Você está na página 1de 23

FUNDAÇÃO EDUARDO CARLOS PEREIRA

ROBERTO ARSKY SILVA ARAUJO

METODOLOGIA PARA EXEGESE DO NOVO


TESTAMENTO

São Paulo
2017
2

ROBERTO ARSKY SILVA ARAUJO

METODOLOGIA PARA EXEGESE DO NOVO


TESTAMENTO

Trabalho apresentado em cumprimento às


exigências da disciplina Exegese do Novo
Testamento do Curso EAD-FECAP,
ministrada pelo Facilitador Marcelo
Carneiro.

São Paulo
2017
3

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 4

1. PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO TEXTO ........................................................ 5

2. TRADUÇÃO DO TEXTO ................................................................................. 6

3. ANÁLISE LITERÁRIA ..................................................................................... 9

4. ANÁLISE DO CONTEÚDO ............................................................................. 14

5. HERMENÊUTICA ............................................................................................ 17

6. HOMILIA DE LUCAS 10:21-24......................................................................... 18

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS..................................................................... 23
4

INTRODUÇÃO

A Igreja de Cristo enfrenta um grande desafio no mundo moderno: Adaptada


a volatilidade dos tempos e das sociedades modernas, como manter a Palavra de
Deus fiel a sua origem e tê-la como alicerce para o seu caminhar? Barreiras como
aquelas criadas por vento de doutrinas estranhas ou prédicas sustentadas em um
evangelho distorcido, tem levado a Igreja de Cristo à desorientação, a ansiedade e,
ainda, ao esfriamento da Fé.

Este trabalho poderá ser uma ferramenta útil e importantíssima para que
busquemos testificar a mensagem que nos é oferecida em todos os meios de
comunicação, como também nos ajudar a nos aproximar o máximo possível da
mensagem que o Senhor nos deixou como Revelação, a fim de alicerçarmos nossa
vida e nosso entendimento sobre a Rocha que é o próprio Senhor Jesus Cristo.

A estrutura deste processo de exegese é simples, percorrendo desde o


processo de obtenção do texto bíblico, passando por suas análises literária e de
conteúdo e nos conduzindo finalmente a um processo hermenêutico e de
atualização textual.

Desafio a você, leitor, a praticar o processo de exegese do texto bíblico de


forma constante e metódica, sem pressa, mas buscando a inspiração do Espírito
Santo na revelação da sua Palavra.
5

1. PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO TEXTO

Escolhemos o texto de LC 10.21-24 porque é atual e bastante oportuno para


se trabalhar a exegese, pois nos deixa claro que o Reino de Deus tem fundamentos
diferentes e opostos ao do mundo. A sociedade moderna considera-se possuidora
de toda a sabedoria, de forma egocêntrica e se vangloria disto. Já o versículo nos
esclarece o contrário. Nem todo conhecimento foi revelado à humanidade, em parte
aos sábios e aos estudiosos, mas compartilhados também aos símplices.

Vale destacar que para delimitação do texto faz necessário analisar várias
mudanças que podem ocorrer em relação ao texto analisado. No caso de LC 10.21-
24 não observamos mudanças em relação ao lugar dos acontecimentos da narrativa
e nem de personagens, pois o discurso de Jesus ocorreu para os setenta discípulos
na ocasião de seu retorno. Restaram duas mudanças substanciais para determinar a
delimitação do texto: Mudança de assunto e mudança de linguagem.

 O verso 20 encerra a perícope anterior, estruturada sob uma narrativa aos


setenta discípulos que retornavam com muita alegria em razão dos demônios
se submeterem a eles. Como base da mensagem, Jesus vos adverte que a
alegria não deve estar nos sinais vistos, mas por estarem com seus nomes
arrolados no livro nos céus.
 O versículo 21 aponta para uma nova unidade em relação à perícope anterior.
Mesmo mantendo a estrutura de narrativa o diálogo deixa de ser direcionado
aos setenta discípulos e passa a ser direcionado em separado aos apóstolos.
Pode dar a entender a continuidade da narrativa por ser um acontecimento
subsequente, em razão do tempo dos acontecimentos da perícope anterior,
porém a narrativa a partir do versículo 21 tem novo sentido, novo assunto e
nos traz novos ensinamentos. Nos fala do conhecer as coisas de Deus. O
Foco não está mais nos milagres e nos discípulos, mas agora no Pai.
 A perícope em delimitação encerra-se no verso 24. Fica claro também que o
verso 25 abre nova perícope, com estrutura narrativa, novos personagens e
novo assunto, pois Jesus passa a ser provado por um interprete da lei e com
isto propõe uma parábola, cujo conceito não é mais sobre o ter acesso a
conhecer a Deus, mas de conhecer quem é o seu próximo. Desse modo,
conclui-se que a delimitação de LC 10.21-24 está correta e forma uma
unidade própria.
6

Para nossa pesquisa exegética devemos perguntar: Por que Jesus fez esta
distinção entre sábios e instruídos e os pequeninos? Quem são os sábios e
instruídos e quem são os pequeninos? O que significa a afirmação “Tudo me foi
entregue por meu Pai”? Quais são os impactos desta perícope sobre nossa vida?
Quais as implicações desta afirmação para a comunidade da igreja? É isso que
devemos pesquisar no texto, utilizando as ferramentas do método histórico-crítico e
outros modos de análise exegética.

