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NO ENSINO
FUNDAMENTAL ANOS
FINAIS E ENSINO MÉDIO
PROFESSORES
Dr. Amauri Aparecido Báassoli Oliveira
Dra. Ângela Pereira Teixeira Victoria Palma
Dr. José Augusto Victoria Palma
Dr. Patric Paludett Flores
152 p. : il.
“Graduação - EaD”.
1. Educação 2. Fisica 3. Escolar. 4. Amauri Aparecido Báassoli Oliveira,
Ângela Pereira Teixeira Victoria Palma, José Augusto Victoria Palma, Patric
Paludett Flores. I. Título.
Coordenador(a) de Conteúdo Mara Cecília Rafael Lopes, Projeto Gráfico José Jhonny Coelho e Arthur
Cantareli Silva, Editoração Alexandre Donzelli, Design Educacional Leticia Matheucci, Curadoria Fabiana
Bruna, Revisão Textual Ariane Fabreti, Ilustração André Azevedo, Fotos Shutterstock.
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0251XXXX
minha história, meu currículo
Pós-Doutor em Educação Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS – 2014). Doutor
em Educação Física pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp – 1999). Mestre em Ciência do Mo-
vimento Humano pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM – 1988). Graduado em Educação Física
pela Universidade do Norte do Paraná (1979). Atualmente, é professor aposentado da Universidade Estadual
de Maringá (UEM). Professor do Programa de Pós-Graduação Associado UEM-UEL em Educação Física, com
orientações em nível de mestrado e doutorado. Tem experiência na área de Educação Física com ênfase em
Métodos e Técnicas de Ensino e Metodologia da Pesquisa, atuando, principalmente, nos seguintes temas:
formação profissional, currículo, atividade física e saúde, Educação Física escolar, atividade física e obesida-
de. Consultor ad hoc do Ministério da Educação/SESu/INEP para comissões de avaliação institucional e de
autorização e reconhecimento de cursos em Educação Física.
Doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp – 2001). Mestre em Educação pela
Universidade Metodista de Piracicaba (1997). Graduada em Licenciatura em Educação Física pela Universidade
Estadual de Londrina (UEL – 1983). Atualmente, é Professora Associada nível C da Universidade Estadual de Lon-
drina (UEL), atuando na graduação em Licenciatura em Educação Física e no Programa de Mestrado em Educação
na Linha Docência: Saberes e Práticas. Tem estudos com ênfase na Formação de Professores de Educação Física,
atuando, principalmente, nos seguintes temas: Educação Física, formação e intervenção profissional docente,
construtivismo e organização curricular.
Doutor e Mestre em Educação Física pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp – 1997-2001).
Graduado em Educação Física pela Universidade Estadual de Londrina (UEL – 1975). Foi professor do qua-
dro próprio do magistério no estado do Paraná na Educação Básica (1979-1992). Atualmente, é Professor
Associado nível C da Universidade Estadual de Londrina (UEL), onde atua na graduação em Educação Física
(Licenciatura) desde 1979. É docente, também, no curso de Pós-Graduação Lato-Sensu Educação Física na
Educação Básica. Foi Chefe do Departamento de Estudos do Movimento Humano do Centro de Educação
Física da Universidade Estadual de Londrina (UEL – 2016-2018).
Doutor em Educação Física pela Universidade Estadual de Maringá (UEM – 2018). Mestre em Educação pela
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM – 2013). Graduado em Educação Física pela Universidade Federal
de Santa Maria (UFSM – 2010). Foi professor da rede municipal de ensino de Florianópolis-SC. Atualmente, é
professor do Departamento de Ciências do Movimento Humano da Universidade do Estado de Minas Gerais
(UEMG) e professor formador do Colegiado de Educação Física da Universidade Cesumar (Unicesumar). Tem
experiência em Educação Física Escolar com ênfase nas linhas: formação de professores, práticas pedagógicas,
identidade docente, inclusão e esporte educacional.
Pós-Doutora em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT – 2022). Doutora em Educação
pela Universidade Estadual de Maringá (UEM – 2014). Mestre em Educação Física (UEM - 2009). Graduada em
Pedagogia pela Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí (Fafipa – 2000) e graduada em
Educação Física pela Universidade Estadual de Londrina (UEL – 2000). Professora Adjunta do Departamento de
Educação Física da UEM. Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação, Educação Física e Políticas Edu-
cacionais (GEEFE/CNPq). Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação Física Escolar, atuando,
principalmente, nos seguintes temas: infância, estágio supervisionado, formação profissional e políticas públicas.
O ensino da Educação Física não se coloca como uma tarefa fácil, apesar de muitos
acharem que se trata, apenas, de um momento descontraído e sem vínculo com o
processo formativo geral da escola. Esse engano é fruto do processo histórico vivido
pela área e que se consolidou no imaginário social ao longo desse percurso vivido
pela Educação Física.
A busca pelo rompimento desse imaginário vem se desenvolvendo desde o início
da década de 1980, portanto, é nesse sentido que o material selecionado para você,
neste livro, visa a contribuir. Para tanto, propusemo-nos a apresentar um pouco
desses equívocos e de como estamos superando o estágio da “prática pela prática”.
Será muito importante tê-lo(a) nessa tarefa de valorizar, dar sentido e signifi-
cado à Educação Física Escolar, pois defendemos que ela é de suma importância
para o processo formativo e informativo de todos aqueles inseridos no processo
educacional, desde a Pré-Escola ao Ensino Médio, período no qual temos partici-
pação legal e legítima.
Para te auxiliar nesse intento, organizamos este material com o objetivo de apre-
sentar como ocorreu a superação da atividade para componente curricular, como
se apresenta uma organização curricular baseada em documentos norteadores,
por exemplo, na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), bem como em conceitos
significativos que perpassam o nosso entendimento da área e que se desdobram
em todos os componentes configuradores de um currículo em Educação Física.
Ainda como forma de contribuição nessa tarefa de fundamentação e suporte
da área, nos preocupamos em demonstrar a utilização da ferramenta dos mapas
conceituais como estratégia didática e, por fim, exemplificamos vários modelos de
planos de aulas como apoio para as experimentações que você terá ao longo do
curso, em seus estágios e práticas pedagógicas.
Não se esqueça: a nossa participação no setor educacional, enquanto profes-
sores de Educação Física, é de suma importância, mas precisamos, continuamente,
demonstrar isso por meio de uma organização curricular consistente, de procedi-
mentos metodológicos integrados e interdisciplinares, de recursos didáticos em
nossas aulas e, também, segundo os processos avaliativos os quais aplicaremos.
Você tem muitas dessas ferramentas nesse livro, faça bom uso dele!
sum ário
UNIDADE I
8 EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: DE SIMPLES ATIVIDADE PARA
COMPONENTE CURRICULAR
UNIDADE II
30 A EDUCAÇÃO FÍSICA E A ORGANIZAÇÃO CURRICULAR
UNIDADE III
60 ASPECTOS AVALIATIVOS DA/PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
UNIDADE IV
80 MAPA CONCEITUAL DOS CONTEÚDOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA:UMA
ESTRATÉGIA INTERESSANTE E ÚTIL
UNIDADE V
104 PLANOS DE AULAS PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO
FUNDAMENTAL, ANOS FINAIS E ENSINO MÉDIO
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR:
DE SIMPLES ATIVIDADE PARA
COMPONENTE CURRICULAR
Objetivos de Aprendizagem
Plano de Estudo
I
Na história da sistematização escolar, as disciplinas es- das inúmeras discussões que acalentam o campo da
colares estão presentes como meio de direcionamento Educação Física Escolar (geradas pelos agentes os quais
e organização do caminho a ser percorrido pelo siste- engendram tal área), encontramos, também, como do-
ma educacional. Elas foram criadas com o propósito cumento orientador da prática pedagógica do professor
de disciplinarização e ordem dos conteúdos que eram de Educação Física, a Base Nacional Comum Curricular
ensinados e, com o passar dos anos e com a ampliação – BNCC, documento este contemporâneo que normati-
dos estudos sobre organização curricular, a escola, a za e caracteriza “[...] o conjunto orgânico e progressivo
partir das suas diferentes significações sociais, conti- de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem
nua utilizando das disciplinas com o mesmo sentido: desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Edu-
disciplinarizar e ordenar os conteúdos para efeitos do cação Básica” (BRASIL, 2018, p. 7).
processo de ensino-aprendizagem. Nesse sentido, o que pretendemos, a partir desta
Temos observado que, na história, a disciplinariza- unidade, é mostrar um pouco do processo histórico
ção na Educação Física, mais do que ordenar práticas dessa educação e argumentar a favor do entendimento
motoras, também disciplinava corpos; surge, assim, a da Educação Física como um componente curricular
compreensão popular da área em educação do físico. com bases socioculturais e, também, científicas. Assim,
No caso do contexto brasileiro, a inserção da Educação conduzimos os nossos argumentos em direção à pers-
Física na escola, em seu contexto, apresenta finalidades pectiva histórico-cultural de educação e, em decor-
e propósitos bastantes definidos que lembram a discipli- rência dessa perspectiva, estabeleceremos que o nosso
narização das ações motoras e o rendimento esportivo objeto de conhecimento, fonte de organização dos con-
como referência. Romper com essa concepção instituída teúdos para a Educação Física, será a cultura corporal
requer ousadia e coloca o professor em situação de risco, de movimento, isto é, o movimento humano (histori-
porque ele deixará de seguir o manual preestabelecido. camente produzido pela humanidade) com sentido e
Desde a última LDB nº 9.394 – Lei de Diretrizes e significado, uma prática corporal significativa e uma
Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996, on-line), o instância privilegiada para aprendizagens cujos proce-
entendimento da Educação Física no contexto escolar dimentos didático-pedagógicos a caracterizam como
ganha outros contornos conceituais, auxiliando o pro- um dos componentes curriculares, em especial, da área
fessor na ressignificação da compreensão da área e na do conhecimento das Linguagens nas etapas do Ensino
organização do seu plano pedagógico. Hoje, para além Fundamental e do Ensino Médio.
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EDUCAÇÃO FÍSICA
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complexo, da parte para o todo, este último era visto como Por ser uma instituição social, a escola visava à reali-
a soma das partes e não a sua inter-relação. zação de determinados fins. Para consegui-los, a institui-
O ensino, nessas dimensões, reduziu-se às for- ção adotava procedimentos que se popularizou chamar de
mas e estratégias de comunicação com destaque à uti- “estratégias pedagógicas”. Estas, também denominadas de
lização cada vez mais sofisticada de tecnologias da tendências pedagógicas, eram permeadas por pressupostos
comunicação. Considerava-se, ainda, que a avaliação da teórico-metodológicos oriundos da forma de conceber o
aprendizagem deveria ser medida pela sua eficácia, de mundo, a educação escolarizada, a dinâmica social etc.
caráter somativo, concebendo como inúteis as ativida- As práticas educativas que acontecem no interior da es-
des as quais envolviam reflexões, análises e abstrações, cola estão estruturadas por meio dos pressupostos de uma
tendo como eficaz a retroação imediata das suas experi- ou outra tendência. A Educação Física brasileira, ao estar in-
ências, ou seja, se fosse útil, seria verdadeiro. serida no contexto escolar por força de lei desde o início dos
Com a orientação dessas dimensões, o objeto de re- anos de 1930, também apresenta, na maioria de suas ações,
ferência para a Educação Física Escolar era o trabalho os pressupostos de tendências educacionais, principalmente
físico corporal, e era, também, o que definia o planeja- aquelas as quais Saviani (1987; 1992) considera não críticas,
mento das aulas, a organização do horário e espaços es- tais como: tradicional, tecnicista e crítico-reprodutivista.
colares de sua efetivação, a divisão de turmas pelo sexo. Observamos que a Educação Física Escolar bra-
Essa divisão com essa forma de pensar Educação Física sileira está fortemente caracterizada, em seu processo
era necessária, pois meninos e meninas apresentam ap- histórico, como área de atividade. Por este motivo, ela
tidão física diferentes e respondem corporalmente de apresenta como conteúdo a ser transmitido apenas as
forma diferente aos esforços a que são solicitados. próprias atividades, e os seus fins e objetivos se confun-
Outra característica do modelo que utilizava o tra- dem com o higienismo e o competitivismo, na tendên-
balho físico-corporal era a distribuição das aulas na se- cia tradicional e tecnicista de educação. Para Castellani
mana, sendo três aulas semanais em dias intercalados, Filho (1988, p. 108), ao se caracterizar como área de ati-
pois era observado um princípio do treinamento físi- vidades, a Educação Física passa a ser entendida como:
co-esportivo que pregava a necessidade de recuperação
física dos praticantes. A ação pedagógica era transfor- [...] ação não expressiva de uma reflexão teórica, ca-
racterizando-se dessa forma, no “fazer pelo fazer” [...]
mada em mera tarefa instrumental, altamente sistemati-
uma mera experiência limitada em si mesma, desti-
zada, organizada em uma rotina mecânica. tuída do exercício da sistematização e compreensão
Ao ser concebida como atividade física, o objetivo do conhecimento, existente apenas empiricamente.
principal desse modelo era preparação de pessoas sadias,
como movimentos eficientes para o mundo do trabalho e, Podemos afirmar que a Educação Física, desde 1971,
com isso, contribuir com o processo de industrialização ao ser expressa na LDB nº 5.692 (BRASIL, 1971a, on-
que se iniciou após 1964. Essa situação retratava um fazer -line) e no Decreto nº 69.450 (BRASIL,1971b, on-line)
pedagógico preocupado em aplicar atividades recreativas apresenta-se e identifica-se como área de atividades e
e/ou ligadas ao desenvolvimento de habilidades físico- sua concepção está fundamentada nos pressupostos da
-motoras de cunho esportivo, muitas vezes, objetivando o pedagogia tecnicista de educação, cujo paradigma e di-
condicionamento físico e a aptidão física (PALMA, 2001). mensões apresentamos anteriormente.
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EDUCAÇÃO FÍSICA
Ainda, atualmente, em muitas situações de aula, encontramos presente, nas ações de professores em sala de
aula, características procedimentais, tais como essas listadas, a seguir, as quais nos permitem essa afirmação:
Tendo esse processo histórico como referência, podemos Educação Física Escolar servia à formação de atletas e
considerar que, no ensino da Educação Física, a atividade que atendia aos propósitos higienistas. Ledo engano!
com fim nela mesma se apresenta fortemente arraigada. No máximo, ela, nessa concepção, estimulou alguns
O mito que queremos demonstrar é que ela, por ser ati- poucos, por suas habilidades constitutivas inatas à práti-
vidade pela atividade, não pode atender às demandas de ca do esporte-performance. No mais, ocupou um espaço
um processo educacional crítico-reflexivo com sentido educacional com práticas isoladas e sem conexão com os
emancipatório. A quebra do mito somente se tornará pos- propósitos educacionais da escola. Para superar o mito de
sível devido aos avanços nos estudos e pesquisas tanto da que a Educação Física na escola formava atletas, a partir do
área da educação quanto da Educação Física. início dos anos 1980, houve uma verdadeira revolução nos
Aqui, é importante refletirmos em que medida essa aspectos pedagógicos atribuídos à Educação Física Escolar
concepção atende aos anseios e necessidades socioedu- (crise), culminando no seu reconhecimento como compo-
cacionais e de que forma, sendo atividade, contempla a nente curricular na LDB nº 9.394 (BRASIL, 1996, on-line).
sua raiz, ou seja, ser um espaço de formação de atletas e A tarefa, contudo, não para por aí, na verdade, ela tem
de condicionamento físico. Nem um, nem outro! início nesse ponto. Precisamos nos preparar, pois temos
Tendo a estrutura física, material e de espaço de muito por fazer para que essa área do conhecimento seja le-
tempo disponibilizada para a escola, essas premissas gítima no processo educacional e social de forma geral. No
não passam de mito, como sempre foram. Adotamos, item seguinte, procuraremos apresentar como a disciplina
por longo período de tempo, o discurso de que a nossa tem buscado superar o modelo pedagógico dominante.
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EDUCAÇÃO FÍSICA
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No primeiro momento da aula, o professor, como Como quarto momento, ainda visando à consoli-
preparação e introdução ao novo conteúdo, informa aos es- dação e ao aprimoramento, mas com foco na aplicação
tudantes que, como havia dito na aula anterior, o conteúdo dos conhecimentos e se configurando, também, como
a ser estudado seria aquele. Procura saber o que os estudan- momento avaliativo, o professor dá ao grupo a seguinte
tes conhecem sobre o tema; cria situações para eles identi- tarefa: pesquisar no cotidiano e apresentar, na sala, situ-
ficarem aquilo que haviam dito como equilíbrio corporal. ações em que eles encontraram os tipos de equilíbrios
No segundo momento, já como tratamento didáti- estudados. Pede, também, para os alunos proporem jo-
co do conteúdo, o professor utiliza o jogo de amarelinha, gos que apresentem os tipos de equilíbrios e que indi-
possibilitando aos estudantes vivenciarem situações de quem qual deles predomina na maioria das ações. Em
equilíbrios e desequilíbrios corporais, a fim de reconhe- momento oportuno, o professor fará a discussão com
cerem e entenderem a importância do equilíbrio corpo- a sala, tendo como referência os trabalhos feitos pelos
ral durante uma operação motora (ação intencional). estudantes em decorrência das tarefas a eles atribuídas.
As regras do jogo foram decididas pelo grupo. Duran- Observe que a prática aconteceu, mas,
te as passagens pelas casas, o professor fazia a intervenção no exemplo, o jogo “amarelinha” é
solicitando aos estudantes que procurassem analisar as considerado uma “atividade ou
posições as quais eles tomavam para a realização dos sal- estratégia de ensino” para “au-
tos — principalmente quanto à posição dos braços, ponto xiliar” no estudo do conteúdo
de fixação da visão, perna que favorecia a manutenção do proposto, o qual era equilíbrio
equilíbrio — e que procurassem trocar as pernas de apoio corporal. Durante todo tempo,
para fazer a comparação dessa manutenção. o professor buscava contextu-
Muitas crianças desequilibraram-se várias vezes ao alizar a temática e procurava,
tentarem passar pela amarelinha, que deveria ser saltada com os estudantes, os pontos
com uma perna só pelas casas. O professor, que se conside- de relação com o assunto.
ra como portador de atitudes construtivistas em suas aulas, As aulas foram organiza-
aproxima-se delas e diz: “por que, muitas vezes, nós temos das com critérios didáticos
dificuldades em manter o equilíbrio corporal com uma bem definidos e em um conti-
perna só apoiada no solo? Indiquem outras posições nas nuum lógico, tanto das ações
quais o nosso equilíbrio corporal não fique prejudicado”. do professor quanto dos
No terceiro momento, continuando como trata- estudantes. A avaliação, en-
mento didático, mas buscando a consolidação e aprimo- tendida como necessária, é
ramento de conhecimentos dos estudantes, o(a) profes- integrante dos momentos de
sor(a) apresenta os tipos de equilíbrios corporais que o ensino e não uma situação
ser humano desenvolve e procura relacioná-los com os particular, datada para
conhecimentos que os alunos apresentaram no primeiro acontecer e com fina-
momento e com as respostas dadas por eles aos questio- lidade nela mesma.
namentos feitos no segundo momento.
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EDUCAÇÃO FÍSICA
“Nos últimos anos, o interesse em refletir sobre as teorias da Educação e da Educação Física, a forma como
o ser humano aprende e desenvolve seus conhecimentos tem sido cada vez mais crescente. Este processo é
decorrente da própria história da área da Educação Física no campo educacional que norteou a construção
e reconstrução da sua identidade que, independente do momento histórico, sempre esteve vinculada às
concepções que organizam a vida em sociedade. [...]
O desafio dos professores da área é utilizar sua autonomia para realizar uma investigação científico-peda-
gógica que inclua as multidimensões da realidade, para compreender e operar o real compromisso ‘político’
com nossa sociedade”.
Fonte: Palma, Oliveira e Palma (2010, p. 37-44).
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EDUCAÇÃO FÍSICA
O Objeto de
cia dele sobre a realidade será também crítica
• A aprendizagem passa ser um direito e não uma
Referência na
obrigação para o estudante.
• A aprendizagem será uma passagem do conhe-
Organização e
cimento espontâneo e pessoal que o estudante já
possui para um saber mais elaborado e esclarecido.
