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Sinopse

O que acontece quando você descobre que pode ler a mente de outras
pessoas?

Um respeito saudável pela privacidade.

Neve
Neve Lively não era uma típica adolescente do último ano do ensino
médio, e ela odiava isso. Com cabelos negros e olhos azuis que ela fazia o
possível para manter azuis, Neve era deslumbrante. Ela também era capaz
de ler a mente de outras pessoas. Neve era especial, e se sentiria totalmente
uma aberração se não fosse pelo fato de que sua irmã gêmea era tão
especial quanto ela.

Ao contrário de qualquer outra pessoa que ela conhece, incluindo seus


pais, Neve faz o possível para viver normalmente. A única outra pessoa na
terra que entende sua singularidade é sua irmã gêmea, Avalon. Afinal, os
olhos azuis de Avalon também não deveriam mudar de cor. Recusando-se
a acreditar que não controla seu próprio destino, ela acaba enfrentando
Easton Keenstone, e o cara luta muito.
Easton

Easton Keenstone não era o típico adolescente do último ano do ensino


médio. Na verdade, ele nem deveria estar mais no ensino médio. Ele só
estava repetindo seu último ano de escola por um motivo, e era para
finalmente seguir em frente com seu futuro. Criado em Rýkr, Easton não
era como o resto das pessoas no mundo. Na verdade, toda a cidade de
Rýkr e seu povo não eram como o resto da população mundial.

Nascida com habilidades especiais, a população da cidade se mantém


isolada e segue a monarquia que governa a pitoresca cidade do norte da
Califórnia. No entanto, como Easton é um membro da monarquia de Rýkr,
ele é dotado de mais de um talento especial, assim como o resto de sua
família. Ainda assim, quando ele coloca essas habilidades à prova, ele
percebe que Neve Lively não é tanto uma opção quanto uma necessidade.

Quando a palavra destino não é mais apenas uma ideia fantasiosa...


Testemunhando sua irmã encontrar sua alma gêmea, a teimosia de Neve
não conhece limites. Determinada a tomar suas próprias decisões, ela se
recusa a se render a um certo idiota de cabelos castanhos e olhos azuis, não
importando que ele seja o cara mais lindo que ela já viu antes. Não
importa. Seriamente.

Ao testemunhar seu irmão reivindicar o amor de sua vida, Easton se recusa


a acreditar que não pode ter o mesmo para si. Não importa o quanto a
víbora de cabelos negros e olhos azuis lute contra ele, ele sabe o suficiente
para saber que não vai desistir. Ela foi feita para ser dele e ponto final.
Enquanto Neve está lutando contra sua nova realidade e a amargura que
ameaça sufocá-la, Easton está fazendo tudo o que pode para fazer de Neve
sua para sempre, e ele não está fazendo nenhuma prisioneira.
Dedicação
◆◆◆

Pois todo mundo adora a ideia de magia e amor..


Prologo
Estava tão assustada que meu coração estava prestes a sair do meu
peito. No entanto, não havia nada a ser feito sobre isso agora. As rodas
foram colocadas em movimento e não havia como parar agora.

Mesmo que eles me matassem.

Enquanto fugia, lembrei a mim mesma que a liberdade delas valeria


minha morte se chegasse a isso. A felicidade tinha um preço e estava
disposta a pagar pela chance de mudar as coisas. Havia uma chance de
quebrar o ciclo, e eu iria aproveitá-la, não importa o quê.

O ar frio da noite estava começando a penetrar em meus ossos, mas


minha adrenalina estava trabalhando demais para me manter aquecida o
suficiente. Só tinha que percorrer mais alguns quilômetros e estaria livre.

Elas estariam livres.

Tentei o meu melhor para ignorar o choro, mas era difícil. Sabia que
aqueles ecos fracos de choro poderiam alertar alguém a qualquer
momento, e quanto mais nos afastávamos, mais penetrantes eles se
tornavam.

No entanto, os bebês na cesta, presa no banco de trás, estavam quietos e


a parte materna em mim ainda se arrependia de tê-las drogado, por menor
que fosse a quantidade. Ainda assim, não houve ajuda para isso. Não podia
arriscar seus gritos alertando alguém sobre meu plano.

Engoli o nó na garganta quando percebi que em apenas alguns minutos


eu nunca mais as veria. Elas teriam sua liberdade concedida e, como eu
nunca teria a minha, nunca mais veria aqueles bebês preciosos.

Quando esse plano começou a se formar em minha mente há um ano,


pensei em ir com elas. Tinha pensado na ideia de todas nós estarmos juntas
em um lugar onde seríamos felizes. Um lugar onde estaríamos seguras e
elas não precisariam de nada. E tinha sido uma possibilidade real. Ou foi
até que foi anunciado a quem elas seriam vinculadas.

Isso mudou tudo.

Sabia que eles não parariam até encontrar as garotas e seria muito fácil
encontrá-las comigo ainda presente em vez de libertá-las completamente.
Então, fiz o maior sacrifício que uma mãe poderia fazer para salvar seus
filhos.

Finalmente, dirigindo pela estrada de terra abandonada, desliguei todas


as luzes da caminhonete usada e parei sob um velho salgueiro, fazendo o
possível para esconder a caminhonete.

Me virei em meu assento e me estiquei para checar as garotas. Afastei o


cobertor e elas ainda dormiam pacificamente, abraçadas, lindas opostas.

Cobrindo-as de volta, desci da caminhonete, a ansiedade ameaçando


meu equilíbrio. E quando vi um par de faróis subindo a estrada, temi que
fosse desmaiar. Na parte de trás da minha cabeça, os gritos estavam
ficando mais altos, e sabia que era apenas uma questão de tempo até que
alguém fosse verificar seu lamento incontrolável.

Lágrimas irromperam quando vi um homem sair pela porta do lado do


motorista, uma mulher seguindo imediatamente do outro lado. Eles
pareciam tão assustados quanto eu, mas não tinha tempo de tranquilizá-
los. O tempo era essencial e se não apressasse isso, nunca seria capaz de
seguir em frente.

O casal se aproximou de mim e o marido disse: —Comprado de um


ferro-velho exatamente como você instruiu.

Balancei a cabeça. —Tudo o que elas precisam está na caminhonete.

Ele andou ao meu redor para pegar tudo o que precisava no carro. A
esposa se aproximou de mim e pegou minhas mãos nas dela. Nunca
trocamos nomes porque quanto menos eu soubesse, melhor para quando
fosse questionada.

Porque eu sabia que seria questionada.

—Eu… eu juro para você, nós faremos o certo por suas garotas, — ela
prometeu. —Vamos protegê-las sempre.

Não comentei nem me mexi quando ela passou por mim para pegar a
cesta no banco de trás da caminhonete. Não foi até que tudo tivesse sido
transferido que me lembrei do livro. Corri para pegá-lo, então corri para o
carro.

O marido abaixou a janela e pegou o livro. Incapaz de olhar para o


banco de trás onde a esposa estava sentada, embalando a cesta em seus
braços, disse a ele: —No aniversário de dezoito anos, você dá isso a elas.
Me prometa. — Ele assentiu. —Tudo o que você precisa saber sobre elas
está nesse livro.

—Eu apenas quero dizer...

Me virei e fugi de volta para a caminhonete. Não queria ouvir isso. Eu


não podia. Precisava fugir antes que mudasse de ideia. Antes que os gritos
me deixassem louca.
Capitulo Um
Neve

Seis anos de idade

—Papai! Papai! — Corri para o quintal onde sabia que ele estava
consertando o balanço da varanda que tínhamos no quintal.

Ele parou o que estava fazendo e sorriu para mim. —O que foi, querida?

Parei de correr quando parei na frente dele. —Papai, olha.

—O que estou olhando, Neve.

—Meus olhos, — falei, feliz por poder fazer algo novo. Quando ouvi o
cérebro do papai dizendo algo sobre o Senhor, senti meus olhos mudarem
para a cor branca que vi no espelho.

Papai se abaixou e colocou as mãos nos meus braços. —Neve, querida,


eles só fazem isso quando você está fazendo aquilo que não deveria.

—Quando posso ouvir o cérebro das pessoas, certo? — Às vezes podia


ouvir o cérebro das pessoas falando, mesmo que as pessoas não estivessem
movendo os lábios.
Papai assentiu. —E o que dissemos sobre você ouvir o cérebro das
pessoas?

—Que é rude ouvir o cérebro das pessoas, — falei, feliz por me lembrar.
Mamãe e papai sempre me diziam para não espiar dentro do cérebro das
pessoas. Tentei não fazer, mas às vezes era difícil.

—E já que seus olhos mudam de cor quando o faz, precisa ter cuidado
para não fazer isso, Neve. — Disse papai. —Você não quer se meter em
encrenca, quer?

Balancei minha cabeça. —Não. — Odiava me meter em problemas. Não


era divertido.

—Se lembre que é um segredo.

—Eu sei. Assim como o segredo de Avalon.

Papai sorriu. —Assim como o segredo de Avalon.

—Posso contar aos meus amigos quando ficar maior?

—Não, — papai disse. —Ninguém deve saber, Neve. Se você contar a


alguém, sua irmã também terá problemas. — Ele esfregou as mãos para
cima e para baixo nos meus braços. —Você não quer que Avalon fique em
apuros, não é?

Balancei minha cabeça. —Não, papai.

—Essa é uma boa garota.

Não queria que ninguém se metesse em problemas.


Easton

Seis anos de idade

—Os olhos de Griffin também mudam de cor?

Mamãe olhou para mim como se eu estivesse com problemas, mas hoje
estou bem. —Sim. Mas eles só mudam quando você está usando seus
poderes, Easton. Então, eu saberei se você está tentando brincar com
alguém.

—O que há de errado em brincar com alguém? — Perguntei. —Isso é o


que os amigos fazem, mãe.

—Não brincar com, brincar, — ela disse, mas eu ainda não sabia do que
ela estava falando.

—Eu não estou brincando com ninguém, — falei a ela.

Mamãe se sentou ao meu lado no sofá da biblioteca. Ela estava me


ensinando sobre nuvens. Eles nos ensinavam muitas coisas na escola, mas
mamãe às vezes nos ensinava outras coisas. Ela não era como nossa
professora na escola, mas ainda era inteligente.

—Easton, os poderes que você tem não podem ser usados em todos, —
disse ela. —Você sabe disso, certo?

Balancei minha cabeça. —Não.

Mamãe soltou um grande suspiro. —As coisas que você pode fazer,
você não pode fazer comigo, com seu pai ou com seu irmão, — disse ela. —
Nosso sangue corre muito grosso.

—O que isso significa? — Olhei para os meus braços para ver se havia
me cortado, mas não vi sangue.

—Significa apenas que vou notar quando seus olhos mudarem e saberei
que você está tentando enganar alguém.

—Então... sem enganar ninguém?

—Agora não, filho, — disse ela. —Não até que você seja mais velho e
saiba como lidar com seus presentes.

—Não tenho presentes.

—Não esse tipo de presente, — ela disse, soando um pouco chateada.

—Você quer dizer meus superpoderes? — Eu e Griffin tínhamos


superpoderes.

—Sim, — ela disse. —Seus superpoderes.


—Então, quando eu for grande, posso usá-los em todos, menos em você,
papai e Griffin?

—Sim. E... bem, possivelmente, uma outra pessoa.

—Quem?

—Isso pode esperar, Easton, — disse ela. —Vamos voltar ao trabalho.


Capitulo Dois
Neve

Dez anos de idade

—Ele é tão fofo, mãe, — falei. —Você acha que ele pode querer ser meu
namorado um dia?

Mamãe parou de arrancar as ervas daninhas do nosso jardim no quintal.


—Neve, querida, acho que você é muito jovem para pensar em namorados.
Você tem apenas dez anos.

—Kasey Stevens disse que Ryan Hughes é o namorado dela, — falei a


ela. —E ela tem a minha idade.

Mamãe deu um tapinha no chão ao lado dela. —Sente-se, querida. —


Tirei minhas luvas de trabalho e me sentei ao lado dela. Gostava de ajudar
mamãe em seu jardim. Era um jardim pequeno, mas sempre com as flores
mais bonitas. Às vezes, ela pegava uma bem bonita e colocava no meu
cabelo.

—Neve, acho que Kasey Stevens provavelmente tem uma queda por
Ryan Hughes, — disse ela. —Eu não acho que ele seja realmente o
namorado dela. Vocês, crianças, são muito jovens para pensar em
namorados e namoradas.

—Quando você acha que eu posso ter um namorado?

—Conhecendo seu pai, vocês meninas provavelmente terão que ter


dezesseis anos antes que ele deixe você ter um namorado.

Podia sentir meus olhos ficarem grandes. —Mas... são seis anos, mãe.

—Bem, acredito que você também pode ter uma pequena queda, Neve.
— Disse ela. —Eu não acho que você tem idade suficiente para ter algo
mais.

—Como vou saber a diferença?

—Você diz que esse menino, David, é fofo, mas isso é tudo? Quer dizer,
você sente mais alguma coisa? Tipo, você se sente feliz em vê-lo?

Dei de ombros. —Não, — falei, dizendo a ela a verdade. —Não sinto


nada quando o vejo.

Ela sorriu um pouco. —Então por que você acha que gosta dele?

—Porque ele é o garoto mais fofo da nossa escola, — falei a ela. —Todas
as garotas gostam dele, então eu também deveria.

—Oh, Neve, querida, não funciona assim, — disse mamãe. —Aparência


não é motivo para gostar de alguém.

—Eu nunca vou ter um namorado, — resmunguei.

—Você vai, querida, — disse ela. —Um dia.


Não acreditei nela.

Easton

Dez anos de idade

—Onde está seu parceiro?

Peguei a bola de basquete antes que ela acertasse o rosto de Daphne


Hill. —O que? — Estávamos na escola na aula de educação física, e ela
deveria estar com as meninas, não com os meninos.

—Onde está seu parceiro?

Enfiei a bola de basquete debaixo do braço. —Meu parceiro para quê?

—Quase todo mundo em Rýkr tem um melhor amigo, — disse ela. —


Onde está o seu?

—Griffin é meu melhor amigo, — falei a ela.

Ela se aproximou de mim. —Tem que ser uma menina, idiota, — disse
ela.
—Não, não. — Já vi muitos garotos e garotas brincando juntos, mas
mamãe ou papai nunca disseram nada sobre eu e Griffin precisarmos de
melhores amigas.

—Ainda não tenho um melhor amigo, — ela disse, me ignorando. —Eu


posso ser sua melhor amiga.

Eu não queria Daphne Hill como minha melhor amiga. —Se você não
tem um melhor amigo, então eu também não preciso de um.

Ela estendeu a mão e agarrou minha mão. —Mas você é um príncipe, —


disse ela. —Você seria o melhor tipo de amigo para se ter.

Meu peito estava quente e eu podia sentir meu coração bater contra o
calor.

Eu não gostei.

Afastei minha mão. —Nunca mais me toque.

Parecia que ela queria chorar. —Eu só quero ser sua amiga.

—Você pode ser minha amiga sem me tocar, — falei a ela porque não
gostava de ver garotas chorando. —Mas você não pode ser minha melhor
amiga. Griff é meu melhor amigo.

—Isso não conta, — ela fez beicinho. —Ele é seu irmão.

Ela estava me deixando louco. —Fique longe de mim, Daphne.

—Vou contar para sua mãe, — ela gritou antes de fugir para me colocar
em apuros.
Mas tudo bem, porque a queimação no meu peito se foi agora.
Capitulo Tres
Neve

Quatorze anos de idade

Estávamos de mãos dadas e não gostei.

Parecia que havia um peso no meu peito. Senti como se não pudesse
respirar e meu coração doeu um pouco. Ainda assim, estava determinada a
superar isso.

Estava determinada a consertar o que quer que estivesse errado comigo


porque sabia que algo tinha que estar errado comigo. Embora Avalon
tivesse certeza de que tinha algo a ver com... com nossas habilidades, eu
não estava tão convencida.

E não podia ser que eu gostasse de garotas porque não gostava. Pelo
menos, não dessa forma. Já vi muitas garotas bonitas, mas nunca quis que
nenhuma delas fosse mais do que minha amiga. Não pensava em garotas e
pensava em nada além de amizade. Mas eu pensava essas coisas quando
olhava para certos garotos.
E não importava que papai não nos deixasse namorar ainda. Queria
estar pronta para quando finalmente pudesse ter um namorado. Queria
consertar o que estava errado antes de completar dezesseis anos. E queria
ter certeza de que nada estava realmente errado comigo.

Mas não gostei disso.

Toby Dawson estava segurando minha mão e não parecia especial,


amigável ou certo. Parecia que estava segurando a mão errada e isso não
fazia sentido. Toby era lindo e todas as garotas gostavam dele. Ele também
era legal, então não havia razão para não ficar feliz por ele estar segurando
minha mão.

Mas eu não estava.

—Tudo bem se eu te beijar, — Toby perguntou.

Fiquei nervosa porque esse seria meu primeiro beijo e olhei em volta
para ter certeza de que ninguém estava olhando. —Tudo bem, — sussurrei.
Estávamos escondidos embaixo das arquibancadas do estádio porque ele
tinha vindo ver as eliminatórias para líderes de torcida e eu estava
tentando entrar para o time de calouras no próximo ano.

Toby soltou minha mão e levou as duas mãos ao meu rosto antes de se
inclinar e me beijar. Eu o beijei de volta, e quando ele deslizou sua língua
dentro da minha boca, tudo pareceu parar.

Parecia que meu coração estava partido.

Foi horrível.
Easton

Quatorze anos de idade

Eu não sabia como parar de ficar com raiva de todo mundo. Estava com
raiva de Griffin por não fazer isso comigo. Estava com raiva de mamãe por
não ter dito nada para nós todos esses anos. E estava realmente chateado
com papai pela maneira como ele estava brincando com nossas vidas.

Ele não tinha o direito.

Como o rei de Rýkr, ele pensou que poderia fazer o que diabos quisesse,
sem pensar no que isso faria com seus filhos. Nossas vidas foram
bagunçadas e nosso futuro estava no ar, e eu não entendia como isso estava
bem.

Olhei para Holly e estava determinado a superar isso. Papai estava tão
confiante de que seu pequeno experimento funcionaria que eu estava
determinado a garantir que não funcionasse. Eu queria estragar tudo para
ele. E queria estragar tudo para todos.

Estava com tanta raiva.


Mas odiava a forma como Holly se sentia em meus braços. Odiava o
cheiro do perfume dela. E odiava a maneira como suas mãos se moviam
sobre meu peito. Odiava a forma como meu peito doía e a forma como
meus pulmões se esforçavam cada vez que ela me tocava ou que eu a
tocava.

Mas não estava me matando.

Pelo menos, ainda não.

Holly tinha dezesseis anos e ainda não estava ligada a ninguém. Ela
também não se importava com o fato de eu ter apenas quatorze anos
porque era um Príncipe Keenstone. Ela esperava por um compromisso,
mas não seria um problema fazer esse sentimento ir embora assim que
terminasse aqui. Essa era uma das vantagens de poder manipular as
emoções das pessoas.

—Eu vou fazer você se sentir tão bem, Easton, — ela disse enquanto a
observava ficar de joelhos.

Meu cérebro gritava para eu afastá-la, mas minha raiva estava me


forçando a não fazer isso. Minha raiva provavelmente iria me levar ao
maior arrependimento da minha vida, mas eu não me importava.

Que se foda papai.


Capitulo Quatro
Neve

Eu não me importava que Avalon e Griffin estivessem felizes.

Quer dizer, estava feliz por minha irmã, mas isso não significava que
estava pronta ou mesmo querendo seguir o exemplo. Não gostava da ideia
de não ter uma palavra a dizer sobre como minha vida acaba. Não gosto de
me sentir reduzida a uma marionete nas cordas de outra pessoa. Mesmo
sabendo que éramos diferentes durante toda a minha vida, isso ainda não
significava que eu não queria mais da vida do que aquilo a que fui presa.

Havia também o fato de que Griffin Keenstone não era um idiota como
seu irmão gêmeo. Griffin era muito parecido com Avalon no sentido de
que ambos não iam muito contra a corrente. Ambos de natureza lógica, eles
lidavam com fatos em vez de emoções, e ficavam felizes em lidar com o
que podiam controlar enquanto faziam o possível para entender o que não
podia ser. Na verdade, eles eram perfeitos um para o outro.

Eu também não podia ignorar a ponta de ciúme que aparecia de vez em


quando, quando via Griffin com Avalon. Faz apenas um fim de semana
desde que Avalon tomou a decisão de fazer as coisas funcionarem com
Griffin, e ele esteve vindo na sexta, sábado e hoje, e o menino parecia
completamente apaixonado por Avalon. Ele foi gentil em responder a
quaisquer perguntas que tivéssemos, mas havia muito que ele poderia nos
contar sobre Rýkr e nossos ancestrais. Algo me dizia que, para eu e Avalon
obtermos respostas reais para essa confusão, teríamos que visitar Rýkr, e
isso não era algo que eu queria fazer agora.

Porque. Eu. Estava. Irritada.

Não tinha certeza de como a realeza Rýkr funcionava, mas sabia como
todas as outras monarquias funcionavam no mundo, e tinha certeza de que
você não poderia simplesmente ir até um rei e xingá-lo por bagunçar sua
vida. Além disso, mesmo que não fosse ilegal xingar um rei, minha
habilidade de ler a mente das pessoas provavelmente não estava à altura
de qualquer dom especial que ele tivesse. Ele era um rei, pelo amor de
Deus. Ele provavelmente tinha todos os melhores. E o fato de que a realeza
de Rýkr tinha mais de um dom me dizia que eu provavelmente perderia se
fosse uma batalha entre as superpotências.

Então, onde isso me deixou?

Fodida.

Foi aí que isso me deixou.

Havia também toda aquela porcaria estúpida de vínculo que


acabáramos de ser informadas. Embora não pudesse negar que Avalon e
Griffin estavam definitivamente ligados de uma forma que desafiava a
lógica, não podia dizer que sentia o mesmo sentimento de amarração por
Easton Keenstone porque não sentia.

O que experimentei ao seu redor foi mais um zumbido baixo de energia


que tamborilava em minhas veias, mas perda de controle? A incapacidade
de controlar minhas emoções? A queimadura da luxúria indescritível? O
pânico de não estar perto dele?

Sim, não senti nada disso.

No segundo em que Griffin chegou perto de Avalon, ela imediatamente


experimentou a atração emocional que a presença de Griffin exigia dela.
Sua reação física foi preocupante e difícil de compreender, mas seu vínculo
existia. Não havia como negar isso. Especialmente, agora que eles se
tornaram um casal oficial e aqueles dois estavam ligados de uma forma que
nada poderia separá-los.

Foi desconcertante como o inferno testemunhar.

E se esse suposto vínculo entre mim e Easton Keenstone deveria existir,


então como é que ele tinha a capacidade de ficar longe de mim, assim como
eu tinha a mesma capacidade de ficar longe dele? Griffin nos disse que
todos os laços eram diferentes, mas eu suspeitava que fosse mais do que
isso.

Mesmo que Avalon não soubesse que havia um Griffin em sua vida, ela
ainda respeitava o que era, e nunca forçou o assunto. Avalon sempre odiou
quando um cara a chamava para sair ou tentava segurar sua mão, e como
nunca pareceu certo, ela não aceitou. Griffin foi o primeiro cara a beijá-la.
Ele foi o primeiro cara a tocá-la. Sem o conhecimento dela, ela guardou
tudo para ele, e ele fez o mesmo. Mesmo sabendo que não poderia vir até
ela até completar dezoito anos, Griffin nunca tocou em outra garota.
Avalon tinha sido seu primeiro tudo também.

Eu beijei caras.

Eu segurei a mão deles.

Eu até deixei um par ter um pouco de ação nos seios.

E embora nunca tenha parecido certo para mim também, fui teimosa em
ser normal. Tinha sido teimosa em querer o que todo mundo tinha. Me
forcei a suportar o desconforto de ser beijada e abraçada pelos caras com
quem namorei. Me forcei a ser normal.

Só que eu não era.

E nunca fui.

E agora me pergunto se toda aquela teimosia quebrou o vínculo que eu


deveria ter compartilhado com Easton Keenstone.

Enquanto todas aquelas coisas estavam acontecendo entre Avalon e


Griffin, eu não tinha certeza do que isso significava para mim até que os
dois irmãos se sentaram conosco no almoço e ficou claro que Easton tinha
vindo aqui para mim enquanto Griffin tinha vindo aqui para Avalon.

Ainda assim, eu não tinha sentido muito.

Então, quanto mais Avalon e Griffin eram consumidos por seu vínculo,
mais eu pensava que talvez eu não tivesse sido a única que beijou outra
pessoa. Isso explicaria por que não estávamos sendo tão afetados por tudo
isso quanto Avalon e Griffin.

E para ser justa, se Easton transou com todas as garotas da Costa Oeste,
eu dificilmente poderia culpá-lo. Descobrir como seu pai tinha brincado de
Deus com nossas vidas me deixou super chateado, então só podia imaginar
o quão chateado Easton e Griffin ficaram quando descobriram sobre o que
seu pai tinha feito. Esse nível de manipulação provavelmente teria me feito
fazer a mesma coisa se eu tivesse descoberto da mesma maneira que eles.

E ao contrário de mim e Avalon, crescendo em Rýkr, Easton e Griffin


provavelmente sentiram a traição dez vezes pior do que Avalon e eu. Eles
sabiam que tinham alguém com quem deveriam amar e se conectar. Eles
foram criados para conhecer o caminho de seu povo. Descobrir que seus
destinos foram fodidos deve tê-los enfurecido. Avalon e eu tínhamos a
felicidade ignorante do nosso lado, mas eles não.

Ainda assim, não éramos mais ignorantes.

—O que você acha de visitar Rýkr? — Perguntei a minha irmã. Griffin


estava fora pelo resto da noite, então era só eu e ela no meu quarto.

Avalon deu de ombros. —Não estou pronta, — ela respondeu. —Griffin


concordou em ficar, para que eu possa terminar o ensino médio e me
formar, e vou tirar proveito disso. — Ela começou a mastigar o lábio
inferior. —Eu... eu gostaria de ter um tempo para entender melhor com o
que estou lidando antes de conhecer os pais dele e lidar com... bem, com o
que quer que isso possa implicar.
—Se eles vêm de uma monarquia, eles não precisam voltar logo para…
governar ou algo assim?

—Eu não sei, — ela murmurou. —Eu sei que Easton é o mais velho por
alguns minutos, então acho que ele teria que saber se Rýkr fosse governado
como uma verdadeira monarquia, mas realmente não sei.

—Me pergunto o que vai acontecer se Easton não se relacionar com


ninguém, — falei, pensando alto, na verdade.

—Bem, Griffin disse que havia alguns deles que não se relacionavam,
então não imagino que ele seja um pária ou algo assim, — respondeu ela.
—Você ainda não sente nada?

Balancei minha cabeça. —Nada remotamente perto do que você está


sentindo. Mesmo antes de você entregar sua virgindade àquele completo
estranho, eu ainda não sinto o que você estava sentindo.

Avalon corou. —Você faz isso soar... sórdido.

Estendi a mão e apertei a coxa da minha irmã. —Eu não quis dizer isso,
— rapidamente corrigi. —Só estou... me sinto amarga, e acho que não sou
muito boa em esconder isso.

Avalon soltou um suspiro. —Eu sinto o mesmo, Neve. — Ela me


assegurou. —Quer dizer... sério, quem mexe com a vida das pessoas desse
jeito? E seus próprios filhos?

—Não é?
—Ainda assim, foi… meio assustador a rapidez com que me viciei na
maneira como Griffin me faz sentir, — disse ela. —Parecia quase como se
eu não tivesse escolha ao ceder a ele tão rapidamente. — Ela soltou outro
suspiro profundo. —Ele me beijou, e então não havia como voltar atrás.

—Você não está mais com medo?

Avalon balançou a cabeça. —Não, — ela respondeu. —Em vez de temer


o vício, estou me deliciando com ele. — Ela fez uma careta. —Não sei mais
como explicar.

—Tenho um encontro com Anderson Wexler nesta sexta-feira depois da


preparação, — finalmente disse a ela.

Seus olhos azuis se arregalaram. —O que?

—Eu quero escolhas, Avalon, — falei a ela. —Eu sempre as quis, mas...
mas descobrir que uma delas foi tirada de mim sem que eu soubesse, bem...
eu quero ter minha vida de volta.

—E quanto a Easton?

—Easton Keenstone pode voltar para sua vida antes de mim, — falei a
ela. —Tenho certeza que ele tinha uma.

Na verdade, eu tinha certeza que ele tinha.


Capitulo Cinco
Easton

—Planeja sair dessa em breve e fazer algo a respeito? — Meu irmão


perguntou.

