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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

HISTÓRIA DO AUDIOVISUAL

ALUNA: SARA RAMOS BUARQUE CAETANO


CURSO: RADIALISMO

DOCUMENTÁRIO SOBRE JACKSON DO PANDEIRO


Disponível ao público gratuitamente pelo YouTube, o documentário conta a
trajetória de um grande musicista e instrumentalista brasileiro do século XX, desde o
seu nascimento em 1919 até sua morte em 1982. Apesar da produção para o
documentário ter iniciado em 2003, houve várias interrupções ao longo dos anos por
falta de orçamento, e foi somente com divulgação televisiva e doações comunitárias
que o documentário pôde enfim ir ao ar em 2019 pela TV Assembleia da Paraíba.
Nascido em 31 de agosto de 1919, em Alagoa Grande, Jackson era filho de
uma cantora de coco, de onde veio uma de suas principais influências para começar
sua carreira na música aos 19 anos, quando já estava preestabelecido como tocador
de pandeiro. Cantando em diferentes lugares, sua popularidade foi crescendo em
cidades paraibanas, até começar a se lançar para outros estados em parceria com
outros cantores, mas foi quando se mudou para o Rio de Janeiro que alcançou
reconhecimento nacional. Foi somente em 1953, aos 35, que Jackson lançou seu
primeiro hit: Sebastiana.
O documentário conta com a narração inicialmente de Fernando Moura e
Antônio Vicente, ambos jornalistas responsáveis pela autoria do livro “Jackson do
pandeiro, o rei do ritmo”, que começam contando sobre a infância de Jackson no
interior. Em seguida, colegas de trabalho de Jackson aparecem como convidados a
contar suas experiências como parceiros dele: Antônio Barros, Biliu de Campina,
Genival Lacerda, Alceu Lacerda, Gilberto Gil, Jarbas Mariz, Elba e Zé Ramalho e
muitos outros. Também é dito que ele era um grande admirador de Luiz Gonzaga (e
que os dois tinham certa rixa).
Neuza Flores, a viúva de Jackson, também foi convidada a falar sobre a vida
privada do casal. Ela foi sua terceira esposa, apesar de ter metade da idade dele
quando se conheceram e se casaram. Antes dela, ele teve um casamento forçado e
recheado de conflitos, se divorciou e logo depois se casou com uma parceira do
mundo da música. Somente em 1967 conheceu Neuza, com quem ficou casado até
sua morte, em 10 de julho de 1982, aos 62 anos. Em 1981, Jackson gravou seu
último disco. Ele já vinha sofrendo com problemas de saúde há algum tempo, mas
se recusava a parar suas turnês por causa disso, e seguiu para mais um show em
Brasília. No dia seguinte ele passou mal, e foi levado ao hospital em coma,
falecendo depois de uma semana internado. Foi enterrado na sua cidade natal,
Alagoa Grande.
Nesse mesmo município, existe um memorial em seu nome com vídeos, filmes,
recortes editoriais em sua homenagem. Jackson fez também oito filmes, entre
personagens de fato e figuração, embora se tenha acesso a apenas três deles (os
outros se perderam em um incêndio). Sua contribuição para a difusão da música
nordestina pelo país é de valor inestimável, e, mais importante que conhecer sua
história, é ouvir suas músicas. Jackson é considerado um grande antropólogo da
cultura brasileira, que influenciou e continua influenciando muitos músicos hoje em
dia.

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