• A tomada de consciência social está intima-
mente relacionada com a autonomia cognitiva Sistematização dos
Conteúdos na
e a liberdade para pensar
• A fonte de poder e de ação no contexto sociocul-
Educação Física
tural estão vinculados à construção do conheci-
mento realizado de forma ativa e significativa.
Escolar
• A prioridade deve ser, sempre, o ensinar e o
aprender integrados e que, numa síntese supe-
rior de compreensão, sejam momentos favore-
cedores de construções autônomas e significa-
tivas de conhecimentos. Temos evidenciado que a escola, como instituição social,
• A docência é uma ação profissional com compro- tem tarefas as quais lhe são próprias e, dentre elas, desta-
missos sociais, cujo trabalho exige postura ética. ca-se a contribuição com o processo educativo das pes-
• A base da docência se caracteriza como um tra- soas, sendo o fazer desse processo sistematizado, o que
balho intelectual crítico e criativo, nunca espon- remete ao seguinte entendimento: tudo que acontece em
taneísta e/ou descompromissado. seu interior deve ser orientado por esse objetivo, logo,
Consideramos, também, que cabe ao professor, por meio um componente curricular, ao propor os seus conteú-
da orientação, abrir perspectivas ao estudante. No exer- dos para efeito de ensino-aprendizagem, ao organizá-los
cício da mediação, o professor atuará para que os conte- e sequenciá-los, deverá ter enunciado, como objetivo ge-
údos sejam constantemente analisados, tanto do ponto ral, o mesmo que a escola estabelece para si.
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Por isso, colocamos como necessário compreender a aceito na sociedade a seguinte situação: o que se deve
Educação Física na escola como um componente curricular. ensinar nas escolas precisa originar-se das disciplinas
intelectuais ou formas de conhecimento criadas e siste-
matizadas por uma comunidade de estudiosos que atu-
am, normalmente, em departamentos universitários.
Fatores externos e internos podem ser identificados
“O movimento humano é sempre uma conduta,
como voltar-se a algo para a sua compreen- como responsáveis pelo surgimento ou desaparecimento
são. Consiste sempre em uma totalidade de de disciplinas escolares. De acordo com Chervel (1990),
relações que envolvem situações concretas de os internos relacionam-se às próprias condições de
sentido/significados para quem individual ou trabalho na área; já os externos podem estar relacionados
coletivamente o pratica”. à política educacional ou ao contexto econômico, social e
(Eleanor Kunz) político que determinam as condições de trabalho.
Uma disciplina escolar, ou matéria escolar que tem uma Tanto os fatores internos como os externos de-
pendem de interesses de grupos dominantes
história, possui uma razão de ser para estar no contexto
na sociedade e da forma como veem a educa-
educacional escolarizado. A Educação Física também
ção, as finalidades educacionais específicas da
tem a sua história, como já estudamos, entretanto o que
escola e da sociedade.
estamos a considerar agora é que ela, em sua gênese his-
tórica, construiu e estabeleceu para si conteúdos e sabe-
res que lhes são próprios.
Tal situação nos coloca a seguinte afirmação: no Chervel (1990) destaca a reciprocidade de influências
contexto escolar, esses saberes não são ensinados por entre as disciplinas escolares e a cultura da sociedade,
nenhuma outra área ou matéria. O que pode acontecer pois, quando essas disciplinas objetivam contribuir na
é o estabelecimento de movimentos integradores deno- formação dos alunos, por meio da transmissão dos sabe-
minados, muitas vezes, ações interdisciplinares. res, voltam-se, também, à formação de hábitos, atitudes,
Quando estudamos a história das disciplinas escola- habilidades, valores e convicções. Para nós, isso somente
res, dois autores destacam-se: Chervel (1990) e Goodson será possível pelo ensino de saberes que, na escola, rece-
(1990). Eles consideram que a matéria escolar advém de bem o nome de saberes/conteúdos escolares.
duas perspectivas principais, a sociológica e a filosófi- Adotaremos, com fundamento em Saviani (1992),
ca, sendo por elas derivada e, portanto, organizada. Os a seguinte visão: uma disciplina pode ser caracterizada
autores apontam que as matérias são decorrentes de como um conjunto de saberes organizados para serem
trabalhos e pesquisas acadêmicas ocorridos em um am- ensinados e aprendidos na educação escolar. Esses sa-
biente universitário e, este fato, geralmente, dá créditos beres, quando apreendidos pelos estudantes, tornam-se
a elas, quando analisadas por leigos. Sustentam, ainda, conhecimentos entendidos “[...] como aquilo que adqui-
essa aceitabilidade, discursos provenientes de agências rimos nos livros, nas aulas, nas conversas, mas com o ob-
governamentais ou midiáticas. Por isso, tem sido muito jetivo de alcançar o entendimento da realidade [...]; é a
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EDUCAÇÃO FÍSICA
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Ginástica Esportes
Movimento
Humano
Danças Lutas
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considerações finais
A escola, com um papel que lhe é próprio, está inserida em um contexto social dinâmico,
complexo e em constantes transformações. Concebemos que a prática educacional a qual
acontece na escola se concretiza pela realização de todos os envolvidos, principalmente
nas ações dos professores, os quais consideramos como profissionais da docência.
Vimos que tanto aspectos legais quanto necessidades e interesses socioculturais
assumem papéis fundamentais no processo de organização da educação escolarizada
e das áreas de conteúdos que compõem a escola. Uma disciplina escolar, conhecida
como matéria ou conteúdo escolar, também tem esse papel para cumprir, por ser ine-
rente ao processo educacional escolarizado, atendendo, assim, às demandas advindas
do meio externo.
As práticas educativas escolares no interior das disciplinas são denominadas aulas e
sempre são fundamentadas nos pressupostos de uma tendência ou teoria educacional.
Ao professor cabe saber a qual propósito elas atendem quando ele ensina. Vimos, ao
longo da história, que a Educação Física atendeu às várias tendências que têm, subja-
centemente, condicionantes sociais e políticos que se configuram em concepções de
mundo, sociedade e de indivíduo.
Atualmente, a disciplina Educação Física, pelas resoluções do Conselho Nacional de
Educação, em especial, a BNCC, assume o seu espaço e as suas responsabilidades como
um dos componentes curriculares da grande área do conhecimento das Linguagens.
Destacamos, como objetivo geral, a necessidade de a educação desenvolver um ensino
das práticas corporais da cultura corporal de movimento que resulte em aprendizagens
significativas ao educando. Para isso, ela necessitou/necessita ressignificar o seu objeto
de referência na organização dos conteúdos, as suas práticas, fundamentos teóricos e,
principalmente, finalidades socioeducativas.
Essa ressignificação conceitual-prática-atitudinal, entretanto, não se limita aos
espaços escolares da Educação Básica. Estamos certos que essas necessidade e preo-
cupação também acontecem no processo no qual são formados os professores.
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agora é com você
1. A Educação Física na escola foi entendida, pelo seu processo histórico, como uma área de atividades. Foi
instituída, por força de lei, como obrigatória nos currículos escolares. Inicialmente, com a necessidade de
haver jovens preparados para as demandas socioculturais e econômicas. Assim, os objetivos na disciplina
Educação Física organizaram-se em torno da prática de atividades físicas. Considerando o texto apresen-
tado, responda às questões, a seguir:
a. Qual a principal característica apresentada pela Educação Física, quando centra a sua prática na apli-
cação de atividades físicas?
b. Qual o objetivo que se destacava, quando se propunha que a Educação Física atuasse como uma área
de atividades físicas?
c. Em quais ciências a Educação Física fundamenta-se para a organização das aulas, quando se entende
que ela é um componente curricular como uma área de atividades físicas?
2. As propostas atuais para Educação Física no contexto educacional têm propósitos bastante claros e dife-
rentes da tendência/abordagem que predominou quando da inserção dessa disciplina na escola. Como
observado, algumas proposições já estão em curso. Nesse sentido, responda às questões, a seguir:
a. O que se tem proposto para a Educação Física para que ela supere a abordagem tecnicista predomi-
nante em suas aulas?
b. Qual a característica que a Educação Física deve ter, para a sociedade não a considerar mais uma área
de atividades?
c. Qual o referencial teórico e prático que a Educação Física deve utilizar para a organização das aulas,
quando se entende que ela é componente curricular pertencente à área de Linguagens?
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leitura complementar
A Educação Física na escola seguiu e segue diferentes orientações na organização de seu planejamento. Um dos pres-
supostos que mais se destaca é a concepção de corpo. O texto indicado, a seguir, foi extraído do Artigo A Constituição
das Teorias Pedagógicas da Educação Física, de autoria do Valter Bracht (1999).
Neste primeiro item, desejamos apresentar as categorias e as problematizações básicas que orientaram nossas refle-
xões sobre o tema. Elas são derivadas de questões como: do ponto de vista educativo, o que tem significado a educação
“corporal”? Que tipo de educação “corporal” a escola e a educação física vêm realizando? Porque surge o interesse pela
educação “corporal” (também na escola) e quais suas determinações sócio-históricas.
A utilização de aspas na expressão educação “corporal” fornece uma pista de uma das questões que pretendemos
colocar. A tradição racionalista ocidental tornou possível falar confortavelmente da possibilidade de uma educação
intelectual, por um lado, e de uma educação física ou corporal, por outro, quando não de uma terceira educação, a
moral – expressão da razão cindida das três críticas de I. Kant, filósofo que, não obstante, segundo Welsch (1988),
preocupou-se intensamente com as mediações entre as diferentes dimensões da racionalidade. Essas educações
teriam alvos, objetos bem distintos: o espiritual ou mental (o intelecto), por um lado, e o corpóreo ou físico, por outro,
resultando da soma a educação integral (educação intelectual, moral e física). É claro, o alvo era ou é o comporta-
mento humano, mas influenciá-lo ou conformá-lo pode ser alcançado pela ação sobre o intelecto e sobre o corpo.
Também na melhor tradição ocidental, a educação “corporal” vai pautar-se pela idéia, culturalmente cristalizada, da
superioridade da esfera mental ou intelectual – a razão como identificadora da dimensão essencial e definidora do
ser humano. O corpo deve servir. O sujeito é sempre razão, ele (o corpo) é sempre objeto; a emancipação é identi-
ficada com a racionalidade da qual o corpo estava, por definição, excluído.
A esse respeito, assim se expressa Santin (1994, p. 13):
A racionalidade foi proclamada como a especificidade exclusiva e única das dimensões humanas. O humano do ho-
mem ficou enclausurado nos limites da racionalidade. Ser racional e ter o uso da razão constituíram-se nos únicos
pressupostos para assegurar os plenos direitos de pertencer à humanidade.
Ou, como afirma Gil (1994) em seu brilhante Monstros, referindo-se à visão de corpo-máquina:
Deu-se uma transferência dos poderes do corpo para o espírito: de nada serve ao corpo estar substancialmente
unido ao espírito (e, assim, tornar-se vivo e indivisível), é este último que define a sua natureza humana. Dora-
vante, o único defeito do corpo é poder levar a alma a enganar-se (p. 169).
Nas teorias do conhecimento da modernidade, que têm sua expressão máxima no chamado método científico (a
ciência moderna), o corpo ou a dimensão corpórea do homem aparece como um elemento perturbador que pre-
cisa ser controlado pelo estabelecimento de um procedimento rigoroso (por exemplo: Francis Bacon e os idola).
Tanto as teorias da construção do conhecimento como as teorias da aprendizagem, com raras exceções, são
desencarnadas – é o intelecto que aprende. Ou então, depois de uma fase de dependência, a inteligência ou a
consciência finalmente se liberta do corpo. Inclusive as teorias sobre aprendizagem motora são em parte cog-
nitivistas. O papel da corporeidade na aprendizagem foi historicamente subestimado, negligenciado. Hoje é in-
teressante perceber um movimento no sentido de recuperar a “dignidade” do corpo ou do corpóreo no que diz
25
leitura complementar
respeito aos processos de aprendizagem. Isso acontece, curiosamente, por intermédio dos desenvolvimentos
nas ciências naturais (ver a respeito Assmann 1996).
Mas claro que esse entendimento de ser humano tem bases concretas na forma como o homem vem produzindo
e reproduzindo a vida. Nesse sentido, o corpo sofre a ação, sofre várias intervenções com a finalidade de adaptá-
-lo às exigências das formas sociais de organização da produção e da reprodução da vida. Alvo das necessidades
produtivas (corpo produtivo), das necessidades sanitárias (corpo “saudável”), das necessidades morais (corpo de-
serotizado), das necessidades de adaptação e controle social (corpo dócil). O déficit de dignidade do corpo vinha
de seu caráter secundário perante a força emancipatória do espírito ou da razão. Mas esse mesmo corpo, assim
produzido historicamente, repunha a necessidade da produção de um discurso que o secundarizava, exatamente
porque causava um certo mal-estar à cultura dominante. Ele precisa, assim, ser alvo de educação, mesmo porque
educação corporal é educação do comportamento que, por sua vez, não é corporal, e sim humano. Educar o com-
portamento corporal é educar o comportamento humano.
Mas vejamos na trajetória das diferentes construções históricas da educação física
(EF) como esse entendimento de corpo e de educação corporal se concretizou. An-
tes é imprescindível fazer uma observação quanto a um equívoco que grassa no
âmbito da educação física. Trata-se do entendimento de que a educação corporal
ou o movimento corporal é atribuição exclusiva da educação física. Sem dúvida, à
educação física é atribuída uma tarefa que envolve as atividades de movimento
que só pode ser corporal, uma vez que humano. No entanto, a educação do
comportamento corporal, porque humano, acontece também em ou-
tras instâncias e em outras disciplinas escolares.
[...] Mas é importante observar que na instituição escolar o termo
disciplina envolve um duplo aspecto: por um lado, a dimensão das
relações hierárquicas, observância de preceitos, normas, da condu-
ta do corpo; por outro, os aspectos do conhecimento propriamen-
te dito. Portanto, a escola promove a “educação corporal”. Nos
dizeres de Faria Filho (1997, p. 52): “Assim como a escola
‘escolarizou’ conhecimentos e práticas sociais,
buscou também apropriar-se de diversas for-
mas do corpo e constituir uma corporeidade
que lhe fosse mais adequada”. Esse aspecto
reveste-se de importância, uma vez que o tra-
tamento do corpo na EF sofre influências externas
da cultura de maneira geral, mas também internas, ou seja,
da própria instituição escolar.
Fonte: Bracht (1999, p. 69-72).
26
material complementar
Título: Complexidade da Educação Física Escolar: Questões Atuais e Desafios para o Futuro
Autores: Renata Osborne, Carlos Alberto Figueiredo da Silva,
Roberto Ferreira dos Santos (org.)
Editora: Lamparina
Sinopse: a Educação Física Escolar enfrenta muitos problemas no contexto educacional
brasileiro e possui diversos desafios para o futuro , por isso, deve ser pensada como
uma disciplina complexa e multifacetada. Essa coletânea de artigos propõe a sua análise de forma holística,
e não de maneira isolada ou alienada. Os autores reunidos nesse livro abordam questões sociais, culturais e
ambientais, perpassando reflexões e discussões sobre a precariedade da infraestrutura da Educação Física
Escolar, o crescimento e o desenvolvimento infantil, a educação integral, a educação inclusiva e inovações
curriculares para a disciplina. Tratam, ainda, de esportes, como o basquetebol, o futebol e o atletismo, da
importância da prática de jogos esportivos com crianças, do potencial educativo das lutas marciais e do lazer
pedagógico. Este é um olhar que busca desconstruir a ideia de uma Educação Física voltada simplesmente
para o incentivo à competitividade e ao chamado “esporte de rendimento”. Isto é, a Educação Física Escolar
deve ser trabalhada em conjunto com outras disciplinas bem como contribuir, de maneira prioritária, para a
formação de crianças e jovens, não apenas na parte física, mas, principalmente, na construção da cidadania.
27
material complementar
28
UNIDADE
II
A EDUCAÇÃO FÍSICA E A
ORGANIZAÇÃO CURRICULAR
Objetivos de Aprendizagem
• Identificar os elementos necessários para a organização curricular da
Educação Física na escola.
• Reconhecer a importância do processo de organização curricular na escola.
• Compreender os aspectos legais da organização curricular na escola e na
Educação Física.
• Conhecer o objeto de referência na organização dos conteúdos da
Educação Física.
• Distinguir as dimensões dos conteúdos no plano de organização curricular
em Educação Física.
Plano de Estudo
• A Criança e o Adolescente que Frequentam o Ensino Fundamental (Anos
Finais) e o Ensino Médio
• As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Física – Ensino
Fundamental (Anos Finais) e Ensino Médio
• A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) da Educação Física para Ensino
Fundamental (Anos Finais) e Ensino Médio
• A Organização dos Conteúdos para o Ensino Fundamental (Anos Finais) e
Ensino Médio
• Conteúdos Básicos da Educação Física
unidade
II
Quando se pensa em escola e na sua especificidade, que se belecidos pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e
concentra nos processos de ensinar e aprender, logo vem à têm força de lei quando se pensa em organização curri-
mente a forma como tudo isso se organiza. Todo esse pro- cular, uma vez que são resultados do que preconiza a Lei
cesso organizacional denominamos organização curricular. de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN)
As matérias escolares, para garantir sucesso no ensino, (BRASIL, 1996, on-line).
organizam os currículos de acordo com alguns elementos O nosso objeto de referência para a organização cur-
básicos: os papéis e as finalidades da matéria, a forma de ricular dos conteúdos que apresentaremos como sugestão
distribuição dos conteúdos pelas etapas da Educação Bá- nesta unidade e que serão objetos de ensino para a Edu-
sica, a estruturação dos conhecimentos nas modalidades cação Física nos anos finais do Ensino Fundamental e no
de educação, o tempo destinado ao ensino desses saberes, Ensino Médio é o movimento culturalmente construído,
os procedimentos didático-pedagógicos adequados e o isto é, a partir dos indicativos estabelecidos na Base Nacio-
perfil dos estudantes de acordo com as suas idades e os nal Comum Curricular (BRASIL, 2018), o nosso trabalho
níveis em que se encontram matriculados. emergirá do movimento que engendra as práticas corpo-
Nesta unidade, o nosso objetivo será destacar que os rais constituintes da cultura corporal de movimento.
estudantes das séries finais do Ensino Fundamental e os Vale destacar: a BNCC, por mais que seja uma dire-
estudantes do Ensino Médio estão no processo educa- triz norteadora da Educação Básica, não deve ser enca-
cional há algum tempo, o que nos indica que tanto os rada como uma ação engessada e pronta, pelo contrário,
objetivos quanto o conteúdo o qual será objeto de ensino esse documento apenas orienta o caminho dos docentes,
e as respectivas metodologias que deverão ser utilizadas os quais têm autonomia para construir os seus currícu-
ganham contornos de complexidade e aprofundamento. los. Dessa forma, na tentativa de transcender as orienta-
Assim, com essas informações, também precisamos ções da BNCC, a nossa proposta dividirá o tema geral
nos preocupar com os objetivos que se pretende alcan- (movimento) em oito unidades didáticas. Cada uma
çar decorrente da relação pedagógica estabelecida. delas, por ser um conjunto de saberes que se interrela-
A nossa proposta de organização dos conteúdos e cionam, foi dividido em temas, cada um com seus assun-
a sua necessária ação didático-pedagógica seguem os tos singulares. Buscaremos auxiliar a compreensão por
indicadores expressos por Diretrizes Curriculares Na- meio da explicação do que é pensado em cada um dos
cionais (DCNs). Estas diretrizes são documentos esta- assuntos apresentados como tema.
