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Reforço
As polícias Civil e Militar reforçaram nesta segunda-feira a segurança na Rocinha.
São 900 PMs e 90 policiais civis que vão atuar na região, por tempo indeterminado,
divididos em três turnos. Eles também realizarão operações nos acessos ao morro do
Vidigal.
O efetivo da PM envolve homens do Bope (Batalhão de Operações Policiais
Especiais, GAM (Grupamento Aeromarítimo), Getam (Grupamento Especial Tático-Móvel),
GTM (Grupamento Tático de Motociclistas), Companhia de Cães, Batalhão Florestal, 23º
Batalhão (Leblon), 19º Batalhão (Copacabana), 2º Batalhão (Botafogo) e 31º Batalhão
(Recreio).
Desde a última sexta-feira, quando traficantes do Vidigal tentaram invadir a Rocinha,
nove pessoas morreram por causa de confrontos entre traficantes e policias. 12/04/004
Folha Online.
Conflito
Traficantes de drogas das favelas do Vidigal e da Rocinha estão em conflito desde a
madrugada da última sexta-feira. Desde então, dez pessoas morreram por causa de
confrontos entre traficantes e policiais.
Segundo a polícia, a origem do confronto é a disputa por pontos de venda drogas na
Rocinha entre gangues rivais.
As polícias Civil e Militar reforçaram nesta segunda-feira a segurança na Rocinha.
São 900 PMs e 90 policiais civis que vão atuar na região, por tempo indeterminado,
divididos em três turnos. Eles também realizarão operações nos acessos ao morro do
Vidigal. Segunda, 12 de Abril de 2004 às 16h13
ROTINA ALTERADA PELO MEDO
Assustados com a violência, moradores da Zona Sul e da Barra evitam sair, mudam
itinerários e dormem na casa de parentes
O terror instalado na Rocinha mudou a rotina de milhares de moradores do Rio no
primeiro dia útil após o início da guerra. Sair de casa para ir ao trabalho ou à escola, por
exemplo, virou sinônimo de angústia. Driblar o fogo cruzado não é tarefa fácil,
principalmente quando o inferno mora ao lado. Vizinha da favela há 25 anos, uma dona-de-
casa, que tem medo de se identificar, impôs a si mesma regime de cárcere privado: está
trancada em casa desde sexta-feira. “Não coloco os pés nem na varanda. Estou fazendo as
compras de supermercado por telefone e os pagamentos bancários também”, conta ela, que
teme até acender as luzes da varanda.
“Na hora de dormir, mesmo sem calor, ligo o ar-condicionado para abafar o barulho
dos tiros. Nunca havia pensado em me mudar, mas é algo a ser estudado daqui para a
frente. Pior é que ninguém vai querer comprar um apartamento em São Conrado”, lamenta a
dona-de-casa, que planeja passar uma temporada na casa de parentes no interior de São
Paulo: “Quero fugir dessa guerra horrível. Sexta-feira, minha filha comemora 40 anos. Ou
melhor, comemoraria, porque cancelamos a festa”.
A produtora de shows Marluce Melo dos Santos, que está deixando o Recreio dos
Bandeirantes para morar em Laranjeiras, foi obrigada a adiar a mudança. “Começamos a
transportar parte dos objetos na manhã do feriado e pretendia terminar tudo até a tarde de
sábado. Quando soube da invasão à Rocinha, desisti de continuar. Pensei em retomar a
mudança no domingo, mas não tive coragem”, desabafa Marluce, que está trabalhando de
chinelos e com as únicas peças de roupa que havia deixado na mala do carro. “Não dá para
aceitar essa violência”, reclama a produtora.
Morador de Botafogo, o estudante Igor Nascimento também cancelou sua
programação de fim de semana: “Eu e minha namorada deixamos de ir a uma festa no
Flamengo, sábado. Estávamos na casa dela, na Barra, e preferimos ficar em casa”.
