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PRECEITO DOMINICAL
A SANTIFICAÇÃO DO DOMINGO é u n i i n d i c a t i v o s o c i o l ó g i c o a f e r i d o r da es-
p i r i t u a l i d a d e c o m u n i t á r i a e, p o r isso, a p e d r a - d e - t o q u e visível da vida cristã
da p a r ó q u i a . I n t e r i o r i z a r a o b r i g a ç ã o d e c o n s a g r a r u m dia da s e m a n a a o c u l t o
d i v i n o v e m na s e q u ê n c i a , e m b o r a n ã o e x a c t a m e n t e , da essência d o t e r c e i r o
m a n d a m e n t o d o d e c á l o g o m o i s a i c o q u e p õ e a t ó n i c a n o r e p o u s o (sabat) p a s -
s a n d o pela s u s p e n s ã o d e t o d o o t r a b a l h o servil. N o Catecismo d e D . Frei B a r -
t o l o m e u d o s M á r t i r e s l e m b r a - s e t e r este p r e c e i t o , na Lei N o v a , u m a f o r m u -
lação d i f e r e n t e : « G u a r d a r á s os d o m i n g o s e festas q u e a Santa M a d r e Igreja
m a n d a guardar.» Se d e v e o cristão, a c e n t u a o a r c e b i s p o b r a c a r e n s e , c o n h e c e r
e h o n r a r u m só D e u s , t a m b é m i m p o r t a « t o m a r e apartar a l g u m t e m p o , n o
q u a l d e i x a d o s t o d o s os n e g ó c i o s e o c u p a ç õ e s d o m u n d o e da f a z e n d a , n o s
o c u p e m o s s o m e n t e das cousas d e D e u s » 1 . D i s t i n g u e - s e , pois, este dia d o r e s -
t o da s e m a n a , p o r i n t e i r o c o n s a g r a d a às « o c u p a ç õ e s d o m a n t i m e n t o d o c o r -
po», p o r q u a n t o se t o r n a t a m b é m necessário p r o c u r a r o m a n t i m e n t o da alma,
«o qual é a palavra d e D e u s , a O r a ç ã o , a m e d i t a ç ã o d o s m i s t é r i o s e b e n e f í -
cios a D e u s e n o s s o S e n h o r Jesus Cristo» 2 . C o m p r e e n d e - s e , assim, o r e l e v o e
a ênfase d a d o s p e l o c r i s t i n i a n i s m o , através d o s séculos, ao d o m i n g o , o u seja,
ao Dia do Senhor, c u j o c u l t o é c e n t r a d o na eucaristia, c o m o p r e s e n ç a d e
C r i s t o ressuscitado, através d o m e m o r i a l d e sua m o r t e . As c o n s t i t u i ç õ e s s i n o -
dais e os d o c u m e n t o s pastorais dos p r e l a d o s d e d i c a r a m s e m p r e p a r t i c u l a r
a t e n ç ã o a este p r e c e i t o n o r i g o r e f i d e l i d a d e d o seu c u m p r i m e n t o assente na
assistência d o s fiéis à missa inteira e na a b s t e n ç ã o das obras servis. D a í , o l u g a r
c i m e i r o q u e este d e v e r v e i o a t o m a r na m e n t a l i d a d e e c o n s c i ê n c i a d o c a t ó l i -
c o , c o m o p r i m e i r a o b r i g a ç ã o religiosa, a q u e n ã o p o d e r i a faltar s e m culpa
grave.
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O D E U S DE T O D O S o s DIAS
C o m o n e m t o d a s as f r e g u e s i a s t i n h a m , ao m e n o s n o s i n í c i o s d o s é c u -
lo x v i , p á r o c o r e s i d e n t e , a t e n d i a m os p r e l a d o s aos seus níveis d e m o g r á f i c o s
e m «casais» para r e g u l a r e m a o b r i g a t o r i e d a d e da c e l e b r a ç ã o da missa n o s dias
d e p r e c e i t o . F a z i a m - n o , p o r vezes, para p o r e m t e r m o a «grandes d e m a n d a s »
e a fim d e p r o v e r e m «a n e c e s s i d a d e da c u r a das almas d o s f r e i g u e s e s das d i e -
tas igrejas». N a d i o c e s e d e B r a g a , o s í n o d o d e D . D i o g o d e S o u s a d e 1505
estabelecia: na p a r ó q u i a « e m q u e o u v e r v i n t e f r e i g u e s e s l a v r a d o r e s casados se
diga e m cada d o m i n g o missa e e m todalas festas p r i n c i p a a e s e e m dia d e
o r a g o d e tal igreja»; « o n d e o u v e r d e q u i n z e f r e i g u e s e s a t e e v i n t e e x c l u s i v e ,
se d i g a m missas d e q u i n z e e m q u i n z e dias e e m d u a s festas p r i n c i p a a e s d o
a n n o e e m o dia d o orago»; « o n d e o u v e r d e o i t o a t e e q u i n z e e x c l u s i v e , se
d i g a m d e tres e m tres s o m a n a s , e d e hi para b a i x o d e m e s e m m e s e e m h ü a
das festas p r i n c i p a a e s d o a n n o e e m dia d o orago». N ã o se d e v i a m c o n t a r ,
p o r é m , n e s t e n ú m e r o «offiaaes m a c h a n i c o s n e m viuvas, n e m h o m ê e s o u t r o s
q u e n o m t e n h a m o f f i c i o d e lavrar, salvo se f o r e m taaes q u e p e r si o u p e r
o u t r e m l a v r e m p a m o u v i n h o d e n t r o na f r e i g u e s i a o n d e v i v e m » 1 0 . P r e s t a v a -
- s e p a r t i c u l a r c u i d a d o p o r o c a s i ã o das visitações e m v e r i f i c a r se os p á r o c o s
e r a m fiéis a tal o b r i g a ç ã o , s a n c i o n a n d o os n ã o c u m p r i d o r e s c o m m u l t a s p e -
cuniárias. V á r i o s f o r a m , p o r e x e m p l o , os casos r e g i s t a d o s e m q u a s e u m s é -
c u l o (1434-1523) na d i o c e s e d e L i s b o a , nas f r e g u e s i a s d e S a n t i a g o d e Ó b i d o s ,
São M i g u e l d e Sintra e S a n t o A n d r é d e M a f r a . E m 1454, o v i s i t a d o r da p r i -
m e i r a exara na acta h a v e r c o n s t a d o «que e m o d i c t o a r c e b i s p a d o avia algúas
egrejas e m q u e sse n o m d i z i a m missas aos d o m i n g o s e dias da s o m a n a s e -
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R I T U A I S E MANIFESTAÇÕES DE CULTO
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RITUAIS E MANIFESTAÇÕES DE CULTO
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RITUAIS E MANIFESTAÇÕES DE CULTO
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O D E U S DE TODOS OS DIAS
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RITUAIS E MANIFESTAÇÕES DE CULTO
O CULTO VESPERTINO
A OCUPAÇÃO HONESTA DOS ÓCIOS n o s d o m i n g o s e festas d e g u a r d a , m e s -
m o as dispensadas, p r e o c u p a v a , sem d ú v i d a , o zelo d o s pastores de almas, s o -
b r e t u d o após a r e n o v a ç ã o t r i d e n t i n a . C o n h e c e d o r p r o f u n d o d o q u e se passa-
va n o seu vastíssimo a r c e b i s p a d o d e Braga, ao c o m p o r o seu Catecismo, t ã o
p a s t o r a l m e n t e c o n c e b i d o para ir ao e n c o n t r o de u m a realidade e m demasia
c a r e n t e d e r e f o r m a na cabeça c o m o n o s m e m b r o s , D . Frei B a r t o l o m e u dos
M á r t i r e s lastima q u e se gaste t o d o esse t e m p o , q u e deveria ser d e serviço e
l o u v o r a D e u s , « e m j o g o s vãos, e m danças e bailhos, e d e m a s i a d o c o m e r
e beber», e se c o m e t a m «outras dissoluções e torpezas» 4 0 . N o f u n d o , t o c a v a - s e
o p r o b l e m a da santificação das tardes desses dias d e q u i e t a ç ã o d o c o r p o e e l e -
v a ç ã o d o espírito. A e x p l i c a ç ã o da d o u t r i n a cristã antes das vésperas, c o m o
viria a o r d e n a r o d e c r e t o d e 9 de J u n h o d e 1668, da C o n g r e g a ç ã o dos R i t o s ,
foi u m d o s m e i o s a p ô r - s e e m prática nesse c o m b a t e , ao m e n o s nas g r a n d e s
p o v o a ç õ e s , e m b o r a a i g n o r â n c i a e a falta d e p r e p a r a ç ã o da m a i o r i a d o clero
n ã o o tornasse s a t i s f a t o r i a m e n t e e x e q u í v e l . As c o n s t i t u i ç õ e s d o s bispados da
G u a r d a d e 1621 e d o Algarve 4 1 de 1674 p r e s c r e v e m «que os P a r o c h o s , e m t o -
dos os D o m i n g o s d o a n n o á tarde, e m h o r a c o n v e n i e n t e , p o r si, o u p o r p e s -
soa i d ó n e a , o u na Igreja P a r o c h i a l , o u nas E r m i d a s mais a c c o m m o d a d a s , q u e
e m cada logar h o u v e r , e n s i n e m a d o u t r i n a christã a seus f r e g u e z e s , especial-
m e n t e aos d e m e n o r idade; e x o r t a n d o nas Estações | homilias] os m a i o r e s q u e
t a m b é m se a c h e m presentes, para o q u e m a n d a r á fazer signal c o m sino o u
c a m p a i n h a , q u e se tocará pelas ruas da f r e g u e z i a , u m p o u c o antes da h o r a da
d o u t r i n a » 4 2 . N a carta pastoral d e 4 de D e z e m b r o de 1780, D . M a n u e l Pereira,
b i s p o de L a m e g o , l e m b r a aos p á r o c o s a o b r i g a ç ã o d e p r o m o v e r e m d e t e r m i -
nadas d e v o ç õ e s n o s dias de p r e c e i t o 4 3 . P o r o u t r o lado, as p r e g a ç õ e s das tardes
quaresmais, q u e o s é c u l o xvii g e n e r a l i z o u e v i u u m a p a n h a d o d e t e x t o s d e
o r a d o r e s insignes vir a p ú b l i c o , n ã o a b r a ç a v a m , d e o r d i n á r i o , os espaços r u -
rais, e c o b r i a m apenas p e q u e n a p a r t e d o a n o . O u t r o t a n t o n ã o s u c e d e u n o
s é c u l o x v i i i c o m a o r a ç ã o m e n t a l , a via-sacra e a reza d o t e r ç o , q u e p o r o c a -
sião das missões d o i n t e r i o r seriam i n c r e m e n t a d a s . O v i g á r i o capitular da d i o -
cese d e C o i m b r a , M a n u e l M o r e i r a R e b e l o , na pastoral d e 17 d e Abril de
1736, l e m b r o u aos p á r o c o s «a o b r i g a ç ã o d e f a z e r e m a o r a ç ã o m e n t a l , e q u e
c o n c l u í s s e m a o r a ç ã o da m a n h ã c o m a Estação ao Santíssimo S a c r a m e n t o , e
d e t a r d e fizessem rezar e m v o z e n t o a d a o t e r ç o d o R o s a r i o da S e n h o r a ; m a n -
d a n d o para t u d o fazer o sinal n o sino» 4 4 . Passados c i n c o anos, a 14 de O u t u -
b r o , u m a pastoral d o b i s p o c o n i m b r i c e n s e D . M i g u e l da A n u n c i a ç ã o o r d e -
n o u « q u e os P a r o c h o s t o d o s os dias, p o d e n d o ser, o u ao m e n o s n o s
d o m i n g o s e dias sanctos, fizessem a seus fregueses o r a ç ã o m e n t a l na Igreja d e
m a n h ã a horas e m u l h e r e s na ora mais o p p o r t u n a , c o m distinção c o n v e n i e n t e
a r e s p e i t o dos logares [sexos separados]; e n o f i m da t a r d e aos h o m e n s s o -
m e n t e p o r t e m p o d e m e i a h o r a e m cada u m a d'estas occasiões, e q u e neste
e x e r c í c i o se observasse o m e t h o d o q u e ensina o livro i n t i t u l a d o : O Peccador
Convertido [Pecador convertido ao caminho da verdade, 1728], d o P. Fr. M a n u e l d e
D e u s , M i s s i o n á r i o A p o s t o l i c o d o V a r a t o j o » 4 5 . N a n o t a d o c e n s o r a esta t ã o
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O D E U S DE TODOS o s DIAS
d i v u l g a d a o b r a , o t e a d n o D . M a n o e l C a e t a n o de Sousa esclarece q u e o p r i n -
cipal, s e n ã o o ú n i c o e m p e n h o das missões d o frade, aliás d o c í r c u l o espiritual
d o d i t o p r e l a d o , era « i n t r o d u z i r n o s p o v o s o utilíssimo u s o da o r a ç ã o m e n t a l ,
q u e s e n d o o m e y o mais p r o p o r c i o n a d o para o á r d u o f i m da salvação d e t o -
dos, se v ê tão facilitado neste livro, q u e n e m ainda n o s mais i g n o r a n t e s d e y x a
desculpável a o m i s s ã o d e tão s u b l i m e e x e r c í c i o , para o qual dá breves, mas
certíssimas regras, e a r m a aos soldados da milícia C h r i s t a ã c o n t r a t o d o s os v í -
cios». O m e s m o D . M i g u e l da A n u n c i a ç ã o o r d e n o u , na pastoral d e 6 d e
Abril de 1746 e na d e 20 d e F e v e r e i r o d e 1756 o n d e n o v a m e n t e d e t e r m i n a a
t o d o s os súbditos, clérigos e leigos, «que santificassem os D o m i n g o s e dias
santos, o u v i n d o Missa c o m a t t e n ç ã o e m o d é s t i a , e c o m o u t r o s e x e r c í c i o s d e
d e v o ç ã o e p i e d a d e , c o m o são [...] p r é g a r e o u v i r a palavra d e D e u s , ensinar e
a p r e n d e r a D o u t r i n a Christã, fazer e assistir á O r a ç ã o m e n t a l , rezar o R o z a -
rio, a C o r o a [seráfica], o u o T e r ç o de N o s s a S e n h o r a , visitar o Sanctissimo
S a c r a m e n t o , ter lição espiritual, c o r r e r a Via Sacra, etc.», e n e m n o s dias s a n -
tos dispensados «se d e v i a m e x i m i r de fazer a o r a ç ã o m e n t a l » 4 6 . C o m p r e n s í v e l
será p r e s u m i r q u e n o s o u t r o s bispados, c o n f o r m e se fizesse sentir o zelo dos
seus pastores, a religiosidade d o s c r e n t e s n ã o tivesse d i f e r e n t e e s t í m u l o e ali-
mento.
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m a q u i n h e n t i s t a t e v e u m a longa preparação. Se L u t e r o c a m i n h o u f r o n t a l m e n t e
c o n t r a a sacramentalização, f ê - l o i m b u í d o da crítica q u e passava e n t r e o clero
c o m mais saber d o u t r i n á r i o e práticas cristãs mais interiorizadas. Já e m p l e n o
século x v , nessa d i m e n s ã o de r e f o r m a assumida c o m o necessária e n ã o c o n t e n -
d o , à partida, hipóteses d e cisão, n o caso p o r t u g u ê s j á nas constituições a n t e t r i -
dentinas, e n c o n t r a m o s notadas n o r m a s m u i t o claras, precisas e exigentes q u a n t o
à participação d o clero n o â m b i t o sacramental. Essas n o r m a s d e n o t a v a m n ã o só
a p r e o c u p a ç ã o c o m a f o r m a ç ã o clerical c o m o a necessidade de, m e l h o r a n d o a
prestação sacramental, se avançar na revitalização dos sacramentos, na criação
de hábitos d e salvação, na a p r e n d i z a g e m dos benefícios salvíficos daqueles.
O q u e s i g n i f i c o u prestar a u x í l i o s a c r a m e n t a l às p o p u l a ç õ e s ? O q u e signifi-
c o u essa p r e s t a ç ã o d e auxílio d e n t r o deste g r u p o de s a c r a m e n t o s q u e agora
n o s o c u p a ? N e s t e g r u p o os s a c r a m e n t o s t ê m a ver, mais q u e q u a i s q u e r o u -
tros, c o m as práticas diárias i n t i m a m e n t e ligadas aos h o m e n s e às suas s o c i a b i -
lidades mais p r ó x i m a s , as familiares. L e m b r e m o s q u e t r a t a m o s d o b a p t i s m o ,
o u d o n a s c i m e n t o ; da confissão e da c o n t i n u i d a d e na família da Igreja; d o c a -
s a m e n t o , a p r ó p r i a sagração da família cristã, a ú n i c a e n t ã o c o n s e n t i d a e legis-
lada; e da e x t r e m a - u n ç ã o , a sacralização da m o r t e t e r r e n a .
O s sacramentos e r a m , ainda, u m a das fontes d e subsistência d o clero c o m
cura d e almas 6 9 . Assim acontecia deste c e d o , o q u e t e m a ver c o m o facto, já
afirmado, d e definição d o m ú n u s sacerdotal. R e a l m e n t e , p o r definição, só aos
sacerdotes cabia a sua administração e possibilitarem aos leigos estas f o r m a s d e
acesso a D e u s . O clero debitava a f u n ç ã o àqueles q u e d e v e r i a m garantir a sua
sustentação, o q u e muitas vezes n ã o acontecia c o m as c ô n g r u a s e tributações
directas o u dedicadas à salvação das almas. Sofriam c o m esta realidade mais os
clérigos q u e os religiosos, s e n d o estes s e m p r e mais p r o t e g i d o s pela administra-
ção da sua o r d e m o u família religiosa. Esta realidade vai expressar-se nas agre-
m i a ç õ e s m o d e r n a s de clérigos, as c o n g r e g a ç õ e s de sacerdotes o u d e clérigos r e -
gulares b e m diferentes das o r d e n s regulares, q u e p r o c u r a v a m n ã o só u n i d a d e s
de vivência espiritual c o m o formas mais asseguradas de subsistência material.
O s clérigos d e v i a m servir o p o v o dos fiéis cristãos. As c o n s t i t u i ç õ e s d e
Lisboa, resultantes d o s í n o d o de 1536, e s c r e v e m da d i s p o n i b i l i d a d e e da p u n i -
ç ã o da i n d i s p o n i b i l i d a d e para este serviço, p e l o qual «o d i t o r e c t o r o u cura
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dito cura escreuerá o dia, mes, & anno, & n o m e da criança q u e baptizar, &
de seu pay, & máy, sendo auidos p o r m a r i d o , & molher: (...): & o u t r o si os
nomes dos Padrinhos, & Madrinhas, que apresentarem ao Baptismo (...) d i -
zendo assi (tudo per letra, & não p o r algarismo.) Aos tantos dias de tal mes,
& de tal a n n o Eu foão R e y t o r , ou Cura. &c. baptizei a foão, filho de foão, &
de foaã, & foram seus Padrinhos foão & foaã, moradores. &c. o qual t e r m o
fará o m e s m o dia & hora e m q u e baptizar, antes de se sahir da Igreja, & se as-
sinará ao pé c o m hüa das pessoas, que f o r a m presentes ao dito Baptismo» 8 7 .
O grau de parentesco alegadamente d e t e r m i n a d o pelo a p a d r i n h a m e n t o
era c o m p l e x o e confuso. T i n h a m - s e p o r aparentados espiritualmente q u e m
baptizava, os padrinhos e suas mulheres o u maridos, q u e contraíam parentes-
co espiritual c o m o baptizado e c o m os seus pais, e o baptizado c o m todos
eles e c o m os seus filhos. «Porem o sacro Concilio T r i d e n t i n o (consirãdo os
grandes i n c o u e m e n t e s que de se contraher o dito parentesco antre tantas pes-
soas socediam, assi p o r q u e muitos ignorando o i m p e d i m e n t o se casauam, &
depois de casados, posto que o soubessem perseuerauam e m peccado mortal,
& de se apartarem socedia grande escandalo) d e t e r m i n o u que se n a m t o m e m
daqui e m diante n o sacramento do bautismo, mais q u e h u m padrinho, o u
hüa madrinha, ou q u a n d o mais ate dous. s. h u m p a d r i n h o & hüa madrinha:
E declarou que se n a m cõtrahesse o dito parentesco spiritual, senam tam so-
m e n t e antre os padrinhos & o bautizado, & seu pay & mãy: & antre o q u e
bautiza a criança e o bautizado, & seu pay & mãy: c o m o se conte na Sess. 24.
Sub Pio quarto de reformatione matrimonij cap. 2.»88
O tema do parentesco espiritual, contraído n o baptismo, adquire n u m
m u n d o q u e se pretende sem mácula e e m q u e o pecado aparece a cada passo,
sobretudo os pecados morais, os de quebra da n o r m a e os de fidelidade à
Igreja, u m a dimensão f u n d a m e n t a l pela sua envolvência. Mais que c o n d e n á -
veis, os pecados aduzidos são irradicáveis, pelo que r e c e b e m a m e l h o r das
atenções desde T r e n t o até cada u m dos sínodos sucessivos de n o r t e a sul de
Portugal e ao l o n g o dos séculos seguintes. É preciso c o n c e d e r o baptismo a
todos e q u e aqueles que vão ser padrinhos t e n h a m qualidade para o garantir.
R e a l m e n t e só são padrinhos aqueles, u m o u dois, designados e c o m "qualida-
des para o serem e depois anotados e m livro próprio autoritariamente guar-
dado e m depósito contra roubos e profanações. N e m aquele que transporta a
criança, n e m a parteira, n e m aqueles que lhe tocarem ao sair da imersão na
pia de água d e v e m ser tidos p o r padrinhos p o r q u e não o são.
Indo mais f u n d o as constituições zelam pela quebra de u m paganismo la-
tente na vivência cristã p o u c o cristianizada. Aí está o gesto. Corrige-se o gesto
de crendice e de hábito popular que se encerra n o «tocar» do recém-baptizado
e, ao m e s m o tempo, encerra-se uma página complexa d o acontecer sacramen-
tal, a do casamento «consanguíneo» adquirido por força espiritual. P o r q u e «se
alguas outras pesoas se e n t r e m e t e r e m a serem padrinhos, ou madrinhas, inda
que t o q u e m a creatura, não avera entre elles algum parentesco spiritual, n e m
i m p e d i m e n t o , n e m se terão p o r compadres, n e m comadres n o tal baptis-
mo» 8 9 . N ã o acontecerá mais q u e aqueles que, p o r ignorância, acabando p o r
casar e m parentesco espiritual, t e n h a m de continuar nesse estado de pecado.
A acção sobre os padrinhos e, sobretudo, a formação q u e se encerra ao redor
da noção de parentesco espiritual é de dimensões variadas, mas todas elas res-
tritivas e reguladoras visando terminar c o m pecados de diferente dimensão e
facilitando o controlo social.
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d r i g o d o P o r t o , q u e t e v e a sua p r i m e i r a e d i ç ã o e m 1549, e m C o i m b r a , p o r
J o ã o Barreira e J o ã o Alvares. O Manual de confessores t e v e sucessivas edições,
das quais a mais p r o f u n d a aparece, pela p r i m e i r a vez, e m 1552, resultante das
a p o r t a ç õ e s qualitativas q u e f o r a m integradas n o t e x t o inicial p e l o seu r e v i s o r -
- a u t o r , o t e ó l o g o M a r t i n d e A z p i l c u e t a , o d o u t o r N a v a r r o 1 " 7 . N a certeza da
q u a l i d a d e dos e n s i n a m e n t o s e d e n o t a n d o a sua d i v u l g a ç ã o , l o g o e m 1565, nas
Constituições da diocese de Miranda, na « C o n s t i t u i ç a m sexta d o T i t v l o sexto» r e -
c o r d a v a - s e ao c o n f e s s o r q u e «depois de o u u i d o s & p e r g u n t a d o s pola o r d e m
dos m ã d a m ê t o s & p e c c a d o s m o r t a e s , c i n c o sentidos, & obras de m i s e r i c ó r d i a
p o l o i n t e r r o g a t ó r i o d e C a y e t a n o , 011 d e a l g u m b õ c o n f e s s i o n a i r o , o u t e n d o o
na m ã o pera sua l e m b r a n ç a , c o m o fazê m u y t o s h o m ê s d o c t o s q u e n a m c o n -
f i a m d e sua m e m o r i a » 1 0 8 é q u e d e v e r i a h a v e r confissão.
R e a l m e n t e é necessário c o m p r e e n d e r o d e s e n v o l v i m e n t o c o n c e d i d o às f o r -
mas, m é t o d o s e m e i o s q u e se r e q u e r e m a u m confessor a partir d o século xvi.
P r e t e n d e - s e j u l g a r os p e n i t e n t e s e aplicar-lhes o u dar-lhes c o n h e c i m e n t o das
consequências da sua culpa. D e s t e m o d o se pressupõe desde l o g o q u e a confis-
são é n ã o só u m m o m e n t o de autoculpabilização c o m o u m t e m p o de absolvi-
ção q u e visa o «não t o r n a r a» renascido n o a r r e p e n d i m e n t o q u e é c o n c e d i d o
<3 R o s t o de Compendio e
pelo c o n h e c i m e n t o das ofensas causadas a D e u s p o r essas culpas, q u e r dizer, r e -
sumario de confessores, 1567
sultando d e u m saber o q u e é errado e qual o certo q u e se lhe o p õ e . Aliás, o
(Lisboa, Biblioteca Nacional).
c o n t r o l o confessional, e logo social a diferentes níveis, desde o dos g r u p o s s o - F O T O : LAURA GUERREIRO.
ciais e n t r e si até à articulação dos vários p o d e r e s e m presença, pressuposto na
desobriga pascal, d e t e r m i n a d o e legislado nas diferentes constituições, registado
Breve memorial dos pecados e
nos R ó i s de Confessados, é afinal u m m e i o de aferição d o nível doutrinal, q u e cousas que pertençc ha cÕfissã, de
o m e s m o é dizer de constatação dos avanços e recuos, qualitativos e quantitati- Garcia de Resende, Lisboa,
vos, d o saber persuadir, pelos confessores, q u e são os sacerdotes c o m cura d e 1521 (Lisboa, Biblioteca
almas, e da aceitação da persuasão, pelos crentes, p o r m e i o das suas «artes». E m Nacional).
conclusão u m a f o r m a de aferição da interiorização da catequese católica. F O T O : LAURA GUERREIRO.