32
EDUCAÇÃO FÍSICA
33
de iniciar, traremos à cena algumas reflexões sobre o pro- Ensino Fundamental, faz-se necessário que o estudante
cesso de transição dos Anos Iniciais (1º ao 5º ano) para os desenvolva novos recursos de pensamento e ação, cons-
Anos Finais (6º ao 9º ano) do Ensino Fundamental. tituindo, assim, um leque mais amplo de saberes que
Ao considerarmos os nove anos do Ensino Funda- possibilitam o entendimento e interpretação de sua rea-
mental, destaca-se que as primeiras séries dos Anos Ini- lidade, fazendo o aluno tornar-se autônomo e protago-
ciais são ministradas por docentes “polivalentes, formados nista da sua própria história (DAVIS et al., 2013).
em Pedagogia ou Normal Superior, ou mesmo no Magis- Esses indicativos citados mantêm-se quando passa-
tério em nível de 2º grau, que interagem durante todo um mos do Ensino Fundamental (Anos Finais) para a etapa do
ano letivo com o mesmo grupo de alunos” (DAVIS et al., Ensino Médio (última etapa da Educação Básica). A pror-
2013, p. 4). Com a troca de ciclo, isto é, com a passagem do rogativa de aprofundamento dos saberes e conhecimentos
5º para o 6º ano, todos os educandos passam a vivenciar trabalhados na etapa anterior precisa ser um dos condicio-
novas experiências dentro do contexto escolar, eventos nantes do caminho que será trilhado ao longo dos três anos
estes que podem ser considerados fatos marcantes, deno- (1º ao 3º ano) constituintes desse período escolar.
tadores de novo tom para o processo educacional. Davis O Ensino Médio precisa ser encarado como um mo-
et al. (2013, p. 4) elencam alguns desses eventos: mento da escolaridade o qual
aumento do número de docentes, interação com busca priorizar ações didático-pedagógicas que
professores especialistas [o docente de Educação viabilizem [...] garantir a permanência dos alunos
Física é um deles], [...] níveis de exigências distin- no meio educacional e as aprendizagens básicas
tos, [...] maior responsabilidade, diferentes estilos de para a vida em sociedade, respondendo às suas de-
organização social e didática da aula etc. Caracterís- mandas e aspirações (SOUSA et al., 2022, p. 2).
ticas que constituem uma organização escolar mais
próxima da estrutura empregada no Ensino Médio. De acordo com o mesmo autor, tal processo precisa ins-
tigar nos estudantes sentido e significado,
Nesse caminho, o ingresso nos Anos Finais do Ensino Fun-
damental e todo o seu percurso são, muitas vezes, caracteri- seja no campo da experiência profissional futura,
na escolha do ensino profissionalizante, nos di-
zados como momentos de ruptura para os estudantes. Estes
recionamentos para o ensino superior ou nas de-
já não se sentem mais crianças, porém, ao mesmo tempo, mandas estabelecidas para atender o mundo do
não ingressaram na fase da adolescência. Assim, estão na trabalho (SOUSA et al., 2022, p. 2).
transição entre o final do período infantil e início da ado-
lescência, compreendendo as idades entre 11 e 14 anos. Sob a ótica de todas essas demandas, vale lembrar as
Mansutti et al. (2007, p. 29) destacam que “criar con- aprendizagens que são geradas dentro dessa etapa, ao
dições para que os alunos aprendam a estudar e sejam se somarem com aquelas já constituídas ao longo do
cada vez mais capazes de fazê-lo com autonomia é uma percurso da Educação Básica, também precisam estar
das prioridades do ciclo II (Anos Finais do Ensino Fun- ligadas às relações intra/interpessoais postas em nossa
damental)”. A fim de ampliar e aprofundar os conheci- sociedade contemporânea, a fim de impulsionar a com-
mentos e qualidades apresentados nos Anos Iniciais do preensão dos direitos e deveres que são desprendidos no
dia a dia de uma comunidade.
34
EDUCAÇÃO FÍSICA
É no Ensino Médio que encontramos muitos jovens an- ORGANIZAÇÃO DOS OBJETIVOS PARA
gustiados/ansiosos para decidir quais os rumos que to- A EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO
marão em suas vidas, fora aqueles (muitos) que já com- FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS)
partilham com o estudo as obrigações/tarefas as quais E ENSINO MÉDIO
emergem do mundo do trabalho. É aqui que percebe-
mos o quanto precisamos falar sobre juventude, cida- Por se tratar de um grupo de pessoas que já passou cinco
dania, responsabilidade, sociedade, proletariado, opor- anos ou mais no processo educacional escolarizado, os es-
tunidade, inclusão, motivação, entre outros temas que tudantes, nos objetivos para a Educação Física, deverão ter
perpassam a vida desses sujeitos, de modo a marcar as as suas experiências de aprendizagem consideradas. O pro-
suas experiências de maneira positiva ou negativa. fessor também deverá considerar que os Anos Finais do
Na Educação Física, de maneira geral, tanto nos Ensino Fundamental são um continuum dos Anos Iniciais.
Anos Finais do Ensino Fundamental como no Ensino Indicamos, para a organização dos objetivos, que se-
Médio, encontramos pessoas que querem ou que ain- jam observadas a complexidade do que será ensinado, a
da precisam ser motivadas a se envolver com a cultura sua contemporaneidade e a relação dessas com o coti-
corporal de movimento, de forma a conhecer os seus diano do estudante, portanto, a contextualização dessas
corpos, potencialidades e limites por meio do movi- aprendizagens. O professor deve colocar os conheci-
mento humano, construindo inferências dos conheci- mentos em situação para que, dessa forma, as aprendiza-
mentos da área junto com a sua realidade fora dos mu- gens adquiram sentido junto aos estudantes.
ros da escola. Logicamente, não é uma tarefa fácil, por Palma et al. (2010, p. 20) consideram o seguinte: [...] as
isso, ela precisa ser encarada como uma ação complexa, aprendizagens são os objetivos do desenvolvimento curri-
desafiadora e, principalmente, coletiva. cular [...]”, e que aprender, tendo o contexto como ponto de
A partir dessa perspectiva, todas as características, referência, em uma situação de educação escolarizada é a:
biológicas, fisiológicas, físicas, emocionais, sociais e cogni-
tivas dessa fase devem ser consideradas pelos professores [...] reelaboração, reconstrução e recriação, de for-
ma ativa e crítica, de um conhecimento/saber pelo
no momento de construir as práticas pedagógicas. Elas
aluno, quando este estabelece uma constante inte-
terão muita influência no momento da aprendizagem, o ração com o meio. [...] implica processos próprios,
que tornará o professor mais preocupado em organizar individuais, de elaboração e reelaboração, de cons-
um ensino adequado para atingir os objetivos da escola. trução e reconstrução, de criação e recriação de um
Várias teorias nos oferecem fundamentos sobre conhecimento de forma ativa e crítica (PALMA;
OLIVEIRA; PALMA, 2010, p. 20).
o processo de desenvolvimento do ser humano e, no
nosso caso, em especial, fundamentos ao processo
educacional escolarizado. Evidenciamos que o ato de aprender é próprio do ser
humano. Aprender passa a ser a condição de analisar,
relacionar e contextualizar os objetos do conhecimento
35
36
EDUCAÇÃO FÍSICA
Como parte integrante da cultura, as práticas corporais que denominamos objetivos. Estes, como antecipação
têm um papel a cumprir no contexto escolar. No quadro de resultados e indicação de processos a serem adotados
anterior, procuramos destacar que cada uma dessas prá- para o ensino, constituem-se peça fundamental na orga-
ticas assumirá, juntamente com a escola, um propósito nização curricular.
A Lei nº 9.394 também define a necessidade de diretrizes para as modalidades de Educação Básica: Educa-
ção no Campo, a Educação Indígena, a Quilombola, Educação Especial, para Jovens e Adultos em Situação
de Privação de Liberdade nos estabelecimentos penais, para a Educação Profissional Técnica de Nível
Médio, para a Educação de Jovens e Adultos, a Educação Ambiental, a Educação em Direitos Humanos e
para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
Ainda, o item IV do art. 9º define a necessidade do Educação Infantil quanto para o Ensino Fundamental
estabelecimento de diretrizes para todas as etapas da de nove anos e, também, para o Ensino Médio.
educação básica: Educação Infantil, Ensino Fundamen- No Ensino Fundamental de nove anos, temos a
tal e Médio (BRASIL, 1996, on-line). Essas diretrizes te- Resolução nº 7, de 14 de dezembro de 2010 (BRASIL,
rão como função nortear as construção, implementação 2010a). Para o Ensino Médio, o CNE definiu as Dire-
e avaliação dos currículos e seus conteúdos mínimos, de trizes Curriculares Nacionais pela Resolução nº 2, de
modo a assegurar a formação básica comum. 30 de janeiro 2012 (BRASIL, 2012). Ambas não foram
Dessa forma, o CNE promulgou resoluções que alteradas pela Lei nº 13.415 de 2017; elas e suas res-
definem as Diretrizes da Educação Básica, tanto para a pectivas diretrizes estão articuladas com as Diretrizes
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38
EDUCAÇÃO FÍSICA
B) NO NÍVEL MÉDIO
A Educação Física no Ensino Médio deverá considerar essa Art. 26. Os currículos do ensino fundamental e
médio devem ter uma base nacional comum, a ser
etapa, também, como uma etapa de aprofundamento e con-
complementada, em cada sistema de ensino e es-
solidação da aprendizagem. Destacamos, aqui: no enuncia- tabelecimento escolar, por uma parte diversificada,
do dos objetivos, a ênfase será a preparação do estudante exigida pelas características regionais e locais da
para assumir o seu papel na sua sociedade como protago- sociedade, da cultura, da economia e da clientela
nista comunitário. Logo, nesta etapa, as formas culturais de (BRASIL, 1996, on-line).
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Meta 2.2) pactuar entre União, Estados, Distri- [a] primeira versão da BNCC recebeu [...] críti-
to Federal e Municípios, no âmbito da instância cas tanto de conservadores, que compreendiam
permanente de que trata o § 5º do art. 7º desta o texto [...] aquém do ideal para transmissão de
Lei, a implantação dos direitos e objetivos de conhecimentos, quanto de progressistas, que es-
aprendizagem e desenvolvimento que confi- peravam [...] maior engajamento político do do-
gurarão a base nacional comum curricular do cumento (SANTOS; FUZII, 2019, p. 339).
ensino fundamental [...]Meta 3.3) pactuar entre
União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
no âmbito da instância permanente de que tra- Sobre a segunda versão do documento, Neira e Souza
ta o § 5º do art. 7º desta Lei, a implantação dos Júnior (2016) apontam que essa se mostrava mais demo-
direitos e objetivos de aprendizagem e desen-
crática, em especial, pela forma como foi construída, uma
volvimento que configurarão a base nacional
comum curricular do ensino médio [...] Meta vez que se dispôs, pelo portal da BNCC, receber suges-
7.1) estabelecer e implantar, mediante pactua- tões e contribuições da comunidade brasileira bem como
ção interfederativa, diretrizes pedagógicas para encarou ideais e descrições de maneira menos injusta,
a educação básica e a base nacional comum dos
menos desigual, mais inclusiva em cada parte do docu-
currículos, com direitos e objetivos de apren-
dizagem e desenvolvimento dos (as) alunos mento (princípios éticos, políticos e estéticos de encontro
(as) para cada ano do ensino fundamental e a diversidade, pluralidade, questão de gênero, classe etc.).
médio, respeitada a diversidade regional, estadu- Na versão final, nota-se que tal documento busca fa-
al e local (BRASIL, 2014, on-line, grifo nosso).
zer menção aos indicadores citados anteriormente, inse-
rindo o desenvolvimento de competências no lugar dos
Um grande movimento nacional foi desencadeado no direitos de aprendizagem e desenvolvimento (NEIRA,
ano de 2017. Foi apresentada ao CNE a Base Nacional 2017). Sobre tal questão, fica evidente o enfoque cogniti-
Comum Curricular para a Educação Básica, mas ape- vista e instrumental atrelado à BNCC, ao incorporar “o es-
nas em relação à Educação Infantil e ao Ensino Funda- vaziamento crítico e democratizante para dar lugar a uma
mental. Para o Ensino Médio, tal processo ocorreu em formação instrumental alinhada aos ditames do mercado”
2018, fato provocado pela Lei nº 13.415 de 2017, a qual (NEIRA, 2017, p. 5). Tal fato mostra-se um retrocesso à
alterou a LDB nº 9.394 de 1996, e teve, como destaque, Educação Básica brasileira, o que inclui a Educação Física
a reformulação do Ensino Médio. e os seus desdobramentos dentro desse nível educacional.
Antes de ser promulgada essa versão final, no entan- Por isso, lembre-se, sempre, de ficar atento(a) aos dis-
to, o documento passou por duas versões anteriores, as positivos legais que interferem direta ou indiretamente na
quais foram elaboradas por olhares diferentes e a partir de nossa profissão, os quais estão em vigor ou em discussão,
características diversas, pois essas versões contaram com sem esquecer de trazer para o debate as potencialidades e
discussões e críticas de toda a sociedade. Nesse sentido, fragilidades do processo educativo, o qual constitui o nos-
so fazer pedagógico no chão da escola.
40
EDUCAÇÃO FÍSICA
O art. 26 da LDB nº 9.394/1996 foi modificado pela Lei nº 10.793, de 1º de dezembro de 2003, contudo
manteve a definição de Educação Física como “componente curricular”. Também na Lei nº 13.415, de 16
de fevereiro de 2017, a Educação Física é mantida como componente curricular obrigatório na BNCC para
o Ensino Médio, enquanto na Resolução CNE-CEB nº 2/2012, que não foi alterada, é reconhecida, ainda,
como conhecimento na área de Linguagens.
Precisamos conhecer e contextualizar como a versão Sobre a sua organização, no ciclo dos Anos Finais do
final da BNCC apresenta os direcionamentos da Edu- Ensino Fundamental, os componentes curriculares
cação Física tanto para a etapa dos Anos Finais do En- dessa área devem ampliar, de maneira mais reflexiva e
sino Fundamental quanto para o Ensino Médio. Nesse crítica, os conhecimentos e aprendizagem abordados
sentido, te convidamos, caro(a) aluno(a), a acompa- nos Anos Iniciais, pois os estudantes que se encon-
nhar, com atenção, as próximas linhas! tram matriculados nesses anos têm mais capacidade
No Ensino Fundamental, em atendimento à Resolu- de abstração. Sendo assim, tal processo deve ser enca-
ção CNE-CEB nº 7 (BRASIL, 2010a,) a Educação Física rado no componente curricular da Educação Física.
configura-se como um dos componentes curriculares Vale ressaltar que a Educação Física, segundo a
(junto com a Língua Portuguesa, Arte e Língua Inglesa) BNCC (BRASIL, 2018, p. 213), tem como finalidade
que engendram os conhecimentos caracterizadores da
área de Linguagens. Sobre essa área, a BNCC (BRASIL, [tematizar] as práticas corporais em suas diver-
sas formas de codificação e significação social,
2018) destaca o fato de as diferentes linguagens (verbal,
entendidas como manifestações das possibili-
corporal, visual, sonora e digital) serem ações mediadoras dades expressivas dos sujeitos, produzidas por
das atividades humanas oriundas das práticas sociais que diversos grupos sociais no decorrer da história.
constituem a nossa sociedade de hoje.
Nessa perspectiva, o movimento humano está sem-
[É] por meio dessas práticas, [que] as pessoas pre submerso na esfera da cultura e não pode ser li-
interagem consigo mesmas e com os outros,
mitado a um gesto/deslocamento espaço-temporal
constituindo-se como sujeitos sociais. Nes-
sas interações, estão imbricados conhecimen- de um corpo ou segmento dele.
tos, atitudes e valores culturais, morais e éti- A temática central, para efeito de ensino-apren-
cos [...]. [A ideia principal] é possibilitar aos dizagem, são as práticas corporais tematizadas
estudantes participar de práticas de linguagem como um conjunto de conhecimentos, em suas
diversificadas, que lhes permitam ampliar suas ca-
pacidades expressivas em manifestações artísticas,
diversas codificações, expressas culturalmente em
corporais e linguísticas [...] (BRASIL, 2018, p. 63). seis unidades temáticas (Quadro 2), as quais pos-
suem objetos de aprendizagem.
41
Quadro 2 - Unidades temáticas da Educação Física a partir da BNCC / Fonte: adaptado de Brasil (2018).
Nesse caminho, ao respeitar as inúmeras formas de or- de precisão; c) esporte de rede e parede; d) esporte de
ganização dos conhecimentos da educação escolar, cada combate; e) esporte de campo e taco; f) esporte técni-
unidade temática define um arranjo de objetos de co- co-combinatório; g) esporte de invasão.
nhecimento (com suas habilidades), os quais deverão Ainda sobre esse processo de tematização, como
ser abordados ao longo do Ensino Fundamental (Anos conhecimentos organizados e disponíveis no rol do
Finais) bem como precisam ser adequados às especifici- patrimônio sociocultural, cada unidade temática tem
dades do componente curricular (BRASIL, 2018). oito dimensões de conhecimento (Figura 1), sem atri-
Como um exemplo de objeto de aprendizagem buição de juízo de valor que estabeleça hierarquia ou
da Educação Física, na unidade temática dos esportes, surgimento no momento do ensinar-aprender.
podemos encontrar: a) esporte de marca; b) esporte
42
EDUCAÇÃO FÍSICA
A respeito do Ensino Médio, destacamos que muitas Pois bem! Com as novas orientações promulga-
foram as mudanças curriculares ocasionadas pela refor- das pelas diretrizes atuais, a formação integral do es-
ma dessa etapa, dentre elas, o aumento da carga horária tudante passa a ser o eixo do processo educacional.
total dos três anos e a diminuição da carga horária dos Os currículos precisam voltar os seus olhares para a
objetos de aprendizagem que compõem alguns compo- construção de um projeto de vida e para a formação
nentes curriculares, mudanças as quais foram inseridas e nas dimensões físicas, cognitivas e socioemocionais
implementadas na BNCC que trata dessa etapa. dos sujeitos inseridos nessa fase (SOUSA et al., 2022).
Vale lembrar que a Educação Física quase perdeu o A fim de atender tal processo, o currículo deve ser
seu espaço no Ensino Médio (só não saímos dessa etapa composto de itinerários formativos (Figura 2), os quais
porque as áreas do conhecimento se mantiveram no novo são estruturados a partir da oferta de diversos arranjos
currículo), deixando o alerta para a nossa área e, em es- curriculares — considerando a relevância ao contexto
pecial, a necessidade de mostrarmos o nosso verdadeiro local e a possibilidade dos sistemas de ensino — bem
papel frente à educação brasileira, caso contrário, estamos como pela caracterização de saberes que engendram as
fadados a sermos esquecidos dentro do cenário escolar. áreas de conhecimento (BRASIL, 2018).
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A partir da Figura 2, identificamos todos os itinerários no Médio têm possibilidades de abstração e compreensão
formativos que constituem o currículo do Ensino Médio, alargadas, além de diferentes formas de acesso às fontes
identificando, na área das Linguagens e Suas Tecnologias, de informações. Portanto, destacamos, aqui, a necessidade
a Educação Física como um dos seus componentes cur- de aprofundamento e complexificação dos conteúdos a
riculares. A respeito da forma como a Educação Física se serem ensinados/aprendidos na Educação Física Escolar.
apresenta no Ensino Médio, as unidades temáticas apre- No próximo tópico, quando tratarmos da organização
sentadas na etapa anterior são retomadas, de maneira dos conteúdos, essa indicação se fará presente. No entanto
integrada, da cultura corporal de movimento na área de vale lembrar que os caminhos/conhecimentos retratados
Linguagens e Suas Tecnologias, a ponto de serem apro- na BNCC servem como indicativos para a construção
fundadas e ampliadas, com indicativos de criação de curricular dos estados, Distrito Federal e municípios cons-
oportunidades de “inter-relações entre as representações tituintes do nosso país. Para além desse movimento, cada
e os saberes vinculados às práticas corporais, em diálogo escola precisa levar em consideração, na organização de
constante com o patrimônio cultural e as diferentes esfe- seus currículos, os seus aspectos culturais regionais/locais.
ras/campos de atividade humana” (BRASIL, 2018, p. 475). A Educação Física não deve fugir a essa regra, por
Nesse caminho, conforme o desenvolvimento da isso, apresentamos uma proposta cujo norte são as
criança e do adolescente, o estudante das séries que com- orientações prescritas na BNCC, mas, de certa forma,
preendem os Anos Finais do Ensino Fundamental e Ensi- esse norte transcende esse documento a partir do nosso
entendimento de unidade didática.
