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Caruaru
2021
DAYSE DANIELA DE CARVALHO DOS ANJOS
Caruaru
2021
Catalogação na fonte:
Bibliotecária - Simone Xavier - CRB/4 - 1242
BANCA EXAMINADORA
Ao meu orientador, Prof. Dr. Marcilio Ferreira dos Santos, agradeço pela
orientação, tempo, ensinamentos, dedicação e paciência durante a construção desse
trabalho, tenho certeza que sem as suas contribuições esse trabalho não seria
concluído.
A minha família agradeço pelo apoio e carinho.
A minha filha Maysa, que é o grande amor da minha vida. Aos meus sobrinhos,
Carlos Daniel, Lyvia Karla, Isabela e Lara que sempre trazem felicidade a minha vida.
Agradeço a minha amiga Elba Cristina pela parceria durante toda a graduação,
me sinto abençoada por ter a sua amizade, serei sempre grata pela sua vida.
Aos meus amigos Daisy Veruska, Mércia Amorim, Eunice Freitas, Jennifer,
Samara, Thamires, Thaís, Débora, Almir, César Menezes, Rosivalda, João Victor,
agradeço pelo incentivo e amizade.
RESUMO
1 INTRODUÇÃO..................................................................................... 10
1.1 OBJETIVOS......................................................................................... 12
1.1.1 Objetivo geral....................................................................................... 12
1.1.2 Objetivos específicos........................................................................... 12
2 DISCUSSÃO TEÓRICA....................................................................... 13
2.1 DESIGUALDADE DE MODO GERAL.................................................. 13
2.2 RESUMO DA HISTÓRIA DA DESIGUALDADE NO BRASIL (DO
PERÍODO COLONIAL À REPÚBLICA)................................................ 15
2.3 RELAÇÃO EXISTENTE ENTRE A DESIGUALDADE E A
EDUCAÇÃO......................................................................................... 20
2.4 A DESIGUALDADE DE RENDA E A RELAÇÃO COM A
EDUCAÇÃO......................................................................................... 23
3 ESPÉCIE HUMANA EDUCAÇÃO DE DESIGUALDADE....…............ 26
3.1 O SER HUMANO PELA VISÃO DE BERNARD CHARLOT................ 26
3.2 PEDAGOGIA TRADICIONAL E PEDAGOGIA NOVA:
CONSTRUÇÃO ATRAVÉS DA VISÃO DO SER HUMANO.........….... 27
3.2.1 Pedagogia tradicional.…….............................………………………..... 27
3.2.2 Pedagogia nova................................................................................... 27
3.2.3 Tensões entre a norma e o desejo....................................................... 27
3.2.4 Relação com o saber........................................................................... 29
4 A TEORIA DO HABITUS EM PIERRE BOURDIEU............................ 31
4.1 O SISTEMA DE ENSINO..................................................................... 31
4.2 HABITUS, CAMPO E VIOLÊNCIA SIMBÓLICA.................................. 32
5 METODOLOGIA.................................................................................. 35
5.1 NATUREZA DA PESQUISA................................................................. 35
5.2 CAMPO E SUJEITO DA PESQUISA................................................... 36
5.3 INSTRUMENTO DA PESQUISA.......................................................... 36
5.4 O QUESTIONÁRIO.............................................................................. 37
6 ANÁLISE E RESULTADOS................................................................ 41
6.1 PERGUNTAS, RESPOSTAS E RESULTADOS.................................. 41
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................. 54
REFERÊNCIAS................................................................................... 56
.
APÊNDICE – QUESTIONÁRIO VIRTUAL.......................................... 61
10
1 INTRODUÇÃO
1.1 OBJETIVOS
2 DISCUSSÃO TEÓRICA
(2009), não existe quem esteja satisfeito com a inferioridade, é muito mais fácil falar
em igualdade do que de fato alcançá-la.
A igualdade pressupõe a cidadania, pois ser cidadão é ter direitos cívicos,
políticos e sociais, segundo a visão de Marshall (1950). Por último, não casualmente,
os direitos sociais foram os últimos a serem reconhecidos como dever do estado para
com seus cidadãos. Por exemplo, o direito à educação não existia antes da
constituição de 1988, ou seja, o estado não era obrigado a fornecer educação gratuita
a quem não pudesse pagar, sendo considerada uma assistência ou um amparo para
quem não pudesse pagar. De modo que estas questões passaram a ser consideradas
essenciais para a cidadania recentemente e são contempladas atualmente pela
declaração de direitos humanos.
