a criar um lugar e a pensar em uma educação
coletiva de crianças em um espaço de socialização, um ambiente propicio para
receber crianças pequenas eles as consideravam como pequenas sementes como
plantinhas pequeninas que necessitavam de cuidados para crescer e consideravam
os professores(as) como jardineiras responsável para isso acontecer.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, garante o direito da
brincadeira, da convivência e interação com outras crianças. Uma atividade de suma
importância para o desenvolvimento da criança pequena e a brincadeira. (BRASIL,
1996).
Brincar dar a oportunidade para imitar o conhecido e para construir um novo,
conforme ela reconstrói o cenário para que sua fantasia se aproxime ou se distancie
da realidade de vida, assumindo personagem e transformando objetos pelo o uso
que deles faz.
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3 A EDUCAÇÃO INFANTIL COMO ESPAÇO DE SOCIALIZAÇÃO E FORMAÇÃO


DA CRIANÇA

É muito importante ressaltar a rotina na Educação Infantil no trabalho docente


infantil pois ela é necessária pois é sua função organizar o trabalho do educador a
rotina é a estrutura básica é a mesma é comparada a espinha dorsal das atividades
do dia. A rotina diária e desenvolvimento pratico do planejamento a mesma é uma
categoria pedagógica cujo o desafio é o desenvolvimento do trabalho cotidiano nas
instituições de educações infantil.
Ela deve ser organizada que seja possível dar atenção aos cuidados pessoais
e aprendizagem, na educação infantil destaca-se atividades rotineiras, momentos de
higienes entrada e saída, recreio, almoço, lanches, atividades livres e dirigidas,
jogos, brincadeiras, etc. o docente necessita de uma consciência crítica em
compreender que a mesma é responsável pela organização e comprimento das
metas escolar.
O espaço físico por si só, não é elemento determinante para a produção do
conhecimento, tampouco ambiente decorado sem nenhum objetivo proposto e
significado que interesse as crianças, que estão em constante busca de desafios e
compreensão do que acontece a sua volta. As relações estabelecidas e transcorrida
nesse ambiente juntamente com a disposição contribui tornando o espaço físico
cada vez mais harmonioso, atrativo, lúdico e de caráter educativo.
Na concepção de que não faz sentido separar momentos de brincar dos de
aprender para as crianças da Educação Infantil essa ação simultânea exige que
espaços e rotina da escola sejam planejados de modo a proporcionar multiplicidade
de experiências e contato com todas as linguagens. É necessária a integração entre
o educador, o planejamento pedagógico e a organização dos espaços que quando
bem planejados funcionam como mais um elemento educativo.
Para Hermida (2007, p. 85) a partir das interações que estabelece com
pessoas próximas, a criança constrói o conhecimento. A família, primeiro espaço de
convivência do ser humano, é um ponto de referência fundamental para a criança
pequena, onde se aprende e se incorporam valores éticos, onde são vivenciadas
experiências carregadas de significados afetivos, representações, juízos e
expectativas.
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Dessa forma, torna-se fundamental a existência da educação infantil à medida


que tem o caráter de complementar à educação recebida da família. Caso a criança
em casa não tenha acesso a uma aprendizagem "adequada", consequentemente
caberá a ela construir a partir das possibilidades que lhe é disponível. Assim cabe a
escola assumir um lugar onde a criança se desenvolva, proporcionando apoio e
estímulos indispensáveis a cada fase da vida.

A educação infantil precisa ser muito mais qualificada. Ela deve incluir o
acolhimento, a segurança, o lugar para a emoção, para o gosto, para o
desenvolvimento da sensibilidade; não podendo deixar de lado o
desenvolvimento das habilidades sociais, nem o domínio do espaço e do
corpo e das modalidades expressivas; deve privilegiar o lugar para a
curiosidade e o desafio (HERMIDA, 2007, p. 227).

É importante que seja oferecido um ambiente rico em atividades lúdicas ao


passo que proporcione um desenvolvimento sadio, desenvolve habilidades motoras,
aumente a integração, estimule a sensibilidade; favoreça espaços livres que
possibilitem as crianças se lançarem de maneira livre em suas ações criativas.
Personalizar o ambiente é muito importante para a construção da identidade
pessoal da criança, tornar a criança competente é desenvolver nela a autonomia e a
independência. Ao oferecer um ambiente rico e variado se estimulam os sentidos e
os sentidos são essenciais no desenvolvimento do ser humano.
A sensação de segurança e confiança é indispensável visto que mexe com o
aspecto emocional da criança. Oportunizando as crianças de interagirem e em
certos momentos que desejarem ficarem sozinhas brincando. É nesse ambiente de
aprendizagem que as crianças vão socializar-se e ganhar autonomia. Sabemos que
o ser humano cresce num ambiente social e a interação com outras pessoas é
essencial ao seu desenvolvimento (DAVIS & OLIVEIRA, 1993, p. 56).
Portanto um ambiente estimulante para a criança é aquele em que ela se
sente segura e ao mesmo tempo desafiada, onde ela sinta o prazer de pertencer a
aquele ambiente e se identifique com o mesmo e principalmente um ambiente em
que ela possa estabelecer relações entre os pares. Um ambiente que permite que o
educador perceba a maneira como a criança transpõe a sua realidade, seus anseios,
suas fantasias.
Experimentando também diferentes texturas: liso, áspero, duro, macio, quente,
frio. Carvalho & Rubiano (2001, p.111) dizem que “a variação da estimulação deve
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ser procurada em todos os sentidos: cores e formas; músicas e vozes; aromas e


flores e de alimentos sendo feitos; oportunidades para provar diferentes sabores”.
A sensação de segurança e confiança é indispensável visto que mexe com o
aspecto emocional da criança. Oportunizando as crianças de interagirem e em
certos momentos que desejarem ficarem sozinhas brincando. Carvalho e Rubiano
(2001, p.109) afirmam que:

Todos os ambientes construídos para crianças deveriam atender cinco


funções relativas ao desenvolvimento infantil, no sentido de promover:
identidade pessoal, desenvolvimento de competência, oportunidades para
crescimento, sensação de segurança e confiança, bem como oportunidades
para contato social e privacidade.