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EDUCAÇÃO FÍSICA
para o Ensino
aqui entendida como disciplina escolar, possui um con-
junto de saberes que lhe são próprios e os quais, na sua
Fundamental
sistematização em unidades didáticas, passam a receber
a denominação saberes escolares (SAVIANI, 1992).
45
(BRASIL, 2018), aqui, as ampliamos para oito, com A fim de facilitar o planejamento, apresentaremos esses
os seus respectivos objetos de aprendizagem (te- assuntos em um formato que lembra um roteiro didático.
mas) e conteúdos/saberes (assuntos). Para você ter certeza que está ensinando sobre aque-
Uma dúvida muito comum apresentada pelos pro- le assunto proposto no roteiro, descreveremos, a seguir,
fessores em início de carreira e até por professores ex- quais são as preocupações necessárias ao professor para
perientes é: “o que ensinar em cada conteúdo”? O pro- dar conta do ensino do assunto.
fessor sabe que deve ensinar sobre esporte, consegue
escolher dentre tantas possibilidades, mas, ao iniciar CARACTERÍSTICA DO QUE ESTÁ
o planejamento do ensino, vem a dúvida: “o que” do SENDO ENSINADO
esporte devo me preocupar para ensinar? Essas in-
quietações são comuns na vida profissional do “bom” O professor, ao ensinar as características de determinado
professor, uma vez que elas demonstram como está tema/conteúdo, deve estimular o estudante à análise de
preocupado com a qualidade da sua aula, o que im- vários ângulos e aspectos do tema/conteúdo proposto,
plica pensar de uma forma coerente com os caminhos por meio da identificação e qualificação das proprieda-
necessários a serem percorridos na contrução e imple- des. O estudante deve compreender forma, textura, som,
mentação de um currículo para a Educação Física. peso, tamanho e em quais situações podem ser utiliza-
dos o tema/conteúdo em destaque. Exemplos:
46
EDUCAÇÃO FÍSICA
a. Definição do tema/conteúdo “peteca”: a peteca é Conjunto dos objetos necessários para a prática de uma
um brinquedo possível de ser golpeado de diver- atividade. Podem ser equipamentos para a prática em si
sas formas.
ou para segurança do praticante. Exemplo:
b. Definição de resistência corporal: “capacidade do
a. Tema/conteúdo “arborismo”: “capacete, cadei-
organismo de suportar e resistir à fadiga” (PAL-
rinha de rapel, mosquetão e polias” (PALMA;
MA; OLIVEIRA; PALMA, 2010, p. 168).
OLIVEIRA; PALMA, 2010, p. 152).
A origem é o começo absoluto, é o ponto de partida da- Todas as modalidades esportivas, sejam coletivas, sejam
quilo que está sendo ensinado. A origem remete, ainda, ao individuais, têm movimentos específicos que, de uma
lugar que esse tema/conteúdo nasceu. A história é a busca maneira ou outra, identificam o esporte (técnica). Possuem,
para conhecer o tema/conteúdo por meio da investiga- também, formas mais adequadas de execução cuja referên-
ção; conhecer os fatos ocorridos e a evolução que o tema/ cia é a performance ou a sua eficiência técnica (mecânica)
conteúdo passou no decorrer da história. Exemplo: ou de utilização na ação global, visando à eficácia (tática).
É importante o estudante compreender e identificar os
a. Tema/conteúdo “sumô”: “origem no Japão há fundamentos — técnicos, mecânicos ou táticos — e, princi-
mais de 2.000 anos; os primeiros campeona- palmente, qual o momento adequado de os utilizar em uma
tos profissionais tiveram início em 1927; chega
situação de jogo. Ao ensinar os fundamentos de determinada
no Brasil no século XX” (PALMA; OLIVEIRA;
modalidade esportiva, espera-se que o professor consiga pro-
PALMA, 2010, p. 146).
mover, nos estudantes, a compreensão de quais movimentos/
fundamentos podem ser generalizados a outros esportes.
TIPOS DO QUE ESTÁ SENDO ENSINADO Dessa maneira, ainda que o aluno não tenha estudado, na es-
cola, determinado esporte coletivo, ele conseguirá jogar por
Tipos caracterizam-se pelo conjunto de particularidades meio da compreensão das generalizações. Exemplo:
que distingue o tema/conteúdo. Normalmente, é uma clas-
a. Tema/conteúdo “skate”: impulsão, remada,
sificação para favorecer a compreensão do objeto maior ou
breque, ollie, tail drop e fakie.
mais geral daquilo que está sendo ensinado. Exemplo:
47
b. Razão de se defender (em esportes de ataque a. Algumas modalidades esportivas são praticadas
defesa) ou de executar passes (referentes a es- mais por mulheres do que por homens. Exem-
portes os quais utilizam progressão do objeto plo: ginástica rítmica.
que definirá o ponto).
b. A popularidade de determinado esporte é maior
em um país do que em outros. Exemplo: o futebol
REGRAS DO QUE ESTÁ SENDO ENSINADO americano, nos Estados Unidos; o beisebol, em
Cuba; o futebol, no Brasil. Aqui, podem ser ensi-
Princípio que serve como padrão; norma a qual precisa nados, ainda, os aspectos mercadológicos envolvi-
ser acatada por todos os envolvidos. As regras estimu- dos na prática esportiva.
lam o praticante a jogar com as mesmas condições de c. O esporte e o estilo de vida e, com isso, a sua in-
igualdade, alterando apenas as habilidades motoras de fluência na qualidade de vida.
cada jogador. As regras estão presentes desde uma brin- d. Benefícios da prática de uma atividade física em
cadeira doméstica e familiar até uma partida de uma diferentes situações, referentes ao idoso e ao de-
modalidade esportiva olímpica. É importante salientar ficiente físico.
que algumas regras podem ser alteradas de um campeo-
nato/evento esportivo para outro. Exemplo: VESTIMENTA ADEQUADA PARA A
PRÁTICA DE UMA ATIVIDADE
a. No futebol, somente o goleiro pode utilizar as
FORMALIZADA
mãos para controlar a bola e, mesmo assim, den-
tro de um limite denominado grande área.
O estilo dessa vestimenta deve ser igual a todos os parti-
b. No tênis de campo, uma das formas de marcar
cipantes e, normalmente, identifica aquilo que se está pra-
ponto é quando a bola toca no solo do adversário
duas vezes. ticando. A vestimenta é o conjunto de peças de roupas e
sapatos a serem usados pela equipe no momento em que
ela está dançando, configurando-se como uma espécie de
ASPECTOS CULTURAIS E SOCIAIS DO uniforme ou identificação/caracterização do grupo, ou, in-
QUE ESTÁ SENDO ENSINADO dividualmente, quando a atividade for individual. Exemplo:
48
EDUCAÇÃO FÍSICA
Conteúdos Básicos da
Educação Física
Como já apresentado, um conteúdo escolar é aquilo que se ensina em determinada matéria. Pode ser também enten-
dido como saber escolar ou objeto de ensino.
A sistematização dos saberes escolares — também conhecidos como conteúdos escolares — favorece o plane-
jamento do trabalho docente pelas etapas e séries da escola. Uma das formas de apresentação dessa organização, a
qual possibilita o entendimento geral do planejamento, é o formato de quadro.
No quadro, a seguir, apresentaremos os conteúdos organizados em unidades didáticas organizadas em temas, estes,
em assuntos. Ensino Fundamental II – 6º ao 9º ano Ensino Médio – 1º ao 3º ano
Dança (folclórica, rua, na- Caracterização do que está sendo ensinado.Origem étnica/
cional, regional, internacio- história, enredo.
nal, clássica, afro-brasileira, Diferentes nomenclaturas da dança folclórica.
salão, criativa, individual). Instrumentos e vestimentas da dança folclórica.
EXPRESSÃO E RITMO Folguedos populares (ca- Coreografia básica.
valhada, bumba-meu-boi, Letras da música (desvalorização da mulher, violência,
folia de reis e maracatu). apologia às drogas e ostentação).
Influência da mídia.
Papel social da dança (deficientes, idosos).
49
50
EDUCAÇÃO FÍSICA
Quadro 3 - Demonstrativo dos conteúdos para o ensino da Educação Física no Ensino Fundamental (Anos Finais) e Ensino Médio
Fonte: adaptado de Palma, Oliveira e Palma (2010).
Tivemos, nessa organização dos conteúdos básicos, a preocupação em mostrar que a Educação Física, como integran-
te da área de Linguagens, tem como referência o movimento culturalmente construído e as suas respectivas práticas
corporais: esporte, atividades de aventura, lutas, ginástica, jogos e brincadeiras, atividades de expressão e ritmo. Rela-
cionamos, também, o que se deve ensinar para a compreensão do conceito de corporeidade e a relação possível de ser
estabelecida entre o corpo e as práticas corporais, como o tema “educação para a saúde”.
51
considerações finais
Quando pensamos na organização curricular, não devemos ficar restritos sobre o que ensinar,
enunciando apenas os saberes que se espera ensinar. Há de se ter, também, como princípios,
por que, como e, principalmente, para que ensinar e para quem se ensina.
Vimos que uma organização curricular atende a pressupostos externos, muitas vezes, vin-
culados às necessidades e interesses de uma sociedade ou de um grupo social. Destacamos,
também, que uma das premissas organizadora do currículo é a cultura. O aluno, quando
vai para a escola, já conviveu alguns anos com essa cultura, portanto, ele não a desconhece,
principalmente o aluno nos Anos Finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio.
Uma matéria escolar, responsável pela contribuição com o processo educacional inserido
no âmbito escolar, tem responsabilidades didático-pedagógicas e, também, civis perante a
sua comunidade. A sua organização deve atentar para as orientações derivadas dos órgãos
reguladores e definidores da política educacional, no nosso caso, é o Congresso Nacional e o
Conselho Nacional de Educação, com as orientações da BNCC. No entanto reforçamos a ideia
de que não devemos estacionar nesses indicativos sem buscar complementá-los e ampliá-los.
Quando pensamos em organizar os conteúdos e a sua sistematização, recomendamos ter
em mente o seguinte: para quem estão sendo direcionados aqueles saberes. Conhecer as
características socioculturais, cognitivas e afetivas dos alunos é imprescindível.
Outra recomendação é ter claro o referencial epistemológico a partir do qual derivam esses
saberes. Aqui, apresentamos as práticas corporais pertencentes ao universo do movimento
culturalmente construído. Reafirmamos o nosso compromisso com o enunciado claro
dos objetivos, constituídos como direitos de aprendizagem, quando pretendemos ensinar
Educação Física.
Ao apresentar as unidades didáticas, seus temas e assuntos, quisemos, para além de trans-
cender a normativa da BNCC, facilitar a compreensão do quão complexo e dinâmico é o
nosso objeto de estudo. Para tanto, procuramos argumentar sobre a responsabilidade que
temos com nossos objetivos em um processo educacional.
52
agora é com você
53
leitura complementar
O processo educacional brasileiro é legislado por uma lei federal e por resoluções emitidas pelo Conselho Nacional de
Educação. Antes de promulgar uma resolução, o referido conselho emite um parecer sobre a minuta em pauta.
O trecho, a seguir, foi extraído do Parecer CNE/CEB nº 7, aprovado em 7 de abril de 2010.
Referências conceituais
Os fundamentos que orientam a Nação brasileira estão definidos constitucionalmente no artigo 1º da Constituição
Federal, que trata dos princípios fundamentais da cidadania e da dignidade da pessoa humana, do pluralismo po-
lítico, dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. Nessas bases, assentam-se os objetivos nacionais e, por
consequência, o projeto educacional brasileiro: construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvol-
vimento nacional; erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; promover
o bem de todos sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Esse conjunto de compromissos prevê também a defesa da paz; a autodeterminação dos povos; a prevalência dos
direitos humanos; o repúdio ao preconceito, à violência e ao terrorismo; e o equilíbrio do meio ambiente, bem de
uso comum do povo e essencial à qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de de-
fendê-lo e preservá-lo para as presentes e as futuras gerações.
As bases que dão sustentação ao projeto nacional de educação responsabilizam o poder público, a família, a sociedade
e a escola pela garantia a todos os estudantes de um ensino ministrado com base nos seguintes princípios:
54
leitura complementar
Além das finalidades da educação nacional enunciadas na Constituição Federal (artigo 205) e na LDB (artigo 2º), que têm
como foco o pleno desenvolvimento da pessoa, a preparação para o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho,
deve-se considerar integradamente o previsto no ECA (Lei nº 8.069/90), o qual assegura, à criança e ao adolescente de até
18 anos, todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa, as oportunidades oferecidas para o desenvolvimento físico,
mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. São direitos referentes à vida, à saúde, à ali-
mentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito mútuo, à liberdade, à
convivência familiar e comunitária (artigos 2º, 3º e 4º).
A Educação Básica é direito universal e alicerce indispensável para a capacidade de exercer em plenitude o direito
à cidadania. É o tempo, o espaço e o contexto em que o sujeito aprende a constituir e reconstituir a sua identidade,
em meio a transformações corporais, afetivoemocionais, socioemocionais, cognitivas e socioculturais, respeitando e
valorizando as diferenças. Liberdade e pluralidade tornam-se, portanto, exigências do projeto educacional.
Da aquisição plena desse direito depende a possibilidade de exercitar todos os demais direitos, definidos na Consti-
tuição, no ECA, na legislação ordinária e nas inúmeras disposições legais que consagram as prerrogativas do cidadão
brasileiro. Somente um ser educado terá condição efetiva de participação social, ciente e consciente de seus direitos
e deveres civis, sociais, políticos, econômicos e éticos.
Nessa perspectiva, é oportuno e necessário considerar as dimensões do educar e do cuidar, em sua inseparabilida-
de, buscando recuperar, para a função social da Educação Básica, a sua centralidade, que é o estudante. Cuidar e
educar iniciam-se na Educação Infantil, ações destinadas a crianças a partir de zero ano, que devem ser estendidas
ao Ensino Fundamental, Médio e posteriores.
Cuidar e educar significa compreender que o direito à educação parte do princípio da formação da pessoa em sua
essência humana. Trata-se de considerar o cuidado no sentido profundo do que seja acolhimento de todos – crianças,
adolescentes, jovens e adultos – com respeito e, com atenção adequada, de estudantes com deficiência, jovens e adul-
tos defasados na relação idade-escolaridade, indígenas, afrodescendentes, quilombolas e povos do campo.
Educar exige cuidado; cuidar é educar, envolvendo acolher, ouvir, encorajar, apoiar, no sentido de desenvolver o
aprendizado de pensar e agir, cuidar de si, do outro, da escola, da natureza, da água, do Planeta. Educar é, enfim,
enfrentar o desafio de lidar com gente, isto é, com criaturas tão imprevisíveis e diferentes quanto semelhantes, ao
longo de uma existência inscrita na teia das relações humanas, neste mundo complexo. Educar com cuidado significa
aprender a amar sem dependência, desenvolver a sensibilidade humana na relação de cada um consigo, com o outro
e com tudo o que existe, com zelo, ante uma situação que requer cautela em busca da formação humana plena. [...].
Fonte: Brasil (2010c, p. 11-12).
55
material complementar
56
material complementar
57
meu espaço
58
UNIDADE
III
ASPECTOS AVALIATIVOS DA/PARA
A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Oportunidades de aprendizagem
• Compreender a avaliação em Educação Física como integrante da dinâmica
do processo de ensino-aprendizagem.
• Reconhecer a necessidade da avaliação da Educação Física no processo
educacional escolarizado e identificar os elementos que devem ser
observados na composição do processo de avaliação.
• Conhecer propostas de instrumentos para o desenvolvimento de
processos avaliativos para a Educação Física Escolar.
Plano de Estudo
• O Que e Como Avaliar
• Por que e para que Avaliar em Educação Física
• Avaliação e Possíveis Instrumentos Avaliativos em Educação Física
unidade
III
Avaliar é considerado por nós como um dos mais im- adotaremos como pressuposto o seguinte: ela não
portantes e interessantes processos. A avaliação sempre consistirá em medição, classificação ou exercitação
esteve presente e assim deve continuar em qualquer área de poder por parte do docente. Argumentamos para
da atividade humana, por isso, ela está sendo destacada a necessidade da adoção de atitudes que desenvol-
em nosso curso. Aqui, apresentaremos a nossa concep- vam atitudes de superação de uma concepção e de
ção de avaliação de aprendizagens em uma situação modelos avaliativos que promoviam tanto a discri-
educacional com perspectiva crítico-emancipatória. minação quanto a motivação à evasão escolar.
Os pressupostos que apresentaremos também se Caberá ao professor, em sua prática didático-pedagó-
estruturam em um entendimento de Educação Física gica cotidiana, na relação estabelecida com os seus estu-
como componente curricular. Tivemos, ainda, a pre- dantes, encontrar elementos fornecedores de subsídios a
ocupação de indicar, como exemplo, alguns instru- uma avaliação coerente e adequada. Um dos referenciais
mentos com potencial de auxiliar nessa tarefa. para que isso aconteça estará presente nos objetivos pro-
Destacamos que a avaliação, na escola e em uma postos e nos conteúdos programados para o ensino.
disciplina escolar em particular, cumpre objetivos de ex- Dentre os instrumentos os quais o professor encon-
trema importância, pois os seus procedimentos visam, trará à sua disposição, haverá autonomia para escolher
sempre, a contribuir com a melhoria do trabalho reali- aqueles que ele considerar melhores ou mais adequados,
zado ou que se pretende realizar. Essa melhoria será de- no momento da relação pedagógica; e aquele ou aqueles
corrente das informações fornecidas pelo ato avaliativo. que oferecerem situações de realização dos diagnósticos,
Ao apresentar a nossa concepção de avaliação, tanto para as aprendizagens quanto para o ato de ensinar.
62
EDUCAÇÃO FÍSICA
63
lução, desenvolvimento. Este último é um caminho à fren- os objetivos determinados no planejamento de ensino,
te, por meio da descoberta de novas maneiras de aprender no Projeto Pedagógico, e cuja orientação são os objetivos
e novos jeitos de ser (HOFFMANN, 2008). gerais da disciplina e da educação escolarizada, portanto,
aquilo que é definido em seu propósito educativo. Freire
(1982) concebe o seguinte: o que se avalia é a prática edu-
Por Que e para cativa e não uma parte dela. Hoffmann (2008), por sua vez,
afirma a necessidade de fazer uma análise qualitativa a qual
Que Avaliar em contemple múltiplas dimensões: objetivos, conteúdos e ati-
vidades, tendo o estudante como centro dessa análise.
Educação Física A partir da premissa básica e orientadora de que
os objetivos sugerem pontos os quais devem ser atin-
Um dos principais desafios para a Educação Física gidos, consideramos que a avaliação tem a responsa-
com sentido emancipatório crítico-reflexivo é a su- bilidade de fazer essa verificação.
peração de formas e entendimentos em relação ao
ato de avaliar. Essa superação passa, principalmente, Avaliar é um processo de análise, de discussão, de
reavaliação e de reorganização do projeto pedagó-
pela concepção e compreensão da disciplina no con-
gico. Ao ser integrante do projeto educacional, deve
texto da educação escolarizada. Nesse sentido, Pal- partilhar dos princípios fundamentais a ele vincula-
ma, Oliveira e Palma (2010, p. 206) consideram que: dos. A avaliação é idealizada para verificar o aluno
individualmente, situação que redimensiona o valor
[...] superar os entendimentos classificatórios e dis- numérico, da quantificação classificatória e exclu-
criminatórios da avaliação é passar a considerá-la dente para o sentido qualitativo, isto é, o que é ob-
como um conjunto de trabalhos e/ou atividades, servado é a compreensão do conteúdo pelo aluno.
para verificar como o aluno está abstraindo um Superar os entendimentos classificatórios e dis-
determinado conteúdo proposto, observando o criminatórios da avaliação é passar a considerá-la
quanto ele avançou e melhorou em seus concei- como um conjunto de trabalhos e/ou atividades,
tos. Objetiva, ainda, possibilitar a reorganização e a para verificar como o aluno está abstraindo um
continuidade do trabalho do professor. determinado conteúdo proposto, observando
o quanto ele avançou e melhorou em seus con-
ceitos. Objetiva, ainda, possibilitar a reorganiza-
Avaliar, muito mais do que aplicar instrumentos de veri- ção e a continuidade do trabalho do professor.
