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ISNAEL SOUZA COSTA


isnael.costa@gmail.com

APLICAÇÃO DOS ESTUDOS DE AMOSTRAGEM DO


TRABALHO E ANÁLISE DE VALOR EM UMA EQUIPE DE
MANUTENÇÃO PREDITIVA COM FOCO NO AUMENTO DA
PRODUTIVIDADE

Governador Valadares
Fevereiro 2016
ISNAEL SOUZA COSTA
isnael.costa@gmail.com

APLICAÇÃO DOS ESTUDOS DE AMOSTRAGEM DO


TRABALHO E ANÁLISE DE VALOR EM UMA EQUIPE DE
MANUTENÇÃO PREDITIVA COM FOCO NO AUMENTO DA
PRODUTIVIDADE

Monografia apresentada ao Curso de


Engenharia de Produção do Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas
Gerais como parte dos requisitos para
obtenção do Grau de Engenheiro de Produção.

Orientador: Prof. Heitor Cardoso de


Brito

Governador Valadares
Fevereiro 2016
Dedico esta conquista à minha mãe
Marice, aos meus irmãos Daniel e
Kassandra e à minha esposa Sílvia, que
sempre me deram o apoio necessário.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Jeová Deus por me ajudar a manter os sentidos não me esquecendo do


mais importante que é adorá-lo e cuidar de minha família. À minha mãe Marice, à minha irmã
Kassandra e ao meu irmão Daniel por sempre me apoiarem e se alegrarem comigo em minhas
conquistas. À minha querida esposa Sílvia pela compressão e cumplicidade que sempre
demonstrou.
Agradeço também meus colegas de curso que sempre me ajudaram em todos os
aspectos e são excelentes companheiros. Ao meu orientador, Heitor Cardoso de Brito pelo
apoio e por fornecer o subsídio necessário para que esse trabalho fosse realizado e a todos os
professores e mestres que passaram na minha vida.
Agradeço a todos aqueles que contribuíram direta e indiretamente para a conclusão
deste trabalho, a todos, o meu muito obrigado!
“Pois, se alguém acha que é alguma
coisa, quando não é nada, está
enganando a si mesmo”.

Gálatas 6:3 – Tradução do Novo


mundo da Bíblia Sagrada (Revisão
2015)
RESUMO

COSTA, Isnael Souza. Aplicação dos Estudos de Amostragem do Trabalho e Análise de


Valor em uma Equipe de Manutenção Preditiva com Foco no Aumento da
Produtividade, 2016. (Graduação em Engenharia de Produção). Instituto Federal de Minas
Gerais – Compus Governador Valadares.

O estudo de tempos pelo método de Amostragem do Trabalho trata-se de uma técnica de


análise das parcelas de tempo dedicadas a cada atividade por um determinado grupo de
empregados ou por apenas um empregado e ao ser aplicado a uma organização, torna possível
identificar a distribuição do tempo dedicado a cada atividade. Com base nessas informações é
possível segregar as atividades não produtivas fornecendo subsídio para uma tomada de
decisão acertada no que se refere à redistribuição das tarefas e eliminação ou redução da taxa
de atividades improdutivas. O presente trabalho teve como objetivo estudar o desempenho da
função de inspetor mecânico em uma unidade industrial de uma empresa localizada em Minas
Gerais. Com base nesta realidade, realizou-se uma revisão bibliográfica sobre assuntos como
Estudos de Tempos e Movimentos, Amostragem do Trabalho, Manutenção Preditiva e
Análise de Valor. Nesse contexto foi realizado um levantamento cabal de todas as atividades
desenvolvidas pela equipe de manutenção preditiva composta por oito inspetores mecânicos e
foi aplicado um estudo de Amostragem do Trabalho e Análise de Valor a um dos inspetores
com dificuldades para alcançar a meta de inspeções semanais e que reclamava de uma rotina
apertada com um número de atividades acima de sua capacidade de execução. Para o estudo,
as atividades foram divididas em grupos e classificadas como atividades produtivas primárias,
atividades produtivas secundárias e atividades improdutivas. Com base na análise dos dados
obtidos, foram sugeridas melhorias que, se aplicadas, contribuirão para o aumento da
produtividade da equipe de inspeção mecânica.

Palavras-Chave: Estudo de Tempos e Movimentos, Amostragem do Trabalho; Manutenção


Preditiva; Análise de Valor
ABSTRACT

The study times at Work Sampling method it is a technical analysis of the time-plots
dedicated to each activity for a certain group of employees or only one employee and be
applied to an organization, makes it possible to identify the distribution the time devoted to
each activity. Based on this information it is possible to segregate the non-productive
activities providing subsidy for taking a decision right regarding the redistribution of tasks
and eliminating or reducing the rate of unproductive activities. This study aimed to study the
performance of mechanical inspector function in a plant of a company located in Minas
Gerais. Based on this reality, we carried out a literature review on issues such as Time and
Motion Study, Work Sampling, Predictive Maintenance and Value Analysis. In this context it
conducted a thorough survey of all the activities of the predictive maintenance team
composed of eight mechanical inspectors and applied a survey sampling of Labor and Value
Analysis to one of the inspectors struggling to achieve the goal of weekly inspections and he
complained of a tight routine with a number above its ability to execute activities. For the
study, the activities were divided into groups and classified as primary production activities,
secondary productive activities and unproductive activities. Based on data analysis,
improvements were suggested which, if implemented, will contribute to increasing the
mechanical inspection team productivity.

Keywords: Time and Motion Study; Work Sampling; Predictive maintenance; Value
Analysis
LISTA DE FÓRMULAS E EQUAÇÕES

EQUAÇÃO 1 – Tamanho da Amostra em Função de S e p (BARNES; 1977, p. 419) ........... 27

EQUAÇÃO 2 – Tamanho da Amostra em Função de N .......................................................... 28

EQUAÇÃO 3 – Tamanho da Amostra Distribuição Binomial (BARNES; 1977, p. 421) ...... 28

EQUAÇÃO 4 – Tamanho da Amostra Distribuição Binomial em Função de N ..................... 28

EQUAÇÃO 5 – Tamanho da Amostra (PEINADO e GRAEML; 2007, p. 117)....................... 29

EQUAÇÃO 6 – Tamanho da Amostra (MARTINS e LAUGENI; 2005, p. 94) ....................... 29

EQUAÇÃO 7 – Tamanho da Amostra (CORRÊA e CORRÊA; 2012, p. 358) ....................... 29

EQUAÇÃO 8 – Cálculo do Erro Relativo ............................................................................... 33

EQUAÇÃO 9 – Cálculo do Intervalo de Confiança................................................................. 33


LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: Célula Contendo o Número Aleatório Gerado ..................................................... 31

FIGURA 2: Célula Contendo o Número Aleatório Gerado e a sua Conversão para Minutos . 31

FIGURA 3: Exibição das Fórmulas e dos Tempos para as Observações Aleatórias ............... 32

FIGURA 4: Hierarquia das Políticas de Manutenção .............................................................. 35

FIGURA 5: Coleta de Vibração com Coletor Microlog CMXA-75 ........................................ 37

FIGURA 6: Coletor de Vibração Microlog CMXA-80 ........................................................... 37

FIGURA 7: Espectro de Vibração ............................................................................................ 37

FIGURA 8: Fluxograma de Inspeções ..................................................................................... 44

FIGURA 9: Curva da Distribuição Normal .............................................................................. 48


LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1: Percentual Preliminar Atribuído a cada Grupo de Atividades ........................... 49

GRÁFICO 2: Percentual Total Atribuído a cada Grupo de Atividades ................................... 53

GRÁFICO 3: “Atividades Produtivas” versus “Atividades Improdutivas” - 1 ........................ 56

GRÁFICO 4: Estratificação de Todas as Atividades ............................................................... 57

GRÁFICO 5: Estratificação das “Atividades Produtivas Primárias” - 1.................................. 58

GRÁFICO 6: Estratificação das “Atividades Produtivas Secundárias” - 1.............................. 59

GRÁFICO 7: Estratificação das “Atividades Improdutivas” .................................................. 60

GRÁFICO 8: Percentual Atribuído a cada Grupo de Atividades ............................................. 63

GRÁFICO 9: Estratificação das “Atividades Produtivas Primárias” - 2.................................. 64

GRÁFICO 10: Estratificação das “Atividades Produtivas Secundárias”- 2............................. 65

GRÁFICO 11: “Atividades Produtivas” versus “Atividades Improdutivas” - 2 ...................... 66

GRÁFICO 12: Detalhamento do Percentual de Todas as Atividades Separadas por Grupo ... 67

GRÁFICO 13: Variação do Número de Ordens Emitidas ao Longo das Semanas .................. 70
LISTA DE QUADROS E TABELAS

QUADRO 1: Quadro de Estimação da Confiança ................................................................... 30

QUADRO 2: Percentual Preliminar Atribuído a cada Grupo de Atividades ........................... 49

QUADRO 3: Percentual Total Atribuído a cada Grupo de Atividades .................................... 52

QUADRO 4: Tempo dedicado a cada Natureza de Atividade ................................................. 62

QUADRO 5: Lista de Instrumentos x Capacitação de Operação ............................................. 68

QUADRO 6: Lista de Gaps de Treinamento Para a Função de Inspetor Mecânico ................ 68

QUADRO 7: Detalhamento dos Dias Úteis de 2015 ............................................................... 69

QUADRO 8: Problema, Causa Raiz e Solução I ..................................................................... 72

QUADRO 9: Problema, Causa Raiz e Solução II .................................................................... 73

QUADRO 10: Problema, Causa Raiz e Solução III ................................................................. 74

TABELA 1 – Comparativo de Cálculos Entre o Número de Observações Calculado


Empiricamente e Observado na Prática .................................................................................... 53

TABELA 2 – Comparação entre os métodos de Amostragem do Trabalho e Análise de Valor


.................................................................................................................................................. 63
ABREVIATURAS, SIGLAS E CONVENÇÕES

SIG – Sistema Integrado de Gestão ERP

END – Ensaios Não-Destrutivos

LP – Líquido Penetrante

US – Ultrassom

MTBF – Mean Time Betewen Failure (Tempo Médio Entre Falhas)

E.U.A – Estados Unidos da América

ERP – Enterprise Resource Planing


LISTA DE SÍMBOLOS

α - Letra grega Alfa;

S - Erro relativo desejado;

p - Porcentagem expressa em forma decimal;

N - Número de observações aleatórias, tamanho da amostra;

Z - Afastamento em relação à média da distribuição (distribuição normal), das proporções,


medido em desvio padrões. Na tabela pode-se observar alguns valores de “Z” em funçãom da
percentagem de confiança desejada; Coeficiente tirado da tabela para distribuições normais;

E - Erro relativo admissível para a verdadeira estimativa;

P - Proporção amostral (obtido com as observações e estimativas preliminares);

Er - Intervalo de variação de Pi (precisão ou erro relativo);

PI - Proporção amostral (obtido com as observações e estimativas preliminares);

n - Número de observações necessária, tamanho necessário para a amostra;

z - Quantidade de desvios-padrão necessários para o nível de confiança desejado;

p - Valor estimado da proporção da amostra (proporção do tempo) em que o trabalhador


objeto da amostragem está em atividade ou fora de atividade;

h - Precisão desejada na amostragem;


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 18
1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ...................................................................................... 18

1.2 JUSTIFICATIVA DO TRABALHO .............................................................................. 20

1.3 OBJETIVOS ..................................................................................................................... 20

1.3.1 Objetivo Geral ............................................................................................................... 20

1.3.2 Objetivos Específicos ..................................................................................................... 20