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espiritual n ã o f r e q u e n t a n d o o Santíssimo S a c r a m e n t o , m a s o o r d i n á r i o é q u e
a alma q u e d e a n o a a n o se p r o v ê deste m a n t i m e n t o , neste m e i o t e m p o m u i -
tas vezes m o r r e e s p i r i t u a l m e n t e f a z e n d o p e c a d o s mortais», p e l o q u e era coisa
santa e a c o n s e l h á v e l r e c e b ê - l o , ao m e n o s e m d e s e j o , cada dia; d e É v o r a e d e
1551 é o Aparelho para receber o Santíssimo Sacramento tirado das doutas e mui devo-
tas meditações do Pe Fr. Luís de Granada q u e c o m u n g a da d o u t r i n a r e s p e i t a n t e à
prática da c o m u n h ã o f r e q u e n t e 1 4 3 . E n t r e o laicado p e r t e n c e n t e a esses c í r c u -
los pietistas dirigidos p o r religiosos, suspeitos ao S a n t o O f í c i o , e n c o n t r a v a m -
- s e d e v o t o s , c o m o a v i ú v a Isabel F e r n a n d e s q u e , p o r ser «pessoa d e b e m , d e
b o a vida e t e m e n t e a D e u s » , era a u t o r i z a d a p o r s a c e r d o t e s letrados a c o m u n -
gar sem prévia confissão, o q u e c h e g o u a fazer na igreja d o c o l é g i o dos J e s u í -
tas d e S a n t o A n t ã o p o r «oito o u n o v e meses», só d e i x a n d o d e « c o m ü g a r cada
dia c o m ü g a n d o d e o y t o e m o y t o dias», a fim d e evitar o escândalo, p o r ser
c o n t r á r i o o p a r e c e r da o p i n i ã o d o m i n a n t e , e m b o r a e m 1571 ainda o fizesse144.
O m o v i m e n t o da restauração católica, m e r c ê da a c t i v i d a d e dos Inacianos, ia
a l c a n ç a n d o as suas finalidades na intensificação da f r e q u ê n c i a d o s s a c r a m e n t o s
da confissão e eucaristia, c o m o se n o t a v a na d é c a d a d e 1550 e m Lisboa, É v o r a
e C o i m b r a o n d e os e s t u d a n t e s se m o s t r a v a m mais f e r v o r o s o s e assíduos e m
c o m u n g a r 1 4 5 . T u d o a c a b o u , n o e n t a n t o , p o r o f i c i a l m e n t e m u d a r , q u a n d o se
t o r n o u clara a p o s i ç ã o p r o t e s t a n t e s o b r e a eucaristia q u e , d e i n í c i o , até parecia
p e r f i l h a r a sua «sobrevalorização» e a c o n s e l h a r a «assiduidade» na sua f r e q u ê n -
cia 1 4 6 . A o p r o c l a m a r s o l e n e m e n t e a d e f i n i ç ã o d o g m á t i c a da p r e s e n ç a d e C r i s -
t o s o b as espécies eucarísticas, o b j e c t o d e c u l t o d e a d o r a ç ã o e a l i m e n t o espiri-
tual d o s fiéis, o C o n c í l i o d e T r e n t o (sessão XIII, c. 6) perfilhava a d o u t r i n a
t o m i s t a da d i f e r e n ç a e n t r e o s a c r a m e n t o da c o m u n h ã o e os o u t r o s , pois, se
estes d a v a m o u a u m e n t a v a m a graça santificante, a q u e l e c o n t i n h a o p r ó p r i o
a u t o r da graça. E m seu Catecismo, D . Frei B a r t o l o m e u d o s M á r t i r e s r e f l e c t e
e x p r e s s a m e n t e a d o u t r i n a c o n c i l i a r ao c o n s i d e r a r a eucaristia d i v i n o m a n j a r e
m a n t i m e n t o , «o p r i n c i p a l e mais e x c e l e n t e d e t o d o s os s a c r a m e n t o s , p o r q u e ,
n o s o u t r o s , está s o m e n t e a v e r t u d e de N o s s o S e n h o r Jesu C r i s t o , mas, neste,
não s o m e n t e a Vertude, mas Ele m e s m o , realmente e substancialmente, D e u s
e H o m e m v e r d a d e i r o , f o n t e s d e todas as graças e bens» 1 4 7 . As c o n s t i t u i ç õ e s
diocesanas, e m sintonia, d i v u l g a m e p r e c e i t u a m a d o u t r i n a de T r e n t o , c o m o
s u c e d e nas d e A n g r a d e 1560, s u b l i n h a n d o os efeitos d e c o n f o r t o espiritual, Custódia da Bemposta
o n d e se a f i r m a q u e o «Santíssimo S a c r a m e n t o f o y i n s t i t u y d o p o r n o s s o R e - proveniente da capela do
d e m p t o r , e m sua d e s p e d i d a , p e r a q u e , c o m sua real e s a c r a m e n t a l p r e s e n ç a , Paço da Bemposta, desenho
p o s t o q u e invisível, os fieis se c o n s o l a s s e m da tristeza q u e p o d i ã o ter pela a b - de Frederico Ludovice
(Lisboa, Museu Nacional de
sencia da sua visível p r e s e n ç a e c o n v e r s a ç a m e assi p e r a q u e r e c e b i d o este sa-
Arte Antiga).
c r a m e n t o , c o m a l i m p e z a d e v i d a , desse e acrescentasse a graça, deleitasse a al-
F O T O : DIVISÃO DE
m a e preservasse d o s p e c a d o s e livrasse d e p e n a e s i n g u l a r m e n t e ajudasse p e r a
DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA/
o c a m i n h o da vida eterna» 1 4 8 . Estava d a d o o aval h i e r á r q u i c o para a prática da /INSTITUTO PORTUGUÊS DE
c o m u n h ã o f r e q u e n t e . O s p a d r e s t n d e n t i n o s r e c o m e n d a v a m q u e os fiéis p r e - M U S E U S / J O S É PESSOA.
sentes às missas a p r o v e i t a s s e m n ã o só d o e f e i t o espiritual, m a s t a m b é m d o sa-
c r a m e n t a l r e c e b e n d o a eucaristia (sessão 13, c. 8). O a r c e b i s p o D . Frei B a r t o -
l o m e u d o s M á r t i r e s , p r e t e n d e n d o i n c r e m e n t a r e s t e s a n t o c o s t u m e na
a r q u i d i o c e s e b r a c a r e n s e , o n d e havia j á n u m e r o s o s cristãos a a p r o x i m a r e m - s e
m e n s a l m e n t e da confissão e c o m u n h ã o , i m p e t r o u e r e c e b e u d o papa P i o IV
o b r e v e Quia frequentem sacramentorum usum (1563) q u e c o n c e d i a u m a i n d u l -
g ê n c i a plenária a q u a n t o s r e c e b e s s e m estes s a c r a m e n t o s «nas festas d o N a t a l ,
P e n t e c o s t e s , A s s u n ç ã o e T o d o s os Santos, e i n d u l g ê n c i a parcial aos q u e o fi-
zessem e m o u t r o s dias» 1 4 9 . P o r sua vez, o zeloso cardeal D . H e n r i q u e , m e t r o -
polita d e Lisboa, t e n d o r e c e b i d o d o c i t a d o p o n t í f i c e e m 1565 a graça d o j u b i -
leu c o m i n d u l g ê n c i a plenária para as m e s m a s q u a t r o festas e nas oitavas,
p u b l i c o u , n o a n o i m e d i a t o , « u m a p r o v i s ã o s o b r e as v a n t a g e n s da confissão e
c o m u n h ã o f r e q u e n t e s » . N a carta â n u a d e 1574 da p r o v í n c i a inaciana p o r t u -
guesa há u m a r e f e r ê n c i a ao n ú m e r o a v u l t a d o d e fiéis q u e , nas três m a i o r e s
solenidades religiosas d o a n o , na Igreja d e São R o q u e se c o n f e s s a v a m e c o -
m u n g a v a m , os quais o c u p a v a m neste m i n i s t é r i o mais d e 2 0 sacerdotes. N o
i n í c i o d o s é c u l o xvii, na c e l e b r a ç ã o d o s vários j u b i l e u s q u e ali t i n h a m lugar
e m cada a n o , m a i o r era a q u a n t i d a d e d e pessoas, da n o b r e z a à g e n t e h u m i l d e ,
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e x e m p l o , n o e x t r e m o da c o r d a m e r i d i o n a l da costa da d i o c e s e d e Braga, se a
vila da P ó v o a d e V a r z i m c o n t a v a j á c o m esta c o n f r a r i a 1 9 8 e m 1622 e a f r e g u e -
sia d e N a b a i s d e s d e 1635, d a t a m d e 1639 as c o n s t i t u i ç õ e s d o a r c e b i s p a d o p u -
blicadas apenas e m 1697, q u e i n c i t a v a m os p á r o c o s a i n t r o d u z i r e m - n a nas suas
freguesias e os fiéis a nelas se i n s c r e v e r e m 1 9 9 .
A c o n s e r v a ç ã o das espécies eucarísticas n o sacrário (reserva) e a e x p o s i ç ã o
s o l e n e da hóstia c o n s a g r a d a d e r a m o r i g e m a u m a i n f i n d a q u a n t i d a d e d e p í x i -
des, custódias, t u r í b u l o s e navetas para a i n c e n s a ç ã o , m u i t o s de g r a n d e valia e
p r i m o r artístico, e m prata e o u r o , a d o r n a d o s d e pedras preciosas e esmaltes.
R e f i r a m - s e : a c u s t ó d i a d o M o s t e i r o d e A l c o b a ç a (1412) e a d e B e l é m (1506)
a t r i b u í d a a Gil V i c e n t e e feita c o m o o u r o d e Q u í l o a t r a z i d o para a m e t r ó p o -
le p o r V a s c o da G a m a ; a da C o l e g i a d a d e G u i m a r ã e s ; a das sés d e Braga (1531)
d e o u r o , prata e esmaltes, c o m o p e s o d e 7,390 q u i l o g r a m a s , d e É v o r a , P o r t o ,
Viseu e Lisboa, esta o f e r e c i d a p e l o rei D . J o s é , d e 18 q u i l o g r a m a s d e o u r o e
cravejada c o m mais d e 4 0 0 0 pedras preciosas; a d o Palácio d e B e m p o s t a , d o
t e m p o d e D . C a t a r i n a d e B r a g a n ç a , rainha d e Inglaterra, e n r i q u e c i d a c o m
e l e v a d o n ú m e r o d e d i a m a n t e s e pedras preciosas 2 "".
O s a t e n t a d o s sacrílegos c o n t r a as espécies consagradas p r a t i c a d o s e m P o r -
tugal ao l o n g o da era m o d e r n a d a v a m o r i g e m a públicas m a n i f e s t a ç õ e s reli-
giosas d e d e s a g r a v o q u e se e s t e n d i a m ao país i n t e i r o p o r o r d e m d o s o b e r a n o
r e i n a n t e e a u m e n t a v a m o f e r v o r eucarístico. Q u a n d o , e m D e z e m b r o d e 1552,
o calvinista e j u d e u inglês R o b e r t G a r d i n e r l a n ç o u m ã o s violentas na C a p e l a
R e a l s o b r e a hóstia q u e o o f i c i a n t e erguia, d e i m e d i a t o h o u v e e m Lisboa
u m a d e v o t a procissão da sé a São D o m i n g o s q u e o rei, descalço e v e s t i d o d e
luto rigoroso, a c o m p a n h o u a pé seguido de nobres e m u i t o povo. N o Porto,
e m M a i o d e 1614, ao desacato c o m e t i d o na sé c o n t r a o S a c r a m e n t o , b i s p o ,
c l e r o e fiéis r e s p o n d e r a m c o m «devações, disciplinas e procissões» 2 " 1 . D e n o -
v o na capital d o r e i n o , e m J a n e i r o d e 1630, f o r a m r o u b a d o s vasos sagrados
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R e f o r m a católica, r e m a t a d o e m 1811 p e l o g r a n d i o s o t e m p l o d o a r q u i t e c t o
C a r l o s A m a r a n t e , p r e a n u n c i a d o r d o neoclacissismo e q u e se t r a n s f o r m o u
n u m s a n t u á r i o d e p e r e g r i n a ç ã o . As capelas semeadas p e l o e s c a d ó r i o , o n d e se
e n c e n a a vida d o l o r o s a de Jesus, são u m c o n v i t e ao d e s p o j a m e n t o ascético e ã
u n i ã o espiritual c o m o s o f r i m e n t o d e C r i s t o a c a m i n h o d o C a l v á r i o 2 4 1 .
E m P o r t u g a l , os Jesuítas, para q u e m a d e v o ç ã o à P a i x ã o d e C r i s t o era o b -
j e c t o na Q u a r e s m a , c o m o se r e f e r i u , d e m e d i t a ç õ e s e p e n i t ê n c i a s corporais, a
partir d o ú l t i m o q u a r t e l d o s é c u l o xvi e da casa professa d e São R o q u e , t e r ã o
d a d o i m p o r t a n t e c o n t r i b u t o à d i f u s ã o d o e x e r c í c i o da via-sacra, q u e l o g o se
e s t e n d e u ao país, s o b r e t u d o através d o m i n i s t é r i o da p r e g a ç ã o . A s s o c i a d o d e -
c i s i v a m e n t e a este i n c r e m e n t o na c i d a d e d e Lisboa, e n c o n t r a - s e o « P i n t o r
Santo», Luís Alvares d e A n d r a d e , discípulo d o m a g i s t é r i o espiritual dos d o m i -
n i c a n o s Francisco d e Bobadilla e Luís d e G r a n a d a , e zelosíssimo d i f u s o r das
g r a n d e s d e v o ç õ e s da R e f o r m a católica, a q u e m se atribui a d i s t r i b u i ç ã o d e
mais d e 20 0 0 0 papéis c o m a o r a ç ã o d o Santo Sudário, m a n d a d o s espalhar n o
r e i n o e fora dele 2 4 2 . D e v e - s e - l h e t a m b é m a instituição, c o m o u t r o s , e m 1587,
da I r m a n d a d e d o S e n h o r dos Passos da Graça, o r g a n i z a d o r a da respectiva
procissão ainda h o j e e m vigor 2 4 3 , q u e partia da igreja d o s Jesuítas d e São R o -
Compromisso da Irmandade do
Senhor dos Passos do Real q u e , o n d e foi s e p u l t a d o , e r e c o l h i a à d e N o s s a S e n h o r a da Graça, d o c o n v e n -
Convento de Bethlem, de Luís t o dos A g o s t i n h o s , p e r c o r r e n d o as sete «estações». A s e m e l h a n ç a d o p r a t i c a d o
Tinoco, 1672 (Lisboa, na altura e m E s p a n h a , estaria na o r i g e m d o e x e r c í c i o da via-sacra q u e n o s é -
Mosteiro dos Jerónimos). c u l o x v i i se g e n e r a l i z o u , n o país, r e c o m e n d a n d o - a Frei A n t ó n i o das C h a g a s ,
FOTO: ARQUIVO CÍRCULO o f r a d i n h o d o V a r a t o j o , e m suas p r e g a ç õ e s apostólicas, pois, a q u a n d o d e u m a
DE LEITORES. missão e m Setúbal, r e f e r e q u e «grandes e p e q u e n o s v ã o à o r a ç ã o [mental] e se
a n d a m a r r a s t a n d o p u b l i c a m e n t e pelas vias sacras» 244 . A p r i n c í p i o , ao l o n g o d o
t> Rosário, âmbar com sacro i t i n e r á r i o da G r a ç a , havia o r a t ó r i o s c o m g r u p o s d e i m a g e n s esculpidas,
filigrana de prata, século XVII e n c e n a n d o cada u m dos passos da Paixão de C r i s t o q u e « e v o l u í r a m para n i -
(arte indo-portuguesa). Lisboa, c h o s e capelas mais elaboradas, só abertas na ocasião, d e c o r a d a s c o m i m a g e n s
Museu Nacional de Arte
Antiga. de santeiros d e u m realismo b e m popular» 2 4 5 . N o t e r m o d e Seiscentos, n o v a s
capelas d e cantaria e m á r m o r e , de q u e só r e s t a m duas vazias, f o r a m feitas s o b
F O T O : D I V I S Ã O DE
D O C U M E N T A Ç Ã O FOTOGRÁFICA/
o risco d o a r q u i t e c t o r é g i o J o ã o A n t u n e s e ornadas, e m 1700-1701, c o m telas
/ I N S T I T U T O P O R T U G U Ê S DE de g r a n d e s d i m e n s õ e s d o p i n t o r B e n t o C o e l h o , de c u j o p a r a d e i r o , s e g u n d o o
M U S E U S / J O S É PESSOA. i n v e s t i g a d o r R a f a e l M o r e i r a 2 4 6 , se d e s c o b r i u , até ao m o m e n t o : a d o t e r c e i r o
Passo, «Simão C i r e n e u a j u d a C r i s t o a l e v a n t a r a cruz», q u e está na Igreja d e
São P e d r o de Sintra; a d o s e x t o passo, «Cristo c o n s o l a as Santas M u l h e r e s » ,
q u e foi da capela da C o s t a d o C a s t e l o , i g n o r a n d o - s e p r e s e n t e m e n t e o n d e se
e n c o n t r a ; a d o q u i n t o passo, «A V e r ó n i c a limpa o r o s t o d e Jesus», q u e p e r -
tencia à e r m i d a d o L a r g o d o T e r r e i r i n h o , m a s d e q u e apenas se c o n s e r v a u m
f r a g m e n t o . P o r c u r i o s o , registe-se q u e estes três e p i s ó d i o s p e r t e n c e m aos
E v a n g e l h o s A p ó c r i f o s . A d e v o ç ã o dos passos, c o m este perfil d e via-sacra, e n -
t r o u n o Brasil p o r i n t e r m é d i o d o s C a r m e l i t a s C a l ç a d o s e m 1626, a partir d e
B e l é m d o Pará, passando d a q u i ao M a r a n h ã o até atingir g r a n d e e s p l e n d o r na
Bahia setecentista. T u d o leva a aceitar ser o ainda e x i s t e n t e c o n j u n t o de telas
d e São Luís, o n d e a I r m a n d a d e d o B o m J e s u s dos Passos o r g a n i z a v a a p r o c i s -
são q u e saía d o C o n v e n t o d o C a r m o e m d i r e c ç ã o à M i s e r i c ó r d i a , t a m b é m
p e r t e n c e n t e às suas sete capelas, da a u t o r i a d a q u e l e r e f e r i d o p i n t o r 2 4 7 . N o q u e
ao c o n t i n e n t e respeita, confrarias e C a p e l a s dos Passos e x i s t e m d e s d e os i n í -
cios da I d a d e M o d e r n a , c o m i m p r e s s i o n a n t e a b u n d â n c i a . T e n d o s u r g i d o e se
a f i r m a d o e m P o r t u g a l as confrarias, n o d e c u r s o da Baixa I d a d e M é d i a , o seu
a p o g e u é p ó s - t r i d e n t i n o . N e s t a é p o c a , o N o r t e d o país, r e p r e s e n t a d o p e l o
a n t i g o t e r r i t ó r i o d o a r c e b i s p a d o d e Braga, c o n t a u m r o l assaz significativo d e
cerca d e 6 0 consagradas à da Santa C r u z e dos Passos, criadas n o d e c u r s o d o s
fins d e Q u a t r o c e n t o s ao a d v e n t o d o Liberalismo, a q u e se p o d e r i a m a d i c i o n a r
as 45 da actual d i o c e s e b r i g a n t i n a 2 4 8 . N o total das 45, i n v e n t a r i a d o p e l o i n v e s -
t i g a d o r J o s é M a r q u e s , «19 são c o n f r a r i a s d o s Passos, 5 das C h a g a s , 16 da C r u z ,
5 d o B o m Jesus, e m b o r a sob d e s i g n a ç õ e s u m p o u c o diversificadas c o m a
m e n ç ã o d e B o m Jesus da C r u z , B o m J e s u s da Via Sacra, B o m Jesus da B o a
M o r t e o u m e s m o associada a u m a d o S S m o S a c r a m e n t o , tal c o m o a c o n t e c e
c o m a d o SSmo Sacramento e Vera Cruz, d o Santo Lenho ou simplesmente
de S e n h o r d o C r u z e i r o , S e n h o r C r u c i f i c a d o o u d o s Milagres» 2 4 9 . A p o n t a m -
580
RITUAIS E MANIFESTAÇÕES DE CULTO
581
O DEUS D E T O D O S OS DIAS
dões, t o r n a n d o - s e assim n u m a o r a ç ã o e m i n e n t e m e n t e c o m u n i t á r i a , e m b o r a
m e c â n i c a , e m q u e a m o n o t o n i a p o d i a , n o e n t a n t o , ser a t e n u a d a e m a t i z a d a
pela p r e g a ç ã o e o c a n t o . A c é l e b r e o b r a Livro do Rosário de Nossa Senhora, d e
N i c o l a u Dias (1525-1596), p a t r i o t a e x i l a d o n o t e m p o d o d o m í n i o filipino, d o -
m í n i c o e m e s t r e t e ó l o g o d o c í r c u l o espiritual de São D o m i n g o s d e Lisboa,
p o n t i f i c a d o p o r Frei Luís d e G r a n a d a , c o n h e c e u , d e s d e d e 1573 a 1583, d e z
edições. A o r i g e m , os mistérios, as i n d u l g ê n c i a s e os milagres respeitantes à
d e v o t a prática são a m a t é r i a deste «manual d e p i e d a d e cristã» 255 . O p r o p ó s i t o
d o a u t o r é v i n c a r q u e o «principal desta d e v o ç ã o é a l e m b r a n ç a d o s mistérios
d i v i n o s q u e o F i l h o d e D e u s n o m u n d o feito h o m e m o b r o u p o r a m o r d e
nós, sua e n c a r n a ç ã o , p a i x ã o e ressurreição», e m o r d e m à p e r f e i ç ã o . P o r isso
a d v e r t e q u e , apesar d e ela se d e s t i n a r a «toda a sorte d e gente», os seus p r a t i -
cantes «não se h ã o - d e c o n t e n t a r c o m s o m e n t e dizer as o r a ç õ e s vocais, m a s
t r a b a l h a r e m p o r ter o c u p a d a a c o n s i d e r a ç ã o n o s mistérios»; e, « c o m o isto seja
oração», n ã o d u v i d a «que lhe d e s c o b r i r á g r a n d e s cousas nela, assi matérias d e
altíssima c o n t e m p l a ç ã o c o m o d e g r a n d e e x e m p l o e e d i f i c a ç ã o para a vida» 2 5 6 .
