Você está na página 1de 17

INCIDENTE NA ROCINHA – RIO DE JANEIRO

SOBE PARA DEZ NÚMERO DE MORTOS EM CONFLITO NO RIO


A Secretaria de Segurança do Rio informou no início da tarde desta segunda-feira
que o tiroteio ocorrido pela manhã na favela da Rocinha (zona sul) deixou duas pessoas
mortas. Inicialmente, havia a informação de uma vítima.
A troca de tiros aconteceu entre policiais e traficantes que, segundo a polícia, não
aceitam a ocupação do morro. O comandante-geral da Polícia Militar, Renato Hottz, que
estava no local, foi obrigado a se esconder dos tiros.
Desde a sexta-feira passada, dez pessoas foram mortas por conta do conflito na
região.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Rio, a situação está controlada.
Cerca de 1.200 homens da Polícia Militar estão na localidade. A obtenção de notícias sobre
o conflito, no entanto, é difícil.
Nem a polícia nem a secretaria parecem saber com certeza o que está acontecendo
no morro e há dúvidas inclusive sobre o número de mortos. Informações não confirmadas
pela secretaria dão conta de que haveria tiroteios em outros locais da cidade --Vigário Geral,
morros de São Carlos e da Mineira.

Reforço
As polícias Civil e Militar reforçaram nesta segunda-feira a segurança na Rocinha.
São 900 PMs e 90 policiais civis que vão atuar na região, por tempo indeterminado,
divididos em três turnos. Eles também realizarão operações nos acessos ao morro do
Vidigal.
O efetivo da PM envolve homens do Bope (Batalhão de Operações Policiais
Especiais, GAM (Grupamento Aeromarítimo), Getam (Grupamento Especial Tático-Móvel),
GTM (Grupamento Tático de Motociclistas), Companhia de Cães, Batalhão Florestal, 23º
Batalhão (Leblon), 19º Batalhão (Copacabana), 2º Batalhão (Botafogo) e 31º Batalhão
(Recreio).
Desde a última sexta-feira, quando traficantes do Vidigal tentaram invadir a Rocinha,
nove pessoas morreram por causa de confrontos entre traficantes e policias. 12/04/004
Folha Online.

GUERRA NA ROCINHA: JÁ SÃO SETE OS MORTOS


RIO - O número de mortos na guerra entre traficantes pelo controle da venda de
drogas no Morro da Rocinha, em São Conrado, subiu de cinco para sete. Dois homens não
identificados, acusados de serem traficantes, morreram em novo confronto com policiais,
iniciado na noite de sexta-feira. O tiroteio durou até a madrugada de ontem.
A guerra na Rocinha começou na madrugada de anteontem, quando um grupo de 60
criminosos tentou invadir a favela, para tirar do comando da região o traficante Luciano
Barbosa da Silva, o Lulu. Nesse confronto, cinco pessoas morreram e sete ficaram feridas.
Ontem, 580 policiais civis e militares realizaram buscas na mata da favela para prender Lulu,
seu rival Eduíno Eustáquio de Araújo, o Dudu, apontado como responsável pelo ataque à
Rocinha, e comparsas.
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Renato Hottz, já havia determinado
que 380 PMs ocupassem a Rocinha e o Vidigal, favela próxima e esconderijo de Dudu.
No início da manhã de ontem, outros 200 policiais civis reforçaram a operação de buscas na
mata em volta da Rocinha. As informações no local eram de que o chefe de Polícia Civil,
Álvaro Lins, acompanhou a movimentação dos policiais em um helicóptero da polícia. Dois
helicópteros foram utilizados durante a operação, válida por tempo indeterminado.
O Batalhão de Operações Especiais da PM (Bope) também enviou sua tropa à
Rocinha. Segundo o comandante do Bope, coronel Fernando Príncipe, 150 homens foram
deslocados para auxiliar a operação. Ele informou que todas as folgas do contingente do
Bope foram suspensas por causa do conflito.
"O batalhão inteiro foi convocado para as favelas da Rocinha e do Vidigal.
Queremos atacar igualmente a quadrilha do Dudu e do Lulu, onde eles estiverem",
assegurou Príncipe. Segundo moradores da Rocinha, os dois traficantes estariam
escondidos em lados opostos da mata que cerca a área.
Pelo segundo dia consecutivo, a comunidade da Rocinha passou por momentos de
tensão. Ainda tentando se recuperar do pavor provocado pelos conflitos de sexta-feira, a
empregada doméstica Jandira de Paiva, de 60 anos, contou que vive apreensiva. "Neste
lugar ninguém dorme. Esta madrugada teve tiroteio e faltou luz de novo. A gente quer paz",
disse.
Os traficantes atiraram nos transformadores de luz, o que deixou grande parte da
região às escuras. Mesmo com a favela ocupada por policiais, o motorista Leandro
Francisco da Silva ainda está inseguro. "Nem com a chuva eles pararam o tiroteio. Não saí
de casa."
A Rocinha é considerada pela polícia o maior mercado consumidor e distribuidor de
armas e drogas do Rio. Por isso, tem sido alvo constante do interesse das quadrilhas de
traficantes. O ataque de anteontem começou por volta de 1 hora, na Avenida Niemeyer, que
contorna o Vidigal. Os bandidos fizeram uma falsa blitz e roubaram seis carros para invadir
a Rocinha.
Assustada, a mineira Telma Veloso Pinto, de 38 anos, furou o bloqueio e morreu com
um tiro de fuzil na nuca. Na Rocinha, o bando de Dudu chegou atirando. Matou Fabiana dos
Santos Oliveira, de 24 anos, e Wellington da Silva, de 27. Horas depois, traficantes mataram
dois PMs do Bope. Os conflitos deixaram sete feridos. 11/04/004 O Estado de S. Paulo

NOVOS CONFRONTOS DEIXAM 5 MORTOS E 4 PMS FERIDOS NO RJ


Novos confrontos deixam 5 mortos e 4 PMs feridos no Rio
Confrontos entre policiais militares e supostos traficantes deixaram, desde a noite de
domingo, cinco mortos e quatro feridos em comunidades do Rio afastadas da Rocinha, onde
polícia e traficantes se enfrentam desde sexta-feira.
Em Vigário Geral (zona norte), dois supostos traficantes foram mortos em conflito
com a polícia. Também na zona norte, na favela do Jacarezinho, um PM ficou ferido depois
de tiroteio com criminosos.
No morro da Mineira (Catumbi, região central), três PMs ficaram feridos após tiroteio
com supostos traficantes.
No morro do Quitungo (Penha, zona norte), a PM diz que três traficantes foram
mortos em confronto com policiais.