2. REFERENCIAIS TEÓRICOS ................................................................................ 22


2.1 ESTUDO DE TEMPOS E MOVIMENTOS .................................................................. 22

2.2 AMOSTRAGEM DO TRABALHO ............................................................................... 23

2.3 METODOLOGIA DA AMOSTRAGEM DO TRABALHO ........................................ 25

2.3.1 Definição do Problema a Ser Estudado ....................................................................... 26

2.3.2 Aprovação dos Superiores e Comunicação aos Stakeholders Sobre o Início do


Estudo ...................................................................................................................................... 26

2.3.3 Determinação do Erro Relativo Máximo a Ser Tolerado no Resultado Final e o


Intervalo de Confiança ........................................................................................................... 26

2.3.4 Cálculo do Número de Amostras ................................................................................. 27

2.3.5 Geração de Números Aleatórios ................................................................................... 30

2.3.6 Criação do Formulário Padrão para Coleta de Dados .............................................. 32

2.3.7 Verificação do Erro Relativo e do Intervalo de Confiança........................................ 33

2.4 ANÁLISE DE VALOR .................................................................................................... 34

2.5 MANUTENÇÃO ............................................................................................................... 34

2.5.1 Políticas de Manutenção ............................................................................................... 34

2.5.2 Manutenção Preditiva ................................................................................................... 35

2.5.3 Técnicas de Manutenção Preditiva .............................................................................. 35


2.5.3.1. Análise de Vibração ............................................................................................. 36

2.5.3.2. Inspeção Subjetiva ............................................................................................... 38

2.5.3.3. Balanceamento Dinâmico .................................................................................... 38

2.5.3.4. Elaboração de Relatórios ..................................................................................... 39

3. METODOLOGIA ......................................................................................................... 40
3.1 TIPO DE PESQUISA ....................................................................................................... 40

3.2 UNIVERSO DA AMOSTRA ........................................................................................... 41

3.3 COLETA DE DADOS ...................................................................................................... 41

3.4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS ............................................................. 42

4. ESTUDO DE CASO..................................................................................................... 43
4.1 CONTEXTUALIZAÇÃO do LOCAL DE APLICAÇÃO DO ESTUDO ................... 43

4.2 SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO EMPRESARIAL - ERP .............................. 43

4.2.1 Ordens de Manutenção ................................................................................................. 43

4.2.2 Notas de Inspeção .......................................................................................................... 45

4.3 APLICAÇÃO DO MÉTODO DE AMOSTRAGEM DO TRABALHO ..................... 45

4.3.1 Levantamento da Carga de Trabalho.......................................................................... 45

4.3.2 Elaboração da Lista de Atividades e do Formulário de Coleta de Dados ................ 46

4.3.3 Definição dos Itens a Serem Medidos .......................................................................... 47

4.3.4 Erro Relativo Máximo................................................................................................... 47

4.3.5 Número de Observações – Cálculo preliminar ........................................................... 48

4.3.6 Coleta de Dados in loco ................................................................................................. 51

4.3.7 Verificação, Análise e Interpretação do Erro Amostral ............................................ 54

4.3.8 Análise, Interpretação dos Dados e Sugestões de Melhoria ...................................... 56

4.4 APLICAÇÃO DO MÉTODO ANÁLISE DE VALOR ................................................. 61

4.4.1 Descrição e Análise do Tempo de Serviço Através do Método de Análise de Valor61

4.4.2 Outras Análises do Contexto de Trabalho .................................................................. 67


5. RESULTADOS E ANÁLISE.................................................................................... 71
5.1 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ........................................................................ 74

6. REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 76

ANEXO A ............................................................................................................................. 78

ANEXO B ............................................................................................................................. 82

ANEXO C ............................................................................................................................. 83

ANEXO D ............................................................................................................................. 84
18

1. INTRODUÇÃO

As quebras indesejadas de seus ativos, sempre foram os vilões da indústria. Face a


esta realidade, com a evolução das técnicas de manutenção e o desenvolvimento da técnica de
manutenção preditiva houve um grande avanço no cenário da manutenção de forma que a
disponibilidade dos ativos aumentou significativamente. A habilidade de empregar as mais
diversas técnicas preditivas ao contexto da indústria em caráter individual se tornou um
grande diferencial para manter uma produção estável, contribuindo diretamente para o
cumprimento do prazo de entrega do produto, garantia da qualidade e redução de custos com
manutenção corretiva não planejada. Atualmente, todos estes fatores são indispensáveis para a
vida de uma grande empresa de atuação no ramo industrial (SANTOS, COLOSIMO e
MOTTA, 2007; KARDEC e NASCIF, 2013).

A evolução das técnicas de manutenção preditiva trouxe consigo a demanda de


um alto conhecimento para sua aplicação, bem como a necessidade de uma equipe dinâmica e
multifuncional para consolidação deste tipo de manutenção em cada área específica da planta.

Neste contexto, algo que pode ser um diferencial para o destaque da empresa, é a
forma como as técnicas de manutenção preditiva são empregadas. No entanto, equilibrar um
quadro enxuto, onde se consiga obter o máximo do potencial de cada empregado e ainda
assim aplicar todas as técnicas disponíveis no mercado de modo eficaz é um grande desafio.
Assim, a aplicação dos estudos de tempos pelos métodos de Amostragem do Trabalho e
Análise de Valor podem ser de grandes aliados em segregar as parcelas de tempo gastas em
cada atividade de um empregado ou uma equipe sendo possível assim fazer uma distribuição
do trabalho que permita o maior aproveitamento da mão-de-obra disponível (PEINADO e
GRAEML, 2007).

1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Ocorrências aleatórias como inspeções não planejadas e atribuições extras podem


sobrecarregar uma equipe de manutenção preditiva, ocasionando estafa mental, cansaço
físico, sentimentos de frustação e insatisfação no ambiente de trabalho pelo não cumprimento
19

das metas. Todos estes fatores, aliados à falta de tempo, podem resultar em quebras
indesejadas em razão da não realização das inspeções de forma cabal.

Para que o melhor desempenho de uma função seja alcançado em sua plenitude, é
necessário que a descrição de cargo esteja coerente com as atividades a serem prestadas.
Muitas atribuições, não raro, podem resultar em problemas físicos, mentais e doenças do
trabalho que afetam a produtividade do empregado. As consequências de uma rotina muito
atarefada podem ir desde o esquecimento de ofícios importantes até o afastamento do
trabalhador por problemas de saúde. As empresas não obstante são afetadas diretamente
através dos gastos médicos, reposição de pessoal e não cumprimento de suas metas .

Outro fator relevante está relacionado com a falta de qualificação e experiência


em determinada atividade, o que pode aumentar em muito o seu tempo de execução e até
mesmo riscos de segurança do trabalho durante a execução da atividade. Há casos em que a
falta de treinamento pode até mesmo tornar a execução da atividade ineficaz. Uma análise de
vibração por exemplo, se não realizada, mal executada ou superficial, pode resultar na quebra
de um ativo importante.

Outro fator crucial para realização de inspeções bem feitas é o conhecimento da


concepção do ativo. Isso envolve conhecer o projeto, os elementos de máquinas utilizados em
seu interior, o processo no qual o ativo está inserido e seu completo ciclo de trabalho.

Durante a observação de uma equipe de manutenção preditiva que apresentava


dificuldades para cumprimento e mantimento de sua meta de inspeções semanais e um índice
pequeno e ainda assim relevante, de quebras nos ativos de sua responsabilidade, notou-se a
aplicabilidade do estudo de tempos através dos estudos de Amostragem do Trabalho e Análise
de Valor. Muitas quebras dos ativos de responsabilidade desta equipe, poderiam ser evitadas
se o produto da equipe, isto é, suas inspeções, fossem realizadas no prazo previsto. Todos os
aspectos acima mencionados, aliados à alta carga de reuniões, elevado tempo gasto na
elaboração de relatórios, realização de estudos e configuração do software de análise de
vibração contribuíram para a projeção de um clima de cansaço físico e dificuldades para
realização da meta de inspeções semanais, com a qualidade pretendida.
20

1.2 JUSTIFICATIVA DO TRABALHO

Observou-se, assim, a necessidade de se aplicar o estudo e análise dos tempos e


métodos de trabalho a esta equipe de manutenção preditiva. É intenção deste estudo segregar
as parcelas de tempo dedicadas a cada atividade específica, e identificar se o tempo gasto em
inspeções são coerentes com demanda. Em contrapartida, estimar se o tempo gasto em
atividades necessárias – porém, sem contriuição direta para a execução da meta de inspeções
semanais – tem ceifado as durações de outras atividades de maior importância. Uma
consequência da análise do estudo de caso é a possibilidade de se estudar a carga de trabalho
atribuída à função analisada e apontar se há necessidade de reformular a divisão das tarefas,
otimizar as atividades ou até mesmo reformular o quadro de forma que as necessidades do
cargo sejam plenamente satisfeitas.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Definir a atual carga de trabalho aplicada à função de um operador (Inspetor


Mecânico) com a finalidade de propor soluções estratégicas para a manutenção da
confiabilidade dos ativos sob sua responsabilidade, através da inibição de suas possíveis
falhas que poderão ser detectadas em caráter preditivo por intermédio do dimensionamento
ideal da mão-de-obra.

1.3.2 Objetivos Específicos

• Listar todas as atividades desenvolvidas e as competências atribuídas ao cargo de


Inspetor Mecânico da área estudada;

• Aplicar o estudo de tempos e movimentos através do método de Amostragem do


Trabalho e Análise de Valor para quantificar o tempo gasto em atividades produtivas e
21

atividades improdutivas do “Inspetor Mecânico A” e estabelecer uma relação entre o


tempo estimado e a demanda atual de inspeção;

• Propor medidas para cumprimento da atribuição da função através da revisão dos


atributos, reordenação das tarefas e redimensionamento da mão-de-obra.
22

2. REFERENCIAIS TEÓRICOS

2.1 ESTUDO DE TEMPOS E MOVIMENTOS

A mensuração do trabalho, feita de forma científica, utilizando técnicas


estatísticas, teve seu inicio na primeira metade do século passado, e era aplicada apenas em
organizações do tipo industrial. Seus precursores foram Frederick W. Taylor e o casal Frank e
Lílian Gilbreth. O objetivo da medida dos tempos de trabalho era determinar a melhor e mais
eficiente forma de desenvolver uma tarefa específica. Esta metodologia permaneceu
praticamente inalterada desde aquela época. A cronometragem das tarefas continua a ser
largamente utilizada na maioria das empresas brasileiras, com o objetivo de medir e avaliar o
desempenho do trabalho (PEINADO e GRAEML, 2007).

O estudo dos tempos e movimentos pode ser definico como o estudo sistemático
dos sistemas de trabalho com os seguintes objetivos:

1. Desenvolver o sistema e o método preferido, usualmente aquele de menor custo;


2. Padronizar esse sistema e método; 3. Determinar o tempo gasto por uma pessoa
qualificada e devidamente treinada, trabalhando numritmo normal, para executar
uma tarefa ou operação específica; e 4.Orientar o treinamento do trabalhador no
método preferido (BARNES, 1977, p. 1).

Para Corrêa e Corrêa (2012, p. 355), o estudo dos tempos é um método para
obtenção dos padrões de trabalho através da utilização de cronometragem do trabalho de
indivíduos treinados e em condições normais, podendo ser dividido nas etapas abaixo:

1. Definir a tarefa a ser estudada; 2.Dividir a tarefa em elementos;3. Cronometrar os


elementos; 4. Determinar o tamanho da amostra; 5. Estabelecimento dos padrões.

De forma análoga, Peinado e Graeml (2007), definem o estudo de tempos, como


uma formade mensurar o trabalho por meio de métodos estatísticos, permitindo calcular o
tempo padrão que é utilizado para determinar a capacidade produtiva da empresa, elaborar
23

programas de produção e determinar o valor da mão-de-obradireta no cálculo do custo do


produto vendido, dentre outras aplicações.

