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CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA – DQMC


HISTÓRIA DA CIÊNCIA - Prof. Moisés Lara

Aluna: Ana Maria Henning Codeço Data: 31/10/2022

História da Ciência – Ciência Chinesa

Astronomia:

Para os chineses o céu era afetado pelo comportamento de seus governantes e sua
administração, vendo assim o cosmo como um organismo. Visão esta que possibilitou a
construção de observatórios astronômicos e assim os registros de fenômenos celestes.

A visão ocidental sobre a astronomia chinesa, não era das mais favoráveis, como pode
ser observado pelos relatos de Matteo Ricci, que a descrevia como pobre em
conhecimento e inferior a ocidental, isso devido ao fato que utilizavam de métodos
diferentes. Porém hoje em dia, o mesmo método utilizado pelos chineses, foi adotado de
forma universal.
A confecção de um calendário, era uma das grandes preocupações da astronomia
chinesa. Criaram assim, um calendário lunar, e um mais utilizado calendário solar, que
demarcava as estações do ano. Ao redor do ano de 1400 a.C., já tinham alguma noção de
que esse ano solar teria duração de 365,25 dias e que a lunação teria 29 dias e meio.
Os detalhes nos seus registros, permitem ver que identificaram fenômenos como
eclipses, aparições de cometas e manchas no sol, que nunca teriam sidas notadas no
ocidente, pois corpos celestes eram considerados perfeitos. Contudo, não se foram feitos
tantos registros em governos populares, já que esses eventos poderiam ser vistos como
advertências de um mal governo.
Quanto ao mapeamento celeste, o povo chinês também foi pioneiro na compilação de
catálogos sistemáticos de estrelas, por volta do século IV antes de Cristo, também foram
os responsáveis a desenvolver os esquemas das constelações, este por meio de traços e
pontos.
No que diz sobre os instrumentos utilizados para realizar as medições, permitindo
realizar suas anotações, eram de grande uso o gnômon e a esfera armilar, materiais já
utilizados por outras nações, assim também como o relógio d’água que foi aperfeiçoado
pelos chineses.

Ciências terrestres:
Quando falamos sobre ciências, a geografia é uma das mais antigas delas, e os chineses
desde o início do seu desenvolvimento, já a utilizavam com critério científico. Na
produção de mapas por exemplo, durante a dinastia de Han, foram desenvolvidos mapas
utilizando de sistema de grades com ângulos retos para especificar pontos importantes em
cada mapa, introduzidos por Cheng Hang. Enquanto no Ocidente os mapas tinham
influências de ideias religiosas, o que os deixava inverosímeis. Outro fato interessante é
que no reinado Sung, os mapas chineses foram construídos em pedra com relevo em
madeira.
Como já eram um povo hábito ao registro de fenômenos, tinham o costume também
de registrar as temperaturas, não por uma escala termométrica, até porque não existia
uma, mas sim por indicações como "verão muito quente” e “inverno muito frio”, também
como indicações se teve neve, granito, vento, quantidade de vento e entre outros.
No século IV a.C. o ciclo da água era compreendido, no século II a.C. já teria sido
inventado uma espécie de medidor de umidade, o higrômetro, e antes mesmo do século I
a.C. teriam começado os registros das marés, com o povo chinês sendo os primeiros na
compilação sistemática da relação entre o mar e a Lua.
Pelo que aparenta, na China que começou a entender um fóssil, como matéria orgânica
inicialmente trabalhando com pinheiros fossilizados no século III e posteriormente
trabalhando com fosseis animais. Apresentaram assim uma ampla classificação de
espécies, mesmo que errassem algumas categorizações.
A mineralogia era outra área de grande interesse chinês, estes já reconheceram que a
formação dos minerais é devido a lentos processos ocorridos na crosta terrestre. E estes
começaram a ser classificados por meio de sua cor, aparência, dureza e até mesmo gosto.
Conseguiram verificar a capacidade de fusão dos minerais.
Os chineses também mantiveram registros dos terremotos que ocorriam no território,
e construíram um sismógrafo “primitivo”, onde um pêndulo de peso elevado, não
conseguia ser afetado por distúrbios superficiais, mas sim respondendo aos ruídos dos
terremotos.
Física:
Os chineses não tiveram muito interesse em elaborar uma teoria atômica, em vez disso
seu foco ficou voltado no entendimento de Yin e Yang, e o crescimento e diminuição
dessas forças, acredita-se que tem relação com o movimento cíclico ondulatório, visto
que seu raciocínio é muito parecido.
Desde onde se sabe, sempre possuíram um sistema métrico, possuindo grande domínio
quanto a estática. Entendiam fenômenos na parte de óptica, como o funcionamento de
espelhos côncavos, e chegam a fazer estudos sobre o assunto mais precisos que os gregos,
mesmo que não usando para fins práticos.
Na parte de acústica, a afinação dos seus instrumentos tendia a perfeição, visto que
conseguia uma boa regulação, pois já haviam classificado os timbres, alturas e escalas
musicais.
Por fim, no que diz respeito ao magnetismo, já tinham grande conhecimento do
assunto. Sendo de suma importância para o ramo, com a criação da bússola-magnética, a
descoberta de técnicas para magnetizar o ferro com ferrita e o entendimento que os polos
nortes e sul magnéticos são diferentes dos polos norte e sul geográficos.

Química:
A química científica como conhecemos, só começou a ser trabalhada no ocidente, e
isso a partir do século VII, contudo é certo que ao longo do tempo os chineses adquiriram
enorme conhecimento da química prática, sendo de grande ganho para química chinesa
primitiva.
Os taoístas por exemplo, em busca da imortalidade física, descobriram diversas
técnicas para a preservação dos corpos muito eficazes, estas com sulfeto de mercúrio e
sarcófagos selados. Os religiosos assim estavam em sintonia com a alquimia indiana e a
de Alexandria.
Dentre os equipamentos utilizados para as reações o de grande destaque foi o
alambique, forno que conseguia trabalhar com reações que necessitavam de isolamento
térmico ou volumétrico.
Classificaram substâncias usando como referência a teoria dos cinco elementos, e
tinham procedimentos muito precisos, isso com ajuda de técnicas de extração
desenvolvidas. Esta preocupação com a precisão contribui diretamente para o nascimento
da química moderna.

Biologia e ciência agrícola:


Com um território muito extenso, possuíam uma fauna muito diversa. Do convívio e
domesticação dessa fauna, escreveram várias enciclopédias sobre animais. Contudo entre
a vasta diversidade de bichos no território, o povo chinês tinha a sua preferência: os
insetos. Tinha interesse no bicho da seda por exemplo, por produzir corante e cera, e na
abelha e seu mel. Além de que faziam rinha de insetos.
Na botânica, seus conhecimentos da fauna foram muito além dos estudos europeus.
Isso se deve a diversos fatores, por primeiro a língua que era facilitadora, pois utilizavam
o próprio chinês, ao contrário do europeu que uso o latim.
Outro fator é o aprofundamento dos conhecimentos do solo e manufatura de produtos
agrícolas, que pretendiam evitar ou minimizar a fome de sua população.
Por fim tinham grande dedicação aos jardins, de modo que ele era construído visando
obter qualquer planta desejada. Utilizavam assim fertilizantes e métodos de rotação de
culturas. Deste modo obtiveram muitas flores populares.

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