Conflito
Traficantes de drogas das favelas do Vidigal e da Rocinha estão em conflito desde a
madrugada da última sexta-feira. Desde então, dez pessoas morreram por causa de
confrontos entre traficantes e policiais.
Segundo a polícia, a origem do confronto é a disputa por pontos de venda drogas na
Rocinha entre gangues rivais.
As polícias Civil e Militar reforçaram nesta segunda-feira a segurança na Rocinha.
São 900 PMs e 90 policiais civis que vão atuar na região, por tempo indeterminado,
divididos em três turnos. Eles também realizarão operações nos acessos ao morro do
Vidigal. Segunda, 12 de Abril de 2004 às 16h13
ROTINA ALTERADA PELO MEDO
Assustados com a violência, moradores da Zona Sul e da Barra evitam sair, mudam
itinerários e dormem na casa de parentes
O terror instalado na Rocinha mudou a rotina de milhares de moradores do Rio no
primeiro dia útil após o início da guerra. Sair de casa para ir ao trabalho ou à escola, por
exemplo, virou sinônimo de angústia. Driblar o fogo cruzado não é tarefa fácil,
principalmente quando o inferno mora ao lado. Vizinha da favela há 25 anos, uma dona-de-
casa, que tem medo de se identificar, impôs a si mesma regime de cárcere privado: está
trancada em casa desde sexta-feira. “Não coloco os pés nem na varanda. Estou fazendo as
compras de supermercado por telefone e os pagamentos bancários também”, conta ela, que
teme até acender as luzes da varanda.
“Na hora de dormir, mesmo sem calor, ligo o ar-condicionado para abafar o barulho
dos tiros. Nunca havia pensado em me mudar, mas é algo a ser estudado daqui para a
frente. Pior é que ninguém vai querer comprar um apartamento em São Conrado”, lamenta a
dona-de-casa, que planeja passar uma temporada na casa de parentes no interior de São
Paulo: “Quero fugir dessa guerra horrível. Sexta-feira, minha filha comemora 40 anos. Ou
melhor, comemoraria, porque cancelamos a festa”.
A produtora de shows Marluce Melo dos Santos, que está deixando o Recreio dos
Bandeirantes para morar em Laranjeiras, foi obrigada a adiar a mudança. “Começamos a
transportar parte dos objetos na manhã do feriado e pretendia terminar tudo até a tarde de
sábado. Quando soube da invasão à Rocinha, desisti de continuar. Pensei em retomar a
mudança no domingo, mas não tive coragem”, desabafa Marluce, que está trabalhando de
chinelos e com as únicas peças de roupa que havia deixado na mala do carro. “Não dá para
aceitar essa violência”, reclama a produtora.
Morador de Botafogo, o estudante Igor Nascimento também cancelou sua
programação de fim de semana: “Eu e minha namorada deixamos de ir a uma festa no
Flamengo, sábado. Estávamos na casa dela, na Barra, e preferimos ficar em casa”.
Gerente ficou três horas esperando fim de tiroteio
Gerente de um restaurante no Recreio, Mariana, que mora em Ipanema, só decide o
caminho que percorrerá para chegar ao trabalho depois de ligar para os funcionários que
moram na Rocinha. “Sexta-feira, fiquei três horas esperando o fim do tiroteio antes de voltar
para casa. Cheguei a mudar de trajeto: optei pela Linha Amarela. Mas gastei uma nota preta
com táxi. Não dá para fazer isso sempre.”
Pelo menos 30 funcionários do restaurante, segundo ela, moram na Rocinha. “Todos
estão apavorados. Quem não mora lá ofereceu refúgio para eles até que esse terror acabe.
Mas todos têm família e querem voltar para casa”, conta Mariana, que só tem conseguido
dormir por volta das 3h: “Só vou para a cama depois que todos me ligam para dizer que
estão em casa”. O Dia 13/04/04

MELHORA O CLIMA NA FAVELA DA ROCINHA


A Polícia Militar do Rio informou que o clima na Favela da Rocinha, zona sul, é de
aparente tranqüilidade nesta manhã. Durante a madrugada também não houve confronto
entre PM e traficantes.
Ontem mais duas pessoas morreram, subindo para 10 o número de mortos na guerra
do tráfico de drogas. Um homem ficou ferido.
Segundo a Secretaria de Segurança do estado, a ocupação policial das Favelas da Rocinha
e Vidigal é por tempo indeterminado.
O efetivo da Polícia Militar nos dois morros é de 1 mil 237 policiais. IG Último
Segundo 13/04/04
THOMAZ BASTOS NÃO DESCARTA USO DAS FORÇAS ARMADAS NO RIO
BRASÍLIA - O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse nesta segunda-feira
que o governo federal está acompanhando e dando todo o apoio da Polícia Federal para o
governo do estado do Rio de Janeiro enfrentar o acirramento da guerra contra o tráfico nos
morros da zona sul da cidade. Durante a coletiva de imprensa, Bastos anunciou a liberação
de R$ 9 milhões dos R$ 20 milhões de restos a pagar do ano passado para investimento na
área de segurança no estado.
Antes da entrevista, Thomaz Bastos se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva e conversou duas vezes por telefone com a governadora Rosinha Matheus. O ministro
determinou que o secretário nacional de Segurança Pública, Luiz Fernando Corrêa, fosse
para o Rio acompanhar de perto os problemas de segurança nos morros da cidade e não
descartou o uso das Forças Armadas para combater a criminalidade. O ministro disse que "a
ordem pública não pode ser quebrada" e afirmou que o governo vai "utilizar de todos os
meios possíveis e indispensáveis para manutenção da paz".
Bastos criticou a proposta de construção de um muro na favela da Rocinha,
afirmando que é uma medida ineficaz. O ministro disse ainda que a luta contra o tráfico nos
morros do Rio não é simples porque envolve setores médios do crime organizado e que o
governo do estado está enfrentando criminosos que "vivem nos apartamentos de luxo", e
não apenas nas favelas. Disse ainda que é importante combater a lavagem de dinheiro
porque ela está na raiz do tráfico de drogas.
Á noite, o presidente Lula e os ministros Márcio Thomaz Bastos (Justiça), José Dirceu
(Casa Civil), José Viegas (Defesa) e o general Jorge Félix (Gabinete de Segurança
Institucional) discutiram a participação da Polícia Federal já nesta semana, numa ação
coordenada com a polícia do Rio. A PF já participa do combate ao tráfico de drogas no Rio
fornecendo informações obtidas pelo seu serviço de inteligência para o setor de informações
da polícia fluminense.
A operação conjunta, estudada pelo governo, seria para envolver agentes federais
diretamente no confronto com os traficantes. Por intermédio do ministro da Justiça, que
conversou duas vezes com a governadora Rosinha Matheus, Lula pediu que as
divergências políticas fossem deixadas de lado porque o que está em jogo neste momento
são as vidas das pessoas. 13/04/2004 - 00h18m O GloboGlobo Online

APÓS CONFRONTOS, POLÍCIA PERMANECE NA ROCINHA


Apesar da situação tranqüila na manhã desta terça-feira na favela da Rocinha, zona
sul do Rio, o local continua ocupado por policiais civis e militares.
A ocupação começou nesta segunda e envolveu 1.300 policiais. Apesar da presença
da polícia, a violência esteve presente na região. Os criminosos não ficaram intimidados e
atiraram contra os policiais. O comandante-geral da PM, coronel Renato Hottz, que
participou da operação, teve de se refugiar atrás de uma caçamba de lixo para não ser
atingido.
Conforme a polícia, 25 pessoas foram presas e 28 armas foram apreendidas, entre
elas, fuzis e granadas.
Desde a madrugada de sexta-feira, dez pessoas morreram por causa da guerra entre
traficantes rivais na região. A onda de confrontos começou quando traficantes do vizinho
morro do Vidigal tentaram invadir a Rocinha. Dois moradores morreram.
No mesmo dia, homens realizaram uma falsa blitz na avenida Niemeyer, próxima ao Vidigal,
e mataram uma mulher que não parou seu veículo.