2.2 AMOSTRAGEM DO TRABALHO

Para muitos gestores, o estudo dos tempos pode ser encarado como algo moroso,
que demanda muito tempo, recursos e uma infinidade de outras particularidades que nem
sempre são favoráveis ao cenário de produção. Com esse foco, foi desenvolvido a mais de
meio século o conceito de Amostragem do Trabalho, baseado na ideia de que as amostras
podem representar a população com um grau determinado de confiança, desde que sejam
obedecidas certas regras.

A Amostragem do Trabalho foi empregada pela primeira vez por L. H. C. Tippet


naindústria têxtil britânica. Foi também aplicada nos E.U.A., em 1940, com o nome de
"relação de esperas". A Amostragem do Trabalho possibilita a coleta de dados em tempo
menor e a custosmais baixos do que os outros métodos de medida do trabalho (BARNES,
1977).

A metodologia da Amostragem do Trabalho é baseada no princípio de que “não é


preciso comer um bolo todo para saber se ele é bom”, ou seja para determinar o percentuaal
de tempo que determinado empregado, grupo de empregados ou máquina gasta em uma
determinada atividade ou em determinado grupo de atividades, não é necessário a observação
contínua e nem o uso do cronômetro (PEINADO e GRAEML, 2007, p. 115).

Os autores supracitados, definem a Amostragem do Trabalho como uma técnica


que permite estimar a porcentagem de tempo que um trabalhador ou uma máquina utilizam
para realizar cada atividade. É um método bastante utilizado em organizaçõese serviços.

Para Corrêa e Corrêa (2012), a Amostragem do Trabalho, é definida como uma


técnica baseada na observação de partes ou amostras das atividades nos trabalhos. Com base
nas observações dessas amostras, conclusões sobre os padrões de trabalho podem ser tiradas.
A mesma técnica de Amostragem do Trabalho poderá ser aplicada aos elementos de tarefas,
determinando as razões (ou porcentagens) das participações de cada elemento no tempo total
das tarefas. Nesses casos, haverá como no caso do estudo de tempos, a necessidade de um
24

analista experiente pois,da mesma forma, existirá uma avaliação do ritmo. Na Amostragem do
Trabalho. tanto quanto em outras técnicas estatísticas (como nos estudos de tempos), a
determinação do tamanho da amostra dependerá dos níveis desejados de confiança e precisão.

Barnes (1977, p. 416) explicita dos três usos principais do método de Amostragem
do Trabalho:

1. Relação de espera - medir atividades e esperas de homens e máquinas - por


exemplo, determinar a porcentagem de tempo de um dia na qual um homem trabalha
e a porcentagem de tempo na qual ele não trabalha; 2. Amostragem do desempenho
- para medir o tempo de trabalho e o tempo de descanso de uma pessoa que execute
uma tarefa manual e para estabelecer um índice ou nível de desempenho para a
mesma pessoa durante seu tempo de trabalho;3. Medida do trabalho – sob certas
circunstâncias, para medir tarefas manuais, isto é, estabelecer um tempo-padrão para
uma operação.

Peinado e Graeml (2007, p. 115), fazem uma abordagem moderna a respeito da


Amostragem de Trabalho, definindo suas aplicações atuais:

1.Determinação do fator de tolerância referente ao tempo de espera que pode ser


incorporado ao tempo padrão. Neste caso, a simples informação do tempo que um
trabalhador permanece sem produzir, por razões alheias à sua vontade é muito
valiosa. 2. Determinação do grau de utilização das máquinas, aparelhos e
equipamentos de transporte e índices de inatividade de um trabalhador (que indicam
o seu tempo de ociosidade). 3. Determinação de atividade de mão-de-obra indireta
para rateio de custos (inclusive sistema ABC). Por exemplo: Qual a proporção de
tempo gasta pelos almoxarifes para o produto x? E qual a proporção de tempo que o
supervisor de linha dispensa para o produto y? 4. Estimativas de tempo gasto em
várias atividades exercidas por engenheiros, pessoal de manutenção, médicos,
professores, inspetores da qualidade, encarregados, analistas de produção,
secretárias, pessoal administrativo etc. 5. A amostragem do trabalho também se
presta para estimar o tempo padrão de uma operação sob certas circunstâncias.
25

2.3 METODOLOGIA DA AMOSTRAGEM DO TRABALHO

Para Peinado e Graeml (2007), o propósito da amostragem do trabalho é obter,


com um grau de confiabilidade estatisticamente determinado, uma estimativa de duração da
atividade com um erro admissível, estatisticamente comprovado.

Para isto é imprescindível que as seguintes regras sejam observadas:

1. As observações devem ser instantâneas, ou seja, o que importa é a atividade que


foi observada no instante em que o analista “bateu o olho”, independente de sua
duração. 2. As observações devem ser feitas em intervalos de tempos
completamente aleatórios. Nenhum padrão de intervalo deve ser seguido. 3. O
número de observações deve ser suficiente para representar o universo, de acordo
com o grau de confiabilidade e erro demandados pelo estudo.

Barnes (1977, p. 435) afirma que um projeto de medida de trabalho com base no
método de Amostragem do Trabalho, deve obedecer ao procedimento a seguir:

1) Definir o problema. A) Descrever os principais objetivos ou finalidades do


projeto ou problema. B) Descrever em detalhes cada elemento a ser medido. 2)
Obter a aprovação do supervisor do departamento no qual o estudo será realizado.
Certificar se de que os operadores a serem estudados e as demais pessoas do
departamento compreendem a finalidade do estudo – é essencial obter-se sua
cooperação. 3) Determinar o erro relativo máximo a ser tolerado no resultado final.
Isso pode ser expresso como erro máximo relativo ou então como erro absoluto
máximo tolerável. Deve também ser escolhido um nível de confiança. 4) Fazer um
estudo preliminar da porcentagem de ocorrência da atividade ou espera a ser medida.
Isso pode ser baseado em experiência anterior; entretanto é preferível fazer-se um
estudo preliminar com duração de um ou dois dias. 5) Projetar o estudo. A)
Determinar o número de observações a ser feito. B) Determinar o número de
observações necessário. Selecionar e instruir essas pessoas. C) Determinar o número
de dias ou de turnos necessários para o estudo. D) Fazer planos detalhados para a
execução das observações, como, por exemplo, o tempo e o caminho a serem
seguidos pelo observador. E) Projetar um cartão de observações ou cartão IBM. 6)
Executar as observações de acordo com o plano. Analisar e resumir os dados. A)
Fazer as observações e registrar os dados. B) Sumariar os dados ao fim de cada dia.
26

C) Determinar os limites de controle. D) Registrar os dados no gráfico de controle


ao fim de cada dia. 7) Verificar o erro relativo ou absoluto dos dados ao fim do
estudo. 8) Preparar um relatório apresentando conclusões. Fazer as recomendações
se estas forem julgadas necessárias.

2.3.1 Definição do Problema a Ser Estudado

Para início do estudo, é imprescindivel que o problema que deu origem ao estudo
esteja bem definido. Também é importante descrever os objetivos que se desejam alcançar
com a realização do estudo ou delinear a sua finalidade. Com base nas informações acima
citadas é efetuada a definição do que será medido.

2.3.2 Aprovação dos Superiores e Comunicação aos Stakeholders Sobre o Início do


Estudo

Para a realização de um estudo de Amostragem de Trabalho, os superiores


envolvidos devem ser formalmente notificados por meio de uma reunião. Os stakeholders
(supervisores, empregados que serão avaliados e demais funcionários que tenham relação com
o local do estudo) devem ser informados da importância do mesmo e devem compreender o
seu objetivo. Este aviso inicial busca o desejo de que o estudo represente a realidade dos
fatos, e esta realidade está diretamente relacionada com a manutenção da mesma rotina de
trabalho (ou seja, sem máscaras ou alterações),de modo que a rotina do(s) avaliado(s) não seja
alterada, sem provocar sinais tendenciosos perante o aviso de aplicação do estudo de
Amostragem do Trabalho.

2.3.3 Determinação do Erro Relativo Máximo a Ser Tolerado no Resultado Final e o


Intervalo de Confiança

O erro relativo máximo do estudo é determinado de acordo com a precisão


desejada. Com base na estimativa do erro, obtém-se o intervalo de confiança.
27

Uma consideração importante a ser feita pelos responsavéis do estudo, são os


recursos disponíveis para a sua realização – como tempo, disponibilidade de ocorrência dos
eventos e mão-de-obra do analista – pois o número de observações é calculado em função da
precisão do estudo e possui uma relação diretamente proporcional, ou seja, quanto maior a
precisão (menor será o erro relativo), maior deverá ser o número de observações.

2.3.4 Cálculo do Número de Amostras

O número de amostras é calculado em função do grau de confiança – ou


confiabilidade – que se deseja obter, do erro relativo e de uma determinada proporção
amostral.

Para iniciar o cálculo, é necessário que sejam realizadas observações preliminares


da(s) atividade(s) a ser(em) medida(s) com o objetivo de se estimar a proporção amostral p.
Para isso, de posse da lista de atividades da função a ser estudada, observações aleatórias dos
eventos desejados devem ser realizadas. O número de análises a serem feitas não possui uma
quantidade pré-determinada e, assim, a experiência do realizador do estudo conta como sendo
de fundamental importância para a determinação da coerência das proporções relativas das
atividades em estudo.

Numa abordagem inicial, Barnes (1977, p. 419), sugere que o tamanho da amostra
possa ter diferentes cálculos em função do nível de confiança desejado. Para um nível de
confiança de 68%, é apresentada a fórmula abaixo:

. (1 − )
ℎ   ⇒ .  − 

(1)

Onde:

S - Erro relativo desejado

p - Porcentagem expressa em forma decimal

N - Número de observações aleatórias (tamanho da amostra)


28

Para a obtenção do tamanho da amostra em função de S e p, algumas operações


algébricas abaixo se fazem necessário:

. (1 − )
ℎ   ⇒ .  − 
Elevando-se a expressão ao
 quadrado:


. (1 − ) . (1 − ) (1 − )
ℎ    ⇒  .  −   =  
.   −  =−   
  

E, finalmente, a fórmula anterior, proposta por Barnes (1977, p. 419), agora em


função do erro relativo S e da porcentagem p, foi modificada para:

(1 − )
ℎ   ⇒= . 
 (2)

Para uma análise amostral onde o erro seja determinado tendo como base uma
distribuição binomial, Barnes (1977, p. 421) apresenta o cálculo abaixo:

. (1 − )
ℎ    ⇒ .  − 2. 

(3)

Onde:

S - Erro relativo desejado

p - Porcentagem expressa em forma decimal

N - Número de observações aleatórias (tamanho da amostra)

Para a obtenção do tamanho da amostra em função de S e p, seguindo-se as


mesmas operações algébricas supracitadas, a equação proposta por Barnes (1977, p. 421) é
modificada para:

(1 − )
ℎ    ⇒  = 4. . 
 (4)
29

Segundo Peinado e Graeml (2007, p. 117), o cálculo do tamanho da amostra pode


ser realizado por meio de uma estimativa da proporção conforme a expressão abaixo:

 
1−
= ×
 
(5)

Onde:

N - Tamanho da amostra

Z - Afastamento em relação à média da distribuição (distribuição Normal) das


proporções, medido em desvios padrão

E - Erro relativo admissível para a verdadeira estimativa

p - Proporção amostral (obtido com as observações e estimativas preliminares)

Martins e Laugeni (2005, p. 94) também apresentam o mesmo cálculo do tamanho


da amostra, porém, com denominações diferentes das utilizadas por Peinado e Graeml (2007,
p. 117):

 
1 − "#
= ×
 "#
(6)

Onde:

Er - Intervalo de variação de PI (precisão ou erro relativo)

PI - Proporção amostral (obtido com as observações e estimativas preliminares)

n - Número de observações necessárias

Z - Coeficiente tirado da tabela para distribuições normais

Corrêa e Corrêa (2012, p. 358) apresentama formulação algébrica abaixo, sendo


esta também apresentada nas citações de Morettine Bussab (2012, p. 287) :

  . . (1 − )
=
ℎ
(7)
30

Onde:

n - Tamanho necessário para a amostra

Z - Quantidade de desvios-padrão necessários para o nível de confiança desejado

p - Valor estimado da proporção da amostra (proporção do tempo) em que o


trabalhador objeto da amostragem está em atividade ou fora de atividade

h - Precisão desejada na amostragem

Ademais, Corrêa e Corrêa (2012, p. 358) apresentam alguns valores de Z


comumente utilizados em estudos de amostragem. Tais valores são exibidos na tabela 1.

