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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE


EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA
CAMPUS GASPAR

APLICAÇÃO DO DIAGRAMA DE ISHIKAWA PARA SOLUÇÃO DO PROBLEMA


DE ARTIGOS DE VESTUÁRIO COM DEFEITOS EM UMA EMPRESA DO SETOR
TÊXTIL DE GASPAR/SC

Brenda Camila Roncaglio


Gabriel de Souza

RESUMO: Com o avanço da globalização e da tecnologia, cresce cada vez mais a


concorrência entre as indústrias, assim como a exigência por parte dos clientes de maior
qualidade dos produtos. Portanto, surge a necessidade de implementar novos processos de
gestão da qualidade nas empresas, buscando padronizar e se diferenciar competitivamente no
mercado, através da implementação de ferramentas da qualidade como forma de melhoria
contínua. Dentre as sete ferramentas básicas existentes, o presente trabalho abordou o
Diagrama de Ishikawa como tema central. Essa ferramenta avalia todas as etapas do
processo, desde material até método de produção, sendo possível a identificação da causa da
não conformidade. Este estudo teve como objetivo avaliar o uso do Diagrama de Ishikawa
para resolução do problema de artigos de vestuário com defeitos, em uma empresa do setor
têxtil da cidade de Gaspar/SC, pois durante o processo de confecção de vestuários existem
muitos problemas que podem ocorrer por diversos fatores, assim resultando em possíveis
artigos defeituosos. Foi concluído que o diagrama é eficiente na detecção e resolução do
problema de artigos de vestuário com defeitos na empresa estudada, provando a sua eficácia
para a investigação das causas, sendo importante para a melhoria do processo de fabricação.
A pesquisa foi relevante para a empresa pois a mesma conseguiu detectar várias possíveis
causas de problemas que passavam despercebidas, possibilitando novas abordagens para os
problemas ou a utilização das que foram sugeridas pela equipe, assim proporcionando um
produto final de melhor qualidade.
Palavras-chave: Diagrama de Ishikawa, Ferramentas da Qualidade, Diagrama de
Causa e Efeito.

INTRODUÇÃO:
Com o passar dos anos e o aumento da globalização, a tecnologia tem avançado cada
vez mais rápido e junto com ela o aumento da concorrência nas indústrias e das exigências de
qualidade por parte dos clientes. Por conta disso surge a necessidade de implementar novos
processos de gestão de qualidade nas empresas buscando a padronização e o diferencial
competitivo no mercado (DANIEL; MURBACK, 2014).
Nas organizações modernas, a qualidade deixou de ser um modismo para ser uma
necessidade que destaca uma empresa da outra, através da implementação e combinação
correta de ferramentas da qualidade os processos e ações da empresa poderão ser melhorados
de forma contínua, proporcionando melhores resultados na qualidade dos produtos e serviços
ofertados e também redução de custos e perdas através da diminuição de falhas, maximização
do tempo de trabalho e melhor utilização dos espaços e colaboradores (DANIEL;
MURBACK, 2014). Para a gestão da qualidade, há sete ferramentas básicas sendo elas:
Fluxograma, Diagrama de Ishikawa, Folha de Verificação, Diagrama de Pareto, Histograma,
Diagrama de Dispersão e Cartas de Controle.
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Dentre as sete ferramentas citadas, o presente trabalho irá abordar o Diagrama de


