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LYRA BRASILEIRA
E is o in d ic e :
A p rim a v e ra é u m a e s ta ç ã o flo rid a ; T e n h o s a u d a d e s d e M a u r a ; Ao v io lão ; M in h a
v id a e r a u m la g o tr a n s p a r e n te ; Q u al fica d o u d o o m a c a c o , si lh e o fferec em b a n a n a ;
M in h ’a lm a s o lu ç a , n in g u é m lh e r e s p o n d e ; V em cá, ris o n h a m o re n a ; E n t r e o p e rfu m e
d a s f lo r e s ; N a s h o ra s q u e p a s s o c o m tig o n a m e n t e ; Si foi c rim e te a .n a r c o m lo u c u r a ;
L u n d ú i n f e r n a l ; A b r is a c o rr e d e m a n s o ; B o rb o le ta m e u s a m o re s , m im o s o in s e c to
o n d e v a i s ; T a n to a m o r p u ro , s a n to e s u b lim e ; O b a tu q u e , c a n ç ã o d o a fric a n o ; P e rd ã o ,
S e n h o r m e u D eu s. n p u h ’a lm a s e n te ; Si n ã o m e a m a s ; ó m u lh e r, p o rq u e m e p re n d e s ?
O p o e ta e a fid a lg a , m o d in h a m u ito c o n h e c id a c o m o titu lo — D esprèzo, c o n te n d o os
o ito v e rs o s (e n ã o s e is c o m o p o r a h i a n d a . to d a e rr a d a 1. N ão é s tu q u e m e u a m o . n ã o
é s ; A lo u ra tr a n ç a : O ’ p a llid a M a d o n a d o s m e u s s o n h o s ; Ao v ira r d a e s q u in a , eu vi
e m L isb o a : As o n d a s são a n jo s q u e d o rm e m n o m a r ; O s o lh o s a z u e s ; S o n h e i c o m tig o ,
d o n z e lla ; T u m e p e r g u n ta s a h is to ria d a q u e lle tr is te r a n c h i n h o ; O h m u lh e r , n ã o s o r
r ia s q u e eu c h o ro ! Q ue v a le m flo res ; V em v êr. E H sp , c o m o s u r g e a lu a : T e u n o m e ;
E u a m o a c a lm a q u e e m te u ro s to b r i l h a ; T a lv e z n ã o c re ia s q u e eu p o r ti so u lo u c o ;
C h iq u in h a , s i e u te p e d is s e , d e m o d o q u e n in g u é m v isse ; S e m p re te a m a n d o , d e s p r e
z a n d o a o u tr a s ; H o ra s s e re n a s d e s ta q u a d ra b e l l a : M eig a filh a d e D eus, r o s a d ’a u r o r a ;
V e n d e d o ra d e a m o r e s ; Q ue lin d o s m a ta m e s n a s a ia d e n ev e ; O s a n jo s b a h ia tio s ; P a s
sa v a s lin d a , c o m o p a s s a u m a n j o ; V am o s, E u g e n ia , fu g in d o ; E u só te p e ç o q u e te
le m b r e s , b e l la ; L à p a r a as bandas do norte, no sertã o da m in h a te r r a ; E ’s . M a rilia , tã o
b e lla e fo rm o sa ; M eu s a m o re s b r a s ile iro s ; S o b re o m a r d e e te rn o a m o r ; O b e m te v i ;
O v a g a b u n d o ; A c re o u la f a c e ir a ; Gosto de t i porque g o s to ; U m c a so eu vo s c o n to . q u e .
