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Escola Estadual Duque de Caxias

3º ano – Turma: 3001


Disciplina: biologia – Professor: Charle Coimbra

Reino Plantae
O reino Plantae é o reino das plantas ou vegetais. As plantas são seres
eucariontes e pluricelulares, nisso, são semelhantes aos animais. A diferença é que as
plantas são capazes de realizar fotossíntese, pois são seres autótrofos.
Isso significa dizer que os vegetais são capazes de converter a luz do sol em
energia química.

Classificações do Reino Plantae

Na botânica, nos últimos anos, muitas mudanças ocorreram quanto à


classificação das plantas e também em relação aos organismos que o reino Plantae
contemplava. O sistema de classificação de Eichler, por exemplo, cada vez mais em
desuso, classificava este reino em dois grandes grupos, e em algumas subdivisões:

1. Criptógamas: plantas sem órgãos reprodutivos aparentes.

1.1. Briófitas: Sem vasos condutores. Ex: Musgos, hepáticas e antóceros.

1.2. Pteridófitas: Com vasos condutores. Ex: Samambaias, avencas, cavalinhas,


licopódios, selaginelas, e psilotáceas.

2. Fanerógamas: (plantas com órgãos reprodutivos evidentes) ou Espermatófitas


(plantas com semente).
2.1. Classe Gimnosperma: pinheiros, ciprestes, cicas, gnetáceas, gincobilobas, etc.

2.2. Classe Angiosperma: A maioria das plantas: laranjeira, pé-de-feijão, capim etc.

Levando em conta a sistemática moderna, atualmente muitos autores classificam


as plantas em avasculares e vasculares, ou seja: considerando a ausência ou presença
de vasos condutores de substâncias. Além disso, a presença de sementes e também de
frutos são outros critérios adotados.

1. Plantas avasculares (Briófitas): não possuem sementes nem frutos. Musgos,


hepáticas e antóceros pertencem a este grupo.

2. Plantas vasculares:
2.1. Sem sementes (Pteridófitas): samambaias, avencas, licopódios, selaginelas,
cavalinha, psilotáceas.

2.2. Com sementes:


 Sem frutos: Gimnospermas
 Com frutos: Angiospermas
- Monocotiledôneas.
- Eudicotiledôneas.
- Dicotiledôneas basais.
As plantas: importância ecológica
As plantas são organismos fotossintetizantes e multicelulares. Em seu corpo, as
células estão organizadas em conjuntos com funções específicas, chamados tecidos.
As algas e os fungos multicelulares, não são formados por tecidos.
Por serem fotossintetizantes, as plantas são organismos autótrofos, assumindo o
papel de produtores nos ecossistemas, como as cianobactérias e as algas.
Os organismos fotossintetizantes possuem células que contêm o pigmento
verde clorofila. Em algumas plantas podem existir outros pigmentos, de cores
diferentes, que podem dar outra coloração a elas que não a verde. Assim, a cor
predominante da planta pode não ser a verde, mas a clorofila está presente. Isso também
ocorre com diversas espécies de algas.
Nos eucariontes fotossintetizantes, a clorofila se localiza no interior de organelas
chamadas cloroplastos. Nas cianobactérias, que são fotossintetizantes, mas procariontes,
não há cloroplastos. Dizemos que os cloroplastos estão presentes em células
eucarióticas de algas e plantas.
As células das plantas apresentam, além dos cloroplastos, uma parede celular
externa à membrana plasmática, feita de celulose, que confere resistência à célula. Há
também os vacúolos de suco celular, que são organelas nas quais a água é armazenada.
Além da importância ecológica, as plantas têm, para o ser humano, grande valor
econômico. Muitas espécies são utilizadas em nossa alimentação e, em função disso,
cada vez mais são desenvolvidas técnicas agrícolas que visam melhorar a qualidade e
aumentar a produção. O Brasil, por exemplo, tornou-se grande exportador de café, soja,
milho, laranja, manga, melão e várias outras plantas e seus derivados, o que favorece a
economia de muitas cidades e estados brasileiros.
Há espécies de plantas utilizadas como matéria-prima na produção de
medicamentos e cosméticos e outras, ainda, que fornecem madeira, utilizada na
fabricação de móveis, casas, pontes etc.
O Brasil é um país muito rico em relação a biodiversidade de plantas. Há
especialmente 6 biomas brasileiros que merecem ser estudados.
Um fato interessante sobre as plantas é que algumas possuem alguma capacidade
de movimento. Entre eles podemos destacar:
tropismo: movimento (crescimento) orientado segundo algum agente externo,
fazendo a planta curvar-se;
tactismo: movimento de deslocamento orientado por algum agente externo;
nastismo: movimentos não orientados, independem da direção do agente
excitante.

