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JONAS DE ANDRADE “BILINGUIM” E O FORRÓ COMO MISSÃO

O forró é um ritmo musical muito popular no Brasil e que nasceu no Nordeste, por volta dos anos
1930. A nomenclatura foi registrada fonologicamente no ano de 1937, na música “Forró na roça”, de
Manuel Queirós e Xerém, pela gravadora RCA Victor.

Depois disso, o ritmo passou a se popularizar ainda mais, até se tornar um estilo musical
nacionalmente conhecido. O nome é proveniente do termo forrobodó, que tem o significado de festa, farra
ou arrasta-pé.

O forró surgiu em 1930, no nordeste brasileiro e se tornou popular em meados dos anos 1950.
Esse estilo musical surgiu por criatividade do poeta, compositor e cantor Luiz Gonzaga, que nasceu em
1912 e faleceu em 1989. O artista apresentava o forró por meio de três instrumentos: sanfona, zabumba e
triângulo.

O estilo musical tornou-se ainda mais conhecido por consequência de diversos fatores, entre eles a
apresentação das músicas nas rádios, o despertar das gravadoras referente ao novo modelo musical e a
migração dos nordestinos para o sudeste do país, principalmente entre os anos 1960 e 1970.

A nomenclatura forró foi sugerida pelo folclorista e historiador Câmara Cascudo. Isso se deu devido
ao termo ser uma derivação variante galego-portuguesa do vocabulário antigo “forbodó”.

O forró é um ritmo musical nordestino com diferentes estilos. Esse gênero de musicalidade teve
grandes representantes, entre eles Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Jackson do Pandeiro e Sivuca.

Esses artistas alegraram o povo nordestino e de outras regiões brasileiras por meio de diferentes gêneros
musicais provenientes do forró, dentre eles:

 baião;

 xote,

 xaxado;

 rojão;

 arrasta-pé.

Entre os gêneros de forró destacados, três estão totalmente ligados aos primeiros ritmos que surgiram
nas cidades nordestinas.

Baião

O ritmo baião faz parte do contexto musical do povo das regiões Nordeste e Norte do Brasil e vem
acompanhado de muita dança. Tornou-se popular na década de 1940 por intermédio das músicas de Luiz
Gonzaga e de Humberto Teixeira, chamado “o doutor do baião”.

Os instrumentos musicais usados para tocar o ritmo são a sanfona, o acordeom, a viola caipira, a
flauta doce e o triângulo. O baião, na maioria das vezes, reflete a vida difícil do povo nordestino. O estilo
se originou por meio de modas de viola, samba, conga, e danças indígenas.

Com certeza você conhece esse estilo, já que entre os maiores sucessos musicais estão: Asa
branca, Mulher-rendeira, Baião de dois e outras canções.

Xote

O xote é um balanço musical que se iniciou por meio de uma dança de salão portuguesa. Por mais
que o forró seja um ritmo brasileiro, também houve muita mistura antes para dar origem a outros ritmos.

Teve interferência também da Alemanha, que originalmente foi nomeado como "schottisch''. O
estilo foi introduzido no Brasil em 1851. No início, era festejado apenas pelos aristocratas, mas logo se
tornou conhecido entre os escravos, que deram novas coreografias adaptadas aos seus gingados.

Depois disso, o xote se adaptou a outros estilos, como o forró nordestino e também as
musicalidades da região Sul, dando surgimento ao xote gaúcho. Pode ser percebido nas cadências da
América Latina, entre eles a rumba, mambo e a salsa, que por sinal são muito dançadas em vários
estados brasileiros. O xote é tocado por viola ou rabecas, acompanhados de triângulo e pandeiro.

Xaxado

O xaxado é um ritmo musical, mas também uma dança típica do Nordeste brasileiro. O estilo está
na essência de costumes sertanejos, originados das regiões de Moxotó e Pagéu, localizadas no interior de
Pernambuco e com fortes características advindas dos indígenas.

A palavra xaxado provém da sonorização “xa-xa-xa”, causada pelo arrastar das sandálias no chão
— o famoso arrasta pé das danças — mas também é o som da enxada manuseada pelo agricultor no
plantio e cuidados das lavouras.

Entre os maiores cultores do forró e seus etilos está o cantor e compositor milagrense Jonas de
Andrade que nas décadas de 1970 e 1980 fez sucesso em todo o Brasil com o Trio Nortista. Jonas de
Andrade, mais conhecido como Bilinguim foi um dos artistas mais importantes do nosso país e seu
falecimento foi uma grande perda para a arte brasileira.

Em 30 de março de 1995, há vinte e oito anos, morria João Pereira de Andrade, ou Jonas de
Andrade, ou ainda Bilinguim, artista popular, criador, vocalista e líder do Trio Nortista. O grupo alcançou
fama e espaço na midia nordestina com o tradicional forró de pé de serra.

João Pereira de Andrade, Jonas de Andrade do Trio Nortista, nasceu em 29 de Dezembro de 1941, no Sítio
Junco, município de Milagres, Ceará. Faleceu na cidade de Crato, Ceará, em 30 de Março de 1995.
Aí em São Paulo moram dois filhos do Jonas que também são músicos e tocavam com o Jonas: Gandula e
Paulo. E aqui no Crato moram duas filhas do Jonas: Alice e Adriana.

Conta a história que no final dos anos 50, Jonas de Andrade fundou o Trio Graúnas do Cariri, mas em 1966,
quando viajou a São Paulo e encontrou personalidades como Dominguinhos e Luiz Gonzaga, o Rei do Baião
sugeriu a mudança do nome para Trio Nortista.

Ao longo de décadas de carreira, o grupo lançou músicas que até hoje são lembradas como ‘A Velha
Debaixo da Cama’ (autoria de Bilinguim), ‘Tô Apaixonado Por Você’, ‘Testamento de Matuto’, ‘Desemenda’,
‘Chevette da Menina’, entre outras. Alguns ganharam, inclusive, regravações de outros artistas como Genival
Lacerda.

Após o LP de 1984, o Trio Nortista passou dez anos sem gravar, e quando voltou lançou o disco ‘Doutor,
Cadê o Trem?’, cujo sucessos foram a canção que leva o nome do LP e ‘De Volta a Minha Terra’
(homenagem a Milagres).

Em agosto de 1994, Bilinguim fez uma apresentação no palco da festa de Milagres e, menos de um ano
depois, faleceu. Seu corpo foi velado na Câmara Municipal de Milagres e depois encaminhado a cidade do
Crato, aonde residia, e foi sepultado, atendendo pedido de familiares.

Hoje, apesar do grande legado e de ter cantado e levado o nome de Milagres para os diversos recantos do
país, raras foram as homenagens a ele dirigidas. Em Milagres, sua terra natal, por exemplo, pelo mesmo
que eu tenha conhecimento, nem mesmo uma rua da cidade recebe seu nome.

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