Forças Armadas
O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, admitiu que o governo federal poderá
usar as Forças Armadas para combater a violência e o crime organizado no Rio.
Bastos afirmou que manteve contato por duas vezes nesta segunda-feira com a
governadora Rosinha Matheus (PMDB), e determinou o envio ao Rio do secretário Nacional
de Segurança Pública Luiz Fernando Corrêa, que deverá participar de uma reunião do
Gabinete de Gestão Integrada de Segurança.
"O governo federal tem compromisso sólido e firme com a ordem pública e não abre
mão disso. Tomaremos todas as providências úteis e necessárias para manter a ordem",
disse Bastos. Sobre o uso das Forças Armadas, o ministro disse que "esta posição não está
absolutamente descartada".
Em 2002 e em 2003, o Exército realizou atividades de policiamento no Rio. No
período, uma série de ações criminosas foi registrada. Durante as eleições de 2002, 11 mil
homens do Exército foram às ruas.

Defesa
Quanto à possibilidade de decretação de estado de defesa, cogitada pelo prefeito do
Rio, Cesar Maia (PFL), o ministro disse que se a governadora achar que a medida é
necessária, o governo federal não hesitará em tomá-la.
Bastos revelou que a Polícia Federal detectou, há cerca de 30 dias, a ameaça de
alguma ação do tráfico na Rocinha. "Foi detectado um plano de se fazer o que se tornou
uma guerra de quadrilhas".
O estado de defesa é um mecanismo previsto pela Constituição Federal para
situações de exceção. Pelo artigo 136 da Carta, o Presidente da República pode decretá-lo
para "preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem
pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou
atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza."
A decretação de estado de defesa permite à autoridade restringir os direitos de
reunião, o sigilo de correspondência e o sigilo de comunicação telegráfica e telefônica.
O ministro da Justiça anunciou a liberação de R$ 9 milhões de um pacote de R$ 20 milhões
do Plano Nacional de Segurança Pública, destinado ao combate ao crime organizado no
Rio. Folha OnLine 13/04/04

GAROTINHO PEDE EXÉRCITO NO RIO E NEGA IMPASSE COM O GOVERNO FEDERAL


BRASÍLIA - O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho,
entregou nesta quarta-feira, em Brasília, ao ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos,
documento da governadora, Rosinha Matheus, pedindo o envio das Forças Armadas para
combater o tráfico no Estado.
Garotinho, porém, não deixou claro se é a favor da utilização do exército no caso.
Adotando uma postura dúbia, o secretário disse que, pessoalmente, é contra o uso das
Forças Armadas.
"Eu tenho uma opinião formada. As Forças Armadas têm uma função constitucional e
só devem ser usadas para essa função ou em situações excepcionais", disse. "Aceitamos o
que foi oferecido para que amanhã uma parcela da população não acuse a governadora de
ter recusado reforço para segurança", tentou argumentar.
Garotinho reiterou que não há impasse entre o governo federal e estadual. "O
governo federal agiu com seriedade, oferecendo as tropas, e o do Rio, também, aceitando o
oferecido".
Segundo ele, o ministro da Justiça disse que os serviços de inteligência do governo
federal "chegaram à conclusão de que não há necessidade da presença do exército no Rio
por achar que a situação está totalmente dominada". "Nós também desde o inicio achamos
que a situação não era a que vinha sendo relatada", disse Garotinho.
De acordo com a assessoria do ministério, haverá uma reunião nesta tarde entre o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Bastos e o ministro da Defesa, José Viegas. IG Último
Segundo 14/04/04

GAROTINHO SE REÚNE COM MINISTRO E NEGA IMPASSE COM GOVERNO


O secretário da Segurança do Rio, Anthony Garotinho, afirmou nesta quarta-feira que
não houve nenhum impasse com o governo federal sobre o envio das Forças Armadas para
combater o crime.
Garotinho acusou setores da imprensa de "editorializarem" as declarações, tanto
dele, como do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e criarem um "falso clima de
desarmonia".
"Não houve nenhum impasse porque o governo federal, com seriedade, ofereceu tropas e o
governo do Rio, com seriedade, aceitou o oferecimento. Tudo foi feito em clima de respeito
e entendimento. Não houve, em momento nenhum, nenhum tipo de ironia", disse.
Garotinho que participou em Brasília da reunião do colégio nacional de secretários da
Segurança Pública com Thomaz Bastos, também se reuniu em separado, rapidamente, com
o ministro.

Forças Armadas
Garotinho não soube explicar, nesta quarta-feira, se é favorável ou não ao envio das
Forças Armadas ao Rio. Se por um lado ele entregou ao ministro o documento no qual pede
no mínimo 4.000 homens entre pára-quedistas, forças especiais e fuzileiros navais para
conter a violência, por outro, ele afirma que a situação no município está sob controle. Disse
também que nunca foi favorável à intervenção do governo federal.
"Eu tenho minha opinião formada há muito tempo. As Forças Armadas têm uma
função constitucional e só devem ser usadas nesta função ou em medida
excepcionalíssima", afirmou.
O secretário afirmou que os confrontos ocorridos na região da favela da Rocinha
(zona sul), em disputas pelos pontos-de-venda de drogas, não teriam tanta repercussão se
as mortes tivessem ocorrido em outras áreas do Estado. Desde a última sexta-feira, tiroteios
causaram dez mortes: dois policiais, cinco supostos criminosos e outras três pessoas.
"Se esses três inocentes tivessem sido mortos na Baixada Fluminense não teria
havido nada disso. Mas ocorreu na zona sul do Rio, ou seja, para os ricos há uma posição,
para os pobres há outra."
Garotinho disse que o Rio aceitou a oferta de envio dos militares para que i,a parcela
da população não venha a acusar a governadora Rosinha Matheus (PMDB) de ter recusado
a oferta. Ele diz que a governadora agiu com "inteligência" e "prudência".

Tropas nas ruas


Garotinho disse na terça-feira que, atendendo a uma "oferta" do governo federal, o
Estado vai "aceitar" o envio de 4.000 homens das Forças Armadas para cercar e ocupar as
principais favelas do Rio.
À noite, Bastos rechaçou a idéia e disse que, nos termos pedidos por Garotinho, a
proposta "é manifestamente inatendível" e que as Forças Armadas não são "instrumento
prêt-à-porter" (pronto para usar) que se possa pegar e levar sob a direção de autoridades
estaduais.
Em reunião com o secretário nacional da Segurança, Luiz Fernando Corrêa, também
nesta terça, no Rio, Garotinho leu um documento destinado ao governo federal, em que diz:
"O governo do Estado do Rio de Janeiro decide aceitar a oferta de apoio da União, na
cessão de parcela de suas forças militares, como forma de dividir responsabilidades no
âmbito da segurança pública estadual".
No texto, Garotinho lista oito "áreas de conflito" da cidade nas quais os militares
atuariam: Borel, complexo do Alemão, complexo de São Carlos, Dendê, Jacarezinho,
Mangueira, complexo da Maré e Metral. A favela da Rocinha e o morro do Vidigal ficariam
sob controle das polícias do Rio. Cerca de 1.300 policiais ocupam a Rocinha desde
segunda-feira.