O espaço é vida e desafio tanto para o professor quanto para as crianças.


Estudá-lo, buscar conhecer seu papel no contexto da educação infantil, é uma
necessidade iminente.
Conforme concebido e disposto, ele pode ser ou não um ambiente onde a
criança pode criar, imaginar e construir. Da mesma forma, ele pode ser ou não, para
a criança, um lugar acolhedor e prazeroso onde ela possa brincar e sentir-se
estimulada e feliz.
Partindo da premissa de que uma educação infantil de qualidade é aquela
capaz de satisfazer necessidades básicas das crianças, em especial o aprender e o
desenvolver-se, este trabalho defende que os espaços devem ser da e para a
criança, para que, por meio deles, os pequenos possam aprender e desenvolver-se
em todas as suas dimensões humanas.
Cabe, pois, ao professor a correta utilização de tais espaços, e a oferta de
atividades que propiciem aprendizagens significativas, permeadas pelo lúdico e que
respeitem as especificidades infantis. Muitas pessoas possuem ideias equivocadas a
respeito do que seja qualidade para a educação.
Por falta de informação, acabam por confundir o significado de qualidade, no
âmbito da educação, com a ideia de qualidade empresarial, onde se tende a
considerar o ser humano como produto, vivendo num espaço competitivo e
produtivista. Tal perspectiva representa a essência do trabalho aqui proposto.
Assim, buscou-se identificar como os espaços escolares devem ser
organizados para que a educação infantil seja de qualidade. Isto é, um espaço
promotor do desenvolvimento e da aprendizagem, que possibilite aos pequenos
22

liberdade para criar, produzir e, ainda, divertirem-se ao aprender e ao se


constituírem cidadãos autônomos e cooperativos.
Dessa forma, o espaço deve estar disposto de modo que estimule a criança.
Ao agir sobre o meio, buscando satisfazer suas necessidades e seus desejos, a
criança transforma a si própria e o meio, determinando, assim, seu processo de
formação.

3.1 A CONSTRUÇÃO DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL

A brincadeira é uma linguagem infantil que mantém um vínculo essencial


com aquilo que é o “não brincar.” Se a brincadeira é uma ação que ocorre no plano
da imaginação isto implica que aquele que brinca tenha domínio da linguagem
simbólica. Compreende-se que é através da realidade que a criança consegue
elaborar estruturas para o desenvolvimento da construção do aprendizado.
É visto que na Educação Infantil a criança já traz consigo a educação
adquirida em casa, herdada da família, da região, ou podemos dizer, do meio que o
cerca, dessa forma é preciso que o professor apropria-se desses conhecimentos
para mediar sua aula, transformando-a estes conhecimentos já elaborados para
construí mais, ou ampliar diversas capacidades para chegar à linguagem simbólica,
e outras capacidades significantes nesta etapa.
A atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança,
sendo por isso, indispensável à prática. Ou seja, na visão deste estudioso, a prática
lúdica é indispensável à formação intelectual da criança (PIAGET, 1998).
É justamente ai que o jogo pode dar sua contribuição, por ele ter um grande
valor como recurso pedagógico servindo para enriquecer o processo ensino
aprendizagem. A evolução de competências e habilidades via movimentos
decorrentes de atividades lúdicas têm sido reconhecidas como uma das vertentes do
processo educativo da criança
Ou seja, o lúdico não deve ser considerado pelos educadores somente como
uma atividade extra, mais deve ser um ponto básico na construção da aprendizagem.
Portanto pode-se afirmar que a ludicidade é a melhor forma de exploração, de meios
e estratégias para que o objetivo que é a de construção de formação do aprendizado
da criança em suas particularidades individuais.
23

A brincadeira cria para a criança uma zona de desenvolvimento proximal


que não é outra coisa senão a distância entre o nível atual de
desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver
independentemente um problema, e o nível de desenvolvimento potencial,
determinado através da resolução de um problema, sob a orientação de um
adulto, ou de um companheiro mais capaz. (VYGOTSKY 1989)