QUADRO 1: Quadro de Estimação da Confiança

Fonte: CORRÊA e CORRÊA (2012)

Para a realização do estudo de caso, o autor deste trabalho optou por utilizar o
cálculo do número de amostras exposta por Peinado e Graeml (2007, p. 117) e também por
Martins e Laugeni (2005, p. 94), por apresentarem um maior número de observações e
garantirem, assim, uma maior certeza de que as amostras representem a população.

2.3.5 Geração de Números Aleatórios

Para determinar os intervalos de tempo aleatórios em que as observações são


realizadas, é necessário gerar os números aleatórios. A geração destes números aleatórios
pode ser feita com o auxílio do software Microsoft Office Excel.

No estudo de caso, optou-se por gerar tempos normalmente distribuídos em um


intervalo entre 9 e 17 minutos, para uma realização média de 20 observações diárias em uma
31

jornada de trabalho que se inicia às 08:00 da manhã. O memorial das etapas realizadas para a
obtenção dos tempos pode ser visto abaixo.

• Abra o Microsoft Office Excel 2010;

• Na célula A1da
da planilha “Plan1”, digite a fórmula “=ALEATÓRIOENTRE(9;17)
ALEATÓRIOENTRE(9;17)”.
Um número aleatório obedecendo ao intervalo entre 9 e 17 será gerado,
gerado conforme a
figura abaixo;

FIGURA 1: Célula Contendo o Número Aleatório Gerado

Fonte: Elaborado pelo autor

• O número gerado deve ser transformado em minutos. Para tal, deve-se


deve dividir o valor
encontrado por 24 horas e depois por 60 minutos. Assim, na célula B1, digite a
fórmula “=A1/24/60
/24/60”, conforme explicitado na figura 2 e mude a formatação do valor
encontrado. Para tal, após clicar com o botão direito do mouse em cima do número
gerado, procure pelo tópico “Formatar células...” e, após abrir uma segunda caixa,
observando a guia “Número”, selecione
selecion a categoria “Hora”. Fica a critério do usuário
selecionar o tipo – ou modelo – de formato de hora (por exemplo, 0:17 ou 0:17:00);
0:17:00

FIGURA 2: Célula Contendo


ntendo o Número Aleatório Gerado
G e a sua Conversão para Minutos
M

Fonte: Elaborado pelo autor

• Resta agora somar os minutos obtidos do primeiro número aleatório com o início da
jornada de trabalho, que é às 08:00 horas da manhã. Para tal, na célula C1, digite a
fórmula “=B1+(8/24)
B1+(8/24)”.
32

• Para cada uma das células A1, B1 e C1, copiar a fórmula e colar nas células abaixo ou
então arrastar para baixo segurando o botão esquerdo do mouse,, conforme expresso na
figura 3.

FIGURA 3:: Exibição das Fórmulas


F e dos Tempos para as Observações
bservações Aleatórias

Fonte: Elaborado pelo autor

2.3.6 Criação do Formulário Padrão para Coleta de Dados

Após o levantamento dos itens anteriores é possível criar um formulário para


coleta de dados. Os dados de cabeçalho do mesmo devem ser personalizados de acordo com
c a
necessidade de cada estudo. Algumas
lgumas informações básicas são necessárias em qualquer
modelo indepente do objetivo do estudo, sendo elas:

• Tempo produtivo;

• Tempo improdutivo;
improdutivo

• Tempo fora do local de trabalho.

Os modeloss de formulário utilizados neste estudo podem


podem ser visualizados nos
ANEXOS B e C .
33

2.3.7 Verificação do Erro Relativo e do Intervalo de Confiança

Após a realização das observações e obtenção do valor final do percentual


estudado (valor de p) e da apuração das obsevações válidas (N), é possível calcular o erro
relativo.

Usando como modelo a equação 5 apresentada por Peinado e Graeml (2007, p.


117) através de operações algébricas, pode-se obter o valor do erro (E) através da equação
abaixo:

 1−
 =  ×
 
(8)

Onde:

E - Erro relativo admissível para a verdadeira estimativa

N - Tamanho da amostra (número de todas as observações válidas, subtraíndo o


número de observações em que o operador não foi encontrado)

Z - Afastamento em relação à média da distribuição (distribuição Normal) das


proporções, medido em desvios padrão (o mesmo valor utilizado para o cálculo de N no início
do estudo)

p - Proporção amostral (após a realização de todas as observações e obtenção do


valor final do percentual do valor de p)

A seguir, após o cálculo do erro relativo, é realizado o cálculo do intervalo de


confiança (IC) através da aplicação da equação 9:

#$ = ̂ ±   ,   = '() = *+ . ,
().(-.())
(9)
/
sendo

Onde:

IC - Intervalo de Confiança

̂ - Estimativa da proporção amostral p

Erro - Erro relativo aceitável


34

Zα/ 2 - Coeficiente de distribuição Normal

n - Número de observações necessárias

2.4 ANÁLISE DE VALOR

Um complemento para os estudos de Amostragem do Trabalho é o de Análise de


Valor. Em geral, o segundo método é mais utilizado em avaliações de cargos que apresentem
atividades que não sejam muito repetitivas. Como critéiro de comparação, pode-se dizer que
este método poderia ser utilizado para avaliar o cargo de um funcionário de nível técnico (ou,
talvez, um engenheiro), que apresenta diversas atividades – muitas delas não repetitivas – e
maior grau de responsabilidade; já o de Amostragem do Trabalho poderia ser aplicado em
uma oficina de manutenção, onde os funcionários (geralmente) realizam atividades similares e
muitas delas bem repetitivas.

Logo, avalindo-se o cargo de Inspetor de Mecânico, parte do seu trabalho pode ser
avaliada por Amostragem do Trabalho e parte por Observação Direta. Esta última é mais
completa que a primeira pois o acompanhamento é realizado juntamente com o funcionário,
descrevendo-se todas as atividades por ele realizadas sem que haja nenhuma perda de
informações. Lembrando que o primeiro estudo foi realizado por avaliações coletadas de
tempos em tempos, de forma a se perder informação entre os intervalos amostrais.

2.5 MANUTENÇÃO

2.5.1 Políticas de Manutenção

As políticas de manutenção podem ser definidas como as estratégias adotadas


para a ação preventiva ou reativa a cada evento de manutenção previsto ou não-previsto de
uma organização. Também englobam as políticas de manutenção a tratativa que se dá a cada
ativo em particular a fim de determinar os critérios para sua manutenção e prevenção de suas
falhas (KARDEC e NASCIF, 2013).
35

A hierarquia da figura 4 define a estrutura de manutenção adotada na empresa


onde o estudo foi aplicado. O objetivo de se expor esta representação é o de identificar ao
leitor a base hierárquica em que se encontra a manutenção preditiva.

FIGURA 4: Hierarquia das Políticas de Manutenção


anutenção

Fonte: Elaborado pelo autor

2.5.2 Manutenção Preditiva

De acordo com Kardec e Nascif (2013), a manutenção preditiva pode ser definida
como o conjunto de atividades de acompanhamento das variáveis ou parâmetros que
demonstram o desempenho de um ativo de forma sistemática com o objetivo de identificar o
melhor momento para a intervenção.

2.5.3 Técnicas de Manutenção Preditiva

Este tópico está voltado para a citação e breve explanação das principais técnicas
de manutenção
ão preditiva, funções estas consideradas como sendo as que realmente agregam
valor às atividades realizadas pelo funcionário em avaliação no estudo de caso.
36

2.5.3.1. Análise de Vibração

Um projeto de máquina perfeito não produz vibração pois toda a energia gerada é
concentrada na execução do trabalho requerido. A realidade, no entanto, é bem diferente, pois
os elementos que compõem as máquinas – quase sempre – interagem entre si e, em razão do
atrito e das forças cíclicas, dissipam energia em forma de calor, ruído e vibrações. Assim, um
bom projeto deve apresentar bom rendimento, ou seja, baixo nível de dissipação de calor,
baixo nível de ruído e baixo nível de vibração. Geralmente, as máquinas novas, quando bem
projetadas, atendem a este requisito mas, após o início da operação das máquinas, fatores
como o desgaste, a acomodação de fundações, a má utilização, a falta de manutenção entre
outros, alteram as propriedades dinâmicas dos ativos. Em consequência, os eixos tornam-se
desalinhados, partes começam a se desgastar, os rotores tornam-se desbalanceados, as folgas
aumentam etc. Todos esses fatores são refletidos na diminuição de rendimento e,
consequentemente, no aumento do nível de vibração. Estas vibrações são dissipadas pela
estrutura da máquina e, no seu caminho, excitam ressonâncias e provocam esforços extras nos
mancais. Causa e efeito se realimentam e a máquina progride em direção a sucessivas falhas.
(MARRA, 2011)

Com o auxílio de coletores de vibração – dispositivos específicos que coletam,


armazenam e geram uma disposição gráfica da vibração – é possível analisar a vibração
coletada e, através do espectro (gráfico) gerado, determinar a situação da máquina em função
de uma tendência que será desenvolvida a partir de uma primeira coleta – conhecida como
assinatura – que deverá ser realizada nos níveis desejaveis de vibração da máquina.

Para exemplificar o processo de análise de vibração, a figura 5 exibe um operador


coletando informações de vibração por meio de um coletor de vibração. A figura 6 evidencia,
com maior grau de detalhamento, um coletor de vibração e exibindo uma análise gráfica
gerada durante a coleta de vibração e a figura 7 mostra a análise de um espectro de vibração.
37

FIGURA 5: Coleta de Vibração com Coletor Microlog CMXA-75

Fonte: http://www.skf.com/br/products/condition-monitoring/portables-data-collectors-and-analyzers/vibration-
analyzers/index.html.

FIGURA 6: Coletor de Vibração Microlog CMXA-80

Fonte: http://www.skf.com/br/products/condition-monitoring/portables-data-collectors-and-analyzers/vibration-
analyzers/index.html.

FIGURA 7: Espectro de Vibração

Fonte: http://www.mtaev.com.br/images/serv_espectro.gif
38

2.5.3.2. Inspeção Subjetiva

A inspeção subjetiva é caracterizada pela utilização dos sentidos para detecção de


anormalidades em ativos e seus elementos de máquinas. Por exemplo, a visão pode ser
utilizada para determinação do estado geral do ativo como um eventual excesso de graxa,
vazamentos de óleo, vibrações visíveis causadas por ressonâncias de grandes magnitudes,
entre outros. Com o tato é possível verificar por comparação, com determinada prática e
conhecimento prévio do ativo, se a vibração está elevada. Também é possível verificar se a
temperatura do ativo está elevada e a natureza de algum particulado ou líquido dele originado.
A utilização da audição também é fundamental pois, por meio dela, é possível detectar os
ruídos emitidos pela máquina e por comparação determinar se há anormalidades explicadas
por ruídos diferentes dos ruídos usuais. Outro aliado importante das inspeções subjetivas é o
olfato. Por exemplo, problemas de correias, comumente conhecidas como patina, podem ser
percebidos através do cheiro de borracha queimada emitido pela falta de atrito e consequente
aumento de temperatura entre um elemento composto por um conjunto de correia e polias.