Solidariedade
O colégio nacional de secretários da Segurança Pública entregou nesta quarta-feira
ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, moção de solidariedade ao secretário de
Segurança do Rio.
"O colegiado resolve prestar solidariedade ao secretário de Segurança do Rio
solicitando que o senhor ministro da Justiça preste todo o apoio técnico e operacional
necessário dentro da ordem institucional e democrática para superar as atuais dificuldades,
sendo imprescindível o tratamento exclusivamente profissional da questão." Folha
Online,14/04/04

ROCINHA TEM MAIS UMA MADRUGADA DE TRÉGUA


RIO - A madrugada desta quarta-feira foi a segunda noite de trégua na Rocinha
desde que foi deflagrado o conflito entre traficantes na Sexta-Feira Santa. A favela
permanece ocupada pela polícia por tempo indeterminado. Nas últimas horas não houve
registro de confrontos ou outros problemas causados pela guerra de quadrilhas.
O Disque-Denúncia recebeu, nos últimos cinco dias, 90 ligações sobre o conflito entre
traficantes na Rocinha. O serviço está oferecendo R$ 5 mil por pistas sobre o traficante
Luciano Barbosa, o Lulu, que controla o tráfico na favela, e mais R$ 2 mil sobre Eduíno
Eustáquio de Araújo, o Dudu, que tentou invadir a Rocinha.
Na terça-feira, o comandante do 23º BPM (Leblon), coronel Jorge Braga, disse que os
traficantes invasores, que vieram do Vidigal, já saíram da favela.
Desde o início dos confrontos, na sexta-feira, dez pessoas morreram e pelo menos 17
foram presas, acusadas de envolvimento com o tráfico de drogas. A operação de busca dos
bandidos que continuam escondidos mobiliza 1.237 policiais na comunidade e mais 380
PMs nos acessos ao Morro do Vidigal e ao bairro de São Conrado. A polícia ocupa a casa
que pertencia ao traficante Luciano Barbosa, o Lulu, acusado de comandar o tráfico na
Rocinha. A casa passará a ser a base operacional da PM na favela. 14/04/2004 - 11h07m
Globo Online

ROCINHA: CORPO DE LULU CONTINUA NO IML


RIO - O corpo do chefe do tráfico na Rocinha, Luciano Barbosa da Silva, o Lulu, 28
anos, já foi liberado do Instituto Médico Legal, mas ainda continua no local.
O criminoso foi morto em confronto com policiais do Batalhão de Operações
Especiais (Bope), às 15h50 desta quarta-feira, sexto dia de guerra na favela. O traficante
estava refugiado em uma casa próxima à mata, na localidade conhecida como Hípica.
Acompanhado por Ronaldo Araújo da Silva, o Leleco ou Digão, Lulu reagiu. Após 15
minutos de tiroteio, segundo a PM, os dois foram mortos.
O comércio na Rocinha está fechado na manhã de hoje. IG Último Segundo 15/04/04

CHEFE DO TRÁFICO DE DROGAS NA ROCINHA E COMPARSA SÃO MORTOS EM


CONFRONTO COM POLICIAIS. MORADORES TEMEM NOVA INVASÃO
Chefe do tráfico na Rocinha, Luciano Barbosa da Silva, o Lulu, 28 anos, foi morto em
confronto com policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), às 15h50 de ontem,
sexto dia de guerra na favela. O traficante estava refugiado em uma casa próxima à mata,
na localidade conhecida como Hípica. Acompanhado por Ronaldo Araújo da Silva, o Leleco
ou Digão, Lulu reagiu. Após 15 minutos de tiroteio, segundo a PM, os dois foram mortos.
Na casa – sem o luxo do imóvel de quatro andares com piscina, sauna e suíte
espelhada, onde Lulu vivia no Laboriaux –, os policiais apreenderam dois fuzis G-3
(fabricação alemã), duas pistolas Glock, 10 carregadores, 555 balas de calibres variados,
cocaína, maconha, fardas do Exército, um livro de magia negra e o cão de estimação do
traficante, um pit bull chamado Digimon.
A morte de Lulu aumentou o clima de medo entre os moradores da Rocinha, que
temem uma nova tentativa de invasão do grupo de Eduíno Eustáquio de Araújo Filho, o
Dudu. Ex-líder do tráfico na comunidade, ele estava à frente da frustrada invasão do morro
na madrugada da Sexta-feira Santa. Para conter o possível ataque de rivais, o comandante-
geral da PM, coronel Renato Hottz, afirmou que a ocupação com 1.237 policiais será
mantida.
Principal rival do bando de Lulu, Dudu teria participado de um churrasco, na
madrugada de terça-feira, no alto do Morro do Borel, na Tijuca. A informação – citada em
informes da Subsecretaria de Inteligência (SSI) e da Coordenadoria de Inteligência da
Polícia (Cinpol) – resultou em uma operação realizada na favela, ontem pela manhã, por
180 homens da Polícia Civil.
Pivô da guerra pela disputa do controle da venda de drogas na Rocinha, Dudu foi
atingido de raspão por um tiro no braço direito durante a invasão. O ferimento, no entanto,
não impediu o traficante de voltar a articular novo ataque, que pode acontecer ainda esta
semana. Informes da polícia indicam que Dudu conta com 30 fuzis do tipo Automático Leve
(FAL), que teriam sido desviados de unidades militares.
O traficante também vem recebendo apoio dos principais líderes da facção criminosa
Comando Vermelho (CV). Presos, eles reprovavam Lulu por não repassar parte dos lucros
da venda de drogas para os chefes nos presídios. Lulu era sobrinho de Denir Leandro da
Silva, o Dênis, assassinado em Bangu 1, segundo a polícia, por ordem de Márcio dos
Santos Nepomuceno, o Marcinho VP do Complexo do Alemão, em janeiro de 2001.
Com a morte de Lulu, o Serviço Reservado (P2) da Polícia Militar acredita que o
controle do tráfico na favela fique com Erismar Rodrigues Moreira, o Bem-te-vi, e Adriano da
Costa Brito, o Zarur. Principais aliados de Lulu, os dois traficantes também já integraram o
bando de Dudu. Com isso, a polícia não descarta a possibilidade de os remanescentes da
quadrilha de Luciano fecharem um acordo com Dudu. A volta do bandido é temida por
moradores. Muito violento, ele costumava estuprar moradoras, matar e expulsar famílias
inteiras da comunidade.
Os 80 policiais do Bope que participaram do cerco que resultou nas mortes de Lulu e
Leleco detiveram 23 suspeitos. Dois menores, que eram foragidos, e Edilson Tenório de
Araújo foram mantidos presos. À noite, para evitar protestos, policiais do Batalhão de
Choque foram destacados para garantir a segurança na Auto-estrada Lagoa-Barra. O
comércio da favela fechou. A ordem foi dada por homens em motos. O corpo de Lulu foi
levado para o Instituto Médico-Legal sob escolta. A polícia recebeu denúncias de que
traficantes tentariam resgatar o cadáver.

POLÍCIA FICA EM ALERTA COM MORTE DE CHEFE DO TRÁFICO NA ROCINHA


Policiais militares estão em alerta na favela da Rocinha, zona sul do Rio, por causa
da morte de Luciano Barbosa Silva, o Lulu, chefe do tráfico no local. Existe a possibilidade
de protesto de moradores. Também há o risco de tentativa de nova invasão na Rocinha por
parte de traficantes rivais.
Segundo a PM, a madrugada desta quinta-feira foi tranqüila na favela. Não houve
registro de tumulto.
O traficante e um comparsa, Ronaldo Araújo Silva, 27, o Digão, foram mortos na
tarde desta quarta-feira em uma casa na parte alta da favela durante confronto com policiais
do Bope (Batalhão de Operações Especiais). Os criminosos foram identificados por meio de
exames de digitais realizados por peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli.
Após saberem da morte de Lulu, comerciantes do morro fecharam as portas em sinal
de luto.
Baseados em informações passadas ao Disque-Denúncia, os policiais iniciaram às 6h
a operação, visando a prisão dos traficantes. Somente no final da tarde os policiais
localizaram a casa onde eles estavam. Cercados, Lulu e Digão reagiram, foram baleados e
morreram a caminho do Hospital Miguel Couto.