No entanto a interação social se põe em situações estratégicas, é uma das


mais importantes que auxiliam na promoção de aprendizagens da criança na
educação infantil, dessa forma se faz necessário que o educador procure trazer
essas estratégias para a ludicidade e haja através dela, oportunizando o aprender a
aprender com significado.
Dessa maneira compreendo da mesma forma que Vygotsky (1989) que diz
que em sua compreensão o sujeito é interativo. Pois a criança usa a interação social
para desenvolve-se. Dessa forma também se compreende que a na verdade, é um
todo cognitivo afetivo e motor, onde para que ela consiga desenvolver seu
aprendizado se faz necessário que o ser desenvolva os três por completo, dando
auxilio a aspectos da superação do outro.
Dessa maneira dá-se a aprendizagem, através do pensamento, sentimentos e
ações. Assim é preciso que o professor auxilie o aperfeiçoamento para que haja a
ampliação da construção da aprendizagem melhor maneira possível, é também
através da ludicidade, do brincar que é uma estratégia significante para as crianças
principalmente na fase da educação infantil, a fase mais importante para a
preparação da construção da aprendizagem da criança e na criança.
Por ser um ser que está em constante evolução dependendo do meio e da
posição social em que está inserido. Nesta visão acredita-se que o cidadão é
formado de acordo com a sua realidade, por isto os profissionais precisam estar
preparados para descobrir, compreender e saber proceder com a sua turma.
A criança aprende através de experiências que sem dúvidas tem o seu lugar,
mas também através de observações do que há em sua volta, algo que impressiona
que marca no seu viver.
Para Piaget (1998) a criança, e a sua inteligência se desenvolvem por
assimilações e acomodações, assim também ocorre a aprendizagem. Cada
conhecimento novo é assimilado modifica a criança enriquecendo-a, sobretudo é na
acomodação que se constata a aprendizagem.
24

Nesse sentido, é preciso que a criança viva situações novas e diversificadas


em seu cotidiano e na escola para que aprenda a viver e superar essas situações,
dessa forma a mesma conseguirá desenvolver e ampliar seu aprendizado através
das suas próprias experiências, na sala de aula, o professor deve ser conhecedor
dessas necessidades da criança para poder adapta-se ao meio e conseguir
capacita-se para a vida inteira.

É preciso que os profissionais de educação infantil tenham acesso ao


conhecimento produzido na área da educação infantil e da cultura em geral,
para repensarem sua pratica. Se reconstruírem enquanto sujeitos da
produção de conhecimentos. É para que possam mais do que “implantar”
currículos ou “aplicar” propostas a realidade da creche /pré-escola em que
atuam efetivamente participar da sua concepção, construção e consolidação
(KRAMER, 1982, p. 19).

Sem dúvida alguma, teríamos um ganho educacional sem precedentes se a


inclusão dos jogos, danças, brincadeiras e desenhos fossem parte do processo de
formação dos infantes. Essa constatação vem ganhando o coração e as mentes de
muitos educadores da educação infantil. E como sabemos por experiências, a
formação de caráter da personalidade do ser humano começa desde o ventre
materno, seguindo pelo jardim da infância, das rodas de conversa familiar e da hora
da brincadeira.
O “psicolúdico” é um caminho que podemos percorrer sem temor em vista de
uma educação que leve em conta a dimensão existencial e essencial da vida
humana, pois, “é de pequenino que se torce o pepino”. A tarefa ainda será
desbravada por todos nós educadores, protagonistas de um novo tempo e de uma
nova educação.
Para Piaget (1998) é muito importante o contato de crianças com idades iguais,
segundo o autor os companheiros de mesma idade propõem desafios que pode ser
superados pelos outros colegas, compreendo que assim é bem mais fácil para as
crianças da Educação Infantil superar suas dificuldades e também cooperar para a
preparação estrutural do outro.
É com este pensamento que vejo a importância da ludicidade na educação
infantil, a criança nesta fase não traz a inteligência, ele desenvolve, ela não sabe ler
um livro, a maneira do adulto, mais sim a dela, não sabe brincar para aprender, mas
sabe aprender brincando. Então vejo o lúdico tão importante para a criança quanto à
necessidade de aprender.
25

Nesse sentido, Wallon (2007) também evidencia o caráter emocional em que


as atividades lúdicas se desenvolvem em aspectos relativos à socialização, a
descoberta da relação com o outro que o jogo é capaz de propiciar. Visto que estas
experiências vivenciadas, proporciona ao educando a capacidade de desenvolver
habilidades ao desempenho de atividades recreativas e estabelecida pelos
educadores. As experiências de novos processos metodológicos vivenciados pelos
educando eleva aprendizagem a um patamar de excelência diante do novo.
Nesse contexto, Vygotsky (1989) faz a seguintes afirmações: “inicialmente, as
primeiras ações lúdica surgem com base na necessidade crescente da criança de
dominar o mundo dos adultos”. São estas necessidades que o ser se desenvolve,
cresce e se relaciona uns com os outros, a criança necessita do aprender brincando
devido à disponibilidade de se expressar, movimentar e comunicar-se através de
suas atividades diante as propostas de brincadeiras e jogos lúdicos, ricos em
aprendizagem das crianças.
Segundo Vygotsky (1989, p.118) ressalta que brincar sem separar a situação
impugnaria da situação real. Para uma criança em idade escolar, brinquedo torna-se
uma forma de atividade mais limitada, predominantemente que preenche um papel
específico em seu desenvolvimento e que não tem o mesmo significado para uma
criança em idade pré-escolar.
Dessa forma, sabemos que é na fase da infância que a criança desenvolve
suas conquistas, conquistas estas, que é elaborada potencialidades que se
transformam em pilares responsáveis e estruturais. Portanto é na educação infantil
que essas estruturas precisam ser formadas. Sendo assim, se faz necessário que a
criança construa suas estruturas através da ludicidade, do brincar, para que ela sinta
o prazer do aprender.