2.5.3.3. Balanceamento Dinâmico

Os balanceamentos dinâmicos se aplicam a equipamentos rotativos que


necessitam ter o centro de gravidade e o eixo principal de inércia o mais próximo possível do
mesmo ponto, proporcionando, assim, a menor vibração proveniente da excitação causada
pela força do desbalanceamento.

Assim, o balanceamento dinâmico pode ser definido como sendo o procedimento


no qual a distribuição de massa de um rotor é analisada e, se necessário, ajustada de maneira a
garantir um desbalanceamento residual, para que os esforços sofridos pelos elementos de
máquinas estejam dentro dos limites de trabalho especificados pelo fabricante dos mesmos e
de operação do ativo. Este procedimento de ajuste ocorre com a adição ou a remoção de
massa do elemento que se deseja balancear.
39

2.5.3.4. Elaboração de Relatórios

A necessidade da elaboração de relatórios é para que as informações possam ser


dispostas e interpretadas de forma sucinta e completa. A finalidade de um bom relatório é
fornecer um registro completo das informações principais de uma forma que o relato seja
prático e disponha de um condensado de informações de fácil interpretação e entendimento,
fornecendo, assim, um subsídio valioso para uma tomada de decisão rápida e correta.

Em geral, os relatórios de manutenção preditiva são utilizados por várias


organizações como uma forma de explicar os detalhes de um serviço, da revisão de um ativo
ou componente ou de uma anormalidade ou anomalia estudada.
40

3. METODOLOGIA

3.1 TIPO DE PESQUISA

Quanto à abordagem do tema realizada neste trabalho, a mesma é classificada


como quantitativa e qualitativa, uma vez que os dados obtidos são mensuráveis (TURRIONI e
MELLO, 2012)

Quanto aos objetivos, a pesquisa é classificada como exploratória em razão da


falta de publicações sobre Amostragem do Trabalho e Análise de Valor e também pela sua
aplicação prática. Para esta última, fez-se um levantamento de informações relacionadas ao
tema por meio de entrevistas informais com pessoas que possuem conhecimento e experiência
em aplicação e uso do método de, e empregados que trabalham na empresa onde o presente
estudo foi desenvolvido.

O enfoque da pesquisa também pode ser classificado como explicativo, pois


também houve a preocupação de se compreender e explicar os fatores que contribuíram para a
ocorrência dos resultados e observações constatadas ao longo do desenvolvimento
(TURRIONI e MELLO, 2012).

De acordo com o autor acima citado, o trabalho de conclusão de curso enquadra-


se na classificação de pesquisa com enfoque aplicado, pois seu desenvolvimento gerou
conhecimentos que virão solucionar problemas vivenciados na prática no setor onde o estudo
foi realizado.

O método de pesquisa aplicado é bastante motivador, pois é estimulado pela


necessidade de solucionar problemas vivenciados no setor em que foi aplicada a pesquisa. Em
geral, notou-se o envolvimento dos stakeholders no estudo, e seu apoio foi de fundamental
importância na identificação de pontos fortes, fracos, dificuldades e oportunidades de
melhoria no posto de serviço analisado.
41

3.2 UNIVERSO DA AMOSTRA

Na realização de um estudo de amostragem do trabalho, a população analisada é


de suma importância. Uma população pode ser definida como um grande grupo de “amostras”
que possuem uma característica em comum. Assim sendo, uma amostra da população deve
representar a população. Contudo, as amostras podem não definir com exatidão a população
quando são insuficientes ou mal coletadas.

3.3 COLETA DE DADOS

A coleta de dados é a fase subsequente à realização de muitos estudos e é


composta pelo processo de aquisição e registro de dados que, na sequência, serão tratados e
transformados em informações.

No critério de abrangência geográfica dos dados coletados, seguindo as


solicitações de sigilo e segurança de informações, pode-se informar (somente) que o estudo
foi aplicado em uma empresa de grande porte situada em Minas Gerais, do ramo industrial, e
que o período de tempo de avaliação do trabalho compreendeu o primeiro e o segundo
semestre de 2015.

Nesta aplicação prática, os elementos usados para a obtenção dos resultados e


observações gerais da pesquisa foram:

• Colaboradores da equipe de manuntenção preditiva;

• Sistema ERP de Gestão Empresarial;

• Pessoas com conhecimento e experiência em aplicação e uso do método de


Amostragem do Trabalho.

Por se tratar de uma pesquisa exploratória, fazem parte da coleta de dados as


observações in loco, entrevistas informais realizadas e o levantamento de fatos e dados
obtidos no sistema de ERP de gestão da empresa.
42

3.4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS

A fase de análise dos dados é a etapa onde o observador estabelece as relações


necessárias entre os dados obtidos e os seus objetivos. Já a fase de interpretação destaca-se a
procura pelo significado, relacionando as conclusões a outros conhecimentos adquiridos. Esta
fase também apresenta considerações mais amplas a respeito dos dados discutidos.

É premissa do presente estudo apresentar os dados através de tabelas, gráficos e


planilhas para facilitar a compreensão e interpretação dos dados pelo leitor.
43

4. ESTUDO DE CASO

4.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO LOCAL DE APLICAÇÃO DO ESTUDO

O estudo foi realizado no setor de manutenção preditiva de uma empresa


multinacional de grande porte. A equipe é composta por inspetores mecânicos e inspetores
elétricos mas a necessidade do estudo se deu através de uma oportunidade de melhoria
observada na equipe de inspetores mecânicos.

4.2 SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO EMPRESARIAL - ERP

O sistema integrado de gestão empresarial (ou em inglês ERP – Enterprise


Resource Planning) é um sistema divido em módulos integrados que tornam possível a
inteiração de dados e informações de todos os processos de uma organização em um único
sistema.

A empresa onde o estudo foi realizado utiliza grande parte dos módulos
integrados fornecidos pelo sistema ERP, o que possibilitou ampla gama de coleta de dados de
manutenção dos ativos.

4.2.1 Ordens de Manutenção

Um dos módulos do sistema integrado ERP é destinado à gestão da manutenção.


Neste módulo, o usuário pode emitir ordens de manutenção.

As Ordens de Manutenção, assim denominadas, são solicitações eletrônicas de


mantenimento. Estas solicitações fornecem um registro de todas as informações importantes
relacionadas à atividade solicitada, como o que fazer, a data de abertura da solicitação, a
prioridade de execução, os custos relacionados, os dados de planejamento da execução da
ordem e o registro dos detalhes de execução física da atividade.
44

Uma das aplicações das ordens de manutenção se destina à emissão de ordens de


inspeção de ativos, que em um volume maior e separadas por área do processo fabril,
constituem as rotas de inspeção. Tais ordens são emitidas automaticamente obedecendo a
periodicidade estipulada para cada ativo conforme seu tempo médio entre falhas (mais
comumente conhecida como Mean Time Between Fail, ou MTBF).

As anormalidades encontradas durante as rotas de inspeção são registradas nas


Notas de Manutenção das inspeções. Dependendo da criticidade do equipamento ou dos dados
informados após a realização das rotas de inspeção, é necessário emitir uma Ordem de
Manutenção para que a condição do ativo com defeito seja reestabelecida.

O fluxo do processo de inspeções elaborado pelo autor, pode ser visualizado no


fluxograma a seguir:

FIGURA 8: Fluxograma de Inspeções

Fonte: Elaborado pelo autor


45

4.2.2 Notas de Inspeção

As notas de inspeção citadas neste trabalho se referem aos registros eletrônicos


dos detalhes de execução de cada averiguação, sendo eles preenchidos em um campo de texto
dentro do módulo “Ordem de Manutenção”, no sistema ERP.

4.3 APLICAÇÃO DO MÉTODO DE AMOSTRAGEM DO TRABALHO

4.3.1 Levantamento da carga de trabalho

Para início do estudo, foi necessário definir quais seriam as variáveis a serem
medidas e quais empregados que participariam do estudo.

Em razão da rotina exaustiva da equipe, escassez de tempo para a realização das


análises por parte do pesquisador e da dificuldade de acompanhar todos os integrantes do
setor de manutenção preditiva, o estudo de Amostragem do Trabalho foi aplicado em somente
um empregado.

O autor deste trabalho optou por escolher o inspetor que, apesar de ter experiência
no cargo e possuir a qualificação requerida, apresentava dificuldades para cumprir a sua meta
de inspeções semanais. Segundo ele, a “rotina apertada” e o não cumprimento das metas
estavam vinculados à realização de outras atividades que demandavam grande parcela de
tempo de execução e não contribuíam para o cumprimento de suas metas de inspeções
semanais. Em outras palavras, as tarefas adicionais estavam ligadas às suas atividades
rotineiras mas não agregavam valor ao cumprimento de sua meta.

Para as análises e observações a seguir, o operador observado neste estudo de caso


será chamado de “Inspetor Mecânico A”.
46

4.3.2 Elaboração da Lista de Atividades e do Formulário de Coleta de Dados

O início do estudo se deu com a realização de um levantamento das atividades


desempenhadas pelo “Inspetor Mecânico A”. As atividades foram dividas entre “Atividades
Produtivas Primárias”, “Atividades Produtivas Secundárias” e “Atividades Improdutivas”.

Foram classificadas como “Atividades Produtivas Primárias”, as diligências


diretamente ligadas às principais tarefas de um inspetor mecânico: i) inspecionar os ativos sob
sua responsabilidade e ii) fornecer informações ao pessoal de manutenção quanto às ações
necessárias para que os equipamentos tenham a maior taxa de disponibilidade possível. A
correta elaboração destas atividades torna possível o cumprimento da meta de inspeções
semanais.

Foram nomeadas “Atividades Produtivas Secundárias”, as tarefas que agregam


valor à atividade de inspeção, mas que não contribuem diretamente para o cumprimento da
meta de inspeções semanais. As “Atividades Produtivas Primárias” somadas às “Atividades
Produtivas Secundárias” totalizam as “Atividades Produtivas”.

Todas as atividades listadas desempenhadas pelo “Inspetor Mecânico A” –


primárias, secundárias e improdutivas – podem ser visualizadas no ANEXO A deste trabalho.

As atividades classificadas como “Improdutivas” são aquelas que não agregam


valor nenhum ao cargo analisado como ociosidade, ligações telefônicas particulares, acesso à
jornais eletrônicos etc., mas que fazem parte do convívio humano. É importante frisar que
estes tempos são matematicamente calculados e descontados da jornada de trabalho. Por
exemplo, um varredor de rua pode trabalhar 60% do tempo e, nos 40% restantes, pode
descansar, tomar água, telefonar etc., e isto é aceito como normal pois os cálculos
matemáticos permitem tal desconto.

Após a elaboração da lista de atividades, foram elaborados os formulários para


coleta de dados .
47

4.3.3 Definição dos itens a serem medidos

O principal produto das inspeções mecânicas é o aumento da disponibilidade dos


ativos através da realização das inspeções nos prazos estipulados. Os resultados das inspeções
determinam a condição operacional do ativo e muitas vezes indicam se há necessidade de
intervenção e quando esta deverá ocorrer.

Assim, torna-se explícito que é fundamental que o inspetor mecânico passe a


maior parte do seu tempo dedicado àquilo que é sua principal função, a inspeção dos ativos
sob sua responsabilidade. Logo, este estudo dará maior foco e irá mensurar o tempo dedicado
pelo “Inspetor Mecânico A” às “Atividades Produtivas Primárias”explicadas no item 4.4.2
deste estudo.