Embora as noites estivessem começando a esfriar, ainda estava quente o


suficiente em setembro para nadar. A casa que Severus havia alugado para
nós tinha piscina e eu a aproveitava com frequência. Onde Griffin se
contentava em sentar na sala assistindo a um filme, eu gostava de me
movimentar. Durante nossos anos de colégio em Rýkr, pratiquei muitos
esportes, enquanto Griff se apaixonou pelo beisebol e só praticou aquele
esporte. Eu tinha jogado beisebol e basquete, e teria jogado futebol na
escola se houvesse horas suficientes no dia. Em vez disso, jogava futebol
apenas durante o verão nas ligas do condado. O único esporte que eu não
suportava era o golfe. Embora não houvesse como negar que você
precisava de uma certa habilidade para jogar golfe, era chato pra caralho.

Olhando para o meu irmão, ele estava esperando que eu terminasse


minha volta antes de me fazer essa pergunta. Olhei para ele e me perguntei
o quão chateado ele ficaria se eu parasse comigo.
—Só porque você tem corações em seus olhos não significa que estou
pulando a bordo e desistindo do meu livre arbítrio, Griff, — respondi
sarcasticamente. Mesmo sabendo que nada disso era culpa do meu irmão,
ainda estava com raiva, e Griffin era uma saída segura porque sabia que ele
não estava levando nada do que falei para o lado pessoal. Isso significava
que estava tudo bem em torná-lo meu saco de pancadas verbal? Não. Mas
às vezes eu simplesmente não conseguia evitar.

—Então, qual é o seu plano, Easton? — Ele perguntou. —Se você não
vai fazer nada, então por que você veio aqui para começar?

Coloquei as palmas das mãos no concreto e abri caminho para cima e


para fora da piscina. Griffin deu um passo para trás me dando algum
espaço. Fui até uma das cadeiras de jardim e peguei minha toalha. Sequei
meu rosto e cabelo antes de responder: —Tomei a decisão de vir para cá
quando pensei que meu vínculo estava aqui. — Dei de ombros. —Acho que
não está mais.

Suas sobrancelhas dispararam para cima. —Como você pode dizer isso?
Você admitiu sentir algo quando ela está por perto, Easton. Isso tem que
significar alguma coisa.

—O que quer que eu esteja sentindo, não chega nem perto do que quer
que esteja acontecendo com Avalon, — lembrei a ele.

—Talvez porque você não esteja tentando, — ele acusou.

—Talvez eu não queira, Griffin, — respondi. —Talvez eu queira a


escolha agora que parece possível que eu possa ter uma. Se Neve e eu não
estamos explodindo em todos os lugares como você e Avalon, então isso
pode ser um sinal de que posso escolher de forma diferente.

Griffin cruzou os braços sobre o peito e arqueou uma sobrancelha.


Embora fôssemos gêmeos fraternos, ainda éramos muito parecidos. —
Porque ela não atende aos padrões da realeza? — Ele zombou.

—Não seja um babaca, — rebati.

Claro, Neve Lively atendeu aos padrões da realeza. A garota era


deslumbrante pra caralho. Onde Griffin e eu éramos gêmeos fraternos,
Neve e Avalon eram gêmeas idênticas, exceto por sua coloração. Avalon
tinha cabelo louro-claro e Neve tinha cabelo negro como o corvo. O resto
delas combinava perfeitamente, no entanto. No entanto, todos os
descendentes de Rýkr tinham os mesmos olhos azuis que ficavam brancos
sempre que usávamos nossos poderes.

A garota tinha cabelos pretos, olhos azuis, rosto de boneca e um


corpinho esbelto e sexy pra caralho devido a anos como líder de torcida.
Neve não tinha curvas exageradas ou aquela falsa aparência de cirurgia
plástica. Sua feminilidade era sutil e elegante, e seus seios caberiam
perfeitamente na minha mão. Também sabia que ela teria resistência para
cavalgar meu pau até de madrugada se eu a deixasse nua e na minha cama.

Não.

Sua aparência não era o problema.

Meu pai bastardo era o problema número um aqui.

Minha série de más escolhas ficou em segundo lugar.


Quando Astra nos contou sobre as garotas, estava determinado a fazê-lo
pagar por foder com nossas vidas. Griffin e eu tínhamos quatorze anos
quando soubemos sobre o maldito experimento de nosso pai e estava
determinado a arruinar isso para ele.

Estava em uma missão movida a raiva para fazer ele pagar.

Então, embora Griffin tenha aceitado que não havia nada a ser feito
sobre o que Astra fez conosco, fui para o outro extremo. Griffin aceitou seu
destino e esperou por Avalon. Ele havia escolhido passar os anos restantes
simplesmente esperando por ela. Nunca tendo tocado ou beijado outra
garota em toda a sua vida, Griffin guardou a si mesmo e todos os seus
primeiros para Avalon.

E tinha valido a pena.

Seu vínculo com ela era tão forte como se ela tivesse sido criada em
Rýkr com nossas crenças, nossas regras e nossas tradições. Em Rýkr, uma
vez que você estava ligado, você não conhecia mais nada. Você era criada
com seu parceiro e seu compromisso um com o outro era respeitado acima
de tudo. Ninguém pestanejaria se você tivesse apenas quinze anos e já
estivesse fazendo sexo com seu parceiro. Enquanto você estava ligado, a
expectativa era que o casamento chegasse aos dezoito anos, quando seus
poderes amadureciam e você era considerado adulto. Os jovens de dezoito
anos em Rýkr eram bem diferentes dos jovens de dezoito anos nascidos no
mundo normal.
Então, em minha busca para arruinar tudo o que Astra tentou realizar
com suas manipulações em todas as nossas vidas, me forcei a suportar as
experiências mais infernais em nome da raiva e da vingança.

Já beijei outras garotas.

Já apalpei vários conjuntos de seios.

E até tive meu pau chupado vezes suficientes para saber o que esperar
da provação.

E embora nenhuma dessas experiências tenha acontecido sem uma certa


quantidade de dor e desconforto, as superei e vivi com o desconforto que
sempre durava semanas depois.

E embora nunca tenha feito sexo, não foi por falta de vontade. Inúmeras
vezes só quis rasgar uma garota, mas nunca tive certeza de que isso não me
mataria depois. Se os sentimentos horríveis que experimentei depois de
todas as outras coisas que fiz fossem alguma indicação, não poderia
imaginar o que sentiria depois, depois de realmente fazer sexo com
alguém, então nunca tinha passado por isso.

—Não estou sendo babaca, — respondeu Griffin, defendendo-se. —Só


não quero ver você fazendo algo que você não pode voltar, Easton.

Deixei escapar um suspiro. Sabia que Griffin só estava preocupado


comigo e com o buraco em que me enfiei desde os quatorze anos. —Eu não
sinto como você, Griff, — falei a ele. —Tenho certeza de que nosso vínculo
foi rompido.

Seus braços caíram ao seu lado. —Sério? Você realmente acredita nisso?
Balancei a cabeça. —Isso explica por que tudo é tão... indiferente com
ela.

—Então, se ela tivesse um encontro nesta sexta-feira com um cara da


escola, isso não te incomodaria nem um pouco?

Olhei para minhas mãos quando elas começaram a tremer. Aquele


zumbido baixo não parecia mais um zumbido baixo. Aquele aperto no meu
peito não parecia mais leve. Agora parecia que eu poderia estar sufocando.
Também podia sentir meus olhos cedendo, ficando brancos, embora eu
começasse a ver apenas vermelho.

—Easton? Ei, Easton?

Me afastei de onde diabos minhas emoções tentaram me levar, e logo,


Griffin estava parado na minha frente, minhas mãos não tremiam mais, o
zumbido voltou a ferver, o aperto no meu peito ainda estava lá, mas não
vinculativo.

—Quem? — Bati, a agressividade na minha voz surpreendendo a nós


dois.

—Por que?

—Então você pode me dizer o que vê, — respondi.

Toda a realeza de Rýkr tinha mais de um dom, enquanto todos os


outros tinham apenas um ou nenhum. Neve podia ler mentes e sua irmã
podia mover objetos. No entanto, Griffin podia ver o futuro, mover objetos
e ter audição sônica. Sua maior força era ver o futuro, e ele herdou isso de
nossa mãe, Calliope Keenstone.
Consegui manipular as emoções de outras pessoas, controlar o clima e
ter visões aleatórias dos pensamentos ou ações de outras pessoas. Minha
maior força era a manipulação emocional, e herdei isso de nosso pai, Astra.

E embora nossas habilidades fossem raras, incríveis e insondáveis, não


podíamos usá-las no sangue ou em nossos parceiros vinculados. Por
associação, Griffin não podia ver o futuro de Neve, mas podia ver o que o
filho da puta com quem ela tinha um encontro estava tramando. Ele podia
ver como o encontro terminaria se eu não interferisse.

—Com ciúmes? — Ele provocou.

—Sim, — admiti. Quer dizer, o que mais poderia ser? Todo esse tempo,
nem sequer senti uma chama no que dizia respeito a Neve, mas agora, com
a simples menção de um encontro, todo o meu corpo reage?

Sim, estava com ciúmes.

Griffin sorriu. —O que você quer saber?

—Tudo, — respondi.

Dez minutos depois, a decisão foi tomada.

Neve Lively era minha.


Capitulo Seis
Neve

Com Griffin pegando Avalon de manhã para a escola, pude usar nosso
carro sem ter que me preocupar em combinar nossos horários. No entanto,
nunca foi um grande negócio antes. Avalon não tinha muitas atividades
acontecendo, então foi fácil para ela pegar uma carona com Gale ou Bonnie,
embora eu soubesse que ela não se sentia totalmente confortável andando
na motocicleta de Gale.

E enquanto Gale e Bonnie eram os únicos amigos de verdade de


Avalon, eu tinha mais do que alguns amigos com quem gostava de sair.
Era difícil não conhecer muita gente quando você era líder de torcida e
participava de tantas atividades escolares, e foi essa popularidade que me
trouxe até Anderson Wexler.

Anderson Wexler era praticamente perfeito. Ele tinha cabelo castanho


claro com mechas loiras e um par de olhos castanhos gentis. Ele tinha
aquela aparência americana no rosto e seu corpo estava em ótimas
condições, por ser um jogador de basquete e tudo. Nosso amor pela
emoção e energia dos esportes escolares sempre nos uniu junto com todos
os outros fanáticos por esportes na escola.
E embora ele já tenha me convidado para sair antes, essa merda com
Easton, Griffin e Rýkr foi o que me levou a dizer sim no sábado, quando
Anderson me mandou uma mensagem, me convidando para sair
novamente. Agora que eu sabia que não estávamos morrendo do
misterioso desconhecido e Avalon estava segura com Griffin, era hora de
me recompor e ver onde tudo isso me deixava. Se meu vínculo com Easton
foi quebrado, então eu precisava saber disso. Se não foi, bem... eu precisava
saber disso também.

No entanto, não tinha ideia do que faria se o vínculo ainda estivesse


intacto. Ficou claro que Easton Keenstone não queria ficar comigo mais do
que eu queria estar com ele. Quer dizer, ele estava armado com
informações que eu não estava e ainda mantinha distância, ao contrário de
Griffin praticamente pulando os ossos de Avalon.

—Ei, Neve. — Pulei ao som do meu nome e olhei pela janela do carro
para ver Anderson vindo em minha direção.

Tirei as chaves da ignição, peguei minha mochila e saí do carro. —Oi,


Anderson.

Ele olhou ao redor. —Sem Avalon?

Balancei minha cabeça. —Seu... uh, namorado está dando uma carona
para ela para a escola.

Surpresa brilhou em seu rosto. —Namorado? — Não era segredo que


minha irmã não namorava.
Já que a verdade estava fora de questão, falei: —Há um cara novo
chamado Griffin com quem ela meio que se deu bem e agora eles estão
namorando.

Anderson soltou uma risada surpresa. —Amor à primeira vista? — Ele


perguntou. —Porque eu sei que muitos caras tentaram namorar sua irmã
ao longo dos anos. — Ele balançou sua cabeça. —Ela nunca deu atenção a
nenhum deles.

Tentei não estremecer e dei de ombros. —Dizem que a química dá um


soco infernal.

Ele sorriu. —Bem, posso dizer a você que ele não fará novos amigos se
conseguir prender Avalon Lively depois de apenas algumas semanas. —
Soltando um assobio baixo, ele acrescentou: —Vejo muitos caras ciumentos
no futuro dele.

—Algo me diz que Griffin Keenstone pode cuidar de si mesmo, —


respondi, e eu não tinha certeza porque estava me sentindo um pouco na
defensiva em relação a Griffin, no entanto. Eu não devia nada ao cara, não
importa o que estava acontecendo com ele e minha irmã.

—Talvez, — ele concordou. —Mas ele é o primeiro cara a colocar as


mãos na beleza intocável que todo cara aqui tentou namorar. — Ele deu de
ombros. —Não vejo isso sendo fácil para ele.

Inclinei a cabeça e arqueei uma sobrancelha. —Todo cara? — Não é que


estava com ciúmes. Nunca tive ciúmes da minha irmã ou gostei de um cara
o suficiente para ter ciúmes dele, mas também não gostei de ser um prêmio
de consolação.

Anderson se aproximou de mim e sorriu. —Vamos, querida, — disse ele


preguiçosamente. —Não tenho interesse em sua irmã.

O primeiro sino de alerta tocou e não tinha percebido quanto tempo


perdemos conversando. —Precisamos ir para a aula, — falei, ignorando seu
comentário. Coloquei minha mochila no ombro e, quando me virei dele
para ir para a aula, senti sua mão agarrar meu braço para me parar e a dor
ricocheteou em todo o meu lado esquerdo.

—Neve, eu... — Afastei meu braço com força suficiente para


surpreender a nós dois. Anderson empalideceu um pouco. —Eu... me
desculpe, eu não quis dizer...

Levantei minha mão para detê-lo, embora a dor fosse quase


insuportável. —Está tudo bem, — menti, fazendo o meu melhor para
mascarar a dor. —Você acabou de me pegar de surpresa. — Respirei fundo,
me acalmando. —Eu não esperava que você me agarrasse.

Anderson jogou as mãos para cima em um movimento de rendição. —


Oh, ei, — ele disse apressado. —Eu não quis dizer nada com isso. Eu
pensei... eu pensei que você estava se afastando de mim por causa do que
falei sobre sua irmã. Eu...

—Há um problema aqui?

Girei ao som de uma voz que eu não precisava ouvir agora. —Não, —
praticamente rosnei. —Estamos bem.
Os olhos azuis de Easton Keenstone brilharam como se ele soubesse que
eu estava mentindo. Seu queixo subiu um pouco. —Como está seu braço?

Ele sabia.

—Está tudo bem, — mordi. —Agora, se você não se importa, vamos nos
atrasar para a aula.

—Quem diabos é você? — Anderson perguntou, soando exatamente


como um homem ameaçado.

Os olhos azuis de Easton foram em sua direção. —Easton Keenstone, —


ele respondeu facilmente. —Um amigo de Neve.

Então a coisa mais louca aconteceu.

Anderson pegou minha mão e, quando ele entrelaçou os dedos nos


meus, não consegui conter o gemido de dor que escapou de meus lábios.

Isso não era como antes.

Tudo o que já fiz antes veio na forma de uma dor desconfortável, não
essa dor intensa que estava sacudindo meu corpo até o âmago. Todo o
resto tinha sido administrável, mas não isso. Minha mão na dele parecia
que minha alma estava em agonia.

—Bem, amigo de Neve, vou levar Neve para a aula...

—Eu só vou dizer isso uma vez, — Easton rosnou. —Solte a mão dela.
Agora.

—Vai se foder, — rebateu Anderson. —Quem você acha...


—Anderson... — Ele apertou minha mão com mais força, e a dor se
intensificou. Deixei escapar outro gemido e não tinha certeza de quanto
tempo mais eu poderia suportar isso.

—Solte a fodida mão dele, Neve. — Easton praticamente gritou. —


Agora.

Puxei a mão de Anderson, mas não porque Easton havia exigido. Eu o


soltei porque estava perto de cair de joelhos com a torrente de dor que
estava sentindo. Dei um passo para trás e fiz o possível para controlar
minha respiração.

—Você não pode estar falando sério? — Anderson disparou. —Que


porra é essa, Neve?

Ainda estava tentando me orientar, então não pude responder. No


entanto, Easton poderia. —Fique longe dela. Eu não vou avisá-lo
novamente.

—Ou o que? — Anderson desafiou. Se eu não estivesse perdendo a


cabeça, teria apreciado que Anderson não fosse um maricas. No entanto,
era difícil se concentrar em qualquer coisa além da dor.

—Vou foder tanto com você que serei aquele pesadelo do qual você
nunca se livra, — Easton ameaçou.

—Pare com isso, — falei asperamente, finalmente voltando a mim.

Anderson olhou para mim. —Não preciso desta merda, Neve. —


Cuspiu. —Você deveria ter me dito que estava saindo com outra pessoa.
—Eu não estou...

—Bem, ela está, — Easton respondeu por mim, me interrompendo. —


Mova-se.

Ainda estava cambaleando, então não podia esfolar Easton por causa de
sua besteira. No entanto, Anderson não estava se revelando o mocinho que
eu pensava. —Tanto faz, — ele zombou. —Não é como se eu não tivesse
outras opções.

—Bom, — Easton disparou de volta. —Então não há nenhuma razão


para que você precise estar perto de Neve novamente.

—Tanto faz, — Anderson repetiu antes de sair correndo quando o


segundo sinal de alerta tocou.

Assim que Anderson estava fora de alcance, Easton se virou para mim.
—Você está bem?

Balancei minha cabeça. —Não.

—Quão ruim é isso?

Lancei a ele um olhar mordaz. —Ruim o suficiente para não ter forças
para corrigir sua suposição de que você é meu namorado ou algo assim, —
retruquei.

—Nunca...

Me endireitei, meu corpo se acalmando. —Precisamos ir para a aula...

—Que se foda a aula, — ele rosnou.


—Eu ainda não me formei, seu idiota, — o lembrei.

Então, com uma voz suave como uísque, Easton disse: —Eu posso fazer
isso desaparecer.

Soltei uma risada amarga.

Foda-se minha vida.


Capitulo Sete
Easton

Não esperava o chute em meu peito quando vi aquele idiota envolver


sua mão ao redor do braço de Neve. Estava esperando por ela perto da
entrada da escola, mas quando vi Anderson Wexler se aproximar de seu
carro, aquele zumbido baixo se transformou em um chiado perigoso ao
testemunhar o quão perto ele estava dela.

Ao que era meu.

Eu sabia disso agora.

Nosso vínculo não foi quebrado.

Pode ter sido um pouco danificado, mas não foi quebrado.

O chute no peito foi rapidamente acompanhado por uma queimação na


parte do meu estômago no segundo em que Neve se soltou de seu aperto,
no entanto. Senti a dor dela e foi quando atravessei o jardim da frente da
escola.

E se estava confuso sobre ela antes, aquele filho da puta segurando sua
mão mudou tudo isso. Eu podia sentir sua angústia e tinha levado tudo em
mim para não foder com ele. Não ser capaz de usar meus poderes era outra
situação fodida. Estava tão acostumado a mostrar meus sentimentos em
casa que era uma verdadeira luta não me soltar aqui.

—Não preciso de você para que tudo desapareça. — Neve cuspiu. —Eu
preciso ir para a aula.

—E você realmente acha que vai conseguir se concentrar em qualquer


coisa enquanto estiver se sentindo assim?

—Eu não me importo, — ela soltou. —Eu... eu não posso fazer isso com
você agora.

—Você não tem escolha. —O sinal da aula tocou, me interrompendo, e


não havia como chegarmos à aula a tempo. —Olha, já estamos atrasados...

—Por que dói tanto? — Ela perguntou, dor atando suas palavras. —
Nunca doeu assim antes.

Suas palavras causaram uma onda de calor na minha espinha e sabia


que isso me tornava o maior hipócrita do mundo. Ela basicamente
confirmou que esteve com outros caras, e não podia negar a dor que
ameaçava me engolir inteiro. E embora soubesse que eu ainda era virgem,
não sabia se ela era, e o pensamento de que ela poderia não ser virgem
estava me cortando profundamente.

Vai se foder Astra.

—Posso melhorar, — repeti. —Só preciso que você me dê permissão.

Neve me olhou. —Permissão para quê?


—Para melhorar.

—Como? — Ela perguntou, querendo uma imagem clara do que estava


pedindo a ela.

Sabia que poderia começar devagar e segurar a mesma mão que


Anderson estava segurando, mas não era isso que eu queria. Eu queria ver
o quão quebrado ou quão sólido era nosso vínculo.

—Deixe-me beijar você, — falei, o primeiro período esquecido.

Seus olhos azuis se arregalaram. —Você está louco? Eu não vou deixar
você me beijar.

Dei de ombros. —Então aproveite o sofrimento, Neve. — Respondi. —


Só não aja como a vítima quando tiver escolha.

Fui me afastar, mas ela me parou. —Espere.

Arqueei uma sobrancelha. —O que?

Ela começou a olhar em volta e presumi que fosse por um pouco de


privacidade. —Não podemos...

—Seu carro, — sugeri. Estava estacionado de frente para a rua, então


ninguém poderia realmente ver o interior se fizéssemos isso direito.

Neve me olhou novamente. —Um beijo, — ela insistiu. —Apenas...


apenas o suficiente para fazer isso... esse sentimento ir embora.

Balancei a cabeça enquanto mentia descaradamente. —Um beijo. —


Neve me deu as costas e a segui enquanto destrancava as portas de seu
carro. Ela começou a sentar no banco do motorista, mas a impedi. —Banco
de trás.

Suas sobrancelhas franziram. —Para que?

Abri a porta do banco de trás. —Basta entrar na porra do banco de trás,


Neve. — Retruquei.

Ela bufou, mas obedeceu.

—Tudo bem, — ela resmungou, e observei quando ela jogou a mochila


no banco da frente, mas depois fechou a porta, finalmente abrindo a porta
do banco de trás.

Também esperei que ela subisse primeiro porque não era idiota. Essa
garota era um fogo de artifício, e ela só estava concordando com isso
porque estava com dor de verdade por Anderson tocá-la. E por mais que
eu pudesse apreciar o que sua dor representava, foi uma dolorosa lição
aprendida para nós dois.

Entrei no banco de trás e fechei a porta atrás de mim. Neve estava me


olhando como se esperasse ser atacada, mas eu tinha mais autocontrole que
isso. Enquanto estávamos no carro dela, ainda estávamos em público e não
podia perder o controle e deixar minhas habilidades passarem. Ou dela,
aliás. Quando Griffin e Avalon finalmente se tocaram, ela não foi capaz de
controlar seus poderes, embora os dela fossem mais perceptíveis que os de
Neve. Neve podia ler a mente das pessoas, então essa era uma habilidade
invisível. A telecinesia de Avalon não era.
Estaria mentindo se dissesse que meu coração não estava acelerado
dentro do meu peito. Tocar em Neve, beijá-la, me diria se tínhamos uma
chance ou não. E se não o fizéssemos, eu não tinha certeza do que deveria
fazer a seguir. Obviamente, eu voltaria para casa em Rýkr, mas não sabia o
que isso significaria para o meu futuro.

Eu seria o primeiro herdeiro real não ligado a alguém e não tinha ideia
de como isso afetaria minha vida em Rýkr. Tecnicamente, era o
primogênito, mas Griffin e eu nunca fomos criados dessa maneira. Fomos
criados como iguais, mesmo que o título de rei acabasse indo para mim. No
entanto, se eu não estivesse ligado a ninguém, não tinha certeza se isso
ainda aconteceria.

—Venha aqui, — instruí enquanto a linda garota diante de mim estava


atirando adagas em minha direção.

Neve se aproximou de mim o mais perto que pôde sem me tocar. —


Estou aqui, — ela comentou asperamente.

Não havia nada a fazer sobre o meu batimento cardíaco acelerado, mas
soltei uma respiração calma e estável antes de estender a mão e colocar
minha mão em volta do pescoço dela.

Puta.

Fodida.

Merda.

Embora mantendo os detalhes o mais privados possível, Griffin


explicou que havia perdido o controle de suas habilidades quando ele e
Avalon finalmente dormiram juntos. Ela havia perdido o controle desde o
primeiro toque, mas suspeitávamos que era porque ela não havia sido
educada sobre o que esperar da maneira como fomos. Foi preciso muita
persuasão para ajudá-la a controlar sua reação a Griffin, mas quando eles
finalmente dormiram juntos, a casa inteira tremeu em seus alicerces com a
incapacidade de controlar o que estavam sentindo.

Eu esperava a mesma coisa.

No entanto, não é isso que estava acontecendo.

Neve e eu estávamos apenas olhando um para o outro, minha mão em


volta de seu pescoço, e seus olhos eram tão brancos quanto os meus.

A chuva começou a trovejar no capô do carro dela e os ventos


começaram a uivar ao nosso redor. Fazia sentido, no entanto. Eu não podia
usar meus poderes em Neve e ninguém mais estava por perto para eu
poder usar meus outros dois dons, então era o tempo.

Mas eu não me importava.

E já que o poder de Neve não podia funcionar em mim, estávamos


seguros. Ninguém estava por perto para ela entrar furtivamente em suas
mentes, para que ela pudesse liberar tudo o que quisesse.

Além do clima, nada poderia ter me preparado para a onda de prazer


que correu pelo meu peito, fazendo com que cada dor que eu já senti
desaparecesse. Tocar em Neve parecia que não tinha uma vida antes deste
momento. Estava sendo consumido e tudo o que fiz foi colocar minha mão
em volta do pescoço dela.
—Diga-me que você sente isso também, — exigi. Não há como eu ser o
único a sentir isso.

Me recusei a acreditar nisso. E, francamente, mesmo se eu fosse o único


perdendo a cabeça agora, de jeito nenhum eu desistiria dela agora. Estava
experimentando exatamente o que Griffin disse quando explicou que estar
com Avalon era como ser viciado em drogas.

Eu também não me sentia mais perdido.

Aquele aperto no meu peito se foi e tudo parecia... resolvido.

A peça que faltava não faltava mais.

Griffin estava certo.

Ele estava certo sobre tudo.

—Me diga que você sente isso, — repeti. —Cristo, querida...

—Easton, o que está acontecendo? — Ela perguntou, um tremor em sua


voz. —É... é...

Minha mão apertou em torno de seu pescoço e puxei-a para frente até
que sua testa descansou na minha. —Nosso vínculo não está quebrado, —
respondi. —Isso é o que está acontecendo, Neve.

—Puta merda, — ela sussurrou.

Puta merda estava certo. —Vou te beijar agora, — avisei. —Você pode
lidar com isso?
O canto de seu lábio se contraiu, e eu sabia que essa garota sempre seria
um desafio. —Você pode? — Ela atirou de volta. —Ou uma tempestade
com trovões e raios está vindo a seguir?

Sim, eu estava fodido.


Capitulo Oito
Neve

Todas as más decisões que já tomei se foram.

Com a mão de Easton em volta do meu pescoço, sua testa pressionada


contra a minha, eu não podia acreditar que tinha inveja do que Avalon e
Griffin tinham. Embora eu tivesse certeza de que minha conexão com
Easton havia sido interrompida, eu não poderia estar mais errada.

Meu braço ainda queimava, e a dor ainda estava muito presente, mas
estava desaparecendo rapidamente quando o polegar de Easton esfregou
para frente e para trás em minha mandíbula. Havia também o fato de que a
dor com a qual vivi toda a minha vida também se foi. Meu peito não
parecia mais apertado. Não me sentia mais desalinhada.

Granizo começou a bater no teto do meu carro e, antes que pudesse


começar a me preocupar com isso, os lábios de Easton estavam nos meus,
provando que não estávamos quebrados. Desejo e êxtase inundaram cada
centímetro do meu corpo e o pensamento me escapou quando me abri para
ele e sua língua deslizou em minha boca esperando para provar o que
sempre foi dele.
Então a dor desapareceu completamente.

O que quer que meu corpo estivesse rejeitando antes, não sentia mais a
dor de Anderson me tocando. Agora tudo que sentia era o ardor das mãos
de Easton agarrando meu cabelo enquanto ele aprofundava o beijo. Minhas
mãos estavam atadas em sua camisa enquanto eu esperava o que viria a
seguir.

—Foda-se, — ele sibilou contra meus lábios, e como se eu não tivesse


controle sobre o meu corpo, puxei sua camisa e me inclinei para trás
enquanto nos manobrava para onde o corpo de Easton estava cobrindo o
meu.

Embora eu não estivesse com minha roupa de líder de torcida, estava


usado uma saia para a escola, então quando abri minhas pernas para
Easton se deitar no meio, não passou despercebido como havia apenas uma
calcinha de renda me protegendo de tudo o que ele queria fazer comigo.

