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Trabalho de Conclusão de Curso

PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS
HUMANAS: SOCIOLOGIA,
HISTÓRIA E FILOSOFIA

ALUNO: Fernanda Sayão Lobato Teixeira


ORIENTADOR: Adroaldo Lazzarotto
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Sumario
1. 22. 33. 34. 45. 1
FORMATAÇÃO 8
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ARTIGO CIENTÍFICO

2. TÍTULO, RESUMO E ABSTRACT 33. INTRODUÇÃO


....................................................................................................... 3
4. DESENVOLVIMENTO44.1 OS PRIMÓRDIOS DO FEMINISMO E A LUTA PELA
EMANCIPAÇÃO
FEMININA......................................................................................................................4
4.2 A ENTRADA DA MULHER NO AMBIENTE TRABALHISTA..................................8
4.3 A PARTICIPAÇÃO EFETIVA DAS MULHERES NA II GUERRA MUNDIAL......... 12
5. CONCLUSÃO……………………………………………………………………………
19REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS………………………………………………………. 19

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A Guerra também tem rosto de mulher: A relevância e os impasses da participação


feminina dentro e fora do front da Segunda Guerra Mundial

Resumo

Este estudo tem como objetivo discutir sobre a importância da figura feminina na
Segunda Guerra Mundial. A metodologia empregada foi a de pesquisa descritiva-
exploratória, com abordagem da micro-história. Quanto à bibliográfica, foram usadas
como base obras e estudos com enfoque no estudo das mulheres e no campo militar.
Conclui-se que, as mulheres tiveram excelentes resultados em suas atividades, contudo,
apesar da luta por igualdade de gênero, sua incorporação se deu somente pela
necessidade de um maior contingente humano.

Palavras-chave: ambiente militar, história das mulheres, segunda guerra mundial

Abstract

This study aims at the Second World War on the importance of the female figure in
the World. The methodology used was descriptive-exploratory research, with a micro-
history approach. As for literature, they were used as basic works and studies focusing on
the study of women and the military field. It is concluded that, as women had excellent
results in their activities, however, despite the struggle for gender equality, their
incorporation was only due to the need for a greater human contingent.

Keywords: military environment, women's history, second world war

Este artigo traz como tema a relevância e os impasses da participação feminina


dentro e fora do front da Segunda Guerra Mundial. Ao analisar esse período, percebe-se
que não é abordada de maneira aprofundada a questão da presença feminina durante o
conflito. É de extrema importância abordar essa temática por se tratar de um assunto que

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ainda é muito pouco divulgado e apresentado com aprofundamento em obras voltadas


exclusivamente a este tema. Ao mesmo tempo, é fundamental entender como se
desenvolveu suas atuações neste acontecimento.
A execução desse artigo científico recorre por meio do pouco que se tem
documentado sobre o envolvimento das mulheres na Segunda Guerra Mundial, conflito
este que marcou o mundo através de suas intensas e radicais transformações, sendo
estas positivas e negativas. Muitos ainda desconhecem essa parte da história envolvendo
esse conflito bélico, pois não há muitos relatos sobre essas, e o que se sabe é que, as
mulheres exerceram somente ofícios ligados à enfermagem e a indústria fabril para
atender a demanda de mão de obra após o envio dos homens que laboravam nas
fábricas, para a guerra.
Este estudo tem como objetivo discutir sobre a importância da figura feminina na
Segunda Guerra Mundial. Como norteadores nesse estudo, utilizou-se as seguintes
questões: Quais funções elas exerceram? Quais foram as dificuldades pelas quais
tiveram que enfrentar? Como foi sua realidade após o fim da guerra?
Para alcançar esses objetivos, o presente trabalho fez-se uso da pesquisa
bibliográfica com caráter descritivo-exploratório, com apoio de uma revisão bibliográfica
de livros, artigos e sites de organizações e instituições de cunho militar. De acordo com
estes objetivos, o artigo está estruturado em três seções: Os primórdios do feminismo e a
luta pela emancipação feminina; A entrada da mulher no ambiente trabalhista; e por fim e
parte central desta pesquisa: A participação das mulheres na Segunda Guerra Mundial.

4.1 – Os primórdios do Feminismo e a luta pela emancipação feminina


Não é de hoje que as mulheres lutam por direitos em uma sociedade histórico-
cultural favorecida a figura do homem. O feminismo deu seus primeiros passos durante o
século XIX, mobilizando as mulheres britânicas, principalmente de Manchester.
Para Toscano e Goldenberg (1992, p. 20):

‘’Nessa época, a luta pelo voto esteve sempre ligada a outras questões

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de interesse das mulheres, como maiores oportunidades de acesso à


educação, ampliação do mercado de trabalho, salários e direitos trabalhistas
iguais aos dos homens e maior proteção a maternidade’’.

A historiografia atualmente denomina esse acontecimento como a Primeira Onda


Feminista.
Mary Wollstonecraft foi escritora, filósofa e intelectual libertária inglesa, escreveu
obras como A Vindication of the Rights of Woman (1792), obra pela qual foi a base dos
ideais feministas. De acordo com Abreu (2002), Wollstonecraft dizia que:

‘’a desigualdade social e política entre os sexos devia-se sobretudo à


educação diferenciada que as mulheres recebiam, e ao cerceamento da sua
liberdade, por convenções sociais longamente estabelecidas’’. (ABREU, 2002,
p. 444)