4.3.4 Erro Relativo Máximo

O Erro Relativo Máximo adotado para o estudo foi de 10%. Embora este valor
seja considerado alto para alguns autores, as justificativas para esta escolha se devem à
indisponibilidade de tempo para a realização de um número maior de observações, e às
alterações no cronograma do estudo em função de mudanças na rotina de trabalho provocadas
por problemas na produção da empresa, sendo estes relacionados à ocorrência de uma grande
intempérie e de algumas manutenções críticas realizadas no ano em que o estudo foi aplicado.

A figura 9 exibe alguns níveis de desvios padrão (±1d.p. ou 68,27% de


confiabilidade, ±2d.p. ou 95,45% de confiabilidade, e ±3d.p. ou 99,73%) em função da
distribuição Normal de probabilidade. A Filosofia Seis Sigma (ou 6σ) faz alusão a este último
percentual, isto é, 99,73% de confiabilidade ou, para cada 1.000 unidades produzidas,
somente 3 “podem apresentar” algum tipo de defeito.
48

FIGURA 9: Curva da Distribuição Normal

Fonte: http://www.universitario.com.br/prognosticos/img/ufrgs_medias_desvios_grafico1.jpg - Adaptado

4.3.5 Número de Observações – Cálculo preliminar

Após a listagem das atividades e criação do formulário padrão para coleta de


dados, foram realizadas observações durante 4 dias consecutivos, totalizando 144 observações
preliminares obedecendo a intervalos aleatórios entre 9 e 17 minutos.

O quadro 2 e o gráfico 1 a seguir, mostram os resultados das observações


preliminares para estimar o valor de p correspondente ao percentual das “Atividades
Produtivas Primárias”.
49

QUADRO 2: Percentual Preliminar Atribuído a cada Grupo de Atividades

Fonte: Elaborado pelo autor

GRÁFICO 1:: Percentual


Per Preliminar Atribuído a cada
ada Grupo de Atividades

Percentual Preliminar Atribuído a Cada Grupo de


Atividades
Não Encontrado Produtivas
15% Primárias
33%
Improdutivas
7%

Produtivas
Secundárias
45%

Fonte: Elaborado pelo autor


50

Como se pode observar, o “Inspetor Mecânico A”gastou um total de 78% do


tempo gasto em “Atividades Produtivas” sendo que, aproximadamente, 33% se referem às
“Atividades Produtivas Primárias” e 45% às “Atividades Produtivas Secundárias”.
Aproximadamente 7% do tempo observado foi gasto em “Atividades Improdutivas” e, em
15% das observações, o “Inspetor Mecânico A” não foi localizado em sua sala de trabalho.

De acordo com o grau de confiança e o erro relativo escolhido, aplicou-se a


fórmula proposta por Peinado e Graeml (2007, p. 117) e Martins e Laugeni (2005, p. 94) para
se encontrar o número de observações suficientes para representar a população.

Assim sendo, de volta à fórmula usada para determinar o tamanho da amostra:

 
1−
= ×
 

Onde:

N - número de Observações Necessárias

Z - coeficiente de distribuição Normal

E - erro relativo aceitável

p- proporção da atividade estudada no conjunto de todas as atividades

E, adotando-se um grau de confiança de 90% e erro relativo de 10%, para afirmar


que o “Inspetor Mecânico A” gasta 33% do seu tempo em “Atividades Produtivas Primárias”,
o número de observações necessárias obtido empiricamente é de:

 
1− 1,65 
1 − 0,33
= × =  × = 272,25 × 2,03 = 552,75
  0,1 0,33

Ou seja, para este primeiro cálculo, são indicadas aproximadamente 553


observações para se afirmar com 90% de confiança que o “Inspetor Mecânico A” gasta 33%
do seu tempo dedicado às “Atividades Produtivas Primárias”.
51

4.3.6 Coleta de Dados in loco

De acordo com os cálculos realizados, a estimativa preliminar indicou 553


observações como sendo ideais para que a confiança desejada fosse alcançada, afirmando-se
que o funcionário gastaria 33% do seu tempo produtivo em atividades primárias.

Com o auxílio do Microsoft Office Excel, a planilha de números aleatórios


obedecendo a intervalos entre 9 e 17 minutos foi reajustada. De acordo com a distribuição dos
valores e, levando em consideração que a jornada de um dia de trabalho seja de 8 horas, o
número de 553 observações necessitaria cerca de 15,3 dias úteis de observações (553 ÷ 36
observações médias/ dia), ou seja, aproximadamente 3 semanas de observação.

Visto que já haviam sido realizadas 144 observações preliminares, seriam


necessárias (empiricamente) a realização de mais 409 observações divididas em 12 dias úteis
ou, aproximadamente, 2,5 semanas. Porém, sabendo que as observações em que o empregado
não é encontrado não são computadas, houve a necessidade da realização de mais 99
observações, totalizando 652 observações, sendo que 553 delas foram definidas como válidas
para análise.

O quadro 3 descreve o percentual atribuído a cada grupo de atividades após a


realização de todas as observações necessárias.
52

QUADRO 3: Percentual Total Atribuído a cada Grupo de Atividades

Fonte: Elaborado pelo autor

O quadro com os horários aleatórios para as coletas pode ser visualizada no


ANEXO D deste trabalho.

Através do gráfico 2, a seguir, pode-se observar os percentuais dedicados a cada


natureza de atividade. A diferença do gráfico 3 para o gráfico 2 está no fato de que o descrito
a seguir apresenta o total de observações necessárias para que a amostra represente a
população de forma fidedigna.
53

GRÁFICO 2:: Percentual Total Atribuído a cada Grupo de Atividades

Percentual Total Atribuído a Cada Grupo de Atividades

Não Encontrado Produtivas


15% Primárias
31%
Improdutivas
10%

Produtivas
Secundárias
44%

Fonte: Elaborado pelo autor

A tabela abaixo faz uma comparação entre os dados obtidos antes e após o cálculo
do número correto de observações.

TABELA 1 – Comparativo de Cálculos Entre o Número de Observações Calculado


Empiricamente e Observado na Prática

Tipos de Antes Após Margem de erro


Atividades 144 obs. (a) 652 obs. (b) diferenças[1 – (b ÷ a)]
Primárias 33% 31% 6,1%
Secundárias 45% 44% 2,2%
Improdutivas 7% 10% -42,8%
42,8%
Não Encontrado 15% 15% 0,0%
TOTAL 100% 100% -x-

Fonte: Elaborado pelo autor


54

Conforme mostrado no gráfico 2 e na tabela 1, após a realização das 409


observações que faltavam, somando assim um total de 553 observações conforme calculado,
o percentual de tempo dedicado às “Atividades Produtivas Primárias” caiu de 33% para 31%.

Ou seja, atentando-se para o foco do estudo (atividades produtivas primárias) e


observando-se os valores em módulo (ex. |-42%| = 42%)|, houve um reajuste de
confiabilidade de aproximadamente 6% em relação ao que estava anteriormente. Em outras
palavras, pode-se afirmar que, para esta atividade, o modelo ficou 6% mais robusto uma vez
que, quanto maior o número de amostras, maior a confiabilidade dos dados e maior a robustez
do modelo.

4.3.7 Verificação, Análise e Interpretação do Erro Amostral

Para verificar se os resultados das observações estavam compreendidos entre os


limites pré-estabelecidos, foi realizada a manipulação algébrica para que o “Erro” (E) fosse
calculado em função do novo valor da nova “Proporção da Atividade Estudada” (p - 0,31).
Assim, para uma confiabilidade de 90% (ou Zα/2= 1,65d.p.) e afirmando-se agora que o
funcionário deva gastar 31% do seu tempo em atividades produtivas, verifica-se que:

 
1− 1,65 
1 − 0,31
= × = × = 605,97
  0,10 0,31

Ou seja, seriam necessárias, no mínimo, 606 observações para se garantir a


margem de erro de 10% com um nível de 31% de trabalho em “Atividades Produtivas
Primárias”. Isto significa um aumento de 53 amostras válidas ou (606 − 553)⁄553 = 9,6%,
sem contabilizar aquelas amostras onde o funcionário não seja encontrado

Em outras palavras, o acompanhamento deveria ser continuado por,


aproximadamente, mais 2 dias. Devido à escassez de tempo, o autor optou por continuar com
os valores obtidos na atividade prática, sem realizar as novas observações.

Assim sendo, parte-se agora para a análise do erro relativo.


55

 1− 1,65  1 − 0,31


 =  × =  × = 10,45
  553 0,31

O valor do erro relativo foi calculado em 10,45%, sendo ele 0,45% acima do valor
estabelecido como meta de erro pelo autor.

Sabe-se que, como a meta não foi suficiente para garantir a margem estabelecida,
um novo cálculo do valor de número “N” de amostras seria necessário. Porém, pode-se
afirmar que, neste cenário, com 89,55% de confiança (1,00 – 0,1045 = 0,8955), que o
“Inspetor Mecânico A” passa apenas 31% do seu tempo realizando as “Atividades Produtivas
Primárias”.

Uma outra análise seria atribuir um Intervalo de Confiança (IC) para esta
proporção de 31% de trabalho em “Atividades Produtivas Primárias”, da seguinte forma:

̂ . (1 − ̂ ) ̂ . (1 − ̂ ) 0,31. (1 − 0,31)
  = '() = *+ .  = 9,-9+ .  = 1,96.  ≈ 3,9%
   553

E, finalmente,

#$ = ̂ ±   ⟹ ̂ − '() ≤  ≤ ̂ + '()

31% − 3,9% ≤  ≤ 31% + 3,9%

27,1% ≤  ≤ 34,9%

Conclusões:

i. O “Inspetor Mecânico A” gasta, em média, 31% de seu tempo com


“Atividades Produtivas Primárias”;

ii. Este valor pode variar em função do erro amostral em 10,45%;

iii. Como este erro pode ser para mais ou para menos, a construção de um
intervalo de confiança para proporções evidencia que o percentual mais
provável de trabalho deste operador pode variar entre 27,1% ≤ p ≤ 34,9%;
56

iv. O nível de confiança de 89,55% significa que,(a)


(a) há 89,55% de confiança
de que o funcionário trabalha com as “Atividades
“Atividades Produtivas Primárias”
Primárias
em um intervalo de 27,1% ≤ p ≤ 34,9% do tempo total laboral, e (b) de
100 amostras coletadas, praticamente em 90 delas os resultados obtidos
representarão fatos reais.
reais

4.3.8 Análise, Interpretação dos Dados e Sugestões de Melhoria

A seguir é realizada a análise dos dados coletados.

O gráfico 3 mostra que, após a realização do acompanhamento


acompanhamento juntamente com o
funcionário avaliado, pode-se
pode observar que o “Inspetor Mecânico A” passa apenas 11% do
seu tempo em atividades consideradas “Improdutivas”.

GRÁFICO 3: “Atividades
Atividades Produtivas”
Produtivas versus “Atividades
Atividades Improdutivas”
Improdutivas - 1

"Atividades Produtivas" x "Atividades Improdutivas"

Improdutivas
11%

Produtivas
89%

Fonte: Elaborado pelo autor

A seguir no gráfico 4 é apresentada uma estratificação do valor atribuído a cada


uma das atividades observadas.
57

GRÁFICO 4:
4: Estratificação de Todas as Atividades

Estratificação de Todas as Atividades

Trajeto
Atividades no SIG 5% Comum.
Anál. Vibr. 6% 4%
10% Reuniões
12%
Colet. Vibr./Insp.
Subj
12%
Relat.
10%
Café
5%
Ocioso Config. Soft.Vibr.
6% 7%
E-mails Prob.de TI
2% Estudos 6%
Outros Prep. Sair/Chegar
4%
5% 6%

Fonte: Elaborado pelo autor

Novamente, como o estudo em questão mantém seu foco nas “Atividades


Produtivas Primárias”, o autor separou as tarefas atribuídas a este grupo
grupo e as evidenciou
evidenci no
gráfico 5.
58

GRÁFICO 5: Estratificação das “Atividades Produtivas Primárias” - 1

Estratificação das “Atividades Produtivas Primárias” - 1

Atividades no
SIG
15% Trajeto
Anál. Vibr. 13%
28%

Comum.
12%

Colet. Vibr./Insp.
Subj
32%

Fonte: Elaborado pelo autor

O tempo demandado nas coletas de


de vibração tem sido superior ao tempo dedicado
as análises de vibração.

