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Tiago Azevedo Marques da Costa

SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

Universidade Fernando Pessoa

Faculdade Ciências da Saúde

Porto, 2016
Tiago Azevedo Marques da Costa

SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

Universidade Fernando Pessoa

Faculdade Ciências da Saúde

Porto, 2016
Tiago Azevedo Marques da Costa

SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

Trabalho apresentado à Universidade Fernando Pessoa como

parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em

Medicina Dentária.

_____________________________________________________

(Tiago Costa)
"O valor das coisas não está no tempo que elas duram,
mas na intensidade com que acontecem.
Por isso existem momentos inesquecíveis,
coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis."

Fernando Pessoa
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

Resumo

Tiago Azevedo Marques da Costa

SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDOODNTIA

(sob orientação do Prof. Dr. Duarte Guimarães)

Introdução: i i i- i
i i i i i i j i
i i O sucesso deste tipo de tratamento
diretamente rel i i i i -se os processos
de limpeza e de desinfeção do canal radicular (CR) com o auxílio de instrumentos e
soluções irrigadoras.

Objetivo: O presente trabalho tem como objetivo as soluções irrigadoras em


Endodontia, tendo em conta a classificação das soluções, as mais utilizadas na
Endodontia e a realização da desinfeção mais adequada no tratamento endodôntico.

Materiais e Métodos: Com o intuito de efetuar com sucesso esta revisão bibliográfica
que nos propomos, sobre soluções irrigadoras em Endodontia, foi realizada uma
pesquisa bibliográfica por dois métodos, o manual e o on-line. A pesquisa manual foi
efetuada na Biblioteca da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Fernando
Pessoa. A pesquisa on-line foi realizada através dos motores de busca como
Medline/PubMed, B-on, Elseivier, repositório Institucional da Universidade Fernando
Pessoa.

Conclusões: Não há nenhuma solução irrigante que apresente todas as funções


desejáveis. Por conseguinte, a irrigação ideal é baseada no uso combinado de duas ou
várias soluções, numa sequência específica, de forma a obter uma irrigação segura e
eficaz. Porém, para os Endodontistas, o hipoclorito de sódio (NaOCl), é o irrigante de
eleição devido às suas excelentes propriedades.

vi
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

Abstract

Tiago Azevedo Marques da Costa

IRRIGATION SOLUTIONS IN ENDODONTICS

(sob orientação do Prof. Dr. Duarte Guimarães)

Introduction: Endodontic treatment (ET) can be defined as a common procedure, used


by oral medicine specialists to treat infections in the teeth's root pulp. In order for this
type of treatment to be successful, infections need to be controlled. To achieve this, the
root canal (RC) needs to be cleaned and disinfected with the help of irrigating
instruments and solutions.

Objective: The aim of this paper is to introduce irrigating solutions in Endodontics,


according to their classification, the most used in Endodontics and which is the most
adequate disinfection process in endodontic treatment.

Materials and Methods: In order to successfully complete this bibliographic review


about irrigating solutions in Endodontics, we conducted a bibliographic research using
two methods: manual and online research. Manual research was conducted at the library
of the Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Fernando Pessoa (Faculty of
Health Sciences of the Fernando Pessoa University). Online research was conducted by
using search engines such as Medline/PubMed, B-on, Elseivier and the institutional
repository of Universidade Fernando Pessoa (Fernando Pessoa University).

Conclusions: There isn't one single irrigating solution which covers all the desirable
functions. Because of this, ideal irrigation is achieved by combining two or several
solutions in a specific sequence, in order to have a safe and efective irrigation.
However, Endodontists usually prefer the irrigant sodium hypochlorite (NaOCl)
because of its excellent properties.

vii
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

Dedicatória

Dedico este trabalho final às pessoas mais importantes da minha vida, pelo que me
ensinaram e transmitiram. Pelo apoio incondicional e incessante pelo que sou.

A i ó i x i i “A i h ”
onde estiveres, existe sempre uma estrela em minha direção.

Aos meus amigos.

viii
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

Agradecimentos

Este pequeno espaço, mas de enorme importância para mim, é dedicado àqueles que
deram a sua contribuição para que esta Tese fosse realizada. A todos eles deixo aqui o
meu agradecimento muito, muito sincero.

Aos meus pais, à “galinha” Virginia e o “duro” Marco, pela forma como me incutiram
a alegria de viver, fazer sempre tudo o melhor possível e a confiança necessária para
realizar os meus sonhos, para além do modo como me aturaram, como sempre me
apoiaram e acompanharam ao longo desta árdua e custosa caminhada. Sempre que
necessário souberam aconselhar e criticar, como sempre e em tudo na vida. Pelas
alegrias, momentos felizes, desânimos, angústias e essencialmente pela compreensão.

À minha namorada Helena pela força que me deu, tantos nos bons como nos maus
momentos, além de namorada, uma verdadeira amiga para o qual eu posso sempre
contar.

Ao meu orientador, Professor Doutor Duarte Guimarães, pelo apoio e orientação


disponibilizados na realização deste trabalho, conselhos e sugestões, além das palavras
de ânimo que imprimia sempre que achava necessário, permitindo que contribuísse para
o meu desenvolvimento pessoal.

OBRIGADO!

ix
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

Índice Geral

Pág.
Í i Fig ………………………………………………………………… … xiii
Índice de Quadros………………………………………………………………… … x
Lista de Abreviaturas Sí ……… ………………………………………… ..xvi

I- Introdução……………………………………………………………………………1

II- Desenvolvimento…………………………………………………………………… 3

Fundamentação Teórica

1- Materiais e Métodos da Revisão Bibliográfi ……………………………………… 3

2- Solução irrigadora………………………………… ......................4


2.1- Conceito..........................................................................................................4

3- Classificação das soluções irrigadoras..........................................................................6


3.1- Compostos halogenados.................................................................................6
3.2- Agentes quelantes...........................................................................................7
3.3- Ácidos.............................................................................................................7
3.4- Peróxidos........................................................................................................7
3.5- Associações e/ou misturas..............................................................................7
3.6- Outras soluções...............................................................................................9

4- Smear layer..................................................................................................................10

5- Soluções irrigadoras mais utilizadas na Endodontia...................................................13


5.1- Hipoclorito de Sódio.....................................................................................14
5.2- Clorexidina...................................................................................................16
5.3- Ácido Etilenodiaminotetracético (EDTA)....................................................18
5.4- Ácido Cítrico................................................................................................20
5.5- Álcool...........................................................................................................21

x
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

6- Novos irrigantes em Endodontia.................................................................................22


6.1- Mistura de tetraciclica, ácido e detergente (MTAD)....................................22
6.2- Hydroxietilideno bifosfonato (HEBP)..........................................................22
6.3- Vinagre de maçã...........................................................................................23