A c a r i n h a d a pelos p o n t í f i c e s r o m a n o s , a reza d o rosário foi, d e s d e Sisto I V
q u e a a p r o v o u e m 1479, s u c e s s i v a m e n t e e n c o r a j a d a e e n r i q u e c i d a c o m i n d u l -
gências, s o b r e t u d o p o r U r b a n o VIII (1623-1643) e I n o c ê n c i o X V (1676-1689),
seus particulares d e v o t o s . N a b u l a d e Leão X (1513-1525) r e f e r e n t e à d e v o ç ã o
c o n c e d i a m - s e j á certas graças espirituais «para t o d o s os q u e , d e f o r m a i n t e g r a -
da, rezassem u m rosário cada semana», privilégios a u m e n t a d o s , d e resto, p o r
C l e m e n t e V I I I (1523-1534) e P a u l o III (1534-1549) aos q u e o recitassem p o r si
o u p o r o u t r e m . E m P o r t u g a l há t e s t e m u n h o s d e se praticar o e x e r c í c i o d o
rosário j á antes d e 1484, na Igreja d e São D o m i n g o s d e Lisboa, o n d e t a m b é m
se celebrava e m M a i o a Festa das R o s a s , d e v o ç ã o dali espalhada a t o d o o r e i -
n o 2 5 7 . A q u i se p o d e r ã o d e s c o b r i r raízes da p o s t e r i o r t r a n s f o r m a ç ã o religiosa
de M a i o n o mês mariano por excelência, destinado a honrar a V i r g e m Maria,
c o n v e r t e n d o - s e assim n u m o p o r t u n o p r e t e x t o para se sacralizar, c o n f o r m e o
espírito t r i d e n t i n o , u m a n t i q u í s s i m o rito p a g ã o c e l e b r a d o e n t u s i a s t i c a m e n t e
pelos j o v e n s e m t o d a a E u r o p a e p o r São C a r l o s B o r r o m e u , c o m o se v ê n o
s í n o d o local d e 1579, c o m e n e r g i a c o m b a t i d o 2 5 8 . P o r sua vez, os p r e g a d o r e s
d e missões faziam d o rosário e d o t e r ç o , isto é, u m d o s três g r u p o s p o r q u e
a q u e l e era c o n s t i t u í d o , o u e n t ã o da c o r o a , c o n j u n t o d e sete g r u p o s d e u m
p a i - n o s s o , dez a v e - m a r i a s , u m glória, e m l o u v o r das sete alegrias da V i r g e m
Maria, a suas p r i m e i r a s o r a ç õ e s c o m u n i t á r i a s . O f r a d i n h o d o V a r a t o j o , o f r a n -
ciscano Frei A n t ó n i o das C h a g a s , q u a n d o c h e g a v a à terra o n d e ia p r e g a r a
missão, d e p o i s d e l e v a n t a r b e m alto o c r u x i f i x o , «entoava a l a d a i n h a , o u o
terço de Nossa Senhora, a q u e respondiam h o m e n s , mulheres e meninos,
q u e o a c o m p a n h a v a m j á , o u se lhe i a m a g r e g a n d o a d i a n t e e desta sorte, c o -
m o e m procissão, c a m i n h a v a para a Igreja» 2 5 9 . Assim, p o r o n d e passava e l h e
n o t a v a a falta, foi i n t r o d u z i n d o a reza d o t e r ç o , «sem a qual, dizia, n i n g u é m
t e m aberta a p o r t a d o C é u , n e m a g r a d o u a Deus» 2 6 0 . O desfiar das a v e - m a r i a s
— q u e n o rifonário p o p u l a r a p a r e c e c o n s a g r a d o nesse passar as c o n t a s d o r o -
sário — d e u lugar a o a p a r e c i m e n t o d e rosários e terços d e c o n t a s d e m a t e r i a l
diverso, h u m í l i m o e p r e c i o s o , d e s t i n a d o a u s o i n d i v i d u a l e p e r m a n e n t e c o m -
p a n h i a p o r vezes s u s p e n s o d o p e s c o ç o , e q u e a b e n ç ã o d o s a c e r d o t e t o r n a v a
o b j e c t o sagrado, d e particular estima e v e n e r a ç ã o , t i d o c o m o p o s s u i d o r d e
v i r t u d e p r o t e c t o r a e t a u m a t ú r g i c a , c u j o p o d e r a u m e n t a v a q u a n d o t o c a d o nas
vestes e cadáveres d e pessoas d e r e c o n h e c i d a santidade. E r m i t ã e s , p e r e g r i n o s e
v e n d e d o r e s a m b u l a n t e s e s p a l h a v a m - n o s d e terra e m terra c o m o , p o r e x e m -
plo, se d e t e c t a n o caso d o falso D . Sebastião d e P e n a m a c o r , filho d e u m v e n -
d e d o r d e loiça d e A l c o b a ç a e d e s d e a infância e m p r e g a d o e m Lisboa d e u m
c o n f e c c i o n a d o r d e terços. A u t o r i z a d o a usar o h á b i t o d e e r e m i t a , p e r c o r r e u o
país, v i v e n d o d e esmolas e dos t e r ç o s q u e v e n d i a 2 6 1 . A p a r e c i a m e m u l t i p l i c a -
v a m - s e , n a v e r d a d e , sectores artesanais q u e se d e d i c a v a m à c o n f e c ç ã o d e c o n -
tas d e rosário e m a z e v i c h e q u e na E s t r e m a d u r a a b u n d a v a e m jazidas 2 6 2 .
582
RITUAIS E MANIFESTAÇÕES DE CULTO
583
O DEUS DE T O D O S o s DIAS
t u d o se r e g u l a m e n t a n d o , c o m o r t o d o x o r i g o r , « e m t o r n o da o r a ç ã o diária e
semanal, individual o u c o m u n i t á r i a , d o R o s á r i o , da p a r t i c i p a ç ã o d o s c o n f r a -
des nas práticas eucarísticas e na m u l t i p l i c a ç ã o destas c o m finalidades i n t e r c e s -
sórias pelas almas d o P u r g a t ó r i o , na solenização das festas m a r i a n a s da N a t i v i -
d a d e , C o n c e p ç ã o , P u r i f i c a ç ã o e A s s u n ç ã o , na assistência aos s e r m õ e s alusivos,
na e n t o a ç ã o pelos leigos d e cantigas e laudac d e p r o f u n d o significado espiri-
tual» 2 6 4 . C o m o é ó b v i o , os frades da O r d e m d o s P r e g a d o r e s a c a b a r a m p o r t e r
p a r t i c u l a r q u i n h ã o n o e m p e n h a m e n t o h a v i d o n o p r o l i f e r a r desta c o n f r a r i a ,
s o b r e t u d o nas áreas o n d e a sua i m p l a n t a ç ã o se situava. S e g u n d o i n f o r m a Frei
Luís d e Sousa, a p r i m e i r a C o n f r a r i a d o R o s á r i o foi f u n d a d a n o C o n v e n t o d e
São D o m i n g o s d e Lisboa e m 1484, t e n d o - s e a d e v o ç ã o e s p a l h a d o r a p i d a m e n -
te p e l o r e i n o 2 6 5 . N a r e g i ã o d e Leiria, o n d e se erguia o M o s t e i r o d e N o s s a S e -
n h o r a da Vitória, o c o n v e n t o das D o m i n i c a n a s d e Santa A n a acolhia d e s d e
1494 u m a C o n f r a r i a d o R o s á r i o q u e ainda n o i n í c i o d o s é c u l o x x d u r a v a .
O M o s t e i r o d e Santa M a r i a d e C ó s possuía o u t r a q u e agregava as religiosas e
assistentes da casa, clérigos e leigos c o m o irmãos. R e f o r ç a r i a esta d e v o ç ã o a
vitória das forças cristãs c o n t r a o T u r c o O t o m a n o na batalha naval d e L e p a n -
to, a 7 d e O u t u b r o d e 1571, n o t e m p o d e P i o V, q u e c o n c e d e r i a à o r d e m d o -
minicana a permissão de fundar confrarias d o R o s á r i o pelo m u n d o inteiro,
v i n d o a q u e l e dia a t o r n a r - s e na festa litúrgica da S e n h o r a d o R o s á r i o (Santa
M a r i a da Vitória). G r e g ó r i o X I I I , t e n d o e m a t e n ç ã o q u e nas igrejas dos D o -
m i n i c a n o s havia n o p r i m e i r o d o m i n g o d e cada m ê s u m a procissão e m h o n r a
da S e n h o r a d o R o s á r i o , d e c r e t o u q u e n o p r i m e i r o d o m i n g o d e O u t u b r o se
celebrasse a festa d o Santíssimo R o s á r i o . E m P o r t o d e M ó s , a p e d i d o d o p o -
v o e da c â m a r a , os D o m i n i c a n o s f u n d a r a m na Igreja P a r o q u i a l d e Santa M a -
ria, e m 1614, u m a C o n f r a r i a d e Nossa S e n h o r a d o R o s á r i o c o m procissões
p o r fora d o t e m p l o e c o m u m a « i m a g e m d e vulto», n o p r i n c í p i o d e cada m ê s
d e p o i s da missa c a n t a d a da f r a t e r n i d a d e , h a v e n d o s e r m ã o n o s dias d e festa
m a r i a n a p o r c o n t a d o s m o r d o m o s 2 6 6 . D e v e n o t a r - s e , p o r é m , q u e a legalização
d o c u l t o pela instituição da c o n f r a r i a n ã o i m p l i c a q u e a d e v o ç ã o seja b e m
mais r e m o t a c o m o a c o n t e c e , p o r e x e m p l o , na P ó v o a d e V a r z i m e m q u e há,
d e 1638 e 1643, t e s t a m e n t o s c o m legados para u m a festa e missas a N o s s a S e -
n h o r a d o R o s á r i o , d e v o ç ã o a q u i , sem d ú v i d a , d e data a n t e r i o r , s e n d o d e 13
d e M a i o d e 1686 a sua e r e c ç ã o c a n ó n i c a feita p o r Frei P e d r o T o m á s , d o m i n i -
cano residente n o c o n v e n t o d o Porto267. O s prelados diocesanos tiveram
t a m b é m p r e d o m i n a n t e papel n e s t e m o v i m e n t o c o n f r a t e r n a l , pois nas c o n s t i -
t u i ç õ e s sinodais a instituição desta nas p a r ó q u i a s o m b r e a v a c o m a d o Santíssi-
m o S a c r a m e n t o , a p o n t o d e nas visitas pastorais os seus r e p r e s e n t a n t e s s e r e m
a u t o r i t á r i o s j u n t o d o s curas d e almas, para l e v a r e m os fiéis a nela se i n c o r p o -
r a r e m . Assim se explica q u e o visitador na d e s l o c a ç ã o feita a J u n c e i r a ( T o -
mar), e m 1590, o r d e n a s s e ao vigário para e n c o m e n d a r « m u i t o a seus f r e g u e -
ses, a c o n f r a r i a d e nossa s e n h o r a d o rosairo», m a n d a n d o q u e a procissão dela,
p o r c e r t o n o a d r o , seria «no p r i m e i r o d o m i n g o d o m ê s d e O u t u b r o » e n o d e
M a i o se «benzerá as rosas e fara procissão». Mais: «Para além d e d e f i n i r o c a -
l e n d á r i o festivo, a q u e l e eclesiástico especificava ainda os m é t o d o s para a i m -
p l e m e n t a ç ã o da c o n f r a r i a na c o m u n i d a d e local. Para esse efeito, o vigário d e -
veria possuir " o l i v r i n h o d e nossa s e n h o r a d o R o s a i r o p e r a d e c l a r a r os dias
e m q u e os c o n f r a d e s g a n h ã o i n d u l g ê n c i a plenaria e m u i t o s a n n o s d e p e r d a m
e asi pera declarar a l g u n s dos milagres q u e nosa s e n h o r a fez p e r v i r t u d e d e
q u e m l h e r e z o u o rosairo. E p r o c u r a r á c o m o t o d o s seus f r e g u e s e s seriam c o n -
frades desta c o n f r a r i a d e nossa s e n h o r a d o r o s a i r o p e r v i r t u d e da q u a l lhes d a -
rá n o s s o s e n h o r sua graça e os livrara d e p e r i g o s nesta vida e d e p o i s lhe dará
sua gloria".» 2 6 8 Ajustava-se, pois, a p r i m o r neste clima m e n t a l o Livro do Rosai-
ro de Nossa Senhora, d e Frei N i c o l a u Dias, antes m e n c i o n a d o . N o N o r t e , d e
Viana a G u i m a r ã e s até à r e m o t a t e r r i n h a d e A b r e i r o (Mirandela), o n d e desde
antes d e 1581 existia u m a C o n f r a r i a d o R o s á r i o , o q u a d r o neste particular era
i d ê n t i c o a o d o resto d o país, c o n v e r g i n d o n o i n c e n t i v o a essa reza, c o m o se
e n c o n t r a na acta da visitação à M e a d e l a (Viana) d e 1588, dirigida «à Santíssima
M a y d e D e o s p o r c u j a intercessão se n o s c o m u n i c a m t o d o s os b e n s spirituais e
temporaes», de q u e p a r e c e d e d u z i r - s e q u e a confraria deveria existir e m t o -
584
RITUAIS E MANIFESTAÇÕES DE CULTO
das as p a r ó q u i a s d o a r c e b i s p a d o 2 6 9 . N o p e r í o d o d e 1650-1749, e n t r e 7 0 c o n -
frarias havia, na c i d a d e d o P o r t o , n o v e i r m a n d a d e s d o R o s á r i o , r e s p e c t i v a -
m e n t e nas igrejas p a r o q u i a i s d e C a m p a n h ã , C e d o f e i t a , São J o ã o da F o z ,
Massarelos e P a r a n h o s e n o s c o n v e n t o s d e São D o m i n g o s e São Francisco,
e x i s t i n d o n e s t e e e m Massarelos mais o u t r a d e n o m i n a d a C o n f r a r i a d e Nossa
S e n h o r a d o R o s á r i o d o s P r e t o s o u Escravos, se b e m q u e a p r i m e i r a destas a d -
mitisse pessoas brancas 2 7 0 . N o Brasil, a n t e r i o r a o s é c u l o x v i n , havia e m Vila
R i c a (Minas Gerais) u m a Igreja d o R o s á r i o , c o m a respectiva c o n f r a r i a e
b a n d e i r a p r ó p r i a c o m a figura da S e n h o r a pintada 2 7 1 ; na Bahia, sedeada n u m
e n g e n h o , o n d e Vieira p r e g o u e m 1633, existia u m a I r m a n d a d e d e Nossa S e -
n h o r a d o R o s á r i o dos Pretos e outra e m Vila N o v a d e Goiaz; n o arraial d e
Nossa S e n h o r a da C o n c e i ç ã o de Crixaz, e m P e r n a m b u c o , contava-se a dos
H o m e n s Pretos d e Nossa S e n h o r a d o R o s á r i o d o T a m b e e n o R i o de J a n e i r o ,
e m igreja própria, a de Nossa S e n h o r a d o R o s á r i o e São B e n e d i t o dos H o m e n s
Pretos 2 7 2 ; na Africa O r i e n t a l e n c o n t r a m - s e desde o século x v i e x v i i capelas d e
Nossa S e n h o r a d o R o s á r i o tanto e m Sofala, C h i p a n g u r a , ilha d e Q u i r i m b a ,
Beira, T e t e e Sena, esta c o m «imagens m u i t o devotas e curiosas» q u e os frades
d e São D o m i n g o s m a n d a r a m vir da índia»; 110 Indostão, na Capela de Nossa
S e n h o r a d o R o s á r i o de G o a e nas paróquias d e Nossa S e n h o r a d o R o s á r i o d e
C u r c a (Siridão), São T o m é d e M e l i a p o r , T r a n q u e b a r e Palayankotai haveria
p o r c e r t o confrarias c o m o n o m e da padroeira 2 7 3 .
N u m a s o n d a g e m feita p e l o i n v e s t i g a d o r P e d r o P e n t e a d o , q u e e n g l o b o u
u m «universo de mais de 300 i r m a n d a d e s e confrarias espalhadas p o r 106 p a -
róquias» das áreas geográficas d e Gaia, F u n d ã o , A l c o b a ç a e Lisboa, verifica-se
q u e , cerca d e 1758, a p e r c e n t a g e m d e marianas e t e o c ê n t r i c a s e q u i v a l e m - s e ,
o u quase, e m terra a l c o b a c e n s e e lisbonense, s e n d o a daquelas s u p e r i o r à d e s -
tas; j á n u m c o t e j o mais d i s c r i m i n a d o e n t r e as d o R o s á r i o e d o Santíssimo S a -
c r a m e n t o n o t a - s e q u e só e m A l c o b a ç a as p r i m e i r a s e x c e d e m as segundas,
m a n t e n d o - s e e m ligeiro desnível e m Gaia e c o m a c e n t u a d a d i f e r e n ç a n o
F u n d ã o e Lisboa d e q u e s a e m e m v a n t a g e m as segundas 2 7 4 .
D e v o ç ã o d o rosário e p a t r i o t i s m o e s t i v e r a m t a m b é m u n i d o s , n o p e r í o d o
d o d o m í n i o filipino, n ã o f a l t a n d o p r o v a s a atestá-lo. Assim, o d o m i n i c a n o
F e r n ã o H o m e m d e F i g u e i r e d o , a u t o r da Resorreiçam dc Portugal, n o c a p í t u l o
« D o M y s t e r i o s o P r o n o s t i c o da d e v o ç ã o sanctissima d o R o s a i r o » , diz h a v e r si-
d o o p r o v i n c i a l d o s D o m í n i c o s e m 1638, Frei J o ã o d e V a s c o n c e l o s , d o c o n s e -
l h o - g e r a l da I n q u i s i ç ã o e p r e g a d o r régio, q u e m o r d e n o u a reza d o t e r ç o e m
c o r o p o r religiosos e seculares, t e n d o para si «que foi p o d e r o z o m e i o e c a m i -
n h o cativo, t r a b a l h a d o e afligido; u z u r p a d o a seu l e g i t i m o S e n h o r , a q u e m
D e o s o j e o t e m restituído» 2 7 5 . C o n t a o m e s m o religioso q u e , ao a c o m p a n h a r
o m a r q u ê s d e Cascais, D . Á l v a r o Pires d e C a s t r o , e m missão d i p l o m á t i c a a
F r a n ç a e m 1644, d u r a n t e a v i a g e m , à n o i t e t o d o s r e z a v a m d e j o e l h o s o r o s á -
rio e, t e n d o - s e d e s e n c a d e a d o u m a g r a n d e t e m p e s t a d e , o fidalgo fez u m v o t o
à S e n h o r a d o R o s á r i o , d e q u e m era m u i t o d e v o t o , q u e , se amainasse a p r o -
cela, «lhe p r o m e t i a de t o d o s os p r i m e i r o s D o m i n g o s d e cada m e z e m q u a n t o
durasse a E m b a i x a d a , fazer h ü a festa pública» 2 7 6 .
A p a r e n é t i c a da é p o c a ligada a esta d e v o ç ã o insere, para a l é m d e o u t r o s , a
figura c i m e i r a d o p a d r e A n t ó n i o Vieira c o m a t r i n t e n a d e s e r m õ e s ascéticos e
p a n e g í r i c o s , designada Maria rosa mística — rosa n a t u r a l q u e é a q u e d e u o
n o m e ao rosário e rosa mística «que é a V i r g e m S e n h o r a Nossa, q u e d o m e s -
m o R o s á r i o t o m o u o s o b r e n o m e » . O s dois p r i m e i r o s são u m a explicação d o
p a d r e - n o s s o e da a v e - m a r i a , c o n s t i t u i n d o o c o n j u n t o , para S e r a f i m Leite,
«uma vida d e N o s s a S e n h o r a e u m d e s e n v o l v i d o t r a t a d o d e T e o l o g i a M a r i a -
na» 2 7 7 . P u b l i c o u - o s o o r a d o r j e s u í t a para satisfazer u m v o t o , aliás r e p e t i d o , à
S e n h o r a d o R o s á r i o d e o h a v e r l i v r a d o d o s graves p e r i g o s p o r q u e passou.
O d é c i m o q u a r t o q u e , ainda n ã o s a c e r d o t e , p r o n u n c i o u , e m 1633, n u m e n g e -
n h o b a i a n o , a c o n v i t e d e u m a I r m a n d a d e d o R o s á r i o dos Pretos, c o n t é m
u m a hábil a p o l o g i a da d e v o ç ã o prestada à sua p a t r o n a p o r n e g r o s e u m a i m -
p r e s s i o n a n t e descrição d o t r a b a l h o escravo n o s e n g e n h o s d e c a n a - d e - a ç ú c a r .
A v u l s o s c o r r e r a m mais três s e r m õ e s p r e g a d o s n o c o n t i n e n t e : o d o egresso
i n a c i a n o D o u t o r J e r ó n i m o R i b e i r o d e C a r v a l h o , n o dia da Festa d o R o s á r i o ,
585
O DEUS D E T O D O S OS DIAS
586
R I T U A I S E MANIFESTAÇÕES D E CULTO
O E S T U D O D O D E S E N V O L V I M E N T O DA C R E N Ç A N O P U R G A T Ó R I O , a p a r t i r do A crença no Purgatório:
s é c u l o xiii, l e v o u J a c q u e s Le G o f F a d e t e c t a r esse c r e s c e n t e a p e l o d o s vivos
os sujirágios e a devoção
e m f a v o r dos m o r t o s t r a d u z i d o na c e l e b r a ç ã o d e sufrágios. A q u i t e m o sacrifí-
c i o eucarístico, d e s d e S a n t o A g o s t i n h o a São G r e g ó r i o M a g n o , u m lugar p r i - às Almas
v i l e g i a d o , o q u e explica esse n ú m e r o e s p a n t o s o d e missas p e d i d a s n o s testa-
m e n t o s a p a r t i r da s e g u n d a m e t a d e d o s é c u l o x i v q u e J a c q u e s ChifFoleau
d e s i g n o u na expressão feliz d e contabilidade do além2S0, A o s séculos x i v e x v
r e m o n t a a e x p a n s ã o das o r a ç õ e s d e São G r e g ó r i o , q u e e r a m sete b r e v e s p r e -
ces, q u e a c o m p a n h a d a s d e o u t r o s tantos pater e ave, i n d u l g e n c i a d a s c o m m i -
lhares, m e s m o 4 6 0 0 0 ! , d e a n o s d e p e r d ã o n o P u r g a t ó r i o , q u a n d o d i a n t e d e
u m Cristo da Piedade, í c o n e ao t e m p o d e g r a n d e d e v o ç ã o , f o s s e m rezadas 2 8 1 .
As c h a m a d a s «missas d e São G r e g ó r i o » , d e q u e se d i v u l g a m , a p a r t i r d e Q u a -
t r o c e n t o s , estampas d e artistas p o p u l a r e s e e r u d i t o s , v e n d i d a s pelas terras, fi-
g u r a m o d i t o p a p a a c e l e b r a r missa c o m a assistência d e cardeais, bispos, c a v a -
587
O DEUS DE TODOS OS DIAS
588
R I T U A I S E MANIFESTAÇÕES D E CULTO
O q u e s o b r e t u d o , p o r é m , c o n c o r r e u para d i f u n d i - l o f o r a m , c o n j u n t a -
m e n t e c o m as confrarias d o Escapulário d o C a r m o , as n u m e r o s í s s i m a s c o n f r a -
rias das A l m a s q u e a R e f o r m a t r i d e n t i n a , a p a r t i r d o s finais d o s é c u l o x v i , fez
surgir p o r t o d o o l a d o m e r c ê d o particular e m p e n h o d e carmelitas, f r a n c i s c a -
nos, jesuítas, d o m i n i c a n o s , a g o s t i n h o s , e das c o n s t i t u i ç õ e s d o s bispados q u e as
t o r n a v a m obrigatórias, p o n d o a t ó n i c a nas o r a ç õ e s e sufrágios d e missas e o f í -
cios pelos d e f u n t o s 2 9 5 . As esmolas r e v e r t i a m t a m b é m para os p o b r e s q u e a es-
tes assistiam e a c o m p a n h a v a m o f é r e t r o , e só d e p o i s c h e g a r a m às obras d e fi-
lantropia, q u a n d o a secularização timidamente progrediu e ganhou
a u t o n o m i a e m espaço p r ó p r i o paralelo ao das Misericórdias. A fé i m p r e g n a v a
a vida e a felicidade e t e r n a era o q u e se almejava para além d o t e r r e n a l trânsi-
to. O s b e n s t e m p o r a i s , perecíveis e e n g a n a d o r e s , se n ã o p o d i a m ser levados
para o o u t r o m u n d o , serviam ao m e n o s para assegurá-lo. O discurso eclesiás-
tico, e m q u e a p r e g a ç ã o e a c a t e q u e s e insistiam j u n t o d e sábios e i g n o r a n t e s ,
n ã o fazia mais d o q u e r e c o r d a r e parafrasear as a d v e r t ê n c i a s evangélicas: q u e
i m p o r t a g a n h a r o m u n d o i n t e i r o , se a alma se vier a p e r d e r ; q u e o u t r a coisa
diz a parábola d o f e i t o r infiel aos filhos da luz se n ã o q u e i m p o r t a assegurar a
salvação m e s m o c o m b e n s da i n i q u i d a d e . C o m p r e e n d e - s e assim q u e as r i q u e -
zas f o s s e m t r a n s f o r m a d a s e m «bens d e alma» e as últimas v o n t a d e s d o s vivos
se t r a d u z i s s e m e m t e s t a m e n t o , c o m força j u r í d i c a , q u e p o r lei e c o n s c i ê n c i a
era i m p e r i o s o c u m p r i r , p o r q u a n t o os fiéis d e D e u s p e n a v a m nesse lugar d e
e x p i a ç ã o . L e m b r a - o D . Frei A m a d o r Arrais, p r e c i s a m e n t e n o s t e m p o s t r i d e n -
tinos q u e lhe r e a f i r m a r a m a existência, n o d i á l o g o e n t r e o c r e n t e e n f e r m o e o
são: « H ú a a m i z a d e vos p e ç o S a l o n i o , & h e q u e c o m m u i t a b r e v i d a d e c u m -
praes este m e u t e s t a m e n t o ; p o r q u e t e m o g r a n d e m e n t e aquellas p e n a s d o P u r -
g a t ó r i o . [...] & d o excesso, q u e o seu f o g o faz ao nosso e m calor, & a c t i v i d a -
de, t e n h o lido cousas q u e m e f a z e m pasmar.» A o q u e o s e g u n d o r e s p o n d e :
« D e o s t o d o m i s e r i c o r d i o s o n ã o sofre m u i t o t e m p o a ausência d e seus a m i g o s ;
& p o r t a n t o o r d e n o u , q u e os t o r m e n t o s d o P u r g a t o r i o f o s s e m intensíssimos,
589
O DEUS DE TODOS OS DIAS
590
RITUAIS E MANIFESTAÇÕES DE CULTO
C o n s i s t e o p i e d o s o e p o p u l a r c o s t u m e da e m e n t a ç ã o o u e n c o m e n d a ç ã o
das almas, mais c o m u m n o t e m p o q u a r e s m a l e da P a i x ã o , n u m c o n v i t e , e m
alta v o z o u c a n t a d o , à o r a ç ã o pelas almas d o P u r g a t ó r i o e pela c o n v e r s ã o dos
p e c a d o r e s . As duas i n t e n ç õ e s e n c o n t r a m - s e p r e s e n t e s na liturgia da missa q u e ,
p o r e x e m p l o , as Constituições do Arcebispado de Braga de 1537 m a n d a m os p á r o -
cos j u n t á - l a s às orações pelos trabalhadores e pelos f r u t o s da terra e d o m a r ,
e n q u a n t o as d o P o r t o de 1541 o r d e n a m q u e se r o g u e «poios q u e estam e m p e c -
c a d o m o r t a l y e m as penas de p u r g a t ó r i o q u e deos os tire disso» 306 . M e r g u -
l h a n d o e m r e m o t a s crenças, c o m u n s de n o r t e a sul, alimentadas pelas confrarias
das Almas, as i r m a n d a d e s da Misericórdia, ao m e n o s até ao C e n t r o d o país,
d i s p u n h a m de u m a n d a d o r o u c a m p e i r o c o m a o b r i g a ç ã o de tocar a c a m p a i -
n h a pelos lugares d o p o v o a d o , n o r m a l m e n t e às quartas e sextas-feiras, a l e m -
brar a o r a ç ã o pelas almas. E m 1574, a M i s e r i c ó r d i a d e G u i m a r ã e s pagava ao seu
e, na freguesia de A g u i a r de Sousa, c o n c e l h o d e Penafiel, o ferreiro A f o n s o
B a r b u z , falecido e m 1579, q u e i n t r o d u z i u na terra o p i e d o s o c o s t u m e m a n t i d o
p o r seus filhos, é r e c o r d a d o n o Agiológio lusitano de J o r g e C a r d o s o , n u m halo
de maravilhoso, a levantar-se d e m a d r u g a d a e m cada sexta-feira, a f i m d e l a n -
çar água b e n t a nos cemitérios, s e n d o «fama c o n s t a n t e , q u e os d e f u n t o s se le-
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RITUAIS E MANIFESTAÇÕES DE CULTO
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O DEUS DE TODOS os DIAS
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RITUAIS E MANIFESTAÇÕES DE CULTO
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O DEUS DE TODOS OS DIAS
NOTAS
1
MÁRTIRES - Catecismo, p. 105.