Para analogia foi realizado um breve levantamento do


do tempo gasto para execução
da maior rota de inspeção do “Inspetor Mecânico A”, denominada ROTA 1.
1 A ROTA 1 inclui
um tempo médio de coleta de 4 horas e 13 minutos e um tempo médio de análise de 6 horas e
12 minutos, totalizando um tempo de 10 horas e 25 minutos para a execução completa.
Considerando a semana ideal como tendo 40 horas trabalhadas, o tempo de 10 horas e 25
minutos corresponde
sponde a 26% do tempo total disponível em uma semana de trabalho normal. De
acordo com as proporções indicadas no gráfico 4, “Estratificação
Estratificação de Todas Atividades”,
Atividades a
soma dos tempos gastos nas atividades de “Coletas de Vibração” e “Análise de Vibração”
totalizam
alizam 22% tempo total remunerado. Ao subtrair o percentual de tempo necessário para
execução da ROTA 1 pelo tempo real despendido a esta atividade (26 – 22 = 4%), conclui-se
que há um percentual de déficit de tempo de 4% do qual o “Inspetor Mecânico A” não dispõe
para execução de parte de sua “Atividades Principais Primárias”.

Tal fato pode indicar a consequência descrita a seguir:


59

i. O funcionário não está tendo tempo suficiente para


para efetuar as devidas
análises dos ativos que coleta a vibração (ou seja, ele está coletando mais
informações do que pode analisar);

Numa outra análise do mesmo gráfico supracitado, é observado que a parcela de


tempo dedicada ao “Trajeto”,
“Trajeto”, corresponde a metade do tempo gasto em “Análise de
Vibração” o que nos leva a conclusão a seguir:
segu

i. O tempo em trajeto possui uma parcela relevante na duração das


atividades, o que indica a necessidade de um rearranjo da logística das
rotas.

Ademais, como as atividades primárias e secundárias formam o bloco de


atividades produtivas do funcionário avaliado,
avaliado, o autor também estratificou e analisou estas
últimas, estando as mesmas exibidas no gráfico 6:
6

GRÁFICO 6:: Estratificação das “Atividades Produtivas Secundárias” - 1

Estratificação das "Atividades Produtivas Secundárias" - 1

Estudos E-mails Reuniões


8% 3% 23%
Outros
10%
Prep.
Sair/Chegar
11%

Relat.
19%
Prob.de TI
12%

Config. Soft.Vibr.
14%

Fonte: Elaborado pelo autor

De acordo com a análise do gráfico acima, pode-se


pode se concluir
conc que o inspetor
mecânico analisado passa a maior parte de seu tempo dedicado a reuniões (23%) e análise e
elaboração de relatórios (19%).
60

Comparando-se
se estes valores com os obtidos
obtido no gráfico 4 (estratificação de todas
as atividades), os tópicos “Reuniões”
“Reuniões” e “Relatórios e ” somam, respectivamente, 10% e 12%.
Somadas, as parcelas de tempo acumulam cerca de 22% do tempo total de trabalho do
“Inspetor Mecânico A”,, podendo este tempo ceifar as durações de execução de outras
atividades de maior relevância. Uma
ma sugestão de melhoria seria verificar criteriosamente se as
reuniões são realmente produtivas ou se a responsabilidade de execução de atividades que
resultem na elaboração de relatórios possam até mesmo ser transferidas a terceiros.

Um outro ponto que atraiu a atenção do autor foi o tempo gasto com problemas
relacionados à tecnologia
nologia da informação (descritos como Prob. de TI). O gráfico 4 aponta que
são perdidos, diariamente, uma média de 6% do tempo laboral, ou seja, (6% x 480 min)
min 28,8
minutos por dia, por problemas relacionados
relacionad a tecnologia da informação.
informação A equipe trabalha
com 10 operadores, e utilizando 70% de confiabilidade, pode-se
pode se inferir que se cada um dos
operadores gastar a mesma quantidade de tempo em problemas de tecnologia da informação,
informaç
seriam gastos (28,8 min/ dia x 10 operadores x 70% ) 201,6 minutos diariamente pela equipe
com este tipo de problema.

Finalizando as análises, o autor fez a estratificação das “Atividades


Improdutivas”, sendo elas exibidas no gráfico 7.

GRÁFICO 7:
7 Estratificação
tificação das “Atividades Improdutivas”

Estratificação das "Atividades Improdutivas"

Café
42%

Ocioso
58%

Fonte: Elaborado pelo autor


61

Sugere-se, neste caso, pesquisar melhor o motivo da duração do tópico “Café”.

Ao analisar novamente o gráfico 5 (estratificação de todas as atividades), tal item


demanda um tempo médio diário de 5% ou, ainda, 5% x 480 min/ dia ≈ 24 minutos por dia.
Entende-se que esta duração também pode estar atrelada a um tempo de descanso, porém, sob
a ótica do Sistema Fordista de Produção, seria interessante reavaliar esta duração pois os
cálculos estatísticos já prevêm um tempo extra para tal descanso.

4.4 APLICAÇÃO DO MÉTODO ANÁLISE DE VALOR

4.4.1 Descrição e Análise do Tempo de Serviço Através do Método de Análise de Valor

Realizou-se, por 3 dias, observações diretas juntamente com o “Inspetor Mecânico


A”, para que fosse possível a obtenção de um perfil da disposição de todas as atividades por
ele realizadas através do método de análise de valor.

Este método não utiliza estimativas percentuais de intervalos de confiança ou


cálculos empíricos do número de amostragens a serem feitas conforme visto no estudo por
Amostragem do Trabalho.

A aplicabilidade deste modelo está voltada em procurar, em um acompanhamento


de 100% do tempo de trabalho e com um determinado grau de confiabilidde (ex. 95%), se as
atividades realizadas agregam valor ou não ao cargo averiguado e, também, em determinar a
taxa de trabalho atualmente realizada pelo operador e compará-la com um índice de
produtividade individual (este, adotado pelo avaliador).

A tabela eletrônica contendo as informações de coleta de parte do primeiro dia de


observações diretas pode ser vista no ANEXO C deste trabalho.

O registro do tempo ocorreu de forma integral, perfazendo um total de 24 horas de


duração (ou 3 dias). As parcelas de cada atividade também acompanham a descrição das
observaçãoes e atividades, sendo todos os dados exibidos no quadro 4.
62

QUADRO 4: Tempo Dedicado a cada Natureza de Atividade

Fonte: Elaborado pelo autor

Logo, a visualização do gráfico 8 obtido por meio dos dados gerados nas
observações diretas mostra de forma mais evidente as diferenças entre atividades produtivas
primárias, produtivas secundárias e improdutivas.
63

GRÁFICO 8: Percentual Atribuído a cadaa Grupo de Atividades

Percentual Atribuído a cada Grupo de Atividades

Improdutivas Produtivas
12% Primárias
35%

Produtivas
Secundárias
53%

Fonte: Elaborado pelo autor

Surge, aqui, uma primeira comparação entre os dois modelos estudados. A tabela
2 fornece maiores detalhes.

TABELA 2 – Comparação
omparação entre os métodos de Amostragem do Trabalho e Análise de Valor

Método
Tipos de D
Diferenças
Amostragem Análise [1 – (b ÷ a)]*100
Atividades (a) (b)
do Trabalho de Valor
Primárias 31% 35% 12,9%
Secundárias 44% 53% 20,5%
Improdutivas 10% 12% 20,0%
Não Encontrado 15% -x- -x-
TOTAL 100% 100% -x-

Fonte: Elaborado pelo autor

Comparando-se
se ambas as colunas referentes ao método de estudo realizado,
verifica-se
se que os percentuais de todas as três atividades analisadas são maiores no método da
Análise de Valor. Esta simples observação já evidencia claramente a robustez do segundo
estudo em relação ao primeiro.
primeiro
64

Observando-se
se mais precisamente o percentual destinado às “Atividades
Produtivas Primárias”, a representatividade daquelas tarefas é [1 - (0,35 ÷ 0,31)] = 0,129, ou
seja, 12,9% mais alta do que a vista no modelo de observação direta.
direta Isto é, o método da
análise de valor exibe (para este estudo) 12,9% a mais de confiabilidade nos dados ao se
comparar com o outro modelo.
modelo

Finalizando as comparações, ao se subtrair os dados vistos no segundo modelo


menos os do primeiro – ou seja, Σ(b – a) – encontra-se o valor de 15%.

A explicação para tal acontecimento é que, no caso da Análise de Valor, o


funcionário está sendo observado a todo instante. Este acompanhamento não dá a chance de o
inspetor não ser encontrado.
encontrado Já no método de amostragem do trabalho,, este fato era possível
de ser visualizado nas verificações feitas de tempos em tempos,
tempos quando do horário da
visitação ao local de trabalho o avaliado não era visto.

Dando sequência ao estudo, o autor também segregou as “Atividades Produtivas


Primárias”. Pelo gráfico 9 pode-se
p observar o alto índice de tempo dispendido na atividade de
“Análise de Vibração”, que é responsável por cerca de 37%
% do tempo gasto nesta modalidade
de atividade.

GRÁFICO 9: Estratificação das “Atividades Produtivas


tivas Primárias”
Primárias - 2

Estratificação das "Atividades Produtivas Primárias" - 2

Insp. Subj.
Comum. 3%
Trajeto 6% Anál. Vibr.
12% 37%

SIG
19%

Colet. Vibr.
23%

Fonte: Elaborado pelo autor


65

Da mesma forma, segregou-se


s também as “Atividades Produtivas Secundárias ”
com vistas ao mesmo objetivo:detalhar
ob as parcelas de tempo dedicadas a cada tipo de
atividade através das observações realizadas.

Observando-se
se o gráfico 10,
1 é notável o alto tempo gasto em “Balanceamentos

Dinâmicos” e “ Estudos” que,
que juntos, correspondem a mais de 43%
% do tempo total gasto nas
“Atividades Produtivas Secundárias”. Já o tempo gasto em “Inspeções
nspeções não-programadas”
não e
em “Reuniões” também merece atenção em razão
raz do percentual considerável diante da
natureza destas atividades.

GRÁFICO 10: Estratificação das “Atividades


“Atividades Produtivas Secundárias”-
Secundárias 2

Estratificação das "Atividades Produtivas Secundárias" - 2

Prob.de TI
2%
Prep. Sair/Chegar Relat. Balanc.
E-mails 1%
6% 26%
3%
Insp. Não-Prog.
7%
Config.
Soft.Vibr.
8%

Reuniões Estudos
13% 17%

Outros
17%

Fonte: Elaborado pelo autor

Da mesma forma que foi feito com método da Amostragem


ragem do Trabalho,
T ao se
somar ass “Atividadades Produtivas Primárias” com as “Atividades Produtivas Secundárias”
Secundárias –
quecaracterizam
caracterizam as “Atividades Produtivas” – obtém-se
se um percentual de representatividade
de 88%
% de todas as atividades,
atividades conforme exibido no gráfico 11,, que compara as atividades
produtivas com as improdutivas.
66

GRÁFICO 11: “Atividades


Atividades Produtivas”
Produtivas versus “Atividades
Atividades Improdutivas”
Improdutivas - 2

"Atividades Produtivas" x "Atividades Improdutivas"

Improdutivas
12%

Produtivas
88%

Fonte: Elaborado pelo autor

Pode-se,
se, assim, concluir que o tempo de trabalho efetivo chega a quase 90%.
90%

Adotando-se
se um índice de 75% de produtividade individual para uma jornada
diária de trabalho considerando-se
considerando a natureza do serviço do “Inspetor Mecânico A” (trabalho
dentro e fora do escritório), verifica-se
verifica se que o operador se encontra com superalocação de
atividades. Ou seja ele está trabalhando acima de sua carga de trabalho – mais precisamente,
20% acima da carga adotada como sendo a ideal para se realizar um ofício sem pressões ou
sobrecargas/ stress.