7- Desinfeção em Endodontia..........................................................................................24

7.1- Ação manual.................................................................................................26


7.1.1-Seringas de irrigação com agulha/cânulas......................................26
7.1.2- Agulhas utilizadas no TE...............................................................27
7.1.3- Escovilhões intrarradiculares.........................................................27
7.1.4- Ativação manual dinâmica............................................................28
7.2- Ação mecânica..............................................................................................28
7.2.1- Sistema Sónico (EndoActivador®)................................................28
7.2.2- Irrigação ultrassónica passiva (PUI)..............................................29
7.2.3- Irrigação Hidrodinâmina (EndoVac®)...........................................31

8- Permeabilidade dentinária...........................................................................................33

V- Conclusão…………………………………………………………………… .34

VI- Referências Bibliográficas………………………………… …………….............36

xi
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

Índice de Figuras

Figura 1- Classificação dos irrigantes endodônticos. Adaptado de (Kandaswamy &


Venkateshbabu, 2010).......................................................................................................6

Figura 2- Imagem microscópica eletrónica de varredura da superfície da dentina


mostrando a obstrução dos túbulos dentinários. Adaptado de (Violich & Chandler,
2010)................................................................................................................................11

Figura 3- Duas categorias de irrigantes endodonticos. Adaptado de (Iqbal, 2012).......14

Figura 4- Fórmula estrutural da CHX. Adaptado de (Gomes et al., 2013)....................17

Figura 5- Fórmula química do EDTA. Adaptado de (Hülsmann et al., 2003)...............18

Figura 6- Imagem microscópica da parede do canal radicular instrumentado, após


remoção da smear layer, utilizando soluções de NaOCl e EDTA. Adaptado de
(Haapasalo et al., 2010)...................................................................................................20

Figura 7- Classificação atual dos diferentes métodos de ativação de soluções irrigantes.


Adaptado de (Gu et al.. 2009).........................................................................................24

Figura 8- Classificação atual dos diferentes métodos de ativação de soluções irrigantes.


Adaptado de (Gu et al.. 2009).........................................................................................25

Figura 9- Seringas de plástico utilizadas durante o TE. Adaptado de (Haapasalo et al,


2010)................................................................................................................................26

Figura 10- Diferentes designs de agulhas para irrigação no TE. Adaptado de


(Haapasalo et al, 2010)....................................................................................................27

Figura 11- A) EndoActivator® com ponta incorporada; B) ponta em movimento sónico.


Adaptado de (Pinto, 2015, cit. in Haapsalo et al., 2010).................................................28

xii
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

Figura 12- Efeito de cavitação gerado por uma lima ativada por PUI. Adaptado de
(Pinto, 2015, cit. in Haapsalo et al., 2010)......................................................................30

Figura 13- Canal radicular após a limpeza e a modelagem: A) irrigação convencional;


B) irrigação com ativação ultrassônica passiva. Adaptado de (Silva & Oliveira,
2014)................................................................................................................................31

Figura 14- Sistema EndoVac®. Utiliza pressão apical negativa para levar o irrigante até
à porção apical do canal e depois aspira-o através de outra cânula. Adaptado de
(Haapsalo et al., 2010).....................................................................................................32

xiii
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

Índice de Quadros

Quadro 1- Quadro o das soluções de NaOCl nas suas diferentes concentrações.


Adaptado de (Borin et al., 2007).....................................................................................15

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SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

Lista de Abreviaturas e Símbolos

&- e

TE- Tratamento Endodôntico;

CR- canais radiculares;

SCR- Sistema de canais radiculares;

NaOCl- Hipoclorito de sódio;

H2O2- Peróxido de hidrogénio;

CHX- clorhexidina;

EDTA- Ácido Etilenodiaminotetracético;

MTAD- Mistura de tetraciclica, ácido e detergente;

EDTAC- Detergente catiônico + EDTA;

MEV- Microscópio Eletrónico de Varredura;

HEBP- Hydroxietilideno bifosfonato;

PUI- irrigação ultrassónica passiva;

EndoVac- Sistemas de irrigação hidrodinâmica;

PAN- Pressão Apical Negativa;

CT- comprimento de trabalho;

xv
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

I- Introdução

A E i áreas i i i gi
par, a fisiologia e as patologia i
j i i i nos tecidos
periapicais (Soares & Goldberg, 2011).

O canal radiclar (CR), tem na sua porção í i i o pular e de


dentina. Deste i i
i A i ii - i i o
i ig í i et al., 2011).

A forma do canal é conseguida através de instrumentos manuais e rotatórios, sob


irrigação constante, para remover o tecido inflamado e necrosado, microorganismos e
outros detritos do espaço pulpar (Haapasalo, 2010).

i (TE) pode definir-se como um procedimento comum, usado


pelos profissionais da Medicina D i j i i
radicular do dente (Langeland cit. in Assis 2011).

Ao longo de todo o tratamento do sistema de canais radiculares (SCR), utilizam-se


s i í i xi i i i ig jetivo de se
obter um sucesso na desinfe i i i (CR)
importância salientar, i ig ii
i i i Gomes et al., 2013).

Atualmente, a limpeza e desinfeção do canal radicular são alcançadas com o auxílio de


instrumentos e soluções irrigadoras. Entretanto, a obtenção de um canal radicular
totalmente livre de impurezas e restos orgânicos ou inorgânicos trata-se de uma utopia
(McComb & Smith, 1975).

i ig j i ideal para a E i
i i i i i í

1
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

tecidulares, facilitar a instrumentação, e apresentar biocompatibilidade com os tecidos


adjacentes (Pretel et al., 2011).

O sucesso do TE i acionado com o controlo da infe A i


indica que a instrumentação i i
i i i i i g i inorgânicos dos
CR i ig enham um papel importante,
completando assim, os pr i i intracanalar (Machtou, 1980).

S i i ig -se como uma das


fases mais importantes i i (Soares & César, 2001).

Existem várias soluções químicas usadas no tratamento de canais, porém o hipoclorito


de sódio i i i ii
terapia (Zehnder, 2006).

2
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

II- Desenvolvimento

Fundamentação Teórica

1- Materiais e Métodos da Revisão Bibliográfica

Com o intuito de realizar com sucesso a revisão bibliográfica a que me propus sobre
soluções irrigadoras em Endodontia, procedi a uma pesquisa nas bases de dados digitais
Medline/PubMed, B-on, Elseivier. Foi ainda realizada, nas bibliotecas da Universidade
Fernando Pessoa, pesquisas por livros, revistas científicas, monografias, que fossem ao
encontro do tema do trabalho.