Sua obra obteve uma grande popularidade na época, sendo reconhecida


principalmente nos Estados Unidos.
Deve-se levar em conta que, o movimento pró-sufragista dos Estados Unidos e da
Grã-Bretanha, tiveram durante o seu processo, duas distintas fases: a constitucionalista e
a militante. As que seguiam a constituição conduziam seus manifestos com discrição e
seguindo a lei, assim não havendo tumultos (ABREU, 2002). Porém, apesar de se
inspirarem nos ideais de Wollstonecraft, as manifestações realizadas pelas mulheres que
tendiam à militância, seguindo com uma expressão mais radical. A autora ainda relata
que, elas tiveram como sua principal líder, a educadora e sufragista britânica Millicent
Fawcett, responsável pela fundação da NUWSS - National Union of Women’s Suffrage
Societies, ou em tradução livre, União Nacional do Sufrágio Feminino. Iniciou de forma
pacífica, enviando pedidos formais às autoridades legislativas.
O movimento sufragista nos Estados Unidos iniciou com a criação do Partido
Nacional da Mulher, sob a liderança de Alice Paul, em 1916 (Online, 2021). Além da
influência do sufragismo britânico, o movimento carregava as raízes das intelectuais
norte-americanas do século XIX, que questionavam o sistema patriarcal do país. Apesar
da inspiração dos movimentos realizados pelas inglesas, o sufrágio das norte-americanas
foi muito mais pacífico, realizando convenções e palestras, além de pressionar
legisladores com propostas de discussões sobre a questão da emancipação feminina.
Todavia, vale lembrar que, essas mulheres eram brancas e pertencentes à classe
burguesa, um fato que oculta completamente a forte atuação da classe operária e das
mulheres negras, pelas quais também organizaram encontros e manifestações em prol da
emancipação feminina e, devemos ressaltar que, as mulheres negras lutaram pelo fim da

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injúria racial predominante.


Segundo Angela Davis em sua obra Mulheres, Raça e Classe (2016), apesar das
mulheres trabalhadoras brancas se organizarem em sindicatos, assim como as
representantes sufragistas da burguesia, não significa que estavam de acordo em
valorizar as suas reivindicações; o direito ao voto das mulheres negras e de seus
cônjuges recém-libertos. Davis também cita em sua obra que, as mulheres burguesas
estavam convencidas de que as questões envolvendo a desigualdade entre os gêneros
eram mais importantes e relevantes do que as questões envolvendo a exploração
capitalista e as tensões raciais. Diante dessa reflexão, percebemos que foi na luta
sufragista que se revelou o racismo como uma estratégia política para a manutenção da
supremacia branca e da segregação racial vigente como política social no país.
Mas destaco que, conforme Davis (2016), mesmo as mulheres brancas abastadas
não considerarem importante a luta pela emancipação feminina negra, isso não faz que
as mulheres afro-americanas se intimidassem, e resolveram se mobilizar a fim de
organizar seus próprios grupos de resistência, como a Sociedade Antiescravagista
Feminina da Filadélfia, criada em 1833 durante a convenção de fundação da Sociedade
Antiescravagista Estadunidense (DAVIS, 2016).
Devido ao racismo predominante neste período, a maioria dos homens brancos -
com exceção alguns sindicalistas - não estavam de acordo com a causa das mulheres
afro-americanas. Os únicos que, em sua maior parte, apoiaram os movimentos, foram os
homens afro-americanos, assim como o mais importante abolicionista negro dos Estados
Unidos, Frederick Douglass (DAVIS, 2016).
De acordo com Abreu (2002), o ‘Representation of the People Act’, ou em tradução
livre; ‘Lei da Representação Popular’ aprovado pelo Parlamento inglês em 1918, e a 19°
Emenda à Constituição americana, de 1920, foram os marcos fundamentais na história da
emancipação feminina na Inglaterra e nos Estados Unidos depois de tantos anos de
reivindicação e de luta por direitos sociais e políticos.
Ademais, devemos ressaltar que, o Brasil também foi palco da luta pela
emancipação feminina. O pensamento feminista e o Feminismo de Primeira Onda surgem
no século XIX, liderado por Dionísia Gonçalves Pinto, ou conhecida popularmente como
Nísia Floresta Brasileira Augusta, era natural do Rio Grande do Norte (MARQUES, 2019).
Nísia foi responsável por traduzir em português a obra A vindication of the Rights of
Women'', da pioneira Mary Wollstonecraft, além de ser autora de obras como Conselhos a
Minha Filha (1842) e A Mulher (1856).

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Costa e Sardenberg (2007) reiteram que Nísia traduziu o Feminismo de Primeira


Onda, todavia, ressaltam que o mesmo não nasceu em solo brasileiro:

E aqui está a marca diferenciadora deste momento histórico: a nossa primeira


onda, mais que todas as outras, vem de fora, de além-mar, não nasce entre
nós. E Nísia Floresta é importante principalmente por ter colocado em língua
portuguesa o clamor que vinha da Europa, e feito a tradução cultural das novas
ideais para o contexto nacional, pensando na mulher e na história brasileira. Ao
se apropriar do texto europeu para superá-lo, ela se insere numa importante
linhagem antropofágica da literatura brasileira, que desde Gregório de Matos
estava inaugurada. Na deglutição geral das idéias estrangeiras, era comum
promover-se uma acomodação das mesmas ao cenário nacional, e é o que ela
faz. Tanto que o título de seu livro contém não apenas a ideia [sic] dos rights of
woman, mas também a injustiça dos homens (COSTA; SARDENBERG, 2008,
p. 25).

Ainda de acordo com os autores Costa e Sardenberg (2008), a luta pela inserção
feminina no meio político teve seu auge em 1910, com a criação do Partido Republicano
Feminino, foi fundado por Leolinda Daltro. No ano de 1917, sob sua liderança, conseguiu
unir 90 mulheres em uma marcha pelas ruas do centro do Rio de Janeiro (RIZZO e
TOMASI, 2021), local público que nesta época era interditada à mulher, sendo
frequentado apenas se fosse acompanhada pelo cônjuge ou qualquer figura masculina e
por necessidade, todavia, necessidade essa que não incluía movimentações de cunho
político organizados por mulheres.
Segundo a pesquisadora Céli Regina Jardim Pinto, em sua obra Uma História do
Feminismo no Brasil (2003), o feminismo brasileiro se originou através de três vertentes.
A primeira teve forte influência no século XX, com a liderança da bióloga e educadora
Bertha Lutz, dando início à luta feminina por direitos políticos. Ainda sob o olhar de Pinto
(2010), Lutz foi uma das fundadoras da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino,
entidade que fez campanha pública pelo voto, tendo até mesmo levado um abaixo-
assinado ao Senado, solicitando a aprovação do Projeto de Lei. Somente em 24 de
fevereiro de 1932, o voto feminino foi promulgado, por meio do Decreto 21.076, sob o
então governo de Getúlio Vargas.
Ainda neste contexto, de acordo com Souza (2018 apud PINTO, 2003, p. 15) a
segunda vertente foi composta por um ‘’feminismo difuso’’, e em conformidade com
Duarte (2017), as intelectuais que em sua maioria eram escritoras e poetisas, tiveram
acesso ao letramento, se apoderaram da leitura, contudo, isso as levou a receber críticas.
Elas tinham conhecimento que a leitura lhes deu consciência da condição dependente a
que estavam submetidas, assim, sendo possível o desenvolvimento de textos de cunho