2. TRADUÇÃO DO TEXTO

2.1 Texto em Grego

21 Ἐ α ὥ ᾳἠ α α [ἐ ] π α ῳ αὶ ἶπ Ἐ ῦ α
, π ῦ α ῦ αὶ , ὅ π υ α αῦ α πὸ φ αὶ
υ , αὶ π υ α α ὰ π · α, πα , ὅ ὕ α ἐ
ἔ π υέ 22Π α πα πὸ ῦ πα υ, αὶ ὶ
ἐ υὸ ὴ πα , αὶ ἐ πα ὴ ὴ υὸ αὶ ᾧ ή ἐὰ α
υὸ π α α έ 23 Καὶ αφ ὶ π ὸ ὺ α ὰ α' α ἶπ Μα
φ α ὶ π π έ 24 ὰ ῖ ὅ π ὶπ φ α αὶ α ῖ
ἠ α ῖ ῖ π αὶ ἶ α , αὶ ῦ α αὶ ἤ υ α έ

2.2. Tradução Literal (versão bíblica interlinear)

21 Em (a) mesma hora exultou (em) o Espírito Santo e disse: Louvo a ti, Pai, Senhor
do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas de sábios e entendidos e revelaste
as mesmas a pequeninos; sim Pai, porque assim agrado houve perante ti. 22 Todas
as coisas a mim foram entregues por o Pai meu, e ninguém conhece quem é o Filho
senão o Pai, e quem é o Pai senão o Filho e a quem quiser o Filho revelar. 23 E
voltando-se para os discípulos em particular disse: Benditos os olhos que veem as
coisas que vedes. 24 digo Pois a vós que muitos profetas e reis quiseram ver as
coisas que vós vedes e não viram, e ouvir as coisas que ouvis e não ouviram.

2.3. Tradução na Versão Bíblia Pastoral

21 Nessa hora, Jesus se alegrou no Espírito Santo, e disse: Eu te louvo, Pai, Senhor
do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as
revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. 22 Meu Pai
7

entregou tudo a mim. Ninguém conhece quem é o Filho, a não ser o Pai, e ninguém
conhece quem é o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelar. 23
E Jesus voltou-se para os discípulos, e lhes disse em particular: Felizes os olhos que
veem o que vocês veem. 24 Pois eu digo a vocês que muitos profetas quiseram ver
o que vocês estão vendo, e não puderam ver; quiseram ouvir o que vocês estão
ouvindo, e não puderam ouvir.

2.4. Tradução na Versão João Ferreira de Almeida, revista e atualizada

21 Naquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo e exclamou: Graças te dou, ó Pai,
Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as
revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado. 22 Tudo me
foi entregue por meu Pai. Ninguém sabe quem é o Filho, senão o Pai; e também
ninguém sabe quem é o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar.
23 E, voltando-se para os seus discípulos, disse-lhes particularmente: Bem-
aventurados os olhos que vêem as coisas que vós vedes. 24 Pois eu vos afirmo que
muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não viram; e ouvir o que ouvis e
não o ouviram.

2.5. Comparação das versões

INTERLINEAR PASTORAL ALMEIDA R A


Em (a) mesma hora Nessa hora, Jesus se Naquela hora, exultou
exultou (em) o Espírito alegrou no Espírito Santo, Jesus no Espírito Santo e
Santo e disse: Louvo a ti, e disse: Eu te louvo, Pai, exclamou: Graças te dou,
Pai, Senhor do céu e da Senhor do céu e da terra, ó Pai, Senhor do céu e da
terra, porque ocultaste porque escondeste essas terra, porque ocultaste
estas coisas de sábios e coisas aos sábios e estas coisas aos sábios e
entendidos e revelaste as inteligentes, e as revelaste instruídos e as revelaste
mesmas a pequeninos; aos pequeninos. Sim, Pai, aos pequeninos. Sim, ó
sim Pai, porque assim porque assim foi do teu Pai, porque assim foi do
agrado houve perante ti. agrado. teu agrado.
Todas as coisas a mim Meu Pai entregou tudo a Tudo me foi entregue por
foram entregues por o Pai mim. Ninguém conhece meu Pai. Ninguém sabe
meu, e ninguém conhece quem é o Filho, a não ser quem é o Filho, senão o
quem é o Filho senão o o Pai, e ninguém conhece Pai; e também ninguém
8