Palavras-chave: “sodium hypoclorite”, “irrigants”, “endodontic treatment”, “NaOCl


accidents”, “ irrigants endodontics”, “irrigation techniques”, “chlorhexidine”,
“MTA”, desinfection endodontics”, “smear layer”.

O período de pesquisa decorreu durante os meses de Novembro de 2015 a Fevereiro de


2016, dando principal relevância a artigos publicados nos últimos 5 anos. Contudo,
devido à tipologia do tema da pesquisa foi, necessário alargar o campo de investigação a
artigos menos recentes.

Os critérios de inclusão foram os artigos publicados em português, português do Brasil,


inglês e espanhol que abordassem temas e pesquisas dentro das soluções irrigadoras em
Endodontia, o mais recente quanto possível. Os textos trabalhados foram publicados
entre os anos de 1951 a 2015. Assim obteve-se um total de 51 artigos selecionados. As
restantes referências bibliográficas correspondem a 6 livros, e 10 teses de mestrado.

3
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

2- Solução irrigadora

2.1- Conceito

O uso de soluções irrigadoras auxiliares da instrumentação dos canais radiculares não


constitui novidade na Endodontia, e desde o século XIX a busca por uma solução
irrigadora ideal é motivo de pesquisas por estudiosos de todo o mundo (Silva, 2012).

A i ig i TE i i i
i ógi A i i - i ii i
i i g i i g i i ógi i
na capacidade antimicrobian i ig i i ii
i i ig limpar, desinfectar e lubrificar o canal (Hargreaves &
Cohen, 2011) (Soares & Goldber 2011).

Segundo Castelluci (2005), a solução irrigadora ideal deveria possuir as seguintes


cara í i
- Germicida e fungicida eficaz;
- Não possuir o efeito tóxico aos tecidos periapicais;
- Manter-se estável em solução;
- Possuir efeito antimicrobiano prolongado;
- Manter-se ativo na presença de fluidos tais como, sangue, plasma e proteínas
provenientes dos tecidos;
- Ter baixa tensão superficial;
- Não prejudicar a reparação tecidular;
- Não colorar a estrutura dentária;
- Ser possível de inativar num meio de cultura;
- Não induzir resposta imune às células mediadoras;
- Conseguir remover completamente a smear layer presente na dentina e nos
túbulos i i
- Não i g i e não provocar resposta antigénica nos tecidos
circundantes ao dente;
- Não causar efeitos adversos nas propriedades físicas da dentina exposta;

4
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

- Não prejudicar a capacidade de selamento dos materiais obturadores;


- Ter fácil aplicação;
- Custo relativamente baixo.

A escolha de uma solução irrigadora utilizada no TE não é aleatória. Esta deve estar
relacionada com o caso em questão, para se obter melhor resultado quanto à limpeza e
desinfecção. Para isso, o profissional, deve possuir um conhecimento das propriedades
químicas das soluções irrigantes de forma a selecioná-la e utilizá-la da melhor maneira
possível, em cada caso em particular (El Karim et al., 2007).

Existem inúmeras substâncias, que atualmente, se utilizam como irrigantes em


Endodontia. Estas já foram descobertas há muitos anos atrás, mas ainda não com o
intuito de hoje. Mas foi desde a sua descoberta, que podemos utilizá-las agora, no nosso
dia-a-dia, na prática da Medicina Dentária, com um objectivo definido. Estas são:
- óxi hi g i (H2O2);
- soluções g ió i
- NaOCl;
- i óxi i
- clorhexidina (CHX)
- Ácido Etilenodiaminotetracético (EDTA);
-i i
-
- MTAD e Tetraclean (misturas de Doxiciclina + ácido cítrico g
i evolução, algumas delas deixaram de ser utilizadas
(Hargreaves & Cohen, 2011) (Soares & Goldberg, 2001).

É claro que o facto de se falar muito nas soluções irrigadoras na endodontia, não
pretende minimizar a importância das outras fases do tratamento endodôntico. A
verdade é que a obturação dos canais radiculares não pode ser conseguida sem que os
mesmos tenham sido preparados adequadamente para receber o material obturador
(Silva, 2012).

5
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

3- Classificação das soluções irrigadoras

Os irrigantes mais utilizados durante o TE i i i


são h g g i e óxi i
e i et al., 2010).

Irrigantes endodônticos

Agentes Químicos Agentes naturais

Figura 1- Classificação dos irrigantes endodônticos. Adaptado de (Kandaswamy &


Venkateshbabu, 2010).

3.1- Compostos halogenados

Estes compostos são a CHX e o NaOCl. Dentro do NaOCl pode ser encontrado em uma
série de produtos contendo concentrações variáveis:
- Líquido de Dakin: solução de NaOCl a 0,5% neutralizada por ácido bórico;
- Líquido de Dausfrene: solução de NaOCl a 0,5% neutralizada por bicarbonato
de sódio;
- Solução de Milton: solução de NaOCl a 1% estabilizada por 16% de cloreto de
sódio;
- Licor de Labarraque: solução de NaOCl a 2,5%;
- Soda clorada: solução de NaOCl de concentração variável entre 4 e 6%;
- Água sanitária: soluções de NaOCl a 2-2,5% (Lopes & Júnior., 2004).

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SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

3.2- Agentes quelantes

- PH forte ex. EDTA;

- PH fraco ex. Salvizol.

Segundo Östby em 1957, os endodontistas usavam na instrumentação de canais


atresiados, ácidos fortes corrosivos e altamente concentrados.

3.3- Ácidos

- Ácido cítrico - Pécora (1985) observou que o ácido cítrico a 10% promovia o aumento
da permeabilidade dentinária, porém menor que as soluções halogenadas e EDTA.

3.4- Peróxidos

- H2O2 – é um potente agente oxidante. É utilizado em Endodontia há muito tempo, pois


libera oxigénio nascente. No passado, Callahan (cit in. Gutmann & Lovdhal 2012)
preconizava essa solução como irrigante final dos CR.

- Peróxido de ureia – segundo Blechman & Cohen (1951) é proposto como solução
auxiliar da instrumentação de CR.

3.5- Associação e/ou misturas

- Detergente aniónico + NaOCl:


Esta associação reduz a tensão superficial e promove o aumento da
permeabilidade dentinária.

- Detergente aniónico + nitrofurazona:


Estes dois tipos de aniónicos são biologicamente compatíveis, e produzem o
mesmo efeito.
- Detergente aniónico + Hidróxido de cálcio:

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SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

Esta solução irrigante, apresenta pH alcalino, tensão superficial baixa, que


favorece o contacto do hidróxido de cálcio com as paredes dos CR. Esta mistura não
pode guardada em recipiente de vidro, devido ao seu pH, por isso, deve ser armazenada
em embalagem de plástica.