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engajador e reflexivos.
Já a terceira vertente se refere ao movimento das operárias e também das
intelectuais de ideologia anarquista, e posteriormente, fazendo parte do Partido
Comunista. Liderado por Maria Lacerda de Moura, este movimento defendia a
emancipação radical das mulheres, unindo os ideais feministas aos do anarquismo e do
comunismo (JARDIM, p.239). Percebe-se que a luta pelos direitos sociais e políticos da
mulher foi árdua, porém incansável diante de tamanho desejo a ser alcançado. No
entanto, ainda haveria muito a se trilhar para almejar esses direitos de forma definitiva,
sobretudo, sua integração ao mercado de trabalho.

4.2 - A Entrada da mulher no ambiente trabalhista


Apesar da inserção das mulheres no mercado de trabalho a partir da metade do
século XVIII, deve-se lembrar que elas já tinham contato com o trabalho desde o
surgimento da agricultura. Segundo Marion (2016 apud HEVILÁSIO, 2009), a atividade
surgiu entre 10.000 a 5.000 A.C, pela qual foi a principal ocupação do homem enquanto
ser social. Biase (2016, apud KOSS, 2000), diz que, as mulheres realizavam atividades
como coletoras, mas também foram detentoras de conhecimentos sobre os vegetais e
frutos; o processo de saneamento e germinação; além da responsabilidade de cuidar dos
filhos. A jornada dupla do feminino sempre esteve marcada na história das mulheres.

No século XIX, com a consolidação do sistema capitalista, surgem inovações


técnicas para a produção, processo pelo qual conhecemos como Revolução Industrial
(MIRANDA, 2012). A mão de obra feminina foi essencial nas fábricas principalmente para
a operação de máquinas, dado que os empresários preferiam as mulheres nas indústrias
em razão de que elas aceitavam salários inferiores aos dos homens, ainda que
realizassem os mesmos serviços que estes. A situação do trabalho passara por mudança
devido a isso, resultando na ressignificação do papel da mulher e do homem na
sociedade. Diante disso, se perguntou como seria possível conciliar a vida doméstica com
as intermináveis horas diárias de produção para elas, isso se tornou um desafio em
questão (PERROT, 2016).
A reação masculina não foi diferente do que se previa. Segundo Perrot (2016), os
operários receavam a concorrência, esta pela qual Karl Marx (1818-1883) apelidou como
''exército da reserva’’ (PERROT, 2016, p.119) e que devido a sua presença ali, seriam

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responsáveis por uma diminuição salarial; devido ao ambiente fabril, por conta das
máquinas e por espalhar muita sujeira, mas principalmente, por ferir o orgulho do homem
como aquele que sustenta a família e que necessita da mulher para cumprir seu único e
principal papel, o de dona de casa (PERROT, 2016).
Perrot (2016), nos diz que as mulheres eram admitidas temporariamente pelas
fábricas desde muito cedo, e muitas delas permaneciam nelas até o casamento e/ou até o
nascimento do primogênito, retornando a trabalhar mais tarde após os filhos crescerem e
até mesmo trabalhando com eles. Era um trabalho que nitidamente não ofereceria uma
perspectiva de carreira.
Sem contar que, as condições de trabalho nas indústrias eram precárias, com
fábricas superlotadas (devido ao aumento da classe trabalhadora); máquinas gastas que
soltavam fuligem; os ambientes eram mal arejados e não haviam refeitórios, assim
fazendo com que as trabalhadoras tivessem que comer no próprio local em que exerciam
suas funções. Além disso, o assédio sexual era uma realidade diária nas fábricas,
causada por empregados e fiscais, sendo este um dos principais motivos para a
organização de greves. Porém, a respeito das mobilizações realizadas pelas mulheres do
setor têxtil, Perrot (2016) afirma que:

As greves são muitas no setor têxtil, mas as operárias não aderem a


elas, nem as promovem. São poucas as que se sindicalizam, e nem são
incitadas a fazê-las. Exceto nas fábricas de seda do sudeste da França, esses
internatos-conventos cuja clausura é cada vez mais insuportável para as
jovens. [...] As mulheres são raras na metalurgia, na construção mecânica,
profissões viris mais qualificadas. Nas gráficas, os operários são contrários a
sua admissão, considerada desvalorizante (PERROT, 2016, pg. 120).

Com a declaração de guerra, neste caso, a Primeira Grande Guerra, muitas coisas
tiveram que ser alteradas, como diz Perrot (2016), sobre a situação da França e da
Inglaterra, que tiveram que substituir os homens por mulheres na retaguarda, já que foram
mobilizados para o campo de batalha. A indústria se viu na obrigação de acelerar sua
divisão de trabalho, reorganizando o espaço e criando ambientes exclusivamente para
aleitamento e a inclusão de mulheres responsáveis pela superintendência (PERROT,
2016). O trabalho fora de casa constituiu um intermédio significativo para que as mulheres
exercessem atividades além de sua residência, ocupando lentamente posições sociais até
então inimagináveis para as mulheres, como setores administrativos, mas ainda assim, o
trabalho agrícola era a principal prática direcionada a elas durante este evento.
Em relação ao campo, as agências de correios foram confiadas a senhoras viúvas
de oficiais e de funcionários, que tinham a tarefa de carimbar cartas, ao mesmo tempo