E eu não me importava.

Easton apoiou seu peso em um cotovelo e interrompendo o beijo, ele


começou a beijar meu pescoço e gemi como se não o tivesse odiado quinze
minutos atrás. Abri mais minhas pernas como se não tivesse acabado de
jurar resistir a esse vínculo estúpido ontem. Eu tinha jurado ter certeza de
que tinha opções e tinha jurado para minha irmã e para mim mesma que
não iria ceder ao que quer que fosse.

No entanto, eu simplesmente não conseguia me conter.


A descrição de Avalon sobre a perda de controle estava correta. Embora
ela não tivesse desistido dos detalhes sujos, ela fez o possível para explicar
como estar com Griffin parecia uma necessidade que estava além de seu
controle. Eu não tinha sido capaz de entender então, mas estava
entendendo agora.

—Foda-se, Neve, — Easton sibilou novamente. —Você é perfeita pra


caralho, baby.

Eu também precisava dele, mas estava muito perdida no que ele estava
me fazendo sentir para expressar isso. E enquanto havia esses conceitos
fracos flutuando além do meu alcance, sabia que ninguém estava perto o
suficiente para que meus poderes o violassem. No entanto, a chuva que
açoitava a escola estava rapidamente se transformando em uma violenta
tempestade de granizo que ameaçava causar danos reais. Ainda assim,
Easton não parecia se importar.

Seus dentes estavam deixando marcas por toda a pele delicada que
cobria meu pescoço e eu podia sentir a firmeza de seu pau duro e quente
balançando contra o meu centro, criando sensações tão deliciosas que tinha
certeza que não tinha forças para impedi-lo de tudo o que ele tinha em
mente.

O primeiro trovão sacudiu tudo ao meu redor enquanto Easton descia


pelo meu corpo. Com minhas mãos fechadas nas almofadas do assento,
empurrei meu corpo para cima até que a parte de trás da minha cabeça
estivesse encostada na maçaneta da porta. A chuva batia nas janelas do
carro e a tempestade de Easton estava criando a camuflagem perfeita para
o que estávamos fazendo aqui. Porque enquanto estava subindo, Easton
estava se movendo para baixo, e com minhas pernas abertas para ele, seu
corpo estava enrolado no espaço para as pernas do banco de trás, mas ele
tinha espaço suficiente para encaixar seu rosto entre minhas coxas.

Mesmo que eu não tivesse saída para meus poderes, podia sentir a
queimadura queimando em meus olhos e a faísca inflamar em um inferno
completo quando os dedos de Easton puxaram minha calcinha para o lado
e sua língua separou meus lábios com um, suave, tortuoso, lânguido
deslizar pelo meu centro.

Meu corpo se curvou e o carro balançou enquanto minhas mãos se


enroscavam em seu cabelo escuro e eu chamava seu nome. —Easton!

A parte de mim que ainda era capaz de identificar vagamente o bom


senso não podia acreditar que estava deixando Easton Keenstone cair em
cima de mim no banco de trás do meu carro enquanto estava no
estacionamento da escola, mas o resto de mim não se importava. Embora
tenha pensado muito sobre sexo ao longo dos anos, nunca imaginei que o
sexo oral pudesse ser tão terrivelmente erótico. Com carinho sempre
acompanhado de desconforto com todos os meus namorados antes de
Easton, nunca imaginei algo tão inebriante quanto o que ele estava fazendo
comigo.

Meus quadris estavam descaradamente empurrando para cima contra


seu rosto, e quando senti um dedo solitário deslizar dentro de mim, todo o
resto deixou de existir. Relâmpago se juntou ao trovão, mas a tempestade
que Easton estava criando não era nada comparada à tempestade sexual
que ele estava acendendo no fundo da minha alma.

Um segundo dedo se juntou ao primeiro quando Easton disse: —Foda-


se, você tem um gosto incrível. — Sua língua golpeou meu centro
novamente antes de acrescentar: —Eu quero comer sua boceta todos os
dias, baby.

Eu não estava preparada para o que suas palavras sujas fariam comigo.
—Easton... — Gemi como uma vagabunda, meus quadris realmente
implorando por mais. —Por favor…

—Você parece tão bonita quando implora, — ele respondeu antes de


voltar a me lamber enquanto seus dedos trabalhavam para me esticar.
Como virgem, esperava que esse passo doesse um pouco, mas não senti
nenhuma dor. Easton estava me saboreando como um profissional, e
odiava os pensamentos ciumentos que estavam tentando se intrometer e
arruinar este momento entre nós. No entanto, não havia como negar que
Easton era muito bom nisso para não ter muita prática.

Antes que meus pensamentos pudessem me desviar, Easton fez algo


que deixou meu corpo em completa rendição. Ainda tentando entender o
que eu já estava experimentando, senti a língua de Easton deslizar dentro
de mim, mas não parou por aí. Depois de algumas lambidas dentro do meu
buraco apertado, a língua de Easton viajou ainda mais para baixo e quando
ele me lambeu mais abaixo, meu corpo tombou sobre a borda e o prazer era
uma droga psicodélica que me fez gritar minha liberação.
Todo o meu corpo tremeu e balançou enquanto cada terminação
nervosa parecia eletrificada em um prazer tão intenso que nunca haveria
qualquer recuo disso. Me senti quente, segura, inteira e alta. Me senti
muito, muito, muito louca.

Abri meus olhos quando senti Easton rastejando de volta para cima do
meu corpo, embora seus dedos ainda estivessem alojados profundamente
dentro de mim, meu corpo ainda convulsionando em torno deles.

—Baby... — ele sussurrou sem fôlego quando seus lábios encontraram o


caminho de volta nos meus, e não consegui nem reunir vergonha suficiente
para reconhecer que o sabor em seus lábios pertencia a mim. Eu o beijei de
volta, e o gemido baixo que escapou dele deve ser a coisa mais sexy que já
ouvi.

Seus dedos começaram a se mover novamente, e não entendia como eu


tinha mais alguma coisa para dar a esse menino. —Easton... —
Choraminguei, exausta, trêmula e letárgica.

—Me dê mais um, Neve, — disse ele, seus lábios de volta em meu
pescoço. —Dê-me mais um e vou deixar você descansar. — Achei que não
tinha mais nada para dar a ele, mas meu corpo discordou quando um
terceiro dedo se juntou aos outros dois, estendendo-me amplamente, a
estimulação de seus dedos fazendo seu trabalho.

Não tinha certeza de quanto tempo ficamos lá com seus dedos dentro
de mim e seus dentes me marcando, mas logo, meu corpo estava sentindo
aquelas sensações familiares e Easton estava me levando ao limite
novamente.
Minhas mãos puxaram sua roupa até que um rasgo de tecido
acompanhou o grito aquecido do meu segundo orgasmo. —Oh, Deus...
Easton...

—Mal posso esperar para fazer você gozar a noite toda, — ele
resmungou depois de terminar de me marcar pela milionésima vez. —Mal
posso esperar para usar você toda, baby.

Nenhuma palavra saiu dos meus lábios quando senti Easton puxar os
dedos do meu corpo. Nenhuma palavra saiu de meus lábios enquanto
meus olhos encontraram forças para se abrir e observei enquanto ele
lambia os dedos para limpar a bagunça que eu fiz. Nenhuma palavra saiu
dos meus lábios quando senti Easton arrumar minha calcinha de volta no
lugar.

Não tinha absolutamente nenhuma palavra para nada disso.

A tempestade lá fora era agora uma garoa leve e chuvosa e os olhos de


Easton estavam olhando para mim, não mais um branco gelado, mas um
azul brilhante. Como os dele, meus olhos não estavam mais queimando, e
podia sentir meu corpo inteiro afundar em um rescaldo de um
contentamento que nunca soube que existia.

—Jesus Cristo, — ele jurou contra o meu pescoço. —Jesus Cristo.

Suas palavras trouxeram outra percepção de nossa situação. Easton


ainda estava muito duro, e podia sentir sua espessura pressionada contra
minha coxa. Mesmo através do jeans de sua calça, o calor de seu pau
parecia quente contra a minha pele nua.
—E você? — Perguntei sem fôlego.

Easton se apoiou e olhou para mim. —Eu?

Podia me sentir corar. —Eu posso sentir você, Easton.

Seu rosto suavizou, e uma sensação reveladora dançou na minha


espinha. —Neve, não vou te foder na parte de trás do seu carro, — disse
ele. —Por mais que eu esteja morrendo de vontade de entrar em você, não
vou tirar sua virgindade no banco de trás do seu carro no estacionamento
da escola.

Minha virgindade?

Mais uma vez, me vi com inveja de minha irmã e de Griffin.


Capitulo Nove
Easton

O que quer que eu tenha dito, foi a coisa errada a se dizer.

Os olhos de Neve estalaram com clareza, e quando a senti empurrar


meu peito, puxei para cima e me sentei no assento, dando a ela espaço
suficiente para se endireitar e sentar.

A tempestade não estava mais forte, e os canais meteorológicos teriam


um trabalho infernal para explicar a tempestade desavisada que acabara de
ocorrer. E embora meu pau ainda estivesse duro pra caralho, minha besta
estava saciada o suficiente para me fazer passar o resto do dia.

Enquanto meu pai tinha sido um idiota da maior ordem, aquelas orgias
inapropriadas que ele tinha submetido a mim e a Griffin vieram a calhar
esta manhã. Embora eu tenha feito muita merda da qual agora me
arrependo, esta foi a primeira vez que transei com uma garota, e a
experiência foi tão incrível que me perguntei como passaria o dia sem fazer
isso, novamente.
Também sabia que a experiência tinha sido alucinante porque a tinha
feito com Neve. Nosso vínculo não foi quebrado e imaginei tornados,
furacões e terremotos quando finalmente consumamos esse vínculo.

Porque era exatamente isso que iríamos fazer esta noite.

—Você está bem?

Seus olhos azuis deslizaram em minha direção. —Meu braço não dói
mais.

Soltei uma risada sem graça.

O que eu esperava?

Ela não era Avalon, aceitando tudo o que éramos e o que tudo isso
significava.

—Seu braço não dói mais, — murmurei. Dei a ela um aceno conciso. —
Bem, então acho que meu trabalho aqui está feito.

Neve não comentou imediatamente, mas quando finalmente o fez,


perguntou: —Somos a prova que seu pai queria, não somos?

Infelizmente, nós éramos. Nossos laços eram inquebráveis, não importa


como você olhasse para isso. Griffin se guardou completamente para
quando chegasse a hora, e eu não. Ainda assim, parecia que meu vínculo
com Neve era tão forte quanto o vínculo de Griffin com Avalon. Astra
conseguiu fortalecer a fundação sobre a qual nosso povo e nossa cidade
foram construídos com esse pequeno experimento.

Ele estava certo sobre tudo isso e era uma merda.


—Nós somos, — concordei, dando a notícia para ela.

—Por que você acha que dói tanto? — Ela perguntou.

Dei de ombros. —Estamos tentando romper o vínculo há tanto tempo


que nossos corpos podem estar confusos sobre o que estava acontecendo,
— respondi. —Uma vez que nós... nos conectamos, talvez não pudesse
mais. — Ela parecia pensativa. —Realmente não sei, Neve. Embora eu
saiba muito mais do que você sobre como somos feitos e sobre o que
somos, ainda não tenho certeza de como isso deve funcionar entre nós.

Seus olhos brilharam. —E se eu não quiser que funcione entre nós? —


Ea perguntou, e um ressentimento gelado deslizou pela minha espinha. —
Química sexual não é amor, Easton. — Ela soltou um suspiro profundo. —
E eu quero amar a pessoa com quem vou passar o resto da minha vida.

Meus olhos se estreitaram. —E quando aquela pessoa que você tanto


ama quer te tocar? Beijar você? Foder você? Então o que? — Perguntei com
um pouco de mordida na minha voz. —Se você não aguenta aquele babaca
segurando sua mão, como vai aguentar o resto?

Então ela me bateu com alguma besteira real que parecia plausível
demais para o meu gosto. —Talvez seja porque somos próximos um do
outro, — ela sugeriu. —Talvez se você voltar para Rýkr, a distância
diminuirá a dor para um pequeno desconforto como antes.

Estava do outro lado do banco com meus dedos apertando sua


mandíbula antes que ela soubesse o que a atingiu. Eu podia sentir os
ventos começando a uivar novamente e meus olhos brilham com aquele
tom gelado. —Escute, e ouça bem, Neve. — Rosnei. —Se você acha que vou
desistir da sensação de ter você em meus braços, você está louca. — Ela
choramingou quando apertei sua mandíbula com mais força. —Você é
minha, Neve. Quer você goste ou não, queira eu ou não, você é minha e
não vou voltar para Rýkr. Pelo menos, não sem você.

Neve sacudiu a cabeça de meu aperto. —Você acha mesmo que eu


quero conhecer seu pai depois do que ele fez conosco?

Me inclinei para trás. —Acredite em mim, ninguém está mais bravo


com aquele homem do que eu com o que ele fez, mas como nenhum de nós
pode voltar e mudar o passado, é o que é.

—E o que é isso?

—Estou tentando ser um cavalheiro, mas se eu precisar foder você e


fazer você sangrar no banco de trás do seu carro para provar que você
pertence a mim, eu vou, — ameacei. —Não me teste, Neve. Você tem um
poder que não pode ser comparado aos três que eu tenho.

Ela levantou uma sobrancelha fria. —De acordo com tudo o que
aprendemos com Griffin, esses três poderes que você tem não funcionam
em mim.

—Isso é verdade, — concordei. —Mas eles funcionam em seus pais.

Cristo, o ódio nunca pareceu tão bonito.

—Eu não preciso de um superpoder para matar você, — ela rebateu. —


E isso é exatamente o que farei se você ousar machucar meus pais.
Sim, de jeito nenhum eu deixaria essa garota ir.

—Então não me obrigue a isso, — retruquei. —Aceite este show de


merda pelo que é e ceda graciosamente.

—Como você está? — Ela zombou.

—Serei o primeiro a admitir que não queria nada com você e com o que
meu pai fez, — falei a ela. —Eu era totalmente a favor de resistir e estragar
tudo o que ele pretendia fazer. No entanto, tudo mudou no segundo em
que o sabor da sua boceta atingiu minha língua, baby.

Eu praticamente assobiei essa afirmação, e a garota não gostou.

—Então, sexo é a resposta? — Ela zombou. —Gostar um do outro não é


necessário?

Minhas costas se endireitaram. —Você acabou de gozar em todo meu


rosto e dedos, Neve. — Lembrei-a zombeteiramente. —Eu diria que você
gosta de mim o suficiente.

Então ela me bateu onde doía, mesmo sem perceber. —Tenho certeza de
que não sou a primeira garota a gozar em seu rosto ou dedos.

—Eu sou o primeiro cara em cujos dedos e rosto você gozou? — Rosnei,
o ciúme fazendo o possível para criar outra tempestade ao nosso redor.

Seus olhos rapidamente dispararam para baixo antes de encontrar meu


olhar novamente. —Isso importa?

Minha mão estava ao redor de seu pescoço, meus dedos cavando


dolorosamente em sua pele macia. —Posso não ter sido o primeiro, mas
serei o último, Neve. — Jurei. —Ninguém mais vai tocar em você
novamente.

—Você não merece minha virgindade, — ela sussurrou entre os dentes,


e essas cinco pequenas palavras fizeram maravilhas para aquele monstro
de olhos verdes que ameaçava me sufocar.

—Merecendo ou não, ainda me pertence, — respondi impiedosamente.


—E eu vou tomá-la, Neve.

—Claro, você vai, — ela zombou. —Você provavelmente coleciona


virgindades como figurinhas de beisebol.

Soltei seu pescoço e me inclinei para trás para lhe dar algum espaço. —
O que você está falando?

—Falei que você provavelmente não se importa com quantas


virgindades já tirou, — ela repetiu, e foi aí que me dei conta. Quando falei
que não ia tirar a virgindade dela no banco de trás do carro, ela presumiu
que estava falando apenas sobre a virgindade dela. Foi quando seu
comportamento mudou e ela ficou fria comigo, mesmo depois de um
orgasmo épico.

—Você parece ciumenta, baby, — zombei.

Seu queixo subiu. —Dificilmente.

Sabendo que nada de bom sairia de antagonizar essa pequena fera,


enfiei meu rosto em seu pescoço e a lambi como se ela fosse minha
guloseima favorita.
Quando senti a tensão deixar seus ombros, disse: —Meu pau nunca
deslizou dentro de uma boceta antes, Neve. — Passei meu braço em volta
da cintura dela e nos posicionei de volta para como estávamos quando ela
gozou para mim. —Embora eu tenha feito muitas coisas das quais me
arrependo agora, guardei meu pau para você, querida.

Neve gemeu debaixo de mim. —Eu ainda te odeio.

Empurrei contra ela, meu pau duro esfregando contra seu clitóris
sensível. —Espero que sim, — ri sombriamente. —Seu ódio por mim vai
torná-lo muito mais doce quando eu finalmente fizer você sangrar em cima
de mim.

Ela empurrou meu peito e deixei. —Você é um idiota, Easton.

Sorri e me sentei. —Acostume-se com isso, — respondi. —Não estou


mudando por ninguém. Até você.

A campainha tocou, sinalizando que o primeiro período havia


terminado e que era seu passe de liberdade.

—Precisamos ir para a aula, — ela disse, arrumando suas roupas e não


olhando para mim. —Já perdi escola o suficiente por causa de você e sua
família fodida.

—Tudo bem, — concedi. —Mas isso não acabou, Neve.

O olhar que ela me lançou teria nivelado um homem inferior, mas


apenas mandei um beijo para ela.

Ela me mostrou o dedo do meio.


Capitulo Dez
Neve

Para o segundo período, para a lua, para Marte, ou para o maldito


Inferno, eu não me importava para onde Easton tinha ido. Eu ainda estava
uma bagunça emocional e física e havia apenas uma pessoa no planeta que
poderia entender o quão confusa estava por causa disso.

Corri para a aula de biologia de Avalon e, assim que a vi, menti para a
professora. —Emergência familiar! — Gritei quando peguei Avalon de sua
mesa e a arrastei para fora da sala antes que a professora pudesse
comentar.

Avalon não disse uma palavra enquanto eu a arrastava pelo corredor


até chegarmos ao primeiro banheiro feminino que vi. Assim que entramos,
chutei cada baia para me certificar de que estávamos sozinhas. Supus que o
mais educado teria sido apenas olhar por baixo da porta do box, mas ainda
estava uma confusão frenética com o que havia acontecido no carro.

Quando terminei de me certificar de que estávamos completamente


sozinhas, me virei para encarar minha irmã, e ela estava de pé ao lado do
balcão da pia e parecia atordoada.
Deixei escapar um suspiro frustrado. —Meu vínculo com Easton não
está quebrado, — deixei escapar.

Os olhos de Avalon se arregalaram. —Como você sabe?

—Porque eu quase fiz sexo com ele no banco de trás do meu carro agora
pouco, — confessei.

Seu corpo inteiro desabou contra o balcão, os olhos arregalados, a boca


um perfeito 'o' surpreso. Depois de alguns segundos, ela era uma bagunça
gaguejante. —Você... você... e Easton... agora?

Balancei a cabeça, então fui contar tudo a ela. Bem, tudo menos os
detalhes íntimos. Agora que ela não era mais virgem, tinha certeza de que
ela entenderia sem que eu tivesse que explicar tudo. Griffin nunca saia do
lado dela, então sabia que eles estavam transando sempre que podiam.
Afinal, eles tinham dezoito anos para compensar.

Se você pensou sobre isso, eu também.

Quando terminei, ela ainda parecia chocada. —A tempestade foram


vocês?

Estremeci. —Tecnicamente, era Easton, mas, sim, éramos nós.

—Puta merda, — ela sussurrou. —Vai ser como… o fim do mundo


quando vocês dormirem juntos, se essa tempestade for uma indicação, —
ela previu.

Apenas encarei minha irmã. —Você pode se concentrar, por favor?


Seu rosto bonito assumiu um olhar de confusão. —Então... isso é uma
coisa ruim?

—Vamos Avalon, — praticamente reclamei. —Deixei claro como me


sinto por não ter escolha com o meu futuro. Sem mencionar que não
suporto o idiota arrogante.

Avalon estremeceu. —Neve, não acredito que você tenha escolha no


assunto, — respondeu ela. —Você já sentiu o quão poderoso é o puxão.
Você realmente acha que pode simplesmente fugir disso?

—Ele é um idiota, — repeti. —Mesmo se estivermos ligados por algum


estúpido... idiota... seja lá o que for, como posso viver com um idiota
egoísta pelo resto da minha vida?

Minha irmã sorriu. —Oh, vamos, Neve. — Ela falou lentamente. —Ele
não pode ser tão ruim se você estava pronta para perder sua virgindade
com ele no banco de trás do seu carro agora.

Estreitei meus olhos para ela. —Você esqueceu a parte em que ele
manipulou minha ignorância sobre o assunto e se ofereceu para fazer toda
aquela dor ir embora?

—Tudo bem, isso é válido, — ela murmurou. —Mas não é como se você
fosse super doce e receptiva com ele também. — Inclinei minha cabeça para
ela. —O que? É verdade.

—Seja como for, ainda não fui eu quem entrou na vida dele, virando-a
de cabeça para baixo sem pensar em como isso iria fodê-lo, — apontei. —Se
eu fui rude, é porque tenho o direito de ser, Avalon. Easton e Griffin
vieram aqui com a vantagem de saber tudo o que poderia acontecer, e isso
foi uma coisa muito ruim de se fazer.

—Neve...

—Eles esperam até que estejamos a um passo de completar dezoito anos


para jogar essa merda em nós, — continuei. —Eles sabiam que seríamos as
mais vulneráveis em nosso aniversário, mas em vez de aparecer seis,
quatro ou até dois meses atrás e nos trazer tudo isso lentamente, eles
vieram soprando na cidade como dois tornados mágicos, destruindo tudo
o que pensávamos que conhecíamos.

Seu rosto suavizou, e eu sabia que era porque ela não via as coisas do
meu jeito. Ela teve a sorte de gostar de Griffin além de ser ligada a ele,
então ela não estava no mesmo barco que eu. Não havia briga entre ela e
Griffin. Pelo menos, não do jeito que Easton e eu estávamos brigando
contra a perda de nosso livre arbítrio.

—Só há uma pessoa para culpar por toda essa confusão Neve, — disse
ela. —Você resistir a Easton não vai ajudar ninguém.

—Isso é outra coisa, — continuei. —Você honestamente acha que


poderei conhecer o pai deles e não querer matá-lo? — Embora eu ainda
quisesse respostas, me vi ficando cada vez mais zangada.

Avalon riu. —Provavelmente não, mas simplesmente não acho justo


fazer Easton pagar por algo que não fez, Neve. Somos todos vítimas aqui,
mesmo que eu e Griffin estejamos levando isso um pouco melhor.
Deixei escapar um suspiro profundo, de repente me sentindo exausta
pra caralho. —O que nós vamos fazer?

Avalon soltou um suspiro profundo idêntico. —Temos até o final do


ano letivo antes de decidir algo concreto, — ela me lembrou. —Griffin já
concordou em ficar enquanto durar. Tenho certeza de que Easton também
ficará. — Ela deu de ombros. —Isso nos dá um tempo para aprender mais
sobre tudo isso.

—Eu simplesmente não consigo imaginar... — Balancei minha cabeça.


—Eu simplesmente não consigo me ver jogando bem com a família deles.

—Bem, eles não vão nos matar, certo? — Ela disse, surpreendendo o
inferno fora de mim. —Podemos sempre ir a Rýkr, exigir respostas e depois
ir embora se não obtivermos as respostas que queremos.

—Easton é o primogênito, — apontei. —Ele tem obrigações que Griffin


não tem.

Avalon não disse nada por um tempo. Eu sabia que o cérebro lógico
dela estava fazendo hora extra, mas ainda havia tanto que não sabíamos
sobre tudo isso que não havia como encontrar as respostas durante o
segundo período no banheiro feminino da escola.

Por fim, Avalon disse: —Não posso te dizer o que fazer, Neve. Tudo o
que sei é que, se você não planeja fazer essa coisa com Easton funcionar,
não durma com ele. — Ela enfatizou essa última frase. —Depois de fazer
isso, você achará impossível se afastar dele novamente, e isso só pode levar
à miséria. O sexo apenas multiplicará essa atração por um milhão e você
estará realmente ferrada.

—Você está esquecendo que ele ameaçou nossos pais? — Perguntei com
altivez.

Ela inclinou a cabeça. —Você e eu sabemos que era apenas Easton se


agarrando a palhas, Neve. De jeito nenhum ele faria isso e nos alienaria.
Não importa que você seja o futuro dele, mas Griffin está programado para
me escolher agora. Easton não vai arriscar perder seu irmão fazendo algo
que ele não pode voltar e mexer com nossos pais se qualificaria nisso.

Eu não poderia discordar. Quando se tratava disso, tinha certeza de que


Griffin poderia e iria convencer seu irmão a não fazer algo estúpido demais
para se recuperar. —Eu odeio isso.

—Eu sei, — ela respondeu rapidamente. —Eu faço. — Avalon suspirou


novamente. —Olha, não seremos capazes de descobrir isso agora, mas se
você está falando sério sobre não querer ficar com Easton e Rýkr, então
fique longe dele, Neve. Acredite em mim quando digo que dormir com ele
só vai piorar as coisas.

—Totalmente honestamente? — Ela assentiu. —Não tenho certeza se


posso fazer isso, — admiti. —Se ele me tocar de novo, provavelmente vou
cair de joelhos de bom grado.

Avalon riu. —Então definitivamente não durma com ele se ainda estiver
em dúvida. Deixando de lado o livre arbítrio, a conexão é mais poderosa
do que pode imaginar, Neve.
—Estou tão confusa.

—Eu também, — ela confessou. —Mas não estou confusa sobre Griffin,
se isso faz algum sentido. — Ela acenou com o braço ao seu redor. —Estou
confusa sobre o que tudo isso vai significar para mim, mas não estou
confusa sobre ele. Ele é a única coisa que faz sentido para mim agora.

—E isso não te assusta? — A ideia de ser tão dependente de outra


pessoa era assustadora de se pensar. —Quer dizer, e se algo acontecer com
ele? Como isso funciona?

—Não sei, — respondeu ela. —Mas só há um lugar onde podemos obter


as respostas a essas perguntas, Neve. Você sabe disso e eu sei disso.

—E se o idiota do pai deles se recusar a responder a essas perguntas?

—Então seus filhos serão confrontados com uma decisão de mudança


de vida, — ela respondeu suavemente. —Ou ele responde nossas
perguntas para nossa satisfação, ou ele perde seus filhos.

—Você não pode garantir que Griffin e Easton vão nos escolher, no
entanto.

—É aí que você está errada, — ela discordou. —Easton pode não


escolher você porque você ainda está resistindo ao que você é para ele, mas
eu sei que Griffin vai me escolher. Ele não terá escolha. Ele pode viver sem
seus pais. Ele não pode viver sem mim. Não mais. Não mais do que posso
viver sem ele.

O sinal tocou para o primeiro intervalo e eu sabia que os banheiros


seriam inundados em breve. Essa conversa teria que esperar ou seria
levada para outro lugar. No entanto, eu sabia que teria que esperar, já que
Griffin estaria procurando por Avalon.

—Falaremos mais esta noite, tudo bem?

Avalon assentiu. —É claro.


Capitulo Onze
Easton

Eu conhecia a regra. E sabia que não deveríamos usar nossos poderes


enquanto estivéssemos aqui, mas não havia como evitar. Tinha que falar
com Griffin, e isso não podia esperar.

Tivemos o segundo período juntos e quando ele estava perto o


suficiente para se sentar na mesa ao meu lado, falei: —Me bloqueie.

Ele não fez perguntas e, enquanto me bloqueava da visão da turma, me


concentrei no Sr. Alverez e coloquei-o de frente para a sala de aula,
dizendo: —Vamos nos divertir hoje, alunos. Em vez de outra tarefa chata
de aula de informática, vou deixar que vocês tenham um período livre em
que criem ideias interessantes e originais de mídia social. Você pode até
formar dupla se quiser.

A classe explodiu em aplausos e Griffin não se sentou até que eu olhei


para ele e mostrei a ele meu olhar azul contra a sombra gelada que eles
tinham por alguns segundos.

—O que é isso? — Ele sussurrou enquanto se inclinava para mais perto


de mim.
—Eu quase fodi Neve no banco de trás de seu carro mais cedo, — falei o
mais baixo que pude.

—A tempestade, — ele supôs.

Balancei a cabeça. —A tempestade.