- Detergente aniónico + EDTA:


A solução de EDTA deve ser realizada a partir de uma solução de tergentol que
facilita a acção do EDTA, pois melhora a sua capacidade humectante.

- NaOCl alternado com H2O2:


A mistura dessas duas soluções no interior do CR produz uma reação
efervescente e exotérmica, com a libertação de oxigénio nascente.

- NaOCl + ácido cítrico:


Durante o contacto dessas soluções, ocorre um efeito de efervescência.

- Detergente catiónico + EDTA = EDTAC:


A associação de EDTA, associada ao composto de amónio quartenario,
denominado Cetavlon (brometo de cetil trimetil amónio), é conhecida como EDTAC.
Fairbanks, pesquisou a acção das associações (EDTAC, EDTA-T e EDTA), sobre a
microdureza do CR, concluíram que todas essas associações, têm efeito redutor sobre a
microdureza da dentina, porém a associação de EDTAC é a mais efectiva.

- Peróxido de ureia + EDTA + Carbowax (RC-PREP) neutralizado com NaOCla 5%:


A reação química do peróxido de ureia com o NaOCl, produz uma reação de
efervescência. Quando se adiciona o EDTA proporciona a esta associação a ação
quelante sobre o cálcio das paredes dos CR.

- Peróxido de uréia + Tween 80 + Carbowax neutralizado com a solução de Dakin


(Stewart et al., 1969) (Paiva & Antoniazzi, 1973) (Löel, 1975).

8
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

3.6- Outras soluções

- Água destilada;
- Soro Fisiológico;
- Solução de Hidróxido de Cálcio a 0,14% et al., 2010).

9
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

4- Smear layer

O termo Smear layer, foi designado pela primeira vez, por Boyde et al., (cit in. Bonetti
2008). Mas foi McCom & Smith (cit in. Bonetti 2008), que observaram a Smear layer
endodôntica, como uma massa presente nas paredes dos canais radiculares, aquando a
instrumentação dos canais.

A smear layer do canal radicular é inteiramente iatrogénica, ou seja, é causada pelo


próprio profissional, formando-se após os procedimentos endodônticos intracanalares e
cobre todas as paredes pelas quais passaram os instrumentos usados no interior do canal
(Silva, 2012).

A composição exata da Smear layer ainda não foi determinada. Esta apresenta-se como
uma camada fina e irregular de partículas dentinárias, fragmentos odontoblásticos,
bactérias, microorganismos, células sanguíneas e tecido calcificado, que aderem à raiz e
às paredes do canal. Embora haja alguma controvérsia sobre a conveniência de manter a
Smear layer em Medicina Dentária adesiva, em Endodontia, a sua remoção é
considerada como sendo vantajosa e altamente desejável (Prabhu et al., 2003).

A camada de Smear layer, só foi verificada graças à utilização do Microscópio


Eletrónico de Varredura (MEV), pois o preparo do dente para observação em
microscopia de luz, normalmente descalcifica as estruturas mineralizadas e,
consequentemente, também esta mesma camada. Esta camada possui uma aparência
granular irregular, com partícu 5 15 μ A
camada é da ordem de 1 a 5 μ (Araújo et al., 1998).

10
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

Figura 2- Imagem microscópica eletrónica de varredura da superfície da dentina


mostrando a obstrução dos túbulos dentinários. Adaptado de (Violich & Chandler,
2010).

Segundo Pashley (cit in Araújo et al., 1998) há dois pontos de vista extremos a respeito
da Smear layer:

1. Tem o efeito de protetor cavitário natural, que fecharia os túbulos dentinários e


reduziria a permeabilidade dentinária, com mais eficiência do que qualquer
verniz comercializado;
2. No outro extremo, interferiria na adaptação ou adesão dos materiais dentários na
dentina e também serviria como depósito de microorganismos, causando injúria
pulpar.

As vantagens e desvantagens, de remover ou não esta camada, apresentou-se como um


assunto controverso na literatura. Embora não haja unanimidade, segundo vários
autores, as principais justificativas para remover a Smear layer são:
 Medicamentos intracanalares agem de forma mais eficaz sobre bactérias alojadas
em túbulos dentinários quando ela não está presente, pois têm a sua penetração
facilitada;
 No tratamento de canais com polpa necrosada e infetada, a Smear layer
normalmente contém bactérias e os seus produtos no seu interior, funcionam

11
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

como um reservatório de irritantes. Se não for removida, cria-se um potencial


para o fracasso da terapia endodôntica a longo prazo;
 Interposta entre o material obturador e as paredes do canal, a smear layer pode
funcionar como uma via para percolação de fluídos tecidulares. Esta
microinfiltração pode ocorrer na interface existente entre esta camada e o
material obturador e, inclusive, por dentro desta camada, devido à presença de
microcanais (Silva, 2012).

De acordo com alguns autores, a remoção desta camada é importante para a Endodontia,
e para o sucesso do tratamento. A sua remoção é obtida, utilizando soluções químicas
durante preparo do canal, como o EDTA, individualmente, e a combinação soluções
(EDTA e NaOCl), ultra-som, e ácidos orgânicos. Mais recentemente, há o uso do laser
(Dechichi & Moura, 2006).

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SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

5- Soluções irrigadoras mais utilizadas na Endodontia

Atualmente, nenhuma sol i ig i ó i gi j i i


mencionados, como sendo uma solução irrigadora ideal, sendo proposto o uso
concomitante, combinado ou sequencial de duas ou mais soluções. NaOCl e CHX são
dois dos agentes antibacterianos mais utilizados como soluções irrigadoras
intracanalares (Alkahtani et al., 2014).

É desejável que a irrigação do canal remova a Smear layer, decorrente do preparo


mecânico, promova desinfeção satisfatória e aumente a permeabilidade dentinária,
permitindo, assim, maior difusão dos medicamentos intracanalares e melhor adaptação
do cimento obturador (Silva, 2012).

Não há nenhuma solução irrigante que apresente todas as funções desejáveis. Por
conseguinte, irrigação ideal é baseada no uso combinado de duas ou várias soluções,
numa sequência específica, para obter os objetivos de uma irrigação segura e eficaz
(Rossi-Fedele et al., 2012).

í i ii i ig CR são:
- Remoção de partículas e humedecimento de paredes;
- Destruição de microrganismos;
- Dissolução de tecidos orgânicos;
-A i i smear layer;
- i i i í i i i
(Gutmann & Lovdhal, 2012).

13
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

1 i i i i ig i g i i ig
bac i i i ig i i i i

Irrigantes não bactericidas: Não tem ação antibacteriana

 Soro fisiológico;

 Anestésicos locais;
Não reduzem o grau bacteriano
 Água destilada.