Pai, e quem é o Pai senão quem é o Pai, a não ser o sabe quem é o Pai, senão
o Filho e a quem quiser o Filho e aquele a quem o o Filho, e aquele a quem o
Filho revelar. Filho quiser revelar. Filho o quiser revelar.
E voltando-se para os E voltando-se para os E, voltando-se para os
discípulos em particular discípulos em particular seus discípulos, disse-lhes
disse: Benditos os olhos disse: Benditos os olhos particularmente: Bem-
que veem as coisas que que veem as coisas que aventurados os olhos que
vedes. vedes. vêem as coisas que vós
vedes.
digo Pois a vós que Pois eu digo a vocês que Pois eu vos afirmo que
muitos profetas e reis muitos profetas quiseram muitos profetas e reis
quiseram ver as coisas ver o que vocês estão quiseram ver o que vedes
que vós vedes e não vendo, e não puderam e não viram; e ouvir o que
viram, e ouvir as coisas ver; quiseram ouvir o que ouvis e não o ouviram.
que ouvis e não ouviram. vocês estão ouvindo, e
não puderam ouvir.

Para a tradução pessoal optei pela expressão exultou ao invés de alegrou,


porque ela representa uma alegria maior do que o significado da expressão alegrou
ficando assim mais próximo do sentido original do texto. Também optei pela
expressão instruídos ao invés de entendidos ou inteligentes, uma vez que a
expressão instruídos deixa claro que não só os que possuem conhecimento
adquirido na experiência da vida, mas indica principalmente os estudiosos, que
buscaram conhecimento através de estudos.

2.6. Tradução Pessoal

21 Naquela hora exultou Jesus no Espírito Santo e exclamou: Graças te dou, ó Pai,
Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos e
as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado. 22 Meu
Pai entregou tudo a mim. Ninguém conhece quem é o Filho, a não ser o Pai, e
ninguém conhece quem é o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho quiser
revelar. 23 E voltando-se para os discípulos em particular disse: Benditos os olhos
que veem as coisas que vedes. 24 Pois eu digo a vocês que muitos profetas
quiseram ver o que vocês estão vendo, e não puderam ver; quiseram ouvir o que
vocês estão ouvindo, e não puderam ouvir.
9

3. ANÁLISE LITERÁRIA

Destacamos que análise Literária é uma importante ferramenta no


desenvolvimento exegético e está apoiada em um exame mais técnico do texto,
observando características formais, como gênero Literário, organização e
estruturais, como estrutura linguística e recursos estilísticos, que irão nos dar maior
entendimento a respeito do texto a ser trabalhado.

3.1 Análise Formal

3.1.1 Análise de Gênero Literário

Quanto ao gênero literário, o texto de Lucas 10.21-24 faz parte de um dos


quatro evangelhos canônicos. O evangelho de Lucas é direcionado aos gentios
enfatizando a misericórdia de Deus através da Graça dada por Jesus Cristo,
principalmente para os pobres e humildes de coração. Podemos caracterizá-lo como
parte do pequeno gênero de tradição histórico-narrativa. A perícope inicia com uma
oração de Graças seguida de um dito de revelação e no final uma estrutura de
macarismo, que se caracteriza por ditos de bem-aventurança, como fica evidente no
verso 23, quando Jesus chama em particular os discípulos e os declaram felizes por
terem recebido a revelação do Pai.

Contexto vivencial: “Fé em Jesus como Messias” orientada pela oração de


Graças ao Pai realizada por Jesus com grande alegria, pois o Pai revelou aos
discípulos as coisas pertinentes ao Reino de Deus, quando da experiência vivida
pelos discípulos que foram a campo cumprir a comissão conforme envio em Lucas
10.1. Os discípulos voltaram a Jesus alegres porque os demônios se submetiam a
eles, mas Jesus os chama em particular para destacar que a bem-aventurança não
deve estar nos milagres vistos por eles, mas pela revelação permitida pelo Pai a
eles.

3.2 Análise estrutural

3.2.1 Subdivisão do texto

Introdução: Naquela hora exultou Jesus no Espírito Santo e exclamou:


Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra
10

Motivo da alegria: porque ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos e


as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado.

Indicação da autoridade de Jesus: Meu Pai entregou tudo a mim. Ninguém


conhece quem é o Filho, a não ser o Pai, e ninguém conhece quem é o Pai, a não
ser o Filho,

Indicação que os discípulos foram escolhidos: e aquele a quem o Filho


quiser revelar.

Bem-aventurança e conclusão: E voltando-se para os discípulos em


particular disse: Benditos os olhos que veem as coisas que vedes. Pois eu digo a
vocês que muitos profetas quiseram ver o que vocês estão vendo, e não puderam
ver; quiseram ouvir o que vocês estão ouvindo, e não puderam ouvir.