Para avaliar construtivamente, é necessário que
ficação de aprendizagem, implica excitar os estudantes na
os objetivos e conteúdos que serão abordados
busca da construção de novos conhecimentos. Tal atitude estejam claros para o professor (PALMA; OLI-
favorece a abertura de um espaço de diálogo, orientação, VEIRA; PALMA, 2010, p. 205-206).
informação, observação, explicação, correção, questiona-
mento, aconselhamento, crítica, respostas e escutas. Porém, Quando propomos que a avaliação deva ser efetivada a
quando olhamos, em específico, para o ensino das práticas partir da adoção de um ensino crítico-reflexivo com pers-
corporais: de que forma o estudante deve ser avaliado? pectiva emancipatória, estamos deixando claro que a ava-
A primeira resposta e, com certeza, a mais direta e uni- liação é integrante do projeto educacional, para possibili-
forme, deveria ser: o estudante é avaliado de acordo com
64
EDUCAÇÃO FÍSICA
Avaliação e Possíveis
Instrumentos Avaliativos
em Educação Física
Consideramos que a avaliação para a disciplina de suas limitações e capacidade de execução, sem
Educação Física, na escola, enquanto integrante de imposição de um padrão a ser alcançado.
um projeto educacional mais amplo e com sentido • Identificar se o estudante demonstra assimi-
emancipatório, estabelecerá os critérios avaliativos lação conceitual e procedimental das práticas
como decorrentes da forma pela qual o estudante corporais e se elas efetuaram transformações
atitudinais na forma de ele se comportar frente
apreende a realidade e de como atua sobre ela.
às atividades, ao grupo a que pertence e, so-
A avaliação em Educação Física acontecerá sobre cialmente, de forma geral.
os objetivos e conteúdos propostos e, também, so-
bre os conceitos produzidos a partir das abstrações A avaliação precisa verificar se o estudante tem autono-
acontecidas, além de ter como orientação as práticas mia para solucionar problemas que surgem nas ativida-
definidas pela metodologia de ensino. Com esse en- des e, ainda, identificar se ele reúne elementos suficientes à
tendimento, a avaliação deverá: adoção de uma cultura de vida ativa. Não pode centrar-se
nas respostas prontas e decoradas ou na execução perfeita
• Verificar de que forma o estudante utiliza os
de movimentos específicos, estereotipados, de modalida-
conceitos apresentados pelo professor e os rela-
ciona com a sua vida. des esportivas. Essa característica reflexiva superadora é
vital para um processo avaliativo significativo.
• Observar se o estudante demonstra satisfação na
realização das manifestações corporais, dentro
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66
EDUCAÇÃO FÍSICA
as práticas corporais, muito pelo contrário! Os alunos, As ações sociocomportamentais estão diretamente li-
por intermédio de reflexões, deverão ter a competência gadas à dimensão atitudinal, contudo ressaltamos que não
de avaliar as suas possibilidades e o quanto se envolve- se trata apenas das relações do aluno consigo mesmo e com
ram na superação de estágios anteriores. O professor os outros, mas também do comportamento em relação aos
deve disponibilizar meios e procedimentos que possi- conteúdos ensinados e da postura adotada a partir deles.
bilitem avanços, independentemente dos estágios dos Um exemplo acerca dessa relação ocorre pela abor-
alunos. Nesse quesito, a partir dos diagnósticos (a ava- dagem, nas aulas de Educação Física, da mudança para o
liação prévia), o professor terá parâmetros gerais de seus padrão de vida ativo por meio de práticas corporais diá-
alunos e, com isso, balizará as observações e evoluções, rias. Por exemplo, a adoção da alimentação adequada e a
respeitando as condições gerais de cada um. retirada do refrigerante da dieta diária após a vivência do
O ensino e a aprendizagem precisam se tornar signifi- tema “vida saudável” nas aulas representa uma atitude po-
cativos aos alunos, estes, por sua vez, devem ter clareza de sitiva frente ao conteúdo ensinado. Esta é uma resposta
suas ações bem como de seus envolvimento e avanços. Os muito positiva e que, por vezes, foge ao controle e/ou pos-
processos avaliativos precisam propiciar aos alunos essas sibilidade de verificação do professor, mas, caso ele adote
reflexões e disponibilizar aos professores indicativos tanto procedimentos avaliativos com entrevistas, questionários,
do envolvimento quanto da apreensão dos discentes sobre relatórios e/ou seminários, poderá, muito facilmente, ver o
os conteúdos selecionados e ensinados ao longo do período. reflexo das aulas no comportamento atitudinal dos alunos.
A terceira dimensão — a atitudinal — necessita ser Deve-se entender que as práticas corporais são pos-
avaliada por meio de observação do grupo diante das ati- sibilidades ao exercício da convivência futura, ou seja, a
vidades. Por se tratar de uma dimensão que abrange valo- presença do outro é essencial. Uma avaliação eficiente
res humanos de convivência, verificar como os estudantes não é emissora apenas de conceitos de valor numérico,
vivem e percebem essa dimensão é fundamental. Para isso, de acordo com o que o estudante é capaz de responder
reflexões a respeito do comportamento do grupo e com o objetivamente, mas sim aquela que consegue identificar
próprio grupo, de preferência, são uma forma eficaz de ava- se o estudante realmente compreendeu a importância
liação, ou seja, discute-se com os estudantes o que cada um do conteúdo bem como a utiliza para a vida.
deles traz de contribuição para as relações humanas.
O erro, o individualismo, a falta de respeito, dentre ou- [...] avaliar, ainda, significa rever ou interpretar o
“erro” de outra forma: o conhecimento é constru-
tras atitudes, devem ser abordadas pelo grupo, porém isso
ído pelas inter-relações que o aluno vai realizando
não deve ser exposto de forma constrangedora, mas sim com ao longo da vida. Então, o erro compõe o processo
o objetivo de apresentar as fragilidades do ser humano, um de aprendizagem e tem fundamental importân-
ser que precisa buscar, constantemente, o aprimoramento. cia nesse processo de construção. Os erros devem
Essas possibilidades de reflexão podem e devem ser ser considerados pelo professor como aspectos a
serem levantados junto com os alunos para a ve-
retiradas da prática corporal, uma vez que ela é muita rica
rificação de contradições, conflitos e não coerência
em valores. O jogar com o outro ou contra o outro precisa entre as respostas dos alunos (PALMA; OLIVEI-
ser discutido bem como a importância de todos nas aulas. RA; PALMA, 2010, p. 206).
67
Assim, a avaliação deve ser um olhar sobre a ação docente çam mais possibilidades de explicitação de algo. Embora
e um repensar acerca dessa ação, pois, segundo Hoffmann ocupe mais tempo, essa forma de avaliação traz resulta-
(2008), as conquistas e as decepções do estudante também dos mais precisos e preciosos.
são responsabilidades do professor. Dessa forma, as mu- O professor precisa reconhecer possíveis desvios ou
danças no trato pedagógico dos conteúdos podem ocorrer. equívocos apontados pelo alunado, sem levar para o
lado pessoal (por exemplo, considerar as opiniões anti-
patia, perda de poder ou controle), mas sim vê-las como
sugestões à melhoria do seu “ser professor”.
Por fim, é preciso ter claro que o processo avaliativo
“A avaliação escolar precisa ser extraída do
não deve ser colocado como punição ou controle dis-
projeto pedagógico da escola. Afinal, é nele
ciplinar da turma; ele é o fator decisivo para a correção
que estará definida a perspectiva educacional
dos caminhos da disciplina e das ações desenvolvidas.
norteadora das ações educativas. Superar os
Os dados resultantes das avaliações são importantes à
entendimentos classificatórios e discriminató-
rios da avaliação é passar a considerá-la como
medida que representam o quanto de acerto se tem ob-
um conjunto de trabalhos e/ou atividades, para tido com os objetivos e procedimentos gerais traçados e
verificar como o aluno está abstraindo um de- as estratégias metodológicas adotadas.
terminado conteúdo proposto, observando o Como sugestão para a avaliação em Educação Físi-
quanto ele avançou e melhorou em seus con- ca, apresentaremos alguns instrumentos que auxiliarão
ceitos. Objetiva, ainda, possibilitar a reorganiza- o professor na elaboração de seu processo avaliativo:
ção e a continuidade do trabalho do professor.
Avaliar, ainda, significa rever ou interpretar o • Ficha de acompanhamento individual.
‘erro’ de outra forma: o conhecimento é cons- • Ficha de autoavaliação.
truído pelas inter-relações que o aluno vai reali-
zando ao longo da vida. Então, o erro compõe o • Folha de atividades com questionamentos
processo de aprendizagem e tem fundamental aos estudantes.
importância nesse processo de construção”.
Lembramos o seguinte: a utilização de um ou mais instru-
Fonte: Palma, Oliveira e Palma (2010, p. 205-206).
mentos está diretamente vinculada àquilo que foi definido
no plano e no propósito educativos, considerando tanto os
objetivos enunciados quanto os conteúdos ensinados.
Sugere-se que o professor também se deixe avaliar pelo A fim de te ajudar a sistematizar e a organizar uma
estudante, ouvindo o que ele pensa em forma de discus- ação avaliativa, trouxemos a você um exemplo de uma
sões abertas com o grupo, aplicação de questionários que ficha de acompanhamento individual. Nela será possível
buscam identificar se a disciplina vem satisfazendo aos identificar as questões motoras, conceituais e atitudinais
desejos do grupo ou mesmo entrevistas as quais ofere- desenvolvidas, individualmente, pelos alunos.
68
EDUCAÇÃO FÍSICA
N – Nunca
PV – Poucas vezes
AV – Algumas vezes
MV – Muitas vezes
S – Sempre
69
O exemplo da planilha de autoavaliação do aluno objetiva levá-lo a perceber os seus avanços, potencialidades e
limites em cada conteúdo abordado nas aulas de Educação Física. Veja o exemplo:
Nome do aluno:
Séries:
N – Nunca
PV – Poucas vezes
AV – Algumas vezes
MV – Muitas vezes
S – Sempre
70
EDUCAÇÃO FÍSICA
Outra forma de trabalho importante é a folha de atividades. Este é um exemplo de atividades que te ajudará na fixação
dos conteúdos trabalhados em aula.
UNIDADE: ESPORTE
TEMA: ESPORTE COLETIVO – BASQUETEBOL
ASSUNTO: CARACTERIZAÇÃO – REGRAS – SISTEMA TÁTICO
Série: ________________________________
Nome:________________________________
HORIZONTAIS
2. Sistema de marcação onde um jogador fica res-
ponsável por marcar um único adversário.
5. Denominação figurativa do setor do campo
para o lance livre.
8. Sistema utilizado pela equipe para conseguir
marcar o ponto.
9. Nome da composição do grupo de jogadores.
10. Sistema de marcação no qual cada jogador fica
responsável por um setor.
VERTICAIS
1. Sistema utilizado pela equipe para evitar que
a outra marque ponto.
3. Objeto esférico manipulado pelos jogadores.
4. Situação na qual as equipes estão em movimento.
6. Normas que todos os jogadores devem res-
peitar durante o jogo.
7. Número máximo de jogadores por equipe
para iniciar o jogo.
8. Todos os jogadores devem possuir para ma-
nipular bem a bola.
Fonte: adaptado de Palma, Oliveira e Palma (2010).
71
Você poderá, ainda, utilizar, nas suas aulas, questionários que oportunizem a reflexão de seus alunos acerca dos sabe-
res e conhecimentos abordados nas aulas de Educação Física. Veja o exemplo, a seguir:
1. Em uma situação de um jogo de basquetebol, um estudante-jogador, Marcos, ao pegar a bola, percorre uma
distância driblando e, em seguida, segura a bola nas mãos e dá três passos em direção à cesta. No quarto passo,
arremessa e consegue concluir a jogada com sucesso. O árbitro:
______________________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________________
(c) Situação em que o time está com a posse de bola no campo do adversário.
(d) Situação em que o time não está com a posse de bola e está marcando os adversários.
( ) Defesa.
( ) Estratégias de jogo.
( ) Tática.
( ) Características do basquete.
( ) Ataque.
Fonte: os autores.
Caro(a) aluno(a), chegamos ao final desta unidade, na qual trouxemos discussões e reflexões acerca da estruturação das aulas
de Educação Física, de forma a levá-lo(a) e auxiliá-lo(a) na estruturação de sua atuação docente no campo escolar.
72
considerações finais
Sendo o ato de avaliar uma das práticas humanas que merecem destaque, vimos que,
na educação escolarizada, ela atinge dimensões de alta complexidade, pois atenta-se a
destacar e atribuir juízos de valores para práticas também humanas: a aprendizagem
e o ato de ensinar. Na educação escolar, quando o assunto “avaliação”, é colocado em
destaque, parece que são criados obstáculos ao desenvolvimento de um ótimo ensino,
tal a complexidade desse assunto, apesar de o ato de avaliar ser uma prática social com
compromissos definidos. Esse tema ou assunto ainda parece estar em um terreno delicado,
afinal, quando se avalia, são demonstradas as fragilidades do processo.
A avaliação, em um processo educacional, deve assumir o compromisso de avançar
rumo ao atendimento dos objetivos e direitos de aprendizagem. Ela mesma indicará
procedimentos para dinamizar ou corrigir o processo.
Pelo referencial utilizado, a avaliação tem exigido tanto empenho quanto tempo da co-
munidade educacional e científica, pois, além de informar sobre o que foi feito, o ato de
avaliar indica procedimento para novas ações, mostrando efeitos positivos ou negativos.
Quando se pensa em avaliação na Educação Física, deve-se ter em conta, em primeiro
lugar, a sua característica como componente curricular com conteúdos para serem en-
sinados e aprendidos, logo, ela, a avaliação, torna-se necessária.
Vimos que são vários os instrumentos a serem utilizados pela disciplina Educação Física
na avaliação. Temos indicado que todos eles têm uma orientação não apenas técnica, mas
pedagógica e com alto grau de cientificidade. A escolha por um ou outro instrumento
ou por todos eles dependerá dos objetivos que se estabeleceu e os conteúdos que haviam
sido programados.
Como pôde ser observado nesta unidade, procuramos te auxiliar na construção do
entendimento sobre a avaliação formativa e mostrar que, embora seja considerada uma
tarefa complexa, é possível realizar um ótimo trabalho avaliativo.
73
agora é com você
1. A avaliação é considerada importante em qualquer setor de atividade humana. Por isso, ela também está
presente no processo educacional escolarizado. Com base nessa afirmação, responda:
2. Os processos avaliativos precisam propiciar reflexões aos alunos e disponibilizar aos professores indicativos
do envolvimento e apreensão dos alunos sobre os conteúdos selecionados e ensinados ao longo do período.
As dimensões conceitual, atitudinal e procedimental são importantes instrumentos na elaboração dos proces-
sos avaliativos na Educação Física, Nesse sentido, discorra sobre cada umas dessas dimensões.
a. Dimensão conceitual.
b. Dimensão atitudinal.
c. Dimensão procedimental.
d. Dimensão didático-pedagógica.
74
leitura complementar
Caro(a) aluno(a), disponibilizamos a você essa “Leitura Complementar”, com o objetivo de acrescentar mais
conhecimento sobre os conteúdos apresentados nesta unidade e ao longo do material de Educação Física no
Ensino Fundamental e Anos Finais e Ensino Médio.
Este estudo tem por objetivo apresentar um diálogo com três professoras de Educação Física das séries iniciais do
ensino fundamental, dedicando especial atenção para as práticas avaliativas. Define como instrumento de pesquisa
a entrevista semiestruturada e como base interpretativa a análise de conteúdo. Os dados apresentam possibilidades
de avaliar nas aulas de Educação Física a partir de diferentes instrumentos de registro, levando em consideração a es-
pecificidade desse componente curricular. Aponta caminhos para se projetar a avaliação, ultrapassando os discursos
acadêmicos que fundamentam suas análises em diagnósticos de denúncias.
INTRODUÇÃO
A avaliação educacional, sob diversos enfoques, tem sido objeto de intensos debates no Brasil desde a década de
1930. Nos últimos anos, a reflexão sobre essa temática intensificou-se, assumindo concepções epistemológicas
diversas, bem como objetos de estudo. No que tange especificamente à Educação Física, é possível afirmar que as
pesquisas no campo da avaliação começam a expressar suas reflexões em meados da década de 1970, influencia-
das pelos trabalhos de Bloom, Pophan, Scriven, Stake, Stufflebeam e Tyler.
Contudo, trabalhos do tipo estado da arte, como os de Santos (2002), Alves e Soares Junior (2007) e, recentemente, Macedo
(2011), têm demonstrado um reduzido número de pesquisas sobre avaliação na Educação Física. Santos (2002) e Macedo
(2011), ao tomarem como fonte os periódicos e congressos científicos da área no período de 1930 a 2010,3 evidenciam a
existência de quarenta artigos que tratam dessa temática, sendo que desses apenas sete mergulham no cotidiano escolar.
Embora os autores, no campo da Educação em geral, como Hoffmann (2001), Perrenoud (1999) e, especificamente na
Educação Física, Resende (1995) e Souza Júnior (2004), sinalizarem avanços teóricos nos discursos acadêmicos sobre
avaliação educacional, os trabalhos acabavam por denunciar as mazelas das práticas pedagógicas cotidianas.
É oportuno salientar que esse não é um problema específico dos estudos no campo da avaliação educacional, nem, tampou-
co, um problema específico da Educação Física. Percebermos que é preciso, conforme destacou Alves e Oliveira (2002), evi-
denciar mais do que a tendência de descrever a escola em seus aspectos negativos dizendo o que não há nelas ou o que não
corresponde ao modelo de análise adotado. Faz-se necessário apresentar possibilidades de intervenção na/para a Educação
Física que vão além da continuidade/insistência em gerar diagnósticos de denúncia.
A questão posta por essa opção se projeta no sentido de perceber o que de fato a escola faz, porque faz e com quem faz. Bus-
camos, com isso, compreender não apenas as ações prescritivas como produtoras de conhecimento escolar, mas, sobretudo,
os saberes da prática, criados e recriados diariamente nos espaços e tempos escolares, pelos praticantes que os constituem.
Diante disso, nos aproximamos de uma perspectiva de pesquisar com, e não apenas sobre o professor e a escola. Bus-
camos contrariar esta última perspectiva por meio da indicação da produção de dados, de diálogos compartilhados e de
um retorno àqueles que fazem a escola e possibilitam o desenvolvimento da pesquisa acadêmica, assumindo a escola
como espaço de produção de conhecimento e os agentes sociais como praticantes6 dessas produções. Temos como ob-
75
leitura complementar
jetivo, neste trabalho, ao dar visibilidade às práticas avaliativas produzidas por três professoras de Educação Física das
séries iniciais do ensino fundamental, indicar caminhos e possibilidades concretas para atuação profissional.
O estudo está estruturado em duas partes. Na primeira apresentamos o referencial teórico-metodológico ado-
tado, dedicando-nos à identificação das professoras, tipos de instrumentos e análise de dados. Posteriormen-
te, apresentamos as práticas avaliativas das professoras, dialogando com os estudos no campo da avaliação,
tanto da Educação como da Educação Física.
