Boné.

147 - A entrada de uma terra perigosa

Quando Alessandro voltou ao quarto para encontrar Abril na varanda,

ela olhou para o céu estrelado como se procurasse algo. Ele veio,
abraçou-a por trás e perguntou.

_ O que você vê?

_ As estrelas, elas estão lindas esta noite, você sente tanta paz, tanta
calma, tudo o que aconteceu ontem parece que foi apenas um
pesadelo, ou talvez seja isso que eu quero.

_ Você tem razão e não é o único, eu também gostaria que tudo fosse
um pesadelo, abra meus olhos e acorde com você em meus braços,
mas isso não vai acontecer, essa é a nossa realidade, gostemos ou
não.

Abril jogou a cabeça para trás apoiada no ombro de Alessandro e

disse.

_ Felizmente eu tenho você, isso faz com que a minha realidade não
seja tão ruim.

Alessandro deu-lhe um beijo na bochecha e respondeu.

_ Sem dúvida está tudo melhor com você.

April olhou para longe por um momento e perguntou.

_ Como estão os feridos?

_ Eles estão bem, melhor, os mágicos vieram para ajudar.

_Were há muitos mortos?

_ Sim, apesar de serem em sua maioria guardas, durante a luta muitos
caíram.

_ Se eu tivesse chegado antes...

_ Não, você fez tudo o que podia, em uma guerra sempre há feridos
Aby, mesmo que queiramos não podemos salvar todos

_ Eu sei, mas ainda me sinto impotente por não poder ajudá-los.

_ Eu entendo você, também sinto o mesmo, mas tem coisas que não
podem ser evitadas

_Eu sei.

Ficaram mais um tempo na varanda curtindo a vista noturna, depois

foram dormir. Naquela noite, Sophia apareceu nos sonhos de abril.
Sempre que aparecia em seus sonhos, eles estavam em belos jardins
e extensos prados, mas desta vez não foi assim, April só viu escuridão
ao seu redor. Eles eram o único ponto de luz naquela escuridão.

_ Por que só há escuridão?

_ Este é o futuro que nos espera se não vencermos a escuridão, uma

escuridão sem fim.

_ Não vamos deixar a escuridão vencer, não vou permitir.

Sophia pegou na mão da filha e disse.

_ Para fazer isso seu poder deve despertar completamente, você deve
se tornar mais forte meu filho.

_Eu sei. Mas como faço isso?

Sophia acariciou a bochecha da filha com ternura e com um olhar doce
respondeu-lhe.

_ Quando as trevas se levantarem e a luz for ameaçada, seu poder

despertará.

_ E o que isso significa? Eu não entendo.

_ Quando chegar a hora, você vai entender.

Maya sentia sede e cansaço, não tinha tido uma boa noite desde que
teve que dormir no chão frio, naquele dia eles haviam se levantado
muito cedo e só tinham parado para descansar por um momento para
comer alguma coisa. Cassiano, vendo que Maya estava ficando para
trás, disse aos dois que eles estavam andando à frente em um ritmo
acelerado.

_ Vamos parar para descansar um pouco, ela está cansada, não

consegue acompanhar

Ethan respondeu.

_ Apenas um momento, a entrada para a terra das fadas está perto

Maya sentou-se no tronco de uma árvore que foi virada. Cassiano

chegou, deu-lhe a cantina e disse

_ Dez, bebida.

_ É a sua água.

_ Não se preocupe com isso, eu sou melhor do que você.

Maya pegou a cantina com água e deu-lhe uma longa bebida, a água
fresca desceu pela garganta. Naquele momento ele sentiu que estava
revivendo, sua garganta estava tão seca que ele sentiu que estava
morrendo.

_ Obrigado, mais um pouco e eu teria morrido de sede.

_Eu sei. —

Cassiano começou a massagear as pernas, perguntou.

_O que é que está a fazer?

_ Você não está acostumado a andar, suas pernas devem estar

doloridas.

_ Nunca tinha andado tanto na minha vida, pois nunca tive

necessidade.

_ Eu sou o príncipe, mas às vezes parece que é o contrário.

_ Ele usou pergaminhos de teletransporte, é mais prático.

_ Acho que você tem razão.

_ Embora eu não vou negar que eu fui uma filha mimada pelo meu pai.

_ E para sua mãe.

_ Não sei, não me lembro dela, ela morreu quando eu era muito jovem,
acho que é por isso que meu pai foi mais suave comigo, desde então
eu sou a luz dos olhos dele, acho que vai ser difícil para ele quando ele
se for.
_ Quando você se foi?

_ Os filhos vão embora, é a lei da vida, mesmo que eu não queira, vai
ter um dia que eu não vou voltar com ele.

Dantriel interrompeu-os e contou-lhes

_ É hora de ir. —

Cassiano estendeu a mão para Maya ajudá-lo, ela fez uma careta
enquanto se levantava e reclamava.

_ Se eu soubesse que teria que andar tanto, não viria.

_ Prometo que seu esforço será bem recompensado, você pode pedir
o que quiser.

_ Então estarei pensando no que perguntar.

Eles continuaram andando por mais algumas horas, Maya estava

apoiada em Cassiano já que suas pernas estavam tão pesadas que
cada passo era difícil, no final ela não aguentou mais e disse.

_Ei! Quanto mais eles planejam nos fazer andar?

Ethan respondeu à sua pergunta.

_ Nada, já chegamos.

Ethan afastou alguns galhos revelando a entrada de uma caverna, a

entrada parecia estreita e escura, disse Maya.

_ Que decepção, achei que seria mais impressionante.

_ Esta é apenas a entrada, terra de fadas é um lugar lindo.

Dantriel acrescentou.

_ Mas também muito perigoso, por isso não se afaste de nós, não
toque em nada e não aceite nada para comer ou beber.

_Por que não? perguntou Cassiano. Dantriel respondeu.

_ Por que eles podem não voltar se o fizerem, eu disse isso antes, a
terra das fadas é um lugar lindo, cheio de luz e cor, com música alegre
e comidas doces e deliciosas, o tempo lá passa diferente, o que para
você lá pode parecer um dia, pode ser semanas, meses ou até anos.

Ethan tocou o colar em seu pescoço e disse.

_ Esses colares vão nos ajudar a voltar, então nunca os tire ou nunca
mais volte.

Dantriel entrou pela primeira vez na caverna e contou-lhes antes de

desaparecer completamente na escuridão daquela caverna.

_ Vamos lá, não há tempo a perder.

Maya e Cassiano os seguiram, não conseguiram ver nada, estavam

acariciando a parede para se guiar e não cair no chão. Depois de
alguns minutos, eles viram uma luz azulada no fundo da caverna. Eles
ligaram para Ethan, mas foi Dantriel quem atendeu.

_ Estamos indo na direção certa?

_ Sim, a terra das fadas está do outro lado, então não vamos perder
mais tempo.
Dantriel entrou no anel de luz que estava lá e desapareceu. Cassiano
pegou a mão de Maya, ela tremeu levemente, Cassiano lhe disse.
Não tenha medo, eu estou com você.