A classificação das plantas


A classificação procura refletir a evolução das plantas.
Veja na figura abaixo um cladograma resumido do Reino Plantae. Observe que
estão sendo considerados os grupos mais abundantes e estudados que são as briófitas,
pteridófitas, gimnospermas e angiospermas.
Briófitas
As briófitas são plantas sem vasos especializados para o transporte de seiva
(avasculares). Elas são pequenas, com poucos centímetros de altura e não possuem
caule, raízes ou folhas. Elas ocorrem geralmente em ambientes úmidos e abrigados da
luz direta. São exemplos de briófitas os musgos e as hepáticas.
Assim como todas as plantas, as briófitas possuem alternância de gerações em
seu ciclo de vida, que consiste em que em uma geração o indivíduo produz gametas
(geração gametofítica), o qual dará origem há um indivíduo que produz esporos
(geração esporofítica) e este originará um que produz gametas e assim, sucessivamente.
Na geração gametofítica, os indivíduos são chamados gametófitos; na geração
esporofítica, os indivíduos são chamados esporófitos.
Os gametas são células destinadas à reprodução sexuada. Um gameta
masculino une-se a um feminino no processo da fecundação, dando origem ao zigoto, a
partir do qual se desenvolve um novo indivíduo (o esporófito). O gameta masculino se
desloca por batimento de flagelos na água para encontrar o gameta feminino. Ou seja, é
uma reprodução que depende da presença de água.
Os esporos são células reprodutivas especiais e cada um dá origem a um novo
indivíduo (o gametófito).
A figura a seguir ilustra e descreve o ciclo de vida de um musgo, que é uma
briófita.
Pteridófitas
As pteridófitas são plantas que possuem vasos condutores de seiva (vasculares),
caulkes e raízes. Sua reprodução depende da água para o deslocamento dos gametas
masculinos, como acontece com as briófitas. São exemplos de pteridófitas as
samambaias, avencas, xaxim, cavalinha etc., comuns nas matas tropicais e muito usadas
como plantas ornamentais.
As folhas jovens das pteridófitas formam os báculos – estruturas semelhantes a
cajados, bastões de extremidade recurvada. Quando se desenvolvem, as folhas jovens
crescem e se desenrolam. Na face inferior, as folhas maduras apresentam estruturas
formadoras de esporos, os quais ficam reunidos formando os soros.
Os esporos são liberados e, ao germinar, dão origem ao gametófito, que nesse
grupo é denominado prótalo. Em um mesmo prótalo desenvolvem-se as estruturas
produtoras de gametas (gametângios) femininos e masculinos. O deslocamento dos
gametas masculinos até os femininos, que são imóveis, é feito por batimento de flagelo
que depende da água, como já comentamos. Depois da fecundação do gameta
feminino pelo gameta masculino, forma-se o embrião, que dará origem ao esporófito,
reiniciando o ciclo de vida.
Representação esquemática do ciclo de vida de uma pteridófita. Estruturas
representadas em diferentes escalas.
Gimnospermas
As gimnospermas são plantas vasculares e de grande porte. Ao contrário das
briófitas e das pteridófitas, elas apresentam independência da água para se reproduzir.
Por isso, as gimnospermas são amplamente distribuídas no ambiente terrestre. São
abundantes principalmente em regiões temperadas, onde formam vegetações como as
das florestas boreais (taiga) no hemisfério norte, nas quais predominam os pinheiros, e a
Mata de Araucárias na região sul do Brasil. São também exemplos de gimnospermas as
cicas, ciprestes e as sequoias, entre outras.
Nas gimnospermas, as estruturas relacionadas com a reprodução sexuada
encontram-se reunidas em estróbilos. Nos estróbilos masculinos são formados os grãos
de pólen que vão originar gametas masculinos. Estes não são flagelados. Nos estróbilos
femininos são formados os gametas femininos.
O gameta feminino fica no interior do óvulo. Após a fecundação, há formação
do embrião e o óvulo transforma-se em semente, cuja função é proteger o embrião e
fornecer-lhe alimento.
A denominação gimnospermas deriva do fato de as sementes serem nuas, isto é,
não abrigadas no interior de frutos (gymnos = nu; spermae = semente).
Na gimnosperma mais conhecida do Brasil, o pinheiro-do-paraná, as sementes
são os pinhões e o estróbilo feminino que contém as sementes se chama pinha.
A polinização consiste na transferência do pólen da parte masculina da flor
(antera) para a parte feminina (estigma). A polinização faz parte do processo
reprodutivo dos vegetais superiores.
Nas gimnospermas, o grão de pólen é transportado pelo vento. Após a
polinização, o grão de pólen desenvolve uma estrutura chamada tubo polínico, que
transporta o gameta masculino até o feminino. O tubo polínico é fundamental para a
reprodução das fanerógamas, ou seja, das angiospermas e das gimnospermas, pois ele
leva o gameta masculino (que não é flagelado e que são chamados núcleos
espermáticos) até o feminino (oosfera), sem necessidade de meio líquido. O surgimento
dessa estrutura foi importante para a evolução das plantas, permitindo a conquista de
ambientes terrestres mesmo sem umidade elevada. Ocorrendo a fecundação, forma-se o
embrião, e o óvulo transforma-se em semente.
Representação esquemática mostrando o ciclo de vida de uma gimnosperma.
Estruturas em diferentes escalas.
Angiospermas
As angiospermas (angio: vaso; sperma: semente) são as plantas mais complexas
cujas principais características das são a presença de flores e frutos que envolvem a
semente. Apresentam raiz, caule e folhas desenvolvidos.
As angiospermas são o grupo de plantas dominante no planeta, com
aproximadamente 250 mil espécies diferentes. Vivem nos mais variados ambientes e
normalmente possuem vida livre, apesar de existirem espécies parasitas. É um grupo
extremamente variado, com espécies com características bastante distintas.
Nas angiospermas, as estruturas relacionadas com a reprodução sexuada
encontram-se reunidas nas flores.
As flores completas são formadas pelo pedúnculo e pelo receptáculo, onde se
inserem os verticilos, que são:
 cálice: conjunto de sépalas, geralmente verdes;
 corola: conjunto de pétalas, que podem apresentar várias cores;
 androceu (parte masculina): formado pelos estames;
 gineceu (parte feminina): formado por um ou mais pistilos.