3.2.2 Subdivisão do texto em tópicos

Tópico 1: Oração de Graças de Jesus ao Pai revelações aos discípulos

a) Jesus Exultou (v.21 a)


b) Jesus explica o motivo da alegria (v.21 b)
c) Jesus reconhece a alegria do Pai (v.21 c)

Tópico 2: Jesus testifica sua autoridade

a) O Pai Reconhece Jesus como Filho (v.22 a,b)


b) Toda autoridade foi dada a Jesus (v.22 c)
c) Jesus é quem tem autoridade para revelar (v.22 d)

Tópico 3: Bem-aventuranças

a) Jesus indica que os discípulos são bem-aventurados (v23)


b) O conhecimento destas coisas não vem do homem, mas é
concedido por Deus (v.24)

3.2.3 Diagramação do texto, segundo a subdivisão feita

21 Naquela hora exultou Jesus no Espírito Santo e exclamou: Graças


te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra,
11

porque ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste


aos pequeninos.
Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado.
22 Meu Pai entregou tudo a mim. Ninguém conhece quem é o Filho, a
não ser o Pai,
e ninguém conhece quem é o Pai, a não ser o Filho e
aquele a quem o Filho quiser revelar.
23 E voltando-se para os discípulos em particular disse: Benditos os
olhos que veem as coisas que vedes.
24 Pois eu digo a vocês que muitos profetas quiseram ver o que vocês
estão vendo, e não puderam ver; quiseram ouvir o que vocês estão
ouvindo, e não puderam ouvir.

3.2.4 Paralelismos e recursos estilísticos

Na afirmação de Jesus no verso 22, o texto apresenta um Quiasmo, forma de


estrutura textual por correspondência cruzada, utilizada com objetivo de reforçar
uma ideia, no caso do versículo em questão, autoridade concedida a Jesus pelo Pai.

[...] Ninguém conhece quem é o Filho, a não ser o Pai,


e ninguém conhece quem é o Pai, a não ser o Filho e [...]

Há também uma estrutura de paralelismo sintático, encadeamento de funções


sintáticas idênticas ou encadeamento de orações de valores sintáticos iguais, no
verso 24 entre a ideia de ver e ouvir, reforçando o conceito doutrinário de ser Jesus
o único a revelar o Reino de Deus, isto é, o Reino de Deus não pode ser revelado
por homens, mas somente a quem Jesus assim o quiser.

[...]muitos profetas quiseram ver o que vocês estão vendo, e não puderam
ver; quiseram ouvir o que vocês estão ouvindo, e não puderam ouvir.

3.2.5 Relações internas no texto

O tema da revelação apresenta repetição sistemática dentro desta perícope e


aponta para 3 questões importantes. Primeiro, devemos dar Graças a Deus por,
apesar da nossa condição humano, ele nos permite, ainda em parte, ter acesso ao
Reino de Deus e isto deve ser motivo de alegria e gratidão. Segundo, reconhecer
12

que toda autoridade está sob domínio de Jesus. Somente Ele tem todo o poder
sobre todas as coisas e reina de forma soberana. Por fim, temos acesso a esta
revelação no momento em que somos remidos pelo Sangue de Jesus e passamos a
ter acesso ao Seu Reino como discípulos e não por nossa sabedoria, conhecimento
ou posição social ou eclesial, uma vez que para isto devemos nos despojar de
nossas vontades e nos entregar integralmente a Ele.

3.3. Análise extratextual

3.3.1 Análise sinótica com base na versão de Almeida Revista e


Atualizada

Lançando mão da versão João Ferreira de Almeida Revista e Atualizada,


realizamos abaixo a comparação sinótica das perícopes encontradas nos
Evangelhos de Lucas e Mateus. Não há correlação nos Evangelhos de Marcos e
João.

LUCAS 10.21-24 MATEUS 11.25-27


Naquela hora, exultou Por aquele tempo,
Jesus no Espírito Santo e exclamou Jesus: Graças
exclamou: Graças te dou, te dou, ó Pai, Senhor do
ó Pai, Senhor do céu e da céu e da terra, porque
terra, porque ocultaste ocultaste estas coisas aos
estas coisas aos sábios e sábios e instruídos e as
instruídos e as revelaste revelaste aos pequeninos.
aos pequeninos. Sim, ó Sim, ó Pai, porque assim
Pai, porque assim foi do foi do teu agrado.
teu agrado.
Tudo me foi entregue por Tudo me foi entregue por
meu Pai. Ninguém sabe meu Pai. Ninguém
quem é o Filho, senão o conhece o Filho, senão o
Pai; e também ninguém Pai; e ninguém conhece o
sabe quem é o Pai, senão Pai, senão o Filho e
o Filho, e aquele a quem o aquele a quem o Filho o
Filho o quiser revelar. quiser revelar.
E, voltando-se para os
13

seus discípulos, disse-


lhes particularmente:
Bem-aventurados os
olhos que vêem as coisas
que vós vedes.
Pois eu vos afirmo que
muitos profetas e reis
quiseram ver o que vedes
e não viram; e ouvir o que
ouvis e não o ouviram.

Constatamos pequenas divergências na comparação dos evangelhos, que


estão grafadas em itálico e negrito. Em primeiro, no Evangelho de Lucas destaca-se
o termo “exultou” ao invés de “exclamou” usada no evangelho de Mateus. O termo
exultar indica uma grande alegria, destacando que a alegria de Jesus não foi uma
alegria normal, mas uma verdadeira alegria. Exclamou dá o sentido de um grande
brado, porém não indica necessariamente grande alegria.