76
material complementar
77
meu espaço
78
UNIDADE
IV
MAPA CONCEITUAL DOS
CONTEÚDOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA:
UMA ESTRATÉGIA INTERESSANTE E ÚTIL
Oportunidades de aprendizagem
Plano de Estudo
• Mapa Conceitual enquanto Estratégias de Ensino na Educação Física Escolar
• Mapas Conceituais e Sua Importância Didática
• Como Organizar Mapas Conceituais Utilizando o Núcleo Movimento e
Saúde para a Educação Física Escolar do Ensino Fundamental (Anos Finais) e
o Ensino Médio
unidade
IV
O planejamento coloca-se como peça fundamental a É de suma importância que professores e alunos,
qualquer ação que venhamos a desenvolver. Na edu- de posse dos temas anuais, dediquem-se à construção
cação, em especial, ele é um ponto-chave. conjunta dos mapas, pois, dessa forma, é possibilitada a
O ato de planejar é contínuo, não se esgota no início visualização do grau de dependência entre um tema e
do ano, ele precisa ser cuidado em todo o seu desenvol- outro e entre uma unidade e outra. O fato de consegui-
vimento. Os aspectos relacionados ao sucesso ou insu- rem observar essa relação facilita para todos enxergar o
cesso de cada etapa precisam ser monitorados. “porquê” de determinados conteúdos serem inseridos ao
Procurando avançar um pouco mais e oferecer al- longo do ano e na disciplina.
guns encaminhamentos que possam subsidiar essa ta- Para esse exercício de uso de mapas conceituais, parti-
refa, abordaremos, aqui, os mapas conceituais. Eles ser- remos dos núcleos propostos por Palma, Oliveira e Palma
vem como ferramenta interessante que facilita a todos (2010). Note que, nos dois primeiros exemplos, não foram
os professores e alunos a visualização geral do que se colocadas as ligações entre os temas, apenas vinculações.
espera ensinar ao longo do período escolar. Dessa for- Não deixe de estimular os alunos a criarem as ligações dos
ma, as possibilidades de acompanhamento tornam-se temas de acordo com o entendimento por eles adotado.
mais fáceis e, também, visualmente mais claras. Nessas Para o terceiro exemplo — que reúne todos os te-
possibilidades, os alunos e professores poderão contro- mas dos três anos — foram apresentadas sugestões de
lar o andamento de todas as etapas e aspectos aborda- ligações, mas elas podem ser alteradas de acordo com o
dos durante o ano. entendimento do grupo e as vivências adquiridas.
82
EDUCAÇÃO FÍSICA
83
Vale ressaltar que os conteúdos escolares são defini- tas, atividades de aventura e atividades físicas voltadas
dos, de acordo com Coll et al. (2000, p. 65), como uma “se- não só à saúde como à aptidão física.
leção de formas ou saberes culturais, conceitos, explica- A apropriação de novos conhecimentos deve ocor-
ções, raciocínios, habilidades, linguagens, valores, crenças, rer a partir das vivências e experimentações corpo-
sentimentos, atitudes, interesses, modelos de conduta”. No rais. Nelas, o professor de Educação Física mediará os
entanto, segundo Libâneo (1994), é preciso cuidar para conteúdos os quais representam a cultura corporal de
que apenas os saberes do cotidiano, as necessidades dos movimento, por meio de ações didático-pedagógicas
alunos sejam trazidos ao universo escolar, porque nem inovadoras atreladas à compreensão de que o aluno
sempre esses saberes e formas culturais são elementos deve usufruir dessa cultura, tornando-as significativas,
validados para o universo da educação formal. Nesse sen- incorporando-as em seu cotidiano. Afinal,
tido, a abrangência dos conteúdos nas aulas de Educação
Física deve ter como foco o desenvolvimento de ações ati- os conteúdos são os meios pelos quais o aluno
deve analisar e abordar a realidade de forma
tudinais, procedimentais e conceituais que possibilitem,
que, com isso, possa ser construída uma rede
ao aluno, na aula, compreender as relações entre as práti- de significados em torno do que se aprende na
cas escolares e a relevância dessas no cotidiano. escola e do que se vive. Desse modo, junto com
Por meio dessa perspectiva, os conteúdos eleitos considerações importantes, como a relevância
para o desenvolvimento das aulas devem estar sistema- social do conteúdo, é apontada a preocupação
em se trabalhar com os conteúdos escolares nas
tizados a partir de ações pedagógicas que possibilitem
três dimensões: atitudinal, conceitual e proce-
esse desenvolvimento do aluno. Afinal, de acordo com dimental (BRASIL, 1998, p. 112).
Zabala (1998, p. 98), os conteúdos de ensino
Partindo da compreensão da Teoria da Aprendizagem
são o conjunto de conhecimentos, habilidades, Significativa proposta por Ausubel (1980, p. 67), na qual se
hábitos, modos valorativos e atitudinais de atu-
considera que “toda aprendizagem é um processo no qual
ação social, organizados pedagógica e didati-
camente, tendo em vista a assimilação ativa e o aprendiz relaciona a nova informação com o conheci-
aplicação pelos alunos na sua prática de vida. mento prévio que há no seu cognitivo” e que, ao iniciar
o processo de ensino e aprendizagem, deve-se ter, como
As aulas de Educação Física Escolar constituem-se, em ponto de partida, o que o aluno já sabe ou conhece.
um momento, em possibilidade de incorporar os com- O processo de aprendizagem torna-se mais sim-
ponentes da cultura corporal de movimento na prática ples, de fácil compreensão e assimilação, quando são
cotidiana, afinal, a Educação Física, enquanto compo- utilizados os mapas conceituais como estratégias para
nente curricular da Educação Básica, possibilita o acesso desenvolver as aulas de Educação Física. É uma ação
ao conhecimento e aos saberes historicamente produzi- que possibilita os caminhos para efetivar a aprendiza-
dos no campo da cultura corporal de movimento, possi- gem significativa nas aulas de Educação Física Escolar.
bilitando ao aluno produzir, criar, recriar e transformar Afinal, de acordo com Tavares (2007, p. 81),
os elementos da aula em ações instrumentalizadas, por
meio do jogo, da dança, dos esportes, das ginásticas, lu- a função mais importante da escola é dotar o ser
humano de uma capacidade de estruturar inter-
84
EDUCAÇÃO FÍSICA
85
desenvolvimento e as relações entre os conteúdos, assim, O professor, por sua vez, adiciona aos seus saberes de
ativam lembranças de conhecimentos adquiridos, facili- experiência os saberes pedagógicos, os quais são referentes
tando a compreensão e atribuição de significado ao novo às áreas do conhecimento, direcionando as ações por meio
conteúdo proposto e ao desenvolvimento de saberes. de referencial teórico, científico, técnico, tecnológico e cul-
Resgata-se, aqui, com base em Pimenta (2005), o fato tural, o que pode garantir aos alunos a apropriação do co-
de os saberes se remeterem às experiências dos sujeitos nhecimento, assim como reflexos no seu desenvolvimento.
do processo educativo (aluno e professor), saberes esses Assim, conforme Pimenta (2005), o saber do profes-
que são os conhecimentos acumulados ao longo da vida e sor se fundamenta em saberes específicos, pedagógicos e
que passaram por reflexão e análise, a partir do confronto de experiência que se mobilizam para investigar a própria
entre teorias e práticas e com momentos de avaliação de prática e, nesse sentido, constituir os saberes docentes.
resultados, constituindo o jeito de ser dos sujeitos.
O mapa conceitual apoia-se fortemente na Teoria da Aprendizagem Significativa de David Ausubel, que de-
fende o seguinte: o ser humano organiza o conhecimento por meio da hierarquização dos conceitos. Desse
modo, o mapa coloca-se como uma estrutura esquemática voltada a representar um conjunto de conceitos.
Ele serve para organizar os conhecimentos, permitindo mostrar como eles se estruturam nas proposições
de seus criadores; estes, por sua vez, podem visualizar e analisar a extensão dessas proposições.
O mapa conceitual é entendido como uma representação visual utilizada para partilhar significados, pois explicita
como o autor entende as relações entre os conceitos enunciados. Nesse sentido, exercitar e colocar os alunos
para pensarem na articulação e ligação dos temas facilita sobremaneira o entendimento geral da disciplina.
Fonte: adaptado de Souza e Boruchovitch (2010).
86
EDUCAÇÃO FÍSICA
87
O MOVIMENTO E SAÚDE – 1º
ANO
TEMA SUBTEMA ASSUNTO
Resistência cardiorrespiratória
Força muscular
COMPONENTES DA APTIDÃO
Resistência muscular
FÍSICA
Flexibilidade
Composição corporal
88
EDUCAÇÃO FÍSICA
Resistência
Cardiorespiratória
Força
Características de um Corpólatra
Resistência
Muscular Significado de Corpolatria
Componentes da Corpolatria
Flexibilidade Aptidão Física
Atividades Gimnicas
e Academia
Tipos Objetivos
Legenda:
Tema
Subtemas
Figura 1 - Exemplo de mapa conceitual para o 1° ano, com o tema Movimento e Saúde / Fonte: os autores.
Caro(a) aluno(a), a legenda indicada é referente ao Mapa 1, a fim de te auxiliar na compreensão das cone-
xões pedagógicas estabelecidas.
Os mapas conceituais são uma ferramenta pedagógica muito importante. Desse modo, quem deve orga-
nizar o mapa conceitual, quando ele deve ser organizado e avaliado?
89
O MOVIMENTO E SAÚDE – 2º
ANO
TEMA SUBTEMA ASSUNTO
Característica da musculação
MUSCULAÇÃO E ACADEMIA Faixa etária de praticantes
Objetivos da musculação
ATIVIDADE FÍSICA E EXERCÍCIO Contribuições dos suplementos
FÍSICO nutricionais
Significado de gasto energético
GASTO ENERGÉTICO E
Consumo de calorias e perda de peso
EXERCÍCIO FÍSICO
Consumo de calorias e exercício físico
Significado de metabolismo
APTIDÃO FÍSICA, SAÚDE E
QUALIDADE DE VIDA METABOLISMO CORPORAL Fatores que influenciam o metabolismo
Significado de metabolismo basal
Significado de corpolatria
CORPOLATRIA Características de um corpólatra
Relação com a mídia
Movimentos repetitivos no trabalho
Figura 2 - Exemplo de mapa conceitual para o 1° ano, com o tema Movimento e Saúde / Fonte: os autores.
90
Metabolismo Fatores que Significado de Resistência
Basal influenciam Metabolismo Cardiorespiratória
Relações com a Mídia
Tipos Objetivos
Objetivos Exercício Físico
Características e QV
Idade e
Musculação Treinamento e QV
Legenda: Doenças/Treinamento
e QV
Tema
Subtemas
Assuntos do Primeiro Ano
EDUCAÇÃO FÍSICA
91
Quadro 3 - Planilha com o tema, os subtemas e assuntos dos conteúdos do núcleo Movimento e Saúde para o Ensino Médio (3° ano) /
Fonte: os autores
92
Distúrbios alimentares e beleza Relações com a mídia
Resistência
Metabolismo Fatores que Significado de Cardiorespiratório
Basal influenciam Metabolismo Características de um corpólatra
Força
Aceleração do Significiado de corpolatria
Metabolismo Componentes da
Tem relação Resistência Aptidão física Corpolatria
Observar Metabolismo
corporal direta com muscular Significado do corpo-histórico
Diminuição do
Metabolismo Movimentos repetitivos
Flexibilidade
Influências
Fundamentar sócio-culturais
para o Alongamentos
Calorias e Composição entedimento
exercícios Suplementos
corporal Ginástica laboral
Observar
Gasto
energético Estresse e
Interferem atividade física
Emagrecer e
perder peso Calorias e perda Influenciam as Movimento e saúde
de peso atividades gerais Saúde e Mundo Capacidade funcional
Musculação
Atividades Gimnicas e academia Saúde e Índice de capacidade
e Academia Qualidade de Vida para o trabalho
(QV)
Características Fatores limitantes
Legenda:
Tema
Tipos
Objetivos Exercício físico Atividade física
Objetivos e QV e gestação
Subtemas Hipertrofia
Assuntos do Primeiro Ano Idade e
Assuntos do Segundo Ano musculação Ergogênicos Treinamentos e QV
Assuntos do Terceiro Ano
Doenças, treinamento
Ligações de influências e QV
EDUCAÇÃO FÍSICA
93
Para haver brechas à participação dos alunos, é impor- É de suma importância que o professor demonstre
tante o professor ter esse mapa, inicialmente, organiza- aos alunos o fato de os temas não serem colocados ale-
do, o disponibilizar aos alunos e indicar que eles avaliem, atoriamente e que todos possuem relações e encadea-
apresentem sugestões e coloquem pontos os quais gos- mentos de aprofundamentos, ou seja, não deixe, caro(a)
tariam que recebessem destaque. Com isso, o professor aluno(a), de apresentar como os conteúdos ensinados
poderá, continuamente, enriquecer as aulas bem como nas aulas têm vinculação com o cotidiano. Por exem-
aprofundar as temáticas, demonstrando as relações exis- plo: se o tema Percepção Espacial (PE) foi trabalhado,
tentes entre os temas e as ligações deles não só com os questione como a PE está vinculada ao nosso cotidiano.
interesses dos alunos mas também com o cotidiano. Nesse tema, muitas ações se vinculam, tais como: perce-
Essa exemplificação serve para que todos possam ber a distância de um carro para atravessar a rua, como
ver a utilidade dessa ferramenta e aplicá-la em ações de se posicionar em um jogo para receber a bola, distribuir
planificação com os alunos. Como você pode verificar, adequadamente os desenhos em uma folha de papel, di-
o mapa ganhou complexidade ao longo dos anos. A vi- rigir, andar de bicicleta, entre tantas outras ações.
sualização geral da temática é capaz de facilitar o enten- Para essa tarefa, não deixe de repassar com os alunos
dimento geral dos alunos e, também, do professor sobre os critérios de seleção de conteúdos destacados por Piletti
a matéria e as suas possibilidades de arranjos, ao longo (1997). Você encontrará, na Figura 4, os elementos neces-
dos anos, com outras temáticas da disciplina, além do sários às organização e seleção dos conteúdos da sua aula.
entendimento sobre as demais áreas de formação.
Validade
Adequado às necessidades
sociais e culturais
Possibilidade
Significação de Elaboração
CRITÉRIOS
Utilidade Viabilidade
Interesse Flexibilidade
94
EDUCAÇÃO FÍSICA
também representativos e atualizados. Suponhamos, a confecção de pipas só terão utilidade para os alunos se
por exemplo, uma escola situada numa região periféri- puderem utilizá-los no ambiente onde vivem e adaptá-lo
ca, onde o futebol é o principal atrativo. Neste caso, será às suas necessidades. Por isso, os dados levantados pelo
muito importante apresentá-lo como uma alternativa e, diagnóstico são importantes, pois facilitarão futuras infe-
também, pode ser aprimorado pelos praticantes da loca- rências à utilidade dos conteúdos selecionados. É impor-
lidade. Isso serve de atrativo para que os alunos se envol- tante o professor saber demonstrar como os conteúdos
vam mais rapidamente com a disciplina. trabalhados têm utilidade no cotidiano dos alunos, o que
Flexibilidade: os conteúdos selecionados devem agrega valor àquilo que é trabalhado nas aulas.
possibilitar modificações, adaptações, renovações e en- Viabilidade: segundo este critério, deve-se selecio-
riquecimentos. Com relação ao exemplo anterior, os nar conteúdos que possam ser aprendidos dentro das
conteúdos podem ser dotados de regras e práticas dife- limitações de tempo e recursos disponíveis, assim como
rentes, de acordo com o local; deve-se, inclusive, estimu- das capacidades físico-motoras e cognitivas dos alunos.
lar que as regras sejam refletidas e alteradas de acordo Não adianta selecionar uma infinidade de informações e
com os interesses e constituições das turmas. práticas sobre tênis de campo, por exemplo, se por falta
Significado: este critério requer que o conteúdo esteja de tempo, condições e vínculo não for possível transmiti-
relacionado às experiências dos participantes. Um conte- -las aos participantes ou se o conteúdo o qual se pretende
údo terá significação para o participante quando, além de apresentar estiver fora do contexto da escola e dos hori-
despertar o seu interesse, leva-o, por iniciativa própria, a zontes dos participantes bem como das suas possibilida-
aprofundar o interesse. Se a escola se localiza numa região des físico-motoras, uma vez que, na Educação Física, essa
onde a prática da peteca é constante, trabalhar essa temática condição precisa ser muito bem cuidada para estimular
e suas variações terá significado para os participantes. positivamente os alunos. Alerta-se apenas para que o
Possibilidade de elaboração pessoal: este critério pensamento de que se os alunos não conhecerem certas
refere-se à recepção, assimilação e transformação da in- práticas ou conteúdos, estes não devam ser trabalhados.
formação pelo próprio aluno. De acordo com esse critério, Muito pelo contrário, o alerta é para cuidar da devida pre-
o aluno terá a possibilidade de associar, comparar, com- paração e estimativa de viabilidade de desenvolvimento
preender, selecionar, organizar, criticar e avaliar o novo dos conteúdos. Por exemplo, como prever uma prática de
conteúdo. Se os estudantes têm a prática da peteca como natação se não existir piscina e/ou outro recurso a essa
algo significativo, eles terão condições de compreender, prática? Isso não inviabiliza o professor de apresentar ví-
comparar, transformar, organizar e criticar o conteúdo. deos, textos e informações gerais sobre a natação.
Essa condição de elaboração pessoal parte da premissa de Interesse: uma das funções dos conteúdos é man-
que os alunos precisam ter um ponto de partida para tal. ter e desenvolver o interesse do aluno em atingir os seus
Utilidade: refere-se ao uso dos conhecimentos em objetivos, com a possibilidade de ele resolver os próprios
situações novas. Este critério estará presente quando con- problemas e atender às suas necessidades pessoais. Os
seguirmos harmonizar os conteúdos selecionados para conteúdos selecionados devem refletir os interesses dos
trabalho com as exigências e características do meio so- alunos e, mais uma vez, deve-se ter o cuidado para que
cial em que os alunos convivem. Os conhecimentos sobre isso não represente uma espécie de laissez-faire, ou seja,
95
o “deixar fazer” sem um compromisso maior com a pro- ções e responsabilidades. Mas esse mesmo aluno é
posta pedagógica geral da disciplina. Aqui, vale a com- um indivíduo com necessidades pessoais, com obje-
petência docente em criar o interesse nos alunos, por tivos particulares que precisam estar contemplados
meio de aulas dinâmicas e bem-estruturadas. no seu processo formativo.
Adequado às necessidades sociais e culturais: Caro(a) aluno(a), a construção dos mapas conceitu-
os conteúdos precisam refletir os amplos aspectos ais torna-se uma possibilidade de ampliar a efetivação
da cultura, tanto do passado quanto do presente, as- das ações didático-pedagógicas nas aulas de Educação
sim como as possibilidades e necessidades futuras. Física; por este motivo, os mapas tornam-se uma exce-
Os melhores conteúdos são aqueles que atendem às lente ação para consolidar uma prática pedagógica ade-
necessidades sociais e individuais dos alunos, enten- quada às necessidades e expectativas tanto dos alunos
dendo que ele está inserido numa sociedade que lhe quanto do Projeto Pedagógico da escola.
faz exigências de toda a ordem e lhe impõe obriga-
96
considerações finais
Bom trabalho!
97
agora é com você
1. Os mapas conceituais são estratégias de conteúdo para a obtenção de uma imagem da organiza-
ção conceitual, das relações hierárquicas entre conceitos, para diagnosticar os conceitos prévios dos
alunos, como feedback, e na observação da evolução da aprendizagem (MOREIRA, 1980). A partir do
exposto, responda as questões, a seguir:
e. A partir dos mapas conceituais apresentados, elabore um plano de aula para o Ensino Médio.
98
leitura complementar
A partir das informações da leitura, a seguir, e nos nossos estudos, organize um mapa conceitual tendo por base os
conhecimentos de uma modalidade esportiva (basquetebol, handebol, voleibol, futebol) ou esporte de aventura (Ra-
pel, Escalada, mountain bike). Você pode praticar o exercício de organização de mapas conceituais, o que, sem dúvida,
facilitará a organização do seu ensino dos esportes.
1. Identifique os conceitos-chave do conteúdo que vai mapear e ponha-os em uma lista. Limite entre 6 e 10 o
número de conceitos.
2. Ordene os conceitos, colocando o(s) mais geral(is), mais inclusivo(s), no topo do mapa e, gradualmente, vá agre-
gando os demais até completar o diagrama de acordo com o princípio da diferenciação progressiva. Algumas vezes
é difícil identificar os conceitos mais gerais, mais inclusivos; nesse caso é útil analisar o contexto no qual os conceitos
estão sendo considerados ou ter uma ideia da situação em que tais conceitos devem ser ordenados.
3. Se o mapa se refere, por exemplo, a um parágrafo de um texto, o número de conceitos fica limitado pelo próprio
parágrafo. Se o mapa incorpora também o seu conhecimento sobre o assunto, além do contido no texto, conceitos
mais específicos podem ser incluídos no mapa.
4. Conecte os conceitos com linhas e rotule essas linhas com uma ou mais palavras-chave que explicitem a relação entre
os conceitos. Os conceitos e as palavras-chave devem sugerir uma proposição que expresse o significado da relação.