O estame é composto pelo filete e pela antera, no interior da qual se formam os


grãos de pólen.
O pistilo é composto pelo ovário e pelo estilete, cujo ápice é o estigma. No
interior do ovário situa-se o óvulo.
Há flores que apresentam apenas o androceu ou o gineceu, sendo, portanto,
flores masculinas ou flores femininas, respectivamente. A maioria delas, entretanto,
possui androceu e gineceu na mesma flor (flor hermafrodita).
Na maioria das angiospermas, a polinização é realizada por animais,
principalmente insetos e aves.
Após a fecundação (que também acontece pela formação do tubo polínico, que
transporta o gameta masculino até o feminino) com o desenvolvimento do embrião, os
tecidos do óvulo tornam-se desidratados e impermeáveis, e a estrutura toda passa a ser
denominada semente.
À medida que a semente se forma, a parede do ovário também se desenvolve,
dando origem ao fruto, que é formado, portanto, pelo desenvolvimento do ovário. As
sementes ficam, assim, abrigadas no interior de frutos. Daí provém a denominação
angiospermas (angio = urna; spermae = semente).

Ao germinar, a semente dá origem à planta jovem (plântula), que se desenvolve,


tornando-se uma planta adulta. As flores geralmente possuem características que atraem
esses animais: podem ser vistosas, coloridas, exalar odor característico, produzir
substâncias nutritivas. Essas substâncias nutritivas constituem o néctar, que é produzido
nos nectários, na maioria das vezes localizados no interior da flor.

