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SANTO TOM Á S

DE AQU INO

OS SACR AMENTOS
DA IGREJA
Avenida Higienópolis, 174, Centro AUTOR IA
86020-908 — Londrina/PR Santo Tomás de Aquino
editorapadrepio.org
CAPA
Klaus Bento
DIAGRAMAÇÃO
OS SACRA MENTOS DA IGR EJA Eduardo de Oliveira
DIR EÇÃO DE CR IAÇÃO
© Todos os direitos desta edição Luciano Higuchi
pertencem e estão reservados à
Editora Padre Pio EDIÇÃO E R EVISÃO
Éverth Oliveira
Redempti ac vivificati Christi sanguine, nihil Christo TRADUÇÃO
præponere debemus, quia nec ille quidquam nobis præposuit. Douglas Abreu
ÍNDICE

NOTA PRÉVIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
A. Data e destinatário
B. Conteúdo, finalidade e estrutura
C. Sobre esta tradução

PRÓLOGO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

§1. OS SACRAMENTOS EM GERAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11


1. Conceito
2. Número
3. Função
4. Semelhanças, matéria e forma
5. Validade e fruto
6. Diferenças

§2. OS SACRAMENTOS EM ESPECIAL. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17


1. Batismo
2. Confirmação
3. Eucaristia
4. Penitência
5. Extrema Unção
6. Ordem
7. Matrimônio

§3. O FIM ÚLTIMO DOS SACRAMENTOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27


1. Dotes da alma
2. Dotes do corpo

APÊNDICE .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
NOTA PRÉVIA

A. Data e destinatário
O texto aqui apresentado corresponde à segunda parte de um
opúsculo de Santo Tomás de Aquino, De articulis fidei et Ec-
clesiæ sacramentis, escrito por volta de 1261 e 1268, segundo o
parecer quase unânime dos estudiosos. O opúsculo é dirigido a
Leonardo, capelão de Alexandre IV e Arcebispo de Palermo de
1261 a 1270, com quem o Aquinate deve ter-se encontrado na
Itália e, possivelmente, na própria cúria pontifícia.

B. Conteúdo, finalidade e estrutura


O opúsculo contém uma síntese doutrinal dos artigos da fé,
expostos na primeira parte (aqui omitida), e dos sacramentos
da Igreja, explicados na segunda. Trata-se da resposta de Santo
Tomás à solicitação que lhe fizera Leonardo de uma explana-
ção sucinta sobre os artigos da fé e os sacramentos, acompa-
nhada das dúvidas e dificuldades que acerca deles se podem
levantar. Nesta segunda parte, o Aquinate divide a matéria em
três seções: na primeira (§1), fala dos sacramentos em geral,
explicando o que e quantos são, que função exercem na vida
espiritual, quais são os seus elementos constitutivos e os requi-
sitos para a sua válida e frutuosa recepção; em seguida (§2), fala
dos sacramentos em especial, expondo-os um por um, com as
heresias mais representativas contra cada um deles; na última
(§3), conclui com uma breve alusão ao fim supremo para o qual

5
O S S AC RA M EN TO S DA I G RE J A

foram instituídos: conduzir o homem ao céu, onde a sua alma


e corpo serão glorificados.

C. Sobre a presente tradução


As fontes latinas que serviram de base a esta tradução são as
seguintes: a) a edição de Turim (in: Opuscula Theologica, Ma-
rietti, 1953, vol. 1, pp. 147-151, nn. 612-629), preparada por
Raymundo A. Verardo, O.P., e b) a edição crítica Leonina
(Roma, 1979, t. 42, pp. 252- 257). Embora discrepem pouco,
deu-se preferência, salvo pontuais exceções, ao texto leonino
onde este difere do de Turim. As passagens entre ângulos (<
>) são acréscimos do tradutor para ou esclarecer o original ou
dar coesão à versão em português. Preservaram-se ainda, entre
parênteses, algumas expressões latinas que podem auxiliar na
compreensão do texto. Os títulos, subtítulos e divisões internas
são também do tradutor, assim como as notas explicativas ao
final, reduzidas ao mínimo indispensável para que fosse Santo
Tomás de Aquino quem aqui explicasse, com sua precisão de
costume, a teologia sacramental da Igreja. Quanto às citações
da Escritura, foram extraídas, para comodidade do leitor que as
queira conferir, da Bíblia Ave-Maria.

Equipe Christo Nihil Præponere

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OS
SACRAMENTOS
DA IGREJA
PRÓLOGO

Resta considerar agora os sacramentos da Igreja, que estão


todos compreendidos sob o quarto artigo <da fé>, que diz
respeito ao efeito da graça; mas como fizeste especial menção
aos sacramentos, devemos falar deles separadamente.