Gerente ficou três horas esperando fim de tiroteio
Gerente de um restaurante no Recreio, Mariana, que mora em Ipanema, só decide o
caminho que percorrerá para chegar ao trabalho depois de ligar para os funcionários que
moram na Rocinha. “Sexta-feira, fiquei três horas esperando o fim do tiroteio antes de voltar
para casa. Cheguei a mudar de trajeto: optei pela Linha Amarela. Mas gastei uma nota preta
com táxi. Não dá para fazer isso sempre.”
Pelo menos 30 funcionários do restaurante, segundo ela, moram na Rocinha. “Todos
estão apavorados. Quem não mora lá ofereceu refúgio para eles até que esse terror acabe.
Mas todos têm família e querem voltar para casa”, conta Mariana, que só tem conseguido
dormir por volta das 3h: “Só vou para a cama depois que todos me ligam para dizer que
estão em casa”. O Dia 13/04/04
Forças Armadas
O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, admitiu que o governo federal poderá
usar as Forças Armadas para combater a violência e o crime organizado no Rio.
Bastos afirmou que manteve contato por duas vezes nesta segunda-feira com a
governadora Rosinha Matheus (PMDB), e determinou o envio ao Rio do secretário Nacional
de Segurança Pública Luiz Fernando Corrêa, que deverá participar de uma reunião do
Gabinete de Gestão Integrada de Segurança.
"O governo federal tem compromisso sólido e firme com a ordem pública e não abre
mão disso. Tomaremos todas as providências úteis e necessárias para manter a ordem",
disse Bastos. Sobre o uso das Forças Armadas, o ministro disse que "esta posição não está
absolutamente descartada".
Em 2002 e em 2003, o Exército realizou atividades de policiamento no Rio. No
período, uma série de ações criminosas foi registrada. Durante as eleições de 2002, 11 mil
homens do Exército foram às ruas.
Defesa
Quanto à possibilidade de decretação de estado de defesa, cogitada pelo prefeito do
Rio, Cesar Maia (PFL), o ministro disse que se a governadora achar que a medida é
necessária, o governo federal não hesitará em tomá-la.
Bastos revelou que a Polícia Federal detectou, há cerca de 30 dias, a ameaça de
alguma ação do tráfico na Rocinha. "Foi detectado um plano de se fazer o que se tornou
uma guerra de quadrilhas".
O estado de defesa é um mecanismo previsto pela Constituição Federal para
situações de exceção. Pelo artigo 136 da Carta, o Presidente da República pode decretá-lo
para "preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem
pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou
atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza."
A decretação de estado de defesa permite à autoridade restringir os direitos de
reunião, o sigilo de correspondência e o sigilo de comunicação telegráfica e telefônica.
O ministro da Justiça anunciou a liberação de R$ 9 milhões de um pacote de R$ 20 milhões
do Plano Nacional de Segurança Pública, destinado ao combate ao crime organizado no
Rio. Folha OnLine 13/04/04
Forças Armadas
Garotinho não soube explicar, nesta quarta-feira, se é favorável ou não ao envio das
Forças Armadas ao Rio. Se por um lado ele entregou ao ministro o documento no qual pede
no mínimo 4.000 homens entre pára-quedistas, forças especiais e fuzileiros navais para
conter a violência, por outro, ele afirma que a situação no município está sob controle. Disse
também que nunca foi favorável à intervenção do governo federal.
"Eu tenho minha opinião formada há muito tempo. As Forças Armadas têm uma
função constitucional e só devem ser usadas nesta função ou em medida
excepcionalíssima", afirmou.
O secretário afirmou que os confrontos ocorridos na região da favela da Rocinha
(zona sul), em disputas pelos pontos-de-venda de drogas, não teriam tanta repercussão se
as mortes tivessem ocorrido em outras áreas do Estado. Desde a última sexta-feira, tiroteios
causaram dez mortes: dois policiais, cinco supostos criminosos e outras três pessoas.
"Se esses três inocentes tivessem sido mortos na Baixada Fluminense não teria
havido nada disso. Mas ocorreu na zona sul do Rio, ou seja, para os ricos há uma posição,
para os pobres há outra."