Grupos das Angiospermas


As angiospermas são divididas em dois grandes grupos, as monocotiledôneas e
dicotiledôneas. Tal classificação baseia-se no número de cotilédones. Os cotilédones
são folhas embrionárias modificadas, responsáveis pela transferência de nutrientes para
as plantas, durante os estágios iniciais de seu desenvolvimento.
As monocotiledôneas apresentam apenas um cotilédone na semente. Exemplos:
alho, cebola, grama, arroz, trigo, aveia, cana-de-açúcar, milho, aspargo, abacaxi, bambu,
gengibre e palmeiras em geral: açaizeiro, coco-da-bahia.
As dicotiledôneas apresentam dois cotilédones na semente. Exemplos: pera,
maçã, feijão, ervilha, goiaba, vitória-régia, eucalipto, abacate, rosa, morango, batata,
mate, tomate, jacarandá, jabuticaba, algodão, cacau, limão, maracujá, cacto, mamona,
mandioca, seringueira, café, abóbora e melancia.
Obs: também se considera o grupo das dicotiledôneas basais, que são as plantas
que apresentam características relativamente primitivas. Atualmente, cerca de 3% das
angiospermas atuais são classificadas como dicotiledôneas basais e, como exemplo,
temos as magnólias.

Diferenças entre monocotiledôneas e dicotiledôneas

Tecidos Vegetais

O agrupamento de células vegetais similares destinadas ao exercício de uma


função determinada é chamado de tecido vegetal. O ramo da biologia que estuda tais
tecidos e suas funções é a Histologia vegetal.
Os tecidos vegetais podem ser divididos em dois grandes grupos: tecidos
meristemáticos e tecidos adultos. Os meristemas são tecidos constituídos por células
indiferenciadas e com grande capacidade de divisão celular (por mitose). Essas células
são pequenas, apresentam parede celular delgada, núcleo volumoso e central e
encontram-se justapostas. São ainda subdivididos em meristemas
primários e meristemas secundários.
Os primários são provenientes do sistema embrionário, se localizam no ápice
da raiz e do caule e são responsáveis pelo crescimento longitudinal (em altura) desses
órgãos vegetais. São divididos em protoderme, que dá origem à epiderme; meristema
fundamental, que origina os tecidos fundamentais e o procâmbio, que dá origem aos
tecidos vasculares primários.
Os meristemas secundários estão localizados no cilindro central do caule e da
raiz (câmbio) e na região da casca, do caule e da raiz (felogênio), são responsáveis pelo
crescimento diametral (em espessura) da raiz e do caule de árvores e arbustos. O câmbio
forma células do líber ou floema para o lado externo, e células do lenho ou xilema para
o lado interno. O felogênio forma súber ou cortiça para o lado externo, e células de um
parênquima chamado feloderma, para o lado interno.
Em decorrência do crescimento e desenvolvimento da planta, os tecidos
meristemáticos passam a se diferenciar dão origem as tecidos adultos, que apresentam
funções mais específicas e são divididos em:
 Tecidos de revestimento: são responsáveis, principalmente pela proteção do
vegetal. Nesse grupo há a epiderme, formada por células vivas, achatadas,
justapostas, que reveste externamente os órgãos da planta, e além da função de
proteção, é responsável pela absorção de água e sais minerais, excreção,
secreção e trocas gasosas. O súber ou cortiça é, também, um tecido de
revestimento, composto de células mortas, infladas e que apresentam paredes
celulares dotadas de suberina (substância graxa) e é produzido pelo felogênio.
 Tecidos de preenchimento, ou parênquimas: são formados por células vivas,
volumosas, com vacúolos grandes e parece celular pouco espessa. É dividido em
parênquimas clorofilados, que possuem células ricas em cloroplastos;
parênquimas de reserva, formado por células de armazenamento de vários tipos
de substâncias; parênquima de preenchimento, que preenche certas regiões do
caule e da raiz; parênquima aquífero, que armazenam água; parênquimas
amilíferos, que armazenam amido e parênquima aerífero, que armazenam ar.
 Tecidos de sustentação: divididos em colênquima e esclerênquima. O
colênquima é composto de células vivas, com cloroplastos e ocorre em caules
verdes e na pecíolo das folhas. A esclerênquima é formada por células mortas
ricas em lignina (substância às vezes presente na parede celular vegetal, que
confere dureza e resistência a ela).
 Tecidos de condução (vasculares): responsáveis pelo transporte das seivas
bruta e elaborada. O xilema (ou lenho) é o tecido especializado em transporte
de seiva bruta (água e sais minerais), formado por células mortas, alongadas e de
parede celular lignificada. O floema (ou líber) tem a função de conduzir a seiva
elaborada (água e carboidratos) e é constituído por células vivas, alongadas, com
paredes transversais dotadas de poros e anucleadas.

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