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Universidade Estácio de Sá

Engenharia de Controle e Automação


Turno Noturno

Resumo do Livro Bases Físicas Físicas Para Engenharia

Disciplina Física Fenômenos Físicos.


Discente: Bianca Ferreira Cordeiro
Docente: Marcelo Martins

Belém, 2022
1. Origem da Ciência e Contribuições da Grécia Antiga

Ainda que o hominídeo esteja na terra há um tempo estimado de 4 milhões de anos, a nossa espécie, o homo
sapiens, está na terra a aproximadamente 200 mil anos. Nas sociedades primitivas organizavam-se de modo a
benefício e proteção do coletivo e o senso comum visto sob um prisma de misticismo. Um dos principais marcos da
evolução da espécie foi a utilização de utensílios para as atividades e inicia-se a produção para além do consumo,
criando assim os primeiros agrupamentos diferenciados. E sob a ótica do desenvolvimento ocidental, a região onde
melhor se encontram evidências de um número considerável desses agrupamentos é na Grécia Antiga. De forma
que, graças a essas evidências foi notado que o escravismo teve uma ligação direta com o aumento da produção
mercantil. É também na Grécia Antiga que as interpretações da natureza começam a perder um pouco o misticismo
e os indivíduos começam a tentar entender de maneira mais racionais os eventos a sua volta, permitindo a análise,
crítica e contestação dos supostos fatos, criando o conflito entre mito e razão, podendo ser considerado um grande
marco de evolução da civilização. Nesse período específico da evolução destacam-se dois períodos: homérico e
helenístico.

O período homérico, apesar de iniciar apenas no século XVII a.C. tem seus traços de origem em cerca de XX a.C.
na civilização micênica que tinha o rei como figura central, é nesse período que se desenvolve a escrita, ainda que só
para uso palaciano. No entanto, essa civilização foi extinta pelos Dórios por volta de 1200 a.C., já nessa civilização
aprimoram-se as armas de guerra com a introdução do ferro e a realeza é substituída pela aristocracia. As decisões
passam a serem tomadas pelos cidadãos nas ágoras (com exceção dos escravos). Foi nessa civilização que se
iniciaram as cidades (polis) e a escrita foi reintroduzida de forma mais popular.

Inicia-se então o período arcaico em VII até VI a. C. que se caracteriza pelo surgimento das cidades-estados e o
desenvolvimento das polis. Nesse período surgem as moedas de cada polis que passam a ser usada na
comercialização - a qual teve aumento significativo. Apesar de ter reforço da democracia aumenta a segregação de
cidadãos e não-cidadãos com o aumento do uso de mão de obra escrava. Surgem também importantes pensadores
como Tales, Anaximandro, Anaxímenes, Pitágoras, dentre outros.

No período clássico (séc. V à VI a.C.) tinham cidades-estados muito diferentes uma da outra e a Polis Atena com
democracia consolidada, assim como o desprezo por trabalhos manuais e reforço do pensamento filosófico. Há
também um aumento do fluxo de trocas na economia, além de uma revisão do conceito de cidadania, em
contrapartida, aumentam os conflitos externos e internos. Esse período é marcado pela oposição Aristóteles-Platão
e se encerra com a queda de Atena através da invasão macedônica. No novo império são amplamente difundidas as
obras de Aristóteles que abordavam física, biologia, botânica, política e sua influente preocupação com métodos.

No período helenístico o império macedônico é centrado nos seus Monarcas (Felipe II e Alexandre),
descaracteriza-se a polis grega, trazendo unificação. Nesse período tem-se o museu de Alexandria como importante
centro de pesquisa, tendo avanços na medicina, conhecimento científico e na literatura, sendo esse o primeiro
centro de caráter científico financiado pelo Estado. Foi nesse museu que Euclides apresentou a síntese do
conhecimento matemático produzido pelo homem, foi também onde Arquimedes deu início ao cálculo infinitesimal,
propor fundamentos da mecânica e as bases da hidrostática. Foi onde foi desenvolvido também os conceitos de
geocentrismo por Ptlomeu e o controverso modelo heliocêntrico de Aristarco de Samos.
2. Pensamentos da Idade Média e da Renascença e o Surgimento do Método Científico.