O evangelho de Lucas ressalta a bem-aventurança daqueles que recebem a


revelação do Pai, o que é ocultado no evangelho de Mateus.

3.3.2 Análise do contexto redacional

Sob o ponto de vista do contexto menor, a perícope de LC 10.21-24 está


bem delimitada. Na perícope anterior, versos 17 a 20, Jesus apresenta sua
autoridade concedendo poder aos discípulos poder sobre os demônios e espíritos
malignos. Na perícope posterior, versos 25 a 28, é destacado o tema da salvação.

No contexto maior a perícope esta inserida no contexto da rejeição do filho


do homem, que vai do verso 9.51 até 19.27, onde Jesus apresenta o antagonismo
dos reinos terrenos e do Reino do Céu com ênfase no ensino doutrinário, cujo
principal foco está na salvação do perdido.

Por fim, considerando o contexto integral, Lucas destaca a humanidade e a


compaixão de Jesus. Faz a narração mais completa dos ancestrais, nascimento e
desenvolvimento de Cristo. Ele é apresentado como o Filho do Homem ideal, que se
identifica com a dor e a condição do pecador a fim de carregar nossas dores e
14

oferecer inigualável dom da salvação. Somente Jesus alcança o ideal grego de


perfeição humana. (Bíblia de Estudos da Profecias, pg. 1.123)

3.4.1 Análise das possíveis fontes e intertextualidade

Considerando a origem das informações para elaboração do evangelho de


Lucas, podemos considerar que o autor buscou informações das tradições orais
vistas e ouvidas na época, além de utilizar o evangelho de Marcos como fonte de
informações, bem como a fonte “Q”, que é um conjunto de sentenças, metáforas,
parábolas e outros ditos de Jesus, todos escritos na língua grega.

Além da relação com os outros Evangelhos sinóticos (Mc e Mt), podemos


destacar também a como fonte o livro dos Salmos:

Na oração que Jesus faz no versículo 21 há alusão ao Salmo 146.6


destacando a Soberania de Deus como Criador dos céus e da terra.

[...] o SENHOR, seu Deus, que fez o céu e a terra, o mar e tudo quanto neles
há [...]

4. ANÁLISE DO CONTEÚDO

4.1 CONTEXTO HISTÓRICO SOCIAL

4.1.1 Contexto Geral

Em relação ao contexto geral observamos uma dimensão social na medida


em que, no versículo 21, destaca a diferença entre sábios e instruídos e os
pequeninos. Este tema é reforçado no verso 24 quando afirma que Reis e Profetas
não tiveram acesso a revelação apesar das suas posições sociais.

Fica claro a opção da revelação à classe social desfavorecida que não


possuía acesso à informação e cultura, fruto de uma estrutura social estratificada
com um grande abismo entre a classe mais abastada e a menos favorecida.

4.1.2 Contexto Específico

O livro de Lucas foi escrito na década de 80 d.C., na região da Ásia Menor ou


Antioquia (atual Síria) para comunidades que são mais predominantemente pagãs
15

do que judaicas, uma vez que estão mais afastadas da Palestina, espalhadas pelo
Império Romano. O aramaico já não predomina e cedeu lugar ao grego, sua cultura
e filosofia.

Lucas assumiu o desafio de aproximar as duas culturas, Judaica e a Grega, a


fim de apresentar as estas comunidades predominantemente pagãs que já estavam
incluídas no plano da Salvação desde os antigos escritos judeus.

4.2.1 Análise narrativa

O texto pode ser escrito por diversas formas, como poesia, narrativa,
discurso, dentre outras formas. Iremos nos ater neste trabalho a forma narrativa,
forma utilizada pelo autor para escrever este trecho do livro de Lucas.

Podemos considerar o texto estruturado por narrativa quando identificamos os


seguintes elementos: Narrador, Tempo, Cenário, Personagens e Enredo.

a) Narrador: O narrador é aquele que nos conta a história, com suas


percepções, ideologias e sentimentos. Assume a característica de Oniciência
(tem conhecimento de todo o acontecimento narrado) e onipresença (está em
todos os lugares dos acontecimentos narrados). No caso do evangelho em
questão o narrador é o discípulo Lucas, conforme corrente majoritária dos
doutrinadores. Lucas era um dos 12 apóstolos, médico de profissão, cultura
grega e viveu na cidade de Antioquia, na Síria antiga.
b) Tempo: Pode ser mensurável (cronológico) ou não mensurável (psicológico).
Cronológico é aquele tempo expresso pelo autor que o identifica de forma
clara, como por exemplo, “na festa dos pães asmos” ou “no terceiro dia do
quarto mês”. Já o tempo psicológico é aquele que se passa na interioridade
do personagem, que não se pode definir, ou seja, o narrador não deixa claro.
Nesta perícope não é possível definir o tempo da narrativa, posto isto,
consideramos como sendo um tempo psicológico.
c) Personagens: São elementos importantes introduzidos pelo autor para com
objetivo de dar ação ao enredo. Dentre estes elementos estão os
protagonistas, os antagonistas, heróis ou vilões, figurantes. No texto em
análise Jesus é o personagem protagonista, heroi. Os discípulos e o Pai são
personagens secundários, figurantes, e não assumem o papel de
antagonistas, pois recebem as palavras de Jesus sem questioná-las. Não há
16