si b e m m e le m b ro , p a s s o u -se h a d o is a n n o s , n o rn ez d e n o v e m b r o ; Si m u ito te a d o ro :
A m u l a ta ; O p h ilo s o p h o ; F u i b ilo n tr a d e c id id o ; O cé o re c a m a -s e d e n u v e n s ró r id a s
— o u tr a im ita ç ã o d o a u to r : A’ te r r a u m a n jo b a ix o u : M o ren a, e s c u ta o s m e u s c a n t o s :
S ão b a g a s d e a m a rg o s p r a n t o s ; N a h o ra e m q u e s e c o b re ; Q ue s o r te , q u e s in a , c r u e l é
o m e u fa d o : U rsu lin a . n o cé o , a lu a d e s m a ia ; O P e rd ã o ; A ro s a q u e a o n a s c e r a b r e a
c o ro la ; L in d a flor. c o m o é s m im o s a ; P o r q u e v ejo n o s te u s o lh o s (d o S r. B ilh a r ) ; E u
v i-te s o r r in d o , v o a n d o n a v a lsa ; N ão é s tu q u e m eu a m o , n ã o é s ; e c e n te n a s d e o u tr a s
m o d in h a s , c a d a q u a l m a is lin d a , ig u a e s a e s ta s o u ta lv e z m e sm o m e lh o re s .
Lyra Brasileira
R E P E R T O R IO D E
MODINHAS POPULARES
Escriptas e colleccionadas
POK
R IO D E JA N E IR O
LIVRARIA DO POVO — q u a r e s m a & c . — L iv re iro s-E d ito re t
0 5 e 0 7 , B U A D E S. J O S É . 0 5 e 0 7
1903
1 Original f ro m
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General Library System
University oí W isconsin - Madison
728 State Street
\ 'a d ;son, Wl 53706-1494
U.S. A.
Os editores Q U A R E S M A & C ., av i
sam ao publico que todos os livros edi
tad os p or su a casa — Livraria do Povo —
são de su a exclusiva p ropriedade litte—
ra ria .
C apital P ed eral, Ju lh o dfe 1908.
Quaresma & C.
Original f ro m
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fa
CATUELO O A P A IX Ã O C E A R E N SE
Autor da Lyra Brasileira — Cancioneiro Popular — Chôros ao Violão
e Lyra dos Salões.
*
* *
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* *
Original from
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18 QUARESMA & C., e d ito re s
-
( R E S P O S T A Á P O E S IA — N ÃO M E E E M B R O A G O R A )
V o lta !
Porque partiste,
saudosa flor ?
A v id t é triste
sem teu am or.
Dias risonhos,
tudo eu p e r d i!
Foram -se cs sonhos
atraz de t i ! "
Na solsdade
do meu carpir
atroz saudade
me vem f e r i r . ..
M usica do rom an ce ita lia n o — Torna.
Ss um ai tu soltas
de magua e dor,
porque não voltas
ao trovador I ?
Tem pena, ó lu a ,
dos tristes ais I...
Na ju ra sua
fui crer de mais !
Doce bonança
jâ não sorri,
e a dor não cança
longe de t i . . .
Sagrados cantos
eu te offertei,
e choro em prantos
porque te a m e i!
O riginal from
D igitizedJiyJ
SITY OF WISCONSIN
LYRA B R AS IL EI RA 27
Yolta, que a ly ra
nos cantos meus
sómenie aspira
dizer-te adens 1
Agora é t a r d e .. .
Sempre hei de a m ar-te f...
Como olvidar-te
no meu soffrer ?
Y olta I... Um m om ento!...
Meu anjo amado ! . . .
Q uero a teu lado
feliz m orrer i
Teimoso
Quero-te bem, porque quero,
porque te devo querer,
pois jà nasci, te assevero,
p ara te amando m orrer.
M usica do m e u 'a m ig o S aty ro B ilh ar, a quem são dedicados
e ste s versos.
Original from
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28 QUARESMA & C., e d it o r e s
GQOgk
Original f ro m
D i g i t i z e d by
IIVERSITY OF W ISCO NSIN
LYRA BRASILEIRA 29
Saudades do passado
Dispersos se f oram
meus roseos encantos 1...
Não resta um a estrella
nas brum as dos prantos...
A linda morena,
serrana adorada,
m orreu em meus braços
em noite estrell&da I...
M orreu a Serrana
m orreu-m e a esperança
E u chóro por ella
qual uma creança 1
Original f r om •
Digitized by L i O v j^ iV E R S IT Y OF W ISCO NSIN
L Y R A B R AS IL EI R A 31
D e s p e rta !
Vem Têr como a noite tãô calma deslisa
por en tre o silencio, que fala tamb9m !