Ishikawa como tema central. Essa ferramenta avalia todas as etapas do processo, desde mão
de obra até meio ambiente da produção, sendo possível a identificação da causa da não
conformidade. O Diagrama de Ishikawa, também conhecido como diagrama de causa e efeito
ou então espinha-de-peixe devido à sua forma, foi criado no Japão em 1943 pelo engenheiro
Kaoru Ishikawa (1915-1989), ele atuava como Engenheiro de Controle de Qualidade, técnico
da administração das companhias japonesas e professor na Universidade de Tóquio (FABRIS,
2016 & PALADINI, 2012 apud ATAIDES; MOURA, 2016).
A ferramenta é aplicável em diversas operações do processo produtivo, sendo de fácil
utilização para os não-especialistas verificarem as causas que conduzem determinados
problemas (ATAIDES; MOURA, 2016), dado que a ferramenta contribui para análise de
várias ações, como identificação de desvios no fluxo logístico, desempenho dos
equipamentos, comportamento de materiais, impacto do ambiente na produção, entre outros
(SILVA et al., s.d.). A partir dessas análises é possível localizar a existência de gargalos na
organização (ISHIKAWA, 1993 apud SCHNEIDER et al., 2015), visto que a ferramenta é um
método bastante eficiente para a identificação das raízes dos problemas. Na maioria dos casos
as causas desses problemas são diversas, podendo serem divididas em categorias chamadas
de 6M, que são (HOLANDA; PINTO, 2009; SELEME; STADLER, 2010):
● 1º M (materiais): retrata a análise das características de materiais considerando sua
uniformidade, padrão e etc.;
● 2º M (máquina): refere-se à operacionalização do equipamento e ao seu
funcionamento correto;
● 3º M (método): diz respeito ao modo como será desenvolvida a ação;
● 4º M (meio ambiente): verifica qual situação pode causar um determinado efeito
(situações de execução e/ou infraestrutura fixa);
● 5º M (mão de obra): avalia o padrão da mão de obra utilizada, desde treinamentos até
habilidades necessárias, a fim de verificar a qualificação para o bom desempenho da
tarefa.
● 6º M (medida): caracteriza a forma como os valores são representados (por distância,
tempo, temperatura e etc.) e os instrumentos de medição utilizados.
Essa ferramenta da qualidade é de fácil representação ou construção, ela é apresentada
em uma forma gráfica semelhante a uma espinha de peixe (figura 01), onde as linhas verticais
representam as causas dos problemas nos processos de produção, podendo apresentar até seis
origens, sendo elas os 6M apresentados anteriormente: material, máquina, método, meio
ambiente, mão de obra e medida; e na extremidade, que se assemelha à cabeça do peixe,
temos o problema ou efeito apresentado (SCHNEIDER et al., 2015; SELEME; STADLER,
2010). Sendo assim, essa representação gráfica permite verificar, após uma criteriosa análise,
quais são as causas (problemas que iniciam a ocorrência do problema maior) que fazem com
que o efeito ocorra (SELEME; STADLER, 2010).
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Figura 01 - Estrutura do Diagrama de Ishikawa.

Fonte: Os autores (2021).