2
Ibidem.
3
SYNODICON Hispanum, vol. 2, p. 127.
4
Ibidem, p. 179-180.
5
Ibidem, p. 180-182.
6
Ibidem, p. 239.
7
Ibidem, p. 180-182, 403-405, 440-441.
8
HÄRING - A lei de Cristo, vol. 2, p. 443 e 449.
9
MONTEIRO - Manual de direito ecclesiastico, p. 345.
111
SYNODICON - Hispanum, vol. 2, p. 185-186.
11
PEREIRA - Visitações de Santiago, 1967-1969, p. 140.
12
PEREIRA - Visitações de Sintra, 1978, p. 168, 179, 184, 196.
13
Ibidem, p. 210.
14
SYNODICON Hispanum, vol. 2, p. 240-241.
13
DIAS - Correntes, vol. 1, p. 192.
16
SYNODICON Hispanum, v o l . 2, p . 101.
17
Ibidem, p. 237.
18
Cf. PEREIRA - Visitações de Santiago, 1967-1969, p. 205-206.
19
PEREIRA — Visitações paroquiais, 1992, p. 340.
2
" SOARES — A arquidiocese de Braga, p. 530.
21
MONTEIRO - Manual de direito ecclesiastico, p. 348-349.
22
SYNODICON Hispanum, v o l . 2, p . 1 0 6 .
23
MONTEIRO - Manual de direito ecclesiastico, p. 394-403.
24
SYNODICON Hispanum, v o l . 2, p . 361.
25
MONTEIRO - Manual de direito ecclesiastico, p. 406.
2,1
ANSELMO - Bibliografia, n.° 496.
27
Ibidem, p. 106.
28
PEREIRA - Visitações de Sintra, 1978, p. 185.
29
Ibidem, p. 180.
311
CONSTITUIÇÕES do bispado do Algarve, L. 2, c. 1.
31
MÁRTIRES - Catecismo, p. m .
32
SOARES - A arquidiocese de Braga, p. 530.
33
PEREIRA - Visitações de Santiago, 1967-1969, p. 143.
34
PEREIRA - Visitas paroquiais, 1992, p. 324.
35
SYNODICON Hispanum, v o l . 2, p . 8 4 .
36
PEREIRA - Visitações de Santiago, 1967-1969, p. 205.
37
PEREIRA - Visitas paroquiais, 1992, p. 336 e 343.
38
MÁRTIRES - Catecismo, p. 110.
39
SOARES - A arquidiocese de Braga, p. 568, 570-571.
40
Ibidem, p. 106.
41
CONSTITUIÇÕES dos bispados da Guarda, L. 1, t. 2, c. 1; CONSTITUIÇÕES dos bispados do Algarve,
L. i, c. 14.
42
MONTEIRO - Manual de direito ecclesiastico, p. 435.
43
COSTA - História da cidade, vol. 5, p. 69.
44
Ibidem, p. 344.
45
Ibidem, p. 343.
4,1
Ibidem, p. 344.
596
RITUAIS E MANIFESTAÇÕES DE CULTO
47
HÀRING - A lei de Cristo, vol. 2, p. 479-483.
48
Ibidem, p. 106.
49
SYNODICON Hispanum, vol. 2, p. 127-130 e 239-240.
50
PEREIRA - Visitas paroquiais, 1992, p. 336.
51
COSTA - História da cidade, vol. 5, p. 489-490.
52
CONSTITUIÇÕES do bispado de Coimbra, 1731, t. 12, n." 7, § 2.
53
SOARES — A arquidiocese de Braga, p. 123.
54
SYNODICON Hispanum, vol. 2, p. 394-395.
55
SOARES — A arquidiocese de Braga, p. 622-625.
56
Ibidem, p. 628.
57
IDEM - C o s t u m e s , vol. 3, p. 253-284.
58
Ibidem, p. 270.
59
Ibidem, p. 271.
60
Ibidem, p. 272.
61
LA CONTRE-REFORME: u n e f o r m e de m o d e r n i s a t i o n ? P r o l é g o m è n e s à u n e t h é o r i e du t e m p s
des confessions. In REINHARD — Papauté, p. 160.
(2
' Ibidem, p. 161.
63
LES CONCILES oecuméniques, t. 11-2, 1394-1397, 1430-1451, 1530-1543.
64
ALCOCHETE - R e g i s t o Paroquial, p. 560-562; FERREIRA - A i n t r o d u ç ã o dos registos,
p. 893-910.
65
CÒSTITUIÇÒES sinodaes do bispado do Porto, 1541, fl.6-6 v. O s casamentos t a m b é m são omissos
nas Constituições de Lisboa d o S í n o d o de 1536.
66
LES CONCILES oecuméniques, p. 1537 e 1539.
67
COSTA — O registo paroquial, p. 11.
68
Apud BETHENCOURT - As visitas pastorais, p. 115, 116, 117 r e s p e c t i v a m e n t e .
69
S o b r e as realidades da subsistência d o clero secular cf. DIAS - Correntes, vol. 1, p. 38-47,
vol. 2, p. 476-482.
711
CONSTITUIÇOENS do arcebispado de Lixboa, 1537, il. 1 [Sínodo de 1536].
71
CASTRO - Portugal no Concílio, vol. 5, p. 449-453.
72
CONSTITUIÇÔEES qve fez lio senhor Dom Diogo de Sovsa B/is/po do Porto, p. 101 [Sínodo de
1496],
73
CoNSTlTVlçÒES synodaes do bispado de Miranda, 1565, fl. 26 [Sínodo de 1563J.
74
ALMEIDA - História da Igreja, 2.' ed., 1968, vol. 2, p. 564.
75
ORDENAÇÕES Filipinas, p. 1247.
76
CONSTITUIÇOENS do arcebispado de Lixboa, 1537, fl. 1 v.
77
CONSTITVIÇÕES synodaes do bispado de Coimbra, 1591, fl. 4 v.
78
CONSTITUIÇÔEES qve fez ho senhor Dom Diogo de Sovsa B[is]po do Porto, [Sínodo de 1496],
p. 89; CONSTITUIÇOENS do arcebispado de Lixboa, 1537 [Sínodo de 1536], fl. 1; CONSTITVIÇÕES syno-
daes do bispado de Coimbra, 1591, fl. 1.
79
CONSTITVIÇÕES synodaes do bispado de Coimbra, 1591, fl. 1 v.
80
CONSTITVIÇÕES synodaes do bispado de Miranda, 1565, fl. 28 v [Sínodo de 1563].
81
RESENDE - Crónica de D.João II, p. 132. TAVARES - Os judeus cm Portugal, vol. 1. p. 438-439.
82
SOUSA - História genealógica, t. 8, p. 205-Z06.
83
MENEZES - D i á r i o d o 4. 0 c o n d e da Ericeira, t. 1, p. 96.
84
CONSTITVIÇÕES synodaes do bispado de Visev, 1684, p. 19 [Sínodo d e 1681].
85
CONSTITUIÇOENS do Arcebispado de Lixboa, 1537, fl. 1 v.
86
CONSTITVIÇÕES synodaes do arcebispado de Lisboa, 1656, p. Z7 [Sínodo d e 1640].
87
CONSTITVIÇOENS synodaes do bispado de Leiria, 1601, fl. 4V.
88
CONSTITVIÇÕES synodaes do bispado de Miranda, 1565, fl. 30 v [Sínodo de 1563].
89
CONSTITUIÇÕES sinodais de D. Frei Amador Arrais, 1589, p. 17.
911
DELUMEAU — Le péché, p. zii, Z14.
91
DOCUMENTOS históricos da cidade de Évora, p. 354.
92
CONSTITUIÇÔEES qve fez ho senhor Dom Diogo de Sovsa B[is]po do Porto, p. 97.
93
«Le territoire d u confesseur» é o titulo d o capítulo 7 d o seu trabalho, j á citado, Le péché et
la peur, p. Z36-272.
94
DELUMEAU - Le péché, p. 236-264.
95
Ibidem, p. 265-272.
96
Ibidem, p. 268.
97
VIEIRA - S e r m ã o da degolação, p. 240-241.
98
FARDILHA — Maria Madalena, p. 15-16. A primeira e d i ç ã o deste diálogo da Imagem, na sua
segunda parte, é de 1562. A e d i ç ã o citada é a de M . Alves C o r r e i a , Lisboa: Sá da Costa, 1940,
vol. 2, p. 159.
99
DELUMEAU - Le péché, p. 269.
100
CONSTITUIÇÕES sinodais de D. Frei Amador Arrais, 1589, p. 172.
101
C f . CONSTITUIÇÔEES qve fez ho senhor Dom Diogo de Sovsa Blisjpo do Porto, p. 66; CONSTIT-
VIÇÕES synodaes do bispado de Miranda, 1565, p. 34 v.; CONSTITUIÇÕES sinodais de D. Frei Amador Ar-
rais, 1589, p. 22.
102
CONSTITUIÇÕES sinodais de D. Frei Amador Arrais, 1589, p. 25.
,03
CONSTITUIÇÔEES qve fez ho senhor Dom Diogo de Sovsa B[is]po do Porto, p. 66.
104
RODRIGUES - Para o e s t u d o dos róis de confessados, p. 79-105.
105
DELUMEAU - Le catholicisme, 2.' ed., p. 113.
106 F e r n a n d e s - As artes da confissão, p. 11.
107
FERNANDES - D o m a n u a l de confessores, p. 56-58; cf. IDEM - « R e l a ç ã o c r o n o l ó g i c a dos
confessionais e m a n u a i s de confessores d o séc. xvi e m Portugal». As artes da Confissão, p. 30-34.
108
CONSTITVIÇÕES synodaes do bispado de Miranda, 1565, fl. 40.
597
O D E U S DE TODOS OS DIAS
109
CONSTITUIÇÒEES qve fez lio senhor Dom Diogo de Sovsa B[is]po do Porto, p. 96-105.
1,0
GOUVEIA - O bispo d o Tratado, p. 55-70; PLONGERON - Charles, p. 493-525; ROLO - L'eve-
que.
111
MÁRTITRES - Catecismo, p. 57.
112
Ibidem, p. 77-78, 127-133 e 134.
113
Ibidem, p. 143.
114
Ibidem, p. 154-155.
115
FERNANDES - artes da confissão, p. 10.
116
CoNSTiTViçÒES synodaes do bispado de Miranda, 1565, fl. 35 v-36.
117
apud B e t h e n c o u r t - As visitas pastorais, p. 100.
118
ALEJANDRE - El veneno, p. 8.
119
MONCADA - Mística, p. 330-367.
120
TORRES - U m a longa guerra social, p. 59-70.
121
COELHO - A Inquisição, vol. 1, p. 270.
122
FERNANDES - Espelhos, p. 259.
123
CONSTITVIÇÕES synodaes do bispado de Visev, 1684, p. n o .
124
Ibidem, p. 110-111.
125
LES PARENTÉS fictives.
126
SOT — A génese, p. 221.
127
DELUMEAU - Le péché, p. 475-497.
128
ARRAIS - Diálogos, 1.' ed., p. 267-268.
129
SANTOS - E n t r e a «doutrina», p. 161-172.
130
MÁRTIRES - Catecismo, p. 143.
131
CoNSTiTViçÒES synodaes do bispado de Visev, 1684, p. 81.
132
MENDES - A oratória barroca, p. 550, 556. VIEIRA - Sermões, t. 5, p. 27-35, 37"54-
133
VIEIRA - Sermões, t. 5, p. 41.
134
MARQUES - Lisboa religiosa, p. 149-150.
135
SYNODICON Hispanum, vol. 2, p. 103-105.
136
Ibidem, p. 160.
137
Ibidem, p. 52.
138
Ibidem, p. 56.
139
DIAS - Correntes, p. 370.
140
Ibidem.
141
COSTA - A Santíssima Eucaristia, p. 212.
142
Ibidem, p. 213.
143
DIAS - Correntes, t. 2, p. 594-595.
144
Ibidem, p. 605 e 610.
145
Ibidem, p. 657.
146
Ibidem, p. 34.
147
MÁRTIRES - Catecismo, p. 149.
148
COSTA - A Santíssima Eucaristia, p. 208.
149
Ibidem, p. 214.
150
RODRIGUES - História da Companhia, vol. 1, p. 425.
151
MARQUES - A parenética portuguesa, p. 252, n. 145.
1,2
Ibidem, p. 214.
153
MONTEIRO - Manual de direito ecclesiastico, p. 87.
154
COSTA — A Santíssima Eucaristia, p. 215.
155
RICARD - Études, p. 265-266.
156 MONTEIRO — Manual de direito ecclesiastico, p. 97-98.
157
RICARD - Études, p. 265-266.
158
Ibidem, p. 385.
159
COSTA - A Santíssima Eucaristia, p. 216.
160
MONTEIRO - Manual de direito ecclesiastico, p. 92 e 94.
161
COSTA - A Santíssima Eucaristia, p. 216.
162
MONTEIRO - Manual de direito ecclesiastico, p. 97-98.
163
Ibidem, p. 100-105.
"' 4 COSTA - A Santíssima Eucaristia, p. 215.
165
Ibidem, p. 230.
166
Ibidem, p. 232.
167
Ibidem, p. 216-217.
168
CONSTITUIÇÕES do bispado do Algarve, L. 1, c. 48.
169
MONTEIRO - Manual de direito ecclesiastico, p. 142, 145, 150, 159-160.
170
COSTA - A Santíssima Eucaristia, p. 218.
171
DELUMEAU - Le catholicisme, p. 50.
172
COSTA - A Santíssima Eucaristia, p. 219.
173
Ibidem, p. 219-222.
174
GENRO - Festa do Corpo, p. 52-77.
175
Veja-se, a p r o p ó s i t o , o r e g i m e n t o da câmara de C o i m b r a d o p r i m e i r o quartel d o século
xvi, in ALMEIDA - História da Igreja, vol. 2, p. 559-561. R e f i r a - s e , ainda, q u e havia, nas terras p r i n -
cipais, a obrigação de as autoridades se i n c o r p o r a r e m nas procissões q u e , só e m Lisboa, na era
m o d e r n a , ascendiam, de J a n e i r o a D e z e m b r o , a d e z o i t o (Ibidem, p. 554).
176
SYNODICON Hispanum, vol. 2, p. 108.
177
GENRO - Festa do Corpo, p. 60.
178
COSTA - A Santíssima Eucaristia, p. 224.
179
GENRO - Festa do Corpo, p. 65.
598
RITUAIS E MANIFESTAÇÕES DE CULTO
180
MARTINS - Trono Eucarístico, p. 22-23.
181
Ibidem, p. 2 4 .
182
Ibidem, p. 25.
183
NICCOLI - La Vila Religiosa, p. 1 7 4 - 1 7 5 .
184
MARTINS - Trono Eucarístico, p. 27.
185
Ibidem, p. 2 8 .
186
Ibidem, p. 2 8 - 2 9 .
187
GENRO - O lausperetie, p. 16, 25-26.
188
FERREIRA - O lausperetie, fastos episcopais, v o l . 3, p. 2 3 9 - 2 4 0 .
189
GENRO - O lausperetie, p. 51.
190
MARTINS - Trono Eucarístico, p. 29.
191
GENRO - O lausperetie, p. 51.
192
COSTA - A Santíssima Eucaristia, p. 228.
193
MARQUES - A parenética portuguesa, v o l . 1, p. 105-112.
194
MARTINS - Trono Eucarístico, p. 2 6 - 3 2 , 54-55.
195
BARREIROS - Egrejas e Capelas, p. 6 2 .
196
COSTA - A Santíssima Eucaristia, p. 225.
197
Ibidem, p. 2 2 6 .
198
COSTA - Irmandades e confrarias, p. 38.
199
SOARES - A arquidiocese de Braga, p. 3 7 3 e 559.
200
COSTA - A Santíssima Eucaristia, p. 227-228.
201
GENRO - O lausperetie, p. 3 4 - 3 6 .
202
M A R Q U E S - A parenética portuguesa, v o l . 1, p. 253.
2113
G E N R O - O lausperetie, p. 3 6 - 3 7 .
204
SOARES - A arquidiocese de Braga, p. 561.
2115
RICARD - Etudes, p. 2 1 7 .
2N<
' DIAS - Correntes, v o l . 1, p. 4 4 7 .
207
C f . ANTOLOGIA de espirituais portugueses, p. 9 8 , 1 2 9 , 3 3 6 , 3 8 7 ss.
21,8
M A R T I N S - Da literatura, p. 4 0 0 - 4 0 1 .
209
CARVALHO - Evolução na evocação, p. 13-14 e 2 2 - 2 3 .
2111
R O D R I G U E S - História da Companhia, t. 2, v . I, p. 4 2 6 .
211
RIBEIRO - Os Terceiros Franciscanos, p. 105.
212
EXPOSIÇÃO de Cristos, p. 1 n / n .
213
Ibidem, p. 2 n / n .
214
Ibidem, «Catálogo» com 117 espécimes.
213
A F O N S O - Religião popular, p. 1 9 3 - 2 0 7 .
2
" ' GALHOZ - Romanceiro popular, v o l . 2, p. 6 1 7 - 6 6 7 .
2.7
V e r GONÇALVES - Breve ensaio, p. 10-15.
2.8
COUTO - Origem das procissões, p. 1 8 9 - 1 9 6 .
219
PORTUGAL nos séculos xvii e xvui, p. 35.
22,1
SERRÃO - Estudos de pintura, p. 4 2 .
221
Ibidem, p. 1 2 9 .
222
Ibidem, p. 325.
223
Ibidem, p. 1 4 5 - 1 4 6 e 153.
224
Ibidem, p. 1 9 7 .
225
Ibidem, p. 192, 195, 2 1 4 , 2 2 7 , 233, 319, 325.
226
SOBRAL - Bento Coelho, p. 2 5 6 .
227
Ibidem, p. 2 5 8 .
228
Ibidem, p. 3 4 0 .
229
Ibidem, p. 351-354.
230
Ibidem, p. 2 2 6 .
231
Ibidem, p. 3 4 6 - 3 4 8 .
232
Ibidem, p. 3 6 2 .
233
M Â L E - L'Art religieux, 2 , p. 1 6 0 .
234
MOREIRA - Uma Via Cureis, p. 75.
235
C O S T A - Corografia Portugueza, v o l . i, 2. A ed., p. 155.
236
ALMEIDA - Em torno, p. 7 3 .
237
Ibidem, p. 7 2 - 7 3 .
238
VASCONCELOS - Contributo, p. 1 8 - 2 2 .
239
ESPANCA - Inventário, v o l . 9 , p. 9 0 .
240
Cit. por ALMEIDA - Em torno, p. 6 9 .
241
PEREIRA - 13om Jesus do Monte, p. 9 3 - 9 6 .
242
CARDOSO - Agiológio, v o l . 2 , p. 4 0 8 .
243
MACHADO - Biblioteca, v o l . 2 , p. 54.
244
GODINHO - Vida, virtudes, p. 157.
245
MOREIRA - Uma Via Crucis, p. 76.
24,1
Ibidem, p. 7 6 .
247
Ibidem, p. 7 8 - 7 9 .
248
MARQUES - As confrarias da Paixão, p. 453-458.
249
Ibidem, p. 4 5 8 .
2511
Ibidem, p. 4 4 9 e 477-480.
251
Ibidem, p. 4 6 3 e 4 6 8 .
252
NICCOLI - La Vita Religiosa, p. 1 7 2 e 199-200.
253
D I A S - Correntes, v o l . i, p. 4 4 6 ; v o l . 2, p. 6 1 8 .
254
N I C C O L I - La Vita Religiosa, p. 1 7 9 .
599
O DEUS DE TODOS OS DIAS
255
ROLO - Nota prévia.
256
Ibidem, p. 8 n. n.
257
GOMES - Notas e documentos, p. 102.
258
N I C C O L I - La Vita Religiosa, p. 180-181.
259
G O D I N H O - Vida, virtudes, p. 89-90.
260
Ibidem, p. 3 2 9 .
261
ANTAS - Os falsos, p. 83.
' GOMES - Notas e documentos, p. 101.
2Í 2
329
Ibidem, p. 31-32.
330
Ibidem, p . 32.
331
Ibidem, p . 33.
332
Ibidem, p . 35.
333
CARDOSO - Agiológio, p. 408.
334
Ibidem, p. 2 7 .
335
GONÇALVES - O «privilégio sabatino» na arte alentejana, p . 3.
336
MACHADO - Bibliotheca, v o l . 3, p . 54.
337
SILVA - Diccionário, v o l . 2, p. 394-396.
601
àmm
Oração e devoções
João Francisco Marques
A PRIVATIZAÇÃO DA ORAÇÃO:
VOCALE MENTAL
A DESVALORIZAÇÃO DA ORAÇÃO VOCAL, a s p e c t o s o p o r a t i v a m e n t e i n c u l c a d o
pela devotio moderna, revestia-se, p o r é m , d u m c o n t í n u o a p e l o à elevação c o n s -
t a n t e da alma para D e u s q u e para D . B e a t r i z de V i l h e n a , c o n d e s s a d o V i m i o -
so e religiosa a u g u s t i n i a n a , era o «coração de t o d a a vida espiritual» 1 . N a v e r -
d a d e , T a u l e r o r e m e t e - a para lugar s e c u n d á r i o e o P s e u d o t a u l e r o a c e n t u a - l h e
o a s p e c t o m e c â n i c o c o n d u c e n t e ã falta d e a t e n ç ã o q u e J o r g e B u c h a n a n t a n t o
c e n s u r a n o s q u e r e z a m 2 . M e i o p o b r e , c o n s i d e r a v a m - n a os c o r i f e u s da r e f o r -
m a da espiritualidade, e, para Frei Luís d e G r a n a d a , o r a ç ã o era f u n d a m e n t a l -
m e n t e m e n t a l 3 . N o c í r c u l o das d e v o t a s de Lisboa d o s m e a d o s de Q u i n h e n t o s ,
ligadas a a g o s t i n h o s e jesuítas, Isabel F e r n a n d e s confessava q u e , se recitava^ a
a v e - m a r i a e o p a d r e - n o s s o , f a z i a - o «p se n a m e s c a n d a l i z a r e m delia os q a n ã o
u y r e m rrezar». N o d e M o n t i j o , e m q u e p o n t i f i c a v a a b e a t a , idosa e n e v r ó t i c a ,
M a r i a d e S e r p a , a t r i b u í a - s e - l h e a o p i n i ã o de q u e a o r a ç ã o v o c a l , se «boa para
os principiantes», n ã o assim a a c h a v a para os d e m a i o r p r o g r e s s o na v i d a espi-
ritual, p o i s «que n ã o h e r a necessário mais rezar p o r q u e D s uia os coraçois e q
D s n ã o t i n h a necessidade d e lingoas s e n ã o d e coraçois» 4 . A o s d e A l m a d a , na
m a i o r i a m u l h e r e s q u e se r e u n i a m e m casa d e Sousa T a v a r e s , p r e s t i g i a d o a u t o r
m í s t i c o , ensinava Frei F r a n c i s c o da P o r c i ú n c u l a «a o r a ç ã o d e r e c o l h i m e n t o , a
o r a ç ã o efectiva, s e m i m a g e n s n e m figuras», c u j a t e o r i z a ç ã o se devia a O s s u n a ,
a partir dos escritos dos místicos d o N o r t e , e o f r a n c i s c a n o a c o n s e l h a v a , p o r
p r o v e i t o s a aos p r i n c i p i a n t e s , a m e d i t a ç ã o dos mistérios da P a i x ã o d e C r i s t o 3 .