Apreensão
Segundo a Secretaria da Segurança do Rio, com os dois criminosos foram
apreendidos dois fuzis HK, outros dois fuzis de calibres diferentes, duas pistolas calibre 45,
dez carregadores de pistola e munições para fuzil 762 e 556.
Também foram apreendidos quatro toucas ninja, um colete à prova de balas, dois
uniformes de camuflagem do Exército, um livro de magia negra e dois sacos com pó branco,
parecido com cocaína, além de maconha.
Durante a operação, 23 suspeitos foram detidos e levados para a 15ª Delegacia de
Polícia (Gávea) para identificação.

Disputa
Com a morte dos dois traficantes, subiu para 12 o número de vítimas dos confrontos
--sete supostos criminosos, dois policiais e outras três pessoas.
A disputa por pontos-de-venda de drogas começou na última sexta-feira, quando
traficantes do vizinho morro do Vidigal --entre eles Eduíno de Araújo, o Dudu (antigo chefe
do tráfico na Rocinha)-- tentaram invadir a Rocinha.
Cerca de 1.300 policiais ocupam a Rocinha desde o início da semana.

Forças Armadas
O secretário da Segurança Pública do Rio, Anthony Garotinho, se reuniu em Brasília
com o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para discutir o envio de homens das
Forças Armadas ao Estado.
Bastos rejeitou os termos do pedido de Garotinho, que queria 4.000 militares para
apoiar o combate ao crime organizado.
"Não é possível que um governo [estadual] escolha as coisas que ele quer, os
instrumentos do Exército, das Forças Armadas. É uma coisa mais grave, mais normatizada
do que essa. Acredito que esse não é um pedido que possa ser atendido. Isso não quer
dizer que nós tenhamos descartado essa hipótese", disse Bastos.
Segundo o ministro, os termos do pedido da governadora do Rio, Rosinha Matheus
(PMDB), não condizem com os preceitos legais. "A intervenção, a presença do governo
federal, tropas para manter a lei e a ordem em unidades federativas têm requisitos
constitucionais, requisitos de uma lei complementar e de um decreto. Não se trata deste
caso." Folha OnLine 15/04/04

ROCINHA TEM MADRUGADA TENSA APÓS MORTE DO CHEFE DO TRÁFICO


RIO - A Rocinha teve uma madrugada tensa de quarta para quinta-feira, mas sem
tiroteios, após a morte do traficante Luciano Barbosa da Silva, o Lulu, chefe do tráfico na
favela. Desde o fim da tarde de quarta-feira o comércio está fechado na favela. O
policiamento está reforçado para tentar evitar uma nova invasão da quadrilha de Eduíno
Eustáquio de Araújo, o Dudu.
O traficante Luciano Barbosa da Silva foi morto a tiros na tarde de quarta-feira
durante confronto com agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope). O comandante
do 23º BPM (Leblon), coronel Jorge Braga, pediu o reforço de cem policiais do Batalhão de
Choque para evitar manifestações de moradores simpáticos ao traficante. O comércio
fechou as portas e o clima ficou tenso na favela. Moradores voltaram mais cedo para casa
com medo da guerra entre traficantes.
Segundo o coronel Braga, Lulu e um integrante de sua quadrilha - Ronaldo Araújo da
Silva, o Didão - estavam escondidos na localidade de Laborioux, na parte alta da Rocinha,
perto da mata. Eles foram surpreendidos por oito policiais do Bope - que chegaram ao local,
uma casa de dois andares com terraço, a partir da denúncia de moradores.
Ainda de acordo com o relato do coronel Braga, os dois reagiram à prisão e tentaram
fugir. Baleados, foram socorridos mas morreram a caminho do Hospital Miguel Couto, no
Leblon. O tiroteio durou 15 minutos. Com os traficantes, o Bope apreendeu dois fuzis, duas
pistolas da marca Glok e munição. O policiamento foi reforçado na porta do hospital.
Lulu tinha 27 anos e era irmão caçula do traficante Cassiano Barbosa da Silva, que
morreu em 1987 durante a Operação Mosaico II. Ele assumiu as bocas-de-fumo da Rocinha
em 1995, quando Eduíno Eustáquio de Araújo Filho, o Dudu, então chefe do tráfico na
favela, foi preso. Dudu fugiu da cadeia no começo deste ano e, desde então, tenta retomar o
controle do tráfico. Na madrugada da Sexta-Feira Santa, a guerra entre os dois bandos
explodiu: a quadrilha de Dudu desceu o Morro do Vidigal, roubou carros na Avenida
Niemeyer e invadiu a Rocinha.
Lulu era visto com simpatia por alguns moradores. Ele costumava ajudar, com cestas
básicas, famílias de traficantes de seu bando presos.
Segundo relatório reservado da Coordenadoria de Inteligência Policial (Cinpol), o
tráfico na Rocinha chega a faturar R$ 10 milhões por semana, mas em fevereiro, mês do
carnaval, a venda de drogas rendeu R$ 50 milhões.
Lulu construiu uma mansão com piscina, churrasqueira e pista de dança no morro Ela
foi transformada em base de operações pela Polícia Militar depois da ocupação policial da
favela, na manhã de segunda-feira. A casa, na localidade de Laboriaux, fica num ponto
estratégico: dá acesso à mata, por onde traficantes teriam fugido na sexta-feira. O Globo
15/04/04

TRAFICANTES MORREM NA ROCINHA EM CONFRONTO COM A POLÍCIA


Rio - Dois traficantes morreram hoje na Favela da Rocinha. Com isso, sobe para 12 o
número de mortos desde o início do confronto entre traficantes dos morros do Vidigal e da
Rocinha, na madrugada de sexta-feira, pelo controle de pontos de venda de droga na favela.
Segundo informações da Polícia Militar à Agência Brasil, os dois traficantes entraram em
confronto com agentes do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), que fazia ronda em
um lugar chamado "terreirão". Com eles, foram apreendidas duas pistolas e dois fuzis.
Somente hoje , 19 pessoas foram detidas e três foram identificados como traficantes.
Uma delas estava com roupas camufladas e drogas. O Estado de S. Paulo 15/04/04

TRÁFICO: "RIO NÃO PRECISA DE EXÉRCITO; PRECISA DE INTELIGÊNCIA", DIZ


ESPECIALISTA EM SEGURANÇA PÚBLICA
O Rio de Janeiro não precisa do Exército para combater o tráfico de drogas: precisa
de inteligência da polícia. Quem afirma é o pesquisador José Vicente da Silva Filho,
especialista em segurança pública do Instituto Fernand Braudel e coronel da reserva da PM.
Ele prevê que a tendência é de "tudo continuar como antes" no tráfico do Rio.
Em entrevista a Paulo Henrique Amorim, no UOL News, Silva Filho afirmou que a
verba que o governo federal ofereceu aos Estados "é resto do ano passado" e insuficiente
para resolver os problemas nas áreas mais críticas. Ele disse também que o tráfico nas
favelas do Rio hoje está sob o comando de dezenas e dezenas de grupos. "O comando do
tráfico é descentralizado, autônomo, independente e, pior, hoje está na mão de uma
garotada que está se matando em disputas por pontos de venda."
Para o coronel, os traficantes "ganham pontos" com a desorganização da segurança
pública no Rio. Veja a entrevista completa no vídeo à direita e leia mais sobre a entrevista
abaixo.