Eliminam, destruindo as bactérias

Irrigantes bactericidas ou
bacteriostáticos

Impedem o crescimento bacteriano

Figura 3- Duas categorias de irrigantes endodonticos. Adaptado de Iqbal, 2012).

5.1- H

A utilização deste irrigante, iniciou-se no final do século XVIII, em 1792, quando foi
produzido pela primeira vez por Percy, em Javel, cidade próxima à Paris e recebeu o
nome de Eau de Javel ou água de Javel. Esta solução, a primeira vez que foi utilizada,
recebeu o nome de água de Javele, constituindo-se de uma mistura de NaOCl e potássio
(Zehnder, 2006).

A solução irrigante do NaOCl é representada pela seguinte equação:


NaOCl + H2O <-> NaOH + HOCl <-> Na+ + OH- + H+ + OCl- (Estrela et al., 2002).

i ig i ii i x g i i
comboa capacidade de limpeza, capaz de dissolver a i g i i
ne ó ico, polpa vital e biofilmes, i óxi m
i Bergenholtz et al., 2010).

14
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

Esta solução, apresenta alguns aspectos negativos tais como: um forte odor a cloro,
tor - i óxi i j i i i i xi
gi h i i i -se na
pre Garg & Garg, 2007).

Deve-se ter cuidado para não se injetar o NaOCl com muita pressão ou muito próximo
ao forâmen apical para que não ocorra extravasamento deste para o periápice,
principalmente em pré-molares e molares superiores, a fim de impedir que parte desta
solução irrigante, entre em contacto com o seio maxilar causando danos, muitas vezes,
irreversíveis (Becking, 1991).

Existem diferentes concentrações de NaOCl. Assim, este composto halogenado, é


encontrado nas seguintes formulações:

Denominação Características

Líquido de Dakin Solução de NaOCl a 0,5% neutralizada


por ácido bórico

Líquido de Dausfrene Solução de NaOCl a 0,5% neutralizada


por bicarbonato de sódio

Solução de Milton Solução de NaOCl a 1,0% estabilizada por


cloreto de sódio (16%)

Licor de Labarraque Solução de NaOCl a 2,5%

Soda Clorada Solução de NaOCl de concentração


variável entre 4 e 6%

Água Sanitária Soluções de NaOCl a 2-2,5%

Quadro 1- Quadro o das soluções de NaOCl nas suas diferentes concentrações.


Adaptado de (Borin et al., 2007).

15
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

A biocompatibilidade das soluções de NaOCl está inversamente relacionada com sua


concentração, ou seja, quanto menor a concentração tanto maior a biocompatibilidade
do NaOCl (Estrela et al., 2002). Soluções com baixas concentrações, como o NaOCl a
1%, apresentam um aceitável comportamento biológico, além de possuírem atividade
antimicrobiana frente a microrganismos resistentes (Kalfas et al., 2001).

Segundo Lui et al. (2007), o NaOCl é considerado a melhor solução irrigadora, mas este
não consegue dissolver partículas inorgânicas e prevenir a formação da smear layer
durante a instrumentação dos CR.

Embora as causas que mais predisponham um dente à fratura sejam a perda da estrutura
dentária por cáries e preparos de cavidades de acesso, a literatura tem demonstrado que
o uso do NaOCl, durante o TE, pode ser responsável por uma modificação na rigidez do
dente. A dissolução do tecido pulpar acaba por ajudar na limpeza endodôntica pela
transformação de substâncias insolúveis (tecido pulpar e restos necróticos) em
substâncias solúveis como os sabões, cloraminas e sais de aminoácidos passíveis de
serem aspirados e, consequentemente, pelo estabelecimento de uma tendência maior à
fratura (Pascon et al., 2009) (Estrela et al., 2002).

O armazenamento deste composto, deve ser em frasco de vidro ao abrigo da luz e do


calor, pois a luminosidade e o calor podem interferir na perda do teor de cloro. Assim
sendo, aconselha-se que as soluções de NaOCl sejam adquiridas dentro do prazo de
validade e o mais próximo possível da data de fabricação (Borin et al., 2007).

5.2- Clorhexidina

A CHX foi desenvolvida nos anos 40 pela Indústria Química Imperial na Inglaterra e
introduzida no mercado em 1954 como um anti-séptico para ferimentos na pele. Esta
substância foi utilizada inicialmente na Odontologia para desinfecção pré-cirúrgica e na
Endodontia (Addy & Moran, 1997).

Segundo Lopes & Júnior (2004) esta substância vem sendo utilizada na Endodontia
como solução irrigadora e medicação intracanalar devido à sua atividade antibacteriana

16
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

de amplo espectro, baixa citotoxicidade e por apresentar substantividade. i


i i ii i i g i g
NaOCl (Naenni et al., 2004).

Esta solução na sua fórmula estrutural apresenta dois anéis clorofenólicos nas
extremidades, ligados a um grupo biguanida de cada lado, conectados por uma cadeia
central de hexametileno.

Figura 4- Fórmula estrutural da CHX. Adaptado de (Gomes et al., 2013).

Segundo Naenni et al. (2004) a CHX pode ser utilizada como solução de escolha para
irrigação dos CR apenas quando o único requisito é a atividade antimicrobiana, pois
esta, não apresenta capacidade para dissolver tecido pulpar. Mesmo apresentando esta
desvantagem a CHX consolidou-se como material promissor para a desinfecção dos
canais radiculares. Esta solução irrigante quanto à sua açao antimicrbiana atua
principalmente contra o Enterococcus faecalis e Cândida albicans. (Gomes et al.,
2013).

As concentrações de CHX normalmente utilizadas variam entre 0,12% e 2,0%. Nestas


mesmas concentrações, apresenta um nível de toxicidade tecidular e sistémico muito
baixo. A CHX a 2,0% tem sido empregada como irrigante subgengival sem apresentar
toxicidade aos tecidos gengivais (Löel, 1973, cit. in Delgado 2007).

Esta solução irrigadora, em baixas concentrações é bacteriostática, enquanto que em


concentrações mais elevadas é bactericida. O efeito bacteriostático é manifestado pela
saída de substâncias de baixo peso molecular, como potássio e fósforo (Delgado, 2007).

A CHX tem como apresentação duas fórmulas, a líquida e o gel. Segundo Ferraz et al.
(2001), a CHX líquida é igual ou superior ao gel quando o contacto directo é utilizado
como metodologia. Em contrapartida, a CHX gel facilita a instrumentação, lubrificando

17
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

o canal radicular, o que diminui o atrito entre a parede e os instrumentos no interior do


mesmo. Outra vantagem do gel relativamente ao líquido, é a diminuição da formação da
Smear layer.

