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As Interfaces Entre Filosofia e Pedagogia
As Interfaces Entre Filosofia e Pedagogia
RESUMO
No período antigo e medieval não havia uma separação entre filosofia e educação, entretanto
na modernidade, a ruptura entre esses campos de saber fez com que o discurso filosófico
ocupasse posição secundária na elaboração dos sistemas educacionais. No período
contemporâneo o vínculo entre Filosofia, Pedagogia e a Educação tem sido re-estabelecido
através da Filosofia da Educação; as separações existentes entre filosofia e pedagogia nos leva
fazer um exame teórico-metodológico, caracterizando os aspectos específicos em cada época
e em cada sociedade, a partir de orientações teóricas de Dalbosco (2008); Saviani (1990);
Reboul (1971), Tomazetti (2001, 2003) entre outros. O propósito desse artigo é estabelecer
quais contribuições existem entre os campos da Filosofia e da Pedagogia, levando-se em
consideração as tendências teóricas que caracterizam esses dois campos do conhecimento,
demonstrando suas implicações para a formação docente.
Palavras-chave: Filosofia. Educação. Pedagogia. Formação docente. Filosofia da Educação.
ABSTRACT
In ancient and medieval period there was a separation philosophy and education, though in
modern times, the gulf between these fields of knowledge has made the philosophical
discourse occupy a secondary position in the development of education systems. In the
contemporany period the bond between Philosophy, Pedagogy and Education has been re-
established through the philosophy of education, the separation between philosophy and
pedagogy leads to a theoretical and methodological review, featuring the distinctive features
in each and in every society, from theoretical approaches to Dalbosco (2008); Saviani (1990);
Reboul (1971); Tomazetti (2001, 2003) among others. The purpose of this paper is to
establish what contributions are among the field of Philosophy and Pedagogy, taking into
account the theoretical nature of these two fields of knowledge, demonstrating its implications
for teacher training.
Keywords: Philosophy. Education. Pedagogy Interfaces. Philosophy of Education.
Introdução
[...] um especialista do pensamento, [...] ele ‘não só pensa’ com maior rigor lógico,
com maior espírito de sistema, do que os outros homens, mas conhece toda a história
do pensamento, isto é, sabe quais as razões do desenvolvimento que o pensamento
sofreu até ele e está em condições de retomar os problemas a partir do ponto onde
eles se encontram após terem sofrido a mais alta tentativa de solução, etc.
1
Entende-se por saída da consciência imediata em direção à consciência mediata, a superação do senso comum,
construído a partir das experiências cotidianas, para o senso crítico, capaz de refletir e questionar sobre o mundo
a sua volta.
Como aspecto negativo em tal estratégia há “o fato de sua abordagem reside nos
alunos ‘impregnados’ por uma ânsia de “instrumentos de prática de sala de aula, ao fazerem
uma relação entre os erros e acertos dos filósofos concluírem não haver uma relevância
prática ao se estudar autores que nunca parecem realmente estar certos” (ERICSON, p. 207).
A quarta e última estratégia é apresentada “genericamente como sendo uma abordagem não
histórica, [...] figuras históricas são mencionadas somente quando suas perspectivas e suas
análises são bastante importantes para a questão ou conceito sob discussão” (ERICSON, p.
208).
Como afirma Reboul (1971) Se cada filósofo considera a educação em função do seu
sistema, seria possível mostrar, em contraposição, de que modo essa consideração interfere na
gênese do seu sistema (REBOULT, 1971). Relacionando tais estratégias e o papel do filósofo
da educação, teremos que uma filosofia da educação depende sempre das metafísicas do seu
autor, assim esta será diferente quanto a abordagem: racionalista, empirista, idealista,
materialista; conservador ou revolucionário.
4 Considerações finais
5 Referências
BENINCÁ, Elli. Pedagogia e senso comum. In: DALBOSCO, Edison et al. Filosofia e
Pedagogia: aspectos históricos e temáticos. Campinas, SP: Martins Fontes, 2006.
ERICSON, David P. Orientação para a filosofia da educação. In: GHIRALDELLI JR, Paulo
(Org.). O que é filosofia da educação? 2. ed. Rio de Janeiro: DP&A. p: 205-223.
REBOUL, Olivier. Quand demain ton fils te demadera. In: La Plhilosophie de l’éducation,
Paris: PUF, p.5-10, 1971. Disponível em
http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/traducoes/reboul5.htm. Último acesso em
27/12/2009.
i
Graduação em Licenciatura Plena em Filosofia pela Universidade Federal do Piauí (1985) e Licenciatura Plena
em Pedagogia pela Universidade Federal do Piauí (1988), mestrado em Mestrado em Educação pela
Universidade Federal do Piauí (1999) e doutorado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do
Norte (2003). Atualmente, professora adjunto 3 da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Tem experiência na
área de Educação, com ênfase em Filosofia da Educação, atuando principalmente nos seguintes temas:
pedagogia, epistemologia da pedagogia, formação docente, saberes e prática pedagógica, ensino de filosofia.
E-mail: carmen.cabral@pq.cnpq.br
ii
Estudante do curso de Licenciatura Plena em Pedagogia na Universidade Federal do Piauí (UFPI) e Bolsista de
Iniciação Científica (CNPq/UFPI) na área de Filosofia da Educação. Atualmente desenvolve pesquisas nas áreas
de Filosofia, Filosofia da Educação, Filosofia para Crianças e Kant. E-mail: hosiene@hotmail.com