Não oures meu canta, que a lo r sonorisa,
que e lera-se aos astros, sumindo-se alèm ?
Acorda a n a tu ra , so rriad ), embalada
nas notas maguadas da minha canção,
e a lua que escuta, de dor contristada,
sorri-m e e n tre estrellas da infinda amplidão.
E u tenho uns segredos, que em trovas canôras
conversam com a lyra, de noite, ao lu a r,
segredos de amores, que as ondas sonóras
sepultam nos labios argenteos do m ar.
R epara I... As estrellas de lucida chamma,
palpitam por re r-te , rasgando seus v é o s l...
A lua seus raios silente derram a...
Vem mesta detcm do das plagas dos céos 1
Desperta ! Não vej > nos céos uma estrella,
que possa em meu seio seu lume v e rte r !
D esperta, que a noite vae calm a e tão bella,
que as dores se mudam n’um aureo p r a z e r !!
M usica d a m odinh a : — A s ondas são anjos que dormem no m ar.
u ‘ .Original from
D igitized by V ^ j O ^tJW lV E R S IT Y OF W I5CONSIN
32 QUARESMA & C., e d it o r e s
O Passado
Nunca mais
Tu ju ra v a s sempre am ar-m e,
tu fingias ser tão pura,
que m inh’alma embevecida
sempre creu em tu a ju ra !
Foste falsa, p e r ju r a s te ...
Vou viver na solidão I
Quero dar largas às dores
deste pobre coração.
Lyra em punho
Se tu promette8 querer-m e,
receber-m e,
verâs que este am or, de vez,
n'ura casorio emfim se ata,
ou desata
nas grades de algum xadrez 1
jfc partida
Original from
Digitized by V ^ j O '5 if i| V E R S I T Y OF W ISCO NSIN
LYRA BRASILEIRA 37
O jfflcmor e o Desgosto
( Para ser recitado)
r^r> Original f ro m i
Digitized by V ^ j O '5 (jÇ |V E R S IT Y OF W IS C O N ^IN
LYRA BRASILEIRA 39
C arta original
D i g i t i z e d by
Googk Original from
IVERSITY
I OF W ISCO NSIN
QUARESMA'- & C., e d it o r e s
^ r s \o Original f rom
D i g i t i z e d b y V ^ U O g y ^ l V E R S I T Y OF W ISCO NSIN
L Y R A BR A SI LE I RA 43
Original from
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44 Q U A RE S MA & C., e d it o r b s
Pleonasmo e Cacophonia
(r e c it a t iv o )
Original from
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LYRA BRASILEIRA 45
Original f ro m
Digitized by 'X U W IV E R S IT Y OF W ISCO NSIN
46 QU AR ESMA & C., e d it o r e s
Ai, se eu pudesse,
serias m inha a té m orrer 1
Muito padece
meu coraçã) por te q u e re r 1
Ai, se eu pudesse,
serias m inha até m orrer !
Soffre e padece
meu coração por te querer.
Quanto padece
meu illudido c o ra ç ã o !
Triste fenece
na dor da tu a ingratidão 1
Tu negas ao captivo
tro ra d o r
um te u olhar furtivo,
linda f lo r !
Só de ch o ra r eu vivo,
meu amor 1
M inha dor
te b em d iz!
Quero m orrer sonhando,
me eng&aando,
que só assim serei feliz !!
Ai, se eu pudesse,
serias m inha até m o rre r!
geme e padece
meu coraçao por te querer.
Que a m a rg o r!
Que afflicçâo I
Pois que t u me illudiste,
me trahiste,
irei penar na solidão 1
O Demonio moreno
No samba
ELEE
EELA
EEEE
EEEA
Original from
D i g i t i z ed b y 'g J tfílV E R S IT Y OF W ISCO NSIN
i LYRA BRASILEIRA 53
ELLE
•
T a és a rosa
fresca, orvalhada,
tu és a estrella
da m ad ra g ad a !
EEEA
Tu não me engrossas
com taas p e ta s .. .
No céo não luzem
estrellas pretas...
ELEE
E ’s mais ainda
do que um a e s tre lla :
és um a santa
formosa e bella I
ELLA
De santo preto,
sem ser bonito,
conheço apenas
São Benedicto.
