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Apresentação geral do Missal Romano

Tradução da 3ª edição típica para o Brasil


Prof. Dr. Clayton Júnior Dias1
Histórico – Concílio Ecumênico Vaticano II:
• Realização: 1962 a 1965.
• Convocado pelo Papa São João XXIII (1881-1963).
• Concluído pelo Papa São Paulo VI (1897-1978).
• O Concílio publicou 4 Constituições e 9 Decretos.

Constituição Sacrosanctum Concilium (4 de dezembro de 1963):


• Capítulo II – Revisão do Missal:
o Buscar maior claridade nos textos e ritos.
o Facilitar a participação ativa dos fiéis.
o Enriquecer a mesa da Palavra de Deus.
o Simplificar alguns ritos, evitando repetições.
o Restabelecer ritos que haviam se perdido na história.
o Abrir a porta para as línguas vernáculas.

Consilium ad Exsequendam Constitutionem de Sacra Liturgia:


• Criado com o Motu proprio Sacram liturgiam, de 25 de janeiro de 1964.
• Publicou instruções para uma correta aplicação da Sacrosanctum Concilium.
• Formado por 40 grupos de trabalhos chamados Cœtus.
• Cœtus X: Responsável pelo novo Missal.

1ª edição do Missal:
• 1969: Instrução Geral do Missal Romano (IGMR) e Ordo Missæ.
• 1970: Missale Romanum (1ª edição típica).
• 1973: Missal Romano (tradução da 1ª edição típica para o Brasil).

2ª edição do Missal:
• 1975: Missale Romanum (2ª edição típica).
• 1992: Missal Romano (tradução da 2ª edição típica para o Brasil).

3ª edição do Missal:
• 2000: Nova versão da IGMR.
• 2002: Missale Romanum (3ª edição típica).
• 2008: Missale Romanum (3ª edição típica emendata).
• 2023: Missal Romano (tradução da 3ª edição típica para o Brasil).

Tradução brasileira:
• 19 anos de trabalhos de peritos, linguistas, liturgistas, assessores e bispos.
• 2002: Início da tradução: (CETEL).
• 2002 a 2004: IGMR.
• 2007 a 2011: Mudança da equipe.
• 2012: Bispos receberam texto e opinaram.
• 2013: Congregação do Culto Divino aprovou o “Temporal”.

1Doutor em Música pela Unicamp. Atualmente realiza Pós-doutorado como Pesquisador Colaborador do Departamento de História
na Universidade Estadual de Campinas e cursa o Master of Advanced Studies em Canto Gregoriano, Paleografia e Semiologia na Scuola
Universitaria de Musica dela Svizzera Italiana (Lugano – Suíça). Perito responsável pela música na tradução brasileira da 3ª edição do
Missal Romano.
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• 2014: Aprovação do Tempo Pascal.
• 2019: Conclusão da tradução e aprovação em Assembleia Geral.

Conclusão dos trabalhos:


• 2 de setembro de 2022: Aprovação em Assembleia Geral da CNBB.
• 15 de dezembro de 2022: Entregue à Congregação do Culto Divino.
• 17 de março de 2023: Decreto da Congregação do Culto Divino.
• 19 de abril de 2023: 1ª Missa com o Missal aprovado.
• 3 de dezembro de 2023: Uso obrigatório no Brasil.

Uso obrigatório no Brasil:


Como foi decidido pelo Conselho Permanente da CNBB, as comunidades de todo país têm até o primeiro
domingo do Advento, 3 de dezembro, para começar a utilizar os novos textos nas celebrações da missa.
Portanto, o uso dos textos da terceira edição será facultativo até o primeiro domingo do Advento e depois
será obrigatório o uso da terceira edição.

Novidades linguísticas:
• Tradução renovada: Motu proprio Magnum Principium de 3 de setembro de 2017.
• Código de Direito Canônico (Cân. 838 § 3): Fiel ao texto latino da edição típica, fiel à língua portuguesa,
compreensibilidade do texto em conformidade com a cultura brasileira (adaptação dentro dos limites!)
• Acordo Brasil-Portugal: celebrado em 5 de setembro de 1969 e renovado em 13 de setembro de 2015.
Respeitam o acordo: a padronização dos diálogos do Ordinário da Missa e das fórmulas sacramentais.
• Adota o novo acordo ortográfico da língua portuguesa entre os países lusófonos.

