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Crítica de Gaunilon:
O monge Gaunilon é o principal opositor coetâneo do argumento ontológico ou, ao
menos, o que faz a refutação mais bem fundamentada, tal como resumida a seguir.
Primeiramente, ele apresenta uma diferenciação entre dois conceitos, em que:
pensar se refere à presença de algo no intelecto e entender à compreensão por
ciência da existência de algo na realidade. Para ele, a metáfora do pintor foi mal
utilizada por parte de Anselmo, já que entre o pensamento do pintor e a realização há
um espaço temporal e entre o pensamento na absolutez divina e sua existência real
não há um espaço do mesmo tipo. Para passar do pensar ao entender é necessário
empreender uma definição, recorrendo à semântica. E definir é aplicar ou não um
ente a um gênero/espécie. Já que não há como definir por gênero ou espécie o ser
absoluto, é impossível entender de fato, segundo o conceito do monge opositor.
Sendo assim, as críticas propostas por ele se resumem em: a) diferença entre pensar
e entender; b) necessidade de definição para entendimento e impossibilidade de
definir Deus por gênero e espécie; c) necessidade de existência do "maior" como
sendo atributo possível a qualquer ente cogitável, até mesmo uma "ilha afortunada",
como a que Gaunilon expõe imageticamente como exemplo de que entre pensamento
e entendimento não se estabelece uma relação apodítica.