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que faziam atividades comuns do seu dia a dia, como por exemplo, fazer tricô. Sem
contar que, foram contratadas também para passar ligações telefônicas (PERROT, 2016).
Apesar dessas mesmas exercerem o ofício que lhe foi destinado, os homens não se
opuseram e nem as viram como concorrentes, pois de acordo com Perrot (2016) foi
devido as mulheres terem conseguido reclassificações vantajosas.
Além disso, algo que surgiu como uma novidade no século XX, foram os
estabelecimentos comerciais, ou também chamados de magazines. No começo, devido a
obviedade, eram gerenciados por homens e que chefiavam as mulheres pelas quais eram
suas serventes. Consoante a isso, Perrot (2016) ainda comenta que isso se deu:

[...] segundo um processo de segmentação que limita ou anula a


concorrência dos sexos. Os regulamentos eram severos: as vendedoras
deviam ser solteiras, disciplinadas, jamais se sentar durante as longas
jornadas, até que a lei dos assentos, no início do século XX, as autorizou a
fazê-lo (PERROT, 2016, p. 124).

Entretanto, a autora segue nos dizendo que, mesmo os salários não sendo os mais
aceitáveis, a demanda por um emprego em um ambiente limpo e aquecido, provocou a
atenção das mulheres, todavia, era preciso de recomendação para serem contratadas. A
partir de 1936, as coisas acabam mudando e havendo organização, devido a
feminilização da profissão, resultando mais tarde em um expressivo número de mulheres
ocupando postos em lojas de departamentos. Por essa razão podemos confirmar que
ainda nos dias de hoje: ‘’[...] ser caixa de supermercado é exercer uma profissão
tipicamente feminina’’ (PERROT, 2016, p. 124).
Outro ofício que as mulheres conseguiram alcançar foi o de empregadas de
escritório, pelo qual era exercido por homens. Conforme diz Perrot (2016), os mesmos
não se sentiram seguros diante dessa nova realidade, sobretudo nos órgãos públicos. Um
exemplo que podemos destacar, foram os funcionários da prefeitura de Niévre, localizado
na região Borgonha-Franco-Condado, na França, que se recusaram a receber máquinas
de escrever para evitar a entrada de mulheres datilógrafas.
Ademais, outra função que as mulheres conseguiram obter espaço, foi na
enfermagem. Ofício este que, até então, era exercido exclusivamente por religiosos em
asilos e hospitais, todavia, devido a Guerra da Crimeia (1853 a 1856), esse sistema
sofreu mudanças (PERROT, 2016). A aristocrata inglesa Florence Nightingale, foi
responsável pela organização de uma equipe de enfermagem para os exércitos, para
supervisionar os hospitais de assistência aos soldados britânicos. Florence criou a

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primeira Escola de Enfermagem da Inglaterra no hospital Saint Thomas, em Londres


(LOPES e SANTOS, 2010). Assim, sendo considerada a precursora da Enfermagem
Moderna.
Segundo Perrot (2007), as mulheres também tiveram a conquista de poder
lecionar, pela qual somente o homem era conveniente a tal função. Houve a criação de
escolas normais para professoras primárias, se tornando uma profissão que despertou a
ambição daquelas que vinham da pequena classe burguesa. Porém, elas se depararam
com impasses, como o fato de viverem em uma sociedade que ainda estava tentando
lidar com o fato de mulheres no ambiente educacional e em sua maioria sendo solteiras;
salários baixos em comparação aos homens e geralmente recebendo proposta de
emprego em lugares distantes de sua residência.
O século XIX também é marcado com a integração progressiva das atrizes,
dançarinas, cantoras e comediantes. De acordo com Perrot (2016, p. 129): ‘’As atrizes
eram oriundas, em sua maioria, de meios populares e pobres’’. Contudo, muitas não
conseguiam obter sucesso, destarte, tentando melhorar sua posição, indo de um palco
para outro. Para se atingir o sucesso, eram consideradas várias exigências como o
talento, a beleza, as relações e os favores que agraciavam. Os jornais eram a meta
dessas mulheres para obter visibilidade, através da boa crítica que o meio de
comunicação compartilharia em suas páginas. Ainda sobre este assunto, Perrot (2016)
comenta sobre as difíceis condições de vida, extremamente exaustivas e os contratos,
nas palavras da historiadora, eram ‘’draconianos’’ e cita um exemplo de uma jovem que
viveu esta realidade:

[...] Eis o que uma jovem atriz assina em Paris, em 1914. Ela se
compromete a ‘’representar, cantar, dançar ou aparecer no palco a primeira
requisição do diretor - em qualquer tempo, em todos os lugares, mesmo na
província ou no estrangeiro, várias vezes e em diferentes teatros no mesmo
dia, à tarde ou à noite [...]’’. Ela deve aprender cinquenta linhas por dia,
comparecer ao teatro todos os dias sem exceção, mesmo que não atue, uma
meia hora antes de se abrirem as cortinas. Tudo isso por duzentos francos por
mês que lhe serão pagos apenas se ela trabalhar em mais de um ato numa
mesma apresentação (PERROT, 2016, p. 129).

Contudo, mesmo diante desse trabalho de fato exaustivo, as mulheres obtiveram


uma forte sociabilidade, tendo amantes, mas não somente isso, também tiveram ligações
de longo tempo.
Por tanto, é possível perceber que mesmo com todas essas e outras conquistas de
espaços laborais que aconteceram por influência da luta iniciada pelas pioneiras do

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movimento feminista, ainda assim, as mulheres depararam-se com muitas dificuldades.


Embora um pequeno número de homens não se opôs, a maior parte dos homens ainda
se mantiveram firmes em sua oposição perante as mudanças que lhes eram
apresentadas mediante inclusão dessas nos mesmos ambientes que eram naturalmente
frequentados apenas por estes. Apesar de toda essa mudança no meio trabalhista,
contudo, ainda houveram funções que a mulher não conseguira fazer a diferença e serem
notadas por meio de suas ações, como neste caso, o serviço militar, algo que ocorrerá de
maneira impactante na Segunda Guerra Mundial.