EEEE
ELLA
Franquez&s dessas
me causim m edo!,
P r a dar-se um mimo
ta n t > segredo ! !
ELLE
Pois se console,
meu caro amigo !
Quer por v e n tu ra ,
casar om tnigo ?
ELLE
Tambem declaro,
já que é tão franco,
que eu não desej >
casar com branco.
EEEE
EEEA
O «Jardineiro
casaca maravilhosa
Original from
Digitized by V ^ j O '5 if i| V E R S I T Y OF W ISCO NSIN
L Y R A B R A SI L E IR A 57.
Um sabio n a tu ra lista ,
que em .si mysterios encerra,
já disse que esta casaca
não era obra da terra .
E u íó te deixo de noite, ,
quando busco repousar,
mas não sem ver de meus olhos
uma lagrim a r o l a r !
Original from
Digitized by V ^ j C K fg ( ^ | V E R S I T Y OF W ISCO NSIN
60 Q UA RE SM A & C., e d it o r b s
Eu te coaservo, ó casaca,
por prazer e p^r vontade
até mesmo em certos actos
de urgente necessidade...
Tu és eterna, «credito ! . . .
porém o meu parecer
é que tambem de desgosto,
tu m orras, quando eu m orrer.
O ISoiadeiro
Original f r om
Digitized by Q y ^ lV E R S IT Y OF W ISCO NSIN
LYRA BRASILEIRA «1
M ulher, preciso de c a lm a .. .
You deixar esta sertão I
Carrego a dor dentro d'alm a,
mas tenho ao labio a canção I
Se eu me casasse comtigo,
quizera ver-te g arrida
no dia do casamento
com tu a saia vestida 1
Como eu gosto
F erre n h a brutalidade
reina en tre nós fatalm ente :
nem ella faz-me a vontade,
nem eu a ella egualm ente.
Ao v ir o dia apontando,
pr’a não fazer-m e de mouco,
me vae do somno acordando
a m urros, trancos e sôco.
Di g i t i z e d by Googk Original f ro m
IIVERSITY OF W ISCO NSIN
Q UARES MA & C., e d it o r e s
Do philosopho
H istoria de um casamento
/c canção do ermitão
^ r ^ o Original f rom
D i g i t i z e d by V j O O y Ü N IV E R S ITY OF W ISCO NSIN
L Y R A BR AS I LEI RA
M E D E IR O S E A L B U Q U E R Q U E
O corcunda
Ha tempos o corcunda,
sahindo de collete,
as meças da janella
soltavam-lhe foguete.
0 pobre do corcunda
n lo pôde u sar bonnet,
que as moças logo o chamam
de velho jacaré.
Se o pobre do corcunda
penteia o seu cabello,
as moças mais bonitas
lhe chamam de camello.
Ha dias o corcunda
sahindo encartolado,
levou medonha vaia
na ru a , apedrejado.
P or causa de um a moça
levei terrivel tunda,
mas n 3m assim livrei-m e
do raio da corcunda.
De c a rre g ar ta l trcuxa
jà y ív o acabrunhado I
A peste da corcunda
parece o corcovado I
Ha dias a morena
por quem meu peito bate,
só por pedir-lhe um beijo,
chamou-me de mascate.
A té na própria cama
não posso a gosto estar,
a b u rra da corcunda
não deixa me v irar.
E S T R IB IL H O
Minha mãe
Querida flo r a
Eu e tu
D i g i t i z ed b y Googk Original f r om
IVERSITY OF W ISCO NSIN
QUARESMA & G., k d it o r k s
Vou partir
Vou p artir, viver ausente,
vou v iv er longe de ti,
saudoso deixar os lares
onde feliz eu nasci. . .
onde cs mais bellos encantos,
sorrindo, n alm a fruí.
/tcorda, Desperta
Acorda, desperta,
e vem vêr a lua,
como ella é tão bella,
como ella fl actua 1
Acorda, desperta,
levanta do leito,
vem ouvir a voz
que sae do meu peito.
Acorda, desperta,
descerra e sta p o r ta !
Teu rosto divino
meu p ú to conforta.
i
Acorda, desperta,
que a noite vae b e lla .. .
