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1º BIMESTRE
1º EM REG ______
NOME: __________________________________________________________________
PROFESSOR (A) __________________________________________________________
Ementa: Abordagens que envolvem Ciência e Tecnologia atreladas a questões sociocientíficas de forma
interdisciplinar e investigativa, com aprofundamento na área da Ciências da Natureza e suas Tecnologias, são
ferramentas indispensáveis no cenário escolar, pois emergem da necessidade de abrir discussões e criar contextos
argumentativos para apropriação do conteúdo no processo de aprendizagem.
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS - INTRODUÇÃO
Traçar as exatas origens da ciência moderna se tornou possível através de muitos importantes textos que
sobreviveram desde o mundo clássico. Entretanto, a palavra cientista é relativamente recente — inventada
por William Whewell no século XIX. Anteriormente, as pessoas investigando a natureza chamavam-se a si
mesmas de filósofos naturais.
Muitas civilizações antigas coletavam informações astronômicas de maneira sistemática através da simples
observação. Apesar deles não terem um conhecimento de verdadeira estrutura física dos planetas e
estrelas, muitas explicações teóricas foram propostas. Fatos básicos sobre fisiologia humana já eram de
conhecimento em alguns lugares, e a alquimia era praticada por várias civilizações. Observações
consideráveis sobre flora e fauna macrobióticas também foram realizadas.
Desde o seu início na Suméria (no atual Iraque) por volta de 3500 a.C., as pessoas da Mesopotâmia
começaram a tentar gravar algumas observações do mundo com dados numéricos bem pensados. Mas
suas observações e medições eram feitas por propósito em vez de de ser pelas leis da ciência. Uma
instância concreta do Teorema de Pitágoras foi gravada no século XVIII a.C.: a tábua de argila dos
mesopotâmios Plimpton 322 estava gravada com vários números de trios pitagóricos (3,4,5) (5,12,13) …,
datado de 1900 a.C., possivelmente milênios antes de Pitágoras, mas não existia uma formulação abstrata
do teorema de Pitágoras.
Na astronomia da Babilônia, as várias anotações sobre os movimentos das estrelas, planetas, e a Lua foram
escritas em milhares de tábuas de argila criadas por escribas. Mesmo atualmente, períodos astronômicos
identificados por cientistas mesopotâmios ainda são largamente usados nos calendários ocidentais: o ano
solar, o mês lunar, a semana de sete dias.
Ciência do Antigo Egito
O papiro Edwin Smith é um dos primeiros documentos médicos que ainda existe.
O pensamento dogmático coloca as ideias como sendo superiores ao que se observa. O pensamento cético
coloca o que é observado como sendo superior às ideias. Um dogma é uma ideia e por mais que se observe
fatos que destruam o dogma, uma pessoa com pensamento dogmático irá preservar o seu dogma. Para a
ciência, uma teoria é uma ideia, mas se observarmos fatos que comprovem a falsidade da ideia, o cientista
tem a obrigação de destruir ou modificar a teoria.
Escavações em Harapa, Moenjodaro e outros sítios da Civilização do Vale do Indo têm revelado evidência
do uso da "matemática prática". Os habitantes da civilização hindu também tentaram padronizar a medição
do comprimento com alta precisão. Eles criaram uma régua — régua Moenjodaro — cujas unidades de
medida (3,4 centímetros) era dividida em dez partes iguais. Tijolos manufaturados na antiga Moenjodaro
geralmente tinham dimensões que eram múltiplos inteiros dessa unidade de medida.
O início da astronomia na Índia — como em outras culturas — estava ligada com a religião. A primeira
menção textual de conceitos astronômicos veio de Veda, literatura religiosa da Índia.
Ciência na China
A China possui uma longa e rica história de contribuição tecnológica. As Quatro Grandes Invenções da
China antiga são a bússola, pólvora, criação de papel e impressão. Essas quatro descobertas tiveram um
enorme impacto no desenvolvimento da civilização da China e um impacto global com um alcance ainda
maior.