3.2 O BRINCAR COMO ATIVIDADE PERMANENTE NO CONTEXTO DA


EDUCAÇÃO INFANTIL

O brincar ainda se faz necessário para a aprendizagem das crianças, isso é


possível quando desde cedo essa prática faz parte do seu universo diário
possibilitando um desenvolvimento mais efetivo nas vivencias com seus pares.
Durante o período da Idade Média, o jogo era considerado como “não sério”, pois
26

relacionavam ao jogo de azar, bastante publicado na época. O jogo exerceu a


função de divulgar princípios morais, éticos e conteúdo.
Após o Renascimento, o período de compulsão lúdica, o brincar começou a
ser visto como recurso livre que tem a finalidade de desenvolver a inteligência e
facilitar o estudo. Já nos tempos do Romantismo o jogo apareceu como algo
destinado à educação. “A partir do século XVIII cria-se o conhecimento da criança
como via de acesso à origem da humanidade. Com isto, pode-se entender a infância
como idade do imaginário” (KISHIMOTO, 2011, p. 31-32).
Com a criação e expansão de novos ideais desenvolveram tentativas que
incluíssem os jogos com o objetivo de facilitar o processo de ensino e aprendizagem.
No Brasil esse processo de valorização do jogo ocorreu na década de 80, com
criação de associações de brinquedotecas.
Segundo Maluf (2009, p. 17) “o brincar nos acompanha diariamente. Brincar
sempre foi e sempre será uma atividade espontânea e muito prazerosa, acessível a
todo o ser humano de qualquer faixa etária, classe social ou condição econômica”.
Por isso ser tão importante a pratica da brincadeira no ambiente escolar, para que a
criança vivencie e passe a aprender mais a se socializar e desenvolver seu
aprendizado a partir do brincar no seu cotidiano diário. O brincar induz naturalmente
a emoção, motivação e diversão.
As atividades lúdicas proporcionam aos indivíduos sentimentos de
reelaboração da realidade que os cercam, dando possibilidades para edificarem a
criatividade, interpretação e representação sistemática dos saberem construídos,
descobrindo a necessidade da vida em grupo enquanto seres sociais que vivem em
uma sociedade que objetiva a conquista de seus desejos.
A utilização do brincar como método pedagógico de ensino tem a função de
minimizar as dificuldades no processo de ensino aprendizagem desde as turmas de
Educação Infantil até as do Ensino Fundamental. Brincar é uma maneira de divertir-
se, ajudando no processo de aprendizagem da criança, formação de conceitos e
identidade, preparando os indivíduos para o mundo, com o objetivo principal que é
da liberdade através da fantasia, memória e relações pessoais. Para Carvalho (1992,
p. 14) afirma que:

Desde muito cedo o jogo na vida da criança é de fundamental importância,


pois quando ela brinca, explora e manuseia tudo aquilo que está a sua volta,
através de esforços físicos se mentais e sem se sentir coagida pelo adulto,
27

começa a ter sentimentos de liberdade, portanto, real valor e atenção as


atividades vivenciadas naquele instante.

Dessa maneira, o brincar serve de elo para unir à imaginação e realidade,


dando sentido as novas representações da criança com o mundo e atuando na
interação com outros indivíduos. Servindo como alternativa para aprendizagem de
conceitos cognitivos e para motivar no ensino às necessidades dos alunos.
O brincar é uma necessidade que contribui para a realidade interna e externa
tanto da criança quanto do adulto. Ou seja, relaciona as representações internas
com a realidade externa contextualizando e percebendo sua participação como um
ser no mundo, no qual desenvolvem suas capacidades por meio do brincar.
Nesse sentido, o brincar auxilia no processo de ensino e aprendizado,
ajudando alcançar melhores níveis de desempenho resolvendo problemas sem
muito esforço e a esquecer de tempos difíceis, pois torna os momentos mais
prazerosos e expressa vida. Neste contexto, Kishimoto (2011, p. 29) defende que:

A criança precisa vivenciar ideias em nível simbólico para compreender o


significado na vida real. Desse modo, o pensamento da criança evolui a
partir de suas ações, razão pela qual as atividades são tão importantes para
o desenvolvimento do pensamento infantil. Mesmo que conheça
determinados objetos ou que já tenha vivido determinada situação, a
compreensão das experiências fica mais clara quando as representam em
seu faz de conta. Nesse tipo de brincadeira, tem também oportunidade de
expressar e elaborar, de forma simbólica, desejos, conflitos e frustrações.

Como se pode observar, o brincar é uma necessidade humana que ajuda no


desenvolvimento da criança como meio para equilibrar o mundo. Entretanto, ainda
existe a necessidade de explorar o brincar de forma adequada e não apenas como
alternativa para aulas de recreação, criatividade complementar supérflua ou até
mesmo dispensável, visto que percebemos o ato de brincar como uma rica fonte
para favorecer na construção do conhecimento, sendo uma metodologia importante
na prática docente que vai além da sala de aula percorrendo os muros da escola.
Contudo, o brincar busca subsídios para a construção dos saberes eficazes,
instigando o desenvolvimento corporal e mental, oportunizando formar crianças,
jovens e adultos com mais autoconfiança, criatividade, responsáveis, sociabilidade e
ética, resgatando a motivação e o aprender brincando.
28

