Você está na página 1de 3

Na era hipermoderna, nome criado pelo pensador francês Gilles Lipovetsky, o

autor apresenta um mundo contemporâ neo que prioriza valores do


individualismo, dos problemas relacionados ao exagero, ao hiper, em todos os
aspectos, desde o acesso à informaçã o pelas diversas e incontá veis mídias até o
exagero do consumismo, do prazer, do imediatismo, o que cria relacionamentos
sem vínculos duradouros

Neste momento hipermoderno, o indivíduo possui prazer no consumir. Quanto


mais ele consome, mais se sente parte de uma sociedade. É uma necessidade
imensa de se auto afirmar, que faz com que este indivíduo busque identidade em
produtos, consumo de tecnologia, do tempo, da moda.

Este homem hipermoderno nã o mantém tradicionalismo, costumes, e se tornou


hipernarcisista, possui uma pobreza interna de identidade. Confunde-se o ser, no
ter. Ou mesmo busca no ter a substituiçã o do conhecer o pró prio ser.
Nã o mais o coletivo é o que o torna parte de um grupo, de uma identidade para
com os outros. A auto valorizaçã o, a busca de originalidade, de satisfaçã o pessoal
a qualquer custo o consome. Um prazer ansioso que cobre uma ansiedade maior,
presente em toda a sociedade.
A necessidade de estar sempre à frente, informado, torna esse homem corroído
pela ansiedade. Ele já nã o vive o presente. E viver, em seus pensamentos, é
tornar o tempo perdido. A escassez de tempo cria um mal-estar entre a nã o
produçã o e o lazer. O lazer foi substituído pelo consumo irrefreado, na â nsia de
fechar um vazio dentro de si.
"A extrema valorizaçã o da autonomia e do desenvolvimento pessoal levou ao
esquecimento da relaçã o com o outro e da moralidade que deve facilitar esse
convívio" (PINHEIRO, 2009).
A falta de relaçã o do coletivo cria uma esquizofrenia de identidade com o outro,
pois é através da relaçã o com o outro, com o pró ximo, vivendo suas diferenças e
semelhanças, que o indivíduo se reconhece.
A falta de interpretaçã o da realidade traz dificuldade de simbolismos para este
homem hipermoderno.
Gilles Lipovetsky apresenta, no mundo hipermoderno, o paradoxo. Estamos em
busca de alimentos orgâ nicos, mas vivendo o junk food. Falamos de ambientes
saudá veis e sustentá veis e as cidades vivenciam a poluiçã o sonora e visual.
Individualmente há mais problemas mentais, ansiedade, esquizofrenias e na
populaçã o terrorismo, “haters”, intolerâ ncia.
Compreendemos melhor sobre o respeito à diversidade, dos direitos do
consumidor, dos cidadã os, mas vivemos homofobias, ataques à s religiõ es. Dos
problemas de bulimia e anorexia à obesidade.
Somos um mundo complexo, com excesso - hipermercados, hiperlinks,
hipermodernos.

O que é Globalizaçã o?
Globalizaçã o é um processo de integraçã o política, econô mica e cultural mundial,
marcado pelos avanços nos meios de transporte e comunicaçã o.

A Globalizaçã o é um termo elaborado na década de 1980 para descrever o


processo de intensificaçã o da integraçã o econô mica e política internacional,
marcado pelo avanço nos sistemas de transporte e de comunicaçã o. Por se
caracterizar por um fenô meno de cará ter mundial, muitos autores preferem
utilizar o termo mundialização.
É preciso lembrar, porém, que apesar de ser um conceito recentemente
elaborado, a sua ocorrência é antiga. A maioria dos cientistas sociais data o seu
início no final do século XV e início do século XVI, quando os europeus iniciaram
o processo de expansã o colonial marítima. Com isso, é possível perceber que a
globalizaçã o nã o é um fato repentino e consolidado, mas um processo de
integraçã o gradativa que está constantemente se expandindo.
Muitos autores utilizam o termo “Aldeia Global” para se referir à globalizaçã o,
pois ela nã o se limita aos planos políticos e econô micos, ocorrendo também no
â mbito da cultura. Observa-se uma grande troca de costumes, há bitos e
mercadorias culturais. Os animes japoneses e os filmes de Hollywood, por
exemplo, sã o assistidos em todo o mundo.

Assim, muito se fala em uma padronizaçã o cultural. No entanto, há quem


conteste essa tese, dizendo que os regionalismos também se ampliam,
promovendo o aumento da heterogeneidade cultural. Outros chegam a afirmar
que o que ocorre, na verdade, é uma hegemonização cultural, em que os
costumes dominantes se impõ em sobre os demais.
Para se ter uma ideia dos avanços tecnoló gicos e do aumento da velocidade nas
trocas de informaçõ es, podemos comparar as notícias das mortes de duas
personalidades mundialmente conhecidas. Em 1865, quando Abraham Lincoln
faleceu, a notícia chegou à Europa treze dias depois. Em 2009, a morte de
Michael Jackson estava sendo divulgada em tempo real para todo o mundo.

Críticas à globalizaçã o
O processo de globalizaçã o, em seus moldes atuais, vem sendo duramente
criticado por alguns intelectuais e grupos sociais organizados. A principal
afirmaçã o é de que esse processo ocorre de uma forma que beneficia apenas as
elites econô micas e os países dominantes, em detrimento das populaçõ es pobres
e regiõ es de todo mundo.
O ponto central das críticas é que os avanços tecnoló gicos e das comunicaçõ es
sempre alcançam primeiramente aqueles que possuem um poder aquisitivo
superior. Outro fator é que, com as expansõ es das inú meras multinacionais em
todo mundo, amplia-se a concentraçã o de renda, de modo que o nú mero de
pessoas contempladas pelos benefícios da mundializaçã o diminui
constantemente.
Um exemplo a ser citado é o fato de as três pessoas mais ricas do mundo
somarem mais riquezas do que os 48 países mais pobres do mundo juntos.
Além disso, segundo os críticos da globalizaçã o, o processo de integraçã o
mundial foi construído tendo como base o modelo europeu de cultura e
civilizaçã o. Assim, toda forma de conhecimento e comportamento teria sido
estabelecida com base nos padrõ es eurocêntricos de moralidade, suprimindo
povos e culturas tradicionais de outros países, considerados “inferiores” pela
ideologia dominante.
O geó grafo Milton Santos, em sua renomada obra Por uma outra Globalização,
divide esse fenô meno em três abordagens: a) a globalizaçã o como fá bula, ou seja,
da forma como nos é contada; b) a globalizaçã o como perversidade, da forma
como ela realmente é; c) globalizaçã o como possibilidade, quando propõ e a ideia
de uma outra globalizaçã o, mais justa e igualitá ria.
Atualmente, os principais movimentos organizados para lutar contra a
globalizaçã o ou contra as suas consequências sã o o Fó rum Social Mundial e o
Ocuppy Wall Street.

Você também pode gostar