T o d o s , e n f i m , c o m u n g a v a m das ideias d o italiano S e r a f i n o d e F e r m o para
q u e m «a o r a ç ã o v o c a l s e m a m e n t a l é d e p o u c o f r u t o e q u e t o d o o cristão
d e v e passar-se, q u a n d o p u d e r , para a o r a ç ã o m e n t a l e a c o n t e m p l a ç ã o d i v i -
na» 6 . Discípulas fiéis d e seus m e s t r e s espirituais, as beatas d e t e n d ê n c i a i l u m i -
n a d a das i m e d i a ç õ e s d o C a r m o e São R o q u e , c o m o C a t a r i n a R i b e i r o , c o n s i -
d e r a v a m desta f o r m a as m o r t i f i c a ç õ e s corporais, a o r a ç ã o v o c a l e a m e d i t a ç ã o
da P a i x ã o d e C r i s t o , «meios p o b r e s d e vida espiritual» 7 . Para os integristas t n -
d e n t i n o s , t u d o isto, c o m o t e m a n u c l e a r da espiritualidade, n ã o se isentava da
suspeita, se n ã o m e s m o c o n v i c ç ã o , d e resvaladiço c a m i n h o para o m o h n i s m o
e «a p r o t e s t a n t i z a ç ã o espiritual da g e n t e c o m u m » 8 . Estava assim a b e r t o o c a -
m i n h o para o «privatizar» da o r a ç ã o , pela c o n s e q u e n t e a p o l o g i a d o silêncio,
d o r e c o l h i m e n t o , d o s o l i l ó q u i o da alma c o m D e u s , f o n t e de t o d a a e n e r g i a
na luta c o n t r a as t e n t a ç õ e s e t e r m o da c a m i n h a d a para a f u s ã o mística, r e p o u -
so e paraíso p o r q u e a alma v i a d o r a ansiava. S e m e l h a n t e i d e á r i o , d e t ã o i n t e n -
s a m e n t e p r o p a l a d o e d e f e n d i d o , sensibilizava os fiéis e ia a v a n ç a n d o ao l o n g o
d e Seiscentos e S e t e c e n t o s , t a m b é m sob o i m p u l s o dos O r a t o r i a n o s . A p r o -
p ó s i t o da d i f u s ã o da prática da o r a ç ã o m e n t a l , o p a d r e M a n u e l B e r n a r d e s
a n o t a estar «tão d i v u l g a d o este e x e r c í c i o , q u e o t e m até os negros» 9 . M i l i t a v a
p e l o seu i n c r e m e n t o Frei F r a n c i s c o da A n u n c i a ç ã o , a u g u s t i n i a n o e c h e f e d e
tila d o r i g o r i s m o j a c o b e u , q u a n d o escrevia: «he m u i t o santo q u e t o d o s os fieis <1 Oratório-relicário, prata e
d e Jesus C h r i s t o , religiosos, seculares, h o m e n s , m u l h e r e s , casados, solteiros, esmalte (segunda metade do
t r a b a l h a d o r e s , ociosos, n o b r e s , m e c â n i c o s , sábios, idiotas, rústicos, cidadaos, século xvi). Lisboa, Museu
b r a n c o s , n e g r o s captivos, o u f o r r o s sigão o t e o r da vida espiritual, t e n d o o r a - Nacional de Arte Antiga.
ç ã o m e n t a l cada dia e e x a m i n a n d o duas v e z e s suas consciências, f r e q u e n t a n d o F O T O : DIVISÃO DE
os s a c r a m e n t o s , r e t i r a n d o - s e d e c o n v e r s a ç õ e s inúteis, c o m p o n d o o h o m e m DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA/
/INSTITUTO PORTUGUÊS DE
i n t e r i o r e e x t e r i o r s e g u n d o os c o n s e l h o s da t e o l o g i a mística» 1 0 . Passavam pelas M U S E U S / J O S É PESSOA.
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t r a n s f o r m a r - s e e m paroquiais. O n ú c l e o o r i g i n á r i o r e m o n t a v a , pois, ao p e q u e -
n o o r a t ó r i o particular. Dai p r o v i e r a o c o s t u m e , «que a n t i g a m e n t e havia nas
parochias ruraes, de p e d i r p e l o s e n h o r e s e n h o r a d o logar», a r e c o r d a r a insti-
tuição p r i m i e v a , pois «era de justiça, q u e as p o v o a ç õ e s , q u e estavam a g g l o m e -
radas e m volta d o Castello senhorial, p e d i s s e m a D e u s p e l o f u n d a d o r d'essas
Igrejas e pelos seus herdeiros». Dispersas p e l o espaço rural e m u i t a s c o n t í g u a s a
e r e m i t é r i o s q u e r e m - n a s « c o m o cruzes, m o n u m e n t o s l e v a n t a d o s pela d e v o ç ã o
de nossos antepassados para c o n s t a n t e m e n t e r e c o r d a r a o v i a n d a n t e , ao pastor,
ao cultivador, a presença d e D e u s , e a o b r i g a ç ã o de l h e rezar» 2 6 . A p o n t a d a s
s u m a r i s s i m a m e n t e , estas são as raízes históricas deste f e n ó m e n o religioso d o s
oratórios e capelas, d e particulares e confrarias e i r m a n d a d e s , sem d ú v i d a mais
c o m p l e x o e m incidências e ramificações, p o r ligadas as últimas à f u n d a ç ã o d e
missas, m o r g a d i o s , c o n j u n t o de o b j e c t o s d e c u l t o e e x e c u ç ã o de m ú s i c a sacra,
etc. 2 7 . Dificílima, se n ã o n o p r e s e n t e impossível, m e s m o só e n t r e fins da m é -
dia idade e inícios da era c o n t e m p o r â n e a , u m a q u a n t i f i c a ç ã o , localização g e o -
gráfica e destrinça classificativa da i m e n s a p a n ó p l i a desses espaços, espalhados
pela m e t r ó p o l e e a l é m - m a r , e aqui apenas r e f e r i d o e n q u a n t o e n q u a d r a m e n t o
e s u p o r t e d e s s o u t r o aspecto s o c i o f e n o m é n i c o d o privatizar da o r a ç ã o .
M e n ç ã o primeira deverá merecer a Capela Real cuja estruturação e f u n -
c i o n a m e n t o se t e r ã o d e s e n v o l v i d o e m t e m p o d e D . A f o n s o V e seu filho
D . J o ã o II, c a b e n d o à q u e l e a sua instituição definitiva. D o papa E u g é n i o IV
o b t e v e , e m 1439, licença para h a v e r nela n ú m e r o fixo d e capelães, destinados à
reza coral, e de seguida o direito d e celebrar a liturgia s e g u n d o o rito r o m a -
n o . 2 8 A o Príncipe Perfeito c o n c e d e u A l e x a n d r e VI, e m 1495, permissão para se
r e z a r e m na capela as horas canónicas c o n f o r m e o c e r i m o n i a l p r ó p r i o das sés
episcopais. Desta f o r m a , escreveu o cronista Garcia d e R e s e n d e , p o r q u e n o
t e m p o d o s m o n a r c a s antecessores os capelães se limitassem a dizer-lhes n o p a -
ç o «Missas e vesporas, q u a n d o a h y as q u e r i a m ouvir», pois c e l e b r a v a m a E u c a -
ristia «nas Igrejas o n d e q u e r i ã o , e as O r a s r e z a v a m e m suas pousadas, e as vezes
nas estrebarias v e n d o curar suas mulas», «el R e y c o m o era C a t h o l i c o , e m u y t o
d e u o t o e a m i g o de D e o s , p o r se os officios d i u i n o s f a z e r e m c o m mais p e r f e i -
ç a m , e s t a n d o aquy e m E u o r a neste a n n o , o r d e n o u , e fez q u e t o d o s seus capel-
lães, cantores, e m o ç o s da capella rezassem as O r a s s o l e n n e m e n t e e m sua Ca-
pella cantadas c o m o e m Igreja cathedral, e assi m a n d o u l o g o pera isso fazer
seus coros, e assentos, e m u y t o s o r n a m e n t o s , e todas as cousas necessarias, m u y
perfeitas, e e m g r a n d e abondança» 2 9 . P e r t e n c e r i a a D . M a n u e l dar à C a p e l a
R e a l u m espaço fixo q u e nos Paços da R i b e i r a v e i o a ter lugar, d i g n a n d o - s e
Leão X , cerca de 1515, d o t a r o c a p e l ã o - m o r d e «jurisdição ordinária, perfeita-
m e n t e , sobre os eclesiásticos e seculares q u e serviam na capela e, s e c u n d a r i a -
m e n t e , o direito de consulta in perpetuam as igrejas e b e n e f í c i o s d o p a d r o a d o
real» 3 ". N o c e n t r o , sob o dossel c o m c o r t i n a o s o b e r a n o o c u p a v a o seu c a d e i -
ral, ficando atrás e m cadeiras baixas os m e m b r o s da sua família, e n q u a n t o u m
p a j e m lhe segurava os livros d e horas para q u e pudesse a c o m p a n h a r o ofício li-
túrgico. F r e n t e ao m o n a r c a , «sentavam-se os bispos e à sua volta os grandes d i -
gnitários nobiliárquicos, s e g u i n d o a hierarquização e os c e r i m o n i a i s da socie-
d a d e e s t a m e n t a l da época» 3 1 . R e c e b e u o seu p r i m e i r o r e g i m e n t o e m 1592, já
n o t e m p o d o d o m í n i o filipino, p a u t a n d o - l h e a gestão e a administração c o m
n o n n a s directivas para o seu f u n c i o n a m e n t o q u a n t o ao serviço religioso. N o v o
d o c u m e n t o r e g i m e n t a l r e c e b e u - o , e m 1652, mais e m c o n s o n â n c i a c o m a m e n -
talidade sociopolítica da época. P e l o seu p ú l p i t o , n o d e c u r s o d o p e r í o d o da
R e s t a u r a ç ã o , passaram, tal c o m o o p a d r e A n t ó n i o Vieira, os mais afamados
p r e g a d o r e s d o t e m p o . Música e aparato v i e r a m a caracterizar as celebrações li-
túrgicas e festivas aí realizadas n o r e i n a d o d e D . J o ã o V q u e , e m 1716, c o n s e -
g u e elevá-la à d i g n i d a d e de igreja patriarcal, dissolvendo-se, a partir d e e n t ã o ,
a C a p e l a R e a l n o aparato m a g n i f i c e n t e d o c u l t o religioso q u e c o n t i n u o u a
m a n t e r até ao fim d o século. 3 2 N a s itinerâncias da c o r t e , n o q u e respeitava ao
seu c o r p o o r g â n i c o , a capela a c o m p a n h a v a o rei, c u m p r i n d o - s e o m e s m o ri-
tual e serviço religioso. Se é c e r t o q u e a rainha e os príncipes, c o m casa p r ó -
pria, p o d i a m ter sua capela, a alta n o b r e z a e clero, e m b o r a sem a idêntica
e q u i p a r a ç ã o de privilégios, os solares u r b a n o s e rurais, b e m c o m o M i s e r i c ó r -
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ORAÇÃO E DEVOÇÕES
O PADRE-NOSSO, A AVE-MARIA E A
SALVE-RAINHA NO QUOTIDIANO
CONSTITUEM O SUSTENTO BÁSICO da o r a ç ã o vocal, pessoal e colectiva, as
f ó r m u l a s m e m o r i z á v e i s d o padre-nosso, ave-maria, glória-ao-pai e salve-rainha,
q u e se a p r e n d i a m n o b e r ç o cristão. N a reza familiar e individual, n o t r a b a l h o
e n o c a m i n h o , n o o r a t ó r i o e nas capelas particulares e públicas, nas d e v o ç õ e s
c o m lugar na igreja p a r o q u i a l o u c o n v e n t u a l p ú b l i c a , nas r o m a g e n s a e r m i d a s
e p e r e g r i n a ç õ e s a santuários, a recitação d o rosário e d o t e r ç o a c a b a r a m p o r
m e c a n i z a r mais ainda o u s o destas f ó r m u l a s breves, deprecativas e laudativas.
A necessidade d e se r e c o r r e r de i m e d i a t o a u m a o r a ç ã o c o n h e c i d a e de t o d o s
sabida t o r n a v a o seu e m p r e g o tão c o r r e n t e c o m o b a n a l i z a d o , i n d e p e n d e n t e -
m e n t e d o seu valor religioso i n t r í n s e c o e s i m b ó l i c o . N e n h u m a surpresa, pois,
h a v e r á q u e , n o início da I d a d e M o d e r n a , os catecismos as i n c l u a m para o b r i -
gatória a p r e n d i z a g e m . O q u e resta d o c a t e c i s m o de D . D i o g o de Sousa,
a p e n s o às Constituições Sinodais do Porto d e 1496, r e f e r e m o «Titollo d o P a t e r
n o s t e r e A v e Maria» assim: «Antre todallas o r a ç õ e s q u e a c e r q u a dos christãaos
se c u s t u m a , o P a t e r n o s t e r h é d e m a i o r efficacia e e x c e l e n c i a q u e as outras.
E isto p o r tres causas, a p r i m e i r a p o r r e z a m de q u e m o fez e h o r d e n o u q u e foi
nosso S e n h o r e Salvador C h r i s t o J h e s u , a segunda causa p e d i t o r i o s q u e nella se
c o n t e m , os quaes t o d o s s o m j u s t o s e necessários e calificados, a terceira causa
h é p o r sua b r e v i d a d e e p o r isso h é j u s t o q u e t o d o s o saibam e d i g a m c o m
m u i t a r e v e r e n c i a e devaçam.» 5 5 E x o r t a v a m - s e j á os presbíteros n o S í n o d o de
Lisboa de 1240, para e n s i n a r e m a o r a ç ã o d o m i n i c a l , isto é, o pai-nosso, a sau-
d a ç ã o angélica o u a v e - m a r i a , para além d o c r e d o e da confissão 5 6 . I m p e n d i a ,
p o r isso, sobre os visitadores a diligência d e i n q u i r i r e m acerca d o e n s i n o q u e
era feito das f ó r m u l a s catequéticas consideradas obrigatórias. V ê - s e , p o r e x e m -
plo, na acta da visita pastoral, de 1 d e J u l h o d e 1473, a Santiago d e Ó b i d o s , o
r e p r e s e n t a n t e d o arcebispo de Lisboa, D . J o r g e da Costa, ao verificar «que
m u i t o s christãos n ã o s a b e m o P a t e r noster, A v e M a r i a e o C r e d o in D e u m
q u e sam o r a ç õ o e s d e n e c e s y d a d e e as d e v e m de saber p e r c o m ellas o r a r e m a
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l i n o p a d r e A n t ó n i o Pereira d e F i g u e i r e d o f a z e m u m o p o r t u n o b a l a n ç o crítico
acerca da d e g r a d a ç ã o das d e v o ç õ e s na altura 8 1 . D e v o t o da V i r g e m M a r i a ,
«cuja i m m a c u l a d a C o n c e i ç ã o s e m p r e seguiu e p r o v o u » , o t e ó l o g o parisino t e -
rá p r o c u r a d o « e x p u r g a r essa d e v o ç ã o d e a l g u m a s observâncias e e x a g e r o s d e
carácter supersticioso q u e i n v a d i a m m u i t a da i c o n o g r a f i a e da literatura» m a -
rianas82. A esse p r o p ó s i t o , o p a d r e F i g u e i r e d o a c e n t u a v a e m 1769 ser necessá-
rio «que se e x a m i n a s s e m várias d e v o ç o e n s , milagres e livrinhos a p o c r y f o s q u e
c o r r i ã o n o p o v o » . As d e São J o s é e d o C o r a ç ã o d e Jesus e s t e n d i a m - s e ao
t e m p o e m o t i v a m a p r e g a ç ã o e a escrita hagiográfica. A c e l e b r a ç ã o d e festas e
o i n c r e m e n t o a dar às d e v o ç õ e s e r a m a c o m p a n h a d o s d e s e r m õ e s e exercícios
d e p i e d a d e c o n s t i t u í d o s p o r tríduos, septenários e n o v e n a s e trezenas. O q u e ,
neste particular, o c o r r i a e n t ã o era, aos o l h o s d o o r a t o r i a n o , m o t i v o d e sobra
para, à s e m e l h a n ç a d o q u e se passara n o s séculos x v e x v i , se c l a m a r «por u m a
r e f o r m a q u e , r e s t a u r a n d o a v e r d a d e i r a p i e d a d e , interiorizasse a religião» 8 3 .
N e m d e o u t r o m o d o pensava, e n t r e o u t r o s , o p a d r e T e o d o r o d e A l m e i d a ,
seu c o n f r a d e . O tríduo era o espaço d e três dias, a n t e r i o r e s à c e l e b r a ç ã o festiva
q u e se p r e e n c h i a , e m geral, c o m p r e g a ç õ e s , d e q u e há p r o v a c o n c r e t a n o s
s e r m o n á r i o s impressos. P o r sua vez, o septenário, s e q u ê n c i a d e sete dias, d e -
tecta-se j á n o t e r m o d o s é c u l o x i v n u m a passagem da R e g r a d e São B e n t o » 8 4 ,
a s s o c i a n d o - s e mais tarde às Sete D o r e s d e N o s s a S e n h o r a , cuja festa litúrgica
t e m lugar n o m ê s d e S e t e m b r o ; a novena, cuja existência se regista na R o m a
pagã, consistia nas o r a ç õ e s e p r e c e s q u e se r e p e t i a m p o r n o v e dias, a p r e c e d e r
a l g u m a s o l e n i d a d e sagrada; e n q u a n t o a trezena era a cadeia d e d e v o t o s e x e r c í -
cios q u e a n t e c e d i a m a festividade d e S a n t o A n t ó n i o , a 13 d e J u n h o . A n o v e n a
t i n h a lugar na igreja, p a r o q u i a l o u c o n v e n t u a l e capelas, n o t e m p o litúrgico,
p o r e x e m p l o , d o N a t a l , c o m o a d e d i c a d a ao M e n i n o Jesus, e d o P e n t e c o s t e s ,
tal a dirigida ao Espírito S a n t o . C o n c o r r i d a s , e n t r e outras, e r a m a da S e n h o r a
da C o n c e i ç ã o , cuja s o l e n i d a d e é a 8 d e D e z e m b r o , a d e São Sebastião, c e l e -
b r a d o a 20 de J a n e i r o , a d e São Francisco X a v i e r , q u e t e m a festa a 3 d e D e -
z e m b r o , d e n o m i n a d a n o v e n a da graça, t ã o d i f u n d i d a pelos Jesuítas e da p a r t i -
cular d e v o ç ã o dos d u q u e s d e B r a g a n ç a , o f u t u r o rei D . J o ã o IV e D . Luísa d e
G u s m ã o , sua esposa 8 5 . Santuários, capelas e ermidas, p r o c u r a d o s pela f a m a
dos milagres q u e pela intercessão dos seus o r a g o s se o b t i n h a m , situados p o r
vezes e m freguesias distantes, atraíam p e r e g r i n o s e r o m e i r o s . A a n c i a n i d a d e
d e certas práticas c h e g a d a s até aos inícios d o século n ã o se t o r n a fácil a v e r i -
g u a r , mas é v e r o s í m i l q u e fossem de m u i t o r e c u a d a o r i g e m e, p o r c e r t o , p r e -
sentes na era a q u e n o s r e p o r t a m o s . D e leves t o q u e s supersticiosos se revestia
a feita na r e g i ã o d e P e n a f i e l e m q u e a pessoa da p r o m e s s a p e d i a a «cinco, sete
o u n o v e raparigas solteiras, d e m e n o s d e 18 anos» q u e a a c o m p a n h a s s e m à
igreja e m causa, c a n t a n d o t o d o o c a m i n h o e, ao lá c h e g a r , rezassem o t e r ç o ,
rosário o u o r a ç ã o p r ó p r i a . O regresso a casa fazia-se t a m b é m a cantar, só as-
sim se c o n s i d e r a n d o , p o r essencial, a p r o m e s s a c u m p r i d a . O d i t o p o p u l a r «pa-
gar u m a n o v e n a » implicava s e r e m n o v e as pessoas a c o m p a n h a n t e s , dirigidas
p o r q u e m fez a p r o m e s s a , c o m o fosse ir rezar a u m a capela, e m j e j u m . O t o -
q u e d e t a m b o r era o b r i g a t ó r i o e m G u i m a r ã e s na n o v e n a d e São Sebastião,
a d v o g a d o das moléstias pestíferas, r o m p i a o b a t e - b a t e pelas q u a t r o da m a n h ã ,
ao c o m e ç a r a n o v e n a e e m t o d o s os dias se p r o l o n g a v a das t r i n d a d e s à m e i a -
- n o i t e 8 6 . G r a v e e c o n d e n á v e l seriam, p o r sacrílega i m i t a ç ã o d o sagrado, os
e n s a l m o s q u e , n o Sabugal e Bairão, d u r a n t e u m a n o v e n a se r e c i t a v a m para
tratar males q u e afligiam os mortais 8 7 .
O p r o l i f e r a r das d e v o ç õ e s e das n o v e n a s , s e p t e n á r i o s e trezenas impressas
e deixadas manuscritas, n o p e r í o d o p o s t e r i o r à R e f o r m a t r i d e n t i n a e a c i r -
cular a o l o n g o d e t o d a a I d a d e M o d e r n a , causa i m p r e s s ã o m e s m o q u e só a
Biblioteca lusitana d e B a r b o s a M a c h a d o se t o m e c o m o f o n t e 8 8 . C o n t a m - s e p o r
9 0 os autores, e n t r e religiosos e religiosas, padres, seculares e leigos, p o d e n d o
d i s c r i m i n a r - s e e n t r e estes ú l t i m o s cerca d e 26, h a v e n d o u m a m u l h e r e c i n c o
religiosas. O o r a t o r i a n o p a d r e M a n u e l C o n s c i ê n c i a a p r e s e n t a - s e c o m o o mais
p r o d u t i v o , c o m n o v e n a s d e vários santos e outras para as principais festas m a -
rianas. N u m total d e 113 t e x t o s n o v e n á r i o s , impressos e m a n u s c r i t o s , regista-
dos e m B a r b o s a M a c h a d o e c o n h e c i d o s até 1759, rastreiam-se dois c o n s a g r a -
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Se é certo serem bem elucidativas, primam, contudo, pela raridade as re- Sagrada Família, de Machado
presentações explícitas à mensagem da bula sabatina, tão cara à piedade popu- de Castro, c. 1770-1780
lar. Motivos de ortodoxia doutrinária, acerca desta intervenção da Virgem (Museu de Aveiro).
Maria no alívio das almas a penar no Purgatório, teriam levado Paulo V, a 27 F O T O : D I V I S Ã O DE
de Maio de 1606, a suspender para melhor as regular as indulgências que lhe D O C U M E N T A Ç Ã O FOTOGRÁFICA/
/ I N S T I T U T O P O R T U G U Ê S DE
estavam anexas. Continuando a pregá-las, os carmelitas portugueses fizeram
MUSEUS/CARLOS MONTEIRO.
com que a Inquisição pedisse a Roma para interferir, acabando o mesmo pa-
pa, ao aprovar o decreto da Sagrada Congregação do Santo Oficio, datado de
11 de Fevereiro de 1613, por confirmar o privilégio sabatino, mas ao mesmo
tempo ordenar que «de nenhum modo se façam as Imagens que alguns devo-
tos costumavam pintar da Beatíssima Virgem descendo a tirar as almas do
Purgatório: antes se entenda que as ditas almas são livres daquele trabalho pe-
la intercessão da Virgem Senhora, e pelas mãos dos Anjos colocados no
Ceo». A propósito, o malogrado investigador Flávio Gonçalves esclarece que
semelhante proibição iconográfica se harmonizava com o legislado em Tren-
to, na sessão xxv de 3-4 de Dezembro de 1563, que proibia que se colocassem
nos templos quaisquer «imagens de falso dogma», capazes de serem para os
«rudes ocasião de erro», acabando assim por não só serem retiradas da venera-
ção dos fiéis outras representações imagéticas abrangidas por esta condenação,
como naturalmente «destruídas ou modificadas certas pinturas ou esculturas
onde o assunto estivesse patente» de maneira heterodoxa.