O gráfico 12 faz um apanhado geral das três categorias


categorias analisadas (atividades
primárias, secundárias e improdutivas).
67

GRÁFICO 12: Detalhamento do Percentual de Todas as Atividades Separadas por Grupo

Fonte: Elaborado pelo autor

4.4.2 Outras análises do contexto de trabalho

De acordo com CAMPOS (2004), 90% das pessoas de uma empresa são
operadores, por consomirem a maior parte do tempo na função de operação. Por esta razão,
existe a padronização das operações: desta forma, é possível garantir a linearidade do
processo, ou seja, todos os operadores trabalharão utilizando os mesmos métodos, a saber, os
melhores disponíveis, de modo que os resultados de cada operador sejam semelhantes.

Para que ocorra a padronização de operações, é imprescindível a realização de


treinamentos. Uma estratégia de gestão eficaz deve se basear nas melhores práticas do
mercado, o que às vezes pode demandar visitas a outras organizações para verificação do
benchmark.

Sabe-se que com treinamento e prática, uma atividade não raramente tem seu
tempo de execução reduzido.
68

Com o objetivo de identificar possibilidades de diminuir o tempo na execução das


atividades, foram realizados dois levantamentos: o primeiro incluiu o cadastramento dos
principais instrumentos utilizados pela equipe e uma indicação da capacidade de operação de
cada inspetor.

QUADRO 5: Lista de Instrumentos x Capacitação de Operação

Fonte: Elaborado pelo autor

O segundo levantamento, à luz da descrição de cargo registrada no SIG, realizou-


se um levantamento dos principais treinamentos necessários para o bom desempenho da
função de inspetor e uma indicação dos gaps de treinamento para cada funcionário.

QUADRO 6: Lista de Gaps de Treinamento Para a Função de Inspetor Mecânico

Fonte: Elaborado pelo autor

Outra análise relevante pode ser observada através da distribuição dos dias
trabalhados por mês, no ano de 2015, pelo Inspetor Mecânico 03. A tabela 8 fornece maiores
detalhes.
69

QUADRO 7: Detalhamento dos Dias Úteis de 2015

Fonte: Elaborado pelo autor

Ao adotar como padrão um mês como tendo 4 semanas, pode-se observar que, em
média, mais de 1,6 dias por mês não podem ser contabilizados como dia de trabalho efetivo.
Logo pode-se estimar que 8,7% da semana ou aproximadamente 3,5 horas não são
efetivamente trabalhadas. Para uma mesma demanda de trabalho, é explícito que um décimo
do tempo a menos, pode certamente interferir no cumprimento da meta.

Outra análise realizada foi a da disponibilização semanal das quantidades de


Ordens de Inspeção por inspetor. Com o auxílio do gráfico 13, é possível observar a variação
do número de ordens semanais emitidas para o “Inspetor Mecânico A”, tornando mais difícil
o cumprimento de sua meta em razão da variação da demanda de inspeções. Como sugestão,
poderá ser realizada uma redistribuição do número de solicitações entre os inspetores e uma
divisão semanal mais linear do número de solicitações.
70

GRÁFICO 13: Variação do Número de Ordens Emitidas ao Longo das Semanas

Nº de Solicitações de Inspeções Semanais x Inspetor


N de Solicitações de Inspeção

350
300
250
200 INSPETOR 2
150 INSPETOR 3
100 INSPETOR 4
50 INSPETOR 7
0
38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52
Semanas

Fonte: Elaborado pelo autor


71

5. RESULTADOS E ANÁLISE

Foi objeto deste trabalho segregar as parcelas de tempo dedicadas às atividades de


um dos inspetores mecânicos de uma equipe de manutenção preditiva que busca a melhoria de
sua produtividade. Neste contexto foi desenvolvido um estudo que determinou com a
confiança desejada o tempo despendido nas atividades analisadas. As informações obtidas
forneceram um subsídio sólido para tomadas de decisão visando aumentar a produtividade da
equipe.

O método de Amostragem do Trabalho se mostrou eficaz em determinar, com


uma certa confiabilidade, o tempo gasto nas atividades estudadas.

Durante o estudo foi possível observar de forma clara como tem ocorrido a
divisão do tempo do “Inspetor Mecânico A”, e identificar que tempos como o dedicado ao
tópico “Reuniões” apresenta um valor equivalente ao dedicado nos itens “Coletas de
vibração” e “Inspeções subjetivas”, sendo estas as principais atividades do inspetor.

Uma importante observação a ser levada em consideração é que, embora o índice


de produtividade do “Inspetor Mecânico A” esteja acima do sugerido pelo autor deste estudo,
o funcionário ainda apresenta dificuldades para cumprir sua meta. Tal fato fornece base para
um reajuste da carga de trabalho, como a redistribuição das tarefas entre os demais
participantes da equipe, ou até mesmo a realização de contratações de mais inspetores com
base em um estudo que tenha abrangência em todo o grupo.

Com base no estudo de Observações Diretas e Análise de Valor, também ficou


evidente de que o início das atividades principais não raramente ocorre de modo tardio. A alta
demanda de reuniões e ociosidade têm ceifado o tempo de início do trabalho real efetivo.

Outra análise importante tem a ver com a condição técnica da equipe que está em
bom estágio de desenvolvimento. O gap de treinamentos já havia sido identificado pela gestão
atual, assim como outros pontos de melhoria citados neste trabalho, mas o levantamento de
todos os dados e a compilação desse relatório torna possível a análise mais completa dos
detalhes envolvidos em fazer com que a equipe de manutenção preditiva seja mais produtiva.
72

Com base nas oportunidades de melhoria identificadas, foram elaborados os


quadros 8, 9 e 10, que tem como objetivo indicar o problema encontrado, sua causa raiz e as
as soluções para sua solução.

QUADRO 8: Problema, Causa Raiz e Solução I

Fonte: Elaborado pelo autor


73

QUADRO 9: Problema, Causa Raiz e Solução II

Fonte: Elaborado pelo autor


74

QUADRO 10: Problema, Causa Raiz e Solução III

Fonte: Elaborado pelo autor

5.1 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

Durante a execução do trabalho, observou-se que a atividade de Amostragem do


Trabalho pode ser exaustiva. Na busca da melhor metodologia, foram encontradas diferentes
formas de se estimar o tamanho da amostra, trazendo assim à tona um problema de pesquisa
na busca pela estimativa mais exata e suficiente.

Outra grande dificuldade se deu no tratamento das informações obtidas.


Tranformar os dados em contra-medidas que trouxessem valor prático ao estudo, foi de fato o
maior desafio encontrado.

Ainda assim foi possível listar todas as atividades desenvolvidas e as


competências atribuídas ao cargo de Inspetor Mecânico. Também foi efetuada a aplicação do
método de Amostragem do Trabalho e Análise de Valor sendo assim possível quantificar o
tempo gasto em atividades produtivas e atividades improdutivas do “Inspetor Mecânico A”.
75

Como último alvo do estudo, foi possível criar um quadro que lista os problemas e
encontrados, correlaciona a causa raiz e apresenta medidas práticas para melhoria da
produtividade da equipe de manutenção preditiva, cumprindo assim o terceiro objetivo deste
estudo.

Para o futuro, um estudo de Amostragem do Trabalho e Análise de Valor com


foco no correto dimensionamento da mão-de-obra aplicado a toda equipe seria de grande valia
em sobretudo quantificar a carga de trabalho elevada, que embora seja notada, não pode ser
provada senão por meio desta modalidade de estudo. Correlacionar a carga de trabalho com as
suas particularidades no que tange a fadiga de cada atividade, também se faz necessário.

Outra grande oportunidade de estudo identificada tem a ver com a grande


quantidade de problemas envolvendo os recursos de hardware e software de análise de
vibrações. Reduzir estas ocorrências significa poupar tempo de espera e redirecionar este
tempo para a realização da atividade fim principal, que é a de inspecionar.
76

6. REFERÊNCIAS

BARNES, Ralph M. Estudo de Movimentos e de Tempos: projeto e medida do trabalho.


6. ed.São Paulo: Edgard Blücher, 1977.635 p.

CAMPOS, Vicente Falconi, Gerenciamento da Rotina do Trabalho do Dia-a-dia. 8 ed.


INDG Tecnologia e Soluções, 2004, 266 p.

Coleta de Vibração com Coletor Microlog CMXA-75


<http://www.skf.com/br/products/condition-monitoring/portables-data-collectors-and-
analyzers/vibration-analyzers/index.html> Acesso em 13 de Janeiro de 2016.

Coletor de Vibração Microlog CMXA-80 <http://www.skf.com/br/products/condition-


monitoring/portables-data-collectors-and-analyzers/vibration-analyzers/index.html> Acesso
em 13 de Janeiro de 2016.

Curva de Distribuição Normal.


<http://www.universitario.com.br/prognosticos/img/ufrgs_medias_desvios_grafico1.jpg>
Acesso em 13 de Janeiro de 2016.

CORRÊA, Henrique L; CORRÊA, Carlos A. Administração da Produção e Operações –


Manufatura e serviços: uma abordagem estratégica. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2012.704 p.

Espectro de Vibração <http://www.mtaev.com.br/images/serv_espectro.gif> Acesso em 13 de


Janeiro de 2016.

KARDEC, Alan; NASCIF, Júlio. Manutenção – Função estratégica. 4 ed. Rio de Janeiro:
Qualitymark, 2013

MARRA, José Luiz. Medida de Vibração – Uma ferramenta para a manutenção. São
Paulo, 2011. Não publicado.
77

MARTINS, Petrônio G; LAUGENI, Fernando P. Administração da Produção. 2 ed. Ver.,


aum. e atual. São Paulo: Saraiva, 2005.

PEINADO, J.; GRAEML, A. R. Administração da Produção (Operações Industriais e de


Serviços). Curitiba: UnicenP, 2007. 750 p.

SANTOS, W. B.; COLOSIMO, E. A.; MOTTA, S. B. Tempo Ótimo Entre Manutenções


Preventivas Para Sistemas Sujeitos A Mais De Um Tipo De Evento Aleatório. Revista
Gestão e Produção, v. 14, n. 1, p. 193-202, 2007. <http://dx.doi. org/10.1590/S0104-
530X2007000100016> Acesso em 08 de Março de 2016.

TURRIONI, João Batista; MELLO, Carlos Henrique Pereira. Metodologia de Pesquisa em


Engenharia de Produção - Estratégias, métodos e técnicas para condução de pesquisas
quantitativas e qualitativas. UNIFEI, Itajubá- 2012.
78

ANEXO A

Quadro de Atividades Produtivas Primárias

Fonte: Elaborado pelo autor


79

Quadro de Atividades Produtivas Secundárias – Parte 1

Fonte: Elaborado pelo autor


80

Quadro de Atividades Produtivas Secundárias – Parte 2

Fonte: Elaborado pelo autor


81

Quadro de Atividades Improdutivas

Fonte: Elaborado pelo autor


82

ANEXO B

Formulário de Coleta de Dados para Obsevações Aleatórias

Fonte: Elaborado pelo autor


83

ANEXO C

Formulário de Coleta de Dados para Obsevações Diretas

Fonte: Elaborado pelo autor


84

ANEXO D

Quadro de Tempos Aleatórios

Fonte: Elaborado pelo autor

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