L evanta do leito
descerra a janella t
D i g i t i z e d by
Googk Original from
IVERSITY OF W ISCO NSIN
L Y R A BR AS ILEIRA 85
Acorda, desperta,
expõe ao sereno
teu collo formoso,
teu rosto moreno I
E S T R IB IL H O
| Original f rom
D i g i t i z ed b y V j ü ü y ü filV E R S IT Y OF W ISCO NSIN
86 QUARESMA & C., K ü i t res
_, Original from
Digitized by L i O l ^ U n i v ERSITY OF W ISCO NSIN
LYRA BRASILEIRA 87
Seu |Vlanduca
r * \o Original from
D i g i t i z e d by Ü N IV E R S ITY OF W ISCO NSIN
LYRA BR \SILEIRA 89
Um favor te peço, in g ra ta :
se fôres â igreja o rar,
pela m inha alm a perdida
roga a Deus no santo a lta r.
As flores fenecem
do sol ao calor,
eu triste succumbo
cjm tanto rigor.
Quero morrer
O gondoleiro do amor
♦—------
Eu quero am ar-te
i ■ i .. . I
Ultima vontade
rA o Original from
D ig it iz e d by 'X y N IV E R S IT Y OF W ISCO NSIN
L Y R A B R A S IL E IR A 97
Do lado esquerdo da ru a
uma velhota, velhinha,
irá, em voz m uito baixa,
rezando a Salve Rainha.
Ao descer à sepultura
eis o meu maior desejo—
a moça mais balia e joven
me d a ià na face um beijo.
Original from
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LYRA. B R A S IL E IR A 101
Ric& m orena,
mimosa flor,
por Deus tem pena,
do tro v a d o r!
D à-m e um abraço,
nesta afflicçSo
que forme um laço
no coraçSo !
Tanto penar,
tanto su ffre r!
Amor me m a ta !
Quero m o r r e r !
jfcmo-te \e r de joelhos
Original from
D ig itiz e d by V j ü 'X Ü w iV E R S IT Y OF W ISCO NSIN
104 QUARESMA. & C., e d it o r e s
Amo-te v er abatida,
de vez em quando a scism ar! . . .
Tu és mais linda, mais bella,
quando eu te vejo a chorar.
O grande progresso
A carne secca se a s su s ta .. .
Dia a dia vae crescendo 1 ...
O monopolista à custa
dos pobres se vae enchendo 1
0 meu coração
partido suspira 1
Comtigo meu peito
quer triste gemer.
Se eu morresse amanhã
Original from
D ig itiz e d by V j O 'g U N IV E R S IT Y OF W ISCO NSIN
LYRA B R A SIL E IR A 109
Já não posso
Eu chóro á tarde
Teu orgulho
E S T R IB IL H O
O preguiçoso regato,
chorando vae, mesrm aesim,
beijar as flores do p r a d o .. .
Só tu não pensas em mim.
A borboleta mimosa
nam óra o branco jasm im .. .
A flor suspira por e ll a .. .
Só tu n&o pensas em mim.
Os olhos verdes
São b rilh a n te s , e fo rm o so s,
co m o d o u s a s tro s sem T éo ,
a s o r r ir em p u ro cêo
em n o ite s e re n a e m a n sa .
Mas nesses astros brilhantes
nSo vejo luz de esperança.
T u és um anjo
Se tu me foste perjura,
hei de sempre te querer,
que um amor tão verdadeiro
será firme a té m o rre r!
Giumes
Na hora da m eia-noite,
qu an lo a saudade consome,
aos ventos frios que passam
eu vou falar de teu n o m e .. .
Aos ventos frios que passam
eu vou falar de teu nome 1
flc p do ipê
DR. EUCIO D E MENDONÇA
D ig itize d by G O O g { g | V E R S IT Y O F W IS C O N S IN
130 QUARESMA. & C., e d it a r e s
Esta polka
Ai, longe de ti
não posso viver I
M orena, é bem triste
m eu negro soffrer 1
Se é crime adcrar-te,
sem ter esperança,
de que serve a vida,
mimosa creança ?!