4 O OLHAR SOBRE O PAPEL DO PROFESSOR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

No atual contexto sócio histórico as crianças passaram a ser entendidas em


suas peculiaridades e a demarcação de suas diferenças em relação ao adulto
tomou-se uma conquista. A criança na sociedade contemporânea necessita se
ajustar a um alto grau de complexidade e diversidade e rápidas mudanças que vem
correndo.
Orientado por esses indicadores o professor assume um papel de
investigador do que a criança pensa e sente na medida em que se torna um parceiro
acolhedor e intérprete da rica diversidade de manifestações infantis. Atento e
analista de suas hipóteses, ele considera os recursos e as estratégias que a criança
utiliza para compartilhar significados e participa de situações interativas com ela.
Nesse sentido, o professor poderá investigar os objetos e as atividades de
maior interesse do grupo, a ocorrência de episódio interativa o jeito de disputar
objetos, as estratégias empreendidas na negociação pela posse deste.
Dessa forma, é possível aprender a conhecer e atribuir significados aos sinais
comunicativos que as crianças utilizam para expressar suas preferências e
inquietação. Tudo isso permeia um conjunto de possibilidades que permitem novas
descobertas e a realização de brincadeiras diferentes.
Dentro dessa configuração o professor poderá desenvolver com as crianças,
por exemplo, uma intensa comunicação efetiva, um diálogo baseado com
componentes corporais e expressivas em ocasiões significativas para ele (WALLON,
2007).
Nesse sentido, o papel do professor deve ser o de interventor intencional
estimulando a progredir em seus conhecimentos e habilidades por meio de
propostas desafiadoras que o levem buscou por intermédio de suas relações
interpessoais isso não deve significar uma educação autoritária, mas sim uma
educação que possibilite do aluno por meio de estratégia estabelecida pelo
professor, construir o seu próprio conhecimento, com a reestruturação dos
significados que são transmitidos do indivíduo pelo seu meio sociocultural.
Assim, é imprescindível que o professor ofereça situações desafiadoras que
motivem e valorizem os diferentes processos de aprendizagem que podem levar o
aluno a diferentes respostas, estimulando a criatividade e a redescoberta. Portanto,
não basta apenas oferecer estímulos para que a criança se desenvolva
29

normalmente, a eficácia da estimulação depende também do contexto afetivo em


que esse estímulo se insere, e essa ação está diretamente ligada ao relacionamento
entre o estimulador e a criança.
Portanto, o professor assume o papel de mediador do conhecimento: ele não
e o detentor. É importante lembrar que o professor deve sempre estar ciente dos
objetivos das atividades ajustar à atividade a idade ao grupo e aos materiais
disponíveis.
O professor, além de mediador pode muitas vezes exercer o papel de
observador, organizador e integrante das atividades lúdicas e deve levar em conta
alguns aspectos para em conta alguns aspectos para possibilitar um melhor
desenvolvimento da criança.
Na instituição de Educação infantil o professor constitui-se, portanto, no
parceiro mais experiente, por excelência cuja função é propiciar e garantir um
ambiente prazeroso, saudável e não discriminatório de experiências educativas e
sociais variados.
Portanto, cabe ao educador criar um ambiente que una aos elementos de
motivação para as crianças criar atividades que proporcionem conceitos que
preparar para a leitura para os números dentre outros motivarem aos alunos a
trabalhar m grupos na resolução de problemas aprendendo assim, expressar seus
próprios pontos de vista relação aos adultos.
A mediação no contexto da escola se destaca das mediações cotidianas pela
intencionalidade de ação. A docente a todo o momento se preocupa com
aprendizagem das crianças, no brincar não pode ser diferentes, as mediações
devem ocorrer intencionalmente pensado pela professora, para que o tempo de
brincadeira dentro da escola seja aproveitado ao máximo pelas crianças.
De acordo com Ayoub (2001), quando o adulto abre mão da sua mediação no
processo educativo a situação pode ser chamada de abandono que é justamente no
contexto da brincadeira que o professor descobre o seu papel de mediador. Quando
se observa uma criança brincando, pode-se notar que qualquer objeto em função da
utilização feita pela criança torna-se um brinquedo.
O educador precisa estar atento para utilizar todo tipo de brincadeira e todos
os materiais que dispõem, os professores devem resgatar atividades de brincar de
maneira global, utilizando um antecedente da aprendizagem que virá como
30

alfabetização. Utilizando muitas vezes os jogos e brincadeiras os professores


poderão estimular as crianças para uma aprendizagem muito mais fácil.

4.1 AVANÇOS E DESAFIOS NAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO


INFANTIL

A escola é um espaço de vivência, descobertas, buscas, desenvolvimento; ela


é o ambiente propício para o ser, crescer e muitas coisas se torna possíveis a partir
dela. Antes de surgir a escola o homem já ansiava por práticas de comunicação com
outros da sua espécie. Os primeiros traços nas paredes mostrava toda sua
necessidade de comunicação de um com o outro. Neste pensamento compreende-
se que havia uma carência de interação entre os homens.
Com o passar dos tempos és que surge dois tipos de elementos: Aquele que
adquire conhecimento e aquele que ensino como adquirir o conhecimento, o
professor. Sendo ele o grande causador da maioria dos avanços educacionais
alcançados ao longo dos estudos dos discentes, as escolas não teria o mesmo
sentido real sem a presença deste educador.
O professor, um ser de tamanha responsabilidade, que carrega consigo o
comprometimento de corroborara para o desenvolver os objetivos a serem
alcançados. Sendo ele o adjutor do funcionamento do ambiente escolar, contribui de
forma significativa para a aprendizagens dos discentes. É do docente a incumbência
de desenvolver um ser que elabora conceito, absorve informações, compreende e
interage com a realidade, utiliza sua criatividade para, intervir o presente, e trabalhar
para ajudar o futuro.