Um diagrama de causa e efeito pode ser elaborado a partir dos seguintes passos:
determinar o problema a ser estudado (identificação do efeito), relatar as possíveis causas,
construir o diagrama agrupando as causas considerando os 6M, analisar o diagrama a fim de
identificar as causas verdadeiras e implantar medidas encontradas para a correção do
problema (SILVA et al., s.d.). A partir da implementação do Diagrama de Ishikawa como
ferramenta de qualidade tem-se diversas vantagens como efetiva pesquisa das causas, foco
passa a ser o problema através da abordagem integrada, ponto de partida para utilização de
outras ferramentas como brainstorming que pode complementar o diagrama de causa de
efeito e identifica o nível de compreensão e envolvimento da equipe em relação ao problema
a ser resolvido, auxiliando a resolver de maneira ágil e eficaz o problema podendo ser
aplicado em todas as áreas do processo (ATAIDES; MOURA, 2016).
Diante do contexto e ferramenta apresentada, este estudo tem como objetivo avaliar o
uso do Diagrama de Ishikawa para resolução do problema de artigos de vestuário com
defeitos em uma empresa do setor têxtil da cidade de Gaspar/SC.
A empresa Pipe Têxtil Eireli foi fundada em 2015 e atua no setor têxtil em Gaspar no
segmento de confecção de peças de roupa infantil, juvenil e adulto. É uma organização de
pequeno porte, tendo 3 funcionários e suas vendas são feitas em âmbito regional e nacional.
A confecção de peças na empresa é feita de forma mista, sendo algumas partes da elaboração
e confecção feitas na empresa e outras partes de forma terceirizada.
Durante o processo de confecção de peças de vestuários existem muitos possíveis
problemas que podem ocorrer por diversos fatores como a dificuldade de elaboração de
alguns itens ou a terceirização, assim resultando em possíveis artigos de vestuário
defeituosos. Como muitas confecções a Pipe Têxtil também é vulnerável a tais problemas que
costumam ocorrer em certos momentos, por conta disso a aplicação da ferramenta diagrama
de Ishikawa e o presente trabalho se tornam relevantes para a empresa estudada.
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PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
Para alcançar o objetivo de avaliar a aplicação da ferramenta na empresa estudada,
este trabalho foi desenvolvido com auxílio da orientação descrita a seguir.
Quanto aos objetivos, é de carácter descritivo, pois tem a finalidade de analisar artigos
já existentes sobre o tema abordado. De acordo com Gerhardt e Silveira (2009), a pesquisa
descritiva exige do investigador uma ampla quantidade de informações sobre o assunto
pesquisado. Para Oliveira (2011), esse tipo de pesquisa descreve um fenômeno ou situação
em detalhes, incluindo o que está ocorrendo, permitindo abranger as características de um
indivíduo, uma situação, ou um grupo, sempre seguindo os fatos encontrados, excluindo a
interferência do investigador.
A abordagem desta pesquisa é de cunho qualitativo, pois não se preocupa com a
representatividade numérica, mas sim, com o aprofundamento da compreensão do assunto
abordado por meio de informações obtidas através da literatura, não quantificado em valores
os dados analisados, pois os mesmos não são métricos e sim de diferentes abordagens
(GERHARDT; SILVEIRA, 2009).
Quanto à natureza, a pesquisa realizada é aplicada, pois objetiva gerar conhecimento
sobre o assunto, diferentemente da pesquisa básica, que visa gerar novos avanços e
conhecimentos para a ciência, não se aplicando a este estudo (GERHARDT; SILVEIRA,
2009). Para a realização da pesquisa aplicada foi efetuado como procedimento técnico a
pesquisa bibliográfica, a qual é feita a partir de informações e referências teóricas já
analisadas e publicadas (OLIVEIRA, 2011), visto que o presente estudo foi escrito a partir de
artigos de revistas, livros, artigos científicos e estudos acadêmicos.
E por fim, o método utilizado foi a aplicação do estudo de caso na empresa escolhida,
a qual passou por análise em todos os seus processos de confecção, desde a escolha da
matéria-prima até a efetivação do produto final, avaliando o processo em todo o seu passo a
passo, incluindo maquinários, métodos, ambiente de trabalho, materiais utilizados e mão de
obra aplicada. A partir do estudo realizado foi utilizado o diagrama de ishikawa, ou então
diagrama de causa e efeito, para avaliar, dentro de todo o processo de confecção, as possíveis
falhas, gargalos e causa raiz do problema que resulta em defeitos nos artigos de vestuário da
empresa analisada.
Foi efetuado o contato com a empresa para a coleta de dados referente ao problema
com defeitos em artigos de vestuário, a empresa relatou ter parte dos seus serviços
terceirizados, aumentando assim a dificuldade do controle de qualidade e o nível de não
conformidade. Visto isso, realizou-se uma conversa com funcionários da empresa a fim de
descobrir as possíveis causas e dar início à aplicação da ferramenta.

RESULTADOS DA PESQUISA:
Tendo em vista o intuito de minimizar o problema, a partir da conversa realizada com
integrantes da equipe foram apontadas possíveis causas raízes para a montagem e aplicação
do Diagrama de Ishikawa. As possíveis causas listadas para o problema foram:
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1. Colaborador sem treinamento;