manifestação dos discípulos na narrativa. Há menção ainda a personagens


não definidos, como sábios, instruídos, Reis e Profetas.
d) O Enredo: É o encadeamento lógico dos acontecimentos relatados pelo
autor. No enredo é possível ter a exposição coerente dos fatos, as tensões e
discussões a respeito do tema, sua solução e fechamento ou conclusão.
a. Exposição: É o encadeamento lógico pela qual o autor apresenta a
narrativa. No caso em estudo a narrativa começa após o retorno dos
70 discípulos de sua missão evangelística. Jesus recebe os 70
discípulos e ora ao Pai. Logo em seguida orienta seus discípulos que a
revelação do Pai é feita somente pelo filho a quem ele assim o
determinar, porém direcionada sempre aos pequeninos e não aos
autossuficientes e empoderados. Não há menção a um tempo
cronológico e específico, mas apenas que o fato ocorreu após a volta
dos discípulos descrito no verso anterior. Jesus é apresentado como
protagonista no texto na medida em que a Sua Oração é o centro do
texto e o coloca na figura de Messias. O Pai é introduzido como
personagem secundário no primeiro versículo e os discípulos são
introduzidos no enredo, no verso 23, também como personagens
secundários. Não há menção geográfica do local onde ocorreu o fato,
porém sabe-se que Jesus e seus discípulos encontraram-se na região
do Mar da Galileia.
b. Tensão: Caracteriza-se pelo debate sobre o tema, ou seja, uma
antítese apresentada na exposição. Normalmente o debate entre
antagonista e protagonista, herói e vilão. Apesar de não haver um
diálogo completo nesta perícope, pois somente Jesus fala, ainda assim
podemos considerar um momento de tensão quando Jesus exorta aos
discípulos que a alegria deles deve estar em reconhecê-lo como
Messias e não nos prodígios que realizaram.
c. Resolução: Traz a solução para a tensão apresentada. É o reforço do
tema que o autor considerara como mais importante para o texto.
Nesta perícope Jesus chama os discípulos à parte e os esclarece que
a alegria deve estar em terem sido escolhidos para receber a revelação
de Deus por meio do Filho e não pelos prodígios e milagres que
haviam realizados. Este é o ensino fundamental do texto.
17

d. Desfecho: Fechamento da narrativa. Nos versos em análise, acontece


com o reforço aos discípulos sobre a humildade de coração, negando
aos poderosos a possibilidade da revelação, mostrando assim que
Jesus é o Messias a quem foi dado o poder sobre tudo e todos.

5. HERMENÊUTICA

Este passo da exegese do Novo Testamento nos ajudará a destacar os


conceitos teológicos que a perícope selecionada aborda. Esta etapa é importante,
pois nos permitirá buscar em todo o Canon Bíblico os textos que abordam o mesmo
tema teológico. Primeiro iremos trabalhar com a correlação entre o texto em análise
com outros textos através de um exercício de comparação a fim de encontrar o tema
teológico do que trata a perícope. Em segundo lugar faremos uma correlação entre a
abordagem do tema teológico no texto em questão em comparação com os grandes
temas teológicos. Por meio desta abordagem, em conjunto com as demais etapas
teremos condições de elaborar uma mensagem clara e coerente com a Palavra de
Deus.

5.1 Análise do tema teológico

Por meio da comparação textual identificamos correlação entre os seguintes


versículos:

Salmo 24:1 “Ao SENHOR pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e
os que nele habitam.”

João 3:35 “O Pai ama ao Filho, e todas as coisas tem confiado às suas mãos.”

Mateus 13:16-17 “Bem-aventurados, porém, os vossos olhos, porque veem; e os


vossos ouvidos, porque ouvem. Pois em verdade vos digo que muitos profetas e
justos desejaram ver o que vedes e não viram; e ouvir o que ouvis e não ouviram.”

Os textos têm apresentando a Jesus como sendo o Messias, aquele enviado


da parte de Deus como salvador da humanidade. Podemos ver este tema sendo
desenvolvido na fala de Jesus, quando remete os ouvintes ao salmo 24, reforçando
sua condição de Criador. O evangelista João confirma a soberania de Jesus através
do poder sobre todas as coisas concedido a Ele.
18

Posto isto, o texto evidência o tema Cristológico dentro da Teologia


Sistemática. Cristologia é o estudo de Jesus Cristo em relação a sua natureza,
doutrina e obras.

