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SÃO PAULO

Filho de Gal Costa afirma ter sido


coagido por Wilma Petrillo e diz
que temia por sua segurança física
e psicológica ao morar com viúva
Gabriel Costa acionou a Justiça de SP para pedir nulidade de documento assinado por ele
mesmo no qual dizia que Wilma vivia com Gal como casadas.

Por Gustavo Honório, g1 SP — São Paulo


22/02/2024 05h03 · Atualizado há um mês
Gabriel, filho de Gal Costa — Foto: Reprodução
Gabriel Costa, filho de Gal Costa, acionou a Justiça de São Paulo para requerer
a nulidade de um documento assinado por ele mesmo no qual dizia que Wilma
Petrillo, viúva da cantora, vivia com Gal como se elas fossem casadas. Na
manifestação, que agora questiona, Gabriel disse também que considerava
Wilma como mãe.

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A declaração foi determinante para que o Judiciário reconhecesse que Wilma


mantinha união estável com Gal, o que a colocou também na posição de
herdeira. (leia mais abaixo)

No entanto, segundo Gabriel, ele apenas escreveu e assinou a


carta porque teria sido coagido por Wilma. Ele disse, ainda, que
temia por sua segurança física e psicológica em razão de, à
época, morar na mesma casa que a viúva.
Gal Costa e o filho Gabriel. — Foto: Reprodução/ Instagram
O herdeiro diz que as coações começaram a partir da morte de Gal, em
novembro de 2022. De acordo com Gabriel:

· Ele foi "submetido por Wilma a ingerir medicamentos de receita controlada,


tendo ingressado em estado de tamanho abalo psicológico que teve sua
capacidade cognitiva severamente reduzida";

· Wilma lhe fazia ameaças "dizendo que deveria a ela se submeter", alegando
que a Justiça teria deferido a guarda dele a ela até os 21 anos;

· A viúva teria tentado convencer Gabriel a assinar "um documento de


confissão de dívida e que possuía direito sobre 75% dos bens [de Gal] e que,
por mera liberalidade, decidiu dividir os bens em 50% para ela e 50% para o
herdeiro";
· Wilma teria dito: “Se você não assinar [a declaração], a gente não recebe o
dinheiro e a gente vai passar fome, você não pode fazer isso comigo, não,
Gabriel”.
Gabriel aponta, ainda, que, desde a infância, não presenciou indicativos de que
sua mãe e Wilma se relacionavam como casadas, embora não descarte a
possibilidade de que ambas teriam se relacionado amorosamente antes de sua
adoção.

Ele diz que considera Wilma sua madrinha e que nutre por ela "grande estima e
consideração, apesar de ter consciência da manipulação psicológica e da
coação exercida durante os eventos ocorridos".
Esposa e filho de Gal Costa em velório da cantora na Assembleia Legislativa de São Paulo — Foto: Luiz Franco/g1
O juiz da 12ª Vara da Família e Sucessões da capital, no entanto, apontou que
Gabriel deve ingressar com ação própria e não reconheceu pedido algum
proposto no âmbito da ação de inventário.

Wilma solicitou abertura de inventário e reconhecimento de união estável pós-


morte em janeiro de 2023, dois meses depois da morte de Gal. Ela diz que
ambas conviveram por cerca de 20 anos.
O g1 procurou a defesa de Wilma Petrillo, mas não obteve retorno até a última
atualização desta reportagem.

Gal Costa e Gabriel — Foto: Reprodução


Pedido da Justiça e reconhecimento de união estável
Em 2023, quando Gabriel completou 18 anos, a Justiça de São Paulo o chamou
para que reconhecesse, ou não, a união estável entre a cantora e Wilma. À
época, a Defensoria Pública se manifestou contrária à confirmação do
relacionamento.

· A Justiça pediu para que a Defensoria Pública de São Paulo atuasse a fim de
garantir os direitos de Gabriel, com 17 anos à época;

· Wilma fez um novo pedido para a Justiça reconhecer a união estável, mas o
juiz afirmou que seria necessário um posicionamento da Defensoria;

· Em junho, a Defensoria Pública mostrou-se contrária ao pedido porque


Wilma não teria apresentado “suficiente documentação comprobatória da
alegada união estável”;

· No início de julho de 2023, Wilma reiterou os pedidos e disse que Gabriel,


em outro processo, declarou de forma expressa que, desde pequeno,
convive em harmonia com ela como se fosse sua mãe.

Após o pedido da Justiça, em agosto de 2023, Gabriel escreveu a declaração


citada no início desta reportagem. Em setembro daquele ano, o juiz, então,
reconheceu a união estável.
Morte de Gal Costa

Morre Gal Costa aos 77 anos


A cantora Gal Costa morreu aos 77 anos, em 9 novembro de 2022, em
decorrência de um infarto agudo no miocárdio, de acordo com certidão de
óbito obtida pelo g1. O documento descreve ainda como causa da morte uma
neoplasia maligna [câncer] de cabeça e pescoço.