A’ noite, tristonho,
gemendo cançado,
profiro o teu nome
no peito guardado !
E S T R IB IL H O
_. Original from
Digitized by V ^ j C k 'g l ^ i V E R S I T Y OF W ISCO NSIN
124 QUARESMA & C., k d it o r k s
jfc\e JVIaria
A tard e expira,
triste s g o n is a l...
Perpassa a brisa,
msguando a flor I
Um genio erran te
nas auras cbóra I . . .
Bemdicta a hora
de mais tr is to r ! !
Vamos, m inh’alm a,
que a luz fenece,
do mundo esquece,
que te angustia !
Aocende a crença
que a dor agita,
dize, c o n tric ta :
Ave M aria i 1!
Solfeja o mocho,
feral, sjm brio,
gem ente pio
que o morto a c o ite !
Nos solitários,
ermos caminhos,
palpitam ninhos,
saudando a n o ite .. .
Na choça o pobre,
que a dor desola,
deixa a viola,
que Amor taugia,
cu rv a os joelhos,
no chSo prostrado,
e diz, m aguado:
Ave M aria I ! !
As aves f ogem,
buscando abrigo
no seio amigo
da soledade I
A fonte chóra,
contando as flores
todas as dores
de um a saudade !
Ouvindo o sino,
que a .luz pranteia,
na pobre aldeia,
que lhe sorria,
a camponeza,
d’alma innocente,
diz, pura e cren te:
Ave M aria ! 1 1
Nossos queixumes,
nossos tormentos,
nossos lamentos
vinde abrandar 1
Q uanta am argura,
quanto quebranto
chóra n ’um pranto,
correndo a s ó s !
Alma q ie soffres,
tem fé . . . Confia ! . . .
Ave M aria ! I I
Rogae por n ó s !!
^ Original from
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L Y R A B R A S IL E IR A 129
C a t u 1,1,0 C e a r e n s e .
1 » PARTE
2.» PA RTE
Que im porta, ó bardo, a força audaz
da intelligencia
se a existencia
cà na te r r a é tran sitó ria ?
Que im porta a gloria,
que a m arm órea
pedra faz m orrer,
se cá na te r r a tudo tem
de fenecer ? I
1 » PARTE
O rouxinol, cantor plumoso, alm a repleta
de sãos gorgeios, que não sabes im itar,
da N atureza e do Ideal é o poeta,
que sabe os versrs com o biquinho b u rila r,
com seu c a n ta r formoso, meigo e peregrino,
não tem o dom, o dom da plastica div in o I...
Eis a razão por que ô prim or que a te rra
encerra,
aqui,
não é poeta, mas é bello...
é o c o lib ri!...
VOLTE à 2 * PA RTE
O que seria de um a flor sem a belleza,
que a N atureza
quiz lhe d ar com o sentimento ?
Que im porta & flor a eternidade
do talento,
se as auras vêm lhe segredar
canções de am or ? 1
1.* PA RTE
Que importa a gloria ? Meu dominio ioda é mais fo rte !
Em quanto bella, os corações hei de render 1!
Que im porta a mim o que se diz depois da morte,
se o morto a gloria já não póde comprehender ?
Na sepultura
gosa a posthuma v en tu ra I
E que não falem mais na m inha form ozara I
Que im porta, ó bardo,
a tu a gloria e a tu a presumpção,
quando dormirmos som no eterno
em frio chão ? !
3.* PA RTE
O flammeo sol o collo azul
da m adrugada a ensanguentar,
de estrellas o collar
que Deus nos céqs faz derram ar ;
dourado effluvio de uma flor
emperolada,
em que o lu a r
endeixas vem, saudoso, opalinar ;
o suspirar
de um trovador,
que são as pjtalas da dôr ;
na ebúrnea areia o m ar
os ais de am or
a ren d ilh ar...
não valem nunca a Form ozura,
a reflexão dos céos,
a mais donosa inspiração
da luz de D en s!
; 1.» PA RTE
08 cantos taus das almas tristas são confort \
d >lente orvalho de f8ral consolação l !