Parte gráfica:
• Tamanho: 190 x 275mm fechado.
• Peso: 3,450 kg.
• Páginas: 1264 páginas (2ª edição tem 1086).
• Papel: O miolo é feito com pólen natural 80g. O papel pólen natural foi desenvolvido para promover
a sustentabilidade no mercado, pois reduz a emissão de carbono em cerca de 30,1%, o consumo de
água em 33,1%, o consumo de energia em 17,7%, assim como os recursos minerais em 33%. Possui
um tom amarelado, oferecendo uma leitura mais agradável.
• Capa: Revestimento sintético, com divisórias de Latex Guarro, importado da Espanha, além de 6 fitas
de cetim por exemplar com 1,1 cm de largura cada.
• Box: cada Missal vem em um box especial para proteção, com papelão importado da Holanda.
• Imagens: Claudio Pastro.
• Partituras (canto gregoriano): Dr. Clayton Júnior Dias.

Novidades litúrgicas:
• Instrução Geral do Missal Romano (IGMR):
o Diretório que oferece esquemas celebrativos e apresenta as linhas gerais para uma preparação
adequada da celebração eucarística.
o Inúmeras modificações, retoques, adições e omissões.
o Cerca de ¾ dos parágrafos sofreram alterações.
o Passou de 340 artigos para 399.
• Próprio do Tempo:
o Advento e Páscoa: novas orações tomadas dos antigos Sacramentários.
o Quaresma: cada dia passa a dispor de uma específica Oração sobre o Povo ao invés da Bênção solene.
o Formulários completos para as Missas feriais.
o Novos formulários do Próprio do Tempo (Vigília da Epifania, Ascensão).
• Próprio dos Santos:
o Novos formulários das Missas dos Santos introduzidos no Calendário Universal.
o Santos que foram elevados à categoria de memórias obrigatórias.
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o Santos que foram acrescentados como memórias facultativas.
o Santos “brasileiros”.
o Mudanças e acréscimos:
§ 3 de janeiro: Santíssimo Nome de Jesus (MF).
§ 8 de fevereiro: Santa Josefina Bakhita, virgem (MF).
§ 27 de fevereiro: São Gregório de Narek, abade e doutor (MF).
§ 4 de março: São Casimiro (antes: MO; agora: MF).
§ 10 de maio: São João de Ávila, presbítero e doutor (MF).
§ 13 de maio: Bem-aventurada Virgem Maria de Fátima (MF).
§ 21 de maio: São Cristóvão Magalhães, presbítero (MF).
§ 22 de maio: Santa Rita de Cássia, religiosa (MF).
§ 29 de maio: São Paulo VI, papa (MF).
§ 2ª feira após Pentecostes: Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja (MO).
§ 9 de junho: São José de Anchieta, presbítero (MO). Ⓑ
§ 8 de julho: Santos Agostinho Zhao Rong, presb. e comp., mártires (MF).
§ 9 de julho: Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus, virgem (MO). Ⓑ
§ 20 de julho: Santo Apolinário, bispo e mártir (MF).
§ 22 de julho: Santa Maria Madalena (antes: MO; agora: FESTA).
§ 24 de julho: São Charbel Makhlouf, presbítero (MF).
§ 29 de julho: Santos Marta, Maria e Lázaro (antes: Santa Marta; agora 3 irmãos – MO).
§ 9 de agosto: Santa Teresa Benedita da Cruz, virgem e mártir (MF).
§ 12 de agosto: Santa Joana Francisca de Chantal, religiosa (MF).
§ 13 de agosto: Santa Dulce Lopes Pontes, virgem (MO). Ⓑ
§ 12 de setembro: Santíssimo Nome de Maria (MF).
§ 17 de setembro: Santa Hildegarda de Bingen, virgem e doutora (MF).
§ 23 de setembro: São Pio de Pietrelcina, presbítero (MO).
§ 3 de outubro: Santos André de Soveral, Ambrósio Francisco Ferro, presbíteros, Mateus
Moreira e companheiros, mártires (MO). Ⓑ
§ 6 de outubro: Santa Faustina Kowalska, virgem (MF).
§ 11 de outubro: São João XXIII, papa (MF).
§ 19 de outubro: São Pedro de Alcântara, presbítero (MF). Ⓑ
§ 22 de outubro: São João Paulo II, papa (MF).
§ 25 de outubro: Santo Antônio de Sant’Ana Galvão, presbítero (MO). Ⓑ
§ 25 de novembro: Santa Catarina de Alexandria, virgem e mártir (MF).
§ 9 de dezembro: São João Diego Cuauhtlatoaztzin (MF).
§ 10 de dezembro: Bem-Aventurada Virgem Maria de Loreto (MF).
• Outras novidades:
o 12 novos Prefácios.
o Reorganização dos diversos Comuns (Mártires, Pastores, etc.).
o Novas missas rituais (com esclarecimentos de rubricas).
o Novas missas e orações para diversas necessidades.
o Novas missas votivas.
o Reorganização dos formulários pelos Fiéis Defuntos.
• Ordinário da Missa:
o Saudação inicial g: acréscimo da saudação (Ap 1, 8).
§ A graça e a paz daquele que é, que era e que vem, estejam convosco.
o Saudação inicial h:
§ O Senhor esteja convosco. / Ele está no meio de nós.
§ Acordo Brasil-Portugal em 1969.
§ Sacrifica a reciprocidade (“E com o teu espírito”) mas reafirma em forma aclamativa o
dado de fé na presença de Cristo na comunidade reunida (esse é o sentido fundamental
desse diálogo).