O Império Romano precede o início da Idade Média e sucede o império Macedônico. E ainda da que este império
tenha tido diversos avanços, quando se fala de método científico e de evoluções na área, ele na realidade trouxe um
certo grau de dificuldade, pois com o uso de latim encontrou-se uma maior dificuldade para a utilização dos
conhecimentos produzidos em grego. Deste modo, o início da ciência moderna fica marcado para o final da época
medieval, que foi quando se redescobre os conhecimentos dos pensadores da Grécia.

Após a queda do Império Romano, e no início da Idade Média as figuras de autoridade ocidental passam a ser os
senhores feudais e a igreja europeus, sendo a igreja uma monopolizadora do conhecimento, isso no séc. V até o séc.
XII. A Idade Média pode ser dividida em Alta Idade Média (séc. V até por volta do séc. XI) e Baixa Idade Média (séc. XI
até o XV), sendo a primeira uma fase onde quase nada de significativo aconteceu, no entanto, na Baixa Idade Média
graças a interação com os mercadores árabes do Mediterrâneo, muitas técnicas foram implantadas, especialmente
na produção agrícola, como por exemplo a correção do solo, curvas de nível, rodízio de plantio, utilizações de quedas
d’água, dentre outros, além disso o alguns aspectos como a melhoria náutica, a bússola, a fundição do ferro,
introdução do papel, etc, que foram pontos significativos para a Revolução Verde, que foi o aumento significativo da
produção agrícola da Europa e o intercâmbio de produtos que gerou aumento da economia. Graças a grande
geração de riquezas, iniciam-se as criações de grandes empreendimentos como as primeiras universidades.

Com a necessidade de um sistema econômico que comportasse essa expansão comercial que estava
acontecendo e com o surgimento da nova burguesia, inicia-se o declínio do feudalismo e o início do capitalism, além
da descentralização do saber. As primeiras universidades europeias, não contando com acesso a mestres europeus,
procuram nos sábios do oriente os primeiros professores, especialmente dos remanescentes de Alexandria, que
iniciaram os ensinamentos dos conhecimentos de Aristóteles, já que estes já haviam sido traduzidos para o árabe, e
agora iniciava-se a tradução para o latim, de modo que foram os primeiros conteúdos dessas instituições. A Igreja,
que já se interessava por Platão graças a Santo Agostinho, passa a se interessar também pelos conhecimentos de
Aristóteles sob a influência de São Thomaz de Aquino, influenciando ainda mais a Baixa Idade Média.

No final da Idade Média, a Terra é inquestionavelmente centro do universo em torno das visões hieraquizadas de
Aristóteles e de Ptolomeu. Após o período medieval se entende que a escolástica e o pensamento enciclopédio de
Aristóteles podem ser questionáveis, mas não se tem nada que consiga ficar no lugar. O homem é visto como
preocupação central, e não mais a relação homem-Deus, o que abre espaço para a relação homem-natureza. As
concepções de Francis Bacon (1561-1626) propõe uma ciência prática invés do modelo de ciência contemplativo que
se tinham até então, a falha do seu pensamento era o menosprezo dele em relação à hipótese e à formulação
matemática

Na renascença, que teve seu eixo principal na Itália, a matemática (geometria, trigonometria e álgebra) passa a
ser utilizada para cartografia, construção e navegação tendo um grande desenvolvimento, tendo como exemplo o
mapa que Tosanelli forneceu a Colombo para chegar à América. Nesse período surgem instituições de ensino com
algum desprendimento da Igreja, que proporcionam novas concepções acerca da teoria ligada a fatos observados
que ela se propõe a explicar.

Um marco da transição do pensamento medieval para a ciência moderna é a estruturação do heliocentrismo vs


geocentrismo, já que com o modelo copérnico torna-se possível estudar o sistema solar como uma estrutura
independente, e apesar da condenação as idéias de Copérnico por parte da igreja, tem-se Brahe e Kleper na
Dinamarca, que graças aos dados reunidos tornam possível para Kleper formular as Leis do Movimento Planetário,
que têm seu mérito reforçado por pensar em termos de forças físicas e não em governo divino.