2. Equipamento antigo ou gasto;
3. Faz muito calor na linha de produção;
4. Matéria prima de baixa qualidade;
5. Falta de espaço no ambiente de trabalho;
6. Falta de supervisão nos serviços terceirizados;
7. Sobrecarga de trabalho;
8. Incidência solar/chuva no local de armazenamento de matéria prima;
9. Falta do controle de qualidade;
10. Matéria prima com defeito;
11. Falta de manutenção ou demora da mesma;
12. Equipamento mal calibrado;
13. Matéria prima com defeitos causados por terceiros.
As causas apresentadas acima são consequência do brainstorming realizado em
conjunto com integrantes da equipe, demonstrando ser muito eficaz ao possibilitar a
discussão sob diferentes pontos de vista do problema. Após a listagem das possíveis causas,
foi realizada a categorização das mesmas seguindo os 6M, resultando na seguinte divisão:
● Material:
⎼ Matéria prima de baixa qualidade;
⎼ Matéria prima com defeito;
⎼ Matéria prima com defeitos causados por terceiros.
● Máquina:
⎼ Equipamento antigo ou gasto;
⎼ Falta de manutenção ou demora.
● Método:
⎼ Falta do controle de qualidade.
● Meio ambiente:
⎼ Falta de espaço no ambiente de trabalho;
⎼ Faz muito calor na linha de produção;
⎼ Incidência solar/chuva no local de armazenamento de matéria prima.
● Mão de obra:
⎼ Colaborador sem treinamento;
⎼ Falta de supervisão nos serviços terceirizados;
⎼ Sobrecarga de trabalho.
● Medida:
⎼ Equipamento mal calibrado.
Feito o brainstorming e a observação dos processos de fabricação da empresa,
diversas possíveis causas foram diagnosticadas nas atividades exercidas, desde situações
durante a transformação e manipulação da matéria prima até a estocagem do produto final.
O Diagrama de Ishikawa, representado na figura 02, ilustra o resultado do
brainstorming e da categorização realizada juntamente com as possíveis causas do problema.
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Figura 02 - Resultado da aplicação do Diagrama de Ishikawa.

Fonte: Os autores (2021).

Pode-se observar que a apresentação do problema (efeito) a partir do Diagrama de


Ishikawa evidencia as possíveis causas raízes de forma estruturada e assim permite uma
melhor visualização e compreensão do cenário exposto. Uma vez elaborado e organizado o
diagrama, as possíveis causas levantadas foram observadas com a finalidade de identificar a
contribuição de cada uma delas no problema em questão. O estudo realizado e demonstrado a
seguir resultou no destaque das causas principais e possibilitou a análise para possíveis
soluções do problema.
Em relação aos materiais, o principal causador de problemas listado foi a matéria
prima de baixa qualidade e com defeitos que são causados por serviços terceirizados de
transformação da matéria, os quais são visíveis em formas de furos, listras incorretas,
manchas e riscos que são ocasionados no processo de tecelagem quando há a inexperiência e
falta de técnica do tecelão e falha nas máquinas, como manutenção ruim e quebra de agulhas.
Também pode ser listada como causadora dos possíveis defeitos da matéria prima as
tinturarias que provocam manchas e tingem de cores erradas. Para melhorar esta questão é
sugerido que a empresa cobre mais dos terceiros para que mantenham uma alta qualidade na
matéria prima e também é interessante eleger algum funcionário para ficar responsável por
supervisionar estas questões.
No que se refere às máquinas utilizadas, foram listados como principais causas de
problemas a falta ou demora da manutenção do maquinário e o fato do maquinário estar gasto
ou ser antigo. Estes problemas são causados por conta dos defeitos que podem acontecer
durante o processo, como a quebra de agulhas na tecelagem ou desgaste de faca na talhação.
Outro motivo também é a falta de atenção dos operadores das máquinas que não veem ou
ignoram as más condições do maquinário. Como resolução desses problemas é sugerido que a
empresa sempre mantenha em dia a manutenção do maquinário, fazendo verificações
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regularmente e lembre seus funcionários da importância da preservação e cuidado com os


