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SOBE PARA DEZ NÚMERO DE MORTOS EM CONFLITO NO RIO

A Secretaria de Segurança do Rio informou no início da tarde desta segunda-feira


que o tiroteio ocorrido pela manhã na favela da Rocinha (zona sul) deixou duas pessoas
mortas. Inicialmente, havia a informação de uma vítima.
A troca de tiros aconteceu entre policiais e traficantes que, segundo a polícia, não
aceitam a ocupação do morro. O comandante-geral da Polícia Militar, Renato Hottz, que
estava no local, foi obrigado a se esconder dos tiros.
Desde a sexta-feira passada, dez pessoas foram mortas por conta do conflito na
região.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Rio, a situação está controlada.
Cerca de 1.200 homens da Polícia Militar estão na localidade. A obtenção de notícias sobre
o conflito, no entanto, é difícil.
Nem a polícia nem a secretaria parecem saber com certeza o que está acontecendo
no morro e há dúvidas inclusive sobre o número de mortos. Informações não confirmadas
pela secretaria dão conta de que haveria tiroteios em outros locais da cidade --Vigário Geral,
morros de São Carlos e da Mineira.

Reforço
As polícias Civil e Militar reforçaram nesta segunda-feira a segurança na Rocinha.
São 900 PMs e 90 policiais civis que vão atuar na região, por tempo indeterminado,
divididos em três turnos. Eles também realizarão operações nos acessos ao morro do
Vidigal.
O efetivo da PM envolve homens do Bope (Batalhão de Operações Policiais
Especiais, GAM (Grupamento Aeromarítimo), Getam (Grupamento Especial Tático-Móvel),
GTM (Grupamento Tático de Motociclistas), Companhia de Cães, Batalhão Florestal, 23º
Batalhão (Leblon), 19º Batalhão (Copacabana), 2º Batalhão (Botafogo) e 31º Batalhão
(Recreio).
Desde a última sexta-feira, quando traficantes do Vidigal tentaram invadir a Rocinha,
nove pessoas morreram por causa de confrontos entre traficantes e policias. 12/04/004
Folha Online.

GUERRA NA ROCINHA: JÁ SÃO SETE OS MORTOS


RIO - O número de mortos na guerra entre traficantes pelo controle da venda de
drogas no Morro da Rocinha, em São Conrado, subiu de cinco para sete. Dois homens não
identificados, acusados de serem traficantes, morreram em novo confronto com policiais,
iniciado na noite de sexta-feira. O tiroteio durou até a madrugada de ontem.
A guerra na Rocinha começou na madrugada de anteontem, quando um grupo de 60
criminosos tentou invadir a favela, para tirar do comando da região o traficante Luciano
Barbosa da Silva, o Lulu. Nesse confronto, cinco pessoas morreram e sete ficaram feridas.
Ontem, 580 policiais civis e militares realizaram buscas na mata da favela para prender Lulu,
seu rival Eduíno Eustáquio de Araújo, o Dudu, apontado como responsável pelo ataque à
Rocinha, e comparsas.
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Renato Hottz, já havia determinado
que 380 PMs ocupassem a Rocinha e o Vidigal, favela próxima e esconderijo de Dudu.
No início da manhã de ontem, outros 200 policiais civis reforçaram a operação de buscas na
mata em volta da Rocinha. As informações no local eram de que o chefe de Polícia Civil,
Álvaro Lins, acompanhou a movimentação dos policiais em um helicóptero da polícia. Dois
helicópteros foram utilizados durante a operação, válida por tempo indeterminado.
O Batalhão de Operações Especiais da PM (Bope) também enviou sua tropa à
Rocinha. Segundo o comandante do Bope, coronel Fernando Príncipe, 150 homens foram
deslocados para auxiliar a operação. Ele informou que todas as folgas do contingente do
Bope foram suspensas por causa do conflito.
"O batalhão inteiro foi convocado para as favelas da Rocinha e do Vidigal.
Queremos atacar igualmente a quadrilha do Dudu e do Lulu, onde eles estiverem",
assegurou Príncipe. Segundo moradores da Rocinha, os dois traficantes estariam
escondidos em lados opostos da mata que cerca a área.
Pelo segundo dia consecutivo, a comunidade da Rocinha passou por momentos de
tensão. Ainda tentando se recuperar do pavor provocado pelos conflitos de sexta-feira, a
empregada doméstica Jandira de Paiva, de 60 anos, contou que vive apreensiva. "Neste
lugar ninguém dorme. Esta madrugada teve tiroteio e faltou luz de novo. A gente quer paz",
disse.
Os traficantes atiraram nos transformadores de luz, o que deixou grande parte da
região às escuras. Mesmo com a favela ocupada por policiais, o motorista Leandro
Francisco da Silva ainda está inseguro. "Nem com a chuva eles pararam o tiroteio. Não saí
de casa."
A Rocinha é considerada pela polícia o maior mercado consumidor e distribuidor de
armas e drogas do Rio. Por isso, tem sido alvo constante do interesse das quadrilhas de
traficantes. O ataque de anteontem começou por volta de 1 hora, na Avenida Niemeyer, que
contorna o Vidigal. Os bandidos fizeram uma falsa blitz e roubaram seis carros para invadir
a Rocinha.
Assustada, a mineira Telma Veloso Pinto, de 38 anos, furou o bloqueio e morreu com
um tiro de fuzil na nuca. Na Rocinha, o bando de Dudu chegou atirando. Matou Fabiana dos
Santos Oliveira, de 24 anos, e Wellington da Silva, de 27. Horas depois, traficantes mataram
dois PMs do Bope. Os conflitos deixaram sete feridos. 11/04/004 O Estado de S. Paulo