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§1.
OS SACRAMENTOS EM GERAL

1. CONCEITO. — Em primeiro lugar, deve-se saber que, como


diz Agostinho, o sacramento é um sinal sagrado, ou sinal de
1

uma coisa sagrada. Ora, existiram na antiga Lei alguns sacra-


mentos, isto é, sinais de coisas sagradas, como o cordeiro pascal
e outros sacramentos legais, que somente significavam a graça
de Cristo, mas não a causavam. Eis por que o Apóstolo os cha-
ma “rudimentos fracos e pobres” (Gl 4, 9): são pobres porque
não continham a graça; e fracos, porque não podiam conferir
a graça. Os sacramentos da nova Lei, no entanto, contêm e
conferem a graça. Neles, com efeito, “a virtude de Cristo, sob o
manto de coisas visíveis, opera secretamente a salvação”, como
diz Agostinho. É por isso que o sacramento da nova Lei “é
2

forma visível da graça invisível”, de modo que é semelhança e


3

causa dela. Assim, a ablução que se faz na água do Batismo re-


presenta a purificação interior dos pecados, que se realiza pela
virtude do Batismo.

1. Cf. De Civit. Dei X, 5 (PL 41, 282): Sacrificium ergo visibile invisibilis sacri-
ficii sacramentum, id est, sacrum signum est: “É, pois, o sacrifício visível um
sacramento, isto é, sinal sagrado do sacrifício invisível”.
2. Isidoro de Sevilha, Etym. VI, 19, 40 (PL 82, 255C): Quæ ob id sacramenta
dicuntur, quia sub tegumento corporalium rerum virtus divina secretius salu-
tem […] operatur.
3. Pedro Lombardo, Sententiæ IV, d. 1, c. 2 (PL 192, 839): Sacramentum est
invisibilis gratiæ visibilis forma.

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O S S AC RA M EN TO S DA I G RE J A

2. NÚMERO. — São sete os sacramentos da nova Lei, a saber:


Batismo, Confirmação, Eucaristia, Penitência, Extrema Un-
ção, Ordem e Matrimônio: dos quais os primeiros cinco se
ordenam à perfeição do indivíduo em si mesmo, ao passo que
os outros dois, ou seja, a Ordem e o Matrimônio, se ordenam
à perfeição e multiplicação de toda a Igreja.

3. FUNÇÃO. — De fato, a vida espiritual é conforme à vida


corporal. Ora, na vida corporal, o homem se aperfeiçoa primei-
ro por geração, pela qual nasce neste mundo; em segundo lugar,
por crescimento, pelo qual alcança quantidade e vigor perfeito;
em terceiro, por alimento, que sustenta a vida e as forças do
homem. E estas coisas lhe seriam suficientes, se nunca lhe su-
cedesse ficar doente; mas dado que o homem frequentemente
adoece, ele precisa, em quarto lugar, de cura.

a) Assim é na vida espiritual. Em primeiro lugar, precisa o ho-


mem de regeneração, que é produzida pelo Batismo, segundo
aquilo: “Quem não renascer da água e do Espírito não poderá
entrar no Reino de Deus” (Jo 3, 5).

b) Em segundo, é necessário que o homem receba uma virtude


perfeita, como que por certo crescimento espiritual, pelo sa-
cramento da Confirmação, à semelhança dos Apóstolos, que o
Espírito Santo, ao descer sobre eles, confirmou. Eis por que o
Senhor lhes disse: “Permanecei na cidade [de Jerusalém], até
que sejais revestidos da força do alto” (Lc 24, 49).

c) Em terceiro lugar, é necessário que o homem seja espiritual-


mente nutrido pelo sacramento da Eucaristia, segundo aquilo:
“Se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes
o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos” (Jo 6, 53).

12
§ 1 . O s sacramentos em g eral

d) Em quarto, é necessário que o homem seja curado espiri-


tualmente pelo sacramento da Penitência, segundo aquilo: “Se-
nhor, sarai-me, porque pequei contra vós” (Sl 40, 5).

e) Em quinto lugar, o homem é, a um tempo, curado corporal


e espiritualmente pelo sacramento da Extrema Unção, segundo
aquilo: “Está alguém enfermo? Chame os sacerdotes da Igreja,
e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo em nome
do Senhor. A oração da fé salvará o enfermo e o Senhor o res-
tabelecerá. Se ele cometeu pecados, lhe serão perdoados” (Tg
5, 14-15).

Quanto à utilidade comum da Igreja, estão ordenados dois


sacramentos, a saber: a Ordem e o Matrimônio. Pois, f ) pela
Ordem, a Igreja é governada e propagada espiritualmente,
enquanto que, g) pelo Matrimônio, ela é propagada corpo-
ralmente.