O professor será aquele que vai passar segurança e motivar a nossa


investigação, ou seja, ele terá a função de orientar a investigação,
colocar questões para que ela progrida, auxiliar com o fornecimento de
fontes e informações, assim como colocar desafio para que o aluno
perceba as diferentes perspectivas possíveis do problema. (AQUINO,
2007, p. 81, apud SOUSA, 2014).

O docente tem a sua frente uma das mais minuciosa missão, levar até o aluno
não apenas conteúdos que os deixe superlotado de informações sem
direcionamento, mas o professor tem diariamente diversos desafios para conquistar.
31

Entretanto, Motivar, instigar, instruir, guiar são ferramentas usado por os


educadores que a todos instantes estão na tentativa de mostrar ao discente que
existe variados caminhos, e que determinados casos podem ter direcionamento
diferentes e resoluções distintas. O professor a todo tempo buscam formar cidadãos
consciente de suas responsabilidades para com os outros e com o mundo.
O professor por estar em uma situação favorável junto ao discentes elabora
frequentemente situações que estimulem o ser criativo em sala de aula,
proporcionando ações independentes e favorecendo o desenvolvimento da
aprendizagem.
O professor ao desenvolver uma aula de maneira criativa ao aluno sentem
liberdade para interagir, dialogar, expor opiniões, propor questões e ter
contentamento em estudar. Mas para todos setes requisito o docente elabora com
muita cautela suas ações e objetivo em sala de aula, dando ênfase para alguns
conceito importantes:

A forma de trabalhar com os estudantes, a formulação e seleção dos


objetivos de aprendizagem: a escolha e o preparo dos conteúdos a serem
dados, assim como habilidades e competências a serem desenvolvidas; as
estratégias e os caminhos para ensinar; a organização do trabalho do
educador; a natureza das tarefas e a orientação para sua realização em
sala de aula e fora dela; as referências bibliográficas e o material didático a
ser oferecido; o sistema de avaliação e auto-avaliação da aprendizagem; e
por fim as relações, as relações professor aluno e o clima comunicativo
emocional presentes em classe e na escola como um todo (LIBÓRIO, 2009,
p. 25).

A maneira de desenvolver os conteúdos juntos aos discentes, imaginar, criar,


selecionar os melhores métodos. Ter o acesso de selecionar os mais adequado
conteúdos para serem aplicados, poder assim observar quais serão as melhores
atribuições para serem levadas para os discentes, que farão com que eles avancem
em descobertas e estudos.
Escolher o rumo para se chegar até o aluno, são peças fundamentais para
alcançar os objetivos que o professor deseja mediante o seu ensino. Mas quando se
atua nas vida educacional de crianças, o desenvolvimento dos projetos,
planejamento vão muito além da sala de aula. O ofício do docentes é muito mais
complexo, tendo ele que diariamente se auto avaliar, sempre se questionando e
buscando melhores formas de melhorias para o sua estima.
32

Após todos estes critérios desenvolvidos o professor terá apenas de firmar


uma relação de interação com seus alunos. Todos estes pretextos são
significativos para um professor que incansavelmente busca contribuir de forma
expressiva na aprendizagem do discentes.
O professor tem função muito influente e fundamental para atiçar o lado
criativo em todas as parte educacional do aluno, inclusive na educação infantil, pois
é nesta fase que a criança começa a aumentar suas relações e que, havendo está
junção entre o discente e o professor vão construindo formas criativas para se
aprimorar o conhecimento.
Adotando critérios criativos que auxilie o professor a estimular situações em
sala de aula, onde ele crie comentários, elabore perguntas, crie desafios, incitar a
verbalização e a prática da escrita. “Para que a criatividade aconteça, é necessário
que o aluno seja exposto a diversas áreas do saber, diferentes estilos de ensino e
várias formas de avaliação favorecendo também um conhecimento significativo”
(LIBÓRIO, 2009, p. 27).
Uma educação com abundante meios criativo, favorece de forma significante
o desenvolvimento do de educação infantil, cliente que este é o período de
construção de base que farão todo um diferencial quando preparada em base sólida.
O professor tem toda esta capacidade de em meio aos desenvolvimento de
atividades explorar a maior parte de saberes que há nos aula. Agindo de forma o
professor consegue agregar várias zona de desenvolvimento da criança, quanto
mais estimular os discentes, mas aprendizagens desenvolverão.
As meios de desenvolver seu trabalho são de variadas formas quando o
assunto e criatividade, pois o professor entende que os pequenos vêm ao mundo
dotado de uma grande inteligência para aprender, pensar e se comunicar com os
demais de maneira criativa.
Com base em tudo que foi explanado até o momento nota-se a valorosa
contribuição que a os meios de ensino criativo auxilia o professor para desenvolver
sua função. Ambos caminhando junto obtém resultado antes alcançado com a
aprendizagem.
O docente ao desenvolver sua aula com critério criativo está ajudando o
discente a desenvolver inúmeras habilidades tais como: comunicativas,
personalidade criativa, cognitivo, desenvolvimento em muitas outras áreas, desta
33

forma o professor usar meios criativos em suas aulas para aprendizagem das
crianças.
Com todas estas abordagens aqui expostas, nota-se a necessidade de tratar
constantemente do tema criatividade sendo rico em teorias e pesquisas que auxiliará
o docente na busca do entendimento do uso criativo na elaboração dos
planejamentos, ministração de aulas e sua vida académica.