A devoção do privilégio sabatino, incrementado pela reforma tridentina,
deveu, como se torna óbvio, a sua difusão às confrarias do Escapulário e às
ordens terceiras do Carmo, a partir sobretudo dos conventos de carmelitas
calçados e descalços, onde estavam erectas. Daí passavam para vilas e aldeias,
aproveitando da aura popular de que desfrutavam. Para se compreender a
força do movimento carmelitano, bastará ter em conta: que só no Alentejo
havia, no século xvin, sete conventos masculinos e femininos da Ordem do
Carmo (carmelitas calçados de frades em Moura, Vidigueira, Beja e Évora e
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O D E U S DE TODOS OS DIAS
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ORAÇÃO E DEVOÇÕES
recorda a coincidência verificada entre a data da sua proclamação e o início São José e o Menino, escultura
policromada (segunda metade
do domínio filipino185. De novo no púlpito da Capela Real, em 1644, o pre- do século X V I I I ) . Bragança,
gador retomará o fio da matéria patriótica: a restauração das liberdades do Museu do Abade de Baçal.
reino e as influências benéficas que por intermédio da protecção de São José F O T O : D I V I S Ã O DE
se desfrutava 186 . Na senda do encobertismo se refugiaram o teatino Ardizone DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA/
Spínola e o agostinho Cristóvão de Almeida, a fim de enaltecer a intercessão /INSTITUTO PORTUGUÊS DE
M U S E U S / J O S É PESSOA.
do santo. O primeiro, em 1649 e 1650, no preciso dia do aniversário natalício
de D.João IV, na capela dos Paços da Ribeira, procura provar, por um lado,
que o monarca reinante era o «encoberto, descoberto e emparado», que a
Providência confiara a São José, como havia feito com Cristo 187 ; por outro,
que encoberto e desejado fora-o em virtude da promessa divina, que o cir-
cunstancialismo histórico-biográfico permitia ajustar, e da protecção miraculo-
sa que até ao momento jamais deixara de lhe conceder 188 . Para o segundo, o
sermão também proferido naquele lugar, a 19 de Março de 1656, assenta na
ideia-chave de que o santo é poderoso, vigilante, seguro e perpétuo protector
da nação portuguesa, sendo eficaz o seu auxílio por ser, de entre os demais
santos, o mais justo e, se este está na mão de Deus, «Deus está na mão do nos-
so justo», donde dimanam as forças e o auxílio imprescindíveis à Restauração
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O DEUS DE TODOS o s DIAS
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ORAÇÃO E DEVOÇÕES
do-os por avogados diante de Deus, pera que nos alcancem dele que os imi- São Francisco, ébano e marfim,
temos na vida e costumes, e mereçamos vir à sua companhia» 204 . Delicada, e século xviii (Museu de Leiria).
já de longa data controversa, era, na verdade a veneração das imagens que F O T O : JOSÉ M A N U E L OLIVEIRA/
/ A R Q U I V O C Í R C U L O DE LEITORES.
para muitos constituía um plano inclinado escorregadio para a superstição e a
idolatria, de resto, frente de ataque da corrente reformista erasmiana e do
evangelismo luterano. O egresso dominicano Fernão de Oliveira denunciava <] Santo António, atribuído ao
Mestre da Lourinhã
os excessos nesta matéria, como consta do processo movido pelo Santo Ofí- (Sesimbra, Igreja de Nossa
cio, donde consta ter dito a uma testemunha «que não adorasse as imagens, Senhora do Cabo).
mas que fazendo-lhe alguma reverência, se lembrasse dos santos cujas eram
FOTO: N U N O CALVET/ARQUIVO
ou lhes pedisse o que havia mister e não cresse que a imagem de Santa Maria C I R C U L O DE LEITORES.
de Guadalupe desaparecia e ia à terra de mouros tirar os cativos e vinha de lá
suando, nem [que] ao Crucifixo de Burgos e [a] outros que há pelo mundo
lhes crescem as unhas e os cabelos, porque tudo são ilusões do povo ignoran-
te [.,.]»205. O acima mencionado Frei Valentim da Luz anda-lhe doutrinaria-
mente na órbita, quando fala do significado dos ex-votos: «nüca me fartarã
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O DEUS DE TODOS OS DIAS
mto hüas deuações q vejo. s. tomar a coroa de santo spto. leuar olhos de cera
a santa luzia e pnas [=pernas] de pao a santo amaro e cousas a estas semelhan-
tes nuca dixe q eram mas nem agora o digo mas queria ver estas deuações de
modo q quê as faz acuda prim.ro a cõfisam e aa êmèda da uida tirandose dos
pecados q Ds as vezes da os trabalhos e doêças e isto feito queria q chamasê
santos en sua ajuda, prèderse a Imagè do menino Jhü e de santo ant.° não me
parece bem» 206 . O Concílio de Trento, na memorável sessão xxv, de 3 de
Dezembro de 1563, fora terminante na precisão da doutrina, ao declarar a le-
gitimidade e ao definir a função das imagens sagradas no culto e na piedade
dos crentes: «De todas as sagradas imagens se recebe grande fruto, não só
porque se manifestam ao povo os benefícios e mercês que Cristo lhes conce-
de, mas também porque se expõem aos olhos dos fiéis os milagres que Deus
obra pelos Santos, e seus salutares exemplos; para que, por eles, se dêem gra-
ças a Deus, ordenem a sua vida e costumes à imitação dos Santos, e se mo-
vam a adorar e amar a Deus e a exercitar a piedade.» 207 Em seu Catecismo,
D. Frei Bartolomeu dos Mártires sublinha e louva esta pedagogia do concreto
que a Igreja utiliza ao ver «quão distraídos e derramados andam, ordinaria-
mente, seus filhos em pensamentos e negócios do mundo», buscando «mil ar-
dis e santas invenções pera lhe pegar firmemente e imprimir na memória, en-
tendimento e vontade, os mistérios de nossa fé e redenção». E acrescenta que,
com esse fim, «se escreveram todo-los Livros Sagrados; pera isto manda que
se preguem estes mistérios com voz viva; pera isso ordenou que houvesse
imagens e pinturas em que se pintassem os mistérios de nossa fé; pera isto or-
denou o sinal da Cruz, com o qual manda que nos assignemos, e o manda
por não somente nas Igrejas e lugares devotos, mas também em toda a parte
nos pareça diante dos olhos e nos traga à memória nosso Senhor Jesu Cristo
crucificado» 208 . Insistiam, no entanto, os padres tridentinos em dois aspectos
das representações iconográficas com reflexo imediato nas pinturas e escultu-
ras sacras expostas ao culto público: o que fosse considerado lascivo, desones-
to, impróprio para a casa de Deus, e o que tivesse feição grotesca e desusada,
alimentando a crendice 209 . De acordo com tais directivas, escreveu o historia-
dor Flávio Gonçalves, seguiu-se: «a arte religiosa dos fins do século xvi e da
primeira metade do século xvii começa a dar relevo especial às cenas de mi-
lagre, de exaltação mística e do martirológio ;— cenas que se prestavam a
uma função de catequese. Simultaneamente desaparecem, para evitar o escân-
dalo, as imagens e assuntos considerados imorais, profanos ou sujeitos a con-
tusões heréticas»210. Pondo em prática as decisões conciliares, as constituições
sinodais portuguesas aprovam matéria a ser executada no âmbito diocesano
cujo cumprimento os visitadores deviam yigiar. Encontra-se assim na corres-
pondente legislação do arcebispado de Évora, feita em 1565, estabelecido,
com a aprovação de D.João de Melo, o seguinte: «Conformando-nos com o
Sagrado Concílio Tridentino, ordenamos, e mandamos que daqui em diante
se não ponham imagens desacostumadas nas Igrejas sem nossa licença, para
que nelas não haja cousa falsa, ou apócrifa, profana ou indecente. N e m mes-
mo se ornem as Igrejas com pinturas e armações desonestas». Nas constitui-
ções do Porto, promulgadas em 1585 pelo bispo franciscano Frei Marcos de
Lisboa, chama-se a atenção para o exame a proceder nas visitas pastorais a in-
cidir sobre a remoção das imagens «apócrifas, mal ou indecentemente pinta-
das, ou envelhecidas, fazendo-as substituir por outras novas que respeitassem
a letra e o espírito do que estava aprovado». O combate ao profano e heréti-
co, a banir do interior dos templos, encontra-se patente nas deliberações si-
nodais de 1591, da diocese de Coimbra, que «recordam aos visitadores os úni-
cos temas consentidos dentro dos edifícios sagrados: os que se referiam "à vida
de Cristo, da Virgem, dos Anjos ou Santos canonizados pela Igreja"»211. Este
rigor censório superiormente pautado irá repercutir-se sobre a herança ico-
nográfica legada pela meia idade e pelo renascimento. «A arte medieval, in-
forma Flávio Gonçalves, conhecera, com efeito, figuras desnudas, quer nas
cenas respeitantes à morte de Cristo e martírio de alguns santos (São Sebas-
tião, São Vicente, Santa Agueda, Santa Eulália, etc.) quer nos quadros de
Adão e Eva, do Juízo Final e Ressurreição dos mortos, da Libertação das Al-
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ORAÇÃO E DEVOÇÕES
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O DEUS D E TODOS o s DIAS
protector dos gados para a gente do campo 219 . Inúmeras são as capelas que
têm a sua invocação e os altares que lhe dedicaram, incontáveis as imagens
que enchem templos e casas220.
Pode afirmar-se que, a partir do primeiro milénio, principia a haver um
certo controlo na atribuição do título de santo, embora subsistissem os de culto
imemorial e os não canonizados, fundidos num certo anonimato, de veneração
local e regional, os quais animavam essa abundante rede de peregrinações me-
dievais. Convencidos da existência algures de um corpo santo, para lá partiam
os peregrinos, que aí organizavam confrarias e faziam prosperar o comércio.
Afirma Virgínia Rau: «Quasi todas as cartas de feira portuguesas marcam o
prazo da feira em relação a uma festa da Igreja, quer seja a Páscoa, a Nativi-
dade da Virgem, o Corpo de Deus, ou o dia de S. Pedro, S. Miguel, S. João,
Sta Iria, ou S. Bartolomeu.» 221 Atraíam também romeiros as indulgências que
se obtinham nestes locais sagrados, recorrendo à confissão e comunhão, re-
zando com velas acesas a noite inteira, sendo tantas vezes ludibriados por
gente sem escrúpulo, disfarçada em homens de Deus, com falsos perdões e
relíquias forjadas. Há notícia de que no século X I I I , em São Salvador de San-
tarém, junto do Santo Lenho da Vera Cruz, se veneravam «ossos e carne dos
apóstolos S. Simão e S. Judas, [...], pêlos da barba de S. João Baptista, relí-
quias do sepulcro de Lázaro», e outras mais de não menor espanto. Por sua
vez, no convento dos Dominicanos de Guimarães, menciona Frei Luís de
Sousa, eram venerados, «além do lenho da Vera-Cruz, as mantilhas de Jesus-
-Menino, um pedaço de pedra donde Nosso Senhor subiu ao céu, relíquias
do véu da SS.ma Virgem e do seu sepulcro, do maná, da vara de Moisés, dos
Santos Inocentes — tudo metido numa caixa trazida por um anjo duma cida-
de conquistada pelos infiéis, conforme a narrativa latina dum velho pereami-
u 222 r , r o
nho» . tsses santos anonimos, porem, que congregavam a devoção popular,
iam desde o cavaleiro, «bom e bem fidalgo», aos soldados mortos na conquista
de Lisboa, em cujas sepulturas «muytos milagres e muy maravilhosos» se opera-
vam. Aproximavam-se com fé «os pobres dos christãos» do sacro «moimento»,
onde jazia o corpo de um servo de Deus e do chão surpreendentemente cres-
cera uma palma, e os doentes, de qualquer moléstia que houvessem, «filhavam
delia e ponhãna ao collo» e logo ficavam curados, enquanto «alguús que aviam
enfermidades das partes de dentro tomavam daquella palma e faziam delia poo
e bevendo aquel poo ficavam purgados e sãos», a ponto de não restar «dela
nem húa cousa sobre terra»223. Em redor do túmulo do taumaturgo, multipli-
cam-se os ex-votos «para mostrar a gratidão dos fiéis e perpetuar a recordação
do milagre». Assim acontecia em Barcelos, por 1488, no sepulcro da não cano-
nizada «santa duquesa» D. Constança de Noronha, todo «cercado de muitas
offertas: a saber de cera, e panno de linho, e bizallos de terra atados, e mãos,
e queixadas, e dentes de cera, e pés, e outras muitas offertas» como escreveu
Frei Manuel da Esperança na sua crónica franciscana de Seiscentos 224 .
Os reparos dos defensores de uma prática religiosa menos ritualista, em
crescendo desde os finais da Idade Média, e as delações contundentes dos re-
formadores protestantes tinham, pois, fundamento para a tomada de disposi-
ções disciplinadoras que, a partir de Trento, se tornaram mais severas no con-
trolo ao proliferar de superstições geradas pelo culto dos santos. Medida
importante foi a criação, em 1588, da Congregação dos Ritos, a quem se pas-
sou a exigir maior rigor na organização e apreciação dos processos de beatifi-
cação e canonização, reflectindo um novo conceito de santidade. Torna-se
assim compreensível que, no intervalo entre 1523, ano em que foi canonizado
Santo Antonino de Florença, e o da instituição daquele dicastério romano,
nenhuma canonização formal houvesse. E isso era tão mais significativo, con-
forme afirmou o padre Jorge Cardoso em «Advertências» do Agiolágio lusitano,
quanto esta «nem acrescenta o merecimento, nem o premio essencial dos be-
maventurados, nem decreta o grão que tem de sanctidade», pois somente
constitui a declaração do «sancto por cidadão do ceo, e o propõe à igreja para
ser reverenciado com veneração temporal, e celebrado com ofFicio, e fes-
ta»225. De resto, hagiógrafos, submissos às exigências da crítica histórica, de
que aliás saía beneficiada a credibilidade da memória dos biografados, escre-
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ORAÇÃO E DEVOÇÕES
viam, como o dominicano Frei Diogo do Rosário, em sua Historia das vidas
e feitos heroicos e vidas insignes dos santos (1567), q u e , nas q u e a n d a v a m «im-
pressas em vulgar, hay muitas falhas: e hua he, que trazem escriptas alguas
cousas muy incertas e apocriphas» 226 . Tais publicações, no entanto, cresciam.
A maioria como contributo, se não até como meio de pressão, para se orga-
nizarem processos de beatificação e canonização, reunindo-se recolhas hagio-
gráficas, nacionais e regionais, na quase totalidade monásticas, de martiroló-
gios e menológios, de homens e mulheres que viveram e morreram em odor
de santidade, para dar prestígio às ordens religiosas, em particular às de funda-
ção recente, e aos países da Cristandade, 110 concerto das nações católicas.
Tenham-se também em conta as razões do augustiniano Luís dos Anjos que
desejava dar aos pregadores, por não existirem, «histórias impressas» de santas
celebradas em várias partes do reino, «a saber, Santa Eugênia, Santa Marinha,
Santa Olaia, Santa Engrácia, Santa Eiria, Santa Comba» e mostrar ao espanhol
João Peres de Moya haver cometido lamentável injustiça ao passar em silên-
cio Portugal, quando tratou «das mulheres que houve 110 mundo insignes em
todo o género de virtude» 227 . Este entusiasmo em dar aos prelos narrativas
hagiográficas de santos nacionais demonstrado por Frei Luís dos Anjos, em
seu Jardim de Portugal (1626), era compartilhado por António de Sousa de Ma-
cedo, em Flores de Espanha, Excelências de Portugal (1631), e t i v e r a em
D.João III, quase um século antes, forte empenho, encontrando no Agiológio
lusitano (1652, 1657, 1666), do padre Jorge Cardoso, esplendorosa realização,
infelizmente incompleta, precedido aliás por essa obrita de juventude, para
« d e u a ç a m d e cada h u m » , q u e era o Officio menor dos santos de Portugal tirado
dos breviários, e memorias deste reyno (1629). As m a l h a s d o r e c o n h e c i m e n t o c a -
nónico da aura de santidade tornaram-se mais apertadas com os decretos de
Urbano VIII de 1625 e 1634, merecendo a matéria, do futuro Bento XIV,
cardeal Próspero Lambertini, uma obra exaustiva e volumosa, em cinco to-
m o s , De servorum, Dei beatificatione et beatorum canonizatione (1734-1738). M e s -
mo no que se publicava de teor hagiográfico não faltava a obrigatória protes-
tação de acatamento das determinações do papa Urbano, «negando o
estímulo do culto ou qualquer veneração pública aos não canonizados ou
beatificados, ou a comprovação de milagres», numa cautelosa medida para se
atalhar a inflação de uma generalizada epidemia de casos de santidade, antigos
e recentes 228 . Assistiu-se, contudo, na era moderna, a um curioso paradoxo:
quanto maiores eram as exigências no reconhecimento de uma vivência de
santidade, mais se multiplicava o esforço de prova em virtudes praticadas, em
milagres operados, em fenómenos místicos extraordinários, em dons proféti-
cos evidenciados. N u m aspecto se mostravam abundantes os relatos hagiográ-
ficos, de forma a impor-se aos demais: o ascético. O recurso ao Jardim de Por-
tugal e Agiológio lusitano, para além da abundante panóplia de vidas devotas,
manuscritas e impressas, prova-o à saciedade. Infindável e variado é, de facto,
o cortejo de mortificações corporais, de jejuns e disciplinas, de actos de obe-
diência, humildade e penitência incomuns, de orações intensas e fervorosas,
comunhões e exercícios espirituais e gosto pela oração mental, tudo isso pol-
vilhado, não raro, de colóquios místicos, de arroubos, de visões e revelações,
de levitações, de anúncios proféticos e prodígios miraculosos. A admiração
provocada cimentava a devoção, fortalecia a credibilidade no sobrenatural,
edificava pelo exemplo de excepção. Mas, para além do que era privilégio
dos bem-aventurados, ficava ainda assim muito para estimular e servir de imi-
tação ao comum dos fiéis. O ideal ascético, porém, continuava a ser o mo-
nástico também para os leigos que viviam no mundo e se empenhavam nas
tarefas terrenas. Nenhuma outra via específica de acordo com a sua condição
concreta se lhes oferecia, senão a proposta pelas ordens terceiras, para viver a
sua espiritualidade e percorrer o caminho da santidade a que, como cristãos,
eram chamados. Por outro lado, a sociedade mudava aos novos ventos da
modernidade, e o paradigma da santidade acompanhava-a, acabando por se
repercutir na praxis jurídica seguida nos processos de canonização. O aspecto
taumatúrgico do santo cedia a prioridade à dimensão ética em que a prática
da virtude se inseria229. Só que esta, conforme um esquema de origem huma-
643
O DEUS D E T O D O S OS DIAS
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ORAÇÃO E DEVOÇÕES
go à prática da meditação discursiva»236. Conduzindo as suas investigações por São Francisco Xavier agonizando,
óleo sobre papel, oficina
essa floresta de casos de «vidas beatas», assentes em testemunhos verdadeiros ou italiana, século XVII (Lisboa,
forjadas em invencionices, de delitos sacrílegos e solicitações na confissão sacra- Mosteiro dos Jerónimos).
mental, alvos da intervenção do Santo Ofício, e penas de cárcere, degredo e FOTO: I P P A R / M A N U E L PALMA.
execuções em autos-de-fé, como os celebrados em Coimbra a 16 de Junho e 7
de Julho de 1720, em que os réus saíram penitenciados, Pedro Tavares desven-
da-nos pertinente informação sobre o impacte, desde a segunda metade do sé-
culo xvii aos finais do século xvin, do molinismo em terra portuguesa 237 .
O espírito da Reforma católica, que domina a época barroca, foi sem dú-
vida propiciador de vocações religiosas e itinerários de santidade. Podia dizer-
-se pleonasticamente que, se a Idade Média fora o tempo em que «todos
eram santos», a Idade Moderna fora o tempo em que «todos queriam ser san-
tos». Das ordens então surgidas, de jesuítas a teatinos, de oratorianos a lazaris-
tas, e das antigas reformadas, de franciscanos a dominicanos, de beneditinos a
carmelitas, os altares encheram-se de novos santos. As canonizações abriam-
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O DEUS DE TODOS o s DIAS
Arrebatamento de São Pedro de -lhes o culto público e direito próprio no calendário universal. Imagens e re-
Alcântara diante da cruz, de cintos sagrados, celebrações litúrgicas e pregações estimulavam a devoção dos
Bento Coelho da Silveira
(último terço do século xvii). fiéis. A filiação religiosa institucional contribuía para a sua maior difusão, sen-
Lisboa, Igreja de São Pedro do a actividade apostólica em que se distinguiram correspondente à resposta
de Alcântara. cristã a necessidades da sociedade do tempo: reforma do clero e ordens mo-
FOTO: N U N O CALVET/ARQUIVO
násticas, ensino e catequização, renovação da prática sacramental e da espiri-
C Í R C U L O DE LEITORES. tualidade, pobreza, doença, marginalidades, prostituição, decadência moral,
proselitismo islâmico e protestante, redenção dos cativos e escravatura, revi-
goramento da teologia e ciências eclesiásticas, recristianização das paróquias e
evangelização das terras de além-mar, etc. Assim, de facto, acontecia.
A Companhia de Jesus, criada por Santo Inácio de Loiola (1491-1556) e entregue
ao ensino, assistência, apostolado junto das elites sociais e poderes políticos,
burguesia e povo, pregação e missionação, passou logo a contar com o santo
fundador e São Francisco Xavier (1506-1552), o evangelizador do Oriente e
considerado o segundo São Paulo, canonizados em 1622, pretexto para os
apoteóticos festejos que os jesuítas de São Roque organizaram em Lisboa em
sua honra, e, em 1671, São Francisco de Borja (1510-1572) nobre, viúvo e geral
da ordem, assaz ligado a Portugal. Intervenientes no Concílio de Trento e
paradigmáticos responsáveis pela sua aplicação foram São Carlos Borromeu
(1538-1584), sobrinho de Pio IV e arcebispo de Milão, amigo e corresponden-
te de D. Frei Bartolomeu dos Mártires, prelado austero e restaurador da dis-
ciplina da Igreja e da dignificação do clero diocesano, e São Pio V (1504-1572),
zeloso na aplicação e observância dos decretos tndentinos, na reforma litúr-
gica, na publicação do breviário e missal romanos, na elevação cultural do
clero, organizador da cruzada contra os Turcos Otomanos, vencidos em Le-
panto, canonizado em 1712. Ligados ao aparecimento de outras novas or-
dens: São Caetano (1480-1547), napolitano e bispo de Chieti, canonizado em
1674, fundador com o cardeal Caraffa dos Teatinos, clérigos regulares com
uma espiritualidade assente na confiança na Divina Providência, na devoção
ao Menino Jesus e a São José, conhecidos entre nós depois da Restauração,
e na altura com actuação relevante, dedicados ao cuidado dos doentes e às
missões em Goa e Lisboa, a cuja congregação pertenceu Santo André Avelino
(1521-1608), também napolitano, grande apóstolo da Lombardia, amigo pes-
soal e conselheiro de São Carlos Borromeu, e correspondente epistolar de
D. Maria, filha de D. Duarte, duque de Bragança, e mãe do príncipe Rai-
núncio de Parma, um dos candidatos ao trono português por morte do car-
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ORAÇÃO E DEVOÇÕES
deal-rei D. Henrique; São Filipe de Néri (1519-1595), influente renovador da Santa Teresa, doutora mística,
inspirada pejo Espírito Santo, de
religiosidade de Roma, a quem se deve a criação da Congregação do Ora- Josefa de Óbidos, c. 1672
tório, voltada para o ensino da juventude e as missões do interior, canoniza- (Cascais, Igreja Matriz).
do em 1622; São Francisco de Sales (1567-1622), antigo advogado, catequista, FOTO: N U N O CALVET/ARQUIVO
apologeta, pregador, autor ascético da clássica Introdução à vida devota, cano- C Í R C U L O DE LEITORES.
nizado em 1665, director espiritual e amigo de Santa Joana-Francisca Frémiot
de Chantal (1572-1641), a quem ajudou a fundar a Ordem da Visitação, desti-
nada a mulheres e viúvas que não podiam suportar as austeridades das con-
gregações mais antigas; São Paulo da Cruz (1694-1775), do Piemonte, funda-
d o r d o s Passionistas e m 1747, c a n o n i z a d o e m 1867; Santo Afonso Maria de
Ligori o (1696-1787), napolitano, o «doutor da moral», teólogo e asceta, fun-
dador da congregação dos Redentoristas, destinada sobretudo à cristianiza-
ção dos meios rurais; São Vicente de Paulo (1581-1660), francês, dedicado ao
apostolado junto dos pestíferos, pobres e enfermos abandonados, prostitutas,
fundador da Congregação dos Padres Vicentinos ou da Missão ou Lazaristas,
canonizado em 1737; São João Eudes (1601-1680), francês, que exerceu a cari-
dade para com as vítimas da peste e as mulheres de má vida, para cujo cui-
dado fundou a congregação feminina de Nossa Senhora da Caridade (1641)
e a de Jesus e Maria (Eudistas) para formação dos sacerdotes (1643), tendo si-
do um propagandista do culto do Coração de Jesus. Dos santos reformado-
res de ordens antigas como a dos Franciscanos Observantes será de referir
São Pedro de Alcântara (1499-1562), da Estremadura espanhola, autor da «re-
forma alcantarina», canonizado em 1669, padroeiro do Brasil, de cujo trata-
do sobre a oração se serviu São Francisco de Sales, e ainda confessor e de-
fensor de Santa Teresa de Ávila, (1525-1582), a célebre mística castelhana,
devota de São José e de Jesus Menino, reformadora das Carmelitas Descal-
ças, que influenciou São João da Cruz (1542-1591), para idêntica tarefa nos
conventos do ramo masculino carmelitano, sendo a primeira canonizada em
1622 e o segundo em 1727, cujos festejos, em Lisboa, sem atingirem o es-
plendor dos consagrados, em 1669, a Santa Madalena de Pazzi, incluíram
missa de pontifical pelo patriarca, na Igreja do Carmo, majestosa procissão
com oito carros triunfais alegóricos e numerosa clerezia carmelita e de ou-
tros conventos 238 . Mencionem-se também neste período: São Luís Beltrão
(1526-1581), espanhol de Valença, dominicano que partiu para a América do
Sul em 1562, vivendo sete anos na Colômbia, Panamá e em algumas ilhas
das índias Ocidentais, canonizado em 1671; São Pascoal Bailão (1540-1595),
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xida da Cristandade, sobretudo na actuação da franciscana «que na sua facção Interior da Igreja do
espiritualista vai ter importância primacial para a modificação ou adaptação do Espírito Santo, Évora.
pensamento joaquimita, já agora contestário relativamente à igreja oficial, oca- FOTO: JOSÉ M A N U E L
OLIVEIRA/ARQUIVO CÍRCULO
siona uma profunda reviravolta na concepção cristã do mundo, trazendo con- DE LEITORES.