mesmos e também cobre de seus terceiros os mesmos cuidados e atenção.
Quanto aos métodos utilizados, as causas principais apontadas foram a falta de
supervisor de produção e a falta de controle de qualidade. Estas causas citadas acontecem por
conta do tamanho pequeno da empresa, tendo em vista que ela é familiar e conta com uma
quantidade de funcionários sucinta cada funcionário possui uma grande quantidade de tarefas
que geralmente são delegadas aos mesmos, impossibilitando uma supervisão por um segundo
funcionário e que parte do controle de qualidade seja executado. Como formas de melhoria
pode-se citar a contratação de novos funcionários, tendo em vista que se for viável para a
empresa a capacidade de produção e melhoria na qualidade serão muito maiores.
Em relação ao meio ambiente, foi constatado que as possíveis causas de problemas
são a falta de espaço, o calor na linha de produção e a incidência solar e de chuva nos locais
de armazenamento. Devido ao grande volume de itens que a confecção de vestuário necessita
e o espaço de estoque limitado que a empresa possuí, quando há uma grande quantidade de
pedidos muitos itens acabam sendo armazenados em áreas externas em que a estrutura não é
a ideal, o que acaba deixando os itens e mercadorias expostos a incidência solar e de chuva.
Também foi constatado que por conta da falta de climatização na empresa, nos dias quentes
de verão o calor atrapalha os funcionários na produção pois gera desconforto e mal estar. Para
melhorar esta questão é sugerido que a empresa melhore o gerenciamento de estoque para
que o máximo de produtos possa ser armazenado, do mesmo modo é viável pensar na compra
ou aluguel de um container para servir de depósito provisório quando necessário. Também é
sugerido ser feita a climatização da empresa tendo em vista que um funcionário em um
ambiente adequado produz muito mais para a empresa e gera uma condição de trabalho muito
melhor para todos.
Quanto à questão da mão de obra, foi constatado que as maiores causas são
funcionários sem treinamento e desatentos, falta de supervisão nos serviços terceirizados e
sobrecarga de trabalho. Por conta da empresa ser de pequeno porte e familiar, os funcionários
têm várias funções e não possuem o treinamento correto para cada função que exerce,
também por esse fator acabam ficando sobrecarregados em algumas épocas do ano como
troca de estação e festas de fim de ano, o que acaba os deixando desatentos e levando a erros.
A falta de supervisão nos serviços terceirizados também ocorre pela quantidade enxuta de
funcionários, tendo em vista que os mesmos não têm tempo disponível para ficar controlando
frequentemente a qualidade nos serviços dos terceiros. Pensando em uma forma de melhorar
estas questões pode-se sugerir que a empresa promova e disponibilize tempo para
treinamentos e palestras, tendo em vista que no futuro um profissional mais capacitado
resultará em menos erros e mais agilidade, o que fará com que ele ganhe mais tempo para
outras tarefas e não ocorra uma sobrecarga. Estudar a contratação de novos funcionários
também pode ser viável para a empresa e uma boa solução para a falta de tempo.
Por fim, quanto a medidas, foi listado como principal causa a utilização de
equipamento mal calibrado, tendo em vista que o mesmo ocorre por desatenção e falta de
cuidado do operador, o que pode ocorrer em várias etapas e acaba levando vários defeitos
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como cortes errados na talhação ou friso, calandragem errada na tinturaria ou defeitos na


matéria prima na tecelagem. Como melhoria desta parte pode-se sugerir uma cobrança maior
da empresa quanto a preservação do maquinário utilizado na confecção de peças e técnicas
para lembrar o operador de verificar o equipamento antes de utilizá-lo como lembretes ou
adesivos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Através da execução desta pesquisa e aplicação da ferramenta analisada, pôde-se
concluir que o Diagrama de Ishikawa se mostrou eficiente na detecção e resolução de
problemas de artigos de vestuário com defeitos na empresa do setor têxtil estudada, provando
que ele é eficaz para a investigação das causas e é uma ferramenta importante para a melhoria
do processo de fabricação, buscando cada vez mais uma melhor qualidade do produto final.
Ele se mostrou muito efetivo expondo problemas em setores que muitas vezes não são
percebidos e também possibilitou a identificação das causas efetivas e possíveis soluções.
Verificou-se também que a ferramenta Brainstorming, aplicada juntamente com o
Diagrama de Ishikawa, é bastante efetiva na busca e detecção das causas dos problemas.
Por fim, pode-se afirmar que a pesquisa foi de demasiada importância para a empresa
estudada pois a mesma conseguiu detectar várias possíveis causas de problemas que
passavam despercebidas pelos colaboradores. Com a execução do Diagrama de Ishikawa
realizada a empresa agora pode pensar em abordagens para os problemas ou utilizar as que
foram sugeridas pela equipe, proporcionando para a mesma uma maior produtividade e um
produto final de melhor qualidade.