4.2 A RELAÇÃO ENTRE A FAMÍLIA E A ESCOLA AO LONGO DO TEMPO NA


EDUCAÇÃO INFANTIL

As famílias passaram por grandes transformações ao longo do tempo. Na


época da sociedade primitiva não existia individualidade entre casal, era aceitável a
união entre homem e mulher, mas as vezes causava dúvida sobre parentesco das
pessoas. No período da família Romana, a família era sistematizada em torno da
figura masculina, sendo assim predominava o autoritarismo e a falta de direitos dos
componentes familiares.
Segundo Prado (1981) o termo família vem do latim “famulus” que significa:
conjunto de servos e dependentes de um chefe ou senhor. Entre os dependentes
inclui-se a esposa e os filhos. Mais ao refletirmos sobre o conceito de família
podemos observar que esse conceito foi se modificando a cada dia, conforme a
existência humana.
Nesse sentido, Gomes (1993, p. 33) define família romana, como sendo um
“conjunto de pessoas sujeitas a o poder do pater famílias, ora grupo de parentes
unidos pelos vínculos de cognição, ora o patrimônio, ora a herança”, ou seja, a
família romana marca-se o poder e a influência religiosa, política, forças jurídicas e
também por meios de vínculos aos antepassados, surgindo uma geração de novas
vidas através do nascimento dos filhos.
O nascimento seria o marco importante de um projeto realizado, por isso filho
homem primogênito tinha direito de assumir a coroa que detinha o poder que
pertence à família.
Dando continuidade à evolução familiar, a família na idade média, era
influenciada pelas influência da igreja católica que através de suas doutrinas
começou a dar sentido ao matrimônio como um sacramento necessário a vida de um
homem e de uma mulher e a sucessão a partir dos filhos mediante valores católicos.
34

O grupo familiar mudou-se através das reformas econômicas, socioculturais e


religiosas. Porém, o padrão da família nuclear (pai, mãe e filhos), ainda se fazem
presentes na sociedade atual. Apenas contendo alguns arranjos. Atualmente
existem várias formas familiares, independentes de classes sociais que as pessoas
estão inseridas.
A escola é um ambiente de contexto educativo considerado para os pais e
professores e pela sociedade uma instituição importante, na qual transmite crenças,
valores e que obtém um papel fundamental na educação da criança, é um ambiente
que desenvolve e forma sujeito para viver em sociedade, conforme descrito na lei de
Diretrizes e Bases de Educação Nacional – LDB, lei 9.394/96, em seu art. 2° “a
educação, dever da família e do estado ,inspirado nos princípios de liberdade e nos
ideias de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do
educando, seu preparo para o exercício e sua qualificação para o trabalho”.
Sendo assim é essencial que a família e a escola criem laços recíprocos de
confiança, estando abertos a diálogos e a convivência verdadeiramente humana, em
parceria na convivência escolar. A família e a escola devem proporcionar aos
filhos/educadores, um espaço que contribua para a aprendizagem e o
desenvolvimento dos mesmos, pois uma auxiliará a outra na formação da criança.
A relação entre a escola e a família é, sobretudo nos dias de hoje, uma das
mais palpitantes questões discutidas por pesquisadores e/ou gestores dos sistemas
e unidades de ensino em quase todo o mundo. A importante participação dos pais
na vida escolas de seus filhos tem apresentado um resultado significativo na vida
escolar. O diálogo entre a escola e a família possui um papel de equilíbrio quando se
trata de desempenho escolar. A ação escola-família passa a ser um agente
socializado onde, os filhos aprendem valores para viverem em sociedade.
Os pais são os primeiros e o mais importantes parceiros da escola. Por isso
mesmo convém repetir uma sabia definição da didática voltada para a infância: “a
qualidade da Educação Infantil depende, cada vez mais, da parceria entre a escola e
a família. Abrir canais de comunicação, respeitar e acolher os saberes dos pais e
ajudar-se mutuamente. Eis algumas ações em que as únicas beneficiadas são as
nossas crianças pequenas” (CARRARO, 2006).
No processo ensino na Educação Infantil sabemos que é importante a
participação da família para o desenvolvimento de uma aprendizagem qualitativa
35

através do incentivo na parte cognitiva, motora nos princípios de valores morais e