—Então qual é o problema? — Ele perguntou. —Parece que ela está


embarcando no trem maluco de boa vontade.

Lancei um olhar ao meu irmão. Era fácil para ele fazer piadas porque
Avalon não era uma megera rancorosa destinada a lhe dar dores de cabeça
pelo resto de seus dias.

Eu não tive tanta sorte.

—Você vai falar sério pelo menos uma vez? — Exigi.

Griffin soltou um assobio baixo. —Droga... — Já que ele sempre foi


sério, eu sabia que ele estava morrendo de vontade de dizer aquelas
palavrinhas satisfatórias: Eu avisei.

Deixei escapar um suspiro constante. —Ela pode estar aceitando toda


essa merda, mas ela não gosta de mim, Griff, — falei a ele. —Ela não gosta
de mim. Como devo me amarrar a uma mulher que não gosta de mim pelo
resto da minha maldita vida?

—Talvez se você fosse um idiota rápido, isso poderia fazê-la mudar de


ideia sobre você, Easton, — ele disparou de volta. —Você não deu a ela um
motivo para gostar de você.
—Ela não é exatamente doce como um pêssego, Griff, — assobiei. —
Estou pronto para continuar com este maldito experimento, mas como vou
convencer Neve a entrar nesse navio também? Se o mundo real
simplesmente desaparecesse e me deixasse ficar na cama com ela pelo resto
de nossas vidas, claro, isso funcionaria. Mas duvido que seja assim que vai
acontecer.

—Você tem que fazê-la dormir com você, — ele aconselhou enquanto
deu de ombros. —O resto vai se desenrolar, mas você tem que amarrá-la a
você primeiro. Dormir com ela é a única maneira de fazer isso.

Meus dentes estavam cerrados com tanta força que havia uma ameaça
real de quebrar um. —Ela já me acusou de manipular o vínculo para fugir
com o que aconteceu no carro, — falei a ele. —Você está dizendo que devo
continuar assim?

Suas sobrancelhas se projetaram para dentro. —Bem, você não me


contou essa parte.

Revirei os olhos como uma garota pré-adolescente, depois dei mais


detalhes sobre o que aconteceu antes. Deixei de lado os elementos sexuais
do que aconteceu, mas contei a ele tudo desde o segundo em que vi Neve
com aquele idiota até quando saímos de seu carro. Até contei a ele sobre
ameaçar os pais dela, e isso realmente o irritou.

—Você está louco? — Ele rosnou, e Griffin não era muito de rosnar. Ele
era o irmão razoável. —Por que você ameaçaria os pais dela?

—Estava desesperado, — admiti. —Atirei no escuro.


—E errou, seu imbecil, — ele cortou.

—Você pode se concentrar por um minuto?

—Em quê, exatamente? — Ele atirou de volta. —Não entendo o que


você está tentando me dizer ou que conselho está procurando?

Passei minhas mãos pelo meu rosto e subi novamente, emaranhando-as


em meu cabelo.

E puxei.

Estava tão frustrado, e estava atingindo o trio: mentalmente,


emocionalmente e sexualmente. E não importa quantas vezes falei a mim
mesmo que isso era tudo culpa minha, assumir a responsabilidade pela
minha estupidez não estava me ajudando em nada. Isso só estava me
irritando ainda mais, e não podia dizer que não daria um soco na cara do
meu pai na próxima vez que o visse.

—Estou apenas chateado, — finalmente admiti. —Eu só estou chateado,


Griff. — Soltei uma risada sombria. —Estou chateado por mim, Neve, você
e Avalon. E mesmo que você e Avalon pareçam ter feito funcionar, ainda
estou chateado por você. Estou tão puto com tudo.

Griffin soltou um suspiro profundo. —Eu sei que você está, — ele
respondeu. —Você está chateado há quatro malditos anos, então imagino
que seja meio difícil desligar isso, mas... Easton, cara, você vai ter que se
decidir sobre o que quer. O que é mais forte, sua raiva de papai ou sua
necessidade de Neve?
—Agora, minha raiva do papai. — Certo? Se minha necessidade por
Neve fosse mais forte, eu a teria levado no banco de trás mais cedo. Não
teria sido capaz de parar se minha necessidade por ela fosse tão forte.
Enquanto isso, a raiva que sentia por meu pai nunca diminuiu. Nunca
parou. Estou com raiva dele desde o dia em que ele nos contou sobre seu
experimento fodido. Não tinha certeza se conseguiria desligar isso, mesmo
que quisesse.

—Então deixe a garota em paz e volte para Rýkr, — ele aconselhou. —


Esqueça o resto do dia e vá para casa. Vá para casa e fale com Severus
sobre romper seu vínculo. Pergunte se isso pode ser feito. Pergunte
qualquer coisa a alguém, Easton. — Meu irmão balançou a cabeça. —Você
não pode continuar assim. Sessenta anos é muito tempo para ser miserável.

—Essa é a sua solução? — Perguntei, chateado por soar tão simples


vindo de sua boca.

—Prometi a Avalon que a deixaria terminar o último ano e se formar, —


disse ele. —Posso cuidar de Neve e garantir que ela tenha o apoio de que
precisa enquanto vocês terminam as coisas entre vocês...

—Eu não vou acabar com isso, — rebati, sua abordagem casual para a
minha vida me irritando ainda mais. —Ela é minha. Não é isso que eu
sou... porra...

Os olhos de Griff se arregalaram. —Puta merda, — ele fica de boca


aberta. —Realmente te incomoda que ela não goste de você, não é?

Não menti para meu irmão, então contei a ele a verdade. —Sim.
Griffin jogou a cabeça para trás, então girou o pescoço, tentando
diminuir o estresse que eu sem dúvida estava colocando ali. Quando ele
olhou de volta para mim, ele disse: —Derrame suas entranhas, — ele
finalmente aconselhou. —Diga a ela a verdade. Diga a ela que você estava e
está chateado com o que Astra fez e que você mexeu com outras garotas
para se rebelar e que você odeia a ideia de não ter escolha e que sua maior
luta é entregar a Astra tudo o que ele queria em uma bandeja de prata
porque você está se sentindo chateado e ressentido.

Minhas sobrancelhas se ergueram. —Porque isso deveria torná-la


querida para mim?

—Não, — ele cortou. —Mas isso explica por que você está se
comportando como um idiota e, talvez, se ela perceber que há uma razão
válida para o seu comportamento, ela poderá distinguir a diferença entre
você agir como um idiota e realmente ser um idiota.

Pensei sobre isso. —Basicamente, me jogar na espada.

—Você tem uma ideia melhor? — Ele rebateu. —Diga a ela a verdade,
Easton. Diga a ela que você estava errado e está lutando para admitir isso
para si mesmo. Se, ao final de sua autolimpeza emocional, você ainda
sentir que não vale a pena lutar, volte a Rýkr. Separe-se e faça o possível
para lidar com isso.

Balancei minha cabeça. —Não posso me separar, — respondi. —Não


depois do que aconteceu antes. Eu não posso me afastar de... — Deixei
escapar um suspiro profundo. —Vamos apenas dizer que os pedaços
quebrados não parecem mais tão quebrados, e não estou prestes a desistir
disso e voltar a viver com toda aquela... turbulência.

Outro suspiro profundo. —Olha, eu não gosto da ideia de Astra vencer


tanto quanto você, mas ter Avalon em minha vida supera todo o resto.
Prefiro parabenizar Astra por seu experimento bem-sucedido do que
rejeitar meu vínculo com Avalon. Quero que Avalon seja feliz mais do que
quero que Astra seja miserável.

—Bem, agora eu realmente me sinto como um idiota, — fiz uma careta.

—Afie sua espada, jogue-se sobre ela, reivindique a garota e então


vamos fazer o que for preciso para consertar isso.

—E o que é isso?

—Levamos as meninas para Rýkr e fornecemos as respostas de que


precisam para seguir em frente com essa confusão, — respondeu Griffin. —
Damos a elas a oportunidade de enfrentar o Astra e recuperar algum
controle.

—E se tudo der errado?

—Não me importo, — ele respondeu facilmente. —Desde que eu tenha


Avalon, não me importo com mais nada. — Outro suspiro. —No entanto,
também não sou o príncipe herdeiro.

Eu bufei. —Como se eu desse a mínima para isso.

—Então, mostramos às garotas que não damos a mínima para nada


além delas, — disse ele. —Nós provamos a nós mesmos.
Gostei da ideia de confrontar Astra. Gostei da ideia de as meninas terem
a oportunidade de descarregar sua bagagem recém-encontrada. —Vamos
fazer isso.
Capitulo Doze
Neve

Como previsto, no segundo em que chegamos ao armário de Avalon,


Griffin estava lá esperando por ela, os braços cruzados sobre o peito, o
ombro encostado no metal.

Era uma pena que eles fossem tão bonitos.

No segundo em que estávamos ao alcance da voz, ele piscou para mim


e disse: —Que tempestade, certo?

Eu o cortei. —Não, — quase ri. —Easton é um idiota grande o suficiente


para vocês dois. Você não precisa participar.

Griffin sorriu e, embora fossem gêmeos fraternos, ele se parecia tanto


com Easton que fez meu coração disparar. —Só tentando aliviar o clima, —
defendeu.

—Apontar como eu sou uma idiota não está melhorando meu humor,
— respondi secamente. Então um pensamento me ocorreu. —Falando em
idiotas, onde está seu irmão?
Meu corpo inteiro estremeceu quando a voz de Easton chegou aos meus
ouvidos. —Bem aqui. — Me virei e o observei seguir em direção ao nosso
pequeno grupo. —Sentiu minha falta?

Eu não.

Meu corpo sentiu.

Meu corpo era estúpido, no entanto.

Mas em vez de admitir isso, o ignorei e me virei para minha irmã. —


Olha, eu... — Um par de braços quentes, fortes e capazes me envolveu por
trás, me deixando completamente muda.

—Eu senti sua falta, — ele mentiu.

Os olhos de Avalon encontraram os meus, e eu sabia que ela poderia


dizer que eu estava lutando.

Ou pirando.

Desde os dez anos, eu queria um namorado que me fizesse sentir


especial, bonita, desejada e amada, mas se não fosse o caso de ter cuidado
com o que você deseja, então eu era mais estúpida do que pensava. A
maneira como Easton se sentia ao meu redor era tudo que sempre quis um
milhão de vezes e o sentimento era inebriante e provavelmente destrutivo.
Não importa o quão bem ele se sentisse, estar amarrada a outro ser
humano assim ainda era um conceito assustador. Tudo o que eu imaginava
eram aqueles lobos de coração partido que uivam na noite com a perda de
seu companheiro. Tudo o que eu imaginava era a dor de cabeça que eles
suportaram pelo resto de suas vidas, o maior pedaço de suas almas
faltando.

Foda-se.

Minha.

Vida.

—Talvez devêssemos dar a vocês um pouco de privacidade para


conversar, — Griffin sugeriu com tato. —Vejo você no terceiro período,
Easton.

Os olhos de Avalon ainda estavam fixos nos meus. —Você está bem
com isso? — Ela perguntou, e eu queria abraçá-la pra caralho. E eu teria,
também, se Easton não tivesse um bloqueio em meu corpo. Mesmo com
sua alma gêmea ao seu lado, Avalon ainda não iria me deixar se ela
pensasse que eu precisava dela. Minha irmã tinha aquela força silenciosa
que as pessoas nunca esperavam.

Apontei meu polegar para Easton parado atrás de mim. —Vá em frente,
— respondi. —Eu posso lidar com esse idiota sozinha.

Os lábios de Avalon se contraíram. —Me chame se precisar de mim.

E então Easton disse a única coisa que nunca esperei que saísse de sua
boca. —Ela está segura comigo, Avalon. Eu prometo.

Desmaio.
Como diabos eu deveria resistir a ele e defender tudo o que era certo,
então dar a sua família a explosão que eles mereciam, quando ele estava
dizendo merdas como essa?

Tão injusto.

—É melhor ela estar, — minha irmã cantou logo antes de Griffin agarrar
a mão dela, e eles passaram por nós para fazer o que quer que fizessem
quando tinham um momento de privacidade.

Quando eles finalmente sumiram de vista, me virei nos braços daquele


idiota e olhei para ele. —Seriamente?

Os braços de Easton caíram do meu corpo e eu odiava odiar isso. —Eu


conversei com Griffin e tudo se resume a duas coisas.

—E o que é isso?

—Eu mantenho você ou encontro uma maneira de deixá-la ir, — ele


disse simplesmente. Dando de ombros, ele acrescentou: —E depois do que
aconteceu no seu carro, não vou deixar você ir.

Não consegui conter a risada triste que escapou enquanto eu passava as


mãos pelo rosto em pura exaustão. Como aquela estúpida profecia no livro,
estava amarrada a Easton. Eu sabia disso. Eu podia sentir isso, pelo amor
de Deus. Não havia como negar o vínculo e que existia, ou que era tão
desgastante quanto o de Avalon com Griffin.

Mas, Deus, como eu odiava a falta de controle de tudo isso.


Era hora de ser honesta, no entanto. —Não sei como superar o
ressentimento da situação, — disse a ele com sinceridade. —Não sei te
olhar e não quero lutar contra tudo que você representa na minha vida.

Algo na expressão de Easton mudou. Ele estava me olhando com mais


atenção. Ele parecia estar vendo dentro da minha alma. E sabia que não
eram seus poderes porque seus olhos ainda eram azuis, e ele não poderia
usá-los em mim de qualquer maneira, mas algo mudou.

Finalmente, ele disse: —Me sinto exatamente da mesma maneira.

—Mas?

O idiota sorriu. —Mas eu quero foder você.

—Coma um pau, — rosnei antes de virar as costas para o idiota.

Senti seu braço envolver minha cintura ao mesmo tempo em que sua
risada fazia cócegas em minha orelha. —Estou brincando, — ele riu.

—Foda-se, — atirei de volta. —Isso não é uma fodida piada, Easton.

Ele me virou em seus braços. Com o idiota rindo de mim, eu esperava


ver alegria em seu rosto, mas não havia nada além de seriedade olhando
para mim.

—Você acha que eu não sei disso? — Ele sibilou. —Esta é a minha vida
também.

—Então pare de agir como um idiota, — rebati.

Seu outro braço veio ao meu redor, e odiei minha óbvia fraqueza no que
dizia respeito a ele.
—Não estou agindo como um idiota. Eu quero foder você. — Eu
deveria ter ficado chocada com sua escolha de palavras, mas tudo o que
senti foi ligada. —Mas quero te foder porque me pertence, Neve. —
Esclareceu. —Não porque eu quero molhar meu pau. Não porque você é
gostosa. Não porque os hormônios adolescentes são filhos da puta. Eu
quero te foder porque. Você. Pertence. A. Mim.

—Então, isso é sobre sexo de novo?

—Não, — ele negou. —Isto é sobre o nosso vínculo. Isso é sobre nós.
Isso é sobre Rýkr.

—E quanto ao seu pai?

—Griffin está certo, — disse ele. —Se fizermos isso por ele, as únicas
pessoas que vão sofrer por isso somos nós, Neve.

Apoiei minha testa em seu peito com toda a exaustão que sentia. Sabia
que ele estava certo. Sabia que ele estava certo, mas isso não ajudava com a
raiva. Nem a maneira como as mãos de Easton começaram a esfregar para
cima e para baixo nas minhas costas.

—Vou buscá-la esta noite, — disse ele, com a voz baixa e séria, sem
deixar margem para dúvidas. —Vou falar com seus pais e você vai passar a
noite na minha casa esta noite.

Não disse nada enquanto estava lá e deixei Easton consolar minha


confusão. Olhei para os nossos pés, suas mãos acalmando minha
inquietação, seu batimento cardíaco ecoando baixo em minha cabeça. Sabia
onde ele queria chegar. E sabia o que tudo aquilo significava. E também
sabia que deveria estar gritando com ele ou brigando com ele sobre isso,
mas suas mãos em meu corpo estavam fazendo o bom senso desaparecer.
Depois do que aconteceu antes, parecia que sua proximidade era a única
coisa que começava a importar.

—Eu nem gosto de você, — murmurei como uma pirralha.

Com minha testa ainda em seu peito, o senti rir. —Se serve de consolo,
também não gosto muito de você.

Não consegui conter o riso que escapou. Olhei para ele. —Você é um
idiota.

—Eu sei, baby, — disse ele suavemente, seus braços apertando em volta
de mim.

—Então o que acontece agora? Depois... — Não consegui me obrigar a


dizer isso. Se me permitisse pensar muito nisso, sabia que começaria a ficar
nervosa.

—Vamos terminar o resto da semana escolar, e então...

Meus olhos se estreitaram. —Então?

—O que você acha de fazer uma viagem para Rýkr neste fim de
semana? — Ele perguntou, me surpreendendo.

—O que?

—Estou cansado de ser o único idiota com quem você sente necessidade
de gritar, — ele sorriu.

Sim, Easton Keenstone seria minha ruína.


Capitulo Treze
Easton

Embora Griffin tenha dito que o Sr. Lively não era um idiota, eu ainda
estava aqui para tirar sua segunda filha dele, e não conseguia vê-lo
aceitando isso bem. Balancei a cabeça enquanto adicionava os Livelys à
lista de pessoas cujas vidas o Astra estragou.

Bati na porta e esperei para ver se o Sr. Lively ia me deixar entrar ou me


mandava me foder. Se ele me dissesse para me foder, não ficaria surpreso,
mas também teria que desafiá-lo.

Depois que deixei Neve ir para o terceiro período, pensei muito sobre o
que Griffin disse, e a simplicidade de sua declaração realmente me atingiu.
Ele queria que Avalon fosse feliz mais do que queria que Astra sofresse, e
esse era o ponto principal para ele. Esse maldito vínculo com o qual fomos
amaldiçoados ou abençoados, dependendo do seu ponto de vista, fez de
Avalon a prioridade para Griffin sobre todo o resto. E eu sabia que não era
que ele queria que Avalon fosse feliz, mas que ele precisava que ela fosse
feliz se ele mesmo tivesse alguma chance de ser feliz. Quanto mais perto
eles chegassem, mais fundidas suas almas se tornariam, e logo, ele seria
capaz de sentir tudo o que era Avalon Stallard Lively.
E o mesmo aconteceria comigo.

A porta finalmente se abriu e o Sr. Lively não pareceu feliz em me ver.


—Você é o outro garoto?

Fiz o possível para não rir. Ele nos fez soar como a praga que veio para
adoecer suas preciosas filhas.

—Eu sou, senhor.

Ele soltou um suspiro profundo.

—E suponho que esteja aqui para me dizer que vai levar Neve com você
esta noite, para que possam se conhecer melhor?

Ele brincou, e eu tinha certeza de que nunca me senti tão desconfortável


em toda a minha vida. Fale sobre estranho.

—Sim senhor.

O Sr. Lively começou a coçar a nuca, prolongando o constrangimento.

Depois de um tempo, ele disse: —E suponho que se eu falar não, terei o


mesmo discurso de como estarei traumatizando Neve mantendo vocês dois
separados?

Desta vez, bufei. —Embora seja uma existência dolorosa e miserável,


duvido que Neve se sinta traumatizada, — respondi honestamente. —A
garota mal me suporta.

O lábio do Sr. Lively se contraiu, e eu tinha certeza que o homem estava


tentando não rir da minha honestidade.
—Sim, bem, Neve sempre foi bastante independente.

Levantei uma sobrancelha. —É assim que você chama?

Seus lábios levantaram e foi aí que eu soube, de fato, que ele estava
rindo de mim.

—Olha, vou fazer a mesma exigência de você que fiz de seu irmão, —
ele disse finalmente. —Não pretendo entender nada disso e não vou
impedir nada que possa prejudicar minhas filhas. Mesmo assim, preciso de
sua promessa de que Neve estará segura com você. — Seus olhos se
estreitaram em mim. —Me importo que minhas meninas estejam seguras.
Eu também gostaria de vê-las felizes, mas a segurança delas é o que mais
importa para mim agora. Embora eu não entenda nada disso, a segurança
delas é o que mais me preocupa. — Ele se endireitou em toda a sua altura.
—Você pode mantê-la segura?

—Não só posso manter Neve a salva, mas também daria minha vida
pela dela, senhor, — respondi. —E embora eu perceba que você não tem
uma verdadeira compreensão do que é isso, pegue o que você sente por
sua esposa e multiplique por para sempre. É o que tenho com sua filha.
Isso é o que Griffin tem com Avalon.

Ele não comentou minha declaração por alguns segundos


desconfortáveis.

Quando ele finalmente falou, foi para dizer: —Bem, você pode entrar.

—Obrigado, senhor.
Depois que ele se afastou para me deixar entrar em sua casa, ele fechou
a porta atrás de nós e perguntou: —Então, o que você pode fazer?

Me virei para encará-lo.

—Posso manipular emoções, controlar o clima e ter visões, — disse a


ele. —Eu não posso ver o futuro como Griffin pode, no entanto. Minhas
visões são estacionárias.

A testa do Sr. Lively franziu.

—Você pode fazer tudo isso, mas você ficou lá fora e me deixou te
interrogar.

—Sua filha deixou bem claro que me mataria se eu usasse meus dons
em você ou em sua esposa, então... — Dei de ombros. —Do jeito difícil
então.

O homem não piscou um olho. —Sim, isso soa como Neve.

—Se serve de consolo, Griffin e eu estamos tão chateados com tudo isso
quanto tenho certeza que você e a Sra. Lively estão. Como tenho certeza
que as garotas também estão, — falei a ele. —É um ajuste para todos nós.

—Seu pai é realmente tão burro assim?

Ele perguntou, não se preocupando em me ofender.

—Sim.

—E existe um plano para isso?

—Sim senhor, — respondi.


Outra respiração profunda. —Sente-se, filho.

Sentei enquanto ele procurava sua esposa, Neve, ou ambas. Avalon


estava com Griffin no cinema, então eu sabia que ela não estava em casa.

No segundo em que me decidi sobre Neve, informei-o de meus planos,


então ele estava me ajudando mantendo Avalon ocupada.

Quando ouvi o som de passos, levantei, maneiras educadas, algo que


está arraigado em nós desde o nascimento. O Sr. Lively estava voltando
para a sala com a Sra. Lively e Neve seguindo atrás dele.

Esperei que as mulheres da casa se sentassem antes de me juntar ao Sr.


Lively em nossos lugares, maneiras obviamente importantes para ele
também. Olhei para Neve.

—Olá baby. — O Sr. Lively fechou os olhos e a Sra. Lively soltou um


leve suspiro.

—Ei. — Neve resmungou, e eu ri.

Ignorando sua saudação nada entusiasmada, virei-me para seu pai.

—Eu não vou alimentá-lo com uma linha de gentilezas, especialmente


porque você já sabe o que estou fazendo aqui. — Sr. Lively me deu um
aceno conciso. —No entanto, prometo devolvê-la amanhã depois da escola
e juro que ela estará segura comigo, senhor.

—Então, seu plano é deixar Neve terminar seu último ano de escola
também? — Perguntou a Sra. Lively.
Balancei a cabeça. —Sim, senhora. — Inclinei-me para trás na cadeira
em que estava sentado. —Mesmo se eu quisesse levar Neve de volta para
Rýkr comigo, não acho que seja uma boa ideia separar as garotas enquanto
elas estão... uh, aceitando tudo. E Griffin não concorda com nada que deixe
Avalon infeliz.

O rosto da Sra. Lively suavizou enquanto o Sr. Lively bufou. —Espero


que não, — respondeu ele.

—O plano é deixar as meninas terminarem a escola e partir daí, —


repeti.

—Mas você não é... de acordo com tudo o que Griffin nos disse, você
não é da realeza de onde você vem? —Perguntou a Sra. Lively. —Isso não
significa que você tem obrigações em casa.

Balancei a cabeça. —Eu sou e eu tenho, — confirmei. —No entanto, meu


pai deveria ter pensado nisso antes de me ferrar.

—Mas não é tão simples assim, é? — Sr. Lively perguntou, Neve ainda
quieta como um rato de igreja.

—Não senhor. — Balancei minha cabeça. —Não é, mas precisa ser. Não
vou fazer nada para causar mais sofrimento às suas filhas.

—Muito bem...

—No entanto, faremos uma viagem até Rýkr neste fim de semana, —
informei-lhe se Neve já não o fez. —Essa coisa precisa ser resolvida e as
meninas merecem respostas. Essa é a única maneira de pegá-las.
O Sr. Lively assentiu. —Neve já nos informou sobre a viagem.

E porque essas duas pessoas foram tão vítimas das manipulações de


Astra quanto nós, falei: —Vocês dois estão livres para vir conosco, se
quiserem.

A Sra. Lively não conseguiu esconder sua surpresa. —Isso é... isso é
permitido?

—Rýkr é uma cidade normal onde as pessoas passam de carro e param


o tempo todo, Sra. Lively, — expliquei. —A única diferença é que você
nunca encontrará um imóvel à venda na cidade e as pessoas da cidade são
extraordinárias. Não é nada sinistro, garanto. — Olhei para Neve. —Se
fosse, não levaria Neve para lá comigo.

—Eu não me importaria de ir e dizer a seu pai o que penso, — o Sr.


Lively praticamente rosnou. —No entanto... — Ele soltou um suspiro
profundo. —No entanto, não quero fazer nada que possa tornar essa
situação mais difícil para as meninas.

—Eu entendo.

O Sr. Lively olhou para a filha. —Bem, querida? O que vai ser?

Ela ergueu o queixo. —Não se preocupe, pai, — disse ela. —Astra


Keenstone vai conseguir o suficiente da minha mente por nós dois.

O Sr. Lively olhou para mim. —Você vai ter muito trabalho, filho.

—Espero que sim, senhor, — respondi honestamente.

—Estou sentada aqui, sabe, — anunciou Neve asperamente.


Olhei para a linda garota. —Vá pegar sua bolsa, Neve.

Ela não gostou da minha natureza exigente. —Assim que você tiver
boas maneiras.

O Sr. Lively riu baixinho.


Capitulo Quatorze
Neve

Conhecer Severus foi... estranho. O homem ficou muito feliz por


finalmente me conhecer e, embora todos odiássemos, ele ficou feliz em
saber que o experimento de Astra funcionou. A princípio, presumi que ele
estava do lado de Astra, mas quando ele explicou que está com Griffin e
Easton desde que nasceram, percebi que ele estava feliz por os meninos
não terem passado por tudo isso por nada. Embora nada justificasse o que
Astra fez conosco, pelo menos tivemos resultados concretos da situação.

Também descobri que Severus podia controlar o clima como Easton


podia, e que foi Severus quem ajudou Easton a aprimorar aquele ofício em
particular excessivamente. E quanto mais Severus falava, mais eu percebia
que ele era o verdadeiro pai deles todos esses anos. Os meninos falaram
muito pouco sobre a mãe, mas era óbvio que o respeito deles era
principalmente reservado para Severus, seja qual for o sobrenome dele.

Agora estava sentada no quarto de Easton, esperando ansiosamente que


minha vida mudasse.
Não tinha certeza do que estava esperando, mas Easton me escoltando
para o meu quarto e depois desaparecendo não era isso. Normalmente, eu
teria sido intrometida como o inferno dada a situação, mas Easton não
tinha nada pessoal em seu quarto. Depois de olhar em volta por alguns
minutos, finalmente me ocorreu que aquele não era o quarto dele de
verdade. Eles haviam alugado esta casa durante o tempo que se
propuseram a fazer. Todos os pertences pessoais de Easton tinham que
estar em Rýkr.

Quando ele finalmente entrou no quarto, perguntei: —Onde você


esteve?

Ele parou no meio do caminho e suas sobrancelhas se ergueram. —


Ansiosa?

—Não seja um idiota, Easton.

Ele retomou seus passos. —Eu não tinha pensado nisso completamente,
então fui buscar algumas camisinhas no quarto de Griffin.

Isso deixou meu rosto vermelho como fogo.

—Oh.

Ele inclinou a cabeça. —Oh?

Dei de ombros, envergonhada como o inferno.

—Faz sentido, — murmurei, tentando decidir se deveria contar a ele


que estava tomando anticoncepcional.
Mamãe colocou eu e Avalon nisso quando nossos períodos se tornaram
uma bagunça esporádica. Todas nós atribuímos isso ao quão diferentes
éramos, mas mamãe ainda não queria correr nenhum risco com nossa
saúde. Ela nos colocou no controle da natalidade para regular nossos
períodos e funcionou.

Seus olhos azuis se estreitaram. —Eu preciso delas?

Olhei para ele com os olhos arregalados. —O que? Claro que você
precisa.

Sua cabeça inclina para o outro lado.

—Tem certeza? — Cruzando os braços sobre o peito, ele acrescentou: —


Porque não consegui encontrar nenhuma em seu quarto ou banheiro.

E isso só poderia significar uma coisa.