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§ Além disso tem paralelos litúrgicos (A paz do Senhor esteja sempre convosco – O amor
de Cristo nos uniu).
o Saudação inicial episcopal:
§ A paz esteja convosco. / Bendito seja Deus, que nos reuniu no amor de Cristo.
o Ato Penitencial – primeira fórmula:
§ “Por minha culpa, minha culpa, minha tão grande culpa”.
o Ato Penitencial – terceira fórmula:
§ Revisão dos textos dos tropos.
§ Esclarecimento de que para o canto pode-se usar a aclamação grega “Kyrie, eleison”.
o Aspersão:
§ Após a Aspersão passa a ser obrigatório o Kyrie, eleison.
o Senhor, tende piedade de nós:
§ Esclarecimento de que para o canto pode-se usar a aclamação grega “Kyrie, eleison”.
o Conclusão da oração coleta:
§ Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na
unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
o Profissão de fé:
§ Quando for prescrito, canta-se ou recita-se o Símbolo niceno-constantinopolitano. No
lugar do Símbolo niceno-constantinopolitano, pode-se usar, sobretudo no tempo da
Quaresma e Páscoa, a profissão de fé batismal da Igreja de Roma, o assim chamado
Símbolo dos Apóstolos.
o Orai, irmãos (mudança na invocação e na resposta):
§ Orai, irmãos e irmãs, para que o meu e vosso sacrifício seja aceito por Deus Pai todo-
poderoso.
§ Receba o Senhor por tuas mãos este sacrifício, para glória do seu nome, para nosso bem e
de toda a sua santa Igreja.
o Orações Eucarísticas para Diversas Circunstâncias:
§ Podem ser usadas quando houver sintonia com a Liturgia da Palavra (quando não houver
prefácio próprio).
o Aclamação memorial:
§ Mistério da fé: Anunciamos...
§ Mistério da fé e do amor: Todas as vezes que comemos...
§ Mistério da fé para a salvação do mundo: Salvador do mundo...
§ Tudo isto é mistério da fé (OE V): Toda vez que comemos deste Pão, toda vez que
bebemos deste Vinho, recordamos a paixão de Jesus Cristo e ficamos esperando sua volta.
o Doxologia final:
§ Por Cristo, com Cristo, e em Cristo, a vós, Deus Pai todo-poderoso, na unidade do Espírito
Santo, toda honra e toda glória, por todos os séculos dos séculos.
o Convite ao Pai nosso (7ª fórmula – rito ambrosiano):
§ Guiados pelo Espírito Santo, que ora em nós e por nós, elevemos as mãos ao Pai e rezemos
juntos a oração que o próprio Jesus nos ensinou.
o Bênção Pontifical:
§ Bendito seja o nome do Senhor / Agora e para sempre.
§ Nossa proteção está no nome do Senhor / Que fez o céu e a terra.

Música
• Próprio da Missa (Entrada, Salmo Responsorial, Aclamação ao Evangelho, Ofertas e Comunhão):
devem ter os textos extraídos das fontes litúrgicas (Graduale Romanum ou Graduale Simplex, Missal
Romano, Lecionários). Outros textos podem ser usados com a aprovação da Conferência dos Bispos
ou do Ordinário do lugar.
• Ordinário da Missa (Ato penitencial, Glória, Credo, Santo e Cordeiro): não é lícito substituí-los por
outros (IGMR 366); o texto do Glória não pode ser alterado (IGMR 53), podem ser executados em
latim (IGMR 41).

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• Canto Gregoriano: O canto gregoriano deve ocupar o primeiro lugar (IGMR 41). Todas as partes
cantadas do celebrante e dos ministros foram adaptadas do canto gregoriano pelo gregorianista e
musicólogo Dr. Clayton Júnior Dias com consulta a mais de 700 manuscritos.
• Projetos musicais ligados ao Missal:
o Gravação de todas as melodias pelo Coro da Arquidiocese de Campinas em parceria com a
PUC Campinas.
o Preparação de uma edição “Canto do Celebrante” de altar com todas as partituras (inclusive as
que não entraram no Missal por falta de espaço).
o Preparação da edição quadrada das partituras.
o Preparação da edição de acompanhamento das partituras.
o Curso on-line sobre “A Música no Missal”.

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