5.2 Atualização Hermenêutica

Sob a dimensão pessoal, a perícope nos ensina que a nossa alegria deve
existir pelo fato de termos sido escolhidos por Jesus para nos ser revelado as coisas
dos Céus e também confirmar em nossos corações que o Senhor Jesus Reina
Soberano sobre nossas vidas e sobre tudo.

Se olharmos sob a perspectiva do Corpo de Cristo, entendemos que


precisamos sair a campo e ir a frente de Cristo levando o seu evangelho, ou seja
que Jesus Cristo é o Senhor, Viveu entre nós, morreu na Cruz por nossos pecados e
ressuscitou e hoje vive em nosso meio através do Espírito Santo. Somos somente
semeadores. O crescimento quem dá é Cristo.

Por fim, a perícope nos ensina que a compreender certas atitudes de nossas
lideranças, tanto políticas, sociais, quanto eclesiais. Tomam atitudes contra o povo e
em benefício próprio porque o Senhor não permitiu que enxergassem a sua Gloria. A
altivez, orgulho e soberba dos Líderes levam-nos a ganância pelo poder e pelo
dinheiro.

6. HOMILIA DE LUCAS 10:21-24

Vamos nos situar no contexto destes acontecimentos. Os versículos que


acabamos de ler relatam a Oração de Gratidão de Jesus feita ao Pai com grande
alegria, pois o Pai revelou aos discípulos as coisas pertinentes ao Reino de Deus.

Esta experiência vivida pelos discípulos aconteceu quando os discípulos foram a


campo cumprir a comissão de evangelização conforme envio no começo do capítulo
10. “Depois disto, o Senhor designou outros setenta; e os enviou de dois em dois,
para que o precedessem em cada cidade e lugar aonde ele estava para ir”. Os
Discípulos estavam felizes porque os demônios se submetiam a eles.

O evangelho de Lucas narra a vida de Jesus sob a perspectiva da sua humanidade.


Esta linguagem utilizada por Lucas era dirigida aos gentios, ou os não judeus.
Podemos ver que o termo Filho do Homem caracteriza esta perspectiva e é muito
19

utilizado neste evangelho e demonstra que apesar de Jesus ser Deus, se achega
até nós compreendendo nossas limitações e nossa humanidade.

Vamos iniciar nossa reflexão no verso 21.

21 Naquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo e exclamou:


Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste
estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos.
Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado.

Podemos ver que Jesus ora ao Pai com Grande Alegria, reconhecendo todo o
poder e Soberania de Deus sobre nossas vidas.

Desta mesma forma deve estar o nosso coração! Nossa alegria deve estar na
certeza que Deus é soberano sobre nossas vidas, pois tem o domínio de tudo sob
suas mãos.

1 Do SENHOR é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que


nele habitam.
2 Porque ele a fundou sobre os mares, e a firmou sobre os rios.
(Salmos 24:1,2)

Jesus exultou de alegria, mas não era porque os seus discípulos haviam tido
sucesso em sua Jornada, e sim porque reconheceu o poder do Pai em revelar o
Reino de Deus para eles. Este é o alcance pessoal que este versículo traz! Jesus
fala direto a nós!

Aí deve estar nossa alegria e não em bênçãos recebidas, não é no


recebimento de dádivas que devem alegrar nossos corações, mas na certeza que
fomos acolhidos pelo Senhor e que por sua misericórdia nos foi concedida a
conhecer da salvação.

Alegrem-se! Exultem! Glorifiquem ao Senhor! Não estamos sozinhos e


perdidos! O Senhor nos orienta na nossa caminhada, nos ajuda a superar nossos
dilemas, nossos desafios. Podemos enfrentar nossas batalhas diárias na certeza
que temos um Deus que nos orienta o caminho que devemos trilhar.

Outra orientação importante que este versículo nos traz é saber o que é que
agrada a Deus.
20

Sabemos o que agrada a Deus e o que não agrada a Deus?

Pois bem, só temos uma forma de agradar a Deus. Sermos humildes de


coração como os pequeninos, reconhecer nossa total dependência Dele e abrir o
coração para sua Palavra. Ter a humildade em reconhecer que precisamos viver
através a revelação que Deus tem posto em nosso coração.

“[έέέ] e as revelaste aos pequenἁnosέ Sἁm, ó Paἁ, porque assἁm foἁ do


teu agradoέ”

Já no verso 22 o Senhor Jesus nos ensina 2 fundamentos importantes:

22 Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém sabe quem é o


Filho, senão o Pai; e também ninguém sabe quem é o Pai, senão o
Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar.

Primeiro, falando também pessoalmente a cada um de nós, testifica sua


divindade e que ele é filho de Deus. Ele é o caminho, e a verdade e a vida; ninguém
vai ao Pai, senão por Ele. Se nós conhecemos a Ele, também conhecemos a Deus.
(João 14:6,7)

Jesus Cristo é o Senhor, sim, Deus vivo e presente em nosso meio. Ele é o
Alfa e o Omega, que estava no princípio, na Criação, e estará até a consumação dos
tempos. Ainda que não possamos vê-lo, ainda que não possamos senti-lo, a nossa
fé nos testifica que ele está presente entre nós.