Quando não respondi rápido o suficiente, Easton disse: —Porque se eu


tiver uma palavra a dizer, quero te foder e gozar dentro de você, Neve.

Puta.

Merda.

Minhas mãos agarraram o edredom de cada lado de mim enquanto


Easton percorria seu caminho. Olhei para ele enquanto ele se elevava sobre
mim, olhando para mim, seus olhos já brilhando.

Meu coração começou a disparar uma batida rápida e meu corpo estava
pegando fogo instantaneamente apenas com seu olhar aquecido.
O cara não estava fazendo nada além de ficar na minha frente, mas sua
natureza imponente estava puxando todos os tipos de sensações e emoções
estranhas em mim.

E, Cristo, o jeito que ele falou foi um grande tesão.

—Eu não vou ficar grávida no último ano do ensino médio, Easton, —
respondi, embora minha voz estivesse trêmula e nada confiante.

Ele se inclinou e colocou as mãos em cada lado meu. Ele estava tão
perto que tive que me inclinar para trás para manter contato visual. Ele
afastou meus joelhos com os dele e a posição estava trazendo de volta
memórias desta manhã.

Meu corpo parecia que estava pegando fogo.

—Você ficaria? — Ele perguntou sombriamente. —Se eu te fodesse cru a


noite toda e gozasse dentro de você uma e outra vez, e de novo, existe a
possibilidade de nós ficarmos grávidos?

Nós.

Não você, mas nós.

Ele realmente estava nisso o tempo todo. Seja por escolha ou destino, ele
esteve nisso o tempo todo.

—Não, — sussurrei, a verdade saindo como um fósforo aceso em um


barril de luxúria.
Os olhos de Easton caíram para os meus lábios e todo o meu corpo
estremeceu quando ele disse: —Música para a porra dos meus ouvidos,
baby.

Minha respiração parecia acelerada, mas não era de medo. Não era de
ansiedade. Foi apenas por estar perto desse garoto. Sua maldade estava se
tornando uma grande excitação que nunca teria imaginado por mim
mesma.

Sempre me considerei o tipo de garota que ficaria chocada por ser


tratada de forma tão desrespeitosa. Sempre imaginei que o homem com
quem eu ficaria seria educado, respeitoso e sofisticado.

Eu nunca tinha imaginado Easton Keenstone.

Porque eu ainda estava usando as mesmas roupas que estava usando


esta manhã, quando Easton abriu meus joelhos, minha saia subiu nas
minhas coxas, e novamente, não havia nada me protegendo dele, muito
parecido com essa manhã.

—Easton... — Não tinha certeza se disse em nome em protesto ou


necessidade, mas saiu soando como um gemido de permissão para ele
continuar.

E talvez fosse.

Senti meus olhos nublados, mas porque éramos só eu e Easton, não


havia mal nenhum em me entregar às sensações que estava sentindo.
Nossa conexão alimentada pela luxúria era muito mais segura do que a
conexão de Avalon e Griffin. Easton e eu poderíamos fazer demonstrações
públicas de afeto se não estivéssemos sozinhos, Avalon e Griffin não.

—Espere, baby, — ele sussurrou, seus lábios contra minha mandíbula.


—As coisas estão prestes a ficar difíceis.

Seus lábios desceram sobre os meus ao mesmo tempo em que seu corpo
me cobriu completamente. O peso dele parecia diferente do que tinha no
carro. Talvez porque estivéssemos apertados no carro e eu tivesse ficado
surpresa com o quão forte esse vínculo tinha sido, mas esta manhã não foi
nada comparada a agora.

Passei meus braços em volta do pescoço de Easton e o beijei de volta.


Sua língua deslizou em minha boca e engoli seu gemido, sentindo-o até os
dedos dos pés. Seu braço envolveu meu corpo e ele me levantou, de modo
que estava deitada em sua cama, seu corpo aninhado entre minhas coxas.
Meus joelhos avançaram ainda mais, e me encontrei aberta para ele, o seu
jeans esfregando contra minha calcinha de renda.

Easton interrompeu o beijo, e quando seus lábios roçaram a pele


sensível sobre minha clavícula, deixei escapar um gemido baixo, minhas
mãos envoltas no edredom em sua cama. Com seu pau pressionando
contra o meu centro, a fricção estava me deixando louca. Agora que eu
sabia como era um orgasmo nas mãos de Easton Keenstone, estava pronta
para experimentar outro novamente.

—Easton, por favor…


—Foda-se, você deixa meu pau duro quando você implora, — ele
murmurou enquanto seus lábios pairavam sobre meu seio esquerdo, minha
camisa não fazendo nada para me proteger do calor de sua respiração. —
Mal posso esperar até que você finalmente esteja de joelhos, olhando para
mim com seus olhos brancos, implorando pelo meu pau em sua boca.

—Oh, Deus... — Sujeira. Sua sujeira deveria estar me ofendendo.


Realmente, realmente deveria estar.

Mas não estava.

Nunca fiz um boquete antes, mas me vi querendo prová-lo. Assim como


ele fez no carro, eu queria prová-lo. Assim como ele estava fazendo agora,
descendo pelo meu corpo, para que ele pudesse fazer isso de novo.

Suas mãos agarraram meus seios por cima da minha camisa enquanto
eu abria mais minhas pernas para o que quer que ele quisesse fazer
comigo. —Eu vou comer essa boceta todos os dias, baby, — ele prometeu.
—Eu não acho que posso passar um dia sem o seu gosto na minha língua.

Minhas mãos emaranhadas em seu cabelo. —Por favor, Easton... por


favor...

Em questão de segundos, suas mãos não estavam mais em meus seios e


Easton estava puxando minha calcinha do meu corpo.

—Vou fazer você gozar com minha língua, depois vou te abrir com meu
pau. Vai doer, mas vou fazer você amar.

Me deitei e me rendi ao primeiro golpe de sua língua. Me rendi à


sensação de suas mãos me abrindo, para que sua língua pudesse fazer sua
mágica. Me rendi à dor de seus dedos me preparando para o que viria a
seguir.

Me rendi a tudo que era Easton Keenstone.

Minhas mãos se enredaram em seu cabelo, meus quadris começaram a


se mover, e Easton soltou um gemido profundo que vibrou por todo o meu
corpo.

E só iria melhorar.
Capitulo Quinze
Easton

Quando não consegui encontrar nenhuma camisinha no quarto ou


banheiro de Griffin, realmente acreditei que esta noite seria um fracasso.
Embora estivesse disposto a correr para a farmácia, não queria dar a Neve
mais tempo para possivelmente mudar de ideia. Sabia que ela estava
tentando aceitar essa situação assim como eu, mas nunca se sabe quando se
trata de mulheres.

Elas eram uma espécie volátil.

No entanto, quando Neve confirmou que ela estava sob controle de


natalidade, levou toda a força que eu possuía para manter meu pau em
minhas calças e não violá-la. Agora, com certeza, as chances de eu durar
mais do que cinco segundos eram quase nulas, já que essa seria minha
primeira vez e estaria cru. Ainda assim, faria tudo em meu poder para
tornar isso o mais agradável e memorável possível para Neve.

Com minha língua devorando sua boceta e meus dedos estendendo-a


amplamente, comi Neve como um homem faminto. Eu ia fazê-la gozar até
que ela não aguentasse mais. Eu ia deixá-la bem molhada o suficiente para
que ela não rasgasse. Ainda assim, estava com a cara na boceta dela porque
realmente amava o gosto dela. Estava gostando disso tanto quanto ela.

—Easton, eu estou... oh, Deus... eu estou...

Porra, sim.

—Goze para mim, — exigi, meus lábios, língua e dedos ainda


trabalhando em sua boceta. —Goze em todo o meu rosto, baby. Me dê isto.
Só eu.

Seus punhos apertaram e puxaram, e em segundos, a beleza estonteante


estava em erupção em todo o meu rosto e mão. —Sim... oh, Deus... Easton,
sim... — Trabalhei com ela durante seu orgasmo e até mesmo provoquei
outro antes de finalmente me levantar da cama e tirar minha camisa
porque queria sentir as mãos dessa garota na minha pele.

Jogando no chão, inclinei e rasguei o tecido de sua camisa ao meio.


Caindo em um monte de inutilidade em torno de seu corpo, olhei para
baixo e Neve Lively fez a imagem mais deliciosa. Com seus seios
apresentados a mim em um pacote rosa de renda, sua saia estava enrolada
em volta da cintura e suas pernas estavam abertas, sua boceta ainda
convulsionando com seus múltiplos orgasmos, gozo vazando por toda
parte.

Ela parecia usada.

Ela parecia magnífica pra caralho.


Desabotoei minhas calças em tempo recorde, e não havia necessidade
de trabalhar meu pau porque já estava mais duro do que a porra do aço.
Não seria um problema deslizar para dentro dela.

Assim que meu jeans e cuecas estavam longe o suficiente em minhas


coxas, agarrei Neve por suas coxas, puxei-a para a beirada da cama, joguei
aquelas pernas sensuais sobre meus ombros, então me inclinei e deslizei
em seu corpo quente, apertado, molhado, um paraíso alucinante.

Centímetro por fodido centímetro excruciante.

Ela me fez sentir fenomenal.

—Oh, Deus... você é enorme... — ela choramingou, e porque eu era um


cara, não pude deixar de me dar um tapinha mental nas costas, mesmo que
Deus tivesse me presenteado com meu tamanho e eu não tivesse feito nada
para causar isso.

—Porra, você é apertada, baby, — falei, soltando as palavras para fora


da minha boca o melhor que pude. Sua boceta era como um torno ao redor
do meu pau, e mal conseguia pensar, muito menos falar. Quando a chuva
começou a bater na janela do meu quarto, exigi: —Olhe para mim, Neve.

Ela abriu os olhos, e eles estavam brancos como a neve, sua boca
entreaberta enquanto suspiros de dor escapavam com meu pau totalmente
alojado em sua boceta. —Easton, dói, — ela choramingou. —Faça alguma
coisa.

Se eu não estivesse perdendo a cabeça agora, eu riria de como essa


garota era tão desafiadora.
—Eu vou me mexer, baby. — E espero que não goze dentro de três
golpes. —Vou te foder tão bem, Neve. — Seu corpo apertou ao redor do
meu, e eu tinha certeza que iria me envergonhar.

Ah bem.

Puxei para fora, e quando olhei entre nós, pude ver traços fracos de rosa
misturados com seus gozos anteriores.

Neve era minha.

Quando empurrei de volta, seu corpo arqueou, suas mãos agarrando os


lençóis novamente. —Oh, Deus... mais...

—Com prazer, baby, — resmunguei, meu corpo começando a marcá-la


como minha. Meu corpo iniciando aquela dança sagrada tão antiga quanto
o tempo.

Logo, Neve estava fazendo os sons mais sensuais que já atingiram meus
ouvidos. Houve uma forte tempestade destruindo tudo fora desta casa,
mas tudo que eu podia ouvir eram seus gemidos e choramingos. Tudo o
que eu conseguia focar era em seu rosto no auge da paixão. Tudo o que eu
podia sentir era sua boceta virgem espremendo a vida do meu pau.

Olhando para Neve, observando-a tomar meu pau, eu sabia que da


próxima vez iria me certificar de que estivéssemos completamente nus.
Estava me sentindo um pouco enganado por não poder ver seus peitos
balançando livremente enquanto estava transando com ela. No entanto, eu
não iria parar por causa desse pequeno detalhe.

Eu não ia parar por nada.


Os gemidos de Neve ficavam mais altos quanto mais forte eu batia nela,
e agora que ela não estava mais com dor, era tudo sobre o prazer. —Espero
que você esteja pronta para esse pau a noite toda, baby, — praticamente
rosnei para a garota. —Eu não vou deixar você sozinha até que eu não
consiga mais levantar.

—Sim, — ela sibilou, seus olhos brilhando quando ela olhou para onde
estávamos unidos. —Mais, Easton, — ela implorou, e sabia que nunca me
cansaria de ouvi-la implorar pelo meu pau. E porque Neve era forte e
orgulhosa, seus pedidos de prazer seriam algo que eu consideraria
sagrado. De jeito nenhum eu iria provocá-la ou fazê-la se sentir
envergonhada pelo quanto ela me queria. Nenhum outro homem no
planeta jamais conheceria esse lado dela, e eu iria amar esse fato.

Quase dobrando-a, me inclinei em seu rosto, agarrei seu queixo e a


forcei a olhar para mim enquanto meus quadris colidiam com os dela uma
e outra vez.

—Quando terminar de esticar sua boceta, sua boca é a próxima, Neve.


— Suas mãos voaram para cima e aquelas garras dela se prenderam em
minhas costas. —Você vai engolir cada centímetro de mim, — resmunguei.
—Cada maldito centímetro, baby.

—Easton!

Ela gozou com um grito, cada grama de masculinidade que eu possuía


rugiu de satisfação enquanto a segurava firme e forte.

Apenas. Continuei. Fodendo. Com. Ela.


Nenhum lançamento antecipado aqui.

Antes que seu corpo tivesse tempo de terminar de tremer, saí de seu
nirvana apertado e a virei até que ela estivesse de quatro. Levantei sua saia
sobre sua bunda, e puxando seus quadris para trás, bati de volta nela com
todas as minhas forças.

Seus braços caíram e ela estava de bruços na cama, sua bunda


apresentada a mim como um presente dos deuses.

—Oh, porra... Easton... oh, Deus...

—Você é minha, Neve, — ofeguei atrás dela. —Você é minha porra, e


ninguém nunca vai te manter longe de mim novamente.

A raiva estava tentando se infiltrar com o pensamento de que eu


poderia estar fodendo essa garota por anos, mas isso me foi roubado.
Devíamos estar casados agora. Nossas vidas juntos deveriam ter começado
anos atrás. Estamos ligados desde a porra do útero.

Neve soltou um gemido suave, e foi quando percebi que meus dedos
estavam cavando dolorosamente em seus quadris, e eu a estava atacando
com força por trás.

Mas não parei.

—Diga, — exigi como um idiota inseguro. —Diga.

Ela soube imediatamente o que estava pedindo. —Eu sou sua, — ela
gritou. —Sou sua.
—E eu sou seu porra, — prometi a ela. —Sou seu. Tudo de mim. Tudo o
que tenho é seu, querida.

Neve gozou em meu pau novamente.

Desta vez, não pude me conter. Desta vez, não houve vitórias
masculinas. Desta vez, alimentei sua boceta gananciosa com cada fodido
centímetro que eu tinha enquanto minhas bolas se esvaziavam dentro de
seu aperto. Jato após jato de liberação cobria seu útero e quer saber?

Que se fodam os preservativos.

—Easton... — ela sussurrou, gasta, uma bagunça mole que estava


apenas me deixando entrar nela até que meu pau começou a amolecer, e
nós dois éramos inúteis.

Deixei-me cair na cama, em seguida, a puxei para mim. Nós deitamos


lá, nossas pernas penduradas na beirada da cama, seminus e uma bagunça,
e era fodidamente perfeito.

Depois que a tempestade se acalmou, e estava seguro de que ela tinha


adormecido, a voz de Neve quebrou o silêncio. —Imaginei perder minha
virgindade muitas vezes, — ela murmurou. —Mas nunca imaginei isso.

Meu braço se apertou ao redor dela. —E estamos apenas começando.

—Easton, não tenho certeza se meu corpo aguenta muito mais depois
disso, — disse ela, inflando meu ego ainda mais do que já era.

—Merda difícil, — respondi, romance nunca sendo meu forte.

Neve riu exatamente como eu esperava.


Capitulo Dezesseis
Neve

O planejado tinha começado fácil o suficiente. Eu deveria ter passado a


noite com Easton, me arrumado para a escola, ser uma aluna produtiva do
último ano do ensino médio e depois voltar para casa, para que meus pais
pudessem ver por si mesmos que estava viva e segura, e tudo estava bem.

Bem, você sabe o que dizem sobre os melhores planos.

Depois de uma noite de compensação pelos últimos anos, Easton e eu


desmaiamos por volta das três da manhã, tornando a escola no dia seguinte
um sonho.

A noite tinha sido diferente de tudo que eu poderia ter imaginado, e se


não havia como voltar antes, definitivamente não havia como voltar agora.

Não depois de tudo que deixei ele fazer no meu corpo ontem à noite.

Arrepios ainda corriam pela minha espinha quando pensei em todas as


coisas que fizemos na noite passada. Para dois virgens, com certeza não
agimos assim. Não foi até depois da terceira rodada que Easton revelou
qual era a ideia de educação sexual de seu pai. E embora eu tivesse ficado
chocada com a própria ideia, não havia como negar que me beneficiei da
maneira doentia e distorcida de Astra Keenstone criar seus filhos. Se eu já
não soubesse tudo o que sabia sobre essa situação bizarra, nunca teria
acreditado que Easton também era virgem.

Havia também o fato de que nada estava fora dos limites na noite
passada. Easton e eu exploramos um ao outro a noite toda, e parecia que
era muito e não o suficiente. Ele ficava me lembrando que tínhamos anos
para compensar e, até onde ele sabia, ele não conseguia me foder o
suficiente.

Suas palavras, não minhas.

Então, mandei uma mensagem para Avalon às três da manhã e pedi a


ela para me cobrir. Mesmo que meus pais estivessem embaraçosamente
cientes do que estava acontecendo entre suas filhas e Griffin e Easton, eu
não conseguia ligar para meus pais e pedir que eles ligassem na escola
dizendo que eu estava doente porque passei a noite toda transando com
um garoto que só conheci por um punhado de semanas.

Quando finalmente acordei por volta do meio-dia, acordei com uma


cama vazia, mas não estava chateada. Com Easton tendo três dons para um
meu, imaginei que sua resistência superasse a minha, então não fiquei
surpresa por ele já ter começado o dia.

E no gesto mais doce que nunca esperei de um cara como Easton


Keenstone, o almoço na cama foi servido antes que ele tivesse me levado
uma última vez antes de preparar um banho quente para mim. Quando o
provoquei por causa de seus gestos românticos, ele negou que estivesse
sendo romântico. Ele alegou que estava apenas fazendo o que deveria, e
isso era cuidar de mim. Eu havia me entregado a ele e era sua
responsabilidade cuidar de mim agora. Parecia tão simples, mas eu sabia
que não era. Nem todos os homens pensavam assim.

O resto da tarde foi gasto com Easton tentando responder minhas


perguntas da melhor maneira possível, mas ele não foi capaz de me dizer
nada além do que Griffin já havia compartilhado conosco. Foi uma droga,
mas ele não podia me dizer o que não sabia.

O maior problema era que Griffin e Easton deveriam retornar a Rýkr e


governá-lo como muitas gerações antes deles. No entanto, para mim e
Avalon, Rýkr não era nosso lar. Não importava que houvesse uma cidade
inteira de pessoas com as quais pudéssemos nos identificar, não
pertencíamos ali. Nós pertencemos aqui. Nossos pais estavam aqui. Nossos
amigos estavam aqui. Nossas infâncias foram aqui. E embora o plano fosse
que fôssemos para a faculdade, Seaport era para onde voltávamos durante
as férias. Nossos pais estavam em Seaport, fazendo de Seaport nosso
verdadeiro lar.

Então, depois que Easton me levou para casa (como se eu tivesse


acabado de sair da escola), esperei pacientemente que Avalon voltasse para
casa porque precisava compartilhar, mas também queria falar com ela
sobre ir para Rýkr..

—Me sinto mal por mamãe e papai, — Avalon disse, nós duas sentadas
no quintal no balanço que papai ainda tinha para nós. —Imagine ter que
ficar para trás e ser incapaz de fazer qualquer coisa além de observar seus
filhos sendo lançados neste novo mundo.
—Não deve ser fácil, — concordei. —Especialmente, para o papai.

—Griffin vai passar mais tempo com ele, — acrescentou ela, me


surpreendendo um pouco.

—Ele vai?

Avalon assentiu. —Foi ideia dele, — ela continuou. —Ele acha que se
papai o conhecer melhor, isso diminuirá um pouco do estresse nesta casa.
Griffin quer que eu seja feliz e sabe que não serei se mamãe e papai
estiverem infelizes.

Meu coração se aqueceu. Mesmo que Easton estivesse provando não ser
tão idiota, Griffin era um cara legal o tempo todo. —Eu acho que é uma boa
ideia.

Avalon sorriu para mim. —Eu também acho.

—Então…

Avalon mostrou todos os dentes. —Então…

—Houve uma conversa real ontem à noite e eu queria saber como você
se sentiria em visitar Rýkr neste fim de semana.

Com o sorriso ainda no rosto, ela disse: —Não fique envergonhada.


Mesmo que você ainda não tivesse me contado o que aconteceu, a
tempestade atingiu todo o caminho até o cinema, Neve.

Eu ri. —Você não é engraçada.

Assim que minha irmã chegou em casa depois da escola, eu a arrastei


para o meu quarto e derramei minhas entranhas sexuais. Embora tenha
mantido os detalhes fora da recontagem, fui aberta sobre meus sentimentos
e a perda esmagadora de controle no que diz respeito a Easton. Claro, ela
entendeu completamente depois de ter estado com Griffin, mas ainda
estava um pouco atordoada com toda a provação.

Avalon soltou uma pequena risada. —Estou feliz por você, Neve. — Ela
respondeu. —Eu sei que isso tem sido mais difícil para você do que para
mim, e estou feliz que você tenha encontrado algo em Easton que faz com
que a turbulência não pareça tão... desequilibrada.

—Obrigada, — falei a ela, grata por tê-la como minha irmã. —E é isso.
Easton acha que confrontar seus pais para obter respostas é o caminho a
percorrer. Ele já me contou tudo o que pode e... não sei. Eu... ainda não é o
suficiente, sabe? — Balancei minha cabeça. —Preciso saber qual será meu
futuro se decidir ficar com Easton.

As sobrancelhas de Avalon se ergueram. —Decidir? Achei que vocês já


tivessem resolvido tudo isso.

Estremeci. —É só isso, no entanto. Se ele tiver que voltar para Rýkr, mas
descobrir que não poderei morar lá perto de seus pais, e daí? E não saberei
disso até finalmente conhecê-los.

—Devemos levar mamãe e papai conosco?

Balancei minha cabeça novamente. —Eu acho que não, — falei. —Astra
Keenstone já provou ser antiético com seus próprios filhos, não há garantia
de que ele não usará suas habilidades de manipulação em mamãe e papai
enquanto estivermos lá. Ele poderia manipulá-los para ficar do lado dele e
nunca saberíamos.

—Que tal se eles forem conosco, mas não vão conosco quando
encontrarmos Astra e Calliope, — ela sugeriu. —Eles podem ficar em
qualquer hotel em que ficarmos.

—Não é uma má ideia, — murmurei.

—Quero tornar isso o menos doloroso possível para eles e deixá-los


para trás enquanto procuramos um mundo sobre o qual nada sabemos, não
está abrindo caminho para sua paz de espírito, — continuou ela. —E
alguns quilômetros de distância é melhor do que quatro horas de distância.

Embora toda essa provação tenha sido ruim para mim e para Avalon,
ela estava certa sobre nossos pais. Mesmo aceitando como eles têm tentado
aceitar nossas novas circunstâncias, isso não deve ser fácil para eles. Esses
dois estranhos invadiram suas vidas e reivindicaram suas únicas filhas, e a
impotência para detê-los parecia pesada em seus ombros.

—Então, que tal sentarmos todos juntos amanhã depois da escola e


conversarmos sobre isso? — Sugeri. —Eu, você, mamãe, papai, Griffin e
Easton. — Avalon assentiu, mas não disse nada por um longo tempo. Nós
meio que apenas sentamos uma ao lado da outra, nós duas imersas em
pensamentos.

Finalmente, ela disse: —Me pergunto qual é a expectativa.

—O que você quer dizer?


—Alguém faz faculdade nessa cidade? Eles trabalham fora de Rýkr? —
Ela perguntou. —Quer dizer, a cidade tem que ter médicos e advogados e
pessoas assim, certo? — Seu rosto estava cheio de pensamentos. —A cidade
tem que interagir com as cidades e propriedades vizinhas. Tem que
interagir com o painel de governo da Califórnia, certo? Depois, havia os
professores e proprietários de empresas e... bem, estou apenas imaginando,
você precisa morar em Rýkr ou o povo escolhe morar lá porque é livre para
usar seus poderes lá. Eles moram lá porque se sentem seguros? — Ela
inclinou a cabeça para mim. —Ao contrário de nós, eles foram criados para
usar seus poderes livremente. Fomos criadas para esconder os nossos,
Neve. Não temos problemas em morar fora de Rýkr porque é tudo o que
sabemos.

Ela tinha razão. Claro, havia apenas uma pessoa que poderia responder
a todas essas perguntas para nós.

Infelizmente.

—Bem, vamos descobrir em breve, — respondi, a lista de perguntas em


minha mente ficando mais longa.
Capitulo Dezessete
Easton

—Você quer levar as meninas para Rýkr neste fim de semana? —


Griffin, Severus e eu estávamos todos sentados à mesa da cozinha, pratos
vazios ao nosso redor, enquanto Severus perguntava isso.

—Elas têm perguntas que Easton e eu não podemos responder, e elas


merecem respostas, — respondeu Griffin simplesmente.

Severus lançou-lhe um olhar de repreensão. —Eu não estou


discordando de você, Griffin, — ele disse severamente. —As jovens têm
direito a uma melhor compreensão da sua situação, não há dúvida.

—Então por que o olhar severo? — Perguntei.

—Só estou me perguntando se uma viagem para Rýkr pode ser demais,
muito cedo, — disse ele. —Elas acabaram de aceitar vocês, rapazes.
Conhecer seus pais pode ser um pouco...

—Traumatizante? — Griff completou.

—Prejudicial? — Adicionei.

—Sem sentido? — Griff entrou.


—Chateação...

—Você fez o seu ponto, — Severus cortou.

—Olha, as meninas estão chateadas, — comecei. —E eu, por exemplo,


não quero ser o alvo constante da raiva de Neve, não importa o quanto ela
tenha o direito de estar com raiva. — Me inclinei para trás na minha
cadeira. —Agora que ela não está mais me dizendo para ir comer um pau,
gostaria de mantê-la feliz comigo.

—O mesmo aqui, — Griffin entrou na conversa. —Embora Avalon não


estivesse me dizendo para ir comer um pau, sua fé cega em mim merece
algo. Ela aceitou essa situação com mais graça do que a maioria das
pessoas aceitaria. Se ela precisa confrontar Astra por ser um idiota, então
eu apoio isso.

—E os pais delas? — Severus perguntou. —E se eles quiserem ir para


Rýkr com você?

Dei de ombros. —Então pegamos dois carros, — respondi facilmente. —


Eles também merecem respostas.

Ninguém disse nada por alguns segundos antes que eu percebesse meu
irmão estreitando os olhos para Severus. De repente, a tensão atingiu
minha nuca. Normalmente, eu era tão astuto quanto meu irmão, mas a falta
de sono e o esforço excessivo me fizeram desejar poder dormir o resto do
dia.

Não que eu estivesse reclamando.


A noite passada foi a melhor noite da minha vida. Depois que Neve e eu
nos recuperamos de nossa primeira rodada, tomamos um banho quente
juntos, e com Neve de joelhos diante de mim, foi o melhor banho de minha
vida. No entanto, o arrependimento bateu forte em meu peito quando
terminamos de tomar banho. Embora a experiência tenha sido diferente
porque estava ligado a Neve, eu odiava como ela não tinha sido minha
primeira. Eu odiava como deixei minha raiva e ressentimento roubar outro
primeiro de nós. Agora meu passado parecia sujo, e embora não houvesse
nada que eu pudesse fazer sobre isso, precisava ter certeza de que meu
presente e futuro com Neve eram tudo o que deveriam ser, e isso incluía
deixá-la confrontar Astra.

Além disso, havia a parte estúpida do meu cérebro que continuava me


lembrando que eu também não tinha sido o primeiro de Neve em algumas
coisas. Quando finalmente a deixei nua com as mãos em seus seios, ela
gemeu como gostava de seus mamilos beliscados e quase me perdi. Para
ela saber isso sobre si mesma só poderia significar uma coisa; alguém a fez
experimentar a diferença. Tinha sido uma pílula amarga de engolir.
Verdade seja dita, ainda era.

Meus lábios não foram os primeiros a beijá-la.

Minhas mãos não foram as primeiras a tocá-la.

Minha língua não foi a primeira a prová-la.

E não fui o primeiro e único cara que ela sempre quis.


Minhas escolhas fodidas foram feitas por pura vingança e fúria. Atração
e desejo não tinham nada a ver com o que fiz com todas aquelas outras
garotas. Todas elas foram uma válvula de escape para minha raiva. Todas
elas foram um proverbial dedo do meio para meu pai. Não havia lugar
para afeto ou respeito em nada que eu tivesse feito com qualquer garota
antes de Neve.