A CHX é a solução irrigadora de eleição quando há relato, por parte do paciente, de


alergia ao NaOCl. Está indicada no tratamento de dentes com polpa necrosada associada
à rizogénese incompleta, onde se pode observar grande risco de extravasamento apical
da solução química (Zehnder, 2006).

Comparativamente com o NaOCl, a solução de CHX pode ser vantajosa por causar
efeitos mínimos nas propriedades mecânicas da dentina (Ari et al., 2004).

5.3- Ácido Etilenodiaminotetracético (EDTA)

A introdução do EDTA na Medicina Dentária deve-se ao trabalho de Nikiforuk &


Sreebny (1953), que utilizaram o sal dissódico deste ácido como agente descalcificante
de tecidos mineralizados em preparos histológicos. É representado pela seguinte
fórmula química:

Figura 5- Fórmula química do EDTA. Adaptado de (Hülsmann et al., 2003).

O EDTA pertence ao grupo dos agentes quelantes. Estas são substâncias que fixam os
iões metálicos dos complexos moleculares. Os quelantes devido à sua propriedade de
limpeza, podem destacar o biofilme bacteriano que fica aderido às paredes dos CR
(Câmara et al., 2010).

Östby (1957), conseguiu demonstrar o uso clínico deste quelante, publicando assim, um
trabalho de grande impacto onde o EDTA era usado para ampliar canais atresiados. Esta
solução é menos irritante aos tecidos perirradiculares, não promove corrosão dos
instrumentos e tem ação rápida e autolimitante.

18
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

g i i roposto como irrigante devido à sua


capaci i i i i ii
i i i o de tecido
orgânico (Garg & Garg, 2007).

O efeito antimicrobiano de soluções de EDTA é limitado. Contudo, alguns autores,


defendem que o TE de dentes infetados nos quais houve o uso combinado de uma
solução de EDTA com a de NaOCl a 5%, observou-se atividade antibacteriana mais
eficaz do que quando se usava apenas a solução de NaOCl (Byström cit in Câmara et
al., 2010).

De acordo com Hülsman (2003), o uso alternado de EDTA a 17% e NaOCl a 1%


promove a remoção da Smear layer. O EDTA quela a porção calcificada e expõe o
colágeno, o NaOCl atua removendo o material orgânico, inclusive o colagénio da matriz
e possui atividade antimicrobiana.

A utilização de soluções de EDTA combinadas com soluções de NaOCl, é recomendada


para a remoção da Smear layer, durante o preparo biomecânico de CR infetados
(Marending et al., 2007).

19
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

Figura 6- Imagem microscópica da parede do canal radicular instrumentado, após


remoção da Smear layer, utilizando soluções de NaOCl e EDTA. Adaptado de
(Haapasalo et al, 2010).

Segundo Salleh & Ettman (1999) observaram que a remoção da Smear layer com
EDTA diminui a dureza da dentina, porém, eles concluíram que esta alteração não está
relacionada com a ocorrência de fraturas da estrutura dentária.

5.4-

O ácido cítrico é um sal orgânico, que à temperatura ambiente é bastante solúvel em


água. Este atua sobre os tecidos mineralizados do dente, promovendo assim, a sua
desmineralização. Desta forma, pode ser utilizado na remoção da smear layer, após o
preparo biomecânico no CR (Câmara et al., 2010).

i ig
Smear layer i h i i ig
A i í i r misturados com a CHX. Se misturado com
o NaOCl i i gi i i
i - i i i g eaves & Cohen, 2011).

20
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

Segundo Seperandio et al. (2008), a biocompatibilidade do ácido cítrico na polpa e nos


tecidos periapicais, induz uma resposta inflamatória que varia de intensidade e
profundidade, dependendo do método utilizado.

5.5-

F i i i i i i
an i i i i i de remover tecidos necrosados.
í i NaOCl para desinfect g - h íi
com o objectivo de eliminar os cristais do NaOCl, pois estes cristais formados poderiam
interferir na obtu g & Cohen 2011).

íi i i i i i
canal, j i i i i
i i x i ento obturador
(Hargreaves & Cohen 2011).

21
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

6- Novos irrigantes em Endodontia

As soluções ácidas irrigantes têm sido recomendadas para finalidades endodônticas


desde 1957. Está-se há procura de soluções capazes de desinfetar a dentina, removendo
a camada de Smear layer, abrindo os túbulos dentinários e permitindo que os agentes
antibacterianos penetrem no interior do sistema dos CR.

6.1- Mistura de tetraciclina, ácido e detergente (MTAD)

Torabinejad et al. (2003) apresentaram o MTAD como sendo uma mistura de um


isómero de tetraciclina (doxiciclina), um ácido (ácido cítrico), e o detergente (Tween-
80), com bons resultados.

O MTAD tem sido apontado, para a utilização de irrigante final, com o objetivo de
remover a camada de Smear layer dos canais radiculares, e não alterar
significativamente a estrutura dos túbulos dentinários, quando usado como um irrigante
final, em conjunto com o NaOCl, nos CR (Torabinejad et al., 2003).

Singla et al. (2011) relataram que o MTAD possui uma menor tensão superficial,
quando comparada com o EDTA, tendo, portanto, uma maior intimidade de contacto
com as paredes dentinárias.

6.2- Hydroxietilideno bifosfonato (HEBP)

Girard et al. em 2005, introduziram o HEBP.

Este irrigante foi proposto como uma possível alternativa ao EDTA ou ao ácido cítrico
por não ter reatividade a curto prazo com o NaOCl. O HEBP não é tóxico e tem sido
sistematicamente aplicado no tratamento de doenças ósseas (Zehnder, 2006).

22
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

6.3- Vinagre de maçã

O vinagre de maçã foi desenvolvido com a finalidade de se obter uma substância


irrigadora bastante comum, biodegradável e de baixo custo, com a capacidade de
remoção da Smear layer dos CR (Spano et al., 2009).

Estrela et al. (2002) revelaram que quando associado ao EDTA sua capacidade de
remoção da smear layer aumenta.

23
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

7- Desinfeção em Endodontia

A irrigação convencional é a mais utilizada, porém é importante que esse processo seja
combinado com uma irrigação adequada, para completar o processo de limpeza, e
desinfeção do SCR principalmente nas áreas inacessíveis à instrumentação (Zart et al.,
2014).

Mesmo após o preparo do CR utilizando irrigantes em abundância, ainda há a


permanência de bactérias no interior do CR. Devido a esta condição, faz com que se
procure um método de irrigação que potencialize a ação dos agentes antimicrobianos,
como é o caso do ultrassom (Silva, 2011).

Figura 7- Anastomose entre dois canais que se juntam preenchida por detritos e smear
layer após instrumentação. Adaptada de Haapsalo et al. (2010).