"Remendos"
O governo federal deve liberar R$ 75 milhões em abril e R$ 75 milhões em maio para
todos os Estados da Federação num pacote para a segurança pública. Desse valor, R$ 20
milhões devem ir para o Estado do Rio de Janeiro. Na opinião do coronel Silva Filho, ex-
secretário nacional da Segurança (no final do governo Fernando Henrique Cardoso), essa
verba deveria ser usada de acordo com as prioridades dos Estados.
"O governo federal vai remendar agora para dar aquilo que deveria ter sido dado no
ano passado. Os valores são insuficientes. Na correspondência com a sua população, o RJ
deveria receber aproximadamente R$ 70 milhões, assim como São Paulo precisaria de mais
de R$ 100 milhões anualmente. O que está acontecendo é que o governo liberou menos da
metade do que era previsto para a segurança pública no ano passado, mostrando
claramente que segurança pública não está nas prioridades do governo federal, ela entrou
no contingenciamento das verbas."
"Agora estão pagando o resto e não vão conseguir cumprir o Orçamento deste ano
novamente. Vão dar uma parte querendo mostrar uma generosidade descabida, porque isso
é menos do que o Rio ainda precisa para resolver os seus problemas de segurança."
"Temos quatro áreas muito problemáticas no país que precisam ter tratamento
diferenciado: SP, RJ, ES e PE. Pegar o dinheiro e dar um pouco para cada Estado para
fazer média, não sobra para as partes críticas do país."

"Rio não precisa de Exército nem de muro cercando favelas. Precisa de


inteligência
O coronel vê a favela da Rocinha, que nesta semana foi ocupada por 1.300 policiais,
como um problema tipicamente carioca. "É o maior entreposto de cocaína do país, junto
com o Morro da Mangueira. Esses são os dois grandes supermercados de cocaína. As
autoridades do Rio acusam o governo federal de não cuidar das fronteiras por onde passam
drogas e armamentos à vontade, mas não cuidam da 'fronteira' da Rocinha."
"O 'disque-cocaína' funciona a todo vapor através de motoqueiros. Isso todo mundo
sabe no Rio de Janeiro. Se cercar as entradas da Rocinha, como de outras favelas
importantes, o problema acaba. Como vai entrar armas, drogas e munição? Não precisa de
muro. O precisa é de inteligência, Saber quem está fazendo o quê."
"Temos 2.000 traficantes médios e pequenos rodando pelas favelas do Rio de
Janeiro, segundo estimativa do serviço de inteligência do RJ. Precisa saber acompanhar os
principais deles, e isso se faz com inteligência.
O que faz a inteligência? Alguém tem de buscar a informação, onde vão agir, onde
estão estocando armas, por onde entram as drogas, como é a distribuição A polícia não
bate nas bocas de fumo porque sempre tem gente importante. Dou um endereço: a esquina
da rua Farme de Amoedo e Barão da Torre, em Ipanema. Todo dia tem carro vendendo
cocaína lá e isso se tolera. Tolerância por tolerância, de repente estouram esses conflitos.
No ano passado, o Exército foi para o Rio de Janeiro no Carnaval. A febre amainou, mas a
doença continuou, e vai continuar porque não se vê medidas para resolver o problema. O
Exército é apenas remédio sintomático para baixar a febre."

"Não existe inteligência nesse país"


"A Polícia do Rio de Janeiro não está preparada. Não existe inteligência nesse país.
Temos uma Agência Brasileira de Inteligência que tem uma enorme chácara lá em Brasília.
Fui até conselheiro do sistema de inteligência quando estive em Brasília. Mas eles não
conseguem produzir essa inteligência operacional. Eles, quando muito, estão
acompanhando o MST, informando a Presidência e tudo mais. Mas essa micro-inteligência é
uma questão local."
"Para se ter uma idéia do problema da crise, visitei o Rio no começo desse ano e
constatei que a Diretoria de Inteligência da Polícia do RJ não faz a menor idéia do que
existe nos arquivos na Delegacia de Repressão a Entorpecentes e nem faz idéia do que tem
na Delegacia de Roubos a Veículos. Não conhece e não tem acesso. Você tem um conjunto
de informações que é de cada delegacia e tem que negociar muito para tirar alguma coisa
dali. As polícias são até rivais. Você tem duas forças brigando, o Batalhão de Operações
Especiais da PM e o Batalhão de Choque da Polícia Civil. Com esse tipo de
desorganização, ponto para os bandidos."

"Comando do tráfico está descentralizado"


Para Silva Filho, a Secretaria da Segurança Pública do RJ "tem se esforçado". Mas a
gente percebe, depois de uma certa experiência, que quando se emprega muita tática, muita
soluçãozinha, é porque não existe estratégia. Foi criado um batalhão especializado em vias
expressas, para os problemas que aconteciam nas linhas Vermelha e Amarela. Deu outro
problema, criaram um grupamento tático motorizado. Foi criado depois o batalhão de
operações especiais. É um monte de falsas soluções para problemas imediatos."
"No final do governo FHC, estive lá no Rio, num período em que estávamos cuidando
de equipar as polícias. Não havia tempo para mais nada. Isso é um problema de estratégia
de médio e longo prazo."
"A questão é também de responsabilidade da Polícia Federal, que, no momento, é a
grande crise do governo federal. Ela está paralisada, e tem pouco mais de 500 homens no
Rio de Janeiro. A PF tem 1.500 homens fora dos quadros, à disposição de autoridades, fora
de serviço. Não produziu ações de inteligência ou uma repressão coordenada para ajudar
nesse processo de combate ao tráfico no Rio de Janeiro."
"As pessoas imaginam em geral que quem comanda todo o tráfico no Rio de Janeiro
é o 'barão' que fica no apartamento lá no Leblon, e tem gente q acha que tem algum
milionário disfarçado de dono de empresa de ônibus que também participa. Isso é verdade,
mas o tráfico tem um aspecto singular no Rio de Janeiro."
"Existe uma microorganização. Há dezenas de grupos atuando no tráfico do Rio. Há o
chefe de morro, que é aquele cara de calção e chinelo. De vez em quando, ele faz aquela
mansãozinha na favela. Você imagina que organizações criminosas como o Comando
Vermelho comandam todo o tráfico, mas não é verdade. O tráfico está descentralizado,
autônomo, independente, e pior, hoje está na mão de uma garotada que não sabe as
artimanhas das alianças estratégicas. Ficam se matando uns aos outros por disputa de
pontos de drogas."
"Depois de certo estágio, é muito difícil de acompanhar isso. É como a parede de
uma represa: você não consegue tapar oito buracos ao mesmo tempo. Deixou acontecer e
agora é difícil de segurar. Mas é certo que vai passar e vai voltar, vai continuar 'tudo como
dantes no quartel de Abrantes'. O pior de tudo, nesse tiroteio, é que enquanto está todo
mundo pensando nas próximas duas eleições o povo é que está sofrendo." 14/04/2004 - 19h53
Da Redação