4.3 - A participação efetiva das mulheres na Segunda Guerra Mundial


A Segunda Guerra Mundial foi o conflito bélico mais devastador do século XX, em
razão à forte produção industrial, a imensa quantidade de pessoas mobilizadas para o
combate e vidas perdidas, mas também principalmente a seu caráter internacionalizado
nunca antes visto, englobando países como África do Sul e também do Oriente Médio,
assim mobilizando não apenas Estados, mas também sociedades e povos lutando um
contra o outro. Portanto, devido aos aspectos de enormes dimensões que a guerra
proporcionou, a teoria de guerra total corresponde a esse evento, assim Tota (2017)
discorre:

A Segunda Guerra Mundial foi uma guerra total no sentido lato da palavra. A
política nazista de destruição dos judeus (a ‘solução final’) contava com
sofisticada organização de busca, seleção, transporte, concentração e
assassinato nos campos de extermínio (o chamado Holocausto), para onde
também foram enviados ciganos, oposicionistas e até prisioneiros de guerra. Já
em 1945, os americanos jogaram bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki,
ameaçando o mundo com a nova tecnologia de morte em massa. Essa foi a
guerra total no último conflito mundial. (TOTA, 2017, p. 356).

Uma guerra que devido aos contratempos não resolvidos na Primeira Grande
Guerra e pelos quais a desenvolveram, resultou no fortalecimento de concepções e
combates que ocorreriam anos depois, pois de acordo com Arruda (1991, pg. 326):

‘’A Grande Guerra nada mais fez do que preparar a Segunda Guerra
Mundial. O comportamento das nações vencedoras foi revanchista [...] os
vencidos, desgastados pela guerra e sobrecarregados com seus compromissos
financeiros para com os vencedores (indenizações e reparações), viram
crescer seus problemas econômicos e sociais’’.

Destarte, diante da insatisfação popular dos países derrotados, tornou-se possível


a ascensão de ideologias totalitárias, como o fascismo e o nazismo, que tinham como a

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base em comum um exacerbado apelo nacionalista.


Antes de adentrarmos no debate referente a inserção da mulher na guerra - no que
concerne às atividades desenvolvidas e as dificuldades enfrentadas no ambiente militar -
é preciso analisar como os contextos que antecedem sua inclusão tornaram possível a
contribuição feminina no conflito. Para isso, é importante analisarmos o processo de
mobilização das mulheres para a Primeira Guerra Mundial, pelo qual ainda é pouco
discutido pela historiografia e de conhecimento público, não sendo resumida apenas ao
serviço de enfermagem e mecânica, mas também de outras funções necessárias
(NEVES, 2015). Incorporação essa que resultou em transformações sociais e disputas por
espaços ao longo do século XX.
Durante os quatro anos e meio de guerra, contabiliza-se que mais de 70 milhões
de homens, das mais diversas nacionalidades (NEVES, 2015), foram recrutados para
dentro e fora das linhas de frente. A mobilização masculina para o campo de batalha
influenciou na mobilização das mulheres para o esforço de guerra, que, de acordo com
Neves (2015, p. 74) foi: ‘’inicialmente, parcelar, cautelosa’’. Segundo a autora, foram
destinados a elas, os serviços de gestão e produção, fazendo assim com que pela
primeira vez na história, recrutasse um grande número de mulheres para substituir os
homens durante um conflito, devido ao expressivo número de mortes e feridos em
combate.
A convocação era feita das mais variadas formas, e uma delas, era por meio da
propaganda pela qual divulgavam cartazes muito elaborados pelo governo que enalteciam
aquelas que lutavam contra os oponentes, apresentando imagens dessas ligadas às
demandas de suas atuações, sejam elas referentes ao lar, nas indústrias e em outros
espaços (NÓBREGA, 2014). Todavia, apesar da utilização de propaganda de guerra, foi
possível deixar evidente o processo de chamamento dessas mulheres para o esforço de
guerra, e consequentemente, viabilizar a diversidade de serviços realizados por elas.
A historiadora Kimberly Jensen em sua obra Mobilizing Minerva: American women
in the First World War (2008), disserta que houve três formas de mobilização feminina no
período: women-at-arms, women physicians e women nurses. A primeira se refere
àquelas que, ao longo do conflito, participaram de clubes de tiro e a adquirir armamentos
para salvaguarda. A autora ainda ressalta que esse grupo era constituído por mulheres
comuns. Além disso, Kimberly destaca que outras mulheres participaram de grupos
paramilitares nos Estados Unidos, enquanto as enfermeiras foram mobilizadas para o
front.

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Importante ressaltar que, o trabalho feminino no esforço de guerra, se expandiu


para outros setores e principalmente por civis, como; fábricas de munições; nos serviços
de limpeza; como policiais; em atividades de gestão pública; no cultivo da terra, além de
contribuir na alimentação das tropas (VILLANUEVA, 2007). Contudo, mesmo diante dos
esforços realizados nas inúmeras atividades ocupadas pelas mulheres, a mobilização
dessas não se deu de maneira simples, pois a divisão de trabalho e a hierarquia patriarcal
ainda detinha forte influência na opinião pública e sobretudo, regiam as organizações.
Nessa premissa, Neves (2015), discute que:

A partir de 1915, a crescente partida dos homens dos países beligerantes


ameaça paralisar a economia já em crise. A generalização de uma economia
de mera subsistência, a escassez de géneros e de produtos em todos os
setores, o desemprego e a pauperização da população, particularmente
feminina e infantil, apesar dos subsídios de apoio governamental às famílias de
mobilizados, colocam como urgente o incremento da produção, quer para
acudir à penúria do país, quer para alimentar os homens nas trincheiras [...]
Assim, o prosseguimento de uma guerra que, afinal, veio para ficar exige uma
nova mobilização feminina, cujo ritmo e características variam de país para
país mas em que, não obstante, o enquadramento ideológico, as orientações e
direções dessa mobilização se assemelham. Na generalidade dos países
envolvidos no conflito será mais complexo e problemático este outro tipo de
mobilização que se imporá como uma necessidade imperiosa: a mobilização
feminina para as frentes de produção e dos serviços, ocupando, mesmo,
postos de trabalho tidos como inconvenientes à feminil natureza. (NEVES,
2015, p.79-80).