NOVOS CONFRONTOS DEIXAM 5 MORTOS E 4 PMS FERIDOS NO RJ


Novos confrontos deixam 5 mortos e 4 PMs feridos no Rio
Confrontos entre policiais militares e supostos traficantes deixaram, desde a noite de
domingo, cinco mortos e quatro feridos em comunidades do Rio afastadas da Rocinha, onde
polícia e traficantes se enfrentam desde sexta-feira.
Em Vigário Geral (zona norte), dois supostos traficantes foram mortos em conflito
com a polícia. Também na zona norte, na favela do Jacarezinho, um PM ficou ferido depois
de tiroteio com criminosos.
No morro da Mineira (Catumbi, região central), três PMs ficaram feridos após tiroteio
com supostos traficantes.
No morro do Quitungo (Penha, zona norte), a PM diz que três traficantes foram
mortos em confronto com policiais.

Conflito
Traficantes de drogas das favelas do Vidigal e da Rocinha estão em conflito desde a
madrugada da última sexta-feira. Desde então, dez pessoas morreram por causa de
confrontos entre traficantes e policiais.
Segundo a polícia, a origem do confronto é a disputa por pontos de venda drogas na
Rocinha entre gangues rivais.
As polícias Civil e Militar reforçaram nesta segunda-feira a segurança na Rocinha.
São 900 PMs e 90 policiais civis que vão atuar na região, por tempo indeterminado,
divididos em três turnos. Eles também realizarão operações nos acessos ao morro do
Vidigal. Segunda, 12 de Abril de 2004 às 16h13

ROTINA ALTERADA PELO MEDO


Assustados com a violência, moradores da Zona Sul e da Barra evitam sair, mudam
itinerários e dormem na casa de parentes
O terror instalado na Rocinha mudou a rotina de milhares de moradores do Rio no
primeiro dia útil após o início da guerra. Sair de casa para ir ao trabalho ou à escola, por
exemplo, virou sinônimo de angústia. Driblar o fogo cruzado não é tarefa fácil,
principalmente quando o inferno mora ao lado. Vizinha da favela há 25 anos, uma dona-de-
casa, que tem medo de se identificar, impôs a si mesma regime de cárcere privado: está
trancada em casa desde sexta-feira. “Não coloco os pés nem na varanda. Estou fazendo as
compras de supermercado por telefone e os pagamentos bancários também”, conta ela, que
teme até acender as luzes da varanda.
“Na hora de dormir, mesmo sem calor, ligo o ar-condicionado para abafar o barulho
dos tiros. Nunca havia pensado em me mudar, mas é algo a ser estudado daqui para a
frente. Pior é que ninguém vai querer comprar um apartamento em São Conrado”, lamenta a
dona-de-casa, que planeja passar uma temporada na casa de parentes no interior de São
Paulo: “Quero fugir dessa guerra horrível. Sexta-feira, minha filha comemora 40 anos. Ou
melhor, comemoraria, porque cancelamos a festa”.
A produtora de shows Marluce Melo dos Santos, que está deixando o Recreio dos
Bandeirantes para morar em Laranjeiras, foi obrigada a adiar a mudança. “Começamos a
transportar parte dos objetos na manhã do feriado e pretendia terminar tudo até a tarde de
sábado. Quando soube da invasão à Rocinha, desisti de continuar. Pensei em retomar a
mudança no domingo, mas não tive coragem”, desabafa Marluce, que está trabalhando de
chinelos e com as únicas peças de roupa que havia deixado na mala do carro. “Não dá para
aceitar essa violência”, reclama a produtora.
Morador de Botafogo, o estudante Igor Nascimento também cancelou sua
programação de fim de semana: “Eu e minha namorada deixamos de ir a uma festa no
Flamengo, sábado. Estávamos na casa dela, na Barra, e preferimos ficar em casa”.
Gerente ficou três horas esperando fim de tiroteio
Gerente de um restaurante no Recreio, Mariana, que mora em Ipanema, só decide o
caminho que percorrerá para chegar ao trabalho depois de ligar para os funcionários que
moram na Rocinha. “Sexta-feira, fiquei três horas esperando o fim do tiroteio antes de voltar
para casa. Cheguei a mudar de trajeto: optei pela Linha Amarela. Mas gastei uma nota preta
com táxi. Não dá para fazer isso sempre.”
Pelo menos 30 funcionários do restaurante, segundo ela, moram na Rocinha. “Todos
estão apavorados. Quem não mora lá ofereceu refúgio para eles até que esse terror acabe.
Mas todos têm família e querem voltar para casa”, conta Mariana, que só tem conseguido
dormir por volta das 3h: “Só vou para a cama depois que todos me ligam para dizer que
estão em casa”. O Dia 13/04/04