POLÍCIA PRENDE MAIS TRÊS SUSPEITOS DE SEREM COMPARSAS DE DUDU


RIO - A polícia prendeu na manhã desta segunda-feira três suspeitos de serem
comparsas do traficante Eduíno Eustáquio de Araújo Filho, o Dudu, no Complexo do
Alemão. Junto com eles, foi encontrada uma granada e pequena quantidade de drogas. Os
bandidos estavam escondidos num antigo depósito da cervejaria Skol.
A Polícia Civil retomou nesta segunda-feira as incursões no Complexo do Alemão.
Desde sexta-feira 350 policiais ocupam o Complexo e vigiam o acesso às favelas. No
domingo a polícia manteve o cerco, mas não fez incursões, porque havia muitos moradores
em casa.
Uma equipe chefiada pelo delegado Alan Turnowski, coordenador das Delegacias
Especilizadas, composta por cem homens, está encarregada de checar as informações que
chegam através do Disque-Denúncia.
No domingo, foram presos mais dez homens que teriam participado da invasão da
Rocinha, elevando para 22 o número total de presos. Entre eles, estão Adilson Camargo,
gerente do tráfico no Complexo do Alemão, encontrado com outros seis suspeitos em Rio
das Ostras - e Neversino de Jesus Garcia, gerente da Favela do Vidigal - encontrado com
outros dois homens em Jacarepaguá. Eles serão apresentados à imprensa às 15h desta
segunda-feira. Os dois traficantes presos participaram dos conflitos na Rocinha. Adilson
seria um dos bandidos que tentaram tomar o morro pela mata, enquanto Neversino seria
ligado a Patrick de Souza Martins, do Vidigal, e teria dado guarida ao bando de Dudu antes
da invasão. Segundo o chefe de Polícia Civil, Álvaro Lins, Neversino fez parte do grupo que
fechou a Avenida Niemeyer, aterrorizou motoristas e matou a tiros a mineira Telma Veloso.
No apartamento em que Neversino foi encontrado, no Anil, em Jacarepaguá, também foram
presos Márcio da Silva, de 27 anos, e Rodrigo Pereira de Vasconcelos, de 24, que seriam
motoristas da quadrilha de Dudu. No apartamento, agentes do Centro de Inteligência da
Polícia Civil (Cinpol), que faziam plantão nos arredores do apartamento desde a última
sexta-feira, apreenderam uma trouxa de maconha e cinco celulares. Adilson foi encontrado
numa casa alugada em nome do irmão dele, Adriano Camargo, em Serra Mar, localidade de
Rio das Ostras, na Região dos Lagos. Seis homens que estavam com o traficante, todos do
Complexo do Alemão, também foram presos. Três quilos de cocaína, uma pistola e um
revólver calibre 38 foram apreendidos na mesma casa. As prisões foram feitas por policiais
da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e da Delegacia de Repressão a
Entorpecentes (DRE) sem troca de tiros. Os dez presos foram levados para a Polinter.
19/04/2004 Globo Online - 11h35m

POLÍCIA OCUPA COMPLEXO DO ALEMÃO E MANTÉM BUSCAS A DUDU


Cerca de 300 policiais civis mantêm a ocupação no complexo do Alemão, zona norte
do Rio, onde estaria escondido o traficante Eduíno Eustáquio de Araújo, o Dudu. Ele é
acusado de liderar a tentativa de invasão à favela da Rocinha (zona sul) no último dia 9,
dando início a uma guerra entre traficantes.
Neste final de semana, 20 pessoas que supostamente ligadas a Dudu foram presas.
Entre elas está Adílson Camargo, o Soldado, apontado pela polícia como um dos chefes do
tráfico no complexo do Alemão, e Fábio Roberto dos Santos, o Binho, que tinha prisão
decretada por participação na falsa blitz do dia 9, que resultou na morte da mineira Telma
Veloso Pinto. Dudu também teria participado da falsa blitz.
A polícia permanecerá no complexo por tempo indeterminado, afirma o chefe da
Polícia Civil do Rio, Álvaro Lins.
"A prisão dele [Dudu] não é uma questão matemática, que se possa afirmar a hora e
o dia que vamos capturá-lo. Nós vamos capturá-lo onde ele estiver no Rio de Janeiro", disse
Lins.
Dudu é rival de Luciano Barbosa da Silva, o Lulu, que chefiava o tráfico na Rocinha.
Lulu foi morto na última quarta-feira durante incursão da polícia na favela.
Desde a tentativa de invasão à Rocinha, 12 pessoas morreram na região. Folha
OnLine 19/04/04
POLÍCIA PRENDE 20 NO FIM DE SEMANA MAS DUDU CONTINUA FORAGIDO
As buscas que a polícia do Rio realiza para tentar prender o traficante Eduíno
Eustáquio de Araújo, o Dudu, acusado de liderar o ataque à Rocinha (zona sul do Rio) do
último dia 9, resultaram, neste fim de semana, em 20 prisões. Dudu, no entanto, continua
foragido.
Neste sábado, em duas operações, a polícia prendeu nove homens. Um deles, Fábio
Roberto dos Santos, o Binho, teria participado da falsa blitz que precedeu a tentativa de
invasão da Rocinha, na qual morreu a mineira Telma Veloso Pinto.
No domingo, onze homens foram presos. Em Jacarepaguá (zona oeste), foram três
presos, entre eles o traficante conhecido como Garcia, suposto chefe do tráfico no morro do
Vidigal (zona sul).
Em Rio das Ostras, na região dos Lagos, mais oito homens foram presos. Eles
também seriam ligados a Dudu. O número de presos, no entanto, não é confiável, já que a
secretaria tem divulgado números conflitantes.
Dudu é apontado pela polícia como o responsável por tentar invadir a favela da
Rocinha, há uma semana, iniciando os confrontos na região. Ele é rival de Luciano Barbosa
da Silva, o Lulu, que chefiava o tráfico na Rocinha. Lulu foi morto na última quarta-feira
durante incursão da polícia na favela.
Dudu, segundo a polícia, participou do "bonde" (comboio de criminosos armados), na
última sexta-feira, na avenida Niemeyer, que resultou na morte da mineira Telma Veloso
Pinto, 38. Ela ocupava um veículo que tentou escapar do cerco e foi atingida por um tiro de
fuzil.
Por causa da morte de Telma, o Ministério Público do Rio denunciou (acusou
formalmente) e pediu a prisão preventiva de Dudu e de outros sete acusados.
Também estava no "bonde" Pedro Arthur de Farias, 44, o Cuca. Ele foi preso dois
dias depois e apontou Dudu como líder da ação.

Complexo do Alemão
Dudu teria se refugiado no complexo do Alemão após ter escapado do cerco feito
pela polícia à favela da Rocinha.
Ao menos três quilos de cocaína e três fardas do Exército foram apreendidos pelos
policiais que participam da operação no complexo.
Segundo o chefe da Polícia Civil, delegado Álvaro Lins, a operação em busca do
traficante será realizada por tempo indeterminado.
"A prisão dele [Dudu] não é uma questão matemática, que se possa afirmar a hora e
o dia que vamos capturá-lo. Nós vamos capturá-lo onde ele estiver no Rio de Janeiro",
disse. Folha OnLine 18/04/04

POLÍCIA PRENDE CÚMPLICE DO TRAFICANTE DUDU


A Polícia Civil do Rio prendeu na madrugada deste sábado cinco supostos
traficantes, entre eles Fábio Roberto dos Santos, o Binho.
Ele seria integrante da quadrilha de Eduíno Eustáquio de Araújo, o Dudu, e é
acusado de ter participado da ação na qual a mineira Telma Veloso Pinto, 38, foi morta na
avenida Niemeyer, no Vidigal (zona sul), no dia 9.
Na ocasião, o grupo de Dudu se preparava para tentar invadir a favela da Rocinha.
Cerca de 400 policiais civis continuam mobilizados no complexo de favelas do Alemão, na
zona norte, para prender Dudu.
O grupo, composto por quatro homens e uma mulher, foi preso pela polícia em um
apartamento em Botafogo (zona sul do Rio). Eles levavam, segundo a polícia, uma pistola e
munição para fuzil. Folha OnLine 17/04/2004 - 13h59
POLÍCIA PRENDE CINCO EM FAVELA NO COMPLEXO DO ALEMÃO
A polícia prendeu cinco pessoas nesta madrugada na favela Nova Brasília, no
complexo do Alemão. A informação é da Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro.
Segundo a polícia, o grupo estava em um carro roubado, portava armas e munição.
De acordo com dados da secretaria, mais de 350 policiais continuam no complexo do
Alemão, à procura do traficante Eduíno Eustáquio de Araújo, o Dudu.