Quando duas ou mais pessoas estiverem reunidos em meu nome lá


estarei. (MT 18:20)

Segundo, olhando como Corpo de Cristo, cabe a Jesus revelar a salvação a


quem Ele assim o desejar.

Nós somos semeadores do Reino do Deus Vivo, cabe a nós a comissão de ir


e pregar o evangelho a toda criatura, mas o crescimento desta semente cabe
somente a Deus. Não é a nossa estratégia ou o nosso conhecimento que transforma
a vida de uma pessoa, mas o agir de Deus em seu coração. O evangelho de João
destaca bem este entendimento. “Não fostes vós que me escolhestes, ao contrário,
eu escolhi a vós outros (João 15:16).
21

Portanto devemos nos esforçar em servos fieis e dedicados no servir. Uma


igreja que não gera vida está doente. Uma igreja que não cresce, precisa de
revitalização. Cada um de nós é um semeador, temos aqui em nossa comunidade
uma missão urbana. É chegada a hora de ir.

Vamos agora olhar os versos 23 e 24,

23 E, voltando-se para os seus discípulos, disse-lhes


particularmente: Bem-aventurados os olhos que vêem as coisas que
vós vedes. 24 Pois eu vos afirmo que muitos profetas e reis
quiseram ver o que vedes e não viram; e ouvir o que ouvis e não o
ouviram.

Aprendemos que o Senhor Jesus só revela o Pai aos seus discípulos, Não
revela aos Reis e Profetas, aos orgulhosos e soberbos, mas aos discípulos que são
comparados aos pequeninos, porque eles são humildes de coração, são vazios de si
mesmo e sua confiança está no Senhor.

Hoje nosso país vive sem rumo, mergulhado na corrupção e na violência em


razão da soberba do coração dos nossos dirigentes e governantes. Trocam o
reconhecimento das suas fraquezas e dependência de Deus pelo orgulho que o
poder e o dinheiro concedem.

Devemos clamar diariamente para que nossos líderes quebrantem seus


corações e reconheçam a soberania de Deus sobre suas vidas.

A igreja precisa buscar o avivamento e se espelhar nos 70 discípulos, que


recebendo a revelação do Reino de Deus, saíram a semear a Palavra. Que
reconheceram que tudo vem das mãos do Senhor. Não apoiam suas vidas na sua
própria sabedoria e entendimento, mas esvaziam-se de si mesmos e entregam o seu
caminho ao Senhor.

O Avivamento pode ser traduzido por uma igreja que transborda vida, por
meio de um coração humilde e disposto a servir, que se alimenta de oração, indo no
caminho que Jesus envia, pregando, ensinando, curando e libertando.

Hoje devemos...
22

Dar Graças a Deus porque, apesar da nossa condição humana, Ele nos
permite, ainda que em parte, ter acesso ao Reino de Deus e isto deve ser motivo de
grande alegria e gratidão.

Reconhecer que toda autoridade está sob domínio de Jesus. Somente Ele
tem todo o poder, sobre todas as coisas e reina de forma soberana. Aleluia Louvado
seja o seu Santo Nome.

Por fim, hoje devemos nos alegrar porque temos acesso ao Reino de Deus
desde o momento em que fomos remidos pelo Sangue de Jesus e nos encontramos
esvaziados da nossa sabedoria, do nosso conhecimento, da nossa posição social ou
eclesial e entregues totalmente a Ele.

Aleluia Senhor!! Louvado e engrandecido seja o Teu Santo Nome.

Curve sua cabeça e fale com o Senhor Neste momento. Se renda a Ele.
23

Referências e Bibliografia

BIBLIA SAGRADA. Edição Pastoral. Editora Paulus. Disponível em:


http://www.paulus.com.br/biblia-pastoral/_PWQ.HTM

BIBLIA SAGRADA. Bíblia de Estudo das Professias. João Ferreira de Almeida,


revista e atualizada. 2ª Edição. São Paulo: Editora Atos, 2001.

BIBLIA SAGRADA. Novo testamento interlinear. Sociedade Bíblica do Brasil.


Disponível em: https://teologiaead.net.br/mod/forum/discuss.php?d=2021

CARNEIRO, Marcelo da Silva. Guia de Estudos, Curso Exegese do Novo


Testamento - EAD. São Paulo: Potyguara, 2017

CARNEIRO, Marcelo da Silva. Introdução ao Novo Testamento. Rio de Janeiro:


Quártica, 2006

CSA, Diane Bergant e OFM, Robert J. Kerris. Comentário Bíblico III – Evangelhos e
Atos, Cartas e Apocalipse. 3ª Edição. São Paulo:Edições Loyola, 2001

DREHER, Martin Norberto. Prédica: Lucas 10:21-24. Disponível em:


http://www.luteranos.com.br/conteudo/lucas-10-21-24 em 10/10/2017.

Você também pode gostar