REFERÊNCIAS:
ATAIDES, Iva Manoela Rocha; MOURA, Alex Anderson de Oliveira. PROPOSTA DE UM DIAGRAMA DE
ISHIKAWA PARA IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA DE EXCESSO DE FINOS EM RAÇÕES
PELETIZADAS. 2016. 21 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia de Produção, Universidade de Rio Verde,
Rio Verde, 2016. Disponível em:
https://www.unirv.edu.br/conteudos/fckfiles/files/PROPOSTA%20DE%20UM%20DIAGRAMA%20DE%20IS
HIKAWA%20PARA%20IDENTIFICA%C3%87%C3%83O%20DO%20PROBLEMA%20DE%20EXCESSO%
20DE%20FINOS%20EM%20RA%C3%87%C3%95ES%20PELETIZADAS.pdf. Acesso em: 02 nov. 2021.

DANIEL, Érika Albina; MURBACK, Fábio Guilherme Ronzelli. Levantamento bibliográfico do uso das
ferramentas da qualidade. Gestão & Conhecimento, Poço de Caldas, n. 8, 29 dez. 2014. Disponível em:
https://www.pucpcaldas.br/graduacao/administracao/revista/artigos/v2014/Artigo16_2014.pdf. Acesso em: 02
nov. 2021.

GERHARDT, Tatiana Engel; SILVEIRA, Denise Tolfo (org.). Métodos de Pesquisa. Porto Alegre: Ufrgs, 2009.
120 p. Disponível em: http://www.ufrgs.br/cursopgdr/downloadsSerie/derad005.pdf. Acesso em: 02 nov. 2021.

HOLANDA, Mariana de Almeida; PINTO, Ana Carla Bittencourt Reis Fernandes. UTILIZAÇÃO DO
DIAGRAMA DE ISHIKAWA E BRAINSTORMING PARA SOLUÇÃO DO PROBLEMA DE
ASSERTIVIDADE DE ESTOQUE EM UMA INDÚSTRIA DA REGIÃO METROPOLITANA DE RECIFE.
2009. 12 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia de Produção, Universidade de Pernambuco, Salvador,
2009. Disponível em: http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2009_tn_sto_103_685_13053.pdf. Acesso em:
02 nov. 2021.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO
PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE
EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA
CAMPUS GASPAR

OLIVEIRA, Maxwell Ferreira de. METODOLOGIA CIENTÍFICA: um manual para a realização de pesquisas
em administração. 2011. 73 f. Curso de Administração, Universidade Federal de Goiás, Catalão, 2011.
Disponível em:
https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/567/o/Manual_de_metodologia_cientifica_-_Prof_Maxwell.pdf. Acesso
em: 02 nov. 2021.

SCHNEIDER, Michele Domingos et al. Diagrama de Causa-Efeito de Ishikawa: Estudo do Fluxo logístico em
um Comércio de Materiais de Construção. 2015. 13 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Administração,
Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul, 2015. Disponível em:
http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/mostraucsppga/xvmostrappga/paper/viewFile/4171/1407. Acesso
em: 02 nov. 2021.

SELEME, Robson; STADLER, Humberto. Controle da qualidade: as ferramentas essenciais. 2. ed. Curitiba:
Ibpex, 2010. 180 p. Disponível em:
https://www.academia.edu/28648830/LIVRO_EM_PDF_CONTROLE_DA_QUALIDADE_FERRAMENTAS_
DA_QUALIDADE. Acesso em: 02 nov. 2021.

SILVA, André Luis da et al. IMPLANTAÇÃO DO DIAGRAMA DE ISHIKAWA NO SISTEMA DE GESTÃO


DA QUALIDADE DE UMA EMPRESA DE FABRICAÇÃO TERMOPLÁSTICA, PARA RESOLUÇÃO E
DEVOLUTIVA DE RELATÓRIOS DE NÃO CONFORMIDADE ENVIADOS PELO CLIENTE. Revista
Gestão em Foco, Amparo, p. 387-397, s.d. Disponível em:
https://portal.unisepe.com.br/unifia/wp-content/uploads/sites/10001/2018/08/028_Artigo_Ishikawa.pdf. Acesso
em: 02 nov. 2021.

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