4. SEMELHANÇAS, MATÉRIA E FORMA. — Entretanto, de-


ve-se considerar que estes sete sacramentos têm algo em comum
e algo próprio <a cada um deles>. É, pois, comum a todos os
sacramentos o conferirem a graça, como se disse. Também é
comum a todos eles o consistirem em palavras e coisas cor-
porais, assim como em Cristo, que é o autor dos sacramentos,
o Verbo se fez carne (cf. Jo 1, 14). E assim como a carne de
Cristo foi santificada e tem o poder de santificar pelo Verbo ao
qual está unida, assim também os elementos materiais (res) dos
sacramentos são santificados e têm o poder de santificar pe-
las palavras que neles se proferem. Eis por que Agostinho diz:
“Junta-se a palavra ao elemento, e faz-se sacramento”. Assim 4

sendo, as palavras pelas quais são santificados os sacramentos

4.Cf. Super Ioan. XV, 3, Tract. 80 (PL 35, 1840): Accedit verbum ad elemen-
tum, et fit sacramentum.

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O S S AC RA M EN TO S DA I G RE J A

chamam-se formas dos sacramentos; as coisas, porém, santifica-


das chamam-se matérias dos sacramentos, tal como a água é ma-
téria do Batismo e o crisma, da Confirmação.

5. VALIDADE E FRUTO. — Requer-se também em qualquer


sacramento a pessoa do ministro que celebre o sacramento com
a intenção de o conferir e fazer o que faz a Igreja: e se falta al-
gum destes três <requisitos>, isto é, se a) não se guarda a devida
forma das palavras, ou b) se não houver a devida matéria, ou c)
se o ministro do sacramento não tiver a intenção de celebrar
o sacramento, não se realiza o sacramento. Impede-se também
o efeito do sacramento pela culpa de quem o recebe como, por
exemplo, no caso de alguém achegar-se com simulação (fictus)
e não preparado interiormente para receber o sacramento. Tal
pessoa, ainda que receba o sacramento, não recebe, porém, o
efeito do sacramento, isto é, a graça do Espírito Santo, porque,
como está dito: “A sabedoria não entrará na alma perversa” (Sb
1, 5). Ao contrário, há quem ainda não tenha recebido um sa-
cramento, mas colhe o efeito do sacramento graças à devoção
que tem ao sacramento, seja em voto, seja em desejo.

6. DIFERENÇAS. — Por outro lado, existem algumas coisas


que são próprias de alguns sacramentos. Pois alguns deles im-
primem caráter, isto é, certo selo espiritual distinto dos demais,
como no sacramento da Ordem ou no sacramento do Batismo,
e no sacramento da Confirmação: e tais sacramentos nunca se
repetem sobre a mesma pessoa. Nunca, com efeito, deve ser
novamente batizado quem já foi batizado; nem novamente
confirmado quem já foi confirmado; nem novamente ordenado
quem já foi ordenado: porque o caráter que se imprime nestes
sacramentos é indelével.

Nos outros sacramentos não se imprime caráter em quem os


recebe, e por isso podem ser repetidos quanto à pessoa que rece-
be, mas não quanto à matéria. Assim, pode um mesmo homem

14
§ 1 . O s sacramentos em g eral

confessar-se várias vezes, receber várias vezes a Eucaristia,


receber várias vezes a Extrema Unção, contrair Matrimônio
diversas vezes; mas não pode a mesma hóstia ser consagrada
várias vezes, nem o mesmo óleo dos doentes deve ser benzido
várias vezes.

Existe ainda outra diferença, na medida em que alguns sacra-


mentos são necessários à salvação, como o Batismo e a Peni-
tência, que foram instituídos para purificar os pecados, e sem
eles não pode o homem ser salvo. Outros sacramentos, porém,
não são necessários à salvação, porque sem eles pode haver sal-
vação, a não ser <que se deixe de os receber> por desprezo ao
sacramento. 5

5. Os sacramentos podem ser divididos segundo diferentes critérios. Aqui,


Santo Tomás alude à distinção entre sacramentos necessários à salvação do
indivíduo e sacramentos não necessários à salvação do indivíduo, conquanto
o sejam à sociedade como um todo. Neste sentido, pode-se dizer grosso modo
que são necessários a) a todos os homens os seguintes sacramentos: Batismo,
em sentido absoluto, de forma que, sem ele (e, no caso dos adultos, tampou-
co sem voto implícito de o receber), ninguém se pode salvar; Eucaristia e
Penitência, em sentido hipotético, na medida em que, sem eles, o homem só
com muita dificuldade poderia perseverar na graça ou recuperá-la depois
de um pecado mortal; b) às pessoas adultas podem ser necessários, devido
às circunstâncias do sujeito, os sacramentos da Confirmação e da Extrema
Unção (embora sejam necessários, via de regra, com necessidade apenas de
preceito); c) a cada pessoa, considerada em particular, não são necessários
os sacramentos do Matrimônio e da Ordem, embora o sejam, sim, para o
conjunto da sociedade, já que sem eles não é possível de fato a multiplicação
física e espiritual da Igreja (cf. M. Zalba, Theologiæ Moralis Compendium.
Madrid: BAC, 1958, vol. 2, p. 261, n. 481.1).