No entanto, esse não era o caso de Neve.

Neve não tinha raiva ou ressentimento alimentando seu desejo pelos


caras de sua vida antes de mim. Se ela beijou um cara, foi porque ela quis.
Se ela tocou em um cara, foi porque ela quis. Se ela deixava um cara tocá-
la, era porque ela queria que ele o fizesse. Neve tinha desejado outros caras
antes de mim, e se eu permitisse, essa percepção poderia facilmente me
guiar por um caminho escuro.

Isso fez de mim um hipócrita?

Eu não tinha certeza.

Eu não tinha certeza de porra nenhuma quando se tratava daquela


garota.

A única coisa de que eu tinha certeza era que precisava dela comigo e a
queria feliz.

—O que você não está nos dizendo, Severus, — Griff finalmente


perguntou a ele. —Por que você está tão hesitante sobre isso?
Severus não disse nada pelo que considerei muito longo. No entanto,
antes que eu pudesse questioná-lo, ele finalmente respondeu à pergunta de
Griff.

—Como vocês já sabem, sou obrigado a relatar a seu pai, — disse ele,
algo que ambos sabíamos. —Desde o dia em que você nasceu até este
momento aqui, meu dever sempre foi criá-lo. No entanto, minha obrigação
sempre foi com seu pai.

—Nada que já não saibamos, Severus, — falei, impacientemente


pressionando-o a continuar logo.

Ele me lançou um olhar, lembrando-me de seu lugar na minha vida. —


Esta manhã, eu informei a ele que a segunda Sra. Lively havia passado a
noite e... ele está...

Griffin se inclinou sobre a mesa. —O que é isso?

—Ele já está avançando com os casamentos, — ele respondeu, irritando


nós dois se a expressão de Griffin fosse uma indicação.

—Você está brincando comigo? — Griff praticamente rugiu, e Griffin


chateado não era bom para ninguém. Meu irmão era o calmo, mas isso não
significava que seu temperamento não era feio quando se mostrava.

—Ele está ciente de que você deu às meninas a liberdade e o espaço de


que precisam para terminar a escola, mas espera casamentos imediatos
depois e espera que as meninas se juntem a você em Rýkr.

—Oh, ele está agora? — Zombei, com raiva da nossa situação de novo.
Severus ignorou minha insolência. —Se você aparecer com as meninas e
seus pais em alguma tentativa de confronto para obter respostas, existe a
possibilidade de essa situação ficar ainda mais fora de controle.

—Você quer dizer que Astra pode mencionar os casamentos e irritar


mais as meninas, — falei, lendo nas entrelinhas. —Porque se Astra
mencionar casamentos, não tenho dúvidas de que as coisas ficarão mais
feias.

Severus soltou um profundo suspiro. —Eu sei que vocês estão


chateados, mas vocês estão pintando seu pai para ser um monstro quando
ele realmente não é, — disse ele. —Um pouco equivocado, talvez, mas
definitivamente não é um monstro. — Antes que eu pudesse argumentar,
ele acrescentou: —E quanto à sua mãe? Certamente, vocês, meninos, não
desprezam sua mãe.

—Não guardo o mesmo ressentimento contra ela que tenho com Astra,
— respondeu Griffin. —Mas ela ainda deveria ter lutado mais para fazer a
coisa certa.

—Ela poderia ter nos contado, — acrescentei.

—E ir contra seu pai? — Ele pigarreou. —Acho que não. — Ele olhou
entre mim e meu irmão. —Você sabe que esse não é o jeito de nosso povo.

As mulheres eram vistas como iguais aos homens em Rýkr. O sexismo


não era uma coisa entre o nosso povo. Dito isto, respeito era outra coisa. As
esposas foram criadas para respeitar seus maridos e confiar neles para
conduzir sua família no caminho certo. Parecia arcaico, e a sociedade
moderna provavelmente teria um dia de campo com nosso modo de vida,
mas era assim que as coisas eram feitas de onde viemos.

—Foda-se, —rosnei. —Deixe-o mencionar os casamentos. Eu não me


importo. — Griffin olhou para mim. —Elas merecem respostas e merecem
poder dizer a Astra para ir se foder, se é isso que elas precisam fazer para
ficarem em paz.

—Eu concordo, — comentou Griffin, deixando clara sua posição sobre


isso.

Severus balançou a cabeça. —Astra não vai aceitar o seu desafio ou o


desafio delas levianamente.

—Como se eu desse a mínima, — bufei.

—Não me diga, — Griffin concordou.

Sabendo que não havia mais nada que ele pudesse nos dizer para
mudar de ideia, ele disse: —Muito bem. No entanto, você sabe que devo
informar seu pai sobre sua próxima visita, certo?

Balancei a cabeça. —Nós sabemos.

Ele me olhou. —Easton, considerando que você é primogênito...

—Não, Severus, — falei, interrompendo-o. —Astra deveria ter pensado


sobre o que significamos para o povo de Rýkr antes de nos ferrar.

—Você é o príncipe herdeiro, Eas...


—Algo que meu vínculo substitui, correto? — Desafiei. —Neve importa
mais do que qualquer outra coisa, e é melhor Astra entender isso antes que
ele cometa o erro de pensar que ainda está no comando aqui.

Griffin sorriu. —Um homem.

Severus apenas soltou um profundo suspiro e fechou os olhos em


oração.
Capitulo Dezoito
Neve

Apenas quando você pensou que as coisas não poderiam ficar mais
estranhas ou desconfortáveis, você sempre parece estar errado.

Agora mesmo, estava na minha sala com minha família, Easton, Griffin
e Severus, e eu tinha certeza que meus pais estavam cansados de conhecer
pessoas com super habilidades. Com cada novo cidadão de Rýkr batendo à
nossa porta, havia uma chance real de meus pais nos empacotarem e nos
mudarem pelo país.

Não que Severus fosse grosseiro ou algo assim, muito pelo contrário. Eu
só não tinha certeza se a presença adulta dele estava fazendo tudo parecer
real demais para meus pais. Lidar com jovens adultos respeitosos era bem
diferente de lidar com um homem adulto com a habilidade de controlar o
clima. Um fato que ele compartilhou alegremente com meus pais quando
eles foram apresentados.

—Então, deixe-me ver se entendi, — papai começou, examinando todos


os nossos rostos. —Vamos todos viajar para o norte neste sábado para
visitar Rýkr, para que minhas filhas possam xingar seus pais?
Avalon soltou uma risada abafada enquanto Severus apenas soltou um
profundo suspiro. Easton e Griffin permaneceram estoicos, embora os
lábios de Griffin se contraíssem. Eu apenas sorri. Papai não estava
necessariamente errado sobre o propósito de nossa viagem, embora
pudesse ter formulado de forma mais eloquente.

—Não vamos xingá-lo, pai, — falei. —Só queremos respostas. Easton e


Griffin nos contaram tudo o que sabem, mas ainda há muito mais para
entender. — Olhei entre ele e mamãe. —Acho que vocês também têm
perguntas que gostariam de ver respondidas. Se não, pelo menos, acho que
você gostaria de estar lá para ouvir as respostas às perguntas que temos.

—Claro, temos perguntas, — mamãe se juntou. —É só... parece um


pouco como ir para a guerra desarmado.

Minha irmã não se zangava muito, mas aquela frase deve ter mexido
nela porque ela disse: —Vou matá-los à moda antiga se alguma coisa
acontecer com você, mãe. — Ela olhou para papai. —Eu não me importo
com os poderes que eles têm.

—Aval...

Ela girou em torno de sua alma gêmea. —Não, Griffin, — ela retrucou.
—Nada acontece com meus pais. Nada.

—Avalon...

—Prometa-me, — ela exigiu. —Meus pais são intocáveis ou... ou... —


Avalon respirou fundo e, com a voz mais séria que já ouvi, disse: —Vou
passar o resto da minha vida sofrendo a miséria de estar separada de você
por causa dos meus pais.

—Avalon, querida... — Papai começou a dizer, mas ela continuou


falando bem acima dele.

—Se alguma coisa acontecer com eles, vou me afastar de tudo. De você.

Sem se deixar abater pelo público, Griffin se inclinou para o rosto dela e
parecia enfurecido.

—Sobre o meu cadáver eu deixarei você se afastar de mim, — ele


sibilou. —E você e eu vamos ter uma pequena discussão mais tarde sobre
como você pode acreditar que eu deixaria alguma coisa acontecer com seus
pais.

O rosto de minha irmã imediatamente suavizou. —Griffin...

—Você é minha, Avalon, — ele resmungou. —Você é minha, e ponto


final.

Severus limpou a garganta quando mamãe pulou para aliviar a tensão


crescente. —Avalon, querida, está tudo bem. Eu não queria que meu
comentário soasse tão dramático ou terrível.

—Olha, nada vai acontecer com seus pais, — Easton finalmente se


juntou. —Quer você perceba ou não, nada é mais sagrado em Rýkr do que
o vínculo que compartilhamos com nosso parceiro. Meus pais podem ser
idiotas, mas eles sabem a possível destruição que ameaçar seus pais pode
causar. Eles não têm escolha a não ser jogar bem no que diz respeito a
vocês, meninas, porque vocês são o desconhecido nesta equação.
—Astra e Calliope não são líderes estúpidos, — Severus comentou,
comandando nossas atenções. —Eles também não ignoram a situação que
criaram. Eles entendem que estão em uma posição precária, na melhor das
hipóteses.

—O que significa? — Mamãe perguntou.

—Eles não vão fazer nada para alienar as meninas, — esclareceu. —


Agora que os laços de nosso povo foram reforçados como um poder além
do que podemos controlar, Astra precisa que os sindicatos existam e sejam
frutíferos.

—Nós somos o futuro dele, — acrescentou Easton. —Como todas as


monarquias, se falharmos em fornecer herdeiros, Astra perde seu reino
para seu irmão, nosso tio Arkin.

Vi minha irmã se inclinar para Griffin. —Desculpe, — ela murmurou


baixinho, mas eu ainda a ouvi.

Ele passou o braço em volta dela, e parecia que nunca iria deixá-la ir. —
Eu sei, baby, — ele murmurou de volta.

—O Rei e a Rainha sabem que vocês chegarão no sábado, — Severus os


informou. —Isso não é uma emboscada, nem uma visita indesejada. —
Seus olhos deslizaram para Easton antes de voltar para meus pais. —E eles
estão acostumados com animosidade e ressentimento.

—Não os faça parecer vítimas, Severus, — disse Easton. —Eles não são.
—E eu não estou tentando pintá-los como tal, — Severus o assegurou.
—Tudo o que estou dizendo é que eles não estão esperando boas-vindas e
abraços calorosos.

—O que eles estão esperando? — Perguntei.

Severus olhou para mim. —Eles estão esperando que algumas pessoas
muito chateadas os visitem.

—Bem, ótimo, porque é isso que eles vão conseguir, — Avalon


comentou secamente.

—Vamos apoiar o que nossas filhas quiserem fazer, — disse papai a


Severus. —No entanto, não importa o que aconteça neste fim de semana, as
meninas terminarão o ensino médio e irão para a faculdade, se assim o
desejarem.

Eu podia sentir minhas sobrancelhas franzidas. —Eu pensei que vocês


queriam que nós fôssemos para a faculdade.

—Nós queremos, — mamãe disse, continuando de onde papai parou. —


Mas... — Ela lançou um rápido olhar para papai. —Bem, nós conversamos
sobre... tudo isso, e isso não está acontecendo conosco, querida. Embora
tenhamos sido afetados, não fomos afetados tão profundamente por isso
quanto vocês, meninas. Griffin explicou que o casamento seria a
expectativa se vocês tivessem sido criados juntos, e... bem, papai e eu
queremos que você faça o que parece certo para você. Por mais
desagradável que seja, o curso de sua vida mudou, Neve. Você não é mais
a mesma garota que era antes dos garotos aparecerem em suas vidas. —
Mamãe olhou para Avalon. —Eu posso ver você se casando com Griffin e
querendo começar sua família agora, — ela disse a ela. —Quando vejo
vocês dois juntos, não consigo mais imaginar você indo para a faculdade.
Vejo você com Griffin, querida.

—Mas você não vê isso para mim? — Perguntei, não tendo certeza se
sentia ciúmes sobre como ela tinha tanta confiança no amor de Avalon e
Griffin um pelo outro.

O rosto de mamãe suavizou. —Você sempre foi tão independente,


Neve. — Disse ela. —Não importa como este fim de semana acabe, eu
simplesmente não consigo ver você se acostumando com isso tão
facilmente quanto sua irmã. Avalon não questiona mais o que ela tem com
Griffin, embora ela ainda possa ter dúvidas. Você pode dizer que está
pronta para seguir Easton onde quer que ele a leve? Porque sei que Avalon
está pronta para seguir Griffin.

Não consegui responder à pergunta dela sem pensar bem, e meu


silêncio atingiu a sala com um baque retumbante. Foi apenas alguns
segundos depois que Easton se levantou, e todos nós assistimos em silêncio
quando ele saiu da sala, o som da porta da frente batendo atrás dele.

—Sinto muito, querida, — mamãe disse suavemente. —Eu não queria


colocar você em uma situação difícil ou chatear Easton.

Balancei minha cabeça. —Está tudo bem, mãe. — Levantei para ir atrás
dele. —Eu sei que não.
Deixando a discussão, fui atrás de Easton e, quando fechei a porta da
frente atrás de mim, encontrei-o andando de um lado para o outro na
entrada da garagem, e uma pessoa realmente não deveria ser tão bonita.

No segundo que estava perto o suficiente, Easton parou de andar, então


ele estendeu a mão e me puxou em seus braços dolorosamente. O aperto
que ele tinha em mim estava dificultando a respiração, mas não me afastei.
Eu dei a ele porque ele obviamente precisava.

Quando ele finalmente soltou seu aperto sobre mim, ele soltou um
suspiro profundo, então olhou para mim. —Ela está errada, — disse ele.

—Easton...

—Ela está errada, — ele repetiu. —Ela está errada sobre nós. — Quando
não concordei rápido o suficiente, ele se afastou de mim e começou a andar
de novo.

—Easton, eu sei...

Ele parou de andar e estava de volta na minha cara.

—Olha, eu não sou estúpido, porra, — ele disse, com raiva e eu não
tinha ideia de por que ele parecia tão bravo. Chateado, com certeza. Mas
com raiva? —Eu sei que você não está apaixonada por mim. E sei que é
muito cedo para você. Eu sei que isso não é nada além de uma bagunça do
caralho. — Seu braço esquerdo disparou com o dedo apontado para a casa.
—Mas isso não significa que o que eles têm importa mais do que o que
temos. Só porque Avalon e Griffin já podem estar compartilhando
profissões de amor, não significa que não sejamos eternos.
—Easton, minha mãe não quis dizer nada…

—Você é minha, Neve, — disse ele, me interrompendo. —Eu não dou a


mínima se você acabar nunca me amando. Eu te amo e isso é o suficiente
para mim.

Assisti atordoada quando ele me deixou de pé na entrada da garagem


enquanto ele voltava para a casa.
Capitulo Dezenove
Easton

Eu sabia que estava sendo um idiota, mas a ideia de que Neve ainda
poderia não estar a bordo com meus planos para sempre estava fodendo
comigo.

Grande momento.

Quando voltei para a casa, tudo ficou extremamente tenso naquela sala.
E quanto menos eu participava da conversa restante, pior ela se tornava.
Tão ruim, na verdade, que Severus me levou para casa depois de apenas
mais vinte minutos de conversa. Meu respeito pelo homem que me criou
foi a única coisa que me fez segui-lo para fora da residência dos Lively sem
lutar.

Três dias depois, eu ainda estava tratando Neve como se meu humor
fosse tudo culpa dela, e ela ainda estava ignorando meu ataque de raiva
taciturno. Você pensaria que dizer a ela que eu a amava causaria impacto,
mas não causou. Ela tem ido às aulas e prática de líderes de torcida e
saindo com as amigas como se nada estivesse errado.

O que foi péssimo para mim.


—Jesus, Easton, — Griff murmurou enquanto caminhava atrás de mim.
Fechei meu armário com força e me virei para encarar meu irmão. —Pare
de ser um idiota e implore por perdão já. — Sua mão gesticulava para cima
e para baixo. —Você está começando a parecer uma merda.

Ele não estava errado.

A inquietação entre mim e Neve estava me fazendo perder o sono e


realmente não dou a mínima para qualquer outra coisa. Essa era uma das
desvantagens problemáticas de estar ligado a alguém; argumentos não
eram apenas argumentos.

Eles eram a porra da tortura.

Levantei minha cabeça. —O que eu não entendo é como diabos ela está
bem, — bati. —Ela não parece nem um pouco incomodada.

—Pode ser porque ela não tem nada para se sentir culpada, — Griff
retrucou. —Culpa é o que você sente e parece uma merda. Não raiva.

—Onde está Avalon? — Era nossa hora de almoço e não consegui


pensar em nenhum motivo para Avalon não estar com Griffin.

—Ela está com Gale e Bonnie, — ele respondeu como se não estivesse
pirando com isso. —Vou encontra-los daqui a pouco. Eu só queria verificar
você primeiro.

Antes que eu pudesse responder à sua necessidade de me verificar, ouvi


uma risada que não poderia confundir, mesmo que quisesse.
Nós dois nos viramos e vi Neve caminhando pelo corredor com outra
líder de torcida e três atletas, provavelmente jogadores de futebol.

—Easton...

Ignorando a tentativa do meu irmão de me acalmar, abri meu caminho


pelo corredor, agarrei minha garota pelo braço e arrastei sua maldita
bunda para a primeira sala de aula vazia que vi.

—O que você está...

Incapaz de evitar, virei suas costas para o Sr. Mallory e fui direto ao
ponto. —Preciso falar com Neve, Sr. Mallory.

—Ah, claro, — ele respondeu com entusiasmo. —Sem pressa. Vou


apenas almoçar.

Podia sentir Neve tremendo de raiva enquanto o Sr. Mallory juntava


suas coisas e nos deixava em nossa privacidade. Deus abençoe o homem,
ele até trancou a porta.

—Você está louco? — Ela gritou assim que a porta se fechou atrás do Sr.
Mallory. —Você não pode usar seus dons abertamente assim. Que diabos
há com você?

—Você é o que há de errado comigo! — Rugi em seu rosto bonito. —


Você está me deixando louco pra caralho!

Suas sobrancelhas se ergueram. —O que diabos eu fiz? — Ela não me


deixou responder. —Nada. Isso é o que eu fiz. Nada, Easton.
—Exatamente, — cuspi. —Eu te digo que te amo e não recebi nada em
troca.

Neve cruzou os braços sobre o peito. —O que aconteceu com não ser
estúpido e entender que isso era muito cedo para mim?

—Eu vou estrangular você, mulher, — ameacei, não pronto para ser
racional. —Eu vou estrangular você.

—Uau, do amor ao assassinato assim, — ela falou sarcasticamente.

Passei minhas mãos pelo meu cabelo. —Droga! — Me afastei dela, para
que eu pudesse respirar.

—Easton...

Girei ao redor dela. —Não, — lati. —Não fale comigo como se eu


estivesse exagerando.

—Mas você está, — ela apontou. —Agora pare de enrolar e me diga do


que se trata realmente?

Foi uma droga ter que jogar meu coração ainda batendo aos pés dela,
mas ela estava certa. Ela não tinha feito nada de errado. Eu simplesmente
não estava acostumado a estar nesta posição. Tenho negado meu vínculo
com Neve por tanto tempo que a realidade de tê-la ainda me faz sentir de
uma certa maneira.

—É sobre amanhã, — falei a ela honestamente.

Seu rosto suavizou. —O que sobre amanhã?


—Como você acha que é saber que vai abordar o único homem que
arruinou sua vida amanhã em nome de uma garota que não quer se
comprometer com você?

Seus olhos piscaram em choque. —Como você pode pensar que não
estou comprometida com você depois da noite de segunda-feira?

—Porque até mesmo sua própria mãe não acha que você está
comprometida comigo, — respondi.

Os olhos de Neve se estreitaram em fendas perigosas.

—Ela não estava no seu quarto conosco na segunda-feira, — ela


disparou de volta. —Você honestamente acredita que não estou
comprometida com você depois de tudo que vivemos juntos naquela noite?

Endireitei em toda a minha altura e cruzei os braços. —Então, se eu


voltar para Rýkr depois que você se formar, você voltará comigo? — Ela
hesitou com isso, e acho que tive minha resposta.

—Essa não é uma pergunta justa, Easton.

—Você está comprometida comigo ou não? — Finalmente perguntei.

—E você? — Ela jogou de volta. —E se eu quiser ir para a faculdade?


Você está comprometido comigo o suficiente para me seguir em qualquer
escola que eu seja aceita?

—Isso não é a mesma coisa, — argumentei. —Não tenho nenhum


problema em seguir você até que você termine a escola e tenha escolhido
sua carreira preferida. Estou falando sobre minha posição permanente em
Rýkr. Eu sou a porra do príncipe herdeiro. É tudo que eu já conheci.

—Você está me pedindo para me aproximar de pessoas que eu posso


odiar, Easton, — ela respondeu. —E a minha felicidade? — Então ela
balançou a cabeça. —Achei que você nem gostava dos seus pais, —
acrescentou ela. —De repente, você quer ocupar seu lugar de direito ao
lado deles.

—Você está perdendo a porra do ponto.

—E você está tornando isso mais difícil do que precisa ser, — ela
acusou. —Não temos ideia do que vai acontecer amanhã. Além disso,
ainda temos meses para decidir qualquer coisa, já que foi um acordo que
eu e Avalon terminaremos a escola. Por que você está empurrando isso
agora?

—Porque eu te amo, porra! — Trovejei. —Porque eu te amo pra caralho


e você parece não dar a mínima. Isso está me matando pra caralho, mas
você não conseguiu reunir o suficiente para falar sobre isso.

—Mas você? — Ela perguntou calma demais para o meu gosto.

—Eu o que?

—Você me ama? — Ela perguntou. —Como você sabe que é amor e não
apenas um vínculo, Easton? Porque eu não sei a diferença. Você quer que
eu retribua o sentimento, mas como diabos eu sei o que estou sentindo? —
Neve se aproximou de mim. —Seu pai fez mais do que apenas bagunçar
nossa infância, Easton. Ele estragou nosso futuro. Talvez não de forma
prejudicial, mas porque fui criada para acreditar que os relacionamentos se
desenvolveram de maneira diferente de como você foi criado para
acreditar que eles se desenvolveram, nunca saberei se você me ama porque
eu o cativei ou se me ama porque foi condicionado a acreditar que você
tem que amar. — Ela soltou uma risada triste. —Eu sei que quero você,
Easton. E sei que preciso de você também. No entanto, não tenho ideia se te
amo. Nenhuma mesmo.

Ela estava certa.

Ela estava certa, e eu ia matar meu pai porque não sabia como apagar a
fúria que senti por dentro ao ouvir essa garota me dizer que não tinha
certeza se algum dia poderia me amar. De raiva de ouvi-la me dizer que
não acreditava que eu a amava.

Eu sabia que era amor, no entanto.

Não era?

Respirei fundo e de forma constante e dei um passo para trás. Eu


precisava de ar. Eu precisava... de algo.

Finalmente, dei a ela um aceno conciso. —Bem, falei que não me


importava se você não me amasse de volta, certo?

—Easton...

—Não se preocupe, Neve. — Falei, a raiva sacudindo meu núcleo. —


Nunca mais vou mencionar isso. — Me virei e a deixei sozinha na sala de
aula porque não sabia mais o que fazer.
Eu ia matar Astra, porra.
Capitulo Vinte
Neve

Pegamos dois carros; eu, Avalon, mamãe e papai em um carro com


Severus, Easton e Griffin no outro, e estava agradecendo a Deus por
pequenos favores. Era uma viagem de quatro horas e eu não precisava ficar
presa em um carro com um Easton gelado sentado ao meu lado. Depois
que ele me deixou na aula do Sr. Mallory ontem, ele voltou a me ignorar
pelo resto do dia. Só que, desta vez, não tinha certeza se não merecia.

Não importava se eu ainda estava confusa sobre nossa situação, nunca


deveria ter descartado sua declaração de amor tão facilmente. Embora eu
pudesse não saber o que estava sentindo, isso não significava que ele não
sabia o que estava sentindo. Afinal, ele sabia mais sobre tudo isso do que
eu. E mesmo que ele tivesse sofrido uma lavagem cerebral para acreditar
que deveria me amar, isso não significava que ele não me amasse de
verdade. Estava falando por suas emoções como se soubesse o que ele
estava sentindo, e não tinha ideia do que Easton estava sentindo.

Quanto a se comprometer com ele, isso foi ressentimento e teimosia


mostrando suas cabeças feias. Easton me desafiou e foi um lembrete
indesejado de que eu não tinha escolha no que dizia respeito a ele. Se
Easton queria voltar para Rýkr para ocupar seu lugar de direito, não vi
onde teria escolha a não ser segui-lo. Independentemente do que ele
acreditava, seu tratamento frio estava me afetando a semana toda. Senti sua
ausência como se um pedaço da minha alma estivesse faltando. Eu ainda
me sentia assim. Estou tão acostumada a desempenhar um papel,
colocando uma fachada falsa por tanto tempo, que foi fácil colocar aquela
máscara de volta. Avalon e eu fingimos ser normais por tanto tempo, fingir
veio naturalmente.

E agora, no carro rumo a Rýkr, tinha que decidir o resto da minha vida.
Não importa o que foi prometido, Easton era o primogênito, e não queria
descartar toda a sua existência da mesma forma que descartei suas
reivindicações de amor por mim.

—Ei, você está bem? — Minha irmã me perguntou, a música no carro


nos dando um pouco de privacidade.

—Na verdade não, — admiti.

—Você e Easton ainda estão brigando? — Ela perguntou, a preocupação


estampada em seu rosto.

—Nós não estamos brigando de verdade, — meio que menti. —


Apenas... apenas ainda tentando encontrar nosso caminho, suponho.

Avalon assentiu. —Entendi.

—Ei, eu posso perguntar algo a você? — Ela assentiu. —O... Griffin diz
que te ama?
Todo o rosto da minha irmã se iluminou quando ela sorriu. —Sim, ele
faz. O tempo todo, na verdade.

—Como você sabe que é amor e não o vínculo? — Perguntei, esperando


que ela tivesse algo útil para mim.

Ela franziu o nariz enquanto pensava em suas palavras. Por fim, ela
disse: —Bem, não sei se não é o vínculo. Quer dizer, não consigo ver dentro
do coração dele, sabe. Não consigo sentir o que ele sente. Só sei o que ele
me diz e escolho acreditar que ele acredita nessas palavras quando as diz
para mim. Mesmo que seja o vínculo, Griffin acredita que não. Ele acredita
que me ama, então... eu acredito que sim.

Sua fé inabalável no que é e foi sempre me pegou de surpresa. —E


você?

—E quanto a mim?

—Você o ama? — Perguntei. —Você sabe se é amor por você ou o


vínculo?

—É amor para mim, — ela respondeu facilmente. —Sei que parece


bobo, já que não o conheço há muito tempo, mas sinto que é amor.

—Como você pode dizer a diferença?

Ela começou a mastigar o lábio inferior. Eu sabia que era difícil colocar
sentimentos em palavras, mas precisava de ajuda para conseguir acertar as
coisas com Easton. Não gostei de ser miserável pelo resto da minha vida,
especialmente se esta última semana fosse uma dica de como seria.
Finalmente, ela disse: —O vínculo é o que me atrai para ele, — disse ela,
começando a explicar da melhor maneira que podia. —É o que torna tão
difícil ficar longe dele. — Ela soltou um suspiro profundo. —Não me sinto
completa quando não estou com ele, mas ainda consigo sentir outras
emoções. Sua ausência ou presença não determina minha capacidade de
rir, chorar, ficar com raiva ou qualquer coisa assim. Não sinto falta dele
quando não está comigo, me sinto incompleta e há uma diferença. —
Avalon balançou a cabeça. —Não sei explicar.

—Você não sente que o vínculo manipulou sua capacidade de amar


Griffin?

—Não, acho que não, — respondeu ela. —O vínculo já existia antes


mesmo de conhecê-lo, Neve. Estava lá quando eu não queria nem gostar
dele. Estava lá quando lutei contra tudo isso. O vínculo sempre existiu.
Meus sentimentos por Griffin não mudaram. Eles não começaram a se
desenvolver até que eu finalmente parei de lutar contra isso e dei a ele uma
chance. Eles não começaram a se desenvolver até que começamos a passar
todos os dias juntos. Se o vínculo tivesse algum impacto no meu amor por
ele, teria sido amor à primeira vista, não? — Ela deu de ombros. —Estou
apaixonada por Griffin, Neve.