As contribuições de Kleper foram fundamentais para que Galileu prosseguisse com sua obra. O telescópio
aperfeiçoado de Galileu foi um dos instrumentos responsáveis pela observação do céu de maneira jamais vista.
Galileu aos 25 anos apresentou um tratado sobre centro gravidade nos sólidos. Galileu afirmava que dois corpos de
pesos diferentes caem em tempos iguais se desprezada a resistência do ar, indo contra os ensinamentos de
Aristóteles. Galileu passa a representar o método científico através da afirmação, do método, da lógica e da
experimentação. Galileu também aperfeiçoou o telescópio, escreveu a obra que trata sobre o método científico e
escreveu sobre a teoria das marés. Em 1610 ele identificou a Via Láctea como composta de estrelas e não de
substâncias nebulosas.
3. Newton e a Ciência Moderna

Newton após ter se formado na Universidade de Cambridge aos 23 anos passou um período de 18 meses em sua
tera natal onde elaborou importantes teorias, dentre elas, as Leis do Movimento. A partir dessas criações incia-se
realmente a ciência mecânica, ou seja, a ciência moderna e a física clássica, e essas criações foram revolucionárias
por trazerem leis matemáticassimples e precisas que pudessem ser usadas para trabalhar com as medidas adquiridas
através da observação experimental. Newton afirmou diversas vezes a importância de Galileu e Kleper para o
desenvolvimento de suas teorias, as quais só foram publicadas 17 anos depois por insistência e contribuição
fincanceira de Halley, que além de tudo escreveu também o prefácio da tão importante obra “O Principia” que é
constituído de três livros: Mecânica, Movimento dos corpos em meios com resistência e Estruturas e funcionamento
do sistema solar. Newton também escreveu “Óptica”, que em complemento a sua outra obra, lhe consagrou como
um dos maiores cientistas de todos os tempos.

Graças a Newton houve o amadurecimento da noção de que o conhecimento científico deve ser constituído por
meio da utilização do método científico. Ele estabelece a necessidade de utilizar da razão para chegar às leis sobre a
natureza. Em resumo, o método científico é definido como o modo que os cientistas devem construir uma
representação precisa, e esse método se divide em 4 etapas: Observação e descrição de um fenômeno ou um grupo
de fenômenos; formulação de uma hipótese para explicar os fenômenos; a hipótese é utilizada para prever a
existência de outros fenômenos ou pra predizer a ocorrência de novas observações possíveis; realização de testes
experimentais acerca das previsões por vários experimentalistas independentes e confirmação dos pressupostos
adotados.

Sob este prisma, é interessante observar como muitos dos nosso conhecimentos, apesar de não necessariamente
deverem ser desprezados, não são conhecimentos científicos, como é o caso do conhecimento religioso e o
conhecimento popular. Afinal, para ser conhecimento científico deve ser proveniente do método científico e
analisado e aprovado por este.

As grandes transformações que marcaram os séculos XVIII e XIX são baseadas na visão de Newton de que não
bastava compreender o mundo, é necessário modificá-lo. A partir de então, a ciência e a produção interferem uma
na outra, e no séc. XIX a ciência organiza-se formalmente e especialmente na Inglaterra, França e Alemanha, visa a
produção. Nesse período a razão torna-se mais do que mecanismo de obtenção de conhecimento e passa a ser visto
como um guia de ações humanas. No mais, nesse princípio passa-se a acreditar que todos os fenômenos podem ser
calculados, medidos e observados, sejam eles físicos ou sociais.

No período de 1848 devido às mudanças e aprimoramento do senso político, além de maior empobrecimento da
classe operária, surge o socialismo, e em contrapartida, o capitalismo, visando se manter como modelo econômico,
começa a passar por mudanças. Marx, que foi um nome muito relevante da esquerda Hegeliana é visto como
importante do ponto de vista do métodxo, pois tenta elaborar um sistema explicativo baseado em metadológica
consubstanciadas no materialismo histórico e no materialismo dialético. Do ponto de vista do método, de acordo
com Marx, é da produção e da base econômica que se parte para explicar a própria sociedade. O conhecimento
científico adquire, de forma acentuada a partir de Marx, o caráter de ferramenta a serviço da compreensão do
mundo visando sua transformação.

A ciência e o conhecimento científico na virada do século XIX para o século XX foram vistos como comprometidos
com a mudança e transformação do mundo, e de fato, afinal, o clima do século XX é o empirismo lógico centrado. E
como disse Charles Sanders Pierce no começo do século XX, a verdade absoluta seria definida como aquilo que os
cientistas afirmarem ser verdadeiro quando findarem seu trabalho.

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