Desde o fim do século XIX, a discussão sobre a problemática da desigualdade
muda do paradigma do Darwinismo social que pressupunha que a desigualdade era
uma característica inerente a raça humana, ou seja, a própria superioridade dos seres
humanos levaria certos seres humanos a merecerem e concretizarem que
acumulassem grandes fortunas e, portanto, não seria uma consequência da estrutura
social. A principal referência nessa perspectiva seria o Spencer que acabou por ser
parcialmente apagado da história da sociologia por seus contemporâneos Karl Marx,
Émile Durkheim e Max Weber que passaram a ser considerados seus pais
fundadores. A desigualdade, neste ponto, adquiriu legitimidade intelectual e política,
e daí em diante o debate entre reformistas, revolucionários e conservadores se
efervesceu, incluindo, mesmo nos contrários a visão do combate à desigualdade, uma
visão da sociedade estratificada, ou seja, baseada no conflito entre as classes (De
Souza, 2018).
Thomas Piketty em seu livro O capital no século XXI (PIKETTY, 2014) retoma
a temática, ressaltando o problema da acumulação de riqueza e as consequências da
geração de muito ricos, mostrando que a discussão é muito atual (DE SOUZA, 2018).
O geógrafo brasileiro Milton Santos, em seu livro O Espaço do Cidadão
(SANTOS, 2007), discute o que é a cidadania. Em resumo, entendemos ser cidadão
o indivíduo com seus deveres e direitos garantidos. Não apenas proferidos na carta
magna, mas presentes na existência dos indivíduos, sendo isto muito importante. Não
basta apenas termos a declaração que somos cidadãos, é necessário o acesso aos
direitos fundamentais. Caso contrário, o texto se torna apenas de retórica persuasiva.
O livro citado é provocativo ao esquadrinhar a cidadania e as diferenças de acesso a
15
Para Ribeiro (1993), no período colonial brasileiro, a mão de obra que existia
era a mão-de-obra escrava e a dominação estava nas mãos dos proprietários de
terras. Uma sociedade burguesa necessitava apenas do trabalho braçal, não havendo
interesse que seus membros fossem alfabetizados.
Segundo Ribeiro (1993, p.1) afirma que:
Uma sociedade latifundiária, escravocrata e aristocrática, sustentada
por uma economia agrícola e rudimentar, não necessitava de pessoas
letradas e nem de muitos para governar, mas sim de uma massa
iletrada e submissa. Neste contexto, só mesmo uma educação
humanística voltada para o espiritual poderia ser inserida, ou seja,
uma cultura que acreditava ser neutra.
a ser dominados pelos portugueses. Ribeiro (1993) ainda expõe que a educação
média era um privilégio para homens brancos da classe dominante, exceto para as
mulheres e o filho primogênito, que deveria permanecer junto ao pai para futuramente
assumir a administração das propriedades da família. A educação superior na colônia
seria voltada apenas para os filhos da nobreza que quisessem ingressar na classe
sacerdotal. Portanto, a educação de qualidade no Brasil, visava uma minoria da
população (elite) sempre reproduzindo e mantendo as desigualdades como fator de
dominação. Com a expulsão dos padres jesuítas em 1759 de Portugal e de todas as
suas colônias, inicia-se o período conhecido como Pombalino, o período recebeu esse
nome em referência ao ministro de Portugal, o Marquês de Pombal.
O período Pombalino é iniciado e decorre até o ano de 1788. Nesse período,
Sebastião José de Carvalho e Melo, mais conhecido como Marquês de Pombal,
instaura uma nova reforma administrativa e educacional. Após o período de quase
dois séculos da intervenção dos Jesuítas na colônia brasileira, a reforma proposta
pelo Marquês de Pombal tira das mãos da Companhia de Jesus a educação dos
colonos brasileiros, e a educação passa a ser responsabilidade da coroa portuguesa.
De acordo com Maciel e Neto (2006, p. 470), “Na administração de Pombal, há
uma tentativa de atribuir à Companhia de Jesus todos os males da Educação na
metrópole e na colônia, motivo pelo qual os jesuítas são responsabilizados pela
decadência cultural e educacional imperante na sociedade portuguesa”.
Scachetti (2013) relata que no período pombalino, durante o reinado de Dom
José I, houve interesse que o reino evoluísse, as aulas que eram ministradas pelos
padres jesuítas passaram a ser ministradas por professores que participaram do
primeiro concurso público para professores em 1760 que ocorreu no Recife, as aulas
ministradas eram de ler, escrever, contar e humanidades, a educação passou a ser
laica, no entanto, o catolicismo ainda estava presente.