15
§2.
OS SACRAMENTOS EM
ESPECIAL

Feitas estas considerações acerca dos sacramentos da Igreja,


é necessário dizer algumas coisas sobre cada um deles em
particular.

1. BATISMO. — Em primeiro lugar, acerca do Batismo se deve


saber que a matéria do Batismo é água verdadeira e natural,
não importa que ela esteja fria ou quente. Em águas artificiais,
porém, como a água de rosas e outras parecidas, não se pode
batizar. A forma do Batismo é esta: Ego te baptizo in nomine
Patris et Filii et Spiritus Sancti. O ministro próprio deste sacra-
mento é o sacerdote, a quem de ofício compete batizar. Mas,
em caso de necessidade, não só o diácono, mas também um
leigo ou uma mulher, inclusive um pagão e um herege, pode
batizar, desde que guarde a forma da Igreja e tenha a intenção
de fazer o que faz a Igreja. Se alguém, fora de necessidade, for
batizado por alguma dessas pessoas, recebe de fato o sacramen-
to e não deve ser novamente batizado; não recebe, contudo, a
graça do sacramento, porque são considerados fingidos (ficti)
os que recebem um sacramento contra o estatuído pela Igreja. 6

6. No caso exemplificado, supõe-se agir com simulação (fictio) quem recorre


sem necessidade a um ministro extraordinário do Batismo, por receber o
sacramento contra as prescrições ordinárias da Igreja: o Batismo, aqui, é ad-
ministrado validamente e, por imprimir caráter, não pode ser iterado; mas os
seus efeitos próprios permanecem suspensos, até que o homem, contrito, por

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O S S AC RA M EN TO S DA I G RE J A

O efeito do Batismo, por sua vez, é a remissão da culpa original


e atual, e ainda de toda culpa e pena, de modo que não se deve
impor aos <recém> batizados satisfação alguma pelos pecados
passados, porquanto os que morrem logo após o Batismo são
introduzidos na glória de Deus. Eis por que se diz que o efeito
do Batismo é abrir as portas do paraíso.

Acerca deste sacramento existiram alguns erros.

a) O primeiro foi dos seleucianos, que não recebem o Batismo


na água, mas somente um batismo espiritual. Contra eles diz o
Senhor: “Quem não renascer da água e do Espírito não poderá
entrar no Reino de Deus” (Jo 3, 5).
b) O segundo erro foi dos donatistas, que rebatizavam quem já
fora batizado por católicos. Contra eles se diz: “Uma só fé, um
só batismo” (Ef 4, 5).
c) Há ainda outro erro deles: pois dizem que o homem em pe-
cado não pode batizar. Contra eles se diz: “Sobre quem vires

fim se abra à graça que poderia então ter recebido. Quem assim se aproxima
do sacramento chama-se fingido (fictus) porque apenas parece estar prepa-
rado para receber o efeito do sacramento, mas, por carecer da necessária
disposição, não recebe a graça (cf. E. D. Regatillo, Theologiæ Moralis Summa.
Madrid: BAC, 1954, vol. 3, p. 12, n. 4). Santo Tomás de Aquino o explica com
mais detalhe em STh III 69, 9 c.: “Deve-se dizer que, como diz Damasceno,
‘Deus não obriga o homem à justiça’ (De fide orth. II, 30: PG 94, 972A). E por
isso, para que alguém seja justificado pelo Batismo, requer-se que a vontade
do homem abrace tanto o Batismo como o efeito do Batismo. Ora, diz-se que
alguém é fingido na medida em que a sua vontade contradiz, quer o Batismo,
quer o efeito dele. Pois, segundo Agostinho, diz-se que alguém é fingido de
quatro modos: a) de um primeiro modo, aquele que não crê, embora o Batis-
mo seja o sacramento da fé; b) de outro modo, por desprezar o próprio sacra-
mento; c) de um terceiro modo, por celebrar de outra forma o sacramento,
sem observar o rito da Igreja; d) de um quarto modo, por aproximar-se sem
devoção <do sacramento>. É evidente, portanto, que a simulação impede o
efeito do Batismo”.

18
§ 2 . O s sacramentos em especial

descer e repousar o Espírito, este é quem batiza no Espírito


Santo” (Jo 1, 33), ou seja, Cristo. Por isso, um mau ministro não
prejudica o homem, nem neste nem nos outros sacramentos,
porque Cristo é o bom <ministro> que, pelo mérito de sua pai-
xão, perfaz o sacramento.
d) O quarto erro é dos pelagianos, que dizem que as crianças
são batizadas para que, adotadas graças à regeneração, sejam
admitidas no reino de Deus, e que <apenas> passam de um es-
tado bom para outro melhor, e que por esta renovação não são
absolvidas de nenhum mal da culpa antiga (obligationis veteris),
<isto é, do pecado original>.

