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De: DraLove@DraLove.advice
Para: NaFriendzone@DraLove.advice
CARO FRIENDZONE,
Sua missão, se você optar por aceitá-la, é canalizar a bravura
que sua melhor amiga teve quando ela o beijou naquela época.
Ela se permitiu, embora provavelmente mais aterrorizada do
que você agora, e simplesmente foi em frente.
É hora de você fazer o mesmo. Idealmente, antes que um
cara que NÃO seja um perdedor a reivindique.
Vá pegá-la, cowboy!
Dra. Love
ENCONTRO 1
Taylor
Weston
Taylor
Weston
Taylor
De: DraLove@DraLove.advice
Para: Taylor556@DraLove.advice
CARA TEMEROSA,
Você tem razão! Se eu ganhasse um dólar por cada
mensagem que recebo sobre estar secretamente apaixonada por
um amigo, estaria vivendo em uma ilha em algum lugar,
tomando uma margarita.
Uma razão pela qual isso é tão comum é que o amor
duradouro pode nascer da amizade. Na verdade, os melhores
relacionamentos românticos, os que realmente duram, são
entre pessoas que têm uma amizade profunda, seja ela que veio
primeiro ou se construiu com o tempo.
Você quer uma rede de segurança? Faça a si mesma algumas
perguntas. Elas podem revelar como seu amigo está se sentindo.
Ele te trata diferente? Ele faz coisas especiais para você? Ele
se lembra do seu pedido de bebida, seu aniversário, seus hábitos
diários?
Ele olha outras mulheres quando você está por perto? Ele
parece ciumento se outros caras prestam atenção em você?
Às vezes as pessoas escondem seus sentimentos muito bem.
Mas geralmente elas vazam, de uma forma ou de outra.
Procure os sinais. Então pergunte a si mesma se vale a pena
arriscar sua amizade para contar a ele, ou se é muito arriscado
NÃO contar.
Dra. Love
Taylor
Weston
1
Em inglês significa “gatinha”.
mesa. Limpando a boca com as costas da mão enrugada, ela se
aproxima. Eu luto contra o desejo de colocar o rabo no meio
das pernas e correr.
Eu sei que ela é minha avó, a mãe do meu pai. Meu sangue.
Mas ela é, na melhor das hipóteses, intimidante e, pior,
aterrorizante.
— O que é? Uma pegadinha? Sequestro? Um pouco de
traição leve? Eu quero participar. Essas festas são sempre chatas.
O cheiro de álcool e, inexplicavelmente, algo como algodão
doce flutuam dela para mim. Ela deve me ver cheirando,
porque ela diz:
— Vodca de chantilly. Melhor invenção do século XXI.
Agora, você vai me dizer o que você está fazendo?
Um dedo pousa no meu peito, e eu juro, a coisa é como uma
garra. Eu peso minhas opções. Eu poderia deixar minha avó,
que odeia Taylor, saber sobre meu plano desesperado de
confessar meus sentimentos. Ou posso me recusar a contar a ela
e potencialmente ter minha alma roubada, desmontada e
vendida por partes.
— Tem certeza que quer ajudar? É... sobre amor. — Limpo
a garganta, como se estivesse esperando os resultados dos
exames no consultório médico, quando tenho certeza de que já
estou com a garganta inflamada.
— O amor é… — Ela faz uma pausa, lambendo os lábios
secos enquanto seus olhos continuam a brilhar para mim como
se estivessem iluminados por dentro.
Minha mente tenta preencher o espaço em branco. Você
nunca sabe com a vovó.
O amor é…
Estúpido.
Para maricas.
Vil.
— O amor é a única coisa pelo qual vale a pena fazer algo
nesta vida — diz ela.
Percebo que o brilho em seus olhos são lágrimas e não o
bruxulear de tochas acesas do submundo. A vovó está...
emocionada?
Eu mal me lembro do meu avô, além de saber que ele era o
homem mais gentil e doce do planeta. Se o Halloween é o
feriado que eu associo à vovó, o Natal teria sido a dele. Ele era
como um grande e alegre Papai Noel. Talvez ele suavizava suas
expressões? Não consigo me lembrar da vovó de outra forma
além disso.
Vovó funga, e eu me pego puxando-a para um abraço. Não
consigo me lembrar da última vez que passei meus braços ao
redor dela. Ela não gosta de carinho.
— O que é isto? — Ela se afasta de mim, e um de seus
cotovelos ossudos quase perfura meu baço.
— Um abraço, vovó.
— Sem abraços! Agora, conte-me sobre esse enredo de
amor. Depois que você me der mais vodka.
Eu pego sua caneca, sem saber se devo alimentar a fera, por
assim dizer. Antes que eu possa ir até o bar improvisado na
cozinha, vovó levanta a mão.
— Espere! Quem é a mulher de sorte?
Ah rapaz.
— É Taylor — eu me recuso a deixar minha voz vacilar ou
meus olhos se desviarem dos dela. — Sempre foi Taylor.
Seu nariz levanta.
— Aquela vadiazinha da rua com o cabelo escuro e corpo
assassino?
Eu sufoco uma risada que soa mais como a tosse de um
fumante.
— A própria.
O rosto da vovó se contrai e seus olhos se estreitam.
— Eu sempre gostei dela.
Eu a encaro incrédula.
— A última vez que você veio na véspera de Natal, você a
chamou de comunista.
Vovó dá de ombros.
— Seu ponto? Acontece que eu gosto de comunistas.
Ok, então. Hora de pegar um refil para a vovó.
Acho que, no geral, minhas chances de isso funcionar
caíram consideravelmente, mas, novamente, elas já foram tão
altas para começar?
Taylor
Taylor