Assim, compreendemos que a mobilização dessas mulheres se deu da mesma


maneira que sua inserção no mercado de trabalho e em áreas até então masculinizadas,
todavia, se viam diante de omissões a serem enfrentadas. Em 1914, após o começo do
conflito, as mulheres já ocupavam 40% das funções de trabalho e em 1915 ocupavam
cerca de 80% da mão de obra. Suas atuações nos esforços de guerra trouxeram
progressos, seja através de guerras, ou de espaços conquistados além do campo de
batalha (NEVES, 2015).
A Segunda Guerra Mundial foi o conflito armado que provocou a morte de milhões
de pessoas civis e militares, assim, sendo a maior catástrofe da história humana. O fato
do homem ser historicamente o mantenedor da família, devido a imagem de força e
superioridade, se desfaz quando a guerra acaba trazendo novas configurações no que
tange os espaços frequentados pelo sexo masculino e feminino, assim, fazendo com que
o homem. Mas também, a mulher, percebam as situações pelas quais o homem deixará
de ser vistos como audaz, racional, viril e indestrutível, através da nova realidade a ser
apresentada.

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A guerra destruiu a idealização de que o lugar da mulher era exclusivamente o lar,


ligada ao serviço doméstico e o cuidado dos filhos, assim incorporando-as no conflito
como mão de obra feminina. Com as mudanças sociais que começaram a ocorrer,
principalmente a mecanização e a feminização estarem trilhando lado a lado, segundo
Perrot (2016, p. 124) era possível ver em cartazes publicitários franceses, frases como:
''O senhor não tem como dar dote para suas filhas? Mande-as para a Escola Pigier’’, a
autora ainda enfatiza que a mensagem surtia um grande efeito junto a uma pequena
burguesia que estava em busca de empregos melhores e higiênicos para suas filhas,
sobretudo após a Primeira Grande Guerra.
Elas começaram a realizar atividades nunca antes exercidas plenamente, como
motoristas de caminhão e tanque; engenheiras; mecânicas; construtoras de aviões;
serviços auxiliares, entre outras profissões. A destacar as mulheres das forças Aliadas,
que tiveram os mais variados papéis. As norte-americanas, iniciaram suas atividades
como apoio médico e laboral, mas na medida em que o conflito causara grandes perdas
humanas, se tornou inevitável a participação destas a um nível maior. Mais de 400 mil
delas foram incluídas nas forças armadas, direcionadas a tarefas administrativas. Em
1942, foi criado o Women’s Army Corps (W.A.A.C), ou em tradução livre; Corpo Auxiliar
de Mulheres do Exército, mulheres pelas quais eram responsáveis pelo controle de
estoque e correspondências (EARLEY, 1989, Online).
Ainda no contexto estadunidense, Fargey (2014) destaca que, a primeira-dama
Eleanor Roosevelt, junto com a líder dos direitos civis, Mary McLeod Bethune, apoiaram
com excelência a admissão de afro-americanas como alistadas e oficiais no W.A.C,
embora o sentimento segregacionista fosse comum no Exército. O 6888º Batalhão do
Diretório Postal Central, batalhão oriundo da W.A.C, também apelidado de ‘’Six Triple
Eight’’, foi o único composto por mulheres negras a serem enviadas para o exterior,
principalmente à Inglaterra e França. ‘’As mulheres aderiram ao lema de ‘Sem correio,
moral baixa’’’ (FARGEY, 2014, Online) sendo assim bem representativo perante sua
função. De acordo com a autora, os ambientes que foram ocupados por elas, não eram os
dos melhores em questão de higiene e ventilação:
Em Birmingham, as mulheres do ‘’Six Triple Eight’’ enfrentaram armazéns
empilhados até o teto com cartas e pacotes. Esses prédios não eram
aquecidos e mal iluminados, as janelas escurecidas para evitar que a luz
aparecesse durante os ataques aéreos noturnos. Ratos procuravam pacotes de
bolos e biscoitos estragados. (FARGEY, 2014, Online).

Apesar do 6888º Batalhão do Diretório Postal Central ter alcançado sucesso e

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eficiência devido os resultados satisfatórios, como o processamento de cerca de 65.000


correspondências por turno, eram alvos de discriminação e negação de sua índole
divulgados por soldados brancos e negros, que se ressentiam diante a presença afro-
americana feminina no Exército (FARGEY, 2014, Online). Além disso, foi criado o Women
Airforce Service Pilots – WASPs, ou em tradução livre, Mulheres a Serviço da Força
Aérea, que apesar de seu cunho militar, era uma organização composta por mulheres
civis (ROZA, 2017). Embora não fossem pilotos, sua função era testar e transportar
aviões das fábricas até os hangares, para depois serem usados em batalha. Elas
receberam treinamento igual aos de seus colegas da Força Aérea. Ao final da guerra,
mais de 1.700 pilotos se formaram. Vale destacar que, houveram desaparecimentos,
como é o caso da piloto Gertrude Tompkins, ou também conhecida como ‘’Tommy’’, após
realizar uma parada noturna na Califórnia.
Ao contrário da maior parte das americanas que foram limitadas aos trabalhos de
caráter administrativos, para assim evitar que a sociedade fosse se opor a essa atitude,
todas as mulheres soviéticas entre 16 a 45 anos, se tornaram passíveis de participar das
mais diferentes áreas do exército, se destacando como snipers e aviadoras.
Vale destacar que as mulheres soviéticas têm um histórico de presença em
conflitos armados muito antes da revolução bolchevique. Há documentos que comprovam
sua integração nos exércitos russos nas Guerras Napoleônicas (1854-1855), na Guerra
Russo-Japonesa (1904-1905) e na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), pela qual cerca
de 400 mulheres serviram às forças armadas russas (VAJSKOP, 2008). Então desta
forma, não fora nenhuma novidade sua participação em atividades militares.
Com a ameaça alemã ao seu território, conhecido como Operação Barbarossa,
ocorrida em junho de 1941 (MASSON, 2017), Joseph Stalin decidiu investir no
recrutamento de novos combatentes após a excessiva perda de soldados durante a
invasão da Finlândia. Um número expressivo de mulheres se voluntariaram. Contudo,
houveram muitas dificuldades para as aviadoras serem aceitas pelos colegas, como
também obterem uniformes que servissem, obrigando a si mesmas a criarem suas
próprias roupas. Em relação ao calçado, não houve essa possibilidade, tendo que usar as
botas masculinas com o auxílio de folhas de jornais para se adaptarem a um número
maior.
Devido as ligações pessoais entre Marina Raskova (uma das primeira navegadores
de voo) e Stalin, foi possível criar três regimentos somente de mulheres; o 588°
Regimento de Bombardeio Noturno, conhecido também como Bruxas da Noite (SENNA,