2. CONFIRMAÇÃO. — O segundo sacramento é o da Con-


firmação, cuja matéria é o crisma feito de óleo, que significa
pureza de consciência, e de bálsamo, que significa odor de boa
fama, abençoado pelo Bispo. A forma deste sacramento é as-
sim: Consigno te signo crucis, et confirmo te chrismate salutis, in
nomine Patris et Filii et Spiritus Sancti. O ministro deste sacra-
mento é somente o Bispo. Não é, pois, permitido ao sacerdote
ungir os confirmandos na fronte com o crisma. O efeito deste
7

sacramento é que, nele, se dá o Espírito Santo como força (ad


robur), tal como ele foi dado aos Apóstolos no dia de Pente-
costes, a fim de que o cristão confesse corajosamente o nome
de Cristo. E é por isso que o confirmando é ungido na fronte,
na qual reside a vergonha, isto é, para que não se envergonhe
de confessar o nome de Cristo, e muito menos a sua cruz, que

7. O direito atual da Igreja concede ao presbítero legitimamente autorizado


a faculdade de administrar o sacramento da Confirmação. Assim prescreve
o Código de Direito Canônico, Cân. 882: “O ministro ordinário da confirma-
ção é o Bispo; administra validamente este sacramento também o presbítero
dotado de tal faculdade, em virtude do direito universal ou por concessão
especial da autoridade competente”. V. também o que diz Santo Tomás em
Super Sent. IV, d. 7, q. 3, a. 2, qc. 3; STh III 72, 11 ad 1.

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O S S AC RA M EN TO S DA I G RE J A

é escândalo para os judeus e loucura para os gentios (cf. 1Cor


1, 23): e por causa disso <os confirmandos> são marcados tam-
bém com o sinal da cruz.

Acerca deste sacramento há o erro de alguns gregos, que


dizem que o simples sacerdote pode administrar este sacra-
mento. Contra eles se diz (cf. At 8, 14ss) que os Apóstolos
enviaram <a Samaria> os Apóstolos Pedro e João, que impu-
nham as mãos sobre os que haviam sido batizados pelo diá-
cono Filipe, e recebiam estes o Espírito Santo. Ora, os Bispos
estão na Igreja no lugar dos Apóstolos, e no lugar daquela
imposição de mãos se dá na Igreja a Confirmação.

3. EUCARISTIA. — O terceiro sacramento é a Eucaristia, cuja


matéria é pão de trigo e vinho da videira, misturado com um
pouco de água, de tal forma que a água se dilua no vinho: pois
a água significa o povo, que é incorporado a Cristo. Com ou-
tro pão que não seja de trigo e com outro vinho que não o da
videira não se pode celebrar este sacramento. A forma deste sa-
cramento são as próprias palavras de Cristo (cf. Mt 26, 26.28),
que disse: Hoc est corpus meum; e Hic est calix sanguinis mei, novi
et æterni testamenti, mysterium fidei, qui pro vobis et pro multis ef-
fundetur in remissionem peccatorum: porque é o sacerdote quem,
falando em pessoa de Cristo (in persona Christi), celebra este
sacramento. O ministro, pois, deste sacramento é o sacerdote, e
nenhuma outra pessoa pode consagrar o corpo de Cristo.

O efeito dele é duplo, e o primeiro consiste na própria consagra-


ção do sacramento: pois, em virtude das palavras consecratórias,
o pão se converte no corpo de Cristo, e o vinho em seu sangue,
mas isso de tal maneira que Cristo todo está contido sob as es-
pécies do pão, que permanecem sem sujeito, e Cristo todo está
contido sob as espécies do vinho: e sob qualquer partícula da
hóstia consagrada e do vinho consagrado, feita a separação, está
<presente> Cristo todo. O segundo efeito deste sacramento, que

20
§ 2 . O s sacramentos em especial

ele opera na alma de quem dignamente o recebe, é a união do


homem com Cristo, como ele mesmo diz: “Quem come a minha
carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele” (Jo
6, 54). E porque pela graça o homem é incorporado a Cristo e
unido aos membros dele, é digno que se aumente a graça aos que
recebem este sacramento dignamente.

Assim, pois, neste sacramento há algo que é apenas sacramento


(sacramentum tantum), a saber: a própria espécie do pão e do
vinho; e algo que é realidade e sacramento (res et sacramentum),
ou seja, o corpo verdadeiro de Cristo; e algo que é apenas reali-
dade (res tantum), a saber: a unidade do corpo místico, isto é, da
Igreja, unidade de que este sacramento é sinal e causa. 8

Existiram, porém, muitos erros acerca deste sacramento.

a) Dos quais o primeiro é daqueles que dizem que neste sacra-


mento não está <presente> o verdadeiro corpo de Cristo, mas
apenas significativamente. Diz-se que o autor deste erro foi
Berengário, contra quem se diz: “A minha carne é verdadei-
ramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma
bebida” (Jo 6, 55).