A educação e o aparecimento da ciência na Europa dependeu de dois fatos importantes: - No século VIII o
surgimento das escolas que eram monacais (anexas a uma Abadia), episcopais (anexas às catedrais) e
palatinas (anexas à corte). Essa última no final do século VIII foi bastante significativa, pois nela o ensino
era público e se ensinavam as sete artes liberais: o trívio (gramática, retórica e dialética) e o quadrívio
(aritmética, geometria, astronomia e música).
No século XII a Igreja Católica criou a Universidade e no século XIII elas se espalharam pela Europa. A
união da filosofia greco-romana com as Universidades europeias a partir de um novo espírito mais voltado
para a experiência iniciará a ascensão intelectual da Europa.
Inicialmente em Oxford, mas depois também em Paris e no resto da Europa, as concepções científicas de
Aristóteles foram submetidas à severa crítica.[34] Essas duas Universidades passaram a criticar a ciência
antiga representada por Aristóteles, com relação a sua distinção
entre mundo supra-lunar e mundo sub-lunar, sua metodologia
apenas formal e não empírica, sua concepção geocêntrica do
cosmo e com a teoria do impetus, explicaram de maneira diferente
o movimento dos corpos. Expoentes dessa nova forma de pensar
são Robert Grosseteste, Roger Bacon, os membros do
Calculatores de Merton College, Jean Buridan e Nicole Oresme.
Oficialmente a ciência tal qual a conhecemos começa com Galileu,
pois seu método é o de geometrizar a natureza. Ciência não é
apenas técnica, não é apenas experiência, mas é segundo o
método de Galileu: é matematizar a experiência. Os livros de
história da filosofia e história da ciência são unânimes em atribuir
a sua pessoa a honra de ser o pai da ciência moderna.
Ciência moderna
Galileu Galilei (1564 — 1642) é o fundador da ciência moderna e o teórico do método científico e da
autonomia da pesquisa científica. O método científico de Galileu está contido especialmente em duas obras:
“O ensaiador”, que dedicou a seu admirador e amigo o papa Urbano VIII, publicado em 1623. E, nos
“Discursos e demonstrações matemáticas sobre duas novas ciências”, de 1638.
A física de Aristóteles tem um sentido diferente do que entendemos ser física. Nós temos o sentido dado
por Galileu, isto é, entendida quantitativamente que pode ser mensurável e traduzida em leis matemáticas.
Enquanto, para Aristóteles a física é qualitativa e teórica.
A ideia central do método científico moderno de Galileu pode ser resumida nessa passagem de sua obra:
"A filosofia encontra-se escrita neste grande livro que continuamente se abre perante nossos
olhos (isto é, o universo), que não se pode compreender antes de entender a língua e
conhecer os caracteres com os quais está escrito. Ele está escrito em língua matemática, os
caracteres são triângulos, circunferências e outras figuras geométricas, sem cujos meios é
impossível entender humanamente as palavras; sem eles nós vagamos perdidos dentro de
um obscuro labirinto."
A partir de Galileu, a ciência não busca mais a essência ou a substância das coisas, mas sim a função. A
pergunta não é mais “o que é?”; mas “como é?”. Nas universidades medievais o estudo da natureza tinha
uma abordagem diferente da de Aristóteles: a ciência ainda era mais especulativa do que experimental, mas
já havia a união entre teoria e prática mesmo que não fosse algo comum. Entretanto, com Galileu tem-se o
método claro, objetivo é explícito: para a ciência dar resultados é necessário geometrizar a natureza.
ATIVIDADES
3- Por que o cientista não aceita descrever o natural com o sobrenatural? Justifique sua resposta
6- “A partir de Galileu, a ciência não busca mais a essência ou a substância das coisas, mas sim a
função.” Explique esta frase
Revolução Científica
Na história da ciência, chama-se Revolução da Científica ao período que começou no século XVI e
prolongou-se até o século XVIII. Começou na era renascentista, na sequência deste espírito crítico. Os
conhecimentos só eram considerados corretos depois de confirmados pela experiência e razão, surgindo
assim o método experimental ou científico. A partir desse período, a Ciência, que até então estava atrelada
à Teologia, separa-se desta e passa a ser um conhecimento mais estruturado e prático. As causas principais
da revolução podem ser resumidas em: Renascimento cultural e científico, a imprensa, a Reforma
Protestante e o hermetismo. A expressão "revolução científica" foi criada por Alexandre Koyré, em 1939. Em
seguida, foi popularizada por Thomas Kuhn.