5. Setas podem ser usadas quando se quer dar um sentido a uma relação. No entanto, o uso de muitas setas acaba
por transformar o mapa conceitual em um diagrama de fluxo.
6. Evite palavras que apenas indiquem relações triviais entre os conceitos. Busque relações horizontais e cruzadas.
7. Exemplos podem ser agregados ao mapa, embaixo dos conceitos correspondentes. Em geral, os exemplos
ficam na parte inferior do mapa.
8. Geralmente, o primeiro intento de mapa tem simetria pobre e alguns conceitos ou grupos de conceitos acabam mal
situados em relação a outros que estão mais relacionados. Nesse caso, é útil reconstruir o mapa.
9. Talvez neste ponto você já comece a imaginar outras maneiras de fazer o mapa, outros modos de hierarquizar os
conceitos. Lembre-se que não há um único modo de traçar um mapa conceitual. À medida que muda sua compreen-
são sobre as relações entre os conceitos, ou à medida que você aprende seu mapa também muda. Um mapa concei-
tual é um instrumento dinâmico, refletindo a compreensão de quem o faz no momento em que o faz.
10. Não se preocupe com “começo, meio e fim”, o mapa conceitual é estrutural, não sequencial. O mapa deve refletir
a estrutura conceitual hierárquica do que está mapeado.
11. Compartilhe seu mapa com colegas e examine os mapas deles. Pergunte o que significam as relações, questione a
localização de certos conceitos, a inclusão de alguns que não lhe parecem importantes, a omissão de outros que você
julga fundamentais. O mapa conceitual é um bom instrumento para compartilhar, trocar e “negociar” significados.
99
material complementar
100
EDUCAÇÃO FÍSICA
101
meu espaço
102
UNIDADE
V
PLANOS DE AULAS PARA A EDUCAÇÃO
FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL,
ANOS FINAIS E ENSINO MÉDIO
Oportunidades de aprendizagem
• Compreender a prática pedagógica docente em sala de aula de Educação
Física. Conceituar a organização e estruturação de planos de aula no
contexto ensino-aprendizagem dessa disciplina escolar.
• Compreender a estrutura didática pedagógica da aula de Educação Física,
vinculando as estruturas didático-pedagógicas da aula com os objetivos
enunciados.
Plano de Estudo
• Estruturação de Plano de Aulas para Ensino Fundamental (Anos Finais) e
Ensino Médio
• Apresentação de exemplos de planos de aulas para o ensino da
Educação Física
unidade
V
Olá, caro(a) aluno(a), conforme veremos nesta unida- mais aulas. Há de se considerar, ainda, o ritmo dos alu-
de, os planos de aulas podem ser estruturados de várias nos e o interesse provocado, aspectos muito importantes
formas, de acordo com as características didático-peda- tanto na organização quanto na estruturação.
gógicas adotadas pela escola; e, ao longo das discussões Tendo os mapas conceituais estabelecidos e a organi-
apresentadas, temos buscado te apresentar orientações zação prévia das aulas, é possível estimar um quantitativo
capazes de te ajudar nessa construção. Ao ler os livros delas, mas isso não será fixo, uma vez que os interesses em
de esportes, observou-se que há uma organização com determinados conhecimentos poderão exigir mais tem-
Tema, Objetivo, Roda Inicial, Desenvolvimento e Roda po. De toda forma, é muito importante a visualização do
Final. Já o livro de Didática traz a organização baseada em todo para o ano e/ou período, como forma de delimitação
Tema, Objetivos e Momentos de Preparação e Introdução e organização do tempo e da profundidade dos conheci-
da Matéria, Tratamento Didático da Matéria, Consolida- mentos a serem ensinados nas ações das aulas.
ção, Aprimoramento e Aplicação dos Conhecimentos e Os planos de aulas organizados nesta unidade são
Habilidades, por fim, Avaliação dos Resultados. exemplificações de como podem ser pensados os temas su-
Ambas as estruturas dão conta de uma organização geridos, ano a ano, do Ensino Fundamental (Anos Finais) e
que visa, sempre, à participação dos alunos bem como à Ensino Médio. São exemplificações temáticas de cada um
sequência lógica de desenvolvimento dos temas. Ao se dos anos nas etapas escolares correspondentes, com possi-
pensar o plano de aula, deve-se ter em mente que as te- bilidades de serem utilizados em um, dois, ou mais encon-
máticas determinarão o tempo de desenvolvimento, ou tros com os alunos, a depender do nível de interesse, conhe-
seja, um tema poderá exigir a utilização de mais de um cimento e potencialidades de cada grupo constituído.
encontro, com isso, o plano passará a ser de duas, três ou
106
EDUCAÇÃO FÍSICA
107
• Tratamento didático da matéria (nova ou con- sobre a ação, construção de valores, análise,
tinuação). compreensão, protagonismo comunitário].
• Consolidação, aprimoramento e aplicação dos Vale ressaltar que não há nenhuma hierarquia
conhecimentos e habilidades. entre essas dimensões, tampouco uma ordem
necessária para o desenvolvimento do trabalho
• Avaliação dos resultados.
no âmbito didático. Cada uma delas exige dife-
Reforçamos, aqui, o seguinte: em uma aula, todos os mo- rentes abordagens e graus de complexidade
mentos idealizados podem, não estar necessariamente para que se tornem relevantes e significativas”.
presentes. Dependendo do desenvolvimento da aula e, Fonte: Brasil (2018, p. 221-222).
108
EDUCAÇÃO FÍSICA
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Quadro 1 - Demonstrativo dos planos de aulas com indicação das unidades didáticas e ano de escolarização / Fonte: os autores.
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EDUCAÇÃO FÍSICA
A aula tem início com você, professor(a), informando Neste conteúdo, o professor deve evidenciar a percep-
à turma o conteúdo que será ensinado e fazendo algu- ção do aluno em relação ao equilíbrio corporal no mo-
mas perguntas, tais como: mento de fazer uma tarefa motora.
Coloque no espaço de aula, paralelamente, uma cor-
• Quem de vocês possui equilíbrio corporal?
da grossa, um banco sueco, a trave de equilíbrio baixa e
• Na posição que estão, nesse momento, vocês es-
tão em equilíbrio corporal? um colchonete. Todos os alunos devem passar por todos
• O que faz vocês terem certeza que estão em equi- os materiais, duas vezes. Após terem realizado a tarefa,
líbrio corporal, nessa posição? pergunte: com qual dos materiais eles perceberam que
desequilibraram mais, qual a razão de termos mais ou
Pedir que alterem a posição corporal, por exemplo, fi- menos dificuldade nas tarefas motoras?
car em apenas um pé; sentados; fazer um aviãozinho. Aqui, deseja-se que o estudante perceba a influ-
Novamente, questioná-los se estão em equilíbrio. ência do tamanho da base corporal para realizar as
É importante esclarecer que a todo instante, ações. Se for necessário, refaça-as e solicite que fi-
nas diversas posições corporais, precisamos de quem atentos às dificuldades e facilidades.
equilíbrio. Os alunos devem entender: não é so- Peça aos alunos que se desloquem no espaço, andan-
mente nas tarefas motoras cujo equilíbrio corpo- do, correndo lento/rápido, saltitando de um ponto a ou-
ral está mais evidente — como ficar parado em tro, e parem rapidamente em um lugar determinado. Soli-
um pé só — que ele está presente. cite que elaborem hipóteses das possíveis ocorrências em
relação ao equilíbrio corporal, quando precisarem parar
• Em qual parte do corpo está localizado o equilí- de repente na marca determinada. Solicite que apresen-
brio corporal?
tem as razões das facilidades e dificuldades em parar de
• Qual a importância da visão no equilíbrio corporal?
repente, levando em consideração o equilíbrio corporal.
Peça que realizem as mesmas ações com as mãos pre-
Em seguida, o professor deve solicitar aos alunos que es- sas ao longo do corpo ou atrás e, na sequência, as mesmas
crevam no caderno de Educação Física um pequeno texto, ações com os olhos vendados. Amplie as discussões com
de quatro ou cinco linhas, sobre o que pensam constituir o os alunos sobre as percepções do equilíbrio corporal.
equilíbrio corporal. Ele pode pedir, também, que alguns alu-
nos leiam o texto em voz alta para toda sala e, a cada texto,
aproveitar para aprofundar o conteúdo equilíbrio corporal.
111
TERCEIRO MOMENTO: CONSOLIDAÇÃO, Traga imagem e vídeo para que os alunos possam vi-
APRIMORAMENTO E APLICAÇÃO DOS sualizar a fisiologia do ouvido interno.
CONHECIMENTOS E HABILIDADES Aprofunde as questões as quais favorecem a per-
cepção do equilíbrio corporal e o deslocamento do
Relembre o conteúdo estudado e explique aos alunos líquido endolinfa.
que o equilíbrio tem uma classificação a qual a todo ins-
tante está presente nas pequenas e grandes ações moto- QUARTO MOMENTO: AVALIAÇÃO DOS
ras, mas de formas diferentes. RESULTADOS
Os tipos de equilíbrio são estático e dinâmico. Explique
cada tipo e solicite aos alunos exemplos de cada um. Traga Solicite que os alunos retomem o texto escrito no primeiro
algumas situações de ações motoras mais específicas, nas dia do conteúdo equilíbrio corporal e que acrescentem
quais os tipos de equilíbrio estão presentes: amarelinha, an- mais elementos a ele. Peça para alguns dos alunos lerem
dar sobre linhas, estátua, pular sela, entre outros. em voz alta aos demais; você deve aproveitar novamente
Quais estruturas do corpo favorecem o sujeito estar esse momento para ampliar os conceitos de todos sobre o
em equilíbrio corporal? Solicite que os alunos fiquem conteúdo e destacar o que foi ensinado nas aulas.
em duplas: um colega mantém-se parado e o outro tenta Divida a turma em pequenos grupos e peça que
deslocá-lo do lugar empurrando-o pelas costas ou om- cada grupo construa uma atividade a qual exija o equi-
bros, após três experiências de deslocamentos trocam-se líbrio e as suas variações. As atividades podem ser as
as posições; para cada momento de desequilíbrio, as po- mais diversas possíveis, mas todos deverão vivenciá-
sições de apoio das pernas devem ser mudadas. -las. Para tanto, cada grupo apresentará aos demais e,
O colega que está sendo empurrado procurará depois, orientará que todos vivenciem as atividades ao
adotar posições para suportar a tentativa de desequi- menos uma vez. A turma apresenta e realiza todas as
líbrio. Solicite que os alunos falem sobre as formas de atividades sob a coordenação de cada um dos grupos.
suporte adotadas e por que razões se sentiram com Outra possibilidade será solicitar que os grupos
mais ou menos equilíbrio corporal. construam uma história em quadrinhos contando a his-
Peça aos alunos que, ainda em duplas, façam um tória de uma criança que tinha muita dificuldade com o
risco no chão ou escolham uma das riscas da quadra equilíbrio corporal nas ações diárias e quais estratégias
para caminhar sobre ela. A risca deve ter, mais ou me- ela usava para resolver a dificuldade com o equilíbrio.
nos, 5 metros de comprimento. Cada grupo deverá apresentar para a turma a sua histó-
Um colega deverá girar/rodopiar com a cabeça ria, colocando-a, depois, no mural da escola.
apoiada em um bastão e, depois, deverá caminhar so-
bre a linha, o outro colega anotará o trajeto. Solicite OBSERVAÇÕES
que os alunos alternem as posições.
Levante hipóteses sobre o que acontecerá no mo- Reforçando: as aulas não devem ser apenas um mo-
mento da caminhada e por que ficamos tontos quan- mento de vivências motoras, elas precisam proporcionar
do giramos com a cabeça abaixada sobre um bastão. a aquisição dos conhecimentos relacionados ao tema. Os
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EDUCAÇÃO FÍSICA
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EDUCAÇÃO FÍSICA
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Em grupos
Peça que os alunos formem grupos e apresentem entre si,
dentro dos grupos, as quatro palavras, as duas destacadas
e as razões da escolha delas. O grupo escolherá quatro pa-
lavras para resolver o mesmo problema que foi colocado
individualmente e comporá um texto argumentativo jus-
tificando a escolha. Esse texto e as quatro palavras serão
apresentadas à turma toda.
TERCEIRO MOMENTO: CONSOLIDAÇÃO, Depois das transcrições, analise com os estudantes as con-
APRIMORAMENTO E APLICAÇÃO DOS vergências e divergências das características de cada esporte.
CONHECIMENTOS E HABILIDADES
QUARTO MOMENTO: AVALIAÇÃO DOS
Divida a turma em grupos e cada grupo deverá pro- RESULTADOS
por um jogo coletivo de quadra com bola para prati-
car. Defina a tarefa para os estudantes: Elabore uma atividade escrita que contenha perguntas
Todos jogarão, por cinco minutos, cada um dos cujo objetivo seja observar a qualidade de compreensão
esportes e, após cada jogo, todos deverão escrever (em dos estudantes em relação à caracterização dos esportes
grupo) as características que identificaram na prática coletivos de quadra e se eles entenderam as convergên-
daquele esporte. Exemplo: principais ações dos joga- cias e divergências entre os diversos esportes coletivos
dores, nível técnico das ações, principais regras que ti- de quadra com bola.
116
EDUCAÇÃO FÍSICA
OBSERVAÇÕES Assunto:
• Fundamentos técnicos: passe e recepção.
• Esportes coletivos de invasão com bola consti-
tuem uma classe de modalidade esportiva cuja
disputa é baseada na oposição entre duas equipes, Objetivos:
em um espaço comum, com o objetivo de pontuar, • Caracterizar o esporte coletivo de invasão
por meio de ações individuais, grupais e coletivas. com bola basquetebol.
Exemplo: basquetebol, futebol, rúgbi, entre outros. • Caracterizar o passe no basquetebol.
• O assunto caracterização dos esportes coleti- • Conhecer as principais vantagens do passe
vos de invasão, como conteúdo de ensino para a no sistema tático da equipe.
aula, deve ser entendido como introdução ao tema • Vivenciar os diversos tipos de passes e recepção.
esportes coletivos da unidade esportes, por se • Reconhecer, em situação de jogo, os momen-
tratar de um assunto de abrangência e comum a tos de utilização dos tipos de passes e recepção.
todos os esportes coletivos que utilizam quadra,
bola e que possuem confronto entre duas equipes.
PRIMEIRO MOMENTO: PREPARAÇÃO E
INTRODUÇÃO DA MATÉRIA
117
A partir das respostas, amplie a discussão. Por exemplo: do as duas mãos. Solicite aos estudantes atenção na ação
motora ao executarem as duas tarefas (passe e recepção).
• Por que utilizamos a expressão “tocar”, como si-
nônimo de passe, se na maioria das vezes, nós a TERCEIRO MOMENTO: CONSOLIDAÇÃO,
enviamos sem bater nela, como é o caso do bas- APRIMORAMENTO E APLICAÇÃO DOS
quetebol? Há momentos do jogo nos quais você
CONHECIMENTOS E HABILIDADES
escolhe o companheiro para passar a bola? Qual
critério utilizou para a escolha? A amizade pode
ser um deles?
• Quais ações são próprias da equipe que ataca? E
da equipe que defende?
• Essas ações podem ser classificadas?
• Que ação do companheiro de equipe se relacio-
na diretamente com o passe e sem a qual ele não
acontece?
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EDUCAÇÃO FÍSICA
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120
EDUCAÇÃO FÍSICA
Observe a participação de todos, refaça as perguntas ini- A aula tem início com você, professor(a), informando a
ciais, com o intuito de avaliar o progresso qualitativo na turma sobre o conteúdo que será ensinado e fazendo al-
aprendizagem dos estudantes. gumas perguntas, tais como:
Outro momento de avaliação é solicitar que os estu-
• Quem sabe o que significam práticas corporais?
dantes retomem o caderno de Educação Física e refaçam E práticas corporais de aventura?
o texto sobre jogo popular, por meio de modificações. • Há diferenças entre práticas corporais de aventura,
Assim, ao corrigir os cadernos, você poderá avaliar o esportes radicais, esportes na natureza e urbanos?
progresso dos alunos nesse aspecto do conteúdo. • Vamos levantar, juntos, as características de cada
uma dessas práticas?
PLANO 6 • No que as práticas corporais de aventura se di-
UNIDADE DIDÁTICA – PRÁTICAS COR- ferem dos esportes tradicionais? Quem já parti-
PORAIS DE AVENTURA cipou de alguma atividade de aventura? Ela foi
121
planejada?
porais de aventura na natureza sem prejudicar o meio
• Em qual local foi realizada? Quais as sensações
ambiente. Solicite aos estudantes que anotem o conteú-
que tiveram?
do no caderno de Educação Física.
Recomenda-se anotar as respostas dos estudantes no
quadro. Somente passe para outra pergunta após ter es- SEGUNDO MOMENTO: TRATAMENTO
gotado a possibilidade de respostas com a turma. DIDÁTICO DA MATÉRIA
• Quais os cuidados que o praticante deve tomar Você, como professor(a), deve tomar para si o encaminha-
quando pratica um esporte de aventura?
mento das discussões, apresentando o conceito de práticas
• Onde são praticados os esportes de aventura?
corporais de aventura bem como o significado e importân-
• Quais são os esportes de aventura que vocês co-
cia desse conceito no processo educacional escolarizado.
nhecem? Eles vão desde uma simples caminhada
Destaque, também, os diversos tipos de práticas cor-
por trilhas em parques até atividades que exigem
equipamentos caros de segurança e conhecimen- porais de aventura, incluindo os princípios organizacionais
to prévio do praticante, tais como: escalada, moto- necessários para a preparação e desenvolvimento deles.
cross, surf, skate, trekking, slickline, entre outros. Você tem a opção de construir um texto básico so-
bre a história e origem das práticas corporais de aventu-
Divida os estudantes em grupos com mais ou menos o mes- ra, para ser entregue e discutido com os estudantes, pode
mo número de membros. Dois integrantes dos grupos deve- dividir as práticas segundo o local onde são realizadas:
rão listar todas as práticas corporais de aventura praticadas água, ar e terra ou, ainda, meio urbano e a natureza.
na natureza, enquanto outros dois deverão listar todas as Divida novamente os estudantes em quatro grupos
práticas corporais de aventura praticadas no meio urbano. e solicite que façam uma pesquisa pelo bairro, em tor-
Os quatro grupos deverão completar a tarefa por no da escola, mapeando quais os lugares onde é possível
meio da realização de uma lista que apresente: equi- realizar a prática corporal de aventura corrida de orien-
pamentos para a prática, característica da modalida- tação. Depois do tempo estabelecido à execução dessa
de, local onde é praticada, algumas regras, quais são tarefa — de sete a dez dias — abra um novo momento
os impactos na natureza quando essas práticas corpo- de apresentação para os grupos e, em seguida, abra as
rais são praticadas, entre outros. discussões necessárias ao aproveitamento da tarefa.
Os grupos deverão apresentar a atividade para o resto Depois de mapear todos os lugares sugeridos pelos
da sala, enquanto isso, você lista, no quadro, o que acha per- estudantes, escolha, junto com eles, um dos lugares para
tinente para abrir o debate, na sequência das apresentações. a realização de uma corrida de orientação.
Quando aparecer a modalidade corrida de orien- A tarefa para essa atividade é a seguinte: os estudan-
tação, você dirá que, dentre tantas práticas corporais tes devem identificar e escrever, segundo o olhar deles,
listadas, a escolhida para se aprofundar, nas próxi- quais são os requisitos necessários à participação em
mas aulas, foi essa corrida. uma corrida de orientação, tais como: noções de orienta-
Evidencie como tornar sustentáveis as práticas cor- ção e navegação; orientação espacial com e sem bússola;
122
EDUCAÇÃO FÍSICA
elaboração, leitura e interpretação de mapas; bússola e o intuito de aprofundar o assunto estudado e observar a
que poderia ser feito de melhorias no trajeto percorrido. compreensão dos estudantes.
Objetivos:
123
124
EDUCAÇÃO FÍSICA
PLANO 8
UNIDADE DIDÁTICA: EDUCAÇÃO
PARA A SAÚDE
ETAPA DE ESCOLARIZAÇÃO –
ENSINO MÉDIO
Tema:
• Atividade física, exercício físico, controle ali-
mentar.