A causa da morte de Gal não foi divulgada na época.

Pouco antes da morte, Gal havia dado uma pausa em shows, após passar por
uma cirurgia para retirar um nódulo na fossa nasal direita. A cantora morreu
em sua casa no Jardim Europa, área nobre de São Paulo, às 6h40.

Certidão de óbito de Gal Costa — Foto: Reprodução


Maria da Graça Costa Penna Burgos nasceu em 26 de setembro de 1945 em
Salvador . Ela gravou sucessos como "Baby", "Meu nome é Gal", "Chuva de
Prata", "Meu bem, meu mal", "Pérola Negra" e "Barato total". Veja discografia
completa.

Foram 57 anos de carreira, iniciada em 1965, quando a cantora apresentou


músicas inéditas de Caetano Veloso e Gilberto Gil. Ela ainda era Maria da Graça
quando lançou "Eu vim da Bahia", samba de Gil sobre a origem da cantora e do
compositor.

· Gal deixa filho único; gosto musical de Gabriel, de 17 anos, inspirou


último álbum da cantora

· ÚLTIMO SHOW: Gal Costa se apresentou no Coala Festival em


setembro; veja
Três anos depois, veio outro clássico: "Baby", de Caetano Veloso. A canção foi
feita para Maria Bethânia, mas Gal a lançou em disco e a projetou no álbum-
manifesto da Tropicália. "Divino maravilhoso" (de Gil e Caetano) foi outra da
fase tropicalista.
Os músicos João Gilberto, Caetano Veloso e Gal Costa, em agosto de 1971 — Foto: Estadão Conteúdo/Arquivo
· FOTOS: Relembre carreira e vida de Gal

· MAURO FERREIRA: Voz de Gal Costa fica eternizada como o cristal


luminoso

Ao longo dos anos 60 e 70, ela seguiu misturando estilos. Dedicou-se ao


suingue de Jorge Ben Jor com "Que pena (Ela já não gosta mais de mim)" e foi
pelo rock com "Cinema Olympia", mais uma de Caetano. "Meu nome é Gal", de
Roberto e Erasmo Carlos, serviu como carta de apresentação unindo Jovem
Guarda e Tropicália.

Bastidores dos últimos álbuns de Gal mostram como ela manteve o


espírito tropicalista até o fim; ouça no podcast g1 ouviu
Ao gravar "Pérola negra", em 1971, ajudou a revelar o então jovem compositor
Luiz Melodia (1951-2017). No mesmo ano, lançou "Vapor barato", mostrando a
força dos versos de Jards Macalé e Waly Salomão.

Ela seguiu gravando várias músicas de Gil e Caetano, mas foi incluindo no
repertório versos de outros compositores como Cazuza ("Brasil", 1998); Michael
Sullivan e Paulo Massadas ("Um dia de domingo", de 1985); e Marília Mendonça
("Cuidando de longe", 2018).
Homenagens

· CAETANO: “Maior cantora do Brasil”

· PRETA GIL: "Grande mãe, grande colo, grande inspiração"

· GIL: "Nossa irmãzinha se foi"

· BETHÂNIA: “Não imaginei falar da dor de perdê-la"


Caetano e Gil lamentam a morte de Gal Costa
Na longa carreira, Gal lançou mais de 40 álbuns entre discos de estúdio e ao
vivo. "Fa-tal", "Índia" e "Profana" foram três dos principais.

· GLOBOPLAY: Documentário 'Doces Bárbaros' registra a comemoração


dos dez anos de carreira de Gal, Caetano, Gil e Bethânia
Caetano Veloso e Gal Costa no programa 'Saudade não tem idade' — Foto: Acervo Grupo Globo
Ela estava em turnê com o show "As várias pontas de uma estrela", no qual
revisitava grandes sucessos dos anos 80 do cancioneiro popular da MPB. "Açaí",
"Nada mais", "Sorte" e "Lua de mel" eram algumas das músicas do repertório.
Bem recebido pelo público e pela crítica, esse show fez com que a agenda de
Gal ficasse agitada após a pandemia. A estreia aconteceu em São Paulo, em
outubro do ano passado.

Além de rodar o Brasil, Gal entrou na programação de vários festivais e ainda


tinha uma turnê na Europa prevista para novembro.

Ela deixa o filho Gabriel, de 17 anos, que inspirou o último álbum de inéditas.
"A pele do futuro", de 2018, foi o 40º disco da carreira. "Está vindo a geração
que salvará o planeta", disse ela ao g1, quando lançou o álbum.

O último álbum lançado foi "Nenhuma Dor", em 2021, quando Gal regravou
músicas como "Meu Bem, Meu Mal", "Juventude Transviada" e "Coração
Vagabundo", com cantores como Seu Jorge, Tim Bernardes e Criolo.
Webstories
13 vídeos
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Gal Costa
São Paulo

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