Garotinho disse que o Rio aceitou a oferta de envio dos militares para que i,a parcela
da população não venha a acusar a governadora Rosinha Matheus (PMDB) de ter recusado
a oferta. Ele diz que a governadora agiu com "inteligência" e "prudência".
Solidariedade
O colégio nacional de secretários da Segurança Pública entregou nesta quarta-feira
ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, moção de solidariedade ao secretário de
Segurança do Rio.
"O colegiado resolve prestar solidariedade ao secretário de Segurança do Rio
solicitando que o senhor ministro da Justiça preste todo o apoio técnico e operacional
necessário dentro da ordem institucional e democrática para superar as atuais dificuldades,
sendo imprescindível o tratamento exclusivamente profissional da questão." Folha
Online,14/04/04
Apreensão
Segundo a Secretaria da Segurança do Rio, com os dois criminosos foram
apreendidos dois fuzis HK, outros dois fuzis de calibres diferentes, duas pistolas calibre 45,
dez carregadores de pistola e munições para fuzil 762 e 556.
Também foram apreendidos quatro toucas ninja, um colete à prova de balas, dois
uniformes de camuflagem do Exército, um livro de magia negra e dois sacos com pó branco,
parecido com cocaína, além de maconha.
Durante a operação, 23 suspeitos foram detidos e levados para a 15ª Delegacia de
Polícia (Gávea) para identificação.
Disputa
Com a morte dos dois traficantes, subiu para 12 o número de vítimas dos confrontos
--sete supostos criminosos, dois policiais e outras três pessoas.
A disputa por pontos-de-venda de drogas começou na última sexta-feira, quando
traficantes do vizinho morro do Vidigal --entre eles Eduíno de Araújo, o Dudu (antigo chefe
do tráfico na Rocinha)-- tentaram invadir a Rocinha.
Cerca de 1.300 policiais ocupam a Rocinha desde o início da semana.
Forças Armadas
O secretário da Segurança Pública do Rio, Anthony Garotinho, se reuniu em Brasília
com o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para discutir o envio de homens das
Forças Armadas ao Estado.
Bastos rejeitou os termos do pedido de Garotinho, que queria 4.000 militares para
apoiar o combate ao crime organizado.
"Não é possível que um governo [estadual] escolha as coisas que ele quer, os
instrumentos do Exército, das Forças Armadas. É uma coisa mais grave, mais normatizada
do que essa. Acredito que esse não é um pedido que possa ser atendido. Isso não quer
dizer que nós tenhamos descartado essa hipótese", disse Bastos.
Segundo o ministro, os termos do pedido da governadora do Rio, Rosinha Matheus
(PMDB), não condizem com os preceitos legais. "A intervenção, a presença do governo
federal, tropas para manter a lei e a ordem em unidades federativas têm requisitos
constitucionais, requisitos de uma lei complementar e de um decreto. Não se trata deste
caso." Folha OnLine 15/04/04
"Remendos"
O governo federal deve liberar R$ 75 milhões em abril e R$ 75 milhões em maio para
todos os Estados da Federação num pacote para a segurança pública. Desse valor, R$ 20
milhões devem ir para o Estado do Rio de Janeiro. Na opinião do coronel Silva Filho, ex-
secretário nacional da Segurança (no final do governo Fernando Henrique Cardoso), essa
verba deveria ser usada de acordo com as prioridades dos Estados.
"O governo federal vai remendar agora para dar aquilo que deveria ter sido dado no
ano passado. Os valores são insuficientes. Na correspondência com a sua população, o RJ
deveria receber aproximadamente R$ 70 milhões, assim como São Paulo precisaria de mais
de R$ 100 milhões anualmente. O que está acontecendo é que o governo liberou menos da
metade do que era previsto para a segurança pública no ano passado, mostrando
claramente que segurança pública não está nas prioridades do governo federal, ela entrou
no contingenciamento das verbas."
"Agora estão pagando o resto e não vão conseguir cumprir o Orçamento deste ano
novamente. Vão dar uma parte querendo mostrar uma generosidade descabida, porque isso
é menos do que o Rio ainda precisa para resolver os seus problemas de segurança."