8. A distinção tripartite entre sacramentum tantum, res et sacramentum e res


tantum é de longa tradição na teologia sacramental; suas origens remontam
a Santo Agostinho e atravessam todo o período escolástico, tendo em Hugo
de São Vítor um de seus principais sistematizadores. Em linhas gerais, po-
de-se dizer que a expressão sacramentum tantum designa aquilo que, num
determinado sacramento, desempenha unicamente a função de signo ou si-
nal: na Eucaristia, como diz Santo Tomás, são, enquanto tais, as espécies do
pão e do vinho; res et sacramentum, por sua vez, designa o que é ao mesmo
tempo realidade e sinal de outra realidade: na Eucaristia, o corpo de Cristo
é res, por estar realmente presente sob as espécies, mas é também certo sinal
(sacramentum), por apontar para outra coisa, a saber: a res tantum, que é
a unidade efetiva do corpo místico de Cristo, da qual a Eucaristia é sinal e
causa eficiente (cf., e.g., Hugo de São Vítor, Summa sent. IV, 3: PL 147, 140D).

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O S S AC RA M EN TO S DA I G RE J A

b) O segundo erro é dos artotiritas, que oferecem neste sacramen-


to pão e queijo, sob a alegação de que as oferendas dos primeiros
homens eram celebradas com frutos da terra e das ovelhas. Con-
tra isso está o fato de o Senhor, que instituiu este sacramento, ter
dado pão e vinho aos seus discípulos.

c) O terceiro erro é dos catafrígios e pepuzanos, “dos quais se


diz que produziam a própria eucaristia com sangue de crian-
ça, que lhe extraíam de todo o corpo, ferido com pequenas
punções, e depois o misturavam à farinha com a qual coziam
pão”; o que se assemelha mais aos sacrifícios dos demônios
9

do que aos sacrifícios de Cristo, segundo aquilo: “Derrama-


ram o sangue inocente […], que aos ídolos de Canaã sacrifi-
caram” (Sl 105, 38).

d) O quarto erro é dos aquarianos, que oferecem somente água


nos sacrifícios, embora esteja dito pela boca da Sabedoria, que
é Cristo: “Vinde […] beber o vinho que preparei” (Pr 9, 5).

e) O quinto erro é dos ofitas, que, julgando ser Cristo uma ser-
pente, têm consigo uma cobra acostumada a lamber os pães com
a língua, e pensam que assim lhes é santificada a Eucaristia.

f ) O sexto erro é dos pepuzanos, que tanta importância dão às


mulheres, a ponto de também estas serem honradas entre eles
com o sacerdócio.

g) O sétimo erro é dos pobres de Lião, que dizem que qualquer


homem justo pode celebrar este sacramento. Contra estes erros
está o fato de que o Senhor transmitiu aos seus Apóstolos o po-
der de celebrar este sacramento, e daí que somente aqueles que,

9. Agostinho de Hipona, De hæres. 26 (PL 42, 30): De infantis sanguine, quem


de toto eius corpore minutis punctorum vulneribus extorquent, quasi Eucha-
ristiam suam conficere perhibentur, immiscentes eum farinæ, panemque inde
facientes.

22
§ 2 . O s sacramentos em especial

por certa sucessão dos Apóstolos, receberam esse poder podem


celebrar este sacramento.

h) O oitavo erro é dos chamados adamitas, que, imitando a nu-


dez de Adão, se reúnem nus, homens e mulheres; ouvem nus
as leituras <da Escritura>, oram nus, celebram nus os sacra-
mentos. Contra eles está dito: “Faça-se tudo com dignidade e
ordem” (1Cor 14, 40).

4. PENITÊNCIA. — O quarto sacramento é a Penitência, cuja


quase-matéria (quasi materia) são os atos do penitente, que se
chamam as três partes da penitência. A primeira delas é a con-
trição de coração, a qual consiste em que o homem se arrependa
do pecado cometido e se proponha não tornar a pecar. A segunda
parte é a confissão oral, que consiste em que o pecador confesse
ao seu sacerdote todos os pecados de que tenha lembrança, e
isto integralmente, não os dividindo entre diversos sacerdotes.
A terceira parte é a satisfação pelos pecados, segundo o juízo do
sacerdote, a qual se cumpre sobretudo pelo jejum, pela oração
e pela esmola.

A forma deste sacramento são as palavras da absolvição que o


sacerdote profere quando diz: Ego te absolvo. O ministro deste
sacramento é o sacerdote que tenha autoridade, seja ordinária
ou por delegação do superior, para absolver. O efeito deste sa-
cramento, por sua vez, é o perdão do pecado.