Assuntos:
• Caracterização da educação para a saúde.
• Caracterização de atividades físicas, exercícios
físicos e controle alimentar.
• Impactos das práticas do exercício físico na me-
lhora/piora da qualidade de vida.
QUARTO MOMENTO: AVALIAÇÃO DOS • Periodização da prática de exercícios físicos.
RESULTADOS Objetivos:
• Caracterizar a educação para a saúde.
Após algumas aulas de prática, proponha aos alunos a • Estudar o conceito e caracterização de atividades
organização de um dia de skate na escola. Divida a tur- físicas e exercícios físicos.
ma em pequenos grupos responsáveis por: • Reconhecer a diferença entre atividades físicas e
exercícios físicos.
• Divulgação do evento. • Mapear os exercícios físicos para a melhora/pio-
ra da qualidade de vida e o controle alimentar.
• Construção de cartazes sobre a temática práticas
corporais de aventura e skate. • Identificar os fatores de restrição à prática dos
exercícios físicos.
• Seleção de músicas do universo dos skatistas.
• Construir materiais alternativos à prática de
• Escolha de um praticante com bastante afinida- exercícios físicos.
de com o skate, para fazer uma demonstração.
• Elaborar um boletim informativo com conheci-
• Enfeite do espaço. mentos e curiosidades sobre o tema.
• Tudo isso será discutido no conjunto e, a cada
momento, avalie o conhecimento dos estudantes
acerca do skate.
125
PRIMEIRO MOMENTO: PREPARAÇÃO E Cada grupo deverá anotar tudo que achar importante
INTRODUÇÃO DA MATÉRIA bem como precisará encontrar curiosidades, artigos re-
lacionados à temática, anotar as dúvidas do seu tema,
O tema educação para a saúde é muito amplo e envolve encontrar figuras para ilustrar o boletim.
uma gama de possibilidades de assuntos a serem ensi- Dessa forma, conforme o conteúdo vai se desenvol-
nados aqui. Como exemplo, elencamos alguns assuntos, vendo, o boletim será construído. Explique que será rea-
mas, ao iniciá-los, é importante dialogar com os estudan- lizada uma atividade introdutória do assunto “educação
tes a respeito dos mitos e da abrangência relacionados à para a saúde”, por meio de um mapa conceitual ou uma
temática: a influência da mídia sobre os produtos alimen- representação gráfica. O mapa conceitual pode ser no
tícios, os suplementos alimentares, a necessidade de prati- formato hierarquizado, teia de aranha ou fluxograma.
car exercícios físicos com regularidade, entre outros. Peça que os estudantes escrevam palavras no ca-
Como é uma temática muito atual que capta o inte- derno de Educação Física, quando a temática “educação
resse da maioria das pessoas, a proposta do término do para a saúde” for mencionada. As palavras precisam en-
desenvolvimento do conteúdo é que, juntos, possamos volver três grandes temas: a) saúde e qualidade de vida;
construir um boletim informativo a ser distribuído para a b) atividade física e exercício físico; c) controle alimen-
comunidade escolar, o qual servirá, ainda, como processo tar. Em seguida, solicite que os alunos escolham quatro
avaliativo do conhecimento produzido pelos estudantes. palavras para cada tema solicitado, a fim de construírem,
Para viabilizar a elaboração do boletim informativo, individualmente, três mapas conceituais em folhas de
é importante dividir a turma em três grupos e distribuir sulfite, separadamente, para cada tema, com as palavras
um tema para cada grupo. Os temas são: escolhidas. Cada mapa precisa ter um tema central.
Depois, solicite que os estudantes liguem os con-
• Saúde e qualidade de vida.
ceitos entre si, por meio de flechas, de forma que se
• Atividade física e exercício físico.
aproximem em grau de importância. Por último, os
• Controle alimentar.
126
EDUCAÇÃO FÍSICA
alunos devem encontrar, ainda, palavras conectoras os aspectos físico, emocional e psicológico bem como a
que liguem um conceito ao outro. boa relação com família e amigos. O texto poderá servir
O objetivo da atividade é que cada estudante repre- como base ao boletim informativo.
sente, graficamente, no mapa conceitual, as suas ideias Como avaliação até o presente momento, solici-
sobre os seguintes assuntos: a) saúde e qualidade de vida; te que os estudantes voltem ao mapa conceitual sobre
b) atividade física e exercício físico; c) controle alimentar. saúde e qualidade de vida e incluam, com outra cor de
Recolha os mapas conceituais, então, observe o co- caneta, mais conceitos os quais, anteriormente, eles não
nhecimento prévio do estudante, para fins de avaliação haviam pensado. Você conseguirá observar, por meio
diagnóstica e preparação dos próximos momentos. desse procedimento, a qualidade da aprendizagem dos
estudantes em cada etapa de ensino do conteúdo.
SEGUNDO MOMENTO: TRATAMENTO
DIDÁTICO DA MATÉRIA TERCEIRO MOMENTO: CONSOLIDAÇÃO,
APRIMORAMENTO E APLICAÇÃO DOS
Devolva aos estudantes apenas a folha do mapa con- CONHECIMENTOS E HABILIDADES
ceitual acerca de saúde e qualidade de vida. Aqui, a
intenção é quebrar os paradigmas deles sobre os equí- Faça uma retrospectiva do conteúdo abordado até
vocos conceituais de cada temática. aqui, lembrando que os estudantes precisam com-
Solicite aos alunos que apresentem os seus con- preender o conjunto de assuntos os quais envolvem
ceitos colocados no mapa, ao mesmo tempo, escreva a temática “educação para a saúde”.
no quadro as palavras possíveis de serem aproveita- Agora, devolva aos estudantes o mapa conceitual sobre
das no aprofundamento da temática. atividades físicas e exercícios físicos. A partir dos conceitos
Você, professor(a), deve promover o aprofunda- colocados no mapa, observe a compreensão dos alunos acer-
mento na discussão a respeito de saúde e qualidade de ca dos seguintes termos: atividades físicas e exercícios físicos.
vida, ou seja, o conjunto de ações que um sujeito deve Enquanto isso, levante as características de cada termo.
ter para manter a qualidade de vida. Promova refle- Solicite que os estudantes recortem das revistas fi-
xões sobre boa alimentação, bons hábitos de sono, de guras de pessoas realizando atividades físicas e exercí-
higiene e lazer, saneamento básico, moradia adequa- cios físicos. No caderno de Educação Física, eles devem
da, prática de exercícios físicos, perigo dos excessos e elaborar uma lista a qual respeite as características de
atenção aos produtos industrializados. ambos, atividades físicas e exercícios físicos. Sempre ao
Solicite uma pesquisa sobre os conceitos de saúde e término das tarefas, peça que os estudantes socializem
qualidade de vida; os alunos podem elaborar, no cader- com toda a turma a construção individual.
no, um pequeno texto a respeito dessas conceituações. Chegou o momento de os estudantes experimen-
A cada nova estratégia, promova o aprofundamento dos tarem uma sequência de exercícios físicos. Aqui está a
conceitos estudados, lembrando que, para ter qualida- sugestão de três possibilidades:
de de vida, é necessário, além dos itens já levantados,
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EDUCAÇÃO FÍSICA
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EDUCAÇÃO FÍSICA
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Peça que façam uma pequena história em quadrinhos PRIMEIRO MOMENTO: PREPARAÇÃO E
sobre os artistas de circo e sobre os números possíveis em INTRODUÇÃO DA MATÉRIA
um espetáculo de circo. Explore as histórias realizadas.
A aula tem início com você, professor(a), informando à
PLANO 10 turma o conteúdo que será ensinado: lutas — capoeira —
UNIDADE DIDÁTICA – LUTAS em seguida, faça algumas perguntas à turma, tais como:
ETAPA DE ESCOLARIZAÇÃO
• Alguém sabe o que é luta?
– ENSINO MÉDIO
• Como surgem as lutas?
• Em que elas se fundamentam?
Tema:
• Qual a diferença entre luta e briga?
• Caracterização da luta capoeira.
• Alguém sabe o que é a luta capoeira?
• Qual a sua história? Por que tem esse nome?
Assuntos:
• Caracterização e conceito de lutas.
• Origem e história das lutas.
• Lutas e processo civilizatório.
• Diferenças conceituais entre lutas e artes marciais.
• Lutas na cultura brasileira.
• Fundamentos técnicos da capoeira.
• Instrumentos e músicas utilizados na roda de
capoeira.
Objetivos:
• Compreender as lutas no contexto das práticas
culturais e corporais.
• Conhecer a terminologia aplicada às diferentes
lutas.
• Reconhecer a diferença entre lutas, artes mar-
ciais e brigas.
• Identificar, entre as diferentes lutas, aquelas que
são presentes na cultura brasileira.
• Conhecer a luta capoeira.
• Identificar a luta capoeira como manifestação da
cultura brasileira.
• Executar movimento básicos de ataque e defesa,
na capoeira.
132
EDUCAÇÃO FÍSICA
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considerações finais
134
agora é com você
1. Uma aula necessita de organização didático-pedagógica, a fim de garantir o sucesso do ensino. Nesse
processo, é fundamental a mediação do professor, o domínio do conhecimento desse e os meios para
trabalhar com eficácia. Nesse sentido, a relação existente em uma sala de aula envolve:
a. Apenas entre os conteúdos a serem ensinados.
b. Entre pais e professores.
c. Entre pessoas (professor e estudante) e de ambos com o conteúdo que é objeto de ensino.
d. Entre materiais de estudo e sala de aula.
2. O que consideramos aula também pode ser compreendida como um continuum (série de aconte-
cimentos sequenciais e ininterruptos). A razão de ser de uma aula, de a compreender como um
continuum se deve ao fato de:
3. Recomenda-se ao professor de Educação Física ou de qualquer outra matéria, que, ao preparar uma
aula, ela seja estruturada em momentos. Por momentos, consideramos:
4. Toda aula é uma forma básica de organização didática. Ela configura-se como um processo de relação
pedagógica entre as pessoas envolvidas (professor e estudante) e o conteúdo que é objeto de ensino.
Nesse contexto, assinale V para Verdadeiro ou F para Falso.
( ) Quando se organiza, no ensino da Educação Física, o planejamento de aula de um assunto relacionado
com um tema de uma unidade didática, o que definirá o desenvolvimento e a sequência dos procedimentos
de ensino (momentos) são os objetivos definidos, o conteúdo programado e o ritmo de aprendizagem dos
estudantes.
( ) Quando se organiza, no ensino da Educação Física, o planejamento de aula de um assunto relacionado
com um tema de uma unidade didática, o que definirá o desenvolvimento e a sequência dos procedimentos
de ensino (momentos) são os interesses dos estudantes em relação àquele assunto.
135
agora é com você
e. F, F, F.
5. Recomenda-se que uma aula de Educação Física seja planejada, didática e pedagogicamente, em mo-
mentos. Estes, como funções pertinentes à dinâmica da aula, estão intimamente relacionados e inte-
grados. A partir dessa frase, leia as afirmativas, a seguir.
a. I e II, apenas.
b. II e IV, apenas.
c. III e IV, apenas.
d. I e IV, apenas.
136
leitura complementar
O plano de aula é um roteiro imprescindível para o sucesso docente! O professor não pode deixar de ter a organização
da aula estabelecida. Nesse sentido, coloca-se como vital ter claro o tema e, consequentemente, o objetivo da aula.
Aqui, vale o destacar: em muitas situações, o tema transcende um ou mais encontros com os alunos. Tudo dependerá
da abrangência e profundidade com aquilo que se pretende trabalhar.
Estabelecidos o tema e objetivo da aula, será estimado o tempo necessário ao desenvolvimento deles. A partir disso,
o professor deverá organizar os conteúdos que serão ensinados para atender ao tema proposto. A sequência dos
conteúdos e graus de profundidade precisará vincular-se não só à turma, mas ao nível de desenvolvimento dela (ano
escolar). Com essa definição em mãos, o professor precisará escolher quais estratégias adotará no ensino dos conteú-
dos previamente selecionados. As estratégias deverão ser as mais variadas possíveis, indo da metodologia expositiva
à metodologia participativa, na qual os alunos assumem a corresponsabilidade no desenvolvimento das atividades.
Chegar até a ação participativa é um processo gradativo. O professor deverá ficar atento para, continuamente, es-
timular os alunos a assumirem a condução de suas ações, sem que fujam do foco estabelecido à aula e à atividade.
Por fim, o docente deverá ter a clareza de que a aula necessita de um fechamento, ou seja, é o momento de avaliar
se os objetivos foram atingidos e como os alunos perceberam as ações. As respostas dos alunos se colocarão como
ancoragem ao encadeamento de novas ações nas aulas subsequentes.
Nesse sentido, a organização prevê que a aula tenha uma estrutura básica, ou seja, a existência da roda inicial, na qual
serão apresentados, de forma adequada, tanto o tema quanto os objetivos da aula, e os alunos serão situados em
relação à sequência da disciplina. Em seguida, o desenvolvimento, por meio de uma sequência de ações que possam
subsidiar o tema sem fugir dele e atender aos objetivos em profundidade pedagógica suficiente. Por fim, a roda final,
onde, para a devida verificação de atendimento, serão retomados o tema e os objetivos idealizados. Nesse momento
de encerramento, os alunos declararão o entendimento bem como as percepções gerais sobre a aula.
Fonte: os autores.
137
material complementar
138
conclusão geral
Caro(a) aluno(a)!
Chegamos ao final de mais uma etapa e esperamos que ela tenha sido elucidativa para
você. É muito importante que, ao final dela, você sinta-se confortável, academicamente,
para defender a Educação Física Escolar, com condições de se posicionar, de forma
adequada, frente às demandas exigidas pela escola.
Os temas abordados tiveram a função de esclarecer o nosso percurso histórico e o nosso
estado da arte pedagógico. Ainda temos muitas frentes de trabalho, para que possamos
ter tranquilidade pedagógica e, também, temos muito o que fazer, para a conquista da
legitimidade acadêmico-pedagógica, no entanto, por outro lado, precisamos considerar
que avançamos significativamente nas últimas décadas.
Educação é assim mesmo: tem um ritmo lento, é morosa nas mudanças e em seu coti-
diano escolar. É preciso entender essa morosidade, mas não podemos deixar de buscar
as necessárias e primordiais alterações possíveis de contribuir com a conquista de nossa
legitimidade no setor educacional.
A persistência junto à devida competência pedagógica são peças-chave para que pos-
samos consolidar a área e o profissional da Educação Física. Os temas trabalhados aqui
tiveram a função precípua de te instrumentalizar e, assim, te dar a chance de desenvolver,
conscientemente, a Educação Física Escolar.
Houve a preocupação de resgatar um pouco de nosso processo histórico, dos conteúdos
relevantes que precisam ser abordados nas etapas educacionais correspondentes, de de-
monstrar o processo avaliativo que supera o acerto de contas e serve como balizador das
revisões e correções de rumo, assim como estratégias didáticas com os mapas conceituais
e a organização de planos de aula qualificados.
O domínio desses temas poderá auxiliar você, substancialmente, no exercício profissional na
escola. Não deixe de realizar as reflexões indicadas e visitar os sites, assim como acessar o material
bibliográfico indicado. É muito importante que você seja curioso(a) e mantenha a busca pelo
conhecimento.A curiosidade é a mola propulsora do sucesso de todos nós, não podemos perdê-la!
139
referências
UNIDADE 1
BERTRAND, Y.; VALOIS, P. Paradigmas Educacionais: escola e sociedades. Lisboa: Horizontes Pedagógicos,
1994.
BRACHT, V. A Constituição das Teorias Pedagógicas da Educação Física. Cadernos Cedes, a. 19, v. 48, p.
69-88, ago. 1999. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ccedes/a/3NLKtc3KPprBBcvgLQbHv9s/?format=p-
df&lang=pt. Acesso em: 13 fev. 2023.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Ministério da Educação; Conselho Nacional de Edu-
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UNIDADE 4
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ção Física, Ensino Fundamental, Ensino Médio. 2. ed. Londrina: Eduel, 2010.
143
gabarito
UNIDADE 1
1.
a. A principal característica é trabalho físico corporal, sendo também o que definia o planejamento das
aulas, a organização do horário e espaços escolares de sua efetivação, a divisão de turmas pelo sexo.
Esta divisão, com essa forma de pensar a Educação Física, era necessária, pois meninos e meninas
apresentam aptidão física diferentes e respondem corporalmente de forma diferente aos esforços a
que são solicitados.
b. O objetivo principal era a preparação de pessoas sadias, com movimentos eficientes para o mundo do
trabalho e para o atendimento às demandas do esporte.
c. Ciências biológicas.
2.
a. O foco principal para a superação deixou de ser a execução do movimento, passando para a com-
preensão do movimento.
b. Propor um compromisso pedagógico ao ensino da Educação Física na escola como um componente
curricular, com conteúdos que lhes são próprios e considerando-a com propósitos educacionais bas-
tante claros.
c. Estabelecer que o objeto de conhecimento, fonte de organização dos conteúdos para a Educação Físi-
ca, será o movimento humano com sentido e significado, tornando-se uma prática corporal significativa
e uma instância privilegiada para aprendizagens, indicando procedimentos didático-pedagógicos que a
caracterizam como um dos componentes curriculares da área de Linguagens.
UNIDADE 2
1. Os currículos devem ser organizados de acordo com alguns elementos básicos: os papéis e as finali-
dades da matéria, a forma de distribuição dos conteúdos pelas etapas e níveis da Educação Básica,
o tempo destinado ao ensino desses saberes, os procedimentos didático-pedagógicos adequados, o
perfil dos estudantes de acordo com suas idades e níveis nos quais se encontram matriculados.
2.
a. Os objetivos são antecipações de resultados e de processos os quais o docente espera alcançar com
as situações de ensino-aprendizagem que acontecem na relação pedagógica.
b. Na organização dos objetivos, devem ser observadas a complexidade do que será ensinado, a sua
contemporaneidade e a relação que estabelece com o cotidiano do estudante, portanto, a sua contex-
tualização.
c. Eles indicam premissas gerais bem como contêm orientações mínimas e necessárias para a relação
pedagógica.
144
gabarito
3.
UNIDADE 3
1.
a. A avaliação, na escola e em uma disciplina escolar em particular, cumpre objetivos de extrema impor-
tância, pois os seus procedimentos visam sempre a contribuir com a melhoria do trabalho que se rea-
lizou ou que se pretende realizar.
b. A avaliação deverá verificar eficácia da prática pedagógica desenvolvida pelo professor e não, exclusiva-
mente, o aproveitamento do estudante, ou seja, o quanto ele aprendeu apenas no sentido quantitativo.
Sendo assim, a avaliação passa a ter um sentido e uma função diagnóstica, construtiva e não classifica-
tória.
c. A utilização de um ou mais instrumentos está diretamente vinculado àquilo que foi definido no plano
e ao propósito educativo, considerando os objetivos enunciados bem como os conteúdos ensinados.
145
gabarito
UNIDADE 4
1.
a. Os mapas conceituais constituem-se como representações gráficas que indicam o conceito de deter-
minado fenômeno que se deseja relacionar e direcionar a determinado conhecimento.
b. Servem como estratégia para organização dos conteúdos, de estudos/pesquisas, para apresentar itens
curriculares, entre outros.
c. O uso de mapas conceituais em processos de ensino-aprendizagem promove a participação dos alu-
nos, uma vez que eles visualizam o desenvolvimento e as relações entre os conteúdos e ativam lem-
branças de conhecimentos já adquiridos, o que facilita a compreensão e atribuição de significado ao
novo conteúdo proposto e ao desenvolvimento de saberes.
d. Não! Não se preocupe com “começo, meio e fim”, o mapa conceitual é estrutural, não sequencial. Ele
deve refletir a estrutura conceitual hierárquica do que está mapeado.
e. Esta questão é um exercício para elaboração de um plano de aula, para tanto, caro(a) aluno(a), não se
esqueça de apresentar o tema da aula, os objetivos, os recursos utilizados bem como o procedimento
metodológico da sua aula.
UNIDADE 5
1. C.
2. B.
3. C.
4. C.
5. B.
146
meu espaço
147
meu espaço
148
meu espaço
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150
meu espaço
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