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TEXTO 1

Leia o texto que segue, de modo a buscar respostas para estas perguntas:
1) Qual é a definição de storytelling e por que é considerado uma estratégia importante em diversos
contextos, incluindo marketing e apresentações?
2) Quais são os principais elementos que compõem uma narrativa bem-sucedida e como eles são relevantes
para criar histórias cativantes?
3) Como o texto explica a aplicação do storytelling no marketing e quais são os benefícios de associar uma
marca a uma narrativa envolvente?
4) Quais são algumas dicas fornecidas para aplicar o storytelling em apresentações, visando garantir a
atenção do público e transmitir a mensagem de forma eficaz?

STORYTELLING: o que é, importância e como aplicar


Existem diferentes maneiras de contar uma mesma história e é dessas alternativas que nasce o
storytelling. Originário do inglês, o termo se divide entre “story”, que é “história”, e “telling”, que se traduz
como “contar”. O conceito se aplica muito além da escrita criativa, indicando técnicas úteis para quem deseja
uma comunicação cativante, capaz de prender a atenção do interlocutor. Fora da literatura, o storytelling pode
ser aplicado em estratégias de marketing, campanhas publicitárias, apresentações, palestras, entre outras
situações do mundo corporativo e acadêmico.
Neste artigo, expõe-se a importância do tema e de como gestores e empresas podem “ganhar” com
esta estratégia.
O que é storytelling?
A humanidade é movida por histórias e isso já não é novidade desde os primeiros desenhos nas
cavernas, na Pré-História. A sobrevivência da espécie humana depende de sua capacidade de organizar as
experiências, atribuindo significados àquilo que passou e fazendo o registro do seu ponto de vista. Mais do
que documentar por documentar, as histórias que conhecemos hoje permaneceram na memória da
humanidade por sua relevância, por apresentarem uma narrativa coesa e que dialoga com a nossa realidade.
Nesse sentido, o storytelling surge como a prática ou técnica de apresentar uma boa história, de
maneira que tenha começo, meio e fim. A narrativa proposta deve ser uma capaz de cativar o ouvinte,
prendendo sua atenção até o final. Além disso, precisa ser memorável, permanecendo na memória por muito
tempo e de maneira significativa. Por tudo isso, storytelling é uma estratégia muito comum em campanhas de
marketing e publicidade, embora não se limite a esse campo.
Como fazer storytelling?
Diversos fatores compõem uma narrativa bem-sucedida. Em primeiro lugar, precisamos ter em mente
quem é o público que buscamos atingir para, a partir disso, selecionar a mensagem que se deseja comunicar
e a linguagem que deve ser usada. Então, podemos dividir o conceito entre a “story” – a mensagem em si – e
o “telling” – que diz respeito à estrutura da narrativa.
De nada adianta ter uma história poderosa para contar, se você não é capaz de organizar uma narrativa
impactante e capaz de mover quem ouve. Dentro da estrutura da história, é preciso ainda se atentar a
princípios básicos, que são: a mensagem, o ambiente, os personagens e o conflito.
Por mais que existam técnicas para estruturar uma história de maneira envolvente, os elementos do
storytelling devem refletir seu público para uma comunicação cativante e assertiva.
Qual é a importância do storytelling?
Quando nos comunicamos, queremos prender a atenção do público até o final para ter a certeza de que
passamos nossa mensagem de maneira efetiva. Acontece que, com a popularização dos meios de
comunicação em massa, fica cada vez mais difícil conquistar a atenção do espectador.
A dispersão é causada por esse gigante fluxo de informações, dificultando a tarefa de quem deseja
passar seu argumento, divulgar um produto ou serviço e até mesmo contar a sua própria história. A solução
para este “congestionamento” de informação vem da prosa e nos dá pistas sobre como a humanidade vem