É contrário a este sacramento o erro dos novacianos, que dizem


que o homem que peca depois de receber o Batismo não pode,
pela Penitência, alcançar o perdão. Contra eles se diz: “Lem-
bra-te, pois, donde caíste. Arrepende-te e retorna às tuas pri-
meiras obras” (Ap 2, 5).

5. EXTREMA UNÇÃO. — O quinto sacramento é o da Extre-


ma Unção, cuja matéria é o óleo de oliveira abençoado pelo

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O S S AC RA M EN TO S DA I G RE J A

Bispo. Pois bem, este sacramento não deve ser dado a não ser
ao doente quando há perigo de morte, o qual deve ser ungido
nos lugares dos cinco sentidos, isto é, nos olhos, por causa da
visão; nos ouvidos, por causa da audição; no nariz, por causa do
olfato; na boca, por causa do gosto ou da fala; nas mãos, por
causa do tato; e nos pés, por causa dos passos. Alguns ungem
também os rins, onde predomina a paixão (libido). A forma
deste sacramento é esta: Per istam unctionem et suam piissimam
misericordiam, indulgeat tibi Dominus quidquid deliquisti per
visum, e assim de modo semelhante nos outros sentidos. O
ministro deste sacramento é o sacerdote. O efeito deste sacra-
mento é a cura da alma e do corpo. 10

Contra este sacramento existe o erro dos eraconitas, dos quais


se diz que procuram salvar seus moribundos de um modo novo,
com óleo, bálsamo e água, e umas invocações que recitam em
hebraico sobre a cabeça dos doentes: o que é contrário à forma
transmitida por Tiago, como se disse acima.

6. ORDEM. — O sexto sacramento é o da Ordem. Existem sete


ordens, a saber: o presbiterado, o diaconado, o subdiaconado, o
acolitado, a ordem do exorcista, do leitor e do ostiário. O cle-
ricato não é uma ordem, mas certa profissão de vida feita por
aqueles que se entregam ao ministério divino. O episcopado, 11

10. Como a) efeito comum aos outros sacramentos, a Extrema Unção au-
menta a graça santificante naquele que a recebe com as devidas disposições;
como b) efeito especial primário, confere uma graça reconfortante contra as
relíquias do pecado, isto é, contra a debilidade causada pelas faltas passadas;
c) como efeito especial secundário, pode também perdoar os pecados veniais
e mortais, se os houver, contanto que o enfermo a receba de boa fé e tendo
ao menos atrição sobrenatural. Além disso, é doutrina certa e comum que a
Extrema Unção pode devolver a saúde física ao enfermo, se assim for conve-
niente ao seu bem espiritual.
11. Com a Carta Apostólica sob a forma de Motu proprio “Ministeria quæ-
dam”, de 15 ago. 1972, o Papa Paulo VI suprimiu a Ordem maior do subdia-

24
§ 2 . O s sacramentos em especial

por sua vez, é mais uma dignidade do que uma ordem. A ma- 12

téria deste sacramento é aquilo material por cuja entrega se


confere a ordem: assim, o presbiterado se confere pela entrega
do cálice, e qualquer ordem é conferida pela entrega daquele
objeto que pertence principalmente ao ministério de tal or-
dem [13]. A forma deste sacramento é assim: Accipe potestatem
13

offerendi sacrificium in Ecclesia pro vivis et mortuis; e o mesmo


se há-de dizer nas ordens semelhantes. O ministro deste sacra-
mento é o Bispo, que confere as ordens. O efeito deste sacra-
mento é o aumento da graça, a fim de que o <ordenando> se
torne digno ministro de Cristo.

Contra este sacramento houve o erro de Ário, que dizia que


entre presbítero e Bispo não deve haver distinção.

7. MATRIMÔNIO. — O sétimo sacramento é o Matrimônio,


que é sinal da união entre Cristo e a Igreja. A causa eficiente do

conado, que desde então deixou de existir na Igreja latina, sendo assimilada
às funções do leitor e do acólito; estas duas Ordens menores continuam, pois,
a existir, embora sejam agora chamadas ministérios.
12. Mais que uma dignidade, ensina o Concílio Vaticano II que o episcopado
é a plenitude do sacramento da Ordem: “Ensina […] o sagrado Sínodo que,
pela consagração episcopal, se confere a plenitude do sacramento da Ordem,
aquela que, na tradição litúrgica e nos santos Padres, é chamada sumo sa-
cerdócio e suma do sagrado ministério” (Concílio Vaticano II, Constituição
“Lumen gentium”, de 21 nov. 1964, n. 21: AAS 57 [1965] 25; DH 4145).
13. Este ponto foi objeto de debate entre os teólogos por muito tempo. Re-
centemente, o Papa Pio XII pôs fim à questão, ao determinar que “a ma-
téria única das sagradas Ordens do diaconado, presbiterado e episcopado
é a imposição das mãos, e a forma, igualmente única, são as palavras que
determinam a aplicação desta matéria, significando univocamente os efeitos
sacramentais — isto é, o poder da Ordem e a graça do Espírito Santo —, e
que pela Igreja são recebidas e usadas como tais. […] Com Nossa apostólica
autoridade declaramos, e […] estabelecemos que, ao menos daqui em diante,
a entrega dos instrumentos não é necessária para a validade das sagradas
Ordens do diaconado, presbiterado e episcopado” (Constituição Apostólica
“Sacramentum Ordinis”, de 30 nov. 1947, n. 4: AAS 40 [1948] 7; DH 3859).