Segundo Maciel e Neto (2006, p.470), o Marquês de Pombal pretendia inserir
medidas para organizar a educação, isso porque, ele não acreditava que a educação
existente era satisfatória.
Queremos citar também que (REIS, 2011, p. 192), mostra que pais mais
educados implicaram em filhos que iriam mais adiante na vida acadêmica e teriam
maior rendimento no futuro:
Evidências na literatura mostram que as diferenças educacionais,
assim como nos rendimentos, apresentam um elevado grau de
persistência de uma geração para outra no Brasil. Os resultados
apresentados nesse artigo indicam que a estrutura educacional da
família parece ter um papel importante nesse processo de transmissão
da desigualdade de rendimentos entre gerações. Trabalhadores cujos
pais ou mães alcançaram níveis mais altos de educação tendem a
apresentar não apenas mais anos de estudo em média, como também
os retornos à escolaridade são maiores do que aqueles cujos pais ou
mães adquiriram poucos anos de escolaridade. (REIS, 2011, P. 192)
religiosa ou nacionalista, ódio político, terrorismo que mata até crianças, assassinatos
de jornalistas ou candidatos a uma eleição, elogio à tortura, separação entre pais e
filhos migrantes, feminicídios etc.” (CHARLOT, 2019, p. 163).
Como ciência que estuda o processo de ensino, a pedagogia foi criada para os
seres racionais. Para Charlot (2019), a pedagogia tradicional e a pedagogia nova tem
sua sustentação no estudo do ser humano.
Conhecer a origem social dos indivíduos poderia ser um indicador que permite
saber os motivos do sucesso ou fracasso escolar. No entanto, para Charlot (1996) o
fracasso escolar não existe, o que se encontra são particularidades presente na
história do indivíduo que não permitem que ele aprenda. Embora, Charlot (1996)
reconheça que a origem social, a educação familiar, e a escola possam contribuir para
a não aprendizagem, é preciso analisar a singularidade de cada ser humano. “Embora
o indivíduo se construa no social, ele se constrói como sujeito, através de uma história,
não sendo assim, a simples encarnação do grupo social ao qual pertence.”
(CHARLOT, 1999, p.49).
Charlot (1999) ressalta que nem todos os alunos conseguem enxergar a escola
como um espaço para aprender, muitos estudantes vão à escola para obtenção de
uma profissão no futuro, acreditam que a escola funcionará como uma escada que à
medida que vão passando adiante nas séries estão garantindo, uma boa posição no
mercado de trabalho. O saber precisa fazer sentido para os que vão à escola, se assim
não acontece, qual a necessidade que poderá existir durante o período da jornada
escolar, não haveria. No entanto, Charlot (1999, p.57) explica que a família pode ser
um fator que mobiliza e incentiva a aprendizagem:
Por que aprender? Por que estudar na escola? Para ter uma boa
profissão, um bom futuro, uma boa vida: potencialmente, a grande
maioria dos jovens de famílias populares estão mobilizados em
relação à escola. Como eles passam da mobilização potencial à
mobilização efetiva? Com frequência pela demanda familiar de
sucesso social por intermédio da escola. Por que aprender? Por que
estudar na escola? Para que meus pais tenham orgulho de mim. A
demanda familiar funciona então como motivo principal da mobilização
e assegura a continuidade no tempo, às vezes, apesar das vicissitudes
da história escolar.
Desse modo, o sistema de ensino tem sua finalidade ao buscar estratégias que
atendam o seu público específico. Assim, entende-se que a escola é planejada e
organizada para atender todos os envolvidos no processo educacional.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) estabelece em seu
Art.2 da Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996, regras para nortear a função da
escola.
O autor atribui essa sua avaliação baseada nos mecanismos de exclusão que
cercam o contexto escolar. Para ele a escola é pensada e organizada para atender
uma classe única, sem levar em consideração os diferentes contextos sociais aos
quais os sujeitos estão inseridos.
Dessa forma, o indivíduo incorpora os habitus que fazem parte do seu ambiente social,
reproduzindo os comportamentos. Setton (2002, p. 64) reforça o conceito de habitus:
A disputa pelo poder vai além da busca para obtenção de capital, isso porque,
a disputa pelo poder é o que torna o campo mais restrito. No mesmo campo, os
agentes ocupam posições diferentes, quanto maior o status, maior também a
dominação. Cada campo é alimentado pela frequente concorrência. No campo
escolar, indivíduos com a mesma idade, na mesma série, em escolas diferentes
participam da invisível concorrência, quem melhor se adaptar ao sistema, poderá
obter melhores resultados futuramente. Estudantes que terminam o ensino médio e
entram em uma mesma universidade, estão no mesmo campo acadêmico, no entanto,
o curso escolhido poderá colocá-los em posições totalmente desiguais.