O Renascimento trouxe como uma de suas características o humanismo. Esta corrente de pensamento e
comportamento pregava a utilização de um senso crítico mais elevado e uma maior atenção às
necessidades humanas ao contrário do teocentrismo da Idade Média, que pregava a atenção total aos
assuntos divinos e, portanto, um senso crítico menos elevado. Este maior senso crítico exigido pelo
humanismo permitiu ao homem observar mais atentamente os fenômenos naturais em vez de renegá-los à
interpretação da Igreja Católica.
Houve antes muitas teorias revolucionárias que diferem na intensidade com que influenciaram o pensamento
humano. Algumas representaram profundas modificações na forma do homem examinar a natureza, como
por exemplo, a introdução de um tratamento matemático na descrição dos movimentos dos planetas,
introduzida pelos babilônios e depois aperfeiçoada pelos gregos. Outras representaram microrrevoluções,
como o sistema de classificação de seres vivos, introduzida por Aristóteles.
Com a referida revolução, a ciência mudou sua forma e sua função, passando a ser repensada nos moldes
na nova sociedade que estava emergindo nesta época. Os objetivos do homem da ciência e da própria
ciência acabaram sendo redirecionados para uma era livre das influências místicas da Idade Média.
A imprensa, após a invenção do tipo móvel por Johannes Gutenberg, disseminou-se neste período e
desempenhou um papel fundamental na revolução científica. Assim, desapareciam os erros de interpretação
e cópia que acabavam por deturpar as traduções na época dos pergaminhos. A impressão em vernáculo
permitiu uma maior divulgação de material se comparado aos escritos em latim, que eram compreendidos
apenas pelos estudiosos desta língua.
Método Científico
2. Questionamento
Ao observar a repetição de uma propriedade ou as
características do fenômeno, formulam-se perguntas.
Exemplo:
Por que o fenômeno ocorre?
Como ele é descrito?
Quais fatores podem influenciá-lo?
3. Hipóteses
As hipóteses têm como objetivo explicar as observações e,
por isso, nas tentativas de desvendar o fenômeno mais de
uma hipótese pode ser formulada.
Elas vão guiar o planejamento dos experimentos para que se aprenda mais sobre o que está sendo
observado.
4. Experimentos
A atividade experimental avalia o sistema em estudo e verifica as condições práticas para que o fenômeno
ocorra e possa ser reproduzido.
À medida que os experimentos são realizados, as evidências são reunidas e as hipóteses são colocadas à
prova.
5. Resultados
A reunião dos dados obtidos juntamente com as interpretações realizadas vão validar as informações para
justificar a hipótese e explicar o fenômeno.
Nessa etapa, os resultados são utilizados para rejeitar ou modificar a hipótese, pois ela deve coincidir com
os resultados obtidos.
6. Conclusão
Com base na observação, formulação de hipóteses, experimentos e resultados obtidos, é possível que se
construa uma teoria, lei ou princípio para expandir o conhecimento adquirido e aplicá-lo em outras
situações.
Dos princípios dependem o conhecimento da verdade e exclusão do que não foi comprovado. Dessa
maneira, a verdade é alcançada após ter a ligação entre conceitos e realidade.
Método Dedutivo
É o método que começa com uma dedução que será examinada até que seja encontrado o resultado final.
O método dedutivo é usado para testar as hip óteses já existentes e, assim, provar teorias. As hipóteses
iniciais usadas neste tipo de método são denominadas axiomas e as teorias são chamadas de teoremas.
Método Indutivo
Este método parte de generalizações recolhidas a partir de observações específicas. Ou seja, parte do
específico para o geral.
Em resumo, o método indutivo parte de observações e o dedutivo da teoria. Ambos têm como meta o
conhecimento da verdade.