éticos, na realização das atividades extras classes.
A escola sem a participação da família não consegue efetuar o processo
educacional da criança com a qualidade quando a mesma é acompanhada pela
família, sabendo-se que uma boa educação acontece quando ambas se unem com
um único objetivo. A ajuda dos pais em contribuir no desenvolvimento integral dos
seus filhos considerando todos estes aspectos é de fundamental importância para
uma boa qualidade no processo de ensino aprendizagem.
“A criança encontra na família todos os insumos necessários para o seu
desenvolvimento de aprendizagem (autoestima, respeito, afetividade, confiança,
motivação, autonomia, aceitação, etc.), e na escola, o crescimento social” (PIAGET,
1998)
O pai, a mãe ou responsável pela criança tem o papel de grande importância
no processo de alfabetização. É na família que a criança vai encontrar os elementos
necessários e responsáveis pelo seu desenvolvimento na aprendizagem. O âmbito
escolar tem a função de cooperar no desenvolvimento e crescimento social da
criança. Família e escola têm que trabalhar juntas para que o objetivo de
aprendizagem dos filhos-alunos seja alcançado, e o isolamento de ambas ou
ausência de uma das partes vai prejudicar no desenvolvimento desse objetivo.
De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil –
RCNEI, a valorização e o conhecimento das características étnicas e culturais dos
diferentes grupos sociais que compõem a nossa sociedade, e a crítica às relações
sociais discriminatórias e excludentes indicam que novos caminhos devem ser
trilhados na relação entre as instituições de educação infantil e famílias (BRASIL,
1998, p. 76).
É importante que os pais tenham conhecimento do projeto político-
pedagógico da instituição e se interessem pelo desenvolvimento do mesmo, assim
têm a oportunidade de participar e entender o que ocorre com seus filhos no
ambiente escolar.
A boa relação e a interação entre escola e família é um meio de conhecer
melhor a família dos alunos, desenvolver e construir trabalhos pedagógicos,
métodos, procedimentos educacionais relacionados com a cultura, a sociedade e o
cotidiano do aluno. A escola deve incluir a família sempre que possível nos projetos
didáticos.
36

A maioria dos pais não compreendem sua função e a importância de sua


participação no processo de ensino aprendizagem de seus filhos, sabemos que
muitos transferem a responsabilidade deste processo apenas para a escola,
esquecendo que, com isso, podem estar contribuindo para o fracasso o do
desenvolvimento ensino-aprendizagem da criança.
As crianças, em vários momentos, sentem dificuldades no processo de
aprendizagem, nas tarefas escolares que lhes são estabelecidas. Precisam que
alguém apoie nesses momentos de dificuldades e lhes restabeleça a confiança nas
suas capacidades.
Os pais, ao cooperarem ativamente da vida escolar de seus filhos, estão
cientes que estão colaborando para o desenvolvimento e crescimento da
aprendizagem, mas quando não há essa colaboração, participação, por parte dos
mesmos, o insucesso escolar emerge, o fracasso escolar e o desgaste familiar têm
uma relação no processo ensino-aprendizagem.
Dessa forma, cabe pois reforça que é dever da família oportunizar seus filhos
para se desenvolverem sem precisar de muita proteção ou pressão, sem compará-
las com outras crianças, com a finalidade de que as crianças possam formar um
conceito positivo de si mesmas e assim se desenvolverem ao longo da vida.
37

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Educação Infantil é mesmo uma etapa da Educação Básica repleta de


oportunidades para o desenvolvimento da criança, partindo do contexto da relação
desta com a família, com o meio social em que vive e com as práticas e experiências
culturais com as quais interage socialmente, em qualquer parte em que esteja,
principalmente, tomando a escola como base para o processo de inserção,
pertencimento e apropriação do conhecimento.
É neste momento da vida da criança que se visa aperfeiçoar os seus
conhecimentos, especialmente, matemáticos e que estejam articulados com o
desenvolvimento global, seja psicomotor e/ou cognoscente. Nesse sentido, ressaltar
os papéis que a escola e o professor assumem ao acolher, educar e alfabetizar essa
criança, se constitui fator fundamental para que o desenvolvimento pleno da criança
se efetive.
Assim foi possível compreender a relevância das experiências pedagógicas
adquiridas ao longo do processo de ensino-aprendizagem, e perceber algumas
importantes ações a serem realizadas por parte de toda a equipe que pensa a
formação da criança, principalmente, o professor que estimula, instiga e norteia o
contato desta com diferentes e variadas oportunidades de aprendizado no âmbito da
Educação Infantil.
Nesse sentido, o diálogo estabelecido com os diversos autores na construção
desse trabalho, serve de fundamento para que se repense o valor na formação da
criança, inserindo-a a partir dos primeiros contatos desta com a alfabetização na
Educação Infantil, no mundo do saber sistematizado.
Espera-se ainda que esta pesquisa desperte a comunidade escolar para rever
os princípios pedagógicos que fazem parte da proposta pedagógica institucional,
ressaltando o aprendizado a partir das práticas culturais e das experiências sociais
que a criança implementa no cotidiano, contribuindo assim, para o pleno
desenvolvimento das habilidades e/ou competências, sejam psicomotoras, sejam
cognitivas.
Como contribuição do estudo para o meu crescimento pessoal e acadêmico,
destaco que o mesmo se constitui como uma temática importante para se conceber
novas ideias e concepções sobre o contexto da Educação Infantil, tendo em vista o
papel que esta etapa de ensino representa na formação da criança.
38

A pesquisa nos proporcionou refletir a respeito do contexto histórico da


Educação Infantil no Brasil, oportunizando compreendermos alguns dos importantes
momentos na sociedade brasileira e seus reflexos na formação da criança. Além
disso, perceber o quanto as práticas pedagógicas também vem se modificando ao
longo da história.
Dessa forma, além de contribuir para o nosso crescimento acadêmico e
profissional, serve de base para a reformulação das percepções enquanto pessoa,
ao passo que se busca inovar e repensar a prática docente a partir do nosso
contexto, valorizando as atitudes propositivas do aluno na sua capacidade de
interagir e apropriar-se do conhecimento sistematizado na sua vivência familiar,
social e escolar.
39

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