sigo, inclusive, uma reformulação da teoria do poder papal»259. Mesmo que se
aceite terem sido as doutrinas joaquimitas favorecidas pela presença de «uma
tradição oriental na primitiva igreja portuguesa, influência das antigas comuni-
dades da época visigótica», e não serem as mesmas desconhecidas nos círculos
monásticos alcobacense e regrante augustiniano 260 , assimilou-lhes o espírito a
rainha Santa Isabel, filha de Pedro III de Aragão e Constança da Sicília, regiões
onde pontificaram «os dois apóstolos máximos do joaquimismo espiritualista»,
Raimundo Lulo e Arnaldo de Vilanova, com o qual a esposa de D. Dinis se
relacionou, que conheciam bem os meios judaicos e mouros peninsulares e
norte-africanos e se empenharam por convertê-los à fé católica261. Por sua vez,
tiveram as ideias joaquimitas difusores entusiastas nos espirituais franciscanos
com os quais a caritativa soberana teve tão estreitíssimas ligações. Elos de sobe-
jo para entre nós haver florescido o sonho do advento dessa idade de ouro sob
a égide do divino Paráclito cuja Columba, a pomba simbólica, se encontra com
relevante recorte na tábua duodécima do Livro dasfigurasdo abade de Fiore, a
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ORAÇÃO E DEVOÇÕES
que na primeira oitava do Spirito Sãto, cõ magestade real, assistisse aos offi-
cios divinos, andasse na procissão, cõdecorasse cõ sua presüça as mesas, hõras-
se as festas e invenções, em que o povo procurava alegrarse»275. Entre alguns
pormenores mais que descreve Frei Manuel da Esperança em sua Historia se-
rafica da provinda de Portugal276, editada em 1656, há a presença de dois reis e
três pajens que, uma vez coroados, acompanhavam a procissão da Ressurrei-
ção e, à tarde, seguidos de trombetas e de muita gente com canas verdes nas
mãos,' dirigiam-se para a Igreja do Espírito Santo de Alenquer, daí recolhen-
do ao primeiro templo, o convento franciscano. O Império continuava, refe-
re ainda, pelos domingos seguintes até ao último que se chamava Domingo
dos Fogaréus, havendo na véspera a Procissão da Candeia, criada pela Rainha
Santa, na qual com um rolo de cera benzida se cingia todo o corpo da vila,
desde a igreja da ordem seráfica à de Nossa Senhora da Triana 277 . A Relação
da villa d'Eyras, publicada em 1865, dá conta de uma antiquíssima tradição re-
lativa a estas festas do Espírito Santo, cujo cortejo processional se estendia até
ao mosteiro de Celas, em Coimbra, tendo lugar, no regresso, um «grande
banquete e jantar público»; na semana «antes do Pentecostes (semana a que
nesta terra chamam dos fermentos por todos os dias dela se ocuparem os fornos
em cozer pão para o bodo) saem pelas ruas públicas da vila muitas danças e
festejos, em que aparecem primorosamente asseadas as donzelas de toda a ter-
ra, acompanhadas de um honesto e honrado varão tocando algum instrumen-
to», com grande fé de que assim «alcançarão do Divino Espírito Santo a me-
lhor acomodação para o seu estado», enquanto durante as noites os mancebos
percorrem a vila com cantos e descantes; no domingo do Pentecostes o Im-
perador ouve na Igreja do Sacramento a missa cantada e sermão, deslocando-
-se com as costumadas solenidades à Capela do Espírito Santo onde assiste a
outra que aí manda celebrar, terminando o ritual com idêntico bodo e feste-
jos, como no dia da coroação. Para todas as despesas ao longo das sete sema-
nas contribuíam voluntariamente os lavradores das vizinhanças com milho,
cevada e vinho, em abundância, e mandavam «dar do açougue, que nesta se-
mana corre por sua conta, várias postas de vaca, a cuja distribuição assistem os
almotacéis, pois passam de dez as rezes que nisto despendem» 278 . Na narrativa
circunstanciada do bispo do Porto, D. Fernando Correia de Lacerda, em His-
toria da vida, morte, e milagres, cànonisação, e trasladação de Santa Isabel sexta rai-
nha de Portugal (1686), acerca da instituição da Festa do Espírito Santo, em
Alenquer, é' notória uma maior atenção dada ao sonho da inspiração divina
da construção da Igreja, a dedicar a essa invocação, que a soberana muito de-
sejava fomentar, e o acento posto na candeia como o anúncio profético do
cumprimento da promessa (de Ourique) que punha «na Coroa Portuguesa, o
Império Universal do Mundo» 279 , ou seja: o Quinto Império. Como ele-
mentos rituais constitutivos da solenidade figuram, em suma: a coroação do
imperador, as procissões, o banquete público, o bodo aos pobres. De raiz ru-
ral, destacam-se os elos com as fainas agrícolas, os frutos colhidos e os animais
criados que fazem parte integrante dos cerimoniais. Ao longo das sete semanas
que dura a festividade, a designação de semana dos fermentos torna pertinente
considerar a sua ligação com primitivos cultos pagãos da fertilidade da terra2811
e a liturgia israelita do Pentecostes, atrás apontada. De resto, nada de sur-
preender, quanto a este aspecto, dada a presença hebraica, imemorial e pacífi-
ca, no solo pátrio, e a suficiente liberdade de que então gozava para a sua prá-
tica religiosa281, conhecida obviamente das comunidades cristãs e natural no
caso de Alenquer 282 que aos domínios da Rainha Santa pertencia. Estas preva-
lências rituais dos festejos do Espírito Santo, a reflectir evidente ecletismo,
mereceram um estudo de assinalável exaustividade ao etnógrafo Luís Chaves,
apostado em seu rastreio no folclore português 283 . De sublinhar, como forte
razão motivadora para o enraizamento do culto na piedade popular, será o ca-
rácter votivo da festa, associado à peste, ao vulcanismo e à doença. Assim, em
1489, o povo de Guimarães, atingido pelo flagelo da peste, instituiu também a
Procissão da Candeia, do Pavio ou do Rolo, em que era conduzido num «an-
dor um pavio de cera com a extensão dos muros da cêrca da vila, ornado de
frutos, flores e ramos, também de cera, e iam oferecê-lo à Confraria do Espiri-
653
O DEUS DE TODOS OS DIAS
to Santo, erecta na colegiada», sendo que, até 1866, altura em que ela foi supri-
mida, na porta do templo «um cónego benzia os pães de trigo, que, à frente
da procissão, eram levados por moças garridas e louçãs», e «umas lançavam-
-nos das janelas do edifício da Câmara aos Vereadores, outras distribuíam-nos
aos enfermos, e, mais tarde, aos vereadores, às comunidades religiosas e pes-
soas importantes» 284 . A fim de implorar remédio para os males do corpo, ofe-
reciam ex-votos ao Divino Paráclito, como reza um texto seiscentista referen-
te ao conde de Cantanhede, cujo criado se menciona a levar na mão «hum
corpo de cera que apresentou ao Santo Sprito, que lhe desse saúde»285.
Peste calamitosa atingiu em 1673 a ilha de São Miguel dos Açores, voltan-
do-se os habitantes para o Divino Espírito Santo, a ponto de as pessoas mais
nobres da cidade de Ponta Delgada se alistarem numa irmandade e constituí-
rem o Império dos Nobres; «e o mesmo foi ouvir-se pelas ruas o tambor da fo-
lia do Espírito Santo, que o seu tom afugentou as malignas enfermidades em
tal forma que se observou que nenhuma pessoa mais delas adoeceu» 286 . Se-
gundo reza uma antiquíssima tradição, os moradores da vila de Eiras (Coim-
bra) ao verem-se livres também, por virtude de tão celeste intercessor, de
uma terrível peste, fizeram voto «de em todos os anos elegerem um homem
dos melhores do povo, a quem os mais haviam de tributar ofertas dos seus
frutos, para que com o nome de Imperador do Espírito Santo festejasse ao mes-
mo divino nos dias de Páscoa da Ressurreição e Pentecostes»287. Na festivida-
de do Espírito Santo em Bougado (Santo Tirso), a que são levadas centenas
de crianças, algumas ao colo das mães, conforme uma velha crença popular
que prescreve, após haverem dado três voltas à capela, se coloque «sobre a
cabeça dos meninos a coroa simbólica do Espírito Santo», a fim de serem li-
vres do contágio da gota, atribuindo-se a moléstia à circunstância de os filhos
mamarem enquanto as progenitoras bebiam 288 . A relação entre a devoção do
Espírito Santo e os terramotos e erupções vulcânicas frequentes nas ilhas aço-
rianas, sobretudo, de São Miguel, Terceira, Faial, Pico e São Jorge, nomea-
damente em 1672, 1718, 1719, 1760 e 1808, é facto assinalado na crónica reli-
giosa das suas gentes, e ainda hoje prevalecente 289 .
O bodo, desde o continente aos Açores, constitui o elemento dos festejos
que consagra o convívio fraterno e a partilha pelos pobres da comunidade das
oferendas recolhidas em que predomina o pão e a carne. E, se a alegria pode
levar a excessos, se pensarmos, por exemplo nos banquetes quase pantagruéli-
cos da ilha Terceira 29 ", será de notar por vezes o resvalar para o supersticioso,
como na descrição algo tardia por relativa a 1862, mas a reflectir costume an-
tigo, do abate do gado para o Bodo do Divino Espírito Santo, em Santiago do
Cacém, que dava lugar a grande reunião de devotos para assistir à bênção das
reses pelo pároco e, crentes na virtude curativa do sangue das vacas abatidas,
enchiam as vasilhas de barro que levavam e logo untavam «o lugar onde exis-
te o padecimento, e mesmo outros onde não existe, com o fim de não apare-
cer no sítio untado mal algum»291. Excessos havia ainda nas manifestações
musicais a cargo das folias, desde tangeres e bailes indecorosos e cantares pro-
fanos, a levar as autoridades eclesiásticas a intervir. Em 1558, o bispo dos Aço-
res D. Frei Jorge proibiu «na igreja os toques de viola, guitarra e flauta, bem
como os bailes e cantares profanos fora dela, e durante as festas», e, em 1600,
o prelado D. Frei Jerónimo de Almeida fez outro tanto, não permitindo «que
os foliões bailassem na capela-mor, e durante a coroação do imperador»-'2. As
Constituições Sinodais de Évora (t. xv, c. xn), do arcebispo D. João de Melo,
relativas a 1565, ordenam que, quando «alguns povos por sua devoção, ou por
qualquer outro respeito de serviço de Deus fizerem imperadores e reis e ou-
tras festas semelhantes, quiser entrar nas igrejas caladamente sem ruído de
tangeres e vozes, e honestamente, o poderiam fazer, mas sem estarem "mais
tempo que aos ofícios divinos, ou fazerem oração e passar"» nem ousarem
subir ao «púlpito, ou em outro semelhante lugar a fazer nem dizer alguma
coisa»293. As Constituições Sinodais de Angra, publicadas em 1560, perante uma
generalização fora do dia próprio de coroações do Imperador, mandam que
se não façam senão na festa do Divino Espírito e nas «procissões de Corpus-
-Christi, Visitação ou Anjo», aliás as oficiais do reino, e não haja mais que
654
ORAÇÃO E DEVOÇÕES
655
O DEUS DE TODOS os DIAS
656
ORAÇÃO E DEVOÇÕES
do dos seus pagens e de muitos dos seus nobres, montados em cavalos, éguas
e jumentos, ao mosteiro cisterciense de Celas, onde era recebida a imperial
majestade com repiques festivos dos sinos, e Te Deum laudamus no templo.
Depois da abadessa e monjas cumprimentarem o Imperador, sentado num tro-
no, ao fundo da igreja junto da grade do coro, e de o obsequiarem com doces,
confeitos e finos licores, beijando devotamente a coroa de prata, que para isso
era passada através do postigo das grades, lá seguia a comitiva equestre e asina
para a ermida do Espírito Santo, onde o Imperador fazia rezar missa pelo seu
capelão. Por fim regressava toda a cavalgada à vila de Eiras. Nesta havia então
um lauto banquete e bodo público, jogos vários, cavalgadas e divertimentos
populares, danças, descantes, etc.» Fazia-se também, em cada segunda-feira do
Pentecostes, uma romaria promovida pelo cabido de Coimbra, «mas esta séria,
piedosa e litúrgica, embora realizada no mesmo dia da cómica visita da Câmara
de Eiras», dirigindo-se através da cidade, com o bispo-conde por vezes a abri-la
seguido de cónegos, beneficiados, capelães-cantores, meninos do coro e a «tur-
ba-multa de fiéis de todas as categorias sociais». Cantava-se a ladainha de T o -
dos-os-Santos e antífonas em seu cantochão próprio. «Ao entrar na eremida,
terminada a doxologia hinódica final, o capitulante fazia o levantamento da an-
tífona — Spiritus Domini. Sentava-se o clero em bancos, e prosseguia o canto
recitativo dos salmos de Tércia-Legem ponc milii Domini, etc. E terminada a
Hora de Tércia, cantava-se a Missa conventual solene própria do dia.» Pela dé-
cada de 1870 esta festiva romagem acabou por extinguir-se e a ermida talvez
haja sido demolida 309 . O mesmo ou quase se terá passado em muitas outras lo-
calidades. Porém, o culto litúrgico, com maior ou menor solenidade, conti-
nuaria segundo o estabelecido no calendário católico. N o cerimonial da Festa
do Imperador, de Portugal ao Brasil, os tempos foram diminuindo o respeito
devido, a ponto de, na procissão de Eiras a Santo António dos Olivais, o pro-
tagonista do sacro cortejo ir coberto de um manto, a arremedar «mais mal que
bem» o trajo do imperador coroado, seguido de «uma charanga tocando, e os
rapazes e raparigas cantando cantigas sagradas e profanas (algumas d'estas soffri-
velmente licenciosas) dançando, fazendo cabriolas e momices, etc.». A degrada-
ção levou mesmo o vigário capitular conimbricense, José Freire de Faria, por
circular de 20 de Novembro de 1728, a proibir «todas as danças, cantigas e mais
obscenidades, por terem degenerado na practica de muitos actos indecentes»310.
N o Belém do Pará, o zeloso bispo D. Frei Caetano Brandão (1783-1789), a fim
de extirpar os abusos da Confraria do Império do Espírito Santo, ordenou que
os párocos averiguassem se os compromissos estavam aprovados e os imperado-
res respeitavam as condições estabelecidas, de contrário seriam proibidas, de
qualquer forma, fazendo «desterrar da Igreja as indignas decorações»; manda
ainda «que se execute a determinação de seu predecessor D. Frei Miguel de
Bulhões em Pastoral de 1750, de que todos os Impérios da Cidade fossem redu-
zidos a hum só, que he o da Freguesia da Cathedral»311.
657
O D E U S DE TODOS OS DIAS
nações incultas e bárbaras» e «para todas as nações do mundo, que por isso
desceu e apareceu em tanta diversidade de línguas». Obra, no entanto, para
que «é necessário maior amor que sabedoria», dado ser «tão forçosamente ne-
cessária a assistência com estas gentes, e no seu clima, e no seu trato, e na sua
miséria, e em tantos outros perigos e desamparos da vida, da saúde, e do alí-
vio, e de tudo o que pede ou sente o natural humano» 315 . Sublime missão
que lhe arranca a belíssima metáfora do estatuário, para levar a entender que
não é escusa «a rudeza da gente», pois «de pedras, troncos, brutos animais, se
faz um homem perfeito, e talvez u m santo, que se pode pôr no altar»316.
A peroração é um apelo aos senhores de escravos para mandá-los à catequese
e às senhoras para que ensinem a doutrina às escravas, porque no Juízo Final,
«espectáculo tão triste e tão horrendo, será naquele dia ver a u m português
destas Conquistas (e muito mais aos maiores e mais poderosos) cercado de tan-
ta multidão de índios, uns livres, outros escravos; uns bem, outros mal cativos;
uns gentios, outros com nome de cristãos, todos condenados ao Inferno, todos
ardendo em fogo, e todos pedindo justiça a Deus sobre aquele desventurado
homem que neste mundo se chamou seu senhor»317, dado o Espírito Santo não
procurar mais que ensinar a «querer ensinar, ou deixar ensinar aqueles a quem»
se deve a doutrina 318 . A segunda pregação Vieira denominou-a Exortação pri-
meira em véspera do Espírito Santo e p r o f e r i u - a , e m 1688, na capela i n t e r i o r d o
colégio da Bahia319, quando era o responsável pelas missões jesuíticas da Pro-
víncia do Brasil, perante os noviços e estudantes que se destinariam à evangeli-
zação, devendo para isso possuir «a ciência e inteligência das línguas», meio e
modo pelos quais os missionários «encheram o mundo do Espírito Santo, ou o
Espírito Santo por eles encheu o mundo» 320 . Veemente apologia à aprendiza-
gem das línguas gentílicas pelos jovens aspirantes a tão sublime ministério, a
fim de cumprirem a ecuménica missão de pescadores de homens. Se o divino
Paráclito, acentua o orador, pôs «as línguas nas cabeças dos Apóstolos, para
com aquelas, como borlas, os graduar de doutores do mundo», foi para fazer
de cada um deles doctor gentium. «E este grau, e esta borla, não se dá na Baía,
nem em Coimbra, nem em Salamanca, senão nas aldeias de palha, nos desertos
dos sertões, nos bosques das gentilidades», onde actuam «como mestres, como
pais, como pastores, como servos e escravos seus em tudo, para viver perpetua-
mente, e morrer com eles e por eles, e também às mãos deles, como algumas
vezes tem acontecido» 321 . Sermões houve da festa de Pentecostes com outras
temáticas que na era de Seiscentos saíram em folhetos de cordel como: o do
jesuíta brasileiro padre António de Sá (1627-1678), pregado na primeira oitava
do Espírito Santo e na Sé da Bahia, dirigido à justiça, e publicado em Lisboa,
em 1658, tendo tido duas reedições, 1672 e 1686, em Coimbra 322 ; o do francis-
cano arrábido. Frei José da Purificação, natural de Lisboa (1650) e pronunciado
na sé diocesana, no dia da própria solenidade 323 ; e do ex-inaciano, pároco de
São Cristóvão da capital e conhecido pelo seu decadentismo barroco, padre
Nicolau Fernandes Collares (1662-1723), O mestre da solfa da capella do Ceo o Es-
pírito Santo, pregado em 1706, no Convento de Marvila de Nossa Senhora da
Conceição das religiosas de Santa Brígida 324 . Abunda, por outro lado, a icono-
grafia do Espírito Santo, na era moderna, na pintura religiosa de igreja, em a
simbólica figura da pomba, sobretudo na Anunciação e Baptismo de Cristo, e
na espectaculosidade da representação da cena do Pentecostes, de que serão de
nomear os quadros a óleo do pintor Cristóvão de Figueiredo (f 1541), perten-
centes ao Museu Grão Vasco, e a Santa Cruz de Coimbra (1535) e da oficina de
Francisco Henriques (f 1518), artista do tempo de D. Manuel 325 , do Museu de
Arte Antiga e da Congregação das Servas de Nossa Senhora de Fátima (Lis-
boa) 326 , belíssimos testemunhos de uma época áurea do culto do Espírito Santo
entre nós, coincidente com a da expansão ultramarina.
658
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O DEUS DE TODOS os DIAS
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ORAÇÃO E DEVOÇÕES
da, em sua substituição, por conforme com a ortodoxia, o modelo iconográ- Igreja da Celestial Ordem
fico do Trono da Graça, admitindo a figuração, tão comum entre nós, quer Terceira da Santíssima
Trindade, Porto, século xix.
horizontal, do Pai e do Filho, de idades diferentes, lado a lado e a pomba ao
FOTO: ARQUIVO CÍRCULO
centro, quer a vertical com o Pai Eterno, de pé ou sentado, com o Cristo DE LEITORES.
crucificado e o Espírito Santo na simbólica pomba — solução perfilhada no
decurso do século xvni pelos artistas367. Por não serem talvez muitas nem a
legislação sinodal pós-tridentina, neste caso, ser aplicada em Portugal, algu-
mas dessas Trindades trifrontes escaparam à destruição. Assim sucedeu com a
da Capela do Espírito Santo, datada de 1560, da freguesia de São Martinho do
Campo (Santo Tirso), possivelmente dos começos do século X V I I , em que
uma figura masculina de pé, com três faces iguais, estreitas e barbadas, segura
nas mãos uma geométrica «composição triangular formada por vários dísticos
latinos que se entrecruzam e que duma maneira engenhosa evocam aos fiéis,
em frases curtas, o dogma trinitário da pluralidade na unidade: o Pai não é o
Filho nem o Espírito Santo, o Filho não é o Pai nem o Espírito Santo, o Es-
pírito Santo não é o Filho nem o Pai, sendo os três, todavia, o mesmo e úni-
co Deus»368. São nítidas as semelhanças desta representação com uma xilogra-
vura de 1524, estampada no livro de horas impresso na oficina parisina de
Simão Vostre 369 . Exemplar diferente de Trindade trifronte, de composição pic-
tórica análoga à Santa Face conhecida por Verónica, é uma pintura sobre tela
«da escola portuguesa do século xvii, que pertence à colecção de D. Thomaz
de Mello (Tom), no Estoril» que Flávio Gonçalves menciona 370 . Conhecem-
-se mais outros exemplares de Trindades trifrontes, a saber: a pintura sobre co-
bre, talvez uma obra quinhentista de origem espanhola, da colecção de Car-
los Cudell Goetz (Lisboa); a pintura sobre tábua, pertencente ao século xvii,
663
O DEUS DE TODOS os DIAS
664
ORAÇÃO E DEVOÇÕES
NOTAS
1
ANJOS - Jardim, p. 323.
2
DIAS - Correntes, vol. 1, p. 199, 247, 260.
3
Ibidem, p. 311.
4
Ibidem, p. 391.
5
Ibidem, p. 381, 391.
6
Ibidem, p. 280.
7
Ibidem, p. 395.
8
Ibidem, p. 444.
9
C i t . por PAIVA - Missões, p. 5.
10
Ibidem.
11
BELCHIOR - Frei António das Chagas, p. 189.
12
PAIVA - Missões, p. 8.
13
MARQUES - O rigorismo, p. 231.
14
PAIVA - Missões, p. 5.
15
DEOS - Peceador, cap. x m - x i v , p. 59-60, 64-65.
16
Ibidem, p. 73.
17
DIAS - Correntes, vol. 1, p. 395.
18
SOUSA - Introdução, p. 48.
19
Ibidem, p. 50.
20
ANJOS - Jardim, p. 189.
21
Ibidem, p. 268.
22
Ibidem, p. 294.
23
Ibidem, p. 328, 330.
24
DEOS - Pecador, p. 74.
25
C f . MACHADO - Dicionário, v o l . 2, p. 6 0 - 6 1 .
26
C f . MONTEIRO - Manual, p. 579.
27
V I T E R B O - Elucidário, v o l . 2, p . 6 8 ; SILVA - Diccionario, vol. i, p. 4 0 3 - 4 0 4 .
28
SOUSA - Introdução, p. 45-46.
29
RESENDE - Crónica, p. 262.
30
SOUSA, Introdução, p. 46.
31
Ibidem, p. 46.
32
IDEM - Capela R e a l , p. 286-288.
33
V. SOARES - A arquidiocese, p. 421 e 486.
34
V. COSTA - História, v o l . 3, p . 4 6 7 - 4 8 3 .
35
ALMEIDA - R e l i g i o s i d a d e , p . 7 7 , n . 7 .
36
V. MONOGRAFIA, p. 6 7 - 7 0 .
37
ALVES - Memórias, p. 4 3 - 4 7 .
38
Ibidem, vol. 2, p. 292-313.
39
Ibidem, p. 264-265.
4,1
Ibidem, vol. 6, p. 284-285.
41
SANTA MARIA - Santuário.
42
REIS - Invocações.
43
SANTOS - O c u l t o , p . 1 9 9 - 2 3 1 .
44
PIRES - N o s s a S e n h o r a , p . 2 6 3 - 3 0 6 .
45
MOREIRA - N o s s a S e n h o r a , p. 306-348.
46
C f . ALMEIDA - Religiosidade, p. 77.
47
Ibidem.
48
SANTOS - O culto, p. 199.
49
Ibidem, p. 205.
50
Ibidem, p. 206-208.
51
Ibidem, p. 209.
52
Ibidem, p. 210.
53
MOREIRA - Nossa S e n h o r a , p. 319, 322.
54
Ibidem, p. 328-347.
55
SYNODICON, p. 413-414.
56
Ibidem, p. 292.
57
PEREIRA - V i s i t a ç õ e s , p. 1 9 7 .
58
Ibidem, p. 377.
59
Ibidem, p. 107-109.
60
MÁRTIRES - Catecismo, p. 65.
61
Ibidem, p. 82.
( 2
' BAIÃO - Episódios, vol.i, p. 270.
1,3
MÁRTIRES - Catecismo, p. 16.
64
DEOS - Peccador, p. 59.
65
G A L H O Z - Romanceiro, v o l . 2, p . 5 7 0 - 9 2 4 .
66
V. G A L H O Z - r e v e l a d o r d e u m a t r a d i ç ã o s e c u l a r , a p a r t i r d o s é c u l o x v i n , d e N o r t e a S u l d o
p a í s , i n c l u i n d o M a d e i r a e A ç o r e s . Ibidem, p . x x i v .
67
Ibidem, p. x x i v - x x v .
68
Ibidem, p. x x v .
69
Ibidem, p. x x v i .
7(1
Ibidem, p. 618, 657, 690, 865.
71
Ibidem, p. 796, 786.
72
V. ALMEIDA - C a r á c t e r , v o l . 6 , p . 3 4 2 - 3 4 3 ; VASCONCELLOS - Etnografia, v o l . 8, p . 9
66 5
O DEUS DE TODOS os DIAS
73
Ibidem, p. 10.
74
RICARD - Trindades, p. 137-141.
75
Ibidem, p. 4-6.
76
Ibidem, p. 4-9.
77
IDEM - op. cit., I X , p. 4 7 7 - 4 8 2 .
78
IDEM - op. cit., X , p. 4 9 - 1 8 0 .
79
V I T E R B O - Elucidário, p. 3 5 0 - 3 5 1 .