Descartes descreve quatro regras para que seja alcançado o método científico. São elas:
Atividades
1- A partir das informações dadas, enumere as informações, em ordem sequencial, de acordo com as
etapas do método científico:
( ) Conclusões
( ) Possíveis respostas para a pergunta em questão (hipótese)
( ) Etapa experimental
( ) Dúvida sobre determinado fenômeno da natureza
( ) Levantamento de deduções
2- Ao examinar um fenômeno biológico, o cientista sugere uma explicação para o seu mecanismo,
baseando-se na causa e no efeito observados. Esse procedimento:
01. Faz parte do método científico. 02. É denominado formulação de hipóteses.
04. Deverá ser seguido de uma experimentação. 08. Deve ser precedido por uma conclusão.
Dê como resposta a soma dos números das asserções corretas.
3- Argumente sobre as condições históricas que permitiram a Revolução Científica do séc. XVII
(aproximadamente 10 linhas)
A PRIMEIRA VACINA
Em 1789, Edward Jenner, médico britânico, observou que algumas vacas tinham feridas nas
tetas semelhantes às provocadas pela varíola no corpo de humanos. Os animais tinham uma versão mais
leve da doença, a varíola bovina (cowpox), ou bexiga vacum. Em maio de 1796, Jenner resolveu pôr à prova
a sabedoria popular que dizia que as pessoas que lidavam com gado não contraiam varíola humana. Ao
observar que as mulheres responsáveis pela ordenha, quando expostas ao vírus bovino, tinham uma versão
mais suave da doença, ele conduziu sua primeira experiência com James Phipps, um menino de oito anos:
o médico inoculou na criança pus extraído das bolhas das mãos de Sarah Nelmes, uma leiteira que havia
adquirido a varíola bovina através do contato com gado. O menino teve um pouco de febre e algumas lesões,
mas não desenvolveu a infecção da varíola completa, tendo uma recuperação rápida. A partir daí, Jenner
pegou o líquido da ferida de outro paciente com varíola humana e novamente expôs o garoto ao material.
Semanas depois, James Phipps não havia desenvolvido a doença. Estava descoberta assim a propriedade
de imunização, que recebeu o nome de vacina (do latim vacca). Em 1797, Edward Jenner publicou os
resultados de sua experiência no tratado “Investigação Sobre a Causa e os Efeitos da Varíola Vacum”,
que foi apresentado à Royal Society de Londres, a Academia de Ciências do Reino Unido.
Edward Jenner
Rahima Banu, uma garota indiana de três anos, foi a última pessoa a se contaminar de forma natural pelo
vírus da varíola – ela adoeceu em 16 de outubro de 1975, mas felizmente sobreviveu. A doença foi
considerada erradicada em todo o mundo pela Organização Mundial da Saúde em dezembro de 1979,
depois de ter matado mais de 300 milhões de pessoas só no século XX. Algumas amostras do vírus são
mantidas em laboratórios, no Centro de Controle e Prevenção de Doenças, em Atlanta, nos Estados Unidos,
e no Centro Estadual de Pesquisa em Virologia e Biotecnologia VECTOR, em Koltsovo, na Rússia.
AS DESCOBERTAS DE PASTEUR
O cientista francês Louis Pasteur (1822-1895) imortalizou a descoberta de Edward Jenner ao generalizar o
termo vacinação, denominando assim todo tipo de injeção imunizadora para prevenir doenças.
Pesquisando a cólera das aves, descobriu que ao administrar a forma debilitada ou atenuada do organismo
que produz a infecção, era possível desenvolver nas aves defesas poderosas contra esse mesmo
organismo. Também afirmou que “quando um bovino já teve carbúnculo e se recuperou, não há
micróbio no mundo capaz de atacá-lo novamente, está imunizado” e concluiu: “demonstrei algo que
Jenner nunca pôde fazer com a varíola, ou seja, que o micróbio que mata é o mesmo que cura”. Para
que não houvesse qualquer dúvida sobre sua descoberta, Pasteur ”vacinou” com amostras debilitadas de
carbúnculo 45 ovelhas, duas cabras e muitos bovinos. Numa segunda etapa, depois de um intervalo de
tempo, tornou a injetar nos animais as mais mortíferas cepas de carbúnculo, sem que surgissem danos
graves. Com a demonstração pública de sua teoria, convenceu os mais céticos, e como consequência, seu
pequeno laboratório se transformou numa verdadeira fábrica de vacinas.