Quando o CR é moldado, a limpeza pode ser complementada por técnicas de agitação


da solução irrigadora, como irrigação passiva ultrassónica, irrigação sónica ou irrigação
final com seringa. Na seguinte imagem (imagem 8), apresenta-se a classificação dos
diferentes métodos de ativação de soluções (Gu et al., 2009).

24
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

Seringa de irrigação com agulha/cânulas

Manual Escovilhões intrarradiculares

Ativação Manual Dinâmica

Técnicas e aparelhos para


activação de soluções

Escovilhões rotatórios intrarradiculares

Irrigação contínua com instrumentação

Mecânica Sónica

Irrigação Ultrassónica Passiva

Irrigação Hidrodinâmica

Figura 8- Classificação atual dos diferentes métodos de ativação de soluções irrigantes.


Adaptado de (Gu et al.. 2009).

25
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

7.1- Ação manual

7.1.1- Seringas de irrigação com agulha/cânulas

Na Endodntia, quando se realiza o TE, durante o processo de irrigação do CR, o


material mais utilizado para o efectuar, são as seringas de plástico. Estas variam entre 1
e 20ml. As seringas apresentam diferentes volumes, sendo que a de maior volume
apresenta a vantagem de diminuir o tempo de trabalho. Porém apresentam desvantagens
de dificultarem o controlo de pressão e de poder ocorrer um acidente. Deste modo, para
que acidentes sejam minimizados, é recomendado o uso de seringas de 1 a 5ml, com um
design Luer-Lok devido às reacções químicas entre as diferentes soluções irrigadoras.
Cada irrigante deve ter seringas individualizadas (Haapasalo et al, 2010).

Figura 9- Seringas de plástico utilizadas durante o TE. Adaptado de (Haapasalo et al,


2010).

26
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

7.1.2- Agulhas utilizadas no TE

Dentro das agulhas que o Endodontista utiliza na irrigação do CR, existem vários
calibres, são estes, 25G, 27G, 30G e 31G. Aquelas que se utilizam com mais
regularidade são as de 30G, porém as mais recomendadas são as de 27G e as de 30G.
As agulhas apresentam formas diferentes, de modo a que tenham uma maior segurança,
levando assim a uma irrigação mais eficaz. As agulhas utilizadas neste tipo de
tratamento, apresentam a saída lateral da solução irrigadora de forma a minimizar o
risco de extravasamento do irrigante (Haapasalo et al, 2010).

Figura 10- Diferentes designs de agulhas para irrigação no TE. Adaptado de


(Haapasalo et al, 2010).

7.1.3- Escovilhões intrarradiculares

Estes funcionam como agulhas de irrigação, semelhantes às Navitip convencionais, mas


recobertas com cerdas. Quando utilizadas num movimento de vai e vem no interior do

27
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

CR potenciam o desbridamento mecânico e aumentam a sua ação química devido à


agitação da solução que promove (Pinto, 2015, cit. in Al-Hadlaq et al., 2006).

7.1.4- Ativação manual dinâmica

A ativação manual dinâmica é um protocolo simples que consiste na agitação do cone


de gutta-percha principal no interior do canal radicular, com movimentos de vai e vem
com amplitude de 1 mm e de cerca de 100 movimentos por minuto. Este tipo de
ativação apresenta menor capacidade de remoção de detritos e Smear layer da superfície
dentinária, quando comparado com escovilhões intrarradiculares e irrigação ultrassónica
passiva (PUI) (Gu et al., 2009).

7.2- Ação mecânica

7.2.1- Sistema Sónico (EndoActivador®)

Segundo Pinto (2015), o sistema sónico baseia-se num sistema que usa vibração de
baixa frequência, mas de alta amplitude. Neste tipo de sistema, a ponta ativada entra
deliberadamente em contacto com as paredes do canal pelo que o efeito cavitário é
reduzido. De acordo com Pinto (cit. in van der Sluis et al. 2007) leva a que a ativação
sónica seja menos eficaz na dissolução de tecido pulpar e na remoção da Smear layer da
parede dentinária quando comparado com a PUI.

Figura 11- A) EndoActivator® com ponta incorporada; B) ponta em movimento sónico.


Adaptado de (Pinto, 2015, cit. in Haapsalo et al., 2010).

28
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

7.2.2- Irrigação ultrassónica passiva (PUI)

As pesquisas iniciais sobre aplicação do ultrassom em Medicina Dentária iniciaram-se por


volta de 1950. Richman, em 1957, publicou o primeiro trabalho sobre o ultrassom como
auxiliar na instrumentação e limpeza do CR (Silva, 2012).

O ultrassom, é descrito como uma vibração ou uma onda acústica da mesma natureza
que o som, mas com uma frequência maior, que a maior frequência perceptível ao
ouvido humano (aproximadamente 20000 Hz) (Serrão, 2014).

Gu et al. (2009) descreve dois métodos através dos quais se pode utilizar o PUI. Deste
modo, pode existir uma transmissão contínua de irrigante através da peça de mão do
ultrassom ou uma transmissão intermitente através de uma seringa.

Na técnica de transmissão intermitente, o irrigante é injetado no CR e restituído várias


vezes depois de cada ciclo de ativação ultrassónico. A quantidade de irrigante pode ser
controlada devido à profundidade de penetração da seringa e o volume de irrigante
administrado é conhecido. Com a técnica de transmissão contínua de irrigante, isto não
acontece, porém, ao que se refere na remoção de detritos da dentina, ambas as técnicas
são efectivas. (Gu et al., 2009).

A PUI tem sido utilizada como um método eficiente na remoção de sujidades e detritos
dentinários (Zart et al., 2014).

A irrigação ultrassónica do CR pode ser realizada com ou sem instrumentação


ultrassónica simultânea. A PUI pode ser realizada com uma pequena lima endodôntica,
oscilando livremente no interior do CR para induzir um poderoso microstreaming
acústico. Para se potenciar a ativação da solução, a lima não deve estar em contacto com as
paredes radiculares, já que um instrumento oscilante a trabalhar livre no interior do canal
apresenta maior efeito sobre a solução irrigante do que um instrumento que esteja preso nas
paredes do canal. Este tipo de irrigação, comparativamente com o método tradicional de
seringa, elimina mais tecidos orgânicos, bactérias planctónicas e detritos de dentina do
CR (Pinto, 2015).

29
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

Figura 12- Efeito de cavitação gerado por uma lima ativada por PUI. Adaptado de
(Pinto, 2015, cit. in Haapsalo et al., 2010).