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2021) devido suas atividades serem realizadas durante a noite, se tornou destaque e por
duas razões; devido ao avião disponibilizado a elas, pelo qual servia para a fertilização de
campos, de material extremamente fraco para atividades militares, sendo assim um avião
muito leve e de velocidade baixa; e por que criar táticas que facilitassem as ações e
garantisse sua segurança, sendo necessário realizar suas atividades de 6 a 10 vezes por
noite, destruindo os galpões de arsenal bélico dos nazistas. (ALEKSIÉVITCH, 2016).
O que facilitava suas ações e que fazia os alemães perceberem tardiamente sua
fraqueza perante essas, foi o fato das aviadoras desligarem o motor para evitar de
chamar a atenção com o barulho, e planavam o mais perto possível dos galpões de
arsenais e/ou veículos para soltar as bombas antes de ligar o motor e partirem para
outros alvos, sucessivamente e de maneira rápida. Com isso, percebemos o impacto que
as mesmas causaram nos alemães. Uma das ás femininas soviéticas foi a tenente Lydia
Litvyak, que em uma de suas primeiras missões conseguiu abater ao mesmo tempo duas
aeronaves da Luftwaffe durante a batalha de Stalingrado. Ela e suas companheiras, foram
condecoradas com o título de Heróis da União Soviética, todavia, após o fim da guerra,
foram ignoradas pelo exército e pela sociedade. Podemos destacar também Lyudmila
Pavlichenko, a sniper que alvejou mais de 300 soldados nazistas (SENNA, 2021, p.153),
sendo considerada hoje como a maior franco-atiradora da história.
Já na esfera brasileira, (LOURENÇO et al., 2017), a participação das mulheres foi
bem limitada, sendo destinadas aos serviços administrativos e à enfermagem. Com a
entrada do Brasil na guerra em janeiro de 1941 (LOURENÇO et al., 2017), deu-se
abertura às negociações de organização do Serviço de Saúde que seria formado por
enfermeiras e médicos voluntários voltados ao atendimento de soldados feridos, pilotos e
pessoal de apoio. Elas foram enviadas à Itália juntamente com as mulheres americanas,
com as quais tiveram treinamento antes de sua partida. As enfermeiras enfrentaram
escassez de materiais de serviço importantes para uso pessoal (LOURENÇO et al.,
2017). Em relação às inglesas, exerceram papéis essenciais tanto nos meios civis quanto
militares. Um forte exemplo de atuação se deu com sua participação na ATS - Auxiliary
Territorial Service, ou em tradução livre, Serviço de Auxílio Territorial, pela qual contou
com cerca de 17.000 voluntárias, chegando a mais de 100.000 em meados de 1943.
Rainha Elizabeth II foi uma dessas voluntárias aos seus 18 anos, atuando como
motorista, mas principalmente, como mecânica.

Fora do ambiente militar, a Inglaterra contou com o Women’s Land Girls, ou em

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tradução livre; Exército de Mulheres da Terra ou Exército Terrestre Feminino Britânico,


organização de cunho civil criada na Primeira Guerra e que continuou suas atividades na
Segunda Guerra Mundial. Essas mulheres, também chamadas de Land Girls, eram
convocadas para realizar trabalhos nos campos, funções pelas quais eram exercidas
pelos homens. Elas trabalharam na organização de 1939 a 1950 (WYGANT, 2020). Além
disso, a Inglaterra contou com o serviço de espionagem exercido por agentes femininas,
pois era mais fácil de conseguir informações. Noor Inayat Khan foi uma dessas agentes.
Originária de uma família muçulmana indiana, Noor juntamente com sua família, foram
morar em Londres e depois na França. Ela se tornou fluente em três línguas, e se
ofereceu para trabalhar como rádio-operadora na Força Aérea Auxiliar Feminina - WAAF
(FERRARI, 2020).

Apesar de uma grande parte dos estudos atuais relacionados ao nazismo


retratarem erroneamente e de maneira generalizada as mulheres alemãs como
complacentes a ideologia nazista, há comprovações de que houveram mulheres que
fizeram parte da resistência alemã contra o seu próprio governo e os horrores que
propiciavam até mesmo com os seus. O grupo de resistência chamado Rosa Branca, foi
uma organização criada entre os anos de 1942 a 1943, formada por estudantes da
Universidade de Munique Hans que seguiam os ideais socialistas e comunistas. Entre
seus membros, estava a estudante Sophie Scholl. Suas atividades consistiam na
distribuição de panfletos como uma maneira de disseminar a resistência ao Nacional-
Socialismo e todos que foram mortos pela Gestapo por crime de alta traição. Houve
também a integração da organização com outros grupos de resistência da Alemanha
(SALES, 2017).
A França, sob domínio da Alemanha nazista, foi um dos poucos países envolvidos
que não incluiu mulheres no seu esforço de guerra, todavia, umas minorias de mulheres
fizeram parte da resistência, juntamente com os homens (FOUGEYROLLAS, 2008).
Sendo contrárias a dominação nazista de 1943 em solo italiano e à própria ditadura
fascista, as italianas decidiram se unir ao grupo de guerrilheiros da resistência partigiani,
atuando ao lado de seus companheiros de guerrilha (SANTOS e ZAGANELLI, 2019). Ada
Gobetti foi uma das guerrilheiras. Era professora e lider antifascista, além disso, foi
escritora e escreveu um diário de memórias descrevendo sua atuação na Resistência,
chamado ‘’Partisan Diary: A Woman's Life in the Italian Resistance’’, ou em tradução livre;
‘’Diário Partigiani: A vida de uma Mulher na Resistência Italiana’’ (GOBETTI, 2014).