"Temos quatro áreas muito problemáticas no país que precisam ter tratamento
diferenciado: SP, RJ, ES e PE. Pegar o dinheiro e dar um pouco para cada Estado para
fazer média, não sobra para as partes críticas do país."
Complexo do Alemão
Dudu teria se refugiado no complexo do Alemão após ter escapado do cerco feito
pela polícia à favela da Rocinha.
Ao menos três quilos de cocaína e três fardas do Exército foram apreendidos pelos
policiais que participam da operação no complexo.
Segundo o chefe da Polícia Civil, delegado Álvaro Lins, a operação em busca do
traficante será realizada por tempo indeterminado.
"A prisão dele [Dudu] não é uma questão matemática, que se possa afirmar a hora e
o dia que vamos capturá-lo. Nós vamos capturá-lo onde ele estiver no Rio de Janeiro",
disse. Folha OnLine 18/04/04
Dudu
Dudu é apontado pela polícia como o responsável por tentar invadir a favela da
Rocinha, há uma semana, dando início aos confrontos na região. Ele é rival de Luciano
Barbosa da Silva, o Lulu, que chefiava o tráfico na Rocinha. Lulu foi morto na última quarta-
feira durante incursão da polícia na favela.
Dudu, segundo a polícia, participou do "bonde" (comboio de criminosos armados), no
dia 9 de abril, na avenida Niemeyer, que resultou na morte da mineira Telma Veloso Pinto,
38. Ela ocupava um veículo que tentou escapar do cerco e foi atingida por um tiro de fuzil.
Por causa da morte de Telma, o Ministério Público do Rio denunciou (acusou
formalmente) e pediu a prisão preventiva de Dudu e de outros sete acusados.
Também estava no "bonde" Pedro Arthur de Farias, 44, o Cuca. Ele foi preso dois
dias depois e apontou Dudu como líder da ação.
Dudu teria se refugiado no complexo do Alemão após ter escapado do cerco feito
pela polícia à favela da Rocinha.
Ao menos três quilos de cocaína e três fardas do Exército foram apreendidos pelos
policiais que participam da operação no complexo.
Segundo o chefe da Polícia Civil, delegado Álvaro Lins, a operação em busca do
traficante será realizada por tempo indeterminado.
Favela Bandeira
Por volta das 23h de ontem, traficantes e policiais se enfrentaram com troca de tiros
na favela Bandeira (zona norte do Rio).
Segundo informações da Polícia Militar, um dos bandidos, Alex de Oliveira Neto, 18,
foi baleado e morreu ao chegar ao pronto-socorro. De acordo com a polícia, Neto portava
uma pistola Taurus e munições.
A polícia foi à favela após ser informada sobre venda de drogas no local. De acordo
com policiais, os demais bandidos fugiram levando a droga.
Rocinha
A situação na favela da Rocinha (zona sul do Rio de Janeiro) está tranqüila, segundo
informações da polícia. Policiais militares, porém, continuam na local. Folha OnLine 17/04/2004 -
12h06
Confrontos
Dudu é apontado pela polícia como o responsável por tentar invadir a favela da
Rocinha, iniciando os confrontos na região. Ele é rival de Luciano Barbosa da Silva, o Lulu,
que chefiava o tráfico na Rocinha. Lulu foi morto na última quarta-feira durante incursão da
polícia na favela.
Dudu, segundo a polícia, participou do "bonde" (comboio de criminosos armados), no
último dia 9, na avenida Niemeyer, que resultou na morte da mineira Telma Veloso Pinto,
38. Ela ocupava um veículo que tentou escapar do cerco e foi atingida por um tiro de fuzil.
Proteção
Segundo a polícia, os chefes do CV presos em Bangu ordenaram aos cúmplices
soltos que parem de proteger Dudu. A ordem foi descoberta em interceptações telefônicas.
A cúpula da facção estaria insatisfeita com a presença da polícia no local, o que
prejudicaria a venda de drogas. Folha OnLine 20/04/2004 - 12h21