8,1
V. Ibidem; SOARES - A arquidiocese, p. 561-563.
81
V. o excelente artigo, que seguimos, de CARVALHO - Dois significados, p. 3 3 7 - 3 7 2 .
82
Ibidem, p. 12.
83
Ibidem, p. 15.
84
Cf. MACHADO - Dicionário, vol. 5, p. 181.
85
RAPOSO - D. Luísa, p. 1 6 0 - 1 6 1 .
86
VASCONCELLOS - Etnografia, VOL. 10, p. 460.
87
IDEM - op. cit., p. 6 2 , 91.
88
V. «X. Theologia Mytica», in tomo iv, ed. cit., p. 553-558.
89
Cit. por CARVALHO - Dois significados, p. 12.
90
Ibidem, p. 14.
91
CORTESÃO - Os Descobrimentos, vol. 1, p. 79.
92
GONÇALVES - O vestuário, p. 5.
93
A N J O S — Jardim, p. 2 5 5 - 2 5 7 , 2 6 0 . 2 9 5 , 341.
94
Ibidem, p. 7-8.
95
Ibidem, p. 18.
96
Ibidem, p. 10.
97
SEQUEIRA - A devoção, p. 4 - 5 .
98
Ibidem, p. 13.
99
Ibidem, p. 18-19.
"KL C O U T I N H O - Apontamentos, p. 5.
101
GONÇALVES - Uma série de painéis, p. 14-15.
102
Ibidem.
1113
Ibidem, p. 6-7, 14-15 e 26.
1114
RODRIGUES - História, t. 4, vol. 1, p. 82.
105
Ibidem, p. 81-82.
106
COUTINHO - Algumas achegas, p. 2 5 0 - 2 5 2 .
1117
RODRIGUES - História, p. 9 5 - 9 7 .
108
C O U T I N H O - Apontamentos, p. 4 2 .
1,19
SOARES - Duas missões, p. 1 7 9 .
""RODRIGUES - História da Companhia, t. 4, vol. 1, p. 92-93.
111
COUTINHO - Algumas achegas, p. 2 0 9 - 2 2 8 .
112
RODRIGUES - História, p. 99.
113
ASSUMPÇÃO - Frades e freiras, p. 143.
114
GONÇALVES - Uma série de painéis, p. 10.
115
DELUMEAU - Rassurer, p. 334-335.
116
Ibidem, p. 332.
'"VASCONCELOS - Etnografia, VOL. 7 , p. 6 9 - 7 6 , v o l . 9 , 1 9 8 5 , p. 4 6 7 - 4 6 8 , 4 8 3 , v o l . 1 0 , 1988,
P- 303.
118
VICENTE - CompUaçam, p. 1 7 7 - 1 7 9 , 192.
119
Ibidem, p. 326.
120
Ibidem, p. 298.
121
Ibidem, p. 306.
122
Ibidem, p. 10-11.
123
BERNARDES - Nova floresta, p. 229.
124
Ibidem, p. 14.
121
IDEM - Obras do padre, vol. 5, p. 43.
12,1
GONÇALVES - Uma série de painéis, p. 12.
127
VASCONCELLOS - Etnografia, p. 34. Camilo, em A brasileira de Prazins, refere-se por altura
dos primeiros anos do liberalismo, mas por certo ao costume já anterior de, na altura das missões,
se fazerem exposições para venda de artigos religiosos à porta e no adro da igreja e, que havia,
baratinhas e muito procuradas, «enfiadas em metal, ou em cordão simplesmente» Rezas do Anjo
da Guarda e medalhas para trazer ao pescoço. CASTELO BRANCO - A brasileira, p. 1 9 8 .
128
DANIÈLOU - Origène, p. 2 2 2 - 2 2 3 .
129
DIAS - Correntes, vol. 1, p. 64.
130
DELUMEAU - Origène, p. 297.
131
REIS - Anjo Custódio, vol. 2, col. 4 5 6 - 5 6 8 .
132
ORDENAÇÕES Manuelinas, p. 5 6 6 .
133
ORDENAÇÕES Filipinas, liv. 1, tit. LXV, § 4 8 , 1, p. 1 5 2 - 1 5 3 .
134
BIBLIOGRAFIA geral, p. 65.
135
LOURO - O culto do Anjo, p. 7-8.
136
MARKL - Livro de horas, p. 15, 180-181.
137
BIBLIOGRAFIA geral, v o l . 1 , p. 65.
138
SANTOS - Oito séculos, vol. 1, p. 106 e 307.
139
REIS - Anjo Custódio, col. 4 5 8 .
14(1
IDEM - O Anjo de Fátima, p. 25.
141
JESUS - Monarquia lusitana, p. 483.
142
Sermão da quarta dominga da Quaresma, p. 19, 21.
666
ORAÇÃO E DEVOÇÕES
143
Sermão [...] da Immaculada Conceipçam, Lisboa, Paulo Craesbeeck, 1646, p. 9-10.
144
Sermam [...] em acção de graças da felice acclamação, p. 5.
145
Sermam [...] em a festa do Anjo Custódio, p. 4.
146 v
Sermão do Anjo Custódio, BPÈ, cod. C X X I I / 2-19, f. 179-179 -
147
B. P. de Braga, Sala Barca e Oliveira (BO), d) Col. de Estampas, reproduzida in MAR-
QUES - O clero nortenho, p. 68.
148
GOMES - História da diocese, p. 4 4 6 .
149
REIS - Anjo Custódio, col. 4 5 7 .
150 p o r f lnli a o ]acj0 desta tutela do Anjo Custódio de Portugal, que se acreditava constante
nos momentos de perigo, para a nação, poderá recordar-se uma igual intervenção dos santos pa-
tronos do reino, desde a Virgem Maria a São José, de Santo António à rainha Santa Isabel, e ao
beato Nuno Álvares Pereira, do apóstolo São Tomé a São Francisco Xavier, e aos demais «pais
santos» da grei lusa em que se incluía o próprio D. Afonso Henriques de que se chegou a pedir,
nos reinados de D . João IV e D . João V, a beatificação e canonização; M A R Q U E S - A tutela,
p. 2 6 7 - 2 9 4 .
151
COSTA - A Virgem Maria, p. 39-48.
152
Ibidem, p. 13.
153
Ibidem, p. 35.
154
ALMEIDA - O culto, p. 9.
155
Ibidem, p. 11.
,5<>
Ibidem, p. 12.
157
MENDEIROS - Devoções, p. 558.
158
ALMEIDA - O culto, p. 15.
159
PENTEADO - A vida religiosa, p. 172.
160
CARDOSO - Ex-voto, p. 9 3 - 1 4 0 .
161 PENTEADO - A vida religiosa, p. 180.
162
POLÓNIA - Vila do Conde, p. 151-183.
163
ALMEIDA - O culto, p. 15.
164
COSTA - Origem e evolução, p. 1.
165
Ibidem, p. 12-13.
166
MENDEIROS - Devoções, p. 557, n. 14.
167
OLIVEIRA - Nossa Senhora, p. 1 0 0 - 1 0 8 .
168
CHAVES - Influxo, p. 83.
169
MENDEIROS - Devoções, p. 546.
170
COSTA - Origem e evolução, p. 23-44; AZEVEDO - Vigor da Imaculada, p. 31-137.
171
MACHADO - Bibliotheca; SILVA - Diccionario; CHAVES - Oratória, p. 7 1 1 - 7 7 2 ; AZEVEDO - Vi-
gor da Imaculada, p. 25-27.
172
COUTINHO - Apontamentos, p. 64.
173
Ibidem, p. 238-276.
174
Ibidem, p. 6 4 - 6 5 , 72-73.
175
GONÇALVES - O «privilégio sabatino», 1960, p. 7.
176
DIAS - Correntes, vol. 2, p. 526.
177
Ibidem, p. 509-510 e 522.
178
GONÇALVES - O «privilégio sabatino», 1960, p. 10 e 13.
179
IDEM. - O «privilégio sabatino», 1963, p. 4, 5, 9, 11.
180
Ibidem, p. 4, 6-7, II.
181
Ibidem, p. 4. 6 - 7 , 11; GONÇALVES - «O privilégio sabatino», 1960, p. 9-11; MARQUES - A Pa-
renética,
182 vol. 1, p. 123-125.
Cf. MACHADO - Bibliotheca, vol. 2, p. 369; vol. 3, p. 219.
183
Grande enciclopédia portuguesa e brasileira, 14, p. 323.
184
JESUS, Monarchia lusitana, vol. 1, p. 9 8 ; SOUSA - História genealógica, 11 parte, p. 218.
185
VIEIRA - Semiões, v o l . 2 , t. v i , p. 4 3 4 - 4 5 0 .
186
Ibidem, p. 382-383.
187
SPÍNOLA - Nascimentos, p. 2 5 - 2 6 .
188
IDEM - Desempenho, p. 685-687.
189
ALMEIDA - Sermam do glorioso, p. 1-5.
190
VASCONCELLOS - Etnografia, vol. 8, p. 2 8 9 - 2 9 0 .
191
COSTA - Cem anos, p. 309.
192
BERNARDES - Luz e calor.
193
DELUMEAU - Rassurer, p. 346.
194
BERNARDES - Estímulo prático, p. 232.
195
Nos lares católicos, costumava-se colocar nas alcovas, na parede à cabeceira do leito, esta
estampa encaixilhada.
196
RODRIGUES - Morrer no Porto, p. 103-104.
197
Cit. in COELHO - Curso, vol. 1, p. 114.
198
SYNODICON Hispanum, vol. 1, p. 81.
199
Ibidem, p. 357-358 e 143.
200
PEREIRA - Visitações de Santiago, 1 9 6 7 / 1 9 6 9 , p. 132-133 e 136.
201
D I A S - Correntes, p. 1 9 9 - 2 0 0 , 2 0 7 - 2 0 9 ; v o l . 2 , p. 521.
202
Ibidem, p. 538, 547-548.
203
DENZINGER - Enchridion Symboloriim, p. 419.
204
MÁRTIRES - Catecismo, p. 97.
205
DIAS - Correntes, vol. 1, p. 192.
206
Ibidem, p. 547.
207
DENZINGER; SCHÕNMETZER - Enchiridion Symbolorum, p. 420.
667
O DEUS DE TODOS OS DIAS
208
MÁRTIRES - Catecismo, p. 15.
2119
DENZINGER; SCHÕNMETZER - Enchridion Symbolorum, p. 420.
2111
GONÇALVES - A legislação, p. 112.
211
Ibidem, p. 113.
212
IDEM - A destruição, p. 115.
213
MARTINS - Peregrinações, p. 171.
214
GONÇALVES - A legislação, p. 117.
215
Ibidem, p. 118.
"' IDEM - As imagens, p. 129-135.
2
217
BERNARDES - Obras, vol. 5, p. 110-111.
218
DIAS - O culto popular, p. 236.
219
SOARES — A arquidiocese, p. 557.
2211 Y E R . J D E M _ I> AR< 5Q U I AS e capelas, p. 945-989; MARQUES - O culto de Santo António; RE-
MA - A piedade popular, p. 15-42.
221
Cit. in MARTINS - Peregrinações, p. 22.
222
Ibidem, p. 32-33.
223
Ibidem, p. 23.
224
Ibidem, p. 39.
223
Cit. in FERNANDES - História, santidade, p. 59, n. 197.
226
Cit. Ibidem, p. 34.
227
Ver ANJOS - Jardim, p. 37.
228
- História, santidade, p. 35.
FERNANDES
229
Oportuno será dar merecida importância ao problema que o historiador Prof. José Matto-
so levanta e analisa acerca da «fantástica proliferação hagiográfica ocorrida entre 1591 [data do
aparecimento, em Coimbra, do Martirológio dos santos de Portugal] e os meados do século xvn».
Na origem estarão as fraudes eruditas, a partir de 1594, do jesuíta espanhol Jerónimo Roman de
la Higuera e das abundantes notícias compiladas pelo padre Jorge Cardoso e por António Caeta-
no de Sousa, continuador do Agiológio lusitano, que encorajam as autoridades religiosas coevas a
multiplicarem «as festas novas, algumas delas de grande solenidade», logo começando em torno
delas «a proliferar as devoções tipicamente populares». MATTOSO - Santos, p. 27-28, 41.
2311
NICCOLI - La vitta Religiosa, p. 184.
231
Ibidem, p. 185.
232
- Caminhos, p. 211-212.
TAVARES
233
Veja-se o caso do capuchinho Frei Alexandre de Murcia relativo à sua confessada lisboeta
Micaela de Jesus em TAVARES - Molinosismo, p. 235-239.
234
MORUJÃO - Poesia, p. 237.
235
TAVARES - Molinosismo, p. 210.
23<>
Ibidem, p. 214.
237
IDEM - Caminhos, p. 187-215 e IDEM - Molinosismo, p. 219-240; ALMEIDA - História da
Igreja, vol. 2, p. 363.
238
SEQUEIRA - O Carmo, vol. 2, p. 403-404.
2I
" GONÇALVES - Uma série de painéis, p. 12.
240
SEQUEIRA - O Carmo, P. 237.
241
Ibidem, p. 238, 399-403.
242
Ver, respectivamente, in Sermões, ed. Lello & Irmão, vol. 2, t. vi, p. 381-384, vol. 3, t. vu,
p. 413-414,-vol. 5, t. xiii, p. 1-417 e t. xv, p. 131-156; vol. 3, t. ix, p. 73-100; vol. 2, t. vi, p. 351-380;
vol. 3, t. vu, p. 385-412; vol. 3, t. vin, p. 315-398.
243
Ver, respectivamente, in Sylva Concionatoria, i, p. 337-374 e 11, p. 172-197 e m, p. 337-374;
1, p. 154-171; m, p. 31-67; 11, p. 33-62; 1, p. 353-378 e 11, p. 199-224; 11, p. 225-251; m, p. 68-103.
244
Ver Sermoens varios, 1, p. 218-244.
243
Ver Panegyricos cm as festas de varios santos, 1673.
246
Ver «Sermões e práticas», i.a e 2." parte, respectivamente: p. 424-439, 108-126 e 361-377, 15-
-44 e 250-274, 46-64 e 295-316.
247
Ver Sermões, IH, respectivamente, p. 114-131, 52-73, 1-24 e 190-215, 25-51.
248
Ver Sermoens varios, 11, p. 113-135, 159-184, 245-271.
249
Ver Sermoens panegyricos, historicos e funeraes, 1, p. 93-120.
2.0
Foi pregado em 1671.
2.1
Pregado em 1671.
252 p r e g a c l 0 e m 1697.
253 pregad0 em 1699.
2,4
Sermões publicados in O forasteiro admirado. Relação panegyrica do triumpho e festas, que cele-
brou o real convento do Carmo de Lisboa, pela canonisação da seraphica Virgem Sanda Maria Magdalena
de Pazzi. Livro atribuído a Siro Ulperni, Lisboa, Oficina de António Rodrigues Abreu, 1672, ver
SILVA - Diccionario, vol. 2, p. 308; vol. 7, p. 287-288.
255
CABRÉ - La Pentecôte, p. 18.
256
Ibidem, p. 27.
2:17
Ibidem, p. 37.
2,8
VASCONCELLOS - Etnografia, vol. 8, p. 320.
259
BRUNETI - Sobrevivências, p. 187.
2611
SIMÕES - O espírito, p. 170.
261
Cf. BRUNETI - Sobrevivências, p. 188.
262
SIMÕES - O espírito, p. 168, 171, 174.
263
Ibidem, p. 173.
264
Cit. in CORTESÃO - Os descobrimentos, vol. 2, p. 283, n. 12.
265
Ibidem. Ver uma descrição da cerimónia in ALMEIDA - História da Igreja, vol. 2, p. 556-557.
668
ORAÇÃO E DEVOÇÕES
266
VASCONCELLOS - Etnografia, vol. 8, p. 320.
267
P I N H O LEAL - Portugal, p. 9.
268
CORTESÃO - Os descobrimentos, vol. 2, p. 526.
269
Ibidem, vol. 2, p. 284; vol. 3, p. 527.
270
Ibidem, p. 284, n. 13.
271
Ibidem, p. 284.
272
Ibidem, vol. 3, p. 527, 530, 534.
273
Ibidem, p. 530. Sempre continuou a existir uma especial devoção ao Espírito Santo por
parte dos pescadores e homens do mar. VASCONCELLOS - Etnografia portuguesa, vol. 9, p. 522.
274
Ibidem, p. 432-433.
275
Ibidem, vol. 2, p. 283, n. 12.
276
I parte, L. 1, c. xxxvii.
277
COELHO - Obra etnográfica, vol. 3, p. 306. Ver também ALMEIDA - História da Igreja, vol. 2,
P- 557-
278
Ibidem, p. 308-309.
279
CHAVES - Paginas folclóricas, P. 43-46.
280
ALMEIDA - História de Portugal, vol. 4, p. 122.
281
Ibidem, vol. 1, p. 252.
282
Cf. FERRO - Os judeus, p. 128, 133.
283
CHAVES - Paginas Folclóricas, p. 42-59.
284
Ibidem, p. 47.
285
Cf. VASCONCELLOS - Etnografia, vol. 9, p. 497. Ainda na década de 1920, em Angra do
Heroísmo (Açores) se ofereciam ao Espírito Santo «mãos, braços, pés, seios, bonecos de pão do-
ce (massa sovada) ou de massa de açúcar (alfenim), conforme a religião do corpo atacada pela
doença, que se curou por [sua] miraculosa intervenção»; e também «animais — vacas, bois, be-
zerros, galinhas. As ofertas em géneros são arrematadas em leilão, na tarde do dia da festa ou no
imediato, entre a gente que, para esse fim, se reúne 110 largo (terreiro) ou no adro da igreja ou
capela». Ibidem, p. 495.
286
VASCONCELLOS - Etnografia, vol. 8, p. 334-335.
287
COELHO - Obra etnográfica, vol. 1, p. 308.
288
VASCONCELLOS - Etnografia, p. 321.
289
LEAL - As festas, p. 70-71.
290
CHAVES - Páginas folclóricas, p. 57.
291
Cit. LEAL - As festas, p. 290.
292
VASCONCELLOS - Etnografia, p. 341.
293
COELHO - Obra etnográfica, p. 305.
294
SIMÕES - O espírito, p. 176.
295
LEAL - As festas, p. 272.
2,6
VASCONCELLOS - Etnografia, p. 330-340; ALMEIDA - História da Igreja-, LEAL - As festas, p.
271-282.
297
CHAVES - Páginas folclóricas, p. 49.
298
ALMEIDA - História da Igreja, vol. 2, p. 557.
299
VASCONCELLOS - Etnografia, vol. 8, p. 328; ALMEIDA - História da Igreja, vol. 2, p. 557.
300
BRUNETI - Sobrevivências, p. 183; VASCONCELLOS - Etnografia, vol. 8, p. 336.
301
Ver a obra várias vezes citada de João Leal.
302
CORTESÃO - Os descobrimentos, vol. 1, p. 199.
303
SIMÕES - O espírito, p. 173.
304
CORTESÃO - Os descobrimentos, vol. 1, p. 200.
305
Ibidem.
306
Ibidem-, CHAVES - Páginas folclóricas, p. 47.
307
CHAVES — Páginas folclóricas, p. 47.
308
Ibidem, p. 49.
309
VASCONCELLOS - A Ermida, p. 274-277.
31(1
P I N H O LEAL - Portugal, p. 9.
311
MEMORIAS para a historia da vida do venerável arcebispo de Braga D. Fr. Caetano Brandão, vol.
i, p. 378.
312
VIEIRA - Sermões, vol. 2, t. v, p. 397.
313
Ibidem, p. 397-433.
3,4
Ibidem, p. 413-414.
315
Ibidem, p. 400-411.
3
"' Ibidem, p. 423-424.
317
Ibidem, p. 421, 431.
318
Ibidem, p. 433.
319
Ibidem, p. 377-395.
3211
Ibidem, p. 380.
321
Ibidem, p. 388, 390.
322
LEITE - História da Companhia, vol. 9, p. 107-108.
323
SERMAM do Espirito Santo. Pregado no seu mesmo dia na Catedral da cidade de Lisboa [...].
324
MACHADO - Bibliotheca, vol. 3, p. 493.
325
SANTOS - Oito séculos, vol. 1, p. 69-71.
32Í>
FRANCISCO Henriques, p. 150, 157.
327
FERNANDES - Alma, vol. 2, p. 983.
328
JEAN-NESMY - Espiritualidad, p. 365-366.
329
Cit. in Ibidem, p. 354.
330
Cf. AZEVEDO - Exposição, p. 3.
669
O DEUS DE TODOS os DIAS
331
COSTA - Corografia, vol. i, p. 416; vol. 2, p. 313.
332
G E R H A R D S - Dictionnaire, p. 493-494.
333
SERRÃO - Santarém, p. 94-96.
334
SEQUEIRA - O Carmo, vol. 1, p. 9.
335
ALMEIDA - História, vol. 2, p. 162-163.
33,1
Ibidem, p. 158-162.
337
SEQUEIRA - O Carmo, vol. 1, p. 13.
338
Ibidem, p. 14.
339
OLIVEIRA - O Boni Jesus, p. 146.
3411
CASTELO BRANCO - A brasileira, p. 198.
341
MISSAL de Mateus, p. 432-434.
342
IGREJA -Missale Bracarense, p. 390-392.
343
Epístola: Rom. 11, 33-36 e Evangelho: Math. 28, 18-20.
344
Cf. A Z E V E D O - Exposição, p. 17-18.
345
RODRIGUES - Morrer no Porto, p. 84-95.
346
Ibidem, p. 84.
347
Ibidem, p. 85-86.
348
Ibidem, p. 89.
349
GONÇALVES - Iconografia trinitária, p. 5-7.
3511
AZEVEDO - Exposição, p. 5.
351
SOUSA - A talha, p. 8.
352
MACHADO - Bibliotheca, vol. 3, p. 54.
353
CARVALHO: V I T O R I N O - A «Trindade» p. 8.
354
AZEVEDO - Exposição, p. 18, 5.
355
CRISTO, fonte de esperança, p. 46-47, 538-539.
356
A Z E V E D O - Exposição, p. 12-13.
357
BENTO COELHO, p. 392-393.
358
Ibidem, p. 400-401, 404-405.
359
CONSTITUIÇÕES synodaes do bispado do Porto, I1687].
360
SÃO JOSÉ - Historia.
361
IGREJA - Missale Romamim.
3,0
IGREJA - Breviarium Romanum.
3f 3
' Ibidem, p. 16-17.
364
Obra acima citada.
365
Ibidem, p. 7.
366
Ibidem, p. 10-11.
3Í 7
' Ibidem, p. 5; AZEVEDO - Exposição, p. 4-5.
368
GONÇALVES - Iconografia trinitária, p. 13.
369
Ibidem.
370
Ibidem, p. 15.
371
Ibidem, p. 15-22.
172
Ibidem, p. 22-23.
373
PASSOS - Guia histórica, p. 131-135.
374
Ibidem, p. 134-135.
375
BOSQUEJO historico, p. 26-27.
37í
' Ibidem, p. 11-12.
377
Ibidem, p. 16.
378
O conde da Trindade, José António de Sousa Basto, dadas as suas relações comerciais
com o Brasil e a existência, calculada em 1838, de 163 negociantes brasileiros na praça do Porto,
promovia subscrições importantes, inscrevia grande número de irmãos, alcançava concessões va-
liosas, até da família real (ALVES - Percursos, p. 207). O conde de Ferreira, Joaquim Ferreira dos
Santos 1782-1866, opulento negociante de produtos coloniais brasileiros e bem sucedido negreiro,
mais tarde famosofilantropo,era largo na sua generosidade para as obras da igreja, do hospital è
liceu ( B O S Q U E J O histórico, p. 26-27). O elenco das mesas administrativas e o rol dos confrades e
dos benfeitores falam de sobejo, como o autor do citado Bosquejo suficientemente sugere (Ibidem,
p. 27 passim).
670
A concluir
Joào Francisco Marques
671
A CONCLUIR
672
A CONCLUIR
673
A CONCLUIR
674
A CONCLUIR
675
A CONCLUIR
NOTAS
1
ANTUNES - O marquês, p. 128.
2
RICARD - La dualité, p. 26.
3
SILVA - A questão, p. 534.
4
Ibidem, p. 529-530.
5
ANTUNES - O marqués, p. 126.
6
Ver NETO - O Estado, p. 30-33.
7
RAMOS — A Inquisição, p. 112.
8
Ibidem, p. 114.
'' Ibidem, p. 116.
10
MARTINS - História, p. 514.
11
RAMOS - A Inquisição, p. 120.
12
CORREIA — Liberalismo, p. 195.
13
Cf. Problema resolvido, folheto de 1825, atribuído a José Possidónio Estrada, citado in COR-
REIA — Liberalismo, p. 165.
14
CORREIA - Liberalismo, p. 266-278.
15
In Sciencia dos Costumes, p. 197-198, citado in CORREIA - Liberalismo, p. 101.
16
CORREIA - Liberalismo, p. xi.
17
Diário das Constituintes, sessão de 2.8.1822, tomo VIII, p. 29, citado in CORREIA - Liberalis-
mo, p. 25.
18
OLIVEIRA - Prefacio, in ABREU - Memórias, p. 10.
19
Ibidem, p. 10-11.
20
Cf. ABREU - Memórias, p. 433.
21
Ibidem.
22
Ibidem, p. 436-437.
23
MARCADÉ - Frei Manuel, p. 47.
24
MARTINS - Páginas, citado in RICARD - La dualité.
25
RICARD - La dualité, p. 27.
26
Ibidem, p. 28.
27
MARCADÉ - Frei Manuel, p. 47, 157, 165-179.
28
DIAS - Correntes, vol. 2, p. 457.
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