contando sua história pelos séculos.
O que é storytelling no marketing?
A comunicação humana se dá na atribuição de significados para construir narrativas organizadas.
Assim aconteceu com a democracia ateniense, os grandes impérios, as grandes guerras e revoluções: as
histórias precisam ser contadas. Essa forma de organizar narrativas de forma envolvente, a qual atribuímos o
nome de storytelling, tem uma utilidade gigantesca dentro do marketing.
Uma marca que é capaz de associar seu produto ou serviço à uma história cativante tem muito mais
chances de se sobressair no amontoado de publicidade ao qual somos expostos o tempo todo. Além de ter
mais chances de chamar atenção, uma campanha de marketing com um bom storytelling produz memórias
capazes de aproximar a marca de seu consumidor, iniciando um relacionamento que transpassa uma simples
transação de compra e venda.
Como aplicar o storytelling no marketing?
Pense no cenário em que uma marca de sucos vai se lançar no mercado e precisa se destacar.
Em meio a um mundo de opções sem açúcar, orgânico, com polpa, sumo, néctar etc., falar das
características físicas não convence mais e nem ao menos chama atenção. Nesse cenário, vai se destacar a
marca que for capaz de apresentar seu produto junto a uma narrativa coerente, que chame atenção do
consumidor e transporte ele para dentro da experiência que aquele produto proporciona. Importante destacar
que isso vale para qualquer que seja o segmento de atuação.
E o storytelling pode ser aplicado no marketing nos mais variados formatos, o que pode incluir:
● anúncios publicitários;
● histórias em vídeo;
● publicações em redes sociais;
● textos de blog.
Os principais fatores do storytelling
Falamos bastante sobre a necessidade de chamar atenção em meio ao caos e a importância de uma
boa narrativa para deter a dispersão .Mas, afinal de contas, por onde começa o processo?
Recordando os quatro princípios do storytelling (mensagem, ambiente, personagem e conflito), o
marketing vai muitas vezes convidar o público para ser o personagem da história que está sendo contada.
O ambiente vai depender da mídia escolhida, podendo ser a televisão, o rádio, a mídia impressa ou
digital.
O conflito é o problema original, que pode fazer alguém consumir aquele produto ou serviço, mostrando
como sua ausência é um obstáculo na vida do consumidor.
A mensagem, por fim, é a uma resolução para o conflito, a compra do produto ou serviço ofertado.
Todo storytelling é uma narrativa?
Até agora, usamos as palavras storytelling e narrativa como sinônimos, mas será que eles são a mesma
coisa?
A verdade é que toda narrativa compõe um storytelling, mas o contrário nem sempre se aplica. Isso
porque o termo diz respeito às técnicas usadas para passar uma mensagem de maneira envolvente e
cativante, emprestando para isso algumas ferramentas da prosa.
Podemos classificar storytelling em três aplicações básicas:
● seu uso como história;
● seu uso como parte do conteúdo;
● seu uso como estrutura do conteúdo.
Dessas três situações, a primeira é a única que é em si uma narrativa, ou seja, parte de uma história
que possui começo, meio e fim para a transmissão de uma mensagem.
A segunda aplicação contempla pequenas inserções de uma narrativa, para exemplo ou metáfora,
dentro de um texto maior que em si não é uma narrativa – foi o que fizemos mais cedo neste artigo quando
falávamos da marca de sucos.
Por fim, é possível usar as ferramentas do storytelling dentro de um texto que não é uma narrativa, mas
usa seus elementos básicos para garantir uma estrutura capaz de prender a atenção de quem consome.
Como aplicar storytelling em apresentações
Uma ferramenta muito útil no meio corporativo, o storytelling pode impressionar apresentações no
trabalho ou faculdade.
Como vimos, a estratégia não necessariamente precisa resultar em uma narrativa, podendo ser
utilizada como um instrumento para estruturar seu texto e garantir a atenção de quem ouve.