Dudu
Dudu é apontado pela polícia como o responsável por tentar invadir a favela da
Rocinha, há uma semana, dando início aos confrontos na região. Ele é rival de Luciano
Barbosa da Silva, o Lulu, que chefiava o tráfico na Rocinha. Lulu foi morto na última quarta-
feira durante incursão da polícia na favela.
Dudu, segundo a polícia, participou do "bonde" (comboio de criminosos armados), no
dia 9 de abril, na avenida Niemeyer, que resultou na morte da mineira Telma Veloso Pinto,
38. Ela ocupava um veículo que tentou escapar do cerco e foi atingida por um tiro de fuzil.
Por causa da morte de Telma, o Ministério Público do Rio denunciou (acusou
formalmente) e pediu a prisão preventiva de Dudu e de outros sete acusados.
Também estava no "bonde" Pedro Arthur de Farias, 44, o Cuca. Ele foi preso dois
dias depois e apontou Dudu como líder da ação.
Dudu teria se refugiado no complexo do Alemão após ter escapado do cerco feito
pela polícia à favela da Rocinha.
Ao menos três quilos de cocaína e três fardas do Exército foram apreendidos pelos
policiais que participam da operação no complexo.
Segundo o chefe da Polícia Civil, delegado Álvaro Lins, a operação em busca do
traficante será realizada por tempo indeterminado.

Favela Bandeira
Por volta das 23h de ontem, traficantes e policiais se enfrentaram com troca de tiros
na favela Bandeira (zona norte do Rio).
Segundo informações da Polícia Militar, um dos bandidos, Alex de Oliveira Neto, 18,
foi baleado e morreu ao chegar ao pronto-socorro. De acordo com a polícia, Neto portava
uma pistola Taurus e munições.
A polícia foi à favela após ser informada sobre venda de drogas no local. De acordo
com policiais, os demais bandidos fugiram levando a droga.
Rocinha
A situação na favela da Rocinha (zona sul do Rio de Janeiro) está tranqüila, segundo
informações da polícia. Policiais militares, porém, continuam na local. Folha OnLine 17/04/2004 -
12h06

POLÍCIA SUSPENDE INCURSÕES NO COMPLEXO DO ALEMÃO


A polícia continua ocupando o Complexo do Alemão, mas as incursões nas ruas e
vielas das favelas foram suspensas hoje à tarde pelo chefe da Polícia Civil, Álvaro Lins.
Ele afirmou que tomou a medida para não colocar em risco a vida de inocentes. Ao
chegar ao local, ele declarou que "por ser domingo há mais moradores circulando pela
favela".
Pela manhã, os policiais apreenderam um quilo de maconha e uma balança de
precisão numa casa abandonada em um local do complexo conhecido como "Central".
Na favela Nova Brasília, 30 homens fizeram uma incursão nas vielas, após
receberem denúncia anônima sobre o possível paradeiro do traficante Eduíno Eustáquio de
Araújo , o Dudu. O traficante vem sendo procurado desde sexta-feira numa operação que
reúne 350 homens de várias delegacias. No local , eles encontraram um Pálio roubado, com
placa de Belo Horizonte. Folha OnLine 18/04/2004 - 19h13

THOMAZ BASTOS DESCARTA INTERVENÇÃO FEDERAL NO RIO


BRASÍLIA. O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, descartou na noite desta
segunda-feira a atuação das Forças Armadas no Rio de Janeiro. Depois de uma audiência
no Senado para debater a Segurança Púbica no país, o ministro disse que o governo não
trabalha com a possibilidade de ter as Forças Armadas atuando como polícia nas ruas.
- Não temos essa perspectiva presente - disse.
Segundo o ministro, as Forças Armadas estão trabalhando fortemente com o serviço
de inteligência no acompanhamento da Polícia Federal, no âmbito da Operação Suporte.
- Vamos continuar trabalhando assim, atentos a qualquer mudança.
O ministro comentou ainda sugestão do prefeito do Rio, Cesar Maia, de usar as
Forças Armadas no patrulhamento das linhas Amarela e Vermelha:
- Essas sugestões devem ser trabalhadas dentro do gabinete de gestão integrada da
segurança pública do Rio (GGI), que é um organismo permanente e que visa instalar
mecanismos contínuos na luta pela segurança pública. Mas não está no horizonte essa
perspectiva - disse. O Globo 20/04/2004 - 00h00m

POLÍCIA PRENDE ACUSADO DE PERTENCER AO GRUPO DO TRAFICANTE DUDU


A polícia prendeu nesta terça-feira mais um integrante do grupo do traficante Eduíno
Eustáquio de Araújo Filho, o Dudu, acusado de liderar a tentativa de invasão à favela da
Rocinha (zona sul do Rio) no último dia 9, dando início a uma guerra entre traficantes.
Marlúcio Alexandre Gomes, 32, foi preso na favela da Grota, no complexo do Alemão
(zona norte). Segundo o delegado Alan Turnowski, coordenador das ações policiais no
complexo do Alemão, Gomes era o responsável pelo transporte de Dudu pelo interior da
comunidade.
Na segunda-feira, seis supostos traficantes ligados ao CV (Comando Vermelho)
foram presos. Entres eles está Marcelo da Paixão Nepomuceno, 30, irmão de Márcio dos
Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, preso em Bangu 1 e um dos chefes do tráfico no
Alemão. Também foi preso Fábio Freitas de Aguiar, 24, que trabalhava com o traficante
Marco Antônio Firmino da Silva, o My Thor, também preso em Bangu.
A prisão do irmão de Marcinho VP, segundo os policiais, tornou mais difícil a situação
de Dudu.
Cerca de 300 policiais civis permanecem no Alemão em busca de Dudu. Apesar da
operação, a polícia admite que o traficante pode já não estar mais na região. Por isso,
outros policiais deverão ser destacados para procurar por Dudu em outras localidades.

Confrontos
Dudu é apontado pela polícia como o responsável por tentar invadir a favela da
Rocinha, iniciando os confrontos na região. Ele é rival de Luciano Barbosa da Silva, o Lulu,
que chefiava o tráfico na Rocinha. Lulu foi morto na última quarta-feira durante incursão da
polícia na favela.
Dudu, segundo a polícia, participou do "bonde" (comboio de criminosos armados), no
último dia 9, na avenida Niemeyer, que resultou na morte da mineira Telma Veloso Pinto,
38. Ela ocupava um veículo que tentou escapar do cerco e foi atingida por um tiro de fuzil.

Proteção
Segundo a polícia, os chefes do CV presos em Bangu ordenaram aos cúmplices
soltos que parem de proteger Dudu. A ordem foi descoberta em interceptações telefônicas.
A cúpula da facção estaria insatisfeita com a presença da polícia no local, o que
prejudicaria a venda de drogas. Folha OnLine 20/04/2004 - 12h21

Você também pode gostar