As interferências que ocorrem dentro do campo, colocando normas e aplicando
inconscientemente verdades que são apenas invenções de determinados grupos, é
classificado como violência simbólica. Os padrões sociais geram uma determinada
dominância aos que não se encaixam, gerando invisíveis processos de exclusão.
O poder invisível acontece sem que os agentes envolvidos consigam saber de
onde vem. Rosendo (2009, p. 4) explica através da teoria de Bourdieu que as ações
pedagógicas são consideradas um tipo de violência simbólica.
35
5 METODOLOGIA
uma pesquisa qualitativa porque traz relevância ao buscar respostas que expliquem
as relações (Flick, 2009). Por outro lado, a pesquisa é quantitativa quando existe
“associação ou correlação, a pesquisa quantitativa também pode, ao seu tempo, fazer
inferências causais que explicam por que as coisas acontecem ou não de uma forma
determinada” (ESPERÓN, 2017, p. 1).
Buscamos relacionar o conceito de habitus, campo e violência simbólica para
elaboração do questionário. Esses conceitos descrevem a visão do autor Pierre
Bourdieu em sua obra; A reprodução: elementos para uma teoria geral do sistema de
ensino de 1970.
Esses conceitos podem ser entendidos como áreas da sociedade. Campo é
qualquer estrutura social onde haja conflitos de interesse, no campo a disputa ocorre
entre dominante (possui maior posição social) e dominado (menor posição social). O
habitus é a incorporação que o indivíduo faz diante da realidade onde ele está inserido,
dessa forma, o indivíduo absorve costumes, crenças, cultura, pensamentos que não
são dele, e sim da estrutura ao qual ele faz parte, podendo passar adiante através de
sua geração ou apoiadores. A violência simbólica tem relação com o poder,
dominação, é uma porta para a exclusão dos menos favorecidos, pois, pode através
de suas regras nocivas tornar o indivíduo um eterno dominado (Brandt, 2014).
5.4 O QUESTIONÁRIO
1 Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Google_Forms
2 https://pt.wikipedia.org/wiki/Hiperliga%C3%A7%C3%A3o
39
6 ANÁLISE E RESULTADOS
No geral, observa-se que os discentes têm origem popular e isto mostra como
o curso da UFPE-CAA tem cumprido um papel inclusivo na região do agreste
pernambucano. Abriu-se a possibilidade de formar professores de origem popular e
assim ter um impacto real no status social e intelectual nas famílias do agreste
Pergunta 2: Você acredita que a sua formação como professor terá impacto em seu
status social?
3 https://pt.wikipedia.org/wiki/Estatuto_social
45
O meio onde o sujeito faz parte pode ter influência nas tomadas de decisão,
fazendo em muitos casos com que ele responda positivamente ou negativamente as
oportunidades a que a eles, os discentes, são apresentados. Se o meio social,
enquanto incentivador, estimula a formação dos discentes, os resultados podem ser
potencializados. Entretanto, se o grupo social vê a profissão de professor como uma
profissão difícil, a influência poderia ser negativa. A família como sendo o primeiro e
mais constante meio social onde o indivíduo convive, se relaciona e aprende, tem um
forte fator de influência nas tomadas de decisões.
Selecionamos algumas respostas dos participantes a respeito dessas
perguntas, elas podem ser verificadas no quadro abaixo:
P1 Sim. Minha mãe deu aula nas séries iniciais por ter optado por fazer magistério.
Eu sempre fui influenciada por ela.
P3 Sim. Saber que tem alguém que torce para o seu desenvolvimento, incentiva a
querer dar o melhor de si para concluir esses objetivos. Minha mãe queria ser
professora, então tive apoio dela para isso, saber que estou realizando algo que
ela queria é gratificante para ambas.
P7 - Incentivo parcial. Tive incentivo em fazer um curso superior, tanto pela escola
de tempo integral onde me formei quanto pelos meus familiares, porém o curso
que escolhi não foi bem “o que sonharam pra mim”.
P11 Não. No meu caso fui eu que corri atrás, após 20 anos sem estudar
decidi terminar meus estudos e vi que podia chegar mais longe. Hoje me sinto
realizado e me orgulho de ser professor de matemática.
Fonte: Própria autora.