Confira dicas abaixo e aprenda a aplicar o storytelling com sucesso em suas apresentações.
1. Identifique seu objetivo
Antes de tudo, é preciso ter muito bem delimitado o objetivo da apresentação que se está prestes a fazer.
O ideal é que sua fala leve o ouvinte do ponto A ao ponto B.
Para isso, é necessário entender qual é exatamente o destino final almejado para saber onde e como o
storytelling pode ser útil enquanto meio.
Se você pretende conscientizar sobre a preservação ambiental, por exemplo, talvez caiba uma história sobre
a escassez dos recursos para evocar emoção.
Agora, se quiser falar da inclusão de portadores de deficiência no ambiente de trabalho, a abordagem muda.
Nesse caso, será interessante trazer exemplos inspiracionais de personagens que conquistaram sua
independência por meio da inserção no mercado, por exemplo.
2. Pense no seu público
Quando falamos em como fazer storytelling, a primeira tarefa – e talvez mais importante – é conhecer bem o
público que se deseja atingir.
É preciso entender algumas de suas características base, principalmente no que tangem os hábitos de
consumo, para definir a linguagem e o tom que será utilizado.
Se você estiver falando para os seus pares, é o caso de se incluir no texto para provocar um sentimento geral
de proximidade, por exemplo.
3. Construa uma identificação
Agora que você já estudou seu público-alvo e sabe exatamente qual linguagem e tom de voz usar para se
comunicar, é preciso construir as pontes que vão levar a comunicação.
Nesse sentido, é importante que o orador gaste alguns minutos no início de sua fala para desenvolver uma
identificação com seu público, mostrando por que será relevante para eles ouvir o que tem a dizer.
Esse é um bom momento para contar algo sobre você, ou até mesmo citar um filme ou livro que o impactou e
o conecta ao assunto que será tratado a seguir.
4. Estude sua mensagem
Um ponto negativo em uma apresentação, certamente, é um orador inseguro sobre o que fala, demonstrando
incerteza em sua voz.
Para fugir dessa cilada, é preciso estudar bem o tema que será abordado, não só para a apresentação inicial,
como também para responder eventuais perguntas que possam surgir.
Tenha confiança sobre o que fala para garantir que todo seu esforço de storytelling valha a pena no fim.
5. Defina a sua história
Mesmo que a apresentação em questão não seja considerada uma narrativa, o princípio de “história” deve ser
observado com atenção.
Na hora de formular o conteúdo abordado, defina qual será a história (ou as histórias) que se pretende contar.
Revise sua apresentação, tentando identificar oportunidades e necessidades de explicar melhor este ou
aquele tema e teste opções que melhor se encaixam.
Use suas referências para pensar narrativas famosas da cultura pop, capazes de gerar uma identificação
entre você e seu público.
6. Quem será o personagem?
Outro elemento muito importante no storytelling, o personagem é aquele que vai viver a história que está
sendo apresentada.
Traga à narrativa um personagem humano, com acertos e erros em sua jornada de superação, capaz de
gerar empatia em quem ouve.
7. Edite sua mensagem
Você já estudou a sua mensagem a fundo e tem todas as informações na ponta da língua para responder às
dúvidas do público? Ótimo!
Quando sabemos muito sobre um assunto, é comum querer expor tudo, mas é preciso tomar cuidado.
Depois de preparada a apresentação, revise tudo e edite o que for necessário, retirando partes repetitivas,
desinteressantes ou supérfluas.
Isso garante fluidez à apresentação, o que é importante para reter a atenção das pessoas.
8. Alterne o tom para evitar a dispersão
Histórias muito felizes ou tristes tendem a ser entediantes justamente pela falta de contraste nas emoções.
Para evitar que o público disperse no meio da apresentação, alterne entre tons positivos e negativos,
apresentando os conflitos negativos em contraste à solução positiva.
9. Bom humor e simpatia
Lembra quando falamos sobre a necessidade de construir pontes?
Nesse sentido, o bom humor e a simpatia podem ser uma grande mão na roda para garantir uma maior
identificação entre você e o seu público.
Inserir pequenas piadas pertinentes em sua fala e interagir com o público, sempre que possível, são boas
estratégias.
10. Começo, meio e fim
Toda narrativa que se preza tem uma estrutura completa com apresentação, desenvolvimento e desfecho –
começo, meio e fim, respectivamente.
Aristóteles já fazia esta distinção da narrativa em seu conceito sobre a estrutura de três atos.
Para o filósofo grego, poderíamos dividir uma narrativa entre:
● Mundo real: o início ou apresentação dos personagens e situações.
● Aventura: o desenvolvimento que culmina no conflito.
● Resolução: o fim, que vai apresentar um desfecho para os personagens.
11. Prometa e cumpra
Quando você estiver no início da sua apresentação, aponte para a resolução que será alcançada.
Uma boa forma de prender atenção do público é “começar pelo final”, pela moral da história.
Coloque logo no início qual será resolução proposta e cumpra sua promessa ao longo da apresentação,
mostrando como alcançar a solução almejada.
12. O corpo fala
Em qualquer processo de comunicação, é preciso ter noção de que nem tudo que é dito precisa ser falado
verbalmente.
Atente-se a sua postura, expressão facial e tom de voz durante a sua apresentação, pois eles comunicam
tanto quanto a fala.
13. Recapitule o que foi dito
Durante a sua fala, rememore o que foi dito no início ou mesmo há pouco tempo.
A repetição das informações é uma forma de usar a Programação Neurolinguística (PNL) a seu favor.
Criada por psicólogos no início da década de 70, a técnica de PNL usa a comunicação corporal e verbal como
instrumento para fixar informações e incentivar comportamentos.
É como recados que você envia ao cérebro para garantir determinada ação desejada.

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