Melhora o clima na Favela da Rocinha


A Polícia Militar do Rio informou que o clima na Favela da Rocinha, zona sul, é de
aparente tranqüilidade nesta manhã. Durante a madrugada também não houve
confronto entre PM e traficantes.
Ontem mais duas pessoas morreram, subindo para 10 o número de mortos na guerra
do tráfico de drogas. Um homem ficou ferido.
Segundo a Secretaria de Segurança do estado, a ocupação policial das Favelas da Rocinha
e Vidigal é por tempo indeterminado.
O efetivo da Polícia Militar nos dois morros é de 1 mil 237 policiais. Ig Último Segundo
13/04/04

THOMAZ BASTOS NÃO DESCARTA USO DAS FORÇAS ARMADAS NO RIO


BRASÍLIA - O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse nesta segunda-feira
que o governo federal está acompanhando e dando todo o apoio da Polícia Federal para o
governo do estado do Rio de Janeiro enfrentar o acirramento da guerra contra o tráfico nos
morros da zona sul da cidade. Durante a coletiva de imprensa, Bastos anunciou a liberação
de R$ 9 milhões dos R$ 20 milhões de restos a pagar do ano passado para investimento na
área de segurança no estado.
Antes da entrevista, Thomaz Bastos se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva e conversou duas vezes por telefone com a governadora Rosinha Matheus. O ministro
determinou que o secretário nacional de Segurança Pública, Luiz Fernando Corrêa, fosse
para o Rio acompanhar de perto os problemas de segurança nos morros da cidade e não
descartou o uso das Forças Armadas para combater a criminalidade. O ministro disse que "a
ordem pública não pode ser quebrada" e afirmou que o governo vai "utilizar de todos os
meios possíveis e indispensáveis para manutenção da paz".
Bastos criticou a proposta de construção de um muro na favela da Rocinha,
afirmando que é uma medida ineficaz. O ministro disse ainda que a luta contra o tráfico nos
morros do Rio não é simples porque envolve setores médios do crime organizado e que o
governo do estado está enfrentando criminosos que "vivem nos apartamentos de luxo", e
não apenas nas favelas. Disse ainda que é importante combater a lavagem de dinheiro
porque ela está na raiz do tráfico de drogas.
Á noite, o presidente Lula e os ministros Márcio Thomaz Bastos (Justiça), José Dirceu
(Casa Civil), José Viegas (Defesa) e o general Jorge Félix (Gabinete de Segurança
Institucional) discutiram a participação da Polícia Federal já nesta semana, numa ação
coordenada com a polícia do Rio. A PF já participa do combate ao tráfico de drogas no Rio
fornecendo informações obtidas pelo seu serviço de inteligência para o setor de informações
da polícia fluminense.
A operação conjunta, estudada pelo governo, seria para envolver agentes federais
diretamente no confronto com os traficantes. Por intermédio do ministro da Justiça, que
conversou duas vezes com a governadora Rosinha Matheus, Lula pediu que as
divergências políticas fossem deixadas de lado porque o que está em jogo neste momento
são as vidas das pessoas. 13/04/2004 - 00h18m O GloboGlobo Online

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