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O S S AC RA M EN TO S DA I G RE J A

Matrimônio é o consentimento mútuo, expresso em palavras e


presencialmente.

É tríplice o bem do Matrimônio: o primeiro é a prole, a ser aco-


lhida e educada para o culto a Deus; o segundo é a fidelidade
(fides) que um cônjuge deve manter ao outro; o terceiro é o sa-
cramento, isto é, a indissolubilidade do Matrimônio, na medi-
da em que significa a união indivisível de Cristo com a Igreja.

Existem acerca deste sacramento múltiplos erros. a) O primeiro


é dos seguidores de Taciano, que condenam as núpcias, contra os
quais se diz: “A jovem que se casa não peca” (1Cor 7, 28). b) O
segundo erro é de Joviniano, que equiparou as núpcias à virginda-
de. c) O terceiro erro é dos nicolaítas, que usam indiferentemente
as mulheres uns dos outros. Houve também muitos outros he-
reges que ensinaram e praticaram coisas torpes <nesta matéria>,
contrariando aquilo que se diz: “Considerai o matri­mônio com
respeito e conservai o leito conjugal imaculado” (Hb 13, 4).

26
§3.
O FIM ÚLTIMO DOS
SACRAMENTOS

Em virtude destes sacramentos, o homem é conduzido à gló-


ria futura, que consistirá em sete dotes: três da alma, e quatro
do corpo.

1. DOTES DA ALMA. — a) O primeiro dote da alma é a visão


de Deus por essência, segundo aquilo: “Vê-lo-emos como ele
é” (1Jo 3, 2). b) O segundo é a posse de Deus, pela qual o possui-
remos como prêmio dos <nossos> méritos: “Correi, pois, de tal
maneira que o consigais” (1Cor 9, 24). c) O terceiro é a fruição
de Deus, pela qual nos deleitaremos em Deus, segundo aquilo:
“Então farás do Todo-poderoso as tuas delícias e levantarás teu
rosto a Deus” (Jó 22, 26).

2. DOTES DO CORPO. — a) O primeiro dote do corpo é a


impassibilidade, segundo aquilo: “É necessário que este corpo
corruptível se revista da incorrupti­bilidade” (1Cor 15, 53). b)
O segundo é a claridade, segundo aquilo: “No Reino de seu
Pai, os justos resplandecerão como o sol” (Mt 13, 43). c) O
terceiro é a agilidade, pela qual poderão ir rapidamente aonde
quiserem: “Correrão como centelhas na palha” (Sb 3, 7). d)
O quarto é a sutileza, pela qual poderão penetrar tudo o que
quiserem, segundo aquilo: “Semeado corpo animal, ressuscita
corpo espiritual” (1Cor 15, 44).

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O S S AC RA M EN TO S DA I G RE J A

A esta glória nos conduza aquele que vive e reina pelos séculos
dos séculos. Amém.

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APÊNDICE

Divisão dos sacramentos do ponto de vista de sua função ou fi-


nalidade, segundo Santo Tomás de Aquino (cf. STh III 65, 1 c.):

Engendrando-a .............. Batismo.

Por si mesma ..... Fortalecendo-a ............... Confirmação.

Alimentando-a ............... Eucaristia.


Individual

Restituindo-a .................. Penitência.


Por acidente ......
À perfeição
Curando-a ....................... Extrema Unção.
da vida cristã
OS SACRAMENTOS SE ORDENAM

Conferindo poder sobre ela ................................... Ordem.


Social
Propagando seus membros .................................... Matrimônio.

Contra o pecado original ..................................................................... Batismo.

Contra a debilidade espiritual .............................................................. Confirmação.

Contra a inclinação ao pecado ............................................................. Eucaristia.

Ao remédio Contra o pecado atual .......................................................................... Penitência.


do pecado
Contra as relíquias do pecado .............................................................. Extrema Unção.

Contra a dissolução do corpo místico .................................................. Ordem.

Contra a concupiscência pessoal


e o desaparecimento da comunidade ................................................. Matrimônio.

Quadro sinótico elaborado por Pe. Antonio Royo Marín, O.P.


(cf. Teología de la perfección cristiana. Madrid: BAC, 2012, p. 432, n. 293).

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