Para a remoção do hidróxido de cálcio Ca(OH)2, é essencial escolher uma técnica


eficiente, capaz de remover a maior quantidade possível da medicação. Para que isso se
verifique, é necessário existir uma instrumentação manual, combinada com uma
irrigação adequada para completar o processo de limpeza, principalmente nas áreas
inacessíveis à instrumentação. A medicação intracanalar deve ser removida na
totalidade do canal, antes da obturação, para um bom selamento hermético (Zart et al.,
2014)

30
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

A B

Figura 13- Canal radicular após a limpeza e a modelagem: A) irrigação convencional; B)


irrigação com ativação ultrassônica passiva. Adaptado de (Silva & Oliveira, 2014).

De acordo com Gu et al. (2009), as vantagens do PUI em relação a outros métodos são:
 Remoção de tecido pulpar e detritos dentinários;
 Remoção da Smear layer (apenas quando em associação com 3% NaOCl);
 Remoção de bactérias.

7.2.3- Irrigação Hidrodinâmica (EndoVac®)

O sistema de irrigação através da pressão apical negativa, foi desenvolvido com o


intuito de irrigar e remover detritos do ápice sem forçar a solução irrigante pela área
periapical (Pawar et al., 2012).

Sistemas de irrigação hidrodinâmica (EndoVac®) ou de pressão apical negativa (PAN)


são constituídos por uma mangueira que liga os componentes de aspirados a vácuo,
inclui uma peça de mão que liga uma macro cânula, e uma peça de dedo onde se liga
uma micro-cânula que permitem a circulação e a constante renovação da solução
irrigante no CR devido à diferença de pressão gerada (Pinto, 2015).

31
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

Figura 14- Sistema EndoVac®. Utiliza pressão apical negativa para levar o irrigante até
à porção apical do canal e depois aspira-o através de outra cânula. Adaptado de
(Haapsalo et al., 2010).

O EndoVac® apresenta algumas vantagens como:


 Habilidade de transportar o irrigante de forma segura no comprimento de
trabalho (CT) pretendido;
 Evitar acidentes com NaOCl face à ausência de extrusão;
 Maior quantidade de irrigante;
 Proporciona um fluído constante dentro do canal (Serrão, 2014).

Segundo Desai e Van Himel (2009), realizaram um estudo in vitro onde avaliaram a
capacidade de promover o extravasamento das soluções irrigantes para o espaço
periapical. O estudo compara o EndoActivator®, Endovac®, activação manual dinâmica
e a PUI. Os autores concluíram que o EndoVac® não permite a extrusão da solução, o
EndoActivator® apesar de permitir passagem mínima, esta não tem valor
estatisticamente significativo, enquanto a ativação manual dinâmica e a PUI permitem
uma maior extrusão.

32
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

8- Permeabilidade dentinária

O estudo da permeabilidade dentinária despertou interesse aos Endodontistas, uma vez


que os canalículos podem alojar microorganismos, em consequência da infeção pulpar.
A desinfecção desses canalículos constitui uma das fases do TE e, para isso, deve
receber direta ou indiretamente a ação de um agente desinfetante. (Shovelton cit in
Roldi et al., 2009).

A permeabilidade da dentina é essencial para a fisiologia e para os padrões de reação do


órgão dentino-pulpar. Nutrientes e impulsos são transportados a partir da polpa por
meio dos processos odontoblásticos e o conteúdo dos seus túbulos mantém a vitalidade
da dentina (Mjör, 2009).

A permeabilidade do tecido pode ser afectada pelo facto de alguns dentes possuírem
túbulos dentinários abertos como nos dentes recém erupcionados, e em outras situações,
por terem túbulos que são parcialmente ou completamente obturados ou obstruídas por
depósitos mineralizados. O tamanho das partículas também é reconhecido como
importante para a demonstração da permeabilidade da dentina, bem como qualquer
interação química entre a dentina e o agente penetrante. (Mjör, 2009).

O efeito do NaOCl sobre a permeabilidade dentinária foi estudado por vários autores
que concluíram que este irrigante promove o aumento da permeabilidade dentinária
(Aun & Paiva, 1982) (Marshall et al., 1960) (Pascon et al., 2006).

33
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

V- Conclusões

O comprimento e o diâmetro do canal radicular assim como o volume e a concentração


das soluções irrigadoras empregadas influem na eficácia do processo de irrigação.

Embora fatores não-microbianos endógenos ou exógenos possam estar envolvidos em


casos de insucesso endodôntico, microorganismos e os seus produtos são os principais
responsáveis pelo fracasso da terapia. Na maioria das vezes, uma infeção persistente do
canal radicular é resultante de um preparo químico-mecânico e de uma medicação
intracanalar inadequados.

Agentes desmineralizantes como o EDTA são recomendados como coadjuvantes no TE


do sistema de canais radiculares.

A Smear layer é produzida na superfície dos canais radiculares instrumentados. A


influência dessa camada no sucesso dos TE ainda não foi determinada, embora existam
vários métodos e agentes propostos para sua remoção.

A remoção da Smear layer depende da natureza química do agente de irrigação, do


volume e do método de irrigação utilizados, sendo o mais adequado o EDTA a 17%.

Diferentes concentrações de soluções de NaOCl são empregadas durante o preparo


biomecânico, por Endodontistas e clínicos gerais que praticam a Endodontia, não
existindo, no entanto, uma unanimidade na escolha até ao momento.

Estudos revelam que quando uma solução de NaOCl apresenta teor de cloro abaixo de
0,3%, ela não é efectiva contra alguns microorganismos, como Candida albicans e
Estreptococus faecalis.

O NaOCl, devido às suas excelentes propriedades, destaca-se entre as diferentes


substâncias irrigadoras. Esse fato fica claro a partir do momento em que os profissionais
da Medicina Dentária do mundo inteiro utilizam-no como primeira opção para irrigação
do SCR.

34
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

O ácido cítrico é um ácido orgânico biológico que vem sendo utilizado na Endodontia
como coadjuvante na terapia endodôntica, periodontal e restauradora.

Não há nenhuma solução irrigante que apresente todas as funções desejáveis. Por
conseguinte, a irrigação ideal é baseada no uso combinado de duas ou várias soluções,
numa sequência específica, com os objetivos de se obter uma irrigação segura e eficaz.

A PUI combinada com à técnica convencional demonstra ser mais eficiente na remoção
de medicação intracanal do que a associação da irrigação manual com a técnica
convencional.

O sistema de ativação que deixa os canais mais limpos com túbulos dentinários abertos
é o PUI.

A permeabilidade dentinária conseguida através da utilização de substâncias químicas é


fator fundamental para favorecer a acção das medicações intracanalares, aumentando
assim, o sucesso do TE.

35
SOLUÇÕES IRRIGADORAS EM ENDODONTIA

VI- Bibliografia

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