Pasteur prosseguiu em novas pesquisas para descobrir uma vacina contra a raiva (hidrofobia), e constatou
que o vírus atacava o sistema nervoso. Para conseguir sua atenuação, utilizou um cultivo de medula espinhal
de um coelho morto pela raiva, e deixou o cultivo secar em um meio de cultura esterilizado durante 14 dias.
Após esse tempo, o produto estava pronto para ser usado nos cachorros da França. Pasteur pesquisou
ainda outra alternativa de uso para a vacina contra a raiva: sabendo que existia um tempo entre a mordida
do cachorro e a chegada do vírus da doença ao cérebro humano, ele observou que se um medicamento
fosse injetado precocemente numa pessoa mordida por um cão raivoso, ela poderia ser salva. Em 06 de
julho de 1885, uma mulher procurou Pasteur (que não era médico), suplicando que salvasse seu filho de
nove anos, Joseph Meister, mordido há dois dias por um cão raivoso. O procedimento foi realizado na
criança, que recebeu uma série de inoculações da suspensão da medula de coelhos com vírus atenuados
– o menino foi o primeiro ser humano da história a ser vacinado e salvo da raiva, que até então era mortal
em cem por cento dos casos.
Durante o século XX, surgiram várias vacinas com vírus atenuados ou inativados. Em 1937, ocorreu um
grande desenvolvimento das vacinas, quando o microbiologista sul-africano Max Theiler desenvolveu a
vacina contra a febre amarela. Theiler conseguiu atenuar o vírus da doença ao fazer com que o vírus se
desenvolvesse em células não humanas, com passagens seriadas por ratos e ovos embrionados de galinha
– as modificações genéticas não causavam a doença mas permaneciam capazes de induzir a imunidade
protetiva. Por essa descoberta, Max Theiler foi agraciado com o prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina de
1951.
Em 1940, o médico epidemiologista e virologista norte-americano Thomas Francis Jr. foi a primeira pessoa
nos Estados Unidos a conseguir a isolar o vírus da influenza e a desenvolver uma vacina para a doença.
O também médico e virologista americano Jonas Salk, que fez treinamento com Thomas Francis Jr. na
Universidade de Michigan, EUA, desenvolveu uma vacina para poliomielite que começou a ser aplicada em
1955 nos Estados Unidos. A vacinação causou grande diminuição na incidência da doença no
país: enquanto em 1955 foram registrados 29 mil casos de poliomielite, em 1962 os casos registrados foram
900.
No início dos anos 1960, o pesquisador médico Albert Sabin, nascido na Rússia mas com formação médica
nos Estados Unidos, para onde sua família tinha emigrado nos anos 1920, desenvolveu outra vacina para
poliomielite com o vírus atenuado, usando passagens seriadas em células renais e testiculares de macacos.
A vacina de Salk era eficaz na prevenção da maioria das complicações da pólio, mas não prevenia a infecção
quando estava na sua fase inicial.
O imunizante desenvolvido por Sabin precisava de grandes testes clínicos para provar a sua eficácia e
segurança, mas ficou praticamente impossível realizar esses testes nos Estados Unidos após o sucesso
atingido pela vacina de Jonas Salk. Sabin então recorreu a colegas pesquisadores do leste europeu
(Tchecoslováquia, Polônia, Hungria e as repúblicas da então União Soviética), sendo auxiliado nos testes
clínicos pelo Dr. Mikhail Chumakov, diretor do Instituto de Pesquisas contra a Poliomielite, em Moscou. A
vacinação, iniciada em janeiro de 1959, superou a marca de oito milhões de crianças imunizadas em outubro
do mesmo ano só na União Soviética. Os primeiros resultados positivos foram informados pelos médicos
russos na Primeira Conferência Internacional pela Vacina Viva da Pólio, realizada em junho de 1959, em
Washington, EUA. Após o êxito demonstrado pela vacinação em massa no Leste Europeu, os Estados
Unidos aprovaram o uso da vacina em 1960 e a partir de 1968 passaram usar exclusivamente a vacina
desenvolvida por Albert Sabin. Sabin renunciou aos direitos de patente, facilitando a difusão da vacina e
permitindo que crianças de todo o mundo fossem imunizadas contra a poliomielite. A vacina, administrada
oralmente, eliminou efetivamente a pólio em quase todo o mundo (exceto em alguns países na África e Ásia.