Suas palavras estavam me cortando no meio. Avalon fazia parecer tão


simples, mas era tudo menos simples. As emoções eram um negócio
confuso, e esta situação com Easton estava ficando mais complicada a cada
minuto.
—Easton disse que me amava, e eu não conseguia aceitar que fosse tão
simples, — confessei. —Eu questionei e disse a ele que não tinha certeza do
que sentia por ele.

Seu rosto caiu em simpatia. —Oh, Neve, sinto muito.

—Foi estúpido, e estava me sentindo combativa de novo, — admiti. —


Eu pensei que tinha chegado a um acordo com o vínculo depois da noite de
segunda-feira, mas acho que esta viagem despertou todo aquele
ressentimento novamente. Além disso, Easton estava agindo como um
idiota a semana toda, então eu só estava... irritada, eu acho. Não sei.

Avalon agarrou minha mão na dela. —Então, você explica e pede


desculpas, depois supera isso, — disse ela. —Não corte seu nariz por
ofender seu rosto, Neve.

—Não é isso que estou fazendo, — insisti. —Estou chateada e Easton é o


único alvo disponível.

—Então, nós encontramos Astra e Calliope Keenstone, descarregamos


toda a nossa miséria, então nós resolvemos o resto juntos.

Olhei para minha irmã. —A mamãe estava certa? — Perguntei. —Você


está pronta para se estabelecer com Griffin.

Avalon sorriu. —Não amanhã, — ela brincou. —Mas ela não estava
totalmente errada. Posso me ver casando com Griffin logo depois de me
formar. E posso me ver apenas estando com ele.

—Uma dona de casa e mãe?


—Não, não exatamente, — ela corrigiu. —Mais como... eu quero um
trabalho que seja familiar. Eu não quero trabalhar longas horas e nunca
chegar a vê-lo. Não quero que a vida atrapalhe o amor como costuma
acontecer. Quero jantar juntos todas as noites e nos fins de semana dormir
até tarde. — Ela deu de ombros. —Coisas assim.

—O que Griffin quer fazer com sua vida? Ele disse?

—O plano era que ele ocupasse seu lugar com sua família como
assistente executivo da cidade de Rýkr do cargo de prefeito de seu pai. —
Ela deu de ombros novamente. —Easton deveria se tornar o prefeito
assistente de seu pai.

Revirei os olhos. —Quão ridículo é chamá-los assim? Como se fossem


pessoas normais ou algo assim. — Então suas palavras foram mais claras.
—O que você quer dizer com era?

—Griffin deixou claro que vai me seguir para qualquer lugar que eu
queira ir depois da formatura, — ela respondeu. —Ele não está muito
preocupado com qual era o plano antes de eu aparecer.

—Acho que Easton quer voltar para Rýkr depois que me formar, — falei
a ela. —Não apenas seu amor por mim foi questionado durante nossa
briga, mas meu compromisso com ele também foi levantado.

Antes que Avalon pudesse comentar, papai desligou o rádio e disse: —


Estamos quase lá. Mais dez minutos ou mais.

—Tudo bem, — Avalon reconheceu.

Mamãe se virou em seu assento. —Vocês estão bem, meninas?


Balancei a cabeça. —Estamos bem, mãe, — meio que menti de novo. —
Um pouco nervosa, mas bem.

Seus olhos se voltaram para minha irmã. —Avalon?

—Estou bem, mãe, — ela assegurou. —Eu prometo.

Meu lábio se contraiu. —Como você está se sentindo?

Ela arqueou uma sobrancelha. —Não seja atrevida, mocinha, — ela


brincou de volta.

Mamãe se virou para trás em seu assento quando papai disse: —Não
importa o que aconteça, vamos lá como uma família. Eu não dou a mínima
para quem são essas pessoas. — Nós três sorrimos com o anúncio de papai.
O que quer que meu pai fosse, ele não era um covarde. —Entendido?

—Claro, pai, — respondi.

—Sem problemas, — acrescentou Avalon.

—Sim, querido, — mamãe disse enquanto estendia a mão e dava um


tapinha na perna dele.

O resto do passeio foi feito em silêncio. Avalon estava olhando pela


janela para toda a bela paisagem da floresta pela qual estávamos dirigindo
enquanto mamãe e papai pensavam profundamente. E embora eu também
estivesse imersa em pensamentos, não era pensando em Rýkr. Era
pensando em Easton.

Ele merecia um pedido de desculpas e eu só esperava poder dar-lhe um


antes de marcarmos o encontro com seus pais. Eu já estava me sentindo
inquieta, não precisava ir ao nosso encontro me sentindo mais mal do que
já estava.

Além disso, eu sentia falta dele.

Senti falta de Easton.

Deixando escapar um profundo suspiro, talvez fosse amor.


Capitulo Vinte e Um
Easton

Severus ligou antes e informou aos nossos pais que planejávamos


descansar da viagem antes de nos encontrarmos com eles. Falando por
mim, Griff e Severus, realmente não precisávamos de descanso. Só queria
ganhar algum tempo para me recompor antes da reunião.

As coisas ainda eram precárias entre mim e Neve, e me sentia mais


tenso que um tambor. Quando chegamos em Rýkr, o Sr. Lively havia
dirigido seu carro para um dos hotéis turísticos locais que tínhamos na
cidade. Ele tinha alugado um quarto para ele e sua esposa enquanto
alugava um quarto separado do outro lado do corredor para Neve e
Avalon.

Nós paramos atrás deles e esperamos que eles se acomodassem. Uma


vez que eles ficaram confortáveis, Griffin levou Avalon para um passeio
por Rýkr, deixando Severus para ir para casa e me deixando em pé na
frente da porta do quarto de hotel de Neve.

Bati e ela atendeu a porta alguns segundos depois. Ela pareceu surpresa
ao me ver, e isso só me irritou ainda mais.
—Easton? O que você está fazendo aqui?

—Viu, — falei enquanto abria caminho para passar por ela. —O fato de
você estar surpresa em me ver só está me irritando mais.

Me virei quando ela fechou a porta atrás dela, trancando-a para


garantir. —Você realmente veio só para começar outra briga, Easton?

—Estou aqui porque estou farto desta merda, Neve. — Retruquei. —


Agora, eu não dou a mínima para nada ou ninguém além de você. Você
entende isso? Você tem alguma porra de ideia do que essa discórdia entre
nós está fazendo comigo?

—Você está agindo como se eu também não sentisse isso, — ela


disparou de volta. —Mas você está errado, Easton. Eu sei.

Estava sobre ela antes que outra palavra fosse dita. Suas costas bateram
na parede, minhas palmas espalmadas em cada lado de sua cabeça.

—Eu te amo, Neve. — Disse a ela novamente. —Eu não me importo se...

Seus braços vieram ao redor do meu pescoço, seus lábios me


silenciando, e eu não dou a mínima para certo ou errado, amor ou ódio,
nosso futuro ou nosso passado.

Me importava apenas que ela estivesse em meus braços novamente.

Me abaixei e agarrei suas coxas, levantando aquelas belezuras até que


estivessem enroladas em minha cintura. Beijando-a como se eu fosse um
homem morrendo de fome, eu caminhei de volta para o centro do quarto
até que minhas pernas batessem na beirada da cama. Baixando Neve sobre
o colchão, segui até que meu corpo cobriu o dela.

Abaixando-me, agarrei a bainha de sua camisa e comecei a levantá-la.


Eu a queria e a queria nua. Eu queria ver o que era meu. O que me
pertencia. O que eu possuía, porra.

Porque eu a possuía.

Eu possuía cada porra de centímetro dela.

Neve interrompeu o beijo e suas mãos alcançaram minha camisa


também. Logo, éramos um emaranhado de mãos arrancando as roupas um
do outro. Uma semana sem ela era muito tempo. Inferno, uma hora sem ela
era uma hora muito longa. Ela estava se tornando o próprio ar que eu
respirava, e eu sabia que, se fosse preciso, eu a escolheria. Foda-se Astra e
foda-se Rýkr. Tudo o que importava era essa garota em meus braços, nua
ou não.

Inclinando, peguei um daqueles seios gostosos em minha boca e chupei


seu doce mamilo até que ele endureceu em minha boca. Meus dentes
beliscaram o botão endurecido, e Neve soltou um profundo gemido,
abrindo mais suas pernas para que me encaixasse entre elas.

—Easton, por favor…

Soltei o peito dela, para poder dizer a ela: —Vou te dar o que quiser,
querida. Tudo. Eu não me importo com o que é.

—Eu só quero você, — ela gemeu, e eu queria cometer violência. Estava


me sentindo além de violento por ter sido um idiota durante toda a semana
e me negar esse prazer. Ela foi negada a mim toda a minha vida e eu jurei
que nunca mais aconteceria, mas aconteceu.

Porque eu era um idiota do caralho.

—Você me tem baby, — jurei. —Você tem tudo de mim.

Eu pulei da cama e me abaixei para virá-la até que ela estivesse de


quatro. Descendo, enfiei meu rosto em sua boceta e me familiarizei com o
gosto de sua doce boceta.

—Oh, Deus... Easton...

—Você gosta disso, baby? — Eu ofegava entre as lambidas.

—Você sabe que eu gosto, — disse ela choramingando.

—Sim, eu sei, — sorri contra sua carne molhada. —Sei que você adora
gozar na minha cara.

—Cristo... — ela gemeu, suas mãos agarrando o edredom ao seu redor.

Me afastei e deslizei dois dedos dentro de sua boceta, esticando-a para o


que viria a seguir. Mesmo que eu tivesse fodido com ela a noite toda na
segunda-feira à noite, ela ainda estava desacostumada até certo ponto.
Ainda estava difícil entrar em sua boceta para acomodar meu pau.

Mas isso não significava que eu não pudesse jogar.

Minha língua se moveu para cima até que estava provocando aquela
bunda apertada e enrugada dela enquanto eu fodia com o dedo sua boceta
quente e molhada. Ela enrijeceu no começo, mas logo, ela estava gemendo
da melhor maneira. Praticamente implorando por isso.
Quando senti sua excitação começar a escorrer pela minha mão, puxei
meus dedos para fora antes de ficar em posição atrás dela e bater meu pau
em casa. —Foda-se, — sibilei. De jeito nenhum eu iria passar dias sem isso
novamente. Sem ela novamente.

—Easton, — ela gemeu. —Oh Deus…

Agarrei seus quadris, minha mão direita espalhando seus sucos por
toda a sua pele, então passei para seu belo corpo. Bati em casa cada
centímetro do meu pau porque foi isso que ela fez comigo. Eu não poderia
beijá-la por tempo suficiente. Eu não conseguia tocá-la em todos os lugares
o suficiente. Eu não conseguia segurá-la com força suficiente. Eu não
poderia transar com ela fundo o suficiente. Eu não poderia amá-la o
suficiente.

Nunca. Seria. O. Suficiente.

Eu fodi com ela até que ela gozou em todo o meu pau e sua boceta
estava me apertando com suas convulsões explosivas. —Foda-se, baby, —
resmunguei. —Me dê isto.

—Mais forte, — ela implorou, e ela não tinha a porra da ideia.

Puxando meu pau encharcado para fora de sua boceta, abri sua bunda,
para que eu pudesse ver seu corpo tremendo e apertando com seu
orgasmo. Estava doente assim. Eu queria ver tudo. Na verdade, tinha
planos de nos gravar um dia, para poder vê-la inteira pegando meu pau.
Eu queria ver as expressões em seu rosto, o rubor em cada centímetro de
sua pele, a forma como sua boceta apertava com a excitação. Tudo isso. Eu
queria assistir tudo sem a distração do meu próprio prazer.

Alimentando-a com meu pau novamente, deslizei um dedo em sua


bunda, e ela respondeu como eu sabia que ela faria. Esta não seria a
primeira vez que eu brincaria com a bunda dela, e não seria a última. No
entanto, esta seria a primeira vez para nós dois, já que eu planejava deslizar
meu pau dentro de sua bunda.

—Você vai me deixar entrar aqui, baby? — Resmunguei, com certeza


morreria se ela dissesse não.

—Sim, — ela choramingou. —Sim… Easton…

Levei meu tempo, embora meu corpo estivesse gritando para


reivindicar aquela última parte dela. Eu não queria machucá-la e não me
iludi dizendo que ela não sentiria um certo desconforto, mas isso não iria
me impedir.

Eu queria tudo dessa garota.

Não há mais segredos entre nós.

Chega de negação.

Quando finalmente coloquei meu pau dentro de sua bunda, não pude
evitar que meus olhos rolassem para trás. Um raio sacudiu o prédio e a
tempestade foi terrível. Eu só podia rezar para que os pais dela não
batessem na porta, mesmo estando trancada. Eu não queria que nada
estragasse isso para nós.
Uma vez que eu dei a ela alguns segundos para se ajustar, lentamente
puxei para trás, então empurrei de volta. Eu fiz isso algumas vezes antes
que ela empurrasse contra mim e ela começasse a me encontrar impulso
por impulso.

Depois de um tempo, estávamos fodendo como se estivéssemos fazendo


isso há anos, e embora eu soubesse que ela devia estar sentindo um
desconforto considerável, ela não parava ou me pedia para parar.

—Você gosta disso, baby? — Perguntei, praticamente enlouquecendo.


—Você gosta que eu seja o dono de você?

Então ela gemeu palavras que eu nunca pensei que ouviria. —Sim...
sim... Easton... Deus, Easton, eu te amo.

—Foda-se, —sibilei, minhas estocadas em seu corpo me deixando louco.


—Neve, querida…

Cheguei por baixo, encontrei seu clitóris, então a ajudei a gozar em todo
o lugar. Sua bunda apertou meu pau com tanta força que era uma
maravilha que eu ainda pudesse entrar e sair de seu corpo. —Estou
gozando! — Ela gemeu. —Oh Deus…

Gozei como a porra de um trem de carga e quase desmaiei de prazer.


Não era por ter meu pau alojado no fundo de sua bunda também. Foi a
partir de suas palavras.

Ela me amava.

Neve Stallard Lively me amava pra caralho.


Capitulo Vinte e Dois
Neve

Depois que Easton pegou tudo o que eu tinha para oferecer a ele,
tomamos um longo banho quente e foi a experiência mais significativa e
sensual da minha vida. Nós não tínhamos feito sexo no chuveiro. Ele me
lavou e eu o lavei. Não tinha sido sobre sexo, ou qualquer coisa física
assim.

Tinha sido sobre nós.

Foi enquanto tomávamos banho que finalmente entendi o que minha


irmã estava tentando me explicar no carro. O desejo físico e as emoções não
eram mutuamente exclusivos. Essa era a razão pela qual os casos existiam.
Você pode se sentir atraído por alguém sexualmente sem querer mais nada
com essa pessoa, além da química sexual que você compartilhou. Eu não
queria Easton apenas sexualmente. Eu queria estar com ele. Eu queria
experimentar a paz que sentia sempre que ele estava por perto.

Assim que a tempestade diminuiu, tomamos banho e nos vestimos,


então Easton ligou para Griffin para perguntar onde eles estavam. Griffin
só estava interessado em saber se Easton e eu tínhamos feito as pazes ou
não, e quando Easton garantiu a ele que tínhamos feito as pazes, o plano foi
feito para abandonar o turismo e finalmente acabar com essa merda.

E agora estávamos todos na sala de estar do que eu imaginava serem de


todas as mansões do país. Era elegante, fina, limpa e agradável. Apenas
muito, muito boa. A decoração era de bom gosto e, como o resto da cidade,
tinha um estilo acolhedor.

Agora, embora eu não estivesse ansiosa para ver tudo o que a cidade
tinha a oferecer, a parte de Rýkr que eu tinha visto no caminho até aqui me
lembrou daquelas cidadezinhas sonolentas que retratavam nos filmes da
Hallmark, onde sempre há um feliz para sempre. Era uma cidade
verdadeiramente bonita que parecia calorosa e acolhedora.

Pena que seu prefeito era um babaca.

—Então, o que é isso? — Minha irmã perguntou. —É um jogo de poder


nos fazer sentar e esperar por eles?

Papai bufou. —Você está começando a soar como Neve.

—Bem, estou nervosa, — ela murmurou, e Griffin se inclinou para beijá-


la na cabeça.

Avalon e Griffin estavam sentados juntos no sofá de dois lugares perto


da lareira, enquanto mamãe e papai estavam sentados no sofá posicionado
em frente às lindas janelas salientes. Eu estava sentada em uma das
cadeiras Theodore Alexander com Easton andando de um lado para o
outro atrás de mim. E por mais confortável e luxuosa que fosse a mobília,
ninguém na sala se sentia confortável.
—Estamos dez minutos adiantados, — Severus apontou de onde ele
estava parado perto da entrada em arco do foyer. —Isso não é um jogo de
poder.

—Mas eles sabem que estamos aqui, — Easton rebateu. —Por que
diabos eles estão demorando tanto?

Antes que Severus pudesse responder, uma voz lírica entrou na


conversa. —Linguagem, Easton.

Todos nós nos viramos para a voz e vindo do corredor de acesso do


outro lado da sala tinha que ser a pessoa mais deslumbrante que eu já vi na
minha vida.

Puta.

Merda.

Mais ou menos da mesma altura que eu e minha irmã, a Sra. Keenstone


era delicada e feminina e simplesmente linda. Mechas de cabelo loiro
platinado pendiam soltas sobre os ombros em camadas precisas. Seus olhos
eram do mesmo tom azul brilhante que todos nós tínhamos, e seu rosto me
lembrava o de uma Barbie com toda a sua perfeição simétrica.

Ela também não parecia nada maternal. Eu esperava que ela fosse suave
no meio com os sinais da idade fazendo o que faziam. Mas não. Calliope
Keenstone tinha um corpo que eu imaginei que seu marido provavelmente
não conseguiria tirar das mãos.

Calliope Keenstone era absolutamente deslumbrante.


Absolutamente. Esplêndida.

Papai e Griffin se levantaram enquanto ela deslizava para dentro da


sala, lançando a Easton um olhar de repreensão, mas ele não aceitou. —
Onde está o papai?

—Bem aqui, — veio outra voz ecoando da mesma entrada do corredor e


puta merda.

Completamente o oposto de sua esposa, não havia dúvida de que o


homem que entrava na sala de estar era Astra Keenstone. Olhando para
ele, dava para ver de onde os caras haviam conseguido aquelas mechas de
chocolate. E seus olhos. E seus rostos românicos. E sua mandíbula afiada. E
seus lábios carnudos e macios. E seus ombros largos. E seus peitos
definidos. E suas barrigas lisas. E suas pernas fortes. E tudo o mais.

Era uma pena que Astra Keenstone fosse tão idiota porque o homem era
lindo daquele jeito bonito e sofisticado. Se o homem parado diante de nós
era uma indicação de como Easton seria daqui a vinte anos, então eu não
tinha do que reclamar.

Papai deu um passo à frente e estendeu a mão. —William Lively, —


disse ele, apresentando-se. —Sou o pai de Neve e Avalon. — O Sr.
Keenstone apertou sua mão. Quando papai cumprimentou, ele deu um
passo para trás para apresentar mamãe. —Esta é minha esposa, Betty.

Mamãe não estendeu a mão para apertar sua mão. Ela apenas deu a ele
um aceno conciso. —Sr. Keenstone.
—Sra. Lively, — ele reconheceu antes de colocar a mão atrás das costas
da Sra. Keenstone e apresentá-la também. —Esta é minha esposa, Calliope.

A Sra. Keenstone sorriu para meus pais. —William, Betty, é um prazer


finalmente conhecê-los.

Easton bufou. —É isso?

Astra olhou para o filho. —Cuidado filho, — alertou. —Não permitirei


insolência, não importa o quanto mereça.

Antes que eles pudessem cotinuar, a Sra. Keenstone olhou para Avalon.
—Você deve ser Avalon, — ela disse, sorrindo. Então, olhando para mim,
ela disse: —E você deve ser Neve.

Nem eu nem minha irmã fizemos qualquer tentativa de se levantar e


cumprimentá-los. Eu não sabia por que Avalon estava sendo rude, mas
sabia por que eu estava. Era um insulto nos cumprimentar como se não
tivessem feito nada de errado. Era um insulto nos cumprimentar como se
não soubessem que estávamos furiosas.

Quando ninguém disse nada, a Sra. Keenstone pigarreou e sentou-se na


poltrona vazia em frente àquela em que eu estava sentada. O Sr. Keenstone
ocupou seu lugar de direito atrás dela. Suas posturas eram eretas e
adequadas, e eles pareciam tão reais quanto Easton afirmava que eram.
Nós realmente estávamos sendo hospedados por um rei e sua rainha.

—É do nosso entendimento que você está aqui para obter respostas, —


começou o Sr. Keenstone. —O que você gostaria de perguntar que Easton
nem Griffin foram capazes de responder a sua satisfação?
Os olhos de Avalon dispararam em minha direção e gostaria de ter me
sentado ao lado dela quando chegamos. Estávamos nisso juntas e não
gostei dela sentada ali com Griffin. Mesmo sabendo que ele cuidava dela,
estávamos aqui por nós, não pelos caras.

Pensei em todas as perguntas que estavam na minha cabeça, mas agora


que estava aqui, percebi que nenhuma delas realmente importava. O
porquê já havia sido respondido. Astra Keenstone era um megalomaníaco,
um narcisista e um idiota. Ele estava pensando apenas em si mesmo com
seu pequeno experimento, não em nós ou em sua família.

Nenhuma pergunta que fizéssemos e nenhuma resposta que ele


pudesse dar mudaria o passado. Suas razões podem nos fazer odiá-lo um
pouco menos, mas eu realmente não me importava em fazer amizade com
ele, especialmente quando não era menos do que ele merecia.

Então, havia realmente apenas uma pergunta a fazer.

—E agora?

Astra e Calliope olharam para mim. —Desculpe? — Astra perguntou.

—Olha, nós não viajamos quatro horas para falsas amabilidades ou


bobagens banais, — Avalon interveio. —O que você fez conosco foi
inescrupuloso, e não vamos deixar você fingir o contrário. Foi egoísta,
imoral, imprudente e simplesmente errado. — Ela se levantou porque a
garota estava em um rolo agora. —Você jogou com a vida de seus filhos e
quem faz isso? Que tipo de pessoa oferece a vida de seus filhos como um
sacrifício por uma questão de curiosidade?
—Jovem, não foi assim que aconteceu, — Astra negou.

—Mesmo assim, — falei, continuando de onde Avalon parou, —já que


suas razões não podem mudar o passado, elas realmente não importam,
não é? — Mamãe e papai permaneceram em silêncio enquanto os pais de
Easton pareciam estoicos, sem revelar nada. —Não importa o
relacionamento que você tenha com seus filhos, não consigo ignorar o fato
de que você brincou com a minha vida quando não tinha o direito. Mesmo
que você seja o rei do seu povo, você não tem o direito de tomar decisões
sobre a minha vida. Isso deveria ter sido deixado para os meus pais.

Astra inclinou a cabeça e o sorriso em seu rosto me deu vontade de


esbofeteá-lo. —Mas foi exatamente o que fizemos, Neve. — Disse ele.

Minha cabeça recuou um pouco. —O que? Como você pode dizer isso?

—Já sabemos que isso não passou de um experimento distorcido que


você queria ver realizado por seus próprios motivos, — acrescentou
Avalon.

A Sra. Keenstone balançou a cabeça. —Receio que você tenha entendido


tudo errado.

Suas palavras fizeram minha espinha ondular com uma terrível


sensação de ansiedade.
Capitulo Vinte e Tres
Easton

—Pare de brincar com elas, — rosnei além do ponto de me preocupar


em desrespeitar meus pais. Tenho me comportado como um idiota por
tempo suficiente para que eles se acostumem.

—Já chega Easton, — mamãe avisou.

—Como diabos chega mãe, — respondi.

—Podemos voltar para onde você afirma que não tomou decisões sobre
nossas vidas? — Neve interrompeu.

Papai olhou para Neve novamente. —Sua mãe te deu aos Livelys, Neve.
— Ele respondeu. —Seus pais tiveram um casamento volátil, e isso foi
lamentável para todos nós. — Seu rosto suavizou, mas isso não me fez
suavizar minha atitude em relação a ele. —Seu pai descobriu o que sua
mãe tinha feito e queria ir buscá-las. No entanto, antes que isso pudesse
acontecer, houve uma discussão e ele matou sua mãe em um ataque de
raiva. Sabendo que nunca escaparia impune de tamanha atrocidade, ele
escolheu acabar com a própria vida em vez de enfrentar as consequências
de seus atos.
—Depois que seus pais foram enterrados, falei com Astra sobre ir
buscar vocês, meninas, — disse mamãe, explicando sua parte em tudo isso.
—Meus filhos... bem, meus filhos estavam em um estado terrível com vocês
meninas tão longe deles, e era agonizante ouvi-los clamando por vocês o
tempo todo. Nada os acalmou e isso partiu meu coração.

Papai pôs a mão no ombro direito de mamãe. —Embora tenha me doído


ter que negar minha esposa, com seus pais mortos, tudo o que pude fazer
foi honrar os últimos desejos de sua mãe, — disse papai, fodendo a todos
nós com essa declaração. —Nós falhamos com ela na vida por não ajudar
ela em seu momento de necessidade, eu não queria também falhar com ela
na morte. — Olhei para o Sr. e a Sra. Lively e ele a segurou firmemente em
seus braços. —Você diz que seus pais são as únicas pessoas que tinham o
direito de tomar decisões sobre suas vidas, bem, eles tinham. Sua mãe
decidiu que vocês estavam melhor com seus pais, e foi aí que as deixamos.
Honramos os desejos de sua mãe, mesmo em detrimento de nossos
próprios filhos.

Avalon caiu de volta em seu assento, os braços de Griffin


automaticamente envolvendo seus ombros. Ele parecia chateado, mas eu
não tinha certeza do que exatamente ele estava chateado. O Sr. e a Sra.
Lively pareciam cansados. E Severus parecia arrependido.

Eu não estava comprando, no entanto. —E quanto ao seu experimento?


— Perguntei, trazendo à tona a besteira que ele disse a mim e a Griffin
quando tínhamos quatorze anos.
—Essa parte é verdade, — papai admitiu. —Mas essa ideia começou a
se formar na minha cabeça depois que tomei a decisão de deixar as
meninas com os novos pais. Com vocês chorando o tempo todo, achei que
a situação era uma boa oportunidade para testar do que éramos feitos. Para
realmente consolidar a validade de nossos laços.

Neve se levantou de seu assento. —Se for esse o caso, se você realmente
honrou a decisão de minha mãe biológica por razões altruístas, então por
que você enviou Easton e Griffin atrás de nós? — Ela desafiou. —Por que
não nos deixa continuar a viver como éramos?

Desta vez, foi mamãe quem falou. —Porque você não poderia continuar
vivendo como estava, — ela respondeu. —Os meninos passaram por
momentos difíceis quando atingiram a maturidade. Alcançando todo o seu
potencial, seus laços se intensificaram junto com os poderes atuando com
força total. — Ela olhou para frente e para trás entre Neve e Avalon. —
Vocês, garotas, nunca seriam capazes de levar uma vida plena com alguém
que não fosse Griffin ou Easton. Teria sido uma existência solitária que
você nunca teria entendido.

—E daí? Você nos fez um favor? — Neve zombou.

—Nós lhe demos uma escolha, — Papai corrigiu.

—Uma escolha? — Avalon engasgou. —Que escolha? Nunca haveria


uma escolha com os títulos sendo o que eram. — Ela balançou a cabeça. —
Você sabia o que aconteceria no segundo em que os conhecemos. Você
sabia.
—Mas você ainda tem uma escolha, — mamãe insistiu. —Pode haver
ramificações desagradáveis dessa escolha, mas você ainda a tem.

—Ramificações desagradáveis? — Neve ecoou. —É assim que você


descreve?

—É tão terrível? — Mamãe perguntou. —O que você tem com meu filho
é tão terrível?

—Esse não é o ponto, — rebateu Neve. —Você os trouxe para nossas


vidas e isso mudou tudo. O que você espera que aconteça agora? Que
todos nós apenas vivemos felizes para sempre?

—Você está dizendo que isso não é possível? — Papai perguntou.

—Quando você enviou Griffin e Easton atrás de nós, foi para mandá-los
para nós ou foi para eles nos trazerem de volta aqui? — Avalon perguntou.

—Ambos, — papai respondeu.

—Bem, acho que a piada é você porque não tenho intenção de me


mudar para cá. — Respondeu Neve, e suas palavras foram como um chute
no peito. Fiz o possível para esconder minha reação, mas era difícil. Eu a
seguiria para onde ela quisesse ir, mas não foi fácil desistir de toda a minha
vida. Por mais chateado que tenha estado com meu pai todos esses anos,
esta ainda era minha casa.