Pergunta 6: Você adquiriu hábitos novos (passou a ler mais, aprecia mais alguma
expressão artística, música e etc.) com relação aos costumes que você tinha antes de
ser estudante universitário?
da mudança dos cenários ao qual o indivíduo está. Bourdieu defende que embora o
natural seja os comportamentos permanecerem ou se conservarem com o indivíduo,
a mudança de ambiente pode transformar suas condutas, que seria o ato ou ação de
reproduzir o que está na sociedade. No quadro abaixo, é possível visualizar algumas
das respostas obtidas para essa pergunta:
P6 Em grande parte, sim, mas já mudou bastante, se ainda fosse extremamente elitista
eu, filha de dois agricultores, pessoas da roça, semianalfabetos, jamais teria entrado
na universidade, porém a grande parte elitista dela dificulta muito a vida de quem
não faz parte Da elite em diversos cursos lá dentro.
P7 Acredito que sim, seria ingenuidade minha dizer que não, infelizmente é uma
verdade que os cursos mais desejados e concorridos ainda têm suas vagas
ocupadas por pessoas de classes econômicas mais elevadas. É verdade que hoje é
comum aos demais cursos, estudantes pobres, porém é muito raro alunos que
realmente vieram da periferia ou de situação de extrema pobreza.
P9 Sim, porque o governo não oferece uma educação de qualidade para todos e no
vestibular temos que competir com pessoas com mais estruturas para estudo, sendo
assim, temos que fazer mais com menos. A maioria não consegue e é essa a
estratégia do sistema, não existe meritocracia quando um aluno 1 é bem estruturado,
sala de aula equipada, professores bem capacitados bem pagos e toda uma
preparação para o vestibular, enquanto o aluno 2 não tem uma boa educação
básica, escolas caindo aos pedaços, professores mal pagos, em casa fome... são
tantas dificuldades incumbidas no processo de ingresso do aluno 2 que quando ele
consegue entrar na universidade, muitas vezes vira manchete de jornais.
P11 Atualmente não. Hoje a universidade está ao alcance de todos sem distinção de
classe social
Fonte: Própria autora.
Pergunta 9: Sem citar nomes, existem professores em quem você se inspira como
profissional? Qual o motivo?
Pergunta 10: Você se considera mais crítico depois que iniciou seu curso? A que você
atribui isto?
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
DINIZ, Mariana. Trabalhador com menor escolaridade têm mais dificuldade para
conseguir emprego. Agência do Brasil. Brasília, 2017.
58
FERRASOLI, Dante. Elite está nos cursos mais concorridos da USP; a classe C, nos
menos. Jornal Folha de São Paulo, São Paulo, 27 de nov.2016. Disponível em:
<https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2016/11/1835996-elite-esta-nos-cursos-
mais-concorridos-da-usp-a-classe-c-nos-menos.shtml>. Acesso em: 28 mai. 2021.
FLICK, Uwe. Introdução à pesquisa qualitativa. Joice Elias Costa. 3. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2009.
IBGE. PNAD Contínua 2019: rendimento do 1% que ganha mais equivale a 33,7
vezes o da metade da população que ganha menos. Editoria: Estatísticas sociais,
06 de junho.2020. Disponível em: <https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-
sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/27594-pnad-continua-2019-
rendimento-do-1-que-ganha-mais-equivale-a-33-7-vezes-o-da-metade-da-
populacao-que-ganha-menos>. Acesso em: 27 mai. 2021.
INEP. Saeb 2017 revela que apenas 1,6% dos estudantes brasileiros do Ensino
Médio demonstraram níveis de aprendizagem considerados adequados em Língua
Portuguesa - SAEB. INEP, 2018. Disponível em: <www.inep.gov.br>. Acesso em: 05
jun. 2019.
Pergunta 2: Você acredita que a sua formação como professor terá impacto em seu
status social?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não tenho certeza
Pergunta 4.1: Exemplifique como estes incentivos podem ter contribuído em suas
escolhas.
Pergunta 6: Você adquiriu hábitos novos (passou a ler mais, aprecia mais alguma
expressão artística, música e etc.) com relação aos costumes que você tinha antes de
ser estudante universitário?
( ) Sim
( ) Não
AMBIENTE ACADÊMICO
Pergunta 8: Você considera a universidade um ambiente elitista? Por quê?
Resposta aberta
Pergunta 9: Sem citar nomes, existem professores em quem você se inspira como
profissional? Qual o motivo?
Resposta aberta
Pergunta 10: Você se considera mais crítico depois que iniciou seu curso? A que você
atribui isto?
Resposta aberta