Mas, se cantarem versos teus, quando já m orto,
nojento vérm e profanar-te o coração,
não ó por ti, que em tu a ly ra
és meigo e dextro,
não é somente para as glorias
do teu estro,
mas pela Form ozura,
a fonte
de teus pobres
ais,
que fez teus cantos
e teus versos
immortaes 11
M ais u m a vez rep ito a o le ito r : poesia p a ra c a u to n ã o obedece
á M étrica.
/c casinha Bonitinha
i
Não te lem bras da casinha,
Bonitinha,
Onde o nosso amor nasceu 1
Tinha um coqueiro do lado,
Que coitado,
De saudade já m orreu.
' ' 2
Não te lem bras oh ! morena
Da pequena
Casinha onde te t í ,
Daquella enorme m angueira,
A ltaneira,
Onde cantava o bem -te-vi !
3.
Não te lembras do c a n ta r,
Do trin a r
Do mimoso ro u x in o l;
Que contente assim cantava
Annunciava
O nascer do flameo Sol.
4
Não te lembras das juras,
E perjuras,
Que fizestes com fe r v o r ;
D’aquelle beijo demorado
Prolongado
Que sellou o nosso am or !
. .. /a / v /t I o Original from
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LYRA. BRASILEIRA. • 135
I3^ T E )IC E 3
R e tra to do a u to r ...................................................................... S
D e d ic a tó ria................................................................................ 7
P re fa c io ...................................................................................... 9
A f la u ta ....................................................................................... 17
N ão m e lem bro a g o ra ........................................................... 19
B em m e lem bro a g o ra ........................................................... 22
V o lta ............................................................................................ 24
Q uero-te b em , porque q u e ro ................................................ 27
S au d ad es do p a ssa d o ............................................................. 29
V em v er como a noite tão calm a d e slisa ......................... 31
N u n ca m ais m o ren a in g r a ta ............................................... 32
A i ! que tem po d ito s o ........................................................... 32
L y r a em p u n h o ........................................................................ 33
E u vou deixar-te, vou so ffrer a v id a ................................ 35
Os teu s olhos p e re g rin o s...................................................... 36
O am or e o d esg o sto .............................................................. 37
C a rta o rig in a l........................................................................... 39
Q uem te fez tão b ella e p u ra ? ........................................... 42
C onsente a g o ra ........................................................................ 44
Só assim serei fe liz ................................................................. 47
50
O ja r d in e iro .............................................................................. 55
A casaca m a ra v ilh o sa ............................................................ 56
60
N ão te esqueças de m im que te am o ta n to ..................... 62
Como tu ficas d e n g o sa.......................................................... 63
64
" o hilosopho ......................................................................... 66
H isio ria de um c a sa m e n to .................................................... 69
A canção do e rm itã o .............................................................. 71
A u m a c rian ça m o rta ............................................................ 73
75
78
N os dias d o u rad o s................................................................... 79
Q u erid a E lo ra, g e n til d o n z ella.......................................... 79
E u e t u ........................................................................................ 80
N ão te esqueças de m im ...................................................... 81
N o silencio d a noite, só m e n te............................................. 82
GATUIxIxO G E A R E N S E
T O D A S AS M O D IN H A S , C A N T IG A S , CANÇÕES,
FA D O S. ETC.
Em 6 v o l u m e s ..................................................... 13ÍOOO
13$000
N ’estes seis volum es estã o reunidas todas as m odi
nhas, cantigas, canções, fados, etc., do Sr. CatuIIo da* Pai
xão C earense, m o dinhas que se ouvem can ta r nos salões
familiares, em reuniões festivas, em concertos, em festas
collegiaes, etc.
T odas as m odinhas trazem a indicação da mus/ca com
que devem ser cantadas.
AVISO
A LIVRARIA QUARESM A rem ette para o interior, com
a m a xim a b ravidade possive! e livre d e despezas com o
Correio, estes seis volumes, b astando, tão somente, enviar
a sua in portancia (13S003 em dinheiro, não se acceitam
sellos), em C A R T A R E G IS T R A D A C O M O V A L O R D E
C L A R A D O e dirigida á LIVRARIA QUARESM A, rua de
S. José, ns. 71 e 73 — RIO DE JANEIRO.
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