—Easton?

Ergui o queixo e olhei meu pai nos olhos. —Eu vou aonde ela vai. — O
rosto de mamãe parecia dolorido. —Não vou ficar sem ela de novo. — Me
aproximei até ficar atrás de Neve. —Vocês me mostraram como era viver
sem ela e como é viver com ela. Nunca mais vou voltar a viver sem ela.

Papai olhou para Griffin. —E você, filho?

—Eu vou aonde Avalon vai, — ele disse, repetindo minhas palavras. —
Eu não posso ficar sem ela, então tentar nem é uma consideração.

—Sr. e Sra. Lively, o que você acha de tudo isso? — Papai finalmente
perguntou a eles.

—Acho que sei o suficiente para ficar de fora de algo que não entendo,
— respondeu Lively. —Estamos aqui para sustentar nossas filhas, Sr.
Keenstone. Nada mais nada menos.

Papai olhou para Severus. —Severus?

Severus entrou mais na sala, não mais um espectador. —O que quer que
os tenha conectado no útero é mais poderoso do que normalmente vejo.
Embora os laços de nosso povo sejam fortes, o que esses jovens têm é mais
do que isso. Agora que eles... se conectaram, não acredito que Griffin esteja
exagerando quando diz que não pode viver sem a Srta. Lively. E não
consigo imaginar a disposição de Easton caso Neve se separe dele
novamente. Aconteça o que acontecer, esses casais não podem e não devem
se separar.

O queixo de papai se ergueu. —Então, nós apenas os deixamos ir? E o


futuro de Rýkr?

—Seu irmão não é um tolo imbecil, Astra. Rýkr vai ficar bem.
Algo estava acontecendo aqui, e eu tinha certeza de que era
manipulação no seu melhor, embora não pudesse provar. Então meus
olhos se estreitaram. —Seus poderes funcionam nas garotas? — Perguntei,
porque se Astra estava manipulando as meninas, eu iria matá-lo.

—Não, — ele respondeu. —Se fosse esse o caso, sua mãe teria todas as
respostas de que precisa. — Ele olhou para os Livelys. —Possuímos as
mesmas habilidades que nossos filhos.

—E agora? — Perguntou Neve. —Estamos livres para ir?

Papai deu a ela um breve aceno de cabeça. —Sim. — Ele olhou ao redor
da sala. —Vocês estão todos livres para voltar para Seaport e continuar
com suas vidas.

—Bem desse jeito? — Perguntei, cético como o inferno.

—Você deixou sua posição clara, filho, — respondeu ele. —O que você
quer que eu faça? Separar você de Neve à força? Trair você? Tornar a sua
vida miserável? — Ele soltou um suspiro profundo. —Severus está correto
em que Arkin não é um simplório e ele e seus filhos farão um bom trabalho
assumindo o controle da cidade.

—Estou tão confusa, — Avalon murmurou, e Griffin apenas deu um


tapinha em sua coxa.

—Então, você vai ficar para trás e deixar Easton jogar fora seu futuro?

Mamãe inclinou a cabeça. —Neve, você é o futuro dele, — ela


respondeu. —Se você e Avalon não querem morar aqui, não há escolha
para o resto de nós. — Suas sobrancelhas franzem. —Estou começando a
pensar que você ainda não entende o que você tem com Easton.

—Claro, eu não entendo porque ninguém nunca me falou sobre isso! —


Ela gritou, finalmente deixando a mostra aquele temperamento dela. —Eu
não entendo nada dessa merda porque este não é o meu mundo, mesmo
que eu venha dele! Eu não pertenço a este lugar! Como posso viver aqui se
não pertenço aqui?!

—É isso mesmo, querida, — mamãe respondeu calmamente. —Você


também não pertence mais a Seaport. — Seu rosto suavizou. —Você não
pertence mais a nenhum lugar que não seja com Easton. Easton é sua casa
agora. Não Seaport. Não Rykr. Nenhum lugar é sua casa se você optar por
fazer uma sem Easton.

—Você está mentindo. — Sussurrou Neve.

—Um experimento, sim?

—Oh, sim, — cuspi para papai. —De qualquer forma, vamos conduzir
outro experimento.

Ele ignorou minha porcaria. —Por que os Livelys não levam as meninas
de volta para Seaport enquanto os meninos ficam aqui e nos deixam ver o
que acontece?

—Bem, — Neve estalou, tomando a decisão por todos nós.

Papai sorriu. —Tudo bem.


Capitulo Vinte e Quatro
Neve

—Eu não posso fazer isso, — Avalon choramingou, seus braços em


volta da cintura como se ela estivesse com dor física. Inferno, não havia
dúvida de que ela estava.

Eu sabia que eu estava.

—Isso... isso não pode ser... — Murmurei.

Estávamos há duas horas em nossa viagem de volta a Seaport e estava


se tornando mais insuportável a cada minuto. Quando Astra lançou seu
pequeno desafio, eu não tinha pensado nisso. Com raiva por ele não ter
saído como o monstro que eu o pintei para ser na minha cabeça, estava
tentando testar suas verdades. Estava tão preparada para odiá-lo que,
quando ele explicou que simplesmente estava honrando os desejos de
nossa mãe... bem, isso me deixou muito mal. Estava com tanta raiva, então,
de repente, não havia ninguém para quem eu pudesse direcionar essa raiva
porque suas palavras tinham sido tão simplesmente verdadeiras.
Então, agora estávamos voltando para Seaport e eu sabia que não havia
como passar por esse teste. A dor estava ficando insuportável, e pude ver
que minha irmã estava pior do que eu.

—Posso sentir a dor dele, — disse ela. —Eu não acho que isso é tudo
comigo. Posso... posso sentir a aflição de Griffin e isso está me matando,
Neve. Sinto como se estivesse destruindo sua alma e isso está me matando.

—Pai, precisamos que você volte, — praticamente gritei do banco de


trás. —Nós... nós não podemos fazer isso. — A maneira como Avalon
descreveu sua dor era como um espelho do que eu estava sentindo. A dor e
a raiva de Easton estavam me despedaçando.

—Vocês estão bem? — Ele perguntou, olhando pelo espelho retrovisor


enquanto mamãe se virava em seu assento.

Balancei minha cabeça. —Não, — respondi com sinceridade. —Fica pior


quanto mais nos afastamos.

Lágrimas se acumularam nos olhos de mamãe. —Vai ficar tudo bem,


querida. Nós vamos levar você de volta para os meninos.

Na saída seguinte, papai pegou o retorno e fez uma curva, levando-nos


de volta a Rýkr, e as palavras da Sra. Keenstone foram como uma marreta
em meu cérebro. Ela disse que Easton era minha casa agora, e isso é
exatamente o que ele era. Provavelmente foi a razão pela qual Easton
concordou em me seguir em qualquer lugar. Ele sabia o que estar longe de
mim faria com ele agora que nos conectamos.
Avalon pegou o telefone da bolsa e vi suas mãos tremendo enquanto
ligava para Griffin. Sem saber se funcionaria, peguei meu telefone e liguei
para Easton. Não pude deixar de notar que minhas mãos também tremiam.

Ele atendeu no segundo toque. —Neve.

—Estamos voltando, — me apressei.

—Graças a Deus, — ele rosnou. —Estou morrendo aqui, amor. Eu... eu


sinto como se estivesse sendo partido ao meio.

Comecei a chorar. —Isso dói.

—Eu sei, — disse ele, suavizando a voz. —Eu sei, Baby. Mas... apenas
espere, tudo bem?

—Easton, dói, — repeti. Eu não sabia mais o que dizer.

—Foda-se, — ele sibilou. —Vocês estão fazendo o mesmo caminho que


fizemos esta manhã?

—Sim... sim, acho que sim.

—Tudo bem... diga ao seu pai para nos encontrar em Mercer, — disse
ele. —Vou pedir a Severus para nos levar e encontraremos você no meio,
tudo bem?

—Tu... tudo bem, — sussurrei.

—Griffin está ao telefone com Avalon, — disse ele. —Nós dois nos
encontraremos lá, tudo bem?
—Sinto muito, — sussurrei dolorosamente. —Eu não sabia que seria tão
ruim. Eu não...

—Shh, baby, — disse ele, interrompendo minha tagarelice. —Ficará


tudo bem. Vejo você em breve.

Desliguei e mamãe estava olhando para nós. —Há algo que eu possa
fazer?

Com Avalon fora do telefone também, nós duas balançamos a cabeça.


—Não, — ela respondeu. —Basta nos levar para Mercer.

—Eu cuido disso, — disse papai do banco do motorista. —Eu prometo.

Incapaz de fazer qualquer coisa além de suportar a agonia de nossa


separação, Avalon se enrolou contra a porta do carro e apenas se segurou.
Fiz o mesmo, mas meus pensamentos giravam em torno da dor que meu
corpo estava sentindo.

O desejo de minha mãe biológica era que vivêssemos vidas normais e


tivéssemos uma oportunidade de algo diferente, e não importa quanto
ressentimento eu ainda estivesse lutando, Astra Keenstone a ajudou a fazer
isso acontecer. Mesmo que seus motivos tenham se transformado em outra
coisa mais tarde, ele respeitou os desejos de minha mãe, não importa o
quanto seus filhos tenham sofrido por isso.

Não importa o quanto eles sofreram por isso.

Quando pensei em todas as vezes que meus pais beijaram nossos


arranhões, acalmaram nossas mentes ou nos abraçaram quando estávamos
doentes, pensei em como Calliope Keenstone não foi capaz de confortar
seus filhos ou fazer sua dor desaparecer. Por mais de um ano, a mulher foi
deixada de lado e vendo seus filhos sofrerem, e eu não conseguia imaginar
como seria para uma mãe.

E quando eles conseguiram seguir com suas vidas, Easton e Griffin


ficaram sabendo sobre nós, e Astra e Calliope tiveram que suportar sua
raiva e ressentimento. Eu não tinha certeza se estava pronta para ser
razoável no que dizia respeito a eles, mas talvez não fôssemos as únicas
vítimas em tudo isso.

Também não ajudou quando mamãe e papai não descartaram


imediatamente seus relatos sobre o que havia acontecido e por quê. Eu
sabia que ver isso da perspectiva deles era muito diferente de como víamos
as coisas, mas não tive a impressão de que mamãe e papai não gostassem
de Astra e Calliope tanto quanto estávamos preparadas para isso.

—Estou seguindo Griffin para casa depois de me formar, — anunciou


Avalon.

Mamãe se virou em seu assento. —O que?

—Ele tem um plano para sua vida, — ela engasgou em torno de seu
desconforto físico. —Eu não tenho nenhum. Além da faculdade, não tenho
nenhum plano concreto do que quero fazer da minha vida. — Lágrimas
escorriam por seu rosto e eu não tinha certeza se era pela dor ou pelo
anúncio de finalmente chegar a uma decisão. —Não vou pedir a Griffin
que desista de seus planos pelo plano que eu nem tenho.

Suas palavras foram como um chute no peito.


Oh, Deus.

Mamãe não estava se preocupando em fingir que não estava chorando.


—Eu só quero você feliz, querida. Isso é tudo que eu e seu pai queremos
para vocês, meninas.

—Nós amamos você, não importa o que aconteça, — papai acrescentou


enquanto continuava dirigindo.

—Vou para a faculdade se encontrar algo pelo qual me apaixone, mas


no final de tudo, vou morar em Rýkr com Griffin, — continuou ela. —Eu
não posso suportar isso.

—Vamos apoiar você, não importa o que aconteça, Avalon, — disse a


mãe. —E sempre estaremos a apenas quatro horas de distância.

Com sua decisão tomada, Avalon se encolheu novamente e não disse


mais nada. Eu sabia que sua mente estava em Griffin, e eu invejava o quão
fácil era para ela. Avalon sempre foi altruísta, no entanto. Avalon sempre
foi assim. Ela sempre escolheu a felicidade, e não apenas para si mesma.
Ela escolheu para aqueles que ela amava e se importava também.

Quando pensei no meu futuro, soube que queria fazer algo com
marketing na Internet e foi uma pílula amarga de engolir quando percebi
que poderia fazer isso de qualquer lugar. Todas as faculdades do país
ofereciam aulas de informática hoje em dia e não seria difícil fazer uma
faculdade perto de casa. Eu poderia ter mais quatro anos com mamãe e
papai, mas sabia que teria que crescer eventualmente.

O plano que eu tinha para a minha vida era adaptável.


O plano de Easton não era.

Ou ele seguia os passos do pai ou teria que traçar outro plano para sua
vida. Um novo plano. E eu sabia que ele estava disposto a inventar um só
para ficar perto de mim.

Deus, eu era uma idiota.

Mesmo que Astra e Calliope tivessem se tornado idiotas gigantes, fazer


Easton sofrer por suas ações não era a maneira certa de lidar com isso.
Easton e Griffin já sofreram o suficiente. Não era justo fazê-los pagar por
algo sobre o qual não tinham controle.

—Vou seguir Easton também, — anunciei.

A cabeça da mamãe girou e até o papai se inclinou para me olhar pelo


espelho retrovisor. —O que?

—Para citar Avalon, o plano dele é melhor do que o que eu não tenho,
— disse a eles. —Ele não merece perder tudo o que preparou durante toda
a sua vida só porque não estou pronta para me render. Easton e Griffin não
fizeram nada de errado.

—Mas nem você, — mamãe apontou.

—Eu o amo, mãe.

Seu sorriso aguado iluminou seu rosto. —Essa é a razão pela qual eu
esperava, querida, — ela disse enquanto papai ria. —O amor é a única
razão para qualquer coisa que valha a pena.
Avalon estendeu a mão, agarrou minha mão e apertou. Quando olhei
para ela, ela estava sorrindo. —Vou adorar ter você por perto.

Sorri de volta porque minha família não iria se separar, afinal.


Capitulo Vinte e Cinco
Easton

Mesmo que a dor estivesse diminuindo, eu e Griffin ainda estávamos


uma bagunça. Com Severus encostado no carro, estávamos estacionados
em uma parada de descanso na estrada em Mercer esperando as meninas.
Griffin estava andando e estava segurando os trilhos que separavam o
pitoresco parque dos banheiros.

Quando Neve pegou a isca que meu pai lançou, eu quis pular e detê-la,
mas não pude. Ainda aceitando o que significamos um para o outro, ela
teria que aprender da maneira mais difícil como isso funcionava. Eu e Griff
sabíamos o que ia acontecer, mas as meninas não. Ainda assim, valeu a
pena a dor se isso fez as meninas finalmente verem o que era.

Isso era para sempre.

Nós éramos para sempre.

—Graças a Deus, — meu irmão disse apressado, e me virei a tempo de


vê-lo correndo em direção ao carro do Sr. Lively quando ele estacionou em
uma vaga vazia em frente às máquinas de venda automática.
Meus dedos agarraram o corrimão o suficiente para causar sensações de
formigamento em minhas mãos, mas não me mexi. Griffin e Avalon não
éramos eu e Neve. Griffin poderia correr para Avalon porque sabia que a
tinha. Eu ainda não tinha tanta certeza. Eu sabia que não devia tomar a
independência de Neve como certa.

Fiquei de pé em toda a minha altura quando a porta do banco traseiro


do carro de passageiros se abriu e Neve saiu. Observei enquanto sua cabeça
girava, examinando a área, procurando por mim. Ela avistou Severus
primeiro, mas então seus olhos rapidamente encontraram os meus, e
quando o fizeram, eu senti como se pudesse respirar novamente.

Então ela começou a correr.

Ela começou a correr em minha direção.

Quando ela estava a poucos metros de mim, abri os braços e me


preparei para o impacto. Assim que os braços de Neve envolveram meu
pescoço, meus braços se fecharam ao redor dela e eu a segurei, bastante
seguro de que nunca a deixaria ir novamente.

—Eu te amo, — ela soluçou, seu rosto enterrado em meu pescoço


enquanto eu a levantava do chão. —Eu te amo, Easton. Eu sinto muito. Eu
sinto muito. Eu não percebi. Eu não percebi.

—Shh, baby, — falei, fazendo o meu melhor para acalmá-la. —Está bem.
Você está comigo agora. Está tudo bem.
Neve continuou lutando para se agarrar a mim, e se não estivéssemos
em público, eu estaria dentro dela agora. Eu estaria dando a ela toda a
segurança que ela precisava de mim.

Eu estaria dando tudo a ela.

Depois de mais alguns segundos sufocando um ao outro, eu a coloquei


de volta em seus pés, e quando ela olhou para mim, ela parecia um maldito
desastre. Sua maquiagem estava por toda parte, e seu lindo rosto estava
manchado de lágrimas.

Mas ela ainda parecia de tirar o fôlego.

—É seu, — ela deixou escapar, e eu não tinha ideia do que ela estava
falando.

—O que é, querida? — Perguntei enquanto fazia o meu melhor para


limpar seu rosto com meus polegares. —O que é meu?

—Eu, — ela respondeu em lágrimas. —Meu futuro. Tudo isso. É seu,


Easton. — Ela me presenteou com o sorriso mais lindo que eu já vi. —Eu te
seguirei para qualquer lugar. Vou até seguir você até Rýkr.

Suas palavras eram tudo que eu queria ouvir, mas não assim. Não
enquanto ela estava uma bagunça emocional, tendo acabado de suportar a
sensação de estar separada de mim. Necessitava de Neve comigo, e a
queria de bom grado, mas não assim.

—Baby, não é sábio fazer promessas quando você está emotiva. Eu


não...
—Não estou lhe dando isso por causa do que acabou de acontecer, —
ela insistiu. —Estou lhe dando isso porque é a coisa certa para nós. Não
para mim, e não para você, mas para nós. É a coisa certa para nós, Easton.

Bati meus lábios nos dela e derramei tudo o que ela significava para
mim no beijo que estava colocando nela. Suas mãos envolveram meus
pulsos, e minhas mãos mantiveram seu rosto prisioneiro enquanto eu a
beijava pra caralho.

Mesmo sabendo que ela era uma bagunça emocional, eu não iria mais
questionar. Eu tentei ser nobre e ela não deixou, então era isso.

Se ela quisesse me seguir, eu deixaria. Ainda assim, isso não significava


que eu não faria tudo o que pudesse para garantir que os sonhos dela
também se tornassem realidade.

O que quer que ela quisesse fazer na vida, eu apoiaria isso e faria o que
pudesse para que isso acontecesse. Se ela estava disposta a viver em Rýkr
depois de tudo, então o mínimo que eu poderia fazer era garantir que
todos os seus sonhos também se tornassem realidade.

Quando finalmente interrompi o beijo, deixei cair minha testa na dela.


—Eu te amo, Neve. — Falei a ela. —Eu te amo baby.

Ela assentiu. —Isso não pode acontecer de novo, Easton, — ela


sussurrou sem fôlego. —Não quero sentir isso nunca mais.

—Você não vai, — prometi a ela. —Estarei sempre perto.

Neve assentiu novamente. —Quero fazer faculdade, mas depois volto


aqui com você.
Eu poderia trabalhar com isso. —Rýkr tem uma universidade na cidade,
— falei a ela. —Não é popular, nem famosa, nem nada do tipo, mas é
legítima e você pode obter um diploma honesto lá.

—Tudo bem, apenas... deixe-me pensar sobre isso, — respondeu ela. —


Não tenho nenhum problema em fazer isso, mas gostaria de ver o que mais
podemos fazer.

Não havia como negar nada a essa garota. —Claro, — concordei


imediatamente. —Além disso, você ainda tem meses para decidir. Ainda
temos que te levar a formatura.

—Está tudo bem por aqui? — Olhei para cima e o Sr. Lively estava
parado a alguns passos de distância.

—Está agora senhor, — respondi.

—O que acontece agora? — Ele perguntou. —Avalon deixou claro que


está de acordo com o que vocês quiserem fazer.

Olhei para Neve. —Cabe a ela.

Neve se aproximou de seu pai e foi difícil para mim deixá-la. Eu ainda
estava me recuperando por ela estar longe de mim, mas não iria puxá-la de
volta. Eu ainda estava muito ciente de como isso deve ser difícil e confuso
para os Livelys.

Neve abraçou seu pai. —Acho que devemos passar o fim de semana em
Rýkr, — ela disse a ele, me surpreendendo. —Ainda temos muito o que
conversar e ainda tenho algumas perguntas para o Sr. e a Sra. Keenstone.
O Sr. Lively envolveu sua filha com os braços e beijou o topo de sua
cabeça. —Parece um plano, — respondeu ele. —Temos os quartos de hotel
reservados até segunda-feira, embora façamos o check-out amanhã à noite.

Neve olhou para seu pai e sorriu. —Obrigada, pai.

Ele sorriu de volta para ela. —Não precisa me agradecer, querida. Nós
falamos sério ao dizer o que dissemos a vocês no carro. Tudo o que
queremos é que você seja feliz.

—Eu sei, — disse ela antes de lhe dar outro abraço.

Quando ela finalmente o soltou, observei enquanto ele se juntava à


esposa e a Severus, sem dúvida pronto para seguir em frente. Seria um fim
de semana prolongado, mas tudo bem. Contanto que eu terminasse com
Neve no final, não me importava.

—Quanto tempo antes de você se casar comigo?

Ela se virou e olhou para mim em estado de choque. —O que?

—Bem, nós estabelecemos que você quer ir para a faculdade e que


vamos nos mudar para Rýkr quando chegar a hora, mas não discutimos
casamento, — apontei, deixando de lado os planos que meu pai já estava
fazendo.

—Temos apenas dezoito anos, Easton.

—E estaríamos casados agora se você tivesse crescido em Rýkr, — a


lembrei. —E não é como se o divórcio fosse uma opção para nós. Qual é o
problema?
Suas sobrancelhas se ergueram. —Você sempre tem que ser um idiota
quando as coisas estão indo bem?

Sorri quando meu braço disparou para puxá-la para mim. Quando o
corpo dela atingiu meu peito, falei: —Quando se trata de conseguir o que
quero, sim.

—Você já me tem, Easton, — ela bufou.

—Então case-se comigo, Neve. — Joguei de volta.

—Isso não é justo, — ela respondeu, —ainda estou me acostumando


com tudo isso, não importa o que tenha sido decidido.

—No próximo verão, então, — sugeri, oferecendo um acordo. —Vamos


nos casar depois que você se formar. A essa altura, as coisas já devem ter se
acalmado.

Nesse momento, meu irmão e Avalon começaram a se aproximar e,


assim que pararam na nossa frente, Avalon sorriu e anunciou: —Vamos
nos casar no mês que vem. — Meu peito chutou. —Ainda precisamos
conversar com mamãe e papai sobre isso, mas... tenho certeza.

—Maldição, Avalon. — Neve resmungou, me fazendo rir.

—Ela está me fazendo esperar até o próximo verão, — informei a eles.

—Cara, isso é péssimo, — disse meu irmão, inútil.

Puxei Neve em meus braços. —Sim, isso é, — eu ri. —Mas ela acabou de
entregar toda a sua vida para mim. — Dei de ombros. —É o mínimo que
posso fazer.
—Idiota. — murmurou Neve em meu peito e comecei a rir.
Epilogo
Neve

Dez anos depois

Olhei pela janela e encontrei aquela sensação de aquecimento


inundando meu peito novamente. Eu era grata pela vida que tinha e ainda
sentia essa gratidão em minha alma com frequência.

Demorou um pouco para encontrar o equilíbrio perfeito entre a filha


que meus pais criaram e minha nova vida como esposa de Easton, mas
finalmente consegui. Com o passar dos anos, o relacionamento melhorou e
as coisas melhoraram progressivamente.

Avalon se casar e engravidar imediatamente ajudou as coisas


tremendamente. Dez anos depois, ela e Griffin tiveram um casal de
gêmeos, outro filho, e ela estava grávida de seu último acréscimo à família.
Minha irmã está arrasando com o show de esposa e mãe desde o começo e
ela estava tão feliz que eu sempre sorria quando pensava nela.

—Eu não culpo você por se esconder. — Me virei ao ouvir a voz da


minha irmã. —Nossos filhos são horríveis.
Soltei uma risada. —Eles não são.

Ela me olhou. —Mentir para si mesma só machuca sua alma.

Easton e eu nos casamos no verão seguinte, depois que ele entrou na


minha vida, e tivemos dois pares de gêmeos, e isso foi tudo para nós. No
segundo em que recebemos a notícia de outro par de gêmeos vindo em
nossa direção, eu fechei a loja. Hoje em dia, minha vagina era usada apenas
para o prazer.

—Eu não estava me escondendo, — falei, comentando sobre seu


primeiro comentário. —Na verdade, vim aqui para tirar algumas fotos.

—Claro que você fez, — ela bufou.

Levantei minha cabeça. —O que você está fazendo aqui?

Ela começou a esfregar a barriga. —Estava procurando um lugar para


dar uma rapidinha com meu marido, — ela riu. —O tempo para sexo
chegará ao fim em breve. — Avalon já estava grávida de oito meses.

—Você não se sente culpada por fazer sexo na casa de seus sogros com
seus filhos por perto?

—Não, — ela respondeu descaradamente.

A vida era perfeita.


Easton

Dez anos depois

—Cristo, você não pode mantê-lo em suas calças?

—Eu não sei do que você está falando? — Meu irmão disse, embora
continuasse evitando meu olhar.

—Estamos tendo uma reunião de família, pelo amor de Deus, Griff, —


continuei. —Tenha alguma vergonha.

Ele finalmente olhou para mim depois de ajustar a gravata. Dez anos
depois, eu era o prefeito assistente de Rýkr, e Griff era o meu braço direito
e o braço direito de papai, então costumávamos usar terno e gravata. —Por
favor, como se você ainda não tivesse feito o que queria com sua esposa, —
ele zombou.

Ele não estava errado. —Sim, bem, pelo menos eu cumprimentei a


família primeiro.

Suas sobrancelhas saltaram. —Não é você que teve que trabalhar no


sábado, seu imbecil, — apontou. —Acabei de chegar do escritório e senti
falta da minha esposa.

—Aparentemente, sim, — brinquei.

Griff me mostrou o dedo do meio. —Você é um idiota, Easton.


—Foi o que me disseram, — sorri.

Mostrando o dedo novamente, ele partiu para se juntar à festa nos


fundos. Era o aniversário do Sr. e Sra. Lively, então estávamos dando uma
festa de família.

Assim que estava indo me juntar a eles, senti um par de braços me


envolvendo por trás, e o amor preencheu tudo dentro de mim. —Olá baby.

Ela deu a volta até ficar de pé na minha frente, seus braços ainda em
volta de mim. —Ei.

—O que você está fazendo?

—Estava montando guarda enquanto Avalon conseguia algum tempo


de sexo, — ela sorriu.

Eu ri. —Como qualquer boa irmã faria.

Seu sorriso se tornou perverso. —O que você diz sobre algum tempo de
sexo?

—Eu diria que é bom você estar usando saia, — respondi


automaticamente.

—Bom, porque eu conheço exatamente o lugar, — ela sussurrou contra


o meu pescoço.

—Pegue uma toalha, baby, porque você vai precisar de algo para gritar.

Sim, a vida era perfeita.

Fim .
Agradecimento

O primeiro reconhecimento sempre será meu marido. Não há palavras


suficientes para expressar minha gratidão por ter esse homem em minha
vida. Há um pouco dele em cada herói que eu sonho, e não posso
agradecer a Deus o suficiente por trazê-lo para minha vida. Trinta anos, e
continua forte!
Em segundo lugar, há minha família; minha filha, meu filho, meus
netos, minha irmã e minha mãe. Família é tudo, e eu tenho uma das
melhores. Eles são realmente os melhores líderes de torcida que eu poderia
desejar, e nunca esqueço o quão verdadeiramente abençoado sou por tê-los
em minha vida.
E, claro, há Kamala. Essa mulher não é apenas minha cobaia beta e
ideal, mas também uma das minhas amigas mais próximas. Ela está
comigo desde o início desta jornada, e vamos cavalgar até o fim. Kam é o
encorajamento que desencadeou tudo, pessoal.
E, finalmente, gostaria de agradecer a todos que compraram, leram,
revisaram, compartilharam e apoiaram a mim e a minha escrita. Muito
obrigado por ajudar a tornar este sonho uma realidade feliz e divertida! Eu não posso
dizer obrigada o suficiente.
Sobre a Autora

M.E. Clayton trabalha em tempo integral e escreve como hobby. Ela é


uma leitora ávida e, com muitas dúvidas, mas com feedback mais positivo
e encorajamento de seus amigos e familiares, ela se arriscou a escrever, e
assim nasceu a série dos Sete Pecados Capitais. Escrever é um hobby pelo
qual ela agora é muito apaixonada. Quando ela não está trabalhando,
escrevendo ou lendo, ela passa o tempo com sua família ou amigos.

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