Na mesma linha de vacinas com vírus atenuados, surgiram os imunizantes parara sarampo (1963),
caxumba ( 1967), rubéola (1969) e rotavírus (2008).
Nos anos 1980, ocorreu novo avanço na tecnologia das vacinas, quando os bioquímicos norte-americanos
Richard Mulligan e Paul Berg, da Universidade de Stanford, EUA, desenvolveram a técnica do DNA
recombinante, que proporcionou o surgimento de vacinas para Hepatite B (1986), Papilovírus humano
(2006) e Influenza (2013).
A mais nova tecnologia em vacinas não contém proteínas virais: usam mRNA (RNA mensageiro), DNA e
vetores de vírus que transmitem instruções às células sobre como produzir proteínas virais. Algumas dessas
vacinas já estão em uso no mundo contra a COVID-19.
As principais plataformas tecnológicas usam vírus inativados (a Coronavac Sinovac Biotech entre elas) ou
atenuados, vetores virais ( a Oxford/Astrazeneca é uma delas), subunidades proteicas e ácidos nucléicos
DNA e RNA (como a da Pfzer-BioNTech).
Vacinas de Pfizer
ácidos nucleicos Compostas por DNA ou RNA, são as mais inovadoras
Moderna
Atividades
1- Descreva com suas palavras a importância da contribuição de Edward Jenner para a sociedade.
3- No final de 2019 e início de 2020 foi descrita, em pessoas na China, uma nova infecção por
um vírus da família coronavírus, identificado como Covid-19. Na maioria dos pacientes, o
vírus causou sintomas semelhantes aos do resfriado, como febre, tosse e dificuldade para
respirar. A falta de informações sobre a nova infecção, no entanto, levou muitas pessoas a
ler e a compartilhar notícias falsas sobre os perigos da doença, formas de prevenção e
medicamentos indicados. Como podemos evitar a disseminação de informações falsas
sobre infecções como a causada pelo Covid-19?
4- Em resumo a tudo já estudado até o momento, é possível viver sem a ciência? Por quê?
Ética e ciência
A relação ética e ciência é um dos debates que nos foram equacionados no século XXI. A partir do
lançamento da bomba nuclear nas cidades de Hiroshima e Nagasaki no Japão no fim da II Guerra Mundial
em 1945, e mais neste século com a degradação do meio ambiente, a ambigüidade do progresso
científico e tecnológico passou do plano teórico para o existencial. Começamos a perceber na vida
cotidiana a deterioração do ambiente físico e social ao lado do mundo maravilhoso da tecnologia. Isto
cria um paradoxo entre a ciência e a ética.
As conquistas tecnológicas nos campos da comunicação, transporte, alimentação, moradia, saúde e lazer
convivem ao lado do desequilíbrio ecológico, da miséria, da fome, o desemprego, os sem-terra, sem-
teto, enfim ao lado de toda a violência que destrói dignidade humana.
A ciência, traço que singulariza as sociedades modernas, vem sendo analisada sob os mais diversos
ângulos. Desde o enfoque mais clássico da epistemologia ao olhar mais recente dos estudos culturais,
multiplicam-se os estudos sobre a atividade científica. Entretanto, em nossos dias, uma perspectiva, a
da ética, exerce particular interesse, associada ao desenvolvimento contemporâneo das ciências da vida.
Alternativas inéditas, antigamente nem sequer questionadas, fazem hoje, parte do cotidiano.
Possibilidades como a preservação duradoura da vida em condições artificiais, a intervenção em fetos ou
as que decorrem do amplo repertório de ações ligadas à clonagem evidenciam a expansão do nosso
poderio científico-tecnológico. Poderio que nos inscreve, de imediato, no horizonte ético: podendo fazer,
devemos fazer?