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Diante do que foi exposto ao longo desta pesquisa, concluiu-se que, a inclusão da
mulher nos esforços de guerra, ao contrário do que as mesmas pensavam, não ocorreu
devido a uma repentina mudança de pensamento até então socioculturalmente machista
presente na sociedade, mas sim como uma estratégia política e militar. Além disso, tivera
determinações do que a mulher poderia exercer, porém, nem todos os países tinham essa
mesma realidade, alguns continuavam sendo conservadores, mesmo diante da
necessidade da mão de obra feminina. Além disso, a mobilização midiática serviu como
um estímulo para o recrutamento de novos contingentes ao combate, pois com a
divulgação de cartazes contendo imagens das mulheres em ação, atingiria o ego
masculino e consequentemente, incentivando o alistamento desses também.
Sem contar que, muitas enfrentaram não somente a misoginia, como também
tiveram que encarar o abuso moral e sexual, a falta de vestimentas apropriadas e
materiais de uso pessoal. Além do mais, é importante destacar que após o fim da guerra,
muitas delas não tiveram reconhecimento de suas ações pela sociedade; tiveram
dificuldades em poder firmar matrimônios, além de terem sido esquecidas ao longo do
tempo. Mas não somente isso, há também o lado perverso das mulheres neste período, a
se tratar da Alemanha nazista. Para mim, enquanto jovem historiadora, foi de extrema
importância abordar essa temática por se tratar de um assunto que ainda é desconhecido
ao público em geral, também devido a se tratar de um tema de minha preferência, e
principalmente, por conta da pouca informação que é propagada em livro didáticos, onde
mostra as mulheres somente vinculadas às atividades na indústria fabril e aos serviços de
saúde.
Além disso, torna-se relevante a realização desta pesquisa devido ao grau de sua
importância, não com o intuito de romantizar sua presença em um período de extrema
obscuridade, mas sim para servir de conhecimento baseado na força que o mesmo traz
ao enfatizar o envolvimento e influência da mulher dentro de um contexto histórico desta
proporção, assim provando que a mesma é um indivíduo capaz que deter um papel
fundamental e com excelência nas construções dos fatos históricos.

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-

Acho necessário fazer um adendo nessa conclusão. Durante um determinado


momento na construção desta pesquisa, surgiu uma questão que não estava no
planejamento, mas que ao longo do desenvolvimento deste, foi necessário ser pontuado.
Com base nos estudos de Angela Davis em sua obra Mulheres, Classe e Raça (2016), foi
possível observar que, mesmo com as contribuições dos primeiros movimentos
feministas, essenciais para as transformações que viriam acontecer no mundo a partir do
momento em que a figura feminina começaria a questionar e requerer seus direitos
firmemente, se constatou que, obviamente estavam inseridas em uma sociedade
estruturalmente racista, elitizada e patriarcal, e por conta de um desses pontos
pertencentes a realidade a qual estavam agregadas, não reconheceram as mulheres afro-
americanas como iguais e pertencentes a luta da emancipação feminina. Isso deixa muito
mais evidente o quão enraizado o racismo está na estrutura sociocultural de uma nação,
mesmo se tratando de um movimento que teve forte importância e influência até mesmo
para os dias de hoje. Além disso, é um fato que não é muito destacado em pesquisas
relacionadas a esses movimentos, sendo desta forma, ocultada ao público, assim nos
mostrando que muitas coisas são apresentadas sem evidenciar as duas faces de um
determinado acontecimento.
Além do mais, durante o decorrer da pesquisa, não consegui trazer certas
questões como por exemplo, relatar sobre possíveis grupos de resistência japonês ou sua
participação no serviço militar ou auxiliar. No entanto, através de uma profunda pesquisa
bibliográfica e de fontes indiretas, foi possível encontrar informações que retratam a
respeito de mulheres coreanas que foram vítimas da prostituição e consideradas pelos
soldados das Forças do Império Japonês como ‘’Mulheres de Conforto’’, algo que percebi
que não faria sentido incluir neste trabalho, por se tratar de um acontecimento que foge
totalmente da proposta levantada nesta pesquisa, pela qual não tem a intenção de tratar
de maneira naturalizada um acontecimento cruel e lamentável como este. Além disso, tive
a mesma observação ao pesquisar sobre as mulheres alemãs, pelas quais ocuparam
várias funções administrativas e na enfermagem, mas infelizmente, muitas ocuparam o
cargo de guardas de campo de extermínio, como é o caso do campo feminino de
Ravensbrück (LOWER, 2014). Diante desses apontamentos, observei que mesmo não se
referindo a temática deste projeto, são assuntos mais pesados e que devem ser tratados
com mais cuidado e aprofundamento teórico em outras possíveis pesquisas.
As histórias dessas mulheres que também contribuíram para os resultados finais
na Segunda Guerra Mundial foram lamentavelmente ocultas, e muitos de seus relatos

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foram dispersos em fragmentos. Histórias que deveriam ser visibilizadas a todos para se
ter conhecimento de sua existência, seus feitos e as dificuldades pelas quais passaram,
principalmente para conscientizar o público masculino de que a mulher é tão capaz
quanto o mesmo em ocupar ambientes de cunho militar e realizar atividades que este
propõe, além de obviamente, mostrar a todas as mulheres que, mesmo vivendo sob um
mundo onde o machismo se sobrepõe ainda hoje, é possível ir longe e encarar as
adversidades de cabeça erguida, mesmo que elas tentem nos derrubar e impedir de
mostrar e reconhecermos nossos valores e capacidades.

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