Os órgãos que regulam a ética nas pesquisas científicas que envolvam seres humanos, o
crescente cuidado no trato dos animais associados à pesquisa científica, a atenção e a sensibilidade com
que são vistas as questões relativas à intervenção no meio ambiente são indicadores de que estamos
diante de um novo cenário. Mas, se, de um lado, devemos celebrar o reaparecimento da temática ética,
na medida em que se localiza no campo da ação humana, por outro lado, cabe perguntar sob que
condições é razoável esperar uma aproximação permanente entre a ciência e a ética.
Ética, entre outras coisas, significa restrição. O recurso a valores, constitutivos de qualquer agenda ética,
implica aceitar proibições e limites. Caso existisse, uma sociedade inteiramente permissiva levaria à
supressão da dimensão ética, que se tornaria supérflua num ambiente onde tudo fosse tolerado.
Se aceitarmos a associação entre a atitude ética e o estabelecimento de alguma espécie de limite, como
poderíamos aproximar a ética e a ciência, entre os procedimentos éticos e a busca do conhecimento?
No contexto da sociedade atual, à que pertencemos, a criação dos campos científicos na modernidade
ocidental é decorrência, entre outros fatores, da ideologia que preconiza a defesa da liberdade mais
plena no que diz respeito ao conhecimento. A concepção moderna de ciência, a que estamos, ainda hoje,
associados, é inseparável da progressiva reafirmação do princípio da autonomia da pesquisa e da
rejeição, inegociável, da tutela, seja religiosa, seja política.
Vamos pensar...
Atividades
1- Explique com suas palavras paradoxo existente entre a ciência e a ética (no mínimo 5 linhas)
A ciência se distribui de forma desigual no mundo contemporâneo. Grande parte disso é por conta
do elevado grau de investimento que demandam as descobertas científicas. Apesar disso, quando
descobertas, geram grande impacto. Não é sem razão que Estados Unidos, Europa e Japão foram
pivôs da Terceira Revolução Industrial e lucram com seus efeitos ainda hoje. Eles foram capazes de
desenvolver novos paradigmas científicos.
Isso parece reforçar ao quadro levantado pelo Excellence Mapping, que mapeia as publicações
científicas pelo mundo. De acordo com ele, elas ainda se concentram na Europa e nos Estados
Unidos.
Mesmo nesse quadro, contudo, o Brasil tem apresentado bons números recentemente. De acordo
com estudo realizado pela Capes (Coordenação e aperfeiçoamento de pessoal de nível superior),
entre 2011 e 2016 o Brasil publicou mais de 250.000 pesquisas, sendo o décimo terceiro país mais
citado do mundo e o mais citado da América Latina.
Apesar de o impacto dessas publicações ter se mantido abaixo da média mundial, apresentou, no
período analisado, um crescimento de 15%.
No Brasil, o Estado de São Paulo permanece como o grande polo de produção científica e tecnológica
brasileiro, concentrando cerca de 70% dos gastos com P&D no Brasil em 2017; um número ainda alto, porém
menor do que os 83% de 2002. Na questão de gênero, as mulheres são maioria (54%) no número de
doutores formados no País já há alguns anos; mas ainda há desigualdades importantes a serem
equacionadas no mercado de trabalho, em termos de contratação e salários.
É importante ressaltar que, de toda a pesquisa científica brasileira, 95% se localiza
em Universidades públicas, modelo de universidade que o país estabeleceu há décadas e ao qual
focou seus investimentos. Independente do que for escolhido no Brasil, é fato que nenhum país
aumenta sua riqueza sem grandes descobertas e nenhuma grande descoberta surge sem um a
grande pesquisa. A construção científica é trabalhosa, é fruto de grandes debates e contradições,
mas ainda é, em nossos tempos, o principal meio de organizar e construir conhecimento.
Do ponto de vista temático, a Unesco chama a atenção para a necessidade de mais pesquisas voltadas
para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), envolvendo assuntos como
mudanças climáticas, segurança hídrica, segurança alimentar, energias limpas, justiça social e pobreza.
Apesar do aumento global do número de publicações científicas nos últimos anos, muito desse crescimento
foi mais direcionado para áreas como Inteligência Artificial e robótica, e muito menos para temas urgentes
de sustentabilidade, como sequestro de carbono da atmosfera e substituição de combustíveis fósseis por
fontes renováveis.